24/01/2017

RELATO

Resumo da Avaliação da Pesquisa Meio Termo - 2016

Global Communities realizou uma avaliação de linha de base do programa Semeando o Futuro em novembro de 2014 para identificar as percepções e atitudes da comunidade sobre as condições socioeconômicas, participação e organização da comunidade e o papel dos jovens na comunidade. Recentemente, em novembro de 2016, realizou uma avaliação intercalar com as mesmas comunidades, utilizando o mesmo quadro de avaliação para analisar as mudanças na percepção e nas atitudes da comunidade após dois anos de atividade de programa.

O objetivo da avaliação intercalar foi para medir em que medida o programa atingiu os objetivos previstos.

Global Communities contratou a empresa Referenda para realizar a avaliação intercalar e fornecer um relatório dos resultados da avaliação juntamente com as recomendações. As conclusões e o relatório completo estão acessíveis no site de Global Communities Brasil. Metodologia de Avaliação

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A metodologia de avaliação consiste em três instrumentos de investigação que foram desenvolvidos para a avaliação de base e reaplicados durante a revisão intercalar. Os consultores coletaram dados quantitativos através de uma pesquisa de percepção pública e de dados qualitativos através de Discussões de Grupos Focados (GF) e Entrevistas com informantes-chave (EIC). O inquérito foi concebido para obter dados sobre o grau de mudança nas percepções do público, enquanto o GF e EIC foram destinados a corroborar os resultados do inquérito e receber insights mais profundos, atitudes e percepções e quaisquer mudanças de resposta que ocorreram entre a linha de base e e meio termo. As ferramentas são descritas em mais detalhes abaixo:

A pesquisa de percepção pública foi um questionário que consistiu em 26 perguntas. O questionário foi dividido em três seções: (1) informações sobre condições socioeconômicas, (2) participação comunitária, organização e coesão e (3) participação juvenil. Ao comparar as respostas às questões entre a avaliação de base e a revisão intercalar, o programa pode determinar tendências nas condições, percepções e atitudes da comunidade. Todas as perguntas feitas durante a avaliação inicial foram novamente feitas durante a revisão intercalar. Algumas questões adicionais foram também incluídas na revisão intercalar para perguntar especificamente sobre o progresso do programa até à data.

As discussões de grupos focais (GF) foram projetadas para obter dados mais aprofundados e qualitativos de membros da comunidade dentro das comunidades-alvo. As perguntas foram desenvolvidas após a realização da pesquisa de percepção do público, de modo a ser capaz de aprofundar os resultados preliminares da pesquisa.

As entrevistas com os informantes-chave foram utilizadas para entrevistar líderes da comunidade mais ampla, envolvidos no programa como partes interessadas com papéis e graus de participação diferentes. O objetivo das entrevistas com os informantes-chave era obter feedback das partes interessadas sobre sua percepção do impacto do programa dentro da comunidade e fazer recomendações sobre como o programa deveria continuar a evoluir e operar para atingir os objetivos do programa. As entrevistas consistiram de uma série de perguntas aplicadas uniformemente a cada pessoa entrevistada.

População alvo

O programa Semeando o Futuro está atualmente trabalhando em sete bairros e uma comunidade rural. No final de 2014, o programa começou a trabalhar em dois bairros, Paraíso e Bela União e a comunidade rural deDistrito de Cascata. O programa começou a trabalhar em cinco bairros adicionais em 2016. A fim de manter a coerência entre a avaliação de base e a revisão intercalar, Global Communities aplicou a revisão intercalar exclusivamente nas três comunidades originais.

Na pesquisa de percepção pública: foram entrevistadas 231 pessoas, segmentadas por gênero, faixa etária e geografia.

Nas discussões de grupos focais: um grupo focal foi realizado em cada comunidade com uma média de 12 participantes. Referenda convidou indivíduos que participaram da pesquisa de percepção pública e que conhecem o programa Semeando o Futuro. As discussões dos grupos focais duraram, em média, 90 minutos.

As entrevistas com informantes-chave: foram entrevistados 19 líderes da comunidade em geral, incluindo uma gama de interessados dos setores público, privado e da sociedade civil. Global Communities

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manteve as respostas individuais a cada pergunta anônimas para permitir feedback honesto.

Resultados da avaliação

Esta seção fornece um resumo dos resultados divididos em três áreas: (1) socioeconômica, (2) participação da comunidade, organização e coesão e (3) participação e status da juventude. Os principais resultados apresentados são da pesquisa de percepção pública, enquanto as discussões de grupos focais e entrevistas de informantes-chave são incorporadas para aprofundar a análise e ilustrar comentários diretos dos participantes. Os resultados completos das avaliações são encontrados no relatório completo.

Socioeconômica As perguntas desta seção da pesquisa de percepção pública visam as condições percebidas nas áreas

de saúde individual, felicidade e segurança econômica. Vale ressaltar que, quando a avaliação da linha de base foi realizada em novembro de 2014, o Brasil testemunhou quatro anos de crescimento positivo do PIB e uma taxa de desemprego de cerca de 6%. Em Novembro de 2016, quando se realizou a revisão intercalar, as taxas de crescimento do PIB para 2015 e 2016 foram de 3,8% e 4%, respectivamente, o desemprego dobrou para cerca de 12%. É importante considerar a deterioração da situação econômica no Brasil na revisão dos resultados da avaliação.

A situação política é comparável à situação econômica, com o impeachment do presidente sendo destituído de seu mandato, o Brasil sofre o maior escândalo de corrupção em sua história. Como resultado da crise econômica nacional, o orçamento anual do governo municipal de Horizontina encolheu devido à redução nas transferências dos governos nacionais e estaduais e houve uma diminuição correspondente na arrecadação de receita local. Por fim, conforme apurado pelo levantamento da percepção pública, o número de famílias nas comunidades-alvo que recebem algum tipo de assistência governamental diminuiu de 42% em 2014 para 19% em 2016, ilustrando a menor disponibilidade de apoio governamental a famílias de baixa renda.

Um dos participantes dos grupos focados resumiu este sentimento: "Nós só ouvimos que é ruim e vai piorar. Mesmo com tudo o que mudou, nos sentimos mais tristes, como todo mundo diz que é ruim, só há notícias vergonhosas, o desemprego, a falta de trabalho e dinheiro. O número de desempregados, sem esperança de voltar ao mercado de trabalho, só aumentou ".

Percepções sobre saúde: Em 2014, o número de indivíduos que descreveram sua saúde como "muito boa" ou "boa" foi de 82%, enquanto 18% qualificaram sua saúde como mal ou muito mal. Em 2016 os números passaram para 71% e 29%, respectivamente, uma mudança de 11%. A comunidade rural de Cascata observou a maior mudança de saúde boa para má. Enquanto em média, 29% dos participantes qualificaram sua saúde como mal ou muito mal, a taxa de Cascata foi de 44%.

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Percepções sobre a segurança econômica: as famílias foram questionadas se ganhavam renda

suficiente para atender às condições básicas de subsistência, e as respostas entre a linha de base e a meio

termo tendiam para baixo. Na linha de base, 34% dos entrevistados declararam ter renda suficiente para

cobrir as despesas básicas com o dinheiro que sobra em cada mês, enquanto que na pesquisa de meio

termo, apenas 10% responderam positivamente a essa pergunta. Aqui, o demográfico perceptível é os

níveis de educação dos participantes. Aqueles com um menor nível de educação relatam um maior declínio

na segurança econômica em comparação com outros.

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Percepções sobre a qualidade de vida em geral: Em linha com as percepções de saúde e segurança

econômica, a percepção de felicidade também diminuiu. Esta tendência é mais perceptível nos dados

demográficos de gênero (os homens relataram estar menos felizes), na idade (a juventude relatou ser mais

feliz enquanto os idosos relataram ser menos felizes), na área geográfica (83% dos que responderam como

infelizes eram de Cascata) e na educação (pessoas com menor escolaridade relataram estar menos felizes).

Vale a pena notar que, na revisão de meio de 2016, perto de 65% dos participantes ainda relataram estar

muito felizes ou felizes, enquanto apenas 5% relataram estar infelizes ou muito infelizes.

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Participação Comunitária, Organização e Coesão Os resultados das questões de participação comunitária e coesão fornecem uma tendência mista,

mas principalmente positiva, em termos de como os membros da comunidade percebem atualmente a participação, organização e coesão da comunidade em relação a 2014. Se levarmos em conta as crises econômicas, políticas e sociais no Brasil Hoje comparado a 2014 (como pode ser percebido nos resultados da seção socioeconômica), os avanços são evidentes.

Participação da comunidade: Como observado no primeiro gráfico, os membros da comunidade são mais ativos e participam com mais frequência do que em 2014. O número de participantes que participam semanalmente ou mensalmente na comunidade aumentou de 33% em 2014 para 68% em 2016, um aumento de mais de 100% em apenas dois anos. Novamente, a Cascata registrou a menor porcentagem de participantes semanais ou mensais - 60%, abaixo da média de 68%. É notável salientar que aqueles com níveis de ensino superior também são muito mais propensos a participar em comparação com aqueles com níveis de menor escolaridade.

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No entanto, a percepção da frequência da participação dos membros da comunidade no processo

de tomada de decisão a nível local diminuiu. Um fator subjacente que poderia ter contribuído para esta

diminuição, como referenciado pelos membros da comunidade nas discussões dos grupos focais, é o

impacto da crise de liderança política no país. Este sentimento público de desconfiança em líderes políticos

decorrentes de escândalos como o escândalo Petrobrás "Lava jato" pode estar permeando todos os níveis

de liderança, incluindo a liderança da comunidade local. Ainda, 32% dos entrevistados em 2016 relatam

participar do processo de tomada de decisão. O aumento naqueles que relatam não participar no processo

de tomada de decisão derivam em grande parte daqueles que afirmam que não têm tempo. Além disso,

houve uma diminuição de 16% nas pessoas que relatam que não participam porque não são convidadas.

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Organização comunitária: Em resposta à capacidade da comunidade de organizar e mobilizar

infraestrutura e melhorias nos serviços, houve mudanças mínimas. Apesar dos esforços dos líderes

comunitários treinados pelo programa para planejar, priorizar e tentar mobilizar recursos internos e

externos, uma combinação de fatores tem reprimido as percepções da comunidade sobre a organização

comunitária e a mobilização de recursos. Esses fatores, como reduções significativas nos recursos do

governo local e pagamentos diretos de assistência social aos membros da comunidade de baixa renda, são

atribuíveis à grave crise econômica. Um membro da comunidade fez a seguinte declaração na discussão do

grupo de discussão: "O serviço nos centros de saúde perdeu qualidade; O número de profissionais diminuiu

agora (devido a cortes no orçamento do setor público) que as pessoas entendiam que tinham direito a

cuidados de saúde de qualidade e aprenderam a lutar por ele".

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Coesão Social Comunitária Apesar da crise política, econômica e social que o país enfrenta, as comunidades alvo de Semeando

o Futuro mostram tendências positivas na forma como os membros da comunidade percebem sua comunidade em relação a 2014. O gráfico abaixo compara as respostas a questão de como o participante se sente em relação a sua vida em comunidade. Novamente, enquanto as condições políticas, econômicas e sociais têm piorado desde 2014, 87% dos entrevistados afirmam sentir-se muito bem ou bem em viver em sua comunidade. Apenas 3% relataram sentir-se mal e 0% relataram sentir-se muito mal. Cascata, que representa 24% dos participantes, teve 57% dos entrevistados relatando sentir-se mal sobre viver em sua comunidade. Aqueles que têm pouca ou nenhuma educação formal também responderam de forma mais negativa.

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O gráfico a seguir mostra os resultados de uma nova pergunta inserida na pesquisa de 2016 para

perguntar se a vida dos membros da comunidade melhorou desde o início do programa. Cinquenta e um (51%) dos entrevistados afirmaram que suas vidas melhoraram desde 2014, enquanto 2% (todos em Cascata) afirmaram que suas vidas se agravaram. Paraíso teve a maior porcentagem daqueles que afirmaram que suas vidas melhoraram.

Finalmente, o gráfico a seguir mostra como os membros da comunidade otimista são que suas vidas

vão melhorar no futuro. Setenta e quatro (74%) dessas pesquisas em 2016 afirmaram que seu futuro será

muito melhor ou melhor comparado a 67% em 2014. Somente 8% em 2016 afirmaram que suas vidas serão

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piores ou muito piores no futuro em comparação com 19 % Em 2014. Mais uma vez, 23% dos moradores

em Cascata afirmaram que a sua vida será pior do que a média de 8%. Oitenta e sete (87%) dos moradores

em Paraíso afirmaram que a sua vida será melhor em comparação com a média de 74%.

Os grupos focais e as entrevistas com os informantes-chave proporcionaram a oportunidade de

mergulhar mais profundamente no modo como o programa está a trabalhar nas comunidades-alvo e

juntamente com uma ampla aliança de parceiros públicos / privados para reforçar a participação e a

organização e a coesão da comunidade. Alguns dos comentários recebidos incluem:

Grupos Focados

• "Despertou muitas novas atitudes na comunidade. Nós não sabíamos de tudo que nós éramos capazes de onde nós poderíamos começar com nossas ações e unidade. Começamos a notar que temos direitos que precisam ser cumpridos, mas também temos deveres que precisamos cumprir ".

• "O programa SF começou a orientar a comunidade para buscar seus direitos e lutar para serem respeitados, resistir. Isso não tínhamos antes. "

Entrevistas com informantes-chave Em resposta à questão de saber se o programa Semeando o Futuro fortaleceu a liderança e

organização da comunidade: • "Na comunidade houve um resultado positivo: eles estão se organizando em grupos,

participando de eventos, na organização de bairro, mesmo com dificuldades (como tem sido uma questão cultural por muitos anos), mas com persistência eles vão Obter resultados ".

• "O trabalho nesses bairros alavancou sua própria cidadania. Global Communities veio com a

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proposta de que eles podem fazer mais, eles podem fazer as coisas acontecerem (em suas comunidades). Há um ponto de virada: antes e depois da Semeando o Futuro. Global Communities fez um trabalho muito bom neste caminho de motivação para o surgimento de novas lideranças, o que ajudou as comunidades a buscar a satisfação local e a resolver problemas que, até agora, esperavam que os outros resolvessem. Hoje em dia, os jovens e adultos se envolvem em atividades propostas para melhorar (sua situação) ".

Participação dos Jovens A pesquisa de opinião pública fez duas perguntas específicas para a participação dos jovens em

comunidades-alvo. A primeira pergunta especifica o grau em que os membros da comunidade percebem a participação ativa dos jovens em seus bairros. O gráfico a seguir mostra uma melhora considerável entre 2014 e 2016. O número de entrevistados que declararam que os jovens estão envolvidos e / ou participam ativamente de sua comunidade aumentou de menos de 9% em 2014 para perto de 17% em 2016. Aqueles que declararam que os Jovens não participam diminuiu de perto de 40% em 2014 para menos de 20% em 2016. Isso reflete uma mudança líquida positiva de cerca de 100% em cada domínio.

A próxima pergunta buscou analisar se a comunidade percebe que a situação com os jovens em

seus bairros melhorou, permaneceu o mesmo, ou piorou. Trinta e três por cento (33%) afirmaram que a

situação da juventude é "melhor" ou "muito melhor" em 2016, em comparação com 15% em 2014. A

porcentagem de membros da comunidade que veem a situação como "pior" ou "muito pior" caiu de 69%

em 2014 para 23% em 2016. Mais uma vez, dado o clima atual no Brasil, é positivo ver uma maior percepção

da participação dos jovens na comunidade.

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Um dos entrevistados na entrevista com os informantes-chave resumiu uma posição majoritária para todas as respostas: "Para os jovens, o programa (Semeando o Futuro) teve a gratidão de perceber a aparência de liderança futura. Os jovens estão mais envolvidos. O projeto de conscientização e prevenção de drogas do COMAD (Comissão Municipal de Políticas sobre Álcool e Drogas) ... foi importante. Os jovens decidiram usar o tópico de prevenção e produziram e distribuíram (material). A liderança do futuro será através dos jovens. "

Conclusões e Recomendações Com base nos resultados do inquérito à percepção do público e numa análise mais aprofundada das

discussões dos grupos focais e das entrevistas dos informantes-chave, pode-se extrair certas conclusões e recomendações.

Conclusões 1. Principais indicadores socioeconômicos deterioraram-se desde 2014. Isto é notável através de

percepções da saúde da comunidade, felicidade e segurança econômica. Isso pode ser esperado em função da recessão econômica, da crise política e moral que o país enfrenta e da redução dos serviços públicos devido à diminuição dos orçamentos do setor público.

2. Cascata, como comunidade, enfrenta os seus próprios desafios e constrangimentos devido à falta de acesso aos serviços públicos (estradas, telefone, internet, etc.) em comparação com outras comunidades-alvo. A comunidade também está enfrentando uma crise de êxodo juvenil para as áreas

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urbanas, uma população em envelhecimento e uma agricultura fraca e improdutiva de pequenos agricultores. A maioria dessas questões são macro relacionadas e exigem grandes investimentos do setor público e melhor prestação de serviços - algo que não aconteceu desde 2014.

3. Semeando o Futuro teve sucesso no desenvolvimento e fortalecimento da liderança e organização da comunidade. No entanto, as discussões em grupos focais e as entrevistas com informantes chave destacam que, a curto prazo, a nova conscientização dos direitos e deveres cívicos e as tentativas dos líderes comunitários de organizar suas comunidades e exercer a cidadania podem ter aumentado a frustração. Isto pode dever-se à dificuldade e à natureza a longo prazo da consecução e manutenção dos objetivos. Essa frustração é, em parte, específica do contexto atual, em que houve uma queda nos investimentos e serviços do setor público devido à crise orçamentária e um foco na campanha durante o ano eleitoral municipal. Esta frustração manifestou-se através dos seguintes testemunhos:

A. "O trabalho de Global Communities mostrou outros caminhos, despertou outros sonhos, desafiou o crescimento pessoal e comunitário, e como eles são objetivos de longo prazo, a princípio causa uma sensação de frustração porque ainda não chegamos lá".

B. "Nossa gente compreendeu que eles têm o direito à moradia, que devem lutar por ela, mas eles não podem entender que é um objetivo de longo prazo, que eles devem ser persistentes, se eles não recebem seus títulos de propriedade no primeiro mês, eles ficam desanimados, triste, culpam alguém por isso, e a ONG é culpada também, pois essas discussões começaram com a sua presença”.

C. "Melhorou muito, como sabemos que temos direitos, mas o que piorou é saber que não podemos exercê-los. Quando não sabíamos o que era nosso, não sofremos porque não lutamos, portanto não nos sentiríamos infelizes. A consciência despertou nosso desejo de crescer, não ser capaz de vencer nos frustra. Queremos resultados a curto prazo. "

4. Semeando o Futuro tem sido capaz de fazer progressos com a participação dos jovens nas comunidades e esferas cívicas. Tem continuado o trabalho em parceria com voluntários de John Deere e escolas locais, que devem continuar a adicionar aos resultados já positivos para 2017.

Recomendações 1. Continuar a apoiar os líderes comunitários e fortalecer a participação da organização da

comunidade. Os resultados da revisão de meio termo mostram que as sementes para a organização e participação da comunidade brotaram nas comunidades-alvo durante os dois primeiros anos do programa. Os líderes comunitários adquiriram conhecimento, atitudes e habilidades para organizar e mobilizar suas comunidades. No entanto, os resultados obtidos através das discussões em grupos focais e entrevistas com informantes-chave mostram que os líderes comunitários necessitam de apoio e estímulo adicionais para continuar a envolver seus vizinhos, o governo local e a sociedade civil em geral. As seguintes observações foram feitas com referência ao que precisa ser feito até 2017 para atingir os objetivos do programa:

2. Entrevista com a entrevistadora-chave: "No momento, eu não tenho muitas expectativas, porque se Global Communities não estiver presente, as coisas não acontecem. Eu não tenho expectativas para o trabalho se desenvolver, nessa direção, como há uma falta de engajamento da comunidade, que precisa amadurecer mais. Parece-me que o tempo da ONG será muito curto, não foi suficiente para promover uma mudança cultural".

3. Entrevista com a entrevistadora-chave: "Temos a convicção de que encerrar as atividades em

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setembro do próximo ano será uma grande perda para a comunidade, especialmente para aqueles onde a ONG está mais envolvida”.

- Relatório completo da pesquisa nas comunidades; - Relatório completo dos Grupos Focados com lideranças dos bairros; - Relatório completo das entrevistas com lideranças chaves do município.

O programa Semeando o Futuro tem como meta, aperfeiçoar a capacidade das comunidades e instituições locais para que

juntos tenham maior autonomia em busca de melhores condições socioeconômicas. Este programa de três anos veio em

parceria entre a Fundação John Deere e Global Communities.

Leia mais: http://www.globalcommunitiesbrasil.org