Relatório Anual do Museu Nacional: 1958 -...

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UNIVERSIDADE DO BRASIL MUSEU NACIONAL Relatório Anual JOSÉ CANDIDO DE MEL0 CARVALHO, Ph. D, Diretor Q 19 5 9 como C&DIDO M. CARVALHO

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UNIVERSIDADE DO BRASIL MUSEU NACIONAL

Relatório Anual

JOSÉ CANDIDO DE M E L 0 CARVALHO, Ph. D, Diretor

Q 19 5 9

c o m o C&DIDO M. CARVALHO

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RELATóRIO DO MUSEU NACIONAL REFERENTE AO EXERCÍCIO DE 1958, APRESENTADO PELO DIRETOR DA INSTITUIÇÃO, DR. JOSÉ CANDIDO DE MEL0 CAR- VALHO, AO MAGNÍFICO REITOR DA UNIVERSIDA- DE DO BRASIL, DR. PEDRO CALMON MONIZ DE BITTENCOURT.

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". . .propagar os conhecimentos e estudos das ciências naturais no Reina ão Brasil, que encerra em si milhares de objetos digno8 de obeervaqío e exame. . .

D. João VI Decreto de 6 de junhode 181%

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1. APRESENTAÇAO

Magnífico Reitor da Universidade do Brasil

Como nos dois anos anteriores, tenho a honra de encaminhar a Vossa Magnificência o relatório das atividades do Museu Nacional, no ano de 1958.

Ao aproximar-se o término de minha terceira etapa de adminis- tração nesta veneranda instituição científica, senti-me sumamente hon- rado com o manifesto apoio de meus colegas, pesquisadores do Museu e membros de sua Egrégia Congregação, que houveram por bem indicar o meu nome para, em recondução, dirigir os destinos desta Instituição Nacional da Universidade do Brasil, no triênio 1958-61.

Fato auspicioso para o Museu Nacional foi a visita de Sua Exce- lência o Sr. Presidente da República, Dr . Juscelino Kubistchek de Oliveira, pois desde o Govêrno do Sr . Presidente Dr. Washington Luiz Pereira de Souza (1926-1930), o Museu, outrora tão frequentado pelo Imperador D. Pedro 11, não recebia a honrosa visita de um dirigente da Nação. Igualmente, não faltou ao Museu Nacional a cordial visita do Exmo. Sr. Ministro da Educação e Cultura, do Magnífico Reitor, dos Professôres, membros do Egrégio Conselho Universitário e de outras altas autoridades científicas, culturais e governamentais.

Com a aprovação de novo Regimento, em 5-6-58, e imediatamente posto em vigor, adquiriu o Museu Nacional uma melhor estruturação, mais ampla e flexível, atendendo às suas reais necessidades de serviços. Pontos altos do Regimento são as determinações que confiam a direção superior da instituição à sua Egrégia Congregação, a que eleva a antiga Seção de Extensão Cultural ao nível de Divisão de Educação, as que dão normas para a organização de cursos, estágios e palestras culturais e educacionais, permitindo ao Museu Nacional mais se entrosar no sistema educacional e de desenvolvimento científico do país.

Ampliaram-se as atividades de pesquisa nos campos das ciências naturais e antropológicas, como sobejamente o documentam os trabalhos publicados pelo Museu Nacional, ou insertos em publicações de outras instituições científicas. No momento em que se procura intensificar as pesquisas na Universidade, é altamente significativo o que vem rea- lizando a Instituição Nacional da U. E . Já agora, as exposições do Museu estão com 80% de suas salas remodeladas, atualizadas e franquiadas ao grande público que as frequentam numa base de 700 visitantes diários, sendo que suas apresentações têm recebido dos museologistas, dos pro- fessores e do povo os maiores encômios. Intensa tem sido a colaboração do Museu com as demais instituições congêneres, dentro e fora do país, fazendo-se representar em numerosos congressos, seminários e reuniões, no território nacional ou no estrangeiro. Particular atenção tem sido

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dispensada às tarefas de divulgação culturd e de formação educacional para as coisas da Natureza, cooperando o Museu Nacional com os demais centros especializados do país. Seria uma falha grave deixar de con- signar, aqui, os agradecimentos da Direção do Museu aos servidores cientificos, técnico-educacionais e a quantos que, com o maior dispêndio de energias e mesmo abnegação, têm tornado possível tôdas estas realizações

Ainda dentro de seus propósitos de desenvolver o interêsse dos jovens pelas pesquisas nos setôres das ciências naturais e antropológicas, o Museu Nacional estabeleceu, em 1958, um concurso para distribuição de prêmios sob a égide dos grandes Naturalistas que foram Alberto Betim Paes Leme, Alberto José de Sampaio, Alípio de Miranda Ribeiro e Edgard Roquette Pinto, respectivamente, para o melhor trabalho em Geologia, Botânica, Zoologia e Antropologia.

Já em segundo ano, continuou o Museu Nacional mantendo o seu Curso de Botânica Sistemática, visando a formação de especialistas. Colaborou com a CAGE, mantendo o Curso de Biologia para a formação áe geólogos. estes fatos confirmam que o Museu Nacional está prepa- rado para, mediante convênios com outras instituições credenciadas, intensificar a sua colaboraqão para o desenvolvimento das pesquisas científicas e os trabalhos educacionais referentes as ciências naturais e antropológicas.

Prestou o Museu Nacional a mais dedicada assistência aos trabalhos de elaboração do Plano de Classificação de Cargos, em trânsito pelo Congresso Nacional, visando particularmente, a classificação de cargos e funções científicas, cujas carreiras, de há muito, deveriam ser comi- deradas de padrões e referências máximas, Não obstante, a n&o apm* vaçáo do Plano, deixo consignado agradecimentos ao Exmo. Sr. %putado Lopo Coelho que tão bem compreendeu a situaçáo real que deve ter os servidores cientificos e técnico-científicos dentro do quadro geral dos Serviços Públicos e pela gentileza com que sempre atendeu L modestas, justas e razoáveis reivindicações dos pesquisadores do Museu, que sempre pleitearam pelos cientistas do Brasil. NZio havendo nenhuma rnelhoria de situasão financeira para os serviços cientificos, de parte do Govêrno Federal, resta para aquêles que se dedicam às ciências no Museu Nacional os bons propósitos do Conselho Nacional de Pesquisas que os têm atendido dentro de suas possibilidades. Ao Sr. Presidente e aos Srs. membros do C. N. Pq., os meus mais sinceros agradecimentos.

Foram levados a têrmo no exercicio anterior, os concursos para os cargos de Naturalista e Naturalista-Auxiliar do Museu Nacional e, devido a morosidade de seus transcursos, mais vagas ocorreram no qua- dro da instituição. Esperanças há de que em meados do próximo ano sejam nomeados os Naturalistas e Nat.-auxiliares aprovados em concurso e dos quais o Museu Nacional muito precisa para poder levar a cabo as tarefas que lhe são inerentes, de realização de estudos, pesquisas científicas e trabalhas educacionais visando as ciências naturais e antro;

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pológicas. Também, esperanças há de que se refaçam os seus quadros de servidores administrativos e auxiliares, atualmente com vários claros.

Valendo-me do ensejo, além dos agradecimentos ao Sr . Presidente da República, ao Sr . Ministro da Educação e Cultura, ao Magnífico Reitor, aos Srs. Membros do Egrégio Conselho de Curadores da Uni- versidade do Brasil, aos Srs. Cientistas do Museu Nacional e demais servidores, enfim, a quantos me hipotecaram a sua confiança, entregan- do-me a direção da instituição ou ajudando-me a conduzi-la no cumpri- mento de seus elevados objetivos, reitero os meus mais decididos pro- pósitos de continuar envidando esforços em pró1 do Museu Nacional, quer incrementando as suas pesquisas científicas e trabalhos educacio- nais, quer ampliando as suas exposições devidas ao grande público, quer pugnando pelos seus servidores, enfim, empregando-me ao máximo pelo engrandecimento desta Instituição Nacional da Universidade do Brasil e pelo desenvolvimento das ciências no país.

J . C. M. Carvalho

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2. VISITANTES

1. Dr. Juscelino Kubitschek de Oliveira - Presidente da Repú- blica.

2 . Dr. Clovis Salgado - Ministro da Educação e Cultura. 3 . Major-Brigadeiro Francisco de Assis Corrêa de Mel10 - Mi-

nistro da Aeronáutica. 4. Magnífico Reitor Pedro Calmon Moniz de Bittencourt. 5. Artuhr Moses - Presidente da Academia Brasileira de Ciências. 6 . João Christóvão Cardoso - Presidente do Conselho Nacional de

Pesquisas. 7. Georges Henri Revière - Diretor do Conselho Internacional de

Museus. 8. Príncipes Mikasa - Japão. 9. Elmano Cardim - Presidente da Academia Brasileira de Letras.

10. Deputado Lopo Coelho - Câmara Federal. 11. Paulo Campos Pôrto - Diretor do Jardim Botânico. 12. Antonio Augusto Xavier - Diretor do Instituto Oswaldo Cruz. 13. João Ribeiro Mendes - Presidente da Sociedade dos Amigos

de Alexandre Rodrigues Ferreira. 14. Gunnar Erdtman - Instituto de Palinologia, Stockolmo. 15. Max Biraben - Museu de Ciências Naturais - La Plata. 16. Arturo Buckart - Diretor Instituto Darwnion. 17. Heraclito de Souza Araujo - Presidente da Sociedade de Bio-

logia da Rio de Janeiro. 18. Paulo Bertino Morais de Carvalho - Diretor do Instituto de

óleos. 19. Victor Abdennur Farah - Presidente do Conselho Florestal. 20. Walter A. Egler - Diretor do Museu Paraense Emilio Goeldi. 21. Honorio Monteiro Filho - Presidente da Sociedade Brasileira

de Botânica. 22. Luciano Jacques de Moraes - Presidente da Sociedade Bra-

sileira de Geologia. 23. Maria Isabel Hylton Scott - Museu de La Plata, Argentina. 24. Archie Carr - Universidade de Florida. 25. Alfred Romer - Universidade de Harvard. 26. H.R. W. Smith - Universidade de Califórnia. 27. Almerindo Lessa - Diretor do Serv i~o de Sangue dos Hospitais

Civis de Lisboa, Portugal.

VISITAÇAO POBLICA AS EXPOSIÇÕES

Mês Janeiro Fevereiro Marso Abril Maio Junho

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Julho 40.967 Agosto 29.322 Setembro 14.804 Outubro 31.664 Novembro 17.456 Dezembro 15.341

T o t a 1 . . . . . . . . . , . . 262.965

Como no ano anterior a visitação pública foi efetuada entre 12 e i7 horas diàriamente exceto às segundas-feiras e feriados nacionais. Iu'a relação acima não estão incluídos os visitantes às Divisões Cien- tíficas ou Setores de trabalho cujo número é bastante elevado.

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ATIVIDADES

3.1 - EXPOSIÇÕES

Graças a boa vontade de alguns colegas, cujos nomes serão men- cioilados adiante, pôde o MUSEU NACIONAL reabrir ao público mais 5 salas de exposições, tôdas no setor da ZOOLOGIA. Foi estabelecido mais um circuito interno que desafogou sobremaneira a circulação dos visi- tantes. Voltou a ser exibido ao público o esqueleto da Baleia. Foi também aproveitado o velho elefante africano, cuja restauração a cargo do técnico CARL MIELKE e seus auxiliares, trouxe ao MUSEU mais uma valiosa peça já pràticamente fora de uso.

0 s servicgos de manutenção das exposições anteriormente franquea- das ao público f o r ~ m satisfatórios, sendo possível manter toda a área encerada e muito bem limpa. Em alguns mostruários da Divisão de Geologia, sobretudo da exposição de Mineralogia, apareceram cupins, tendo sido os mesmos atacados na medida do possível.

Para dar cumprimento ao art. 95 5 1." do Regimento Interno do MUSEU NACIONAL, foi indicado pela egrégia Congregação para Supervi- sor-geral dos trabalhos de organização de novas exposições o naturalista WALTER DA SILVA CURVELO, que vem trabalhando em estreita colabo- ração com a Diretoria nêsse sentido.

A fim de abreviar a reabertura das salas de Zoologia de n." 6 a 10 foram ali executadas obras com pintura dos tetos, raspagem, reparos gerais e pintura nas paredes e portas ou janelas.

Foram feitas, de parte da Direção, tentativas para obtenção de peças históricas para as exposições, entre as quais o Uacari-Guaçu de ALEXAN- DRE RODRIGUES FERREIRA e peças arqueológicas provenientes de i-scava- gr3es, mandadas realizar na Itália pela nossa IMPERATRIZ TERESA CRISTINA. Documentamos aqui o esforço nêsse sentido, transcrevendo a correspondência, ainda sem resposta, enviada a Portugal e Itália.

Oficio 6186, de setembro de 1958. Do Magnífico Reitor da Universidade do Brasil Ao Exmo. Sr. Dr. Cordeiro Ramos - DD. Presidente do Instituto

de Alta Cultura. Assunto: Intercâmbio Cultural.

Exmo . Senhor Presidente:

O Diretor do Museu Nacional, da Universidade do Brasil, Dr. José Ciindido de Me10 Carvalho, teve recentemente oportunidade de visitar o Museix de Ciências Naturais (Museu Bocage), da Universidade de Lisboa.

Nessa ocasião o eminente cientista brasileiro, que dirige o Museu Nacional, pôde apreciar detidamente nas coleções do Museu Bocage o interessante exemplar do Uaca7-i-Guaçu, peixe Loricariidae Pseudacan- thicus histrix (Valenciennes, 1840) Regan, 1904, verdadeira relíquia histórica e científica da famosa viagem Filosófica, realizada no Brasil pelo sábio naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira, que o remeteu da Amazônia em 1786 para o Museu da Ajuda.

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Considerando o fato de ser o Pseudacanthicus histrix tipo de es- pécie brasileira, e além do mais um exemplar de especial interêsse histórico pela documentação que oferece sobre a missão científica de- sempenhada no Brasil pelo doutor naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira (1757-1815), venho solicitar a Vossa Excelência, o obséquio de apreciar a possibilidade de ser estabelecido acordo, a fim de que o referido exemplar seja cedido pelas autoridades portuguesas ao Brasil, para figurar nas exposições do Museu Nacional.

Em face da importância que têm os estudos e as exposições de ictiologia em nosso Museu Nacional, essa peça viria permitir que em torno dela se organizasse um mostruário especial, no qual seria devida- mente ressaltado o interêsse de Portugal pelo conhecimento da fauna brasileira e o papel que desempenhou Alexandre Rodrigues Ferreira como um dos grandes naturalistas do século XVIII.

Estamos certos de que, por essa forma, o esforço de Portugal para o conhecimento e a utilização dos recursos naturais do Brasil ficaria dignamente documentado e assim se justificaria plenamente a cessão do referido espécime ao nosso Musm Nacional.

Confiantes na alta generosidade e no decidido empenho de Vossa Excelência em tornar mais sólidos e mais eficientes os nossos anseios comuns de franco e desprendido intercâmbio cultural, aguardaremos solução favorável.

Aproveito a oportunidade para apresentar a Vossa Excelência os meus protestos da mais elevada consideração.

Pedro Calmon, Reitor

Ofício 6187, de setembro de 1958 Do Reitor da Universidade do Brasil Ao Exmo. Sr. Embaixador da Itália Assunto: Intercâmbio Cultural.

Senhor Embaixador:

O Museu Nacional da Universidade do Brasil, possui no seu imenso e valioso acervo uma coleção de Antiguidades Clássicas que é consi- derada por eminentes especialistas como bastante representativa e de alto valor científico.

2 . Nessa coleção, entretanto, não figuram peças provenientes de escavações mandadas realizar na Itália pela Imperatriz do Brasil, con- forme se acreditou durante muito tempo.

3 . A respeito do assunto sabe-se o seguinte: a) Em 1889 o senhor Amedeo Rodolfo Lanciani realizou em Veio

(Veii), num grande depósito de terracotas votivas etruscas, frutuosas escavações arqueológicas, a serviço da Imperatriz Teresa Cristina;

b) Através de um estudo do Dr. Fulvio Padovani intitulado "Note sugli scavi effetuati a Veio nel 1889 in seguito ad ordine di Donna Teresa Cristina di Borbone Imperatrice de2 Brasile" verifica-se que o principe de Saxe-Coburg Gotha, herdeiro da princesa, ofereceu a cole- são obtida nessa escavação ao senhor Luigi Pigorini, para que fosse incorporada ao seu Museo Preistórico, do Collegio Romano, em Roma.

4. Parte da referida coleção, conclui-se do mesmo estudo, foi aceita por Pigorini, mas uma grande parte, justamente aquela constituida pelos depósitos votivos, por sugestão sua ao ministro da Instrdção Pública, foi oferecida ao Museo della Villa Giulia, em Roma. A mesma fonte permite-nos supor que duplicatas de peças da coleção Veio se encontram

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também no Museo Civico de Modena, em conseqüência de permuta por objetos etnográficos.

5. Motivos de ordem sentimental, que nesse caso sobrelevam os de natureza puramente científica, conduzem-me a presença de Vossa Excelência para formular calorosamente um pedido; seria para o Brasil, para a sua Universidade e para o Museu Nacional razão de orgulho justo e desvanecedor possuir algumas das peças etruscas escavadas em Veio por iniciativa da nossa magnânima e culta Imperatriz. Para nós ceria de imenso valor, pois permitiria a um só tempo homenagear a Imperatriz Teresa Cristina e proclamar o nosso reconhecimento às auto- ridades italianas pelo gesto generoso, de intercâmbio cultural no mais alto nível.

Confiante nas gestões de Vossa Excelência no caso, aproveito a cportunidade para renovar os protestos da mais elevada consideração.

Pedro Calmon, Reitor

3 . 1 . 1 . - EXPOSII$O DE ZOOLOGIA - Sala 3 - Miriápodes.

Foi planejada e executada pelo Naturalista JosÉ LACERDA DE ARAÚJO FEIO, com a colaboração da estagiária ANA TIMOTHEO DA COSTA. Tomaram parte os desenhistas ILDA ALVES VELOSO, WALTER TEIXEIRA LEITE, SILVIO BOITONE, YARLI BORBA FREIRE, MILTON TEIXEIRA LEITE, ALMIR FONSECA ROSAS e GENILDA ANDRADE e o auxiliar de Laboratório ARGENTINO VIEGAS FONTES.

Consta a exposição de um único mostruário, com espécimes repre- sentativos do grupo, montagens, peças, desenhos e legendas que ilustram a morfologia interna e externa, hábitos e costumes, sistemática e evo- lução dos miriápodes .

3 . 1 . 2 . - Ex~os~çÁo DE ZOOLOGIA - Sala 3 - Insetos.

A exposição de insetos é apenas o início da exposição permanente, c consta de 8 mostruários. A realização coube aos naturalistas JosÉ CANDIDO DE MELO CARVALHO e ROGER ARLÉ, com a colaboração artístico museográfica do naturalista WALTER DA SILVA CURVELO e do corpo de desenhistas do MUSEU NACIONAL.

Mostruário 1 - Apresenta os caracteres gerais dos insetos, ilus- trando-os com peças e desenhos, e a filogenia do grupo, sendo as prin- cipais ordens representadas por espécimes característicos.

Mostruário 2 - Consta de preparações de asas, antenas, patas e aparelho bucal, um modêlo de cabeça e desenhos, ilustrando a morfologia dos insetos.

Mostruário 3 - Trata da relação entre os insetos e os rituais indí- genas. Peças indígenas, das quais se destaca o maraké, e fotografias ilustram a legenda sôbre a festa da Tocandira.

Mostruário 4 - Uma bela montagem ilustra o ciclo evolutivo e os hábitos das cigarras e um texto conta a lenda popular sôbre o seu canto.

3 . 1 . 3 . - Expos~çÃo DE ZOOLOGIA - Sala 4 - Moluscos, Equinodermas e Protocordados.

O planejamento e realização destas exposiç6es inicialmente estiveram a cargo dos naturalistas JosÉ LACERDA DE ARAÚJO FEIO, PAULO DE MI- RANDA RIBEIRO e EMMANOEL A. MARTINS. Posteriormente os trabalhos foram entregues ao naturalista NEWTON DIAS DOS SANTOS. Finalmente

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o Naturalista-contratado ARNALDO CAMPOS DOS SANTOS COELHO, que desde o início participava dos trabalhos, foi encarregado das exposições de moluscos, continuando com NEWTON DIAS DOS SANTOS OS trabalhos sôbre Equinodermas e Protocordados, auxiliado pelo naturalista-contratado MYRIAM CHAPOT PREVOST GINO .

A apresentação do material foi obra do naturalista WALTER DA SILVA CURVELLO, que teve a colaboração da seçáo de Taxidermia. Desenhos, ilustrações e legendas pertencem aos desenhistas ILDA ALVES VELOSO, WALTER TEIXEIRA LEITE, SILVIO BOITONE, YARLI BORBA FREIRE, MILTON TEIXEIRA LEITE, ALMIR FONSECA ROSAS e GENILDA ANDRADE LANDIM. Pres- taram ainda colaboração, entre outros a Datilógrafa ROSILDA PEREIRA GENOVESE, O auxiliar de Laboratório ARGENTINO VIEGAS FONTES e O fotó- grafo MOACYR LEÃo.

Compõem a sala 23 mostruários, distribuidos por 18 armários, 2 sâlvas grandes de concha de moluscos do gênero Tridacna e um grupo natural, podendo-se ver animais de fundo e animais de superfície do mar.

Moíuscos

Foi quase inteiramente organizada pelo naturalista-contratado AR- NALDO CAMPOS DOS SANTOS COELHO, que teve a colaboração valiosa do Professor HUGO DE SOUZA LOPES, da ESCOLA NACIONAL DE VETERINÁRIA, através de sugestões e oferta de material.

Consta a exposição de 16 mostruários, assim distribuídos: Mostruhrio 1 - Generalidades. Com exemplares típicos de molus-

cos e desenhos, apresenta os caracteres gerais do ramo e suas classes c respectivas relaqões .

Mostruário 2 - Gastrópodes. Trata dos caracteres gerais da classe e das subclasses, ilustrados com desenhos e espécimes.

Mostruário 3 - Bivalvos. Apresenta os caracteres gerais da classe e das subclasses, corn representantes em meio líquida, desenhos e i t gendas .

MostruArio 4 - Mostra o emprêgo dos moluscos na alimentação dos animais e do homem. Compõem o mostruário alguns moluscos comestíveis, material em conserva; uma fotografia de jacuruxi comendo caramujo, um desenho em cores do gavião caramujeiro e um bloco de sambaqui, acompanhado de uma fotografia.

Mostruário 5 - Consta de conchas, curiosas ou vistosas, de moluscos marinhos.

Mostruário 6 - Trata da nocividade, apresentando moluscos vene- nosos, prejudiciais A agricultura, e os diretamente relacionados a Esquis- tossomose, doença produzida por trematódeo, cujo ciclo vital é repro- duzido num desenho colorido.

Mostruário 7 - Objetiva a utilização das conchas de moluscos no fabrico de botões, quebra-luzes, bibelôs, colares, etc. Uma montagem originária do Japão, contém pérolas naturais cultivadas, com as fases de crescimento da concha produtora de pérola. Um desenho esquemá- tico explica o processo de forpação da pérola.

Mostruário 8 - Apresenta 'caracteres gerais, sistemática e evolução de cefalópodes, ilustrados com espécies e desenhos.

Mostruários 9-16 - Contém conchas de moluscos das váfias classes e subclasses, distribuidos por armários dispostos, em fila dupla, no sentido do comprimento da sala e encabeçadas por valvas de concha de molusco do gênero Tridacna.

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Equinodermas

A exposição de equinodermas consta de 5 mostruários distribuidos por 3 armários. O naturalista PAULO DE MIRANDA RIBEIRO iniciou os tra- balhos de exposição, que ficaram logo depois sob a direção do naturalista NEWTON DIAS DOS SANTOS auxiliado pelo naturalista-contratado MYRIAM CHAPOT PREVOST GINO .

Mostruário 1 - Fornece os caracteres dos ramos e das classes de equinodermas, que são representadas por espécimes típicos. Um de- senho colorido de ouriço do mar mostra a organização interna, geral, do grupo.

Mostruário 2 - Por meio de desenhos coloridos e em branco e prêto e legenda ilustra o desenvolvimento e a evolução dos equino- dermas.

Mostruário 3 - Astéróides e Afiuróides - São representados os 2 grupos por exemplares de estrêlas e de serpentes do mar, respectiva- mente. Mostra-se a anatomia interna dos asteróides por meio de uma secção transversal de uma estrêla do mar e desenhos.

Mostruário 4 - Equinóides - Consta o mostruário de diferentes c!spécies de ouriços do mar, espécimes seccionados e desenhos para observação da organização interna. Os costumes dos ouriços são também indicados.

Mostruário 5 - Crinóndes e Holoturóides - Contém informações sobre a morfologia e a anatomia dos lírios, aranhas e pepinos do mar.

Protocordados

A exposição de Protocordados consta de 2 mostruários, dispostos em 2 armários. Foi organizada pelo naturalista NEWTON DIAS DOS SANTOS, com a colaboração de MYRIAM CHAPOT PREVOST GINO.

1." Mostruário - Hemicordados, Urocordados e Cefalocordados . O mostruário compõe-se de legendas com os caracteres gerais e

sistemática dos cordados. Espécimes e desenhos ilustram a morfologia, anatomia e evolução dos protocordados, principalmente, das ascídias.

Armário 2 2." Mostruário - Cefalocordados . Apresenta 1 anfioxo e 2 modêlos em massa, mostrando a organi-

zação interna do anfioxo, animal que representa o suposto elo entre invertebrados e vertebrados. comparam-se os caracteres de inverte- brados com os de vertebrados, cujas classes são representadas em dese- nhos coloridos.

3.1.4. - Ex~os~çÃo DE ZOOLOGIA - Sala 12 - Anatomia Comparada.

A exposição de Osteologia Comparada foi planejada pelo natura- lista JoÃo MOOJEN DE OLIVEIRA e pelo Pesquisador-contratado FERNANDO DIAS DE AVILA PIRES, que imprimiram um cunho evolucionista aos temas dos mostruários, em número de 11. A apresentação estêve a cargo do naturalista WALTER DA SILVA CURVELLO, com a cooperação do corpo de desenhistas.

Mostruário 1 - O mostruário apresenta peças de esqueleto cartila- ginoso e ósseo, mostra a estrutura de. um osso longo e o processo de ossificação .

Compõem ainda a exposição, um esqueleto de avestruz, um de gi- rafa, um de antílope, um de hipopótamo, um de elefante africano, um

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de gorila e um Último de baleia, o qual domina toda a sala e é a maior atração para o público. As paredes estão fixados com bom efeito orna- mental chifres diversos.

Mostruário 2 - O mostruário trata do esqueleto, de um modo geral, e seus derivados. Inúmeras peças e vários desenhos ilustram e explicam as legendas.

Mostruário 3 - Animais Aquáticos - No mostruário são apresen- tados esqueletos de foca, bacalhau, golfinho e pinguim.

Mostruário 4 - Semi-aquáticos - Consta o mostruário de esque- letos de animais de hábitos aquáticos e terrestres: cisne, jacaré de papo amarelo, sapo e lontra.

Mostruário 5 - Areia e Brejo. São apresentados animais que vivem na areia ou no brejo; jaburu-moleque, guará, saracura, cágado, rá, cachorro do mato vinagre, lagartixa.

Mostruário 6 - Fossórios. Apresenta esqueletos de animais de há- bitos subterrâneos: viscacha, tatu peludo, tamanduá mirim, cobra de duas cabeças, rato de espinho.

Mostruário 7 - Salto. Mostra esqueletos adaptados ao salto, o de lebre africana, o do sapo martelo, o do peixe saltador e o do canguru.

Mostruário 8 - Rupícolas. Apresenta esqueletos de animais adap- tados a regiões rochosas. Estão presentes um esqueleto de cabra, um de calango, um de um peixe cascudo e um de mandril.

Mostruário 9 - Arborícolas. O mostruário compõe-se de esqueletos que apresentam adaptações à vida sobre árvores. Estão representados uma preguiça, um macaco-aranha, um sagui, o macaco da noite, o lemur, o chimpanzé, o lagarto sinimbu, o sapo-martelo, o jupará, a gambá e a arara vermelha.

Mostruário 10 - Voo. Contém esqueletos com adaptações aos di- ferentes tipos de voo. Há uma de ave (Harpia), um de peixe voador justificando o voo planado, um de £regata, um de morcêgo e um de Ürubú-rei . -

Mostruário 11 - Velocidade. Mostra adaptações do esqueleto que proporcionam maior velocidade aos animais. São apresentados 1 es- queleto de lagarto (teiú), um de casoar (aves), e, de mamífero, 1 de guepardo, que é o mamífero terrestre mais veloz.

3.1.5. - Ex~osrçÃo DE ZOOLOGIA - Saias 11 e 13 - Mamíferos.

A exposição foi planejada e executada em caráter temporário pelo naturalista JosÉ CANDIDO DE MELO CARVALHO e pelo pesquisador FERNAN- DO DIAS DE AVILA PIRES, com a colaboração da seção de Taxidermia.

Iniciam a exposição os mamíferos aquáticos e semiaquáticos . De- pois, três grupos de armários, dispostos em U, apresentam mamíferos das zonas zoogeográficas do Globo - notogea, neogea e arctogea. Três mostruários contém, respectivamente, monotremos (Prototheria] , mar- supiais (Metatheria) e placentários (Theria); um armário trata do pro- blema da convergência de caracteres; outro do paralelismo; um terceiro expõe mamíferos que voam, enquanto o mostruário final apresenta os prossímios .

Exposição do Peixe - sala 6. Nessa sala foram trocados vários ladrilhos do piso, reparados e pintados 14 armários que receberam também fundos internos de madeira compensada. A maioria dos armá-

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rios foram divididos em duas faces, a fim de dar melhor visibilidade e aumentar o espaço útil da exposição. As gavetas inferiores foram pintadas e limpas. O material ictiológico da antiga exposição está sendo aproveitado na medida do possivel e dentro do planejamento a ser executado. Coube esta última tarefa ao naturalista PAULO DE MIRANDA RIBEIRO, com unânime aprovação da egrégia Congregação. Continuam os trabalhos de preparo do material, ilustrações, gráficos, etc.

Exposição de Anfíbios e Répteis - sala 7. Nesse setor apenas foi-nos possível a pintura externa dos armários em número de 7, a colocação de fundos ou tabiques medianos de madeira compensada e a reunião de certa quantidade de material a utilizar.

Exposição de Aves - salas 8, 9 e 10. O preparo preliminar dessas três salas foi muito trabalhoso, devido aos armários encontrarem-se em péssimas condições, muitos dêles sem vidros e bastante danificados pelo incêndio de janeiro de 1944. Conseguimos recuperar totalmente 43 armários, recebendo todos eles uma camada de zarcão, pintura, massa e reparos gerais. Os trabalhos da sala 10 foram bastante intensificados, ficando ela pràticamente pronta para receber os mostruários internos e a última demão de pintura externa.

A exposição de Aves obedecerá ao planejamento feito pelo zoólogo HELMUT SICK, ornitólogo da FUNDA~ÃO BBASIL CENTRAL, que colãbõra com o Museu Nacional. A sala 10, reservada para aves do Brasil, co- meça neste fim de ano a ter os seus primeiros mostruários preparados.

Com o intuito de elaborar uma exposição temporária sobre as ati- vidades do MUSEU NACIONAL foi construida na passagem da primeira para a segunda sala de exposições do andar térreo, uma vitrine de 2,05 por 0,80 por 0,46, sugerida pelo naturalista Emmanoel de Azevedo Mar- tins e planejada pelo naturalista José Lacerda de Araújo Feio, mas não foi possível terminá-la até o fim do ano. A sua execução definitiva deverá ficar a cargo da Divisão de Educação.

Dando sequência ao ritmo que se vem desenvolvendo nos exercí- cios anteriores, com a finalidade de divulgar os resultados das pesquisas levadas a efeito por técnicos nacionais e estrangeiros, teve o Museu Nacional, por intermédio do seu Serviço de Publicações, dirigido pelo Naturalista HAROLDO TRAVASSOS e coadjuvado pelo Naturalista-contratado SÉRGIO YPIRANGA DE SOUZA PINTO, O ensejo de manter o alto padrão de suas publicações, além de editar um apreciável total de páginas. Me- receu todo o reconhecimento aqueles que trabalham sob a chefia do Sr. NoÉ FASANO, na OFICINA GRÁFICA DA U. B., por terem colaborado com o melhor de seus esforços para que o Museu Nacional alcançasse o atual nível em suas publicações. c

Foram, assim, impressos 24 Boletins, o Arquivos XLVI e duas Publicações Avulsas, além do volume XLVII dos Arquivos no Serviça Gráfico do I.B.G.E., num total de 1,500 páginas.

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3 .4 - OUTRAS ATIVIDADES

Em comemoração ao 140." Aniversário do MUSEU NACIONAL, 160.' da Casa de História Natural, foram realizadas várias solenidades que mar- caram auspiciosamente essa data tão festiva para a Instituição.

As 9 horas da manhã, com a presença de Sua Excelência, o PRESI- DENTE DA REPÚBLICA, do MINISTRO DA EDUCAÇÃO E CULTURA e do MAGNÍ- FICO REITOR, foram inauguradas novas salas de exposições.

4pós o almoço, o Diretor recebeu os funcionários e excelentíssimas famílias no Salão da Diretoria.

A tarde houve uma sessão de cinema para as famílias dos funcio- nários sendo exibido um filme educativo sobre proteção à natureza. Teve início a seguir a visita à Divisão de Geologia, cujos laboratórios e coleções foram abertos a visitação pública. Seguindo-se as comemo- rações, foi realizada uma sessão solene no Auditório, durante a qual falou o naturalista LUIZ DE CASTRO FARIA historiando algumas etapas da Instituição e as realizações levadas a efeito durante o ano.

Por ocasião do transcurso do 140." aniversário do MUSEU NACIONAL, esteve em visita à Instituição o Excelentíssimo Senhor Presidente da República DR. JUSCELINO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA, acompanhado do Ex- celentíssimo Senhor Ministro da Educação, Professor DR. CLOVIS SAL- GADO e do Magnífico Reitor da Universidade do Brasil. Acompanharam também o Presidente da República o doutor VICTOR NUNES LEAL, Chefe da Casa Civil e o Almirante PAULO ANTONIO TELES BARDY.

Durante a visita foram inauguradas as novas exposições de Insetos, Miriápodes, Moluscos, Equinodermas, Peixes ,Osteologia Comparada e Mamíferos. Sua Excelência foi saudado, na Sala dos Embaixadores, pelo Diretor do Museu, tendo, ao agradecer, exortado os pesquisadores e de- mais funcionários a conservarem com carinho o valioso acêrvo científico da Instituição, cuja tradição e trabalhos realizados muito honram nossa pátria. Ao terminar/congratulou-se com o Diretor pela dinamização do Museu e declarou poder essa Instituição contar com todo o apoio do govêrno .

Voltou-se o CONSELHO UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE DO BRASIL, pela terceira e quarta vez, a reunir-se no MUSEU NACIONAL. NO dia 5 de junho, na véspera do 140." aniversário do Museu, o Conselho aprovou o novo Regimento do Museu Nacional, constante de 130 artigos. Nesse Regimento, passa o Museu a ter suas Divisões subdivididas em Seções, e a Seção de Extensão Cultural passa a denominar-se Divisão de Edu- cação. De um modo geral, o novo Regimento enfeixou tudo aquilo que já vinha sendo praticado [por nós] e que na realidade constitui o arca- bouço funcional da Instituição. Após a reunião do Conselho Universi- tário, seguiu-se um almoço oferecido aos senhores conselheiros e poste- riormente uma visita ao Jardim da Princesa e novas salas de exposições.

Em 23 de outubro o CONSELHO UNIVERSITÁRIO honrou o Museu nova- mente com sua presença, tendo, após a reunião ordinária, sido procla- mada uma sessão de assembléia universitária, a fim de dar posse ao

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Diretor do MUSEU NACIONAL, recém-eleito para o triênio de 14 de se- tembro de 1958 a 1961. Houve também a seguir almoço aos senhores conselheiros e visita a dependências do Museu.

Resolveu a Diretoria do MUSEU NACIONAL prestar uma homenagem a instituição congênere, na esfera da Botânica, por ocasião das festivi- dades comemorativas do seu centésimo quinquagésimo aniversário de fundação. Para isso fêz realizar, as 15 horas do dia 9 de junho, em sua sala de reuniões, um ato público solene, para o qual convidou e se fizeram representar inúmeras associações e instituições culturais e científicas como: Associação de Geógrafos Brasileiros, Conselho Florestal Federal, Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação, Instituto Brasileiro para Educação Ciência e Cultura, Instituto Histórico e Geográfico Bra- sileiro, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Instituto Para- naense de Botânica, Instituto Oswaldo Cruz, Museu Paraense Emilio Goeldi, Serviço Florestal da P .D .F., Sociedade dos Amigos de Alexan- dre Rodrigues Ferreira, Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro, So- ciedade Brasileira de Botânica, Sociedade Brasileira de Geologia, Socie- dade Brasileira de Fisiologia, Sociedade Brasileira de Paleontologia, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Sociedade Brasileira de Silvicultura, Sociedade Brasileira de Geografia e Universidade do Brasil.

Iniciada a sessão falou o Dr. JosÉ CANDIDO DE MELO CARVALHO, sau- dando o Diretor do Jardim Botânico, Dr. PAULO DE CAMPOS PORTO e enal- tecendo os méritos do Jardim Botânico. Para isso, fêz uma breve expo- sição dos fatos políticos e sociais que determinaram a vinda ao Brasil da família reinante em Portugal e de suas conseqüências, do entusiasmo do Príncipe D. João pelo estabelecimento que fundara, dos primórdios da existência dêsse estabelecimento, de sua evolução, apreciando aqui e acolá a atividade de seus diversos diretores, para terminar enaltecendo a figura de Barbosa Rodrigues, que firmou reputação científica do Jardim Botânico. Ao concluir fez uma súmula dos trabalhos realizados ou em prosseguimento naquela casa e de suas publicações, focalizou sua importância como Jardim Botânico tropical e rendeu um preito de admiração a Instituição representada pela figura de seu ilustre Diretor.

Falaram a seguir os representantes das instituições representadas, e, agradecendo, o Dr. Paulo de Campos Porto, pelo Jardim Botânico.

O bicentenário da publicação da décima edição do Systema Naturae de Linnaeus foi comemorado no dia 25 de junho com uma conferência do Técnico Especializado JosÉ OITICICA FILHO com O título: "O Systema Naturae de Linnaeus e a Nomenclatura Zoológica". Após analisar sus- cintamente o movimento científico no final do século 17 e no decorrer do século XVIII, mostrou o atraso dos naturalistas de então em relação aos outros cientistas. Faltava, no dizer do conferencista, o "arquiteto" que deixasse para as Ciências Naturais o seu marco histórico no decorrer do século XVIII. Tal arquiteto foi Carolus Linnaeus (ou Carl van Linné) e o marco histórico foi a décima edição do Systema Naturae, cujo primeiro volume dedicado a Zoologia apareceu em 1758.

O trabalho de OITICICA FILHO prendeu-se a parte zoológica do Sys- tema Naturae, e assim analisou êle, com detalhes, as diversas edições

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do Systema reconhecidas como válidas pelo próprio Linnaeus. Foram ao todo doze edições. Ao analisar essas diversas edições mostrou a evo- lução da nomenclatura zoológica adotada por Linnaeus até chegar êle à nomenclatura binominal na décima edição de 1758. Tal edição é a base e ponto de partida da atual Nomenclatura Zoológica.

Analisou depois os diversos Códigos de Nomenclatura Zoológica, mostrando que já em 1896 existiam seis Códigos diferentes e que, por- tanto, se necessitava, com urgência, fosse elaborado um Código Inter- nacional de Nomenclatura Zoológica, para a estabilização dos nomes em- pregados na sistemática zoológica. Apareceu assim, em 1905, o texto oficial das Regras Internacionais de Nomenclatura Zoológica.

Referiu-se também o conferencista às transformações por que pas- saram as Regras Internacionais e ao esforço feito no sentido de melhorá- las e completá-las nos diversos Congressos Internacionais de Zoologia, até o último realizado recentemente em agosto de 1958 em Londres.

Combateu OITICICA FILHO, com veemência, e com êle estão de acordo vários colegas brasileiros, "a mania de se querer transformar as Regras Internacionais, que são de Nomenclatura Zoológica, em Regras de Gra- mática Latina". Advogou a necessidade de as Regras Internacionais se libertarem o mais possível da gramática latina, e para melhor com- preensão do seu pensamento, transcrevemos aqui um trecho, quase no final da sua conferência: "creio que considerável progresso poderia e deveria ter sido feito na simplificação da linguagem binominal, reduzindo sua gramática a um mínimo possível, isto é, construindo uma gramática própria, uma gramática para a nomenclatura zoológica, que deveria ser bhseada na gramática latina, mas sem ser, por desnecessária e inconve- niente, uma gramática latina, como atualmente querem impingir aos pesquisadores. Deveria acima de tudo evitar de indagar da origem dos nomes usados, se grega ou latina, se moderna ou clássica, sempre com a idéia mestra de ser o nome de uma espécie apenas um binômio sim- bólico, apenas um simbolo e nada mais. Em suma, uma gramática cien- tífica, para cientistas".

No dia 19 de agosto foi realizada uma sessão comemorativa ao cen- tenário da doutrina evolucionista apresentada conjuntamente por DARWIN e WALLACE a ROYAL SOCIETY DE LONDRES em 1." de julho de 1958 e a naturalista BERTHA LUTZ fêz então uma brilhante conferência sobre Charles Darwin, cujo resumo muito sucinto passamos à transcrever.

"Charles Darwin nasceu na Inglaterra, no mesmo dia em que Abra- hão Lincoln nascia na América. Era filho do Dr. Robert Darwin e neto de Erasmus Darwin, que vislumbrara o evolucionismo. Menino, Darwin pouco se diferenciou dos jovens inglêses de sua classe, interes- sando-se pelo esporte e pelos animais. Frequentou a escola do célebre Samuel Butler. Aos 16 anos seu pai o matriculou na célebre Escola de Medicina de Edinburgh, mas Darwin, horrorizado pelo espetáculo de uma operação em criança, sem anestesia, ainda não descoberta, recusou-se a esposar a carreira. Foi então enviado a Oxford estudar humanidades para tornar-se pastor anglicano. Darwin foi, mas dedicou-se principal- mente às ciências naturais, mòrmente a Geologia e à Botânica. Termi- nado ,o curso, foi convidado a ocupar o cargo de naturalista do vapor "Beagle" de exploração cartográfica da Marinha Real. Seu pai ia recu- sando, mas o tio J. Wedgwood, membro de família ilustre, conseguiu persuadi-lo a permitir a ida do filho".

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Esta viagem foi o ponto decisivo da carreira de Darwin. Durou quase 5 anos, navegando êle pelas costas da América do Sul, pelas ilhas Galápagos e aportando na Oceania e na Africa. No Brasil, Darwin ex- tasiou-se perante a opulência da natureza tropical. Os grandes fósseis por êle escavados no sul do continente revelaram-lhe a transformação gradual dos seres orgânicos através dos períodos geológicos. Em Ga- lápagos viu uma fama, a finda fama continental, diversificar-se ilha por ilha. Foram estas duas observações que serviram de diretrizes ao seu pensamento: há variações individuais pequenas; sendo hereditárias, vão modificando os organismos, que evoluem gradualmente. Só de volta à Inglaterra encontrou a causa da evolução. O impulso foi dado pela leitura de Malthus. A idéia revolucionária amadureceu lentamente no cérebro de Darwin, que a cada passo meditava longamente e procurava provas. "

"Regressando à Inglaterra em 1838, Darwin já tinha nome feito entre os cientistas britânicos. Redigiu o Diário do Beagle e as suas obras. Casou-se, comprou casa, e, sendo abastado, dedicou o resto de sua vida à família, às observações e experiências biológicas e à publi- cação de livros. Fêz grande amizade com dois homens de escol, o geó- logo Sir Charles Lyell e o botânico Joseph Hooker. Apesar da insistência de ambos, continuou meditando a sua doutrina evolucionista até 1858, sem publicá-la. Naquele ano recebeu de Alfred Russel Wallace um ensaio em que se explicava a evolução em termos muito semelhantes; fidalgo e generoso, quis publicar o trabalho de Wallace, suprindo o seu. Lyell e Hooker discordaram. A primeiro de julho de 1858, toma- ram êles a iniciativa de apresentarem à Sociedade Linneana, conjun- tamente, um sumário da sua doutrina escrito por Darwin em 1844, uma carta sua, antiga, ao botânico americano Asa Gray, assim como o ensaio de Wallace. Em 1859 Daxwin publicou a "Origem das Espécies".

"Foi o início de uma revolução intelectual. Houve momentos de luta acesa entre os partidários de Darwin, maximé Huxley e os adver- sários deístas. O genial descobridor foi alvo de ridículo, de invídia e de opróbio. Nunca respondeu. Aguardou a passagem dos anos, certo de que a verdade haveria de prevalecer. Assim foi. Gradualmente apareceram adeptos, defensores e discípulos em todos os países civilizados. Em me- nos de um quarto de século Darwin venceu. A última vez que apareceu em público, em reunião científica, o auditório pôs-se de pé em homena- gem, que custou a compreender. Falecendo em 1882, aos 73 anos de idade, foi sepultado na Abadia de Westminster. Depois de Danvin o mundo é outro. O conceito estático da vida foi substituido por um conceito dinâmico. "

Em 1958 continuaram no MUSEU NACIONAL as reuniões da SOCIEDADE DE BIOLOGIA DO RIO DE JANEIRO, a qual deu sua colaboração às diversas comemorações científicas dêste estabelecimento. Com a mudança de di- reção do INSTITUTO OSWALDO CRUZ, voltou a Sociedade, em dezembro, a reunir-se novamente a êsse centro de pesquisas.

Como nos anos anteriores registram-se aqui notícias sôbre o MUSEU NACIONAL, publicadas em jornais da Capital da República e de outros Estados.

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O Estado do Paraná (Paraná) - 9-1-58 Estudo dos recursos vegetais do Estado.

Tribuna do Paraná (Paraná) - 9-1-58 Deve ser evitada a devastação florestal sem método no Paraná.

O Estado do Paraná (Paraná) - 9-1-58 Levantamento do Parque Florestal do Paraná.

Gazeta do Povo - 10-1-58 Caravana de Cientistas do Museu Nacional visita Paraná.

Correio da Manhã - 21-2-58 Curso de Botânica ministrado pelo Prof. Alberto Castellanos.

O Globo - 24-2-58. Encontrada na Guanabara uma urna funerária de quase 200 anos.

Correio da Manhã - 25-2-58 Urna de 500 anos

Correio da Manhã - 3-3-58 Papel dos cientistas na sociedade moderna

Correio da Manhã - 12-3-58 Os Gordiáceos Meteóritos que fornecem segredos dos balísticos

Correio da Manhã - 13-4-58 Greve no Museu Nacional até acabarem as corridas

Correio da Manhã - 19-4-58 Quinta da Boa Vista é inalienável

Correio da Manhã - 20-4-58 Museu Nacional aguarda a data de J. K.

Revista do Globo - Pôrto Alegre A Múmia de máscara dourada

Correio da Manhã - 21-5-58 Museu Nacional fechará se houver corrida

Oltima Hora - 31-5-58 A Quinta é um patrimônio Popular

Correio da Manhã - 3-6-58 O Museu da Quinta e seu valioso patrimônio

Diário de Notícias - 8-6-58 Mais dignidade para os cientistas e melhores serviços para o pais.

Correio da Manhã - 8-6-58 Os 140 anos do Museu Nacional

O Cruzeiro - 21-6-58 Antes dos rios e montanhas

O Popular - 26-6-58 O Museu Nacional completa 140 anos

Gayana (Goiaz) - 26-6-58 O Museu Nacional completa 140 anos de existência

O Jornal - 7-7-58 I

O Monumento Cultura da Quinta da Boa Vista Correio da Manhã - 3-9-58

Mérito de D. João VI Jornal do Brasil - 13-9-58

Seminário procura um meio de mostrar ao povo que os museus têm importância.

Correio da Manhã - 21-9-58 Arvore estreita amizade entre povos

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Correio da Manhã - 24-9-58 Pedras caídas do céu dizem o que a Terra tem no centro.

Correio da Manhã - Museus têm antes de tudo função educativa Correio da Manhã - 30-9-58

Prêmios a pesquisadores do Museu Nacional Correio da Manhã - 12-10-58

Impossível dissociar museus da educação necessária ao povo. Correio da Manhã - 19-10-58

Museu Nacional apoia iniciativa da A. B. C. S.

a) Congresso Internacional de Ornitologia Realizou-se entre os dias 5 e 12 de junho dêste ano, o XIIo Congresso

Internacional de Ornitologia, em Helsinki, Finlândia, presidido pelo Professor J. BERLIOZ da Universidade de Paris. T ~ m o u parte, como re- presentante do MUSEU NACIONAL, nosso colaborador Dr. HELMUT SICK, zoólogo da Fundação Brasil Central, membro permanente do Comité Internacional de Ornitologia, atualmente incumbido de organizar a nova exposição de aves do Museu Nacional. Compareceram ao Congresso 500 ornitólogos de 27 países. Foram apresentadas um total de 107 comu- nicações, dois têrços das quais versaram sobre ecologia, migração, eto- logia e zoogeografia. O Dr. H. SICK fêz uma conferência sobre a biologia dos tangarás e uirapurús sulamericanos e apresentou aves novas e raras do Brasil. Foram realizadas várias excursões para conhecimento da inte- ressante avifauna finlandeza, da qual se destacam alguns elementos boreais. Houve assim excelente oportunidade para se tomar conheci- mento dos métodos ecológicos em uso naquele país, cujos naturalistas estão entre os melhores do mundo. O Comité do Congresso está elabo- rando um volume, que reunirá os trabalhos apresentados nas várias ses- sões e do qual deveremos receber um exemplar.

b) XVO Congresso Internacional de Zoologia Realizado em Londres, de 16 a 23 de julho de 1958, o XV" Congresso

Internacional de Zoologia teve pleno êxito. Destinado, em parte, a co- memorat$io do centenário de Darwin e Wallace, foi presidido por SIR GAVIN DE BEER, Diretor do Museu Britânico de História Natural. Organi- zado em 12 seções, Zoologia Geral, Genética e Taxionomia, Zoologia Ma- rinha, Zoologia de Invertebrados, Zoologia de Vertebrados, Fisiologia Comparada, Embriologia, Citologia, Ecologia, Comportamento Animal e Nomenclatura Zoológica, recebeu numerosas contribuições científicas de Zoólogos de todo o mundo.

Notamos com destaque o filme "Darwin and the Insect Adaptations in BrazilJ', produzido pelo Professor H. B. D. KETLEWELL de Oxford, com a colaboração do MUSEU NACIONAL. Cêrca de uma dezena de brasi- leiros tomaram parte nesse conclave, tendo o Diretor do Museu Na- cional comparecido na qualidade de delegado do Brasil (Diário Oficial n." 117, de 30 de agosto de 1958, fls. 17.015).

O Diretor do Museu assistiu, também, colaborando nos trabalhos, ao "Colloquium on Zoological Nomenclature", destinado a rever e votar o atual código de Nomenclatura Zoológica.

Aproveitando o ensejo, visitou algumas instituições britânicas, entre as quais a estação entomológica do Colégio Imperial, situada em Harpenden, Herts, próximo a Ascot, onde numerosas pesquisas entorno- lógicas estão sendo realizadas por estudantes e professores.

c) IX" Reunião Anual da Sociedade de Botânica do Brasil

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5. DIVISA0 DE EDUCAÇAO

SETOR ADMINISTRATIVO

A Divisão de Educação (D. E.) sucede a Seção de Extensão Cul- tural (SEC), de acordo com o Regimento do Museu Nacional atualmente em vigor.

Estêve a Divisão sob a chefia do Naturalista NEWTON DIAS DOS SANTOS, até 3 de novembro do ano corrente, quando passou para a chefia do Naturalista JosÉ LACERDA DE ARAUJO FEIO, designado como Responsável pelo Expediente em 3-11-58 e empossado como chefe da SEC em 13-11-58.

Contou a D. E. com o mesmo pessoal do ano anterior. Em 17-11-58 apresentaram-se na D. E. , em conseqüência de pedido da chefia, des- pachado favoravelmente pelo Diretor Geral e pela D. B., o Natura- lista-auxiliar JADIHEL LORÊDO JUNIOR, que em caráter temporário passou a prestar serviços nessa Divisão, e o estagiário Prof. SOLON LEONTISINIS.

De acordo com os relatórios parciais e informes fornecidos pelos Naturalistas Newton Santos e José Lacerda de Araujo Feio, segue-se em resumo as atividades da D. E. no decorrer do ano.

SETOR EDUCATIVO E CULTURAL

1) CURSOS

1) Curso de aperfeiçoamento em ciências, para nove professôres bolsistas estaduais do INEP, com a duração de quatro meses, com atividades diárias, assistidas das 13 às 17 horas, e estudos pela manhã, constantes dos seguintes capítulos: a) Confecção de aparelhos improvisáveis para o ensino das ciências; b) apli- cação de guias de estudo dos aparelhos acima; c) seis excursões de coleta de material zoológico e botânico e observações no campo (zona da mata - zona marinha - zona de restinga); d) treino de montagem e conservação de espécimes animais e vegetais; e) organização de aquários e vivários; f) organização de mostruário e álbuns; g) estudo e análise minuciosa de 25 filmes científicos; h) reconhecimento dos principais grupos de animais e plantas; i) estudo das exposições do M. N. (parte biológica e geológica); j) dissecção de três animais; k) visitas a instituições científicas e industriais (cinco). Curso realizado com a participação dos Professôres NEWTON DIAS DOS SANTOS, MYRIAM CHAPOT-PREVOST GINO, WILDES THEREZINHA PINHEIRO e MARIO MOREIRA.

2) Curso de um mês para doze bolsistas estaduais do INEP, da Escola Guatemala do D. F . , no qual foram confeccionados apa- relhos improvisáveis para o ensino das ciências e aplicados os respectivos guias de estudos. Com a participação dos professôres acima.

3) Curso para professôres secundários, na cidade de Baurú, São Paulo, patrocinado pela C A D ~ S , de janeiro a meados de feve- reiro, e ministrado mediante portaria pelo Prof. MYRIAM CHA- POT-PREVOST GINO .

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11) PROFESSORES ATENDIDOS - 57, contando-se entre êstes professores da CADES, do Colégio Pedro 11, Instituto de Educação, Co- légio Nova Friburgo, Colégio Lafayette, Faculdade de Filosofia de Recife.

111) ESTAGIARIOS - 3 professôres e 5 universitários. IV) COLEÇÕES DE INVERTEBRADOS DOADAS - 11. V) VISITAS GUIADAS A EXPOSIÇÃO - Houve 89 visitas, com-

preendendo 48 instituições escolares beneficiadas, com a colaboração do técnico de educação lotado na D . E., Prof. VICTOR STAWIARSKI; Prof. MARIO MOREIRA, Professora MYRIAM CHAPOT-PREVOST GINO e Professôra WXLDES THEREZINHA PINHEIRO. Não foram computadas as visitas escolares não guiadas.

VI) CONGRESSOS E REUNIõES: Palestras. A D. E. participou de numerosas reuniões referentes ao ensino das

ciências e assim discriminadas: a) Terceiro Congresso Nacional de Ensino Primário, realizado em

Pôrto Alegre de 12 a 19 de janeiro, com a participação do Prof. NEWTON DIAS DOS SANTOS, convidado para realizar conferências sôbre a renovação do ensino de ciências com demonstrações práticas diárias.

b) Simpósio sôbre o ensino das ciênclas, patrocinado pela Asso- ciação dos Professôres de Ciências do Brasil e a Sociedade Bra- sileira para o Progresso das Ciências, realizado conjuntamente com a X.' Reunião Anual da S. B.P. C., de 7 a 13 de julho, em S . Paulo, onde o Prof. NEWTON DIAS DOS SANTOS dissertou, com demonstrações, sobre o equipamento improvisável para labora- tórios de ciências, tendo ainda, exposto, no Saguão do Congresso, na Faculdade de Filosofia. Ciências e Letras, coleção de apa- relhos improvisáveis e dois mostruários (com peças) represen- tativas sobre a "vida na mata" e a "'vida numa praia".

c) Simpósio sôbre o ensino das ciências, realizado pela ABE, de 25 a 29 de agosto, como homenagem póstuma ao Prof. EDGAR SUSSEKIND DE MENDONÇA, com a participação do Prof. NEWTON DIAS ws SANTOS e do Prof . VICTOR STAWIARSKI.

d) Seminário Latino-Americano, sôbre o papel educativo dos MU- SEUS, patrocinado pelo ICOM, IBECC e ONICOM, realizado de 8 a 30 de setembro, sendo delegado do Brasil, pelo Museu Na- cional, o Prof . NEWTON DIAS DOS SANTOS.

e) Reuniões da Casa do Professor, sôbre o ensino de ciências, rea- lizado no realizado no Museu Nacional (2) e na sede daquela entidade (2) com a participação do Prof. NEWTON DIAS DOS SANTOS e Professora MYRIAM CHAPOT-PREVOST Gmo.

g) Fundação da Associação dos Professores de Ciências do Distrito Federal e cidades vizinhas, idéia lançada no auditório do Museu Nacional, em reunião da Casa dos Professores, por indicação do Prof. NEWTON DIAS DOS SANTOS, e concretizada na Casa do Professor em setembro.

h) Palestras (2) realizadas a convite do Departamento de Edu- cação Primária da PDF para professores particulares, sobre o ensino das ciências, com demonstrações, no auditório da Rádio Roquette Pinto, pelo Prof. NEWTON DIAS M)S SANTOS.

i) Palestra realizada, no Museu Nacional, pelo Prof. NEWTON DIAS DOS SANTOS, sôbre os resultados do Seminário Latino-Americano de Museus, realizado no Distrito Federal em setembro.

VII) PROJEÇÕES de filmes científicos sonoros, tendo sido proje- tados 26 filmes num total de 60 sessões.

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VIII) CONFECÇÃO de aparelhos improvisáveis para o ensino das ciências num total de 670, assim distribuidos: bolsistas do Curso de Aperfeiçoamento em ciências do INEP = 207; bolsistas da Escola Gua- temala = 110; Curso de MUSEUS = 32; Professôres e alunos de escolas secundárias E 321. Todos êsses aparelhos foram feitos com material proveniente de verbas do INEP para os cursos de aperfeiçoamento.

IX) EXCURSõES a) Caixa d'água do Grajaú, D. F. - 22-7-58 b) Praia do Zumbi, Ilha do Governador, D. F . - 1-8 c) Reprêsa dos Ciganos, D. F. - 24-9 d) Arraial do Cabo e Cabo Frio - 14 a 17-8 Nessas excursões participaram, além dos bolsistas do INEP, os pro-

fesôres NEWTON DIAS DOS SANTOS, MYRIAM CHAPOT-PREVOST GINO, MA- RIO MOREIRA, WILDES THEREZINHA PINHEIRO e o Naturalista JOAQUIM PE- REIRA MACHADO FILHO.

X) COLABORAÇÃO COM OUTROS SETORES a) Realizaram-se nas dependências da D. E. 16 reuniões diversas,

da Sociedade Brasileira de Biologia e Sociedade Brasileira de Espeleo- logia .

b) O Curso de Botânica Sistemática (D. B.) sob patrocínio do Museu Nacional, Conselho Nacional de Pesquisas e CAPES e sobre a direção do Prof. ALBERTO CASTELLANOS, foi realizado, em parte, nas de- pendências da SEC (2.' - 4.' - 6.' - pela manhã).

6. SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS, TBCNICOS-AUXILIARES E AUXILIARES

Com o abjetivo de manter em dia os atos e os fatos administrativos afetos à Instituição, a S. e S.A. contam atualmente com sete funcio- nários administrativos e três serventes, sendo que entre aquêles dois se encontram afastados, um no serviço militar e outro por doença (HUGO GUIMARÃES COSTA e EMILIA CALDAS ALVES) .

Os serviços da Secretaria sob a chefia do Auxiliar-técnico EDUARDO EGON MEYER e da Seção de Administração, sob a chefia do contador PAULO LOPES, estão assim distribuidos: com o Senhor Wilson Guimarães Costa a parte referente a frequência do pessoal; com o Senhor FERNANDO DE OLIVEIRA GUIMARÃES a parte referentes aos assentamentos do pessoal; com a Srta. DIRLEY MARTINS DE OLIVEIRA OS pedidos de adiantamento e auxílios e respectivas comprovações; com a Srta. YOLANDA VICENTE BEZERRA OS serviços datilográficos; com a Sra. ANA SILVINA MARQUES LEITE BALDAS OS serviços de protocolo e arquivo; e aos Senhores LEOCÁ- DIO FERREIRA MARTINS, LUIZ GODINHO e JosÉ PIERI cabem os serviços de servente.

MOVIMENTO DO EXPEDIENTE

Ofícios expedidos ........................ 1002 Portarias ................................ 62 Cartas ................................... 69

Protocolados . ....................... 902 Processos

Arquivados ......................... 800 Comprovação de despesas ................ 86

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Solução ideal seria a construção de um edifício, que atendesse às necessidades próprias de uma biblioteca de estudo e referência, como é a nossa já quase centenária biblioteca, e em que seriam previstas as condições de iluminação, ventilação, umidade e temperatura, adequadas a conservação do seu acervo, apresentando-se ao mesmo tempo um ambiente propício ao estudo e a pesquisa por parte dos consulentes que recorrem a biblioteca do Museu Nacional, como principal fonte de infor- mação bibliográfica, a mais valiosa e completa do Brasil para as ciências naturais e antropológicas.

6 . 3 - SERVIÇO DE FOTOGRAFIA E PROJEÇÕES

O Serviço de Fotografia e Projeções atendeu a todos os pedidos que lhe foram enviados, durante o ano, através da Diretoria e pelas Divisões técnico-científicas, Biblioteca e demais setores, muito embora tenha sofrido um período de paralização, em virtude das obras internas nêle executadas, que duraram aproximadamente dois meses e meio (junho a agosto), acarretando um pequeno atraso na rotina normal dos trabalhos.

Pela tabela anexa poder-se-á ver, todavia, um aumento para 3.009 trabalhos executados em 1958 contra 2.220 do ano anterior.

O Serviço de Fotografia e Projeções colaborou em todas as soleni- dades havidas no MUSEU NACIONAL. A parte de projeção estêve, durante o ano, a cargo do Fotógrafo-contratado JoÃo GUIMARÃES LOBO, que pro- jetou inúmeros diapositivos e filmes, para escolas, conferências, aulas, cursos e outras atividades. 2sse serviço foi também obrigado a sus- pender suas atividades em outubro, em virtude das obras que foram executadas no auditório. Com a terminação dessas obras, o Serviço de Fotografia e Projeções inicioou a organização do arquivo de negativos. Estão sendo êles selecionados pof Divisão técnico-científica e passarão a ter cada qual seu fichário e arquivo em separado. A tabela mostra um resumo das atividades gerais do Serviço de Fotografia e Projeções em 1958.

6.4 - SERVIÇO DE TAXIDERMIA (S. T. )

O serviço de taxidermia funcionou normalmente durante o ano, tendo sido bastante apreciável a sua produção técnica de um modo geral. Para as exposiçóes de insetos e miriápodes foram montadas ou preparadas 20 peças, para a sala de moluscos, equinodermas e cordados 61 peças. Limparam-se ou remontaram-se, para as mesmas salas acima, 12 peças, além de 80 exemplares de mamíferos expostos nas salas de Zoologia n." 11 e 13. O trabalho de fixação do material nas vitrines ficou a cargo da taxidermia, inclusive a preparação de suportes apropriados.

O Serviço de taxidermia preparou a pele e esqueleto de um grande chimpanzé, fêz a limpeza e preparação do crânio e membros superiores de um rinoceronte jovem, montou um coatipuru, duas gambás, um rato do mato. Em vias de acabamento acham-se um rato de espinho, um macaco, um mão-pelada e uma ariranha.

O elefante africano foi inteiramente reformado, achando-se já ex- posto ao público. Foram executadas restaurações e pintura em diversos peixes para a exposição de Zoologia, sala 6, e preparadas 6 tartarugas, cinco jacarés e alguns crânios para a sala de répteis e anfíbios.

Para as salas 8, 9 e 10 de Zoologia foram montados quarenta e três novos pássaros.

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Colaboraram com o Sr . CARL MIELKE OS aprendizes EDILSON SOARES e BRAULIO DOS PRAZERES, tendo todos trabalhado com muita dedicação e interêsse pelo desenvolvimento do Museu. Pena é que grande parte das atividades dêsse setor tenham sido dedicadas à limpeza e conservação do material de vertebrados, altamente danificado com o fechamento de- morado das exposições dêsses grupos e as constantes mudanças sofridas nos Últimos dez anos. É de se esperar rendimento muito maior da taxi- dermia, uma vez terminada essa tarefa, que ainda continua a desafiar nosso esforço para que possamos atingir o nível desejado.

6.5 - SERVICO DE DESENHO

Como no ano passado o Serviço de Desenho prestou colaboração e também as Divisões Técnico-Científicas realizando as mais várias tarefas.

O pessoal dêsse setor durante o ano foi o mesmo do ano anterior.

O almoxarifado estêve a cargo do Sr. WALFRIDO JOSÉ DA S n v ~ e apre- sentou o seguinte movimento:

EXPEDIENTE

Fichas de escrituração de verbas orçamentárias - 21 Fichas de conta corrente das divisões, serviços e secções - 65 Memorandos expedidos - 4 Ofícios expedidos - 21 Processos despachados - 6 Requisições de material a D .M.R. - 99 Empenhos recebidos da D.M.R. - 111 Faturas processadas e despachadas a D.M.R. - 76

ARMAZEM DE ESTOQUE

Itens de material estocado, (saldo de 1957) - 548 Valor de material estocado, (saldo de 1957) - Cr$ ?569.756,20 Itens de material entrado (1958) - 272 Valor do material entrado - Cr$ 1.252.551,70 Itens do material fornecido - 2.893 Valor da material fornecido - Cr$ 878.850,94 Itens em saldo no estoque, para 1959 - 2.621 Valor dos itens em estoque, para 1959 - Cr$ 943.457,OO

ARMAZEM DE UTENSÍLIOS, - DE TRANSITO, - RECUPERAÇÃO E CONSRRTOS

Foram consertados e recuperados os seguintes bens móveis que foram ixicorporados ao acêrvo.

4 - ventiladores de pé, na importância de Cr$ . . . . . . . . 10.000,OO 6 - microscópicos entomológicos, na importância de Cr$. 20.000,OO 3 - máquinas de escrever, recondicionadas por Cr$ . . . . . 10.000,OO 1 - geladeira da cozinha, com 6 portas, e um bebedouro

do refeitório por Cr$ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20.000,00

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QUADRO SUPLEMENTAR Da M.E,C.:

Auxiliar de Portaria 10 (3) ; Trabalhador 7 (2).

TABELA NUMIZRICA ORDINARIA DA U . B.:

Naturalista 7; Auxiliar-Admiaaistrztiva 1; E~crevemte-datilógrafo-au- xiliar 1; Conservador-auxiliar 1 (1); Zeladbr 12; Auxiliar de Bibliote- cário 3; Mestre 1; Artífice 5; Amiazenista 1 .

TABBLA NUMgRLCA SUPLE,MENXAR DA 8. B.:

Técnico-especializado 2; Naturalista 1; Botânico 1.

TABELA NUM&RICA ESPECIAL DA U . B,:

Servente 42 (12).

QUADRO EXTRAORDINARIO DA U. B.:

~ a t i l ó ~ r a f b 2; Técnico Osteologista 1; Fotógrafo 1; Laboratorista 1; Trabalhador 2; Servente 6.

QUADRO DE CONTRATADOS DO M.E.C.:

Naturalista 9; Auxiliar especialSzado 1; Auxiliar técnico 2; Auxiliar de Biblioteca 1 e Tradutor aureil'iar 1 .

8. OBRAS

Durante o ana de 1958 foi. possível exwutar as sepintes obras: a) Reforma dos sanitários públicos (mascuiino e feminino) com

novo revestimento, caiação, retirada e modificação nas portas para maior aeração. I

b) Reforma do Serviço de Fotografia e Projeções, constando de 4 salas, esquadrias, corredor, janela e portas. Foiiam retiradas as tubu- lações embutidas, já mortasis, e os aevestimentos salftrados, construída nova banca de marmorite, dando-se uma pintura com tinta lavável, sendo os tetos pintados a óleo.

c) Reforma da sala do cinema, consertando-se o revestimento, pin- tando-se o teto e esquadrias a óleo, as paredes com tinta lavável e rives- tindo-se a parede de fundo e as laterais com "Eucatex acústico" até 1,50 m de altura.

d) Pintura e reforma de 5 salas de exposições (Peixes, Répteis e Aves), constando de raspagem das paredes, lixamento e pintura com tinta lavável, e teto, esquadrias e rodapés emassados e pintados a óleo.

e) Pintura e reforma de 4 salas da Divisão de Zoologia (Insetos e Aves), como mencionado para o ítem d, sendo que os aparelhos elé- tricos de todas as salas foram rebaixados, até a altura de 3 metros do friso do meio, por pendentes.

f) Pintura e reparos da fachada principal com substituiqão de todo revestimento chocho e salitrado, consêrto de molduras, lixamento dos revestimentos para retirar as maachas de cogumelos, aplicação de uma demão de selador de superfície, reparos e retoques das esquadrias, grades e balcões de ferro. A fachada tem aproximadamente 3.300 metros quadrados.

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O custo total dessas obras não chegou a 1 milhão de cruzeiros. sendo que apenas a fachada foi orçada em Cr$ 627.000,00 pela firma que ganhou a concorrência .

9 . 0RGA;MENTO E USO DE AUXÍLIOS

O R Ç ~ ~ ~ DE 1958 . PESSOAL

Quadro do M.E.C. e da U . B . 17.725.600.00

MATERIAL

.............................................. Para livros Para máquinas. motores e aparelhos .....................

.............................. Para ferramentas em geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Para utensílios de escritórios. etc

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Para mobiliário em geral .............................. Para aparelhagem científica

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Para objetos históricos e coleqões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Para artigos de expediente

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Para material elétrico Para combustíveis. lubrificantes e peças para viaturas . . . . . . Para gêneros de alimentação ............................. Para matérias-primas manufaturadas ou semi-inanufaturadas

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Para produtos químicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Para vestuários

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Para artigos de limpeza

SERVIÇOS E ENCARGOS

....................... Para assinatura de órgãos oficiais ........................ Para recuperação de bens móveis

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Passagens aéreas Publicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Impressão e clicheria Encadernação ...........................................

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Excursão de estudos .............................................. Exposições

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pesquisas científicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Despesas miúdas

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Prêmios Recepções e hmenagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

O B R A S Cr$ ....................... Para conserva@o de bens imóveis 1 0 0 .900.000.

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Composto e impresso na Oficiria Griifica da Universidade do Brasil