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Relatório Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus VILA REAL AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS Área Territorial de Inspeção do Norte 2015 2016

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Relatório

Agrupamento de Escolas

Morgado de Mateus

VILA REAL

AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS

Área Territorial de Inspeção

do Norte

2015 2016

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Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus– VILA REAL

CONSTITUIÇÃO DO AGRUPAMENTO

Jardins de Infância e Escolas EPE 1.º CEB 2.º CEB 3.º CEB SEC

Escola Secundária Morgado de Mateus, Vila Real • •

Escola Básica Monsenhor Jerónimo do Amaral, Vila Real • •

Escola Básica Abade de Mouçós, Mouçós, Vila Real • •

Escola Básica de Torneiros, Vila Real • •

Escola Básica do Douro, Folhadela, Vila Real • •

Escola Básica n.º 7 de Vila Real • •

Jardim de Infância de Constantim, Vila Real •

Jardim de Infância de Vila Meã, Vila Real •

Jardim de Infância de Vila Nova, Vila Real •

Jardim de Infância do Lugar de São Martinho, Vila Real •

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1 – INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação

pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a

avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos

jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de

avaliação em junho de 2011.

A então Inspeção-Geral da Educação foi

incumbida de dar continuidade ao programa de

avaliação externa das escolas, na sequência da

proposta de modelo para um novo ciclo de

avaliação externa, apresentada pelo Grupo de

Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de

março). Assim, apoiando-se no modelo construído

e na experimentação realizada em doze escolas e

agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da

Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver

esta atividade consignada como sua competência

no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de

janeiro.

O presente relatório expressa os resultados da

avaliação externa do Agrupamento de Escolas

Morgado de Mateus – Vila Real, realizada pela

equipa de avaliação, na sequência da visita

efetuada entre 7 e 10 de março de 2016. As

conclusões decorrem da análise dos documentos

fundamentais do Agrupamento, em especial da

sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso

académico dos alunos, das respostas aos

questionários de satisfação da comunidade e da

realização de entrevistas.

Espera-se que o processo de avaliação externa

fomente e consolide a autoavaliação e resulte

numa oportunidade de melhoria para o

Agrupamento, constituindo este documento um

instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao

identificar pontos fortes e áreas de melhoria,

este relatório oferece elementos para a

construção ou o aperfeiçoamento de planos de

ação para a melhoria e de desenvolvimento de

cada escola, em articulação com a administração

educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação externa visitou a escola-

-sede do Agrupamento, o jardim de infância do Lugar de S. Martinho, a escola básica do Douro,

Folhadela, a escola básica n.º 7, Vila Real, e a escola básica Monsenhor Jerónimo do Amaral, Vila Real.

A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração

demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

ESCALA DE AVALIAÇÃO

Níveis de classificação dos três domínios

EXCELENTE –A ação da escola tem produzido um impacto

consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria

das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos

respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam

na totalidade dos campos em análise, em resultado de

práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e

eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em

campos relevantes.

MUITO BOM –A ação da escola tem produzido um impacto

consistente e acima dos valores esperados na melhoria das

aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos

percursos escolares. Os pontos fortes predominam na

totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas

organizacionais generalizadas e eficazes.

BOM–A ação da escola tem produzido um impacto em linha

com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e

dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos

escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes

nos campos em análise, em resultado de práticas

organizacionais eficazes.

SUFICIENTE –A ação da escola tem produzido um impacto

aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens

e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos

escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco

consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas

da escola.

INSUFICIENTE –A ação da escola tem produzido um impacto

muito aquém dos valores esperados na melhoria das

aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos

percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos

pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A

escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.

O relatório do Agrupamento e o contraditório apresentado no âmbito da

Avaliação Externa das Escolas 2015-2016 estão disponíveis na página da IGEC.

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2 – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO

O Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus foi criado no ano letivo de 2012-2013, resultando da

agregação da Escola Secundária Morgado de Mateus com o Agrupamento de Escolas Monsenhor

Jerónimo do Amaral avaliados no âmbito do primeiro ciclo da avaliação externa das escolas em 2007 e

de 2009, respetivamente. É constituído por quatro jardins de infância, cinco escolas básicas e pela escola

secundária Morgado de Mateus (escola-sede). Está situado no concelho de Vila Real, distrito de Vila

Real.

No ano letivo de 2015-2016, o Agrupamento é frequentado por 1898 crianças e alunos: 291 na educação

pré-escolar (13 grupos); 510 no 1.º ciclo do ensino básico (22 turmas); 288 no 2.º ciclo (14 turmas); 415 no

3.º ciclo (21 turmas); 25 alunos no curso vocacional (uma turma); 242 alunos dos cursos científico-

humanísticos do ensino secundário – ciências e tecnologias, línguas e humanidades (11 turmas); 127 nos

cursos profissionais (seis turmas). É frequentado por 77 crianças e alunos de outras nacionalidades.

Relativamente à ação social escolar verifica-se que 66% das crianças e alunos não beneficiam de auxílios

económicos. Já no que respeita às tecnologias de informação e comunicação, 58% dos alunos do ensino

básico e 78% dos alunos do ensino secundário possuem computador e internet em casa.

Os indicadores relativos à formação dos pais e das mães dos alunos do ensino básico e do ensino

secundário permitem verificar que 16% têm formação superior e 58% e 78% possuem habilitações de

nível secundário. Quanto à ocupação profissional, 17,8% dos pais/mães dos alunos do ensino básico e

19,3% dos pais/mães dos alunos do ensino secundário exercem atividades profissionais de nível superior

e intermédio.

A educação e o ensino são assegurados por 270 docentes, dos quais 96% são do quadro. A experiência

profissional é significativa, apenas 3,8% leciona há menos de 10 anos. Atualmente, o quadro de pessoal

não docente integra 92 elementos, sendo 59 assistentes operacionais, um encarregado operacional, 10

assistentes técnicos, um coordenador técnico, 21 técnicos superiores, dos quais 20 a dinamizar as

atividades de enriquecimento curricular do 1.º ciclo e uma psicóloga.

De acordo com os dados de referência disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e

Ciência, relativamente ao ano letivo 2013-2014, os valores das variáveis de contexto do Agrupamento,

quando comparadas com os das outras escolas públicas, são bastantes favoráveis. Refere-se, em

particular, a percentagem dos docentes do quadro de todos os ciclos e nível de ensino e a média de

alunos por turma nos 4.º e 12.º anos do ensino básico e secundário.

3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e

tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação

formula as seguintes apreciações:

3.1 – RESULTADOS

RESULTADOS ACADÉMICOS

Na educação pré-escolar é realizada a avaliação das aprendizagens das crianças, tendo como referência

as áreas de conteúdo das orientações curriculares. Os registos de avaliação são sistematizados numa

ficha descritiva, divulgada aos pais e encarregados de educação no final de cada período. A informação

sobre a avaliação das aprendizagens realizadas pelas crianças é refletida em departamento curricular a

fim de reorientar práticas e analisar os seus progressos.

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No ano letivo 2013-2014, comparados os resultados internos e externos do Agrupamento com os das

escolas/agrupamentos com variáveis de contexto análogas, constata-se que as taxas de conclusão dos 4.º

e 6.º anos, as percentagens de positivas na prova final de matemática do 4.º ano, de português e de

matemática dos 6.º e 9.º anos e a média de classificações nos exames nacionais de português,

matemática A e história A no 12.º ano situam-se aquém do valor esperado. Por sua vez as taxas de

conclusão dos 9.º e 12.º anos e a percentagem de positivas na prova final de português do 4.º ano estão

acima do valor esperado.

Regista-se uma melhoria relativamente a 2012-2013 na prova final de português de 4.º ano e nas taxas

de conclusão dos 9.º e 12.º anos. Nas provas finais de matemática de 4.º ano, de português e matemática

dos 6.º e 9.º anos, na taxa de conclusão dos 6.º e nos exames nacionais de matemática e a história A do

12.º ano há um agravamento.

Relativamente ao ensino profissional, o curso de Técnico de Multimédia, nos ciclos de formação 2010-

2011 a 2012-2013, de 2011-2012 a 2013-2014 e de 2012-2013 a 2014-2015, apresenta taxas de conclusão

de 85,7%, 72,2% e de 28% e taxas de empregabilidade de 16,7%, 38,5% e de 14,3%, %, respetivamente.

Em síntese, ponderados todos os indicadores, os resultados observados situam-se globalmente aquém

dos valores esperados, evidenciando a necessidade de um investimento nos processos de melhoria e nas

práticas pedagógicas em todos os níveis de educação e ensino.

A análise estatística dos resultados, internos e externos, é efetuada de forma regular pelos diferentes

órgãos e estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica. Porém, não há uma clara

identificação dos fatores internos explicativos do sucesso e do insucesso dos alunos, etapa primeira para

a conceção de um plano de melhoria ajustado às efetivas necessidades do Agrupamento.

De acordo com os dados disponibilizados os valores da desistência e abandono escolar dos alunos do

ensino geral são residuais, situando-se em 2013-2014 e 2014-2015 em 0,70% e 0,44%, respetivamente.

Contrariamente, no ensino profissional as taxas de desistência situam-se no intervalo 10,5% e 64,3%.

RESULTADOS SOCIAIS

A participação dos alunos na vida escolar, como condição do seu desenvolvimento pessoal e social, é

assegurada através da sua representação no conselho geral, nos conselhos de turma e na equipa de

autoavaliação. As assembleias de delegados e subdelegados de turma orientadas pelo professor

coordenador de ciclo constituem-se como uma iniciativa relevante para o exercício da cidadania pela

discussão de problemas e apresentação de soluções no âmbito da vida do Agrupamento. Como forma de

corresponsabilização dos alunos, a associação de estudantes apresenta propostas de atividades/projetos,

de natureza desportiva, ambiental e solidária.

As crianças e os alunos são chamados a participar e/ou a envolver-se em iniciativas de enriquecimento

curricular, nomeadamente em torneios de futsal, de basquetebol e de ténis de mesa, no clube de música,

no parlamento dos jovens, no clube de leitura e voluntariado, no concerto solidário e na comemoração de

dias festivos, alusivos a temáticas regionais, nacionais ou internacionais. De registar que no âmbito do

voluntariado e solidariedade, o Agrupamento recebeu do Ministério da Educação o selo Escola

Voluntária, pelo reconhecimento das suas iniciativas em prol dos mais carenciados.

É evidente a articulação da direção com os professores titulares de turma, o diretor de turma, o serviço

de psicologia e orientação e os encarregados de educação, com a intenção de prevenir a indisciplina

dentro e fora da sala de aula. A divulgação e conhecimento das normas de conduta fazem também parte

das medidas que concorrem para o mesmo objetivo. Daqui resulta a promoção de um ambiente educativo

favorável às aprendizagens. Tendo em consideração os resultados da monitorização das ocorrências de

natureza disciplinar, infere-se que os casos de indisciplina são pontuais e sem gravidade. No ano de

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2014-2015, a aplicação, aos alunos, de medidas corretivas e sancionatórias, corresponde a uma

percentagem de 0,62% e 1,81%, respetivamente.

O Agrupamento não dispõe de mecanismos de acompanhamento do percurso pós-escolaridade dos seus

alunos, no sentido de conhecer os impactos da escolaridade e reorientar a sua oferta

educativa/formativa.

RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE

Nas respostas aos questionários aplicados no âmbito do presente processo de avaliação externa o pessoal

docente e não docente, revelam satisfação no que concerne à abertura da escola ao exterior e

disponibilidade da direção. Os pais e encarregados de educação relevam a disponibilidade e a

articulação à família por parte do diretor de turma. Porém, os alunos do ensino básico e secundário

manifestam menor concordância relativamente ao conforto das salas de aula e ao uso do computador em

sala de aula. Particularmente neste último aspeto, os alunos do 1.º ciclo têm a mesma opinião.

O Agrupamento valoriza o sucesso dos alunos, não só na sua dimensão académica como na vertente

desportiva, cultural e cívica, entregando, em cerimónia pública, os diplomas de conclusão do ensino

secundário e os prémios de mérito e de excelência. São também premiados, anualmente, na Gala de

Desporto os alunos que se destacaram no âmbito do desporto escolar.

O estabelecimento de parcerias e protocolos, nomeadamente com os municípios de Vila Real e de

Sabrosa, o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto

Douro, a Associação de Paralisia Cerebral e o Centro de Respostas Integradas de Vila Real, e com

outras instituições tem contribuído para o desenvolvimento local.

A ação do Agrupamento tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das

aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de

aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas. Tais

fundamentos justificam a atribuição da classificação de SUFICIENTE no domínio Resultados.

3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO

PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO

A articulação vertical e horizontal do currículo, desde a educação pré-escolar até ao ensino secundário,

decorre do trabalho concertado dos docentes dos diferentes departamentos curriculares, grupos de

recrutamento e conselhos de turma/ano. Neste particular, são elaboradas planificações conjuntas,

instrumentos de avaliação comuns e partilhados materiais pedagógicos. No entanto, sobressai a

necessidade de aprofundamento desse trabalho com a definição e implementação de respostas

educativas para todos (os alunos), assente numa visão ampliada do currículo que atenda à

heterogeneidade das crianças/alunos e respeite as especificidades socioculturais do território onde o

Agrupamento se insere.

Os planos de trabalho dos grupos e das turmas orientam os diversos intervenientes na adoção de

medidas adequadas ao contexto dos grupos/turmas. No entanto, as medidas adotadas no processo de

ensino e aprendizagem, bem como os projetos e atividades do plano anual, carecem de ser monitorizados

de modo a produzir uma melhoria consistente dos resultados.

O plano anual promove a contextualização do currículo, através de diversas atividades (e.g. Serapíades

– Centro Interpretativo de Panóias e o Espaço Miguel Torga) que consideram as especificidades do meio

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local, operacionalizando os objetivos do projeto educativo, com enfoque no desenvolvimento de

competências para enfrentar o mundo do trabalho e a gestão do sucesso pessoal.

Os critérios e os instrumentos de avaliação, definidos em departamento curricular e grupo de

recrutamento, visam harmonizar procedimentos pedagógicos e assegurar a coerência entre o ensino e a

avaliação, através de uma medida concertada no conselho de turma, designada por Ficha de

Operacionalização dos Critérios de Avaliação. A avaliação formativa não concorre para regular o

processo de ensino e de aprendizagem, implicando os alunos na melhoria do seu desempenho.

Estão instituídas diversas formas de colaboração entre docentes que se concretizam nas planificações,

na partilha de informações e de materiais didático-pedagógicos. Porém, carece de aprofundamento a

reflexão sobre as estratégias adotadas e os resultados alcançados, as metodologias e as práticas

científico-pedagógicas para a melhoria da qualidade do serviço prestado.

PRÁTICAS DE ENSINO

Na educação pré-escolar, os docentes diversificam as estratégias e as atividades em função das

necessidades, interesses e saberes das crianças, constituídas em grupos multietários, como fundamento

de novas aprendizagens. No desenvolvimento das atividades são contempladas todas as áreas de

conteúdo, numa perspetiva integrada e globalizante, tendo como ponto de apoio as orientações

curriculares e como metodologia o trabalho de projeto.

São desenvolvidas diversas medidas de promoção do sucesso escolar direcionadas para a melhoria da

aprendizagem, nomeadamente, através de aulas de apoio, tutorias, assessorias e coadjuvação, apoio ao

estudo, as oficinas de aprendizagem, neste caso, nas disciplinas de português e matemática. Existe,

também, o apoio pedagógico na preparação para as provas finais e exames nacionais, e o projeto

Morgado Mais Sucesso, como medida atinente a responder a grupos de alunos em diferentes graus de

proficiência, tendo como referência o diagnóstico realizado no final do ano letivo.

O trabalho articulado entre os docentes, assistentes operacionais e entidades externas potencia o

desenvolvimento de respostas educativas aos alunos com necessidades educativas especiais,

designadamente adequações curriculares, apoios pedagógicos personalizados e currículos específicos

individuais.

No que concerne à dimensão artística, assumida como promotora da formação integral das crianças e

alunos, o Agrupamento desenvolve atividades transversais, como exposições de trabalhos dos alunos,

dentro e fora de contexto escolar, um clube de música e um clube europeu que apresenta dramatizações

para dar resposta aos temas nacionais. No 3.º ciclo, a aprendizagem da música é disponibilizada como

oferta de escola. Acresce o ensino articulado de música que decorre do protocolo celebrado com o

Conservatório Regional de Música de Vila Real.

O Agrupamento valoriza as atividades de pesquisa e experimentais nas diferentes áreas e disciplinas,

em particular no ensino das ciências, promovendo a integração das dimensões teórica e prática, embora

careçam de generalização nos vários níveis de educação e ensino.

As tecnologias de informação e comunicação para apoio ao processo de ensino e de aprendizagem,

nomeadamente computadores, retroprojetores, quadros interativos, a plataforma Moodle, entre outros,

constituem um recurso pedagógico e didático. Releva-se a ação das bibliotecas escolares, em colaboração

com os departamentos curriculares, na orientação das crianças e dos alunos no manuseamento das

tecnologias digitais, com destaque para o projeto Descomplicar as tecnologias de informação e

comunicação.

O acompanhamento e a supervisão da prática letiva são realizados no âmbito das reuniões de

departamento e de grupos de recrutamento, confinando-se, essencialmente, à verificação do

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cumprimento do currículo e das planificações. Não obstante algumas experiências de observação da

prática letiva e a adesão recente a projetos de formação no âmbito da supervisão pedagógica e partilha

de boas práticas, em parceria com Universidade do Porto, não se encontram generalizados mecanismos

de acompanhamento e supervisão da prática letiva para o desenvolvimento profissional dos docentes e a

melhoria das práticas pedagógicas.

MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS

Na avaliação do ensino e das aprendizagens, os docentes utilizam todas as modalidades de avaliação. O

recurso a instrumentos e práticas de avaliação formativa com sistematicidade e intencionalidade

orientada para a regulação das aprendizagens é um processo reconhecido como relevante pela

comunidade escolar, embora não seja evidente o seu impacto nos resultados académicos. Como forma de

envolver os alunos no processo avaliativo, são promovidas a autoavaliação e a heteroavaliação.

Os critérios de avaliação são definidos e divulgados aos alunos e encarregados de educação no início do

ano letivo, constituindo-se como orientações da avaliação e, consequentemente, como elementos

essenciais no planeamento e organização do estudo por parte dos alunos.

A conceção dos instrumentos de avaliação, nas estruturas de coordenação educativa e supervisão

pedagógica, obedece a orientações definidas e a critérios aprovados pelo conselho pedagógico. Neste

órgão, bem como em sede de reunião de departamento curricular, de grupos de recrutamento e de

conselhos de docentes, procede-se à aferição dos respetivos critérios e instrumentos de avaliação,

designadamente através de reuniões quinzenais de articulação horizontal por disciplina e ano de

escolaridade. No entanto, o facto de não haver reflexos nos resultados, exige o aprofundamento dos

procedimentos.

Os instrumentos de monitorização do currículo assentam especialmente nos planos de grupos/turmas e

nas planificações, com a intenção de regular o processo de ensino e de aprendizagem em contexto de sala

de aula. A existência dos sumários eletrónicos ainda não apresenta evidências de se constituir como

mais um instrumento potenciador de monitorização do cumprimento do currículo.

A avaliação sistemática das medidas de promoção do sucesso escolar existentes ainda não constitui uma

prática regular e generalizada, o que dificulta um conhecimento aprofundado do seu impacto na

melhoria das aprendizagens e dos resultados, na reorientação de percursos educativos ou na

reformulação de metodologias e estratégias pedagógico-didáticas.

Fruto das parcerias instituídas, o Agrupamento dispõe de vários psicólogos estagiários, para além de

uma psicóloga a tempo inteiro, criando melhores condições para implementar os processos de orientação

profissional e vocacional, respondendo, preventiva e atempadamente aos alunos em risco de

abandono/desistência. O trabalho concertado e articulado tem, deste modo, colocado as taxas de

abandono/desistência num nível residual, com exceção dos alunos dos cursos profissionais.

A ação do Agrupamento tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das

aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de

aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas. Tais

fundamentos justificam a atribuição da classificação de SUFICIENTE no domínio Prestação do

Serviço Educativo.

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3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO

LIDERANÇA

Os documentos estruturantes, nomeadamente o projeto educativo e o plano anual enquanto

instrumentos de gestão pedagógica e estratégica, apresentam alguma fragilidade por não estarem

sustentados numa diagnose rigorosa e atual dos problemas do Agrupamento.

O processo de agregação e a dimensão do Agrupamento são apresentados pela comunidade escolar como

uma dificuldade na consolidação de uma identidade própria e sentido de pertença. As diferentes

lideranças apostam na promoção de uma imagem positiva junto da comunidade educativa, através de

abertura ao exterior e da interação com instituições locais, gizando e concretizando iniciativas

mobilizadoras.

As lideranças intermédias responsabilizam-se pela concretização das suas competências e evidenciam

uma boa ligação com a direção. O trabalho desenvolvido pelos diretores de turma, enquanto mediadores

das partes envolvidas no processo de ensino (alunos, docentes, pais e encarregados de educação),

assume particular relevância no processo de liderança intermédia, ao promover o acompanhamento dos

alunos e o envolvimento e responsabilização dos pais e encarregados de educação na vida escolar e, em

simultâneo, ao fomentar a colegialidade e a cooperação dos seus pares. Assim, em colaboração com os

docentes da turma, coordenam e adequam as atividades, conteúdos, estratégias e métodos de trabalho à

situação concreta do grupo/turma e à especificidade de cada um, embora sem a eficácia desejada.

As diversas parcerias e protocolos com instituições de natureza educacional, social, solidária, cultural e

de saúde reforçam o vínculo e a cooperação com as instituições locais, regionais e nacionais. Destacam-

se como projetos de valor reconhecido o Boccia, a dinamização do espaço Miguel Torga, as Jornadas

Pedagógicas e o Megacoro Gerações Morgado, podendo este último, constituir-se como pólo aglutinador

da comunidade educativa.

Da interação do Agrupamento com o município emerge o programa MonitEdu, que consiste na

monitorização e avaliação do serviço de refeições e das atividades de animação e apoio à família, no 1.º

ciclo, e da componente de apoio à família, na educação pré-escolar. Periodicamente, na sequência da

avaliação sobre o funcionamento dos serviços prestados, é dado conhecimento ao Conselho Municipal de

Educação que, por sua vez, apresentará propostas de eventuais reajustamentos junto do executivo

municipal.

Os diferentes membros da comunidade educativa encontram o seu espaço de participação, muito embora

careça de aprofundamento o seu envolvimento na vida escolar.

GESTÃO

A estabilidade e experiência do corpo docente e não docente, bem como o conhecimento do seu perfil e

das suas competências profissionais e pessoais, favorecem a aplicação dos critérios estabelecidos para a

afetação dos recursos humanos e permitem uma gestão criteriosa, tendo em atenção a missão, as

necessidades educativas e a satisfação dos intervenientes.

No que respeita aos recursos materiais e aos equipamentos técnicos e pedagógicas, todas as unidades do

Agrupamento têm boas condições de acesso, desde logo, às bibliotecas escolares, aos espaços desportivos,

aos laboratórios, pese embora o de Biologia/Geologia não dispor do melhor equipamento. Também a

página do Agrupamento e todos os recursos digitais são partilhados.

A organização dos horários e a constituição de turmas atendem a critérios que estão expressos no

projeto educativo e contemplam, entre outros critérios, o da continuidade pedagógica, sendo objeto de

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particular atenção a atribuição do cargo de diretor de turma de forma a dar continuidade ao

acompanhamento dos alunos e à ligação com as famílias.

O Agrupamento procede à identificação das necessidades de formação e promove ações de formação

focalizadas e adequadas às necessidades apresentadas, rendibilizando, também, os saberes dos recursos

endógenos, muito embora se afigure necessário um plano intencional e especialmente focado nas

práticas de ensino e de aprendizagem e na supervisão pedagógica.

Para a comunicação interna e externa, recorre -se, sobretudo, ao correio eletrónico e ao telefone. Quando

se pretende uma circulação mais estruturada e abrangente, é utilizada a página Web. Mais

recentemente a publicação da revista porqu[L]ê, constitui, também, um meio de divulgação para o

exterior das atividades e projetos levados a cabo pelo Agrupamento.

AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA

Na sequência da constituição do Agrupamento, em fevereiro de 2014, a equipa de autoavaliação,

formada exclusivamente por docentes, elaborou um relatório, onde, essencialmente, apresentou uma

descrição gráfica dos resultados académicos entre 2009 e 2012 que, depois de apreciado em conselho

geral, foi considerada pouco abrangente. Do trabalho elaborado não decorreram efeitos nas dinâmicas

organizacionais.

No ano letivo de 2015-2016, como resposta às solicitações do conselho geral, foi constituída uma nova

equipa de autoavaliação mais heterogénea, integrando representantes dos alunos, do pessoal docente e

não docente, dos pais e encarregados de educação, da autarquia e da direção. Dado o curto espaço

temporal, ainda não é possível aquilatar da eficiência e eficácia da operacionalização do novo dispositivo

de avaliação interna. Porém, da interpelação dos seus intervenientes, não se evidenciou o

desenvolvimento de referenciais explícitos que sustentem uma lógica de avaliação nem o seu potencial

regulador.

O Agrupamento carece de um trabalho de autoavaliação permanente e consistente, com impacto nas

opções e decisões dos órgãos e estruturas intermédias. Com efeito, a ausência de um processo de

autoavaliação sustentado em áreas prioritárias de intervenção e numa dinâmica de ações de melhoria

focalizadas e em consonância com os problemas diagnosticados, fragiliza todo o planeamento, bem como

a qualidade do processo de ensino e de aprendizagem e dos resultados escolares.

Encontrando-se o processo de autoavaliação numa fase ainda incipiente, é pertinente que todos os

esforços se concentrem na implementação planos de melhoria coerentes de modo a contribuir para a

construção de uma identidade do Agrupamento e para a definição de estratégias com impacto na

melhoria da prestação do serviço educativo e dos resultados escolares.

A ação do Agrupamento tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das

aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de

aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas. Tais

fundamentos justificam a atribuição da classificação de SUFICIENTE no domínio Liderança e

Gestão.

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Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus – VILA REAL

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4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA

A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento:

O desenvolvimento de diversos projetos culturais, ambientais, artísticos, no âmbito da saúde,

desporto e solidariedade, com impacto no desenvolvimento sociocultural das crianças e dos

alunos.

As dinâmicas das bibliotecas escolares, em colaboração com os departamentos curriculares, na

orientação das crianças e dos alunos no manuseamento das tecnologias digitais com impacto no

desenvolvimento pessoal e social das crianças e dos alunos.

A liderança do diretor de turma potenciadora do envolvimento dos pais e encarregados de

educação no processo educativo dos seus educandos.

As diversas parcerias e protocolos que contribuem para reforçar o vínculo e a cooperação com as

instituições locais, regionais e nacionais.

A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus

esforços para a melhoria são as seguintes:

A identificação rigorosa dos fatores internos, com maior enfoque nas práticas de ensino, com

vista à definição de medidas de promoção do sucesso com vista à melhoria dos seus resultados

académicos.

O aprofundamento do trabalho colaborativo entre docentes sobre as estratégias adotadas e os

resultados alcançados, as metodologias e as práticas científico-pedagógicas para a melhoria da

qualidade do serviço prestado.

O desenvolvimento sistemático de práticas laboratoriais e de atividades experimentais no

ensino das ciências, transversais a todo o Agrupamento, potenciadoras do gosto pela

curiosidade e pesquisa, assim como do espírito crítico e científico.

A avaliação sistemática das medidas de promoção do sucesso educativo implementadas, de

forma a conhecer o seu impacto nos resultados escolares, sustentar a reorientação de percursos

educativos e a reformulação de metodologias e estratégias pedagógico-didáticas.

A generalização do acompanhamento e supervisão da prática letiva em sala de aula, para

partilha de saberes e experiências, generalização de boas práticas e o consequente contributo

para o desempenho profissional.

A consolidação do processo de autoavaliação e a construção de um plano de ação que contemple

a definição de prioridades, áreas/campos a avaliar e referenciais, tarefas e calendarização, com

impacto na melhoria do serviço educativo e nos resultados escolares.

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Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus – VILA REAL

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07-07-2016

A Equipa de Avaliação Externa: José Paulo Cravino, João Morais Monteiro e Maria Manuela Alves

Concordo.

À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.

A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Norte

Maria Madalena Moreira

2016-07-07

Homologo.

O Inspetor-Geral da Educação e Ciência

Por delegação de competências do Senhor Ministro da Educação

nos termos do Despacho n.º 5477/2016, publicado no D.R. n.º 79,

Série II, de 22 de abril de 2016