_relatório
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1. INTRODUÇÃO
Os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes do planeta Terra. [...] Certos carboidratos (açúcar comum e amido) são a maior base da dieta na maior parte do mundo e a oxidação dos carboidratos é a principal via metabólica fornecedora de energia na maioria das células não-fotossintética. Polímeros insolúveis de carboidratos funcionam tanto como elementos estruturais quanto de proteção nas paredes celulares bacterianas e vegetais e nos tecidos conjuntivos de animais. Outros polímeros de carboidratos agem como lubrificantes das articulações esqueléticas e participam do reconhecimento e coesão entre as células. (LEHNINGER, 2006)
Os hidratos de carbono, glicídios ou açúcares, como também são chamados os
carboidratos são compostos que, em geral, apresentam fórmula empírica (CH2O)n. São
poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas, ou substâncias que, hidrolisadas, liberam estes
compostos. Carboidratos com sabor doce, como sacarose, glicose e frutose, comuns na
alimentação humana, são chamados açucares (sakcharon, em grego).
A classificação dos carboidratos é feita de acordo com o tamanho que estes
assumem. São então classificados como monossacarídeos, oligossacarídeos ou
polissacarídeos. Os carboidratos também podem ser encontrados em associação com
outras biomoléculas, sejam elas proteínas ou lipídios, que, de uma forma geral, originam
os chamados glicoconjugados.
O Reagente de Benedict (também chamado de Solução de Benedict ou Teste de
Benedict), é um reagente químico de cor azulada, desenvolvido pelo químico americano
Stanley Rossiter Benedict, geralmente usado para detectar a presença de açúcares e
açúcares redutores, nos quais se incluem glicose, galactose, lactose, maltose e manose.
O Reagente de Benedict consiste, basicamente, de uma solução de sulfato cúprico em
meio alcalino (com muitos íons OH-); e pode ser preparado através do carbonato de
sódio, citrato de sódio e sulfato cúprico. Este reagente, também chamado de gayder,
vendido em farmácias de manipulação, é usado geralmente no lugar da solução de
Fehling para detectar excesso de açúcar na urina e dectar uma possível diabetes.
2. OBJETIVO
Caracterizar a presença de açúcares, mais precisamente de açúcares redutores,
em material biológico.
3. MATERIAL E MÉTODOS
Na decorrida prática laboratorial, foi realizada uma experiência na qual se
utilizaram seis tubos de ensaio e seis substâncias diferentes, enumeradas de 1 a 6, onde
se adicionou 2mL de cada substância em cada tubo. As substâncias eram água destilada
(1), amido (2), frutose (3), sacarose (4), glucose (5) e aspartame (6). Em seguida
adicionou-se 2mL de reagente de Benedict em cada tubo e, por último levou-se ao
banho-maria por dez minutos para aquecer todas as soluções a uma temperatura
próxima a 100°C.
4. RESULTADOS
Finalizados todos os procedimentos de preparação das amostras e aquecimento em
banho-maria observaram-se os seguintes resultados:
Tabela 1.0 – Comparação das colorações de cada solução antes e depois da homogeneização em banho-maria.
TubosAmostras
(2ml)Reagente de Benedict
(2ml)Após 10 min. em
banho-maria
1 H2OAzul da mesma cor do reagente
de BenedictAzul da mesma cor do reagente
de Benedict
2 AmidoAzul da mesma cor do reagente
de Benedict (leitoso)Azul da mesma cor do reagente
de Benedict (leitoso)
3 FrutoseAzul da mesma cor do reagente
de BenedictVermelho tijolo
4 SacaroseAzul da mesma cor do reagente
de BenedictMarrom
5 GlucoseAzul da mesma cor do reagente
de BenedictVermelho tijolo
6 AspartameAzul da mesma cor do reagente
de BenedictVermelho alaranjado
Fonte: Laboratório de bioquímica – FAESF
O aparecimento de um precipitado de coloração de vermelho a marrom indica que
os íons Cu2+ do reagente de Benedict foram reduzidos a Cu+, indicando presença de
açúcar redutor.
5. DISCUSSÕES
No dia-a-dia dos laboratórios, em meio a testes e análises, algumas vezes faz-se
necessário a identificação de substâncias desconhecidas pra melhores estudos. Para
tanto, existem várias técnicas laboratoriais baseadas em reagentes que são utilizados
para a identificação dessas substâncias.
Alguns carboidratos possuem um grupamento - OH (hidroxila) livre no carbono 1
de suas moléculas, enquanto outros não. Observa-se que os açúcares que apresentam a
hidroxila livre no C-1 são bons agentes redutores. Por esse motivo a extremidade que
contém o - OH passa a ser chamada extremidade redutora e o açúcar, de açúcar redutor.
A capacidade que esses compostos apresentam de reduzir íons metálicos em soluções
alcalinas é um bom método de identificação desses compostos.
Os carboidratos redutores possuem grupos aldeídos ou cetonas livres ou
potencialmente livres, sofrendo oxidação em solução alcalina de íons metálicos como o
cobre. Os íons cúpricos (Cu++) são reduzidos pela carbonila dos carboidratos a íons
cuprosos (Cu+) formando o óxido cuproso, que tem cor vermelho tijolo. A glicose, por
exemplo, é oxidada a ácido glicurônico, reduzindo íons cúpricos a íons cuprosos. Já a
sacarose não sofre oxidação porque possui dois carbonos anoméricos envolvidos na
ligação glicosídica.
A reação abaixo esquematiza o princípio da prova de Benedict, baseada na
redução de íons Cu2+ a Cu+, com formação de um precipitado vermelho ou amarelo:
Nessa reação, o aparecimento de um precipitado de coloração vermelho-tijolo
indica que os íons Cu2+ do reagente de Benedict foram reduzidos a Cu+, indicando a
presença de um açúcar redutor.
Dessa forma, em nossas experiências, após colocar as soluções preparadas em
banho-maria por 10 minutos, obtiveram-se as seguintes observações: a água destilada
(H2O) ficou com a mesma cor do reagente de Benedict, pois não possui carboidratos; na
segunda amostra (amido) houve reação negativa apesar de ser um carboidrato do tipo
homopolissacarídeo, pelo fato de não ser um açúcar redutor, permanecendo então a cor
do reagente de Benedict com um aspecto leitoso; na terceira amostra (frutose) obteve-se
resultado positivo para carboidrato redutor, devido ao aparecimento da cor vermelho
tijolo; a quarta amostra (sacarose) também com resultado positivo e a reação apresentou
uma cor marrom; na quinta amostra (glucose) houve a reação e obteve cor vermelho
tijolo e na ultima amostra (aspartame) também com resultado positivo e obtendo uma
cor vermelho alaranjado.
De onde se conclui que a glucose, a frutose e o aspartame possuem poder redutor
notável. O amido sendo um açúcar deveria apresentar uma coloração avermelhada, no
entanto não há alteração da cor ao adicionar o reagente de Benedict porque o amido é
um homopolisacarídeo não-redutor, e enquanto não houver hidrólise não haverá reação
por isso a cor permanecerá azul original a do reagente. A sacarose, que não é um açúcar
redutor deu teste positivo. Uma das possíveis causas para este ocorrido é que a sacarose
pode ter sofrido hidrólise parcial originando uma pequena quantidade de moléculas de
glicose e frutose na solução. A glicose e a frutose são açúcares redutores e reagem com
Benedict.
6. CONCLUSÃO
De acordo com o teste de Benedict, verificou-se uma ferramenta importante para a
identificação de açúcares redutores devido à capacidade destes açúcares de reduzir os
íons de cobre advindos do Benedict e formar compostos com cores como vermelho e
marrom que são bem distintas do azul claro inicial do reagente.
Conclui-se que o reagente de Benedict só reage quando adicionado a uma
substância que possui carbono anomérico livre, como frutose, glucose e aspartame. Já
com as demais amostras o teste deu ou deveria ter dado negativo, pois não se verifica a
presença de carbono anomérico livre, inclusive com a água que nem carboidrato possui
na sua estrutura.
7. REFERÊNCIAS
LEHNINGER, A.L.; NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica. 2. ed.
São Paulo: Sarvier, 2000. 839p.
MARZZOCO, Anita., TORRES, Bayardo Baptista. Bioquímica Básica. 2ªed. Rio de
Janeiro, 1999.
<http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/guia_praticas.htm> Acesso em 30 de
abr. de 2012.
<http://intermed99.vilabol.uol.com.br/bioquimica2.html> Acesso em 30 de abr. de
2012.
<http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/praticas_ch/benedict.htm> Acesso em
30 de abr. de 2012.