RELAÇÕES ENTRE O PREÇO INTERNACIONAL DO...

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. RELAÇÕES ENTRE O PREÇO INTERNACIONAL DO PETRÓLEO E AS AÇÕES DA PETROBRÁS BRUNO FERNANDES DIAS DA SILVA BRASÍLIA-DF 2011

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RELAÇÕES ENTRE O PREÇO INTERNACIONAL DO PETRÓLEO E AS AÇÕES DA

PETROBRÁS

BRUNO FERNANDES DIAS DA SILVA

BRASÍLIA-DF

2011

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UnB)

Reitor:

Prof. Dr. José Geraldo de Sousa Junior

Vice Reitor:

Prof. Dr. João Batista de Sousa

Decana de Pesquisa e Pós-Graduação:

Profª. Dra. Denise Bomtempo Birche de Carvalho

Diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade

Prof. Dr. Tomás de Aquino Guimarães

Chefe do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais

Prof. Dr. Elivânio Geraldo de Andrade

Coordenador Geral do Programa Multiinstitucional e Inter-Regional de Pós-Graduação

em Ciências Contábeis da UnB, UFPB e UFRN

Prof. Dr. César Augusto Tibúrcio Silva

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BRUNO FERNANDES DIAS DA SILVA

RELAÇÕES ENTRE O PREÇO INTERNACIONAL DO PETRÓLEO E AS AÇÕES DA

PETROBRÁS

Dissertação apresentada como requisito parcial à

obtenção do título de Mestre em Ciências

Contábeis do Programa Multiinstitucional e

Inter-Regional de Pós-Graduação em Ciências

Contábeis da Universidade de Brasília, da

Universidade Federal da Paraíba e da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Linha de Pesquisa: Contabilidade e Mercado

Financeiro.

Grupo de Pesquisa: Pesquisas Empíricas em

Mercados de Capitais e Finanças Corporativas

Orientador: Prof. Otávio Ribeiro de Medeiros,

PhD.

BRASÍLIA-DF

2011

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SILVA, Bruno Fernandes Dias da.

Relações entre o Preço Internacional do Petróleo e as Ações da

Petrobrás. / Bruno Fernandes Dias da Silva, Brasília:

UnB/UFPB/UFRN, 2010.

140 fls. Ilustrado.

Orientador: Prof. Otávio Ribeiro de Medeiros, PhD

Dissertação (mestrado) – Universidade de Brasília, Universidade

Federal da Paraíba e Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

Programa Multiinstitucional e Inter-Regional de Pós-Graduação em

Ciências Contábeis, 2010.

1. Mercado de Petróleo. 2. Hipótese de Mercado Eficiente.

3. Efeito Lead-Lag.

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TERMO DE APROVAÇÃO

BRUNO FERNANDES DIAS DA SILVA

RELAÇÕES ENTRE O PREÇO INTERNACIONAL DO PETRÓLEO E AS AÇÕES DA

PETROBRÁS

Dissertação apresentada ao Programa

Multiinstitucional e Inter-Regional de Pós

Graduação em Ciências Contábeis da UnB,

UFPB e UFRN, como requisito para a obtenção

do título de Mestre em Ciências Contábeis.

Banca Examinadora:

_________________________________________

Prof. Otávio Ribeiro de Medeiros, PhD

Presidente da Banca

(UnB, UFPB e UFRN)

__________________________________________

Prof. Dr. Ivan Ricardo Gartner

Membro Examinador Interno

(UnB, UFPB e UFRN)

__________________________________________

Prof. Dr. José Carneiro da Cunha Oliveira Neto

Membro Examinador Externo

(UNB)

BRASÍLIA-DF

2011

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DEDICATÓRIA

A Deus que faz o impossível se tornar realidade.

À minha família, pelo carinho, aconchego,

compreensão, alegria e companheirismo. Ao

meu pai, por todo ensinamento ao longo da vida.

À minha irmã pela força nas horas mais difíceis.

À minha pequena e princesa Valentina, que,

mesmo sem saber, me dava força e sabedoria nos

momentos que mais precisava e por aceitar

minha ausência ao longo dessa jornada. Em

especial, à minha querida e saudosa mãe -

mulher guerreira, que amo incondicionalmente.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, a quem eu atribuo todas as conquistas na minha vida, por mais

uma vez ter estado presente em todos os instantes deste desafio que não seria vencido sem a

presença Dele.

Aos meus pais, que não pouparam esforços em colocar a educação em primeiro lugar.

Ao meu pai, que sempre incentivou os estudos, os esportes, em especial o judô, e todos os

ensinamentos que são inerentes à minha pessoa.

Em especial, à minha querida e amada mãe, um exemplo de luta e persistência. A ela

dedico todos os sucessos de minha vida. Obrigado por todos os seus conselhos. A você, o meu

eterno amor.

À minha irmã, Tati, pelo carinho e compreensão que tem nos momentos mais difíceis.

Ao professor Otávio Ribeiro de Medeiros, meu orientador, por toda paciência nesta árdua

missão, por todos os ensinamentos e, principalmente, por ser para mim uma referência na área

quantitativa e de finanças.

A todos os professores do Programa Multiinstitucional e Inter-Regional de Pós-Graduação

em Ciências Contábeis da UnB/UFPB/UFRN, em especial ao Prof. Dr. Jorge Katsumi Niyama,

Prof. Dr. Marcelo Quirino, Prof. Dr. Paulo Roberto Barbosa Lustosa, Prof. Dr. José Dionísio G.

da Silva, Prof. Dra. Fátima de Souza Freire, Prof. Dr. César Augusto Tibúrcio Silva, Prof. PhD.

Otávio Ribeiro de Medeiros e Prof. Dr. Edilson Paulo por toda dedicação nas aulas ministradas e

pelos conhecimentos compartilhados que tanto ajudaram na minha formação.

A todos os funcionários do departamento de ciências contábeis, em especial à Aline e ao

Renato, por toda atenção e ajuda que sempre me foi dada.

Aos amigos Gustavo Resende de Oliveira, Yuri, Mateus Alexandre e João Marcelo pelas

contribuições significativas e por todo apoio e atenção.

Aos colegas de turma: Abimael, Antonio Daniel, Domingos, Eurípedes, Evandro, Ednei,

Eric, Juliana, Ludmila e Meg por todo o apoio nos momentos difíceis.

Aos colegas de trabalho: Humberto, Barner, Sérgio Taufick, Adalberto, Valdonel, José

Carlos, Leonardo e Barros.

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EPÍGRAFE

“Eu acredito, eu luto até o fim: não há como perder, não há como não vencer”

(Oleg Taktarov)

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RESUMO

Desde o advento da hipótese do mercado eficiente, muitas pesquisas têm utilizado o mercado

acionário para testar a previsibilidade na série de retornos. No entanto, poucos foram os estudos

que se utilizaram conjuntamente de um mercado de commodities e de um mercado acionário para

testar a hipótese. Para realizar tal teste, foi escolhida como commodity a ser estudada o petróleo,

representado pelo WTI - West Texas Intermediate, tendo em vista a sua importância e utilidade

para diferentes setores da economia mundial. A ação da Petrobrás foi escolhida como proxy da

ação de uma empresa de capital aberto negociada na Bovespa por se tratar de empresa que

comercializa a respectiva commodity e por ser a maior empresa brasileira do setor petróleo e gás

negociada na Bovespa. O objetivo do presente trabalho visa a responder a seguinte pergunta: “Há

relação entre o preço internacional do barril do petróleo e o preço das ações da Petrobrás

negociadas na Bovespa?” Deste modo, pretendeu-se verificar se o preço do petróleo é relevante

para explicar alterações dos preços das ações da Petrobrás e averiguar, em regime de alta

frequência, se os movimentos do preço do petróleo são seguidos, em média, por movimentos

similares no preço da ação da Petrobrás, o que implica em certo grau de previsibilidade do preço

do ativo no mercado brasileiro. Para atender tais objetivos, foram especificados vários modelos

econométricos e realizados diversos testes estatísticos. A parte empírica do trabalho tem dois

objetivos. O primeiro é verificar a existência de uma relação econômica contemporânea entre o

retorno internacional do petróleo e o retorno da ação da Petrobrás. O segundo é testar a existência

de um efeito lead-lag entre os referidos retornos. Para alcançar o primeiro objetivo, foram

utilizados dados mensais no período de 1995 a 2009, e para o segundo foram utilizados dados

intradiários na freqüência de dez minutos no período entre 2008 e 2010. Com relação ao primeiro

objetivo, constatou-se uma relação contemporânea significativa entre o preço do petróleo e o

preço das ações da Petrobrás. Quanto ao segundo, foi encontrado um efeito lead-lag significativo

entre aqueles preços em alta frequência, com o preço do petróleo liderando o preço da ação, o que

mostra certo grau de previsibilidade quanto ao preço da ação da Petrobrás. Entretanto, tal

previsibilidade não é suficiente para permitir uma estratégia de negociação que produza retornos

anormais, devido aos custos transacionais. Por essa razão, conclui-se que a hipóteses do mercado

eficiente, em sua forma semiforte, não é violada.

Palavras-Chave: Mercado de Petróleo, Hipótese do Mercado Eficiente, Efeito Lead-Lag.

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ABSTRACT

Since the establishment of the efficient market hypothesis, much research has used the stock

market to test the predictability of returns. However, few studies utilized jointly a commodity

market and a stock market to test the efficient market hypothesis. To perform such a test we

chose oil as the commodity to be studied, represented by the WTI – West Texas Intermediate,

having in mind its importance and utility for different sectors in the world economy. Petrobras

stock was chosen as proxy for the stock of a publicly listed company negotiated at Bovespa –

Bolsa de Valores de Sao Paulo (Sao Paulo Stock Exchange) for being a company that trades the

commodity in question, and for being the largest Brazilian company in the oil and gas industry

listed at Bovespa. This dissertation is aimed at answering the following question: “Is there a

relationship between the international price of oil and the price of Petrobras stocks traded at

Bovespa?”. Therefore, we intended to verify whether changes in oil price is relevant for

explaining changes in Petrobras’ stock price and to find out, on a high frequency trading setting,

whether oil price changes are followed, on average, by similar changes in Petrobras’ stock price,

which implies some degree of predictability of the stock price in the Brazilian market. To attain

such aims, various econometric models were specified and estimated, and several statistical tests

were performed. The study’s empirical part has two aims. The first one is to verify the existence

of a contemporaneous economic relationship between the international oil return and Petrobras’

stock return. The second one is to test the existence of a lead-lag effect between the above

mentioned returns. To accomplish the first goal, we used monthly data referring to the period

from 1995 to 2009, and to accomplish the second one, we used intraday data in the 10-minutes

frequency for the period between 2008 and 2010. With respect to the first goal, we found a

significant contemporaneous relationship between the international oil price and Petrobras’ stock

price in the monthly frequency. With respect to the second, we found a significant lead-lag effect

between those prices in a high-frequency, with the oil price leading the stock price, which shows

some degree of predictability concerning Petrobras’ stock price. However, this predictability is

not sufficient to provide a trading strategy leading to abnormal returns, due to transaction costs.

For this reason, we conclude that the efficient market hypothesis, in its semi-strong form, is not

violated.

Keywords: oil market, efficient market hypothesis, lead-lag relationship

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADR American Depositary Receipt

API American Petroleum Institute

ARCH Autoregressive Conditional Heterocedasticity

BOVESPA Bolsa de Valores do Estado de São Paulo

CAPM Capital Asset Pricing Model

CVM Comissão de Valores Imobiliários

DFP Demonstrações Financeiras Padronizadas

DE Dummy dos Extremos

DR Depositary Receipt

EIA Energy Information Administration

FASB Financial Accounting Standards Board

FIML Full information maximum likelihood

GARCH Generalized Autoregressive Conditional Heterocedasticity

HME Hipótese do Mercado Eficiente

LOG Logaritmo Natural

MQO Mínimo Quadrado Ordinário

OLS Ordinary Least Squares

PETR4 Ação preferencial da Petrobrás Negociada na Bovespa

RMF Relatório Mercado Financeiro

TSLS Two-stage least squares

WTI West Texas Intermediate

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LISTA DE FIGURAS

Figura1: Metodologia de pesquisa..................................................................................................60

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Petrobrás x CL light sweet crude oil (WTI) – Dados mensais: 01/1995 a 02/20...........23

Gráfico 2: Cotações históricas do Brent e do WTI do período de 1987 a 2010............................30

Gráfico 3: Consumo Mundial de Petróleo do período de 1980 a 2007 (quadrilhões de btu/ano)..........38

Gráfico 4: Evolução mundial da produção de energia por diferentes fontes energéticas..............39

Gráfico 5: Resíduos da regressão TSLS.........................................................................................86

Gráfico 6: Teste de normalidade dos resíduos de Jarque-Bera para a regressão TSLS............... 87

Gráfico 7: Preço intradiário das variáveis Petrobrás e petróleo do 4° trimestre de 2008..............91

Gráfico 8: Critério de Informação Schwartzs Bayesian.................................................................95

Gráfico 9: Coeficientes acumulados das defasagens do retorno do petróleo. TSLS.....................97

Gráfico 10: Resíduos da Regressão TSLS. Dados intradiários.....................................................98

Gráfico 11: Teste de normalidade Jarque-Bera. Dados intradiários............................................101

Gráfico 12: Coeficientes acumulados das defasagens do retorno do petróleo. GARCH (1,1)....102

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Horário de verão do período analisado.............................................................. 62

Tabela 2: Análise da rentabilidade dos acertos................................................................. 83

Tabela 3: Análise da rentabilidade nos erros..................................................................... 83

Tabela 4: Análise dos acertos necessários para cobrir um erro de previsão...................... 84

Tabela 5: Regressão TSLS................................................................................................. 85

Tabela 6: Teste de heteroscedasticidade de White para regressão TSLS.......................... 87

Tabela 7: Regressão Máxima Verossimilhança................................................................. 88

Tabela 8: Regressão TSLS consistente com a heteroscedasticidade de White................. 89

Tabela 9: Regressão GARCH(1,1).....................................................................................90

Tabela 10: Regressão GARCH(0,1)................................................................................. 90

Tabela 11: Teste de raiz unitária do preço da ação da Petrobrás...................................... 92

Tabela 12: Teste de raiz unitária do preço do petróleo..................................................... 92

Tabela 13: Teste de raiz unitária da Petrobrás em primeira diferença.............................. 92

Tabela 14: Teste de raiz unitária do preço do petróleo em primeira diferença.............. 93

Tabela 15: Teste de raiz unitária dos resíduos em nível................................................... 93

Tabela 16: Teste de causalidade de Granger.................................................................... 94

Tabela 17: Teste de raiz unitária do preço da ação da Petrobrás.....................................119

Tabela 18: Teste de raiz unitária do Ibovespa................................................................. 119

Tabela 19: Teste de raiz unitária da Petrobrás em primeira diferença..............................119

Tabela 20: Teste de raiz unitária do Ibovespa em primeira diferença..............................120

Tabela 21: Teste de raiz unitária dos resíduos em nível...................................................120

Tabela 22: VECM do sistema de equações (27) e (28).................................................. 121

Tabela 23: VECM do sistema de equações (29) e (30)................................................... 122

Tabela 24: Regressão TSLS. Dados intradiários.............................................................. 96

Tabela 25: Teste de autocorrelação dos resíduos Breusch-Godfrey............................... 99

Tabela 26: Teste de heteroscedasticidade de White. Dados intradiários........................ 100

Tabela 27: Teste de heteroscedasticidade de Arch. Dados intradiários.......................... 100

Tabela 28: Regressão GARCH (1,1). Dados intradiários............................................... 101

Tabela 29: Regressão TSLS. Autêntica........................................................................... 115

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Tabela 30: Regressão Máxima Verossimilhança. Autêntica........................................... 116

Tabela 31: Regressão TSLS consistente com a heteroscedasticidade de

White Autêntica.............................................................................................................. 117

Tabela 32: Regressão GARCH (1,1). Autêntica.............................................................. 117

Tabela 33: Regressão GARCH (0,1). Autêntica.............................................................. 118

Tabela 34: Regressão TSLS. Autêntica........................................................................... 123

Tabela35: Regressão GARCH. Autêntica....................................................................... 124

Tabela 36: Resultado obtido pelos acertos do modelo.................................................... 125

Tabela 37: Resultado obtido pelos erros de previsão do modelo.................................... 126

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SUMÁRIO

ABSTRACT .................................................................................................................................. 10

LISTA DE TABELAS .................................................................................................................. 14

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 19

1.1 Contextualização e Identificação do Problema de Pesquisa ................................................ 19

1.2 Objetivos .............................................................................................................................. 27

1.2.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 27

1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................... 27

1.3 Justificativa e Relevância .................................................................................................... 28

1.4 Delimitações do Estudo ....................................................................................................... 29

1.5 Estrutura do Trabalho .......................................................................................................... 31

2. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................................... 32

2.1 Globalização Financeira ...................................................................................................... 32

2.2 Petróleo ................................................................................................................................ 35

2.2.1 A Importância do Petróleo ............................................................................................ 36

2.2.1.1 A Origem Industrial do Petróleo ........................................................................... 36

2.2.1.2 O Petróleo no Mundo ............................................................................................ 37

2.3 Integração e Segmentação de Mercados de Capitais ........................................................... 40

2.4 Hipótese de Mercado Eficiente ............................................................................................ 42

2.5 O Papel da Informação e da Evidenciação Contábil ........................................................... 48

2.6 Arbitragem ........................................................................................................................... 51

2.7 Estudos Empíricos ............................................................................................................... 53

2.7.1 Trabalhos Anteriores sobre o Preço Internacional do Petróleo .................................... 53

2.7.2 Trabalhos Anteriores sobre o Efeito Lead-Lag ............................................................ 56

3. METODOLOGIA ...................................................................................................................... 59

3.1 Amostras e Dados ................................................................................................................ 60

3.2 Modelos Econométricos ...................................................................................................... 62

3.2.1 Modelando a Relação entre o Preço Internacional do Petróleo e o Preço das Ações

Preferenciais da Petrobrás ..................................................................................................... 63

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3.2.1.1 Método da Máxima Verossimilhança .................................................................... 65

3.2.1.2 Método Consistente com a Heteroscedasticidade de White .................................. 66

3.2.1.3 Modelo GARCH .................................................................................................... 67

3.2.2 Modelando o efeito Lead-lag entre o Preço Internacional do Petróleo e as Ações 69

Preferenciais da Petrobrás ..................................................................................................... 69

3.2.2.1 Modelo GARCH para teste de H2 ......................................................................... 70

3.2.2.2 Critério de Informação........................................................................................... 71

3.2.2.3 Cointegração .......................................................................................................... 72

3.2.2.3.1 Modelo de Correção de Erro .......................................................................... 74

3.2.2.4 Modelo de Vetores Autorregressivos – VAR ........................................................ 76

3.2.2.4.1 Modelo Vetor de Correção de Erros – VECM ............................................... 78

3.2.2.5 Teste de causalidade de Wiener-Granger .............................................................. 79

3.3 Testes estatísticos ................................................................................................................ 80

3.4 Custos Transacionais ........................................................................................................... 82

4. ANÁLISE DE RESULTADOS ................................................................................................. 84

4.1 H1: Existe relação entre o preço internacional do petróleo e os preços das ações

preferenciais da Petrobrás .......................................................................................................... 85

4.1.1 Resultado do modelo TSLS .......................................................................................... 85

4.1.1.1 Testes dos resíduos .................................................................................................... 86

4.1.1.1.1 Teste de normalidade dos resíduos ..................................................................... 87

4.1.1.1.2 Teste de heteroscedasticidade dos resíduos ........................................................ 87

4.1.2 Resultado do Método da Máxima Verossimilhança ..................................................... 88

4.1.3 Resultado obtido utilizando-se o estimador de White consistente com

heteroscedasticidade. ............................................................................................................. 89

4.1.4 Resultado do modelo GARCH ..................................................................................... 90

4.2. H2: Existe efeito lead-lag entre o petróleo e as ações preferenciais da Petrobrás .............. 91

4.2.1 Cointegração entre as ações da Petrobrás e o petróleo ................................................. 91

4.2.2 Causalidade de Granger entre as ações da Petrobrás e o preço do petróleo ................. 94

4.2.3 Resultados do VECM ................................................................................................... 95

4.2.4 Resultados do modelo TSLS........................................................................................ 95

4.2.4.1 Teste dos resíduos .................................................................................................. 99

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4.2.4.1.1 Teste de autocorrelação dos resíduos ............................................................. 99

4.2.4.1.2 Teste de heteroscedasticidade dos resíduos .................................................. 100

4.2.4.1.3 Teste de normalidade dos resíduos ............................................................... 101

4.2.5 Resultado do modelo GARCH ................................................................................... 102

4.2.6 Previsibilidade dos Retornos ...................................................................................... 103

4.2.7 Possibilidade de Ganhos Considerando os Custos de Transação ............................... 104

5. CONCLUSÕES ....................................................................................................................... 105

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 108

APÊNDICE A: Resultados das regressões da hipótese - H1....................................................... 115

APÊNDICE B: Resultados das regressões da hipótese - H2 ....................................................... 120

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19

1. INTRODUÇÃO

Tendo em vista a relação entre lucros, dividendos e o valor acionário de uma empresa, a

carência de estudos nacionais fundamentados na hipótese de mercado eficiente - HME, com base

nos preços de commodities, mais especificamente, no preço internacional do barril do petróleo em

relação às empresas do ramo de atividade petróleo e gás, e devido aos resultados contraditórios

encontrados a respeito da previsibilidade do mercado acionário brasileiro, é que se desenvolveu

esta pesquisa. Assim, o presente estudo visa a fornecer mais subsídios nos estudos do tema ora

em questão.

Neste capítulo será apresentada uma breve contextualização e identificação do problema

de pesquisa, os objetivos, a justificativa e relevância da pesquisa, bem como a delimitação da

pesquisa e a estrutura do trabalho.

1.1 Contextualização e Identificação do Problema de Pesquisa

O petróleo é uma das commodities mais importantes da atual vida moderna. Apesar dos

esforços de ambientalistas para a diminuição do consumo dos combustíveis fosseis não

renováveis, o petróleo, segundo a EIA - Energy Information Administration, ainda é uma das

principais fontes de energia consumida no mundo. Acredita-se que o petróleo se mantenha com

esse status ainda por um longo período de tempo, seja pela grande quantidade de poços e reservas

de petróleo existentes no mundo ou pela falta de fonte alternativa de igual qualidade e

disponibilidade. Neste sentido, Jones e Kaul (1996, p. 463) ressaltam que o petróleo é o principal

recurso utilizado em todo o mundo.

Além do mais, o petróleo está presente nos mais diversos produtos utilizados pelos seres

humanos, como: a parafina, o gás liquefeito de petróleo, asfalto, piche, coque, benzina, nafta

petroquímica, querosene, solventes, óleos combustíveis, óleos lubrificantes, óleo diesel e

subprodutos como cera, papelão, giz, velas, tintas, pinturas, embalagens, plásticos e cosméticos.

De acordo com Arouri e Rault (2009, p.2), grande parte da literatura tem focado na

relação entre preço do petróleo e variáveis macroeconômicas, pois vários estudos demonstraram

que flutuações nos preços do petróleo têm efeitos significativos na atividade econômica de países

desenvolvidos e emergentes.

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A importância do petróleo é tamanha, que o aumento do preço do mesmo é refletido

diretamente nos índices de inflação dos diferentes países, nas taxas de juros básica da economia e

no produto interno bruto dos países, uma vez que as mercadorias derivadas do petróleo, como

óleos combustíveis (gasolina) e o diesel, são utilizados como insumos para funcionamento,

produção e desenvolvimento de praticamente todas as atividades econômicas.

Assim, Sadorsky (1999, p. 468) ressalta que aumento no preço do petróleo é um

indicativo utilizado frequentemente de pressão inflacionária, que por sua vez poderia indicar o

futuro da taxa de juros e investimentos de todos os tipos.

Salienta-se que, além destas justificativas para a escolha do petróleo como a commodity

do presente estudo, o mercado de petróleo, devido à sua importância para a economia mundial,

possui, dentre as demais commodities, um dos mercados mais líquidos, o que permite a obtenção

de dados intradiários com frequência de dez minutos. Assim, tal característica (liquidez) tende a

ser importante quando dos estudos de eficiencia de mercado.

Ao averiguar relatórios feitos por analistas fundamentalistas que cobrem a Petrobrás1,

percebeu-se que a maioria destes são unânimes ao relacionar aumentos no preço internacional do

petróleo com o aumento da receita líquida da Petrobrás.

Neste sentido, destacam-se os seguintes informes:

O principal efeito negativo do resultado da Petrobrás foi a queda do preço médio do

barril de petróleo no mercado internacional, que recuou de US$ 123,8 no segundo

trimestre de 2008 para US$ 59,69 no segundo trimestre de 2009, afetando a geração de

caixa da empresa (BROAD, 2009).

De forma resumida, o bom resultado do 3T09 da Petrobras decorreu da forte

valorização das cotações do petróleo (MATOS, 2009).

Assim, o relatório da administração das demonstrações financeiras padronizadas – DFP,

de 31 de dezembro de 2008, ressalta que:

O aumento dos preços médios de petróleo e derivados no mercado internacional e de

derivados no mercado doméstico, aliado ao crescimento no volume de vendas, elevou a

receita operacional líquida a R$ 215,1 bilhões, ou seja, um aumento de 26,1% em

relação a 2007. Contribuíram para esse desempenho:

Aumento do lucro bruto em R$ 8.504 milhões, devido: Aumento dos preços médios de

realização de derivados e petróleos, no mercado interno e exportações (R$ 26.289

1 Vide Petrobrás (2010)

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milhões), com destaque para a Nafta, QAV e Óleos Combustíveis, refletindo o

comportamento das cotações internacionais, e para o Diesel e a Gasolina, relacionados

aos reajustes aplicados a partir do mês de maio de 15% e 10%, respectivamente, além

dos reajustes trimestrais do Gás Natural importado, que contribuem para corrigir os

contratos de fornecimento de gás, e aos maiores preços da Energia Elétrica

comercializada devido ao acionamento emergencial das térmicas no início do ano.

Cabe destacar que, entre as atividades desempenhadas pela Petrobrás, a mais rentável à

empresa é a atividade de exploração e produção, cujo custo, conforme constatado no Relatório

Mercado Financeiro – RMF (2009), é de US$/barril 22,86, com valor médio de venda de US$/bbl

64,00 . Salienta-se que o preço médio de venda é diretamente proporcional ao preço internacional

do barril de petróleo. Consequentemente, se este aumentar, a receita da Petrobrás também

aumenta. Destaque-se que derivados do petróleo como a nafta, o querosene de aviação e o óleo

combustível são reajustados quinzenalmente de acordo com o preço internacional do barril de

petróleo. Já algumas receitas da empresa como a gasolina e o diesel seguem uma política de

reajustes no longo prazo para evitar a volatilidade no mercado interno. Contudo, são também

afetadas pelo preço do petróleo. As exportações e importações de petróleo e derivados também

são influenciadas pelo preço internacional do barril de petróleo.

Ressalta-se que a importação de petróleo leve e derivados realizada pelo segmento de

refino, transporte e abastecimento da empresa visam ao abastecimento interno e à mistura ao

petróleo pesado para posterior refino e comercialização. Assim, os valores destes são

posteriormente repassados ao preço de venda, porém não de forma imediata, conforme

mencionado. É importante destacar que as vendas totais de petróleo e seus derivados (mil

barris/dia) tanto para o mercado interno quanto ao externo superam as importações realizadas

pelo segmento de refino, transporte e abastecimento (RMF 2009 – 13/11/2009). Conjuntamente,

todos esses fatores fazem com que o aumento no preço internacional do petróleo tenha um efeito

positivo no resultado da Petrobrás.

Entre diversos modelos que precificam o valor de uma ação, há o modelo de dividendos

descontados, o qual, segundo Damodaran (1999, p.239) “o valor da ação é o valor presente dos

dividendos que se espera que ela gere”. Gonçalves e Godoy (2007, p.2) ressaltam o poder

explicativo dos dividendos futuros para avaliação das empresas e salientam que estes últimos são

apresentados pela literatura científica como um dos principais métodos para avaliar o valor de

mercado das empresas. Dessa forma, tudo o mais permanecendo constante, acredita-se que

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aumentos nos preços do petróleo elevem os lucros da Petrobrás e consequentemente influenciem

os dividendos, que por sua vez modificam o valor das ações da empresa.

Além destes fatores expostos que relacionam o preço do petróleo com as ações da

Petrobrás, deve-se chamar a atenção para o fato de que alterações no preço internacional do

petróleo modificam o valor do estoque da empresa, que, em contrapartida, afeta o valor do ativo e

consequentemente o valor de mercado da empresa. Por estes motivos, espera-se encontrar uma

relação entre o preço internacional do petróleo e as ações da Petrobrás. De acordo com o Gráfico

1, abaixo explicitado, é possível notar que movimentos do preço das ações preferenciais da

Petrobrás estão relacionados com o preço internacional do barril do petróleo.

Além destas premissas, é importante destacar que agentes financeiros, mais precisamente

participantes de mercados de capitais têm como principal objetivo obter lucros. E visando a

aumentar seu leque de oportunidades e a diversificar seus empreendimentos é que esses agentes

participantes de mercados de capitais de países desenvolvidos migraram também para os

mercados de países em desenvolvimento. Este fato, juntamente com a emissão de ações de

empresas nacionais em mercados internacionais, DRs - depositary receipts contribuiu para um

maior fluxo de capital e informação entre os países envolvidos como também para um maior

nível de transparência e de governança corporativa das empresas envolvidas.

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Gráfico 1: Petrobrás x CL light sweet crude oil (WTI) – Dados mensais: 01/1995 a 02/2010

Fonte: Elaboração própria

Maior número de participantes e maior transparência das demonstrações financeiras das

empresas têm contribuído para que o fluxo informacional flua de forma mais rápida e eficiente

entre os agentes, a ponto de os ativos financeiros convergirem de forma mais rápida para seu

preço de equilíbrio.

Neste sentido, foi que os avanços tecnológicos ocorridos em meados do século XX,

principalmente nos meios de comunicação e na informática e a abertura dos mercados por meio

do processo de desregulamentação ocorrido em vários países, em especial nos países emergentes,

facilitaram a comunicação, o fluxo informacional e a intensificação do fluxo financeiro entre os

agentes situados em diferentes países, favorecendo, desta forma, a integração e a correlação entre

os mercados de capitais.

Assim, nos dias atuais, em questão de segundos, dados são disponibilizados on-line na

Internet para qualquer avaliação. Mediante esse mecanismo de comunicação, é possível

transacionar, em pouco tempo, ações e commodities por todo o mundo.

Se, por um lado, a tecnologia facilitou o fluxo informacional e, consequentemente, a

integração e eficiência dos mercados, por outro lado contribuiu para a instabilidade e volatilidade

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dos mercados de capitais. Pereira (2002) salienta que com a evolução nos meios de comunicação,

os mecanismos de movimento de interdependência dos preços das ações nos mercados tornaram-

se mais acentuados. Arshanapalli e Doukas (1992) apud PEREIRA (2002) estimaram em sua

pesquisa elevados graus de correlações internacionais no Crash de outubro de 1982, em que se

verificou a quebra no sistema financeiro mexicano, que induziu um efeito em cadeia em toda a

América Latina, principalmente no Brasil e na Argentina. Pereira (2002) destaca ainda que “a

década de 1990 foi marcada por crises financeiras significativas que alteraram a direção e o co-

movimento dos índices dos preços das bolsas de valores dos países emergentes, registrando

efeitos contágios que são transmitidos entre as demais bolsas dos países latino-americanos”.

Pesquisas demonstraram que uma maior globalização, quer seja por uma economia mais

aberta, um nível menor de tarifação ou uma maior comercialização ou tramitação de serviços e

produtos entre os países membros, favorece a integração de mercados entre os países envolvidos.

Neste sentido foi que Leal e Silva (1998) analisaram o comportamento dos mercados acionários

argentino e brasileiro antes e depois da criação do MERCOSUL. Os autores verificaram que

antes do Mercosul os países estavam segmentados, não mantendo qualquer relação com os

fatores globais utilizados. Já, no período posterior à criação do MERCOSUL, foram encontradas

evidências de que os mercados brasileiro e argentino estavam mais integrados entre si.

Bekaert e Harvey (2000), ao analisarem a inserção de um país na economia global, em

decorrência da liberalização dos mercados emergentes, verificaram o aumento da volatilidade do

mercado acionário.

Groppô, Amaral e Bertucci (2001) salientam que a globalização e a internacionalização

do capital conduzem cada vez mais à integração dos mercados; contudo, à medida que os

mercados se tornam mais integrados, mais eles tendem a se mover em conjunto. Logo, menores

serão os benefícios advindos dos investimentos em nível internacional. Portanto, o avanço

tecnológico e a consequente troca de informações juntamente com a globalização resultaram em

maior integração entre os diferentes mercados mundiais.

De acordo com Nunes (2002, p.14), há três classificações quanto à integração ou à

segmentação entre os mercados de capitais, que são: mercados completamente integrados,

completamente segmentados ou parcialmente integrados ou segmentados.

Harvey (1995), Bekaert, Harvey e Lumsdaine (1998) apud NUNES (2002, p. 19 e 20)

salientam que dois mercados são tidos como completamente integrados quando dois ativos na

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mesma classe de risco têm os mesmos retornos esperados. Por outro lado, o inverso de integração

é a segmentação. Mercado completamente segmentado implica que apenas fatores nacionais

afetam os preços das ações. Segundo Nunes (2002, p.20), “as imperfeições mais comuns de um

mercado segmentado são: barreiras de informações, custos de transação, risco cambial, pequena

escala do mercado, risco político e barreiras reguladoras”.

De acordo com Kim e Singal (1996) apud NUNES (2002, p.20), quando mercados se

movimentam no sentido de reduzir tais barreiras, permitem que os mercados se movam de um

regime de segmentação para um regime de integração, o que pode impactar a expectativa de

retorno, volatilidade e correlação com os fatores mundiais importantes para a análise do risco e

construção de portfólio. Assim, quanto mais integrados forem os mercados, mais eles tendem a se

mover conjuntamente, quando da ocorrência de um fato relevante. Neste sentido, Gilmore e

McManus (2002) apud NUNES (2002) observaram, em seus estudos empíricos, que há um

incremento significativo na correlação entre os mercados de capitais dada a maior integração do

mercado global. Tal entendimento pode ser direcionado também para o mercado de commodities

e o acionário. Assim, um evento de grande importância ou mesmo um fato relevante, se mercados

de países distintos estão integrados, poderia ocasionar em efeitos semelhantes tanto para a

commodity quanto no preço da ação da empresa que comercializa esta commodity, pois ambos

fariam parte de um grupo de ativos de mesmo risco.

De acordo com Fama (1970), a HME é aquela cujos preços das ações refletem

completamente as informações disponíveis. Fama (1970) classifica a eficiência de mercado em

três tipos distintos de eficiência: a forma fraca, que reflete a informação de preços passados, a

forma semiforte, que reflete além dos preços passados as informações publicamente disponíveis,

e a forma forte na qual são consideradas todas as informações, inclusive as privilegiadas. Além

do mais, segundo a HME, os preços das ações são imprevisíveis, uma vez que estas se

comportam como um passeio aleatório, não sendo possível a realização de arbitragem. Apesar de

Fama (1970) ter tratado apenas do mercado acionário, tal entendimento pode ser estendido para o

mercado de commodity, mais especificamente o mercado de petróleo. Desta forma, tanto o preço

das ações quanto o preço do petróleo devem refletir as informações disponíveis e se comportarem

como um passeio aleatório. Neste sentido, Huang et al (1996, p.1) ressaltam que se o mercado

futuro do petróleo e o mercado acionário forem eficientes, o preço do petróleo futuro e os preços

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das ações serão contemporâneamente correlacionados, visto que cada mercado reage rapidamente

aos choques de informação, conforme as expectativas dos investidores forem capitalizadas.

No entanto, mercados de capitais de diferentes países têm distinto grau de

desenvolvimento, que pode ocasionar a assimetria de informação, onde a informação não será

refletida pelo menos de forma imediata no preço das ações. Assim, a velocidade da reação para

dada informação em mercados desenvolvidos pode ser diferente quando comparada a mercados

ainda em desenvolvimento. Tal fato pode ser constatado pela diferença de volume negociado

entre os mercados, o grau de concentração das ações negociadas e a existência de mecanismos de

proteção ao acionista minoritário. Então, pelo motivo de existirem mercados mais desenvolvidos

que outros, pode acontecer de estes mercados incorporarem o efeito da informação em seus

preços de forma mais eficiente.

Além do mais, existe a possibilidade de diferentes mercados como, por exemplo, o

mercado acionário e o mercado de commodities (petróleo) terem distintos usuários que podem

afetar a velocidade da absorção da informação em cada mercado. Desta forma, movimentos de

preços de ativos de mercados com diferentes usuários ou mesmo de um mercado mais

desenvolvido, como o mercado norte-americano, podem preceder os movimentos de preços de

um mercado menos desenvolvido, como o Brasil, caso estes estejam parcialmente integrados.

Este seria o efeito lead-lag, que, ao considerar os movimentos de preços de dois ativos,

existe um que lidera - lead e o outro que o segue com certa defasagem de tempo - lag.

Assim, acredita-se haver uma relação de curto prazo entre o preço internacional do

petróleo e o valor das ações preferenciais da Petrobrás.

Caso seja verificado o efeito lead-lag entre os ativos, poderia haver uma quebra nos

pressupostos da HME, uma vez que os preços poderiam ser previstos com certo nível de

confiança, e obter retornos anormais. Entrementes, se os custos transacionais forem altos o

suficiente, que impeçam ganhos anormais, não há de se cogitar em violação dos pressupostos da

HME (JENSEN, 1978; FAMA, 1991).

Diante de todo o exposto e considerando as premissas apresentadas, o objetivo geral da

pesquisa é verificar se existe uma relação entre o preço internacional do petróleo negociado na

bolsa de Nova Iorque e o valor da ação de uma empresa do ramo de atividade petróleo e gás

negociado na bolsa de valores de São Paulo – Bovespa - representada pela ação preferencial da

Petrobrás, maior empresa do setor no Brasil.

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Assim, pretende-se com esta pesquisa responder a seguinte pergunta: “Há relação entre o

preço internacional do barril do petróleo e o preço das ações preferenciais da Petrobrás negociado

na bolsa de valores de São Paulo?”

1.2 Objetivos

Neste item serão expostos o objetivo geral, as hipóteses da pesquisa e os objetivos

específicos do presente trabalho.

1.2.1 Objetivo Geral

Verificar se existe relação entre o preço internacional do barril do petróleo e o preço da

ação preferencial da Petrobrás. Assim, o objetivo geral se divide em duas hipóteses de pesquisa,

quais sejam:

a) H1: Existe relação contemporânea entre o preço internacional do petróleo e o preço da

ação da Petrobrás;

b) H2: Existe efeito lead-lag entre o preço internacional do petróleo e o preço da ação da

Petrobrás.

1.2.2 Objetivos Específicos

Para a consecução do objetivo geral e das duas hipóteses de pesquisa, foram considerados

os seguintes objetivos específicos:

1) Especificar um modelo econométrico consistente com as hipóteses de pesquisa;

2) Definir a amostra e coletar dados para as variáveis do modelo definido no item 1;

3) Validar o modelo estatística e economicamente;

4) Verificar se há ou não relação entre as variáveis dependentes e explanatória.

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Quando da consecução da H2, pretende-se também:

5) Ajustar os dados intradiários com frequência de dez minutos contemporaneamente;

6) Determinar a causalidade entre o preço internacional do petróleo e o preço das

ações da Petrobrás;

7) Determinar as defasagens temporais - lags entre os movimentos do preço do

petróleo e os preços das ações da Petrobrás;

8) Verificar a existência do efeito lead-lag;

9) Averiguar a possibilidade de auferir retornos anormais em decorrência do efeito

lead-lag.

1.3 Justificativa e Relevância

O mercado de petróleo é um dos mercados de commodities que possui maior liquidez, o

que contribui para os estudos da eficiência de mercado, e é uma das matérias–primas mais

importantes da atual conjuntura econômica do mundo moderno.

Assim é que o petróleo foi acolhido como a commodity a ser pesquisada no estudo ora em

questão e o impacto das oscilações de seus preços em uma empresa que comercialize esta

commodity foi o objeto da presente pesquisa.

Tendo em vista os relatórios de analistas que cobrem a Petrobrás, é importante averiguar

estatística e empiricamente através de modelos econométricos, se variações no preço do petróleo

e, consequentemente, no resultado da empresa são repassados para o preço das ações da

Petrobrás, conforme prediz o modelo de dividendos descontados.

Além do mais, a falta de estudos que tratam da HME sob o foco do mercado de petróleo e

o mercado acionário, mais especificamente, o preço das ações da Petrobrás foi um dos principais

incentivos do presente trabalho.

Concomitantemente a esta conjectura, a integração entre os mercados de capitais e as

diferenças existentes entre os mercados desenvolvidos e os em desenvolvimento, representados

neste estudo pelo mercado de petróleo norte-americano e pelas ações da Petrobrás negociadas no

mercado acionário brasileiro, pode ocasionar em incorporação de forma desigual das informações

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relevantes nos preços da commodity e da ação. Assim, o preço internacional do petróleo poderia

preceder os movimentos de preços das ações da Petrobrás.

Portanto, tendo em vista a ausência de estudos na área de mercado de petróleo e do

mercado acionário e pelos demais motivos expostos acima, é que se torna relevante constatar se

existe uma relação contemporânea e um efeito lead-lag entre o mercado de petróleo e as ações

preferenciais da Petrobrás.

1.4 Delimitações do Estudo

De acordo com Souza (2006), o preço dos diferentes tipos de petróleo no mundo é

baseado, ou mesmo tido, como referência pelos seguintes tipos: Brent, West Texas Intermediate -

WTI e Dubai. O WTI reflete o preço dos barris de petróleo entregues em Oklahoma, nos Estados

Unidos da América, e serve de referência para os mercados de derivados norte-americano. O

Brent é produzido no Mar do Norte e representa o preço do óleo comercializado no Reino Unido.

O Dubai, segundo Souza (2006), é entre os três o de menor produção. De acordo com Hagstromer

e Wlazlowski (2007) apud NASCIMENTO (2009, p. 41), o volume de produção do Dubai é

pouco representativo de um total produzido no Golfo Pérsico; portanto, seu preço não poderia ser

utilizado como uma boa proxy.

Percebe-se pelo Gráfico 2, exposto abaixo, que o comportamento do preço do WTI e do

Brent são semelhantes e que, ao longo do tempo, não houve, a priori, nenhuma quebra estrutural

de um em relação ao outro. Portanto, a variação do petróleo tipo WTI é semelhante à variação do

petróleo tipo Brent. No entanto, foi acolhido para a presente pesquisa o petróleo tipo WTI pelo

fato de grande parte de analistas que cobrem a Petrobrás utilizar o WTI em suas referências e

análises.

Foi escolhida a empresa Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobrás - como proxy de empresa do

ramo de atividade petróleo e gás, pelo fato de a mesma ser a maior empresa brasileira de capital

aberto do respectivo setor e ser a empresa brasileira que mais comercializa a respectiva

commodity.

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Gráfico 2: Brent x WTI – Dados diários

Fonte: EIA

Os dados foram obtidos pelo sistema eletrônico CMA e para constatação da H1 serão

usados valores mensais das variáveis dos índices supracitados e das variáveis preço internacional

do petróleo - CL light sweet crude oil (WTI) - e das ações preferenciais da Petrobrás – PETR4, no

período compreendido entre 1995 e 2009.

É importante ressaltar que quando da averiguação da H2 foram utilizados dados de alta

frequência e que serão considerados apenas períodos em que ambos os mercados (acionário e

commodities) estiverem em funcionamento concomitantemente. Pelo fato de serem utilizados

dados intradiários de ativos localizados em diferentes países, será necessário ajustar os dados,

devido a diferentes fusos-horários dos respectivos mercados, para que eles sejam analisados e

utilizados de forma contemporânea.

De acordo com Bekiros e Diks (2008, p.2675), os preços a vista e futuro de determinada

commodity refletem o valor do mesmo ativo e se considerar a possibilidade de arbitragem

instantânea, não deveria o futuro liderar ou ser liderado nem ser conduzido pelo preço à vista. No

entanto, a maioria dos estudos revela que o futuro influencia o preço à vista. A racionalização

desse resultado deve-se ao fato de que os preços futuros respondem mais rapidamente a uma nova

informação, devido a custos de transações mais baixos e à flexibilidade de vendas a descoberto,

além do que transações no mercado futuro podem ser implementadas imediatamente por

especuladores sem real interesse na commodity e por investidores que têm interesse na

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commodity, porém têm restrições quanto o armazenamento (BEKIROS e DIKS, 2008). Assim,

foram utilizados na presente pesquisa o preço futuro do petróleo WTI, negociado no CMEgroup,

em Nova Iorque.

1.5 Estrutura do Trabalho

A presente dissertação foi estruturada em cinco capítulos:

O primeiro capítulo trata da introdução ao tema, onde são apresentados a contextualização

do tema e o problema de pesquisa, a definição dos objetivos geral e específicos, a justificativa e

relevância da pesquisa, a delimitação da pesquisa e a estrutura do trabalho.

O segundo capítulo apresenta o referencial teórico com a revisão bibliográfica sobre o

tema estudado. O referencial teórico foi dividido em sete seções: Globalização financeira,

petróleo, integração e segmentação de mercados, hipótese de mercado eficiente, papel da

informação e da evidenciação contábil, arbitragem e estudos empíricos.

O terceiro capítulo aborda a definição da metodologia de pesquisa utilizada, a definição

da amostra, a coleta dos dados, o tratamento dedicado aos mesmos e as variáveis, a construção

dos modelos econométricos e os custos transacionais.

O quarto capítulo traz os resultados da aplicação dos modelos econométricos das séries

temporais financeiras e os resultados dos custos transacionais.

O quinto capítulo apresenta as conclusões.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

O presente capítulo foi dividido em sete partes, nas quais foram apresentados os principais

conceitos, estudos e trabalhos relacionados a esta dissertação. Assim, no primeiro subitem será

apresentado o conceito de globalização financeira; posteriormente, será exposta a importância do

petróleo; no terceiro tópico, será apresentada a integração e segmentação de mercados; e, em

seguida, a hipótese do mercado eficiente. Nos tópicos posteriores, serão evidenciados o papel da

informação contábil, a arbitragem e as pesquisas relacionadas com o presente tema.

2.1 Globalização Financeira

Lacerda (2004, p. 8) descreve globalização como “significativa expansão do comércio

internacional e dos fluxos de capitais, tudo isso concomitante ao excepcional avanço tecnológico,

especialmente o advento da telemática, ocorrido com maior intensidade a partir de meados dos

anos 1980”.

Para Savóia (1996) apud BRUNI (2002, p. 2) globalização, ipisis verbis:

(...) é um fenômeno recente, iniciado na década de oitenta, configurando-se como uma

etapa posterior à internacionalização da economia, onde ocorre a integração da

produção de bens, serviços e dos fluxos de capital a nível mundial, gerando

interdependência entre as organizações e os países.

Com o surgimento da globalização, as empresas necessitaram de capital para efetuar

novos investimentos e fazer frente à concorrência externa. Nesse sentido, é que o mercado

financeiro tem suprido essa carência, principalmente por empresas situadas em mercados com

possibilidades restritas de captação de recursos.

Então, países com mercados financeiros pouco desenvolvidos ou países com carência de

fontes de financiamento de longo prazo no mercado de capitais, segundo Camargos et al (2003, p.

51), têm levado um número cada vez maior de empresas a emitir depositary receipts - DR’s,

visando a obter, entre outros fatores, captação de recursos a taxas menores que os praticados nos

mercados domésticos. Consequentemente, o aumento de empresas com títulos negociados no

exterior tem direcionado à maior integração entre os mercados envolvidos.

Contudo, foi a partir do final da 2ª Guerra Mundial que se iniciou o processo de

globalização dos mercados financeiros, com impacto, em um primeiro momento, nos países

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desenvolvidos. A globalização financeira refere-se à maior integração dos mercados internos

associados com a tecnologia inovadora e a desregulamentação ocorrida no período pós-guerra,

manifestada pelo aumento crescente de capital entre as fronteiras nacionais (COHEN, 1996).

A desregulamentação, iniciada pelos países desenvolvidos, mais especificamente pelos

Estados Unidos e pela Inglaterra, visava a atrair investimentos e a criar um mercado financeiro

internacional (HELLEINER, 1994).

Lacerda (2004, p. 5) destaca que um dos fatores que explica o dinamismo do fluxo

financeiro é o recurso sofisticado da telemática, que “encurtou” os mercados e propiciou a

interconexão dos mercados financeiros.

Da mesma forma que os avanços tecnológicos facilitaram o processo de difusão da

informação e conseqüentemente contribuíram para integração dos mercados e sua eficiência, os

avanços tecnológicos facilitaram a obtenção de ganhos por parte dos arbitradores quando do

processo de formação dos preços de equilíbrio. Assim, Bruni e Fama (1998, p. 75) destacam que

a arbitragem conduz ao equilíbrio dos preços, pois, ao comprar um produto por um preço menor e

vendê-lo por um preço maior, é exercida pressão sobre a oferta e a demanda a ponto de chegar ao

preço de equilíbrio.

De acordo com Neto (2004, p. 19), além da automação e inovações financeiras, o

crescimento e a concentração dos capitais controlados pelos investidores institucionais, assim

como suas estratégias de diversificação, têm determinado o expressivo crescimento dos fluxos

internacionais de capitais em geral.

Neto (2004, p. 16) destaca que “a globalização financeira é entendida como um produto

do desenvolvimento tecnológico e da liberalização no sistema financeiro internacional e veio a

influenciar a economia brasileira a partir do início da década de noventa”.

O avanço tecnológico da informação e da comunicação, a partir da década de 1980

(oitenta), provocou o fortalecimento e impactos sobre o setor financeiro. Apesar das barreiras

existentes à integração das comunicações, do ponto de vista tecnológico, os avanços contribuíram

para uma comunicação mais rápida e barata, facilitando o acesso à informação e à integração dos

mercados financeiros. Assim, a integração entre os mercados ou mesmo a globalização financeira

pode ser compreendida pelo crescimento exponencial dos fluxos de capitais transfronteiriços,

causado pela liberalização financeira ocorrida em vários países simultaneamente.

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Nesse sentido, Gonçalves (1996, p. 134) e Zini, Jr. (1996, p. 110 apud BRUNI, 2002, p. 5)

salientam que a globalização financeira foi impulsionada pela maior integração entre os sistemas

financeiros nacionais, que se verifica pelo crescimento de fluxo de capitais, tanto para os países

desenvolvidos, quanto para os em desenvolvimento, pela desregulamentação financeira, ou seja,

pela desregulamentação das barreiras à intermediação com haveres não bancários (ações,

debêntures, derivativos) dos anos oitenta e pelos progressos nas telecomunicações e na

informática.

O avanço tecnológico permitiu que qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, desde

que tenha acesso à internet, possa negociar ações nas bolsas de valores. Tal negociação se tornou

possível graças ao Home Broker, que é um “instrumento que permite a negociação de ações via

internet” (BMF&BOVESPA, 2010).

Então, as diferenças existentes entre as oportunidades e os produtos oferecidos pelos

mercados internos tenderam a diminuir, chegando a certo nível de homogeneização dos mercados

em questão. Para Bruni (2002, p.19), ipisis literis:

(...) mercados financeiramente globalizados caracterizam-se pela presença de um maior

número de participantes, com melhor acesso às informações relevantes. Assim, espera-

se que a globalização financeira contribua para um processo mais coerente de formação

de preços e retornos, com uma elevação do nível de eficiência informacional destes

mercados.

Portanto, percebe-se que a globalização financeira corrobora para a integração de

mercados e esta, por sua vez, para a maior rapidez nos fluxos das informações relevantes, que,

consequentemente, influencia na formação dos preços de equilíbrio dos títulos negociados nos

mercados de capitais dos países envolvidos.

Costa Junior e Leal (1997), ao examinarem o efeito de medidas econômicas de integração

entre Argentina e Brasil (MERCOSUL) sobre os respectivos mercados acionários, concluíram

que houve grande aumento no inter-relacionamento entre os mercados, principalmente a partir de

1994, ou seja, três anos após a assinatura do Tratado de Assunção.

Por outro lado, a alta do preço do petróleo afeta as economias como um todo, pois diversos

produtos e serviços são dependentes do mesmo. Assim, entre outras consequências, a alta do

preço do petróleo faz aumentar o nível de inflação, tanto pela elevação dos preços das

mercadorias quanto pelo custo dos transportes das mesmas.

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Esse fenômeno acaba por corroer pela base os próprios fundamentos da globalização

mercantil e industrial podendo ocasionar a diminuição ou mesmo no fim da integração dos

mercados de capitais dos países envolvidos.

Assim, com a alta do combustível, empresas multinacionais reavaliam as vantagens de

fabricação de produtos em países distantes do mercado consumidor. Isto, contudo, não significa o

fim da globalização, mas a adaptação dos países a uma nova conjuntura econômica.

Por este motivo, é que serão aprofundados nos próximos tópicos desse capítulo, a

importância do petróleo, o conceito de integração e segmentação de mercados e a hipótese da

eficiência de mercados.

2.2 Petróleo

O petróleo é formado em uma escala de tempo muito longa para os padrões humanos. No

entanto, sua origem vem de algo extremamente pequeno, os depósitos orgânicos nos fundos dos

mares. Conhecidos como plânctons, as carapaças desses organismos são depositados no fundo do

oceano. Com o passar dos anos, essas carapaças se amontoam e, conforme esse substrato vai

sendo enterrado em regiões profundas, a pressão cresce e transforma o material em uma espécie

de rocha. Essa rocha, com o passar dos anos, se aquece e transforma-se em uma argila xistosa

rica em hidrocarbonetos, que cozinhado por milhares de anos quebram e se transformam em um

material conhecido mundialmente como petroleum. Este termo, proveniente da junção das

palavras em latim Petrus e Oleum, significa óleo da pedra (SHAH, 2007).

De acordo com Yergin (1992, p. 8), há séculos, antes mesmo da utilização do petróleo

como fonte de energia pelas indústrias, o óleo cru já era usado por determinadas sociedades.

Alguns povos antigos como os egípcios, babilônios, gregos e romanos utilizavam o petróleo para

diversos fins, entre eles a pavimentação de vias e o uso bélico. No entanto, a extração do

respectivo material não requeria esforço, visto que extravasava pelo solo.

Descoberto como excelente fonte de energia, o petróleo possibilitou mudanças

significativas na vida em sociedade. Os vastos usos do petróleo e de seus derivados permitiram

não só um salto de qualidade de vida dos seres humanos como também tornou os países

industrializados extremamente dependentes dele.

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Shah (2007, p.29) destaca que o petróleo, até então, por meio do querosene, era

essencialmente usado para iluminação e aquecimento de casas, em substituição do óleo de baleia.

Williamson et al (1966, p. 383-385) ressaltam que, apesar da queda acentuada do mercado de

querosene a partir dos anos de 1880 influenciado em parte pelo uso da iluminação elétrica, houve

uma crescente demanda por outros derivados de petróleo, como a gasolina, que acabou

superando a energia derivada do carvão. O petróleo é atualmente o principal responsável pela

geração de energia mundial. Em 2006, segundo a EIA, o petróleo correspondeu a 33% da geração

de energia.

Rego e Marques (2006, p. 86) sublinham que, no Brasil, a história do petróleo teve como

mola impulsionadora a nascente indústria pesada, no início de 1950, com a tentativa do

presidente Getúlio Vargas de criar as bases dessa indústria. Estas bases se materializaram

mediante a criação das estatais como o Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobrás, Companhia

Siderúrgica Nacional e a Companhia Vale do Rio Doce.

2.2.1 A Importância do Petróleo

Nesse tópico serão delineados a origem industrial do petróleo e o petróleo no cenário

mundial.

2.2.1.1 A Origem Industrial do Petróleo

A importância do petróleo como fonte ativa de energia industrial teve origem nos Estados

Unidos, mais especificamente no estado da Pensilvânia com o primeiro poço moderno e

comercial, perfurado em 1859, pertencente à Pennsylvania Rock Oil Company. (OPEC, 1983).

A produção de petróleo nos Estados Unidos cresceu vertiginosamente a partir deste seu

primeiro poço comercial. De acordo com Schurr e Netschert (1960, p. 86), a produção expandiu-

se em mais de dez vezes nos dez primeiros anos de existência, saindo de 500 mil barris por ano,

em 1860, para 5.261.000 barris, em 1870.

Nos primeiros anos pós 1860, o preço do barril, na economia norte-americana, era

extremamente volátil. De acordo com Schurr e Netschert (1960, p. 85), o preço do barril do

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petróleo, em janeiro de 1860, era de US$ 19,25 e, em 1862, do mesmo mês US$0,10, elevando-

se, posteriormente, ao patamar de US$11,00 em dezembro de 1864.

Schurr e Netschert (1960, p. 91) destacam que:

O uso do óleo cru como combustível sem o refino foi mais extensivo durante o início da

história industrial do petróleo do que usualmente percebido. Mas o uso do óleo cru,

como um todo, tem sido mínimo e continuamente decrescente em importância

comparado ao papel dos produtos refinados. (tradução do próprio autor).

O refino do petróleo tem como objetivo a separação das cadeias de carbono e,

consequentemente, a geração de produtos diferentes como gasolina, querosene, óleos

lubrificantes, gás, diesel, betume, cera e outros (OPEP, 1983).

Em um primeiro momento, a produção de petróleo foi estimulada pelas demandas

crescentes de querosene para a iluminação e de óleos lubrificantes. Posteriormente, sua demanda

foi estimulada por combustíveis como gasolina e diesel.

O cenário de relativa abundância de petróleo para os norte-americanos começou a mudar

depois da segunda guerra mundial. Devido às altíssimas demandas pelo óleo, em função da

segunda guerra mundial, as jazidas americanas se esgotaram forçando os americanos a prospectar

(buscar) petróleo em outros países. Antes da guerra, o carvão era responsável por mais da metade

da geração de energia no EUA e, em 1955, respondia por menos de um terço. (SHAH, 2007).

A então política de assegurar quantidades cada vez maiores pelo ouro negro deu ao

mundo uma nova dinâmica. Pois, gradativamente, o petróleo assumia não só o principal gerador

de energia para o mundo, mas também a principal matéria-prima em quase todas as outras.

indústrias.

2.2.1.2 O Petróleo no Mundo

A economia mundial depende fundamentalmente de energia para se movimentar. Em

todos os setores da economia a energia se torna vital: nas indústrias permite aos maquinários

funcionarem, nas residências permite o funcionamento dos eletrodomésticos e, nos transportes,

permite que os indivíduos se locomovam.

É possível dividir as fontes de energia em duas categorias: as renováveis e as não

renováveis. As renováveis podem ser facilmente reabastecidas, como a energia solar, eólica,

hidráulica e biomassa (etanol, madeira, biodiesel entre outros). As energias não renováveis são

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aquelas cuja reutilização ou recriação não são possíveis, como: o petróleo, o carvão mineral, o

gás natural e a nuclear.

Nos Estados Unidos, as energias renováveis representam apenas 7% do total consumido,

enquanto as energias não renováveis fornecem os 93% do consumo restante, incluído entre eles,

como os principais, o petróleo, o carvão e o gás natural, com 37%, 23% e 24%, respectivamente.

Nesse sentido, o petróleo exerce um papel fundamental no fornecimento de energia e matéria-

prima para o crescimento dos diversos setores da economia.

De acordo com o gráfico 3, o consumo mundial cresceu acentuadamente nos últimos

anos.

Gráfico 3: Consumo Mundial de Petróleo do período de 1980 a 2007 (quadrilhões de btu/ano)

Fonte: Adaptado da EIA

Entre as fontes de energia, o petróleo é um dos principais geradores, seguido do carvão e

do gás natural. Atualmente, o óleo cru é responsável por gerar energia em uma escala mundial

que correspondeu, em 2006, a 33% da produção mundial. Devido à sua importância na geração

de energia para a indústria como fonte de matéria-prima, os países que possuem altas reservas de

petróleo detêm grandes vantagens competitivas.

Desde o início de sua utilização industrial, o petróleo, como pode ser visto no gráfico 4,

cresceu fortemente como provedor de energia e se mantém ao longo dos anos como a principal

fonte de energia.

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Gráfico 4: Evolução mundial da produção de energia por diferentes fontes energéticas

Fonte: Adaptado EIA

Entre os anos de 1950 e meados dos anos de 1970, houve um forte crescimento na

demanda por energia. A demanda internacional de energia crescia em torno de 5 a 6 por cento.

(OPEC, 1983, p.37).

Em meio a esse período, surge, em 1960, um novo personagem no cenário mundial, a

Organization of the Petroleum Exporting Countries - OPEC. O cartel da OPEC foi criado

essencialmente para fazer frente à antiga ordem, em que apenas sete empresas2 detinham juntas

boas partes do comércio internacional.

Após sua criação, os países participantes expulsaram as companhias ocidentais e

estatizaram as empresas privadas para extrair petróleo das suas jazidas. Os grandes exploradores,

afastados das grandes jazidas de fácil acesso e de produção barata, tiveram que procurar outras

fontes em locais mais politicamente seguros.

Atualmente, a OPEC, detém cerca de 80%3 das reservas internacionais de petróleo de boa

qualidade. São membros da organização: Argélia, Equador, Gabão, Indonésia, República

Islâmica do Iran, Iraque, Kuwait, Nigéria, Qatar, Líbia, Arábia Saudita, Emirados Árabes e

Venezuela.

2 BP, Exxon, Gulf, Mobil, Royal Dutch/Shell, Standard Oil of California e Texaco

3 OPEC, Annual Statistical Bulletin 2008

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2.3 Integração e Segmentação de Mercados de Capitais

O presente tema foi mais aprofundado e recebeu maior destaque nas literaturas

acadêmicas financeiras após a intensificação do processo de globalização dos mercados

financeiros.

Assim, Groppo et al (2001) salientam que a globalização e a internacionalização do

capital levam à integração dos mercados e quanto mais integrados forem os mercados, mais eles

tenderão a mover-se em conjunto. Da mesma forma, Costa Junior e Leal (1997), ao estudarem a

integração dos mercados latino-americanos, verificaram que as informações fluem de forma mais

rápida entre mercados de capitais integrados.

No entanto, antes de conceituar integração e segmentação de mercados, faz-se importante

definir o conceito de interdependência de mercados, uma vez que mercados interdependentes não

necessariamente são mercados integrados.

De acordo com Pimenta Junior (1999 apud BRUNI, 2002, p. 36) “o conceito de

interdependência de mercados pode ser apresentado através da eventual ligação informacional

entre mercados”.

Assim, Bruni (2002, p. 36) salienta que eventos ou notícias relevantes de fatos

econômicos ou financeiros sobre determinado país podem levar investidores a modificarem suas

posições acionárias em outros países.

Existem vários estudos que retratam a presença de elos entre mercados acionários de

diversos países, que podem ser verificados por meio da correlação entre esses mercados. Porém, a

constatação de elos não implica que os mercados acionários dos países sejam integrados, uma vez

que integração de mercados de capitais é um conceito mais restrito, que, segundo Costa Junior e

Leal (1997, p.82), devem ser verificados por intermédio de modelos de apreçamento de ativos.

Fabozzi e Modigliani (1996) salientam que a classificação entre mercados pode variar de

plenamente integrado a plenamente segmentado. Rodrigues, E. L. (1999, p. 22) define o conceito

de segmentação e integração de mercados de capitais da seguinte forma, ipisis letteris:

O conceito de segmentação, quando aplicado aos mercados de capitais de diferentes

países, pode ser definido como o isolamento de dois mercados decorrente de

barreiras explícitas ou não ao fluxo de capitais, ou de impedimentos ao fluxo de

informações relevantes pertinentes aos ativos transacionados nos dois mercados.

Como exemplo de barreiras explícitas, é possível mencionar impedimentos legais ao

investimento, custos de transação diferenciados, padrões contábeis diferentes e

restrições ao câmbio. Como exemplo de barreiras não explícitas, é possível citar as

diferenças de idioma e práticas negociais dos dois mercados. O conceito complementar

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ao de segmentação de mercados seria a integração, ocasião em que tais barreiras são

reduzidas ou eliminadas. No caso do objeto deste trabalho, a dupla listagem contribuiria

a priori na direção de reduzir barreiras, isto é, aumentaria o grau de integração do

mercado brasileiro com o mercado onde ocorresse a listagem.

Para Rodrigues (1999), países emergentes têm um maior número de barreiras diretas e

indiretas que os separam dos países desenvolvidos. Essas barreiras ao investimento estrangeiro

assumem diversas formas, conforme destacado acima. Salienta-se que essas barreiras estão

presentes em maior ou menor grau tanto nos mercados emergentes quanto nos mercados

desenvolvidos.

Então, em mercados de capitais plenamente integrados não há qualquer impedimento para

investimento de recursos em distintos mercados de capitais.

Assim, o retorno esperado para títulos com mesmo risco e negociados em mercados

diferentes, mas integrados, são iguais após os ajustes de impostos e a taxa de câmbio. Portanto,

pode-se inferir que, em mercados de capitais plenamente integrados, não existe possibilidade de

arbitragem.

De acordo com Harvey (1995 apud COSTA JUNIOR e LEAL,1998, p. 88) “quando dois

mercados estão integrados, dois ativos na mesma classe de risco deverão ter os mesmos retornos

esperados”.

Entrementes, Rodrigues (1999) destaca que em situações que há diferenças entre os

horários de funcionamento dos mercados de capitais surgem oportunidades de exploração de

assimetrias informacionais entre os dois mercados.

Já nos mercados plenamente segmentados, o investidor de um país não teria o direito de

investir no mercado de capital de nenhum outro país. Assim, o retorno esperado de um título com

risco comparável a outro transacionado em um país distinto pode ser diferente, mesmo que

ajustado pelos impostos e pela taxa de câmbio.

Segundo Costa Junior e Leal (1998), pesquisas empíricas anteriores, cuja amostra

compreende o período de 1977 a 1992, sugeriram ausência de integração entre os mercados

acionários emergentes, mais especificamente entre o mercado acionário brasileiro e o argentino.

No entanto, com intuito de continuar os estudos passados e verificar se houve integração

entre o mercado argentino e brasileiro a partir dos anos de 1990, Costa Junior e Leal (1998)

realizaram uma pesquisa empírica, que consistiu no teste de dois modelos de apreçamento de

ativos para o mercado acionário na Argentina e no Brasil, no período de 1991 a 1996.

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Os resultados demonstraram que a Argentina continua segmentada em relação aos

grandes mercados internacionais, porém, quanto ao Brasil, parece ter ocorrido uma evolução na

integração dos mercados de capitais dos dois países. Já o Brasil apresentou integração com os

grandes mercados financeiros internacionais e com a Argentina.

Costa Junior e Leal (1998) destacam que esses resultados devem-se, entre outros fatores, à

maior integração comercial entre Argentina e Brasil por meio do MERCOSUL, relevância do

mercado americano para emissão de DR’s por empresas brasileiras, os EUA’s serem o maior

parceiro comercial do Brasil e o Brasil da Argentina.

Portanto, nota-se que evidências de integração encontrada entre os mercados acionários

devem-se à maior interação e comercialização entre os referidos países.

2.4 Hipótese de Mercado Eficiente

Foi em 1970, com base em conceitos inicialmente desenvolvidos por Roberts (1967), que

Fama (1970) escreveu sobre a hipótese do mercado eficiente – HME - que representa um dos

pilares da sustentação da moderna teoria de finanças.

Os estudos de mercado eficiente originaram-se do século XIX, quando do

desenvolvimento dos estudos sobre o comportamento do preço dos títulos.

De acordo com Forti et al (2009, p.47), “datam de 1900 as análises de Louis Bachelier

(BACHELIER, 1900), que investigou a teoria da especulação e descreveu o que se conhece hoje

por random walk hypothesis”.

De acordo com Hendriksen e Breda (1999, p.119), “estudos iniciais do que era conhecido

como teoria do passeio aleatório verificaram que as variações dos preços dos títulos são aleatórias

em relação à informação disponível antes das variações”.

Em relação à hipótese do caminho aleatório, Fama (1970, p.386) afirma que os preços das

ações teriam modificações independentes e essas mudanças teriam distribuição probabilística

idêntica, conforme expressão abaixo:

1,1, tjttj rfrf (1)

Formalmente, o modelo afirma que as distribuições de probabilidade condicional e

marginal da variável aleatória independente são idênticas.

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Assim, o modelo do passeio aleatório salienta que a sequência dos retornos passados não

é de serventia para a avaliação das distribuições de retornos futuros (FAMA, 1970).

Ao complementar seus estudos, Fama (1991) afirmou que os preços seguem

comportamentos aleatórios, não sendo possível que participantes do mercado obtenham lucros

anormais, ou seja, acima da média de mercado em períodos de tempo pré-determinado.

Assim, se os preços seguem um caminho aleatório é de se esperar que suas variações

sejam indeterminadas e imprevisíveis.

Portanto, torna-se impossível que participantes do mercado, utilizando-se de artifícios ou

mecanismos diferenciais, obtenham vantagens financeiras no mercado de capitais antes dos

demais investidores.

Fama (1970, p. 383) salienta que mercado eficiente é aquele em que os preços dos títulos

sempre refletem plenamente toda informação disponível, de modo que, segundo Jensen (1978

apud WATTS e ZIMMERMAN, 1986, p. 17), seja impossível obter lucros econômicos

negociando com base nestas informações disponíveis.

Logo, em determinado instante, o preço da ação representaria um sinal exato da

expectativa do mercado em relação ao valor da empresa, uma vez que as cotações das ações

funcionam como indicadores das expectativas futuras dos investidores em relação à lucratividade

e ao desempenho da entidade, tendo em vista que os agentes utilizam-se dessa informação para a

formação de preços.

Fama (1970, p. 387) salienta que existem condições suficientes, porém não necessárias,

para a obtenção do mercado eficiente, que são: informações disponibilizadas sem custos e de

forma igualitária para todos os participantes; ausência de custos transacionais nas negociações

dos títulos; e expectativas homogêneas dos investidores em relação às implicações das

informações disponíveis sobre os preços atuais e sobre as distribuições futuras de cada título.

Contudo, para que a eficiência de mercado seja alcançada, é necessário que toda

informação disponível se incorpore nos preços dos títulos de forma imediata e sem viés.

Nesse sentido, sempre que surgir uma nova informação, que altere as expectativas dos

investidores, o novo preço de equilíbrio do título deve ser alcançado de forma rápida e adequada.

Portanto, pelo fato de as informações disponíveis serem continuas e dinâmicas, a todo

instante, novas expectativas são formadas, e, consequentemente, novos valores são atribuídos às

ações. Dessa forma, a variação dos preços sinalizaria a sensibilidade do mercado à nova

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informação, indicando que esta é relevante e útil na formação das expectativas e para a tomada

de decisão.

Damodaran (1999, p184) ressalta que as definições de eficiência de mercado devem ser

específicas e claras quanto ao mercado e aos investidores abrangidos, pois é improvável que o

mercado seja eficiente para todos os investidores. Tal fato seria uma consequência direta dos

percentuais de tributação e custos diferenciais de transações, que conferem vantagens a alguns

investidores em detrimento de outros.

De acordo com Fama (1970, p. 383), o mercado é o ambiente onde as empresas poderiam

tomar suas decisões de produção e investimento enquanto os investidores estariam livres para

aplicar nas ações das empresas que melhor lhes interessassem.

Assim, o nível dos preços dos títulos resultaria de uma série de fatores macroeconômicos,

incluindo inflação, taxas de juros, expectativas sobre a economia, fatores microeconômicos,

como o desempenho da empresa, e a própria intenção dos diversos investidores para com os

títulos.

Portanto, a eficiência de mercado faria com que os preços flutuassem até ao ponto em que

o preço de equilíbrio fosse alcançado.

Destaque-se que para ser alcançado, o preço de equilíbrio deve ser resultado de um

mercado competitivo (grande número de investidores que não conseguem influenciar de forma

unitária no preço da ação), no qual a variação dos preços seja função da oferta e da demanda.

Então, o mercado será dito eficiente em relação à informação quando não for possível obter

lucros anormais utilizando-se da mesma para negociar.

Ross, Westerfield e Jaffle (2008, p. 62) destacam que a condição de mercado financeiro

em concorrência perfeita é atingida quando não há custos de transação, ou seja, o acesso aos

mercados financeiros é livre; há informação completa sobre as oportunidades de captação e

realização de empréstimos; e existem muitos participantes no mercado, e nenhum deles é capaz

de exercer impacto significativo sobre os preços de mercado.

Fama (1970, p.384) explica que a HME em que os preços das ações refletem plenamente

as informações disponíveis é tão geral que não tem implicações testáveis empiricamente.

O supracitado autor retrata que para fazer o “modelo” testável, as formações do preço

devem ser especificadas com mais detalhes e para tal deve-se esmiuçar o significado do termo

“reflete plenamente”.

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Assim, sob os estudos de equilíbrio dos preços baseados nos “dois parâmetros” (risco e

retorno) de Sharpe (1964) e Lintner (1965), o mercado equilibrado pode ser definido com base

nos retornos esperados, que pode ser descrita matematicamente pela seguinte equação:

jttjttjt prEpE 11~1~ (2)

Onde:

E = operador de valor esperado;

jtp e 1jtp = os preços da ação da empresa j no tempo t e no tempo subsequente;

1jtr = percentual de retorno de um período t+1;

t = símbolo geral do conjunto de informações disponíveis que são refletidas totalmente

no preço da ação da empresa j no tempo t;

~ = indicador de que 1jtp e 1jtr são variáveis aleatórias no tempo t.

A equação (2) mostra que o valor esperado do preço da ação j em t+1 dado o conjunto de

informação disponível no tempo t é função do retorno esperado da ação da empresa j tendo em

vista as informações disponíveis em t, t , e o preço da ação da empresa j no tempo t.

É importante salientar que, de forma geral, o estudo de mercado de capitais em

contabilidade adota que os mercados precificam as ações com base nas informações disponíveis,

entre as quais se destaca a informação contábil. Desta forma, considera-se que os mercados são

eficientes na forma semiforte, cuja evidência, conforme Watts e Zimmerman (1986, p.19), é

condizente com esta categoria da HME e é normalmente aceita pelos pesquisadores.

Da mesma forma, Hendriksen (1999, p. 119) ressalta que vários estudos de pesquisa têm

apoiado a HME no nível semiforte, que é geralmente aceita nos mercados de títulos dos Estados

Unidos e em outros países.

Tal evidência foi constatada por Forti et al (2009), que, diante de um estudo exploratório

que consistiu em identificar se os trabalhos científicos realizados no mercado acionário brasileiro,

aceitam ou rejeitam a HME. Nessa pesquisa foi constatado que, nos testes da forma semiforte,

todos os trabalhos, ou seja, 100% dos trabalhos aceitam a HME; já nos testes da forma forte,

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100% dos trabalhos rejeitaram a HME, e, nos testes realizados na forma fraca, foi constatado que

metade aceita a HME e a outra metade não.

Fama (1970, p. 383) salienta que o mercado eficiente é classificado de acordo com os

subconjuntos de informações disponíveis, classificação esta que retrata os três níveis de

eficiência, que são: a fraca, a semiforte e a forte.

A forma de eficiência fraca retrata o fato de que nenhum participante do mercado

conseguiria obter retornos extraordinários por meio da análise dos preços passados. As

informações embutidas nos preços passados não são úteis ou relevantes à obtenção de retornos

anormais. Portanto, o mercado incorpora plenamente as informações contidas nos preços

passados dos títulos.

Os testes que visam a identificar essa forma de eficiência têm como objetivo mensurar

quão bem os preços passados predizem os preços futuros. Assim, o mercado terá ineficiência na

forma fraca se forem encontradas correlações dos preços com quaisquer variáveis, ou mesmo

com comportamentos padrões, ao longo do tempo.

Posteriormente, ao complementar e aperfeiçoar seus estudos na área da hipótese do

mercado eficiente, Fama (1991) modificou a nomenclatura de testes de eficiência fraca para teste

de previsibilidade de retornos.

A forma semiforte está entre a forma fraca e a forte. Assim, para que a forma semiforte

seja atendida é necessário que a forma de eficiência fraca seja observada. Os preços devem

refletir não somente o histórico do comportamento dos preços, como também toda informação

disponível, como demonstrações financeiras das empresas, notícias de empresa e comunicados de

fatos relevantes.

Esta forma salienta que os preços dos títulos refletem toda informação publicamente

disponível. Portanto, ela engloba informações a respeito de preços correntes e passados, mas

exclui as informações privadas, que são incorporadas na forma forte.

A forma semiforte vislumbra o fato de que nenhum investidor obteria retornos anormais

baseados em qualquer informação publicamente disponível, pois qualquer nova informação seria

rapidamente incorporada aos preços dos títulos, evitando assim, que participantes obtenham

retornos anormais com base nessas informações.

Para que o mercado seja eficiente na forma semiforte, as novas informações publicamente

disponíveis devem refletir-se nos preços instantaneamente e sem vieses.

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As evidências da forma semiforte são buscadas em testes que procuram averiguar quão

rápido os preços dos títulos refletem o conjunto de informação disponível. Essas informações são

aquelas disponíveis ao público em geral, como: a distribuição de dividendos, as demonstrações

financeiras e as transações comerciais, por via dos principais meios de circulação, como: jornais,

periódicos e internet.

Entretanto, quanto mais rápido for o ajuste dos preços em decorrência de determinado

evento, mais eficiente é considerado o mercado, pois mais difícil será a obtenção de lucros

anormais em consequência desta informação.

Salienta-se que, em 1991, Fama (1991) denominou os testes da forma semiforte em

estudos de eventos.

De acordo com Brown e Warner (1985), o estudo de eventos é um mecanismo que testa a

eficiência de mercado, já que a presença de retornos extraordinários, após um tipo de evento

exclusivo, é incoerente com a hipótese de que os preços dos títulos refletirão, imediatamente, o

conteúdo da nova informação. Sendo assim, um investidor não seria capaz de obter “excessos”

tendo por base somente informações públicas disponíveis no mercado.

A forma forte diz que toda informação relevante disponível está refletida nos preços dos

títulos. Ou seja, os preços refletem integralmente tanto a informação privada quanto a informação

pública. Assim, para que a forma forte seja atendida é necessário que a forma fraca e a semiforte

sejam previamente atendidas.

A forma forte considera o fato de nenhum participante conseguir obter retornos anormais

utilizando-se de qualquer tipo de informação, até mesmo as privilegiadas, ou seja, aquelas de

caráter privativo da empresa que não são de domínio comum.

Portanto, além das informações contidas nos preços passados e das informações

publicamente disponíveis, a forma forte sustenta que as cotações refletem também as informações

privilegiadas.

Os testes que evidenciam a eficiência forte buscam detectar se algum investidor possui

informação privilegiada (insider) que não está refletida nos preços e se estes se beneficiam de tal

informação a ponto de obter lucros anormais.

Segundo Hendriksen e Van Breda (1999, p.119), as evidências obtidas não têm mostrado

que essa hipótese seja a correta, e, portanto, pode ser suposto que o mercado seja ineficiente em

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relação à informação privada e que retornos extraordinários poderiam ser obtidos com base em

tal informação.

Damodaran (1999, p.187), ao tratar da HME, ressalta que o mercado eficiente é um

mecanismo autocorrigível, em que as ineficiências aparecem em intervalos constantes e

desaparecem rapidamente à medida que os investidores as descobrem e transacionam em cima

delas. De acordo com Damodaran (1999, p.184), a HME não exige que o preço de mercado seja

igual ao valor real a todo o momento; ela requer que as variações dos preços das ações não sejam

tendenciosas, ou seja, que os desvios acima ou abaixo do preço “real” sejam aleatórios e que,

portanto, esses desvios não sejam correlacionáveis com qualquer outra variável observável.

Portanto, nota-se que, basicamente, a HME explica o efeito das informações relevantes

disponíveis sobre o preço dos títulos.

Cabe explicitar que mesmo havendo possibilidade de previsão do preço de determinado

ativo por meio do efeito lead-lag, a impossibilidade de obtenção de ganhos anormais, seja pelo

elevado custo de transação quanto pelo custo do uso efetivo da informação, faz com que não haja

violação das premissas da HME (JENSEN, 1978; FAMA, 1991).

2.5 O Papel da Informação e da Evidenciação Contábil

Percebe-se que a informação tem importante peso quando da precificação dos ativos.

Então, dada a importância do conjunto informacional para a HME e, consequentemente, para a

precificação de ativos, é que foi exposto o presente tópico.

De acordo com Watts e Zimmerman (1986, p.19), as evidências são consistentes com a

eficiência de mercado na forma semiforte. Assim, os preços das ações devem refletir toda

informação disponível.

Em regra geral, os estudos de mercado de capitais em contabilidade adotam que os

mercados precificam as ações com base nas informações disponíveis, consequentemente, na

informação contábil.

Portanto, é neste sentido que se destaca a contabilidade, que tem como finalidade precípua

fornecer informações aos seus usuários.

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Um dos principais objetivos das demonstrações financeiras é fornecer, segundo Iudícibus

(2000), informações adequadas, justas e plenas para que, assim, o usuário seja capaz de tomar a

decisão.

As informações fornecidas aos usuários devem espelhar todas as transações ocorridas nas

empresas, não deixando dúvidas quanto às atividades exercidas e aos resultados obtidos. A

transparência deve ser primordial na elaboração de quaisquer informes feitos para os usuários da

informação.

As informações divulgadas nas demonstrações contábeis tradicionais, como: balanço

patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração dos lucros e prejuízos

acumulados e demonstração do fluxo de caixa podem não ser o suficiente para atender as

necessidades do usuário. Então, faz-se necessária a divulgação de informações adicionais, que

podem ser por meio de notas explicativas.

Ressalta-se que a evidenciação não deve ser feita apenas de informações (qualitativas ou

quantitativas) positivas. Segundo Goulart (2003 apud LIMA et al, 2007), para que haja

transparência, é importante que as empresas divulguem tanto as informações “positivas” quanto

as “negativas”, pois a transparência permite que os usuários da informação possam realizar

julgamentos adequados e tomar decisões não enviesadas.

Conforme o FASB (apud HENDRIKSEN e VAN BREDA (1999), a divulgação

financeira deve fornecer informação útil à tomada de decisões racionais de investimento,

concessão de crédito, etc. por investidores e credores atuais e futuros, bem como outros usuários.

Martins e Lopes (2005) afirmam que a evidenciação envolve a ação de demonstrar aos

usuários externos à organização o processo de reconhecimento e mensuração realizado.

Frequentemente, a empresa realiza a evidenciação de itens que não estão formalmente

reconhecidos nas demonstrações. Em outras situações, a evidenciação é complementar ao

reconhecimento e mensuração.

Conforme Iudícibus (2000), os níveis quantitativos e qualitativos da informação devem

ser levados em consideração quando da divulgação de acordo com as necessidades dos usuários,

pois da mesma forma que informações de menos podem prejudicar a tomada de decisão, o

mesmo pode acontecer com informações em excesso.

Para Choi e Muller (1992), a evidenciação é a “comunicação das mensurações contábeis

para os usuários da informação para facilitar a decisão”. Niyama et al. (1989) afirmam que a

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evidenciação “está diretamente relacionada com o objetivo básico da contabilidade de prover os

usuários com informações que os auxiliam na tomada de decisões, não se revestindo das

características de um princípio ou convenção contábil”.

De acordo com King, Lembke e Smith (1997), “o conceito de evidenciação dita que

relatórios contábeis externos devem incluir todas as informações adicionais necessárias para se

certificar de que as demonstrações financeiras não sejam enganosas”.

Schroeder e Clark (2005) sugerem, ainda, que várias técnicas de evidenciação sejam

avaliadas e a seleção do melhor método de divulgação dependa da natureza da informação e sua

importância relativa.

Entrementes, conforme Iudícibus (2000), existem vários métodos disponíveis para a

evidenciação das demonstrações contábeis. Os métodos mais importantes são: a forma e

apresentação das demonstrações contábeis, informações entre parênteses, as notas de rodapé

(explicativas), os quadros e demonstrativos suplementares, os comentários do auditor e os

relatórios da diretoria.

A Forma e Apresentação das Demonstrações Contábeis, por sua vez, deverão conter a

maior quantidade de evidenciação, pois é uma maneira de colocar as demonstrações numa ordem

que melhora a visualização de uma correta interpretação.

Hendriksen e Van Breda (1999) afirmam que além dos dados quantitativos comumente

apresentados, devem ser considerados como fator importante à apresentação de maiores detalhes

a respeito dos vários segmentos da atividade da empresa, o que representa sua diversidade

decorrente do desenvolvimento normal do negócio.

Para serem divulgadas, as informações devem seguir uma formatação definida de forma

que possam ser interpretadas de forma correta para a tomada de decisão. A Lei 11.638/07 exige

os seguintes demonstrativos como forma de divulgação: balanço patrimonial, demonstração do

resultado do exercício, demonstração dos lucros e prejuízos acumulados, demonstração do fluxo

de caixa e demonstração de valor adicionado, se companhia aberta.

A quantidade de informação a ser divulgada, conforme afirma Hendriksen e Van Breda

(1999), depende, em parte, da sofisticação do leitor que a recebe.

Em relação ao nível de divulgação, o FASB se posiciona afirmando que a informação a

ser divulgada em relatórios financeiros deve ser compreensível para os que possuem um

conhecimento razoável de negócios e atividades econômicas e estão dispostos a estudar a

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informação com razoável diligência.

Segundo Iudícibus (2000), é preciso traçar um perfil do investidor médio e verificar em

cada circunstância de espaço e tempo, a qualidade e quantidade de informação que pode ser

digerida. Ou seja, para que a divulgação da informação alcance seu objetivo, o de trazer

informações relevantes aos usuários, é preciso considerar o grau de sofisticação de interpretação

dos dados contábeis dos usuários, pois de nada adiantaria que informações financeiras

trouxessem dados, índices, testes de hipóteses e estimativas muito sofisticadas se o usuário não

estivesse apto para interpretar tais informações.

Além do mais, existe um paradigma muito forte entre a necessidade de maior

evidenciação da informação para os investidores e os mercados de capitais, e a relutância das

entidades em divulgar informações preciosas, sigilosas ou até mesmo relevantes quanto à

administração e à gerência dos negócios da entidade.

Esta relutância na divulgação por parte de algumas empresas conduz a uma disparidade

entre os níveis de divulgação das diferentes empresas, que pode acabar sendo corrigido por uma

maior regulamentação do disclosure, conforme afirmam Nyiama, Zendersky e Dantas (2004).

Esta assimetria de informação seja entre investidores e administradores ou mesmo entre

os diferentes tipos de investidores está inversamente relacionada com a hipótese do mercado

eficiente, conforme já discutido no tópico anterior.

Martins e Lopes (2005, p.32) avaliam que a contabilidade, mais especificamente as

demonstrações contábeis auditadas funcionam apenas como redutora da assimetria da

informação, uma vez que os investidores não possuem o mesmo nível de informação dos gestores

da empresa.

2.6 Arbitragem

A arbitragem seria a realização da venda de um ativo, que foi adquirido em outro

mercado, por um preço abaixo do que está sendo alienado, sem riscos inerentes à transação.

Andrezo e Lima (2002) destacam que, in verbis: “Os arbitradores buscam tirar proveito da

diferença de preços de ativos em dois ou mais mercados, travando um lucro sem riscos por meio

de transações simultâneas nesses mercados”.

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Ross et al (2008, p. 62) descrevem arbitragem como a realização de uma transação num

mercado e a efetivação de outro negócio com posição oposta em outro mercado, em termos mais

favoráveis.

Quando os mercados são parcialmente segmentados, há a possibilidade de arbitragem. A

arbitragem é um mecanismo de correção de erro de possíveis desvios que o mercado possa ter em

relação ao seu valor fundamental.

Nesse sentido, Rabelo Junior e Ikeda (2004, p 102) ressaltam que a arbitragem refere-se à

compra e à venda concomitante do mesmo ativo ou de um similar por preços diferentes de forma

a obter vantagem na respectiva operação.

A arbitragem é importante para a eficiência de mercado. Suponha a existência de um ativo

que esteja sobrevalorizado em relação ao seu valor fundamental. Diante dessa distorção, os

arbitradores obteriam lucros ao alienarem o ativo e, concomitantemente, comprarem outro ativo

similar, ou o mesmo ativo em outro mercado. Os resultados obtidos pelos arbitradores atrairiam

outros investidores que convergiriam o preço da ação ao preço de equilíbrio.

Para Bruni e Famá (1998), a arbitragem converge os valores dos ativos para o preço de

equilíbrio, pois, ao vender um produto por um preço maior que o de compra, é exercida pressão

sobre a oferta e a demanda. Além do mais, as oportunidades de arbitragem só são possíveis por

meio de um monitoramento contínuo de diferentes ativos, em diferentes mercados.

Os supracitados autores destacam que os arbitradores além de conferirem maior liquidez

às negociações nos mercados de capitais, também são extremamente importantes pela amplitude

que a HME alcançou.

Já Sharpe e Brito (1975) salientam que a possibilidade de arbitragem em mercados

eficientes é inexistente, pois títulos com idênticas características devem ser cotados com o

mesmo preço de equilíbrio.

Muitos trabalhos foram realizados com o fim de verificar a possibilidade de arbitragem.

Lima (2005) analisou a possibilidade de arbitragem com base na diferença de preços de ações e

ADRs de empresas brasileiras emitidas no mercado norte-americano. Lima (2005) constatou que

o mercado brasileiro e o norte-americano não são totalmente integrados, mas segmentados, e que

choques nos mercados ou na taxa de câmbio produzem diferenças entre os retornos dos ADRs e

das respectivas ações, atestando que os custos de negociação não eliminam a possibilidade da

arbitragem.

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2.7 Estudos Empíricos

Neste capítulo foi elaborada uma revisão da literatura com base em artigos que são

considerados relevantes no que concerne aos assuntos relativos ao preço internacional do petróleo

e o efeito lead-lag.

Trata-se, portanto, de pesquisas científicas que servirão de apoio para aprofundamento da

dissertação ora em discussão.

2.7.1 Trabalhos Anteriores sobre o Preço Internacional do Petróleo

Nascimento (2009) investigou o impacto de informações sobre a rentabilidade, as reservas

petrolíferas estimadas e as cotações diárias do petróleo no preço das ações de empresas de

petróleo negociadas nas bolsas de valores de Nova Iorque e São Paulo, do período de 2000 a

2008. Nascimento (2009) concluiu que os investidores reagiram às informações sobre

desempenho operacional medido pelo CFROI e às informações relativas à quantidade de reservas

petrolíferas provadas, mas não foram encontradas evidências significativas da existência de

influência na tomada de decisão do investidor quanto às informações diárias do preço do

petróleo. No entanto, o referido autor revela que apenas quatro empresas de um total de vinte e

duas é que se verificou uma relação significativa entre o preço do petróleo e o preço das ações

das empresas.

Tendo em vista que os países do Golfo são os principais agentes do mercado mundial de

energia, acredita-se que os mercados acionários destes países possam ser sensíveis a choques do preço do

petróleo. Neste sentido é que Aurori e Rault (2009) investigaram a existência de relação de longo

prazo entre o preço do petróleo e o mercado acionário dos países do Golfo.

Os referidos pesquisadores mostraram que existe evidência de cointegração entre os

preços do petróleo e o mercado de ações dos países do Golfo, indicando que aumentos no preço

do petróleo têm impacto positivo sobre os preços das ações, exceto para o mercado da Arábia

Saudita.

Ao pesquisar a relação de longo prazo do mercado acionário dos países do Golfo na

presença da taxa de juros do tesouro norte-americano, do mercado de petróleo e do índice

S&P500, Hammoudeh e Choi (2006) descobriram que a taxa do tesouro tem efeito direto nesses

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mercados, enquanto que o índice S&P500 e o Western Texas Intermediate – WTI ou o preço do

petróleo tipo Brent têm efeitos indiretos.

Jones e Kaul (1996) testaram se a reação no mercado acionário internacional para choques

no petróleo podem ser justificada pelas mudanças correntes e futuras do fluxo de caixa e/ou

mudanças nos retornos esperados. Os referidos autores destacam que, para os Estados Unidos e

Canadá, os efeitos nos preços acionários são inteiramente explicados pelos efeitos do choque do

petróleo no fluxo de caixa. No entanto, para o Japão e Reino Unido os resultados foram

inconclusivos.

Por meio da abordagem do vetor autorregressivo multivariado -VAR, Papapetrou (2001)

procurou esclarecer a relação dinâmica entre os preços do petróleo, os preços das ações reais, as

taxas de juros, a atividade econômica real e o nível de emprego da Grécia. Os estudos

demonstraram que mudanças nos preços do petróleo afetaram a atividade econômica real e o

nível de emprego e são importantes para explicar os movimentos dos retornos dos preços das

ações.

Aurori e Fouquau (2009) examinaram a relação de curto prazo entre o preço do petróleo e

o mercado acionário dos países do Golfo – GCC. Os resultados mostraram que há relações

significativas entre as duas variáveis no Catar, Omã e Emirados Árabes Unidos. Assim, os

mercados desses países reagem positivamente ao aumento do preço do petróleo. Já, para Bahrain,

Kuwait e Arábia Saudita, verificou-se que alterações do preço do petróleo não afetavam os

retornos do mercado de ações.

Aurori e Jawadi (2010) estudaram a relação de curto e longo prazo entre o preço do

petróleo e o mercado acionário europeu. Os autores mostraram que a resposta dos retornos das

ações varia muito, dependendo do setor de atividade da empresa. Em relação à análise de curto

prazo, os resultados mostraram forte relação entre mudanças no preço do petróleo e a maioria dos

setores do mercado acionário europeu. No entanto, os pesquisadores afirmam que mudanças no

preço do petróleo têm efeito negativo no curto e longo prazo, no preço das ações das empresas de

alimentos e bebidas.

Boyer e Filion (2007) revelam que aumentos no preço do petróleo afetam positivamente

os retornos das ações de empresas de gás e petróleo do Canadá. Além do mais, os autores

concluíram que os retornos das ações de empresas de energia do Canadá estão positivamente

associados com o retorno do mercado acionário canadense, com o crescimento do fluxo de caixa

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interno e das reservas provadas. Neste estudo, Boyer e Filion (2007) destacam que,

surpreendentemente, o volume de produção e o enfraquecimento do dólar canadense em relação

ao dólar americano têm impacto negativo nos retornos das ações das respectivas companhias.

Hammoudeh e Aleisa (2004), pela abordagem do modelo de vetores autorregressivos –

VAR - e de testes de cointegração, indicaram que existe relação bidirecional entre os retornos das

ações sauditas e as mudanças no preço do petróleo e que os outros mercados dos países do Golfo

– GCC - não estão relacionados diretamente com os preços do petróleo; são menos dependentes

das exportações de petróleo e são mais influenciados por fatores internos.

Gogineni (2009) investigou o impacto diário das mudanças do petróleo, no retorno das

ações das indústrias, individualmente. Os resultados demonstraram que não apenas as indústrias

que dependem pesadamente do petróleo são influenciados pela mudança do preço do petróleo,

mas também indústrias que utilizam pouco petróleo se demonstraram sensíveis a mudanças no

preço do petróleo. Isso se deve, segundo o autor, ao fato de os principais clientes destas indústrias

sofrerem impactos com as mudanças no preço do petróleo. Destaca-se que o autor utilizou

estimativas de custo e de demanda por petróleo como benchmarks para classificação das

indústrias como indústrias intensivas em petróleo e grupos não intensivos ao petróleo.

Kilian e Park (2007) mostraram que os efeitos de choques de oferta e demanda no

mercado do petróleo bruto sobre os agregados macroeconômicos norte-americanos são

qualitativa e quantitativamente diferentes, dependendo de o aumento do preço do petróleo ser

impulsionado por uma economia mundial em expansão (resultando em alta demanda para todas

as commodities industriais, incluindo petróleo), por uma ruptura da produção mundial de petróleo

bruto, ou por mudanças na demanda de precaução para o petróleo bruto que refletem a crescente

preocupação com deficiências de abastecimento de petróleo no futuro.

Maghyereh e Al-kandari (2007) buscaram examinar relações entre o preço do petróleo e o

mercado de ações dos países do Golfo – GCC, pois estudos anteriores demonstravam que não

havia relação entre ambos.

De acordo com os autores, a inexistência de relação entre ambas as variáveis deve-se ao

fato de terem sido empregadas apenas relações lineares. Então, utilizando-se da análise de

cointegração não linear, os autores concluíram que há relação entre as variáveis e que esta relação

é não linear.

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Al-Fayoumi (2009) pesquisou a relação entre o preço do petróleo e o retorno dos

mercados acionários em três países importadores de petróleo: Tunísia, Turquia e Jordânia. Para

tal fim, os autores utilizaram dados mensais da taxa de juros, preço do petróleo, produção

industrial e índice do mercado acionário, durante o período de dezembro de 1997 a março de

2008. Os pesquisadores descobriram que o preço do petróleo não conduz os retornos dos índices

dos mercados acionários desses três países. Todavia, os resultados demonstraram que os efeitos

das variáveis macroeconômicas locais, nas mudanças nos mercados acionários, são mais

importantes do que o preço do petróleo.

Chen (2010) pesquisou se a alta do preço do petróleo implica na queda do mercado

acionário. Para tal, utilizou-se de retornos mensais, do período de janeiro de 1957 a maio de

2009, do índice S&P500 e de diversas medidas do preço do petróleo. De acordo com o autor,

evidências robustas mostraram que quanto maior o preço do petróleo, maior é a probabilidade de

mudança de um mercado de alta para um mercado de baixa. No entanto, há evidência, apesar de

fraca, de que a alta do preço do petróleo pode levar o mercado a permanecer em baixa por mais

tempo.

Utilizando-se de vetores autorregressivos, Sadorsky (1999) mostrou que o preço do

petróleo e a sua volatilidade desempenham papel importante na atividade econômica de um país;

porém, mudanças na atividade econômica pouco afetam o nível do preço do petróleo. Segundo o

autor, os resultados sugerem que choques positivos no preço do petróleo desvalorizam os

retornos reais das ações enquanto que choques nos retornos reais das ações têm um impacto

positivo na taxa de juros e na produção industrial.

2.7.2 Trabalhos Anteriores sobre o Efeito Lead-Lag

Oliveira e De Medeiros (2009) pesquisaram a existência do efeito lead-lag entre o

mercado acionário norte-americano, representado pelo índice Dow Jones, e o mercado brasileiro,

representado pelo índice Bovespa – Ibovespa. De Medeiros e Oliveira (2009) constataram que o

índice Ibovespa é explicado em grande parte pelo índice Dow Jones e que há existência de

cointegração e de causalidade bidirecional entre os dois índices. Entrementes, devido ao elevado

custo de transação, a realização de arbitragem não se mostrou economicamente viável.

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Bekiros e Diks (2008) investigaram as relações de causalidade linear e não linear entre os

preços diários à vista e futuro, com vencimentos de um, dois, três e quatro meses do petróleo WTI

em dois períodos distintos. De acordo com Bekiros e Diks (2008), muitos estudos têm tratado

da relação lead-lag entre o preço à vista e o futuro de commodities com o intuito de investigar a

questão do mercado eficiente. Nesse sentido, esses estudos contribuíram para a literatura da

relação lead-lag entre os mercados à vista e futuro.

Os autores concluíram que há uma forte relação bidirecional de causalidade entre o preço

à vista e o futuro nos dois períodos. Além disso, os resultados indicaram que se os efeitos não

lineares forem contabilizados, nenhum mercado conduz ou é conduzido pelo outro de forma

consistente, ou seja, o condutor e o conduzido podem mudar ao longo do tempo. Tendo em vista

que a causalidade pode variar de uma direção para a outra, em qualquer ponto do tempo, a

constatação de causalidade bi-direcional durante o período de amostragem pode ser tomada para

implicar mudança de padrão de liderança e liderados ao longo do tempo.

Huang et al (1996) pesquisaram a correlação contemporânea e de lead-lag entre os

retornos diários do contrato futuro do petróleo e o retorno das ações de empresas petrolíferas e

índices de mercados acionários. Os pesquisadores concluíram que os retornos do petróleo futuro

não estão correlacionados com os retornos dos mercados acionários, mesmo simultaneamente,

exceto no caso das empresas de petróleo. No caso dos retornos das ações de empresas

petrolíferas, os pesquisadores salientam que os retornos do petróleo futuro lideram os retornos

das ações de companhias petrolíferas em um dia.

Kanas e Koureta (2005) verificaram que a transmissão de informações defasadas pode

implicar em cointegração entre o preço atual de carteiras de pequenas empresas e o preço

defasado de carteiras de empresas de grande porte. Os autores testaram a cointegração,

utilizando-se de três conjuntos de preços mensais de carteira de ações, para o período 1955 a

2000, no mercado acionário do Reino Unido. Os dois primeiros conjuntos contêm os preços

mensais de carteira de tamanhos variados, de tamanhos de capitalização distintos e o terceiro

contém carteiras de mesmo tamanho. Os autores encontraram evidências de cointegração para

ambos os conjuntos de carteiras de diferentes tamanhos de capitalização e nenhuma evidência de

cointegração para as carteiras de mesmo tamanho. Os preços de carteiras de grandes empresas

parecem ser variáveis que, no longo prazo, explicam o preço das carteiras de pequenas empresas,

sugerindo que o tamanho da capitalização é uma força motriz do efeito lead-lag no longo

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prazo. Assim, o efeito lead-lag é uma condição necessária para a cointegração entre os preços

defasados das carteiras de grandes empresas e o preço contemporâneo das carteiras de pequenas

empresas.

Qiao et al (2008) ressaltaram como são os mercados segmentados da China e como é a

relação de lead-lag entre estes mercados. Primeiramente, é explicado que as ações H são listadas

na bolsa de Valores de Hong-Kong (HKSE), as ações A e B são listadas tanto na bolsa de valores

de Xangai (SHSE) quanto na bolsa de valores de Shenzhen (SZSE), na China. Tendo em vista as

diferentes necessidades dos investidores, as companhias chinesas podem emitir ações A para

cidadãos que vivem na China e ações H e B para investidores estrangeiros e residentes de Hong

Kong, Macau ou Taiwan. Utilizando-se da metodologia de causalidade de Granger linear e não

linear é que os autores estudaram a relação de lead-lag entre os mercados segmentados da China.

Os autores encontraram fortes evidências de correlações não lineares bidirecionais entre os dois

mercados que negociam ações A e entre os mercados que negociam ações B. Outros resultados

demonstraram que desde que foi implementada a política que permitiu os cidadãos nacionais

investir nas ações B,os mercados de ações A tendem a conduzir suas contrapartes na ação B na

mesma bolsa de valores e o mercado de ações B continuam a liderar o mercado de ação H.

Tse (1995) analisou a relação de lead-lag entre o índice Nikkei à vista e futuro e verificou

que mudanças defasadas no preço futuro afetam, no curto prazo, ajustes no preço à vista; porém,

a recíproca não é verdadeira.

Frino e West (1999) analisaram a existência da relação lead-lag entre os retornos dos

índices futuros e à vista para o mercado australiano. Os autores verificaram que os retornos

futuros lideram os índices à vista, e há evidências de feedback do mercado de ações para o futuro.

Entrementes, análises realizadas em uma base sugerem que a extensão liderada pelo mercado

futuro O e pelo mercado à vista tem diminuído ao longo do tempo e a relação entre os dois

mercados tem-se reforçado. De acordo com o autor, este fato deve-se ao aumento do nível de

integração entre os dois países.

Brooks et al (2001) analisaram a relação lead-lag entre os contratos futuros e o índice à

vista do FTSE 100, índice da bolsa de valores de Londres. Para tal fim, foram utilizados modelos

de séries temporais com frequência de 10 minutos, do período de junho de 1996 a 1997. Os

autores concluíram que o preço dos contratos futuros pode predizer mudanças no preço do índice

à vista, ou seja, os retornos do índice futuro conduzem os retornos do índice à vista. Salienta-se

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que os custos de negociação superam os retornos anormais, não vislumbrando a realização de

arbitragem.

Chan (1992) realizou uma análise da relação lead-lag com dados intradiários, no período

de agosto de 1984 até junho de 1985, e, de janeiro até setembro de 1987, entre o mercado à vista

e o índice futuro do mercado de ações de Nova Iorque. De acordo com o autor, os resultados

encontrados estão similares com as demais pesquisas realizadas anteriormente, pois há forte

evidência de que o mercado futuro lidera o mercado à vista e fraca evidência de que o mercado à

vista lidera o futuro.

3. METODOLOGIA

Nesta seção será descrita a metodologia aplicada, ou seja, os métodos adotados e os

passos realizados para a obtenção dos resultados almejados.

Para responder às questões e aos objetivos delineados na pesquisa, utilizou-se a pesquisa

quantitativa, uma vez que se empregaram modelos econométricos quando do tratamento dos

dados.

Assim, o processo da presente pesquisa seguiu os seguintes passos:

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Figura 1: Metodologia de pesquisa

Fonte: Adaptado de Walliman (2008, p.239)

Com o intuito de averiguar as relações das respectivas variáveis, adotaram-se os seguintes

modelos econométricos: mínimos quadrados em dois estágios, máxima verossimilhança,

estimador consistente com a heteroscedasticidade de White, análise de cointegração, modelo

VEC, Causalidade de Engle-Granger e modelo GARCH.

Milton Friedman apud GUJARATI (2006, p.6) salienta que uma teoria ou hipótese que

não for verificável por meio de evidências empíricas pode não ser admissível como parte de uma

pesquisa científica.

Portanto, é neste contexto que será apresentado o presente tópico.

3.1 Amostras e Dados

Para obter os valores numéricos dos estimadores, mais tecnicamente para estimar o

modelo econométrico, faz-se necessário a obtenção dos dados e a seleção da amostra.

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Nesta pesquisa, serão utilizados dados não experimentais como o preço internacional do

barril do petróleo – WTI, o preço da ação preferencial da Petrobrás – PETR4, negociado na Bolsa

de Valores de São Paulo, e os índices Ibovespa e Dow Jones.

Ressalta-se que, apesar de serem negociadas ações ordinárias e preferenciais da Petrobrás

na Bovespa, escolheram-se as ações preferenciais pelo fato de estas serem as mais negociadas.

Com o intuito de responder à primeira hipótese da pesquisa, foram utilizados preços

mensais na cotação de fechamento das variáveis supracitadas. Destaca-se que o preço

internacional do petróleo obtido originalmente em dólar foi convertido em moeda nacional pela

taxa de câmbio comercial do valor de venda (R$ / US$).

O período da amostra para a primeira hipótese compreendeu o período de janeiro de 1995

a fevereiro de 2010.

Assim, obtiveram-se 182 observações das respectivas variáveis para análise da primeira

hipótese.

Para a segunda hipótese do estudo foram utilizadas as mesmas variáveis, porém com

dados intradiários, com frequência de dez minutos, com cotação de fechamento, no período de 01

de abril de 2008 a 03 de fevereiro de 2010.

A frequência de dez minutos deve-se ao fato de as negociações com o petróleo serem

mais espaçadas que as negociações realizadas com as ações preferenciais da Petrobrás, ou seja,

pelo fato de o mercado de petróleo não ter tanta liquidez quanto as negociações realizadas com as

ações p referenciais da Petrobrás.

Desta forma, escolheu-se a menor frequência possível (dez minutos) capaz de capturar

dados com mesmo intervalo de tempo para as duas cotações, durante todo o período vislumbrado.

Ainda na segunda hipótese, a fim de eliminar o efeito das elevadas variações dos retornos

dos preços dos ativos entre o fechamento do mercado e a abertura do dia seguinte, utilizou-se

uma variável dummy que anulou os valores extremos. Esta dummy foi intitulada de Dummy dos

Extremos - DE.

A amostragem refere-se aos anos de 2008, 2009 e 2010, devido à grande quantidade de

dados obtidos e à dificuldade de obtenção de dados anteriores a 2008.

No período de amostragem, foi obtida uma quantidade total de dados menor da variável

Petrobrás que a quantidade obtida do petróleo, uma vez que o horário de funcionamento da

Bovespa é menor que o horário de funcionamento do mercado de petróleo.

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O horário de funcionamento da Bovespa é de segunda-feira a sexta-feira das 10h às 17h

ou das 11h às 18h quando do horário de verão. Já para o petróleo - CL light sweet crude oil

(WTI), o horário de funcionamento na Nymex, atual CMEgroup é de domingo a sexta-feira das

18h em t às 17h15 min em t+1, com apenas 45 minutos de intervalo.

No entanto, como foram considerados apenas os dados em que os dois mercados estavam

em funcionamento conjuntamente, aproveitaram-se apenas 15.932 dados.

Salienta-se que, para o teste da segunda hipótese, é necessário que o preço internacional

do petróleo esteja sincronizado com o preço das ações preferenciais da Petrobrás, ou seja, que

ambos estejam em mesmo horário.

Assim, para tal contemporaneidade, foi necessário realizar um ajuste nos dados, uma vez

que estes são disponibilizados em horário local e ambas as cotações são negociadas em locais

distintos: petróleo, em Nova Iorque, e ação preferencial da Petrobrás, em São Paulo.

Destaca-se que para a efetivação de tal ajuste consideraram-se os horários de verão de

cada cidade, conforme tabela abaixo:

Tabela 1: Horário de verão do período analisado

Cidade Período

De A

São Paulo

05/11/2006 24/02/2007

19/10/2008 14/02/2009

18/10/2009 20/02/2010

Nova Iorque

09/03/2008 02/11/2008

08/03/2009 01/11/2009

14/03/2010 07/11/2010

Ressalta-se que para a operacionalização das hipóteses de pesquisa, os dados foram

obtidos no sistema CMA.

Para estimar as regressões apresentadas, a seguir, foi utilizado o software estatístico

Eviews, o qual permitiu a estimação dos modelos e a realização de todos os testes estatísticos

para a validação da metodologia empregada neste trabalho científico.

3.2 Modelos Econométricos

Para a obtenção do modelo econométrico, utilizou-se o princípio da parcimônia, o qual

optou por formular um modelo de regressão o mais simples possível, tendo em vista que a

simplicidade é um critério desejável de uma hipótese.

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3.2.1 Modelando a Relação entre o Preço Internacional do Petróleo e o Preço

das Ações Preferenciais da Petrobrás

Assim, com intuito de verificar os efeitos do preço internacional do petróleo sobre as

ações preferenciais da Petrobrás, adotou-se a seguinte regressão:

(10)

Onde:

= Preço das ações preferenciais da Petrobrás - PETR4;

= Preço internacional do barril do petróleo - CL;

= Índice de preços das ações listadas na bolsa de valores de São Paulo - Ibovespa;

, e = Parâmetros a serem estimados;

= Termo de erro, ~ N(0, σ²).

Tendo em vista que os preços dos ativos são, a princípio, variáveis não estacionárias,

optou-se por calcular os retornos das variáveis. Neste sentido, Brooks (2008, p.7) destaca que,

por razões estatísticas, é preferível converter a série de preços em retornos.

Contudo, há dois métodos para calcular os retornos: o cálculo com regime de

capitalização discreta e o cálculo na forma logarítmica, com retornos de capitalização contínua.

(BROOKS, 2008).

Como a todo instante acontecem informações de mercado e as ações reagem a elas de

forma continua, optou-se pelo método de retornos de capitalização contínua, conforme

demonstrado abaixo:

(11)

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Desta forma, a equação (10) transforma-se em:

(12)

Onde:

= Retorno das ações preferenciais da Petrobrás no tempo t;

= Retorno do preço internacional do barril do petróleo no tempo t;

= Retorno do índice preços das ações listadas na bolsa de Valores de São Paulo no

período t, retorno do Ibovespa no tempo t;

, e = Parâmetros a serem estimados;

= Termo de erro, ~ N(0, σ²).

Tendo em vista a possibilidade de existirem outros fatores, que não o preço internacional

do petróleo, que afetem o preço da ação preferencial da Petrobrás e possam estar ocultos na

respectiva relação, é que foi alocado o Ibovespa como variável de controle, que absorve os

demais fatores capazes de influenciar no preço das ações preferenciais da Petrobrás.

Contudo, as ações preferenciais da Petrobrás possuem maior representatividade no

Ibovespa entre as demais empresas listadas no índice, com participação de 12,556% para o

quadrimestre de janeiro a abril do ano de 2010 (BOVESPA, 2010).

Portanto, o Ibovespa é influenciado pelas ações preferenciais da Petrobrás e,

consequentemente, a premissa de que não há relação entre a variável independente e o termo de

erro está sendo violada, acarretando o problema da simultaneidade.

Neste contexto, não se podem estimar os parâmetros pelos mínimos quadrados ordinários,

pois os estimadores seriam tendenciosos (viés de simultaneidade) e inconsistentes (BROOKS,

2008).

Como as ações da Petrobrás compõem o Ibovespa, e o retorno deste índice é a variável de

controle no modelo econométrico da equação (13) em que o retorno das ações da Petrobrás é a

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variável endógena, faz-se importante demonstrar a relação do retorno do Ibovespa com as demais

variáveis, conforme o modelo de equações simultâneas abaixo:

(13)

(14)

Onde:

= Retorno das ações preferenciais da Petrobrás no tempo t;

= Retorno do preço internacional do barril do petróleo no tempo t;

= Retorno do índice preços das ações listadas na bolsa de Valores de São Paulo no

período t, retorno do Ibovespa no tempo t;

, , = Parâmetros a serem estimados na equação (13);

= Termo de erro. ~ N(0, σ²);

= Retorno do índice preços das ações listadas na bolsa de valores de Nova Iorque,

Dow Jones;

, , = Parâmetros a serem estimados na equação (14);

= Termo de erro. ~ N(0, σ²).

A inclusão do retorno do índice Dow Jones na equação (14) deve-se ao fato de que o

Ibovespa é, em parte, influenciado pelo índice Dow Jones. (DE MEDEIROS; OLIVEIRA; VAN

DOORNIK, 2009).

Deve-se estimar a equação (13) por um método que leve em conta a presença de variáveis

explanatórias endógenas, tais como o método de mínimos quadrados em dois estágios, two-stage

least squares – TSLS, tendo como variáveis instrumentais o retorno do índice Dow Jones e do

petróleo no tempo t.

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3.2.1.1 Método da Máxima Verossimilhança

Brooks (2008, p.279) ressalta que entre as técnicas disponíveis para estimar um sistema

de equações há o full information maximum likelihood - FIML, que consiste em estimar

simultaneamente todas as equações do sistema usando o método da máxima verosimilhança.

Então, sob a FIML, todos os parâmetros das equações são tratados conjuntamente e a função de

verossimilhança apropriada é formada e maximizada, de tal forma que a probabilidade de

observar a variável dependente seja a maior possível. Assim, foi adotada essa metodologia para

estimar os parâmetros do sistema de equações compostas pelas equações (13) e (14).

Dessa forma, como o método de mínimos quadrados ordinários, o método da máxima

verossimilhança permite estimar os parâmetros de modelos econométricos e a realização de testes

de hipóteses relativos a restrições lineares e não lineares ao vetor de parâmetros.

O método da máxima verossimilhança também é conhecido como método de grandes

amostras. Este método tem aplicação ampla, pois pode ser usado em modelos de regressão não

lineares nos parâmetros.

Optou-se pelo método da máxima verossimilhança, pois este é um método de estimação

pontual, que contém propriedades teóricas mais fortes que os de mínimos quadrados ordinários.

(GUJARATI, 2006).

A importância do método em questão consiste nas propriedades assintóticas dos

estimadores, que são consistentes e assintoticamente eficientes.

Faz-se importante lembrar que se a distribuição do erro for normal, os estimadores obtidos

pelo método da máxima verossimilhança serão idênticos àqueles obtidos pelos mínimos

quadrados ordinários, e que para grandes amostras o estimador da variância converge para o

obtido pelo MQO.

3.2.1.2 Método Consistente com a Heteroscedasticidade de White

Gujarati (2006, p.336) salienta que com a utilização do método de White, ou seja, os

estimadores consistentes da matriz de covariância com heteroscedasticidade “podem ser tiradas

inferências estatísticas assintoticamente válidas (isto é, para grandes amostras) sobre os

verdadeiros parâmetros”.

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Os erros-padrão ajustados à heteroscedasticidade pelo estimador de White podem ser

maiores ou menores que os erros-padrão não ajustados e, consequentemente, os valores t

estimados podem ser menores ou maior que os obtidos por método que não considera tal ajuste.

No entanto, segundo Wallace e Silver (1988, p.265 apud GUJARATI, 2006, p.337), é

interessante mostrar os dados obtidos pelo procedimento de White para que seus resultados sejam

comparados com outros métodos, a fim de verificar se a heteroscedasticidade seria um problema

em um conjunto de dados.

Desta forma, optou-se por apresentar os dados obtidos pela metodologia de White, para

que os dados possam ser comparados com os demais procedimentos envolvidos e verificar,

portanto, se os resultados são compatíveis.

Para averiguar se, diante da heteroscedasticidade, o preço internacional do petróleo é

relevante na formação de preço das ações preferenciais da Petrobrás, será aplicada a referida

metodologia na equação (15) com as seguintes variáveis instrumentais: retorno do índice Dow

Jones e do preço do petróleo.

(15)

Onde:

= Retorno das ações preferenciais da Petrobrás no tempo t;

= Retorno do preço internacional do barril do petróleo no tempo t;

= Retorno do índice preços das ações listadas na bolsa de Valores de São Paulo no

período t, retorno do Ibovespa no tempo t;

, , = Parâmetros a serem estimados;

= Termo de erro. ~ N(0, σ²).

3.2.1.3 Modelo GARCH

As séries temporais financeiras, como preços de ações e preços de commodities podem

sofrer grandes oscilações ao longo de determinado período e exibir relativa tranquilidade em

períodos seguintes. No caso do mercado acionário, diversas notícias e eventos econômicos

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externos, como o choque do preço do petróleo, podem causar verdadeiros impactos em

determinados períodos sobre o padrão da série temporal de preços dos ativos.

As séries dos preços são tidas como passeios aleatórios, ou seja, são não estacionárias,

mas na forma de primeira diferença elas são estacionárias. Porém, mesmo utilizando as séries em

primeira diferença, elas rotineiramente exibem ampla volatilidade, demonstrando que a variância

das séries temporais financeiras varia ao longo do tempo.

Nesse sentido, Brook (2008, p.380) ressalta que os modelos lineares podem não ser os

mais adequados para capturar características comuns importantes dos dados financeiros

temporais.

Para que essas características sejam apreciadas, foi desenvolvido o modelo não linear

denominado Autoregressive Conditional Heteroscedasticity, proposto por Engle (1982).

A variância desigual, ao longo do tempo, pode ter uma estrutura autorregressiva no

sentido de que a heteroscedasticidade pode ser autocorrelacionada com períodos defasados.

O modelo ARCH considera que a variância do erro tem distribuição normal e depende dos

termos de erros quadráticos defasados.

Uma evolução e variação do modelo original, proposta por Bollerslev (1986), que se

tornou popular, foi o modelo Generalised Autoregressive Conditional Heteroscedasticity –

GARCH.

O modelo GARCH pressupõe que a variância condicional contemporânea do erro

depende do termo de erro quadrático em períodos de tempos anteriores como também de sua

variância condicional em períodos de tempos precedentes.

Assim, o modelo GARCH pode ser expresso da seguinte forma:

(16)

(17)

Onde:

= Retorno das ações preferenciais da Petrobrás;

= Retorno do preço internacional do barril do petróleo;

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= Retorno do índice preços das ações listadas na bolsa de Valores de São Paulo,

Ibovespa;

, , = Parâmetros a serem estimados na equação (16);

= variância condicional do erro;

= Termo de erro. ~ N(0, )

, , = Parâmetros a serem estimados na equação (17).

Após ter modelado a relação econômica e contemporânea entre o retorno internacional do

petróleo e o retorno da ação da Petrobrás com vistas a responder a primeira hipótese, será exposta

a metodologia empregada para a segunda hipótese da pesquisa – existência de efeito lead-lag.

3.2.2 Modelando o efeito Lead-lag entre o Preço Internacional do Petróleo e as

Ações Preferenciais da Petrobrás

Tendo em vista que para averiguação da H2 serão utilizados dados das mesmas variáveis

da H1, porém com frequência de curto prazo, a estimação se dará pelo método dos mínimos

quadrados de dois estágios – TSLS, tendo como variáveis instrumentais o retorno do petróleo, e

do índice Dow Jones e a modelagem poderão ser expressos conforme a equação (18).

Faz-se importante constatar que para apreciação do efeito lead-lag foram utilizados dados

das variáveis determinísticas contemporâneas e defasados do Ibovespa e do preço internacional

do óleo, conforme exposto na equação (18).

(18)

Onde:

= Retorno das ações preferenciais da Petrobrás;

= Retorno do preço internacional do barril do petróleo;

= Retorno do índice preços das ações listadas na bolsa de Valores de São Paulo,

retorno do Ibovespa;

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, , = Parâmetros a serem estimados;

= Termo de erro. ~ N(0, σ²);

3.2.2.1 Modelo GARCH para teste de H2

Uma das premissas que deve ser satisfeita é a da homoscedasticidade, ou seja, para dados valores

da variável independente, a variância do erro é constante para todas as observações.

Entrementes, é possível que essa premissa não seja satisfeita e que a variância do

erro não seja constante ao longo do tempo e esteja correlacionada com o próprio termo de erro

defasado ou com a própria variância defasada.

Assim, além da metodologia dos mínimos quadrados em dois estágios - TSLS,

também será empregada a metodologia GARCH, já explicada no subitem 3.2.1.3 do presente

capítulo.

Portanto, o modelo GARCH pode ser expresso da seguinte forma:

(19)

(20)

Onde:

= Retorno das ações preferenciais da Petrobrás;

= Retorno do preço internacional do barril do petróleo;

= Retorno do índice preços das ações listadas na bolsa de Valores de São Paulo,

retorno do Ibovespa;

, , = Parâmetros a serem estimados na equação (19);

= Termo de erro. ~ N(0, σ²);

= variância condicional do erro;

, , = Parâmetros a serem estimados na equação (20)

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3.2.2.2 Critério de Informação

Brooks (2008, p.232) explica que há três critérios de informação para a seleção do modelo

apropriado, ou seja, para a escolha da extensão da defasagem de um modelo, que são: critério de

informação de Akaike, critério de informação de Schwartz e o critério de informação Hannan-

Quinn.

Estes critérios englobam, basicamente, dois termos: o termo que é função da soma dos

quadrados dos resíduos – SQR - e o termo punitivo, que é a penalidade pela perda do grau de

liberdade de adicionar parâmetros extras (BROOKS, 2008).

A determinação da ordem apropriada do modelo será decidida pelo critério de informação

Schwartz Bayesian – SBIC, que, segundo Brooks (2008, p.233), engloba um termo punitivo mais

rígido e é um critério de informação fortemente mais consistente.

Brooks (2008, p.233) sublinha que o critério de informação bayesiano de Schwartz indica

assintoticamente a ordem correta do modelo correto enquanto o Akaike fornece na média um

modelo mais amplo (maior número de defasagens) mesmo com quantidade infinita de dados

(tradução do autor).

O é obtido por meio da seguinte fórmula:

(21)

Onde:

= A soma dos quadrados dos resíduos dividida pelo número de observações, ;

= O número total dos parâmetros estimados;

= O tamanho da amostra;

= O fator punitivo.

Deve-se escolher a ordem do modelo que minimiza o valor do critério de informação

bayesiano de Schwartz.

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3.2.2.3 Cointegração

A princípio, a regressão de uma série temporal não estacionária contra outra série

temporal não estacionária pode produzir resultados espúrios, ou seja, uma regressão espúria4.

No entanto, se as duas variáveis forem cointegradas, ou seja, forem integradas de mesma

ordem e ambas movimentarem juntas, a regressão resultante dessas duas variáveis faz sentido e a

regressão não será considerada espúria (SARTORIS, 2007).

Assim, a cointegração entre duas variáveis ocorre quando as duas séries forem integradas

de mesma ordem, ou seja, cada série, individualmente, tiver a mesma ordem de não

estacionariedade e a combinação linear dessas duas séries (os resíduos) resultar em uma terceira

série, a qual é integrada de ordem menor que as duas séries iniciais (WATSHAM;

PARRAMORE, 1997).

Watsham e Parramore (1997, p.246) salientam que, para fins práticos em finanças, as duas

séries cointegradas serão integradas de ordem um, I(1), e a combinação linear entre as duas séries

(resíduos) deverá ser integrada de ordem zero, I(0), ou seja, estacionária. Desta forma, a

combinação linear faz com que as tendências estocásticas das duas séries se anulem entre si e o

resultado da regressão das duas variáveis faça sentido (não seja espúria).

Teoricamente, Watsham e Parramore (1997, p.244) descrevem cointegração como a

relação de longo prazo entre variáveis que exibem uma relação de equilíbrio uma com a outra.

Portanto, a cointegração indica a existência de relação de longo prazo entre determinadas

variáveis para cujo sistema econômico converge no tempo (HARRIS, 1995).

Neste sentido, Gujarati (2008, p.659) salienta que “do ponto de vista econômico, duas

variáveis serão cointegradas se tiverem entre elas uma relação de longo prazo, ou de equilíbrio”.

Assim, se duas variáveis não estacionarias com mesma ordem de integração se moverem

juntas no tempo e a diferença entre elas for estável, ou seja, estacionária, pode–se dizer que as

variáveis são cointegradas (CUNHA, 2003).

Cabe destacar a regressão cointegrante que se quer examinar:

(22)

(23)

4 Para maiores detalhes sobre regressões espúrias, ver Brooks (2008).

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Onde:

= Preço das ações preferenciais da Petrobrás - PETR4;

= Preço internacional do barril do petróleo - CL;

e = Parâmetros a serem estimados;

= Termo de erro. ~ N(0, σ²).

Após verificar a regressão cointegrante (22) e mostrar a combinação linear das variáveis

preço das ações preferenciais da Petrobrás e preço internacional do barril do petróleo (23), deve-

se realizar, em seguida, o teste de raiz unitária para essas duas variáveis.

O teste de raiz unitária realizado foi o teste de Dickey Fuller Aumentado – ADF, que é

utilizado para verificar a existência de não estacionariedade e a ordem de integração das séries

das variáveis.

De acordo com Oliveira (2008, p. 27), “a ordem de integração representa o número de

vezes que a série necessita ser diferenciada para que se torne estacionária”.

Assim, um pressuposto para a cointegração é que as duas séries tenham a mesma ordem

de integração, I(1). Aplica-se os mínimos quadrados ordinários na regressão (22) e,

posteriormente, deve-se submeter (resíduos), ou seja, a combinação linear das séries do preço

preferencial das ações da Petrobrás e o preço internacional do petróleo descrito na equação (23)

ao teste da raiz unitária ADF. Caso seja verificado que é estacionário, I(0), então se pode

afirmar que as duas séries são cointegradas.

O teste de raiz unitária mais utilizado é o teste de Dickey e Fuller, que consiste na

estimação da equação abaixo por mínimos quadrados ordinários.

(24)

Onde:

;

;

= Termo de erro de ruído branco. ~ N(0, σ²).

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É comum encontrar séries temporais não estacionárias, cujo exemplo clássico é a equação

(24), conhecida como modelo de passeio aleatório, quando

. A regressão (24) é um modelo auto-regressivo AR(1).

É comum em trabalhos nacionais e internacionais, o pesquisador tratar os preços dos

ativos como séries não estacionárias, ou seja, seguem um passeio aleatório.

A hipótese de mercado eficiente ressalta que os preços das ações são aleatórios, sendo os

investidores incapazes de prever os preços de amanhã com base nos preços de hoje. O preço da

ação de amanhã é igual ao preço da ação de hoje mais um choque aleatório (GUJARATI, 2008).

A hipótese nula do teste é H0: , contra a hipótese alternativa H1: . Brooks et

al. (2008, p. 327) escreve que caso , ou seja, se for menor que zero, a série temporal

é estacionária e se , possui raiz unitária, ou seja, a série temporal é não estacionária.

No entanto, conforme já mencionado, será utilizado o teste de Dickey e Fuller Aumentado

que contempla a possibilidade do termo de erro, , apresentar correlação. No respectivo teste,

são acrescentados, na equação, (24) valores defasados da variável dependente, , o que resulta

na equação (25).

(25)

3.2.2.3.1 Modelo de Correção de Erro

Conforme comentado no tópico anterior, quando as séries das variáveis são cointegradas

sugere-se que há uma relação de longo prazo ou de equilíbrio entre elas. No entanto, pode haver,

no curto prazo, desequilíbrios momentâneos entre as séries, devendo-se lançar mão do termo de

correção de erro, que é uma forma de reconciliar o comportamento de curto prazo de uma

variável com o seu comportamento de longo prazo.

Watsham e Parramore (2007, p.248) ressaltam que o modelo de correção de erro descreve

o processo pelo qual as variáveis I(1) retornam ao equilíbrio.

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Brooks (2008, p.338) salienta que diante de um modelo univariado (modelos ARIMA), é

inteiramente correto tirar a primeira diferença de variáveis I(1). Entretanto, quando houver

relação entre duas ou mais variáveis e esta relação for importante, tal procedimento, apesar de

estatisticamente válido, não é aconselhável, pois esta metodologia não resulta em equilíbrio de

longo prazo.

Brooks (2008, p.338) destaca que existe o modelo de correção de erro que supera este

problema pelo uso de combinações de primeira diferença e variáveis cointegradas defasadas.

Desta forma, o modelo de correção de erro, também conhecido como modelo de correção de

equilíbrio, seria expresso da seguinte forma:

(26)

Onde:

= Retorno das ações preferenciais da Petrobrás no tempo t;

= Retorno das ações preferenciais da Petrobrás no tempo t-1;

= Retorno do preço internacional do barril do petróleo no tempo t;

= Retorno do preço internacional do barril do petróleo no tempo t-1;

= Parâmetro a ser estimado na equação;

= Parâmetro a ser estimado, que representa a relação de curto prazo entre as variáveis,

na equação;

= Parâmetro a ser estimado, que representa a velocidade de ajustamento de volta para o

equilíbrio, na equação;

= coeficiente de cointegração na equação.

= Termo de erro. ~ N(0, σ²);

O modelo destaca que a variável dependente muda entre o tempo t-1 e t como resultado de

alterações da variável explanatória entre o tempo t-1 e t, e serve para corrigir qualquer

desequilíbrio que tenha existido durante o período anterior.

Faz-se importante mencionar que para a obtenção de estimadores pelo método dos

mínimos quadrados em dois estágios deve-se preocupar, em uma abordagem de equações

estruturais, com as questões clássicas de identificação e estimação, e não com a não

estacionaridade e a cointegração (HSIAO, 1997).

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Assim, mesmo que as séries sejam cointegradas, não há necessidade de incluir o termo de

correção do erro quando a estimação da regressão for feita pelo método dos mínimos quadrados

em dois estágios.

3.2.2.4 Modelo de Vetores Autorregressivos – VAR

O modelo VAR é muito utilizado em estudos empíricos com ênfase em estudos

financeiros e econômicos. Algumas dessas pesquisas científicas são descritas com o objetivo de

enfatizar a importância dessa metodologia no processo de previsão, estimação e projeção de

resultados.

O termo autorregressivo se deve à utilização do valor defasado da variável dependente no

lado direito da equação, e o termo vetorial se deve ao fato de estar se tratando de um vetor de

duas ou mais variáveis.

Gujarati (2006, p. 673) ressalta que o método VAR é semelhante à modelagem de

equações simultâneas, no sentido de que se deve considerar as variáveis endógenas

conjuntamente. No entanto, cada variável endógena é explicada por seus valores defasados no

tempo e pelos valores defasados das demais variáveis endógenas explicadas no modelo, tendo em

vista que em geral não há variáveis exógenas neste modelo.

Entrementes, nos modelos de equações simultâneas, algumas variáveis são consideradas

endógenas e outras são tratadas como exógenas. Para Sims, segundo GUJARATI (2006, p.682),

se houver simultaneidade entre um conjunto de variáveis, todas devem ser tratadas igualmente

não havendo nenhuma distinção a priori entre variáveis endógenas e exógenas.

Neste modelo, o valor da variável deve ser expresso como função linear dos valores

passados desta mesma variável e das demais variáveis incluídas no modelo. Gujarati (2006,

p.682) ressalta que caso cada regressão contenha o mesmo número de variáveis defasadas no

sistema, a regressão poderá ser estimada individualmente pelo método dos mínimos quadrados

ordinários.

No caso de haver mais de uma variável em estudo, o VAR é tido como a extensão de um

modelo autorregressivo. Assim, a metodologia VAR possui mais de uma variável dependente e,

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consequentemente, um sistema de equações onde cada uma dessas equações utilizam, como

variáveis explanatórias, defasagens de todas as variáveis do modelo (KOOP, 2006).

Cabe ressaltar que quando há variáveis exógenas no modelo VAR, este passa a ser

denominado de VARX.

Gujarati (2006, p.683) destaca que, devido ao uso de diversas defasagens das mesmas

variáveis, pode acontecer que cada coeficiente estimado não seja estatisticamente significativo

por causa da multicolinearidade. Então, deve-se testar, coletivamente, os coeficientes estimados

pelo teste F padrão.

Assim, o modelo a ser estimado pela metodologia VAR é:

(27)

(28)

Onde:

= Retorno das ações preferenciais da Petrobrás;

= Retorno do preço internacional do barril do petróleo;

= Retorno do índice preços das ações listadas na bolsa de Valores de São Paulo no

período t, retorno do Ibovespa;

, , , , = Parâmetros a serem estimados na equação (27);

= Termo de erro. ~ N(0, σ²);

= Retorno do índice preços das ações listadas na bolsa de valores de Nova Iorque,

Dow Jones;

, , , , = Parâmetros a serem estimados na equação (28);

= Termo de erro. ~ N(0, σ²).

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Entretanto, o respectivo modelo para fins de verificação do efeito lead-lag não se mostra

condizente, uma vez que as variáveis exógenas (petróleo e Dow Jones) apresentam-se

contemporaneamente. Assim, este modelo será explorado apenas para ilustração.

Então, com intuito de verificar o efeito lead-lag e tendo em vista que o VAR é um sistema

simultâneo, em que todas as variáveis são tidas como endógenas, é que foi utilizado o modelo:

(29)

(30)

Onde:

= Retorno das ações preferenciais da Petrobrás;

= Retorno do preço internacional do barril do petróleo;

, , = Parâmetros a serem estimados na equação (29);

= Termo de erro. ~ N(0, σ²);

= Retorno do índice preços das ações listadas na bolsa de valores de Nova Iorque,

Dow Jones;

, , = Parâmetros a serem estimados na equação (30);

= Termo de erro. ~ N(0, σ²).

3.2.2.4.1 Modelo Vetor de Correção de Erros – VECM

Engle e Granger (1987) popularizaram a estimação do vetor de correção de erros, que

tem por finalidade analisar os ajustamentos de curto prazo que ocorrem nas séries cointegradas.

A utilização do VECM é determinada caso seja verificada a presença de relações de

longo prazo entre as variáveis do modelo econométrico desenvolvido, que é conferido por meio

da análise de cointegração (JOHANSEN, 1988).

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Tendo em vista o problema da possível existência de vários vetores de

cointegração, Johansen (1988) e Johansen e Juselius (1990) propuseram um procedimento para

solucionar este problema com base no método da máxima verossimilhança. Este procedimento,

segundo Van Doornik (2007, p. 33), considera que as inter-relações dinâmicas entre as variáveis

deverão ser apreciadas por esse método, que se reveste de maior robustez, uma vez que

incorpora, no modelo VAR, os desvios em relação à trajetória de longo prazo das variáveis.

Assim, ao evidenciar a relação de longo prazo entre as variáveis, ou seja, a cointegração

entre as séries, o modelo VAR necessitará ser transformado no modelo VEC.

3.2.2.5 Teste de causalidade de Wiener-Granger

Faz-se importante ressaltar que a regressão, apesar de descrever um modelo em que, de

um lado, está a variável dependente e do outro estão a(s) variáveis independente(s), não implica

em causação, pois, para atribuir está característica, deve-se ter considerações teóricas. Assim, a

relação entre variáveis não atesta causalidade nem direção de influência.

No entanto, Koop (2000 apud GUJARATI, 2006, p.560) salienta que nas regressões de

séries temporais a situação é diferente, uma vez que o passado pode causar eventos de hoje;

porém, a recíproca não é verdadeira.

Desta forma, para verificar a direção de causalidade entre as variáveis, deve-se lançar mão

do teste de causalidade de Wiener-Granger, mais conhecido por teste de causalidade de Granger.

O presente trabalho visa, por meio do já mencionado teste, averiguar se a série temporal

de valores do retorno do preço internacional do barril do petróleo causa o retorno das ações

preferenciais da Petrobrás.

Cabe ressaltar que a causalidade envolve apenas a precedência temporal das variáveis

envolvidas; então, se a variável “causa” no sentido de Granger a variável , os valores

passados, defasados de contêm informações úteis para prever a variável .

Assim, com intuito de testar a direção de causalidade entre as duas variáveis, devem-se

estimar as seguintes equações:

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(31)

(32)

Onde:

= retorno das ações preferenciais da Petrobrás;

= retorno do preço internacional do barril do petróleo;

, , , , , = parâmetros a serem estimados;

, = termos de erro ~ N(0, σ²).

Assim, o presente estudo visa a testar se os parâmetros das variáveis exógenas das

equações acima são estatisticamente significativos, mais especificamente se é estatisticamente

diferente de zero. Ou seja, quer-se verificar se o retorno do preço internacional do petróleo causa

os retornos das ações preferências da Petrobrás. Desta forma, testa-se a seguinte hipótese nula:

H0: = 0

Caso seja estatisticamente diferente de zero pode-se inferir que no mínimo há uma

relação de causalidade unidirecional de para .

Salienta-se que para testar tal hipótese deve-se usar o teste F.

3.3 Testes estatísticos

Quando da estimação dos parâmetros da função de regressão amostral, os dados devem

satisfazer determinadas premissas para que os parâmetros estimados pelo Ordinary Least Squares

– OLS (mínimo quadrado ordinário) sejam os melhores estimadores lineares não tendenciosos –

BLUE. Consequentemente, tecer inferências sobre os parâmetros populacionais.

De acordo com Watsham e Parramore (2007, p. 191), os dados devem satisfazer as

seguintes premissas:

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1. O erro (e) é distribuído normalmente com média zero - E(ei) = 0. Gujarati (2006,

p.54) afirma que os valores não incluídos explicitamente no modelo, que estão agrupados

no termo de erro na média, não afetará o valor médio da variável dependente, pois os

valores positivos do erro cancelam os negativos de modo que seu efeito médio sobre a

variável dependente seja zero.

2. Homoscedasticidade - o termo de erro tem variância constante, σ2. Assim, o termo

de erro será normalmente distribuído com média zero e variância σ2. Então, percebe-se

que e~N(0,σ2). Esto implica que a variável dependente terá também a seguinte

propriedade: Yi~N(a + bXi, σ2). (GUJARATI 2006).

3. Não há autocorrelação entre os termos de erro: cov eiej = 0.

4. A variável independente é não estocástica, ou seja, ela é exógena e determinística,

não tendo distribuição probabilísitica. Considera-se que os valores assumidos pelos

regressores são fixos em amostras repetidas (BROOKS, 2002).

5. Não há relação entre a variável independente e o termo de erro, cov (eixi)=0.

Gujarati (2006, p.57) sublinha que a lógica que embasa essa premissa é o fato de a

variável independente e o termo de erro, que representam a influência de todas as

variáveis omitidas do modelo, exercerem influências separadas sobre a variável

dependente. Entretanto, se as variáveis (independente e o termo de erro) estiverem

correlacionadas, não é possível avaliar seus efeitos individuais sobre a variável

dependente. Salienta-se que se a premissa anterior for satisfeita automaticamente esta

também o será.

Depois de estimados os parâmetros e com intuito de verificar essas premissas serão

realizados os seguintes testes de robustez: normalidade - teste de normalidade de Jarque-Bera,

heteroscedasticidade - o teste geral de heteroscedasticidade de White e o teste de autocorrelação

dos resíduos- teste de Durbin-Watson.

Cabe ressaltar que para a segunda hipótese, que busca averiguar a existência do efeito

“lead-lag”, foi realizado o teste de autocorrelação de Breusch-Godfrey, que permite a existência

de regressores não estocásticos e erros autorregressivos de ordem mais elevada.

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3.4 Custos Transacionais

A existência do efeito lead-lag entre os ativos sob análise pode proporcionar ao investidor

certo grau de previsibilidade na variação do preço das ações da Petrobrás. Neste caso, os

resultados dos modelos TSLS e GARCH foram testados a fim de verificar o seu grau de predição

dos retornos dos papéis.

Assim, caso o modelo possa prever com determinado nível de probabilidade que o valor

da ação da Petrobrás subirá em alguns minutos, o investidor poderá comprar o papel naquele

momento para vendê-lo minutos depois, quando o valor da ação subir até o valor previsto.

A fim de que o investidor obtenha retorno financeiro positivo, utilizando um desses

modelos, é necessário que o custo das transações seja inferior ao ganho financeiro de cada

negociação.

Os custos de transação se dividem em corretagem e taxas, que remuneram a corretora e a

BM&FBovespa, respectivamente. Os valores referentes às corretagens variam em relação a cada

corretora; entretanto, muitas trabalham com corretagem fixa.

As taxas cobradas dependem do tipo de transação. A BMF&Bovespa cobra, para

operações intra-day no mercado à vista, 0,025% do valor transacionado, sendo 0,019% referentes

à taxa de liquidação e 0,006% referentes a emolumentos. Naturalmente, estas taxas são cobradas

tanto na operação de compra quanto na operação de venda.

No caso de se utilizar uma estratégia de compra e venda de ações baseado em um dos dois

modelos testados, é importante que o investidor opte por utilizar uma corretora que cobre o valor

fixo pela corretagem. Por exemplo, há corretoras que cobram uma taxa de R$ 10,00 pelas

primeiras 150 operações realizadas no mês, o que limita o custo operacional com corretagem a

R$ 1.500,00 mensais. Este valor torna-se relativamente menor quanto maior o valor investido.

Por esta razão, a corretagem não será analisada no custo de transação.

É importante considerar o valor cobrado nas taxas de liquidação e emolumentos por se

tratar de uma quantia relativa, ou seja, tanto mais caro será quanto maior o valor transacionado.

Como dito, para que uma operação seja lucrativa, é necessário que o resultado de compra e venda

da operação seja superior ao valor das taxas. Por exemplo, se o modelo previr uma elevação de

0,06%, a operação será lucrativa se o modelo acertar a previsão, pois o resultado líquido da

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operação vai superar os valores das taxas, (0,025% sobre o valor de compra mais 0,025% sobre o

valor de venda).

A tabela abaixo apresenta resumidamente a possibilidade de ganho para cada percentual

que o modelo prevê. Foi sugerido um valor inicial hipotético de R$ 35,00 para o valor da ação da

Petrobrás e uma quantidade de 10.000 ações para investimento.

Tabela 2: Análise da rentabilidade dos acertos

% de

elevação

prevista

% de

elevação

real

Valor da

ação

Quantidade

de ações

Valor da

compra

Valor da

Venda

Resultado

Financeiro

Taxas Compra

(0,025%)

Taxas Venda

(0,025%)

Resultado

Líquido

Rentabilidade

(%)

(a) (b) (c) (d)=c*b (e)=d*(1+a) (f)=e-d (g)=d*0,025% (h)=e*0,025% (i)=f-g-h (j)=i/d

0,06% 0,06% 35,00 10.000 350.000,00 350.210,00 210,00 87,50000 87,55250 34,94750 0,01%

0,08% 0,08% 35,00 10.000 350.000,00 350.280,00 280,00 87,50000 87,57000 104,93000 0,03%

0,10% 0,10% 35,00 10.000 350.000,00 350.350,00 350,00 87,50000 87,58750 174,91250 0,05%

0,12% 0,12% 35,00 10.000 350.000,00 350.420,00 420,00 87,50000 87,60500 244,89500 0,07%

0,15% 0,15% 35,00 10.000 350.000,00 350.525,00 525,00 87,50000 87,63125 349,86875 0,10%

0,20% 0,20% 35,00 10.000 350.000,00 350.700,00 700,00 87,50000 87,67500 524,82500 0,15%

Pode-se observar que a rentabilidade líquida do investimento é aproximadamente 0,05%

(0,025% mais 0,025%) menor do que o valor de elevação da ação.

Naturalmente, o grau de previsibilidade do modelo, assunto a ser analisado em seguida,

não é absoluto, ou seja, nem sempre prevê com precisão. Pode ocorrer que, apesar de o modelo

ter previsto uma elevação, o valor da ação sofra uma redução. Assim, se, supostamente, o

investidor realizar o prejuízo quando o valor da ação se reduzir até o percentual que o modelo

havia previsto que subiria, a rentabilidade será negativa em 0,05% além da queda do percentual

da ação, conforme pode ser observado na tabela 3.

Tabela 3: Análise da rentabilidade nos erros

% de

elevação

prevista

% de

elevação

real

Valor da

ação

Quantidade

de ações

Valor da

compra

Valor da

Venda

Resultado

Financeiro

Taxas Compra

(0,025%)

Taxas Venda

(0,025%)

Resultado

Líquido

Rentabilidade

(%)

(a) (b) (c) (d)=c*b (e)=d*(1+a) (f)=e-d (g)=d*0,025% (h)=e*0,025% (i)=f-g-h (j)=i/d

0,06% -0,06% 35,00 10.000 350.000,00 349.790,00 -210,00 87,50000 87,44750 -384,94750 -0,11%

0,08% -0,08% 35,00 10.000 350.000,00 349.720,00 -280,00 87,50000 87,43000 -454,93000 -0,13%

0,10% -0,10% 35,00 10.000 350.000,00 349.650,00 -350,00 87,50000 87,41250 -524,91250 -0,15%

0,12% -0,12% 35,00 10.000 350.000,00 349.580,00 -420,00 87,50000 87,39500 -594,89500 -0,17%

0,15% -0,15% 35,00 10.000 350.000,00 349.475,00 -525,00 87,50000 87,36875 -699,86875 -0,20%

0,20% -0,20% 35,00 10.000 350.000,00 349.300,00 -700,00 87,50000 87,32500 -874,82500 -0,25%

Verifica-se que a rentabilidade líquida do investimento é negativa 0,05% (0,25% mais

0,25%) menor do que o retorno.

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Por esta razão, para que este tipo de estratégia de investimento traga retorno positivo para

o investidor, é de fundamental importância que a quantidade de acertos nas previsões de elevação

do valor da ação supere a quantidade de erros o suficiente para que o resultado seja positivo.

Pela tabela abaixo, percebe-se que a quantidade de acertos necessários para cobrir o

prejuízo de cada erro de previsão diminui à medida que há um crescimento no percentual de

elevação do retorno da ação.

Tabela 4: Análise dos acertos necessários para cobrir um erro de previsão

Previsão

% de

elevação

previsto

% de

elevação

real (1)

Resultado

Líquido

Rentabilidade

(%)

% de

elevação

real (2)

Resultado

Líquido

Rentabilidade

(%)

(a) (a) (b) (d) (e) (f) (g) (h)=-g/d

0,06% 0,06% 34,94750 0,01% -0,06% -384,94750 -0,11% 11,0150

0,08% 0,08% 104,93000 0,03% -0,08% -454,93000 -0,13% 4,3356

0,10% 0,10% 174,91250 0,05% -0,10% -524,91250 -0,15% 3,0010

0,12% 0,12% 244,89500 0,07% -0,12% -594,89500 -0,17% 2,4292

0,15% 0,15% 349,86875 0,10% -0,15% -699,86875 -0,20% 2,0004

0,20% 0,20% 524,82500 0,15% -0,20% -874,82500 -0,25% 1,6669

Erro do ModeloAcerto do Modelo

acertos necessários para

cobrir 1 erro de previsão

No exemplo acima, se a previsão fosse de que a ação se elevaria 0,15% e, na realidade, o

valor se reduzisse neste percentual, seriam necessários dois acertos aproximadamente para que o

prejuízo fosse anulado. Por outro lado, para cada erro de previsão quando se espera que a ação

suba 0,06%, são necessários 11 acertos para cobrir o prejuízo.

Em uma análise superficial, poder-se-ia imaginar que bastaria, então, realizar operações

de compra apenas quando o modelo indicasse uma elevação igual ou superior a 0,15%. Porém,

um retorno de 0,15% ou superior, a curto prazo, ocorre em uma frequência muito menor do que

um retorno de 0,06%, por exemplo. Dessa forma, torna-se imprescindível fazer uma análise do

grau de previsibilidade dos retornos dos modelos.

4. ANÁLISE DE RESULTADOS

As análises de resultados foram divididas em três partes. A primeira referente à H1 que

trata da existência da relação entre o preço internacional do petróleo e os preços das ações

preferenciais da Petrobrás; a segunda refere-se à H2, que determina a existência do efeito lead-

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lag entre o preço internacional do petróleo e as ações preferenciais da Petrobrás; e, por último, os

custos transacionais.

4.1 H1: Existe relação entre o preço internacional do petróleo e os preços das ações

preferenciais da Petrobrás

Neste tópico serão analisados os resultados obtidos com os modelos econométricos

explicitados no subitem 3.2.1 do capítulo de “Metodologia”. Cabe lembrar que para averiguar a

existência da relação entre as variáveis foram utilizados dados mensais das mesmas.

4.1.1 Resultado do modelo TSLS

Devido ao problema da simultaneidade, mencionado no subitem 3.2.1 da Metodologia,

utilizou-se o método dos mínimos quadrados em dois estágios no modelo da equação (13) tendo o

retorno do índice Dow Jones e o retorno do petróleo no tempo t como variáveis instrumentais.

De acordo com a Tabela 5, abaixo destacada, percebe-se que as hipóteses nulas foram

rejeitadas, ou seja, os estimadores do petróleo e do Ibovespa são significativamente diferentes de

zero ao nível de significância de 5%. Portanto, os estimadores revelaram-se estatisticamente

significativos.

O coeficiente de regressão do petróleo mostra que a mesma afeta as ações da Petrobrás

em praticamente 20%.

O coeficiente de determinação mostra que 70% da variação da Petrobrás é explicada pelo

modelo de regressão.

Tabela 5: Regressão TSLS

Variável Coeficiente Erro Padrão t-estatístico Prob.

C 0.0022 0.0056 0.3898 0.6971

DLOG(OIL) 0.1912 0.0615 3.1084 0.0022

DLOG(IBOV) 1.1262 0.0866 1.2990 0.0000

R-quadrado 0.6991 Durbin-Watson stat 2.1685

R-quadrado ajustado 0.6957

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4.1.1.1 Testes dos resíduos

Conforme mencionado no subitem 3.3 do tópico “Metodologia”, algumas premissas

devem ser consideradas para que a regressão, pelo método dos mínimos quadrados em dois

estágios e da máxima verossimilhança, seja válida.

Assim, foram realizados os testes de normalidade, de heteroscedasticidade dos resíduos e

o teste de Durbin-Watson.

O teste de Durbin-Watson, destacado na tabela 5 do subitem 4.1.1, revelou não haver

evidências de autocorrelação dos resíduos ao nível de significância de 5%, tendo em vista que a

estatística Durbin-Watson de 2.16 está situada na região em que não se rejeita a hipótese nula.

A seguir, são apresentados os gráficos dos resíduos da regressão pelo TSLS.

-.3

-.2

-.1

.0

.1

.2

1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008

DLOG(PETR) Residuals

Gráfico 5: Resíduos da regressão TSLS

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4.1.1.1.1 Teste de normalidade dos resíduos

Uma das premissas do modelo é a de que os erros (e) são normalmente distribuídos, com

média zero e variância σ2, e ~ N(0,σ

2). Um dos testes a ser utilizado para verificar a normalidade

dos resíduos é o teste de Jarque-Bera, que faz uso do coeficiente de assimetria, que deve ser zero,

e do coeficiente de curtose, que deve ser três para distribuição normal.

O p-value de aproximadamente 0.001 sugere que a hipótese nula de que os resíduos são

normalmente distribuídos deve ser rejeitada ao nível de significância de 5%.

No entanto, Brooks (2008, p.164) salienta que a violação da presunção da normalidade é

virtualmente inconsequente para amostras bastante grandes, uma vez que, segundo o teorema do

limite central, o teste estatístico irá seguir assintoticamente a distribuição adequada, mesmo na

ausência da normalidade dos erros.

0

5

10

15

20

25

30

-0.2 -0.1 -0.0 0.1 0.2

Series: Residuals

Sample 1995M02 2010M02

Observations 181

Mean 6.46e-18

Median 0.000891

Maximum 0.195592

Minimum -0.272750

Std. Dev. 0.072709

Skewness -0.228543

Kurtosis 4.249332

Jarque-Bera 13.34692

Probability 0.001264

Gráfico 6: Teste de normalidade dos resíduos de Jarque-Bera para a regressão TSLS

4.1.1.1.2 Teste de heteroscedasticidade dos resíduos

Outra premissa dos estimadores de mínimos quadrados é a de que os resíduos devem ter

variância constante, ou seja, devem ser homoscedásticos.

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Brooks (2008, p.135) destaca que a violação desta premissa ainda resultará em

estimadores não tendenciosos, porém, eles não mais serão os de menor variância, o que poderá

resultar em erros de inferências.

Ao utilizar o teste de White para detectar a heteroscedasticidade, rejeitou-se a hipótese

nula de que os resíduos são homoscedásticos.

Tabela 6: Teste de heteroscedasticidade de White para regressão TSLS

Teste de Heteroscedasticidade: White

F-estatístico 13.7488 Prob. F(5,175) 0.0000

Obs*R-quadrado 51.0481 Prob. Chi-Quadrado(5) 0.0000

Scaled explained SS 80.2097 Prob. Chi-Quadrado(5) 0.0000

Assim, devido à presença de heteroscedasticidade, foram efetuadas regressões por outras

duas metodologias, a de mínimos quadrados em dois estágios consistente com a

heteroscedasticidade de White e GARCH.

4.1.2 Resultado do Método da Máxima Verossimilhança

Com intuito de dar um tratamento mais robusto aos dados, utilizou-se o método de

máxima verossimilhança pelo sistema de equações simultâneas abaixo.

(33)

(34)

De acordo com a tabela 7, os coeficientes do intercepto foram os únicos que não se

demonstraram estatisticamente significativos.

Os coeficientes revelaram-se significativamente diferentes de zero e os coeficientes do

petróleo e do Ibovespa foram semelhantes aos obtidos pelo método de mínimos quadrados em

dois estágios.

Além do mais, o coeficiente de determinação do sistema de equações foi de

aproximadamente 70%, igual ao obtido pelo TSLS.

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Salienta-se o fato de que não há evidência de autocorrelação dos resíduos, pelo fato de a

estatística Durbin-Watson das duas equações situarem-se na região em que não se rejeita a

hipótese nula.

Tabela 7: Regressão Máxima Verossimilhança

Coeficiente Erro Padrão z-estatístico Prob.

C(1) 0.0022 0.0060 0.3662 0.7142

C(2) 0.1912 0.0472 4.0499 0.0001

C(3) 1.1262 0.0830 1.3558 0.0000

C(4) 0.0038 0.0047 0.8111 0.4173

C(5) 0.8981 0.2493 3.6013 0.0003

C(6) 0.3113 0.1482 2.1001 0.0357

Equação: DLOG(PETR) = C(1) + C(2)*DLOG(OIL) + C(3)*DLOG(IBOV)

R-quadrado 0.6991 Durbin-Watson estat 2.1685

R-quadrado ajustado 0.6957

Equação: DLOG(IBOV) = C(4) + C(5)*DLOG(DJI) + C(6)*DLOG(PETR)

R-quadrado 0.6917 Durbin-Watson estat 1.9589

R-quadrado ajustado 0.6883

4.1.3 Resultado obtido utilizando-se o estimador de White consistente com

heteroscedasticidade.

Após a aplicação do TSLS e do método da máxima verossimilhança, foi constatado que

os resíduos não são homoscedásticos, conforme a tabela 6.

Ao constatar a heteroscedasticidade, Brooks (2008, p.138/139) ressalta a possibilidade de

aplicar o método dos mínimos quadrados em dois estágios pelo estimador de White consistente

com heteroscedasticidade.

Os resultados obtidos, pelo método de mínimos quadrados em dois estágios consistente

com a heteroscedasticidade de White, estão demonstrados na tabela 8.

Nota-se que os estimadores do petróleo e do Ibovespa são significativamente diferentes de

zero e muito próximos dos resultados obtidos com os demais métodos econométricos utilizados,

19,13% e 112,62%, respectivamente.

Ressalta-se, mais uma vez, o elevado coeficiente de determinação de aproximadamente

70%.

Faz-se importante destacar que não foi detectada a presença de autocorrelação dos

resíduos, conforme verificado pelo teste de Durbin-Watson.

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Tabela 8: Regressão TSLS consistente com a heteroscedasticidade de White

Coeficiente Erro Padrão t-estatístico Prob.

C(1) 0.0022 0.0058 0.3753 0.7078

C(2) 0.1912 0.0902 2.1192 0.0355

C(3) 1.1262 0.1118 1.0065 0.0000

R-quadrado 0.6991 Durbin-Watson estat 2.1685

R-quadrado ajustado

0.6957

4.1.4 Resultado do modelo GARCH

Tendo em vista a presença da heteroscedasticidade, foi executada a metodologia GARCH,

que incorpora esta inconstância da variância no próprio modelo.

De acordo com a tabela 9, percebe-se que os estimadores obtidos pela metodologia

GARCH tanto do petróleo quanto do Ibovespa são estatisticamente significantes.

Além do mais, o coeficiente de determinação e a estatística de Durbin-Watson não se

mostraram tão diferentes dos demais resultados obtidos, conforme ilustrado na tabela 9.

Entrementes, o coeficiente do resíduo quadrático defasado não foi significativamente

diferente de zero. Então, foi realizada a metodologia GARCH sem o termo de erro quadrático

defasado, ou seja, efetuou-se o GARCH (0,1).

Tabela 9: Regressão GARCH (1,1)

Coeficiente Erro Padrão z-estatístico Prob.

C -0.0013 0.0048 -0.2821 0.7778

DLOG(OIL) 0.1783 0.0514 3.4676 0.0005

DLOG(IBOV) 1.1292 0.0396 2.8506 0.0000

Equação Variância

C 0.0006 0.000517 1.3224 0.1860

RESID(-1)^2 0.1740 0.106148 1.6398 0.1010

GARCH(-1) 0.6903 0.168901 4.0874 0.0000

R-quadrado 0.6982 Durbin-Watson estat 2.1582

R-quadrado ajustado 0.6895

De acordo com a tabela 10, os coeficientes obtidos pelo modelo GARCH(0,1)

demonstraram-se todos ser significativamente diferentes de zero, exceto para o intercepto.

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Os estimadores significativamente diferentes de zero foram semelhantes aos obtidos

mediante outras técnicas. Tal fato demonstra como a relação entre as duas variáveis (petróleo e

Petrobrás) são extremamente significativas.

O elevado coeficiente de determinação de aproximadamente 70% em todas as técnicas

empregadas mostra a eficácia do modelo em transmitir a relação entre as variáveis.

Assim, o GARCH (0,1) demonstrou ser o modelo que melhor explica a relação entre o

preço do petróleo e a ação preferencial da Petrobrás.

Tabela 10: Regressão GARCH (0,1)

Coeficiente Erro Padrão z-etatístico Prob.

C 0.0025 0.0053 0.4814 0.6302

DLOG(OIL) 0.1953 0.0438 4.4574 0.0000

DLOG(IBOV) 1.1131 0.0355 3.1287 0.0000

Equação Variância

C 0.0017 0.0014 1.2003 0.2300

GARCH(-1) 0.6509 0.2875 2.2633 0.0236

R-quadrado 0.6992 Durbin-Watson estat 2.1746

R-quadrado Ajustado 0.6923

4.2. H2: Existe efeito lead-lag entre o petróleo e as ações preferenciais da Petrobrás

Neste tópico serão tratados os resultados da hipótese - H2.

4.2.1 Cointegração entre as ações da Petrobrás e o petróleo

É importante destacar que, em geral, a representação gráfica dos dados é o primeiro passo

na análise de uma série temporal. O gráfico pode dar uma idéia inicial da provável natureza da

série temporal. Para tal, foram apresentados no gráfico 7 os dados intradiários do petróleo e da

Petrobrás de um trimestre escolhido aleatoriamente.

O gráfico 7 mostra as séries temporais da Petrobrás e do Petróleo ao longo do tempo. As

séries demonstram que no período em estudo os preços das variáveis apresentaram uma tendência

para baixo, sugerindo que a média das variáveis mudaram ao longo do tempo. Este fato pode

indicar que as séries das respectivas variáveis em nível são não estacionárias.

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Gráfico 7: Preço intradiário das variáveis Petrobrás e petróleo do 4° trimestre de 2008

De acordo com o demonstrado nas próximas cinco tabelas, percebe-se que há

cointegração entre o preço internacional do petróleo e o preço das ações preferenciais da

Petrobrás.

Em um primeiro momento foi realizado o teste ADF para o logaritmo das séries do preço

da ação da Petrobrás (tabela 11) e do preço do petróleo (tabela 12). Conforme exposto na tabela

11, verifica-se que a hipótese nula de que o logaritmo da série de preços da Petrobrás possui raiz

unitária não foi rejeitada e, portanto, a variável em nível é não estacionária.

Tabela 11: Teste de raiz unitária do preço da ação da Petrobrás

Hipótse Nula: LOG(PETR) tem raiz unitária

Exógena: Constante

Defasagem: 1 (Automatic based on SIC, MAXLAG=39)

Estatística-t Prob.*

Teste estatístico de Dickey-Fuller Aumentado -1.9125 0.3268

Valores do teste crítico: 1% level -3.4307

5% level -2.8615

10% level -2.5668

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Da mesma forma, não se pode rejeitar a hipótese nula de que a série de preços do petróleo

possui raiz unitária, conforme destacado na tabela 12.

Tabela 12: Teste de raiz unitária do preço do petróleo.

Hipótese Nula: LOG(OIL) tem raiz unitária

Exógena: Constante

Defasagem: 1 (Automatic based on SIC, MAXLAG=39)

Estatística -t Prob.*

Teste estatístico de Dickey-Fuller Aumentado -1.4765 0.5457

Valores do teste crítico: 1% level -3.4307

5% level -2.8615

10% level -2.5668

Após a realização do teste ADF das séries em nível, foi efetuado o mesmo teste nas

mesmas séries, porém em primeira diferença, conforme disponibilizado nas tabelas 13 e 14.

De acordo com a tabela 13, nota-se que o retorno das ações da Petrobrás não possui raiz

unitária. Assim, a série de preços da Petrobrás possui integração de ordem um – I (1).

Tabela 13: Teste de raiz unitária da Petrobrás em primeira diferença Hipótese Nula: D(LOG(PETR)) tem raiz unitária

Exógena: Constante

Defasagem: 0 (Automatic based on SIC, MAXLAG=39)

Estatística-t Prob.*

Teste estatístico de Dickey-Fuller Aumentado -1.1568 0.0001

Valores do teste crítico: 1% level -3.4307

5% level -2.8615

10% level -2.5668

.

Em primeira diferença, foi rejeitada a hipótese nula de que a série do petróleo possui raiz

unitária, conforme tabela 14.

Em consonância com o teste em nível do petróleo, pode-se inferir que a série de preços do

petróleo possui integração de primeira ordem – I(1).

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Desta forma, tanto a série do retorno das ações da Petrobrás quanto a série do retorno do

petróleo são estacionárias.

Tabela 14: Teste de raiz unitária do preço do petróleo em primeira diferença. Hipótese Nla: D(LOG(OIL)) tem raiz unitária

Exógena: Constante

Defasagem: 0 (Automatic based on SIC, MAXLAG=39)

Estatística-t Prob.*

Teste estatístico de Dickey-Fuller Aumentado -1.1381 0.0001

Valores do teste crítico: 1% level -3.4307

5% level -2.8615

10% level -2.5668

Assim, após ter sido satisfeita a condição de que ambas as séries têm a mesma ordem de

integração, deve-se verificar se o resíduo da regressão entre as séries de preços, conforme

ilustrado na equação (22) do subitem 3.2.2.3 do capítulo de “Metodologia”, possui raiz unitária.

Caso os resíduos destas duas séries, que são não estacionários de mesma ordem –I(1), forem

estacionários, pode-se concluir que as duas séries são cointegradas.

De acordo com a tabela 15, rejeita-se a hipótese nula ao nível de significância de 5% e

pode-se inferir que as séries do preço das ações da Petrobrás e do preço do petróleo são co-

integradas.

Tabela 15: Teste de raiz unitária dos resíduos em nível

Hipótese Nula: RES_CI tem raiz unitária

Exogenous: Nenhuma

Defasagem: 4 (Automatic based on SIC, MAXLAG=39)

Estatística-t Prob.*

Teste estatístico de Dickey-Fuller Aumentado -2.2455 0.0239

Valores do teste crítico: 1% level -2.5651

5% level -1.9408

10% level -1.6166

4.2.2 Causalidade de Granger entre as ações da Petrobrás e o preço do petróleo

A fim de verificar a relação entre as duas variáveis, foi realizado o teste de causalidade de

Granger, com cinco defasagens.

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A hipótese nula do teste de causalidade de Granger é de que há ausência de causalidade

entre as variáveis. Assim, a primeira hipótese nula é de que o preço do petróleo não causa

“Granger” à Petrobrás e a segunda é que a Petrobrás não causa “Granger” ao preço do petróleo.

Por meio da tabela 16, percebe-se que a primeira hipótese nula foi rejeitada ao nível de

significância de 5%. Desta forma, o retorno do petróleo causa “Granger” aos retornos das ações

da Petrobrás. Então, os valores passados do retorno do petróleo contêm informações úteis para

prever os retornos das ações da Petrobrás.

Conforme o esperado, a segunda hipótese nula não foi rejeitada e, portanto, os retornos

das ações da Petrobrás não causam, no sentido “Granger”, os retornos do petróleo.

Tabela 16: Teste de causalidade de Granger

Teste de Causalidade de Granger Pairwise

Data: 09/11/10 Hora: 13:56

Amostra: 1 15932

Defasagens: 5

Hipótese Nula: Obs Estatística-F Probabilidade

DLOG(OIL) não Causa Granger DLOG(PETR) 15926 23.7115 7.8E-2

DLOG(PETR) não Causa Granger DLOG(OIL) 0.6743 0.6428

4.2.3 Resultados do VECM

Após ter sido verificada a cointegração entre as variáveis endógenas Petrobrás e Ibovespa,

ilustrado nas tabelas 17, 18, 19, 20, 21 do Apêndice B, foi utilizado o VECM do sistema

composto pelas equações 27 e 28 do subitem 3.2.2.4, do capítulo “Metodologia”.

No entanto, conforme exposto no mesmo subitem, o VECM resultante do respectivo

sistema foi apresentado nesta pesquisa na tabela 22 do Apêndice B apenas para ilustração, uma

vez que o petróleo é analisado contemporaneamente neste modelo, não sendo, portanto, eficaz

para verificar a existência do efeito lead-lag entre as variáveis. Deste modo, com intuito de

analisar o efeito lead-lag entre as variáveis Petrobrás e o preço do petróleo, é que foi efetuado o

VECM entre as respectivas variáveis, tendo em vista que há cointegração entre as mesmas,

conforme já verificado no subitem 4.2.1.

Os resultados revelaram que há efeito lead-lag entre as variáveis, uma vez que os

coeficientes do petróleo até a quarta defasagem mostraram ser significativos, segundo a tabela 23

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do Apêndice B. A mesma tabela evidenciou que não há qualquer influência da Petrobrás sobre os

movimentos do preço do petróleo.

4.2.4 Resultado do modelo TSLS

A escolha da ordem do modelo, ou seja, o número de defasagens foi obtido pelo modelo

que minimizou o critério de informação Schwartzs Bayesian – SBIC, conforme ilustrado no

gráfico abaixo.

Gráfico 8: Critério de Informação Schwartzs Bayesian

No subitem 3.2.2 do capítulo de “Metodologia”, foi explicado o motivo de estimar a

regressão (18) pelo TSLS. Os coeficientes obtidos estão expostos na tabela 24.

De acordo com a tabela 24, dos treze coeficientes estimados na regressão oito foram

estatisticamente diferentes de zero.

Para estes estimadores, a hipótese nula foi rejeitada, ou seja, os estimadores tanto do

preço do petróleo em nível, com uma, duas, três e cinco defasagens quanto do Ibovespa em nível,

com uma e cinco defasagens foram estatisticamente significativos ao nível de significância de

5%.

Em relação ao preço do petróleo percebe-se que apenas o penúltimo lag, t-4 não tem

significância estatística.

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Apesar de o coeficiente t-4 do petróleo não ter sido significativo, pode-se inferir que todos

os coeficientes do petróleo são significativos, pelo fato de em t-5 haver resquícios de influência

do petróleo nas ações da Petrobrás.

Nota-se que todos os coeficientes do petróleo foram positivos com exceção do retorno do

petróleo em nível. O coeficiente de maior valor absoluto foi o obtido no momento t-1, com valor

de 0,046344.

Tabela 24: Regressão TSLS. Dados intradiários

Coeficiente Erro Padrão t-estatístico Prob.

C -2.97E-05 2.87E- -1.0352 0.3006

DLOG(OIL) -0.0330 0.0056 -5.8959 0.0000

DLOG(OIL(-1)) 0.0463 0.0056 8.2601 0.0000

DLOG(OIL(-2)) 0.0124 0.0056 2.2227 0.0262

DLOG(OIL(-3)) 0.0150 0.0056 2.6864 0.0072

DLOG(OIL(-4)) 0.0071 0.0056 1.2825 0.1997

DLOG(OIL(-5)) 0.0213 0.0055 3.8224 0.0001

DLOG(IBOV) 0.6085 0.0107 5.6780 0.0000

DLOG(IBOV(-1)) -0.0657 0.0106 -6.1534 0.0000

DLOG(IBOV(-2)) -0.0008 0.0106 -0.0806 0.9357

DLOG(IBOV(-3)) -0.0170 0.0106 -1.6034 0.1089

DLOG(IBOV(-4)) -0.0140 0.0106 -1.3123 0.1894

DLOG(IBOV(-5)) -0.0502 0.0106 -4.7263 0.0000

F-estatístico 3.6191

Prob(F-estatístico) 0.0000

O coeficiente de regressão mede quanto que a variável dependente irá variar tendo a

variável independente variado em uma unidade. Para fins de efeito lead-lag, os coeficientes

indicam em que proporção cada movimento, em minutos anteriores, nos retornos do petróleo,

reflete no nível do retorno das ações da Petrobrás. Então, se, por exemplo, há 10 minutos houve

um aumento de 0,01% no valor do petróleo, este evento contribuirá para que a Petrobrás suba

0,0005% ( 0,01% * 0,046344) no presente momento.

Então, ao somar todos os estimadores em valores absoluto do retorno do petróleo,

obteremos o quanto que o petróleo influencia o retorno das ações da Petrobrás.

Assim, o retorno contemporâneo do petróleo e os cinquenta minutos que o antecedem (5

lags) explicam aproximadamente 13,55% do retorno no momento t-0 das ações preferenciais da

Petrobrás, conforme é ilustrado no gráfico 9, que apresenta o valor dos estimadores acumulados.

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Gráfico 9: Coeficientes acumulados das defasagens do retorno do petróleo. TSLS

Quanto ao Ibovespa, apenas em três momentos os coeficientes se mostraram

significativos, em t-0, t-1 e t-5. O coeficiente contemporâneo é o que possui maior influencia

perante as ações da Petrobrás, com valor aproximado de 0.61. Este valor indica que apenas o

retorno do Ibovespa no momento atual explica 60,85% do retorno da ação da Petrobrás no

momento t-0.

Tendo em vista que o coeficiente em t-5 é estatisticamente significativo, pode-se inferir

que todos os coeficientes do Ibovespa são significativos.

Além do mais, pela estatística F, percebe-se que todos os coeficientes conjuntamente são

estatisticamente significativos.

Estes resultados revelam que o retorno da Petrobrás pode ser explicado, em parte, pelos

movimentos do petróleo e do Ibovespa em minutos anteriores.

Portanto, para efeitos de previsão, se no presente momento houver um retorno de 1% no

retorno do petróleo, este movimento contribuirá para que daqui a dez minutos a Petrobrás se

eleve em 4,65% deste valor, ou seja, aproximadamente 0,05%. Daqui a vinte minutos, esse

retorno de 1% contribuirá para que a Petrobrás se eleve 1,245% deste valor, ou seja, 0,0125% e

assim sucessivamente até os cinquenta minutos seguintes.

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4.2.4.1 Teste dos resíduos

Conforme mencionado no subitem 3.3 do capítulo de “Metodologia”, para que a

regressão obtida pelo método TSLS seja válida, é necessário que determinadas premissas sejam

satisfeitas. O Gráfico 10 ilustra a disposição dos resíduos da regressão pelo método TSLS.

-.06

-.04

-.02

.00

.02

.04

.06

.08

2500 5000 7500 10000 12500 15000

DLOG(PETR)*DDIA Residuals

Gráfico 10: Resíduos da Regressão TSLS. Dados intradiários

4.2.4.1.1 Teste de autocorrelação dos resíduos

A premissa pressupõe que não há autocorrelação entre os resíduos, ou seja, não há padrões

sistemáticos seguidos pelos termos de erro. Portanto, a correlação entre quaisquer termo de erro é

zero.

Salienta-se que o teste de DW é o teste de autocorrelação de primeira ordem, não podendo,

assim, ser empregado para detectar esquemas autorregressivos de ordem mais elevada.

(GUJARATI, 2006).

Gujarati (2006, p.376) ressalta que o teste d de Durbin-Watson - DW é o teste mais famoso

para a detecção de correlação serial. No entanto, para o respectivo teste ser aplicado, a regressão

deve possuir termo constante, os regressores devem ser não estocásticos e não haver variáveis

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100

dependentes defasadas. Por este motivo, foi efetuado o teste de Breusch-Godfrey, conforme

apresentado na tabela 25.

De acordo com a tabela 25, percebe-se que a hipótese nula de que não há autocorrelação

dos resíduos foi rejeitada e, consequentemente, a regressão obtida pela metodologia TSLS

apresenta autocorrelação nos resíduos. Tabela 25: Teste de autocorrelação dos resíduos Breusch-Godfrey.

Teste de Correlação Serial LM Breusch-Godfrey:

Obs*R-quadrado 146.2692 Probabilidade 0.000000

De acordo com Gujarati (2006, p.357), os estimadores na presença da autocorrelação são

lineares, não tendenciosos, e assintoticamente distribuídos de modo normal, porém não são mais

consistentes e nem apresentam variância mínima.

No mesmo sentido, Brooks (2008, p.149) destaca que as consequências da autocorrelação

são semelhantes àquelas oriundas da heteroscedasticidade, ou seja, os estimadores são não

viesados e ineficientes

.

4.2.4.1.2 Teste de heteroscedasticidade dos resíduos

Um dos pressupostos do modelo clássico de regressão linear é a variância constante e

finita do termo de erro, característica esta conhecida como homoscedasticidade. Assim, foi

realizado o teste geral de White para detecção de possível heteroscedasticidade.

Gujarati (2006, p.318) ressalta que, caso ocorra a violação da premissa da

homoscedasticidade, os estimadores obtidos continuarão sendo não tendenciosos e consistentes,

porém não serão os estimadores de menor variância.

De acordo com a tabela 26, ao nível de significância de 5%, pode-se rejeitar a hipótese

nula de que os resíduos são homoscedásticos.

Tabela 26: Teste de heteroscedasticidade de White para os resíduos da regressão pelo TSLS.

Teste Heteroscedasticidade de White:

Estatística-F 1387.482 Probabilidade 0.000000

Obs*R-quadrado 10778.92 Probabilidade 0.000000

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101

Com intuito de averiguar o efeito ARCH nos resíduos foi realizado o teste de

heteroscedasticidade de ARCH. Conforme pode ser observado na tabela 27, a nível de

significância de 5%, rejeita-se a hipótese nula de que os resíduos não têm efeitos ARCH.

Tabela 27: Teste de heteroscedasticidade Arch para os resíduos da regressão pelo TSLS.

Teste ARCH:

Estatística-F 146.5037 Probabilidade 0.000000

Obs*R-quadrado 700.5506 Probabilidade 0.000000

Assim, como a variância no termo do erro muda ao longo do tempo, fenômeno conhecido

como “ARCH” e foi constatada a presença de efeitos ARCH, deve-se aplicar a metodologia

GARCH (BROOKS, 2008, p.133).

4.2.4.1.3 Teste de normalidade dos resíduos

Uma das premissas que devem ser verificadas é a de que os erros seguem distribuição

normal. Para verificar a normalidade dos resíduos foi efetuado o teste de Jarque-Bera.

Tendo em vista o valor do p-value, apresentado no gráfico 11, deve-se rejeitar a hipótese

nula de que os resíduos são normalmente distribuídos, ao nível de significância de 5%.

No entanto, Brooks (2008, p.164) salienta que a violação da presunção da normalidade é

virtualmente inconsequente para amostras suficientemente grandes, conforme descrito no subitem

4.1.1.1.1 deste capítulo.

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

-0.050 -0.025 -0.000 0.025 0.050

Series: Residuals

Sample 7 15932

Observations 15926

Mean 1.00e-19

Median 1.08e-05

Maximum 0.066491

Minimum -0.053745

Std. Dev. 0.003619

Skewness 0.853786

Kurtosis 44.02119

Jarque-Bera 1118572.

Probability 0.000000

Gráfico 11: Teste de normalidade Jarque-Bera. Dados intradiários

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102

4.2.5 Resultado do modelo GARCH

Como foi verificada heteroscedasticidade nos resíduos da regressão por TSLS, foi

realizada outra regressão pela metodologia GARCH. Igualmente a metodologia TSLS, o método

GARCH foi utilizado com a finalidade de verificar o grau de influência das variáveis defasadas

do petróleo sobre os retornos das ações da Petrobrás.

De acordo com os resultados apresentados na tabela 28, à exceção do tempo t-4, todas as

demais defasagens da variável petróleo apresentaram-se estatisticamente significativos. Como o

período posterior ao t-4 foi significativo, pode-se considerar que este também seja significativo.

Quanto à variável petróleo, percebe-se que todos os coeficientes foram positivos, ao

contrário dos resultados obtidos pelo TSLS, que se apresentou negativo no tempo t.

Tabela 28: Regressão GARCH (1,1). Dados intradiários

Coeficiente Erro Padrão z-estatístico Prob.

C -4.81E-05 1.59E-05 -3.0290 0.0025

DLOG(OIL) 0.0049 0.0016 3.0209 0.0025

DLOG(OIL(-1)) 0.0253 0.0028 8.8873 0.0000

DLOG(OIL(-2)) 0.0114 0.0038 2.9431 0.0032

DLOG(OIL(-3)) 0.0106 0.0035 3.0231 0.0025

DLOG(OIL(-4)) 0.0033 0.0039 0.8522 0.3941

DLOG(OIL(-5)) 0.0118 0.0031 3.7105 0.0002

DLOG(IBOV) 0.4236 0.0019 2.2279 0.0000

DLOG(IBOV(-1)) 0.0180 0.0052 3.4178 0.0006

DLOG(IBOV(-2)) -0.0027 0.0057 -0.4826 0.6294

DLOG(IBOV(-3)) 0.0026 0.0065 0.4034 0.6866

DLOG(IBOV(-4)) 0.0033 0.0063 0.5311 0.5953

DLOG(IBOV(-5)) -0.0007 0.0062 -0.1160 0.9076

Equação Variância

C 4.16E-07 1.12E-08 3.7275 0.0000

RESID(-1)^2 0.2513 0.0047 5.2577 0.0000

GARCH(-1) 0.7484 0.0036 2.0458 0.0000

F-estatístico 381.6238

Prob(F-estatístico) 0.000000

A soma dos estimadores do petróleo tem o valor aproximado de 0,07. Este valor

representa que os retornos do petróleo dos últimos 50 minutos explicam 7% do retorno das ações

da Petrobrás no momento atual.

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O gráfico 12 apresenta os coeficientes acumulados defasados do petróleo.

Gráfico 12: Coeficientes acumulados das defasagens do retorno do petróleo. GARCH (1,1)

Em relação à variável Ibovespa, apenas os coeficientes em t-0 e em t-1 podem ser

considerados significativos ao nível de significância de 5%.

Pela estatística F, pode-se inferir que todos os coeficientes conjuntamente são

significativos.

4.2.6 Previsibilidade dos Retornos

A fim de verificar a robustez, bem como o grau de previsibilidade dos modelos, foram

realizadas simulações, utilizando-se, para tanto, os parâmetros obtidos por meio dos modelos

TSLS e GARCH.

Os seguintes passos foram seguidos para realizar as simulações:

Multiplicou-se o parâmetro obtido no respectivo modelo pelo retorno a que se

referia. Por exemplo, no modelo TSLS, os parâmetros da defasagem correspondente ao

período t-1 (10 minutos anteriores) são 0,046344 e -0,06571, para os regressores “retorno

do petróleo” e “retorno do Ibovespa”, respectivamente. Estes parâmetros foram

multiplicados pelos respectivos retornos reais com defasagem de um período. Isso foi

feito em relação a todos os parâmetros.

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104

Somaram-se todos os produtos entre parâmetro e respectivo retorno. Este

resultado, se positivo, indica, em tese, que haverá elevação no valor da ação na próxima

cotação disponível de dez minutos. Se negativo, o valor da ação deverá baixar.

Os resultados dos retornos obtidos por meio dos modelos foram comparados com

os retornos reais.

Em seguida, comparou-se o número de vezes em que o modelo previu retornos

positivos e ocorreram retornos positivos na cotação dos próximos 10 minutos com o

número de vezes em que o modelo previu retornos positivos e não ocorreram retornos

positivos. Salienta-se que o mesmo foi efetuado para os retornos negativos.

Para a realização da análise, utilizou-se uma amostra de 15.926 observações. Pelo modelo

TSLS, houve 8.156 previsões de alta e 7.770 de baixa, enquanto pelo modelo GARCH, as

previsões foram de 8.144 e 7.782, para altas e quedas, respectivamente.

Os resultados comprovaram que, por meio de ambos os modelos, é possível prever, com

antecedência, a elevação do preço da ação da Petrobrás com base na variação do preço do

petróleo.

Pelo modelo TSLS, em 52,65% (4.294 vezes) do total das vezes que o modelo previu

elevação dos preços, os retornos foram positivos e 47,35% (3.862 vezes) das vezes foram

negativos. Já para previsão de baixa, o modelo acertou 50,55% (3.943 vezes) e errou 49,25%

(3.827 vezes)

No caso do modelo GARCH, os acertos para previsões de alta representaram 52,83%

(4.303 vezes) e os erros, 47,17% (3.841 vezes). Já quando o modelo previu diminuição dos

preços, acertou 50,53% (3.932 vezes) e errou 49,47% (3.850 vezes). Ao todo o modelo GARCH

acertou 51,71% e errou 48,29%.

4.2.7 Possibilidade de Ganhos Considerando os Custos de Transação

Embora o número de acertos na previsibilidade, em ambos os modelos, tenha sido

superior ao número de previsões erradas, é importante considerar o custo de transação.

A fim de calcular a possibilidade de ganho financeiro considerando o custo de transação,

foram realizados cálculos com base no valor médio da ação da Petrobrás no período analisado,

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105

qual seja, R$ 35,14. Como dito anteriormente, os custos variáveis de compra e venda de ações

nas negociações intra-day totalizam 0,05% (0,019% referentes à taxa de liquidação e 0,006%

referentes a emolumentos, cobrados na compra e na venda). Assim, uma negociação só daria

resultado positivo caso o retorno fosse superior a 0,05% do valor da aquisição. Considerando o

valor médio da ação, apenas elevações superiores, aproximadamente R$ 0,018 nos preços das

ações, permitiriam um ganho financeiro.

Como os resultados dos dois modelos foram muito próximos, optou-se por simular os

custos de transação com os resultados do modelo TSLS. Assim, admitindo-se que se fizesse

compra e venda de 10.000 ações de Petrobrás nas 8.156 vezes que o modelo previu alta, haveria

um ganho total de R$ 2.300.356,15 nos 4.294 acertos e uma perda de R$ 3.315.894,98 nos 3.862

erros de previsão totalizando uma perda de R$ 1.015.583,83 (Apêndice B, tabelas 36 e 37).

Dessa forma, embora os modelos possam prever com o número de acertos maior que o de

erros, possíveis ganhos financeiros tornam-se inviáveis em função dos custos de transação.

Consequentemente, não se pode afirmar que a HME foi violada.

5. CONCLUSÕES

O objetivo desta pesquisa foi verificar a existência da relação entre o preço internacional

do barril do petróleo e o valor das ações preferenciais da Petrobrás. Esse objetivo foi dividido em

duas partes. A primeira investigou a relação contemporânea entre o preço internacional do

petróleo e as ações da Petrobrás com dados mensais. A segunda testou a existência do efeito lead-

lag entre ambas as variáveis com dados intradiários. Este objetivo foi examinado por meio da

utilização de diversos testes econométricos.

Em relação à primeira hipótese, verificou-se uma forte relação contemporânea entre as

variáveis do petróleo e da Petrobrás. Todos os coeficientes do petróleo nas quatro metodologias

econométricas empregadas: TSLS, máxima verossimilhança, consistente com a

heteroscedasticidade de White e GARCH, mostraram-se significativos e com valores muito

semelhantes. Cabe ressaltar o elevado coeficiente de determinação, obtido em todas as técnicas

econométricas, demonstrando quanto o modelo utilizado para averiguar tal relação foi bem

sucedido.

Após averiguar a relação entre o petróleo e as ações da Petrobrás, foi verificado o efeito

lead-lag entre as já mencionadas variáveis, por meio dos dados intradiários de dez minutos.

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Conforme já constatado na primeira hipótese, a forte relação entre os dois ativos foi

corroborada pela identificação de cointegração entre estas séries não estacionárias de primeira

ordem, composta pelo petróleo e pelas ações da Petrobrás em nível.

Posteriormente ao teste de cointegração, foi realizado o teste de Causalidade de Granger,

a fim de averiguar se a série temporal de valores do retorno do petróleo causa o retorno das ações

da Petrobrás. O teste detectou causalidade unidirecional do petróleo para com a Petrobrás. Assim,

os valores passados do retorno do petróleo contêm informações úteis para prever os retornos das

ações da Petrobrás.

Com o intuito de verificar o efeito lead-lag e, consequentemente, a intensidade com que

os coeficientes dos períodos defasados do petróleo explicam as ações da Petrobrás no momento

contemporâneo, é que foram utilizadas as seguintes metodologias: VECM, TSL e GARCH.

O VECM revelou serem significativas as quatro primeiras defasagens do petróleo, ou

seja, os quarenta primeiros minutos defasados do petróleo afetam contemporaneamente os

retornos da Petrobrás. Salienta-se que as defasagens da Petrobrás não se mostraram significativas

para os retornos do petróleo.

As regressões pela metodologia TSLS e GARCH apresentaram coeficientes significativos

para as defasagens do petróleo.

Com base nos resultados alcançados, foi possível verificar a existência do efeito lead-lag

e, desta forma, fazer alguma previsão quanto ao retorno das ações da Petrobrás com base nas

informações sobre a movimentação do petróleo.

Assim, entre outros fatores, a possibilidade de os usuários dos mercados serem distintos e

o fato dos mercados mais desenvolvidos incorporarem a informação em seus preços de forma

mais rápida e eficiente do que os mercados localizados em países em desenvolvimento podem ter

contribuído para o efeito lead-lag.

Apesar da constatação da possibilidade de retornos anormais com base no efeito lead-lag,

o alto custo de transação inviabilizou os ganhos oriundos da negociação. Assim, apesar da

possibilidade de previsão, em parte, do movimento das ações preferenciais da Petrobrás com base

nos movimentos do preço do petróleo, não se pode afirmar que a HME foi violada uma vez que

os custos transacionais não possibilitaram ganhos anormais (JENSEN, 1978 e FAMA, 1991).

Os resultados obtidos na presente dissertação foram inéditos, uma vez que foi

demonstrada empiricamente, pela primeira vez na literatura, uma relação econômica entre as

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variáveis preço do petróleo e as ações da Petrobrás ao utilizar dados mensais em um período de

longo prazo de aproximadamente quinze anos e uma relação de curto prazo entre ambas as

variáveis ao utilizar dados intradiários em um período aproximado de dois anos. Assim, este

trabalho é uma contribuição importante para as demais pesquisas que venham a se utilizar da

hipótese do mercado eficiente, mercado de petróleo e mercado acionário brasileiro.

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APÊNDICE A: Resultados das regressões da Hipótese – H1

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116

Tabela 29: Regressão TSLS. Autêntico

Dependent Variable: DLOG(PETR)

Method: Two-Stage Least Squares

Date: 07/23/10 Time: 11:24

Sample (adjusted): 1995M02 2010M02

Included observations: 181 after adjustments

Instrument list: DLOG(DJI) DLOG(OIL)

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 0.002201 0.005647 0.389810 0.6971

DLOG(OIL) 0.191262 0.061531 3.108407 0.0022

DLOG(IBOV) 1.126226 0.086694 12.99076 0.0000

R-squared 0.699102 Mean dependent var 0.022222

Adjusted R-squared 0.695721 S.D. dependent var 0.132550

S.E. of regression 0.073116 Sum squared resid 0.951586

F-statistic 90.58191 Durbin-Watson stat 2.168586

Prob(F-statistic) 0.000000

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117

Tabela 30: Regressão Máxima Verossimilhança. Autêntico

System: SYS01_OIL_ML

Estimation Method: Full Information Maximum Likelihood (Marquardt)

Date: 07/23/10 Time: 11:19

Sample: 1995M02 2010M02

Included observations: 181

Total system (balanced) observations 362

Convergence achieved after 13 iterations Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C(1) 0.002202 0.006013 0.366219 0.7142

C(2) 0.191256 0.047224 4.049995 0.0001

C(3) 1.126217 0.083066 13.55813 0.0000

C(4) 0.003870 0.004771 0.811129 0.4173

C(5) 0.898100 0.249379 3.601348 0.0003

C(6) 0.311356 0.148255 2.100130 0.0357

Log Likelihood -1644.446

Determinant residual covariance 1.26E-05

Equation: DLOG(PETR) = C(1) + C(2)*DLOG(OIL) + C(3)

*DLOG(IBOV)

Observations: 181

R-squared 0.699102 Mean dependent var 0.022222

Adjusted R-squared 0.695722 S.D. dependent var 0.132550

S.E. of regression 0.073116 Sum squared resid 0.951585

Durbin-Watson stat 2.168589

Equation: DLOG(IBOV) = C(4) + C(5)*DLOG(DJI) + C(6)*DLOG(PETR)

Observations: 181

R-squared 0.691774 Mean dependent var 0.015691

Adjusted R-squared 0.688311 S.D. dependent var 0.098284

S.E. of regression 0.054871 Sum squared resid 0.535928

Durbin-Watson stat 1.958985

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118

Tabela 31: Regressão TSLS consistente com a heteroscedasticidade de White. Autêntico

Dependent Variable: DLOG(PETR)

Method: Two-Stage Least Squares

Date: 07/23/10 Time: 11:37

Sample (adjusted): 1995M02 2010M02

Included observations: 181 after adjustments

White Heteroskedasticity-Consistent Standard Errors & Covariance

DLOG(PETR) = C(1) + C(2)*DLOG(OIL) + C(3)*DLOG(IBOV) Instrument list: DLOG(DJI) DLOG(OIL)

Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C(1) 0.002201 0.005864 0.375382 0.7078 C(2) 0.191262 0.090248 2.119291 0.0355

C(3) 1.126226 0.111894 10.06515 0.0000

R-squared 0.699102 Mean dependent var 0.022222

Adjusted R-squared 0.695721 S.D. dependent var 0.132550

S.E. of regression 0.073116 Sum squared resid 0.951586

Durbin-Watson stat 2.168586

Tabela 32: Regressão GARCH (1,1). Autêntico

Dependent Variable: DLOG(PETR)

Method: ML - ARCH (Marquardt) - Normal distribution

Date: 07/23/10 Time: 15:09

Sample (adjusted): 1995M02 2010M02

Included observations: 181 after adjustments

Convergence achieved after 23 iterations

Presample variance: backcast (parameter = 0.7)

GARCH = C(4) + C(5)*RESID(-1)^2 + C(6)*GARCH(-1) Coefficient Std. Error z-Statistic Prob. C -0.001357 0.004809 -0.282146 0.7778

DLOG(OIL) 0.178348 0.051432 3.467634 0.0005

DLOG(IBOV) 1.129297 0.039616 28.50639 0.0000 Variance Equation C 0.000684 0.000517 1.322485 0.1860

RESID(-1)^2 0.174068 0.106148 1.639862 0.1010 GARCH(-1) 0.690371 0.168901 4.087428 0.0000

R-squared 0.698201 Mean dependent var 0.022222

Adjusted R-squared 0.689579 S.D. dependent var 0.132550

S.E. of regression 0.073851 Akaike info criterion -2.426124

Sum squared resid 0.954435 Schwarz criterion -2.320096

Log likelihood 225.5642 Hannan-Quinn criter. -2.383138

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F-statistic 80.97139 Durbin-Watson stat 2.158228 Prob(F-statistic) 0.000000

Tabela 33: Regressão GARCH (0,1). Autêntico

Dependent Variable: DLOG(PETR)

Method: ML - ARCH (Marquardt) - Normal distribution

Date: 07/23/10 Time: 16:32

Sample (adjusted): 1995M02 2010M02

Included observations: 181 after adjustments

Convergence achieved after 87 iterations

Presample variance: backcast (parameter = 0.7)

GARCH = C(4) + C(5)*GARCH(-1) Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C 0.002584 0.005368 0.481457 0.6302

DLOG(OIL) 0.195356 0.043827 4.457425 0.0000

DLOG(IBOV) 1.113117 0.035578 31.28706 0.0000 Variance Equation

C 0.001741 0.001451 1.200399 0.2300

GARCH(-1) 0.650903 0.287578 2.263391 0.0236

R-squared 0.699219 Mean dependent var 0.022222

Adjusted R-squared 0.692383 S.D. dependent var 0.132550

S.E. of regression 0.073516 Akaike info criterion -2.379335

Sum squared resid 0.951217 Schwarz criterion -2.290979

Log likelihood 220.3298 Hannan-Quinn criter. -2.343513

F-statistic 102.2858 Durbin-Watson stat 2.174626

Prob(F-statistic) 0.000000

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APÊNDICE B: Resultados das regressões da hipótese - H2

Tabela 17: Teste de raiz unitária do preço da ação da Petrobrás

Null Hypothesis: LOG(PETR) has a unit root

Exogenous: Constant

Lag Length: 1 (Automatic based on SIC, MAXLAG=39)

t-Statistic Prob.*

Augmented Dickey-Fuller test statistic -1.912.524 0.3268

Test critical values: 1% level -3.430.710

5% level -2.861.584

10% level -2.566.834

Tabela 18: Teste de raiz unitária do Ibovespa

Null Hypothesis: LOG(IBOV) has a unit root

Exogenous: Constant

Lag Length: 0 (Automatic based on SIC, MAXLAG=39)

t-Statistic Prob.*

Augmented Dickey-Fuller test statistic -1.424.677 0.5717

Test critical values: 1% level -3.430.710

5% level -2.861.584

10% level -2.566.834

Tabela 19: Teste de raiz unitária da Petrobrás em primeira diferença

Null Hypothesis: DLOG(PETR) has a unit root

Exogenous: Constant

Lag Length: 0 (Automatic based on SIC, MAXLAG=39)

t-Statistic Prob.*

Augmented Dickey-Fuller test statistic -1.156.811 0.0001

Test critical values: 1% level -3.430.710

5% level -2.861.584

10% level -2.566.834

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Tabela 20: Teste de raiz unitária do Ibovespa em primeira diferença

Null Hypothesis: DLOG(IBOV) has a unit root

Exogenous: Constant

Lag Length: 0 (Automatic based on SIC, MAXLAG=39)

t-Statistic Prob.*

Augmented Dickey-Fuller test statistic -1.130.136 0.0001

Test critical values: 1% level -3.430.710

5% level -2.861.584

10% level -2.566.834

Tabela 21: Teste de raiz unitária dos resíduos em nível

Null Hypothesis: RESID01 has a unit root

Exogenous: None

Lag Length: 1 (Automatic based on SIC, MAXLAG=39)

t-Statistic Prob.*

Augmented Dickey-Fuller test statistic -1.992.122 0.0444

Test critical values: 1% level -2.565.151

5% level -1.940.850

10% level -1.616.682

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Tabela 22: VECM do sistema de equações (27) e (28) Vector Error Correction Estimates

Date: 10/08/10 Time: 13:10

Sample (adjusted): 8 15932

Included observations: 15925 after adjustments

Standard errors in ( ) & t-statistics in [ ]

Cointegrating Eq: CointEq1 LOG(PETR(-1)) 1.000000 LOG(IBOV(-1)) -0.646808

(0.15297)

[-4.22837]

C 3.567137

Error Correction: D(LOG(PETR)) D(LOG(IBOV))

CointEq1 -0.001393 -0.000789

(0.00047) (0.00036)

[-2.93524] [-2.19725]

D(LOG(PETR(-1))) -0.060892 0.091760

(0.01227) (0.00928)

[-4.96395] [ 9.89072]

D(LOG(PETR(-2))) 0.021953 0.019991

(0.01238) (0.00936)

[ 1.77299] [ 2.13479]

D(LOG(PETR(-3))) 0.009184 -0.009116

(0.01238) (0.00936)

[ 0.74177] [-0.97350]

D(LOG(PETR(-4))) 0.025641 0.020130

(0.01238) (0.00936)

[ 2.07093] [ 2.14977]

D(LOG(PETR(-5))) -0.004601 -0.009690

(0.01222) (0.00924)

[-0.37664] [-1.04875]

D(LOG(IBOV(-1))) 0.039541 -0.142055

(0.01486) (0.01124)

[ 2.66149] [-12.6428]

D(LOG(IBOV(-2))) -0.015022 -0.025180

(0.01498) (0.01133)

[-1.00268] [-2.22219]

D(LOG(IBOV(-3))) -0.003569 0.009603

(0.01498) (0.01133)

[-0.23827] [ 0.84764]

D(LOG(IBOV(-4))) 0.001846 -0.008537

(0.01498) (0.01133)

[ 0.12321] [-0.75350]

D(LOG(IBOV(-5))) -0.021553 -0.006533

(0.01483) (0.01122)

[-1.45312] [-0.58234]

C 8.15E-06 2.85E-05

(4.2E-05) (3.2E-05)

[ 0.19261] [ 0.89081]

DLOG(OIL) 0.220119 0.113502

(0.00665) (0.00503)

[ 33.0977] [ 22.5655]

DLOG(DJ) 0.985816 0.970161

(0.01184) (0.00895)

[ 83.2607] [ 108.341]

R-squared 0.471452 0.553780

Adj. R-squared 0.470890 0.553305

Sum sq. resids 0.267933 0.153256

S.E. equation 0.004682 0.003541

F-statistic 838.7304 1166.965

Log likelihood 48287.75 51705.97

Akaike AIC -7.889.156 -8.447.781

Schwarz SC -7.880.677 -8.439.302

Mean dependent -1.67E-05 3.27E-06

S.D. dependent 0.006436 0.005298

Determinant resid covariance (dof adj.) 1.43E-10

Determinant resid covariance 1.42E-10

Log likelihood 104004.7

Akaike information criterion -1.699.211

Schwarz criterion -1.697.394

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123

Tabela 23 VECM do sistema de equações (29) e (30)

Vector Error Correction Estimates

Date: 10/08/10 Time: 20:30

Sample (adjusted): 7 15932

Included observations: 15926 after adjustments

Standard errors in ( ) & t-statistics in [ ]

Cointegrating Eq: CointEq1

LOG(PETR(-1)) 1.000.000

LOG(OIL(-1)) -0.368714

(0.08255)

[-4.46665]

C -1.875.891

Error Correction: D(LOG(PETR)) D(LOG(OIL))

CointEq1 -0.000310 0.001288

(0.00032) (0.00035)

[-0.96687] [ 3.65217]

D(LOG(PETR(-1))) -0.099698 0.002859

(0.00881) (0.00968)

[-11.3210] [ 0.29541]

D(LOG(PETR(-2))) 0.009351 0.007083

(0.00885) (0.00972)

[ 1.05701] [ 0.72851]

D(LOG(PETR(-3))) 0.005698 0.015790

(0.00885) (0.00972)

[ 0.64414] [ 1.62436]

D(LOG(PETR(-4))) 0.032101 -0.002441

(0.00884) (0.00972)

[ 3.63108] [-0.25124]

D(LOG(PETR(-5))) -0.020200 -0.001171

(0.00878) (0.00965)

[-2.30018] [-0.12129]

D(LOG(OIL(-1))) 0.081039 -0.035170

(0.00801) (0.00881)

[ 10.1139] [-3.99398]

D(LOG(OIL(-2))) 0.025417 0.000161

(0.00806) (0.00886)

[ 3.15443] [ 0.01820]

D(LOG(OIL(-3))) 0.013695 -0.004219

(0.00806) (0.00886)

[ 1.69910] [-0.47636]

D(LOG(OIL(-4))) -0.019754 -0.021261

(0.00806) (0.00886)

[-2.45074] [-2.40006]

D(LOG(OIL(-5))) 0.009724 0.002601

(0.00804) (0.00883)

[ 1.20958] [ 0.29446]

C -1.20E-05 -1.73E-05

(4.4E-05) (4.9E-05)

[-0.27026] [-0.35429]

R-squared 0.012719 0.002616

Adj. R-squared 0.012036 0.001927

Sum sq. resids 0.498626 0.602217

S.E. equation 0.005598 0.006152

F-statistic 1.863.724 3.794.771

Log likelihood 59991.09 58487.99

Akaike AIC -7.532.223 -7.343.463

Schwarz SC -7.526.439 -7.337.679

Mean dependent -1.29E-05 -1.66E-05

S.D. dependent 0.005632 0.006158

Determinant resid covariance (dof adj.) 9.60E-10

Determinant resid covariance 9.59E-10

Log likelihood 120160.4

Akaike information criterion -1.508.658

Schwarz criterion -1.507.405

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124

Tabela 34: Regressão TSLS. Autêntico Dependent Variable: DLOG(PETR)*DE

Method: Two-Stage Least Squares

Date: 10/09/10 Time: 13:59

Sample (adjusted): 7 15932 Included observations: 15926 after adjustments

Instrument list: DLOG(OIL) DLOG(OIL(-1)) DLOG(OIL(-2)) DLOG(OIL(-3))

DLOG(OIL(-4)) DLOG(OIL(-5)) DLOG(DJI) DLOG(DJI(-1)) DLOG(DJI(

-2)) DLOG(DJI(-3)) DLOG(DJI(-4)) DLOG(DJI(-5)) Coefficient Std. Error t-Statistic Prob. C -2.97E-05 2.87E-05 -1.035278 0.3006

DLOG(OIL) -0.033049 0.005605 -5.895999 0.0000

DLOG(OIL(-1)) 0.046344 0.005611 8.260159 0.0000

DLOG(OIL(-2)) 0.012450 0.005601 2.222761 0.0262

DLOG(OIL(-3)) 0.015047 0.005601 2.686493 0.0072

DLOG(OIL(-4)) 0.007191 0.005607 1.282586 0.1997

DLOG(OIL(-5)) 0.021376 0.005592 3.822484 0.0001

DLOG(IBOV) 0.608502 0.010717 56.78032 0.0000

DLOG(IBOV(-1)) -0.065710 0.010678 -6.153493 0.0000

DLOG(IBOV(-2)) -0.000859 0.010646 -0.080664 0.9357

DLOG(IBOV(-3)) -0.017074 0.010648 -1.603457 0.1089

DLOG(IBOV(-4)) -0.014010 0.010675 -1.312387 0.1894

DLOG(IBOV(-5)) -0.050289 0.010640 -4.726342 0.0000 R-squared 0.239959 Mean dependent var -2.96E-05

Adjusted R-squared 0.239386 S.D. dependent var 0.004151

S.E. of regression 0.003621 Sum squared resid 0.208589

F-statistic 361.9162 Durbin-Watson stat 2.157521

Prob(F-statistic) 0.000000 Second-Stage SSR 0.217516

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125

Tabela35: Regressão GARCH. Autêntico Dependent Variable: DLOG(PETR)*DE

Method: ML - ARCH (Marquardt) - Normal distribution

Date: 10/09/10 Time: 11:47

Sample (adjusted): 7 15932

Included observations: 15926 after adjustments

Convergence achieved after 43 iterations

Variance backcast: ON

GARCH = C(14) + C(15)*RESID(-1)^2 + C(16)*GARCH(-1) Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.

C -4.81E-05 1.59E-05 -3.029037 0.0025

DLOG(OIL) 0.004926 0.001631 3.020986 0.0025

DLOG(OIL(-1)) 0.025311 0.002848 8.887362 0.0000

DLOG(OIL(-2)) 0.011454 0.003892 2.943164 0.0032

DLOG(OIL(-3)) 0.010695 0.003538 3.023102 0.0025

DLOG(OIL(-4)) 0.003365 0.003949 0.852275 0.3941

DLOG(OIL(-5)) 0.011811 0.003183 3.710502 0.0002

DLOG(IBOV) 0.423607 0.001901 222.7990 0.0000

DLOG(IBOV(-1)) 0.018070 0.005287 3.417845 0.0006

DLOG(IBOV(-2)) -0.002776 0.005753 -0.482606 0.6294

DLOG(IBOV(-3)) 0.002652 0.006572 0.403479 0.6866

DLOG(IBOV(-4)) 0.003372 0.006348 0.531162 0.5953

DLOG(IBOV(-5)) -0.000728 0.006272 -0.116035 0.9076 Variance Equation

C 4.16E-07 1.12E-08 37.27563 0.0000

RESID(-1)^2 0.251392 0.004781 52.57708 0.0000

GARCH(-1) 0.748459 0.003658 204.5847 0.0000

R-squared 0.264596 Mean dependent var -2.96E-05

Adjusted R-squared 0.263902 S.D. dependent var 0.004151

S.E. of regression 0.003562 Akaike info criterion -9.001860

Sum squared resid 0.201827 Schwarz criterion -8.994149

Log likelihood 71697.81 F-statistic 381.6238

Durbin-Watson stat 2.110827 Prob(F-statistic) 0.000000

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126

Tabela 36: Resultado obtido pelos acertos do modelo

Elevação Real em centavos

% de elevação

(R$ 35,14)

Valor da ação

Quantidade de ações

Valor da compra Valor da Venda

Resultado Financeiro

Taxas Compra (0,025%)

Taxas Venda (0,025%)

Resultado Líquido

Rentabilidade (%)

Qtde acertos

Resultado Líquido

Ponderado

(a) (b) (c) (d)=c*b (e)=d*(1+a) (f)=e-d (g)=d*0,025% (h)=e*0,025% (i)=f-g-h (j)=i/d (k) (l)=i*k

0,01 0,028% 35,14 10.000 351.400,00 351.500,00 100,00 87,85 87,88 -75,73 -0,022% 408 -30.895,80

0,02 0,057% 35,14 10.000 351.400,00 351.600,00 200,00 87,85 87,90 24,25 0,007% 411 9.966,75

0,03 0,085% 35,14 10.000 351.400,00 351.700,00 300,00 87,85 87,93 124,22 0,035% 383 47.578,17

0,04 0,114% 35,14 10.000 351.400,00 351.800,00 400,00 87,85 87,95 224,20 0,064% 340 76.228,00

0,05 0,142% 35,14 10.000 351.400,00 351.900,00 500,00 87,85 87,98 324,18 0,092% 319 103.411,83

0,06 0,171% 35,14 10.000 351.400,00 352.000,00 600,00 87,85 88,00 424,15 0,121% 249 105.613,35

0,07 0,199% 35,14 10.000 351.400,00 352.100,00 700,00 87,85 88,03 524,13 0,149% 240 125.790,00

0,08 0,228% 35,14 10.000 351.400,00 352.200,00 800,00 87,85 88,05 624,10 0,178% 208 129.812,80

0,09 0,256% 35,14 10.000 351.400,00 352.300,00 900,00 87,85 88,08 724,08 0,206% 193 139.746,48

0,10 0,285% 35,14 10.000 351.400,00 352.400,00 1.000,00 87,85 88,10 824,05 0,235% 153 126.079,65

0,11 0,313% 35,14 10.000 351.400,00 352.500,00 1.100,00 87,85 88,13 924,03 0,263% 126 116.427,15

0,12 0,341% 35,14 10.000 351.400,00 352.600,00 1.200,00 87,85 88,15 1.024,00 0,291% 98 100.352,00

0,13 0,370% 35,14 10.000 351.400,00 352.700,00 1.300,00 87,85 88,18 1.123,98 0,320% 97 109.025,58

0,14 0,398% 35,14 10.000 351.400,00 352.800,00 1.400,00 87,85 88,20 1.223,95 0,348% 106 129.738,70

0,15 0,427% 35,14 10.000 351.400,00 352.900,00 1.500,00 87,85 88,23 1.323,93 0,377% 82 108.561,85

0,16 0,455% 35,14 10.000 351.400,00 353.000,00 1.600,00 87,85 88,25 1.423,90 0,405% 51 72.618,90

0,17 0,484% 35,14 10.000 351.400,00 353.100,00 1.700,00 87,85 88,28 1.523,87 0,434% 49 74.669,87

0,18 0,512% 35,14 10.000 351.400,00 353.200,00 1.800,00 87,85 88,30 1.623,85 0,462% 48 77.944,80

0,19 0,541% 35,14 10.000 351.400,00 353.300,00 1.900,00 87,85 88,33 1.723,83 0,491% 42 72.400,65

0,20 0,569% 35,14 10.000 351.400,00 353.400,00 2.000,00 87,85 88,35 1.823,80 0,519% 25 45.595,00

0,21 0,598% 35,14 10.000 351.400,00 353.500,00 2.100,00 87,85 88,38 1.923,78 0,547% 18 34.627,95

0,22 0,626% 35,14 10.000 351.400,00 353.600,00 2.200,00 87,85 88,40 2.023,75 0,576% 24 48.570,00

0,23 0,655% 35,14 10.000 351.400,00 353.700,00 2.300,00 87,85 88,43 2.123,73 0,604% 23 48.845,68

0,24 0,683% 35,14 10.000 351.400,00 353.800,00 2.400,00 87,85 88,45 2.223,70 0,633% 24 53.368,80

0,25 0,711% 35,14 10.000 351.400,00 353.900,00 2.500,00 87,85 88,48 2.323,68 0,661% 24 55.768,20

0,26 0,740% 35,14 10.000 351.400,00 354.000,00 2.600,00 87,85 88,50 2.423,65 0,690% 19 46.049,35

0,27 0,768% 35,14 10.000 351.400,00 354.100,00 2.700,00 87,85 88,53 2.523,63 0,718% 18 45.425,25

0,28 0,797% 35,14 10.000 351.400,00 354.200,00 2.800,00 87,85 88,55 2.623,60 0,747% 11 28.859,60

0,29 0,825% 35,14 10.000 351.400,00 354.300,00 2.900,00 87,85 88,58 2.723,58 0,775% 18 49.024,35

0,30 0,854% 35,14 10.000 351.400,00 354.400,00 3.000,00 87,85 88,60 2.823,55 0,804% 12 33.882,60

0,31 0,882% 35,14 10.000 351.400,00 354.500,00 3.100,00 87,85 88,63 2.923,52 0,832% 7 20.464,67

0,32 0,911% 35,14 10.000 351.400,00 354.600,00 3.200,00 87,85 88,65 3.023,50 0,860% 11 33.258,50

0,33 0,939% 35,14 10.000 351.400,00 354.700,00 3.300,00 87,85 88,68 3.123,48 0,889% 4 12.493,90

0,34 0,968% 35,14 10.000 351.400,00 354.800,00 3.400,00 87,85 88,70 3.223,45 0,917% 8 25.787,60

0,35 0,996% 35,14 10.000 351.400,00 354.900,00 3.500,00 87,85 88,73 3.323,43 0,946% 7 23.263,98

> 0,35 1,000% 35,14 10.000 351.400,00 354.914,00 3.514,00 87,85 88,73 3.337,42 0,950% 438 1.461.790,62

Resultado Total 2.300.356,15

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127

Tabela 37: Resultado obtido pelos erros de previsão do modelo

Queda Real em centavos

% de queda (R$

35,14)

Valor da ação

Quantidade de ações

Valor da compra

Valor da Venda

Resultado Financeiro

Taxas Compra (0,025%)

Taxas Venda (0,025%)

Resultado Líquido

Rentabilidade (%)

Qtde acertos

Resultado Líquido

Ponderado

(a) (b) (c) (d)=c*b (e)=d*(1+a) (f)=e-d (g)=d*0,025% (h)=e*0,025% (i)=f-g-h (j)=i/d (k) (l)=i*k

0,01 -0,028% 35,14 10.000 351.400,00 351.300,00 100,00 87,85 87,83 275,68 -0,078% 385 106.134,88

0,02 -0,057% 35,14 10.000 351.400,00 351.200,00 200,00 87,85 87,80 375,65 -0,107% 416 156.270,40

0,03 -0,085% 35,14 10.000 351.400,00 351.100,00 300,00 87,85 87,78 475,63 -0,135% 318 151.248,75

0,04 -0,114% 35,14 10.000 351.400,00 351.000,00 400,00 87,85 87,75 575,60 -0,164% 348 200.308,80

0,05 -0,142% 35,14 10.000 351.400,00 350.900,00 500,00 87,85 87,73 675,58 -0,192% 293 197.943,48

0,06 -0,171% 35,14 10.000 351.400,00 350.800,00 600,00 87,85 87,70 775,55 -0,221% 261 202.418,55

0,07 -0,199% 35,14 10.000 351.400,00 350.700,00 700,00 87,85 87,68 875,53 -0,249% 201 175.980,53

0,08 -0,228% 35,14 10.000 351.400,00 350.600,00 800,00 87,85 87,65 975,50 -0,278% 178 173.639,00

0,09 -0,256% 35,14 10.000 351.400,00 350.500,00 900,00 87,85 87,63 1.075,48 -0,306% 169 181.755,28

0,10 -0,285% 35,14 10.000 351.400,00 350.400,00 1.000,00 87,85 87,60 1.175,45 -0,335% 136 159.861,20

0,11 -0,313% 35,14 10.000 351.400,00 350.300,00 1.100,00 87,85 87,58 1.275,43 -0,363% 125 159.428,13

0,12 -0,341% 35,14 10.000 351.400,00 350.200,00 1.200,00 87,85 87,55 1.375,40 -0,391% 107 147.167,80

0,13 -0,370% 35,14 10.000 351.400,00 350.100,00 1.300,00 87,85 87,53 1.475,38 -0,420% 77 113.603,88

0,14 -0,398% 35,14 10.000 351.400,00 350.000,00 1.400,00 87,85 87,50 1.575,35 -0,448% 76 119.726,60

0,15 -0,427% 35,14 10.000 351.400,00 349.900,00 1.500,00 87,85 87,48 1.675,33 -0,477% 61 102.194,83

0,16 -0,455% 35,14 10.000 351.400,00 349.800,00 1.600,00 87,85 87,45 1.775,30 -0,505% 50 88.765,00

0,17 -0,484% 35,14 10.000 351.400,00 349.700,00 1.700,00 87,85 87,43 1.875,28 -0,534% 42 78.761,55

0,18 -0,512% 35,14 10.000 351.400,00 349.600,00 1.800,00 87,85 87,40 1.975,25 -0,562% 40 79.010,00

0,19 -0,541% 35,14 10.000 351.400,00 349.500,00 1.900,00 87,85 87,38 2.075,23 -0,591% 40 83.009,00

0,20 -0,569% 35,14 10.000 351.400,00 349.400,00 2.000,00 87,85 87,35 2.175,20 -0,619% 33 71.781,60

0,21 -0,598% 35,14 10.000 351.400,00 349.300,00 2.100,00 87,85 87,33 2.275,18 -0,647% 24 54.604,20

0,22 -0,626% 35,14 10.000 351.400,00 349.200,00 2.200,00 87,85 87,30 2.375,15 -0,676% 21 49.878,15

0,23 -0,655% 35,14 10.000 351.400,00 349.100,00 2.300,00 87,85 87,28 2.475,13 -0,704% 15 37.126,88

0,24 -0,683% 35,14 10.000 351.400,00 349.000,00 2.400,00 87,85 87,25 2.575,10 -0,733% 20 51.502,00

0,25 -0,711% 35,14 10.000 351.400,00 348.900,00 2.500,00 87,85 87,23 2.675,08 -0,761% 24 64.201,80

0,26 -0,740% 35,14 10.000 351.400,00 348.800,00 2.600,00 87,85 87,20 2.775,05 -0,790% 20 55.501,00

0,27 -0,768% 35,14 10.000 351.400,00 348.700,00 2.700,00 87,85 87,18 2.875,03 -0,818% 20 57.500,50

0,28 -0,797% 35,14 10.000 351.400,00 348.600,00 2.800,00 87,85 87,15 2.975,00 -0,847% 16 47.600,00

0,29 -0,825% 35,14 10.000 351.400,00 348.500,00 2.900,00 87,85 87,13 3.074,98 -0,875% 13 39.974,68

0,30 -0,854% 35,14 10.000 351.400,00 348.400,00 3.000,00 87,85 87,10 3.174,95 -0,904% 10 31.749,50

0,31 -0,882% 35,14 10.000 351.400,00 348.300,00 3.100,00 87,85 87,08 3.274,93 -0,932% 3 9.824,78

0,32 -0,911% 35,14 10.000 351.400,00 348.200,00 3.200,00 87,85 87,05 3.374,90 -0,960% 5 16.874,50

0,33 -0,939% 35,14 10.000 351.400,00 348.100,00 3.300,00 87,85 87,03 3.474,88 -0,989% 1 3.474,88

0,34 -0,968% 35,14 10.000 351.400,00 348.000,00 3.400,00 87,85 87,00 3.574,85 -1,017% 7 25.023,95

0,35 -0,996% 35,14 10.000 351.400,00 347.900,00 3.500,00 87,85 86,98 3.674,83 -1,046% 6 22.048,95

< 0,35 -1,000% 35,14 10.000 351.400,00 347.886,00 3.514,00 87,85 86,97 3.688,82 -1,050% 301 1.110.335,27

Resultado Total 3.315.894,98