Relativismo Cultural

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Escola Secundária D. Manuel I Ano Lectivo 2009/2010 Filosofia 10º ano Valores e valoração: a questão dos critérios valorativos

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Escola Secundária D. Manuel IAno Lectivo 2009/2010Filosofia 10º ano

Valores e valoração: a questão dos critérios valorativos

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Relativismo Cultural

• O relativismo cultural interpreta os juízos morais em termos de aprovação social.

• Segundo esta perspectiva a correcção dos juízos e das normas morais é sempre relativa a uma dada sociedade e à cultura que nela existe.

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• Desta forma, o certo e o errado variam de sociedade para sociedade.

• O relativismo cultural diz-nos que a moralidade, tal como os hábitos alimentares, as cerimónias de casamento ou os estilos de vestuário variam de sociedade para sociedade.

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• O relativista pensa que o bem e o mal, o certo e o errado, são convenções estabelecidas em cada sociedade.

• Para os relativistas existem factos morais, mas esses factos são instituídos pela própria sociedade.

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Resumindo• Os juízos morais são verdadeiros numa sociedade

quando os seus membros acreditam que são verdadeiros, falsos quando acreditam que é falso.

• Os factos morais são relativos às sociedades, sendo diferentes consoante as culturas.

• Dizer «X é bom» ou «X é moralmente correcto» significa «A sociedade aprova X»;Dizer «X é mau» ou «X é moralmente errado» significa «A sociedade reprova X».

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Argumento da diversidade culturalO relativista cultural defende a sua teoria apontando para a ideia de que sociedades com culturas diferentes têm códigos morais diferentes. Há assim uma grande diversidade cultural no que respeita à moralidade.O relativista pensa que essa diversidade justifica a sua teoria.

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Em culturas diferentes as pessoas têm convicções morais diferentes.

Logo, as verdades morais são relativas à cultura.

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• Será este argumento válido?

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• Vejamos um argumento semelhante:

Pessoas diferentes têm convicções diferentes acerca da existência de extraterrestres.

Logo, as verdades sobre extraterrestres são relativas às pessoas.

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• É óbvio que este não é um bom argumento. Enquanto que a primeira premissa é verdadeira, pois há um desacordo quanto à existência de extraterrestres. A conclusão é falsa pois a existência de extraterrestres não depende da opinião das pessoas.

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• O mesmo se pode concluir relativamente ao argumento da diversidade cultural.

Da observação de que existe desacordo cultural em assuntos morais, não se pode concluir que as verdades morais depende de cada cultura.Mesmo que exista um desacordo cultural em questões morais, é possível existirem verdades objectivas na moralidade, pois os membros de uma sociedade podem estar enganados.

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Além disso, pelo que parece a diversidade cultural, em termos morais é muito menor do que nós pensamos:“Há algumas regras morais que todas as sociedades têm em comum, pois essas regras são necessárias para a sociedade poder existir. As regras contra a mentira e o homicídio são dois exemplos disso (…) Nem todas as regras morais podem variar de sociedade para sociedade.”

James Rachels, Elementos para uma Filosofia Moral, Gradiva

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Razões para aceitar o relativismo cultural

1. O relativismo cultural promove a coesão social, que é fundamental para a sobrevivência de uma sociedade. Uma vez que a aceitação das normas morais determina a solidariedade social e consequentemente a unidade e coesão sociais.

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2. O relativismo promove a tolerância entre sociedades diferentes, pois leva-nos a ver as outras culturas como diferentes e a uma atitude de não violência para com os outros povos e culturas.

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1. O relativismo cultural, uma vez que defende que devemos agir de acordo com as normas da nossa sociedade, leva-nos ao conformismo.Muito embora a coesão social seja importante, é necessária uma certa dose de inconformismo, pois este torna possível o aperfeiçoamento social.

Dado que o relativismo não deixa espaço para o inconformismo, aceitá-lo seria impedir qualquer sociedade de se aperfeiçoar.

Objecções ao Relativismo Cultural

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2. O relativista defende que, seja qual for a maioria, ela está correcta. Ora, muitas vezes a maioria é ignorante, não está bem informada, e por isso as suas opiniões podem não ser as melhores. A maioria pode estar enganada.

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3. Segundo o relativista cultural, devemos aceitar mesmo as práticas das outras sociedades que nos pareçam monstruosas, pois elas têm razão de existir no seio da cultura em que foram geradas.Se aceitarmos o relativismo, não teremos razões para criticar nem para tentar convencer os outros povos de que estão errados.Não há dúvidas que a tolerância é um bem, mas isso não significa que qualquer comportamento seja tolerável desde que beneficie de aprovação social.

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4. Os relativistas dizem que é moralmente correcto aquilo que uma sociedade, num dado momento, considera moralmente correcto. Logo, se uma sociedade entender que a intolerância é uma atitude moralmente correcta, então, a intolerância será aceitável para essa sociedade.O relativismo conduz à aprovação da intolerância.A tolerância não pode ser um valor universal, pois não existem valores universais para o relativista.