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7º Encontro Nacional da Anppas
17 a 20 de maio de 2015
Brasília - DF
Relação entre Sofrimento Ambiental e Condições Físicas e Ambientais
de Escolas Públicas de Mossoró-RN
Maria Betânia Ribeiro Torres1 Suzicleide Batista de Vasconcelos2
Resumo A infraestrutura das escolas é um aspecto da educação brasileira que vem preocupando a
sociedade. A importância do seu estudo incide nas características das condições do ambiente
escolar para o ensino-aprendizagem. A falta de manutenção das escolas e a depredação escolar
estão presentes no cotidiano de professores e alunos das escolas públicas. Acresce-se o fato, de
que essas escolas são destinadas a populações de crianças, jovens e adultos residentes em
bairros periféricos. Este trabalho integra o projeto de pesquisa “Educação ambiental e habitus
socioambiental: um estudo das relações sociedade-ambiente em escolas públicas de Mossoró-
RN”, (PIBIC/CNPq). O objetivo central desta pesquisa foi o de compreender a relação entre o
sofrimento ambiental e as condições ambientais de escolas públicas de Mossoró-RN. No total
foram vinte (20) escolas públicas pesquisadas, oito (8) estaduais e doze (12) municipais. A coleta
de dados foi realizada no período de dezembro de 2013 a fevereiro de 2014. Trata-se de uma
pesquisa qualitativa, que utilizou da fotografia como método visual de imagens na produção de
conhecimento sobre a problemática socioambiental das escolas públicas. As condições físicas e
ambientais depredadas das escolas públicas retratam o sofrimento ambiental a que estão
submetidos os alunos que nelas estudam. Tais condições constituem-se numa problemática
socioambiental que merece ser investigada.
1 Introdução
A infraestrutura das escolas públicas brasileira está ocupando a agenda da mídia local e nacional.
A importância do seu estudo incide na relevância das condições do ambiente escolar para o
ensino-aprendizagem. As condições físicas e ambientais de muitas escolas públicas onde
estudam os pobres são precárias e têm colocado em risco a vida dos estudantes, constituindo
uma problemática socioambiental que merece ser investigada. Daí, a noção de sofrimento
ambiental de Auyero (2011) nesta pesquisa sobre meio ambiente e escolas públicas.
Auyero (2011) remete-nos a noção de sofrimento ambiental, retratando o ambiente físico
deplorável em que as pessoas pobres vivem, ressaltando que os pobres não respiram o mesmo
ar, bebem a mesma água ou brincam nos mesmos parques que os outros. Acrescente-se que os
1 Cientista social, doutora em ciências sociais pela UFRN, professora do curso de Gestão Ambiental da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Email: [email protected]. 2 Gestora ambiental pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Email: [email protected].
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pobres também não estudam nas mesmas escolas que os outros. Por isso, a importância da
caracterização física e ambiental das escolas públicas. Não com uma visão jornalística, apenas de
denúncia, como tem sido comum aparecer na mídia. Mas, como um estudo que pretende elucidar
a relação meio ambiente e educação, por meio das condições físicas e ambientais das escolas,
espaço estruturado e estruturante da vida social.
O ambiente e os elementos que o compõem o espaço escolar formam um conjunto inseparável,
que interfere diretamente nas pessoas que nele estão inseridas. A problemática da depredação
escolar tem sido estudada mais do ponto de vista do fenômeno da violência urbana, como uma
ação dos alunos ou de vândalos. Mas, para efeito deste estudo, tomamos a depredação escolar a
partir da responsabilização do poder público quanto à administração e gestão do ambiente
escolar.
O presente trabalho é uma vertente do projeto de pesquisa “Educação ambiental e habitus
socioambiental: um estudo das relações sociedade-ambiente em escolas públicas de Mossoró-
RN” (PIBIC/CNPq). O objetivo central desta pesquisa foi o de compreender a relação entre o
sofrimento ambiental e as condições ambientais de escolas públicas de Mossoró-RN.
2 Material e Métodos
Esta pesquisa utilizou da abordagem qualitativa, por meio do uso da fotografia e da observação de
campo, como instrumento de coleta de dados. Inicialmente foi realizada uma revisão de literatura,
o que envolveu leitura, fichamento e seminários para a apresentação e debate de autores, tais
como: Auyero (2011), Mendonça (2011), Sato (2010), Banks (2009), entre outros. Em seguida, foi
realizada uma oficina abordando os aspectos teóricos e práticos a respeito do uso da imagem na
pesquisa sociológica e de como utilizá-la numa pesquisa sobre uma problemática socioambiental.
A fase seguinte foi à confecção de um roteiro fotográfico para auxiliar a coleta de dados nas
escolas. Em seguida, a coleta de dados com o uso da fotografia, o que incluiu também anotações
de campo, subsidiando o registro fotográfico.
2.1 A Fotografia como Recurso Metodológico
Cada vez mais o uso de tecnologias no processo de pesquisa científica se faz presente e
necessário. Desde o acompanhamento de temáticas de estudo mais atualizadas, passando pelo
levantamento bibliográfico e coleta de dados, até a análise dos resultados, todas essas etapas e
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processos, atualmente, prescindem de Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs
(MENDONÇA; MELO; PADILHA, 2011). Neste sentido, a gama de informações e conteúdos
disponíveis nas redes de comunicação, internet e outras fontes exigem cada vez mais renovação
e diversidades teóricas, o que torna o pesquisador com atuação mais complexas. Segundo
Mendonça, Melo e Padilha (2011), a utilização de ferramentas tecnológicas nos processos de
pesquisa pode contribuir para um novo processo de aprendizagem sobre as formas como se
produz ciência no mundo.
Para Mendonça, Melo e Padilha (2011), a abordagem visual é um enfoque metodológico no qual o
pesquisador utiliza as imagens como fonte de dados ao estudar um fenômeno social, sejam elas
imagens estáticas (fotografias) ou imagens em movimento (filmes e vídeos). Como método de
pesquisa, a abordagem visual leva em consideração aspectos como a subjetividade do indivíduo
que registra as imagens, bem como aquilo que ele escolheu incluir ou excluir da fotografia, ou
seja, do recorte da realidade que foi capturado.
2.2 Coleta E Análise Dos Dados
A coleta dos dados foi realizada em escolas públicas de Mossoró-RN, no mês de dezembro de
2013 e nos meses janeiro e fevereiro de 2014. No total foram pesquisadas vinte (20) escolas,
sendo oito (8) estaduais e doze (12) municipais, localizadas nos seguintes bairros (FIGURA1),
com a utilização de um roteiro fotográfico.
Figura 1 – Mapa de localização das escolas pesquisadas no estudo, em Mossoró-RN.
Fonte: Camila Saiury, 2014.
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Através da análise dos dados foi possível entender o valor e o uso da fotografia na produção do
conhecimento para a pesquisa. A interpretação dos dados se fundamentou em criar a imagem e
analisá-la. Para Banks (2009), Os pesquisadores sociais precisam antes de juntar em uma
apresentação multimídia os textos, as imagens, arquivos de som e outros tipos de itens de
informação, organizar todos os dados.
Os dados foram analisados e separados por esfera estadual e municipal e também por critérios
estabelecidos como área externa e interna do edifício escolar. Após isso foram interpretados
quanto às condições físicas e ambientais visualizadas e também comprovadas por alunos e
funcionários, através das anotações e observações naquele local. Em sequência se iniciou um
estudo através dos itens relacionados visualizados durante a visita, objetivando compreender o
que diz a literatura existente sobre as características vistas nas escolas públicas pesquisadas.
3 Resultados e Discussão
3.1 Diagnóstico das Condições Físicas e Ambientais das Escolas Públicas de
Mossoró-RN
A organização espacial da cidade de Mossoró apresenta e reproduz alguns dos problemas
urbanos presentes nas cidades maiores. Entre esses problemas, Elias e Pequeno (2012)
destacam: as desigualdades de acessibilidade aos equipamentos e às redes de infraestrutura; a
insuficiência de equipamentos (creches, escolas, postos de saúde) nas áreas habitadas pela
população de menor renda; a intensificação de favelas nos espaços destinados a usos
institucionais e áreas verdes; o surgimento de áreas em situação de risco; a presença de vazios
urbanos, com consequente especulação imobiliária, entre outros.
As escolas públicas onde foi realizado este estudo, tanto as estaduais como as municipais
apresentaram diferenças e semelhanças quanto sua estrutura física e ambiental. No total foram 20
escolas pesquisadas, oito (8) estaduais (Inalda Cabral; Ambulatório Padre Dehon; Tertuliano
Ayres Dias; Padre Alfredo; Ewerton Cortez; Maria Stella; Professor José Nogueira; Professor
Manoel João) e doze (12) municipais (Celina Guimarães; Felício de Moura; José Benjamim;
Raimundo Fernandes; Dinarte Mariz; Francisco de Assis; Marineide Pereira; Raimundo Nogueira;
Alcides Manoel de Medeiros; Evangélico Leôncio José de Santana; Heloísa Leão; Francisco
Morais Filho), situadas nos seguintes bairros: Santo Antônio, Alto de São Manoel, Planalto 13 de
Maio, Bom Jardim, Paredões, Santa Delmira, Redenção, Centro, Bom Jesus, Alto da Conceição.
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3.1.1 Área Externa da escola
Em relação à área externa foram considerados os seguintes aspectos: fachadas; janelas externas;
rampas; pátio externo; quadra; horta e reservatório de água (caixa d’água).
a) Fachada: a representação simbólica de como a escola considera, trata, respeita e acolhe os
seus alunos e a sua comunidade
A importância da conservação da estrutura física expõe a sensação de um lugar agradável, e isso
pode ser revelado no primeiro contato com uma instituição escolar. De acordo com a Cedac
(2013, p.13): “é fato que a maneira como a fachada se apresenta comunica muito sobre como
essa escola considera, trata, respeita e acolhe os seus alunos e a sua comunidade”.
As Fotos 1 e 2 revelam opostos. É possível perceber uma fachada escolar precária (FOTO 1) e
outra mais cuidada (FOTO 2). A preocupação com esse espaço pode parecer insignificante,
principalmente quando se têm que enfrentar diversos outros problemas. No entanto, essa é uma
questão estética que não diz respeito apenas ao fato de manter uma instituição bonita para
estudar e trabalhar. O importante é que ele seja planejado de forma a receber bem alunos,
professores, funcionários e a comunidade, demonstrando o respeito que a escola tem com a
sociedade. "Pois um ambiente limpo, agradável é um cartão de visita convidativo para o ensino e
a aprendizagem” (CEDAC, 2013, p.17).
Foto 1- Fachada EE Maria Stella Pinheiro, Planalto 13 de Maio, Mossoró-RN.
Fonte: Pesquisa de campo, Fevereiro, 2014.
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Foto 2- Fachada EM Raimundo Fernandes, Santo Antônio, Mossoró-RN.
Fonte: Pesquisa de campo, Janeiro, 2014.
Para Azevedo (2002), a escola é o primeiro espaço que insere a criança numa experiência
coletiva assumindo um importante papel no desenvolvimento de sua socialização. Incluindo desta
forma sua interação com os outros e com o próprio ambiente construído.
b) Janelas: reflexos de luminosidade e ventilação
As janelas podem representar no setor escolar um acessório fundamental para o bem estar dos
alunos e membros que as constituem. Pois as janelas são mais do que uma ligação com o
ambiente externo, são reflexos de luminosidade e ventilação que se reproduz em aspectos de um
ambiente confortável.
As crescentes necessidades surgidas nos últimos anos, relacionadas aos aspectos ambientais do espaço construído, vêm abrindo caminhos cada vez mais direcionados ao uso dos recursos naturais, como radiação solar, ventilação natural, etc. A luz natural, proveniente da radiação solar, utilizada de forma direta ou difusa, é um importante quesito para atingir maior qualidade ambiental (conforto ambiental e eficiência energética, dentre outros aspectos) e a consequente sustentabilidade nos espaços construídos (AMORIM, 2001, p.57).
A seguir nas Fotos 3 e 4 estão visualizadas as condições das janelas encontradas no ambiente
escolar, objeto deste estudo.
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Foto 3 – Janelas EM Raimundo Nogueira, Santo Antônio, Mossoró-RN.
Fonte: Pesquisa de campo, Fevereiro, 2014.
Foto 4 – Janela EE Ewerton Cortez, Planalto 13 de Maio, Mossoró-RN.
Fonte: Pesquisa de campo, Janeiro, 2014.
c) Rampa: acessibilidade escolar
Entre as 20 escolas pesquisadas constatou-se que apenas seis (6) apresentavam rampa de apoio
às necessidades especiais. Uma (1) estadual: Padre Dehon e cinco (5) municipais: Felício de
Moura, Raimundo Fernandes, Marineide Pereira, Heloisa Leão e a Morais Filho.
Isso denota que as escolas públicas de Mossoró ainda não estão preparadas para atender a
mobilidade das pessoas com necessidades especiais. A acessibilidade escolar é um direito de
todos os cidadãos. Conforme a Constituição Federal: “Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se a inviolabilidade ao direito à vida, à liberdade, à
segurança e a propriedade” (BRASIL, 1988, Art. 5).
d) Pátio externo: ambiente propício à socialização
Foi constatado que das vinte (20) escolas pesquisadas, cinco (5) escolas possuem pátio externo.
Sendo duas (2) estaduais, Tertuliano Aires Dias, Padre João Alfredo; e três (3) escolas
municipais: Ewerton Cortez, Alcides Manoel e a Heloísa Leão. O pátio é considerado um ambiente
propício à socialização. É neste espaço que os alunos lancham, brincam, conhecem novas
pessoas e fazem laços de amizade. De acordo com a Cedac (2013, p. 26).
Durante o intervalo entre as aulas os alunos aprendem a tomar decisões importantes para o relacionamento social. É nesse período de 15 ou 30 minutos que eles aprendem mais sobre as relações em grupo: decidem com quem conversar de quem se aproximar, onde e como brincar e jogar. Aprendem a ceder lugar ao outro, esperar a vez de falar na roda de amigos, pedir e dar licença e se desculpar. Assim, o intervalo apresenta um amplo campo de oportunidades para o desenvolvimento de valores e atitudes. A ideia é que o pátio e as quadras sejam, portanto, um cenário no qual criança e jovens explorem diferentes atividades, interagindo e aprendendo uns com os outros.
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e) Quadra de esporte
Das escolas pesquisadas, pode-se dizer que grande parte possui quadra de esportes. Algumas
em bom estado de conservação, outras bastantes precárias. Foram evidenciadas quadra de
esportes em cinco (5) escolas estaduais: Tertuliano Aires Dias, Padre Alfredo, Ewerton Cortes,
Maria Stella e a Manoel João. Dentre as municipais, foram seis (6) escolas: Celina Guimarães,
Felício Moura, José Benjamim, Raimundo Fernandes, Dinarte Mariz e a Francisco de Assis
(FOTOS 01 e 02).
Foto 01 - Quadra EE Padre Alfredo, Santo Antônio, Mossoró-RN.
Fonte: Pesquisa de campo, Fevereiro, 2014.
Foto 02 – Quadra De Esporte, EE Ewerton Cortez, Planalto 13 de Maio, Mossoró-RN.
Fonte: Pesquisa de campo, Janeiro, 2014.
f) Horta
Entre as vinte escolas do estudo, em apenas três existe a horta escolar: (1) escola estadual:
Padre Alfredo; e duas (2) municipais: Celina Guimarães e Dinarte Mariz (FOTOS 03 e 04). Destas
nem todas estão sendo preservadas e uma até já foi esquecida. Entre as causas mais apontadas
para a desativação das hortas está à falta de incentivo, a falta de capacitação dos próprios
funcionários das escolas, conforme observações coletadas nas anotações de campo.
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Foto 03 – Horta, EE Padre Alfredo, Santo Antônio, Mossoró-RN.
Fonte: Pesquisa de campo, Fevereiro, 2014.
Foto 04 – Horta, EM Dinarte Mariz, Alto de São Manoel, Mossoró-RN.
Fonte: Pesquisa de campo, fevereiro, 2014.
g) Reservatório de água (caixa d´água)
Embora todas as escolas possuam reservatório de água, em apenas seis (6), foi possível
visualizar e diagnosticar as condições físicas e ambientais dessa estrutura. Dentre as escolas
estaduais estão: Professor José nogueira e a Manoel João. Entre as municipais: Celina
Guimarães, Felício de Moura, José Benjamim e a Francisco de Assis. As caixas d´água escolar
são reservatórios que destinam parte de seus recursos hídricos para usos diretos (consumo
humano/ beber) e usos indiretos (limpeza). Por isso são estruturas que precisam ser
cuidadosamente verificadas e livres de depredações.
3.1.2 Área Interna das escolas
a) Sala da direção
Das vinte escolas pesquisadas, em apenas duas, a sala de direção e secretaria encontram-se no
mesmo espaço. As demais têm esses setores separados. Quanto às condições físicas e
ambientais, constatou-se que essas escolas apresentam estruturas consideráveis, com ar
condicionado, luminosidade favoráveis, pintura em bom estado, piso regular. O que se caracteriza
como um dos ambientes menos degradados desta pesquisa. Observa-se um espaço físico em
bom estado de conservação, ambiente limpo, com conforto térmico adequado para o tamanho da
sala.
a) Secretaria
A secretaria é um setor de responsabilidade, destinado para guardar dados referentes à formação
de alunos, notas, certificados. Durante a verificação deste ambiente na pesquisa, foi possível
perceber que todas as escolas pesquisadas, tanto municipais quanto as estaduais apresentavam
condições físicas precárias. Entre esses pontos estavam: um ar condicionado com mau
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funcionamento falta de acabamento na instalação do ar, falta de materiais, falta de cadeados para
os armários. Outro ponto observado é que muitas secretarias não tem um local apropriado para
arquivo e muitas vezes os armários ficam alocados nesta mesma sala. Através da pesquisa pode
se comprovar que existem problemas relacionados à estrutura física, porém são notórias em
outros espaços da instituição, como os banheiros por exemplo.
c) Sala de aula
A sala de aula é um ambiente próprio à aprendizagem. Neste sentido se faz relevante adequá-la a
condições possíveis de convivência, é necessário que ela seja organizada, capaz de construir
valores, saberes e identidade. Os resultados revelaram as condições precárias de funcionamento
das salas de aula: cadeiras quebradas e desgastadas, salas com luminosidade excessiva,
infiltração solar forte incomodando os alunos, ventiladores quebrados, salas faltando pinturas,
janelas depredadas, são exemplos da precariedade vivenciada por alunos e professores da rede
pública de ensino.
d) Sala de atendimento especializado
Apenas em seis (6) foi visualizada a Sala de Atendimento Educacional Especializado (SAEE).
Destas, duas (2) são da rede estadual de ensino: Padre Dehon e José Nogueira, e as demais
estão na rede municipal, que são: José Benjamim, Marineide Pereira, Felício de Moura e a
Raimundo Nogueira. A educação especial perpassa toda modalidade de ensino desde a educação
básica á superior, desta forma a preocupação de ter uma estrutura escolar adequada para atender
pessoas portadoras de deficiência é adequado. Em Relação às SAEEs visitadas e fotografadas
nestas seis escolas, umas se encontram em condições favoráveis e outras em estado de
precariedade, pode-se falar que as mesmas apresentam dificuldades, muitas precisam de
reformas, de melhores condições para atender aos alunos que dependem de um tratamento
especializado mais apropriado a sua deficiência.
e) Sala dos professores
A análise dessa estrutura confirma um ponto: de todas as escolas inseridas no estudo treze (13)
possuem sala para acomodar seus professores, as demais alojam seus docentes na sala da
secretaria, supervisão, e em outros espaços da instituição. Entre as escolas estaduais que
possuem essa sala estão quatro (4): Inalda Cabral, Padre Dehon, Tertuliano Aires e a Jose
Nogueira. Dentre as municipais destacam-se nove (9), que são: Celina Guimarães, José
Benjamim, Raimundo Fernandes, Francisco de Assis, Marineide Pereira, Raimundo Nogueira,
Alcides Manoel, Evangélico Leôncio e Heloísa Leão. De acordo com que foi diagnosticado pode-
se perceber que as escolas públicas nesta parte da instituição possuem muitas semelhanças, de
uma forma geral, todas apresentaram boas condições, com presença de mesa comprida quadrada
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(quase um padrão), ou redonda eventualmente, armários, bebedouros, pontos de iluminação sem
transtornos visualizados, algumas com presença de ventiladores (na verdade, grande maioria), e
em outras, a presença de ar condicionado.
f) Sala de vídeo
Também conhecida como sala de multimídia, foi verificado que das oito escolas estaduais que
participaram do estudo, sete (7) possuem sala de vídeo e são: Inalda Cabral, Padre Dehon,
Tertuliano Aires, Padre Alfredo, Ewerton Cortez, José Nogueira e a Manoel João. Destas apenas
a escola Maria Stella não possui. Já as municipais apenas duas possuem: Raimundo Fernandes e
Evangélico Leôncio. Foi percebido que as salas de vídeo necessitam de reforma, de uma
claridade adequada para que as imagens sejam vistas com precisão, pois o reflexo da luz
influencia na absorção das imagens pelos alunos.
g) Cozinha
A cozinha como espaço físico deve ser projetada para atender requisitos que satisfaçam a
comunidade envolvida. Ela precisa estar sempre limpa, em condições de uso e de preparo de
alimentos. Deve ser construída dentro de limites de capacidade apropriada ao uso que se destina,
provendo de espaço, instalações sanitárias satisfatórias. De acordo com a Resolução - RDC N°
216, de 15 de setembro de 2004, que dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para
Serviços de Alimentação, a edificação e as instalações devem ser projetadas de forma a
possibilitar um fluxo ordenado e sem cruzamentos em todas as etapas da preparação de
alimentos e a facilitar as operações de manutenção, limpeza e, quando for o caso, desinfecção. O
acesso às instalações deve ser controlado e independente, não comum a outros usos.
Desta forma, na pesquisa foram constatados que as cozinhas das escolas públicas de Mossoró,
apresentam condições precárias de funcionamento: cozinha pouco arejada, luminosidade
deficiente, espaço limitado, faltam armários e quando têm são insuficientes, as geladeiras estão
enferrujadas e muitas não são mais eficazes, os fogões encontram-se velhos, as panelas
amassadas. E em algumas cozinhas se observa que as panelas são guardadas sem proteção, o
que se caracteriza com fator de risco, visto que pode ocorrer a presença de animais transmissores
de doenças.
h) Banheiro
Na pesquisa verificou-se que todas as escolas possuem em suas estruturas banheiros, porém
muitos se encontram em condições péssimas de utilização, alguns deles podem gerar até
constrangimento. Além de exporem a privacidade dos usuários. Para Medrado (1998), algumas
variáveis explicativas contribuem para entender o fenômeno da depredação escolar, e que estar
intimamente ligada a escola e o espaço que a insere. A depredação neste contexto se define
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como manifestação da insatisfação coletiva, oriunda das diferenças geográficas e arquitetônicas
entre polos catalisadores escola e bairro (MEDRADO, 1998), e da ausência da ação
governamental na manutenção do edifício escolar.
i) Bebedouros
Também presentes em todas as escolas, os bebedouros são aparelhos com água encanada. No
que se refere á situação dos bebedouros pode-se perceber que há muitos em condições
insalubres de uso. O patrimônio escolar é composto pelos bens móveis e imóveis de maneira a
formar uma estrutura física e material da escola, e que quando postos em uso necessita de
cuidados, caso contrário estão sujeitos às depredações. Alguns problemas relativos aos
bebedouros, objeto de estudo, foi visualizado entre as escolas. Problemas desde vazamentos, a
condição da temperatura da água (que sempre se apresentava abaixo do esperado), relatos dos
alunos expressa que a água muitas vezes está quente, o que produz uma sensação de
descontentamento por parte deles (alunos), que a consomem. Este problema expressa sem
dúvidas nenhuma uma situação deficiente do sistema escolar.
j) Biblioteca
Presente nas escolas que fizeram parte deste estudo, a biblioteca é considerada um elo entre o
leitor e o livro. Constatou-se durante a pesquisa que as bibliotecas das escolas públicas
enfrentam uma série de dificuldades. Em sua grande maioria os problemas são semelhantes.
Observou-se que algumas bibliotecas precisam de retoque de pintura, outras possuem pouca
ventilação, algumas têm espaços confinados/compactados, e outras funcionam também como
depósito.
k) Consultório Odontológico
Constatou através do estudo que existem apenas duas (2) escolas que possuem sala de
atendimento odontológico. Uma da rede estadual: Tertuliano Aires Dias e outra da rede municipal:
José Benjamim.
l) Almoxarifado e despensa
Dentre as escolas públicas pesquisadas, três escolas da rede estadual (Tertuliano Aires, Maria
Stella e José Nogueira) e duas escolas da rede municipal (Celina Guimarães e a Raimundo
Fernandes) possuem a dependência de Almoxarifado, utilizada para guardar materiais da própria
escola, como mesas e cadeiras velhas, caixas com papéis, arquivo morto, equipamento de som,
ventiladores degradados, materiais de limpeza.
m) Arquivo
Os arquivos são departamentos importantes numa instituição de ensino. Nos arquivos são
armazenados documentos referentes ao histórico escolar dos alunos.
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Os arquivos escolares são constituídos pelo conjunto de documentos produzidos e recebidos em decorrência das atividades diárias de professores, funcionários, alunos, pais de alunos e todos aqueles que de alguma forma participam do funcionamento da escola. Entre os documentos escolares, podemos citar: prontuários de alunos, cartilhas, discos de histórias infantis, trabalhos feitos pelos próprios alunos, etc. Todos esses documentos contam algo da história da escola e, é claro de cada aluno (BAEZA, 2003, p. 11).
Das escolas pesquisadas apenas sete (7) possuem sala exclusiva para arquivos. Entre elas, estão
três estaduais: Everton Cortez, Maria Stella, José Nogueira. Dentre as municipais estão: Celina
Guimarães, Felício de Moura, Raimundo Fernandes e a Francisco de Assis.
n) Pátio interno
Assim como o pátio externo, o interno também teve relevância neste estudo. Das escolas
pesquisadas, todas as estaduais possuem pátio interno. E entre as municipais apenas a Morais
Filho e a Evangélico Leôncio não possuem. Percebeu-se através da pesquisa que não existe um
padrão definido em relação ao pátio, nem em termos de proteção solar e nem em espaço. Foram
encontrados diversos tipos: cobertos e os não cobertos.
o) Reservatório Sala de Informática
Em relação a essa estrutura “sala de informática”, foi observado que das vinte escolas da
pesquisa quatorze (14) apresentam esse tipo de infraestrutura, entre as estaduais estão três (3),
Inalda Cabral, Padre Dehon e a Tertuliano Ayres Dias. Já entre as municipais foi vista onze (11),
que são: Celina Guimarães, Felício de Moura, José Benjamim, Raimundo Fernandes, Dinarte
Mariz, Francisco de Assis, Marineide Pereira, Raimundo Nogueira, Alcides Manoel, Evangélico
Leôncio e a Morais Filho. Porém muitas se encontram funcionando com dificuldades. A maioria
dos problemas elencados é: salas pequenas e com pouca ventilação, salas com ar condicionado
quebrado, salas com ventiladores queimados, salas com quantidade limitada de computadores,
inferior a metade um terço da turma, sala com luminosidade ineficiente, pouca claridade, as
cadeiras encontram-se rasgadas ou quebradas, outras não são confortáveis, e algumas salas não
têm internet. . Conforme anotações de campo existem situações em que estas salas param de
funcionar por algum motivo técnico e a falta de manutenção atravessa de um ano a outro, o que
impossibilita os professores de desenvolverem atividades nesses espaços e ao aluno de ter
acesso a esse tipo de equipamento.
p) Condições de climatização, luz e ventilação.
As condições físicas e ambientais observadas de uma forma geral entre esses três itens
relacionados: climatização, luz e ventilação, mostraram como as escolas públicas necessitam
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urgente de atenção dos órgãos públicos do governo. Alguns problemas visualizados foram:
ventiladores sem proteção, outros enferrujados, outros quebrados, fios soltos, fios corroídos,
tomadas precárias, luminárias sem lâmpadas, ar condicionado vazando, outros quebrados, caixa
elétrica necessitando substituir toda fiação, instalações mal feitas, caixas de tomada abertas.
q) Escadas
Verificar as condições das escadas na escola é um fator importante. Na pesquisa constatou-se
que apenas três (3) escolas municipais possuem escadas. Dentre elas: Raimundo Fernandes,
Evangélico Leôncio e a Morais Filho.
r) Lixeiras
As lixeiras expressam no âmbito escolar o cuidado com o meio ambiente, ela descreve a
preocupação da instituição em ensinar os princípios de uma educação ambiental e desperta a
consciência de cada um. Na pesquisa pode ser observada que existem lixeiras no interior e no
exterior da área da escola.
s) Área de serviços
A finalidade de possuir uma área de serviço em uma escola se faz relevante com a necessidade
de ter onde lavar os materiais utilizados na limpeza, como por exemplo: pano de chão. Na
pesquisa pode ser verificado que as escolas não possuem um lugar apropriado para desenvolver
suas atividades mais hostis. Durante a pesquisa foi verificado que apenas uma escola possui uma
área de serviços e mesmo assim em péssimas condições físicas e ambientais.
4 Conclusão
As condições físicas e ambientais das escolas públicas de Mossoró são precárias. As escolas
públicas estaduais apresentam mais degradadas do que as escolas municipais. O cenário da
edificação escolar revela que a precariedade estética, de material e equipamentos das escolas
pesquisadas serve como espelho da desigualdade socioambiental e de privação de melhores
oportunidades ao público estudantil das escolas pesquisadas.
Entre as condições físicas e ambientais precárias mais encontradas nesta pesquisa, estão:
banheiros com portas empenadas e quebradas, pias danificadas, janelas quebradas, infiltrações
pelas paredes, vazamentos e entupimentos de bebedouros, ventiladores quebrados e faltando
proteção, entulhos expostos pela área interna da escola. Em relação às questões ambientais
visualizadas na pesquisa, foi verificado que essas escolas necessitam de melhor conforto térmico.
Constatou-se ventiladores quebrados, salas quentes, janelas alocadas inadequadamente, salas
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pequenas para número de alunos, excesso e falta de luminosidade, barulho provocado pelos
ventiladores. Tudo isso acaba interferindo na aprendizagem.
Neste sentido a finalidade do termo sofrimento ambiental escolhido como um dos tópicos para
pesquisa foi revelar que as condições inadequadas de tratamento com o social e também com o
ambiental no âmbito das escolas públicas produzem sofrimento aos alunos e professores. Um dos
caminhos para mudar este cenário seria a adequação das escolas à proposta de escolas
sustentáveis, no sentido da criação de “espaços educadores sustentáveis” (BRASI, 2013).
Todavia é motivo para futuros estudos a discussão sobre esta questão.
Referências
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7º Encontro Nacional da Anppas
17 a 20 de maio de 2015
Brasília - DF
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