Relacoes intertextuais

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RELAÇÕES INTERTEXTUAIS TEXTO: Unidade comunicativa básica entre interlocutores. Não texto sem intenção. DISCURSO: Texto + contexto (situação comunicativa, incluindo momento histórico e social do texto, interlocutores, intenção...)

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RELAES INTERTEXTUAIS TEXTO: Unidade comunicativa bsica entre interlocutores. No h texto sem inteno. DISCURSO: Texto + contexto (situao comunicativa, incluindo momento histrico e social do texto, interlocutores, inteno...)

A manifestao comunicativa individual faz parte de um conjunto social. INTERTEXTO: Incorporao de um texto em outro atravs de citao ou recriao. INTERDISCURSO: Conjunto de referncias ao texto, situao de produo e s ideologias subjacentes. No h discurso autnomo, visto que sempre estar relacionado, de alguma forma, a outros discursos.

Mona Lisa (1503) Leonardo da Vinci

Verso Marcel Duchamp (1919) LHOOQ

Verso Mona Lisa de Botero (1978)

Verso Bom Bril (1998)

Verso Maurcio de Souza (2001) Mnica lisa

DIALOGISMO, POLIFONIA E HIPERTEXTO Os enunciados no so indiferentes uns aos outros nem autossuficientes; so mutuamente conscientes e refletem um ao outro [...]. Cada enunciado refuta, confirma, complementa e depende dos outros; pressupe que j so conhecidos e, de alguma forma, os leva em conta [Mikhail Bakhtin] Assim, o discurso sempre heterogneo, incorporando um conjunto de asseres atribudas a outros interlocutores. multiplicidade de vozes em um mesmo texto d-se o nome de POLIFONIA.

Ex. de polifonia:

Quando se estabelece um processo de enunciao no linear e no hierarquizada, possibilitando ao leitor a multiplicidade de direes na leitura, trata-se de um HIPERTEXTO. Nesse modelo de dilogo a construo interdiscursiva no depende apenas do locutor, pois o papel do alocutrio ativo. Este constri sua prpria cadeia redacional, gerando conexes que orientam a forma de ler e entender os discursos. Ex.: Texto ou pgina da internet contendo links.

EXERCCIOS1) A pintura de Marcel Duchamp, feita quatro sculos depois da de Da Vinci, evidentemente cita a Mona Lisa renascentista. Compare o quadro original com o de Duchamp e responda: a) O que diferencia os dois quadros? b) Em sua opinio, que sentido tem a novidade de Duchamp: originalidade, inovao, criatividade, agresso, destruio, provocao?Justifique. 2) Compare o anncio de Bom Bril aos quadros de Da Vinci e de Duchamp. a) Que elementos do quadro original foram mantidos? b) E que elementos foram alterados?

3) Na parte inferior do anncio Bom Bril se l: Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima. Considerando o cruzamento da linguagem verbal com a no verbal, explique o trocadilho da expresso obra-prima. 4) Compare o tipo de relao que o anncio Bom Bril, o quadro de Duchamp e o de Botero mantm com a Mona Lisa original. a) Que tipo de relao a obra de Duchamp estabelece com a de Da Vinci: intertextual e/ou interdiscursiva? b) O quadro de Duchamp tambm pode ser considerado uma pardia? Justifique. c) O anncio publicitrio Mon Bijou mantm com a obra de Da Vinci uma relao intertextual e/ou interdiscursiva? Justifique. d) Em sua opinio, qual a inteno de Botero com sua verso de Mona Lisa?

TIPOS DE INTERTEXTUALIDADE ALUSO CITAO EPGRAFE METFRASE e PARFRASE PARDIA PLGIO TRADUO VERSO Outros...

ALUSO Referncia explcita ou implcita a uma obra de arte, a um fato histrico ou a um autor, para servir de termo de comparao e que apela capacidade de associao de ideias do leitor. [...] Seu sentido depende fortemente do contexto em que o objeto de referncia est inserido. Ex.: O meu clube alcanou uma vitria de Pirro. Referncia histria de Pirro, clebre general grego que, aps uma difcil vitria, afirmou: Mais uma vitria como esta e estou perdido. Significado:Triunfo difcil..

CITAO Ocorre sempre que h reproduo de um texto em outro processo textual. Pode ser ipsis litteris (com as mesmas letras/palavras) ou de forma livre, observandose a interpretao. EPGRAFE Pequeno texto ou fragmento em forma de inscrio destacada que colocada no incio de um livro, captulo, poema, etc, para servir de tema, mote ou motivao; para resumir o pensamento ou o conjunto ideolgico que ser apresentado.

METFRASE E PARFRASE Metfrase a traduo interpretativa de um texto, sem dar muita ateno forma original. quase sinnimo de parfrase. A diferena bsica entre as duas a extenso. Na metfrase faz-se uma reduo do texto original; na parfrase h uma ampliao do texto base. Ambos reproduzem significativamente/ explicativamente um texto, do qual se mantm as ideias originais. Ex.:Cano do Exlio (Gonalves Dias) Nosso cu tem mais estrelas Nossas vrzeas tm mais flores Nossos bosques tm mais vida Nossa vida mais amores Hino Nacional Brasileiro (Osrio Duque Estrada) Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos tm mais flores Nossos bosques tm mais vida Nossa vida, no teu seio, mais amores.

PARDIA Recriao de um texto com ntido objetivo de satirizar, contestar ou ridicularizar um discurso especfico. H sempre uma ruptura com as ideologias do texto original. A voz do texto base retomada com o propsito de levar o leitor reflexo de verdades incontestadas anteriormente, desconstruindo e lanando dvidas sobre dogmas. A desconstruo intencional e deve manter laos que identifiquem o discurso original.

Exemplos de pardia

PLGIO Apropriao indevida de texto alheio, apresentando-o como se fosse original ou de propriedade do plagiador. TRADUO Passar um texto de determinado idioma para outro. No totalmente neutro, pois toda recriao sofre interferncias, apesar da tentativa de neutralidade. VERSO Variante de um texto do qual se aproveita algum recurso formal, mas em que, geralmente, no h compromisso com o contedo original.

VERSO Calcinha Preta seu amor que eu quero (Gilton Andrade) seu amor que eu quero tudo que eu quero em mim seu amor que eu quero tudo que quero, enfim No me faa sofrer mais Me d um pouco do seu tempo Eu quero ouvir a sua voz Sem seu amor eu no aguento demais viver assim sem voc Por favor, eu no tenho ningum demais, eu no tenho ningum No me deixes mais

Original: Angel (Jon Secada) seu amor que eu quero tudo que eu quero em mim seu amor que eu quero tudo que quero, enfim No me faa sofrer mais Me d um pouco do seu tempo Eu quero ouvir a sua voz Sem seu amor eu no aguento demais viver assim sem voc Por favor, eu no tenho ningum demais, eu no tenho ningum No me deixes mais seu amor que eu quero...

Outros tipos de intertextualidade: PERFRASE: Quando se substitui um nome por uma expresso que o caracterize. Ex.: Os espanhis vivem em plena riqueza. Os descobridores da Amrica vivem em plena riqueza. RESUMO: Viso geral/global de um texto em que se recapitula os pontos principais. RESENHA: Resumo com crticas, anlise, avaliao, comentrios acerca do texto original.

Outros tipos de intertextualidade: SINOPSE: Descrio superficial de um contedo. Ex.: Sinopse de novela (em jornais impressos) SNTESE: Reproduo de um texto em poucas palavras. Apenas as concepes/ideias essenciais so retomadas, desprezando-se as ideias secundrias ou explicativas.

Fontes: CEREJA & MAGALHES. Portugus linguagens: literatura produo de texto gramtica. 5. ed. So Paulo: Atual, 2005. v. 1 Ensino mdio. http://letras.terra.com.br/calcinha-preta/126957/ http://professorwalace.com.br/docs/realcoesintertextua is.pdf http://www.youtube.com/watch?v=ExIpOvTtCVY www.google.com.br