Relatório 4º enajoc

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Relatório 4º Encontro Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicadores Realização: Apoio:

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Relatório 4º Encontro Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicadores

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Relatório4º Encontro Nacional de Adolescentes

e Jovens Comunicadores

Realização: Apoio:

2 Relatório 4º Enajoc

Informações geraisRealização: Viração Educomunicação e Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicadoras e Comunicadores (Renajoc).

Apoio institucional: Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Instituto C&A, Fundação Friedrich Ebert Stiftung (FES), Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo (NCE/USP), Fundação Luterana de Diaconia (FLD), Outras Palavras, Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), Associação Jangada e Província Autônoma de Trento.

Data: de 9 a 14 de julho de 2013.

Local: São Paulo (SP).

Objetivo: Planejar as ações da Renajoc e Rede Virajovem, incluindo questões editoriais e gráficas da Revista Viração, para o biênio 2013-2014.

Participantes: O encontro contou com a participação de 70 adolescentes e jovens educomunicadores vindos de 21 Estados brasileiros, do Distrito Federal e também de Mendoza, na Argentina.

Programação: A semana de atividades do 4º Enajoc foi composta por momentos de formação, com oficinas autogestionadas, e com a realização do Seminário Nacional Juventudes e Comunicação. Esse momento inicial deu subsídio para o planejamento das ações da Renajoc – inicialmente por região e, posteriormente, em âmbito nacional – e da avaliação da Revista Viração, bem como para a reflexão sobre a atuação dos conselhos virajovens, que aconteceram nos últimos dias do encontro.

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Programação09 de JULHO – Chegadas e Abertura

A partir das 12h: Check-in no The Hostel Paulista (www.thehostelpaulista.com.br)

A partir das 13h: Almoço

19h: Abertura do 4º Enajoc

Local: Sede da Viração Educomunicação

•DinâmicadeIntegração

•ApresentaçãodaProgramação

•AcordosdeConvivência

•Rodadeconversasobregestão democrática e participação de adolescentes e jovens

•CoqueteldeBoas-vindas

10 de JULHO – Oficinas autogestionadas

Atividades de formação propostas pelos integrantes da Renajoc e Rede Virajovem em: Comunicação, Direitos Humanos, Ação em Rede e Sustentabilidade

Locais: The Hostel Paulista e Viração Educomunicação

09h: Atividades da Manhã (em processo de inscrição)

•Açãoemrede

•Comunicaçãoemediação

•Comunicaçãonãoviolenta

•Sustentabilidadeemudançasclimáticas – a caminho da COP 19

12h: Almoço

14h: Atividades da Tarde

•Aartedeescrevernotícianaperspectiva da Educomunicação

•Experiênciaseprojetoseducomunicativos

•Mídiassociais

•VamosfazerPodcast?

17h: Lanche

18h: Compartilhamento de saberes

11 de JULHO – Seminário Nacional Juventudes e Comunicação

Local: Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP)

9h: Mesa de Abertura – Comunicação e Cidadania para a garantia dos direitos de crianças, adolescentes e jovens

Convidad@s:

Gizele Martins (jornalista do jornal O Cidadão e integrante da Rede Virajovem), Ismar de Oliveira Soares (coordenador da Licenciatura em Educomunicação da ECA/USP), Amanda Rahra (coordenadora do Énois – Agência Escola de Conteúdo Jovem) e Daniela Majori (pesquisadora em Educomunicação)

Mediador: Paulo Lima (fundador e diretor executivo da Viração Educomunicação)

11h: Mesa – Os desafios da Comunicação no Brasil e na América Latina

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Convidad@s:

Douglas Moreira (jornalista e mestre em Comunicação pela UFPR, integrante do Coletivo Intervozes/PR e da Renajoc) e Rita Freire (editora da Ciranda da Comunicação Compartilhada)

Mediador: Alessandro Muniz (integrante da Rede Virajovem e Renajoc)

12h30: Almoço

13h30: Grupos de Trabalho

•MobilizaçãoparaaLeideIniciativaPopular

•PolíticasPúblicasdeComunicaçãoeJuventude

•EducomunicaçãonasEscolas

•PlataformasLivreseRedesSociais

•MídiaColaborativa

15h: Plenária Final

16h: Participação no Ato pela Democratização dos Meios

12 de JULHO – Planejamento da Renajoc

Local: Prédio da Escola de Comunicações e Artes da USP

09h: Apresentação da Renajoc e suas últimas atividades e resultados

11h: Word-café para levantamento de propostas

13h: Almoço

14h: Apresentação das propostas levantadas no Word-café

15h: Mini encontros regionais

17h: Encerramento das atividades do dia

13 de JULHO – Planejamento da Renajoc e Avaliação da Revista Viração

Local: Viração Educomunicação

11h: Apresentação das Propostas Regionais

12h: Plenária Final – Renajoc

14h: Almoço

15h: Panorama da Revista Viração: aspectos editoriais e mediação

17h: Grupos de Trabalho: mediação, produção e produto final

18h: Apresentação dos Grupos

21h: Balada de 10 anos da Viração

Local: The Hostel Paulista

14 de JULHO11h: Check-out no The Hostel Paulista

15h: Partidas

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Abertura do 4º EnajocLocal: sede da Viração EducomunicaçãoData: 9 de julho de 2013

Na noite do primeiro dia, foi realizada uma dinâmica de integração dos participantes na sede da Viração Educomunicação, onde todos receberam aleatoriamente um crachá de alguém presente na abertura e um moleskine. A ideia era escrever uma mensagem de boas-vindas ao 4º Enajoc para o dono do crachá, no moleskine, mesmo sem conhecê-lo. Em seguida, foi criado um acordo de convivência, pelo qual foram estabelecidas as regras para o bom andamento dos trabalhos durante o período do evento, tanto nas dependências do hostel quanto nos demais espaços de atividades.

Na sequência, Paulo Lima, fundador e diretor executivo da Viração, facilitou a Roda de conversa convidando a presidenta e a vice-presidenta da Viração, JulianaRochaBarrosoeCristinaPaloschiUchôa,aexporemo tema “Gestão democrática e participação de adolescentes e jovens”. Cristina Uchôa falou sobre o formato da organização de uma rede como um grupo com objetivos estabelecidos que busca construir ações conjuntamente.

JulianaRochaBarrosoafirmouqueaViraçãonasceu de maneira colaborativa e esse formato também passou para a gestão. Ela enfatizou a importância de sempre manter o sistema renovado. Depois dessas falas, alguns participantes discutiram sobre a importância da gestão democrática como uma maneira de realizar ações em conjunto e atingir objetivos comuns, além de mencionarem a importância da descentralização para uma participação coletiva e como meio fundamental de autonomia.

Levantou-se ainda a importância do respeito às diferenças e uma preocupação em sempre incentivar a liderança democrática para fazer valer o direito à participação social.

Durante a Roda de conversa, os participantes contribuíram com depoimentos e contação de experiência a partir de suas organizações. Também foi elaborado um Jornal Mural com

a seguinte pergunta-provocação: “Uma gestão democrática é...” Abaixo, relacionamos algumas respostas:

“Construção de projetos junto ao público que eleprocura envolver.”

“Distribuição de tarefas, assumir responsabilidades.”

“Não seria bom fortalecer espaços deliberativos e não só participativos/propositivos para a sociedade civil?”

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“Horizontal: quando todos e todas participam de maneira igual.”

“Os diferentes saberes caminhando lado a lado para cumprir uma mesma missão.”

“Ação partilhada, atuação cotidiana.”

“Transparência.”

“Ter clareza e transparência nos processos e critérios de decisão, na diversidade e na adversidade.”

Oficinas AutogestionadasLocais: The Hostel Paulista e Viração EducomunicaçãoData: 10 de junho de 2013

No segundo dia do 4º Enajoc, os participantes puderam escolher duas oficinas autogestionadas para participarem, sendo uma pela manhã e uma na parte da tarde. Ao todo, aconteceram oito oficinas, cada uma com três horas de duração, quatro em cada período. A maioria delas aconteceu nas dependências do The Hostel Paulista, enquanto uma em cada período aconteceu na sede da Viração Educomunicação.

Oficinas AutogestionadasManhã (das 9h às 12h) Facilitador

Ação em Rede Talita Montiel

Comunicação e Mediação BrunoFerreira

Comunicação Não Violenta Emília de Matos Merlini

Sustentabilidade e Mudanças Climáticas Alfredo Redondo e Evelyn Araripe

Tarde (das 14h às17h) Facilitador

A Arte de Escrever Notícia HérculesBarros

Experiências e Projetos Educomunicativos Alessandro Muniz

Mídias Sociais IagoBolivar

VamosFazerPodcast? Rones Maciel

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Ação em RedeFacilitadora: Talita Montiel

Participantes:SebastianRoa,HevelinMaia,EliézerBueno,AnaPauladaSilva,JulianaCarolinaLima,Juliana Cordeiro, Webert da Cruz Elias, José Marlon Albino, Alcebino Silva, Maria do Socorro Pereira da Costa, Suliene Fernandes da Silva, Izabela Cristina Silva, Diego Souza Teófi lo, Reynaldo de Azevedo Gosmão, Sheila Manço dos Santos, Douglas Moreira.

Talita Montiel iniciou a ofi cina Ação em Rede contando suas experiências e participações em grupos e coletivos que discutiam diferentes temáticas. A analista de redes disse que a proposta da formação é entender como as pessoas se relacionam por meio das redes e quais os arquétipos presentes nesses espaços, de forma a auxiliar e potencializar o processo de mobilização entre os participantes.

Após esse primeiro momento, os participantes da ofi cina se apresentaram e justifi caram a escolha da ofi cina. Alguns deles já possuem experiências em outras redes, além da Renajoc e Rede Virajovem.

Talita conceituou o termo “rede” e afi rmou que existem teóricos que defi nem “rede” como um espaço em que não existe uma hierarquia nas funções e que precisa ser horizontal. No entanto, ela acredita ser possível um trabalho em rede também vertical, desde que esse formato ajude a operacionalizar o processo e que seja aberto e transparente para os demais participantes.

Durante a discussão, foi dito ainda que é importante criar múltiplas lideranças e renovar o facilitador ou ponto focal para garantir a durabilidade da rede. Também foram colocados os diferentes tipos de participantes de uma rede. É importante que todo gestor de uma rede entenda esses diferentes atores, o que o ajudará a otimizar o tempo e a criar estratégias diretas a esses participantes.

Como referência, a facilitadora disponibilizou o Manual Prático Fortalecendo Redes no Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente, feito pela Fundação Telefônica/Pró-Menino e Mob:

http://www.mobconsult.com/resources/MOB.pdf

Comunicação e MediaçãoFacilitador:BrunoFerreira

Participantes: Luiz Felipe da Silva, Evelin Haslinger, José Carlos Lima, Alan Fagner, Rones Maciel, Danuse Queiroz, Deriky Pereira, Leonardo Augusto Rodrigues da Silva Nora, Marcos Henrique Araujo, Alcido Costa, Rodrigo de Carvalho, Christiane Thomazelli Piza, Jessica Delcarro, Emilae Sena, Samela Gabriele Borges, Elvacir Luis dosSantos Neto, Ingridy de Paiva Almeida, Stephany Rodrigues Pinho, Manassés de Oliveira, Daniela Savietto Filippini, Jhony Abreu.

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Noinício,BrunoFerreiralevantouasexpectativasdosparticipantesparaaatividadeeemseguidapediu que os participantes conceituassem comunicação e mediação, além de estabelecer uma relação entre os dois conceitos. Desse momento, concluiu-se que comunicação tem dois sentidos: informar e dialogar; e que mediar é promover o segundo sentido de comunicação. O facilitador questionou de que forma os veículos de comunicação de massa atuam.

O grupo respondeu que os meios de comunicação apenas informam e transmitem, e que muitas vezes as pessoas não se reconhecem nas mensagens difundidas pelos meios. Neste sentido a mídia tem feito mediações de maneira a reforçar pensamentos hegemônicos, reproduzindo o senso comum e reforçando preconceitos nas pessoas.

Stephany Pinho apontou que este é um processo de retroalimentação, em que a mídia utiliza-se de elementos do senso comum e os potencializa. Rones Maciel afi rmou que somos reforçados pela mídia. Houve consenso entre os participantes de que existem pensamentos hegemônicos na sociedade, porém é arriscado dizer que foi a mídia que os construiu.

Para exemplifi car os conceitos, foi exibido um vídeo da edição do Jornal Nacional do debate entre Collor e Lulla, referente ao segundo turno das Eleições de 1989, para análise do grupo. De modo geral, todos concordaram que houve uma edição tendenciosa realizada para tentar manipular o público, porém houve consenso de que

outros motivos também infl uenciaram a eleição de Collor, que não apenas a edição do debate, que favoreceu o candidato vitorioso.

No encerramento, o facilitador propôs uma atividade em que os participantes expusessem a compreensão sobre o que foi discutido. Foi produzido um fanzine explicativo, o Fazendo; além de um fanzine interativo a partir das questões provocadas e um painel com a síntese do que foi a ofi cina, com espaço para as pessoas interagirem.

Comunicação Não ViolentaFacilitadora: Emília de Matos Merlini

Participantes: Victoria Sartiro, Carlos Eduardo Ferreira, Alessandro Muniz, Tarsila.

Durante a atividade, foi discutida a importância de uma cultura de paz, a partir da análise da Declaração da ONU, de 1999, com enfoque no respeito à vida. Foi destacada a importância de se evitar vocabulário de guerra e de se esforçar para uma escuta ativa. Não pensar ou julgar antes da fala da pessoa e fazer uma troca de diálogo sem a preocupação de ganhar a argumentação.

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Realizou-se a dinâmica da escuta ativa e a refl exão levantada foi a de que quando não prestamos atenção no outro a comunicação não se dá por ausência de empatia. A preocupação de julgar antes de ouvir limita e cria barreiras. Quem criou a tese sobre comunicação não violenta foi o psicólogo americano Marshal Rosemberg, para quem a paz é necessária à democracia e a mudança começa em cada um.

Foram levantados alguns cuidados para evitar julgamentos e com a fala autoritária, para que o outro não se sinta atacado. Houve o entendimento de que as pessoas não devem impor suas verdades, mas que deve existir o compartilhamento das múltiplas verdades. Ainda destacou-se que a mídia contribui com a comunicação violenta, pois sempre julga a sociedade e, desta maneira, cria-se uma cultura de julgamentos.

Foi o fi lme O dom da comunicação não violenta no Brasil, deDominique Barter, que enfatizou comoreceber mensagens negativas.

Para fi nalizar foi realizada uma dinâmica onde os participantes anotaram frases violentas cotidianas. Concluiu-se

que a escuta paciente e verdadeira, o cuidado para não impor seu próprio pensamento e não julgar o outro contribuem para uma comunicação não violenta.

Sustentabilidade e Mudanças Climáticas– a caminho da COP 19Facilitadores: Alfredo Redondo e Evelyn Araripe

Participantes: Igor de Castro do Nascimento, Luciano Frontelle, Andrielle dos Santos Ferreira, Edneusa Lopes,JacksonAlvesBoaVentura,BrunaSouza,JoaquimdeOliveiraMoura,ThalytadeSousaNascimento,Jeff erson Lemes dos Santos, José Marlon Albino, Paolla Menchetti.

Aoficinateminíciocomumadinâmicanorteadapelapergunta:“Oqueécuidardomeioambiente?”.Com base nas respostas, Evelyn sugeriu que se começasse a entender o conceito pelo próprio ambiente da sala da ofi cina, que estava em desordem, com vários materiais e pertences pessoais espalhados pelo chão. Todos organizaram a sala, que fi cou com aspecto bem mais acolhedor – fato usado também como exemplo de como podemos começar de forma simples com as mudanças.

Seguiu-se uma discussão sobre o conceito de Mudança Climática. Os participantes deram exemplos de suas vivências regionais, como o fenômeno da seca no sertão – citando as campanhas de conscientização feitas junto à população sobre o uso racional da água, que, porém, não resolvem o problema, pois seria necessária uma intervenção maior do governo para melhorar o abastecimento. Com base nessas refl exões, chegou-se à conclusão de que é necessária uma mudança estrutural na relação do homem com o meio ambiente, tendo como exemplo ações de agroecologia e uso sustentável do solo.

Foram levantados alguns cuidados para evitar julgamentos e com a fala autoritária, para que o outro não se sinta atacado. Houve o entendimento de que as

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Produção e consumo

Alfredo fala que a agricultura inteligente, a agroecologia, foi a primeira praticada pelo homem. As mudanças aconteceram a partir do sistema de produção capitalista, guiado pela monocultura e pela produção industrial, visando o lucro e não mais a subsistência e o uso racional do solo. De acordo com os facilitadores, foi estabelecida uma “neoescravidão” por parte das multinacionais em relação aos fazendeiros, que precisam comprar sementes que não se reproduzem e utilizar somente os produtos químicos das próprias empresas que vendem as sementes, para controlar as pragas. Extinguiu-se o modelo natural de produção.

Sustentabilidade

Em seguida, passou-se a discutir o conceito de Sustentabilidade. Foi lembrada a discussão estabelecida na Rio 92, quando se debateu pela primeira vez a existência de um desenvolvimento realmente sustentável. É possível ter desenvolvimento e sustentabilidade ao mesmo tempo? Osparticipantes reforçaram a necessidade de se começar por ações e iniciativas cotidianas e observar sempre as necessidades de consumo criadas inutilmente pelo sistema fi nanceiro atual.

COP 19

Falou-se ainda sobre os processos de negociação sobre o clima dentro dos governos e entre os governos, em andamento a partir das Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP) – a próxima acontece no mês de novembro em Varsávia, na Polônia. Existem diversos eventos e iniciativas, em grande e em menor escala, para acompanhar e registrar essas discussões. Foi apresentado Fulanito, o mascote de pelúcia das coberturas acompanhadas pela Viração e Agência Jovem, que torna as entrevistas e reportagens mais palatáveis e contribui para deixar as entrevistas compreensíveis para o público jovem.

Dinâmica

Durante a atividade, foi realizada uma dinâmica em que os participantes levaram cobertores para participar da ofi cina e foi escolhido um voluntário, Joaquim, para fi car no centro da sala. Alfredo começou a citar causas do aquecimento global. A cada fator citado, um cobertor a mais era jogado sobre Joaquim, que representava a Terra. Ao fi nal de alguns minutos, Joaquim estava com muito calor e respirando com difi culdade.

Atividade proposta

Divididos em dois grupos, os participantes se organizaram para produzir um fanzine voltado aos temas discutidos na formação.

Rio 92, quando se debateu pela primeira vez a existência de

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A Arte de Escrever Notíciana Perspectiva da EducomunicaçãoFacilitador: HérculesBarros

Participantes:SebastianRoa,AndrielledosSantos,BrunaPereiradeSouza,JacksonAlvesBoaventuraJunior,ReynaldodeAzevedoGusmão,AlanFagnerPereira,BrunoFerreira,JulianaCarolinaLima,Webertda Cruz Elias, Juliana Cordeiro, Leonardo Augusto da Silva Nova, Marcos Henrique Araujo Craveiro, Sheila Manço dos Santos, Ingridy de Paiva Almeida, Vitoria Satiro, Stephany Rodrigues Pinho, Paolla Menchette Martins, Carlos Eduardo S Ferreira, Jeff erson Lemes dos Santos e Jhony Abreu.

A ofi cina começa com uma dinâmica de integração em que cada participante deve dizer como que animal se identifi ca e qual animal não gostaria de ser. Na sequência, discutiu-se como trabalhar a notícia parao jovem.Hércules Barros lembraque textos jornalísticos começamcomo lead, uma premissa da notícia. No entanto, enfatiza que nos esquecemos de humanizar o texto. O facilitador questiona: “De que forma a informação vai virar notícia e interessar desde a presidenta Dilma à lavadeira de roupa, provocando participaçãosocial?”

Hércules dá o exemplo de um release sobre um projeto do Ministério da Saúde, sobre crônicas escritas por travestis, no padrão tradicional e em um formato criativo, explicando que mesmo para se contar uma história comum, cotidiana, é preciso nos desprender dos nossos valores. Não adianta ter um português bom, é preciso falar a linguagem de todos. É preciso entrar no universo de quem estamos tratando.

Hércules lembra que a internet e as mídias sociais estão revolucionando a forma de comunicar. Nesses espaços, as pessoas falam a mesma linguagem, sem a dureza do lead. Ele afi rma ainda que o jornalismo, para se reinventar, é preciso ser feito “com” e não “para”.

Concluiu-se que escrever é um exercício diário. Quando se você escreve com, adquire-se habilidade. É fácil, quando se descomplica e se humaniza o que é apurado. O cuidado com a fonte deve sempre ser levado em consideração.

Como sugestão de atividade, Hércules propõe um trabalho em duplas: a partir da história de um participante, fazer uma abertura criativa de um texto informativo sobre o 4º Enajoc.

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Mídias SociaisFacilitador:IagoBolivar

Participantes:LuizFelipeSilva,IgordeCastrodoNascimento,EliézerBueno,HevelinMaiaVasconcellos,Edneusa Lopes, Ana Paula da Silva, José Marlon Albino, Joaquim Moura, Danuse Queiróz, Alcebino Silva, Deriky Pereira, Alcindo Costa, Christiane Thomazelli Piza, Jéssica Delcarro e Izabela Cristina Silva.

Iago faz uma introdução das redes sociais com uma breve explanação sobre suas funcionalidades, como se orienta a exploração potencial de audiência, usando como exemplo os portais de notícias com conteúdo dinâmico.

Ele afirma ainda que há uma mudança de paradigma cultural em curso, em que as famílias, de modo geral, especialmente as situadas na chamada “nova classe média”,  priorizam o acesso à internet, a outras formas de comunicação e informação. Ele afirma que as redes sociais são hoje responsáveis por mais acessos e flutuação de audiência que sites de notícias.

O círculo de informações geralmente inicia-se com as redes sociais ou nas ferramentas de pesquisa, mas definitivamente não permanece lá. Segundo ele, estes websites são canais de acesso e distribuição de informações. Quando a pessoa acessa estes veículos, ela pretende encontrar informações de seu interesse que estão fora de lá, ou seja, identificar informações do interesse do seu grupo social, consumir estas informações e retornar à rede social para encontrar novos conteúdos.

Ele afirma que mais que zelar pela qualidade do conteúdo, especificamente, é importante planejar postagens que incentivem ou requisitem a interação dos usuários com a página. Somente desta maneira, o ecossistema virtual será favorável à ampliação do número de usuários que irão curtir a página e também daqueles que, por influência de seguidores da página, irão curtir conteúdos específicos, viralizados na rede.

Para alcançar um número maior de leitores entre os usuários que já curtem uma página, o ideal é ter como estratégia alternar os formatos de postagem possíveis, de forma que se fidelize o leitor. Para postagens em que o link seja necessário, o ideal é fazer uma introdução bem estruturada, curta eestratégicaaotema.Deve-seutilizarumencurtadordelinkscomooBite.Ly(https://bitly.com). Esta ferramenta é gratuita, e permite monitorar a quantidade de acessos provenientes de todos os cliques espontâneos gerados onde quer que o link encurtado apareça.

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Vamos Fazer Podcast?Facilitador: Rones Maciel

Participantes: Emília Merlini, Evelin Haslinger, Suliene Fernandes, Thalyta Nascimento, Luciano Frontelle, JoséCarlosdosSantos,JacksonBoaVentura,LuizAltieri

O facilitador conceituou o termo, explicando que podcast é um programa de áudio personalizado gravado em mp3 e disponibilizado na internet. Vem da palavra ipod + broad, e explicou que ao fi nal da ofi cina todos produziriam um podcast. Foi exibido o vídeo Rafi nha 2.0, em que um personagem central exemplifi ca como a geração que nasceu na década de 1990 cresceu com as novas tecnologias e hoje, além de consumidores, também se tornaram produtores de conteúdo.

Fazer um podcast é aproveitar a convergência dos meios de comunicação para poder se expressar. O facilitador explicou que se deve aproveitar os canais existentes na web para disponibilizar os conteúdos. Rones passou a explicar as técnicas para produção de um podcast, que pode ser feito com uma câmera, gravador digital ou um celular. Só é necessário que você possa passar o conteúdo gravado para um computador.

Para edição é possível utilizar softwares livres como o audacity, e para distribuição na rede costuma-se utilizar blogs, soundcloud, shared e redes sociais.

O facilitador exibiu dois formatos diferentes de podcast, um mais sério, sobre os problemas do tabaco, e outro mais descontraído, um bate-papo entre pessoas. Em debate, os participantes concordaram sobre a importância de se conhecer o público que se pretende atingir para escolher o formato mais adequado

Os participantes foram divididos em três grupos e cada um criou seu próprio Podcast.

Plenária final – resultados apresentados das oficinas autogestiondas:

Ação em Rede:

As ações em rede hoje são facilitadas pela internet. Os participantes concluíram que a constituição de uma rede é orgânica, e que, enquanto seres humanos, necessitamos viver em rede. Enfatizaram a importância de processos democráticos e liderança descentralizada para que os trabalhos em rede não morram.

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Comunicação e Mediação:

A mediação faz parte do cotidiano e comunicar-se é mediar. Toda mediação constrói conhecimentos. A mídia media de forma a fortalecer pensamentos hegemônicos. Por isso, é preciso realizar uma mediação que desconstrua o senso comum em espaços de formação humana.

Comunicação Não Violenta:

Destacou-se a importância de incentivar a cultura de paz por meio de uma comunicação não violenta. Hoje a sociedade encontra-se inserida na cultura do falar mal. Embora seja um hábito mecânico, é possível inverter esse processo. É preciso fortalecer o hábito de escuta verdadeira para uma reflexão profunda.

Sustentabilidade e Mudanças Climáticas:

A sustentabilidade tem três pilares: ecologicamente correto, economicamente justo e economicamente viável. Os participantes a destacaram importância de simplificar a linguagem do discurso para sensibilizar o maior número de pessoas possível. Humanizar o texto é importante para que ele seja acessível a todos.

Experiências e Projetos Educomunicativos:

Concluiu-se que a educomunicação é uma ferramenta de transformação, mas enfrentar o sistema hierárquico escolar muitas vezes engessa o trabalho.

Mídias Sociais:

Os participantes destacaram as maneiras de transmitir informações pelas redes sociais. Técnicas de como não sobrecarregar os conteúdos, reduzir links e inserir imagens para chamar a atenção dos leitores e instigá-los e buscar mais informações sobre o tema foram mencionadas.

Vamos Fazer Podcast?:

Além de compreenderem o conceito, os participantes realizaram um podcast, um conteúdo em áudio fácil de ser produzido e que pode ser compartilhado de maneira rápida na web.

Os participantes foram divididos em três grupos e cada um criou seu próprio Podcast:

www.agenciajovem.org/wp/?p=16683

www.agenciajovem.org/wp/?p=16680

www.agenciajovem.org/wp/?p=16677

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Seminário Nacional Juventudes e ComunicaçãoLocal: Prédio da Escola de Comunicação e Artes da USPData: 11 de julho de 2013Em torno de 150 participantes

Mesa de AberturaComunicação e Cidadania para a garantia dos

direitos de crianças, adolescentes e jovens

Convidados:

Gizele Martins (jornalista do jornal O Cidadão, do Rio de Janeiro, e integrante da Rede ViraJovem); Ismar de Oliveira Soares (coordenador da Licenciatura em Educomunicação da ECA/USP); Amanda Rahra (Énóis – Agência Escola de Conteúdo Jovem) e Daniela Majori (pesquisadora em Educomunicação).

Mediador: Paulo Lima (fundador e diretor executivo da Viração Educomunicação)

As atividades da manhã começam com o jornalista Paulo Lima agradecendo a presença de todos os que acreditaram no projeto da Revista Viração durante seus 10 anos de existência. Ele assinala o atual momento de efervescência política brasileira, apontando o evento do dia também como um ato político-pedagógico. Destaca que a equipe e os participantes da Viração Educomunicação sempre estiveram nas ruas, desde suas origens, e convida a todos a participar das manifestações do Dia de Luta que ocorrem na mesma data.

Em seguida, passa a palavra à jornalista Gizele Martins, que comenta os recentes acontecimentos no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, marcados pela ação violenta da polícia. Ela

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aponta o caminho da humanização do habitante da favela como forma de diminuir a tensão social. “O estado coloca o favelado como criminoso todos os dias. Precisamos mostrar que favela não é sinônimo de crime ou de guerra, mas de resistência.” Gizele comenta também o papel das mídias alternativas – entre elas o jornal O Cidadão – em relatar o que se passa na região, combatendo o preconceito sofrido pelos moradores das favelas. “É a comunicação alternativa que consegue provar que o favelado deve ter espaço na mídia.” Ela defende o uso do termo “favelado” como forma de afirmação de identidade.

A fala de Gizele foi seguida pela de Amanda Rahra, que iniciou sua participação comentando a admiração pelo trabalho da Viração, frequentemente usada como referência pelo público jovem para definir o próprio trabalho da “Énóis”. “Passamos os últimos cinco anos ouvindo a pergunta: Vocês são tipo aViração?.Eissonosenchedeorgulho.”

Amanda disse que é importante possibilitar que cada pessoa possa construir um texto coerente e acessível não só para si, mas para todos. Esse é o objetivo do projeto Énóis. “Hoje, existe muita gente querendo saber o que o jovem pensa do mundo. Os jovens são muito cobiçados pela mídia comercial e pelas marcas. E o mundo não é mais formado por uma comunicação unidirecional, mas sim por todas as pessoas podendo se comunicar.”

A fala seguinte foi de Daniela Majori, que expôs seu trabalho de conclusão do curso de pós-graduação em Educomunicação, pela ECA/USP. Ela discutiu o papel da Educomunicação como vetor da mudança comunicacional junto aos jovens. O objeto de estudo de sua pesquisa foi a Agência Jovem de Notícias e, mais especialmente, as vivências realizadas semanalmente na sede da Viração Educomunicação.

“Quando se coloca o jovem como agente principal da ação, se permite que ele exercite sua visão crítica, tornando-se também produtor de comunicação. Espera-se que essa postura, aos poucos e a partir do jovem, se espalhe pela sociedade. A política não é assunto fácil de se lidar e o jovem deve compreender seu papel dentro desse cenário”, comenta a especialista.

Seguiu-se a participação do professor Ismar de Oliveira Soares, que considerou um privilégio para a Escola de Comunicações e Artes ter os jovens naquele espaço. De acordo com ele, existe um movimento da Universidade no sentido de criar condições para que os alunos da rede pública tenham maior acesso à vida acadêmica. Ele aborda ainda a questão da natureza do educomunicador, ora visto como militante, ora como profissional.

“No primeiro caso, ele não precisaria necessariamente passar por uma universidade. Quem é contra a sistematização da atividade diz que universidade vai trair a Educomunicação. Porém, na verdade, existem várias vertentes de Educomunicação, o enquadramento vai depender do movimento social gerado pela atividade.” Ele citou que, até o momento, foram registradas 97 teses sobre Educomunicação, ao lado de umcontingentedeaproximadamente1,2milhãodejovensnoBrasilquetiveramacessoaatividadeseducomunicativas por meio de diversas iniciativas.

“Os jovens vão iluminar o que a universidade tem a oferecer. Os cursos de comunicação estão a serviço do grande mercado, enquanto a Educomunicação está a serviço da comunidade e de crianças e adolescentes. Quem não estiver ao lado deste público, não conseguirá concluir o curso universitário”, afirma.

Paulo Lima fecha as falas da mesa complementando esta ideia, dizendo que a Viração foi uma das que começou a registrar seus colaboradores como “educomunicadores”. “Hoje temos um espaço jovem composto por revista, site, programa de TV, tudo com a participação dos jovens. Quando a

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comunicação e a educação se encontram, elas transformam vidas. E não se pode fazer comunicação democrática sem dar voz aos jovens.”

Durante as mesas, Vitor Massao, com o apoio de Douglas Lima, realizou a facilitação gráfica, com desenhos que ilustravam as falas dos palestrantes. “Se nossos pensamentos não são lineares, porque anotamosascoisasdessamaneira?Sejapelodesenhooupornovaslinguagens,éimportantedarabertura à criatividade, usando-a para expressar novas ideias”, afirmou.

Algumas intervenções do público

Gabriel Medina - “Na coordenadoria de juventude de São Paulo, estamos procurando pensar diferente para responder ao calor das ruas. As manifestações falam do que não foi feito, das insuficiências dos projetos de transformação que não deram conta da demanda. Não existem políticas culturais e educacionais efetivas, nem uma comunicação mais livre. Atualmente, o espaço que o jovem usa para se encontrar com os amigos, paquerar, ter vida social é o shopping. Isso é um problema e assinala uma grande crise. Queremos ressignificar a participação, torná-la mais direta. Precisamos continuar a ocupar as ruas, intensificar o processo que já está em curso.”

Alessandro Muniz - “Existe uma discussão sobre origem do conhecimento, se ele está dentro ou fora do espaço acadêmico. Não acho que se precise necessariamente de um diploma, mas é importante pesquisar, gerar conhecimento, estudar. Muitos cursos de comunicação não discutem a comunicação comunitária e popular. É importante construir o conhecimento contrário ao hegemônico e enxergar a universidade como uma extensão dessa discussão. A universidade deve ser uma praça do conhecimento, não um castelo. Deve-se criar uma ecologia dos saberes: todos são importantes e precisam dialogar.”

Manassés de Oliveira - “Precisamos expandir os conselhos de Virajovens e escrever mais sobre Educomunicação e políticas públicas. Percebi que existem registros de experiências já realizadas, porém não no Congresso Nacional. Não existe projeto de lei para transformar a Educom em lei nacional.”

Emília de Mattos Merlini - “É preciso aproximar a comunicação entre grupos do campo e da cidade. Quem produz conhecimento é a cidade, enquanto as pessoas do campo têm dificuldade de acesso a esse conhecimento. As pessoas não podem usufruir de seus direitos e acabam se mudando para a cidade. Da mesma forma em que pensamos sobre a hegemonia do adulto sobre o jovem, também precisamos combater a hegemonia do urbano sobre o campo.”

19Relatório 4º Enajoc

Mesa 2 - Os desafios da Comunicaçãono Brasil e na América Latina

Convidados:

Douglas Moreira (integrante do Coletivo Intervozes, no Paraná)

Rita Freire (jornalista da Ciranda da Comunicação Compartilhada)

Mediador: Alessandro Muniz (integrante da Rede Virajovem e Renajoc)

Alessandro Muniz inicia as atividades considerandoqueoBrasilnãodiscutequestõesligadas à comunicação. “Não existe estímulo para que se discuta esses assuntos.” De acordo com ele, seria necessário criar políticas mais efetivas para a produção independente, a exemplo de outros países que já possuem legislação específi ca, como a lei argentina.CitoutambémexemploscomoodaBolívia,queorganizouumarededeexpressãopopulararticulada, e do Uruguai, que também criou leis para discutir a democratização da comunicação.

Em seguida, passa a palavra a Douglas Moreira, que falou sobre o coletivo Intervozes, que reúne ativistas pelo direito à comunicação, buscando construir um ambiente onde a mídia seja mais democrática. Ele questiona “o queéliberdadedeexpressãoedireitoàcomunicação?”.Fazendo uma breve reconstituição histórica, comenta que o conceito de “liberdade de expressão” nasce no século XVII como combate ao sistema absolutista, consistindo no direito individual de não-interferência do Estado na expressão do indivíduo, em uma época em que era necessária autorização especial para publicar algo.

Ele explica que é função do Estado regular o setor da comunicação. No entanto, a legislação atual

não garante a liberdade de expressão, por ser contraditória e defasada. Douglas afi rma que, atualmente, as cinco principais redes de televisão brasileiras detêm 99% das verbas publicitárias – sendo 73% apenas da Rede Globo. “Até mesmo a TV por assinatura é hegemonia da Globo, que tem parcerias com poder de veto para defi nir conteúdos das emissoras Net e Sky, controlando 80% do mercado. Se compararmosovolumederecursosdisponíveisentreaEBC(EmpresaBrasileiradeComunicação)eaGlobo, por exemplo, a primeira dispõe de apenas 5% em relação à segunda. Como comparar a audiência dedoissistemastãodesiguais?”

20 Relatório 4º Enajoc

Na sequência, fala a jornalista Rita Freire, que afi rma que a mídia pública não deve ser “chapa branca”, mas sim referência para o modelo de comunicação pretendido pela sociedade. “Hoje temos uma comunicação auto-centralizada. Passa-se o dia discutindo personagens de telenovela, representados por atores que, mais tarde, serão entrevistados pelos programas da mesma emissora.” Ela salienta que a referência midiática brasileira é muito mais europeizada do que latino-americana, o que gera atitudes imperialistas em relação à própria cultura.

Rita problematizou ainda a representação midiáticadasmanifestaçõesrecentesnoBrasil.“Historicamente, os movimentos de esquerda sempre lutaram pela partidalização e liberdade de expressão. Porém, nas manifestações recentes, a mídia procurou se apropriar dos movimentos, pelo fato de serem apartidários, para que se transformassem em um movimento contra o governo.” A fala terminou com a apresentação de vídeos sobre a manipulação de informações pela Rede Globo e sobre a forma negativa como a mulher é vista nos dias atuais.

Intervenções do público

Alfredo Redondo – “Hoje na, Argentina, o governo tem o monopólio de quase todos os meios de comunicação. São oferecidas transmissões de futebol, enquanto é feita publicidade permanente do governo durante os jogos. É preciso pensar em uma maneira de proibir o governo de converter os canais em monopólio. Foi o mesmo que aconteceu na Venezuela, que hoje não tem canais privados, tudo é do governo e ninguém pode falar nada sobre Chavez. Quando um país faz uma lei importante, como essa das mídias, o restante dos países quer fazer o mesmo, mas é importante que se faça uma lei mais forte para que o governo não controle tudo.”

Indira Amaral (EBC)–“AEBCéumaempresacriadacomoobjetivodegarantiroqueestánaConstituição, vindo de uma herança de empresas estatais. Sem participação não se constrói uma empresapública,aspessoasprecisamestarcadavezmaispresentes.OcupemaEBC,precisamosromperessa tradição formada pelo olhar privado da comunicação do nosso País. Precisa-se de uma participação do continente. O Estado por si é uma estrutura conservadora, que precisa ser rompida.”

Lilian Romão – “Temos o compromisso de nos associar a estes coletivos de jovens que fazem comunicação. É um contexto de comunicação que é feito junto, com e para a juventude. Isso também é uma manifestação política. Debater política de comunicação de adolescentes e juventudes é um ato político.”

21Relatório 4º Enajoc

Paula Menchetti – “Quando não nos sentimos representados por aquilo que é nosso, também praticamos atos de xenofobia sobre o que vem de fora. A mídia não representa, ela distorce os papéis. Existem outras formas além da rede para expandir as idéias e notícias, fazer da vida um processo de comunicar tudo através de todos meios de comunicação.”

Grupos de Trabalho e Plenária FinalNa parte da tarde do Seminário Juventudes e Comunicação, os participantes se dividiram em

5 grupos de trabalho para discussões específicas sobre alguns temas relacionados à comunicação. A seguir, os resultados das discussões de cada grupo.

Processo de mobilização para a Lei de Iniciativa Popular da Comunicação SocialMediador: Douglas Moreira

Participantes: Diego Souza Teófilo, Carlos Eduardo Ferreira, Rodrigo de Carvalho, Alcindo Costa, Christiane Piza, Manassés de Oliveira, Valdeane da Silva, Adriano Araujo, Israel Santos, Edison de Oliveira, José Carlos Lima.

Propostas:

• Democratizar a linguagem da campanha nacional que divulga o projeto de regulamentação da mídia (atualmente escrito em linguagem estritamente jurídica).

• Campanha explicativa da Lei direcionada à Renajoc – elaboração de vídeo explicando a lei da mídia democrática com linguagem fácil, disponível para utilização em oficinas em todo oBrasil.

• Realização de uma série de entrevistas com a rede Virajovem sobre o assunto.

• Realização de eventos e seminários de divulgação ao público geral.

• BancasdecoletadeassinaturasemfavordaLei.

22 Relatório 4º Enajoc

Grupo: Políticas públicasde comunicação e juventudeMediadora: Vânia Correia

Participantes: Jhony Abreu, Letícia Cardoso, Sirley Cordeiro, Karol Coelho, Sebastian Roa, Suliene Fernandes, Juliana Lima, Joaquim Moura, Ingridy Almeida, Emilae Sena, Andrielle dos Santos, Danuse Queiroz, Victoria Satiro, Jeff erson Lemes, Thalyta Nascimento, Lusiane Alencar, Cid Lima, Matheus Fálico, Jéssica Moraes.

Propostas:

• Difundir a comunicação – melhorar a mediação e a comunicação externa e internamente.

• Utilizar a comunicação como ferramenta para a maior transparência no uso de recursos para políticas públicas de juventude.

• Ampliar e melhorar os veículos de comunicação estatais, disponibilizando um espaço para a juventude.

• Fortalecer o acesso da comunicação entre Estado e juventude.

Grupo: Educomunicação nas escolas Mediador: Alessandro Muniz

Participantes: Sâmela Borges,EvelinHaslinger,EmiliaMerlini,JanainaGallo,PauloGilberto Rodrigues de Lima, Cleide Fayad, Daniela Savietto, Fernanda Silva, Felipe Godoy, Jéssica Correa, Vinicius Rocha, NataliadeLima,ThabataLucas,GabrieleLuiz,ThaisBiancadaSilva, Henrique da Silva, Camila Virillo.

Propostas:

•Aumentar a participação dos jovens e estudantes no processo de tomada de decisões das escolas.

•Propor a construção de ações educomunicativas que não se limitem a questões tecnicistas, nem à comunicação e educação isoladamente, mas que comtemplem a transformação efetiva nas instituições formais.

• Estabelecer estratégias para aplicar essas atividades dentro das escolas.

23Relatório 4º Enajoc

Grupo: Mídia colaborativaMediador: Antonio Martins

Participantes: Nathalia Ferreira, Maria do Nascimento, Jéssica Delcarro, Sthephany Pinho, Jauiz da Silva, Leonardo Rodrigues, Marcos Araujo, Isabela Silva, Igor Nascimento,ThaisMoreira,JoséMarlon,JenicleideBarros,Sheila dos Santos, Lucas Souza, David Melo, Natalia da Costa, Arthur Silva, Elias de Sousa, Pedro da Silva.

Propostas:

• Processo de construção do texto e de projetos de forma colaborativa.

• Fortalecimento de redes colaborativas de abrangência nacional.

• Criação de cartilha de comunicação colaborativa.

• Pontuar políticas públicas de mídias colaborativas por meio de editais e projetos específi cos nessas questões.

Grupo: Comunicação, tecnologiae cultura de redeMediador: Luci Ferraz

Participantes: Jonatha dos Santos, Jenny De La Rosa, BrunaScoza,FelipeLaurindo,AmandaMartins,Lucas

Agostinho,AnaPauladaSilva,EliézerBueno,IgorNascimento, Claudia Ferraz, Reynaldo Azevedo, Jackson Alves, Ingrid Evangelista, Victória da Silva, Cindy daSilva,BiancaLima,FernandaQueiros,JessicaCorreia,VanessaBullin,FernandoConte,SaraMendes,Emilli Nicole, Raquel Ramos, Ingrid Lima, Amabile Theodoro.

Propostas:

• Programa de leitura critica das mídias digitais para entender o poder das mídias digitais.

• Agência de notícias com foco na criação de notícias com linguagem acessível, bem como web rádio como agência de notícias.

• Utilização de novas ferramentas de sensibilização junto aos professores, para que sejam aplicadas nas escolas.

24 Relatório 4º Enajoc

Planejamento da RenajocLocal: Prédio da Escola de Comunicação e Artes da USP

Data: 12 de julho de 2013

A facilitadora nacional da Renajoc, Evelyn Araripe, apresentou um panorama histórico da rede. Em 2008, a rede foi criada durante um encontro nacional de virajovens e sua estruturação se deu nos dois anos seguintes. Em 2010, a rede foi dividida em grupos de trabalho e um facilitador por região.

Evelyn falou sobre a criação e importância do Dia da Juventude Comunicativa, celebrado em 17 de outubro. Ressaltou ainda a importância de trazer mais adolescentes para a rede, principalmente através da atuação da Renajoc em escolas, pelo projeto Mais Educomunicação. Ela lembra ainda que atualmente a Renajoc utiliza a Viração como figura jurídica, principalmente para a captação de recursos financeiros. Além disso, destacou que a Renajoc possui representação no Conselho Nacional de Juventude (Conjuve).

Após essa abertura, foram chamados os facilitadores regionais para que expusessem para os demais presentes suas ações locais. Os facilitadores da Região Norte, Cláudia Ferraz e Jhony Abreu, relataram parcerias com cinco escolas estaduais onde realizam ações educomunicativas.

Luiz Felipe Silva, facilitador da Região Nordeste, disse que ministra palestras em algumas escolas de Ensino Médio e disponibiliza fichas de inscrição para os interessados em integrar a rede. Os facilitadores da Região Sul, Joaquim e Juliana, explicam que desenvolvem atividades do Mais Educomunicação na área de música, com atividades de jornal mural e também rádio na escola.

Luciano Frontelle, facilitador da Região Sudeste, atua em Sorocaba e estabeleceu parceria com a coordenação de uma escola em um bairro periférico da cidade. Leonardo Nora, integrante da Renajoc no Acre, relatou sobre oficinas de educomunicação quem tem realizado dentro de uma escola estadual com 50 adolescentes, e mesmo com a escola em greve os alunos continuaram participando das oficinas.

Jéssica Delcarro, integrante da rede no Espírito Santo, disse que já está realizando o terceiro encontro pelo Mais Educomunicação numa escola de ensino fundamental e médio. Os participantes já realizaram uma intervenção urbana com grafite em uma praça da cidade de Pinheiros (ES). Danuse Queiróz, facilitadora da Região Centro-Oeste, relatou sobre a articulação com instituições locais como a UniãoPlanetária,equeiniciarãoasoficinasemagostoemduasescolasdeBrasília(DF).

Reynaldo, também facilitador da Região Sudeste, compartilhou as ações que acontecerão no Dia C em Lavras (MG). Serão oficinas de grafite, entre outras, em bairros periféricos da cidade. Alessandro Muniz, outro facilitador da Região Nordeste, disse que integrou o Mais Educomunicação numa escola pública onde já atuava, onde só esse ano, já houve 15 encontros.

Evelyn ressalta que em São Paulo existe a parceria com uma escola na Zona Leste, onde são desenvolvidas atividades de jornal mural e fanzines. Christiane Thomazelli, integrante da Renajoc em Roraima,informouqueaprimeiraoficinaemBoaVista,começadia20dejulhoemumaescolaemqueatemática da educomunicação já é desenvolvida. Evelyn retomou explicando que a meta do projeto Mais Educomunicação é atingir 20 escolas, e hoje o programa conta com 15 escolas participantes. Por isso, a necessidade de expandir o projeto para demais cidades.

25Relatório 4º Enajoc

Propostas apresentadas:

•Pensaremnovasmaneirasparaentrarnasescolas.

•CriarumabibliotecadaRenajocparacompartilhardocumentos.Mapearosprogramasvoltadosparaos jovens dentro da TV pública.

•Realizarmaismomentosparatrocadeinformações.

•DivulgarparaoutrosEstadosoqueacontecenaRenajocembuscadenovosparticipantes.

•Disponibilizaroseditaisprontosparaquesejamadaptadosparaqueoutrospossamtambémcaptarrecursos.

Grupos de trabalho

Em cinco grupos de trabalho, os participantes deveriam debater sobre os desafi os da Renajoc. A metodologia utilizada nesse momento foi o “Word Café”, em que os participantes participam de três rodadas de debates em grupos diferentes, escolhidos aleatoreamente. As propostas apresentadas pelos grupos foram as seguintes:

Grupo 1Facilitadora Danuse Queiróz

1 – Institucionalizar a rede;

2 – Alimentar mídias sociais;

3 – Criar um tutorial para criação de projetos;

4 – Aumentar a captação de recursos;

5 – Criar um boletim mensal com as principais discussões;

6–MultiplicaroMaisEducomunicação;

7 – Pleitear espaços políticos nos estados;

8 – Mapear a Rede;

9 – Separar a Renajoc da Viração;

10 – Formações virtuais sobre Educomunicação.

26 Relatório 4º Enajoc

Grupo 2Faciltador Luciano Frontelle

1 – Poder expressar as mudanças que você quer na sua cidade e contexto através dos meios de comunicação;

2 – Manter a rede conectada;

3 – Manter ativa a proposta de soluções para encontrar meios de superar desafios conjuntos;

4 – Criar uma comunicação facilitada, através de linguagem acessível;

5 – Procurar novas plataformas para comunicação;

6–Ocuparosespaçospúblicos;

7 – Integrar mais adolescentes.

Grupo 3Facilitador Jhony Abreu

1 – Aumentar a cobertura colaborativa;

2 – Criar maneiras para que as pessoas se vejam na rede;

3 – Criar múltiplas lideranças para melhor divisão de tarefas;

4 – Mapear instituições e ações já realizadas;

5 – Desenvolver um memorial das ações;

6–Fortalecerferramentasjácriadas,comoFacebookeTwitter;

7 – Inserção da rede nos espaços de articulação politica;

8 – Desenvolver parcerias que possam contribuir com a Renajoc;

9 – Incentivar a diversidade na rede, convidando, por exemplo, comunidades indígenas para integrá-la;

10 – Produzir material didático informativo da rede, como uma cartilha de orientação;

11 – Aprofundar o projeto Mais Educomunicação.

27Relatório 4º Enajoc

Grupo 4Facilitadora Cláudia Ferraz

1 – Incentivar o direito do jovem à comunicação;

2 – Aumentar a incidência política da rede;

3 – Distinguir a Renajoc da Rede Virajovem;

4 – Aumentar a atuação no Conjuve;

5 – Elaborar uma ficha de adesão à rede;

6–Procurarparceriasparafortalecimento;

7 – Capitar recursos para a Renajoc;

8 – Institucionalizar a Renajoc a longo prazo.

Grupo 5Facilitador Alessandro Muniz

1 – Aprimorar espaços virtuais;

2 – Criar uma plataforma para compartilhar experiências, projetos e metodologias;

3 – Melhorar a comunicação interna e externa;

4 – Criar um grupo de trabalho especifico para produzir pequenas notas sobre o que acontece na rede;

5 – Simplificar a linguagem para que seja mais acessível e chegue aos adolescentes;

6–Utilizarlinguagensalternativasdeexpressão;

7 – Estabelecer metas para concretudes, através de ações pautadas;

8 – Esclarecer e divulgar os membros e parceiros da rede para que as pessoas saibam como se articular;

9 – Criar uma comissão com credencial para cobertura de eventos.

28 Relatório 4º Enajoc

Os participantes finalizaram concordando sobre a necessidade de um resgate histórico da Renajoc. Foi proposto pelos participantes que no período da tarde fossem divididos por regiões para realizar um planejamento direcionado e que a plenária final ficasse para o dia 13 de julho. Todos concordaram com a proposta.

Encaminhamentos dos Grupos de trabalho por Região:

Norte

• Subdividir a Região Norte em outras três para facilitar a ação;

•MarcarmaisreuniõesviaFacebookeSkype;

•CriarumgruponoFacebookparadiscutirquestões;

•Criarumcalendáriodeações;

•Elaborarumacartadeprincípios.

Nordeste

•Maiorrepresentaçãoemespaçospúblicos;

•Definirumaidentidade;

•Criarumconselhocentralparafacilitarações;

•Marcarreuniõespontuais;

•Desenvolverumaarticulaçãocomorganizaçõeslocais;

•Aumentaraincidênciapolítica.

29Relatório 4º Enajoc

Sul e Centro-Oeste

•Mobilizarparceiroseiniciardiálogoscomoutrasinstituições;

•Realizarreuniõesquinzenaisparaavaliaçãodasações;

•Elaborarnovosprojetosdeação.

Sudeste

•Criarumgrupodee-mails;

•Sistematizarações;

•Aumentarreuniõesviainternet;

•Criarumblog.

30 Relatório 4º Enajoc

Planejamento Renajoc e Revista Viração

Local: Sede Viração Educomunicação

Data: 13 de julho de 2013

Definição de estratégias de atuação da Renajoc para o biênio 2013-2014

Após discussão entre grupos divididos por regiões, foram propostas diversas iniciativas e metas para o fortalecimento e ação estratégica da Renajoc nos dois próximos anos. Seguem algumas das principais propostas apresentadas por regiões.

Nordeste

•AumentodocontatoentreosEstados;

•AcompanhamentodasatividadesrealizadasnosEstadosecidadesvizinhas;

•Fortalecimentodosmeiosdecomunicaçãoedeconhecimentoentreosintegrantes.

Sudeste

•Organizaçãodeumblogregionalparadivulgaraçõestantoparadentrodaregiãocomopara público externo;

•Realizaçãodereuniõesmensaisviainternet;

31Relatório 4º Enajoc

•OrganizaçãodeumgrupoparaparticipardoEncontroBrasileirodeEducomunicaçãoemsetembro próximo.

Norte

•CriaçãodeumapáginadogruporegionalnoFacebook;

•AcompanhamentodoandamentodoprojetoMais Educomunicação;

•MapeamentodasaçõeseducomunicativasrealizadasnaregiãoNorte;

•OrganizaçãodeumencontrodaRegiãoNorte;

•AçãoparaoDia“C”(17.10):reunircincorepresentantesdecadaescolamunicipalparapasseatanas cidades;

•Fortalecimentodaparticipaçãonosespaçosdecomunicaçãoediscussãojáexistentes(ex.:blogda Renajoc).

Sul e Centro-Oeste

•Mapeamentodeorganizaçõesparceirasejuventudescomunicativas;

•Fortalecimentododiálogocomparceiros,adolescentesejovenssobreaRede;

•Realizaçãodereuniõesquinzenaisparaavaliaçãodosprocessosetrocadeexperiências;

•Integraçãoentreespaços/eventosparaparticipaçãopolíticadasjuventudes(CMDCA,Conjuve,assembléias, seminários, conferências, ofi cinas);

•Elaboraçãodeprojetosecaptaçãoderecursosnascidades;

•Realizaçãodeumencontroregionalatéofinalde2013;

•Leitura,pelosnovosintegrantesdaRede,doGuia Mais Educomunicação, seguida de discussão de seu conteúdo com os facilitadores na próxima reunião virtual;

•RecolhimentodeformuláriosdeidentidadedosintegrantesdaRede;

•ReuniãodaRenajocCentro-Oesteem27/07/2013,alémdeoutrascomdemaisregiões.

32 Relatório 4º Enajoc

Metas gerais

Entre os desafios e metas listados pela equipe como temas a serem trabalhados no futuro pela Renajoc de forma geral, estão:

•Criaçãodeumacartadeprincípiosparaarede;

•RenovaroPlanodeAção;

•AmpliaraspautasdaRenajoc,contemplandoreflexõescríticassobreaeducaçãotradicionaleconstruindo ações sobre alternativas em educação;

•Fomentaraparticipaçãodeestudantesecoletivosjovensnosprocessosdedecisãodosistemaeducacional tradicional;

•Proporaconstruçãodeaçõeseducomunicativasnasescolasecidades,quenãoselimitemàdiscussão sobre comunicação/educação de maneira isolada, mas que contemplem uma transformação efetiva das estruturas sociais para favorecer o diálogo e a participação;

•Melhorarascomunicaçõesinternaeexternadarede.

•Ocuparefetivamenteosespaçosjáconstituídos,comoacadeiradaRenajocnaFrenteParlamentarpela Democratização da Comunicação, e revigorar a presença nas redes políticas tradicionais;

•Prepararplanosdeaçãoparaosprincipaiseventosdosegundosemestre,bemcomoparaeventosinternacionais do ano que vem (como a Copa do Mundo);

•Buscarfórunsligadosaosmovimentossociais;

•Estabelecerumacomissãocomprazosparaplanejamentodasatividadespolíticas;

•Organizarnúmerosdaredeelevantaroperfildopúblicoatendido;

•Pensaremsistemasdeavaliaçãoemensuraçãodasatividades;

•Otimizarasferramentasdecomunicação,comoGoogle+ e Phyrtual;

•Otimizarousodaslistasdee-mailefórunsvirtuais;

•Ocupareestabelecerparceriascomdiferentesespaçossociais,comoescolas,conselhos,postosdesaúde, universidades e grêmios estudantis;

•Intensificaraarticulaçãovirtualtambémparaaçõeslocais;

•Mobilizareducadoresparaampliararede;

•Simplificar/facilitaralinguagemeabordagemdaredeparaalcançaroadolescente;

•Incluirlinguagensalternativasnosprocessosformativos,comoteatro,música,grafite,etc.

33Relatório 4º Enajoc

Conjuve e Frente Parlamentar A permanência de Alex Pamplona como representante da Renajoc no Conjuve foi definida colegiadamente. Foi reforçado ainda o aspecto positivo da presença da Rede no Conjuve, embora considerando a necessidade de uma participação mais efetiva. Sugeriu-se a escolha de uma pessoa que possa ter diálogo mais próximo com Alex, auxiliando-o na atuação dentro do Conselho. Foi dada a ideia de incluir também a participação de pessoas de diferentes estados nas reuniões, assim como de intensificar as relações internacionais da rede. “É preciso pensar no que será a Renajoc num prazo de dez anos.”

Em relação à Frente Parlamentar, Danuse e Manassés se ofereceram para acompanhar as reuniões. Foi repassada ainda uma agenda comum das próximas atividades para toda a Renajoc, incluindo os eventos:

•Dia“C”(17.10)–sugestão:mobilizaçãodeassinaturasparaaleideiniciativapopular;

•CopadoMundoem2014;

•COP20noPeru,emnovembrode2014.

34 Relatório 4º Enajoc

Planejamento da Revista Viração Foi apresentado o novo layout da revista Viração, aprovado pelos participantes. Em seguida, todos se reuniram em grupos para traçar ações sobre pontos estratégicos da revista. Algumas das sugestões formuladas após a discussão foram:

•EnviodeideiasdepautadiretamenteparaogrupodarevistanoFacebook,enãoapenasparaomediador;

•FortalecimentodegruposregionaisdeVirajovens,semprepreservandoosensodeuniãogeraleconstrução coletiva;

•Maiorconhecimentodarevistacomoprodutoeditorial,enãoapenasdeseçõesisoladas.

•Olharasseçõesdarevistacomosolhosdoleitor;

•Darpreferênciaapautasquenãosãoabordadaspelosgrandesveículos;

•Realizaçãodeoficinasegruposdetrabalhoaplicandoostemasdarevista;

•Revisãodocritériodeseçõesfixasdarevistaetambémdapossibilidadederevezamentonosespaçosde opinião.

•Necessidadedemelhoradosistemadeenvioerecebimentodosexemplares,atualmenterealizadovia Correios, que tem apresentado frequentes atrasos.

•Desenvolvimentodeinstrumentosdemediçãodarecepçãodarevistaeestudosmaisaprofundadossobre o perfi l do público;

•Focoemabordagensatrativasdostemas,quedialoguemcomarealidadedojovem;

•MaiortrânsitodeconteúdosentreViraçãoeAgênciaJovem;

•Ampliarefortaleceradivulgaçãodarevistanasredessociaiseorganizaçõesparceiras;

•Campanhadecoletadeassinaturasanuaisdarevista.

Foi reafi rmada a importância de se ter nomes como Sérgio Rizzo e Novaes participando da revista de forma permanente. Em seguida, foi sugerida a possibilidade de deixar textos mais opinativos para o site da Agência Jovem de Notícias.

Participantes apontaram para a necessidade de reforçar as diferenças entre Viração, Agência Jovem e Renajoc – já que, atualmente, os três grupos ainda são formados, em sua maioria, pelos mesmos integrantes.

35Relatório 4º Enajoc

Avaliação do 4º Enajoc

Local: Hostel Paulista

Data: 14 de julho de 2013

Participantes:

No último dia do evento, foi realizada uma reunião geral para comentários e impressões a respeito do encontro, com a presença dos participantes que ainda estavam no Hostel. De acordo com os participantes, faltou um pouco de dinâmica em alguns painéis, especialmente aqueles realizados no Seminário por palestrantes acadêmicos, além de um tempo maior para discutir a revista. “A quase totalidade das pessoas entrou para a Renajoc por meio da Viração, conhecendo a rede depois. E o tempo para se discutir a revista, que foi o primeiro ponto de interesse de todos, foi pequeno”, disse Leonardo Nora,participantedeRioBranco.

Segundo eles, um dos pontos positivos do Encontro foi ter fugido da lógica dos eventos em geral, por ter sido autogestionável, o que fortaleceu o espírito de união. As dinâmicas também foram consideradas como importantes para que se pudesse diferenciar Viração de Renajoc. Seguem alguns depoimentos:

Marlon – “O evento foi muito proveitoso e exprimiu bem o momento pelo qual passam a revista e a rede. Todos tiveram oportunidade de falar o que pensam. Foi importante para clarificar conceitos e diferenças entre Rejanoc e Viração.”

Lilian – “Para nós da Viração, esse é um dos momentos mais ricos do ano. É quando podemos ouvir a todos pessoalmente, planejar em conjunto e começar a pensar com antecedência no que faremos no próximo ano.”

Joaquim – “Além da Viração fazer diferença para mim, vejo também o quanto ela faz diferença para os jovens em geral. A Viração é mágica, consegue falar de assuntos ‘chatos’ como política, fala de cultura, fala de muitas coisas que despertam o interesse e o pensamento. E é isso que faz meus olhos brilharem.”

36 Relatório 4º Enajoc

Ruim = ( Não virou

Regular = ] Deu pra se virar

Bom = ) Virou

Ótimo = D Viração Total

Avaliação:

Infra-estruturaNão virou Deu pra se virar Virou Viração Total

Faça a avaliação geral do encontro em relação às suas expectativas: 2 4 8 20

Não virou Deu pra se virar Virou Viração Total

Os espaços de atividades 1 7 15 13

Não virou Deu pra se virar Virou Viração Total

Hospedagem 3 5 15 13

Não virou Deu pra se virar Virou Viração Total

Alimentação 2 8 16 10

Não virou Deu pra se virar Virou Viração Total

Transporte/Traslado 3 5 13 15

Não virou Deu pra se virar Virou Viração Total

Materiais 2 15 18

Comentários: Hopedagem: muito bom o lugar, só que tinha poucos banheiros/ Alimentação virou, menos o café da manhã/ Foi ótimo, super aprovado/ Quartos muito pequenos na maioria, falta de organização nos horários de embarque, gerando muito desgaste dos participantes/ Muito bom o espaço do hostel; alimentação poderia ter sido melhor/ Fazer quartos com pessoas mais velhas que priorizam o sono. Não deu pra dormir com os jovens no quarto por causa do ruído/ Os encontros deveriam ocorrer com maior frequência.

37Relatório 4º Enajoc

MetodologiaNão virou Deu pra se virar Virou Viração Total

Programação geral 2 9 13 9

Não virou Deu pra se virar Virou Viração Total

Os espaços de atividades 1 7 15 13

Não virou Deu pra se virar Virou Viração Total

Atividades autogestionadas 2 15 16

Não virou Deu pra se virar Virou Viração Total

Facilitação 1 6 14 12

Não virou Deu pra se virar Virou Viração Total

Seminário 1 3 11 18

Comentários: As atividades autogestionadas eram tão boas que fiquei em dúvida sobre qual fazer/ Posicionamentos repetitivos, mas compreendo que faz parte da construção democrática/ A hospedagem foi boa, mas a bagunça do pessoal não ajudou muito/ Sugestão: vocês poderiam deixar tempo na programação pra andarmos pela cidade durante o dia/ Super importantes os espaços autogestionados para troca de saberes. É preciso incentivar que os núcleos e estados compartilhem suas práticas e saberes/ É sempre difícil dizer tudo em pouco tempo, sempre será pouco tempo.

38 Relatório 4º Enajoc

Aprendizados: O que você aprendeu durante esses dias aqui?

Não virou Deu pra se virar Virou Viração Total

Sobre comunicação e educomunicação 1 2 9 21

Não virou Deu pra se virar Virou Viração Total

Sobre o cenário das políticas de comunicação no Brasil 1 7 12 13

Não virou Deu pra se virar Virou Viração Total

Sobre a Renajoc 2 5 7 19

Não virou Deu pra se virar Virou Viração Total

Sobre a Viração 1 1 13 18

39Relatório 4º Enajoc

Atividades auto-gestionadas (responda sobre as que você participou)

Não virou Deu pra se virar Virou Viração Total

Ação em rede 8

Não virou Deu pra se virar Virou Viração Total

Comunicação e mediação 1 6

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Comunicação não violenta 2

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Sustentabilidade e mudanças climáticas 6

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A arte de escrever notícias na perspectiva da Educom 2 5

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Experiências e projetos educomunicativos 1 1 2

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Mídias sociais 2 2 1

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Podcast 1 2

Comentários:Asatividadesforamtop-top/ComrelaçãoàspolíticasdecomunicaçãonoBrasil,aindadesconheçomuita coisa sobre o assunto. Claro que isso depende muito do meu interesse, mas acredito que poderia ter sido mais trabalhado num sentido de formação política mesmo/ Parabéns ao condutor da atividade da arte de escrever notícias/ Foi muito pertinente para conhecer os processos de rede e todo o seu funcionamento/ Experiências inovadoraseexpectativasrenovadasaseremalcançadas/ParabénsaoBrunoFerreira.Arrasoueaoficinafoimuitoboa/ Só gostaria de ressaltar que alguns deixaram de cumprir com os acordos de convivência.

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Infra-estruturaNão virou Deu pra se virar Virou Viração Total

Você se sentiu bem, acolhido e feliz aqui nestes dias? 2 2 7 24

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Você acha possível usar o que aprendeu aqui em outros lugares? 1 1 9 24

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Você se sente mais motivado a desenvolver ações em sua cidade? 1 2 7 25

Comentários: Sem dúvidas, este encontro foi esclarecedor e motivador para atuações concretas em rede/ São Paulo é linda, o hostel é bom, mas as pessoas (colegas) não superaram as expectativas/ Ótimo! Gente interessante e interessada, construindo um mundo melhor/ Troca de experiências e saberes, o que causou vontade de promover e otimizar o trabalho já desenvolvido/ Senti falta de um momento para ir em algum ponto turístico de São Paulo. Não curti a quase “obrigação” de participar do protesto do dia 11.

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Avaliação em gráficosGeral

Infra-estrutura

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Metodologia

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Aprendizados: O que você aprendeu durante esses dias aqui?

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Atividades auto-gestionadas (responda sobreas que você participou)

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Últimas questões:

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