_relatório

11
1. INTRODUÇÃO Os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes do planeta Terra. [...] Certos carboidratos (açúcar comum e amido) são a maior base da dieta na maior parte do mundo e a oxidação dos carboidratos é a principal via metabólica fornecedora de energia na maioria das células não-fotossintética. Polímeros insolúveis de carboidratos funcionam tanto como elementos estruturais quanto de proteção nas paredes celulares bacterianas e vegetais e nos tecidos conjuntivos de animais. Outros polímeros de carboidratos agem como lubrificantes das articulações esqueléticas e participam do reconhecimento e coesão entre as células. (LEHNINGER, 2006) Os hidratos de carbono, glicídios ou açúcares, como também são chamados os carboidratos são compostos que, em geral, apresentam fórmula empírica (CH 2 O) n . São poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas, ou substâncias que, hidrolisadas, liberam estes compostos. Carboidratos com sabor doce, como sacarose, glicose e frutose, comuns na alimentação humana, são chamados açucares (sakcharon, em grego). A classificação dos carboidratos é feita de acordo com o tamanho que estes assumem. São então classificados como monossacarídeos, oligossacarídeos ou polissacarídeos. Os carboidratos também podem ser encontrados em associação com outras biomoléculas, sejam elas proteínas ou lipídios, que, de uma forma geral, originam os chamados glicoconjugados. O Reagente de Benedict (também chamado de Solução de Benedict ou Teste de Benedict), é um reagente químico de cor azulada, desenvolvido pelo químico americano Stanley

description

relatório pratica

Transcript of _relatório

Page 1: _relatório

1. INTRODUÇÃO

Os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes do planeta Terra. [...] Certos carboidratos (açúcar comum e amido) são a maior base da dieta na maior parte do mundo e a oxidação dos carboidratos é a principal via metabólica fornecedora de energia na maioria das células não-fotossintética. Polímeros insolúveis de carboidratos funcionam tanto como elementos estruturais quanto de proteção nas paredes celulares bacterianas e vegetais e nos tecidos conjuntivos de animais. Outros polímeros de carboidratos agem como lubrificantes das articulações esqueléticas e participam do reconhecimento e coesão entre as células. (LEHNINGER, 2006)

Os hidratos de carbono, glicídios ou açúcares, como também são chamados os

carboidratos são compostos que, em geral, apresentam fórmula empírica (CH2O)n. São

poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas, ou substâncias que, hidrolisadas, liberam estes

compostos. Carboidratos com sabor doce, como sacarose, glicose e frutose, comuns na

alimentação humana, são chamados açucares (sakcharon, em grego).

A classificação dos carboidratos é feita de acordo com o tamanho que estes

assumem. São então classificados como monossacarídeos, oligossacarídeos ou

polissacarídeos. Os carboidratos também podem ser encontrados em associação com

outras biomoléculas, sejam elas proteínas ou lipídios, que, de uma forma geral, originam

os chamados glicoconjugados.

O Reagente de Benedict (também chamado de Solução de Benedict ou Teste de

Benedict), é um reagente químico de cor azulada, desenvolvido pelo químico americano

Stanley Rossiter Benedict, geralmente usado para detectar a presença de açúcares e

açúcares redutores, nos quais se incluem glicose, galactose, lactose, maltose e manose.

O Reagente de Benedict consiste, basicamente, de uma solução de sulfato cúprico em

meio alcalino (com muitos íons OH-); e pode ser preparado através do carbonato de

sódio, citrato de sódio e sulfato cúprico. Este reagente, também chamado de gayder,

vendido em farmácias de manipulação, é usado geralmente no lugar da solução de

Fehling para detectar excesso de açúcar na urina e dectar uma possível diabetes.

Page 2: _relatório

2. OBJETIVO

Caracterizar a presença de açúcares, mais precisamente de açúcares redutores,

em material biológico.

Page 3: _relatório

3. MATERIAL E MÉTODOS

Na decorrida prática laboratorial, foi realizada uma experiência na qual se

utilizaram seis tubos de ensaio e seis substâncias diferentes, enumeradas de 1 a 6, onde

se adicionou 2mL de cada substância em cada tubo. As substâncias eram água destilada

(1), amido (2), frutose (3), sacarose (4), glucose (5) e aspartame (6). Em seguida

adicionou-se 2mL de reagente de Benedict em cada tubo e, por último levou-se ao

banho-maria por dez minutos para aquecer todas as soluções a uma temperatura

próxima a 100°C.

Page 4: _relatório

4. RESULTADOS

Finalizados todos os procedimentos de preparação das amostras e aquecimento em

banho-maria observaram-se os seguintes resultados:

Tabela 1.0 – Comparação das colorações de cada solução antes e depois da homogeneização em banho-maria.

TubosAmostras

(2ml)Reagente de Benedict

(2ml)Após 10 min. em

banho-maria

1 H2OAzul da mesma cor do reagente

de BenedictAzul da mesma cor do reagente

de Benedict

2 AmidoAzul da mesma cor do reagente

de Benedict (leitoso)Azul da mesma cor do reagente

de Benedict (leitoso)

3 FrutoseAzul da mesma cor do reagente

de BenedictVermelho tijolo

4 SacaroseAzul da mesma cor do reagente

de BenedictMarrom

5 GlucoseAzul da mesma cor do reagente

de BenedictVermelho tijolo

6 AspartameAzul da mesma cor do reagente

de BenedictVermelho alaranjado

Fonte: Laboratório de bioquímica – FAESF

O aparecimento de um precipitado de coloração de vermelho a marrom indica que

os íons Cu2+ do reagente de Benedict foram reduzidos a Cu+, indicando presença de

açúcar redutor.

5. DISCUSSÕES

No dia-a-dia dos laboratórios, em meio a testes e análises, algumas vezes faz-se

necessário a identificação de substâncias desconhecidas pra melhores estudos. Para

Page 5: _relatório

tanto, existem várias técnicas laboratoriais baseadas em reagentes que são utilizados

para a identificação dessas substâncias.

Alguns carboidratos possuem um grupamento - OH (hidroxila) livre no carbono 1

de suas moléculas, enquanto outros não. Observa-se que os açúcares que apresentam a

hidroxila livre no C-1 são bons agentes redutores. Por esse motivo a extremidade que

contém o - OH passa a ser chamada extremidade redutora e o açúcar, de açúcar redutor.

A capacidade que esses compostos apresentam de reduzir íons metálicos em soluções

alcalinas é um bom método de identificação desses compostos.

Os carboidratos redutores possuem grupos aldeídos ou cetonas livres ou

potencialmente livres, sofrendo oxidação em solução alcalina de íons metálicos como o

cobre. Os íons cúpricos (Cu++) são reduzidos pela carbonila dos carboidratos a íons

cuprosos (Cu+) formando o óxido cuproso, que tem cor vermelho tijolo. A glicose, por

exemplo, é oxidada a ácido glicurônico, reduzindo íons cúpricos a íons cuprosos. Já a

sacarose não sofre oxidação porque possui dois carbonos anoméricos envolvidos na

ligação glicosídica.

A reação abaixo esquematiza o princípio da prova de Benedict, baseada na

redução de íons Cu2+ a Cu+, com formação de um precipitado vermelho ou amarelo:

Nessa reação, o aparecimento de um precipitado de coloração vermelho-tijolo

indica que os íons Cu2+ do reagente de Benedict foram reduzidos a Cu+, indicando a

presença de um açúcar redutor.

Dessa forma, em nossas experiências, após colocar as soluções preparadas em

banho-maria por 10 minutos, obtiveram-se as seguintes observações: a água destilada

(H2O) ficou com a mesma cor do reagente de Benedict, pois não possui carboidratos; na

segunda amostra (amido) houve reação negativa apesar de ser um carboidrato do tipo

homopolissacarídeo, pelo fato de não ser um açúcar redutor, permanecendo então a cor

do reagente de Benedict com um aspecto leitoso; na terceira amostra (frutose) obteve-se

resultado positivo para carboidrato redutor, devido ao aparecimento da cor vermelho

Page 6: _relatório

tijolo; a quarta amostra (sacarose) também com resultado positivo e a reação apresentou

uma cor marrom; na quinta amostra (glucose) houve a reação e obteve cor vermelho

tijolo e na ultima amostra (aspartame) também com resultado positivo e obtendo uma

cor vermelho alaranjado.

De onde se conclui que a glucose, a frutose e o aspartame possuem poder redutor

notável. O amido sendo um açúcar deveria apresentar uma coloração avermelhada, no

entanto não há alteração da cor ao adicionar o reagente de Benedict porque o amido é

um homopolisacarídeo não-redutor, e enquanto não houver hidrólise não haverá reação

por isso a cor permanecerá azul original a do reagente. A sacarose, que não é um açúcar

redutor deu teste positivo. Uma das possíveis causas para este ocorrido é que a sacarose

pode ter sofrido hidrólise parcial originando uma pequena quantidade de moléculas de

glicose e frutose na solução. A glicose e a frutose são açúcares redutores e reagem com

Benedict.

6. CONCLUSÃO

De acordo com o teste de Benedict, verificou-se uma ferramenta importante para a

identificação de açúcares redutores devido à capacidade destes açúcares de reduzir os

Page 7: _relatório

íons de cobre advindos do Benedict e formar compostos com cores como vermelho e

marrom que são bem distintas do azul claro inicial do reagente.

Conclui-se que o reagente de Benedict só reage quando adicionado a uma

substância que possui carbono anomérico livre, como frutose, glucose e aspartame. Já

com as demais amostras o teste deu ou deveria ter dado negativo, pois não se verifica a

presença de carbono anomérico livre, inclusive com a água que nem carboidrato possui

na sua estrutura.

7. REFERÊNCIAS

LEHNINGER, A.L.; NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica. 2. ed.

São Paulo: Sarvier, 2000. 839p.

Page 8: _relatório

MARZZOCO, Anita., TORRES, Bayardo Baptista. Bioquímica Básica. 2ªed. Rio de

Janeiro, 1999.

<http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/guia_praticas.htm> Acesso em 30 de

abr. de 2012.

<http://intermed99.vilabol.uol.com.br/bioquimica2.html> Acesso em 30 de abr. de

2012.

<http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/praticas_ch/benedict.htm> Acesso em

30 de abr. de 2012.