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Relatório Agrupamento de Escolas Poeta António Aleixo PORTIMÃO AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS Área Territorial de Inspeção do Sul 2015 2016

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Relatório

Agrupamento de Escolas

Poeta António Aleixo

PORTIMÃO

AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS

Área Territorial de Inspeção

do Sul

2015 2016

Agrupamento de Escolas Poeta António Aleixo – PORTIMÃO

CONSTITUIÇÃO DO AGRUPAMENTO

Jardins de Infância e Escolas EPE 1.º CEB 2.º CEB 3.º CEB SEC

Escola Secundária Poeta António Aleixo, Portimão •

Escola Básica D. Martinho de Castelo Branco, Portimão • •

Escola Básica de Pontal, Portimão • •

Agrupamento de Escolas Poeta António Aleixo – PORTIMÃO

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1– INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação

pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a

avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos

jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de

avaliação em junho de 2011.

A então Inspeção-Geral da Educação foi incum-

bida de dar continuidade ao programa de avalia-

ção externa das escolas, na sequência da propos-

ta de modelo para um novo ciclo de avaliação

externa, apresentada pelo Grupo de Trabalho

(Despacho n.º 4150/2011, de 4 de março). Assim,

apoiando-se no modelo construído e na experi-

mentação realizada em doze escolas e agrupa-

mentos de escolas, a Inspeção-Geral da Educação

e Ciência (IGEC) está a desenvolver esta ativi-

dade consignada como sua competência no

Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de

janeiro.

O presente relatório expressa os resultados da

avaliação externa do Agrupamento de Escolas

Poeta António Aleixo – Portimão, realizada pela

equipa de avaliação, na sequência da visita efe-

tuada entre 23 e 26 de fevereiro de 2016. As con-

clusões decorrem da análise dos documentos

fundamentais do Agrupamento, em especial da

sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso

académico dos alunos, das respostas aos questio-

nários de satisfação da comunidade e da realiza-

ção de entrevistas.

Espera-se que o processo de avaliação externa

fomente e consolide a autoavaliação e resulte

numa oportunidade de melhoria para o Agrupa-

mento, constituindo este documento um instru-

mento de reflexão e de debate. De facto, ao iden-

tificar pontos fortes e áreas de melhoria, este

relatório oferece elementos para a construção ou

o aperfeiçoamento de planos de ação para a

melhoria e de desenvolvimento de cada escola,

em articulação com a administração educativa e

com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação externa visitou a escola-

-sede do Agrupamento e todos os outros estabele-

cimentos de educação e ensino que o constituem.

A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração

demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

ESCALA DE AVALIAÇÃO

Níveis de classificação dos três domínios

EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria

das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respeti-

vos percursos escolares. Os pontos fortes predominam na

totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas

organizacionais consolidadas, generalizadas e eficazes. A

escola distingue-se pelas práticas exemplares em campos

relevantes.

MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto

consistente e acima dos valores esperados na melhoria das

aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos

percursos escolares. Os pontos fortes predominam na totali-

dade dos campos em análise, em resultado de práticas orga-

nizacionais generalizadas e eficazes.

BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha

com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e

dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escola-

res. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes nos

campos em análise, em resultado de práticas organizacionais

eficazes.

SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens

e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos esco-

lares. As ações de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao

longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola.

INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

muito aquém dos valores esperados na melhoria das apren-

dizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percur-

sos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos for-

tes na generalidade dos campos em análise. A escola não

revela uma prática coerente, positiva e coesa.

O relatório do Agrupamento e o eventual contraditório apresentado(s) no âmbito da

Avaliação Externa das Escolas 2015-2016 serão disponibilizados na página da IGEC.

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2 – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO

O Agrupamento de Escolas Poeta António Aleixo situa-se em Portimão, no distrito de Faro. Foi criado

em junho de 2012 e resultou da agregação do anterior Agrupamento de Escolas D. Martinho de Castelo

Branco com a Escola Secundária Poeta António Aleixo, atual escola-sede, unidades orgânicas que foram

avaliadas em 2010 e em 2007, respetivamente, no âmbito do primeiro ciclo de avaliação externa das

escolas. É constituído por três estabelecimentos de educação e ensino, onde é oferecida a educação pré-

escolar, os três ciclos do ensino básico e o ensino secundário. Tem em funcionamento uma unidade de

apoio especializado para a educação de alunos com multideficiência e surdocegueira congénita.

No ano letivo de 2015-2016, o Agrupamento é frequentado por 2505 crianças e alunos: 184 na educação

pré-escolar (oito grupos); 444 no 1.º ciclo do ensino básico (19 turmas); 371 no 2.º ciclo (15 turmas, uma

com percursos curriculares alternativos e duas do ensino especializado da música, em regime articula-

do); 461 no 3.º ciclo (21 turmas, duas delas com percursos curriculares alternativos e quatro do ensino

especializado da música, em regime articulado); 706 nos cursos científico-humanísticos do ensino secun-

dário (26 turmas); 303 nos cursos profissionais (13 turmas) e 36 nos cursos vocacionais (duas turmas).

Da totalidade dos alunos, 13% são de nacionalidade estrangeira provenientes maioritariamente do Bra-

sil, da Moldávia e da Ucrânia. Relativamente à ação social escolar, 56% não beneficiam de auxílios eco-

nómicos. Os dados relativos às habilitações académicas dos pais e das mães mostram que, em relação

aos estudantes do ensino básico, 16% têm formação superior e 22% possuem o ensino secundário, valo-

res que correspondem a 14% e 20%, respetivamente, no que se refere ao ensino secundário. Quanto à

sua ocupação profissional, 21% no ensino básico e 25% no secundário exercem atividades de nível supe-

rior e intermédio.

O serviço educativo é assegurado por 223 docentes, dos quais 81% pertencem aos quadros, o que revela

estabilidade. A sua experiência profissional é significativa, pois 89% lecionam há 10 ou mais anos. O

pessoal não docente totaliza 75 trabalhadores (58 assistentes operacionais, 14 assistentes técnicos e três

técnicos superiores), dos quais 64% têm 10 ou mais anos de serviço.

De acordo com os dados de referência disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e

Ciência, relativamente ao ano letivo de 2013-2014, os valores das variáveis de contexto do Agrupamen-

to, quando comparados com os das outras escolas públicas, são bastante desfavoráveis, embora não seja

dos mais desfavorecidos. Refere-se, em particular, a idade média dos alunos, a percentagem dos que não

beneficiam dos auxílios económicos da ação social escolar, nos 6.º e 12.º anos de escolaridade, a média do

número de alunos por turma e a percentagem de docentes do quadro dos 2.º e 3.º ciclos e do ensino

secundário.

3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e

tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação for-

mula as seguintes apreciações:

3.1 – RESULTADOS

RESULTADOS ACADÉMICOS

Na educação pré-escolar, a avaliação das aprendizagens é realizada de forma contínua, consubstanciada

em instrumentos e formas de registo diversificadas para recolha de informação sobre a evolução das

crianças. Este processo tem um caráter eminentemente formativo e resulta, no final dos períodos leti-

vos, na elaboração de uma síntese que é divulgada aos pais e encarregados de educação. Os registos dos

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progressos das aprendizagens das crianças são analisados no departamento curricular respetivo, com

vista a eventual reformulação de práticas e medidas organizativas.

No ano letivo de 2013-2014, os resultados, no 1.º ciclo do ensino básico, quando comparados com os dos

agrupamentos com valores análogos nas variáveis de contexto, situam-se acima dos valores esperados

na taxa de conclusão e nas provas de avaliação externa de português e de matemática, o que demonstra

uma tendência de melhoria relativamente a 2012-2013.

Quanto ao 2.º ciclo, ainda que a taxa de conclusão, em 2013-2014, fique aquém do esperado e registe

uma descida face ao ano anterior, os desempenhos dos alunos apresentam valores em linha com os espe-

rados na prova de avaliação externa de português e acima na de matemática, sendo de destacar a subi-

da ocorrida nesta última disciplina.

A percentagem de alunos que concluíram o 3.º ciclo e a taxa de sucesso nas provas finais de matemática

ficaram, em 2013-2014, acima dos valores esperados, salientando-se, nesta disciplina, a tendência de

melhoria em relação ao ano letivo precedente. Em português, os resultados mantiveram-se aquém do

esperado, ainda que se registe uma aproximação do valor observado ao esperado.

No ensino secundário e no biénio 2012-2013 a 2013-2014, há um decréscimo em todos os indicadores

analisados, em particular na taxa de conclusão e nas médias dos exames nacionais de português e de

matemática, cujos valores continuam aquém dos esperados, o que revela a necessidade de uma inter-

venção mais consistente neste nível de ensino.

Em síntese, e tendo em consideração os resultados observados quer no ensino básico quer no secundário,

conclui-se que, na globalidade, os mesmos se situam em linha com os valores esperados. Ainda que as

variáveis de contexto sejam desfavoráveis, afigura-se necessário reforçar as medidas conducentes à

melhoria dos desempenhos dos alunos, sobretudo do ensino secundário, o que efetivamente já constitui

uma das prioridades delineadas no planeamento estruturante do Agrupamento.

Relativamente aos cursos profissionais, cujo ciclo de formação decorreu entre 2012-2013 e 2014-2015,

assinala-se a elevada percentagem de sucesso registada no curso de Animador Sociocultural (78%), ao

contrário do que ocorreu nos cursos de Técnico de Segurança e Salvamento em Meio Aquático (43%) e de

Técnico de Multimédia (31%). Destacam-se, ainda, as taxas de empregabilidade, na ordem dos 24%,

naqueles dois primeiros cursos. O número de alunos que não concluíram os módulos, em 2014-2015, por

terem desistido, é reduzido, exceto no curso de Técnico de Segurança e Salvamento em Meio Aquático

(40%). A causa diagnosticada para este índice de desistência decorre do facto de serem oferecidas aos

alunos propostas de emprego sazonais, o que condiciona o sucesso académico. O acompanhamento e o

estímulo junto destes alunos, por parte dos diretores de curso/turma, têm sido um forte contributo para

a conclusão dos módulos em atraso.

A informação estatística disponibilizada, com regularidade e de forma pormenorizada, pela equipa de

autoavaliação tem permitido conhecer os resultados internos e externos nas diferentes áreas curricula-

res e o seu posicionamento face às médias concelhias, distritais e nacionais. A análise e a reflexão reali-

zadas quer pelos órgãos de direção, administração e gestão, quer pelas estruturas de coordenação educa-

tiva e supervisão pedagógica, têm conduzido à implementação de diversas medidas de promoção do

sucesso escolar, onde se destacam o apoio educativo, o reforço da carga horária nas disciplinas dos 11.º e

12.º anos de escolaridade sujeitas a exame nacional e as aulas de recuperação.

Sublinha-se o empenho do corpo docente em contrariar as variáveis externas condicionadoras do sucesso

educativo, como o contexto socioeconómico e cultural e as propostas de emprego feitas aos alunos, em

algumas épocas do ano. Todavia, importa aprofundar o conhecimento sobre os fatores intrínsecos ao

processo de ensino e de aprendizagem, no sentido de incrementar a qualidade do mesmo e, consequen-

temente, a melhoria progressiva dos desempenhos académicos, em particular no ensino secundário.

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Em matéria de abandono escolar, em 2014-2015 registaram-se baixos índices, sendo o 12.º ano de esco-

laridade o que apresenta a maior taxa (5%).

RESULTADOS SOCIAIS

A participação na vida escolar, por parte das crianças e dos alunos, é estimulada através do seu envol-

vimento em diversos momentos relacionados com a organização das salas de atividades e de aula e na

participação em projetos. Na educação pré-escolar e no 1.º ciclo são atribuídas tarefas como a distribuição

e a recolha de materiais, a marcação diária de presenças e o preenchimento de mapas de comportamen-

to. Na maioria das turmas do 4.º ano realizam-se assembleias onde os alunos expressam as suas opi-

niões. Esta prática não está, contudo, implementada nos restantes anos de escolaridade e ciclos, ainda

que a eleição dos delegados de turma seja uma realidade e estes estejam presentes nos conselhos de

turma intercalares. Também é positiva a participação dos alunos no conselho geral, através dos seus

representantes.

A associação de estudantes, ativa, empenhada e em interação com a direção, dinamiza atividades e, para

além da comemoração de algumas festividades e organização de eventos, centra a sua ação numa dimen-

são solidária. Assim, promoveu palestras, em conjunto com o Lions Clube Portimão, recolheu alimentos

para os cabazes de Natal e implementou um processo de apoio e reforço de aprendizagem a diversas dis-

ciplinas, no ensino secundário, denominado aluno a aluno, que tem tido adesão e utilidade reconhecidas.

A monitorização e o acompanhamento dos casos de indisciplina são feitos pelos diretores de turma, pelo

Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família e pelo Gabinete de Apoio ao Aluno, o que favorece a equidade e a

celeridade no tratamento das diversas situações. Este último, responsável pela gestão de conflitos, pelas

tutorias e pelos apoios educativos e ao estudo, procede à sistematização de dados relativos à indisciplina,

o que possibilitou uma avaliação global das medidas implementadas, e contribuiu, de forma decisiva,

para a diminuição das ocorrências. Considerando o último biénio, verifica-se que, no 1.º ciclo e nos cursos

científico-humanísticos, as participações disciplinares são nulas ou residuais. Os incidentes mais signifi-

cativos estão focalizados num grupo restrito de alunos/turmas, particularmente no 3.º ciclo, sendo redu-

zido o número de medidas disciplinares sancionatórias aplicadas. Apesar do registo destas ocorrências,

vive-se um clima de segurança e tranquilidade no Agrupamento.

O desenvolvimento de valores solidários e de uma cultura de voluntariado, de colaboração e de inclusão é

evidente em várias iniciativas de ajuda humanitária. São exemplos a participação no Banco Alimentar

Contra a Fome, as ações para apoiar alunos com necessidades educativas especiais – natação adaptada,

a recolha de brinquedos e de roupa e as campanhas de solidariedade com visitas a lares de idosos com

momentos de animação. Para a formação pessoal e social das crianças e dos alunos tem contribuído,

também, a sua participação em atividades nos domínios desportivo, cultural e artístico, de que se desta-

cam as realizadas no âmbito do Programa de Educação para a Saúde, do Desporto Escolar e dos clubes

Escola Solidária e de Música.

São recolhidos alguns elementos sobre o percurso dos alunos após a conclusão do ensino secundário,

designadamente em termos de prosseguimento de estudos e de empregabilidade. Nos últimos três anos

letivos, a taxa de colocação dos alunos dos cursos científico-humanísticos na primeira fase do concurso de

acesso ao ensino superior foi elevada (89%), sendo de 17% a percentagem de alunos dos cursos profissio-

nais que prosseguem os seus estudos neste nível de ensino.

RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE

A satisfação manifestada pela comunidade educativa sobre o serviço prestado pelo Agrupamento, apura-

da através de questionários aplicados no âmbito do presente processo de avaliação externa, é elevada. Os

alunos do 1.º ciclo afirmam perceber bem o que os professores explicam nas aulas, gostam das atividades

de expressão plástica e de educação física que praticam na escola, realizam experiências nas aulas com

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alguma frequência e conhecem as regras de comportamento, aspeto este também partilhado pelos seus

colegas dos 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário. Estes alunos manifestam alguma discordância quanto

à utilização do computador na sala de aula, à participação em clubes e projetos e ao ambiente de tranqui-

lidade e de respeito.

De sublinhar os níveis de satisfação, por parte dos pais e encarregados de educação, relativamente a

itens como a informação sobre as aprendizagens na educação pré-escolar, a disponibilidade manifestada

pelos diretores de turma e a ligação que fazem com a família e o incentivo dado aos alunos para traba-

lhar e ter bons resultados.

A valorização dos sucessos é evidente em iniciativas como a entrega anual dos diplomas aos alunos dos

2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário que se distinguem pelos resultados académicos e/ou pela realização

de outras atividades de mérito ao nível do desporto, da cultura e da solidariedade. De igual modo, como

forma de incentivar a participação dos alunos e de realçar os seus desempenhos, são efetuadas exposi-

ções de trabalhos e publicitados na página do Agrupamento os resultados alcançados em concursos.

A comunidade reconhece na ação do Agrupamento a sua abertura ao exterior, bem como um papel

importante na promoção de valores que concorrem para a formação integral das crianças e dos alunos. O

trabalho realizado tem contribuído para o desenvolvimento da comunidade envolvente, sobretudo atra-

vés da diversificação da oferta educativa e da rede alargada de parcerias, com várias instituições locais e

nacionais, com quem colabora de forma ativa. Exemplo disso foi a concretização, em 2015, do Dia Para-

límpico, sob a coordenação do Comité Paralímpico de Portugal, e as iniciativas efetuadas em cooperação

com a Câmara Municipal de Portimão, como as férias desportivas, o Março Jovem e a Feira do Empreen-

dedorismo. Salienta-se, ainda, a celebração de um conjunto de protocolos com as empresas parceiras que

facilitam a formação em contexto de trabalho dos alunos dos cursos profissionais.

Em síntese, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na

melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta

uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes.

Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Resultados.

3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO

PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO

O Agrupamento revela um planeamento consistente para reforçar a articulação entre ciclos nas verten-

tes organizativa, pedagógica e curricular. O trabalho a este nível tem sido intensificado, em resultado de

uma diversidade de ações implementadas, inscritas no plano de articulação curricular horizontal e verti-

cal, o que possibilita uma maior coerência na gestão do currículo e tem sido facilitador da transição de

ciclo.

Igualmente, a continuidade de muitas das equipas pedagógicas e as práticas sistemáticas de trabalho

colaborativo têm fortalecido a articulação curricular horizontal e vertical. Este tem-se consolidado nos

diferentes departamentos e grupos de recrutamento, através da análise de metas curriculares, da toma-

da de decisão sobre as metodologias e as estratégias de aprendizagem a gerir e a operacionalizar em sede

de grupo, de turma e de conselho de turma. Também se tem concretizado na exploração de conteúdos

afins das diferentes disciplinas e no planeamento de atividades, designadamente na organização e no

desenvolvimento de projetos e de visitas de estudo.

No plano de estudos para desenvolvimento do currículo, é dada visibilidade aos procedimentos, às estra-

tégias e às metodologias implementadas, de modo a efetuar uma gestão mais eficaz dos currículos sem

perder de vista a especificidade de cada nível de educação e de ensino. Os planos dos grupos e das tur-

mas sistematizam a informação sobre o percurso escolar das crianças e dos alunos, nomeadamente no

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que diz respeito às necessidades diagnosticadas e às medidas educativas aplicadas. Neles constam,

igualmente, a programação das atividades a desenvolver, ao longo do ano, visando a complementaridade

do currículo. A eficácia das medidas de promoção do sucesso escolar é objeto de acompanhamento e de

avaliação no final de cada período letivo, sendo reajustadas, sempre que necessário. De realçar a inicia-

tiva dossiê digital de turma nos 2.º e 3.º ciclos e no ensino secundário, que espelha a implementação

intencional de estratégias de diferenciação pedagógica e a utilização de metodologias de aprendizagem

ativa e cooperativa, com vista a promover o sucesso.

O plano anual de atividades, em consonância com o projeto educativo, evidencia, com clareza, a intencio-

nalidade da resposta ao enquadramento sociocultural em que se insere o Agrupamento. Tem em conta a

qualidade do ensino, as motivações das crianças e dos alunos, a sua integração e a orientação vocacional,

através não só da diversidade e da abrangência de atividades (de natureza científica, ambiental, artísti-

ca, desportiva, cultural e solidária), como também da sua pertinência face aos recursos disponíveis e às

parcerias realizadas. Este documento orientador enuncia, de forma bastante coerente, a aposta na práti-

ca desportiva, na promoção da educação para a cidadania, nas literacias, nas diversas iniciativas das

bibliotecas escolares e na adesão a múltiplos eventos da responsabilidade da câmara municipal.

A transmissão de informação pertinente sobre as crianças e os alunos, nos momentos de transição entre

níveis e ciclos de educação, constitui uma prática consolidada. O trabalho que lhe está subjacente, entre

os docentes titulares, os diretores de turma e a equipa de constituição de turmas, contribui para um

diagnóstico das situações e para a melhor adequação das estratégias a implementar.

O investimento feito nas reuniões entre os docentes titulares e os técnicos das atividades de enriqueci-

mento curricular, incidindo nas estratégias e nos conteúdos a desenvolver, com a mais-valia da introdu-

ção das ciências experimentais e das tecnologias de informação e comunicação, para os 3.º e 4.º anos de

escolaridade, tem-se revelado uma prática de qualidade que, à semelhança do planeamento de ações

conjuntas pelos docentes da educação pré-escolar e os que lecionam o 1.º ano, tem tido reflexos positivos

na sequencialidade das aprendizagens. Assim, considera-se superado o ponto fraco referido, neste âmbi-

to, numa das anteriores avaliações externas.

A coerência entre o que é ensinado e avaliado consubstancia-se na aferição das aprendizagens, na exis-

tência de critérios de avaliação gerais e específicos claros, na uniformização dos procedimentos e na cali-

bragem de alguns instrumentos de registo e de avaliação. Estes são amplamente divulgados junto dos

alunos e encarregados de educação que consideram a avaliação imparcial e justa.

O trabalho colaborativo é fortemente incentivado e desenvolvido, tendo sido instituído tempo semanal

para esse efeito, medida que decorre do plano de articulação curricular e do guião de supervisão pedagó-

gica. Neste, encontram-se planeadas com grande rigor as dimensões científica e pedagógica que contem-

plam a preparação e organização das atividades letivas, práticas de ensino e monitorização e avaliação

do ensino e das aprendizagens. Além da elaboração conjunta de materiais e de instrumentos de avalia-

ção, este tempo é também um espaço de reflexão e de partilha de práticas facilitadoras das aprendiza-

gens.

De registar, ainda, que para promover uma efetiva articulação são realizadas reuniões entre o diretor e

os coordenadores de departamento curricular, que permitem uniformizar procedimentos e construir

documentos em comum. Porém, a articulação interdepartamental, ponto fraco identificado numa das

anteriores avaliações externas, continua a ser um aspeto a merecer aprofundamento, que já constitui

uma das prioridades delineadas no planeamento estruturante do Agrupamento.

PRÁTICAS DE ENSINO

A seleção das práticas de ensino como uma das dimensões do planeamento estratégico do trabalho das

estruturas de gestão intermédia, visando a melhoria dos resultados dos alunos, desencadeou, no último

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biénio, uma dinâmica de renovação e de diversificação das abordagens pedagógicas e das metodologias

aplicadas que, não apresentando ainda os resultados desejados, são, porém, promotoras de aprendiza-

gens mais significativas e eficazes.

Há evidências da disseminação de boas práticas nos vários grupos de recrutamento, quer pela diversida-

de de metodologias de ensino utilizadas e pela ajuda entre pares quer pelo incentivo do trabalho autó-

nomo dos alunos, sendo importante promover a sua generalização, sobretudo, no 1.º ciclo. Destaca-se o

incentivo que é conferido à melhoria dos desempenhos, designadamente através da participação ativa em

ações conjuntas com instituições da comunidade, como a Casa Manuel Teixeira Gomes, o Museu e as

piscinas municipais, desafios motivadores que não só estimulam o conhecimento, como também valori-

zam as capacidades dos alunos. A contextualização de aprendizagens nos cursos vocacionais e profissio-

nais, que contribuem para que os estudantes adquiram ferramentas úteis para a sua inserção no merca-

do de trabalho, afigura-se, igualmente, com potencialidade para os impulsionar a obter bons resultados.

São ainda de valorizar as iniciativas que se destinam a apoiar, a complementar as aprendizagens e a dar

respostas continuadas, como as aulas suplementares, a implementação de grupos de nível na disciplina

de matemática, as tutorias e os planos de recuperação da assiduidade e da avaliação no ensino profissio-

nal, as muitas ações desenvolvidas pelo serviço de psicologia e orientação, pelos gabinetes de Apoio ao

Aluno e de Apoio ao Aluno e à Família. De salientar a parceria com o centro de saúde local, nas vertentes

da alimentação e atividade física, consumo de substâncias, HIV-SIDA e educação sexual. Embora dire-

cionadas aos alunos, algumas contribuem também para capacitar os pais e encarregados de educação

para intervirem assertivamente na melhoria das aprendizagens e do sucesso dos seus educandos.

A adequação e a diversificação das respostas às crianças e aos alunos com necessidades educativas espe-

ciais, a existência de recursos humanos qualificados e a articulação entre os vários intervenientes, otimi-

zando as valências disponíveis na comunidade, demostram uma boa opção estratégica do Agrupamento.

Os alunos com currículo específico individual e com plano individual de transição fortalecem as suas

aprendizagens em empresas parceiras. Concorrem para a cultura inclusiva a recente criação da unidade

de apoio especializado, o plano de desenvolvimento do currículo destes alunos e o modo como estes se

integram no quotidiano escolar.

A pedagogia diferenciada tem alguma expressão, sendo apresentados exemplos tais como práticas que

implicam a realização de tarefas, em pares ou em grupos, em que alguns alunos coadjuvam outros com

mais dificuldades, a adequação de materiais didáticos ou, ainda, o apoio individualizado. No entanto,

trata-se de um campo a incrementar.

O incentivo à pesquisa e à experimentação, bem como a utilização de metodologias ativas, promovem,

transversalmente, o espírito científico das crianças e dos alunos. Com efeito, são orientados para traba-

lhos de pesquisa, de projeto e de resolução de problemas, individualmente, em pares ou em grupo, e

encorajados a efetuarem as respetivas apresentações. Os protocolos de experiências para o 1.º ciclo, a

Horta Biológica e Compostagem para a educação pré-escolar e para o 1.º ciclo, o Laboratório Aberto, ou a

interligação com a Universidade do Algarve, em sessões experimentais para o 12.º ano de escolaridade,

são algumas das atividades emblemáticas nesta área. Pese embora as dificuldades no apetrechamento de

computadores causadas pelo facto de a escola-sede não ter sido abrangida pelo Plano Tecnológico da

Educação, os recursos existentes e a tecnologia educativa são usados como suporte à promoção de práti-

cas de abordagem dos conteúdos em todos os níveis de educação e ensino.

As três bibliotecas escolares são valorizadas e utilizadas enquanto espaços interativos de aprendizagem,

contribuindo para o desenvolvimento de competências no âmbito da língua portuguesa e potenciando

alguma articulação com as outras áreas /disciplinas do currículo. Pela sua dinâmica promovem a oferta

de diversas atividades e projetos que concorrem para o sucesso escolar e para a consecução dos objetivos

definidos no projeto educativo.

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A vertente artística é também muito impulsionada, com grande adesão por parte dos alunos, o que esti-

mula a sua criatividade nas áreas da música, do teatro, da escrita e da expressão plástica, frequente-

mente com visibilidade externa. Esta dimensão é valorizada, não só por via da oferta do ensino artístico

especializado da música e da inclusão da disciplina de teatro nas turmas com percursos curriculares

alternativos, mas também pela prática regular de exposições dos trabalhos realizados pelas crianças e

pelos alunos que fomentam a sua formação integral e contribuem para o embelezamento dos espaços

escolares. No ensino secundário, concretiza-se nos cursos de Artes Visuais e de Técnico de Multimédia.

O reconhecimento desta vertente evidencia-se, ainda, pela participação de alunos, docentes e não docen-

tes e pais e encarregados de educação no coro do Agrupamento. Além disso, o plano anual de atividades

contempla vários projetos promotores de aprendizagens neste domínio. Fomentam-se, entre outras, idas

ao teatro e ao Museu, a filmagem de eventos realizados na localidade, a criação gráfica de produtos de

divulgação das atividades, como cartazes, outdoors, convites ou de um mural no centro da cidade, em

articulação com a câmara municipal, iniciativas cruciais para divulgar a imagem do Agrupamento e

estreitar a sua ligação à comunidade.

O acompanhamento do trabalho dos docentes realiza-se, sobretudo, ao nível dos grupos de recrutamen-

to, sendo de sublinhar como muito positiva a disseminação de boas práticas. A generalização deste pro-

cesso, quer numa lógica de partilha quer no âmbito da supervisão, constitui um mecanismo de melho-

ria pedagógica e de desenvolvimento profissional. As informações recolhidas, no âmbito da autoavalia-

ção, através da Framework de Desenvolvimento Pedagógico nos 2.º e 3.º ciclos e no ensino secundário,

com a aplicação de questionários a alunos e a docentes, têm congregado elementos muito relevantes

para a reflexão sobre a eficácia das diferentes metodologias de ensino. Estas, com impacto direto no

desempenho de cada docente e em consonância com as respetivas ações de melhoria, têm vindo a traçar

um caminho de progressiva confiança entre pares para a futura observação das práticas letivas em sala

de aula. Assim, o ponto fraco referido numa das anteriores avaliações externas “O incipiente acompa-

nhamento da prática letiva em sala de aula” considera-se parcialmente ultrapassado, embora se

tenham dado passos significativos para a sua melhoria.

MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS

O Agrupamento, para além de informar os alunos sobre os critérios de avaliação nas diferentes áreas e

disciplinas, disponibiliza-os na sua página web, valorizando-se, assim, o princípio da transparência que

deve nortear este processo. De registar, pela positiva, o facto de aqueles contemplarem informação útil

sobre as aprendizagens, contribuindo para que os alunos possam assumir um papel relevante na regula-

ção da sua avaliação. Concorre, também, para este fim, o seu envolvimento em atividades regulares de

autoavaliação. De realçar o facto de os critérios terem por base uma matriz comum, nas várias áreas e

disciplinas, o que facilita a sua apreensão e evidencia, simultaneamente, a articulação dos docentes na

sua conceção.

A avaliação das aprendizagens tem subjacente a triangulação de dados recolhidos através de vários ins-

trumentos e tarefas, nomeadamente de testes, trabalhos de grupo, relatórios e projetos. De sublinhar o

facto de os professores, no geral, fornecerem informação de retorno aos alunos sobre os seus desempe-

nhos, explicitando-lhes as dificuldades e apontando-lhes caminhos a percorrer no sentido da melhoria

das suas aprendizagens. Estas práticas traduzem, claramente, uma avaliação de caráter formativo.

O Agrupamento atribui grande importância à fiabilidade e à validade dos instrumentos utilizados no

âmbito da avaliação sumativa, existindo matrizes orientadoras para a sua elaboração. A adesão aos tes-

tes intermédios e a sua correção partilhada contribuem, também, para a garantia daqueles princípios e

reforçam, simultaneamente, o trabalho colaborativo entre docentes. A própria monitorização dos crité-

rios de avaliação, nos departamentos curriculares, é reveladora da atenção atribuída à equidade e ao

rigor do processo avaliativo.

Agrupamento de Escolas Poeta António Aleixo – PORTIMÃO

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O ensino e a aprendizagem são objeto de regulação, em diversos momentos, nas reuniões dos diferentes

órgãos e estruturas, cuja análise dos resultados desencadeia as necessárias alterações naqueles proces-

sos, tal como prevê o manual de procedimentos. Atentos aos recursos disponíveis, os responsáveis têm

reforçado as parcerias como estratégia promotora do sucesso. É de realçar a análise sistemática da eficá-

cia das medidas educativas implementadas, que garante uma avaliação mais precisa do seu impacto nas

aprendizagens dos alunos, bem como as ações entre pares previstas no plano bienal de formação.

Reconhecidos pelo valor acrescentado que introduzem nas práticas pedagógicas e nas aprendizagens,

assinalam-se, igualmente, o aproveitamento dos manuais escolares e o recurso a websites com conteúdos

científicos e educativos e a algumas valências da plataforma Moodle como complemento do trabalho

desenvolvido em sala de aula. Portanto, está superado o ponto fraco registado numa das anteriores ava-

liações externas “A fragilidade dos procedimentos de monitorização e acompanhamento da prática letiva

em sala de aula não favorece a partilha e o aprofundamento da reflexão sobre a ação educativa, nem

permite um conhecimento concreto da qualidade dos processos de ensino e de aprendizagem essenciais

para a melhoria dos resultados escolares”.

A atuação consistente dos docentes titulares e dos diretores de turma na ligação com as famílias, bem

como do serviço de psicologia e orientação, do Gabinete de Apoio ao Aluno e do Gabinete de Apoio ao Alu-

no e à Família, no acompanhamento de alunos em situação de risco, em articulação com os parceiros da

rede social (Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Portimão e Escola Segura), revela-se eficaz na

prevenção do abandono escolar.

Em síntese, tendo em conta os juízos avaliativos formulados neste domínio, os pontos fortes predominam

na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais generalizadas e eficazes.

Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de MUITO BOM no domínio Prestação do

Serviço Educativo.

3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO

LIDERANÇA

O diretor, coadjuvado por uma equipa coesa e dinâmica, assume uma liderança que se pauta por uma

atuação de confiança, assente nas relações de proximidade que estabelece com os diferentes membros da

comunidade, bem como na resposta imediata a problemas que afetam alguns alunos e as respetivas

famílias. É de evidenciar a introdução de procedimentos de melhoria organizacional, sobretudo através

do impulso que imprime ao trabalho colaborativo. Esta liderança é determinante para a vinculação da

comunidade educativa à missão, aos valores e à visão estratégica de desenvolvimento do Agrupamento.

Apesar de se tratar de uma unidade orgânica recente e que se destaca, na região, por ser a que integra o

maior número de alunos, sobressai um forte sentido de identificação e de pertença ao Agrupamento e o

compromisso coletivo para que sejam alcançadas as metas e os objetivos definidos. Esta sintonia de pro-

pósitos está igualmente patente nos documentos estruturantes, que se complementam, tornando eviden-

te a passagem de um plano de intenções referido no projeto educativo para a ação que é desenvolvida

nas escolas. A coerência entre estes documentos permite reconhecer lógicas de complementaridade

enquanto instrumentos orientadores da ação educativa.

Consciente de que a liderança de uma organização escolar se efetiva na partilha de responsabilidades e

na subsidiariedade das tarefas, a direção promove uma cultura de corresponsabilização e de valorização

dos diferentes patamares de liderança, que, de forma concertada, contribuem para a melhoria das res-

postas educativas. Com este intuito, foi elaborado o guião de coordenação, documento de apoio à ação

das lideranças intermédias, nomeadamente dos diretores de turma, dos coordenadores de departamento

curricular, de grupo de recrutamento e de estabelecimento, que clarifica as funções destes elementos,

calendariza os momentos de trabalho e especifica as tarefas que devem ser realizadas. Desta forma, são

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garantidos os processos de comunicação, informação, planificação, organização, coordenação, controlo e

avaliação próprios destas lideranças, sendo igualmente fomentadas práticas de reflexão e de partilha.

Um dos pontos fracos identificados nas anteriores avaliações externas foi “A reduzida participação dos

pais/encarregados de educação nas atividades escolares”. Embora a sua participação seja muito variável

– intensa na educação pré-escolar e no 1.º ciclo do ensino básico, decrescendo à medida que os alunos

evoluem nos ciclos de ensino –, atualmente verificam-se progressos relativamente à avaliação anterior.

Para fomentar o acréscimo do envolvimento destes na vida escolar dos seus educandos, têm sido desen-

volvidas várias iniciativas. Salientam-se a cerimónia de abertura do ano letivo, amplamente participa-

da, a realização de seminários destinados à família, como o que foi oferecido aos pais e encarregados de

educação das crianças e dos alunos da educação pré-escolar e do 1.º ciclo, intitulado “Como ajudar os

filhos a crescer”, e, ainda, o empenho que a direção tem empreendido para que seja criada uma única

associação de pais, que substitua as três existentes, provenientes das escolas entretanto agrupadas.

No campo das parcerias é privilegiada a Câmara Municipal de Portimão com vantagens mútuas, de que

são exemplos a requalificação da Escola Básica do Pontal ou a resposta a pedidos da edilidade para a

cobertura fotográfica de eventos, que é assegurada por alunos que frequentam o curso profissional de

Técnico de Multimédia. Existem ainda desafios protocolados com outras escolas, sobretudo as do conce-

lho, com a Universidade do Algarve, tendo em vista a continuidade de estudos dos alunos, e com o Insti-

tuto Teixeira Gomes, no âmbito do curso de Técnico de Apoio à Gestão Desportiva. Outro indicador da

existência de parcerias ajustadas à ação do Agrupamento é a elevada aceitação, por parte do tecido

empresarial local, dos estudantes que frequentam os cursos profissionais e que precisam de realizar

práticas em contexto de trabalho.

No que se refere à motivação da comunidade escolar existe uma mobilização que se caracteriza pelo

empenho e compromisso coletivos. A existência de linhas orientadoras, que são claras e que todos conhe-

cem, a par de um exercício eficaz das várias instâncias de liderança, são aspetos que contribuem para

que todos conheçam os seus deveres e obrigações, mas também os seus direitos, o que concorre para

reduzir conflitos ou tensões e assegura um ambiente de trabalho salutar e empenhado.

GESTÃO

Os edifícios do Agrupamento foram alvo de intervenções recentes e possuem excelentes condições físicas

para a realização de atividades educativas. Embora qualquer dos estabelecimentos possua recursos pró-

prios, tais como biblioteca, refeitório e espaços desportivos, é frequente a circulação de crianças e alunos

pelas várias escolas, para lhes proporcionar situações de aprendizagem mais significativas. Destaca-se a

utilização, pelos alunos do 1.º ciclo, dos equipamentos que estão disponíveis nos laboratórios dos 2.º e 3.º

ciclos e do ensino secundário, e a opção de alocar os alunos do 9.º ano na escola-sede, por esta possuir

mais salas e, desta forma, melhorar as condições para o processo de aprendizagem. Na gestão do tempo

escolar, a conciliação entre os horários das atividades letivas, as de enriquecimento do currículo e os

apoios educativos é bem conseguida.

Os critérios de constituição dos grupos e das turmas, de elaboração dos horários e de distribuição de

serviço são explícitos e privilegiam a dimensão pedagógica e o interesse das crianças e dos alunos. A

escolha das equipas pedagógicas assenta no reconhecimento de competências específicas dos docentes e

na continuidade e rentabiliza os saberes e as experiências mais consolidados. Refira-se a coadjuvação,

pontual ou contínua, que docentes dos 2.º e 3.º ciclos prestam no 1.º ciclo, em áreas curriculares como as

expressões e a matemática.

A gestão do pessoal não docente denota conhecimento das competências pessoais e profissionais de cada

um. A afetação aos serviços é proposta pelos coordenadores dos assistentes operacionais e posteriormen-

te aprovada pela direção. Nos serviços administrativos, o funcionamento implementado dá resposta às

Agrupamento de Escolas Poeta António Aleixo – PORTIMÃO

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diferentes solicitações dos utentes e proporciona um conhecimento abrangente de cada uma das áreas

por parte dos assistentes técnicos.

A promoção do desenvolvimento profissional é uma das áreas de intervenção mais efetivas e que revela

soluções criativas e inovadoras no campo da formação contínua dos docentes. Com a criação de tempos

comuns para os professores, designado de trabalho colaborativo, foi implementado um dispositivo de

formação, com recurso preferencial a formadores internos. As modalidades são, sobretudo, as oficinas e

os círculos de estudos, promovidos em articulação com o centro de formação, sedeado no Agrupamento.

As ações realizadas, destinadas a pessoal docente e não docente, são organizadas em áreas temáticas

que resultaram de um diagnóstico de necessidades e permitem a análise e a reflexão sobre as práticas,

bem como a pertinente ligação entre o exercício profissional e a atividade letiva. No plano elaborado

cada uma das ações foi associada a objetivos do projeto educativo, o que reforça a coerência entre os

vários documentos estruturantes.

Os circuitos de comunicação interna e externa registaram uma notória evolução. A informação, quer a

normativa quer a de âmbito pedagógico, é acedida com maior facilidade e eficiência, pelo que o ponto

fraco assinalado numa das anteriores avaliações externas “O escasso efeito dos meios de circulação da

informação interna” está superado. Para tal contribuiu o uso, mais efetivo, do correio eletrónico, tanto

dentro do Agrupamento como entre este e a comunidade educativa, a utilização de plataforma Moodle e,

também, a criação do dossiê digital de turma. Trata-se de uma ferramenta extremamente útil para o

acompanhamento do percurso escolar de cada um dos alunos, que reúne toda a informação no que se

refere à sua caracterização, trajetória académica e dados de avaliação formativa e sumativa.

AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA

A autoavaliação é uma área de excelência do Agrupamento. É assegurada por uma equipa que foi cons-

tituída no ano letivo de 2009-2010 e que, atualmente, integra docentes, não docentes e pais e encarrega-

dos de educação. Desde que foi constituída tem vindo a realizar várias tarefas que conduziram a um

processo sistemático, consequente e que se reparte por um conjunto de focos de avaliação organizacio-

nal, qualquer um deles fundamental para o processo de análise e consequente melhoria.

A equipa é responsável pelo Diagnóstico da Organização, pela Framework de Desenvolvimento Pedagó-

gico, pelo Observatório da Qualidade Escolar e pela Avaliação do Projeto Educativo. O Diagnóstico da

Organização, que utilizou a metodologia CAF (Common Assessment Framework), permitiu identificar as

áreas de melhoria que deveriam ser trabalhadas. A Framework de Desenvolvimento Pedagógico consiste

num processo de consulta, junto dos alunos, sobre as práticas de ensino. Os dados recolhidos fornecem

informação relevante acerca dos processos de ensino e, ao serem analisados por cada docente e em sede

de departamento curricular, conduzem à reformulação de metodologias e de estratégias de intervenção

educativa. O Observatório da Qualidade Escolar recolhe, analisa e publicita, em cada período escolar,

um estudo detalhado sobre os resultados dos alunos. Este trabalho tem tido consequências nos processos

de desenvolvimento curricular, de entre as quais se destaca a definição dos grupos de nível na disciplina

de matemática. Para a Avaliação do Projeto Educativo estão a ser aplicados inquéritos por questionário

à comunidade educativa e os resultados permitirão definir as prioridades para o próximo projeto educa-

tivo cujo ciclo de vigência se aproxima.

Esta seleção dos processos de ensino e de aprendizagem e dos resultados escolares como áreas prioritá-

rias tem permitido a tomada de decisões sobre ações de melhoria, que passaram a ser partilhadas com

as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica. Este facto, a par da divulgação e da

reflexão sobre os resultados deste processo junto da comunidade escolar, desencadeou uma adesão mui-

to positiva, potenciou o envolvimento de todos os intervenientes nos planos de ação de melhoria e con-

tribuiu para a existência de uma evidente cultura de aperfeiçoamento e para a sustentabilidade do pro-

gresso.

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No Agrupamento a autoavaliação é, pois, um processo implementado e revela consequências positivas

no aperfeiçoamento das práticas profissionais e na prestação do serviço educativo, que terão, a curto ou

a médio prazo, impacto na melhoria consistente dos resultados académicos. Contudo, a consequente e

contínua reflexão sobre a eficácia das práticas de ensino em sala de aula configura-se, ainda, como um

trabalho a aperfeiçoar pelo corpo docente, de modo a reforçar uma avaliação rigorosa do impacto do

ensino nas aprendizagens dos alunos.

Em síntese, tendo em conta os juízos avaliativos formulados neste domínio, os pontos fortes predominam

na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais generalizadas e eficazes.

Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de MUITO BOM no domínio Liderança e

Gestão.

4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA

A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento:

A conceção de um planeamento estratégico coerente e bem estruturado em função das necessi-

dades do Agrupamento;

A oferta diversificada de iniciativas nos domínios desportivo, cultural, artístico e de solidarie-

dade promotora do desenvolvimento dos conhecimentos e aptidões das crianças e dos alunos,

com um impacto na sua formação pessoal e social;

A imagem de Agrupamento de referência, com bom aproveitamento dos recursos disponíveis e

grande abertura e interação com a comunidade, associada a um ensino de qualidade, o que se

reflete favoravelmente na capacidade de atração e no reconhecimento público da sua ação;

O estímulo às atividades de pesquisa e experimentais e ao desenvolvimento da curiosidade e do

espírito científico, e o enfoque na dimensão artística, com repercussões positivas na formação

integral das crianças e dos alunos;

A sintonia existente entre os diversos órgãos e estruturas, numa visão partilhada de progresso,

e a liderança motivadora do diretor, fomentando a corresponsabilização, o envolvimento dos

profissionais e a cultura de ensino de qualidade e de rigor no Agrupamento;

A consistência do processo de autoavaliação, enquanto suporte de melhoria, concorrendo para a

apropriação de uma cultura de aperfeiçoamento e para a sustentabilidade do progresso.

A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus

esforços para a melhoria são as seguintes:

As estratégias a desenvolver nas disciplinas com menores índices de sucesso e com os alunos

com mais dificuldades de modo a melhorar os seus desempenhos académicos;

A consolidação das práticas de diferenciação pedagógica, como respostas favorecedoras da

melhoria dos resultados e da qualidade das aprendizagens;

A observação da prática letiva em sala de aula enquanto medida promotora do desenvolvimento

profissional dos docentes e, consequentemente, da melhoria das aprendizagens e dos resultados

dos alunos.

22-04-2016

A Equipa de Avaliação Externa: Carlos Mendonça, Fernanda Lota, Helena Quintas