Relatório 6 – Modelo econômico-financeiro: Siloxano

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Autoria e Edição de Bain & Company 1ª Edição Agosto 2014

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Este trabalho foi realizado com recursos do Fundo de Estruturação de Projetos do BNDES (FEP), no âmbito da Chamada Pública BNDES/FEP No. 03/2011. Disponível com mais detalhes em <http://www.bndes.gov.br>.

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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 6

Índice

1. Introdução ..................................................................................................................................... 4

2. Avaliação financeira .................................................................................................................... 5

Comparativo de custo ......................................................................................................... 6 2.1.

2.1.1. Cenário 1: Exportação de siloxano ................................................................................. 6

2.1.2. Cenário 2: Consumo local de siloxano .......................................................................... 8

Taxa interna de retorno ....................................................................................................... 9 2.2.

3. Modelos de negócio ..................................................................................................................... 9

4. Estratégias alternativas de entrada .......................................................................................... 10

5. Conclusão .................................................................................................................................... 12

Anexo – Decomposição dos custos e premissas do investimento ............................................... 13

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1. Introdução

Neste relatório se analisa a oportunidade de investimento na produção local de siloxano para exportação e para atendimento do mercado interno.

Essa oportunidade, identificada no relatório “Derivados de Silício”, durante a fase III deste Estudo, é fundamentada: (i) na possibilidade de agregação local de valor ao silício metálico, hoje exportado, (ii) na vantagem de custo do silício metálico local em função da qualidade das jazidas brasileiras de quartzo, e (iii) na expectativa de crescimento dos mercados local e global deste produto. O Brasil exportou 188 mil toneladas de silício metálico em 2012, o equivalente a 516 milhões de dólares e importou 22 mil toneladas de siloxano, no valor de 69 milhões de dólares. Em 2027, a demanda potencial local de siloxano será de 60 mil toneladas, representando cerca de 200 milhões de dólares1. Quanto ao mercado global, espera-se um déficit de capacidade produtiva de 410 mil toneladas por ano, já em 2017.

A presente análise assume a construção de uma planta com capacidade anual de 150 mil toneladas de siloxano, com um investimento estimado em 1 bilhão de dólares. A escala é idêntica a da planta operada em joint venture pela Momentive e Zheijian Xinan na China, cuja expansão de capacidade foi completada em 2013. Em decorrência da elevada escala, a planta local será majoritariamente exportadora.

Diferentes localizações podem ser consideradas para a construção desta planta:

• Pará: há produção de silício metálico e há proximidade com infraestrutura de exportação;

• Minas Gerais: há produção de silício metálico; • Rio de Janeiro: possui infraestrutura de importação (metanol2) e exportação e é a atual

rota de exportação de silício metálico produzido em Minas Gerais3; • São Paulo: é o maior mercado local de silicone e siloxano e possui infraestrutura de

importação (metanol) e exportação; • Espirito Santo: rota potencial para escoamento de silício metálico utilizando a

infraestrutura ferroviária para exportação de minério de ferro a partir de Minas Gerais4.

O sumário das vantagens comparativas é apresentado na Figura 1.

1 Assumindo preço semelhante ao observado em 2012. 2 Metanol é o segundo principal insumo para produção do siloxano. 3 Em 2013, o silício metálico de Minas Gerais foi majoritariamente exportado via Rio de Janeiro. Fonte: AliceWeb. 4 Até 2013 não foi identificada a utilização desta rota para exportação de silício metálico. Fonte: AliceWeb.

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Localização

Vantagem Pará Minas Gerais

São Paulo Rio de

Janeiro Espírito Santo

Acesso a silício metálico

Acesso a metanol (importado)5

Proximidade a porto (exportação)

Prox. principal mercado local (SP)

Figura 1: Vantagens de localização de planta de siloxano por estado

A rota tecnológica considerada é representada na Figura 2.

Figura 2: Rota simplificada de produção do siloxano (principais insumos)

A seguir é apresentada a análise financeira da produção de siloxano com base no silício metálico.

2. Avaliação financeira

A avaliação financeira foi realizada com o objetivo de se mensurar a atratividade de um investimento no Estado do Rio de Janeiro para atender o mercado internacional e local em comparação à possibilidade de se investir em um país competitivo na fabricação do siloxano e exportar este produto para o Brasil e para outros países. Neste caso, os EUA foram selecionados pela sua forte capacidade exportadora.

A análise foi dividida em 2 etapas, na primeira etapa comparou-se o custo total da planta local, incluindo o custo de investimento, com o da planta americana. Esta comparação foi realizada em 2 cenários:

5 Entre Janeiro 2012 e Julho 2014 não foi registada qualquer importação de metanol pelos portos do Pará ou Espirito Santo. Fonte: AliceWeb.

Metanol

Silício metálico

Siloxano

Água

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• Cenário 1: Exportação de siloxano – caso hipotético em que 100% da produção seria exportada pelas duas plantas, dos Estados Unidos e do Brasil.

• Cenário 2: Consumo local de siloxano – caso hipotético em que o mercado brasileiro absorveria 100% da produção.

Na segunda etapa, avaliou-se a taxa interna de retorno do investimento assumindo um cenário em que parte da produção é destinada ao mercado local, acompanhando o crescimento do mercado interno, e o restante da produção é exportado.

Comparativo de custo 2.1.

2.1.1. Cenário 1: Exportação de siloxano

No cenário hipotético de exportação da totalidade da produção para o Brasil, a planta nos EUA consegue alcançar o mercado local a um custo total inferior ao de uma planta local, apesar de apresentar maior cash cost. Para que o investimento local fosse competitivo em comparação com o dos EUA, seria necessário reduzir o custo de construção da planta local em 10%. A análise é apresentada na Figura 3.

Na Figura 3 também se observa que a menor competitividade da produção local frente à americana ocorre, principalmente, em função (i) do custo de investimento e (ii) do custo de utilidades.

No caso do custo de investimento, os principais fatores que reduzem a competitividade da produção local são (i) o valor do investimento para construção das plantas (CAPEX) e (ii) a taxa de desconto ajustada ao risco. O custo do investimento no Brasil é aproximadamente 57% superior ao americano. Esta diferença decorre de um CAPEX local 45% superior ao americano e de uma taxa de desconto local de 9,2% versus 7,8%, no caso americano.

Em utilidades, os dois principais fatores que reduzem a competitividade da produção local são (i) o vapor de média pressão e (ii) o custo da energia elétrica. O custo considerado para o vapor de média pressão, no Brasil, equivale a mais de duas vezes o praticado nos Estados Unidos (134% superior). Para a energia elétrica, o custo considerado no Brasil é 87% superior ao americano.

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Figura 3: Custo total de exportação de siloxano

Algumas alavancas foram avaliadas a fim de tornar o investimento local atrativo do ponto de vista financeiro. As alavancas, apresentadas a seguir, estão acompanhadas do efeito das mesmas na redução do custo total:

1. Redução da carga tributária sobre equipamentos locais e importados; efeito no custo BR: -4 pontos percentuais (p.p.):

� Imposto de Importação (II) = 0; efeito no custo BR: -0,3 p.p.;

� Equipamentos importados com IPI=0, P/C(PIS/COFINS)=0 e ICMS=0; efeito no custo BR: -1p.p.. Nesta alavanca se assume: (i) implementação do Regime Especial de Incentivo ao Investimento na Indústria Química – REPEQUIM - para isenção de IPI e PIS/COFINS e (ii) isenção de ICMS pelo Estado onde é realizado o investimento6;

� Equipamentos produzidos localmente com IPI=0, P/C (PIS/COFINS)=0 e ICMS=12%; efeito no custo BR: - 3p.p. 7 . Nesta alavanca se assume: (i) implementação do REPEQUIM, conforme mencionado acima e (ii) isenção do ICMS no Estado onde é realizado o investimento, incidindo, assim, apenas o ICMS interestadual8.

6 Esta alavanca pressupõe que o equipamento seja importado pelo Estado onde será realizado o investimento. 7 Em caso de localização da planta no Pará ou Espirito Santo, o ICMS interestadual é de 7% e o efeito no custo total BR é de -4%. 8 Premissa que pressupõe a localização da planta no estado do Rio de Janeiro e 100% dos equipamentos produzidos no País sendo provenientes de outros Estados.

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2. Redução do custo financeiro:

� Diferentes casos podem ser considerados, mas assumindo taxa de juro de 5% e financiamento bancário de 45% do capital investido, o custo de capital (WACC)9 seria de 7,8%, semelhante à do caso americano. O efeito no custo total BR é de -4%.

Conforme ilustrado na Figura 3, a desoneração do investimento e a redução do custo financeiro tornariam o investimento local competitivo em comparação com um investimento alternativo nos Estados Unidos.

2.1.2. Cenário 2: Consumo local de siloxano

Neste cenário, em que ocorreria o consumo local de toda a produção, a planta já forneceria o produto por um custo semelhante ao da planta americana, e com um menor cash cost. A análise é apresentada na Figura 4.

Na Figura 4, observa-se que o Brasil mantém as desvantagens apresentadas no Cenário 1, como o maior custo de utilidades e o maior custo de investimento. Esta diferença de competitividade ocorre na mesma intensidade. No entanto, ao incluir o custo de internação da produção americana e ao excluir o custo de exportação brasileira, a planta local apresenta a mesma competitividade da americana antes da aplicação das alavancas potenciais. Ao considerar as mesmas alavancas estudadas no cenário 1, o investimento local demonstra uma maior competitividade de custo em aproximadamente 8% (Figura 4).

Figura 4: Custo total de siloxano para mercado local

9 Custo de capital médio ponderado.

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Taxa interna de retorno 2.2.

Para o cálculo de rentabilidade, considerou-se uma planta local de siloxano entrando em operação em 2018, atendendo a totalidade do mercado interno e exportando o excedente. A projeção do mercado interno considerada é demonstrada no Anexo deste relatório.

Foram considerados, ainda, 2 cenários de preço no mercado interno. No primeiro cenário, o preço do siloxano no mercado local seria equivalente ao preço FOB de importação de 3,1 mil dólares por tonelada10 adicionado do custo de logística e internação de 116 dólares por tonelada e do imposto de importação com base em uma alíquota de 2%. No segundo cenário, a alíquota considerada foi de 14%. A TIR na primeira situação seria de 10,8%, enquanto na segunda situação seria de 12,4%.

Assumindo que, a partir da produção local de siloxano, o País se torne um exportador regional de silicone, a demanda local por siloxano tenderia a aumentar e, em decorrência, a taxa interna de retorno do investimento.

3. Modelos de negócio

Os modelos de negócio são discutidos à luz da cadeia de valor do siloxano, representada na Figura 5. A produção do silício metálico, proveniente do quartzo, é o 1º elo da cadeia de valor. O silício metálico reage com o clorometano (produzido com base no metanol e no HCl) e água para fabricar o siloxano (2º elo), unidade básica dos silicones. Ligações entre siloxanos geram os silicones básicos (3º elo) que são utilizados ou diretamente ou como uma formulação específica para alguma aplicação (4º elo). A produção de siloxano e a de silicone básico correspondem aos elos com maior agregação de valor. Estes elos adicionam cerca de 200% de valor ao silício metálico contido.

Diversos modelos de negócio são observados ao longo da cadeia de valor, conforme ilustra a Figura 5.

Figura 5: Cadeia de valor do siloxano simplificada e modelos de negócio tradicionais

10 Valor FOB de importação em 2012. Fonte: AliceWeb e análises Bain / Gás Energy.

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Modelos de negócio observados neste segmento:

A. Produção integrada, que envolve desde o silício metálico até o silicone formulado. É o modelo mais comum. Este modelo protege as empresas da variação de preços do silício metálico11. 4 das 8 principais empresas mundiais integram todos os elos da cadeia: Bluestar, Dow Corning, Shin Etsu e Wacker Chemie. Destas, apenas a Dow Corning produz silício metálico no Brasil (no Estado do Pará).

B. Produção e comercialização de silício metálico. Este modelo concentra empresas focadas na exploração de recursos naturais. Ele inclui as empresas globais Ferro-Atlantica e Globe Specialty Metals (sem presença no Brasil) e as brasileiras Rima, Minasligas e Liasa, que atuam no Estado de Minas Gerais.

C. Produção de siloxano, silicone básico e silicone formulado. A Momentive foi a única empresa identificada neste modelo. As demais têm migrado para o modelo A, de modo a se proteger das variações de preço do silício metálico.

D. Produção de silicone básico e silicone formulado. Entre as grandes empresas, apenas a Evonik foi identificada operando globalmente neste modelo. No Brasil, a Dow Corning, Wacker Chemie, Bluestar e Momentive operam desta forma.

E. Produção de silicone formulado. Diversas empresas de nicho operam neste modelo.

A Figura 6 situa as principais empresas do setor que atuam no Brasil nos elos da cadeia de valor.

Elo da cadeia

Empresa Silício metálico Siloxano

Silicone básico

Dow Corning

Wacker Chemie

Bluestar

Momentive

Rima (Brasil)

MinasLigas (Brasil)

Liasa (Brasil)

Figura 6: Presença local das empresas por elo da cadeia de valor

4. Estratégias alternativas de entrada

As diferentes estratégias de atuação foram avaliadas a partir da identificação das barreiras de entrada e considerando como potencias investidores as empresas atuantes nos modelos de negócio identificados anteriormente.

11 Correlacionado com o preço do alumínio.

1 2 3

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As principais barreiras de entrada na etapa de fabricação e comercialização do siloxano são:

• Acesso a mercado internacional: o acesso ao mercado externo é especialmente difícil para empresas sem presença global.

• Elevado investimento inicial: a construção de uma planta de produção de siloxano representa um investimento de cerca de 1 bilhão de dólares, uma enorme barreira, sobretudo para empresas de pequeno / médio porte.

• Know how e acesso à propriedade intelectual (IP): o acesso a know how e IP representa um entrave para novas empresas, o que dificulta significativamente a entrada neste mercado, especialmente pelas que estão voltadas para a produção de silício metálico.

• Acesso a insumos (silício metálico): para empresas sem capacidade produtiva de silício metálico no Brasil, o acesso a essa matéria-prima requer o estabelecimento de parcerias, ou contratos de fornecimento de longa duração.

• Acesso ao mercado local: a maioria dos compradores locais importa o siloxano em fluxos do tipo matriz-filial e compete globalmente nos diversos elos seguintes da cadeia de valor dos silicones. Portanto, pode ser preferível, por razões econômicas, em muitos casos, continuar importando via fluxo matriz-filial a comprar siloxano localmente de um fornecedor local, que pode ser um competidor global.

Com o objetivo de identificar potenciais investidores com um melhor posicionamento para produzir siloxano localmente, avaliou-se para quais modelos de negócio atuais as barreiras de entrada se aplicam. Esta avaliação é apresentada na Figura 7.

Modelo

de negócio

Principais

barreiras de entrada

A B C D E

Acesso ao mercado internacional

Elevado investimento

Know how e IP

Acesso a insumos

Acesso ao mercado local

Figura 7: Principais barreiras de entrada por perfil de investidor

Empresas no modelo A enfrentariam menores barreiras à entrada, principalmente a Dow Corning, única empresa neste modelo que produz silício metálico localmente. Empresas no modelo A sem produção local de silício metálico e no modelo C, no entanto, podem firmar contratos de longo prazo de fornecimento de silício metálico, obtendo segurança de suprimento e uma melhor posição com o custo do insumo.

(

(

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Uma variante da estratégia de entrada no elo de produção do siloxano por uma empresa integrada seria a formação de um consórcio de empresas atuantes no elo A, que compartilhassem os custos do investimento por meio de uma joint venture, obtendo os benefícios da escala da planta e vencendo com maior facilidade as barreiras de comercialização, uma vez que elas já possuem acesso aos canais globais de vendas.

Empresas operando no modelo D, motivadas por uma garantia de fornecimento de siloxano, poderiam se associar em uma joint venture com outras empresas atuantes neste elo, que possuíssem o conhecimento da tecnologia de fabricação de siloxano (2º elo), e com um fabricante local de silício metálico (1º elo). Estas alianças permitiriam reduzir (i) o custo de entrada para os investidores, que seria compartilhado, (ii) os riscos de fornecimento da matéria- prima e (iii) as dificuldades de acesso a mercados internacionais, uma vez que as empresas que atuam no elo D já possuem acesso aos canais internacionais de vendas.

Investidores provenientes do modelo de negócio E são os que enfrentam maiores barreiras, pois são empresas de nicho com portes de operação muito inferiores às demais e poderiam ter dificuldade para realizar um investimento de cerca de 1 bilhão de dólares.

5. Conclusão

A produção local de siloxano para exportação pode ser competitiva sob a ótica de custo se exploradas as alavancas mencionadas no capítulo 2. Tais alavancas permitem ainda o abastecimento do mercado local a um preço significativamente inferior ao de importação, possibilitando um aumento de demanda e da competitividade da cadeia nacional dos silicones.

Apesar da vantagem de custo que o Brasil apresenta em relação aos Estados Unidos, a TIR do investimento local não é muito atrativa, principalmente se considerada a necessidade de exportação da maior parte da produção. O Consórcio acredita, no entanto, que com a limitação da capacidade produtiva global, o preço do siloxano tende a se ajustar de forma a tornar o investimento mais atrativo.

Os investidores melhor posicionados para investir localmente são as multinacionais da cadeia dos silicones, com ou sem produção local de silício metálico. A produção local de silício metálico pode conferir maior vantagem ao projeto de produção de siloxano, com a garantia de suprimento e a estabilidade do custo deste insumo. Empresas sem produção local de silício metálico podem realizar contratos de longa duração, parcerias ou até aquisições de empresas produtoras de silício metálico, incorporando parte das vantagens associadas ao suprimento deste produto.

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Anexo – Decomposição dos custos e premissas do investimento

Os custos de produção do Siloxano para o mercado local e para a exportação são detalhados na Figura 8 e na Figura 9, respectivamente. Na sequência, são apresentadas as principais premissas do investimento e modelo financeiro.

Figura 8: Decomposição dos custos totais para atender mercado interno

Decomposição dos custos de produção (Em US$/tonelada)

Item Brasil EUA

Silício metálico 1.121 1.288

Metanol 617 574

Outras matérias-primas 55 49

Utilidades 441 240

Vapor MP 152 65

Energia elétrica 101 54

Gás inerte 75 45

Gás comprimido 56 35

Outras utilidades 58 41

Custos fixos 213 196

Manutenção 91 63

Overhead 54 47

Mão-de-obra 16 32

Outros custos 52 54

Custo de internação e imposto de importação 0 278

Subprodutos -374 -178

Custo de investimento e imposto de renda 1.021 663

Total 3.094 3.110

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Figura 9: Decomposição dos custos totais para exportar

Figura 10: Premissas do investimento

Decomposição dos custos de produção (Em US$/tonelada)

Item Brasil EUA

Silício metálico 1.121 1.288

Metanol 617 574

Outras matérias-primas 55 49

Utilidades 441 240

Vapor MP 152 65

Energia elétrica 101 54

Gás inerte 75 45

Gás comprimido 56 35

Outras utilidades 58 41

Custos fixos 213 196

Manutenção 91 63

Overhead 54 47

Mão-de-obra 16 32

Outros custos 52 54

Custos de exportacão (logística + porto) 125 57

Subprodutos -374 -178

Custo de investimento e imposto de renda 1.021 663

Total 3.219 2.889

Premissas do investimento

Item Unidade Brasil EUA

Capex inicial US$M 948 655

Período de análise anos 15 15

Valor terminal múltiplo do EBITDA 9 8

WACC % 9,2% 7,8%

Fator operacional ano 1 % capacidade 82% 82%

Fator operacional ano 2 a ano 15 % capacidade 91% 91%

Capacidade nominal kta 150 150