RELATO DE EXPERIÊNCIA COM O USO DO PANDORGA GNU/LINUX(SOFTWARE LIVRE)

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Rondonópolis Novembro de 2010 Liliane Oliveira de Souza O uso da Plataforma Pandorga GNU/Linux como ferramenta pedagógica nas séries iniciais Ericka Cunha

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Rondonópolis

Novembro de 2010

Liliane Oliveira de Souza

O uso da Plataforma Pandorga GNU/Linux como ferramenta pedagógica nas séries iniciais

Ericka Cunha

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Liliane Oliveira de Souza

O uso da Plataforma Pandorga GNU/Linux

como ferramenta pedagógica nas séries iniciais

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação do Curso de Especialização Tecnologias em Educação como requisito parcial para obtenção de título de Especialista em Tecnologias em Educação

Orientador

Professora Ericka Cunha

Coordenação Central de Educação a Distância

Curso de Especialização Tecnologias em Educação

Rondonópolis

Novembro de 2010

Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização do autor, do orientador e da universidade.

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Liliane Oliveira de Souza

Graduou-se em Letras pela UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul)

em 1999. Professora da rede pública estadual de Rondonópolis – MT.Lecionou

literatura, inglês e língua portuguesa na Escola Estadual Marechal Dutra de 2000 a

2004, atuou como coordenadora pedagógica na mesma escola no biênio

2005/2006. Atualmente é professora/formadora no Centro de Formação dos

Profissionais da Educação Básica do pólo de Rondonópolis atuando na área de

Tecnologia Educacional.

.

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Dedicatória

Dedico esse trabalho a minha adorável filha Laysa Oliveira

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Agradecimentos

Agradeço a Deus pela oportunidade,

Agradeço a minha mãe por apoiar-me e cuidar da minha filha enquanto

desenvolvi esse trabalho

Agradeço meus gestores e amigos que trabalham comigo, a mediadora do curso

Claudia Nobre e minha orientadora Ericka Ferreira da Cunha pela grande

colaboração e paciência

.

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Resumo

Este estudo pretende mostrar como aconteceu a exploração do sistema operacional Pandorga GNU/Linux nos estudos dos professores e nas práticas pedagógicas de sala de aula nos anos iniciais ofertado aos alunos da Escola Estadual Lucas Pacheco de Camargo em Rondonópolis – MT. Trata-se de um relato tímido de uma experiência que surgiu do estudo realizados no curso de Especialização em Tecnologia - PUC/CCEAD; com o objetivo de analisar o uso dos conteúdos digitais da plataforma dita acima e alguns resultados na aprendizagem do alunos envolvidos.

Palavras-chave: Pandorga, aprendizagem, mídias digitais.

Summary

This study aims to show how the operation happened Pandorga operating system GNU / Linux in studies of teachers and teaching practices of the classroom in the early years offered to students from State School Lucas Pacheco de Camargo Rondonopolis - MT. This is a story of a shy experience that emerged from the study conducted in the course of Specialization in Technology - PUC / CCEAD, with the aim of analyzing the use of digital content platform above said, and some results in learning of students involved.

Keywords: Pandorga, learning, digital media.

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SUMÁRIO

Introdução.............................................................................................................08

Capítulo I – Conceituando a Plataforma do sistema operacional Pandorga

GNU/Linux................................................................................................10

1.1-Breve histórico da Plataforma do sistema operacional Pandorga

GNU/Linux......................................................................................................10

1.2 - Refletindo sobre os Conteúdos Educacionais Digitais..............................12

Capítulo II – Relato de Experiência...............................................................15

2.1 A Experiência vivenciada sobre o uso da Plataforma do sistema

operacional Pandorga GNU/Linux na

Escola........................................................................................................15

Considerações Finais............................................................................................20

Referências............................................................................................................22

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Fale, e eu esquecerei; Ensine-me,

e eu poderei lembrar; Envolva-me, e eu aprenderei.

(Benjamin Franklin)

 

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Introdução

A temática que será desenvolvida ao longo desse trabalho está relacionada

a uma experiência que vivenciei em estudos realizados no curso de Especialização

em Tecnologia - PUC/CCEAD, pois ao desenvolver as disciplinas do curso – que

nos possibilitaram diversas discussões de gestão, uso, ofertas, compatibilidades,

integração das mídias - me ative em observar, relatar e fazer uma analise simples

de como está acontecendo de fato à associação de conteúdos digitais apresentados

na plataforma do sistema operacional Pandorga GNU/Linux às demais

metodologias dos professores das séries iniciais da EELPC, em suas práticas

pedagógicas e em quais aspectos tais softwares da plataforma do referido sistema

tem auxiliado na construção de aprendizagens em sala de aula.

Outro aspecto relevante para a escolha do tema está relacionado à

comprovação do que temos observado por meio de estudos, relatos de pesquisas,

que apontam para as ofertas de conteúdos digitais como algo inerente à ação

docente no cenário atual. O espaço utilizado como ponto de observação para este

trabalho é a Escola Estadual Lucas Pacheco de Camargo situada na cidade de

Rondonópolis– MT, onde os recursos, as metodologias das quais nos apropriamos

em nossas formações de licenciaturas não contemplam as necessidades de

aprendizagens dos nossos educandos, nem mesmo a forma como se comunicam,

até mesmo, como expressam suas necessidades primárias, suas relações sociais

que estão imbricados numa rede que não existia a pouquíssimos anos atrás.

Desta forma, este trabalho visa apresentar, através de um relato de

experiência a plataforma Pandorga como disponibilizadora dos softwares

enquanto ferramenta pedagógica. Esta escolha não é aleatória, o que justifica essa

opção é por ser em sua essência uma proposta de programas educacionais livres

que defende a colaboração, a liberdade, maior acesso, compartilhamento dos

trabalhos digitais ao maior numero de usuários possíveis, alem do que podem ser

copiados, reproduzidos legalmente com a única preocupação de preservar a

autoria e ainda por ser seguro, estável e compatível com o sistema que a escola já

recebe em seus micros – a plataforma Linux Educacional.

Num primeiro momento tomei a iniciativa de apresentar a plataforma aos

professores e equipe gestora da referida Unidade Escolar (UE), pensando com eles

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algumas possibilidades de trabalharmos no espaço da formação continuada – Sala

de Professor (Projeto de Formação Continuada Normatizado pela Secretaria de

Educação do Estado de Mato Grosso (SEDUC/MT) - articulado pela escola,

acompanhado e coordenado pelo Centro de formação dos Profissionais da

Educação Básica (CEFAPRO), o então Projeto Pandorga GNU/Linux –

Informática Lúdica como mais uma alternativa de intervenção in loco no processo

ensino/aprendizagem dos alunos das fases iniciais de ensino. Tal proposta foi

pensada para um período maior que a observação inicial que aqui será relatada e,

também com a abertura de implementação com o uso de outros softwares que não

fazem parte da plataforma do Pandorga. É preciso registrar que também mantive

contato direto por meio de e-mails e telefonemas com o desenvolvedor da

plataforma Pandorga, Senhor Rainer Kruger, com o objetivo de contar com o seu

acompanhamento quanto as questões técnicas e de socialização do projeto.

Para maior contextualização desse relato, desenvolverei alguns parágrafos

sobre conteúdos educacionais digitais e como o seu uso tem se constituído nas

escolas como ferramenta pedagógica e protagonizador de algumas práticas de

aprendizagens dos nativos digitais. Disponibilizarei o primeiro capítulo para a

contextualização do objeto observado e o relato de como foram articulados os

usos dos softwares da plataforma Pandorga nas práticas pedagógicas. Em seguida

farei algumas considerações sobre o processo da pesquisa, da influencia dessa

ação junto aos alunos e professores e de possíveis encaminhamentos.

Desta forma, pretendo que este trabalho contemple discussões pertinentes

ao uso dos conteúdos digitais na referida unidade escolar, considerando como

fonte a plataforma pandorga e a mediações pedagógicas feitas pelos professores

com a mesma.

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Capítulo I – Conceituando a Plataforma do sistema operacional

Pandorga GNU/Linux

1.1-Breve histórico da Plataforma do sistema operacional Pandorga

GNU/Linux

A plataforma Pandorga GNU/Linux é um sistema operacional com núcleo

Linux, uma série de programas desenvolvidos pelo projeto GNU, outros

programas de uso mais amplo, sendo em sua maioria software livre e outros

projetos independentes como navegador web, editores de texto, planilhas,

reprodutores de áudio, vídeo e jogos que são compatíveis com sistema

operacional. Por possuir uma formatação de fácil utilização, instalação e fazer

parte de uma coletâneas de centenas de distribuição GNU/Linux e também se

reorganizar a cada edição, o pandorga tem sido disponibilizado em várias regiões

do pais e até mesmo em outros países, tornado objeto de pesquisa em algumas

situações.

Segundo seu desenvolvedor, Krüger, (2006, p26) “O pandorga é em sua

essência um conjunto de programas educacionais livres organizados e

configurados sob uma ótica baseada na realidade da educação brasileira.”

Uma plataforma com foco na organização do ensino fundamental oferecido nas

escolas públicas no Brasil.

O pandorga é um conjunto de conteúdos digitais associado a outros

softwares que está em constantes reedições pautadas em avaliações realizadas por

professores, pedagogos e demais usuários com objetivo de aprimorar e estar cada

vez mais contextualizado com a região na qual esta sendo disponibilizado. O seu

aspecto lúdico, interativo, de fácil atualização, a forma como são armazenados

também é muito compatível e complementar a plataforma do Linux Educacional

que já constam em mais de oitenta por cento das escolas de Mato Grosso e que

tem o diferencial de ser usado em Live-CD sem a efetiva instalação.

O nome da plataforma Pandorga é associado ao brinquedo conhecido como pipa,

papagaio por expressar liberdade, um brinquedo interativo desde a sua confecção

e que está relacionado com o desenvolvimento de outras habilidades. Ele possui

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dois ambientes, sendo assim respectivamente apresentados: ambiente

administrador – em que o professor/administrador tem acesso livre para adequar

os softwares às necessidades pedagógicas do seu grupo de alunos, instalar outros

softwares compatíveis, e; o ambiente dos alunos, subdividos em - séries iniciais e

séries finais, que contam com mais de 120 atividades já organizadas distribuídas

no sistema, conforme figuras abaixo:

Figura 01. Plataforma do administrador

Figura 02. Plataforma das Séries Finais

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Figura 03. Plataforma das Séries Iniciais

A concepção que o sistema possui de informática inserida nas praticas

pedagógicas é de que ela é uma ferramenta necessária na articulação de saberes a

serem construídos, já consolidados e na pratica da construção de aprendizagem

como um processo. Processo esse que é constituído na interação, na observação

dos erros e acertos, na flexibilidade de experimentar, construir conceitos, numa

via de mão dupla em que o mediador aprende e media aprendizagens

simultaneamente.

1.2 Refletindo sobre os Conteúdos Educacionais Digitais

Os contextos de utilização de conteúdos digitais como objeto pedagógico

podem ser os mais diversificados possíveis. E está diretamente relacionado ao

tipo de atividades agregadas ao objeto, a intenção que se tem ao propor tais

usos, bem como o público alvo. Dentre os contextos pedagógicos possíveis,

pode-se citar: atividades escolares inseridas nas práticas cotidianas, aulas der

apoio pedagógico, cursos e formações pontuais, , atividades de avaliação,

atividades de aprendizagem específicas, exercícios, revisões.

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É importante ater-se para o fato de que um dos objetivos inerentes a

proposta de uso de conteúdos educacionais digitais é proporcionar ao aprendiz

entrosamento e interação com outros integrantes do grupo e da rede, respeitando

seu tempo e necessidades de aprendizagens, sendo assim, os mesmos são

desenvolvidos de forma a apresentar :

Flexibilidade - são construídos de forma qual possua início, meio e fim,

porém sem linearidade, já são desenvolvidos para serem reutilizados sem

nem um tipo de manutenção, essa capacidade de reutilização evidencia as

vantagens desse paradigma.

Facilidade para Atualização: os conteúdos são utilizados em diversos

momentos e se necessário, a atualização dos mesmos acontece em tempo

real e de forma relativamente simples, desde que todos os dados relativos a

este objeto estejam em um mesmo banco de informações ou estão

disponíveis em uma outra plataforma para serem migrados ou importados.

Customização – a característica que proporciona aos conteúdos digitais,

também proporciona uma customização que não se faz tão presente em

outro paradigma educacional; como os objetos dos conteúdos são

independentes, a ideia de utilização dos mesmos em diversas situações e

momentos, torna-se real, sendo que cada pessoa que utiliza, pode adequá-

los da maneira que mais convier.

Interoperabilidade: O padrão de armazenagem dos conteúdos digitais cria

mais uma vantagem - a interoperabilidade, ou seja, a reutilização dos

objetos não apenas em nível de plataforma de ensino e sim em nível de

mundo. A idéia de um objeto de aprendizado ser criado e poder ser

utilizado em diversas plataformas de ensino em todo o mundo aumenta

ainda mais as vantagens destes objetos.

Valoração de Conhecimento – desde que um objeto é reutilizado diversas

vezes e em diversas e situações, este objeto vai sendo melhorado, a sua

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consolidação cresce de uma maneira espontânea, a melhora significativa

da qualidade dos repositórios .

As características acima citadas mostram que os conteúdos digitais

educacionais vêm para facilitar e melhorar a qualidade do ensino, proporcionando

aos sujeitos usuários, desenvolvedores, analisadores, a facilitação de acesso,

economia de tempo, abstração não linear, porém consistente de inúmeros saberes

e em dimensões variáveis.

Os conteúdos disponibilizados na plataforma objeto de estudo nas ações

pedagógicas da EELPC – o Pandorga - possuem intrínsecos em suas formas os

aspectos ressaltados sobre conteúdos digitais e atendem as características de

produções organizadas para atender os alunos quanto a software educativo.

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Capítulo II – Relato de Experiência

2.1 A Experiência vivenciada sobre o uso da Plataforma do sistema

operacional Pandorga GNU/Linux na Escola XXX.

A realidade educacional tem se modificado muito nos últimos anos, as

mudanças em todas as esferas acontecem numa velocidade que não é possível

acompanhar e consequentemente, a escola procura formas de continuar exercendo

uma de suas funções primeira; educar num contexto que não destoe da realidade

do aluno, que seja significativa. Sabe-se que essa tarefa está muito distante do

ideal, porém em suas tentativas ela busca associar às práticas já consolidadas

inovações em suas ações didáticas. Nessa perspectiva a Escola Estadual Lucas

Pacheco (EELPC), situada em Rondonópolis – MT, dispôs implementar as

metodologias de ensino com o uso da Plataforma GNU/Linux Pandorga.

Ao projeto deu-se o nome de Pandorga/GNU/Linux - Informática Lúdica

incluindo-o ás ações de formação continuada no Projeto Sala de Professor com

transposição em sala de aula. A proposta foi pensado para as séries iniciais com a

proposta de trabalhar de forma que estimulasse mais os alunos, que tornasse as

aulas mais dinâmicas e atrativas devido os recursos e a ludicidade que a

plataforma dispõe.

Os professores envolvidos nessa ação atendem alunos da 1ª fase do 1º

ciclo até a 2ª fase do 2º ciclo – séries iniciais do ensino fundamental que

corresponde à 4ª série da organização em série. Sendo 2 salas de cada turma, um

número aproximado de 215 alunos atendidos no período vespertino. Todos os

professores possuem sua formação inicial de Licenciatura em Pedagogia, mais de

seis deles são especializados em educação e uma em educação especial. Além

desse grupo de professores, contamos também como participante dos estudos e

acompanhamento do projeto, com a coordenadora pedagógica responsável pelo

segmento, a articuladora pedagógica e profissional responsável pelo laboratório de

informática educativa (Lied) da escola.

O projeto foi apresentado à escola e recebeu todo o apoio da gestão.

Observa-se aqui que a escola também atende outras modalidades e que mesmo

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não seguindo a formatação do projeto, os outros coordenadores, professores

utilizam a plataforma pandorga, inclusive nas turmas de EJA, atendidas no

período noturno.

No dia 05 de Março, após um mês de ter iniciado as aulas do ano letivo

2010, em reunião com os professores, coordenação, articulação das séries iniciais,

apresentei para apreciação a proposta de estarmos trabalhando com a plataforma

pandorga in live-cd enquanto formação continuada para intervenção no processo

ensino-aprendizagem dadas às transposições que precedem as capacitações. No

dia apresentei o layout da plataforma, citei algumas de suas características tais

como, a dinamicidade, software que podem ser explorados sem conhecimentos

avançados em informática, a ludicidade que instiga a curiosidade dos alunos, a

forma como trabalha progressivamente alguns conceitos, conteúdos, partindo do

senso comum e possibilitando uma conotação de cientificidade, e principalmente

por não necessitar de instalação no computador.

A princípio a coordenadora responsável pelo segmento mostrou-se

relutante argumentando que temos já muitos programas vindos de cima para baixo

para serem cumpridos e que esses poderiam incorrer no mesmo fim. Esclareci o

fato de assumirmos o projeto com uma formatação possível de realização mesmo

diante de dificuldades técnicas, de gerencia de capacitação de uso dos softwares,

mas que caminharíamos de acordo com nossas possibilidades e seria uma

experiência sem rigorosidade nos resultados até mesmo em função de

mascaramento dos mesmos.

Após vinte e um dias retornei para observar como os professores tinham

concebido a ideia e quais as chances de torná-la uma ação. Para tal, combinamos

que cada professor faria a apresentação de uma suíte. Anteriormente, a técnica do

Lied auxiliou-nos no sentido de deixar uma pasta com o livro-guia do pandorga

nos computadores e fazer dez cópias do CD do pandorga, pois é esse o número de

máquinas existente no Lied.

A experiência a ser registrada desse dia é empolgante. Visualizamos

nesses simples repositórios, dado o grande número de inovações que temos

disponíveis em tecnologia educacional no mercado e na rede. Os professores

mostraram-se curiosos, estimulados a observarem de forma mais minuciosa tais

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recursos. Cada professor apresentou cada suíte conforme o guia apresenta,

acrescentando um pouco de suas experiências e outras visíveis possibilidades.

Posso afirmar categoricamente que era possível visualizar vislumbramento de

algumas das professoras. A coordenadora que antes mostrou-se cuidadosa em não

investirmos em mais uma proposta que não inovasse realmente afirmou ter se

convencido de que estávamos diante de esperança de fazermos o aluno sentir

interesse em aprender.

No guia é apresentado o nome do software, sua descrição, para quais séries

é indicado, quais conteúdos são desenvolvidos, que aspectos da aprendizagem ele

alcança, o layout de como ele está apresentado na plataforma, no que o professor

tem possibilidade de reprogramá-lo entre outras informações. No dia da

apresentação ficaram definidas algumas tarefas, aos professores, conhecer os

software e reorganizar o trabalho em sala de aula incluído-os de acordo com a

organização dos conteúdos propostos, observando se os software auxiliaria como

ponto de partida no ensino de determinado conteúdo, ora como complemento, ora

como algo que dinamizasse e tornasse atrativa as aulas, ora como um reforço de

tópicos já trabalhados – esse trabalho seria simultâneo com a formação continuada

de estudos dos software. Essas ações seriam relatadas por meio de mídia escrita e

oralmente nos encontros de formação por cada um à medida que fossem

concretizadas.

Na sequencia, os professores após terem observado um dos softwares para

aplicar em sala de aula, planejaram o momento com os alunos, realizaram e

retornaram a sala de professor para fazermos avaliação de como aconteceu. Nessa

fase do projeto, foi possível detectar algumas dificuldades e constatar alguns dos

êxitos. Os depoimentos foram similares, com poucas diferenças quanto aos

resultados.

Um dos pontos positivos de ousarmos trabalhar associando estudos com

transposições é poder acompanhar o que realmente é possível na aplicação, o que

é possível remanejar e o que só é possível no planejar, mas inviável na aplicação.

Por exemplo, dois dos professores organizaram a introdução do assunto a ser

trabalhado no Lied em slides; propondo apresentá-los, fazer uma discussão

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preliminar com os alunos já no laboratório e posteriormente observar e explorar o

software.

O espaço do Lied é pequeno, a turma é composta de mais de 30 alunos,

inviabilizando as etapas as quais a professora tinha proposto. Os alunos ficaram

curiosos a respeito da plataforma, o layout chamou mais atenção deles do que o

professor imaginava, e não foi possível o professor fazer uma introdução no

coletivo como tinha previsto, tendo que ir direto para o computador, aglomerando

em alguns micros até quatro alunos e, ainda não conseguiu nesse primeiro

momento avançar no software que tinha proposto, pois os alunos em sua maioria

queriam conhecer todos os softwares ao mesmo tempo.

Dessa experiência, os outros professores que ainda iriam ao lied com os

alunos, observaram que algumas medidas não podiam se seguidas. Uns

introduziram o conteúdo em sala de aula, também incluíram no planejamento a

apresentação da plataforma para depois trabalhar determinado conteúdo apoiado

na proposta do software.

Desse percurso em diante, ausentei-me um pouco do acompanhamento e

assessoramento ao projeto em função do trabalho. Faz-se necessário ressaltar que

no inicio da proposta procurei os alunos do terceiro ano do curso de Licenciatura

em Informática da UFMT/Campus de Rondonópolis para fazermos uma parceria

no sentido de auxiliarem na instalação do sistema operacional, já autorizado pelo

coordenador do Proinfo Integrado/MEC em Mato Grosso Ms. Edvamilton Lima e

também na capacitação dos professores quanto a exploração de alguns dos

softwares mais específicos como é o caso dos softwares de matemática, física e

química que não domino nada. Porém os alunos não puderam cumprir o

combinado por motivos alheios ao meu conhecimento e tivemos prejuízo nessa

questão.

Também não tive parceria de alguns formadores convidados de algumas

especificidades do CEFAPRO em que atuo, acredito que por falta de articulação

por minha parte, coincidindo em outro fator negativo na efetivação do projeto. Por

outro lado, contamos com a parceria de um formador da unidade que atuo

professor Nerci Amaral – especialista no ensino de matemática que contribui

significativamente com a compreensão dos softwares de matemática tuxmath e

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kmathest - por parte dos professores, trabalhando oficinas, metodologias para

aplicação dos referidos softwares.

De maio a setembro os professores exploraram os softwares disponíveis e

afirmam estarem mais familiarizado com os mesmos, porém é perceptível da parte

deles também que necessita de formação mais consistente e seqüencial dos

repositórios, a instalação da plataforma nos micros e uma avaliação mais

sistemática do processo.

Em setembro participei do Seminário de Formação e Avaliação das

Tecnologias Educacionais executadas pelos CEFAPROs em Sinop-MT.

Na oportunidade apresentei o projeto/pesquisa Pandorga GNU/Linux –

Informática Lúdica que está na rede no seguinte endereço:

http://prezi.com/5ae_jhwjewyb/pandorga-gnulinux-caso-de-sucesso/ - para

formadores dos CEFAPROs de Cuiabá, de Juara, de Juína, de Matupá, Alta

Floresta, formadores diversos Núcleos de Tecnologia Municipais(NTM),

multiplicadores das diversas formações do Proinfo Integrado e outras riquíssimas

experiências do uso de tecnologias como ferramenta pedagógica. O projeto foi

prestigiado com observação de que é necessário o apoio dos outros formadores

das especificidades para que sejam esgotadas as possibilidades de exploração dos

software bem como a adição de outros software compatíveis Registro aqui esse

fato como um dos procedimentos de avaliação externa do projeto.

Como ferramenta pedagógica a plataforma Pandorga subsidiou

significativamente as praticas dos professores das séries inicias, auxiliando a

introdução de conteúdos bases das mesmas. Diversas habilidades podem ser

desenvolvidas conforme os professores em entrevista durante as formações

afirmaram, de forma bem dinâmica, interativa, participativa e conscientizadora.

Afirmaram ainda que os alunos passaram a ver o Lied como um espaço para

aprender brincando. E, passaram a cultivar o gosto pelas aulas do pandorga no

laboratório.

Considerações Finais

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Os momentos de formação continuada foram registrados, fotografados e

avaliados numa concepção formativa, concomitante com as aulas realizadas em

cada turma. Também realizamos avaliação partindo do ponto de vista dos alunos,

registrados em depoimentos filmados, depoimentos dos professores e pais.

Elaboramos também uma página na internet, um blog –

http://pandorgaeelucaspacheco.blogspot.com/, intitulado Pandorga GNU/Linux -

Informática Lúdica - de maneira a publicar em rede algumas das ações do projeto

com o objetivo de associarmos ao uso das tecnologias da plataforma outras

aprendizagens como; publicação em rede, manuseio da máquina digital para

fotografias e pequenos vídeos.

Faz-se necessário, que a escola se aproprie das ferramentas tecnológicas

disponíveis, objetivando uma formação mais completa, que permita ao educando

desenvolver-se globalmente, conforme garante a LDB(1996) no artigo Art. 32º,

parágrafo II: “a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da ‘ tecnologia’, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;”

A essa formação mais ampla do aluno, considerando o uso das tecnologias,

insere-se como propositura do projeto a concepção de ferramentas educativas

colaborativas, sem proprietário, com acesso livre e de código aberto, num

ambiente de grande interação e com uma série de vantagens econômicas,

ocupando pouco suporte e oferece segurança quanto a vírus entre outros aspectos,

o que também tem base numa linha de pensamento moderna e ética, conforme

afirma Vieira (2003 p. 45) “O Software Livre representa uma opção pela criação,

pela colaboração e pela independência tecnológica e cultural, uma vez que é

baseado no princípio do compartilhamento do conhecimento e na solidariedade

praticada pela inteligência coletiva conectada na rede mundial de

computadores”.

A exploração do Pandorga na EELPC possibilitou o inicio de uma cultura

da informação que antes não era efetivado na unidade escolar conseqüentemente

com as vantagens acima citadas como, por exemplo, o caráter libertário,

embasado na democratização do conhecimento, na construção coletiva, no a busca

da autonomia e também autoria tecnológica e intelectual.

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È importante observar aqui, aspectos relevantes na conclusão desse relato

para que a possível continuidade do projeto transcorra de forma mais eficaz,

precisa e com mais subsídios. É perceptível que a infraestrutura do Lied

prejudicou o desenvolvimento das aulas pelo fato de contar com o numero

pequeno de micros e também por não termos instalado o software em outro boot

nos computadores. Trabalhar com ele em live-CD não traz prejuízo para o

conteúdo, mas demanda mais tempo a ser tomado com questões técnicas.

Outro agravante é o numero de visitas feitas por mim em acompanhamento

do projeto. Os professores apontaram tal aspecto como um dos implicadores na

hora de conduzir as ações, bem como a formação continuada dos mesmos nas

especificidades de cada software.

E por ultimo, o fato de ser necessário a troca de professores e a possível

não permanecia de docentes que iniciaram o projeto, mas não podem continuar

por questões burocráticas de atribuição de aulas.

Em síntese é possível afirmar que o que se propõe com o uso de conteúdos

digitais como ferramenta pedagógica significativa de fato é procedente.

As atividades desenvolvidas com o uso da plataforma facilitaram o

aprendizado dos alunos possibilitando experiências inovadoras, com diferencial

das aulas tradicionais e, cabe a essa equipe ações para solidificar o projeto, avaliar

as fragilidades detectadas, e implementar a proposta. Uma vez que a associação

dos referidos conteúdos digitais do sistema Pandorga GNU/Linux aos recursos já

utilizados pelos professores envolvidos no projeto, interferiram positivamente na

construção de saberes dos alunos.

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Referenciais:

BRASIL. LDB (1988). Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: promulgada em 20 de dezembro de 1996. Presidência da República Casa Civil. Brasília, MEC, 1990. . (Série Legislação Brasileira).

VIEIRA, A.T. et AL. Gestão educacional e tecnologia. São Paulo, Avercamp, 2003.

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(2006),RG Brasil Commons:http://creativecommons.org/licenses/by/2.5/br