Relatório 1ª prática Geologia

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Universidade Federal Rural Do Semiárido Departamento De Ciências Ambientais E Tecnológicas Curso: Bacharelado Em Ciência E Tecnologia Disciplina: Geologia Aplicada À Engenharia Professor: Marcelo Tavares Gurgel Aluno: Joziani Nunes Dos Santos Aula Prática 01: Minerais Formadores De Rochas E Principais Rochas, Ao Longo Da BR 304

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Universidade Federal Rural Do Semiárido

Departamento De Ciências Ambientais E Tecnológicas

Curso: Bacharelado Em Ciência E Tecnologia

Disciplina: Geologia Aplicada À Engenharia

Professor: Marcelo Tavares Gurgel

Aluno: Joziani Nunes Dos Santos

Aula Prática 01:

Minerais Formadores De Rochas E Principais Rochas, Ao Longo Da BR 304

Mossoró-RN

Julho 2013

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1. INTRODUÇÃO

Este relatório apresenta as características das formações rochosas do estado do

Rio Grande Do Norte, ao longo da BR 304. Esse estudo se deu em virtude da primeira

aula prática, referente à disciplina de Geologia Aplicada à Engenharia, no semestre

2013.1, realizada em 06 de Julho de 2013. E teve como objetivo conhecer os principais

minerais formadores de rochas e as principais rochas presentes na região.

O estudo se deu por meio de sete paradas ao BR 304, nas quais puderam ser

notadas diversas formações rochosas tais como; Aluvial argiloso, arenito calcífero,

calcário, gnaise, granito e por fim, o basalto presente no Pico Do Cabuji.

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2. MINERAIS FORMADORES DE ROCHAS E PRINCIPAIS ROCHAS

A aula prática sobre minerais formadores de rocha e principais rochas que se

deu ao longo da BR 304, consistiu de diversas paradas nas quais puderam ser

observadas rochas sedimentares, metamórficas e ígneas.

2.1 Rochas Sedimentares

2.1.1 Calcário

A primeira parada se deu a cerca do Assentamento Hipólito, Espinheirinhos e

Zé da Volta, quando nos aproximávamos da parte central do estado, na qual pudemos

evidenciar a presença do calcário, uma rocha sedimentar de grande importância para a

região, pois é nela que se encontra o Aquífero Calcário Jandaíra, localizado na

Depressão Periférica da Chapada do Apodi.

O calcário é uma rocha do período cretáceo, cerca de 120milhões de anos atrás,

prova de que a região que vivemos hoje foi um dia banhada pelo oceano. Com a

separação dos continentes o oceano invadiu essa região, se tornando uma bacia

sedimentar na qual, durante milhões de anos os sedimentos estão sendo trazidos e

depositados aqui. Essa rocha foi formada pela deposição de sais, carapaças de

organismos que morreram e se compactaram, fazendo com que elas sejam ricas em

carbonato de cálcio, podendo também encontrar minerais como a calcita e a dolomita,

quando há presença de magnésio. Na formação dessas rochas os sais iam se depositando

e formando bancos de sais, que se compactaram e formaram a rocha calcária.

FIGURA 01 – Calcário

Por essa rocha ser facilmente intemperizável, a água da chuva quando entra em

contato com ela dissolve os sais presentes, e vai criando galerias que vão se tornado

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depósitos subterrâneos de água. O Aquífero Calcário Jandaíra, vai cerca de 700m a

800m abaixo da superfície Norte Rio Grandense, sendo muito importante para a

irrigação de melão no estado e para o consumo animal. Devido a grande quantidade de

sais, a água confinada nesse aquífero é bastante salgada, chegando a condutividade

elétrica até 5. Uma característica muito peculiar dessas rochas é que elas se acumulam

em bancos, isso acontece devido ao acúmulo dos sais. Uma outra característica do

calcário, são a grande quantidade de fósseis encontrados

Além da grande importância do aquífero, essa rocha também é bastante usada

na construção civil, na qual grandes empresas fazem a extração da rocha para a

fabricação de cimento, porcelanato e extração para calçar ruas. Também é utilizada pela

agronomia na correção do pH do solo.

2.1.2 Arenito Assú

Na segunda parada, seguindo na Depressão Periférica da Chapada do Apodi,

pudemos observar o Arenito Assú, uma rocha também do período cretáceo. Essa rocha

leva esse nome porque é formada por grãos de areia que se compactaram, arenito,

unidos por um material cimentante, o óxido de ferro (hematita), por isso ela possui uma

cor avermelhada. A areia é constituída de quartzo, um dos minerais mais estáveis da

natureza, podendo vir de uma grande rocha, até se transformar em grãos.

FIGURA 02 – Arenito Assú

A existência do arenito assú é uma prova de que essa região já foi um deserto

de areia, antes da separação dos continentes. Essa rocha encontra-se abaixo do calcário,

em torno de 1000m de profundidade.

O arenito assú é de grande importância para a nossa região, pois assim como o

calcário, ela também abriga um outro grande aquífero, o Aquífero Arenito Assú. Isso

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acontece porque o arenito assú é uma rocha porosa, quando chove, a rocha suga a água,

que vai preenchendo os espaços vazios. Essa água é conhecida como águas termais.

Além de abrigar água, o arenito assú também abriga petróleo, sendo de grande

importância para o Rio Grande Do Norte.

2.1.3 Folhelho Vermelho Arroxeado

Ainda na Depressão Periférica da Chapada do Apodi, pudemos encontrar o

folhelho vermelho arrocheado, uma rocha constituída basicamente de minerais de argila,

por isso é uma rocha quebradiça quando seca.

FIGURA 03 – Folhelho Vermelho Arroxeado

Assim como as rochas vistas anteriormente, é do período cretáceo, cerca de

120 milhões de anos, sendo considerada uma rocha jovem para a geologia. As

características do folhelho nos diz q o mar dessa região era raso e calmo, pois essas

argilas iam se depositando de forma lenta, ou seja, como a argila é um material mais

fino, ela ficava suspensa na água, e só era depositado depois que o material mais grosso

já tinha sofrido deposição.

Essa é uma rocha selante (veda os póros), pois seve para confinar. Suas

características demostram que o folhelho se encontra entre o arenito e o calcário, pois

ela fecha os poros do arenito e ali confina água e petróleo.

Nessa região, próximo a BR, acontece muito a erosão das rochas, isso se dá

devido a inclinação da área e a retirada da vegetação do local, provocando rachaduras.

O solo vai ficando exposto, quando chove a água quando bate não infiltra, arrastando

material para próximo da BR, caracterizando o processo de erosão. As plantas também

são responsáveis por esse processo, pois elas florescem nas rochas, provocando

intemperismo biológico. O crescimento das raízes das rochas vai quebrando sua

estrutura, provocando o processo de intemperismo físico. As raízes também liberam

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substâncias orgânicas (ácidos orgânicos), provocando o q chamamos de intemperismo

químico. A água é o principal agente do intemperismo, que só acontece na superfície

porque a rocha fica exposta e sofre a ação dos agentes externos (água, variação de

temperatura), que a degradam.

2.1.4 Formação Moura

A terceira parada aconteceu no Terraço Terciário do Rio Assú, na qual pode ser

observada a última rocha sedimentar, a Formação Moura, usada bastante na construção

civil como aterro e estradas. É uma rocha sedimentar porque foi depositada pela ação do

rio (Piranhas Assú).

FIGURA 04 – Formação Moura

Ao longo de muitos anos, as cheias do rio vem trazendo uma grande

quantidade de sedimentos, ou seja, vem transportando esse material para essa região, daí

o formato “desarestado”, arredondado, polido dessas rochas. Como este material é

depositado pela ação da água, o material mais grosseiro é depositado primeiro por ser

mais denso. Como a água vai perdendo a força o material mais fino se deposita depois,

esse material tem uma característica cimentante que serve para unir, nele é encontrado

óxido de ferro (na parte avermelhada) e hematita (na parte mais amarelada).

Essa rocha é composta por minerais de quartzo e sílica, os mais estáveis da

natureza. Em tempo geológico esse é um material jovem, sendo mais jovem ainda que o

calcário e o arenito, pois trata-se de um material do período terciário, a mesma idade das

dunas e dos solos aluvionais (solos formados pela deposição de sedimentos, areia, silte e

argila).

A formação moura encontra-se na região do Baixo Assú, uma região

riquíssima, principalmente porque recebeu influência do rio Piranhas Assú, que nasce

na Paraíba e desagua em Macau-RN. Isso permite que a região seja cercada por diversas

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cerâmicas (telhas e tijolos para a construção civil), pois esta é riquíssima em argilas que

foram trazidas pelo rio.

Essas rochas foram encontradas numa localização de solo residual, aquele no

qual a própria rocha já dá origem ao solo. Para o engenheiro civil, “solo é o que fornece

matéria prima”.

2.2 Rochas Metamórficas

2.2.1 Gnaisse

A quarta parada ocorreu na Região Cristalina do estado, onde pode ser

observada o gnaisse uma rocha metamórfica, que juntamente com o granito são as

rochas mais presentes na Região Nordeste do Brasil. Essas rochas metamórficas tem

suas características devido a pressão e temperaturas altas as quais estão submetidas.

As rochas metamórficas são caracterizadas por serem planas e pelo paralelismo

entre os minerais, onde podem ser observados minerais mais claros – Minerais

Féusicos: quartzo e feldspatos, minerais mais escuros - Minerais Máficos: anfibórios,

piroxênios e minerais com aspecto brilhoso - micas. Os gnaisses observados ao longo

do percurso foram formados a partir do metamorfismo do granito, formadas a altas

profundidades.

FIGURA 05 – Gnaisse

Como o gnaisse é formado através de alta temperatura e pressão, no caso dos

encontrados na região visitada, esses fatores modificaram a estrutura mineral da rocha.

Devido a grande resistência dessas rochas, elas são bastante utilizadas na construção

civil, como enrocamento em barragens, proteção de taludes, revestimento de calçadas,

também usado como revestimento de parede, sendo ainda muito utilizada como brita.

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O gnaisse é uma rocha do período cambriano, formados a cerca de bilhões de

anos atrás, sendo as rochas mais antigas do planeta terra. Essas rochas geralmente estão

trincadas e com fendas, isso acontece porque elas foram formadas a altas profundidade e

com o tempo, devido ao rebaixamento do planeta, o material que estava acima foi sendo

removido e as rochas puderam ser expostas. Como essas rochas passaram por um alívio

de pressão, elas trincaram e se romperam. Essa região também é repleta de falhas

geológicas, formadas quando os continentes foram separados. Uma parte do continente

Africano pressionou essa área, provocando várias fendas e falhas geológicas, que são

responsáveis pelos terremotos da região.

Outra característica dessa região é a grande riqueza mineral, como a presença

de ferro e ouro.

2.3 Rochas Ígneas

2.3.1 Pegmatito

Na quinta parada pode ser observada mais uma rocha que compõe o

embasamento cristalino, formado pelas rochas mais antigas do planeta, o pegmatito. O

pegmatito é uma rocha ígnea e recebe esse nome porque possui minerais grandes, isso

acontece porque o magma se resfriou de forma lenta a alta profundidade. A parte

alaranjada da rocha é formada por minerais de feldspato. Essa é uma rocha mais jovem

que o gnaisse

FIGURA 06 – Pegmatito

Nessa formação rochosa pode ser observadas muitos gnaisses na sua lateral,

isso aconteceu, devido a fendas existentes na placa tectônica por onde o magma

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ascendeu, preenchendo a fenda. Esse processo é chamado de “encaixante”, onde uma

rocha se forma no meio de outra rocha.

O pegmatito apresentava muito o mineral mica, um mineral primário, o que

permitia uma característica brilhosa a rocha. Os minerais primário como as micas e os

feldspatos, ao sofrerem intemperismo dão origem as argilas, que são minerais

secundários. As micas são boas condutoras de energia, sendo bastante utilizadas em

aparelhos eletrônicos, hoje em dia também é usado como isolante acústico na

construção civil. Os feldspatos são muito ricos em potássio, um dos nutrientes mais

importantes para as plantas, como os macro nutrientes nitrogênio e fósforo.

Nos pegmatitos também é possível encontrar muitas pedras preciosas, como o

topázio e o diamante, em pedras enormes, pois foram nessa condições que os cristais

foram bem formados. O pegmatito é bastante resistente, sendo bastante usados na

construção civil como fundações, enrocamento, blocos de pedra usados para proteger

taludes e também é usada na ornamentação.

Na região foi possível observar várias falhas geológicas, fendas, juntas, dobras,

todas causadas pelo alívio de pressão. Como as rochas estão expostas, a água entra

facilmente pelas fendas, causando o intemperismo físico e químico. O intemperismo

biológico também ocorre devido ao crescimento de diversas de diversas plantas ao por

toda a rocha, formando um solo raso.

2.3.2 Granito

Na sexta parada pode ser notada a presença de granito, uma rocha ígnea que

diferentemente do pegmatito sofreu um resfriamento rápido, pois ele se deu mais

próxima à superfície. Esse resfriamento proporcionou o que se conhece por distribuição

equidimensional, ou seja, os minerais são todos de mesmo tamanho e bem distribuídos.

O granito sofre um intemperismo esferoidal, o que confere a rocha sua forma

arredondada. Isso faz com que a rocha vá quebrando lateralmente, o calor durante o dia

faz com que o granito se dilate e a noite se contraia, causando o intemperismo. A água

também penetra por essas fendas, causando também o intemperismo, que faz com que

os minerais como os quartzos, presentes na rocha formem os grão de areia, os feldspatos

e as micas vão dar origem as argilas.

Essas rochas são do período cambriano, apresenta grãos finos de minerais

como o feldspatos (alaranjados), quartzo (esbranquiçados), as micas que dão a rocha

uma característica brilhosa, os anfibólios e os piroxênios que são mais escuros, daí o

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nome de granito. As rochas observadas eram cheias de veias e diques, por onde o

magma seguia.

FIGURA 06 – Granito

Na construção civil o granito é bastante utilizado como rocha ornamental,

devido a sua beleza, brilho e acabamento. Na região visitada o granito encontra-se em

grande quantidade e de fácil acesso, o q permite seu vasto uso na construção civil, até

para a fabricação de pedra de calçamento. Os solos da região era um solo raso,

proveniente do granito.

Essa região onde foi observado o granito é considerada ideal para se construir

reservatório e barragens, pois trata-se de uma região de embasamento cristalino (o

subsolo é formado de rochas). Dentro das fendas das rochas também é possível

encontrar água confinada.

2.3.3 Basalto

Na sétima e última parada, realizada na cidade Angicos, foi possível observar o

basalto, uma rocha ígnea, de granulação fina composta por de plagioclásico, piroxênio e

em alguns casos por olivina, presente no Pico do Cabuji.

O Pico do Cabuim nada mais é, que um vulcão adormecido, que surgiu a partir

de uma abertura entre placas tectônicas pela qual houve a ascensão do magma. Esse

pico é considerado o mais jovem magnetismo continental do Brasil, sendo sua idade

geológica de cerca de 19 milhões de anos e possui cerca de 590m de altitude.

Como trata-se de um vulcão adormecido, o resfriamento do magma se deu na

superfície, o que não favoreceu a boa formação de minerais. Assim, a rocha formada no

Pico do Cabuji é do tipo basáltica (rocha ígnea extrusiva), de aspecto negro.

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FIGURA 07 – Basalto

Esta rocha está associada à importante evento magmático terciário da região,

responsável por diversos corpos rochosos espalhados pelo Estado do Rio Grande do

Norte. Alguns minerais como os óxidos de ferro e o titânio podem ser encontrados nessa

rocha, que apresenta coloração escurecida, característica das rochas máficas. Entre os

minerais que formadores de basalto, a magnetita é a amis comum em sua composição,

dando-lhe um condicionamento magnético.

Esse tipo de rocha é muito utilizada na construção civil, devido a sua dureza e

resistência, fatores que a fazem ser utilizada na pavimentação de ruas e estradas, pois

basalto é uma rocha mais fácil de ser partida em formato para a produção de

paralelepípedos. Em áreas de rochas sedimentares, os derrames, diques e sills de

basaltos são as únicas rochas que podem fornecer brita para a construção civil.

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3. CONCLUSÃO

A aula prática realizada ao longo da BR 304 permitiu que pudéssemos associar

todo o conhecimento adquirido em sala de aula, a todas as formações rochosas

observadas ao longo do percurso, compreendido entre as cidade de Mossoró e Angicos,

com relevantes observações feitas na cidade de Assú.

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