Relatório Cobre_1
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1. Resumo
Para a determinação do cobre na amostra de latão, utilizou-se o método de precipitação
selectiva que permitiu separar os diferentes componentes da amostra, tendo-se
simultaneamente verificado a inexistência de estanho e de chumbo.
Através do método gravimétrico efectuou-se o doseamento do cobre, tendo a primeira fase o
objectivo de reduzir o cobre ao estado Cu + e a segunda fase fazer precipitar o cobre com o
tiocianato de amónio sob a forma de tiocianato cuproso. Obteve-se então uma percentagem
de 55,7 % de cobre na amostra de latão, valor este enquadrado na bibliografia consultada
(55 a 95% Cu).
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Índice
1. Resumo...............................................................................................................................
2. Introdução Teórica.............................................................................................................4
3. Parte Experimental............................................................................................................7
3.1. Reagentes..................................................................................................................7
3.2. Material e Equipamento..............................................................................................7
3.3. Procedimento Experimental.......................................................................................8
4. Resultados e Discussão....................................................................................................9
5. Conclusões......................................................................................................................10
6. Bibliografia.......................................................................................................................11
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3Doseamento do Cobre num latão
2. Introdução Teórica
O cobre foi o primeiro metal a ser descoberto e utilizado acerca de 6.500 anos na
Mesopotâmia, existem provas arqueológicas de que era utilizado na substituição da pedra
como ferramenta de trabalho, armas e objecto de ornamentação. Os romanos deram o
nome de cuprum, pois o cobre era proveniente da ilha de Chipre onde se pensam ter
existido as primeiras minas. [1]
O cobre pertence ao grupo de metais pesados, com símbolo químico (Cu). Pode ser
encontrado em várias formas, sendo a mais frequente em depósitos de sulfuretos, tais como
o sulfureto de cobre-ferro (CuFeS2) ou calcopirite. Após a sua extracção, o cobre passa por
várias etapas de purificação e separação, tais como a flotação, a fundição, a conversão e a
electrólise, até estar no estado puro. [2,1,3]
A tabela a seguir mostra as suas principais propriedades.
Massa atómica 29
Número atómico 63,546
Massa volúmica 8,86 kg/dm3
Estrutura cristalina Cúbica de faces centradas
Temperatura de recristalização 230 Cº
Ponto de fusão 1083 Cº
Ponto de ebulição 2360 Cº
Coeficiente de dilatação linear 17 x10-6 Cº -1
Condutividade eléctrica (20 C0) 60 m.Ω-1 .mm-2
Condutividade térmica 0,94 cal . Cm-1 . S-1 . Cº -1
Tabela 1: Principais propriedades do cobre
O cobre é um metal bastante relevante em várias áreas tais como: electricidade, electrónica,
construção, maquinaria e equipamento industrial, equipamentos de transporte, etc. Esta
diversidade de valências deve-se às suas propriedades. É bastante resistente à corrosão,
encontra-se entre os metais nobres e os metais mais susceptíveis de ataque, pois os
produtos de corrosão formam uma película que é pouco resistente, mas ainda assim protege
as camadas inferiores. Assim sendo, resiste muito bem à oxidação e também à água do
mar. É bastante maleável e dúctil, o que permite trabalhar a frio, penalizando a
maquinabilidade. É depois da prata o melhor condutor eléctrico. Pode ser reciclado vezes
sem conta sem que haja perca das suas propriedades. Não necessita de manutenção,
tornando-o um material económico. [1,2, 3]
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4Doseamento do Cobre num latão
O cobre é miscível com vários elementos, criando assim várias ligas de cobre, os mais
correntes são: o níquel, o zinco, o alumínio e o estanho, criando assim respectivamente: o
cuproníquel, o latão, cobre alumínio e bronze.
A liga entre o cobre e o zinco pertence ao grupo dos latões, onde a quantidade de zinco
encontra-se entre os 5% e os 45 %, contendo também estanho e chumbo entre 1% e 2%.
As proporções são importantes de acordo com o fim a que se destina. O latão é mais fácil
de moldar do que o cobre ou o zinco e alterar a quantidade dos elementos da liga do latão,
podem tornar o latão mais rijo ou mais suave para trabalhar. [5]
Esta liga é utilizada para fabricar objectos decorativos, dada a sua aparência brilhante que
se assemelha ao ouro; para fabricar componentes em que é necessário baixo atrito, tais
como fechaduras, engrenagens, rolamentos, entre outros; e para fabricar instrumentos
musicais, como instrumentos de sopro, e sinos, pelas suas propriedades acústicas.
Actualmente existem diversos métodos de extracção do cobre de acordo com o fim a que se
destina, tais como: precipitação gravimétrica, extracção por solventes, troca de iões,
transferência eléctrica e electrólise, sendo este adequado para grandes quantidades de
cobre (método preferencial na indústria) e aqueles mais adequados para a química analítica
e para pequenas quantidades de cobre. [3]
Utilizando o método de precipitação selectiva, podemos separar os componentes de uma
amostra tendo em conta a solubilidade em determinados compostos. O cobre e as suas
ligas podem ser dissolvidos por intermédio de ácidos tais como o nítrico (HNO3) e o
clorídrico (HCl), especialmente quando aquecido. [3]
Aproveitando essa propriedade, o primeiro passo do trabalho prático consiste exactamente
na solubilização da amostra de latão com ácido nítrico, oxidando o cobre a Cu2+ de acordo
com a seguinte equação redox:
Cu (s) + 2 NO3- + 4 H+ Cu2+ + 2 NO2 (g) + 2H2O
A formação de um precipitado nesta fase indica a presença de estanho, este precipita sob a
forma de ácido meta-estânico (H2SnO3). Outro composto que pode estar presente no latão é
o chumbo. Adicionando ácido sulfúrico, este precipita sob a forma de sulfato de chumbo
(PbSO4).
O doseamento do cobre inicia com a adição de hidrogenossulfito de sódio (NaSO3), que
provoca a redução do cobre (II) a cobre (I), de acordo com a seguinte equação redox:
2Cu2+ + HSO3- + H2O 2Cu+ + SO4
2- + 3H+
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5Doseamento do Cobre num latão
Após reduzido, o cobre reage com o tiocianato de amónio, precipitando sob a forma de
tiocianato cuproso, (CuSCN), de acordo com a seguinte equação:
Cu+ + SCN- CuSCN (s)
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6Doseamento do Cobre num latão
3. Parte Experimental
3.1. Reagentes
Ácido nítrico: HNO3; 63,012g.mol-1; p.eb.: 120,5ºC; (O) comburente; (C) corrosivo; R
8,35; S 23, 26, 36, 45; d=1,48; PRONALAB; 69%;
Ácido sulfúrico: H2SO4; 98,08 g.mol-1; p.eb.: 279,6ºC; (C) corrosivo; R 8,35; S
26/30/45; d=1,84; PRONALAB; 96%;
Solução de ácido sulfúrico 96%;
Soluções aquosas de hidrogenossulfito de sódio 10% e 0,01%;
Solução aquosa de hidróxido de amónio 4M;
Soluções aquosas de tiocianato de amónio 10% e 0,01%.
3.2. Material e Equipamento
Cadinho filtrante de Gooch G4;
Copos de precipitação;
Provetas graduadas;
Erlenmeyer;
Kitasato.
Balança: Precisa 400M;
Placa de aquecimento: VELP Scientifica;
Banho de aquecimento: Memmert.
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7Doseamento do Cobre num latão
3.3. Procedimento Experimental
Pesaram-se 0.886g de latão num copo de precipitação de 250 mL e
adicionaram-se, na hotte, 10 mL de água e 15 mL de ácido nítrico
concentrado, observou-se a libertação de vapores de NO2 (figura 1),
tendo a solução ficado de cor azul-esverdeada.
Aqueceu-se a solução anterior, cerca de 10 minutos num banho de
aquecimento com agitação (80-100 ºC); nesta fase a solução tomou
a cor azul-clara não se tendo observado qualquer precipitado.
Adicionámos 4 mL de ácido sulfúrico concentrado e durante 15
minutos a solução esteve no banho de aquecimento, conforme a
figura 2. Arrefeceu-se a solução até à temperatura ambiente e
observou-se a formação de um precipitado branco, adicionaram-se
25 mL de água, aqueceu-se novamente a solução numa placa de
aquecimento com agitação até perto do ponto de ebulição, nesta fase
deixou de se observar o precipitado. Adicionaram-se 50 mL de água
e arrefeceu-se a solução até à temperatura ambiente, foi adicionada
uma solução de hidróxido de amónio 4M até à solução ficar
ligeiramente alcalina, facto que se verificou com o auxílio de papel
indicador (figura3), ao ser adicionada a base a cor da solução ficou
azul-escura. Seguidamente adicionaram-se 10 mL de ácido sulfúrico
6M, tendo a solução ficado azul-clara, transferiu-se a solução para
um erlenmeyer e completou-se o volume até perfazer 300 mL.
Adicionaram-se 25 mL de uma solução de hidrogenossulfito de sódio
a 10% e aqueceu-se a solução até perto do ponto de ebulição,
adicionou-se lentamente e agitando sempre 20 mL de uma solução
de tiocianato de amónio a 10%. Nesta fase não observámos qualquer
tipo de precipitado e a solução tornou-se verde, pelo que foi
adicionada a quantidade necessária de hidrogenossulfito de sódio
40%, para que a precipitação ocorre-se, verificou-se um precipitado
de cor branca (figura 4). A solução ficou em repouso até à aula
seguinte, tendo o sobrenadante ficado incolor. Filtrou-se num cadinho
G4 a solução anterior e arrastaram-se os resíduos com uma mistura
1:1 de tiocianato de amónio 0.01% e hidrogenossulfito de sódio
0.01%. Secou-se o cadinho na estufa a 110ºC e após arrefecimento
obtivemos uma massa de 0,994g de tiocianato cuproso.
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8Doseamento do Cobre num latão
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9Doseamento do Cobre num latão
4. Resultados e Discussão
Para a determinação do cobre na amostra, realizámos dois ensaios de precipitação
selectiva, nomeadamente a do estanho e a do chumbo, com o objectivo de separarmos
estes compostos para os mesmos não interferirem aquando da precipitação do cobre sobre
a forma de tiocianato cuproso. Após a solubilização da amostra com ácido nítrico, não
verificámos a formação de precipitado, o que significa que a amostra não apresentava
estanho. Seguidamente, após a adição do ácido sulfúrico, verificámos a formação de um
precipitado branco muito disperso na solução, que desapareceu com o aquecimento da
solução, pelo que podemos afirmar que o precipitado que inicialmente apareceu não era
sulfato de chumbo. Logo podemos afirmar que a amostra não tinha chumbo, embora não
saibamos a origem do precipitado.
Para verificarmos a presença de cobre no estado de oxidação 2+, adicionámos hidróxido de
amónio até a solução tornar-se alcalina, a mudança de cor da solução de azul-clara à azul-
escura, indica-nos exactamente isto, pois o cobre neste estado de oxidação forma um
complexo com estas características.
Após a redução do Cu2+ a Cu+ adicionámos tiocianato de amónio 10%, para promover a
formação do tiocianato cuproso, nesta altura a solução tornou-se verde e não apresentava
precipitado. Adicionámos então hidrogenossulfito de sódio 40% (solução stock da qual
preparámos a solução a 10%) pelo que se verificou a formação de precipitado branco. Este
facto pode se dever à concentração da solução de hidrogenossulfito de sódio 10% não ser
exactamente essa.
Como obtivemos 0,994g de tiocianato cuproso, calculámos a massa de cobre no precipitado
da seguinte forma:
121,63 g CuSCN 63,55g Cu
0,994 g CuSCN x
x = 0,4932 g Cu
O que dá uma percentagem de cobre na amostra aproximadamente igual a 56%, calculada através da equação:
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10Doseamento do Cobre num latão
Teor decobre (% )=0,49320,886
×100=55,7%
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11Doseamento do Cobre num latão
5. Conclusões
Podemos concluir, pela análise da amostra de latão, que esta não continha estanho nem
chumbo, pois não houve formação destes precipitados.
Após o tratamento dos resultados, concluímos que o teor de cobre obtido em comparação
com a bibliografia consultada, encontra-se dentro do que é esperado para este tipo de
amostra (55 - 95% Cu).
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12Doseamento do Cobre num latão
6. Bibliografia
[1] http://www.icsg.org, página consultada em 17/Mar/2011.
[2] A.V. Seabra, Metalurgia geral, Volume II, Laboratório de engenharia civil, 1ª ed. Lisboa
1981.
[3] F.F. Dyer., G.W. Leddicotte, The radiochemistry of copper, Washington, Abril 1961.
[4] I.N.M. Gago, Electrometalurgia das soluções aquosas (Princípios fundamentais),2ª ed.
Lisboa, 1987.
[5] http://www.brass.org, página consultada em 17/Mar/2011
[6] Robalo, P., Martins, L., Alegria, E., Travassos, C., Laboratórios Integrados 2 – Protocolo
de Trabalhos Práticos, Módulo de Química 2, Instituto Superior de Engenharia de Lisboa,
2011.