Relatório análises clínicas

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CCBS – CURSO DE FARMÁCIA RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE ESTÁGIO SUPERVISIONADA EM ANÁLISES CLÍNICAS ESTÁGIO IV (7º SEMESTRE) THAIS ARAGÃO TIA: 406.8440-7 TURMA: A11 SÃO PAULO / SP NOVEMBRO/2009

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Relatório de estágio em laboratório de análises clínicas.Resumo de técnicas utilizadas para análises de amostras biológicas.

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Page 1: Relatório análises clínicas

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CCBS – CURSO DE FARMÁCIA

RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE ESTÁGIO SUPERVISIONADA EM ANÁLISES CLÍNICAS

ESTÁGIO IV (7º SEMESTRE)

THAIS ARAGÃO

TIA: 406.8440-7

TURMA: A11

SÃO PAULO / SP

NOVEMBRO/2009

Page 2: Relatório análises clínicas

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CCBS – CURSO DE FARMÁCIA

RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO IV

REALIZADO POR THAIS ARAGÃO NO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS

LAURYE

SÃO PAULO / SP

NOVEMBRO/2009

Page 3: Relatório análises clínicas

SUMÁRIO

1. DADOS PESSOAIS .......................................................................................... 3

2. DADOS SOBRE A EMPRESA ......................................................................... 3

3. DADOS SOBRE O ESTÁGIO ........................................................................... 3

4. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4

5. DESCRIÇÃO DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS LAURYE .......... 4

5.1. Organograma .................................................................................... 4

5.2. Planta Baixa ...................................................................................... 5

5.3. Fluxograma de Atividades Laboratório do Laboratório Laurye .......... 6

6. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ..................................................................... 7

6.1. Coleta ................................................................................................ 7

6.2. Coleta de Sangue ............................................................................. 7

6.3. Hematologia ...................................................................................... 9

6.4. Bioquímica Clínica .......................................................................... 17

6.5. Imunologia ....................................................................................... 43

6.6. Parasitologia ................................................................................... 56

6.7. Microbiologia ................................................................................... 65

7. REFERÊNCIAS .............................................................................................. 73

Page 4: Relatório análises clínicas

1. DADOS PESSOAIS

Nome : Thais Aragão

Data de Nascimento: 03/05/1987

RG:44008521-4

Endereço : Rua Alcatifa, 111 – Jardim Brasília - São Paulo - SP

Tel.:(11) 2741-8711/ Cel.: (11) 9412-5819

e-mail: aragã[email protected]

2. DADOS SOBRE A EMPRESA

Área do Estágio: Análises Clínicas

Local: Laboratório de Análises Clínicas Laurye

CNPJ: 43.783.943/00001-40

Representante legal: Irene Lourenço Pereira

Tel.: (11) 2093-2530

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Winifred, 62–Vila Carrão - São Paulo - SP – Brasil

3. DADOS SOBRE O ESTÁGIO

Período: 04/02/2009 à 18/05/2009

Carga Horária: 150horas

Supervisor do estágio:

Eliana A. Santos

CRBM nº: 3865

Page 5: Relatório análises clínicas

4. INTRODUÇÃO

As instalações nas quais se fazem os exames químicos e microscópicos do

sangue, outros líquidos do organismo e tecidos são chamados de laboratórios

clínicos. (Walters, et al., 1998)

O laboratório clínico pode ser grande, oferecendo serviços sofisticados e

empregando muitos profissionais habilitados, ou pode ser pequeno, com apenas um

empregado. (Walters, et al., 1998)

Dentro do laboratório clínico pode existir várias áreas como, por exemplo,

Hematologia, Parasitologia, Microbiologia, Bioquímica Clinica, Urinálise, Sorologia,

Enzimologia, Toxicologia, Micologia e Citologia. Todas de igual importância no

diagnóstico e tratamento de várias patologias.

5. DESCRIÇÃO DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS LAURY E

5.1. Organograma

Fig. 1 - Organograma do Laboratório Semi-Industrial

Irene Lourenço

Pereira

Diretora

Eliana A. Santos

Biomédica

Edna Sgorlon

Enfermeira

Gilberto Almeida

Custódio

Técnico de laboratório

Thais Aragão

Estagiária

Maurício Lopes

Técnico de

Laboratório

Page 6: Relatório análises clínicas

5.2. Planta Baixa

Fig. 2- Planta Baixa do Laboratório de Análises Clínicas Laurye

Page 7: Relatório análises clínicas

5.3. Fluxograma de Atividades Laboratório do Labora tório Laurye

Fig. 3 - Fluxograma das Atividades Gerais no Laboratório de Análi ses Clínicas Laurye

Cadastramento do paciente no sistema

Liberação do convênio/pagamento

Coleta

Laboratório de análise clínicas

Triagem

Exames de Parasitológicos

Exames Bioquímicos Exames Imunológicos Exames Hematológicos

Page 8: Relatório análises clínicas

6. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

No laboratório Laurye tive a oportunidade de entrar em contato com várias

atividades do dia a dia de um laboratório clínico.

Essas atividades são divididas em setores de acordo com o tipo de técnica a

ser usada, do que quer se pesquisar e do tipo de material que tem-se disponível.

Abaixo serão relatadas e discutidas as atividades realizadas em cada setor:

Hematologia, Bioquímica, Imunologia, Parasitologia e Microbiologia.

6.1. Coleta

Para realizar um exame laboratorial pode-se utilizar os seguintes tipos de

amostras:

- Sangue

- Urina

- Fezes

- Secreções

- Raspados

- Esperma

- Liquídos cavitários.

Para cada tipo de amostra deve-se observar as condições em que devem ser

coletadas e armazenadas para garantir que não sejam somados mais fatores de

erros a análises.

Deve-se orientar adequadamente o paciente quanto ao preparo a ser

realizado antes da coleta, o qual é específico para cada tipo de análise. Por

exemplo, se há necessidade de jejum, de quantas horas; realização de exercício

físico; ingestão de bebidas alcóolicas ou estimulantes.

Antes da coleta também é necessário obter informações sobre aspectos

referentes ao paciente que podem interferir nos resultados, como por exemplo:

idade, sexo, etnia, gravidez, período do ciclo menstrual, uso de medicamentos,

presença de doenças concomitantes, tabagismo, alcoolismo, etc.

6.2. Coleta de Sangue

O sangue é tipo de amostra muito utilizado para análises hematológicas,

bioquímicas e imunológicas .

Para cada finalidade deve-se separar a fração do sangue mais indicada (soro,

plasma ou sangue total).

Page 9: Relatório análises clínicas

6.2.1. Fluxograma coleta de sangue

Após a coleta, o tubo é enviado para cada setor de acordo com o tipo fração

necessária para análise.

Recepção

•Identificação do paciente

•Exames a serem realizados

•Medicamentos que utiliza

Flebtomista

•Preparo e orientação do paciente na área de coleta

•Verificar exames a serem realizados

•Confirmar nome do paciente com a ficha

•Perguntar quanto tempo está em jejum (se necessário);Se houve consumo de álcool

Flebotomista

•Antissepsia das mãos

•Colocação das luvas de procedimento

•Preparação dos materiais a serem utilizados

Paciente

•Apoiar o braço sobre suporte

•Fechar a mão para que a veia se torne palpável

Flebotomista

•Sentir a veia do paciente

•Garrotear

•Antissepsia do local da punção com álcool 70% e algodão; esperar o

álcool secar

Flebotomista

•Fazer a venopunção com material adequado

•Liberar o garrote quando o sangue começar a fluir

Flebotomista

•Retirar o tubo de sangue

•Homogeneizar por inversão lentamente

Flebotomista

•Retiraro sistema de coleta

•Pressionar o local de coleta com algodão 1-2min

•Colocar curativo (se necessário)

•Identificar o Tubo

Page 10: Relatório análises clínicas

6.3. Hematologia

Hematologia é o ramo da biologia que estuda o sangue. A palavra é composta

pelos radicais gregos: Haima (de haimatos), "sangue" e lógos, "estudo, tratado,

discurso". A Hematologia estuda os elementos figurados do sangue: hemácias

(glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. Estuda, também, a

produção desses elementos e os órgãos onde eles são produzidos (órgãos

hematopoiéticos): medula óssea, baço e linfonodos.

A seção de hematologia é primariamente responsável pelo exame dos

elementos figurados do sangue. Estes podem ser qualitativos, como a observação

da aparência das células sanguíneas. Ou os testes podem ser quantitativos, com na

execução das contagens de células.

O laboratório de hematologia executa testes para detectar e monitorar

tratamentos de anemias, leucemias e desordens hereditárias do sangue, como a

hemofilia. Os efeitos de certos tratamentos, como a quimioterapia contra o câncer,

podem ser determinados por testes hematológicos.

Os exames utilizados na investigação hematológica incluem:

• Hemograma

• Mielograma

• Velocidade de hemossedimentação (VHS)

• Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA)

• Tempo de protrombina (TP)

• Fibrinogênio

• Dímeros-D

• dosagens de fatores de coagulação, entre outros.

A coleta para análise hematológica é em geral realizada, seguindo os

procedimentos de coleta já conhecidos, em tubos contendo EDTA como

anticoagulante (tampa roxa). A coleta de sangue deve ser feita com o paciente em

jejum de pelo menos 12 horas, 24 horas sem pratica de exercícios físicos e 48 horas

sem consumo de bebida alcoólica. As amostras previamente identificadas são

encaminhadas ao laboratório que procede com as análises dos exames

hematológicos.

Page 11: Relatório análises clínicas

6.3.1. Hemograma Hemograma é um exame realizado que avalia as células sanguíneas de um

paciente. As células circulantes no sangue são divididas em três tipos: células

vermelhas (hemácias ou eritrócitos), células brancas (ou leucócitos) e plaquetas (ou

trombócitos).

O hemograma é uma combinação de teste que usualmente inclui:

- Contagem de hemácias

- Contagem de leucócitos

- Hemoglobina

- Hematócrito

- Índice de hemácias

- Contagem diferencial de leucócitos

- Avaliação do número de plaquetas

- Observação morfológica das células do sangue

- Fig. 4- Fluxograma da realização do Hemograma

Amostra de

Sangue colhida

com EDTA

Identificação

das Amostras

Encaminhar ao

Laboratório

Fazer

Esfregaços e

Identificá-los

Corar Utilizado

Corante

Panótico

Análise

Microscópica

da Série

Vermelha

Contagem

Diferencial

Preparar

amostras para

Determinações

na Automação

Anotar

Resultados

Preparar Amostras

para a realização de

Hematócrito e

Hemoglobina manuais

Anotar

Resultados

Page 12: Relatório análises clínicas

• Contagem Manual de Hemácias e Leucócitos

Contagens manuais do número de hemácias e leucócitos podem ser feitas em

câmara de Neubauer (Fig. 7), após uma diluição prévia do sangue. A contagem é

realizada utilizando-se apenas um retículo da câmara, portanto para uma mesma

amostra pode-se utilizar apenas uma câmara, onde um retículo será ocupado para

os glóbulos vermelhos e um para os glóbulos brancos. Cada um é constituído por

nove quadrados de 1mm² de área e com a profundidade de 0,1mm. Esses

quadrados são ainda subdivididos. Os quatro externos possuem dezesseis

quadrados cada e o central possui vinte e cinco quadrados subdivididos em novos

dezesseis quadrados cada (Fig. 8).

O método dificilmente é usado, sendo usado em poucos casos de dúvidas da

metodologia automática .

Para contagem de hemácias faz-se a seguinte diluição: 20µL do sangue são

transferidos para um tubo de ensaio com 3980µL de solução de Gower. A mistura é

homogeneizada por inversão por dois minutos (Fig. 5). 10µL são então transferidos

para a câmara onde se deve aguardar três minutos para a contagem.

Para contagem de leucócitos faz-se a seguinte diluição: 20µL de sangue são

transferidos e homogeneizados por inversão com 380µL de solução de Turk em um

tubo de ensaio durante dois minutos (Fig. 6).

Fig. 5 - Diluição do sangue para contagem de hemáci as

3980µL de sol .Gower

20µL de sangue

Agitar por

inversão 2

minutos

Page 13: Relatório análises clínicas

Transferem-se essas diluições com auxílio de pipeta ou capilar cada uma para

um retículo (Fig. 7).

Fig. 7- Enchendo a Câmara com sangue diluído

A câmara de Neubauer é então colocada no microscópio com a objetiva de

menor aumento (10x). Focam-se as áreas quadriculadas como observado na Fig. 8.

Realiza-se a contagem das hemácias e leucócitos as áreas específicas, como

indicado na figura abaixo:

Fig. 6 - Diluição do sangue para contagem de leucóc itos

380µL de sol. Turk

20µL de sangue

Agitar por inversão 2 minutos

Page 14: Relatório análises clínicas

Fig. 8- Área de contagem de hemácias (E) e leucócit os (L).

A contagem total de hemácias deve ser multiplicada por 10000 para encontrar

no número de hemácias por mm3. A contagem de leucócitos deve ser multiplicada

por 50 para encontrar o número de leucócitos por mm3.

• Hematócrito

Com a amostra original, um capilar (heparinizado para sangue capilar ou não

heparinizado para sangue de tubos com anticoagulante) é preenchido até mais de

três quartos de seu volume. O capilar é limpo e a extremidade não preenchida é

fechada por chama. Colocado então na microcentrífuga, com a extremidade fechada

voltada para fora, é rotacionado a 11000rpm por cinco minutos.

A leitura é realizada pela comparação do hematócrito com uma régua específica.

O resultado é obtido em porcentagem (Fig. 9).

Fig. 9 - Leitura do hematócrito

Page 15: Relatório análises clínicas

• Hemoglobina

Determinação baseada na leitura espectrofotométrica em 540nm da

oxihemoglobina formada pela transformação da hemoglobina através da lise dos

eritrócitos da amostra com solução hipotônica. Para isso 20µL de sangue são

diluídos em 6mL de água. Uma gota de solução de NH4OH a 1% (solução

hipotônica) é acrescida e a solução é homogeneizada por inversão.

A leitura é então feita no espectrofotômetro com o comprimento de onda correto.

Para a solução branca, necessária para a calibração, utiliza-se apenas água. Se o

aparelho já estiver programado, o resultado sairá em concentração.

• Contagem diferencial de leucócitos

Necessária para a diferenciação dos glóbulos brancos. Após a preparação do

esfregaço, este deve ser mergulhado por cinco segundos em cada corante

pertencente ao Panótico. O excesso é retirado com água e a lâmina quando seca é

levada ao microscópio para a observação.

As células devem ser contadas sendo segregadas pelos tipos até resultarem

número 100. O valor final é a porcentagem do tipo de leucócito na amostra de

sangue.

São diferenciadas em: neutrófilo segmentado (Fig. 10), neutrófilo bastonete(Fig.

11), eosinófilo (Fig. 12), monócito (Fig. 13), basófilo (Fig. 14) e linfócito (Fig. 15).

Fig. 10 - Neutrófilo Segmentado

Fig. 11 - Neutrófilo Bastonete

Fig. 12 – Eosinófilo

Fig. 13- Monócito

Page 16: Relatório análises clínicas

Fig. 14 – Basófilo

Fig. 15 - Linfócito

6.3.2. Velocidade de Hemossedimentação (VHS) A velocidade de hemossedimentação é baseada no princípio da

sedimentação, o processo no qual as partículas sólidas tendem a depositar no fundo

de um líquido. Em uma amostra de sangue anticoagulado e deixado em repouso as

hemácias vão gradualmente separar-se do plasma e depositam-se no fundo do

recipiente. A velocidade com que as hemácias se depositam ou caem sob condições

controladas de laboratórios é conhecida como velocidade de hemossedimentação.

Em amostras de sangue da maioria das pessoas sadias, a sedimentação

ocorre lentamente. Em muitas doenças, particularmente as inflamatórias, o VHS é

rápida. Em alguns casos, a velocidade é proporcional à gravidade da doença.

Para fazer uma VHS, uma amostra de sangue anticoagulado é colocado em

um tubo graduado de dimensões padrão, e incubado em uma posiçào vertical por

exatamente uma hora. Ao final dessa hora, a distância que os eritrócitos caíram do

menisco do plasma (na marca zero) é medida em milimetros (mm) e reportado (Fig.

16).

Fig. 16 - Leitura do VHS no tubo graduado

Page 17: Relatório análises clínicas

6.3.3. Testes de Coagulação Para a realização dessa determinação, o tubo a ser utilizado na coleta contém

citrato de sódio, que seqüestra o cálcio presente, inibindo a coagulação.

A coagulação é um processo do organismo que, em caso de lesão, impede o

extravasamento sangüíneo através da formação do coágulo de fibrina. Ela envolve

inúmeras substâncias conhecidas como fatores de coagulação que estão envolvidas

em três fases básicas, a formação da tromboplastina, a conversão da protrombina

em trombina e a transformação do fibrinogênio em fibrina.

Ela pode ser ainda dividida em duas vias, a extrínseca e a intrínseca. Para a

análise da sua funcionalidade no sangue realiza-se a Determinação do Tempo de

Protrombina (TP) que consiste em adicionar tromboplastina em excesso ao plasma

(descalcificado pelo citrato de sódio presente no tubo) e recalcificá-lo com

quantidades conhecidas de cloreto de cálcio padronizado. O tempo levado para que

o coagulo se forme é o TP.

Esse sistema é escolhido para a investigação da via extrínseca, pode

demonstrar deficiência dos fatores de coagulação I, II, V, VII e X e ainda auxiliar no

controle da terapêutica anticoagulante.

A determinação é feita de maneira automatizada pelo aparelho da Human, para

isso, deve-se selecionar o programa PT e deixar o reagente no aparelho em pré-

aquecimento por 5 minutos. 25µL de plasma são então pipetados na cubeta e

colocados em pré-aquecimento por 1 minuto.

A cubeta é então transferida para a posição de medição, o sistema óptico é

ativado e 50µL do reagente (tromboplastina) são adicionados. Selecionar a

ampulheta para que a leitura seja feita (máximo de 300 segundos). O resultado é

mostrado no visor. Aconselha-se realizar o teste em duplicata, se a diferença entre

elas for maior que 5% é necessário repetir o teste.

Pode-se realizar a Determinação do Tempo de Tromboplastina Ativado (TTPA),

onde se adiciona ao plasma, cálcio e cefalina (substituto das plaquetas), o tempo

consumido para a coagulação representa o TTPA. É um método importante para a

investigação das alterações do mecanismo de coagulação envolvendo a via

Intrínseca, com exceção das plaquetas e fatores VII e XIII.

Para a sua realização utiliza-se o mesmo aparelho do TP. O programa TTPA é

então selecionado e 25µL de plasma e de TTPA são pipetados na cubeta. Esta é

incubada por 5 ou 3 minutos (dependendo do kit do reagente. Após a incubação é

Page 18: Relatório análises clínicas

transferida para a posição de medição e o sistema óptico é ativado. Adiciona-se

então 25µL de CaCl2 pré-aquecido. O cronômetro é ativado e o instrumento fará a

leitura em até 300 segundos. Se nenhum coagulo for formado o display mostrará

+++.+s.

Quando o tempo de processamento é de 35-45 segundos é considerado normal,

se for encurtado (abaixo desse valor), não há relevância clínica, mas se o resultado

for prolongado (acima desse valor), possui uma grande importância diagnóstica e

pode ocorrer por deficiência dos fatores VIII, IX, V, X, XI, XII, II e I ou quando

existem anticoagulantes circulantes.

6.4. Bioquímica Clínica

6.4.1. Proteína A dosagem das proteínas pode fornecer informações que refletem os estados

de doença em muitos sistemas de órgãos. A dosagem das proteínas totais fornece

uma informação importante sobre o estado geral do paciente, referente à nutrição ou

a doenças orgânicas severas. Os fracionamentos adicionais contêm informações

clinicamente mais úteis.

- Aumento de proteínas totais: mieloma múltiplo, macroglobulinemia, artrite

reumatóide, lupus eritematoso, endocardite bacteriana subaguda e linfogranuloma.

- Diminuição de proteínas totais: desnutrição grave, hiperhidratação, nefrose,

insuficiência renal, deficiência de cálcio e vitamina D.

Finalidade: Sistema para determinação colorimétrica das proteínas totais em

amostras de sangue e líquidos pleural, sinovial e ascítico por reação de ponto final.

Princípio: Os íons cobre (Cu2+) em meio alcalino (Reagente de Biureto)

reagem com as ligações peptídicas das proteínas séricas formando cor púpura que

tem absorbância máxima em 545 nm, proporcional à concentração de das proteínas

da amostra.

Referência em adultos: 6 a 8g/dL

6.4.2. Albumina A albumina é a proteína mais importante do plasma humano, representando

40 a 60% do total de proteínas. Os níveis plasmáticos de albumina, devido a sua

relação com o aporte de proteínas e a produção no fígado, são frequentemente

usados com parâmetros para avaliação do estado nutricional e função hepática

Page 19: Relatório análises clínicas

Diminuições da albumina ocorrem na cirrose e outras doenças hepáticas

incluindo alcoolismo crônico, na gravidez associado ao uso de contraceptivos orais,

em muitas doenças crônicas incluindo neoplasias, síndrome nefrótica, enteropatias

com perda proteíca (doença Chron, colite ulcerativa), doenças inflamatórias como as

doenças autoimunes, imobilização prolongada, falências cardíaca e outros estados

catabólicos crônicos. A elevação da albumina sérica é encontrada somente na

desidratação.

Finalidade: Sistema para determinação da albumina em amostras de soro por

reação de ponto final.

Princípio: A albumina tem a propriedade de se ligar à uma grande variedade

de ânions orgânicos e moléculas complexas de corantes.

O sistema de medição se baseia no desvio do pico de absortividade máxima

de um corante complexo (verde de bromocresol) quando este se liga à albumina. A

cor formada é medida colorimetricamente entre 620 e 640 nm, sendo proporcional à

quantidade de albumina na amostra até a concentrção de 6,0 g/dL.

O verde de bromocresol possui especificidade para a albumina e não sofre

interferência de valores elevados da bilirrubina e hemoglobina, permitindo também

que valores elevados dos triglicerídeos possa ser corrigida utilizando o branco da

amostra.

Referência para adultos: 3,5 a 5,5 g/dL

6.4.3. Mucoproteínas As mucoproteínas são uma fração heterogênea de glicoproteínas solúveis

que podem ser separadas por eletroforese em 5 subfrações, conhecidas pelo nome

genérico de proteínas de fase aguda. Por definição proteína de fase aguda é aquela

cuja concentração aumenta ou diminui em resposta ao estímulo inflamatório. A

maioria executa funções específicas o que as torna muito importantes durante o

processo inflamatório.

O aumento das mucoproteínas ocorre em vários processos inflamatórios

sépticos ou assépticos, agudos ou crônicos, localizados ou sistêmicos como

neoplasia, doença do colágeno, tuberculose e outras doenças infecciosas, diabetes

mellitus, cirrose hepática, psoríase, gota, etc. A falta de especificidade limita muito o

seu uso em termos de diagnóstico. As dosagens seriadas das mucoproteínas têm

sido usadas com relativo sucesso para acompanhar a resposta ao tratamento.

Page 20: Relatório análises clínicas

Lembramos que não existe correlação entre os níveis séricos de mucoproteínas,

proteína C-reativa e antiestreptolisina.

Finalidade: Determinação quantitativa da Mucoproteínas em amostra de soro

com reação de ponto final.

Princípio: Precipitação seletiva com Ácido Perclórico.. As mucoproteínas

(seromucóides) são separadas das proteínas coaguláveis pelo calor por precipitação

seletiva com solução de ácido perclórico. Realiza-se em seguida precipitação das

mucoproteínas do filtrado com ácido fosfotúngstico e dosagem com o reagente de

Folin-Ciocalteau através do conteúdo em tirosina.

Referência: 1,9 a 4,9 mg/dL em tirosina.

6.4.4. Amilase A determinação da amilase em amostras de sangue, urina e outros líquidos

biológicos são testes úteis no diagnóstico da pancreatite aguda e suas

complicações.

A amilase sanguínea provém de duas fontes principais: pâncreas e glândulas

salivares. Outras fontes potenciais de amilase sérica são os órgãos de reprodução e

o fígado.

A elevação da amilase sérica não é um achado específico da pancreatite e

causas não pancreáticas de hiperamilasemia podem dificultar a interpretação dos

resultados em alguns casos. Estes incluem lesões inflamatórias envolvendo as

glândulas salivares, tais como a parotidite epidêmica, úlcera péptica perfurada,

envolvendo ou não o pâncreas, infarto ou obstrução intestinal, colelitíase, peritonite,

apendicite aguda, cetoacidose diabética, carcinoma extrapancreático (especialmente

de esôfago, pulmão e ovário), gravidez ectópica rota, insuficiência renal e macro-

amilasemia. Nesta última condição, a amilase não se encontra elevada na urina.

A determinação da amilase sérica e urinária são os testes mais úteis para o

diagnóstico da pancreatite e em muitos casos a relação entre as depurações da

amilase e da creatinina pode ser útil no diagnóstico da pancreatite aguda e

pancreatite recorrente. Neste caso, o valor da relação se encontra entre 7,0 e

15,0%.

Finalidade: Determinação quantitativa da Amilase em amostra de soro,

plasma e urina com reação cinética de tempo fixo.

Page 21: Relatório análises clínicas

Princípio: A amostra é incubada com um substrato de amido e a diminuição

da cor azul, após a adição de iodo, é comparada com um controle, sendo

proporcional à atividade da amilase na amostra.

Referência: Soro: 60 a 160 U/dL; Urina: 50 a 140 U/hora

6.4.5. Glicohemoglobina É um teste normalmente utilizado para o monitoramento da diabetes mellitus.

Hemoglobina glicada é uma hemoglobina com glicose ligada no terminal

amino de uma das cadeias β da hemoglobina, portanto quanto mais glicose no

plasma, mais hemoglobinas estarão glicadas.

Embora muitas outras proteínas também sejam glicadas, a hemoglobina

apresenta maior tempo de circulação (meia-vida longa de aproximadamente 90 dias

dos eritrócitos) e estão presentes em concentrações suficientes para as

determinações. Fornecem um índice de controle de glicemia de 8 a 12 semanas

anteriores à alguma medicação que o paciente possa ter administrado.

Finalidade: Determinação quantitativa da Hemoglobina glicada em amostra de

sangue.

Métodos: Troca iônica em tubos para determinação da glicohemoglobina.

Princípio: A determinação do percentual de glicohemoglobina no sangue é

feita através da troca catiônica em tubos, sem a necessidade do uso de padrões

secundários internos.

Baseia-se em dois tubos, um contendo uma suspensão de resina de troca

catiônica fraca capaz de ligar todas as frações da hemoglobina exceto as frações

glicadas e outro contendo a mesma resina na mesma concentração mas em

condições não ligantes de nenhuma das frações.

Após adição de um hemolisado ao primeiro tubo e separação mecânica das

frações ligadas e não ligadas, estas últimas contidas no sobrenadante, procede-se à

leitura espectrofotométrica desta fração, em 415 nm, que corresponderá à

glicohemoglobina. Devido às condições não ligantes da resina, a adição do

hemolisado ao segundo tubo fornecerá, após as mesmas operações, uma leitura

espectrofotométrica que corresponderá à hemoglobina total.

A relação entre as duas leituras fornecerá o percentual de glicohemoglobina

na amostra. O hemolisante empregado contém concentrações elevadas de íons

borato, visando a eliminação rápida da fração lábil da glicohemoglobina (aldimina).

Referência:

Page 22: Relatório análises clínicas

Entre 5 e 7 % : Indivíduos sadios ou com diabetes b em controlado. Nesta

faixa poderão ser encontrados indivíduos com glicose de jejum com alguma

alteração, mas sem descontrole metabólico.

Entre 7 e 8 % : Indivíduos intolerantes . Nesta faixa são encontrados

indivíduos com glicemia de jejum alterada ou mesmo normal, mas com curva de

tolerância diminuída.

Acima de 8 % : Diabetes descontrolado , com desequilíbrio metabólico.

6.4.6. Glicose sanguínea A glicose é um carboidrato altamente importante do ponto de vista

laboratorial, pois suas concentrações no sangue são controladas dentro de limites

estreitos por vários hormônios, sendo os mais importantes os produzidos pelo

pâncreas: insulina, glucagon e somatostatina.

Os testes são realizados em amostras de plasma colhidas em tubos contendo

fluoreto, um inibidor da glicólise. Os resultados são classificados em hipoglicêmicos

ou hiperglicêmicos e são determinados para o rastreamento da diabetes mellitus.

Finalidade: Determinação da glicose no sangue e líquidos céfalo raquidiano,

pleural, ascítico e sinovial.

Princípio: A glicose da amostra sofre a ação da glicose oxidase (GOD) em

presença de oxigênio produzindo peróxido de hidrogênio, segundo a seguinte

reação:

Glicose + O2 + H20 GOD acido glucônico + H202

O Peróxido de Hidrogênio em presença de fenol e de 4-aminoantipirina, sofre

a ação da peroxidase produzindo um composto róseo-avermelhado

(antipirilquinonimina) com máximo de absorção em 505 nm. Conforme reação

abaixo:

2 H2O2 + 4-aminoantipirina + fenol POD antipirilquinonimina + 4H2O

Referência: Plasma : 70 a 99 mg/dl ( para pacientes com jejum noturno).

Líquido céfalo-raquidiano : 2/3 da glicemia.

6.4.7. Uréia A uréia é formada a partir da amônia formada pelo catabolismo protéico e

desaminação dos aminoácidos, que liga-se ao CO2 e forma a uréia. A uréia sofre

filtração glomerular, sendo que 50% é reabsorvida e 50% é excretada na urina.

Page 23: Relatório análises clínicas

A concentração de uréia sérica não é tão útil como medida da função

glomerular, pois é afetada pela ingestão de proteínas da dieta (alta ingestão

aumenta a uréia), pelo teor do catabolismo protéico (alto catabolismo, aumenta a

amônia e a produção de uréia) e por sangramento gastrointestinal (aumenta uréia).

É medida juntamente com a creatinina, pois a razão entre elas é útil na

investigação de distúrbios renais, para determinar a causa do distúrbio.

Finalidade: Sistema enzimático-colorimétrico para a determinação da uréia em

amostras de sangue e urina, por reação de ponto final. Somente para uso

diagnóstico in vitro.

Método: Cinética enzimática de tempo fixo, UV.

Princípio: A uréia é hidrolisada pela urease, gerando amônia e dióxido de

carbono.

Urease

Uréia + H2O 2 NH3 + CO2

A amônia reage com o 2 cetoglutarato e NADH em uma reação catalisada

pela glutamato desidrogenase (GLDH), ocorrendo oxidação da NADH a NAD. A

consequente redução da absorbância, medida em 340 ou 365 nm, é proporcional à

concentração de uréia na amostra.

GLDH 2 cetoglutarato + NH3 + NADH L-Glutamato + NAD

Referência:

Soro ou Plasma: 15 a 40 mg/dL.

Urina: 26 a 43 g/24 horas.

6.4.8. Creatinina K A determinação da creatinina em amostras de sangue e urina são testes de

avaliação da função renal. A determinação da concentração de creatinina no líquido

amniótico é um dos parâmetros laboratoriais para a avaliação da maturidade fetal.

A creatinina é sintetizada pelo fígado, rim e pâncreas e totalmente excretada

pelos rins. Como é 100% excretada, a depuração da creatinina está diretamente

relacionada à função glomerular (FG) dos rins.

A determinação pode ser feita em amostra de urina coletada por 24h. Só será

válida se a amostra for cronometrada com exatidão e não haja proteinúria intensa

(embora não seja alterada pela dieta, quando a proteína está em grande quantidade

pode atrapalhar a determinação).

Page 24: Relatório análises clínicas

FG = [creatinina_urina] x Vol. Urina em 24h

[creatinina_soro]

A concentração da creatinina no soro é usada como medida da função

glomerular, mas não é precisa, pois a função glomerular tem que diminuir pela

metade para que a concentração de creatinina plasmática seja alterada.

Os intervalos de referência variam com a massa muscular, portanto, homens

têm valores mais altos que mulheres e idosos, pois possuem valores mais baixos

que os jovens.

Finalidade: Determinação quantitativa da Creatinina em amostra de soro,

plasma e urina com reação de ponto final.

Princípio: Baseado na reação de Jaffé - Pricato alcalino. A creatinina e outros

componentes do soro reagem com a solução de picrato em meio alcalino, formando

um complexo de cor vermelha que é medico fotometricamente.

A adição de um acidificante abaixa o pH para 5,0, promovendo a

decomposição do picrato de creatinina, permanecendo inalterada a cor derivada dos

cromogênios, que também é medida fotometricamente. A diferença entre as duas

leituras fornece o valor da creatinina.

Referência:

Tabela 1-Valores de Referência de Creatinina em mg/ dL em soro/plasma

Recém-nascido 0,50 - 1,20 <1 mês 0,40 - 0,70

1 - 12 meses ≤ 0,70 1 - 3 anos ≤ 0,70 4 - 7 anos ≤ 0,80

8 - 10 anos ≤ 0,90 11 - 12 anos ≤ 1,00 13 - 17 anos ≤ 1,20

Adulto (mulheres)* 0,53 - 0,995 Adulto (homens)* 0,70 - 1,20

* 18 a 70 anos; valores corrigidos com o índice de correção;

6.4.9. Creatina quinase A determinação da creatina quinase (CK) em amostras de sangue é útil na

abordagem laboratorial do infarto agudo do miocárdio e de doenças musculares

esqueléticas.

A creatina quinase é um dímero composto de subunidades B e M, e ocorre

em três formas de isoenzimas: MM (CK3), MB (CK2) e BB (CK1). A enzima é

Page 25: Relatório análises clínicas

encontrada em concentrações elevadas no músculo esquelético, músculo cardíaco,

cérebro e trato gastrointestinal.

Os estudos de distribuição tissular indicam que o músculo esquelético é

quase que completamente composto da isoenzima MM com quantidades mínimas

da isoenzima MB. O cérebro e o trato gastrointestinal contêm primariamente a

isoenzima BB enquanto que o músculo cardíaco consiste aproximadamente de 80%

da isoenzima MM e 20% da MB.

A CK total começa a se elevar 6 horas após o início do infarto agudo do

miocárdio (IAM) e chega a um pico máximo após 12 a 24 horas, permanecendo

elevada até 72 horas quando não ocorre um novo infarto. Os valores no pico

máximo podem chegar a mais de 10 vezes o limite superior dos valores de

referência. Em pacientes submetidos à terapêutica trombolítica a elevação da CK

pode ocorrer mais precocemente por aumento da isoenzima MB consequente à

reperfusão do miocárdio isquêmico.

Além do IAM a CK está elevada nos casos de necrose do músculo cardíaco

produzidas por miocardite grave.

As causas de elevação da CK consequentes a necrose ou atrofia aguda do

músculo estriado são: cirurgia torácica ou cardíaca (os valores retornam à linha

basal em 24-48 horas), cardioversão, distrofia muscular progressiva, esclerose

lateral amniotrófica, poliomiosite, distrofia miotônica, traumas e queimaduras,

rabdomiólise extensa, hipertermia maligna, hipotermia, status epilético, miopatia

endócrina (hipotireoidismo, acromegalia, miopatia do hipoparatireoidismo) e uso de

cocaina.

Finalidade: Sistema para determinação quantitativa da atividade da Creatina

Quinase Total (CK) em modo cinético em soro ou plasma.

Princípio: A atividade da CK na amostra, após reação enzimática, é medida

fotometricamente através da redução de NADP a NADPH.

A creatina quinase total é determinada de acordo com as seguintes reações:

CK Creatina Fosfato + ADP Creatina + ATP

HK ATP + Glicose ADP + Glicose-6-Fosfato

G-6-PDH Glicose-6-Fosfato + NADP 6-PG + NADPH

Page 26: Relatório análises clínicas

A CK catalisa a desfosforilação da creatina fosfato para produzir adenosina

trifosfato (ATP), a qual reage com a glicose na presença da hexoquinase (HK)

formando glicose-6-fosfato. A glicose-6-fosfato na presença de glicose-6-fosfato

desidrogenase (G-6-PDH) é oxidada a fosfogluconato(6-PG) e reduz o NADP a

NADPH. A velocidade de incremento na absorbância em 340 nm é proporcional à

atividade da CK na amostra.

Referência: Mulheres 26 – 155 U/L;

Homens 26 – 189 U/L

6.4.10.Cálcio O cálcio é o quinto mineral mais abundante no corpo humano.

Aproximadamente 98% do cálcio proveniente da dieta estão estocados no

esqueleto, dentro do ossos. O cálcio no osso não é estático, diariamente parte do

osso é reabsorvida (devolvendo o cálcio ao líquido extracelular, o LEC) e outra parte

do osso é formada (retirando cálcio do LEC). Sendo mantido este equilíbrio dentro

dos limites fisiológicos pela ação combinada do paratohormônio e vitamina D,

através de seus efeitos sobre os ossos, intestinos e rins. O cálcio ionizado

representa a porção fisiologicamente ativa do cálcio sérico e corresponde a metade

do cálcio total.

Na maioria das vezes a hipercalcemia indica a presença de

hiperparatireoidismo ou de doenças malignas. A hipercalcemia encontra-se também

associada ao uso de drogas como os tiazídicos, vitaminas A e D, antiácidos

alcalinos e carbonato de lítio. A imobilização (fraturas), doença de Paget e doenças

granulomatosas (sarcoidose) são causas de hipercalcemia.

As causas mais comuns de hipocalcemia são: (1) hipoparatireodismo

idiopático ou cirúrgico, (2) pseudo-hipoparatireoidismo, (3) insuficiência renal, (4)

desordens do metabolismo da vitamina D, (5) deficiência de magnésio, (6) drogas

(uso agudo de diuréticos, uso de corticosteróides e insulina), (7) tetania neonatal, (8)

pancreatite aguda e (9) transfusões sanguíneas múltiplas.

Concentração sérica de cálcio inferior a 7,0 mg/dL é considerada crítica, pois

pode levar à tetania. Também são considerados críticos resultados superiores a 12,0

mg/dL, pois podem induzir ao coma.

A calciúria pode aumentar com o uso de acetazolamida, cloreto de amônio,

corticosteróides, vitamina D e diuréticos (efeito inicial). Esta diminui com o uso

crônico de diuréticos, bicarbonato, estrógenos, lítio e anovulatórios.

Page 27: Relatório análises clínicas

A determinação do cálcio em amostras de sangue e urina é útil no diagnóstico

e seguimento dos distúrbios do metabolismo do cálcio e fósforo.

Princípio: O cálcio reage com a púrpura de ftaleína em meio alcalino,

formando um complexo de cor violeta que é medido em 570 nm.

Referência:

Cálcio (soro ou plasma): 8,8 a 11,0 mg/dL

Cálcio Ionizado : 4,6 a 5,4 mg/dL

Cálcio (urina) : até 200 mg/24 horas (com dieta restrita de cálcio: 500 mg/24

horas)

Cálcio (amostra de urina): <0,16 mg/100 mL de FG

6.4.11.Fósforo A determinação do fósforo inorgânico em amostras de sangue, urina e líquido

amniótico é útil na avaliação do balanço cálcio/fósforo do organismo.

Embora a insuficiência renal crônica e o hipoparatireoidismo sejam as duas

causas mais comuns de hiperfosfatemia, várias condições podem causar

hiperfosfatemia transitória e assintomática.

Como o músculo representa um grande reservatório de fosfato é evidente que

a rabdomiólise produz severa hiperfosfatemia. Outras condições que promovem a

liberação do fosfato intracelular e levam à hiperfosfatemia incluem a hipertermia

maligna e a quimioterapia antiblástica. A hiperfosfatemia pode ocorrer após

administração de laxativos e enemas de retenção contendo fosfato.

Níveis diminuídos de fósforo são encontrados no hiperparatireoidismo, na

intoxicação pelo chumbo e na alimentação parenteral. Observa-se discreta redução

do fósforo sérico no último trimestre de gravidez.

Finalidade: Determinação quantitativa do Fósforo inorgânico em amostra de

soro e urina com reação de ponto final.

Princípio: O fósforo inorgânico (Pi) reage com o molibdato de amônio na

presença de ácido sulfúrico, resultando na formação de um complexo fosfomolibdato

não reduzido. A absorbância em 340 nm do complexo formado é proporcional à

concentração de fósforo na amostra.

Pi + H2SO4 + Molibdato de amônio Complexo fosfomolibdato não reduzido

Page 28: Relatório análises clínicas

6.4.12.Magnésio O magnésio ativa inúmeras enzimas e a maioria dos aspectos da bioquímica

intracelular é dependente de magnésio. As propriedades elétricas das membranas

celulares e de condução do impulso nervoso são afetadas por qualquer redução da

concentração extracelular de magnésio.

A deficiência de Magnésio é uma desordem comum que pode ser causada

por desnutrição, má-absorção, perda renal e distúrbios endocrinológicos.

Complicações associadas com decréscimos de concentrações de Magnésio

são irritabilidade neuromuscular (ex. tremor, convulsão) e sintomas cardíacos (ex.

taquicardia, arritmia). Decréscimos de concentrações de Magnésio estão sempre

relacionados com decréscimos de níveis de Cálcio e Potássio, levando-se em conta

que a Hipomagnesia pode ser a causa primária da hipocalcemia. Valores elevados

de Magnésio podem ser observados na desidratação e desordens renais e após

ingerir grandes quantidades de antiácidos e pode estar associado com a redução

dos reflexos e baixa pressão sangüínea.

Portanto, A determinação do magnésio em amostras de sangue, urina e líquor

é útil na avaliação de distúrbios metabólicos.

Finalidade: Determinação quantitativa do Magnésio em amostra de soro,

plasma e urina com reação de ponto final.

Método: colorimétrico.

Princípio: Reação Magon sulfonado. Os íons magnésio reagem com o magon

sulfonado (cor azul) em meio alcalino formando um complexo de cor rósea que é

proporcional à quantidade de íons magnésio na amostra.

6.4.13.Ferro sérrico O ferro é essencial para a maioria dos organismos vivos, pois participa de

numerosos processos vitais, desde os processos oxidativos celulares ao transporte

de oxigênio para os tecidos. A hemostasia do ferro é regulada principalmente pela

absorção e não pela excreção. O ferro é transportado no sangue por uma proteína, a

transferrina, e armazenado nos tecidos ligado a outra proteína chamada ferritina.

A deficiência de ferro é consequência de: (1) suprimento inadequado; (2)

aumento da demanda; (3) perda sanguínea ou a combinação destes. O suprimento

inadequado é característico das crianças alimentadas com leite. Já o aumento de

demanda é característica da gravidez e das crianças nos primeiros 5 anos de vida.

Menstruação abundante, hemorragias gastrointestinais, hemorróidas, carcinoma de

Page 29: Relatório análises clínicas

cólon e parasitoses são causas comuns de deficiência de ferro sérico por perda

sanguínea no adulto.

Transfusões repetidas, hemocromatose idiopática, cirrose, talassemia e

anemia sideroblástica são as causas mais comuns de aumento do ferro sérico.

A determinação do ferro em amostras de sangue é útil na abordagem

laboratorial das anemias hipocrômicas e microcíticas.

Finalidade: Determinação quantitativa do Ferro em amostra de soro com

reação de ponto final.

Princípio: Método tampão acetato-Ferrozine. Em meio ácido o ferro ligado à

transferrina se dissocia em íon férrico que é reduzido à forma de íon ferroso por

ação da hidroxilamina.

Após a adição de Ferrozine forma-se um complexo magenta brilhante cuja

absorbância, medida a 560 nm, é proporcional à quantidade de ferro na amostra.

Referência: 50 a 150 µg/dL

6.4.14.Bilirrubina A bilirrubina é o principal produto do metabolismo do heme da hemoglobina.

Cerca de 70% a 80% da bilirrubina são provenientes da destruição dos eritrócitos

velhos, 15% de fontes hepáticas, e o restante é proveniente da destruição de

hemácias defeituosas na medula óssea e nos citocromos. A destruição prematura

das hemácias – anemia hemolítica e a eritropoiese ineficaz são importantes causas

de hiperbilirrubinemia, com predomínio de bilirrubina não-conjugada, na ausência de

qualquer anormalidade hepática.

Algumas doenças adquiridas e hereditárias e diversos medicamentos são

capazes de afetar uma ou mais etapas envolvidas na produção, captação,

armazenamento, metabolismo e excreção da bilirrubina. Dependendo do distúrbio, a

bilirrubina não-conjugada (indireta), a conjugada (direta) ou ambas (total), são as

principais contribuintes da hiperbilirrubinemia.

A forma mais comum de aumento da bilirrubina indireta é aquela vista em

recém-nascidos e referida como icterícia fisiológica. Este aumento é causado por

uma produção aumentada de bilirrubina como resultado da hemólise das hemácias e

da maturação incompleta dos mecanismos do metabolismo e excreção da

bilirrubina. Em 5% dos neonatos, os valores de bilirrubina não-conjugada são

Page 30: Relatório análises clínicas

maiores que 15 mg/dL e podem desencadear o quadro de encefalopatia bilirrubínica

(Kernicterus).

Dentre as causas hereditárias de hiberbilirrubinemia não-conjugada,

destacam-se as síndromes de Crigler-Najjar e de Gilbert que estão associadas à

deficiência da enzima uridina difosfato (UDP) glicuroniltransferase. A Síndrome de

Gilbert é mais comum e parece haver, também, defeito no transporte da bilirrubina

através da membrana do hepatócito.

Normalmente há somente uma pequena quantidade de bilirrubina no sangue.

As causas mais comuns de aumento da bilirrubina direta são as doenças

hepatobiliares e obstrução da árvore biliar (colestase). Na realidade, ambas as

bilirrubinas estão aumentadas e pode-se observar uma variação ampla das

concentrações séricas de cada forma de bilirrubina. Hepatite e cirrose são exemplos

de doenças que podem causar colestase intra-hepática. A colestase pode também

ser induzida por medicamentos e hormônios esteróides. A obstrução extra-hepática

da árvore biliar devido a carcinoma ou fibrose de cabeça do pâncreas, carcinoma ou

constrições do canal biliar comum e coledocolitíase, produzem concentrações

séricas aumentadas de bilirrubina direta.

Quando o nível da bilirrubina se eleva, faz com que a pele e a parte branca

dos olhos tornem-se amarelados. Esta mudança para o amarelo é chamada icterícia.

Assiml, a determinação da bilirrubina em amostras de sangue é útil na

avaliação de doenças hepatobiliares e hematológicas que cursam com alteração no

metabolismo da bilirrubina. Sua dosagem no líquido amniótico auxilia na avaliação

da eritroblastose fetal

Finalidade: Sistema para a determinação das bilirrubinas direta e total em

amostras de sangue por reação de ponto final. Somente para uso diagnóstico in

vitro.

Princípio: A bilirrubina é dosada por diazotização e formação de azobilirrubina

vermelha com absorção máxima em 525 nm. A bilirrubina direta (diglicurônide) é

dosada em meio aquoso, enquanto a total (direta e indireta) é dosada por ação de

potente solubilizador de ação catalisadora.

Referência: Soro: Bilirrubina total - até 1,2 mg/dL;

Bilirrubina direta - até 0,4 mg/dL

Page 31: Relatório análises clínicas

6.4.15.TGP(ALT) e TGO (AST) As enzimas aspartato aminotransferase (AST ou TGO) e a alanina

aminotransferase (ALT ou TGP) são enzimas que catalisam determinadas reações.

A AST é uma enzima presente em altas concentrações no citoplasma e nas

mitocôndrias do fígado, músculo esquelético, músculo cardíaco, rins, eritrócitos e

pâncreas. Quando há alguma lesão em um desses tecidos, essa enzima é liberada

no sangue. A ALT é uma enzima presente em altas concentrações exclusivamente

no fígado, o que torna seu aumento mais específico de lesões hepáticas.

O aumento das aminotransferases podem estar ligadas à problemas

hepatobiliares, do miocárdio, pancreático, muscular, pela ingestão de álcool, pela

obesidade, pela diabetes, entre outros.

O teste é realizado em conjunto, AST com a ALT e normalmente avaliam

problemas hepáticos.

• TGP/ALT

Justificativa: A determinação da alanina aminotransferase ou transaminase

glutâmico pirúvica (ALT/GPT) em amostras de sangue é útil na avaliação da função

hepática, sendo mais sensível na detecção de lesão hepatocelular que de obstrução

biliar. •

Princípio: A ALT catalisa a transferência de grupos amina da alanina para o

cetoglutarato, com formação de glutamato e piruvato.

ALT L-Alanina + Cetoglutarato Piruvato + L-Glutamato

Este é reduzido a lactato por ação da lactato desidrogenase (LDH), enquanto

que a coenzima NADH é oxidada a NAD

LDH Piruvato + NADH L-Lactato + NAD

. A conseqüente redução da absorbância em 340 ou 365 nm, monitorizada

espectrofotometricamente, é diretamente proporcional à atividade da enzima na

amostra.

Tabela 2 - Valores de Referência de ALT/TGP

Idade Masculino (U/L)

Feminino (U/L)

1 - 30 dias 1 - 6 meses

7 - 12 meses 1 - 3 anos

4 - 11 anos 12 - 15 anos

Adultos

20 - 54 26 - 55 26 - 59 19 - 59 24 - 49 24 - 59 11 - 45

21 - 54 26 - 61 26 - 55 24 - 59 24 - 49 19 - 44 10 - 37

Page 32: Relatório análises clínicas

• TGO/AST

Justificativa: A determinação da aspartato aminotransferase ou transaminase

glutâmico oxalacética (AST/GOT) em amostras de sangue é útil na avaliação da

função hepática.

Princípio: A AST catalisa a transferência de grupos amina da alanina para o

cetoglutarato, com formação de glutamato e oxalacetato. Este é reduzido a malato

por ação da malato desidrogenase (MDH), enquanto que a coenzima NADH é

oxidada a NAD.

AST

L-Aspartato + Cetoglutarato Oxalacetato + L-Glutamato

MDH Oxalacetato + NADH L-Malato + NAD

A conseqüente redução da absorbância em 340 ou 365 nm, monitorizada

espectrofotometricamente, é diretamente proporcional à atividade da enzima na

amostra.

Tabela 3 - Valores de Referências de AST/TGO

Idade Masculino (U/L) Feminino (U/L)

1 - 7 dias 8 - 30 dias

1 - 6 meses 7 - 12 meses

1 - 3 anos 4 - 6 anos

7 - 15 anos Adultos

26 - 98 16 - 67 16 - 62 16 - 52 16 - 57 10 - 47 10 - 41 11 - 39

20 - 93 20 - 69 16 - 61 16 - 60 16 - 57 10 - 47 5 - 36

10 - 37

6.4.16.Gama GT A GGT tem aplicação principal no estudo das doenças hepatobiliares e está

distribuída em quase todo o tecido humano. O rim contém a mais elevada

concentração, seguido pelo pâncreas e fígado.

A GGT é um sensível indicador de doenças inflamatórias e lesão hepática e

está significativamente elevada nas doenças obstrutivas das vias biliares. A GGT

tem maior especificidade que a fosfatase alcalina (ALP) e a transaminase

oxalacética para avaliar doença hepática. Ela não está elevada na doença óssea e

durante a gravidez como a fosfatase alcalina, nem nas doenças do músculo

esquelético como a transaminase oxalacética. A GGT auxilia diferenciar colestases

mecânica e viral das induzidas por drogas. Nas duas primeiras, a GGT e ALP estão

Page 33: Relatório análises clínicas

igualmente elevadas. Nas colestases induzidas por drogas a GGT está muito mais

elevada.

Valores elevados de GGT em pacientes anictéricos com câncer são um

seguro indicador de metástases hepáticas.

Está demonstrado que no alcoolismo crônico os níveis séricos da GGT

diminuem com a retirada do álcool e se elevam com a exposição ao mesmo. Com

base nesta observação a determinação da GGT está sendo usada nos centros de

tratamentos de alcoólatras para documentar o sucesso da terapia e identificar os

pacientes que retornam ao alcoolismo após a alta.

Finalidade: Sistema para determinação quantitativa da atividade da y-glutamil

transferase (Gama GT) no soro ou plasma (EDTA) por fotometriaemmodo cinético.

Somente para uso diagnóstico in vitro.

Princípio: A γ-Glutamil Transferase catalisa a transferência do grupamento

Glutamil da L-γ Glutamil-p-nitroanilide para a glicilglicina, formando- γ

Glutamilglicilglicina e p-nitroanilina segundo a reação seguinte:

GGT L-γ-Glutamil-p-nitroanilide + Glicilglicina Glutamilglicilglicina + p-nitroanilina.

A quantidade de p-nitroanilina liberada, que tem elevada absorbância em 405

nm, é diretamente proporcional à atividade da GGT na amostra.

Tabela 4 - Valores de Referência de GGT

Faixa etária Mulheres Homens

0 – 6 meses 15 – 132 U/L 12 – 122 U/L

6 – 12 meses 1 – 39 U/L 1 – 39 U/L

1 – 12 anos 4 – 22 U/L 3 – 22 U/L

12 – 18 anos 4 – 24 U/L 2 – 42 U/L

Adultos 5 – 27 U/L 7 – 45 U/L

6.4.17.Fosfatase Alcalina A fosfatase alcalina é produzida por muitos tecidos, principalmente pelos

ossos, fígado, intestinos e placenta e é excretada pela bile. A dosagem sérica desta

enzima é particularmente útil na investigação das doenças hepatobiliares e ósseas.

Níveis elevados de fosfatase alcalina ocorrem em pacientes com doenças

ósseas caracterizadas por aumento da atividade osteoblástica como a osteite

deformante, raquitismo, osteomalácia, hiperparatireoidismo, metástase óssea,

sarcoma osteogênico e doença de Paget.

Page 34: Relatório análises clínicas

Níveis elevados de fosfatase alcalina ocorrem também em pacientes com

doenças obstrutivas das vias biliares, metástases hepáticas, doenças

granulomatosas e na cirrose hepática. Nas doenças hepatocelulares como a

hepatite aguda viral, em geral ocorre um ligeiro aumento da enzima.

Níveis diminuídos da fosfatase alcalina são encontrados na desnutrição

crônica, na hipofosfatasemia e, ocasionalmente, no hipotireopidismo e anemia

perniciosa.

A determinação da fosfatase alcalina em amostras de sangue é útil na

avaliação de doenças hepáticas e ósseas.

Princípio: A fosfatase alcalina do soro hidrolisa a timolftaleína monofosfato

liberando timolftaleína, que tem cor azul em meio alcalino. A cor formada,

diretamente proporcional a atividade enzimática, é medida em 590 nm. O produto

final da reação se constitui de uma mistura de cor azul e a cor própria do substrato.

Referência: Adultos: 13 a 43 U/L.

Crianças até 12 anos: 56 a 156 U/L.

6.4.18.Colesterol total, HDL, LDL, VLDL Os lipídeos são substâncias insolúveis em meio aquoso e são associados

com proteínas para serem transportados até os tecidos, sendo chamados de

lipoproteínas.

Os triglicerídeos são formados pela esterificação do glicerol a três ácidos

graxos, constituindo-se em um dos lipídeos de interesse na avaliação do

metabolismo lipídico

As principais lipoproteínas que transportam o colesterol e são quantificáveis

no exame laboratorial são: VLDL (very low density lipoprotein – muito baixa

densidade), LDL (low density lipoprotein – baixa densidade), HDL (high density

lipoprotein – alta densidade).

As determinações na pesquisa de distúrbios lipídicos determinam apenas a

concentração de colesterol e triglicerídeos presentes nas classes de lipoproteínas.

O perfil lipídico é definido pelas determinações do colesterol total (CT), HDL-C

(HDL – colesterol), triglicerídeos (TG) e do LDL-C, após jejum de 12 horas a 14

horas, pela fórmula de Friedewald, sendo a determinação direta de LDL-C:

LDL-C = CT – (HDL-C – TG/5*) (se TG ˂400mg/dL)

*TG/5 = VLDL-C

Page 35: Relatório análises clínicas

O perfil lipídico deverá ser realizado:

• Dieta habitual;

• Não realizar atividade física vigorosa nas 24 horas antecedentes;

• Evitar a ingestão de álcool nas 72 horas que antecederem a coleta de sangue,

para não gerar lipólise;

• Levar em consideração que após qualquer doença ou cirurgia em geral, o perfil

lipídico do paciente poderá estar temporariamente comprometido.

Tabela 5 - Valores recomendados para as frações de colesterol em mg/dL

Colesterol LDL < 100 Ótimo 100 – 129 Limiar Ótimo

130 – 159 Limiar Elevado 160 – 189 Elevado

≥ 190 Muito Elevado

Colesterol Total < 200 Desejável

200 – 239 Limiar Elevado ≥ 240 Elevado

Colesterol HDL < 40 Baixo ≥ 60 Elevado (desejável)

• Colesterol Total (CT)

Método: Colesterol oxidase - Reação de Trinder.

Finalidade: Determinação quantitativa do Colesterol em amostra de soro com

reação de ponto final.

Princípio: O colesterol total é determinado de acordo com as seguintes

reações:

Colesterol Esterase

Ésteres de colesterol Colesterol + Ácidos graxos

Colesterol Oxidase

Colesterol + O2 Colest-4-en-ona + H2O2

Peroxidase

2H2O2 + Fenol + 4-Aminoantipirina Antipirilquinonimina + 4H2O

A intensidade da cor vermelha formada é diretamente proporcional à

concentração de colesterol na amostra. •

• HDL

Método: Inibição seletiva com detergente.

Finalidade: Sistema para precipitação das lipoproteínas de baixa e muito

baixa densidade (LDL e VLDL) e determinação do Colesterol HDL no sobrenadante,

com reação de ponto final.

Page 36: Relatório análises clínicas

Princípio: As lipoproteínas de muita baixa densidade (VLDL) e as

lipoproteínas de baixa densidade(LDL) são quantitativamente precipitadas e após

centrifugação, o colesterol ligado as lipoproteínas de alta densidade (Colesterol

HDL) é determinado no sobrenadante. Como somente o colesterol HDL fica sujeito à

ação das enzimas no sobrenadante, a cor resultante da segunda reação é

diretamente proporcional à concentração do colesterol HDL na amostra.

• Triglicerídeos

A dosagem de triglicérides pode ser realizada com as seguintes finalidades:

avaliar o metabolismo lipídico; calcular o VLDL-colesterol; calcular o risco de

pancreatite; avaliar eventual hipertrigliceridemia secundária ao uso de drogas anti-

hipertensivas; avaliar eficiência de tratamentos que visam reduzir os níveis de

triglicérides. Considerando que há grande variação biológica, cerca de 20%, é

importante que o raciocínio clínico não se baseie em dosagens isoladas. Variações

na dieta, na atividade física e o uso de bebidas alcoólicas são causas mais

freqüentes de grandes variações nos níveis de triglicérides.

Método: Glicerol fosfato oxidase.

Finalidade: Determinação quantitativa do Triglicérides em amostra de soro

com reação de ponto final

Princípio: Os triglicerideos são determinados após hidrólise enzimática com

lipases. O indicador é a quinoneimina formada a partir do peróxido de hidrogênio, 4-

aminoantipirina e 4-clorofenol sob a influência catalítica da peroxidase.

De acordo com as seguintes reações: Lipase da lipoproteína

Triglicérides Glicerol + Ácidos Graxos

Glicerolquinase

Glicerol + ATP Glicerol-3-Fosfato + ADP Mg +2

Glicerol-3-fosfato

Glicerol-3-Fosfato + O2 Dihidroxiacetona + H2O2

Oxidase Peroxidase

2 H2O2 + 4 Aminoantipirina + 4-Clorofenol Quinoneimina + 4 H2O

A intensidade da cor vermelha formada é diretamente proporcional à

concentração dos Triglicérides na amostra.

Referência:

Page 37: Relatório análises clínicas

Tabela 6 - Valores de Referência de Triglicerídeos

Triglicérides (mg/dL)

Desejável < 150

Limiar Alto 150 - 199

Elevado 200 - 499

Muito Elevado > 500

6.4.19.Urinálise A urinálise corresponde ao exame físico, químico e microscópico da urina.

O exame de urina fornece uma ampla variedade de informações úteis no que

se relaciona as doenças envolvendo os rins e o trato urinário inferior, bem como

sobre algumas moléstias extra-renais. Pode ser utilizado para avaliação diagnóstica

de distúrbios funcionais (fisiológicos) e estruturais (anatômicos) dos rins e trato

urinário inferior, bem como para acompanhamento e obtenção de informações

prognósticas. É um dos exames de rotina mais simples e valiosos de auxílio

diagnóstico.

Os tipos de coleta da urina são:

• amostra de 24 horas

• amostra colhidas por cateter

• punção suprapúbica

• jato médio de micção espontânea

• amostras pediátricas (uso de coletores de plástico).

� Cuidados que devem ser observados na coleta do mate rial:

• O recipiente para a coleta da amostra deve ser limpo e seco;

• A amostra deverá ser entregue imediatamente ao laboratório, e analisada dentro

de 1 hora, caso isto não seja possível, deve-se manter a amostra refrigerada, por no

máximo 24 horas;

• O recipiente contendo a amostra deverá estar corretamente identificado,

contendo: nome, data e horário;

• As amostras obtidas por sonda ou punção suprapúbica, podem conter hemácias

devido ao trauma durante a coleta da amostra;

• Deve-se coletar uma amostra de 20 a 100 ml;

Page 38: Relatório análises clínicas

• Ao coletar a amostra por jato médio, os pacientes devem ser orientados para

realizar a assepsia antes de coletar a amostra e sempre desprezar a 1° porção da

urina.

• EXAME FÍSICO (Cor, Aspecto)

COLORAÇÃO:

A cor da urina é devido a um pigmento denominado urocromo, que é um

produto do metabolismo endógeno, produzido em velocidade constante. A coloração

indica de forma grosseira, o grau de hidratação e o grau de concentração de solutos.

Procedimento:Observar macroscopicamente a coloração da urina.

Coloração da urina normal: amarelo-claro; amarelo-citrino; amarelo-escuro;

âmbar

Condições que alteram a coloração da urina:

-Presença anormal de bilirrubina: amarelo-escuro ou âmbar (com espuma

amarela)

-Doenças hepáticas: amarelo-esverdeado, castanho ou esverdeado.

-Urina com hemácias: desde rosa, vermelho ( observar em urinas de mulher,

se a paciente não se encontra no período menstrual).

-Urina com hipúria ou quilúria: branco (está relacionado com a obstrução

linfática e ruptura dos vasos linfáticos).

-Medicamentos:

Laranja – fanazpiridina, (pirydium), fenindiona (hedulin)

Vermelha – sene e ruibarbo (laxantes a base de antraquinona), levodopa (

L-dopa) , fenolsulfonftaleína (corante para teste de função renal),

Castanho – nitrofurantoína (furadantin), metronidazol (flagyl), sorbitol de ferro,

furazolidona ( furaxone),

Verde – metocarbamol (robaxin),

ASPECTO:

Refere-se a transparência da amostra de urina. A urina normal, recém

eliminada geralmente é límpida, podendo apresentar certa opacidade devido a

precipitação de cristais, presença de filamentos de muco e células epiteliais na urina

de mulher.

Procedimento:Observar visualmente a amostra homogeneizada num

ambiente de boa iluminação.

Page 39: Relatório análises clínicas

Aspecto da urina: limpo; ligeiramente turvo; turvo; acentuadamente turvo.

Substâncias que provocam turvação: cristais, leucócitos, hemácias, bactérias,

sêmen, linfa, lipídios, células epiteliais, muco, e contaminantes externos (talcos,

medicamentos).

• EXAME QUÍMICO

A determinação do exame químico é realizado em fita reativa que determina

semi-quantitativamente a presença de proteínas, glicose, corpos cetônicos, sangue/

hemoglobina, bilirrubina, urobilinogênio, densidade, nitrito, pH e leucócito.

Fig. 18 - Tabela de Resultados do Teste de Urina pe la Fita Reativa

Reação de pH :

Os pulmões e os rins são os principais reguladores do equilíbrio ácido-básico

do organismo. A determinação do pH urinário é importante por ajudar a detectar

possíveis distúrbios eletrolíticos sistêmicos de origem metabólica ou respiratória,

também pode indicar algum distúrbio resultante da incapacidade renal de produzir

ou reabsorver ácidos ou bases. O controle do pH é feito principalmente da dieta,

embora possam ser usados alguns medicamentos.

O conhecimento do pH urinário, é importante também na identificação dos

cristais observados durante o exame microscópico do sedimento urinário, e , no

tratamento de problemas urinários que exija que a urina esteja em um determinado

pH.

Fig. 17 - Teste de Fita Reativa para Urina

Page 40: Relatório análises clínicas

Procedimento: A reação da urina é verificada pelas fita-reagente, que medem

o pH em variações de 1 unidade entre 5 e 9. Os fabricantes utilizam um sistema de

indicador duplo de vermelho de metila à azul de bromotimol que fornecem uma

variação de laranja, verde e azul à medida que o pH aumenta.

Referência: 4,5 a 8,0

Proteína:

A urina normal contém quantidades muito pequena de proteínas, em geral,

menos de 10 mg/dl ou 150 mg por 24 horas. Esta excreção consiste principalmente

de proteínas séricas de baixo PM (albumina) e proteínas produzidas no trato

urogenital (Tamm – Horsfall ).

Procedimento: O método da fita reagente utiliza o princípio do “erro dos

indicadores pelas proteínas”, dependendo do fabricante , a área para determinação

de proteínas na tira contém tetrabromofenol ou tetraclorofenol e um tampão ácido

para manter o pH em nível constante.

- Mergulha-se a fita na urina homogeinizada;

- A leitura é feita após 60 segundos.

Resultado: Negativo ou Traços ( +1, +2, +3 )

Cetonúria:

Engloba três produtos intermediários do metabolismo das gorduras : acetona

(2%) , ácido acetoacético (20%) e ácido beta-hidroxibutírico (78%). A presença de

cetonúria indica deficiência no tratamento com insulina no diabete melito, indicando

à necessidade de regular a sua dosagem, provoca o desequilíbrio eletrolítico, a

desidratação e se não corrigida a acidose, que pode levar ao coma.

Procedimento: O teste com fita, utiliza a reação do nitroprussiato de sódio

que irá reagir com ácido acetoacético e a acetona em meio alcalino produzindo

coloração, não detecta o beta-hidroxibutírico. O resultado positivo, pode ser

confirmado pelo teste de Imbert.

- Mergulhar a fita na urina homogeinizada;

- Ler após 60 segundos.

Resultado: Negativo ou Positivo (+1, +2, +3)

Page 41: Relatório análises clínicas

Bilirrubina:

A bilirrubina, é um produto da decomposição da hemoglobina , formado nas

células retículo-endoteliais do baço, fígado, medula óssea e transportado ao sangue

por proteínas. A bilirrubina não conjugada no sangue, não é capaz de atravessar a

barreira glomerular nos rins. Quando a bilirrubina é conjugada no fígado, com o

ácido glicurônico, formando o glicuronídeo de bilirrubina, ela se torna hidrossolúvel e

é capaz de atravessar os glomérulos renais, na urina. A urina do adulto contém,

cerca de 0,02mg de bilirrubina por decilitro, que não é detectada pelos testes usuais.

A presença de bilirrubina conjugada na urina sugere obstrução do fluxo biliar; a urina

é escura e pode apresentar uma espuma amarela. A bilirrubinúria está associada

com um nível sérico de bilirrubina(conjugada) elevado, icterícia, e fezes

acólicas(descoradas, pela ausência de pigmentos derivados da bilirrubina).

Procedimento:O teste para bilirrubina é baseado numa reação diazotização, a

reação baseia-se na conjugação da bilirrubina com o sal diazóico em meio ácido.

- Mergulhar a fita na urina homogeinizada;

- Ler após 60 segundos.

Resultado: Negativo ou Positivo(+1, +2, +3)

Bilirrubinúria: obstrução do ducto biliar, lesão hepática (hepatite, cirrose),

câncer, doenças na vesícula biliar.

Glicose:

Em circunstâncias normais, quase toda a glicose filtrada pelos glomérulos é

reabsorvida pelo túbulo proximal, através de transporte ativo, e por isso a urina

contém quantidades mínimas de glicose. O limiar renal é de 160 a 180 mg/dl.

Um paciente com diabetes mellitus apresenta uma hiperglicemia, que pode

acarretar uma glicosúria quando o limiar renal para a glicose é excedido.

Procedimento: Teste com fitas reativas utiliza o método da glicose oxidase,

peroxidase, e tampão, para produzir uma reação enzimática dupla sequencial. As

fitas diferem em relação ao cromógeno utilizado. O teste de glicose oxidase é

específico para a glicose, não reage com lactose, galactose, frutose ou metabólicos

redutores de drogas.

- mergulhar a fita na urina homogeinizada;

- a leitura é feita após 60 segundos.

Page 42: Relatório análises clínicas

Resultado: normal (pode aparecer glicose em concentração de até 35mg/dl

em 24 h.) ou traços ( +1, +2, +3 ).

Urobilinogênio:

Pigmento biliar resultante da degradação da hemoglobina. É produzido no

intestino a partir da redução da bilirrubina pela ação das bactérias intestinais. A

bilirrubina livre no intestino, é reduzida em urobilinogênio e estercobilinogênio, e a

maioria do pigmento é excretado nas fezes como estercobilinas. Uma pequena

quantidade de urobilinogênio, é absorvida pela circulação portal do cólon e é dirigida

ao fígado onde é excretado novamente, não conjugado, na bile. Normalmente, uma

pequena quantidade chega aos rins, porque enquanto o urobilinogênio circula no

sangue, passa pelos rins, e é filtrado pelos glomérulos.

A excreção normal de urobilinogênio é de 0,5 a 2,5 mg ou unidades/24 horas.

Procedimento: O teste com fita regente, utiliza um sal de diazônio estável, que

produz em presença do urobilinogênio um composto azóico que varia de rosa à

vermelho. O resultado positivo deve ser confirmado pelo método de Erlich.

- mergulhar a fita na amostra homogeneizada;

- ler após 30 segundos.

Resultado: Normal ou positivo

Nitrito:

Útil na detecção da infecção inicial da bexiga ( cistite ), pois muitas vezes os

pacientes são assintomáticos, ou tem sintomas vagos, e quando a cistite não for

tratada, pode evoluir para pielonefrite, que é uma complicação frequente da cistite,

que acarreta lesão dos tecidos renais, hipertensão e até mesmo septicemia. Pode

ser usado para avaliar, o sucesso da antibioticoterapia, para acompanhar

periodicamente as pessoas que tem infecções recorrentes, diabéticos, e mulheres

grávidas que são considerados de alto risco para infecção urinária.

Procedimento: A base bioquímica do teste é a capacidade que têm certas

bactérias de reduzir o nitrato, constituinte normal da urina, em nitrito, que

normalmente não aparece na urina. Para a determinação de nitrito, a urina deve

permanecer na bexiga, por pelo menos 4 horas, para que a população vesical

converta o nitrato urinário em nitrito, e o tratamento com antibiótico deve ser

suspenso pelo menos três dias antes do teste.

Page 43: Relatório análises clínicas

Para se evitar, reações falso-positivos de amostras contaminadas, a

sensibilidade do teste é padronizada para corresponder aos critérios da cultura

bacteriana que exigem que uma amostra positiva de urina, contenha 100.000

organismo/ml.

- Emergir a fita reagente na urina homogeneizada;

- Ler após 60 segundos.

Resultado: Negativo ou Positivo

Presença de Nitrito: cistite, pielonefrite, avaliação da terapia com antibióticos,

seleção da amostras para culturas.

Sangue:

O sangue pode estar na urina na forma de hemáceas íntegras (hematúria) ou

de hemoglobina livre produzida por distúrbios hemolíticos ou por lise de hemáceas

no trato urinário (hemoglobinúria). O exame microscópico do sedimento urinário,

mostrará a presença de hemáceas íntregas, mas não de hemoglobina, portanto, a

análise química é o método mais preciso para determinar a presença de sangue na

urina.

Procedimento: As análises químicas da fita para detecção de sangue, utilizam

as atividade da peroxidase da hemoglobina. Existem duas escalas cromáticas

separadas para hemáceas e hemoglobina. Na presença de hemoglobina livre,

aparecerá cor uniforme, em contraposição, as hemáceas íntegras, são lisadas ao

entrarem em contato com a área da tira que determina a presença ou ausência de

sangue, e a hemoglobina liberada, produz uma reação isolada, que resulta na

formação de pequenas manchas( traços ). A análise da fita, estabelece a diferença

de hemoglobinúria e hematúria e não sua quantificação. Quando for positivo para

hemáceas, sua quantificação é realizada na câmara de Newbauer.

- Imergir a fita na amostra homogeneizada;

- Ler após 60 segundos.

Resultado: Negativo, Positivo +1, +2, +3 ou positivo para hemoglobina.

Hematúria: cálculos renais, glomerulonefrite, tumores, traumatismos,

pielonefrite, exposição a drogas.

Hemoglobinúria: lise das hemácias no trato urinário, hemólise intravascular

(transfusões, anemia hemolítica, queimaduras graves, infecções).

Page 44: Relatório análises clínicas

Leucócitos:

Indica uma possível infecção do trato urinário.

Procedimento: O teste com fita reagente, utiliza as esterases presentes nos

granulócitos. Possui uma sensibilidade de 81% a 94%, e uma especificidade de 69%

a 83%. Quando a fita apresentar resultado positivo para leucócitos, a sua

quantificação será realizada na câmara de Newbauer.

- Emergir a fita na urina homogeneizada;

- Ler após 60 segundos.

Resultado: Negativo ou Positivo +1, +2, +3.

Piúria: Todas as doenças renais e do trato urinário. Também podem estar

aumentados transitoriamente durante estados febris, e exercícios severos.

6.5. Imunologia

A imunologia é a ciência que estudo o sistema imunológico, sistema este que

responde aos patôgenos e/ou agressões que o corpo sofra.

Esta resposta é mediada por uma série de anticorpos que reagem com os

antígenos e formam o complexo antígeno-anticorpo.

Baseado na formação desse tipo de complexo que se desenvolveu uma série

de métodos afim de diagnosticar uma moléstia de forma menos invasiva.

Existem diversas técnicas de imunodiagnóstico, como vem sendo chamado o

diagnóstco por meio de técnicas imunológicas, entre eles temos: testes de

imunoprecipitação, aglutinação, fixação do complemento, neutralização ou imunos

ensaios que utilizam sinalizadores da interação Ag-Ac com conjugados ligantes,

como imunofluorescência, radioimunoensaio, imunoenzimático, imunofluoático,

imunofluorimétricoétrico e quimioluminescência. (Vaz, et al., 2007)

A seguir descreve-se alguns testes imunolágicos realizados durante o estágio

em análises clínicas:

6.5.1. Elisa O ensaio ELISA é o mais comumente utilizado nos laboratórios e baseia-se na

imobilização de um dos componentes, antígeno ou anticorpo, em fase sólida, e na

utilização de um conjugado, que também pode ser antígeno ou imunoglobulina,

ligado a uma enzima. (Vaz, et al., 2007)

Page 45: Relatório análises clínicas

5

6

7 9

Como o substrato forma um produto colorido, a alteração de cor é monitorada

visualmente ou por meio de espectrofôtometro, que determina a relação entre a

intensidade da cor e a quantidade do que está sendo analisado na amostra. (Vaz, et

al., 2007)

A amostra, preferencialmente soro ou plasma, deve ser processada na

diluição em que uma pequena variação resulte em um grande aumento da densiade

óptica. A amostra ideal deve ser límpida, sem hemólise e não lipêmica,conservada

por até sete dias entre 2º a 8ºC ou congelada a -20ºC, desde que evitados

processos de congelamento e descongelamento frequentes. (Vaz, et al., 2007)

• Teste de HIV

“Amostras são incubadas em poços da microplaca recobertos com antígenos

recombinantes de HIV-1 e HIV-2 (1). Se a amostra contiver anticorpos anti-HIV-

1/2/O, estes se ligarão aos antígenos adsorvidos na placa (2). Após a lavagem para

retirar o excesso de amostra (3), são adicionados antígenos recombinantes de HIV-1

e HIV-2 marcados com enzima (conjugado) (4). O conjugado se ligará aos

anticorpos na etapa anterior (5). Após novo procedimento de lavagem para remover

o excesso de conjugado (6), é adicionada solução contendo o substrato da enzima e

o cromógeno(8). A intensidade da cor formada é proporcional à concentração de

anti-HIV-1/2/O presente na amostra (9).” (Labtest Diagnóstica, 2007)

Isto está esquematizado na figura abaixo.

Fig. 19-Esquema das reações imunoenzimáticas do Eli sa

= antígenos recombinantes de HIV-1 e HIV-2

= Anticorpos anti-HIV-1/2/O

= Antígenos recombinantes de HIV-1 e HIV-2 marcados com enzima

(conjugado)

P

P

Lavagem Ag conj.

Amostra

P P

Substrato e

cromogeno P P Lavagem P P

8

1

2

3 4

Page 46: Relatório análises clínicas

Abaixo está representada uma placa de Elisa após adição da solução de

parada responsável por parar a reação entre o substrato e a enzima para realizar a

leitura da intensidade da cor.

Fig. 20-Placa de Elisa (Fonte:

http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/naoseriadas /babesia/babesia.html)

Para a leitura no espectrofôtometro deve-se ajustar o zero da leitora com o

poço do branco a 450 nm e medir a absorbância em cada um dos poços no prazo

máximo de 30 minutos. (Vaz, et al., 2007)

Para diferenciar as amostras positivas das negativas é necessário determinar

o limite de reatividade ou cut off . Normalmente esse cut off é determinado pelo valor

das médias das absorbâncias dos controles negativos multiplicado por uma

constante. A positividade ou negatividade da amostra é avaliada pela proporção

entre o seu valor de absorbância e o cut off, por exemplo, o teste de HIV da Labtest

considerada o seguinte quadro para avaliar as amostras:

Tabela 7- Limites de resultados para teste de HIV d o Kit ref.: 419 da Labtest (Fonte: Labtest, 2007).

Amostra Relação absorbância/cut-off REATIVA ou POSITIVA ≥ 1,10 NÃO-REATIVA ou NEGATIVA < 0,90 INCONCLUSIVA ou INDETERMINADA ≥ 0,90 e < 1,10

Um resultado positivo indica infecção pelo vírus HIV-1 ou HIV-2. Entretanto,

para que um indivíduo seja diagnosticado como portador do vírus HIV, outros testes

confirmatórios devem ser realizados, como a Imunofluorescência Indireta (IFI),

ImunoBlot (IB) ou Western Blot (WB). (Labtest Diagnóstica, 2007)

Page 47: Relatório análises clínicas

6.5.2. Elisa-Immnunoblot A técnica é um ensaio imunoenzimático realizado sobre a superfície de uma

membrana de nitrocelulose sobre a qual são imobilizados imunógenos específicos

(poliproteínas antigências) através de eletroforese em gel de poliacrilamida.

(Mackenzie-LAC, 2009) (Vaz, et al., 2007)

Para realizar o teste a amostra contendo anticorpos é incubada com a

membrana de nitrocelulose contendo as proteínas específicas para o que se

pretende diagnosticar, separadas por tamanho molecular. Após a lavagem para a

retirada dos componentes não-fixados, é adicionado o conjugado enzimático

antiimunoglobulina humana, que se fixa à imunoglobulina da amostra. Uma nova

lavagem é realizada para a retirada do excesso de conjugado, seguida a adição do

substrato cromogênico para o desenvolvimento de cor insolúvel. A reação é

interrompida pela retirada do substrato e lavagem da membrana com água, e a

leitura é realizada visualmente. Essa sequencia de eventos está esquematizado na

Fig. 21 abaixo. (Vaz, et al., 2007)

A interpretação do resultado é feita pela análise da presença de bandas

(desenvolvimento de cor sobre antígeno fixado) que revelam a presença de

anticorpos específicos. (Vaz, et al., 2007)

Fig. 21-Esquema das reações que ocorre no teste de Immunoblot (Fonte: Yoshimi, 2009)

Page 48: Relatório análises clínicas

• Detecção de anticorpos Anti-HCV

A Hepatite é todo processo inflamatório que envolva o fígado, pode ser

causada por vírus, bactéria, parasitas, auto-imunidade, drogas e álcool.

A Hepatite C é causada pelo vírus HCV, transmitida via parenteral

Após a exposição, o RNA do HCV pode ser detectado dentro de 1 a 3

semanas. No início dos sintomas, quando presentes , além de viremia, anticorpos

anti-HCV podem ser detectados em 50-70% dos casos, chegando a 90% após 3

meses de infecção. Assim sendo, pode-se fazer o diagnóstico laboratorial através

dos seguintes imunoensaios: detecção de anticorpos anti-HCV e detecção quali e

quantitativa do antígeno do core do HCV. (Vaz, et al., 2007)

Para a detecção de anticorpos anti-HCV realiza-se a técnica de Immnunoblot

utilizando imunógenos específicos codificados pelo genoma do HCV imobilizadas

sobre uma membrana suporte. (Mackenzie-LAC, 2009)

Os imunógenos utilizados são antígenos recombinantes HCV codificados e

peptídeos sintéticos HCV codificados. Os dois antígenos recombinantes (c33c e

NS5) e os peptídeos sintéticos (c100p e 5-1-1p ) são derivados de regiões virais não

estruturais, enquanto o 3º peptídeo (c22pn ) corresponde ao nucleocapsídeo (core)

de natureza estrutural. Na figura abaixo (Fig. 22) estão representados os antígenos

utilizados para as reações sorológicas.

Fig. 22 – Organização genômica do HCV e as principa is proteínas utilizadas como antígenos para as reações sorológicas (Fonte: Vaz, et al,2007)

Após o contato da amostra que seja positiva para HCV, formam-se bandas

coloridas nas regiões específicas da fita teste, cuja intensidade é lida em escala de

Page 49: Relatório análises clínicas

1+ a 4+. Os resultados são expressos como positivo, negativo ou indeterminado,

segundo critério de interpretação recomendado pelo fabricante. (Vaz, et al., 2007)

6.5.3. PSA O Antígeno Prostático Específico (PSA) é uma glicorpoteína, com peso

molecular de aproximadamente 34kDa, produzida pelas células prostáticas e é um

componente normal do sêmen.

Quando eventos anormais ocorrem na próstata podem resultar em elevação

nos níveis de PSA no sangue, os quais são úteis para o diagnóstico do Câncer de

Próstata e da Hiperplasia Benigna da Próstata. Processos inflamatórios como

prostatitis também alteram os níveis de PSA, os quais retornam rapidamente ao

normal após o tratamento.

Vários autores têm demonstrado a detecção de câncer de próstata por biópsia

em 25% dos casos que apresentam níveis de PSA entre 2,5 a 4,0ng/ml, de 30%

quando entre 4 a 10ng/ml e 65% quando acima de 10ng/ml, em homens acima de

50 anos. Como a concentração sanguínea de PSA aumenta com a idade, o cut-off

de 2,5ng/ml deveria ser sempre considerado em indivíduos abaixo de 50 anos.

Principío do método: O PSA presente na amostra liga-se ao anticorpo anti-

PSA conjugado ao ouro coloidal, mistura migra por capilaridade pela membrana

ligando-se aos anticorpos anti-PSA fixos na membrana gerando uma banda colorida

na área teste “T”.

Na ausência de PSA na amostra não há aparecimento de uma banda colorida

na área teste “T”.

Um reagente de controle imobilizado na membrana determinará o

aparecimento de uma segunda banda na área de controle ”C”, demonstrando que os

reagentes estão funcionando corretamente.

Fig. 23 - Placa de teste de PSA onde T é a área tes te, C é a área controle.

Resultado negativo : Somente uma banda

Page 50: Relatório análises clínicas

colorida aparecerá na área controle (C).

Resultado positivo : Aparecerão duas

bandas, uma na área teste (T) e outra na

área controle (C).

6.5.4. Teste de gravidez (Imunocromatografia) A detecção imunológica do hormônio gonadotrofina coriônica (HCG) é

universalmente reconhecida como um teste diagnóstico da gravidez. (Wama

Diagnóstica, 2008)

O Imuno-RÁPIDO HCG é um teste imunocromatográfico, em uma única

etapa, que identifica seletivamente o HCG na amostra. (Wama Diagnóstica, 2008)

O teste consiste em pipetar amostra de soro ou urina (sem bolhas de ar) na

cavidade da amostra na placa-teste (Fig. 24).

O HCG presente na amostra liga-se ao conjugado anticorpo monoclonal anti-

HCG-corante formando um complexo antígeno-anticorpo. Este flui pela área

absorvente da tira-teste / placa-teste indo se ligar aos anticorpos anti-HCG na área

da reação positiva (T), determinando o surgimento de uma banda colorida rosa

clara. (Wama Diagnóstica, 2008)

Na ausência de HCG não haverá o aparecimento da banda colorida na área

T. A mistura da reação continua a fluir atingindo a área controle (C). O conjugado

não ligado ao antígeno une-se aos reagentes desta área produzindo uma banda

colorida rosa-clara, demonstrando que os reagentes estão funcionando

corretamente. (Wama Diagnóstica, 2008) (Mackenzie-LAC, 2009)

Fig. 24 – Placa de teste de HCG onde T é a área tes te, C é a área controle. (Fonte:WAMA Diagnóstica)

Resultado negativo : Somente uma banda

Page 51: Relatório análises clínicas

colorida aparecerá na área controle (C).

Resultado positivo : Aparecerão duas bandas,

uma na área teste (T) e outra na

área controle (C).

6.5.5. Aglutinação de Látex Na aglutinação em látex tem-se um dos componentes (antígeno ou anticorpo)

está na forma insolúvel, em suspensão, adsorvido artificialmente a micropartículas

de látex. (Vaz, et al., 2007)

Caracteriza-se pela formação de agregados suficientemente grandes,

resultantes da interação por pontes moleculares de anticorpos específicos (ou

determinantes antígênicos) e as micropartículas insolúveis sensibilizadas com

determinantes antígênicos (ou anticorpos, respectivamente). (Mackenzie-LAC, 2009)

(Vaz, et al., 2007)

Ocorrem em 2 estágios onde o 1º conssite na ligação das moléculas do

anticorpo aos antígenos (que se encontram na superfície da partícula de látex)

através de ligaçòes não covalentes. O 2º resulta na colisão entre as partículas

formadas, resultando em pontes entre as partículas, formando agregados. Pode ser

direta ou indireta. (Mackenzie-LAC, 2009)

Esses agregados facilitam a visualização do imunocomplexo, que pode

ocorrer em questão de minutos ou algumas horas, e a leitura pode ser visual a olho

nu ou com auxílio de lupa contra luz indireta. (Vaz, et al., 2007)

• PCR

A Proteína C-reativa (PCR) é uma proteína da fase aguda que quando

alterada caracteriza atividades inflamatórias inespecíficas, auxiliando o diagnóstico e

o controle evolutivo da inflamação. (Mackenzie-LAC, 2009) (Wama Diagnóstica,

2008)

A PCR aparece muito precocemente no soro de pacientes afetados por uma

variedade de processos inflamatórios e necrose de tecidos, tais como infecções

bacterianas, doença reumática aguda, infarto de miocárdio, certas doenças virais,

tuberculose pulmonar ativa, artrite reumatóide e neoplasia maligna. (Wama

Diagnóstica, 2008)

Page 52: Relatório análises clínicas

O PCR é muito importante porque se observa seu aumento antes mesmo da

elevação da VHS, mantendo-se elevado posteriormente e no processo de cura, a

PCR volta à normalidade antes da VHS. (Mackenzie-LAC, 2009)

O Imuno-LátexPCR utiliza partículas de látex cobertas com anticorpo

monoclonal anti-PCR, quando o soro contendo PCR é misturado a essas partículas,

ocorre aglutinação visível a olho nu. (Wama Diagnóstica, 2008) (Mackenzie-LAC,

2009)

Pode-se fazer um acompanhamento do processo inflamatório pelo teste de

PCR realizando o teste quantitativo, onde se faz uma série de diluições da amostra e

procede-se com todas as diluições da mesma forma que no teste qualitativo. O título

da amostra corresponderá a maior diluição em que ocorrer aglutinação. Obtém-se a

concentração de PCR na amostra multiplicando esse título pela sensibilidade do

método. (Wama Diagnóstica, 2008)

O monitoramento dessas concentrações oferece indicações sobre a evolução

do processo inflamatório e a efetividade da terapia, por exemplo, a doença está em

fase inicial a concentração de PCR plasmática aumenta mais rapidamente do que a

velocidade de hemossedimentação e desaparece imediatamente após a

recuperação. (Wama Diagnóstica, 2008)

Entre as moléstias reumáticas tem na febre reumática sua melhor utilização,

especialmente na fase inicial, com alta porcentagem de positividade. Seu

reaparecimento, nos casos, sob tratamento, expressa um reagravamento do

processo, sendo interessante pesquisá-la em intervalos regulares. (Wama

Diagnóstica, 2008)

A monitoração pós-cirúrgica da PCR é bastante útil como indicador de

complicações inflamatórias ou sépticas. Ela pode também estar aumentada no

primeiro trimestre da gravidez e permanecer assim até o parto, bem como aumentar

em mulheres que fazem uso de contraceptivos orais. (Wama Diagnóstica, 2008)

• ASLO

A estreptolisina O, produzida por quase todas as cepas de Streptococcus β-

hemolítico do grupo A, tem potente antigenicidade. Estimula o organismo a produzir

anticorpos antiestreptolisina O (ASLO), por isso tem se tornado o indicador de

infecções estreptocócicas e suas complicações, tais como a febre reumática e a

glomerulonefrite aguda. (Mackenzie-LAC, 2009) (Wama Diagnóstica, 2008)

Page 53: Relatório análises clínicas

O teste utiliza partículas de látex revestidas com estreptolisina O, purificadas

e estabilizadas que mostram nítida aglutinação quando misturadas, com um soro

contendo níveis elevados de anticorpos antiestreptolisina. (Wama Diagnóstica, 2008)

A monitoração dos níveis de ASLO pode-se fazer útil para acompanhamento

da efetividade do tratamento já que a instituição precoce de antibióticos e

corticosteróides até 12 a 15 dias após a infecção estreptocócica pode diminuir a

resposta imunológica do indivíduo, com conseqüentes baixos títulos de ASLO.

(Wama Diagnóstica, 2008)

Para essa monitoração realiza-se o teste quantitativo, onde se faz uma série

de diluições da amostra e procede-se com todas as diluições da mesma forma que

no teste qualitativo. O título da amostra corresponderá a maior diluição em que

ocorrer aglutinação. Obtém-se a concentração de PCR na amostra multiplicando

esse título pela sensibilidade do método. (Wama Diagnóstica, 2008)

Embora considerado como um importante teste, a ASLO representa apenas

uma resposta a uma prévia infecção estreptocócica e a sua elevação não significa

um reumatismo. (Wama Diagnóstica, 2008)

• Fator reumatóide (FR)

O fator reumatóide (FR) é um dos mais úteis marcadores clínicos da artrite

reumatóide no soro. (Wama Diagnóstica, 2008)

Fator reumatóide é o termo usado para descrever uma variedade de

anticorpos (IgM, IgG, IgA e IgE) que podem se ligar ao fragmento Fc de uma

imunoglobulina G. São, portanto, uma antiimunoglobulina. (Wama Diagnóstica,

2008)

O Imuno-Látex FR é um teste bastante sensível, que utiliza partículas de látex

revestidas com IgG humana altamente purificada, estabilizada e suspensa. (Wama

Diagnóstica, 2008)

A artrite reumatóide é uma doença auto-imune de evolução lenta, que tende à

cronicidade, podendo em 15-20 anos de doença caracterizar-se por um quadro de

deformidades e limitações de movimento, decorrentes da destruição de cartilagens,

as quais podem calcificar e fragmentar. (Mackenzie-LAC, 2009)

O valor diagnóstico da prova do látex é de cerca de 85-95% dos casos. Uma

pequena parcela de pacientes pode desenvolver a doença sem apresentar FR no

Page 54: Relatório análises clínicas

soro. Da mesma forma há casos de pessoas clinicamente normais e que

apresentam títulos baixos de FR. (Mackenzie-LAC, 2009)

O aumento do titulo reflete a progressão da doença, desta forma a

quantificação é super importante. Pode haver resultados falsos positivos em outras

doenças do colágeno, como LES e outras como a sífilis e outras doenças hepáticas.

(Mackenzie-LAC, 2009)

6.5.6. Tipagem ABO O sistema ABO apresenta os antígenos expressos na membrana das

hemácias e anticorpos naturais circulantes contra o antígeno ausente. (Vaz, et al.,

2007)

Por esses antígenos classifica-se o sangue do homem em grupos ABO. É de

grande importância identificar a que grupo um paciente pertence em casos de

transfusão de sangue, transplante de órgãos, questões de paternidade,

investigações forenses e estudos genéticos. (Walters, et al., 1998)

A tipagem direta do grupo sanguíneo ABO é realizada com as hemácias do

paciente suspensas em solução fisiológica contra soros comerciais anti-A, anti-B e

anti-AB, seguindo o princípio da aglutinação (Fig. 26 e Fig. 25). (Vaz, et al., 2007)

(Walters, et al., 1998)

Se o antígeno presente nas células corresponde ao anticorpo do anti-soro, o

anticorpo irá se ligar ao antígeno e formará grumos que serão visualizados. Se o

antígeno não está presente nas células, não haverá aglutinação (Fig. 27). (Walters,

et al., 1998)

Fig. 26 – Lâmina com anti-soros e sangue

Fig. 25 - Tipagem ABO em lâmina misturando anti-soros com sangue

Page 55: Relatório análises clínicas

Fig. 27 - Aglutinação de células sanguíneas com ant i-A no campo A.

6.5.7. Floculação (Teste para Sífilis) O teste de floculação, variante da aglutinação indireta, ocorre quando a

interação direta de cardiolipina, cristais de colesterol e lecitina, preparada em salina

tamponada, funciona como antígeno para anticorpos anticardiolipina, chamados de

reaginas, frequentes na sífilis. (Vaz, et al., 2007).

OS anticorpos anticardiolipina presentes na amostra interagem com a

cardiolipina da suspensão antigênica. Os imunocomplexos formados ficam

depositados sobre os cristais de colesterol, que é refringente, formando grumos que

são visíveis no miscroscópio óptico ou utilizando-se uma lupa contra luz indireta (Fig.

28). (Vaz, et al., 2007)

Fig. 28 – Ilustração da Reação de Floculação (VDRL) Fonte: (Vaz, et al., 2007)

Faz-se titulação de uma séria de diluições do soro desconhecidos e o soro

positivo. O soro negativo é testado sem diluição (Mackenzie-LAC, 2009)

A leitura é feita observando-se a aglutinação a olho nu ou ao micrscópico com

pequeno aumento. A última diluição que apresenta grumos de aglutinação

representa o título do soro. (Vaz, et al., 2007) (Mackenzie-LAC, 2009)

Page 56: Relatório análises clínicas

Para evitar o efeito de pró-zona, o teste deve ser feito na triagem com a

amostra sem diluir e diluída a 1:10, simultaneamente. Esse fenômeno acontece

quando há elevada concentração (títulos muito elevados) de anticorpos que

proporcionam resultados falso-negativo em ensaios com amostra pouco diluída (Fig.

29). (Vaz, et al., 2007)

Fig. 29 – Fenômeno de pró-zona observado quando há excesso de anticorpos, ou seja, há anticorpos,

mas os imunocomplexos formados não alcançam tamanho visualizável, como ocorre na zona de equivalência. Fonte: (Vaz, et al., 2007)

Como a reação de V.D.R.L pode apresentar resultados falso-positivos em

várias moléstias que não a sífilis recomenda-se a realização de um teste

treponêmico (FTA-Abs) ou (MHTP) para confimar diagnóstico.

6.5.8. Hemaglutinação Na Hemaglutinação são utilizadas hemácias formolizadas com proteínas

antigênicas adsorvidas em sua superfície. Essas hemácias, que podem ser

chamadas sensibilizadas, quando expostas ao anticorpo anti a proteína adsorvida

em sua superfície, ficam em suspensão, observando-se a formação de um manto ou

tapete, formado pela malha de imunocomplexos Ag-Ac, que impede o depósito das

hemácias, pela força da gravidade, no fundo da placa. (Vaz, et al., 2007)

(Mackenzie-LAC, 2009)

O teste pode ser semi-quantitativo, titulando a presença de anticorpos

utilizando diluições seriadas da amostra.

Page 57: Relatório análises clínicas

Fig. 30 - Hemaglutinação indireta: o antígeno adsor vido permite a detecção semiquantitativa de

anticorpos específicos (A) com a formação de um tap ete (B), mostrando em (C) a interação específica do anticorpo com o antígeno adsorvido na hemácia. O te ste negativo se apresenta como um botão

sedimentado no fundo da placa (D). O teste controle (E) mostra a interação inespecífica de anticorpos da amostra com antígenos da célula, o que invalidaria o teste.

A leitura é observada geralmente após período de 30 a 90 minutos de

incubação, tempo suficiente para que as hemácias não-aglutinadas sedimentem no

fundo da placa. Em paralelo ao ensaio-teste, deve ser realizado teste-controle, que é

o teste utilizando células não-sensibilizadas. A finalidade do ensaio-controle é

verificar se na amostra há anticorpos heterófilos que interagem com antígenos da

célula e não com os antígenos ligados a célula, resultando em falso-positivos.

6.6. Parasitologia

Parasitologia clínica é o estudo dos parasitas ou doenças parasitárias, dos

métodos de diagnóstico, dos controles das doenças parasitárias e a relação íntima e

duradoura entre os indivíduos de duas espécies distintas a nível histológico. Na

maioria dos casos um organismo (o hospedeiro) passa a constituir o meio ecológico

que vive o outro organismo (o parasito). A parasitologia engloba: os filos Protozoa

(protozoários), do reino Protista e Nematoda (nematódes), Annelida (anelídeos),

Platyhelminthes (platelmintos) e Arthropoda (artrópodes), do reino Animal.

Os principais mecanismos de transmissão de parasitoses são: fecal-oral,

penetração ativa pela pele, vetorial ou por hospedeiros intermediários, contato

pessoal e congênito.

Page 58: Relatório análises clínicas

Assim, a maioria dessas parasitoses poderiam ser controlados através de

ações educativas sobre higiene, técnicas de saneamento melhoradas e medidas de

controe de insetos. Todavia, em muitas partes do mundo, principalmente aquelas

onde as condições sanitárias são precárias, os parasitas continuam sendo o maior

causa de doenças e mortes.

Na clínica a amostra mais frequentemente examinada são as fezes, nas quais

encontra-se, mais comumente as seguintes formas:

Nematodas

• Ascaris lumbricoides

Larva: macho mede de 20 a

30cm de comprimento com

extremidade posterior

recurvada, fêmea de 30 a 40

cm e apresenta extremidade

posterior reta. Parasita o

intestino delgado.

Ovo fértil: cerca de 55 x

40µm, camada mamelonada e

embrião hexacanto não

desenvolvido.

Ovo infértil: cerca de 90 x

40µm e apresenta uma massa

amorfa com casca fina.

Page 59: Relatório análises clínicas

• Trichuris trichiura

• Ancylostoma duodenale e Necator americanus

• Enterobius vermicularis.

Ovo fértil embrionado: cerca

de 55 x 40µm e apresenta

camada mamelonada com

embrião.

Ovo: Casca grossa, embrião

hexacanto não desenvolvido,

tampos hialinos nas regiões

polares.

Ovo: formato ovalado

presença de blastômeros no

interior e tamanho de 50x 30

µm.

Ovo: formato grosseiro de

“D” por apresentar um lado

achatado e outro côncavo,

casca fina e transparente, e

tamanho de 55 por 25 µm.

Page 60: Relatório análises clínicas

• Strongyloides stercoralis

Protozoários

• Entamoeba histolytica

Cisto: apresenta de 1 a 4

núcleos, cariossoma central,

tamanho de 10 a 20µm e

corpos cromatóides em forma

de bastonetes.

Trofozoíto: formato

irregular, um núcleo com

cariossoma central, tamanho

de 20 a 40 µm.

Larva rabdtóide: presença

de esôfago rabdtóide, bulso

esofagiano, boca e vestíbulo

bucal. Seu tamanho chega a

300 µm.

Page 61: Relatório análises clínicas

• Entamoeba coli

• Iodamoeba butschlii

Cisto: apresenta de 1 a 8

núcleos com cromossoma

excêntrico, tamanho de 10 a

15 µm e presença de corpos

cromatóides.

Trofozoíto: formato irregular,

um núcleo com cariossoma

excêntrico, tamanho de 20 a 50

µm

Cisto: apresenta 1 núcleo

com cromossoma central,

tamanho de 10 a 15 µm e

presença de vacúolo de

glicogênio característico.

Trofozoíto: formato

irregular, um núcleo com

cariossoma central.

Page 62: Relatório análises clínicas

• Endolimax nana

• Giardia lamblia

Cisto: Ovóide ou elíptico,

membrana cística, com até 4

núcleos, cariossomo grande e

irregular

Trofozoíto: formato

irregular, um núcleo com

cariossoma grande e irregular.

Cisto: possui formato

ovalado com 4 núcleos, 4

axonemas, 4 corpos parabasais

, tamanho de 10 a 12 µm.

Encontrado em fezes formadas

Trofozoíto: possui formato

periforme com 2 núcleos, 2

axonemas, 2 corpos

parabasais, 4 pares de flagelo

e 1 disco adesivo. Encontrado

em fezes diarréicas

Page 63: Relatório análises clínicas

Cestoda

• Hymenolepis nana

• Taenia solium e Taenia saginata

Trematoda

• Schistosoma mansoni

O exame parasitológico de fezes existe no sentido de identificar essas formas

parasitárias nas fezes e, por seguinte, diagnosticar os parasitos intestinais

causadores de doenças. Para isso conta com inúmeros os métodos existentes para

a análise de parasitas intestinais. Todavia de um modo geral, executa-se, de rotina,

no setor de parasitologia clínica, alguns métodos de concentração de ovos e cistos,

que possibilitam a identificação de cistos de protozoários e ovos de helmintos, tais

como: método de Faust e colaboradores, método de Ritchie e método de Hoffmann

Pons e Janer. Algumas delas aprendidas durante o estágio de análises clínicas e

serão descritas abaixo.

6.6.1. Exame Macroscópico

Observa-se a consistência das fezes (sólidas, pastosas, líquidas), odor,

presença de elementos anormais, como muco ou sangue, e de vermes adultos ou

proglotes.

Ovo: casca transparente,

embrião hexacanto, 3 pares de

acúleos, filamentos protéicos e

tamanho de 50 por 30 µm.

Ovo: presença de embrião

hexacanto interno, estrias

radiais, casca protetora

(embrióforo) e tamanho de

30mm

Ovo: presença de espículo

lateral, camada externa e

interna e massa celular

Page 64: Relatório análises clínicas

6.6.2. Exame Direto (Exame a Fresco)

As preparações a fresco são preparadas de fezes frescas ou fixadas

(preservadas). Nas fezes a fresco de amostras fixadas é possível observar cistos,

ovos e larvas, mas não trofozoítos. Para isso usa-se fezes frescas onde é possível

observar a mobilidade dos trofozoítos móveis.

• Preparo e Exame de Lâminas a Fresco

Fig. 31- Preparo e Exame de Lâminas a Fresco

6.6.3. Hoffman, Pons e Janer (Sedimentação espontân ea)

Este método, na realidade foi descrito por Lutz em 1919 no Brasil e padronizado

por Hoffmann, Pons e Janer em 1934 em Porto Rico. Indicado para pesquisa de

ovos e larvas de helmintos e, sobretudo, para a pesquisa de ovos de Schistosoma

mansoni. De fácil execução é o mais empregado nos laboratórios clínicos.

É uma técnica de concentração de fezes são usadas para concentrar os

parasitas em uma amostra e aumentar a probabilidade de detectar os parasitas ao

mesmo tempo que diminui a quantidade de resíduos das fezes.

A técnica consiste em:

A. Triturar bem com bastão de vidros, aproximandamente 2g de fezes, em um

frasco plástico descartável, acrescentar 20mL de água;

B. Filtrar a suspensão para um cálice cônico de 200ml de capacidade, por

interédio de tela metálica ou de naílon, ou gaze cirúrgica dobrada em quatro

ou parasito filtro; os detritos retidos são lavados com mais 20 mL de águ,

agitando-se constantemente com o bastão de vidro, devendo o líquido da

lavagem ser recolhido no mesmo cálice; Completar o volume do cálice com

água;

C. Deixar essa suspensão em repouso durante duas a 24 horas

Fezes (frescas

ou fixadas)

Lâminas

Gota de salina

e Lugol

Microscópio

Page 65: Relatório análises clínicas

Fig. 32 - Método de Hoffman, Pons e Janer (HPJ): A. frasco plástico com fezes, água e bastão; B. Cálic e com a gaze e me’todo de transferir as fezes dissolv idas na água; C. Cálice com o sedimento pronto para

o exame e o líquido sobrenadante. Fonte: (Neves, et al)

6.6.4. Método Faust e colaboradores Este método de centrífugo- flutuação em sulfato de zinco a 33% com densidade

1,18g/mL foi desenvolvido por Faust e cols. em 1938, sendo o primeiro

procedimento desenvolvido para diagnóstico dos cistos de protozoários e de ovos

leves de helmintos. Considerado simples e eficiente para a concentração tanto de

ovos de helmintos (não tão indicado) como de cistos de protozoários, possibilitando

ainda a flutuação de eventuais larvas de estrongilóides ainda vivas. É uma técnica

de flutuação que fundamenta-se no princípio da diferença da densidade específica

entre cistos de protozoários e o material fecal, a fim que as formas flutuem na

superfície dos reagentes com densidade específica.

Realizada como descrito abaixo:

1. Diluir 10g de fezes em 20mL de água filtrada;

2. Homogeneizar bem;

3. Filtrar através de gaze dobrada em quatro ou parasito filtro, num copo

plástico, e transferir para um tubo de ensaio;

4. Centrifugar por um minuto a 2500rpm;

5. Desprezar o líquido sobrenadante e ressuspender o sedimento em água;

6. Repetir a operação 4e 5 mais duas ou três vezes, até que o líquido

sobrenadante fique claro;

7. Desprezar a água sobrenadante e ressuspender o sedimento com uma

solução de sulfato de zinco a 33%, densidade 1,18g/mL;

8. Centrifugar novamente por um minuto a 2500rpm;

Page 66: Relatório análises clínicas

9. Recolher a película com alça de platina, colocar numa lâmina, acrescentar

uma gota de lugol e cobrir com lamínula;

10. Examinar com as objetivas de 10x e/ou 40x.

Fig. 33 - Técnica de Faust. Fonte: (Neves, et al., 2005)

6.7. Microbiologia

A Microbiologia clínica abrange o estudo dos vírus, fungos, bactérias e

parasitas. Incluem-se também os testes para isolar e identificar estes

mircroorganismos. (Walters, et al., 1998)

A cultura de bactérias é o crescimento de colônias de microorganismos

induzida pelo homem para se conseguir um elevado número de microorganismos,

para estudar as características culturais da bactéria como, a capacidade de crescer

em meio selectivo e o aspecto das colônias.

Realizada em meios de culturas que fornecem os princípios nutritivos

indispensáveis ao seu crescimento das bactérias. Entre os principais componentes

de um meio de cultura estão às fontes de carbono e energia como os açúcares, as

fontes de nitrogênio, fósforo e sais minerais. Outros componentes mais específicos

podem ser encontrados em um meio para determinados organismos, estes são os

fatores de crescimento como as vitaminas, aminoácidos, etc. Além disso, é preciso

fornecer condições ambientais para o desenvolvimento dos microorganismos, como

pH, pressão osmótica, umidade, temperatura, atmosfera (aeróbia, microaeróbia ou

anaeróbia), etc.

Um meio de cultura pode ser sólido, semi-sólido ou líquido, em relação a

consistência. Animados ou Inanimados quanto à natureza. E são ainda classificados

quanto a finalidade, sendo classificados em:

Page 67: Relatório análises clínicas

• rimários: aquele no qual o material coletado do paciente é primeiro

inoculado. A escolha do meio é baseado na local da infecção.

• Seletivos: contem ingredientes que inibem o crescimento de certos

microorganismos, enquanto deixa outros se desenvolverem. Por exemplo,

meio EMB e MacConkey.

• Indicadores: contém substâncias que visivelmente mudam com resultado da

atividade metabólica de um microorganismo particular.

Há diferentes técnicas para se efetuar uma semeadura, com alça de platina,

com swab, com alça calibrada, técnica de isolamento, técnica para antibiograma

Para análise de morfologia, estudo e identificação da espécie e gênero da

bactéria, faz-se a técnica de isolamento em meio de cultura que consiste em isolar

as colônias para que não haja interferentes e contaminações cruzadas após a

incubação (Fig. 34).

Fig. 34 - Técnica de isolamento de bactéria

Para a técnica de antibiograma e urinocultura faz se a semeadura preenchendo

a placa inteira.

Fig. 35 - Técnica de Semeadura e Antibiograma

Page 68: Relatório análises clínicas

6.7.1. Cultura de Urina A cultura de urina é um dos mais freqüentes testes pedidos no laboratório de

bacteriologia. Os médicos requisitam uma cultura de urina quando o paciente tem

sintomas de infecção do trato urinário como: freqüência de micções, dor e sensação

de ardência quando urinando, sangue na urina, às vezes febre e “dor nos rins”.

As infecções do trato urinário ocorrem quando bactérias migram uretra acima

para a bexiga, ou até mais adiante, aos rins. O microorganismo mais comumente

responsável é Escherichia coli. Outros microorganismos encontrados são

Pseudomonas, Proteus, Klebsiella e Staphylococcus saprophyticus.

• Coletando a Amostra

- A amostra a ser semeada deve ser coletada por jato médio;

- Rotular frasco com identificação do paciente e a hora da coleta.

• Semeando a Placa para Contagem de Colônias

Fig. 36 - Semeando uma placa de cultura de urina

Flambar a alça

calibrada e esfriarMergulhar na urina

Fazer estria vertical

sobre o centro da

placa de ágar sangue

(Fig.36)

Fazer de quinze a

vinte estrias na

horizontal cruznado a

estria vertical (Fig. 36)

Flambar alça e

guardá-la

Incubar a placa por

uma noite a 35-37C

Page 69: Relatório análises clínicas

• Interpretando a cultura de urina

Após o período de incubação as placas são removidas da estufa e observado

o crescimento. Quaisquer características específicas do crescimento, assim como

cor da colônia ou morfologia, hemólise no agar sangue, devem ser amotadas.

Contar as colônias e multiplicar por 1000 se foi utilizdo alça de 0,001 mL ou

multiplicar por 100 se foi utilizado alça de 0,01mL. Uma contagem de 100000/mL ou

maior é evidência de infecção urinária, tenha ou não o paciente sintomas.

• Identificando o microorganismo.

- Fazer um Gram dos organismos da placa de Agar sangue, segundo o

fluxograma abaixo:

Selecionar uma colônia e tocar esta com

uma alça previamente flambada e resfriada

Secar uma lâmina e pingar

solução fisiológica

Homogeneizar a colônia sobre a

solução fisiológica

Proceder a coloração

Analisar em microscópio

Page 70: Relatório análises clínicas

Cocos Gram Positivos

Fig. 37 - Visualização de Bactérias Gram Positivas por Microscopia

Se observar um organismo Gram positivo como na figura acima (Fig. 37), é

necessário fazer um teste de catalase para diferenciá-lo entre Streptococcus e

Staphylococcus.

Se a bactéria é catalase positiva, cocos Gram positivos arranjados na forma

de cachos de uva, observados na microscopia, deve ser feito um teste de coagulase

para diferenciar Staphylococcus aureus de outros estafilococos.

Coletar uma

porção da colônia

com alça ou palito de madeira

Lâmina de

microscópio limpaGotejar peróxido

de hirogênio

Borbulha

Staphylococcus

Não-Borbulha

Streptococcus

Coletar uma

porção da colônia

com alça ou palito de madeira

Lâmina de

microscópio

limpa

Plasma comercial

para coagulase

Formação de

grumos

Staphylococcus

aureus

Não Forma

grumos

Staphylococcus

sp.

Page 71: Relatório análises clínicas

Cocos Gram Negativos

Fig. 38 - Visualização de Cocos Gram Negativos por Microscopia

Se observado cocos Gam negativos na microscopia com coloração de Gram

deve ser feito semeadura das colônias em Agar EMB ou MacConkey, incubado por

uma noite.

Fazer coloração de Gram da bactéria crescendo no Agar EMB ou

MacConkey, o que confirmará a bactéria Gram negativa, já que ambos inibem

crescimento de organismos Gram positivos.

Pelas características das colônias pode-se identificar o microrganismo pois

muitas bactérias Gram negativas tem morfologia de colônia distinta em meios

seletivos ou indicadores. As espécies de Klebsiella têm colônias características,

róseas, mucóides. E. coli forma um brilho verde metálico no EMB.

6.7.2. Teste de suscetibilidade aos antibióticos (A ntibiograma)

Suspensão

padronizada

do organismo

a ser testado

Swab é

umedecido na

suspensão

Semear na

placa de

Mueller-

Hinton como

indicado na

Fig. 39

Colocar os

discos

impregnados

com

antibiótico

(Fig. 40)

Incubar por

uma noite a

35-37C

Page 72: Relatório análises clínicas

Fig. 39 - Semeando a placa de Mueller-Hinton

Fig. 40 - Colocando os discos de antibióticos sobre agar Mueller-Hinton

• Interpretando o Teste de Suscetibilidade aos Antibióticos

As placas são lidas para inibição de crescimento em torno dos discos de

antibióticos. As zonas de inibição podem ser medidas usando paquímetos ou régua

transparente (Fig. 41).

Page 73: Relatório análises clínicas

Fig. 41 - Medindo a zona de inibição usando uma rég ua

Cada antibiótico produz um tamanho específico para cada organismo. O

tamanho da zona ou halo de inibição classificará o organismo como sensível (S),

resistente (R) ou intermediário (I). Esta informação é fornecida nas istruções de uso

dos discos de antibióticos. (Walters, et al., 1998)

Um antibiótico que produza uma zona sensível deverá ser prescrito para a

infecção. (Walters, et al., 1998)

Page 74: Relatório análises clínicas

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LABTEST DIAGNÓSTICA: CK NAC Liquiform. Vista Alegre. 2008. Bula do Kit.

LABTEST DIAGNÓSTICA: Colesterol Liquiform. Vista Alegre. 2008. Bula do Kit.

LABTEST DIAGNÓSTICA: Creatinina. Vista Alegre. 2008. Bula do Kit.

LABTEST DIAGNÓSTICA: Ferro sérrico. Vista Alegre. 2008. Bula do Kit.

LABTEST DIAGNÓSTICA: Fosfatase alcalina. Vista Alegre. 2008. Bula do Kit.

LABTEST DIAGNÓSTICA: Fósforo UV. Vista Alegre. 2008. Bula do Kit.

LABTEST DIAGNÓSTICA: Gama GT. Vista Alegre. 2008. Bula do Kit.

LABTEST DIAGNÓSTICA: HDL LE. Vista Alegre. 2008. Bula do Kit.

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Page 77: Relatório análises clínicas

DECLARAÇÃO

Declaro, para os devidos fins, que o acadêmico THAIS ARAGÃO, RG:44008521-4,

realizou estágio nessa empresa, no período de 01 de julho 2009 à 07 de agosto de 2009

perfazendo 150horas.

São Paulo,_____ de _________________de ________

____________________________________

Responsável técnico

Nome: ______________________________

C.R.B.M:_______________________________

Page 78: Relatório análises clínicas

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde. Curso de Farmácia

Aluno: Thais Aragão

Estágio em: Análises Clínicas (Estágio IV)

Parecer da Comissão:

Aprovado ( )

Reprovado ( )

Nota:

Observação: