Relatório 24-03-2011

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IFES - INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESPÍRITO SANTO - CAMPUS ARACRUZ CONSTRUÇÃO DA CURVA DE SOLUBILIDADE DO DICROMATO DE POTÁSSIO AMANDA DA ROCHA SOUZA JANDERSON PEREIRA SANTA CLARA JESSICA RODRIGUES MOREIRA JOÃO FILIPI LOMBARDI BOSSI

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IFES - INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

ESPÍRITO SANTO - CAMPUS ARACRUZ

CONSTRUÇÃO DA CURVA DE SOLUBILIDADE DO DICROMATO DE

POTÁSSIO

AMANDA DA ROCHA SOUZA

JANDERSON PEREIRA SANTA CLARA

JESSICA RODRIGUES MOREIRA

JOÃO FILIPI LOMBARDI BOSSI

ARACRUZ – ES

MARÇO/2011

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IFES - INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

ESPÍRITO SANTO - CAMPUS ARACRUZ

CONSTRUÇÃO DA CURVA DE SOLUBILIDADE DO DICROMATO DE

POTÁSSIO

AMANDA DA ROCHA SOUZA

JANDERSON PEREIRA SANTA CLARA

JESSICA RODRIGUES MOREIRA

JOÃO FILIPI LOMBARDI BOSSI

Trabalho apresentado como pré-requisito à disciplina

de Química Analítica Quantitativa e Qualitativa para

obtenção de nota referente ao 1° Bimestre

ARACRUZ – ES

MARÇO/2011

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Introdução

Quando se adiciona uma pequena quantidade de sólido a um liquido no qual

ele seja solúvel, e se agita a mistura heterogênea por algum tempo, a mistura

transforma-se em homogênea. Diz-se então que o solido se dissolveu no liquido,

produzindo uma solução. Adicionando novas quantidades de sólido, o processo de

dissolução pode ser repetido algumas vezes produzindo soluções de concentração

cada vez maior, mas este valor não pode continuar indefinidamente. Chega-se

sempre a um ponto em que a adição de novas quantidades de sólidos não produz

uma solução de maior concentração, por mais que se agite. Ao invés disso, o sólido

adicionado permanece não dissolvido, formando uma mistura heterogênea

(presença de corpo de fundo). A essa solução, que é incapaz de dissolver

quantidades adicionais de sólido, damos o nome de Solução Saturada.

Solução saturada é a que contem a máxima quantidade de

soluto numa dada quantidade de solvente, a uma determinada

temperatura; essa quantidade máxima é denominada coeficiente de

solubilidade [Usberco, 2002].

A solubilidade é o nome que se da à concentração de uma

solução saturada. A Solubilidade de uma substancia num

determinado solvente é controlada principalmente pela natureza do

próprio solvente e do soluto, mas também pelas condições de

temperatura e pressão [Mahan, 1995].

Os bioquímicos e médicos, entre outros, estão interessados na solubilidade

dos gases como o CO2 e O2 na água ou nos fluidos corpóreos, e os cientistas e os

engenheiros precisam conhecer a solubilidade de sólidos em vários solventes.

A previsão da solubilidade é tarefa complexa e difícil. Muitas variáveis, tais

como as dimensões dos íons, suas cargas, interações entre eles, pressão,

interações entre soluto e solvente e a temperatura, complicam o problema. Em

virtude dos fatores envolvidos, as regras gerais de solubilidade apresentam muitas

exceções. Estas regras são, no entanto, bastante úteis, uma vez que se aplicam a

muitos dos compostos mais comuns que encontramos em nosso estudo de química.

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O efeito da temperatura na solubilidade

A temperatura tem efeitos importantes na solubilidade da maioria das

substancias. Para a maior parte dos sólidos dissolvidos em um liquido, um aumento

de temperatura resulta em crescimento da solubilidade. Nenhuma regra geral, de

validade completa, governa, entretanto, a variação da solubilidade de sólidos em

líquidos em função da temperatura. A solubilidade de alguns sólidos aumenta

ligeiramente com o aumento da temperatura, como o NaCl; para outros sólidos,

entretanto, a solubilidade decresce com este aumento, com o Li2SO4.

Por outro lado, a solubilidade de um gás na água geralmente decresce com o

aumento da temperatura, como o HCl e o SO2. O Aumento da temperatura diminui a

solubilidade de um gás porque aumenta a energia cinética (velocidade) de suas

moléculas, diminuindo desta forma sua capacidade de formar ligações com as

moléculas do liquido.

O efeito da pressão na solubilidade

Pequenas variações na pressão têm pouco efeito na solubilidade de sólidos

em líquidos e de líquidos em líquidos, mas têm efeito acentuado na solubilidade de

gases em líquidos.

A solubilidade de um gás em um líquido é diretamente

proporcional à pressão deste gás sobre a solução. Desta forma, a

quantidade de gás dissolvido em uma solução dobrará ao se dobrar

a pressão do gás sobre a solução [Heim, 1998].

Velocidade de dissolução de sólidos

A velocidade de dissolução de um sólido é governada por (1) tamanho das

partículas do soluto, (2) temperatura, (3) concentração da solução, e (4) agitação.

Examinemos a seguir cada uma dessas condições.

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1. Tamanho das partículas. Um sólido dissolve-se através da superfície que está

contato com o solvente. Uma vez que a relação área-volume cresce com a

diminuição do tamanho, cristais pequenos dissolvem-se mais rápidos que os

grandes.

2. Temperatura. Na maioria das vezes, a velocidade de dissolução de um sólido

aumenta com a temperatura. Este aumento é devido a fatores cinéticos. As

moléculas do solvente movem-se mais rapidamente em temperaturas mais

elevadas, colidindo mais vezes e com mais energia com as superfícies sólidas,

causando um aumento na velocidade de dissolução.

3. Concentração da Solução. Ao se iniciar o processo de mistura do soluto e do

solvente, a velocidade de dissolução adquire seu valor máximo. À medida que

aumenta a concentração da solução e esta se torna quase saturada com o soluto, a

velocidade de dissolução decresce muito.

4. Agitação. Este efeito é basicamente cinético. Ao se colocar inicialmente um sólido

na água, ele entra em contato apenas com o solvente na sua vizinhança imediata. À

medida que se dissolve, a quantidade de sólido dissolvido torna-se grande e a

velocidade de dissolução diminui. Se a mistura não for submetida a uma agitação, o

soluto dissolvido se fundirá muito lentamente através da solução; poderiam se

passar semanas antes de o sólido dissolve-se completamente. A agitação distribui

rapidamente o soluto dissolvido através da solução, contribuindo para que mais

solvente entre em contato com o sólido, fazendo desta forma com que ele se

dissolva mais rapidamente.

A maior parte dos sólidos iônicos e moleculares é mais

solúvel em água quente do que em água fria [Atkins, 2006].

Usamos essa propriedade no laboratório para dissolver uma substancia e

fazer crescer cristais, deixando uma solução saturada esfriar lentamente. Porem,

alguns sólidos, como o sulfato de lítio, são menos solúveis em temperaturas altas do

quem em temperaturas baixas. Um pequeno número de compostos tem

comportamento misto. Por exemplo, a solubilidade do sulfato de sódio aumenta até

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32°c, mas decresce quando a temperatura aumenta acima desse valor, porque o

sólido perde água de hidratação.

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Objetivo

Construir a curva de solubilidade do K2Cr2O7 e analisar como varia a solubilidade

com a temperatura.

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Materiais e Reagentes

Para a realização desta prática foram precisos os seguintes utensílios:

Balança

Manta de Aquecimento

Proveta; 50 mL

Béquer; 500 mL

Bastão de Vidro

Pisseta

Espátula

Termômetro

Vidro de Relógio

K2Cr2O7 (Dicromato de Potássio)

Água Destilada

Gelo

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Procedimento

Primeiramente, foram colocados 20 mL de água na proveta. Logo depois foi aferida

a massa de 20 gramas de dicromato de potássio (K2Cr2O7) na balança, que foram

colocadas na proveta. Com o auxílio do bastão de vidro a mistura foi agitada com o

objetivo de retirar todo o sal sólido das paredes da proveta. A proveta contendo a

mistura foi colocada dentro de um béquer contendo água de tal forma que a mistura

da proveta ficasse imersa na água. O sistema foi colocado na manta de

aquecimento para que fosse aquecida a uma temperatura de 350°C. Antes do início

do aquecimento, a temperatura do interior da proveta foi aferida com o auxílio do

termômetro e o volume de sal precipitado também foi medido. Feitas as anotações,

o sistema foi aquecido e a temperatura foi sempre aferida. Quando a temperatura do

interior da proveta chegou a 70 ºC acima da primeira leitura, o sistema de

aquecimento foi desligado. O volume de sal precipitado foi medido e anotado. Logo

após, foi feito o resfriamento da proveta através da substituição parcial da água

quente do béquer por água fria. Para que a temperatura abaixasse foi necessária a

utilização do banho de gelo quando esta chegou a 20°C. A cada 10°C de

resfriamento, o volume de sal que continuava depositado era anotado. Isso foi

seguido até a temperatura de 10°C. Com os dados obtidos foi feito o gráfico sendo o

eixo Y representando a Solubilidade (em gramas de K2Cr2O7 por 100 ml de Água) e

no eixo X a Temperatura de Cristalização.

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Resultados e Discussões

Quando foram colocados na proveta 20g de K2Cr2O7 e agitado, o volume total

aumentou de 20 mL para 28 mL, sendo esse o volume da água+sal, assim,

percebeu-se que precipitou cerca de 12 mL de soluto, estando o sistema a uma

temperatura de 23,5°C.

O sistema foi colocado em aquecimento até atingir 83,5°C, atingindo esse

valor, foi retirado de aquecimento, e medido o volume do sal, constatou-se que o

volume era de 9 mL. Assim, foram feitas as medições aproximadamente a cada

decaída de 10°C, sendo mostrado na tabela abaixo:

A B C (B x 1,48) D (20 - Item C) E (Item D x 5)

Temperaturas Volume K2Cr2O7 g K2Cr2O7g K2Cr2O7/20 mL de

águag K2Cr2O7/100 mL

de água10°C 13 19,24 0,76 3,820°C 16 23,68 -3,68 -18,4(*)30°C 13 19,24 0,76 3,840°C 11,5 17,02 2,98 14,950°C 9,5 14,06 5,94 29,760°C 9 13,32 6,68 33,470°C 8,5 12,58 7,42 37,1(*)

83,5°C 9 13,32 6,68 33,4Tabela. 1 – resultado dos teste de solubilidade de K2Cr2O7

Por meio da tabela pode-se notar que quando a temperatura vai aumentando

a solubilidade do dicromato de potássio também aumenta, diminuindo assim o

volume de precipitado, já que este estará diluído na solução. Percebe-se na tabela

que em duas temperaturas houver certo equivoco, na temperatura de 20°C

percebesse a que o volume de K2Cr2O7 é de 16 mL, porem esse valor não seria

possível, já que para obtermos de 16 mL de precipitado seria necessário ter

adicionado 23,68g de Dicromato de potássio (utilizando a ρ=1,48g.mL-1), porém só

foram adicionados 20g. Uma explicação para este equivoco é maneira de como

ocorreu a precipitação, no laboratório não dispomos de uma quantidade grande de

tempo, tendo que realizar a prática em um tempo relativamente curto, por isso a

utilização do banho de gelo para aumentar a velocidade de precipitação. Quando é

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colocado no sistema o banho de gelo, ocorre uma queda rápida de temperatura não

havendo tempo para uma acomodação adequada dos cristais, com essa má

acomodação o volume de precipitado não demonstra exatamente o que precipitou.

Foi possível observar que os cristais que precipitaram por últimos estavam menos

compactados do que os cristais mais ao fundo da proveta.

Já em 83,5°C para 70°C houve uma diminuição do volume de precipitado,

está diminuição não é característica deste sal, pois ele não é uma substancia com

comportamento misto, como por exemplo, a solubilidade do sulfato de sódio.

Notou-se ao final do experimento que houve a perda de 1 mL de solução, esta

perda foi atribuída a dois motivos, as constantes verificações de mudança de

temperatura, pois com a introdução e retirada do termômetro houve um arrasto do

liquido perdendo assim algumas gotas, e a evaporação sofrida pela solução.

Gráfico 1 – Curva de Solubilidade do Dicromato de Potássio

Para a confecção deste gráfico foi necessário a exclusão de alguns dados,

sendo esses dados acerca da temperatura de solubilidade de 20°C e de 83,5°C, pois

estes dados contem certos equívocos.

Foi notado antes que o sistema fosse colocado em aquecimento que a

solução apresentava uma coloração laranja- avermelhada, porem estava

enfraquecida. Mas quando o sistema chegou a 83,5°C observou que a cor tornou-se

mais intensa, isso porque havia maior quantidade de K2Cr2O7 dissolvido na

solução.

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Conclusão

O experimento colaborou para provar, de modo experimental, que a

temperatura influencia diretamente na solubilidade dos sais. É claro que a natureza

dos elementos da solução também tem papel importante. A pressão possui grande

importância, mas não é um fator de extrema importância considerando que estamos

ao nível do mar.

Conclui-se que as curvas de solubilidade têm grande importância no estudo

das soluções de sólidos e líquidos, já que a temperatura influi decididamente na

solubilidade; sendo que o coeficiente de solubilidade não é o mesmo para todas as

substancias.

De acordo com a mudança de temperatura exposta na dissolução do K2Cr2O7

e no gráfico, pode-se concluir que a dissolução desse sal é endotérmica (como a

maioria dos sólidos), porque no momento da dissolução, o sólido absorveu calor do

sistema, e conforme o gráfico mostra, quanto maior a temperatura, maior é a

solubilidade.

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Referências

Kotz, John C; Treichel, Paul M. Química geral e as reações químicas, São Paulo:

Cengage Learning, 2009.

Usberco, João; Salvador, Edgard. Química- volume único. 5 ed. São Paulo: Saraiva,

2002.

Brown, Theodore L; LeMay, Eugene; Bursten, Bruce E. Química a ciência central.

São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

Nehmi, Victor A. Química: Volume Único, 770 exercicios propostos. 3 ed. São Paulo:

Editora Ática. 1997.

Ruiz, Andoni Garratiz; Guerrero, José Antonio Chamizo. Química. São Paulo:

Pearson Education do Brasil, 2002

Heim, Morris; Arena, Susan. Fundamento de química Geral. 9 ed. Rio de Janeiro:

Livros Técnico e Científicos S.A, 1998.

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Questões

1. A partir do gráfico, responda: quantos gramas de K2Cr2O7 podem ser dissolvidos em 100 ml de água a 30°C? E a 60°C?

Resposta: A partir do gráfico podemos concluir que seriam dissolvidos, a 30°C, uma quantidade de soluto próxima a 3,8g. E em 60°C seria dissolvido uma quantidade próxima a 33,4 g.

2. Quantos gramas de K2Cr2O7 devem ser adicionados a 100 mL de água a 25°C para fazer a solução saturada?

Resposta: segundo o gráfico, para ser ter uma solução saturada em 25°C será necessário 3,8g de Dicromato de Potássio.

3. Classificar as seguintes soluções em saturada, insaturada ou supersaturada:

a) 75g de K2Cr2O7/100 mL de água a 40°C: Supersaturada

b) 50g de K2Cr2O7/100 mL de água a 55°C: Supersaturada

c) 100g de K2Cr2O7/100 mL de água a 110°C: Insaturada

4. Quando K2Cr2O7 se dissolve, é o processo endotérmico ou exotérmico? Justifique.

Resposta: Endotérmica, pois é necessário o fornecimento de energia para a solubilização. Percebemos isso, pois quanto mais à temperatura menor é o numero de precipitado.