Relatório Banco Mundial - rev02 - CA · − Realização de Visitas em algumas Unidades de ... −...

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AVALIAÇÃO AMBIENTAL E SOCIAL DAS UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

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I ‐  JUSTIFICATIVA DO PROJETO __________________________________________________________________________ 2 

II ‐  OBJETIVO DO PROJETO ______________________________________________________________________________ 2 

III ‐  METODOLOGIA  _________________________________________________________________________________ 3 

IV ‐  DESENVOLVIMENTO  _____________________________________________________________________________ 4 

1.  UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO ______________________________________________________________ 4 

2.  REQUISITOS LEGAIS APLICÁVEIS ____________________________________________________________________ 7 

3.  RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE __________________________________________________________________ 7 

4.  VISITAS TÉCNICAS  _______________________________________________________________________________ 9 

4.1.  DESCRIÇÃO DAS UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO  ____________________________________________ 10 

4.2.  DOCUMENTAÇÃO RELATIVA AO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS  _____________________________________ 13 

4.3.  ANÁLISE DOS DADOS SEGUNDO AS EXIGÊNCIAS DA ANVISA RDC 306/2004. _____________________________ 16 

4.3.1.  PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE ‐ PGRSS. ______________________ 16 

4.3.2.  TREINAMENTO DOS COLABORADORES. _____________________________________________________ 16 

4.3.3.  MANEJO DE RSS – GRUPO A4.  ____________________________________________________________ 17 

4.3.4.  MANEJO DE RSS – GRUPO B.  _____________________________________________________________ 18 

4.3.5.  MANEJO DE RSS – GRUPO D.  _____________________________________________________________ 19 

4.3.6.  MANEJO DE RSS – GRUPO E. ______________________________________________________________ 20 

4.3.7.  ARMAZENAMENTO EXTERNO. ____________________________________________________________ 20 

4.3.8.  SEGURANÇA OCUPACIONAL.  _____________________________________________________________ 23 

4.4.  ANÁLISE DAS ÁREAS ANTES DA IMPLANTAÇÃO DAS UPAS ___________________________________________ 23 

V ‐  CONSIDERAÇÕES FINAIS ____________________________________________________________________________ 24 

   

 

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ATENDIMENTO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 

I ‐  JUSTIFICATIVA DO PROJETO 

O Banco se encontra preparando, junto com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, o Programa de 

Desenvolvimento Econômico, Social e de Sustentabilidade Fiscal para o Estado do Rio de  Janeiro  ‐ 

DPL. O Projeto  tem  como objetivo o  suporte do Banco às políticas econômicas e  fiscais e  sociais, 

desenvolvidas para o Estado. Estas últimas se concentram nos setores de saúde, educação e melhoria 

do clima de negócios.   

No  Setor  da  Saúde,  as  principais  políticas  apoiadas  pelo  DPL  se  concentram  na  cobertura  de 

qualidade  dos  serviços,  nos  casos  de  urgência  e  emergência,  através  das  Unidades  de  Pronto 

Atendimento  – UPAs, que  vem  se mostrando  eficientes  e  eficazes na  ampliação dessa  cobertura. 

Adicionalmente,  maior  eficiência  na  prestação  de  serviços  de  saúde  é  buscada  através  da 

reorganização do Sistema Estadual de Saúde, com a implantação das Fundações Estaduais de Saúde. 

Apresentar  as  condições  gerais  relativas  ao  atendimento  de  requisitos  legais  básicos  ao  correto 

gerenciamento dos resíduos sólidos e líquidos, gerados em UPAs,  no estado do Rio de Janeiro, para 

salvaguardas do Banco Mundial em projetos na área da saúde do RJ. 

Como  parte  da  preparação  do  Projeto,  o  Banco Mundial  necessita  investigar  se  o  processo  de 

construção das UPAs se baseou na legislação ambiental e social vigente no Brasil. Para tanto, faz‐se 

necessária  a  elaboração  de  um  relatório  avaliando  as  condições  ambientais  e  sociais  em  que  as 

mesmas foram construídas. 

II ‐  OBJETIVO DO PROJETO 

O Projeto tem como objetivo principal, a elaboração de um relatório de avaliação ambiental e social 

das unidades de pronto atendimento do Estado do Rio de Janeiro, incluindo os seguintes tópicos:  

 

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− Avaliação dos Resíduos de Serviços de Saúde produzidos pelas UPAs; 

 

− Avaliação do sistema de coleta  interno, acondicionamento, transporte externo, tratamento e 

destinação  final, com vistas ao atendimento aos  requisitos  legais aplicáveis: ANVISA,  IBAMA, 

INEA,  bem  como os  requisitos  contidos nas Diretrizes  Especificas do Banco Mundial para o 

tema; 

 

− Avaliação da estrutura interna para o gerenciamento dos resíduos gerados nas UPAs.  

 

− Inspeção no limite da amostragem de quatro UPAs, relatando o estado em que se encontram 

em relação ao atendimento da legislação ambiental vigente e normas técnicas aplicáveis, bem 

como  os  requisitos  contidos  nas  Diretrizes  Específicas  do  Banco  Mundial  para  o  Meio 

Ambiente, Saúde e Segurança, e; 

 

− Avaliação das áreas onde foram construídas as UPAs, especificamente no estado de ocupação 

anterior às suas implantações. 

III ‐  METODOLOGIA 

Na elaboração do Projeto, foram estabelecidos procedimentos básicos e atividades específicas para 

direcionar todos os trabalhos desenvolvidos. 

As principais atividades para a elaboração do trabalho seguem ordenadas abaixo: 

− Análise  da  Legislação  Ambiental  e  da  Vigilância  Sanitária  aplicáveis  para  o  gerenciamento  de 

resíduos de serviços de saúde, bem como a preparação de material para as visitas técnicas nas 

UPAs e na Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro – SESDEC. 

− Realização da Reunião de Abertura do Projeto para identificação dos stakeholders e definições de 

escopo,  premissas  e  restrições,  cronograma  para  elaboração  do  projeto  e  agendamento  das 

visitas. O  Anexo  I  traz  uma  ata  da  Reunião  de  Abertura  do  Projeto,  bem  como  o  Termo  de 

Abertura do Projeto. 

 

− Realização de Visitas em algumas Unidades de Pronto atendimento, escolhidas de acordo com 

sua  localização  geográfica,  para  levantamento  de  informações  relativas  ao  processo  de 

gerenciamento  de  resíduos,  com  vistas  ao  descarte,  acondicionamento,  coleta  interna, 

acondicionamento  temporário em abrigo de  resíduos, coleta externa,  tratamento e destinação 

final. 

 

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− Realização  de  visita  técnica  na  SESDEC,  para  análise  de  documentação  relativa  aos  projetos 

básicos de  implantação das UPAs com vistas a determinação do estado de ocupação anterior à 

construção. 

 

− Realização de visita técnica na SESDEC, para análise de documentação relativa aos contratos de 

prestação de serviços de  terceiros no âmbito do  tema abordado, principalmente da coleta, do 

transporte, do tratamento e da destinação final dos resíduos gerados nas UPAs. 

 

− Análise da estrutura e dos procedimentos observados durante as visitas técnicas nas UPAs   em 

relação ao gerenciamento de  resíduos e dos documentos avaliados na  SESDEC, em  função do 

atendimento aos requisitos técnicos e Legais  aplicáveis às atividades. 

 

− Elaboração do relatório final contendo as considerações finais da análise realizada.  

IV ‐  DESENVOLVIMENTO 

1. UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO 

As  Unidades  de  Pronto  Atendimento  ‐  UPAs  ‐  são  unidades  ambulatoriais  de  baixa  e  média 

complexidade assistencial, com alto nível de resolutividade e alguns leitos de observação, destinadas 

atender  urgências  e  emergências,  estabilizar  pacientes  e  transferi‐los  para  níveis  de  maior 

complexidade  (hospitais) quando necessário. Estas unidades de saúde atendem a um grande vazio 

assistencial  no  Estado  e  especialmente  na  Região  Metropolitana  do  Rio  de  Janeiro,  dada  a 

inexistência  de  unidades  ambulatoriais  resolutivas  funcionando  24  horas  por  dia  para  atender  as 

necessidades da população mais pobre do Estado. 

A  construção  das  UPAs  é  baseada  em  projetos  arquitetônicos  modulares  e  customizados  ás 

necessidades das regiões onde se  implantam. O Estado do Rio de Janeiro construiu até o momento 

22 UPAs e pretende construir outras até o final do Governo, situando‐as em áreas estratégicas para o 

atendimento das necessidades de urgência e emergência da população mais carente. 

No dia 30 de maio de 2007, o Estado do Rio ganhou sua primeira Unidade de Pronto‐Atendimento 24 

Horas,  na  Favela  da Maré. A UPA  é  um  serviço  de  pronto‐atendimento  que  funciona  em  horário 

integral,  inclusive nos  fins de  semana. A unidade está equipada  tanto para atender a pequenas e 

médias emergências quanto a pacientes graves, até que sejam removidos para um hospital. 

 

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Desde  então,  foram  abertas mais  vinte  e  duas  UPAs  24  Horas:  Irajá,  Santa  Cruz,  Bangu,  Campo 

Grande, Belford Roxo, Tijuca, Duque de Caxias, Ricardo de Albuquerque, Botafogo, Cabuçú, Marechal 

Hermes,  Vila  Sarapuí,  Ilha  do  Governador,  Barra Mansa,  Jacarepaguá,  Penha,  Campo  Grande  II, 

Realengo,  Engenho  Novo,  Volta  Redonda  e  Manguinhos.  Cada  uma  delas  tem  consultórios  de 

pediatria, clínica médica, ortopedia e odontologia. Além disso, há salas de nebulização e medicação, 

sutura,  raios‐X  e  gesso  e  laboratório  de  análises  clínicas,  onde  são  realizados  na  hora  os  exames 

pedidos pelos médicos. 

As  salas  de  observação  têm  leitos  para  adultos  e  crianças. Na  “sala  vermelha”,  existem  todos  os 

recursos  médicos  disponíveis  para  estabilizar  pacientes  graves  até  serem  removidos  para  um 

hospital. Toda UPA tem uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de 

prontidão para fazer essa transferência. 

A  previsão  do  Governo  do  Estado  é  abrir  30  UPAs  até  2010,  com  capacidade  para  12  mil 

atendimentos por mês em cada uma, com uma média diária de 400 atendimentos. 

O projeto da UPA 24 horas foi baseado na Política Nacional de Urgência e Emergência do Ministério 

da Saúde e, também, nas necessidades identificadas pelo estado do Rio de Janeiro. Ela não substitui 

o  posto  de  saúde.  É  um  conceito  novo  de  unidade  de  saúde,  intermediário  entre  o  posto 

convencional e o hospital. Desta  forma, a UPA 24 horas  contribui para que  toda a  rede de  saúde 

possua atendimentos mais eficientes e com maior rapidez. 

A UPA 24 horas diminui o número de pacientes nas  filas dos   hospitais porque  tem  condições de 

resolver muitos problemas de saúde que  levam as pessoas a procurar as emergências hospitalares. 

Sete em cada dez pacientes que chegam aos hospitais não  são casos de emergência, mas acabam 

superlotando essas unidades. Estes casos são tão importantes quanto os mais graves, mas podem e 

devem ser atendidos na UPA 24 horas. 

Toda UPA 24 horas tem consultórios de clínica médica, pediatria, ortopedia e odontologia, além de 

laboratório e Raio‐X. Também conta com  leitos de observação para adultos e crianças; uma sala de 

emergência, para estabilização de pacientes graves; uma sala de medicação e nebulização, uma de 

gesso e uma para pequenas suturas. 

As unidades seguem o seguinte procedimento operacional para atendimento aos pacientes: 

− Casos  graves  são  encaminhados  diretamente  à  “sala  vermelha”,  onde  recebem  o atendimento necessário até que seu quadro clínico seja estabilizado e ele possa ser removido para  um  hospital  por  uma  ambulância  do  Serviço  de  Atendimento  Móvel  de  Urgência (SAMU).  

− Todos  os  demais  pacientes  deverão  se  dirigir  à  recepção  da  UPA  24  horas,  onde  serão atendidos não por ordem de chegada, e sim conforme a gravidade do caso. Quem faz esta 

 

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triagem,  chamada  de  “classificação  de  risco”,  são  profissionais  de  saúde  qualificados  e treinados. Ninguém sairá da UPA 24 horas sem ser atendido. 

As 22 unidades seguem listadas abaixo: 

UNIDADE  ENDEREÇO 

Unidade de Pronto Atendimento 24h Maré  Rua Nove s/nº, esquina com a Rua Cinco ‐ Vila do João, Rio de Janeiro 

Unidade de Pronto Atendimento 24h Irajá  Rua Monsenhor Félix, 380 Irajá Rio de Janeiro 

Unidade de Pronto Atendimento 24h Santa Cruz 

Av. Cesário de Melo, 13.655 ‐ Conjunto Cesarão, Santa Cruz ‐ Rio de Janeiro 

Unidade de Pronto Atendimento 24h Campo Grande 

Estrada do Medanha, em frente ao nº 848, esquina com as ruas Tupã e Solânia ‐ Campo Grande.  

Unidade de Pronto Atendimento 24h Bangu Rua Figueiredo de Camargo, S/N ‐ esquina com a Rua Dunquerque ‐ Bangu ‐ Rio de Janeiro 

Unidade de Pronto Atendomento 24h Belford Roxo 

Estrada Belford Roxo (em frente ao nº 2137) Bairro Jardim Bom Pastor, Belford Roxo 

Unidade de Pronto Atendimento 24h Tijuca Rua Conde de Bonfim, nº 289, esquina com a rua Pareto ‐ Tijuca ‐ Prox. à Pça Saens Peña, Rio de Janeiro 

Unidade de Pronto Atendimento 24h Duque de Caxias 

Rua Joaquim Peçanha, nº 1.532 ‐ Parque Lafaiete, paralela com a Rua Nilo Peçanha ‐ Duque de Caxias 

Unidade de Pronto Atendimento 24h Ricardo de Albuquerque 

Estrada Marechal Alencastro , s/nº ‐ Pça Vicente de Oliveira e Silva, Rio de Janeiro 

Unidade de Pronto Atendimento 24h Botafogo Rua São Clemente , s/nº esquina com Rua Nelson Madela nº 10, Rio de Janeiro 

Unidade de Pronto Atendimento 24h Nova Iguaçu 

Rua Abílio Augusto Távora, nº 1600 ‐ Cabuçu ‐ Nova Iguaçu 

Unidade de Pronto Atendimento 24h Marechal Hermes 

Rua Xavier Curado, s/nº ‐ Marechal Hermes Rio de Janeiro 

Unidade de Pronto Atendimento 24h Sarapuí  Rua República do Paraguai, s/nº Vila Sarapuí ‐ Duque de Caxias 

Unidade de Pronto Atendimento 24h Ilha do Governador  

Parque Poeta Manoel Bandeira, s/nº. Cocotá ‐ Ilha do Governador, Rio de Janeiro 

Unidade de Pronto Atendimento 24h Barra Mansa 

Rua Luíz Ponce, 263 ‐ Centro, Barra Mansa 

Unidade de Pronto Atendimento 24h Jacarepaguá 

Rua André Rocha, nº 20 ‐ Taquerá Jacarepaguá ‐ Rio de Janeiro 

Unidade de Pronto Atendimento 24h Penha  Av Lobo Júnior com Av Bráz de Pina, s/nº Penha ‐ Rio de Janeiro 

Unidade de Pronto Atendimento 24h Campo Grande II 

Av. Cesario de Melo, s/nº no Regimento da Policia Montada da PM ‐ São Jorge. Campo Grande ‐ Rio de Janeiro 

Unidade de Pronto Atendimento 24h Realengo  Rua Marechal Joaquim Inácio, s/nº Realengo ‐ Rio de Janeiro 

Unidade de Pronto Atendimento 24h Engenho Novo 

Rua Souza Barros, nº 70. Engenho Novo ‐ Rio de Janeiro  

 

 

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2. REQUISITOS LEGAIS APLICÁVEIS 

Os principais requisitos aplicáveis para o gerenciamento de resíduos sólidos gerados em unidades de saúde: 

− Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 33, de 25 de fevereiro de 2003  ‐ dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos.  

− Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004.  

− Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005.  

− Resolução CONAMA nº 283, de 12 de julho de 2001.  

− Resolução CONAMA nº 05, de janeiro de 1993.  

− Resolução  CONAMA  275/01  –  Estabelece  o  código  de  cores  para  os  diferentes  tipos  de resíduos,  a  ser  adotado  na  identificação  de  coletores  e  transportadores  ,  bem  como  nas campanhas  informativas para coleta seletiva;  

− Resolução CONAMA 313/02 – Dispõe sobre o  inventário Nacional de Resíduos. Relaciona as empresas obrigadas à apresentação do Inventário. 

 

− DZ 1310 ‐ Diretriz do sistema de manifesto de resíduos;  

− DZ 1311 ‐ Diretriz de destinação de resíduos;  

− LEI ESTADUAL Nº 4191/2003 ‐RJ – Política estadual de Resíduos sólidos  

− Evironmental , Health and Safety Guidelines for Health Care Facilities – International Finance Corporation – World Bank Group. 

 

3. RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE 

Os resíduos gerados nas unidades de serviços de saúde serão apresentados neste trabalho através da 

classificação adotada pela ANVISA RDC 306/2004. Esta subdivide os grupos de resíduos de forma a  

facilitar a sua  identificação,  risco e na sua avaliação em  relação aos métodos de empregados para 

manuseio, coleta, acondicionamento, tratamento e disposição final de resíduos. 

Os Grupos de resíduos e a descrição de cada um deles, seguem detalhados. 

GRUPO A1  

Culturas e estoques de microrganismos resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; meios de 

cultura  e  instrumentais  utilizados  para  transferência,  inoculação  ou  mistura  de  culturas;  resíduos  de  laboratórios  de 

manipulação genética.  

 

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GRUPO A2  

Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação 

com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de 

microrganismos  de  relevância  epidemiológica  e  com  risco  de  disseminação,  que  foram  submetidos  ou  não  a  estudo 

anátomo‐patológico ou confirmação diagnóstica. 

GRUPO A3  

Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou 

estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e 

não tenha havido requisição pelo paciente ou seus familiares.   

GRUPO A4  

Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores; filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante 

de  equipamento  médico‐hospitalar  e  de  pesquisa,  entre  outros  similares;  sobras  de  amostras  de  laboratório  e  seus 

recipientes  contendo  fezes, urina  e  secreções, provenientes de pacientes que não  contenham  e nem  sejam  suspeitos de 

conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo 

causador  de  doença  emergente  que  se  torne  epidemiologicamente  importante  ou  cujo mecanismo  de  transmissão  seja 

desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons; tecido adiposo proveniente de lipoaspiração,  lipoescultura ou 

outro procedimento de cirurgia plástica que gere este  tipo de  resíduo;  recipientes e materiais  resultantes do processo de 

assistência à saúde, que não contenham sangue ou líquidos corpóreos na forma livre; peças anatômicas (órgãos e tecidos) e 

outros  resíduos  provenientes  de  procedimentos  cirúrgicos  ou  de  estudos  anátomo‐patológicos  ou  de  confirmação 

diagnóstica; carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de 

experimentação  com  inoculação  de microorganismos,  bem  como  suas  forrações;  cadáveres  de  animais  provenientes  de 

serviços de assistência; Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós‐transfusão. 

GRUPO A5  

Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à 

saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons.    

GRUPO B  

Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de 

suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.   

Produtos  hormonais  e  produtos  antimicrobianos;  citostáticos;  antineoplásicos;  imunossupressores;  digitálicos; 

imunomoduladores; anti‐retrovirais, quando descartados por  serviços de  saúde,  farmácias, drogarias  e distribuidores de 

medicamentos  ou  apreendidos  e  os  resíduos  e  insumos  farmacêuticos  dos Medicamentos  controlados  pela  Portaria MS 

344/98  e  suas  atualizações.    Resíduos  de  saneantes,  desinfetantes,  desinfestantes;  resíduos  contendo metais  pesados; 

reagentes  para  laboratório,  inclusive  os  recipientes  contaminados  por  estes.  Efluentes  de  processadores  de  imagem 

(reveladores e fixadores). Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas  

Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e 

reativos).   

 

 

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GRUPO C  

Quaisquer materiais  resultantes  de  atividades  humanas  que  contenham  radionuclídeos  em  quantidades  superiores  aos 

limites de isenção especificados nas normas do CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.   

Enquadram‐se neste grupo os  rejeitos  radioativos ou  contaminados  com  radionuclídeos, provenientes de  laboratórios de 

análises clinicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo a resolução CNEN‐6.05.   

GRUPO D  

Resíduos  que  não  apresentem  risco  biológico,  químico  ou  radiológico  à  saúde  ou  ao  meio  ambiente,  podendo  ser 

equiparados aos resíduos domiciliares.   

Papel  de  uso  sanitário  e  fralda,  absorventes  higiênicos,  peças  descartáveis  de  vestuário,  resto  alimentar  de  paciente, 

material utilizado em anti‐sepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados como A1, 

sobras  de  alimentos  e  do  preparo  de  alimentos,  resto  alimentar  de  refeitório,  resíduos  provenientes  das  áreas 

administrativas, resíduos de varrição, flores, podas e jardins. Gesso provenientes de assistência à saúde  

GRUPO E  

Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, 

limas endodônticas, pontas diamantadas,  lâminas de bisturi,  lancetas; tubos capilares; micropipetas;  lâminas e  lamínulas; 

espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no  laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e 

outros similares.   

4. VISITAS TÉCNICAS 

Foram realizadas visitas  técnicas com o objetivo de coletar  informações sobre o gerenciamento de 

resíduos nas UPAs. Para  tanto,  foram escolhidas algumas unidades, dentre as 22  implantadas, em 

função da sua  localização com a seguinte abrangência: Zona Oeste, Zona Norte, Zona Sul e Região 

Central. Por conseguinte, em reunião de abertura com os envolvidos no Projeto, foram determinadas 

as UPAs que seriam visitadas, sendo Campo Grande – Zona Oeste, Tijuca – Zona Central, Botafogo – 

Zona Sul e Maré – Zona Norte. 

Através dos dados coletados, foram reunidas  informações suficientes para obter um diagnóstico do 

gerenciamento de  resíduos no conjunto de  todas as unidades,  sendo analisadas principalmente as 

regras sugeridas pela ANVISA RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004. As visitas  foram realizadas 

seguindo‐se  um  roteiro,  o  qual  foi  preenchido  em  função  das  respostas  obtidas  pelas  várias 

entrevistas com os profissionais locais de cada UPA. 

Os  relatórios  de  visita  técnica,  preenchidos,  encontram‐se  no  Anexo  II,  trazendo  todas  as 

informações coletadas e que formam o subsídio principal para a elaboração desta análise. 

As visitas técnicas seguiram o  procedimento descrito na sequência: 

− Abertura da Visita com apresentação dos participantes e definição de objetivos. 

 

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− Entrevista com o Gerente Administrativo para  levantamento da  infra‐estrutura, e detalhes 

de funcionamento da UPA. 

− Vistoria dos pontos de geração de resíduos, observando‐se principalmente quais tipologias 

de resíduos são gerados, formas de acondicionamento, procedimentos de coleta interna. 

− Vistoria da área de acondicionamento  temporário de resíduos, observando o atendimento 

às diretrizes da RDC 306/2004, quanto a sua construção. 

− Levantamento  de  dados  sobre  a  parte  de  recursos  humanos  e  segurança  ocupacional  da 

UPA. 

− Levantamento da documentação relacionada ao gerenciamento de resíduos, com destaque 

ao sistema de manifesto de resíduos, inventário nacional de resíduos, controle de pesagens, 

controle de coleta. 

− Levantamento de dados sobre a coleta externa, transporte, tratamento e destinação final. 

4.1. DESCRIÇÃO DAS UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO 

As  unidades  visitadas  apresentavam  uma  padronização  de  estrutura  de  serviços  oferecidos  à 

sociedade, comprovando a uniformidade dos procedimentos encontrados durante a coleta de dados 

e inclusive, por esse motivo, foi descartada a última visita que seria realizada na UPA Maré. 

As UPAs oferecem serviços de atendimento e pronto‐atendimento de baixa e média complexidade. 

Elas são compostas de consultórios médico (clínica geral, pediatria) e odontológico. As salas de apoio 

são compostas de  salas de classificação e  risco,  raio X, medicamento e observação,  laboratório de 

análises clínicas, almoxarifado, farmácia, assistência social, rouparia, armazenamento de resíduos. 

A  quantidade  de  funcionários  varia  de  acordo  com  a  quantidade  de  salas  de  cada UPA, mas  em 

média, trabalham aproximadamente 200 pessoas e são realizados cerca de 450 atendimentos diários 

ao público. 

Todas as unidades possuem área externa para o acondicionamento de resíduos, os efluentes líquidos 

gerados pelas unidades estão interligados à rede coletora de esgoto. Dessa forma, o foco principal foi 

voltado aos resíduos sólidos, pois apenas através das visitas nas Unidades, seria impossível avaliar o 

tratamento que é dado aos seus efluentes já que o mesmo entra na rede coletora através de ligações 

subterrâneas. 

Os resíduos gerados nas UPAs, abrangem os seguintes grupos de resíduos, segundo a ANVISA, RDC 

306/2004: grupo A4, grupo B, grupo D e grupo E. 

A  seguir,  apresentamos  um  quadro  com  as  características  e  informações  referentes  aos  locais 

visitados no interior das UPA’s (salas e consultórios). 

 

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LOCAL  RESÍDUOS  ACONDICIONAMENTO  OBSERVAÇÕES 

Consultório de Odontologia  A4; D; E 

02  Coletores  para  infectantes  com  sacos  brancos leitosos e símbolo de infectante; 01 coletor descarpack para resíduo perfuro‐cortante 01 coletor para lixo extraordinário com saco azul/cinza 

Apesar do procedimento de acondicionar os resíduos em diferentes cores, (branco –infectante e azul/cinza – lixo extraordinário), todos os coletores da sala  incluindo  o  comum,  estava  com  o  saco  branco  leitoso  e  símbolo  de infectante. A coleta interna é realizada diariamente, várias vezes ao dia, e também, de acordo com a necessidade. 

Consultório de Clínica Médica  D 01  coletor  de  resíduo  extraordinário  com  saco azul/cinza 

Os resíduos gerados são descartados somente como lixo extraordinário. Os resíduos  recicláveis  gerados,  mesmo  que  em  pequena  quantidade,  são descartados  no mesmo  coletor. O  colaborador  entrevistado  não  recebeu treinamento para segregação dos resíduos recicláveis. 

Farmácia  B; D; E 

01  coletor  de  lixo  extraordinário  com  sacos azuis/cinzas; 01  caixa  descarpack  para  descarte  de  ampolas quebradas; 01  caixa  de  papelão  para  segregação  de  resíduos  de medicamentos vencidos, com identificação; 

Nas  unidades  visitadas,  os  medicamentos  vencidos  são  separados  e encaminhados  a  Coordenação Geral  de Armazenagem  –  CGA,  onde  estes resíduos  são  acondicionados  para  posterior  descarte.  Os  manifestos  de resíduos  não  são  elaborados  para  este  resíduo,  mas  sim  um  ofício  de devolução de material . As caixas de papelão geradas são descartadas como  lixo extraordinário. Os funcionários não foram orientados a praticar a segregação do material, que tem  a  maior  contribuição  de  geração  de  recicláveis  junto  com  o almoxarifado.  

Almoxarifado  D  01 coletor para lixo extraordinário com saco azul/cinza 

O  almoxarifado  é  responsável  por  armazenar  todos  os  materiais  de utilização a serem distribuídos por todas as salas de acordo com a atividade de  cada  uma  delas.  Os  resíduos  gerados  são  praticamente  os  resíduos extraordinários e os recicláveis. As embalagens de papelão são os materiais que mais geram resíduos nessa sala, mas apesar disso, todo o quantitativo é descartado como lixo extraordinário.  O funcionário não recebeu treinamento para segregação dos resíduos. 

Sala de Sutura  A4; D; E 

01 coletor para infectantes com sacos brancos leitosos e símbolo de infectante; 02 coletores descarpack para resíduo perfuro‐cortante 01 coletor para lixo extraordinário com saco azul/cinza 

Os principais resíduos gerados são gazes, agulhas e seringas, embalagens dos materiais utilizados. 

 

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Laboratório de Análises  A4; D; E 

02  coletores  para  infectantes  com  sacos  brancos leitosos e símbolo de infectante; 01 coletor descarpack para resíduo perfuro‐cortante 01 coletor para lixo extraordinário com saco azul/cinza Sacos de autoclavagem para tubinhos de amostras 

No  coletor  descarpack  são  coletados  lâminas  e  seringas.  Os  tubinhos  de ensaio são colocados em sacos de autoclavagem e encaminhados à sede do laboratório, por veículo de frota própria, para a realização da autoclavagem e  posterior  descarte.  Essas  coletas  são  realizadas  diariamente.  Não  são emitidos manifestos para essas retiradas. 

Sala de Raio X  B; D 

02  recipientes  onde  são  realizadas  a  recuperação  de prata e também acondicionam o material químico. 01 coletor de lixo extraordinário. 02 bombonas para transferência dos líquidos. 

Os resíduos de fixadores e reveladores são coletados por empresa específica de  recuperação de prata. Os  recipientes são  trocados semanalmente. Não são  emitidos  os manifestos  de  resíduos  para  a  coleta  deste material. Os líquidos estão sendo armazenados em bombonas, no abrigo de resíduos. 

Sala de Medicação  A4; D; E 

01  coletor para  infectante  com  saco branco  leitoso e símbolo de infectante; 02 coletores descarpack para resíduo perfuro‐cortante 02 coletores para lixo extraordinário com sacos verdes 

A  sala  de  medicação  passou  a  impressão  de  muita  movimentação  de pacientes. Os resíduos gerados vão desde as embalagens de medicamentos, algodão,  seringas,  frascos  de  soro,  luvas,  e  outros materiais  utilizados  na atividade que certamente geram a maior quantidade de resíduos da UPA. A coleta é realizada diariamente, várias vezes ao dia. 

Sala Vermelha (atendimento à emergências de alta complexidade) 

A4; B; D 

02  coletores  para  infectantes  com  sacos  brancos leitosos e símbolo de infectante; 01 coletor descarpack para resíduo perfuro‐cortante 01 coletor para lixo extraordinário com saco azul 

A  sala,  apesar  de  ser  equipada  para  pequenos  procedimentos  cirúrgicos, mas  a  intenção maior  é de  estabilizar  a  situação do paciente  e  realizar  a transferência  para  um  hospital,  através  de  ambulâncias.  Os  resíduos  são coletados  diariamente,  mais  de  uma  vez  ao  dia,  ou  quando  necessário, devido ao atendimento. 

Área de Acondicionamento Temporário – Abrigo de Resíduos 

Efluente de lavagem de contêineres de 

240 litros 

Sala 01 – Infectantes: Contêineres de 240 litros na cor branca. Sala 02 – Lixo Extraordinário Contêineres de 240 litros na cor azul. 

O abrigo de resíduo possui duas salas distintas para resíduos  infectantes e para  resíduos  extraordinários  devidamente  identificadas.  Suas  paredes  e base  são  revestidos  por  azulejos  brancos.  Possuem  uma  abertura  para ventilação na parte superior. Há nas duas salas, portas de acesso pela área interna da unidade para que seja realizada o descarte  interno dos resíduos através  de  funcionários  específicos  da  limpeza,  e  um  acesso  para  a  área externa à unidade para a coleta externa dos contêineres pela empresa de transporte externo. Todos os abrigos possuíam ponto de  luz  interno. Uma das UPAs possuía ponto de água internamente e outras possuíam ponto de água externo, mas próximo às salas permitindo a sua higienização e a dos contêineres  que  são  realizadas  internamente  às  salas  de  resíduos.  Os efluentes de lavagem seguem para a rede coletora de esgotos. 

 

 

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4.2. DOCUMENTAÇÃO RELATIVA AO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS 

Foi observado durante as visitas nas unidades, que as atividades de gerenciamento são  realizadas, 

com  uma  constante  preocupação  sobre  os  resíduos  infectantes  e  com  o  lixo  extraordinário.  Da 

mesma forma, a documentação apresentada nas unidades se baseia principalmente no controle de 

manifesto de resíduos, atendendo a DZ 1310 para essas duas tipologias de resíduos, e no controle de 

coletas  externas,  realizados  pelos  transportadores.  Em Anexo  III,  apresentamos  duas  listagens  de 

controle de coleta de resíduos apresentadas como forma de controle mensal de geração de resíduos 

na unidade. 

Nenhuma das unidades apresentou o  Inventário Nacional de Resíduos, seguindo as orientações do 

CONAMA.  As  unidades  também  não  apresentavam  o  Plano  de  Gerenciamento  de  Resíduos  de 

Serviços  de  Saúde  ‐  PGRSS, mas  existe  um  programa  da  SESDEC,  com  o  objetivo  de  implantar  o 

referido plano, em todas as unidades, onde os seus gestores serão treinados e terão auxílio de uma 

consultoria externa para sua elaboração. O cronograma para a implantação do PGRSS está no Anexo 

IV. 

Apesar  da  falta  do  PGRSS,  algumas  unidades  possuem  uma  sistemática  de  treinamento  para  os 

colaboradores e terceiros que se iniciam na atividade de coleta interna. Foi apresentado em uma das 

UPAs, um documento definido como “Descrição do Processo de Coleta de Lixo”, o qual é utilizado 

para este tipo de treinamento e informação dos colaboradores. O documento segue no Anexo III. 

Os gerentes administrativos da UPAs são os  responsáveis  locais pela documentação do sistema de 

gerenciamento de resíduos. Durante a entrevista, todos afirmaram ter participado de treinamentos e 

palestras ministrados na  SESDEC ou  em hospitais da  rede  estadual,  sobre  a questão dos  resíduos 

infectantes e a  importância de sua segregação. Os próprios gerentes são responsáveis pela emissão 

do manifesto  de  resíduos  e  seu  armazenamento,  bem  como  a  cobrança  sobre  a  devolução  das 

quartas vias dos manifestos pelos transportadores que se responsabilizam por essas atividades. 

Foi  observado  nas  unidades,  o  arquivamento  dos  manifestos  gerados,  desde  o  início  de  suas 

atividades, comprovando que a coleta é regular nestes pontos geradores. Entretanto, as formas de 

disposição dos resíduos vêm sendo alteradas ao  longo desse período. São apresentados abaixo, os 

dados  de  alguns manifestos  que  foram  consultados  e  que  foram  coletados  como  a  evidência  de 

atendimento  ao  sistema  de manifestos  de  resíduos, mas  que  também  registra  uma    variação  no 

campo  receptor,  que  apresentam  as  formas  de  tratamento  e  destino  final  adotados  em  cada 

unidade. 

 

 

 

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Evidências coletadas durante as visitas nas unidades. 

MANIFESTO  DATA  TRANSPORTADOR  LO TRANSP.  RECEPTOR  LO RECEPTOR  OBSERVAÇÕES 

Resíduo Infectante  17/09/2009  Multi Ambiental  FE 00716  Aterro Metropolitano de Gramacho  Não Possui   

Resíduo Infectante  02/06/2008  Multi Ambiental  FE 00716  Trusher Serviços de Esterelização LTDA  FE 011811   

Resíduo Infectante  07 – 19 – 21/ 02/2009  Multi Ambiental  FE 00716  Aborgama do Brasil  FE 0099/2008  Observadas as 1ª e 4ª  vias dos manifestos 

Resíduo Infectante  02/06/2008  Multi Ambiental  FE 00716  Trusher Serviços de Esterelização LTDA  FE 011811   

Resíduo Infectante 02‐04‐06‐09‐13‐16‐20‐21‐23‐27‐28‐30/07/08 

Multi Ambiental  FE 00716  Aterro Metropolitano de Gramacho  Não Possui Todas as vias (1ª e 4ª)  carimbadas e assinadas pelo receptor 

Resíduo Infectante  18/07/09  Ambiental Seletiva  FE 007746 Aterro Metropolitano de Gramacho  Não Possui 

Foram vistos os manifestos do período de Maio 2008 até presente data. 

Lixo Extraordinário  23/07/2009  Ambiental Seletiva  FE 007746  Central de Tratamento de Resíduos Nova Iguaçu S/A 

FE 010225   

Lixo Extraordinário  05/05/2009  Koleta Ambiental S/A 

FE 004432  Central de Tratamento de Resíduos Nova Iguaçu S/A 

FE 010225   

Resíduo Infectante  15/05/2009  Koleta Ambiental S/A 

FE 004432 Aborgama do Brasil  FE 0099/2008 

 

 

 

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De acordo com os dados observados nos manifestos, evidencia‐se a existência de várias empresas 

contratadas  para  a  realização  da  coleta  de  resíduos  e  o  seu  transporte  até  o  destino  final.  Tais 

empresas utilizam caminhões compactadores que obedecem a rotas específicas, passando por várias 

unidades geradoras. Nesse tipo de veículo, a compactação permitida para coleta de infectantes deve 

ser aquela que mantém a integridade dos sacos mesmo quando aplicada sobre a carga. 

Igualmente a atividade de transporte, evidencia‐se a existência de várias empresas de tratamento ou 

destinação final. Entre elas, estão unidades de tratamento de resíduos por autoclavagem (Aborgama 

do  Brasil  e  Trusher  Serviços  de  Esterelização  LTDA),  um  aterro  sanitário  licenciado  (Central  de 

Tratamento  de  Resíduos  Nova  Iguaçu  S/A)  e  um  aterro  controlado  (Aterro  Metropolitano  de 

Gramacho). 

 As empresas que atualmente prestam serviços, estão diretamente contratadas pela SESDEC ou são 

subcontratadas para prestação de serviços específicos. Os contratos apresentados pela SESDEC, são 

do período de 29 de Junho de 2007, com validade de 180 dias, foram adjudicados junto as seguintes 

empresas: 

PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DIÁRIOS DE COLETA E TRANSPORTE DE RSS DOS GRUPOS: A, B, D e E 

RAZÃO SOCIAL  LO  INÍCIO  PRAZO  OBSERVAÇÕES 

Ambiental Seletiva LTDA 

FE007746 Válida até 11/02/2009 

29/07/2007  180 dias  Os contratos estão sendo renovados desde o período de assinatura, cujo prazo é de 180 dias. As empresas devem coletar e transportar os resíduos para unidades de tratamento e destino final que possuem contratos à parte.  Uma das empresas se encontra em processo de obtenção da Licença de Operação e outra se encontra com a Licença de Operação vencida. 

Multiambiental Coletas e 

Transportes LTDA 

FE007716 Válida até 03/05/2010 

29/07/2007  180 dias 

Locanty Com e Serviços LTDA 

IN000677 31/08/2014 

29/07/2007  180 dias 

Koleta Ambiental S/A 

LI FE015125  29/07/2007  180 dias 

PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE TRATAMENTO POR ESTERILIZAÇÃO E DESTINO FINAL DE RSS DOS GRUPOS: A, B e E. 

Trusher Serviços de Esterilização 

LTDA 

FE011811 Válida até 16/10/2011 

29/07/2007  180 dias A empresa tem licença para realizar os serviços de esterilização de resíduos sólidos de saúde e correlatos (Grupo A), sendo o tratamento de resíduos químicos e a disposição final dos resíduos tratados, realizados em empresas subcontratadas. A Central de Tratamento de Resíduos Nova Iguaçu S/A possui licença para operação de aterro sanitário (Grupo D e A ‐ após tratamento). A Essencis Co‐Processamento e Incineração realiza os serviços de tratamento de resíduos do Grupo B. 

Central de Tratamento de Resíduos Nova Iguaçu S/A 

FE009626 Válida até 22/09/2010 

subcontratada  Na 

Essencis Co‐Processamento e Incineração LTDA 

FE 015052 Válida até 13/11/2013 

subcontratada  Na 

 

 

 

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4.3. ANÁLISE DOS DADOS SEGUNDO AS EXIGÊNCIAS DA ANVISA RDC 306/2004. 

Segundo  a  ANVISA  RDC  306/2004,  “o  gerenciamento  dos  RSS  constitui‐se  em  um  conjunto  de 

procedimentos  de  gestão,  planejados  e  implementados  a  partir  de  bases  científicas  e  técnicas, 

normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos 

gerados, um encaminhamento seguro, de  forma eficiente, visando à proteção dos  trabalhadores, a 

preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente” dessa forma, este trabalho 

irá analisar as atividades  realizadas nas UPAs para o atendimento dos seus principais objetivos, de 

acordo com a definição supra. 

4.3.1. Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde ‐ PGRSS. 

As  unidades  de  pronto  atendimento  ainda  não  possuem  um  PGRSS  que  atendam  as  suas 

necessidades em criar procedimentos específicos e  regras, para a  realização de  suas atividades de 

segregação,  acondicionamento,  identificação,  transporte  interno,  armazenamento  temporário, 

coleta e transporte externo, tratamento e a disposição final. 

Entretanto, a SESDEC apresenta um cronograma para elaboração e  implantação do PGRSS em cada 

uma das UPAs.  

A SESDEC informou que o trabalho será realizado envolvendo todos os gerentes administrativos das 

UPAs  e  uma  consultoria  externa  para  auxiliar  na  elaboração  dos  planos  e  no  treinamento  dos 

colaboradores. 

A  criação  do  PGRSS  e  o  posterior  treinamento  dos  funcionários  envolvidos  no  gerenciamento  de 

resíduos das UPAs pode trazer grandes benefícios como por exemplo, a implantação de um sistema 

de coleta seletiva para aproveitamento de recicláveis, o que não é feito atualmente, aumentando o 

volume de materiais que são descartados como lixo extraordinário, mesmo podendo ser reciclados. 

4.3.2. Treinamento dos Colaboradores. 

Os  colaboradores  receberam  nos  últimos  anos,  treinamentos  relacionados  ao  gerenciamento  de 

resíduos,  sendo  constatados  os  seguintes  encontros  ou  treinamentos,  cujas  chamadas  e  as 

respectivas listas de presença se encontram no Anexo V. 

II  Encontro  das Gerências  de  Resíduos  de  Serviços  de  Saúde  da  SESDEC.  Realizado  no  dia  29  de 

Outubro de 2008 no Auditório do Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels. A Programação 

trouxe profissionais de diversas áreas onde foram expostos os seguintes assuntos: gerenciamento de 

resíduos de serviços de saúde; disposição final dos RSS; revelador, fixador e filmes de raios‐x; plano 

de  gerenciamento  de  resíduos  e  biossegurança;  gerenciamento  de  resíduos  na  rede  SESDEC  – 

relatos. 

 

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O mesmo evento deverá ser realizado no mesmo período, no ano de 2009, já que é um evento anual 

promovido pela SESDEC aos  seus colaboradores  responsáveis pelo gerenciamento de Resíduos em 

suas  respectivas unidades, o que demonstra uma preocupação com a capacitação e conhecimento 

dos seus colaboradores. 

Na área de  limpeza  interna, onde são terceirizados os serviços, os treinamentos de capacitação são 

exigidos  em  contrato,  como  forma  de  prevenir  a  ocorrência  de  acidentes  e  não  conformidades 

relacionadas à suas atividades. 

4.3.3. Manejo de RSS – Grupo A4. 

De  acordo  com  a  RDC  306/2004,  estes  resíduos  devem  ser  acondicionados  em  sacos  plásticos 

brancos  leitosos,  com o  símbolo de  infectante estampado, devem  ser preenchidos até 2/3 de  seu 

volume e trocados diariamente ou até que seja atingido o seu volume máximo. A sua disposição final 

poderá ser realizada em aterros licenciados para recepção de RSS. 

As  UPAs  visitadas  atendem  plenamente  o  item  de  acondicionamento,  pois  todas  utilizam  sacos 

plásticos de acordo com a especificação. A coleta também é realizada de forma regular e atende aos 

requisitos preconizados na RDC 306/2004. 

Os funcionários conhecem os resíduos  infectantes e ainda realizam a segregação de forma correta, 

segundo as fontes consultadas nas entrevistas realizadas nas diversas salas das UPAs. 

A questão da disposição  final ainda é  tratada de  forma dispersa, pois cabe ao  transportador optar 

por  encaminhar  os  resíduos  ao  tratamento  antes  da  disposição  final  ou  ao  aterro  controlado  de 

Jardim  Gramacho.  Conseqüentemente,  o  que  foi  constatado  em  três  unidades  visitadas,  foi  a 

existência de três empresas diferentes realizando a coleta dos resíduos e,  três empresas diferentes 

realizando o tratamento dos resíduos, conforme se evidencia  no quadro do item 4.2, relacionado à 

documentação dos resíduos. 

As unidades utilizadas para  tratamento e destinação  final de  resíduos  são  licenciadas e  atuam na 

esterilização  de  resíduos  por  meio  de  autoclavagem.  Depois  dos  resíduos  tratados,  estes  são 

encaminhados ao aterro sanitário também licenciado. O Aterro Metropolitano de Gramacho, dentre 

as opções de disposição final apresentadas, se torna a mais questionável por não possuir licença de 

operação e  ser um aterro  controlado que vem ganhando muitos  investimentos para mitigação de 

seus  impactos  ambientais,  mas  ainda  sim,  possui  desvantagens  em  relação  ao  aterro  sanitário 

licenciado. 

As licenças ambientais das empresas seguem no Anexo VI. 

 

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4.3.4. Manejo de RSS – Grupo B. 

Os  resíduos  químicos  gerados  nas  UPAs  podem  ser  listados  facilmente,  pois  são  gerados 

especificamente na sala de raios‐x, o fixador e o revelador e na farmácia, os medicamentos vencidos. 

Outro resíduo que pode ser considerado do grupo B, é a lâmpada fluorescente, que contém mercúrio 

sob a forma vapor.   

O  fixador  e  o  revelador  são  coletados  por  empresa  responsável  pela  coleta  e  pelo  transporte  de 

resíduos de cada unidade e às encaminham até o tratamento, cujo mais utilizado é a recuperação de 

prata. No caso das UPAs, é utilizado um equipamento para recuperação da prata na própria sala de 

raios‐x,  cujo  recipiente  que  abriga  os  líquidos  é  trocado  de  tempos  em  tempos  e  os  líquidos 

acondicionados em bombonas como na figura abaixo. 

 

 Figura 01: Acondicionamento do revelador / fixador dentro do abrigo de resíduos. 

As bombonas utilizadas  são adequadas ao acondicionamento deste  tipo de  resíduo, pois possuem 

características  necessárias  especificadas  na  RDC  306/2004,  como  serem  resistentes,  rígidas  e 

estanques,  com  tampa  rosqueada  e  vedante.  O material  que  compõe  os  recipientes,  também  é 

compatível com o armazenamento do  revelador e do  fixador. A questão da  identificação pode  ser 

melhorada com a utilização de identificação da simbologia padrão para produtos químicos seguindo 

a ABNT NBR 7500. 

Apesar da segregação, não foi constatado o manifesto para a retirada dos resíduos químicos – grupo 

B. Dessa forma, o PGRSS ainda terá o papel de especificar estes controles, sendo mais um benefício 

que poderá ser trazido com a sua implantação. 

As lâmpadas estão sendo encaminhadas à empresa Essencis, conforme a declaração de prestação de 

serviços datada do dia 05 de Maio de 2009. A empresa ainda realiza o tratamento dos resíduos de 

medicamentos fora de validade. 

Em uma das unidades, foi constatado o fato de que todos os medicamentos próximos ao vencimento 

ou  vencidos,  são  encaminhados  a  uma  Coordenação Geral  de  Armazenagem  ‐  CGA  e  registradas 

através de ofícios. Não foi possível evidenciar que estes medicamentos fora do prazo de validade ou 

 

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próximo  a  este  prazo  são  encaminhados  para  incineração  ou  aterro  classe  I,  pela  CGA, mas  no 

mesmo documento emitido pela Essencis, consta o recebimento deste  tipo de resíduo, gerado por 

diversas unidades da SESDEC. 

 

4.3.5. Manejo de RSS – Grupo D. 

Os resíduos do grupo D são em sua maioria descartados como lixo extraordinário, sem a sua correta 

segregação.  Estes  resíduos  tem  um  grande  potencial  para  serem  reciclados  pois  existem  diversos 

materiais como papelão que são gerados diariamente e poderia ter um destino mais nobre e ainda: 

diminuir o custo com o descarte de resíduos, aumentar a vida útil de aterros, aumentar a reciclagem 

de materiais, reduzir a utilização de recursos naturais. 

As unidades  têm pontos geradores específicos de papelão,  são elas: a  farmácia e o almoxarifado, 

sendo este último, certamente o maior gerador desse tipo de resíduo. Infelizmente, esse material é 

descartado junto ao lixo extraordinário. 

O lixo extraordinário, propriamente dito, é descartado em recipientes com sacos verdes ou cinzas ou 

azuis,  adotados  em  cada  unidade  visitada.  Como  forma  de  facilitar  o  entendimento  de  cores  da 

coleta  seletiva, esses  sacos poderiam  ser padronizados para uma única  cor, além do modelo para 

infectante,  facilitando  o  processo  de  descarte,  e  atendendo  a  Legislação  através  da  CONAMA  nº. 

275/2001 que estabelece as  cores para a  coleta  seletiva. Entretanto, quando não  se estabelece a 

coleta  seletiva  em  um  ambiente,  a  própria  RDC  306/2004  não  estabelece  uma  padronização  de 

cores. 

A  parte  de  resíduos  orgânicos,  varrição,  poda  e  jardinagem  gerados  nas  UPAs,  também  são 

destinadas  como  resíduo  extraordinário  e  apesar  de  ser  interessante  a  sua  utilização  para  a 

compostagem, a quantidade gerada é pequena para viabilizar a sua coleta em separado para uma 

unidade que realize este procedimento, pois toda refeição realizada provém de alimento preparado 

externamente  e  entregue  à  UPA.  Por  outro  lado,  as  UPAs  não  possuem  área  interna  para 

implantação do  sistema, e nem pessoal qualificado para  realizar  tal atividade. Conseqüentemente, 

entendemos recomendável a continuidade quanto ao  tratamento dado a estes materiais.  

A coleta desses resíduos ocorre diariamente e o procedimento de coleta acontece quando os sacos 

estão com até 2/3 de seu volume preenchido, obedecendo às recomendações da DRC 306/2004. 

Quanto aos efluentes líquidos gerados na unidade, estes são interligados à rede pública coletora, que 

fazem a interligação às elevatórias e/ou estações de tratamento de cada região. Ainda sim, entende‐

se que o Estado ainda é carente no tratamento de efluentes e que, apesar de não ter sido verificado 

mais detalhadamente, por questões de prazo e escopo deste projeto, fica a impressão de que alguma 

 

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parte dos efluentes são tratados por estações de tratamento do poder público, mas outra parte não, 

sendo  difícil mensurar qual é a proporção exata desta relação. 

Segundo  a  RDC  306/2004,  “Os  resíduos  líquidos  provenientes  de  esgoto  e  de  águas  servidas  de 

estabelecimento de  saúde devem  ser  tratados antes do  lançamento no  corpo  receptor ou na  rede 

coletora de esgoto, sempre que não houver sistema de tratamento de esgoto coletivo atendendo a 

área onde está  localizado o serviço, conforme definido na RDC ANVISA nº. 50/2002”. Seguindo esta 

orientação,  a  SESDEC  pode mapear  quais  unidades  necessitam  ter  um  sistema  de  tratamento  de 

efluentes anterior ao  lançamento em  rede  coletora que não possua estação ou em  corpo hídrico, 

diretamente. 

4.3.6. Manejo de RSS – Grupo E. 

Os materiais perfuro‐cortantes  são  acondicionados em  caixas descarpacks obedecendo  as normas 

relacionadas  ao  descarte  desses  materiais.  A  coleta  é  realizada  paralelamente  aos  resíduos 

infectantes do grupo A4. Esses materiais são estocados no abrigo de resíduos de lixo infectante e são 

coletados  seguindo o mesmo procedimento,  inclusive o  tratamento  e  a destinação  final. A  seguir 

segue a ilustração dos modelos de caixas utilizados para o descarte do material perfuro‐cortante. 

 

Figura 02:  Caixa descarpack utilizada para descarte de perfuro‐cortante. 

  

4.3.7. Armazenamento Externo. 

Através das visitas realizadas nas UPAs de Campo Grande, Tijuca e Botafogo, constatou‐se que todas 

as áreas de acondicionamento externo, ou abrigo de resíduos, seguem o mesmo padrão construtivo, 

mas com pequenas diferenças. 

A seguir, ilustramos um dos abrigos de resíduos visitados. 

 

 

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Figura 03: Visão externa do abrigo de resíduos. 

 

 

Figura 04: destaque das portas para duas salas separadas para abrigo de infectantes e outra para lixo 

extraordinário. 

 

 

Figura 04: Interior do abrigo de resíduos com os coletores da sala de resíduos extraordinários. 

Destaque para as paredes revestidas e para a porta de acesso diretamente para a área externa à 

UPA. 

 

 

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Figura 05: Ponto de água e luz no interior da área de armazenagem. 

Todos os abrigos possuem duas  salas distintas: uma para o  resíduo extraordinário e outra para o 

resíduo infectante. As duas realizam acondicionamento interno através de containeres de 240 litros, 

sempre em cores diferentes entre as duas tipologias, sendo que a cor branca é sempre utilizada para 

o resíduo infectante. 

Todas as paredes são revestidas em azulejos, facilitando a sua higienização. As salas possuem portas 

identificadas, com dimensões adequadas a entrada e saída do container. A porta externa, apesar de 

menor, também tem dimensões suficientes para a passagem dos containeres. Foi constatado que as 

portas ficam fechadas e que o acesso é realizado apenas pelo pessoal responsável pela coleta interna 

e pelo acompanhamento da coleta externa. 

Seguindo a questão da infra‐estrutura do abrigo de resíduos, pode‐se dizer que a sua área livre bem 

como  a  quantidade  de  containeres  atende  ao  quantitativo  gerado  pela UPA,  pois  as  coletas  são 

realizadas  diariamente.  Internamente,  o  abrigo  é  provido  de  pontos  de  energia,  iluminação  e 

também de um ponto de água. A higienização dos contentores são realizados no interior do abrigo e 

o  efluente  gerado  é  encaminhado  a  um  ralo,  também  no  seu  interior,  onde  o  piso  tem  declive 

acentuado dispensando a utilização de canaletas direcionais. 

A  ventilação  é mantida por uma  abertura  entre  a  estrutura do  telhado  e  as paredes  externas do 

abrigo. Essas aberturas não estão forradas com tela para evitar a entrada de insetos, mas ainda sim é 

dificultada por ser na parte superior em altura elevada. A questão dos roedores pode ser controlada 

com  o  fechamento  das  portas  que  possuem  frestas  mínimas  e  podem  evitar  a  entrada  desses 

animais. 

Os  resíduos  químicos  de  reveladores  e  fixadores,  apesar  de  acondicionados  em  bombonas,  estão 

sendo armazenados no abrigo junto ao lixo extraordinário. Embora o ideal fosse  a armazenagem em 

local  isolado, tratando‐se de pequena quantidade que é retirada tão  logo seja disponibilizado, esse 

tipo de armazenamento não causa  impacto ambiental,  já que os  resíduos não entram em contato 

entre si. 

 

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4.3.8. Segurança Ocupacional. 

Foi apresentado o PCMSO e o PPRA da empresa  “Mosca Grupo Nacional de Servs.  Ltda” a qual é 

responsável por prestar serviços de limpeza em uma das UPAs. 

O PCMSO visa atender a Norma Regulamentadora 32 (NR 32) e Norma Regulamentadora (NR 7) da 

portaria 3.214/78, conforme redação dada pela Portaria 24, de 29 de Dezembro de 1994 e Portaria 8, 

de 5 de Maio de 1996. 

O  documento  traz  as  necessidades  de  exames  admissionais,  periódicos  e  demissionais.  A 

obrigatoriedade  de  elaboração  do  atestado  de  saúde  ocupacional  –  ASO  e  o  programa  de 

treinamento de funcionários incluindo as atividades de limpeza e coleta de lixo. 

O  PPRA  também  apresentado,  tem  como  objetivo  preservar  a  saúde  e  a  integridade  de  física  do 

colaborador,  através  de  reconhecimento,  avaliação  e  controle  de  riscos  associados  às  atividades 

desempenhadas.  O  PPRA  detalha  a  necessidade  da  utilização  de  equipamentos  de  proteção 

individual – EPI’s, de acordo com cada atividade ou função desempenhada, dentre elas a de coleta 

interna de lixo, realizada nas UPAs. O documento também apresenta um programa de vacinação dos 

colaboradores, com a descrição do tipo de vacina e do período a que devam ser aplicadas. 

Os profissionais da equipe de  limpeza ainda  recebem  treinamento pelo gerente administrativo da 

UPA, onde são abordados temas como: utilização dos EPI’s, procedimentos para a coleta de  lixo no 

interior das UPAs, identificação dos sacos de lixo das determinadas tipologias de resíduos, conforme 

descrito na Descrição do Processo de Coleta de Lixo – Anexo III, evidenciado durante uma das visitas 

técnicas realizadas. 

4.4. ANÁLISE DAS ÁREAS ANTES DA IMPLANTAÇÃO DAS UPAs 

O  processo  de  análise  das  condições  das  áreas  antes  das  implantações  das  UPAs  se  deteve  à 

verificação  de  documentação  relativa  à  liberação  de  uso  por  parte  do  proprietário,  para  a 

implantação de cada unidade. 

A vista desses documentos estava associada a sua disponibilização para consulta, pela SESDEC, que 

obteve algumas dificuldades para agrupar os documentos de todas as 22 UPAs, no espaço de tempo 

disponível  para  tal  atividade.  No  entanto,  era  de  conhecimento  histórico  da  SESDEC,  o  estado 

anterior das áreas onde foram implantadas as UPAs. 

A  escolha  das  áreas  foi  realizada  em  função  da  sua  utilização  anterior,  para  que  pudessem  ser 

facilmente liberadas pelo Estado ou Município. Em sua maioria, os terrenos utilizados eram praças e 

áreas públicas sem utilização, canteiros de obras desativados, ou áreas de escolas, concessões para 

empresas e Órgãos públicos. Dessa forma, não foram feitas desapropriações de imóveis em nome de 

 

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terceiros, nem foram abertos processos para reintegração de posse dessas áreas utilizadas, segundo 

informações da própria SESDEC. 

Com o objetivo de detalhar a situação referente às áreas de utilização, mesmo sem a documentação 

específica  de  todas  elas,  a  SESDEC  elaborou  uma  planilha  contendo  as  22  unidades,  com  seus 

respectivos  endereços  e  as  condições  de  suas  áreas  anteriores  a  implantação.  Essa  planilha  se 

encontra no Anexo VII. 

V ‐  CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Através da análise realizada com base nos dados das visitas técnicas nas unidades de Campo Grande, 

Tijuca e Botafogo, pode‐se assegurar que as suas estruturas são bem similares, notadamente aquelas 

relacionadas ao gerenciamento de resíduos. 

Como  a  base  para  realização  do  gerenciamento  de  resíduos  é  a  implantação  e manutenção  do 

PGRSS, as UPAs possuem ação para realização de todas as etapas do gerenciamento, mas não existe 

uma padronização das ações, ou existe um procedimento específico documentado de como proceder 

para cada  tipo de  resíduo. Essa  falta de procedimento  foi evidenciado na vistoria dos documentos 

relacionados  ao  manifesto  de  resíduos  sólidos.  Para  suprir  essa  carência,  é  recomendável  a 

implantação do PGRSS. 

Seguindo esta linha, a SESDEC apresentou um cronograma básico para a implantação de um projeto 

para elaboração do PGRSS para todas as unidades de pronto‐atendimento com prazo previsto para 

término em fevereiro de 2010. Com a implementação deste Plano de Gerenciamento de Resíduos de 

Serviços da Saúde, a SESDEC caminha no sentido de padronizar as atividades e ter um maior controle 

sobre os processos de avaliação da disposição de resíduos. 

Recomenda‐se  também o  início da utilização da coleta seletiva,  inicialmente em pontos de grande 

geração  como  a  farmácia  e  o  almoxarifado,  enviando materiais  para  a  reciclagem,  diminuindo  os 

materiais encaminhados para aterro e conseqüentemente,  reduzindo o custo com a destinação de 

lixo extraordinário (grupo D). 

No  âmbito  dos  efluentes  líquidos,  todas  as UPAs  apresentaram  ligações  com  a  rede  coletora  de 

esgotos.  Sugerimos  que  seja  realizado  estudo  para  levantamento  da  necessidade  de  tratamento 

prévio em locais onde essa rede coletora não encaminhe o efluente a uma estação de tratamento.  

A coleta dos  resíduos é dada por diversas empresas, as quais a SESDEC apresentou as  licenças de 

operação para tal atividade. Entretanto, no Rio de Janeiro, os resíduos infectantes são coletados por 

caminhões do tipo compactador, que aplicam a sua carga, uma “baixa compactação” com a intenção 

 

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de preservar a integridade dos sacos plásticos. Todavia, como não existem aterros licenciados para a 

recepção desse tipo de resíduo sem tratamento prévio, deveriam ser investigadas, quais as condições 

de  descarregamento  desses  resíduos  nos  locais  onde  são  realizados  os  tratamentos.  Além  dessa 

questão,  poderiam  ser  realizadas  vistorias  constantes  nos  equipamentos  de  transporte  para 

verificação do atendimento aos requisitos legais, bem como a regularidade da Licença de Operação.  

Os  locais de destinação final dos resíduos passam por unidades de tratamento por autoclavagem e 

disposição  em  aterro  sanitário  ou  aterro  controlado.  Recomenda‐se  também  que  a  SESDEC 

determine  o  transporte  dos  resíduos  para  aterro  sanitário  licenciado,  ou  para  tratamento  prévio 

antes  de  encaminhamento  à  disposição  final,  pois  o  descarte  em  aterro  controlado,  ainda  pode 

trazer  riscos  ao  ambiente,  já  que  não  possuem  procedimentos  de  controle  e  monitoramento 

adequados como um aterro licenciado. 

Para a  complementação desta análise  sobre o  impacto ambiental  causado pelos  resíduos gerados 

pelas UPAs, seria necessário um aprofundamento nas questões ligadas ao tratamento e a destinação 

final dos resíduos nas unidades contratadas pela SESDEC, realizando vistorias no site da empresa e o 

levantamento dos processos adotados na execução dos serviços, bem como no controle ambiental. 

Apesar de não possuir um PGRSS, ainda são realizados procedimentos de limpeza, acondicionamento 

temporário e acondicionamento externo de forma adequada, sendo evidenciada a preocupação dos 

gerentes  administrativos  em  treinar  os  funcionários  e  fazer  com  que  a  coleta  seja  realizada,  os 

manifestos recolhidos e arquivados. 

Com base nos dados  levantados e do contato junto aos gestores que acompanharam as visitas, fica 

evidenciada uma constante atenção quanto a questão do gerenciamento de resíduos, da capacitação 

de pessoal da área de serviços, restando, todavia um aprimoramento nos controles e procedimentos 

com vistas a assegurar melhor monitoramento  e aperfeiçoamento do sistema de gestão de resíduos. 

Em função das informações apresentadas sobre a situação das áreas antes da implantação das UPAs, 

pode‐se  dizer  que  as  áreas  estavam  inutilizadas  ou  sub‐utilizadas,  pois  foram  apresentados  pela 

SESDEC documentos que confirmam esse histórico: uma planilha com informações sobre todas as 22 

áreas e ainda 02 documentos de cessão de uso das unidades da Tijuca e Botafogo. Complementando, 

pelas informações obtidas na SESDEC, nenhuma área foi obtida à partir da desapropriação de imóveis 

de  terceiros. Apesar de  todas as  informações  registradas no Anexo VII, a  consultoria ainda  sugere 

que a SESDEC forneça, à parte, todas as outras cartas de cessão de uso de área, ou documentos que 

informem a liberação das áreas para implantação das UPAs para complementar e confirmar o que já 

foi informado pela mesma.