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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
CAMPUS ALTO PARAOPEBA
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA
LEITO FLUDIDIZADO
Alexandre R Vieira de Souza
Flávia Aparecida Araújo
José Luiz de Souza
Thaís G. Vieira do Nascimento
Viviane Aarão
Relatório apresentado ao curso de
Engenharia Química na disciplina de
Laboratório de Engenharia Química II do
Prof. Dr. José Luiz Vieira Neto.
Ouro Branco - MG
Janeiro/2013
1
Conteúdo
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................3
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................4
2.1. Queda de Pressão em um Leito Fluidizado................................................5
2.2. Velocidade de mínima fluidização...............................................................7
2.3 Porosidade Mínima de Fluidização..............................................................9
2.5. Perda de carga de mínima fluidização por balanço de forças................10
2.6. Tipo de Fluidização.....................................................................................10
3. METODOLOGIA EXPERIMENTAL........................................................11
3.1 Aparato experimental..................................................................................11
3.2. Procedimento experimental.......................................................................11
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................14
5. CONCLUSÃO...............................................................................................19
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA..........................................................20
2
1. INTRODUÇÃO
A fluidização baseia-se fundamentalmente na circulação de sólidos juntamente
com um fluido que pode ser um gás ou líquido impedindo que existam gradientes de
temperatura, de pontos muito ativos ou de regiões estagnadas no leito; proporcionando
também um maior contato superficial entre sólido e fluido, favorecendo a transferência
de massa e calor. [1]
A eficiência na utilização de um leito fluidizado depende em primeiro lugar do
conhecimento da velocidade mínima de fluidização. Abaixo desta velocidade o leito não
fluidiza; e muito acima dela, os sólidos são carregados para fora do leito, chamado
também de arraste. [1]
Dentre as aplicações mais comuns de leito fluidizado, pode-se se destacar as
técnicas que envolvam reações químicas tanto catalíticas quanto não catalíticas;
transferência de calor; mistura de sólidos; mistura de gases; secagem, dentre outros. [1]
As vantagens da fluidização são imensas, mas pode-se destacar: [1]
- Apresenta uma área superficial grande, porque as partículas podem ser bem
menores favorecendo a transferência de calor e massa;
- Oferece grandes velocidades de reação, comparados aos reatores de leito fixo,
devido à uniformidade do leito (ausência de gradientes);
- Aumento dos coeficientes de transferência de calor e massa, devido ao
aumento de condutância e uniformidade da temperatura;
Como desvantagens da fluidização pode-se destacar a erosão do equipamento
devido à freqüente impacto dos sólidos; é Impossível manter um gradiente axial de
temperatura e concentração, impossibilitando o favorecimento de uma reação específica
no caso de reações múltiplas. [1]
3
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fluidização é uma operação unitária que envolve a interação do sólido com um
fluído. Este fenômeno pode ser observado quando um leito de sólidos é submetido à
passagem vertical e ascendente de um fluído distribuído uniformemente por uma placa
perfurada que sustenta o leito. [1]
Durante o processo de fluidização pode-se observar diferentes regimes, os quais
são dependentes de diversos fatores como: estado físico do fluído, características do
sólido, densidade do fluído e do sólido, distribuição granulométrica do sólido e
velocidade do fluído. [1]
Na Figura 1, podem-se observar os regimes decorrentes no processo de
fluidização, do regime laminar ao turbulento. [2]
Figura 1: Etapas de fluidização [2]
Quando um fluído ascendente passa pela coluna de fluidização de partículas de
baixa granulometria a velocidades baixas o fluído infiltra nos espaços vazios entre as
partículas estacionárias. Isto é chamado de leito fixo como mostra a Figura 1.a.
4
Essa velocidade baixa faz com que o leito seja recém fluidizado, porém a
velocidade atingida ainda é mínima, entretanto já é capaz de suspender as partículas
pelo fluído escoante. Este estado é conhecido como estado de mínima fluidização.
Se aumentarmos a velocidade acima da mínima fluidização pode-se provocar
uma progressiva expansão do leito. Sendo assim o leito é chamado de leito fluidizado
particulado ou leito fluidizado homogêneo, isto é mostrado na Figura 1.b.
A altas taxas de escoamento ocorre grandes instabilidades como borbulhamento
e canalização. O leito não expande muito mais que o seu volume na mínima fluidização.
Este leito é conhecido como leito fluidizado agregativo, leito fluidizado heterogêneo ou
leito fluidizado borbulhante, como é mostrado na Figura 1.c.
Em um sistema de fluidização as bolhas formadas no fluído crescem e se
agregam conforme elas ascendem o leito. As partículas menores se agregam e se
aproximam mais da parede do leito e descem ficando mais ao redor das bolhas. Já as
partículas mais grosseiras a parte do leito que se encontra acima da bolha é empurrada
para cima funcionando como um pistão. Este regime é chamado de fluidização
intermitente, como mostra a Figura 1.d.
A velocidade terminal do sólido é excedida quando as partículas finas são
fluidizadas com velocidades relativamente altas de fluído. A superfície superior do leito
desaparece, e o transporte torna-se apreciável. Ao invés de se observar bolhas, se
observa-se um aglomerado de sólidos que rege um movimento turbulento. Isto
caracteriza a fluidização turbulenta, como podemos ver na Figura 1.e.
Com o aumento da velocidade do fluído, os sólidos são carregados do leito, que
caracteriza um leito fluidizado disperso, ou diluído com transporte pneumático de
sólidos, como é visto na Figura 1.f.
2.1. Queda de Pressão em um Leito Fluidizado
A perda de carga em um leito fluidizado pode ser explicada basicamente pela
equação de Ergun. Esta é uma equação semi-empírica, proveniente do equacionamento
realizado por Blake-Kozeny (equação para regime laminar) e do equacionamento
realizado por Burke-Plummer (equação para o regime turbulento). [2]
Ao final da década de 40, Ergun unificou as expressões de Blake-Kozeny e
Burke-Plummer, mostrando que a queda de pressão em leitos era composta de duas
5
contribuições: uma associada aos atritos viscosos, predominante na região laminar, e
outra, associada aos efeitos de inércia, predominante do regime turbulento. [2]
Equação de Blake-Kozeny:
(1)
Equação de Blake-Kozeny:
(2)
Somando-se as equações (1) e (2) tem-se a equação de Ergun (3):
(3)
Como nem todas as partículas utilizadas em um leito são esféricas, Ergun usa
um fator denominado esfericidade, para corrigir essa não esfericidade das partículas.
Assim a equação de Ergun é reescrita da seguinte forma:
(4)
Uma curva fluidodinâmica é uma relação entre a queda de pressão do leito de
partículas e a velocidade de escoamento do fluído. Essa curva característica é mostrada
na Figura 2.
Figura 2: Curva Fluidodinâmica
6
A região compreendida pelo intervalo AB é a região dita como leito fixo, ou
estático. O regime é quase sempre laminar, para Re < 10 e, portanto a equação de Ergun
pode ser aplicada. No ponto B a perda de carga é igual ao peso das partículas. O leito se
encontra quase em repouso contendo características de um fluído e é possível observar a
fluidez do leito. Neste ponto observa-se um rearranjo de partículas no leito. [2]
Já no ponto C ocorre a mínima fluidização, ou seja, há o início da fluidização. O
intervalo compreendido pela curva CD, indica o movimento desordenado das partículas
com freqüentes choques devido ao aumento da porosidade e menor perda de carga junto
com o aumento da velocidade. Nos intervalo correspondido por BD o leito é dito em
expansão. [2]
No ponto D a perda de carga começa a ficar constante, não há contato entre as
partículas. No intervalo DE a velocidade varia linearmente com a queda de pressão até
chegar ao ponto E, nesse intervalo podemos chamar de “leito em ebulição” ou
fluidização em batelada. No ponto E as partículas começam a ser carregadas pelo fluído
e perde-se a funcionalidade do sistema. A fluidização é dita contínua ou em fase diluída.
A partir daí ocorre o transporte pneumático. [2]
2.2. Velocidade de mínima fluidização
Corresponde ao ponto de intersecção entre a velocidade superficial do fluído e a
queda de pressão. A equação que descreve o que ocorre neste ponto é dada por
correlações empíricas existentes na literatura. Segundo KUNII e LEVENSPIEL (1991),
um método para obter a velocidade de mínima fluidização é por meio da composição da
queda de pressão do leito ao igualar-se ao peso aparente do leito por unidade de área
transversal:
(5)
Ao fluidizar o leito também passa a se obter valores diferentes de porosidade que
deverão sem aplicados na equação de Ergun. Quando o leito começa a fluidizar, tem-se
uma porosidade mínima de fluidização. Wen e Yu determinaram experimentalmente
uma equação para calcular porosidade ou esfericidade quando desconhecidas.
7
(6)
Se definir o numero de Reynolds como:
(7)
A equação de Ergun se converte a:
(8)
Substituindo a equação de Wen e Yu na equação acima tem-se:
(9)
Essa equação é válida para uma faixa de número de Reynolds entre 0,001 e 4000
com um erro de 25%.
Quando o escoamento é laminar o segundo termo da equação de Ergun pode ser
desprezado, ficando da seguinte forma:
(10)
Rearranjando a equação (10) considerando a equação (5) tem-se:
(11)
Esta equação é usada para o cálculo da velocidade mínima de fluidização em
regime laminar.
Para regime turbulento, o primeiro termo da equação de Ergun é negligenciado.
Dessa forma a equação (12) é usada para calcular a velocidade mínima de fluidização:
8
(12)
2.3 Porosidade Mínima de Fluidização
A porosidade aumenta do seu valor na condição de leito fixo. A porosidade para
qual começa a haver fluidização é chamada de porosidade de mínima fluidização .
A porosidade mínima de fluidização depende da forma e tamanho das partículas. Ela
pode ser obtida experimentalmente a partir da equação (13): [4]
(13)
Outras correlações são normalmente empregadas para se obter a porosidade, a
velocidade, a altura e a perda de carga de mínima fluidização tais como as correlações
de Pavlov, Romankov e Noscov e balanço de forças. O tipo de fluidização pode ser
obtido através da correlação de Wilhelm e Kwauk. [4]
2.4. Correlação de Pavlov, Romankov e Noscov:
Usada para calcular a velocidade, a porosidade e altura mínima de
fluidização.
A velocidade mínima de fluidização pode ser obtida pela equação (14). [4]
(14)
Sendo
Onde é o número de Arquimedes = ;
= Número de Galileu =
e, é a razão de densidades =
A porosidade de mínima fluidização pode ser obtida pela equação (15).
9
(15)
A altura de mínima fluidização é obtida pela equação (16).
(16)
Onde L corresponde a altura que o volume de sólidos ocuparia se a porosidade
fosse igual a zero,
,
onde corresponde ao volume de sólidos.
2.5. Perda de carga de mínima fluidização por balanço de forças
Através da correlação de balanço de forças a perda de carga de mínima
fluidização é obtida a partir da equação (17). [4]
(17)
O erro entre as correlações e os dados experimentais é calculado a partir da
equação (18):
(18)
2.6. Tipo de Fluidização
O tipo de fluidização, particulada ou agregativa, pode ser determinado pela
correlação de Wilhelm e Kwauk. O critério é o número de Froude, Frmf: [4]
(19)
Se fluidização particulada
Se fluidização agregativa
10
3. METODOLOGIA EXPERIMENTAL
3.1. Aparato experimental
Materiais e Vidrarias:
Os materiais e vidrarias suporte foram cronômetro marca Herweg, béquer de
plástico de 4L; Esferas de vidro de 3mm de diâmetro, termômetro e balança analítica
marca Elgin DP-15plus.
Reagentes:
Os reagentes usados foram Tetracloreto de Carbono com teor de 99,5% da
empresa Vetec, Água destilada e corante alimentício para colorir a água do tanque.
3.2. Procedimento experimental
Inicialmente coloque o plugue elétrico na tomada após verificar a voltagem;
Coloque no leito uma massa de esferas de vidro entre 150 e 200 g;
Ligue a bomba e abra a válvula conectada na saída da mesma (uma vazão
exagerada pode deslocar o fluido do manômetro para fora do mesmo);
11
Retire as bolhas de ar de todas as tubulações e anote a altura da sonda. Para
retirar o ar dos dutos siga o método a seguir:
1. Fixe a sonda de pressão, por exemplo, com a base da sonda a 30 cm da tela de
suporte do leito de esfera;
2. Feche todas as válvulas (ATENÇÃO - as válvulas são de agulha e necessitam
de POUCO aperto para fechar. A válvula "E" é de gaveta;
3. Ligue a bomba;
4. Abra lentamente a válvula "E" até que a água passe pela base da sonda e
preencha totalmente a coluna do leito. Feche a válvula "E";
5. Abra totalmente a válvula "G" do tubo em "U" e abra lentamente a "D" para
retirar o ar dos dutos tomando cuidado para que o tetracloreto de carbono não saia do
tubo em "U". Acompanhe a saída do ar pela base da sonda;
6. Fecha a válvula "D" e, em seguida, a "G". ATENÇÃO: a válvula "D" deve ser
fechada antes que a "G" para não pressurizar a linha e retirar o tetracloreto do tubo em
"U". Abra a válvula "F" e desligue a bomba. A unidade está pronta para as medidas da
perda de carga do leito e, para isto, ligue a bomba e abra lentamente a válvula gaveta
"E";
7. Após as medidas de pressão em função da vazão abra totalmente a válvula
"G" do manômetro com o tetracloreto antes de desligar a bomba para que este fluido
não saia do tubo em "U".
Feche a válvula na saída da bomba e a abra lentamente até a fluidização do leito;
Marque no tubo em "U" do ∆P do distribuidor a diferença de nível do
tetracloreto no ponto que inicia a fluidização. Divida esta diferença de nível em 3 partes
até a vazão zero ( duas vazões com leito fixo e uma no ponto de início da fluidização).
Marque outras duas vazões acima do ponto de início da fluidização (perda de carga
praticamente constante) e um ponto com as esferas acima da sonda (queda na perda de
carga);
Feche a válvula da saída da bomba;
Provoque uma vibração no leito (com CUIDADO) para recompactar os sólidos;
12
Meça para cada um dos seis pontos na operação de expansão do leito
(aumentando-se a vazão):
1) A altura da coluna de tetracloreto de carbono no tubo em "U" do ∆P do
distribuidor (htetra). Meça cada uma das vazões (massa por unidade de tempo);
2) A altura da coluna de tetracloreto de carbono no tubo em "U" do leito (ΔP);
3) A altura do leito (L);
4) A temperatura da água.
Anote o tipo de fluidização: particulada ou agregativa;
Repita as medidas do passo anterior para a contração do leito diminuindo-se a
vazão para obter h'tetra, ΔP ' e L';
Retire as esferas do leito e determine a altura da coluna de tetracloreto do tubo
em "U" do ΔP di distribuidor para os seis pontos se for de interesse o estudos do
comportamento do distribuidor;
Abra totalmente a válvula (G) do manômetro com tetracloreto, desligue a bomba
e esgote a água da unidade;
Meça o diâmetro das esferas e o diâmetro interno do leito (Di).
13
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na tabela 1 estão descritos os dados coletados durante o procedimento.
Tabela 1: Dados do experimento
Ponto M1(Kg)
M2(Kg)
M3(Kg)
T1(s) T2(s) T3(s) L(cm) h
tetra(cm)
1 1,708 1,708 1,704 20,19 20,03 20,13 7 1,6
2 1,906 1,918 1,902 19,78 20,73 19,72 7 6,0
3 2,044 2,038 2,03 20,28 20,72 20,44 7 9,2
4 2,080 2,07 2,076 15,94 15,41 15,65 7,2 12,8
5 2,106 2,12 2,102 15,31 15,44 15,07 7,5 12,9
6 2,188 2,16 2,14 16,28 15,28 14,87 7,7 12,9
7 2,264 2,222 2,188 16,03 15,22 14,75 8,1 12,9
9 2,254 2,214 2,256 10,94 10,18 10,62 9,6 13,8
10 2,684 2,492 2,43 12,28 10,16 9,47 12 14,6
11 2,272 2,324 2,33 5,19 5,12 5,41 19 16,7
12 2,546 2,584 2,452 5,19 5,07 4,63 29 19
13 2,69 2,65 2,634 4,88 5,12 5,13 36 18,7
Na Tabela 1, M corresponde a massa de água coletada, T é o tempo de coleta,
L corresponde a altura do leito de partículas e h tetra corresponde a altura de tetracloreto
de carbono no tubo em U.
A partir dos dados experimentais a queda de pressão pode ser calculada a partir
da equação (20):
(20)
Onde, é a altura de tetracloreto de carbono no tubo em U, é o peso
específico do tetracloreto de carbono igual a 1549 kgf/m³, é o peso específico da
água igual a 996,25 kgf/m³ e é a distância entre a tomada de pressão
imediatamente acima do distribuidor e a tomada de pressão da sonda na parte superior
do leito. Dessa forma, para cada variação de velocidade superficial de escoamento do
14
liquido há uma perda de carga assimilada. A velocidade superficial também pode ser
calculada a partir dos dados de massa, tempo e área do leito de acordo com a equação
(21):
(21)
Onde u é a velocidade de escoamento, é a massa de água coletada, t é o
tempo de coleta, é a massa específica da água igual a 1000 kg/m³, e é a área do
leito. O diâmetro do leito é de 0,044 m.
De posse das equações 20 e 21 foi calculada a queda de pressão e velocidade de
escoamento para diferentes pontos. Os resultados são descritos na Tabela 2.
Tabela 2: Cálculos da perda de carga e velocidade superficial no leito
Ponto ΔP(Pa) Log ΔP(Pa) U(m/h) L(cm)
1 2940,808 3,468466634 19,39029 8
2 2943,572 3,468874589 22,38100 8
3 2965,129 3,472043556 43,26681 8
4 2982,817 3,474626573 57,29833 8
5 3002,716 3,477514222 80,64676 8,2
6 3003,269 3,477594161 87,98796 8,5
7 3003,269 3,477594161 95,02091 8,7
8 3003,269 3,477594161 105,4234 9,1
9 3008,243 3,478312951 156,5976 10,6
10 3012,665 3,478950878 221,3011 13
11 3024,273 3,480620992 346,6697 20
12 3036,986 3,482442826 470,2184 30
13 3035,328 3,482205628 524,7020 37
A partir dos dados coletados e dos cálculos da tabela 2 foram construídos
gráficos da queda de pressão em função da velocidade superficial, do log da queda de
pressão em função da velocidade superficial e da altura do leito em função da
15
velocidade superficial. Esses gráficos são mostrados nas figuras 3, 4 e 5
respectivamente.
Figura 3: Gráfico da queda de pressão em função da velocidade superficial
Figura 4: Gráfico do log da queda de pressão em função da velocidade superficial
16
Figura 5: Altura do leito em função da velocidade superficial
Observa-se no gráfico da figura 3, que na velocidade de 80,64676 m/h a força de
atrito entre as partículas provoca um aumento da velocidade e com isso o aparecimento
de um ponto de maior perda de carga antes da fluidização. Logo esta velocidade é
considerada a velocidade mínima de fluidização, e a mesma corresponde a uma perda de
carga de mínima fluidização de 3002,716 Pa. A partir deste ponto o leito é considerado
fluidizado. No entanto o aumento da perda de carga após este ponto decorre de vários
fatores tais como atrito entre as partículas e a parede do leito, aglomeração de partículas
pequenas e canais preferenciais que geram instabilidade.
A porosidade de mínima fluidização ( experimental é definida por:
(22)
Onde,
Sendo a altura do leito sem vazios e a altura mínima de fluidização,
é a massa de partículas no leito que foi de 150 g, o diâmetro interno do
leito, 0,044m, e é a massa específica do sólido (esferas de vidro) que, de acordo com
a literatura, é 2430kg/m³.
17
Para a velocidade mínima de fluidização de 80,64676 m/h, a altura do leito de
partículas é de 8,2cm, de acordo com a Tabela 2. Essa altura corresponde a altura
mínima de fluidização, .
Assim, de acordo com a equação (22), a porosidade de mínima fluidização (
experimental é de 0,50488.
Através das correlações de Pavlov, Romankov, Noscov e das equações de Ergun
e de balanço é possível determinar os valores de velocidade, porosidade, altura e queda
de pressão de mínima fluidização. Estes valores são apresentados na tabela abaixo
relacionando os valores experimentais aos valores calculados, os seus respectivos
desvios e as equações correspondentes.
Tabela 3: Tabela de relação entre os dados experimentais e calculados
EXPERIMETNALFORMA DE
AVALLIAÇÃOCALCULADO
FORMADE AVALIAÇÃO
DESVIO
VELOCIDADE MÍNIMA DE
FLUIDIZAÇÃO80,64676 m/h Equação 21 103 m/h Equação 14 27,70%
ALTURA MÍNIMA DE FLUIDIZAÇÃO
8,2 cmDados
experimentais6,5 cm Equação 16 20,70%
POROSIDADE MÍNIMA DE
FLUIDIZAÇÃO0,50488 Equação 22 0,3843 Equação 15 23%
QUEDA DE PRESSÃO DE
MÍNIMA FLUIDIZAÇÃO
3002,716 Pa Equação 20
568,61 Pa (Balanço) 522,18 Pa (Ergum)
Equação 17 (Balanço) Equação 3
(Ergum)
81,07% (Balanço)
82,6% (Ergum)
O tipo de fluidização foi calculado de acordo com as correlações de Wilhelm e
Kwauk (equação 19). O valor do número de Froude apresentado foi de 0,017 para a
velocidade de mínima fluidização experimental e 0,0281 para a velocidade de mínima
fluidização calculada. Este dois valores são menores que 0,13, logo a fluidização é
considerada particulada para o critério do número de Froude.
18
5. CONCLUSÃO
Pode se observar pela discussão de dados que os desvios entre os valores de
porosidade, altura e velocidade de mínima fluidização calculado e experimental estão
relativamente baixos, no entanto, para a queda de pressão de mínima fluidização o
desvio entre o valor calculado e experimental apresentou um valor muito alto. Isso
ocorre devido a não consideração da queda de pressão na tela que suporta as esferas do
leito, a mesma gera uma perda de carga que deveria ser subtraída dos valores coletados
experimentalmente. Já as correlações de Ergun e de balanço de forças efetuam os
cálculos considerando apenas o leito de fluidização. Logo estas correlações denotam
maior confiabilidade neste experimento.
Os dados poderiam ser ainda mais precisos se a coleta de dados experimentais
fosse feita usando medidores mais precisos como rotâmetros e manômetros digitais.
19
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Operações Unitárias de Transferência de Quantidade de Movimento. Prof.
REGINA DE FÁTIMA PERALTA MUNIZ MOREIRA. Disponível em :
www.enq.uf sc.br/disci/eqa5313/Fluidizacao.htm. Acesso em 16 de janeiro de 2013.
[2] LINDEMANN, C.; SCHMIDT W. V.Leito Fluidizado. Rio Grande 2010.
[3] FOUST, A. S.; WENZEL, L. A.; CLUMP, L. W. Princípios das operações
unitárias. 2° Ed. Editora: Livros Técnicos e Científicos, 1980;
[4] LUPORINI, S.; SUNE, L.; Operações unitárias da indústria química.
Universidade Federal da Bahia – Escola Politécnica, Departamento de Engenharia
Química, Mestrado em Engenharia Química, 2002.
[5] JUNIOR, D.; M,; SILVA, M.; M.; Leito Fluidizado, perda de carga e velocidade
mínima de fluidização, Laboratório de operações unitárias 2, Universidade de Santa
Cecília.
20