Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

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Relatório Brasil de Endomarketing e Comunicação Interna Edição 2012/2013

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Neste trabalho, Daniel Costa e Lisiane Dias, apresentam um compilado de quase 40 diagnósticos de Endomarketing e Comunicação Interna em organizações de grande porte do Brasil inteiro, inclusive do Setor Público. No relatório, um retrato detalhado deste segmento de mercado, sobre problemas sistêmicos, boas práticas, melhores canais internos, comunicação direta via lideranças, dentre outros tópicos relevantes para profissionais da área.

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Relatório Brasil de Endomarketing e Comunicação InternaEdição 2012/2013

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2 3

A ideia da elaboração do Relatório Brasil de Endomarketing

e Comunicação Interna surgiu do desejo de alertar as

organizações para os movimentos do mercado no sentido de

aprimorar sua relação com o público interno.

Em sua pesquisa para a elaboração de um novo livro sobre

comunicação interna, o diretor de Planejamento e Consultoria da Santo de Casa Endomarketing S/A, Daniel Costa, atentou para a riqueza da amostragem

em poder da consultoria, fruto de quase quatro dezenas

de diagnósticos. Em 11 anos de experiência, a Santo de

Casa já realizou diagnósticos de comunicação interna em

organizações de todas as regiões do Brasil, de diferentes

portes e áreas de atuação, desde o maior empregador privado

do país até instituições do setor público. Este universo

distribui-se em 16 estados brasileiros, materializando cerca

de 340 grupos de discussão, que envolveram mais de 3,5 mil

colaboradores contemplados neste relatório.

Este ativo constitui-se em um significativo retrato dos

trabalhadores brasileiros sob a ótica da comunicação interna

das organizações onde atuam, compartilhado neste relatório.

Nele, empresas e organizações se espelharam em outras já

diagnosticadas, aferindo se suas realidades condizem com a

prática do mercado.

O Relatório Brasil é um instrumento que irá auxiliar empresas e

profissionais da área a melhorarem seu entendimento sobre o

papel e sobre a importância do endomarketing e dos impactos

de uma gestão estratégica para a comunicação, apoiando na

construção e na consecução de seus planos de endomarketing.

Expediente

Este relatório

O Relatório Brasil de Endomarketing e Comunicação Interna é uma publicação da Santo de Casa Endomarketing S/ADiretora Executiva: Camila LustosaDiretor de Planejamento & Consultoria: Daniel CostaExecução:

(51) 3023-2020 | www.santodecasa.netResponsabilidade Técnica: Daniel CostaCoordenação: Lisiane DiasJornalista Responsável: Lisiane DiasRedação: Marcelo BarbosaProjeto Gráfico: Aline OcañaDiagramação: Aline Ocaña e Francieli ZilsFotos: Shutterstock.com

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4 5

Em 2012, fiz 92 voos pelo país. Este ano, acho que passo dos 100.

Nosso trabalho tem um pouco dos antigos mascates,

desbravando o Brasil, porém com um único objetivo:

conhecer e ouvir pessoas. Justamente as pessoas que

fazem as empresas acontecerem de fato, pois a estratégia

de uma distribuidora de energia acontece no pé do poste,

de uma indústria de laticínios acontece na teta da vaca, de

uma construtora, no alicerce da ponte, e de um hospital, na

veia do paciente. E é nestes lugares que vamos ouvir esses

milhares de trabalhadores que empenham seu potencial para

movimentar a economia.

Isso é fascinante. Um trabalho maravilhoso!

Ouvimos verdadeiras pérolas. Aprendemos muito sobre tantos

negócios, sobre as empresas pesquisadas e sobre como

pensam seus líderes e colaboradores. O mais curioso: muito

do que se ouve sobre uma prestadora de serviços, indústria,

comércio ou órgão público é parecido. Às vezes, quase igual.

Daí o insight para fazer este relatório. Após quase 40 pesquisas,

nos demos conta de que tínhamos em mãos um diagnóstico

da comunicação organizacional interna do contexto brasileiro.

Problemas recorrentes de falta de visão sistêmica, excesso de

ansiedade na gestão, deficiências na comunicabilidade dos

líderes, dentre outros, falam alto em nossas organizações. Sim,

um reflexo evidente do tempo em que vivemos, o mundo

líquido de Bauman, pintando um cenário complexo, desafiador

e, ao mesmo tempo, cheio de oportunidades.

Em busca de novas

e mais perguntas

DANIEL COSTA, Diretor de Planejamento e Consultoria da Santo de Casa

Confesso que ainda não sabemos ao certo o que fazer com

toda esta infinidade de dados quantitativos e qualitativos.

Eles provocam muito mais novas perguntas do que

propriamente respostas definitivas. Claro que ajudam

muito quando planejamos as ações de endomarketing

e comunicação interna de nossos clientes, reduzindo

muito a margem de erro e sempre proporcionando novos

aprendizados, até porque é assim que os especialistas se

formam: a gente errou em tantas coisas e de tantas formas

diferentes que a mira fica cada vez mais acurada. E a cada

nova pesquisa e projeto, o ajuste fino com que se trabalha

fica mais efetivo.

Tenho convicção, no entanto, de que compartilhar este

conhecimento vai ajudar a todos os profissionais da área

a refletirem, para que juntos possamos fazer as perguntas

certas, colaborando, qualificando e legitimando nossa

atividade pelo bem e perpetuidade das organizações. Então

fica o convite para investir seu tempo lendo, criticando

este relatório, enviando suas dúvidas e deixando suas

contribuições. Estaremos à sua disposição e teremos enorme

prazer em receber e em retornar o seu contato.

Espero que goste de consumi-lo tanto quanto nós gostamos

de tê-lo feito.

[email protected]

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6 7

38 diagnósticos

em organizações de todas as regiões do país

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8 9

1. Introdução Quanto vale a boa comunicação interna 13

Por que fazer pesquisa? 14

A Santo de Casa 16

3. a amostra Universo 22

Segmento econômico 22

Distribuição geográfica 22

Tempo de empresa 22

Faixa etária 22

Escolaridade 23

Porte 23

Nível hierárquico 23

Função 23

5. desempenho dos canais Avaliação dos canais 50

E-mail 53

Newsletter/E-mail Mkt 56

Jornal 58

Mural 60

Intranet/Portal 62

Revista 64

Artigo: Comunicação para

educar - Camila Lustosa 66

o desafio no setor PúblicoArtigo - Lisiane Dias 72

2. a metodologia de pesquisa e

diagnóstico Modelo combinado 18

Resultados 20

6. Estrutura e processos de Comunicação InternaRH ou Marketing? 68

A comunicação face a face 70

Profissional de Endomarketing 71

4. Perspectiva geralEmpresa, Gestor, Grupo, Indivíduo 26

Disseminando a estratégia 29

Como os gestores se comunicam 32

Carência de integração e sede de informação 34

Participação e Retenção 35

Pecando pelo excesso 36

Outros comparativos 37

10

18

6826

22 50

72

Índice

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10 11

Desenvolver uma comunicação interna eficaz, clara,

transparente com seus colaboradores e, principalmente,

alinhada às estratégias é cada vez mais condição

indispensável para que organizações mantenham-se sólidas

e competitivas, em condições de perpetuar seus negócios e

seus bons resultados.

Nos últimos anos, o mercado tem verificado mudanças

significativas na relação das pessoas com seu trabalho, que não

mais representa a atividade central da existência do ser humano.

Por isso, os valores que o profissional de hoje busca no trabalho já

não são apenas aqueles tangíveis, como uma boa remuneração,

pacote de benefícios atraente a perspectiva de segurança.

O trabalhador de hoje busca uma atividade que lhe garanta também retornos subjetivos, desafiadores.

Ele precisa reconhecer seu esforço na atividade em que está envolvido. Quer ser valorizado. Sentir-se efetivamente importante para a criação e desenvolvimento do produto ou serviço oferecido pela organização em que atua.

O endomarketing e a comunicação interna (apesar de,

na prática, serem muitas vezes aceitos como sinônimos, a

comunicação interna, na realidade, integra o composto de

endomarketing) têm papel decisivo não só na identificação

desta demanda, mas também na construção do sentimento

de pertencimento à organização e satisfação dos desejos dos

colaboradores. Além dos atributos tangíveis da relação entre

a organização e o colaborador, é preciso saber comunicar

também os valores subjetivos. Antes de satisfazer o público

externo, a organização precisar satisfazer o público interno. Na

visão dos investimentos em endomarketing, o cliente vem em segundo lugar.

Uma das mais evidentes mudanças na relação das pessoas

com seu trabalho está no ciclo de permanência dos

colaboradores no emprego, que deixou de ser a meta

principal do trabalhador. Se os objetivos – tangíveis ou

intangíveis – não estão ao seu alcance na posição que

ocupa, ele já não hesita em buscar um novo caminho.

Adequar-se a esta nova dinâmica exige um esforço maior da

organização. Reter um bom valor (bom profissional) já não é

a meta fundamental, como no passado, mas sim maximizar

sua experiência de trabalho e emprego, garantindo retorno

satisfatório para as duas partes. A retenção surge aqui como

um ‘efeito secundário’ do sucesso da relação.

O que o mercado vem comprovando nos últimos anos é que

não apenas melhores resultados humanos são possíveis, a

partir de programas de comunicação interna bem estruturados,

como também o alcance de melhores desempenhos

econômicos e financeiros.

Empresas que sabem se comunicar de forma eficiente com

seus colaboradores compreendem melhor suas necessidades,

suas inseguranças e seus objetivos. Já o colaborador entende

melhor seu papel no negócio da empresa, sente-se valorizado

pelo esforço que empreende para que a organização atinja

1. Introdução

Pesquisa realizada pela towers Watsonem 328 organizações de todo o mundo mostra que empresas que desenvolveram uma comunicação altamente eficaz com seus colaboradores obtiveram retornos financeiros até 47% maiores do que aquelas que ainda não atingiram eficiência neste relacionamento.

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12 13

Brasil Foods (BRF)(R$ milhões)

AES Brasil(R$ bilhões)

seus objetivos. E esta mutualidade

é combustível para o engajamento

do colaborador, indispensável para

o alcance dos bons resultados.

Atingir esta maturidade no

relacionamento com o público

interno é pré-requisito para que a

organização consiga conquistar e

fidelizar seus clientes.

A qualidade do relacionamento que a empresa mantém com seus clientes é um reflexo direto da qualidade da relação que ela mantém com seus colaboradores.

É neste cenário que a pesquisa e

o diagnóstico em comunicação

interna ganham um papel cada

vez mais indispensável para a

construção de programas de

endomarketing estratégicos e

eficazes. Pois é mensurando,

avaliando, conhecendo o perfil e

entendendo o comportamento e as

expectativas de seu público interno

que as organizações terão melhores

condições de se estruturar para o

alcance dos resultados esperados.

QuAnto vAlE A boA ComuniCAção intErnASe a qualidade do relacionamento

de uma organização com

seus clientes é proporcional à

qualidade da sua relação com os

colaboradores, como já foi dito, é

esperado, então, que empresas que

investem de forma estratégica em

comunicação interna obtenham

mais sucesso na consecução de

suas metas. Uma rápida análise nos

resultados de algumas empresas

com as quais atuou a Santo de

Casa, a maioria líderes em seus

segmentos, possibilita que se faça

o vínculo entre uma eficiente

estratégia de comunicação interna

e bons resultados. Amparada pelos

investimentos em comunicação

interna, a Brasil Foods, um dos

maiores empregadores individuais

12,4

3,4

13,6 1416

12

8

4

02009 2010 2011

4,2 4,932,22,1

Receita líquida

Lucro líquido

EBITDA

20.937

1.166

2009

3572.635

2010

804

22.681

1.5823.244

2011

25.70630.000

20.000

10.000

0

Receita líquida

Lucro líquido

EBITDA

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14 15

do país, experimentou um

crescimento de 23% em sua

receita líquida e de 343% em seu

lucro líquido.

Por QuE fAzEr PESQuiSA? O sucesso de uma organização

depende do alinhamento entre

sua estratégia externa e as práticas

e políticas de gestão internas.

Ter a medida exata do que se

passa no interior da organização

é fundamental para encaminhar

esse alinhamento. Não raro, a

percepção dos colaboradores sobre

o que se passa na empresa, seus

objetivos, metas e direcionadores

estratégicos difere da percepção do

cliente externo e também daquilo

que os executivos da organização

acreditam estar transmitindo a esse

público interno.

O funcionário faz parte do público mais complexo, pois conhece a

realidade (interior) da empresa, e não apenas a sua imagem e reputação Ele é construtor, constituinte e construído por esta imagem.

A pesquisa de comunicação interna

visa facilitar este alinhamento. Em

muitos casos, os líderes e gestores

identificam empiricamente os

pontos divergentes, e o diagnóstico

é fundamental para materializar

estas percepções. A pesquisa será

um importante subsídio para

validar e legitimar o planejamento

de endomarketing e comunicação

interna, otimizar investimentos e

amparar a tomada de decisão na

área e, com isso, fazer a estratégia

acontecer, garantindo que o posicionamento da marca não seja algo que a empresa diz, e sim algo que ela faz.

Com eventuais adequações

metodológicas, a pesquisa de

comunicação interna é um

NET(R$ milhões)

Marcopolo(R$ milhões)

2009 2010 2011

8.000

6.000

4.000

2.000

0

Receita líquida

Lucro líquido

EBITDA

4.613

1.242736

1.559

307

5.406

373

1.940

6.690

2009 2010 2011

4.000

3.000

2.000

1.000

0

2.023

177,4125

398,3295,8

2.964

344 464,1

3.368

Receita líquida

Lucro líquido

EBITDA

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16 17

11anos de experiência

em pesquisa decomunicação interna

38diagnósticos

16estados

brasileiros

instrumento de grande valia para

instituições de todos os portes e

setores econômicos.

A SAnto DE CASAA Santo de Casa é uma agência de

endomarketing com a cultura de

fazer a comunicação interna rimar

com a externa, em organizações

de todos os portes e segmentos.

Reúne todas as ferramentas para

o levantamento de necessidades,

planejamento, implementação

e manutenção de programas de

endomarketing e comunicação,

buscando estreitar a relação

entre empresa e empregados,

popularizando a comunicação com

soluções, que não são aplicadas

apenas da boca para fora. O Núcleo

de Consultoria da Santo de Casa

é responsável pela arquitetura

dos projetos de endomarketing,

por seu planejamento executivo

e acompanhamento. A partir de

modelos de pesquisa consolidados,

são identificadas as reais

aqualidade do relacionamento que a empresa mantém com seus clientes é um reflexo direto da qualidade da relação que ela mantém com seus colaboradores.

Famastil(R$ milhões)

2010 2011

100

75

50

25

0

11,25

83,5

5,4 11,9

92,1

Receita líquida

Lucro líquido

EBITDA

a expertise da santo de Casa

necessidades de comunicação e

elaborados planos estratégicos.

Para mensurar a eficácia da

comunicação interna das

organizações, a Santo de Casa

desenvolveu uma metodologia

própria de pesquisa, especializada

em avaliar o engajamento, a

efetividade da comunicação

interna, o desempenho dos canais

e a identidade organizacional

do universo pesquisado.

Essa metodologia permite o

alinhamento com as estratégias

do cliente, sem engessá-lo em um

modelo único e ‘ideal’ no processo

de comunicação interna.

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18 19

A efetividade da metodologia de pesquisa atualmente

aplicada pela Santo de Casa é resultado de mais de 10 anos

de experiência em diagnósticos de organizações de todos

os portes, áreas de atuação e regiões do país. Feita in loco,

abastecida no contato direto com os próprios trabalhadores,

ingressando no interior do Brasil, é esta pesquisa que permite

elaborar a radiografia do mercado de trabalho a partir da

comunicação interna das corporações. Ao longo deste período, os

consultores da Santo de Casa dedicaram mais de 500 horas para

ouvir os trabalhadores, e outras 2,5 mil horas no processamento

e análise dos dados coletados. Considerando todas as empresas

diagnosticadas, tem-se um universo superior a meio milhão de

trabalhadores representados nos grupos de amostragem.

Trata-se de uma metodologia de pesquisa em constante

desenvolvimento, sempre se adequando às mudanças de perfil

das empresas e de sua força de trabalho e agregando melhorias

para qualificar o método. Não se trata, porém, de um método

personalizável a cada empresa, já que a manutenção de um

padrão permite avaliações, cruzamentos e comparações com os

resultados de mercado já aferidos na experiência da consultoria.

moDElo CombinADo O diagnóstico de comunicação interna realizado pela Santo

de Casa é um dos únicos a combinar análises qualitativas com

indicadores quantitativos. O eixo quantitativo permite a definição

de indicadores indispensáveis, para situar a empresa diagnosticada

frente ao mercado, pela comparação de resultados. Também

propicia acompanhar a evolução dos processos e resultados ao

longo do tempo. Já a análise qualitativa permite compreender os

hábitos de comunicação dos trabalhadores tanto no ambiente da

corporação quanto fora dele.

Sinteticamente, pode-se considerar que o eixo quantitativo permite

verificar ‘o que’ e ‘o quanto’, referentes ao processo de comunicação

interna, enquanto o eixo qualitativo mostra ‘o como’ e ‘o porquê’.

O ponto de partida para o diagnóstico são os grupos focais de

trabalhadores parametrizados, organizados de forma a representar

toda a heterogeneidade da empresa diagnosticada. A partir da

análise da estrutura da organização, são definidos os critérios para

a composição desta amostragem, considerando a capilaridade

e distribuição geográfica da empresa, seus níveis hierárquicos,

natureza da atividade dos colaboradores e o porte da organização.

A partir de uma dinâmica de trabalho em equipe, os colaboradores

são desafiados a ‘exercer’ a comunicação. É o próprio funcionário

quem fornece os subsídios para o diagnóstico. Durante todo

o processo, o consultor, de forma isenta, apenas desperta esse

discurso, facilita a reflexão e a expressão, para que os participantes

se manifestem livremente.

A qualidade do diagnóstico é proporcional à veracidade e autenticidade das informações dos grupos. O sigilo das declarações individuais, presente em cláusula contratual entre cliente e consultoria, garante o anonimato dos participantes, o que legitima as informações coletadas.

2. a metodologia de pesquisa e diagnóstico

Levantamento combina indicadores quantitativos– que permitem verificar os ‘ques’ e os ‘quantos’ – a análises qualitativas, capazes de compreender melhor os ‘comos’ e os ‘porquês’.

Page 11: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

20 21

O processo junto aos

colaboradores é complementado

com visitas dos consultores

às dependências da empresa,

aprofundando o conhecimento

das atividades efetivamente

realizadas pelos colaboradores e

também das características, muitas

vezes complexas, dos ambientes

de trabalho, além de identificar as

oportunidades de comunicação.

Para melhor compreender a

estratégia de negócios e conciliar

a visão do empregado e do

empregador sobre a comunicação

interna, são realizadas ainda

entrevistas com executivos de

áreas estratégicas da organização.

rESultADoSCom base nas informações

coletadas junto aos colaboradores

nas etapas qualitativa e

quantitativa, entrevistas com

os gestores e observações dos

consultores, além do estudo dos

produtos atuais de comunicação

interna da empresa e de outras

pesquisas e projetos (clima,

planejamento estratégico,

programas internos etc.), o método

permite analisar, entre outros

aspectos, a cultura e a identidade

corporativa, a visão sistêmica e

os processos de trabalho, papel

dos líderes na comunicação, a

comunicação propriamente dita e

o desempenho dos canais internos.

Os dados coletados passam

por um processo de análise de

conteúdo, onde as informações

são verificadas a partir de sua

frequência, intensidade, relevância

e redundância. Os questionários

que alimentam o eixo quantitativo

são tabulados e analisados

estatisticamente. O resultado

desse processo é um minucioso

relatório de diagnóstico, com

a radiografia da comunicação

interna da empresa, base para

um projeto de endomarketing

alinhado com os objetivos

estratégicos da organização.

[ onze anos ouvindo colaboradores

de grandes empresas ] 500 de entrevistas e

grupos de discussão

horas

2,5no processamento e análise dos dados coletados

milhoras

0,5 de trabalhadores representados nos grupos de amostragem

milhão

Page 12: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

22 23

O Relatório Brasil de Comunicação

Interna é o resultado de

diagnósticos realizados pela

Santo de Casa até dezembro

de 2012, em organizações de

todos os portes, segmentos

econômicos e regiões do Brasil.

Em sua esfera quantitativa,

compila os resultados de 2.440

entrevistas com colaboradores.

Desse total, 49,7% atuam na

indústria, segmento que primeiro

despertou para a necessidade de

desenvolver estratégias efetivas de

comunicação interna. Aqui, temos

o olhar de trabalhadores de 16

cidades das cinco regiões do país. A

análise do perfil dessa amostragem

revela um grupo heterogêneo, o

que permite classificá-lo como

um pequeno retrato da força de

trabalho no Brasil.

Universo

38

organizações

340

grupos de discussão

3,5 mil colaboradores participantes

segmento econômico:

49,7% Indústria

22,2% Serviços

15,6% Comércio

12,5% Setor Público

3. a amostra

Em sua esfera quantitativa,

compila os resultados de 2.440 entrevistas com colaboradores.

Page 13: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

24 25

distribuição geográfica:

84,6% Sul e Sudeste

15,4% Outras regiões

tempo de empresa:

11,7% Menos de 1 ano

39,4% 1 a 5 anos

18,6% 6 a 10 anos

30,3% Acima de 10 anos

Escolaridade:

6,6% Ensino Fundamental

26,9% Ensino Médio

43,3% Ensino Superior

23,2% Pós-Graduação

Porte da empresa:

16,9% Até 1 mil colaboradores

22,5% 1 mil a 3 mil

25,1% 3 mil a 10 mil

35,4% Acima de 10 mil

sexo:

63% Homens

37% Mulheres

faixa etária:

20,1% Até 25 anos

41,9% 26 a 35 anos

23,1% 36 a 45 anos

15% Acima de 45 anos

Nível hierárquico:

41,2% Analistas e técnicos

45,7% Base operacional

13,2% Gestores

função:

30,4% Produção

37,5% Administrativo

4,4% Comercial e Atendimento

14,8% Serviços técnicos

12,9% Serviços públicos

Page 14: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

26 27

No processo de diagnóstico, o perfil da comunicação interna

das organizações estudadas começa a ser visualizado a

partir da análise dos dados sob quatro dimensões: Empresa,

Gestor, Grupo e Indivíduos. Ou seja, trata-se de averiguar o

desempenho da comunicação através da percepção que o

colaborador tem da orgranização na qual atua, da atuação de

comunicabilidade de seu líder, do grupo em que está inserido

e dele dentro do processo.

O conjunto de indicadores vinculado às quatro dimensões

permite à metodologia aferir se cada ator compreende e cumpre

adequadamente seu papel no processo de comunicação interna,

se tem suas demandas atendidas e como se processam as

relações entre eles. Os indicadores de cada dimensão são:

EmpresaCredibilidade: avalia a credibilidade e a legitimidade do emis-

sor e o call for action da informação, prerrogativas básicas para

efetividade da comunicação interna.

Simetria: mostra o alinhamento existente na estrutura em

seus diferentes níveis, a partir do desdobramento efetivo da

comunicação. Ou seja, mede o efeito “telefone sem fio”, as

perdas ou modificações da mensagem.

mutualidade: avalia a preocupação da empresa em manter

seus colaboradores informados sobre os assuntos de seu

interesse, valorizando, portanto, sua dedicação à empresa.

reciprocidade: avalia a capacidade da empresa de ouvir e a

percepção do colaborador de ser ouvido.

gestororientação: capacidade de manter as pessoas conhecedoras

de seus papéis e de suas responsabilidades, comprometidas

com suas metas, alinhadas às estratégias da empresa e prepara-

das para a tomada de decisão.

formação: capacidade dos líderes de prepararem suas equi-

pes para o desempenho efetivo de suas tarefas ao promoverem

um aprendizado constante, atuando como educadores, com-

partilhando conhecimentos e demonstrando ser um exemplo

e uma referência de atitude.

Estímulo: capacidade de motivar constantemente suas

equipes a obter melhores resultados, seja pelo desempenho in-

dividual ou coletivo, sabendo reconhecer as pessoas, encorajar

o grupo e manter um clima favorável ao trabalho.

Avaliação: capacidade de avaliar o desempenho de seus cola-

boradores (feedback), formal e informalmente, em um processo

constante de comparação e alinhamento entre expectativas

e realizações, fornecendo um retorno maduro, qualificado e

indutor de melhorias comportamentais.

Confiabilidade: capacidade dos líderes para deterem a

confiança de suas equipes a partir de suas atitudes comunican-

tes, ou seja, entregando seu trabalho com excelência, sendo

coerentes em suas ações e cumprindo, com ética e integridade,

os compromissos firmados.

grupo integração: mede a dinâmica positiva entre as pessoas e é

correlato à terceira dimensão pesquisada.

4. Perspectiva geral da comunicação interna 25% a 35% do retrabalho verificado nas organizações tem origem em problemas na comunicação, sendo a falta de simetria um dos mais significativos deles.

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28 29

IndivíduoParticipação: avalia o interesse do

colaborador pela comunicação inter-

na e sua atitude como multiplicador

da imagem positiva da empresa.

Diante do entendimento desses

indicadores, é possível apresentar o

panorama geral da Comunicação

Interna na amostra de empresas

pesquisadas pela Santo de Casa. Essa

fotografia apresentada a partir das

quatro dimensões da CI revela um

comportamento recorrente nos

diagnósticos, nos quais os cola-

boradores costumam atribuir as

melhores avaliações à sua atuação

(Dimensão Indivíduo). Em seguida

avaliam Grupo e Gestor (no conso-

lidado, com empate, mas, normal-

mente, Grupo em primeiro e Gestor

depois), e, por último, a organização

(Dimensão Empresa).

Essa curva apresenta variações ape-

nas no serviço público, onde há uma

tendência dos servidores avaliarem

melhor a Dimensão Grupo do que a

Dimensão Indivíduo.

Veja o panorama geral (ao lado):

Panorama geral da amostra em relação aos quatro indicadores:

10

8

6

4

2

0terceira

Dimensão:Grupo

6,76,7

SegundaDimensão:

Gestor

6,1

PrimeiraDimensão:

Empresa

QuartaDimensão:

Indivíduo

7,2

notaGeral

6,2

DiSSEminAnDo A EStrAtéGiAOs resultados comuns verificados nas quase quatro

dezenas de organizações diagnosticadas permitem

aferir os pontos de convergência e as dificuldades mais

comuns resultantes de processos de comunicação

interna inadequados. Na Dimensão Empresa,

encontra-se um dos gaps mais comuns, que diz

respeito à falta de simetria entre os diferentes níveis da

organização, um indicativo dos problemas no fluxo da

informação na corporação.

Os resultados presentes na totalidade dos diagnósticos

mostram que a compreensão dos direcionadores

estratégicos da organização vai se perdendo ao longo da

estrutura corporativa.

Com este processo, a base operacional herda uma baixa visão sistêmica, na maioria das vezes, deixando-a incapaz de lhe prover a noção clara dos resultados de seu trabalho quer no produto ou serviço que a organização oferece, quer nas suas relações com as demais áreas.

Os efeitos desta falta de simetria serão sentidos não

apenas na dificuldade de engajar os colaboradores. Ela

prossegue como fonte de retrabalho e desperdício. Entre

25% e 35% do retrabalho verificado nas organizações

tem origem em problemas na comunicação, sendo a falta de

simetria um dos mais significativos deles.

Essa perda transfere-se inevitavelmente para o cliente, através

da redução na qualidade dos serviços prestados. Logo, a

simetria no processo de comunicação interna configura-se

hoje um diferencial competitivo para as organizações, onde os

colaboradores, do topo à base, compreendem as estratégias da

organização, seus objetivos de curto e de longo prazo.

Aqui, cabe um esclarecimento. A deficiência de simetria

verificada nas empresas diagnosticadas pela Santo de Casa

raramente decorre de falhas no processo de comunicação

propriamente dita.

a baixa visão sistêmica

é um dos gaps mais comuns nas organizações pesquisadas, evidenciando a dificuldade que encontram de manter o

fluxo da comunicação e a disseminação da estratégia nos mais diferentes níveis, do

topo à base, sem perdas ou alterações da mensagem.

Page 16: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

30 31

Na maioria dos casos, trata-

se de problemas de gestão

– lembrando que não existe gestão sem comunicação – que

terminam por acarretar

inconformidades no processo de

comunicação. E essa observação se

mostra relevante à medida que, em

se tratando de falhas na execução

do que a gestão pretende fazer,

soluções de comunicação,

aplicadas de forma isolada, não

serão eficazes. O desafio aqui é

identificar e distinguir o que é

causa (gestão/comunicação) e o

que é consequência, para definir

as estratégias mais eficientes. E

sempre ter em mente que esse

problema, onde quer que esteja

sua origem, chegará, sim,

ao cliente.

Além das deficiências de simetria,

outra característica recorrente nas

corporações diagnosticadas, que

se configura em fator de risco, é

o que a metodologia da Santo de

Casa define como ‘ansiedade e

incongruência tática’.

Trata-se de práticas geralmente arraigadas à cultura da empresa, como, por exemplo, a determinação de metas em prazos inviáveis, sem que se disponibilizem estrutura e recursos necessários para tal tarefa.

Assim como também é comum que os colaboradores

recebam desafios estratégicos novos, na mesma medida que

se ampliam as cobranças por suas atividades operacionais.

Ainda na perspectiva dos fatores de risco, no que se refere

à comunicação interna no Brasil, os diagnósticos também

identificam, como prática comum, geralmente por gestores

que não dominam suficientemente as estratégias, o

fornecimento de orientações inadequadas e contraditórias

aos colaboradores, o que é um estopim para a frustração

e ineficiência. Carentes de visão sistêmica, muitos líderes

terminam por fomentar a competição indevida e o

desalinhamento entre diferentes áreas. Ainda se verifica entre

as corporações uma cultura de relegar a um segundo plano a

adequada comunicação com sua base.

Isso, muitas vezes, ocorre por claro preconceito, já que as organizações simplesmente não acreditam que no ‘chão da fábrica’ ou nas áreas operacionais há pessoas com capacidade e interesse para compreender as estratégias da empresa, excluindo-os deste contexto.

A recomendação é quebrar o tradicional paradigma estratégico/

tático/operacional, uma vez que toda decisão, mesmo que de

baixa complexidade, que serve para cumprir o posicionamento,

é estratégica.

Em outros casos, as empresas identificam os problemas

de comunicação interna, mas não enxergam claramente a

influência deles em sua atividade fim.

Essa dissociação pode resultar da crença, já superada, de que o

endomarketing e a comunicação interna limitam-se à função de

informar, sem papel ou interferência na estratégia do negócio

propriamente dito.

Dimensão Empresa: falta de simetria é recorrente nas organizações

10

8

6

4

2

0

5,2

Simetria mutualidade

6,2

reciprocidade

5,36,2

Credibilidade

6,1

PrimeiraDimensão:

Empresa

6,2

notaGeral

Para entender as deficiências de

simetria é necessário primeiramente entender até

que ponto sua origem está realmente nas falhas de comunicação interna, ou

se consiste em problemas de gestão. Na maioria dos casos, trata-se da segunda

opção.

Page 17: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

32 33

Como oS GEStorES SE ComuniCAmAs pesquisas vêm mostrando, ano

a ano, que, no geral, os gestores

brasileiros apresentam pouca

aptidão para se comunicar com

suas equipes. A Dimensão Gestor mostra que o ponto

fraco dos líderes, no que se

refere à comunicação interna,

é sua incapacidade de avaliar o

desempenho de suas equipes

quando lhes transmite suas

impressões.

As dificuldades de feedback aparecem, em disparado, como os piores indicadores dos líderes brasileiros na visão dos seus colaboradores.

Ao serem alçados à posição

de líderes, esses profissionais

geralmente são preparados para

outros aspectos da gestão, que não

a comunicação com suas equipes.

No Brasil, os líderes destinam menos de 10% de seu tempo

para gestão de pessoas, o que, com certeza, os distancia dos

mais básicos e adequados processos de comunicação interna.

Aprisionados em um modelo que lhes obriga a dedicar

mais esforços para atender demandas superiores do que

demandar seus comandados, a maioria dos gestores brasileiros

habitualmente só se confronta com seus subordinados quando

se faz necessário um feedback negativo, uma correção de rota

ou realinhamento.

Dimensão Gestor: dificuldade generalizada de dar feedback

10

8

6

4

2

0

6,5

formação Estímulo

6,5

feedback

5,66,7

orientação

6,9

Confiabilidade

Líderes relatam

destinar menos de 10% de seu tempo para a realização de gestão

de pessoas. Relatam ainda que entre 40% e 50% do tempo dos

gestores é gasto em reuniões, e que metade delas não precisaria existir, ou que poderiam consumir metade do tempo, se fossem regularmente

bem conduzidas.

A comunicação face a face, seguramente a mais eficiente na

relação entre gestor e equipe, tem sido solenemente ignorada

pelos líderes e é geralmente substituída pela praticidade (com

limitada efetividade) do e-mail.

rotinA DE rEuniõESEntre 40% e 50% do tempo dos gestores é gasto em reuniões.

E, na avaliação da maioria deles, a metade desse período é

desperdiçado em virtude de reuniões ineficazes, improdutivas

ou nada efetivas. A realidade é que em poucos casos as

reuniões são conduzidas de forma produtiva ou resolutiva.

Geralmente resumem-se a encontros para troca de

informações que não exigiriam a presença e o tempo que

sugam dos participantes.

Na realidade, a maioria das reuniões é motivada pela falta de confiança na capacidade dos colegas em se apropriar de informações que poderiam circular por outros meios.

É uma forma de se assegurar que os colegas efetivamente

receberam todas as demandas e atualizações que se necessita

transmitir. Há pouco espaço para discussão de estratégias,

rumos ou análises mais aprofundadas.

Page 18: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

34 35

CArênCiA DE intEGrAção E SEDE DE informAçãoNa Dimensão Grupo, a

principal observação refere-se

à capacidade de integração

dos colaboradores e como eles

interagem com as diferentes áreas.

Verifica-se aqui uma tendência ao

individualismo dos colaboradores

em seus núcleos básicos.

Ou seja, sentem-se confortáveis em

sua unidade, em sua ‘célula’, mas

mantêm um distanciamento de

outras áreas da corporação.

Testes estatísticos comprovam que há forte correlação entre Retenção e Reciprocidade. Quanto mais a empresa ouve, entende e atende seu colaborador, mais ele ouve, entende e atende as demandas da organização.

PArtiCiPAção E rEtEnçãoJá na análise da Dimensão Indivíduo, verifica-se uma

pequena contradição. Embora

o diagnóstico indique um perfil

geral formado por colaboradores

com forte interesse em fazer mais,

receber mais informações e conhecer

melhor sua empresa, o indicador de

Retenção (o quanto as mensagens-

chave da organização são retidas

e utilizadas pelas pessoas) mostra

que há pouco aproveitamento das

informações comunicadas.

A explicação para essa contradição

passa pela baixa qualidade da

comunicação interna, que não

consegue competir com a externa,

e também pela ausência de canais

de escuta. Ou seja, a falta de

reciprocidade tira a legitimidade

do que a empresa tenta transmitir.

Logo, o que chega ‘oficialmente’

perde-se pelo caminho. E o que

não é preenchido pelos canais

oficiais encontra respaldo nos canais

informais, na famosa ‘rádio-peão’.

Dimensão Grupo: capacidade de integração revela tendência ao individualismo

10

8

6

4

2

0

6,2

notaGeral

integração

6,7

Dimensão Indivíduo: interesse dos colaboradores x capacidade de retenção

10

8

6

4

2

0Participação

7,8

retenção

6,37,2

4ªDimensão:

Indivíduo

Page 19: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

36 37

PECAnDo PElo ExCESSo Soterrar os colaboradores com informações, geralmente de

pouca ou nenhuma pertinência, é outra prática recorrente

das corporações identificada nos diagnósticos realizados pela

Santo de Casa.

O excesso de informações é mais nocivo que a insuficiência delas, pois abala o ímpeto do colaborador de ir atrás da informação.

Tudo parece ser motivo para a criação de uma nova campanha

de comunicação interna, e ferramentas, como o e-mail-

marketing, se proliferam por todos os níveis da empresa. E

isso geralmente tem como objeto apenas as necessidades de

comunicação da empresa, aquilo que ela necessita transmitir,

ignorando as demandas da base.

outroS ComPArAtivoS

Idade x comunicação & retençãoO histórico de empresas

pesquisadas pela Santo de

Casa mostra que colaboradores

mais velhos tendem a se

comunicar melhor e a buscar

mais informações. Dos quatro

indicadores que avaliam

a dimensão Empresa da

comunicação interna, em todos

os melhores índices, aparecem

profissionais entre 36 e 45, ou

acima de 45 anos.Perante os colaboradores, este modelo passa a imagem

de uma comunicação de baixíssima credibilidade e até de

caráter manipulador. Na realidade, é um resultado direto

da falta de políticas claras de comunicação interna. Esse

excesso de informação é um dos principais responsáveis

pela redução dos índices de retenção daquilo que é

comunicado aos colaboradores.

o excesso de informação

nas empresasé um dos principais responsáveis

pela redução dos índices de retenção do que é comunicado aos colaboradores. Outro fator

importante a ser levado em conta é a correlação direta entre os

indicadores de reciprocidade e a retenção da informação pelos

funcionários.

Retenção X Idade

6,0 Até 25 anos

6,3 26 a 35 anos

6,5 36 a 45 anos

6,8 Acima de 45 anos

Comparativo - Idade

10

8

6

4

2

0Simetria mutualidade reciprocidadeCredibilidade

Até 25 anos

26 a 35 anos

36 a 45 anos

Acima de 46 anos

Page 20: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

38 39

Comparativo - Tempo de empresa

Comparativos geográficosNa região Norte, as pessoas

são mais integradas e mais

interessadas (ou mais carentes)

pela comunicação interna.

No Nordeste, percebe-se

exatamente o contrário: a Simetria

da informação, assim como a

mutualidade, é prejudicada na

avaliação dos colaboradores.

Comparativo - Distribuição geográfica

Menos de 1 ano

1 a 5 anos

6 a 10 anos

Mais de 10 anos Norte

Nordeste

Centro-Oeste Sul

Sudeste

10

8

6

4

2

0

10

8

6

4

2

0reciprocidademutualidade 2ª

Dimensão:Gestor

Simetria 1ªDimensão:

Empresa

Credibilidade

Envolvimento x tempo de casaA mesma tendência é identificada

quanto ao tempo de empresa

dos colaboradores, em que

mais antigos e mais novos na

organização demonstram ser mais

crédulos e ativos no processo de

comunicação interna.

4ªDimensão:

Indivíduo

3ªDimensão:

Grupo

Escolaridade x consumo de informaçãoA formação dos colaboradores das

organizações pesquisadas mostra

que os melhores resultados estão

nos extremos. Ou seja, quanto

menor ou maior a formação do

colaborador, maior o consumo dos

canais. Além de acessar mais as

informações, este público tende

a ser mais comprometido com

a comunicação interna. Tanto

na perspectiva geral quanto na

avaliação dos canais, os melhores

índices estão entre os trabalhadores

com o Ensino Fundamental e

Ensino Superior e Pós-Graduação.

Page 21: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

40 41

Comércio

Serviços

Indústria

Setor Público

10

8

6

4

2

0orientação formação Estímulo feedback Confiabilidade

Comparativo - Segmentoavaliação quanto à simetria Chama a atenção, nos segmentos

do Comércio e da Indústria, a baixa

Simetria e Reciprocidade (escuta)

com os colaboradores.

5,0 Comércio

5,0 Indústria

5,6 Serviços

5,3 Setor Público

Reciprocidade 5,1 Comércio

5,3 Indústria

5,9 Serviços

4,9 Setor Público

Nota geral por nível hierárquicoChefias intermediárias se mostram mais efetivas que as dos

demais níveis.

6,1 Analistas Técnicos

6,2 Base Operacional

6,8 Coordenadores e Supervisores

6,0 Executivos

6,5 Gerência Média

Por outro lado, chama a atenção o desempenho junto ao

público de executivos das organizações. Ter resultados

menores entre os níveis operacionais é, de certa forma,

esperado. Surpreende, entretanto, constatar resultados

muito próximos (por vezes, até inferiores) entre diretores e

superintendentes das organizações, evidenciando cenários

preocupantes, relativos especialmente à credibilidade e à

simetria neste público.

avaliação quanto à Credibilidade 6,3 Analistas e Técnicos

6,0 Base Operacional

7,0 Coordenadores e Supervisores

6,2 Executivos

6,4 Gerência Média

Page 22: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

42 43

Idade e retençãoOs dados também mostram

que, quanto maior a idade,

maior a capacidade de retenção

das informações por parte dos

colaboradores.

Seguindo o mesmo

comportamento, os indicadores

de retenção da informação

também apresentam resultados

preocupantes entre as gerências

médias, considerados cargos de

níveis chave nas organizações.

Por outro lado, novamente os

melhores resultados encontram-se

junto às chefias intermediárias.

Retenção

6,2 Analistas e Técnicos

6,2 Base Operacional

7,3 Coordenadores e Supervisores

6,8 Executivos

5,9 Gerência Média

Comparativo - Escolaridade

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Superior

Pós-Graduação

10

8

6

4

2

0Simetria mutualidade reciprocidadeCredibilidade

Comparativo - Escolaridade

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Superior

Pós-Graduação

10

8

6

4

2

0Estímulo feedback Confiabilidadeformaçãoorientação

Outro alerta em relação aos líderes

fica evidente: os colaboradores da

base das organizações, aqueles

que mais necessitam, são os que

menos estão recebendo feedback.

avaliação quanto ao feedback 5,7 Analistas e

Técnicos

5,4 Base Operacional

6,5 Coordenadores e Supervisores

6,0 Executivos

6,4 Gerência Média

Page 23: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

44 45

Comparativo PorteDestaque para empresas de

pequeno porte, com até 1.000

colaboradores, onde estão

concentradas as melhores

avaliações sobre a comunicação

interna em quase todos os

indicadores.

Comparativo - Função

Administração

Produção

Serviços Técnicos Serviços Públicos

Comercial e Atendimento

10

8

6

4

2

04ª

Dimensão:Indivíduo

3ªDimensão:

Grupo

2ªDimensão:

Gestor

1ªDimensão:

Empresa

Comparativo - Porte

Até 1.000 empregados

Entre 1.001 e 3.000 empregados

Entre 3.001 e 5.000 empregados

Mais de 10.001 empregados

Entre 5.001 e 10.000 empregados

10

8

6

4

2

01ª

Dimensão:Empresa

2ªDimensão:

Gestor

3ªDimensão:

Grupo

4ªDimensão:

Indivíduo

Comparativo funçãoOs comparativos por função

mostram maior efetividade

entre colaboradores das áreas

comerciais e de atendimento.

Esse fato pode estar relacionado

aos níveis de treinamento

e capacitação - geralmente

exigidos para o exercício das

atividades destes profissionais

e normalmente com reflexo

direto na comunicação interna.

Dentre as quatro dimensões

avaliadas por este público, estão

concentrados, no indicador

Gestor, os maiores índices.

Page 24: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

46 47

Retenção: crescimento

em função do porte das empresas

com quadro a partir de 1.000

colaboradores.

6,6 Até 1 mil

empregados

5,7 Entre 1 mil e

3 mil

6,0 Entre 3 mil e

5 mil

6,3 Entre 5 mil e

10 mil

6,8 Mais de 10 mil

empregados

Efetividade (ECI) por Porte – as menores e as maiores têm a CI mais efetiva

7

6

5

4

3

2

1

0mais de 10.0002.001 a 10.000Até 2.000 mercado Geral

Efetividade (ECI) por Segmento – destaque para empresas de serviços

7

6

5

4

3

2

1

0ServiçosComércioindústria Setor Público mercado Geral

Indicador de orientação por segmento 6,9 Administrativo

7,9 Comercial &

Atendimento

6,7 Produção

6,5 Serviços Públicos

6,2 Serviços

Técnicos

Page 25: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

48 49

Apesar de apresentar índices

preocupantes como retenção,

a gerência intermediária se

apresenta como o nível hierárquico

no qual a comunicação interna é

mais efetiva. Seguindo o mesmo

comportamento dos principais

indicadores, o índice de efetividade

entre executivos reforça o alerta às

organizações.

Efetividade (ECI) por nível hierárquico – alerta entre os executivos

Efetividade (ECI) por função

7

6

5

4

3

2

1

0

7

6

5

4

3

2

1

0Coordenadores ProduçãoAnalistas

& técnicosAdministraçãobase

operacionalComercial &

AtendimentoGerência

médiaServiçostécnicos

mercadoGeral

mercadoGeral

Executivos Setor Público

Índice de Efetividade da Comunicação InternaO índice Efetividade da

Comunicação Interna (ECI)

é calculado a partir de um

olhar integrado sobre o efeito

de combinação simultânea

dos indicadores de atributos

mensuráveis (principais) em uma

condição real.

É definido a partir de uma fórmula

que leva em conta os índices de

Simetria e a Credibilidade versus

a capacidade de retenção dos

colaboradores pesquisados.

A fórmula consiste em:

ECI = f(sim x Cred)Retenção

Page 26: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

50 51

5. desempenho dos Canais

ww

A identificação dos canais mais adequados para uma

comunicação interna efetiva tem como grande obstáculo um

erro frequente na maioria das organizações. Elas, normalmente,

não conhecem suficientemente o seu público. Para determinar

estratégias, abordagens e os meios para atrair a atenção dos

colaboradores é preciso, antes de tudo, saber quais as suas

demandas, o que eles precisam e gostariam de receber e

até mesmo qual o seu perfil de consumo de informação.

A ausência de canais de escuta e, principalmente, o

distanciamento das áreas de comunicação interna das

pessoas, da força de trabalho das empresas, inviabiliza

esta percepção. Ainda é muito comum de se ver nas

corporações, independentemente do porte, profissionais

gerando produtos de comunicação interna sem ir a campo,

trabalhando dos escritórios e atuando em demandas

predominantemente operacionais.

Outro ponto-chave é o distanciamento entre os canais utilizados na comunicação interna e a oferta de comunicação que o colaborador encontra externamente. É preciso considerar que as pessoas estão cada vez mais exigentes.

Ao avaliar os canais internos, os colaboradores têm como

parâmetro o que encontram no mercado. Os gestores de

comunicação interna têm que ter a noção de que estão

competindo com o mercado como um todo. Eles precisam

desenvolver produtos atrativos e competitivos tanto quanto

a comunicação externa o faz. Quando esses profissionais

se propõem a fazer um ‘jornalzinho’ interno, têm que ter

em mente que estão correndo risco de os colaboradores

desenvolverem apenas um ‘interessezinho’ pelo canal e por

seu conteúdo.

Os reflexos desses cenários estão nas médias alcançadas

pelos canais internos das empresas pesquisadas pela Santo

de Casa. Das seis categorias avaliadas, apenas uma teve nota

média acima de 7.

As consequências disso estão nas avaliações extraídas a partir

da análise do Diagramas de favorabilidade, instrumento

aplicado a cada um dos canais pela metodologia e que,

ao final de um diagnóstico, auxilia a identificar quais deles

apresentam condições de serem mantidos, quais precisam

apenas ser reformulados, ou quais devem ser de fato extintos.

No Diagrama de Favorabilidade, são atribuídos os conceitos

Favorável, Mediano ou Desfavorável para cada indicador.

Quanto maior a incidência do conceito Desfavorável que um

canal tiver, menores serão suas chances de ser mantido.

A análise geral dos canais avaliados pela Santo de Casa gerou

dois diagramas Medianos, um Desfavorável e três mistos,

entre Mediano e Desfavorável. Nenhum canal, na média, teve

diagrama Favorável (nem mesmo parcialmente).

Como oS CAnAiS São AvAliADoSPara formular os diagnósticos de comunicação interna, a

Santo de Casa instiga os colaboradores a avaliarem os canais

É preciso competir com os veículos de comunicação externa.

Quando uma empresa se propõe a fazer um ‘jornalzinho’ interno, tem que ter em mente que corre o risco de seus colaboradores desenvolverem apenas um ‘interessezinho’ pelo canal e por seu conteúdo.

Page 27: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

52 53

de comunicação oferecidos por

suas empresas a partir de seis

indicadores:

Abrangência: cobertura ou

penetração do canal, ou o quanto

ele atinge o público-alvo.

Periodicidade: relacionado à

capacidade do canal de atender

à relação oferta/demanda de

informações, no período a

que se propõe, e também o

quão confiável é seu prazo de

atualização.

Estética: construção editorial e

gráfica do canal e o quão competitivo

ele é, se comparado a canais externos

habituais do público.

Distribuição: relacionado à forma

como o canal chega às pessoas e é

por elas consumido.

Pertinência: demonstra o quanto

a pauta do canal é desejada,

valorizada e importante ao

público-alvo.

identificação: sinaliza o quanto o

canal contribui para a formação ou

consolidação de uma identidade

cultural dos integrantes da empresa.

A avaliação geral dos canais de empresas diagnosticadas pela Santo de Casa apresentou o seguinte cenário:

10

8

6

4

2

0

5,8

Jornal mural

6,2

internet/Portal

6,47,2

E-mail

6,6

newsletter

6,5

revista

E-mAilPode-se dizer que o uso do E-mail como principal

ferramenta de comunicação com o público interno

está praticamente banalizado no Brasil. Diariamente, os

colaboradores são soterrados por mensagens com todo

o tipo de informação, que alguém na empresa acredita

ser necessário ‘disseminar’. Este volume compromete a

credibilidade não só das mensagens, geralmente pouco

relevantes para a maioria dos funcionários, mas do próprio

canal. Apesar de, na média geral do levantamento, o E-mail

ter recebido a melhor avaliação, é muito comum, nos

diagnósticos, ser o canal a receber as piores avaliações dos

colaboradores. Com abrangência limitada aos funcionários

que possuem acesso ao e-mail corporativo, não gera

identificação no público interno. O grande volume de

mensagens e a percepção de que estas não são pertinentes

fazem com que os colaboradores as excluam antes de ler

o seu conteúdo (e ainda assim, em muitos casos, avaliem o

canal de forma satisfatória).

A realidade acerca do volume de e-mails é a maior prova

de um problema conceitual da comunicação interna e

denuncia uma preocupante realidade nas organizações:

a consolidação do modelo sob a ótica do emissor, e não do receptor. Ou seja, sob

a ótica do emissor, a empresa se desonera a entender o

que o colaborador deseja/necessita/consegue receber

e se restringe a enviar, considerando apenas o que a

organização deseja/necessita/consegue dizer. O detalhe é

que, em se tratando de volume, a capacidade da empresa

enviar é incomparavelmente superior à capacidade do

colaborador em receber.

Paralelamente ao trabalho de pesquisa e diagnóstico,

a Santo de Casa vem também colecionando alguns

cases de mapeamento de canais eletrônicos focados

prioritariamente em volumetria. E o que se tem visto é

alarmante: empresas com média de 20 laudas/dia sendo

enviadas aos colaboradores, ou ainda a constatação de

mais de 15 canais diferentes chegando nas caixas de correio

eletrônico do público interno.

Além do volume, preocupa, no uso do E-mail, também a

falta de critérios para o que e como está sendo utilizado.

É muito comum as empresas não disporem de um canal

propriamente dito, concebido para veicular as informações

transmitidas pelo correio eletrônico, tornando-o vala

comum para todo e qualquer tipo de comunicação.

Mas o fato de receber uma avaliação relativamente satisfatória,

se comparado aos demais canais do levantamento, não

significa que, na prática, o E-mail esteja sendo efetivo, ou

cumprindo o seu papel na comunicação interna.

Page 28: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

54 55

Favorabilidade E-mail

identificacão

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Pertinência

Estética

Distribuição

Peridiocidade

Abrangência

favorável acima de 80

mediano entre 60,00 e 79,99

Desfavorável abaixo de 60,00

Segmento: destaque para indústria

6,9 Comércio

7,3 Indústria

7,1 Serviços

Porte*: melhores índices nas empresas acima de 10 mil

colaboradores

7,0 Até 1 mil empregados

7,1 Entre 1 mil a 3 mil

6,9 Entre 5 mil a 10 mil

7,3 Mais 10 mil empregados

*Não houve medição do E-mail em empresas entre 3 mil e 5

mil colaboradores.

A prova disso é, não raro, empresas que têm o E-mail bem avaliado apresentarem baixa credibilidade, simetria, reciprocidade e, é claro, retenção. Por isso a importância de não analisar os canais de forma isolada, sem levar em conta todas as dimensões em que a comunicação está inserida.

As pessoas tendem, portanto, a avaliar a logística de

distribuição da informação, e não o seu consumo e

efetividade.

outros indicadores sobre E-mail:Contradição do E-mail na indústria: apesar de a maioria das

indústrias diagnosticadas ainda manter grande parte de seus

colaboradores sem acesso à internet, o E-mail assume nesse

segmento o principal papel na comunicação interna.

Page 29: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

56 57

Favorabilidade Newsletter/E-mail Marketing

favorável acima de 80

mediano entre 60,00 e 79,99

Desfavorável abaixo de 60,00

identificacão

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Pertinência

Estética

Distribuição

Peridiocidade

Abrangência

10

8

6

4

2

0Peridiocidade Estética DistribuiçãoAbrangência identificacão nota

GeralPertinência

Newsletter/E-mail Marketing x SexonEWSlEttEr/ E-mAil mArKEtinGAs Newsletter/E-mail Marketing

seguem o mesmo comportamento

do E-mail, apesar de, no geral,

receberem avaliações um pouco

inferiores. Entretanto, a curva do

diagrama de favorabilidade é

muito semelhante (ambos são os

únicos de favorabilidade mediana).

outros indicadores de Newsletter/E-mail marketing:Sexo: mulheres avaliam melhor

e tendem a preferir os canais

eletrônicos por E-mail (veja ao

lado). Além disso, elas estão

em funções que têm acesso

favorecido.

Escolaridade: melhores

avaliações dos canais eletrônicos

entre colaboradores com maiores

níveis de escolaridade.

4,3 Ensino

Fundamental

5,9 Ensino Médio

6,6 Ensino Superior

6,5 Pós-Graduação

Distribuição geográfica: no

Sudeste, canais eletrônicos têm

seu desempenho prejudicado,

principalmente pelo excesso de

volume.

7,6 Norte

6,6 Nordeste

6,9 Centro-Oeste

6,1 Sudeste

6,8 Sul

Page 30: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

58 59

JornAlO tradicional Jornal da empresa é hoje

um dos canais mais subaproveitados

pelas corporações por uma questão

conceitual. Utilizado como um canal

de caráter informativo, embora

sua periodicidade geralmente não

permita que desempenhe esse

papel, o Jornal termina por reproduzir

mensagens que já são de domínio

dos colaboradores. Por isso, recebe

em média as piores avaliações

(avaliação totalmente desfavorável).

Uma alternativa que as empresas

ainda utilizam, pouco para manter

e oxigenar o Jornal, é utilizá-lo

como um canal mais humano,

onde os colaboradores possam se

enxergar e se identificar. Mostrar

pessoas é uma alternativa para

torná-lo mais atrativo aos olhos dos

colaboradores, que demonstram

este desejo de ‘se enxergar’ na

comunicação interna da empresa.

Seria importante que as empresas

tivessem mais matérias sobre o que

vai acontecer e não tanto sobre o

que já aconteceu.

Favorabilidade Jornal

identificacão

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Pertinência

Estética

Distribuição

Peridiocidade

Abrangência

Porte: aceitação maior do Jornal em empresas de pequeno porte

10

8

6

4

2

0Peridiocidade Estética DistribuiçãoAbrangência identificacão nota

GeralPertinência

Até 1.000 empregados

Entre 1.001 e 3.000 empregados

Entre 3.001 e 5.000 empregados

Mais de 10.001 empregados

Entre 5.001 e 10.000 empregados

favorável acima de 80

mediano entre 60,00 e 79,99

Desfavorável abaixo de 60,00

Page 31: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

60 61

outros indicadores sobre jornal: Distribuição geográfica: Jornal,

no Norte, não é efetivo. Porém, no

Nordeste, seu desempenho

é bom.

4,0 Norte

6,2 Nordeste

5,5 Centro-Oeste

5,5 Sudeste

6,2 Sul

Segmento: baixo desempenho

de impressos no Comércio.

Destaque do Jornal para

a indústria.

6,4 Indústria

4,4 Comércio

5,3 Setor Público

murAlO fato de ser, em muitos casos,

a única fonte de informação dos

colaboradores, principalmente da base

das organizações, contribui para que o

Mural seja melhor avaliado com relação

a outros canais. Sua distribuição e a

periodicidade com que é atualizado

são os indicadores que recebem as

melhores notas dos colaboradores.

Mesmo assim, na grande maioria das

empresas, o Mural ainda é utilizado em

um modelo antigo de comunicação

(“jornal de parede”), configurando-se

em um canal de pouca atratividade e

efetividade.

outros indicadores sobre mural:função: ainda é efetivo para

colaboradores de produção (indústria):

6,0 Administrativo

5,6 Comercial e

atendimento

6,8 Produção

5,8 Serviços técnicos

Escolaridade: queda na aceitação para

colaboradores com mais formação.

6,9 Ensino Fundamental

6,7 Ensino Médio

6,0 Ensino Superior

5,8 Pós-Graduação

Distribuição geográfica: no Norte, o

Mural ainda é mais efetivo.

6,4 Norte

5,8 Nordeste

6,2 Centro-Oeste

6,2 Sudeste

6,4 Sul

Favorabilidade Mural

identificacão

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Pertinência

Estética

Distribuição

Peridiocidade

Abrangência

favorável acima de 80

mediano entre 60,00 e 79,99

Desfavorável abaixo de 60,00

Page 32: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

62 63

intrAnEt/PortAlAssim como o Mural, a avaliação

da Intranet ou Portal das empresas

resume-se a um número

limitado de colaboradores, que

efetivamente acessam este

canal. Trata-se de um canal que

requer um acompanhamento e

atuação constantes para que se

mantenha atraente e relevante

aos colaboradores. Se o canal for

atualizado apenas uma vez por

mês, só se pode esperar que os

colaboradores o acessem uma

vez por mês.

Nesta lógica, a frequência mínima de atualização será a frequência máxima de acesso.

Favorabilidade Intranet/Portal

identificacão

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Pertinência

Estética

Distribuição

Peridiocidade

Abrangência

Outro cenário identificado no

levantamento chama a atenção.

Enquanto a comunicação externa

vem se reciclando constantemente

e aperfeiçoando suas plataformas

de relacionamento e aproximação

com seus usuários, as organizações

ainda estão deixando a desejar nessa

questão. Na maioria das empresas

diagnosticadas pela Santo de Casa, a

Intranet cumpre muito mais função de

ferramenta de trabalho (formulários,

acesso a sistemas internos, repositório

de documentos) do que de canal de

comunicação interna propriamente

dito, sem atualização, dinamismo e

interatividade apropriados ao produto

web e à expectativa do público

(incluindo organizações onde 100% dos

colaboradores têm acesso à Internet).

outros indicadores sobre Intranet/Portal:Distribuição geográfica: Intranet se

destaca no Centro-Oeste, seguido pela

Região Sul.

4,9 Norte

6,9 Nordeste

7,7 Centro-Oeste

5,8 Sudeste

6,7 Sul

nível hierárquico: aceitação

comprometida entre os níveis de gestão.

6,6 Analistas e Técnicos

6,6 Base Operacional

5,5 Coordenadores e

Supervisores

5,7 Executivos

5,3 Gerência Média

favorável acima de 80

mediano entre 60,00 e 79,99

Desfavorável abaixo de 60,00

Page 33: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

64 65

Favorabilidade Revista

identificacão

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Pertinência

Estética

Distribuição

Peridiocidade

Abrangência

favorável acima de 80

mediano entre 60,00 e 79,99

Desfavorável abaixo de 60,00

rEviStANas empresas diagnosticadas pela Santo de Casa, o canal

Revista recebeu as melhores avaliações dos colaboradores. A

explicação para esse resultado está na concepção de revista

que tem sido desenvolvida pelas áreas de comunicação

interna das empresas. Ao contrário do que acontece em canais

como o Jornal, no caso das revistas internas, as empresas

compreenderam a necessidade de oferecer aos colaboradores

uma publicação com qualidade estética e editorial que

extrapole os padrões dos canais corporativos. As revistas

internas mantêm um padrão de publicação que o colaborador

compraria em banca.

Também contribui para que as empresas se adaptem melhor

ao conceito deste canal o fato de com ele se ter um ciclo mais

longo de elaboração.

Segmento: seguindo o comportamento de demais canais

impressos, a Revista tem menor efetividade no Comércio.

4,6 Comércio

6,6 Indústria

6,4 Serviços

Escolaridade: boa aceitação entre colaboradores de menor

escolaridade.

7,0 Ensino Fundamental

6,0 Ensino Médio

6,1 Ensino Superior

6,6 Pós-GraduaçãoDistribuição geográfica: canais impressos funcionam melhor

no Centro-Oeste do que no resto do país.

6,5 Nordeste

7,2 Centro-Oeste

6,4 Sudeste

6,4 Sul

Page 34: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

66 67

A sua, a minha e a vida de praticamente 95% da população é

agitada, acelerada, repleta de afazeres. Com cada vez menos

tempo, os pais de hoje enfrentam novos desafios. Talvez o

mais importante deles seja ter de dedicar menos tempo

à formação de seus filhos. Mas alguém terá de fazê-lo...

E, assim, compartilhamos esta importante função com as

instituições. Primeiro as escolas e, mais tarde, as empresas.

E, se aceitarmos que a educação é um caminho sem fim, é

natural que as empresas passem a ter um papel importante

no processo de ensino-aprendizagem. É parte de sua

função social e transforma uma companhia em algo muito

maior do que um organismo de produção: elas têm real

contribuição para o desenvolvimento econômico e social

nas comunidades em que estão inseridas.

Participar do processo de formação de seus colaboradores

não necessariamente exige uma infraestrutura física

com esse fim. Significa que a organização deve criar um

ambiente em que a educação esteja permeada em todos

os processos, e que o conhecimento seja construído,

adequadamente gerenciado e de fácil disseminação.

A disseminação das informações é um dos pontos

centrais do conceito de Educomunicação, um processo

de mediação do ensino através de meios de comunicação

Comunicação para

educar

CAMILA LUSTOSA, Diretora Executiva da

Santo de Casa

e informação. A área permeia tanto o campo da Educação

quanto o da Comunicação Social e ganha espaço com a

ampliação do uso de canais de comunicação pelas empresas.

Paulo Freire, um dos pensadores mais notáveis na história

da pedagogia mundial, afirmava que todo planejamento

educacional, para qualquer sociedade, tem que responder

às marcas e aos valores dessa sociedade. Esse ensinamento

pode ser transportado para a realidade empresarial: é

preciso estabelecer diálogos sistêmicos sobre valores

e regras de convivência importantes para a empresa a

fim de formar a consciência crítica e o sentimento de

pertencimento, de identidade.

O legado da andragogia nos mostra que o tripé formado por

comunicação, vivências e treinamentos comportamentais e

de gestão são frentes de atuação que levam a casos bem-

sucedidos em termos de desempenho das equipes.

É isso, no final, que ajudará um colaborador a tomar decisões

na ponta que privilegiem a empresa. E, se é verdade que

não existe crescimento sem resultados, também podemos

afirmar que, hoje, não é mais possível manter resultados de

longo prazo sem crescimento humano.

[email protected]

Page 35: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

68 69

Estratégica para obtenção do engajamento dos colaboradores

e para a manutenção da competitividade, a Comunicação

Interna se constitui como um campo de poder no

organograma das organizações. E, à medida que cresce o

entendimento de sua importância, afloram dúvidas quanto

à estrutura ideal com que a área deve contar e sobre qual o

perfil ideal do time por ela responsável.

Atualmente, a comunicação interna divide-se ora vinculada

à estrutura de Recursos Humanos, em tese ‘geradora de

notícias’ para o público interno, e ora aos departamentos

de Marketing e Comunicação, a quem cabe definir as

estratégias para disseminar a informação. É comum também

que esta indefinição sobre a quem cabe gerenciar a área de

comunicação interna produza um certo grau de animosidade

entre os setores.

Na realidade, não há um modelo, uma fórmula a ser seguida. Considerada relativamente nova no mundo corporativo, a Comunicação Interna ainda não se consolidou o suficiente para que se faça este desenho da área. Cabe a cada organização encontrar um formato adequado para atingir de forma satisfatória seus objetivos.

O importante é as áreas de Comunicação Interna estarem

buscando seu espaço e amadurecendo o olhar sobre a

efetividade de sua atuação, conhecendo, aproximando-se

e interagindo com o público interno (algo que, apesar de

ainda lento, já se pode dizer estar evoluindo gradativamente).

Por muito tempo, as áreas de CI se preocuparam muito

em se qualificar para falar aos colaboradores, mas hoje vem entendendo que antes precisam se especializar em ouvi-los.

rH ou mArKEtinG?Embora seja a detentora de muitas das informações, a

área de Recursos Humanos, por vezes, carece das técnicas

comunicacionais que lhe permitam enxergar a melhor

forma, o melhor momento, ou a melhor ferramenta para

atingir o público interno. Já os profissionais da comunicação

nem sempre contam com o completo entendimento das

demandas desse público, limitando as chances de efetividade

nesse relacionamento.

Independente da área gestora da Comunicação Interna,

RH ou Marketing, o fundamental é que ocorra a sinergia

entre elas, assim como com as demais áreas, permitindo

o partilhamento das estratégias e a definição conjunta de

ações. Para isso, o ideal é a definição de critérios técnicos

para a atuação de cada área e, principalmente, que a

empresa, como um todo, acredite que a comunicação

com o público interno é tão importante quanto aquela

desenvolvida com o público externo.

Uma forma eficaz de integrar a comunicação interna no

organograma da organização é posicioná-la como staff da

alta administração, desvinculada diretamente de algum

6. Estrutura e processos de Comunicação Interna

Independente da área gestora

da comunicação interna, RH ou Marketing, o fundamental é que ocorra a sinergia entre elas, permitindo o partilhamento das estratégias e a definição conjunta de ações.

Page 36: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

70 71

departamento ou diretoria, o que lhe garante autonomia

para desenvolver as estratégias necessárias para melhor se

comunicar com o púbico interno. Funcionando com um

comitê independente, por exemplo, permite-se que as

áreas de RH e Marketing se façam representar, sem que haja

necessariamente uma diferenciação hierárquica entre eles.

Uma falha comum verificada nas empresas diagnosticadas

pela Santo de Casa é a falta de políticas e processos formais de

Comunicação Interna. Em uma organização, toda e qualquer

área de atividade precisa estabelecer as políticas que irão não

só balizar sua ações, mas também validar sua atuação perante

o restante do organograma, ressaltando seu caráter estratégico.

A ComuniCAção fACE A fACEÉ fundamental o entendimento de que a comunicação interna

deve reproduzir para o público interno todos os processos da

Comunicação Social, com elementos não só do Jornalismo, mas

também da Publicidade e das Relações Públicas como forma de

garantir uma atuação integrada e complementar. Junto a essas

três frentes de atuação está o quarto, mais importante e mais

eficiente pilar de um sistema efetivo de endomarketing:

a Comunicaçao Direta, ou face a face.

É a comunicação face a face que pretende o alinhamento

e o desdobrameto de informações entre todos os níveis da

organização, a partir da atuação do líder, buscando a criação

de um fluxo de mão dupla: gestor-colaborador/colaborador-

gestor, garantindo o cascateamento das informações por toda a

estrutura, desde a alta gestão até a base da empresa.

Além de ser mais efetivo, este modelo de comunicação fortalece

o papel dos gestores como principais agentes de comunicação

na empresa, sendo eles responsáveis por obter as informações

relativas à estratégia e aos desdobramentos que envolvem o

dia a dia de sua área, bem como repassá-las com pontualidade,

constância, clareza e assertividade. É imprescindível, entretanto,

garantir o entendimento dos colaboradores sobre o que

está sendo comunicado, oportunizar o diálogo e acolher as

contribuições de sua equipe.

lonGE DA mAtrizNas organizações de maior porte, ou fisicamente mais

pulverizadas, é preciso adotar mecanismos que permitam

acompanhar, de forma eficiente, a capilarização, que distribui o

público interno, distanciando-o da matriz, onde, comumente,

está sediada a comunicação interna.

De nada adianta definir uma estratégia de qualidade, se não

houver garantia da sua correta execução nas bases, por mais

longínquas que elas estejam. E, quanto maior esta distribuição,

maiores são as chances de que a ação planejada simplesmente

não aconteça nesses locais. O ideal é anexar as tarefas de

comunicação interna a uma área, ou a um cargo que esteja

presente na maioria das praças onde a empresa está instalada,

ampliando as possibilidades de sucesso.

Outra estratégia que pode ser eficiente na disseminação

das ações é a definição de multiplicadores de comunicação

interna, que serão responsáveis, com o devido

acompanhamento e retaguarda, pela execução das estratégias

em suas bases. Mas, neste caso, é preciso garantir, junto

aos gestores da unidade, a legitimação tanto das ações de

comunicação interna quanto do multiplicador, que precisa de

alguma autonomia para executar essa tarefa.

QuEm é o ProfiSSionAl DE EnDomArKEtinG ?Se não há uma definição sobre onde se vincular a comunicação

interna, o perfil do profissional que vai atuar na área é bem mais

claro. Não exatamente no que se refere à formação, mas sim no

seu envolvimento com a organização, livre trânsito da diretoria

ao operacional e domínio dos processos em todas as áreas. Ele

deve ter um profundo conhecimento da organização.

A boa comunicação é fundamental. Seja com o mais alto executivo quanto (e principalmente) com os operários que atuam no ‘chão da fábrica’, o profissional de comunicação interna dever ter trânsito fácil. Provavelmente, ele será a pessoa que melhor conhece a empresa, seus processos e seus colaboradores. Só assim será possível pensar a comunicação interna como algo de fato estratégico, alinhado com os objetivos da organização.

Page 37: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

72 73

Motivado principalmente pelo

movimento de implantação de

planejamento estratégico, o Setor

Público vem desenvolvendo

um olhar cada vez mais atento

a algumas práticas essenciais ao

alcance de melhores resultados, e,

por consequência, à comunicação

interna e ao endomarketing

estratégico.

Prova desse despertar está na

crescente procura (mesmo que

ainda a passos lentos) dessas

instituições por pesquisa e

diagnóstico de comunicação

interna. Seja por iniciativa própria,

ou em decorrência de exigências

de entidades regulatórias, a

questão é que a gestão pública,

em diferentes esferas, está em

estado de alerta para o assunto,

buscando compreendê-lo,

buscando conhecer seu público

e sensibilizando-se cada vez mais

para a importância de ações

efetivas, voltadas à motivação e ao

engajamento de seus servidores.

Trabalhos recentes junto a este

Setor Público - Perspectiva Geral

8

7,5

7

6,5

6

5,5

5

4,5

4Empresa indivíduoGestor Grupo

Setor Público

Iniciativa Privada

7. o desafio no setor Público

a crescente procura do setor Público mostra o despertar desse segmento para a necessidade de desenvolver a comunicação interna estratégica.

LISIANE DIAS, Consultora

Page 38: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

74 75

segmento, especialmente no

Judiciário, têm revelado cenários

no mínimo interessantes. Apesar

de apresentar realidades distintas

da iniciativa privada, os desafios e

as necessidades se assemelham:

liderança, feedback, valorização

das pessoas, reconhecimento,

perspectivas de crescimento e

visão sistêmica são alguns deles.

Algumas particularidades, porém,

chamam a atenção. A baixa

avaliação das dimensões Empresa

e Indivíduo - distanciando-se

da média de mercado - e a

dimensão Indivíduo abaixo da

dimensão Grupo são algumas

delas. Diferenças sutis nos

indicadores quantitativos acabam

se mostrando mais expressivas

nos dados qualitativos, e

evidenciam um cenário recorrente

nas organizações pesquisadas:

orgulho e senso de pertencimento

abalados, imagem institucional

comprometida, autoestima baixa e

sentimento de pouca valorização

por parte dos servidores.

Setor Público - Perspectiva Geral: alerta à baixa autoestima

dos servidores que, ao contrário

dos da Iniciativa Privada, tendem

a valorizar mais a dimensão Grupo

do que a Indivíduo.

Escuta comprometida: outro

fator de alerta no segmento Público

é a baixa disponibilidade dessas

organizações em ouvir e atender

seus colaboradores (Reciprocidade),

bem como a capacidade de man-

tê-los informados sobre os assuntos

de seu interesse (Mutualidade), valo-

rizando, portanto, sua dedicação à

organização. Ambos indicadores se

apresentam abaixo da média aferida

na Iniciativa Privada.

outros indicadores líderes: segmento apresenta

deficiência ainda maior dos líderes

em formar suas equipes para o

desempenho de suas atividades

(Formação) e orientá-las para seu

o papel na estratégia (Orientação).

Por outro lado, mostra leve

melhoria na capacidade de avaliar

(Feedback) e de deter confiança

(Confiabilidade). Se na iniciativa

Setor Público – Dimensão Empresa Setor Público - Dimensão Gestor

8

7,5

7

6,5

6

5,5

5

4,5

4

8

7,5

7

6,5

6

5,5

5

4,5

4Credibilidade orientaçãoreciprocidade ConfiabilidadeSimetria formação feedbackmutualidade Estímulo

Setor Público

Iniciativa Privada

Setor Público

Iniciativa Privada

Page 39: Relatório Brasil de Endomarketing & Comunicação Interna - Santo de Casa

76 77

privada a efetividade (ou a falta

de) da comunicação interna tem

reflexo direto na produtividade

e no desempenho econômico

das organizações, no setor

público, esses reflexos se dão em

um terreno mais abrangente:

impactam diretamente na imagem

que a sociedade constrói a respeito

dessas instituições.

Isso porque, mesmo não visando

ao lucro, as empresas públicas

perseguem objetivos estratégicos,

seguem uma missão e buscam

atingir uma visão de futuro, onde

sempre o que está em pauta é

prestar serviços de qualidade aos

cidadãos. Se os servidores públicos

não se sentem “bem atendidos” por

seus empregadores, é possível que se

sintam motivados e comprometidos

para atender bem à sociedade?

Esta reflexão mostra, especialmente

a partir das entrevistas e grupos

focais, que existe um ciclo

completo que se retroalimenta

no que diz respeito à falta de

motivação do servidor.

Obviamente esta não é uma

realidade presente em todas as

organizações públicas. Tampouco

se traduz no comportamento

generalizado das instituições

pesquisadas pela Santo de Casa.

Porém, cenários como esse são

facilmente sinalizados durante

os diagnósticos por centenas de

servidores como algo presente

no desempenho de suas ativida-

des e no funcionamento de suas

repartições.

E é no sentido de começar a

reverter este ciclo que o Poder

Público se movimenta atualmen-

te, concentrando esforços para

instrumentalizar e profissionalizar

a comunicação interna e gestão

de um modo geral, perseguindo

sua missão, índices mais elevados

de produtividade, mais qualidade

na prestação dos seus serviços e,

principalmente, um modelo mais

humanizado da gestão de seus

profissionais.

[email protected]

Através de um processo de comunicação interna estratégico e efetivo, a

perspectiva das instituições é migrarem gradativamente para o que vem sendo

chamado de o ciclo virtuoso do atendimento:

Ciclo “vicioso” do atendimento Ciclo “virtuoso” do atendimento

1 Desmotivação

3 Serviços precários e baixa qualidade no

atendimento

4 A insatisfação do“cliente” e abalo à

reputação

2 Falta de comprometimento

e entendimento da missão

5 Identidade e imagem interna

fragilizadas

1 Servidor motivado e capacitado

3 Cidadãos satisfeitos

4 Imagem positiva da sociedade

2 Atendimento de qualidade

5 Orgulho do servidor

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78 79

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