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Relatório & Contas

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  • Relatrio & Contas

  • 1S 2018

    Relatrio & Contas

    De acordo com o disposto no artigo 9 do Regulamento n. 5/2008 da CMVM transcreve-se o

    Relatrio & Contas do 1 Semestre de 2018

    BANCO COMERCIAL PORTUGUS, S.A.

    Sociedade Aberta Sede: Praa D. Joo I, 28, 4000-295 Porto - Capital Social de 5.600.738.053,72 euros

    Matriculada na Conservatria do Registo Comercial do Porto sob o nmero nico de matrcula e de identificao fiscal 501 525 882

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    Todas as menes, neste documento, aplicao de quaisquer normativos referem-se respetiva verso atualmente vigente.

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    ndice

    NDICE ........................................................................................................................................................................................................ 2MENSAGEM CONJUNTA DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAO E DO PRESIDENTE DA COMISSO EXECUTIVA ...................... 3

    INFORMAO SOBRE O GRUPO BCP ................................................................................................................................................ 5

    BCP NO 1 SEMESTRE DE 2018 ................................................................................................................................................................ 6PRINCIPAIS INDICADORES ............................................................................................................................................................................ 7GRUPO BCP .............................................................................................................................................................................................. 8GOVERNANCE........................................................................................................................................................................................... 10PRINCIPAIS EVENTOS NO 1 SEMESTRE DE 2018 ...................................................................................................................................... 12AO BCP............................................................................................................................................................................................... 13PARTICIPAES QUALIFICADAS ................................................................................................................................................................ 18

    MODELO DE NEGCIO ...................................................................................................................................................................... 19

    ENQUADRAMENTO REGULAMENTAR, ECONMICO E DO SISTEMA FINANCEIRO.......................................................................................... 20MODELO DE NEGCIO .............................................................................................................................................................................. 23

    INFORMAO FINANCEIRA .............................................................................................................................................................. 29

    RESULTADOS E BALANO ......................................................................................................................................................................... 30REAS DE NEGCIO .................................................................................................................................................................................. 45

    ESTRATGIA ......................................................................................................................................................................................... 62

    PLANO ESTRATGICO 2021 ..................................................................................................................................................................... 63

    RISCO E OUTLOOK.............................................................................................................................................................................. 65

    SISTEMA DE CONTROLO INTERNO ............................................................................................................................................................. 66PRINCIPAIS RISCOS E INCERTEZAS .............................................................................................................................................................. 68GESTO DO RISCO .................................................................................................................................................................................... 70RATINGS DO BCP ..................................................................................................................................................................................... 91CAPITAL ................................................................................................................................................................................................... 92FUNDO DE PENSES .................................................................................................................................................................................. 93INFORMAO SOBRE TENDNCIAS ............................................................................................................................................................ 95

    INFORMAO NO FINANCEIRA .................................................................................................................................................... 97

    POLTICA DE SUSTENTABILIDADE .............................................................................................................................................................. 98ATIVIDADE DESENVOLVIDA DURANTE O 1 SEMESTRE DE 2018 ............................................................................................................ 100

    INFORMAO REGULAMENTAR ................................................................................................................................................... 112

    DEMONSTRAES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS DO 1 SEMESTRE DE 2018 ........................................................................................ 113GLOSSRIO E MEDIDAS ALTERNATIVAS DE DESEMPENHO ....................................................................................................................... 115

    CONTAS E NOTAS S CONTAS CONSOLIDADAS DO 1 SEMESTRE DE 2018 .................................................................... 117

    CONTAS E NOTAS S CONTAS INDIVIDUAIS DO 1 SEMESTRE DE 2018 ............................................................................ 310

    DECLARAO DE CONFORMIDADE ............................................................................................................................................. 479

    RELATRIO DOS AUDITORES EXTERNOS ................................................................................................................................... 481

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    Mensagem Conjunta do Presidente do Conselho de Administrao e do Presidente da Comisso Executiva

    Durante o primeiro semestre do corrente ano, as economias das geografias onde o Millennium bcp est presente acompanharam o ciclo de expanso da atividade global em curso.

    Em Portugal, a economia mantm um crescimento robusto, ainda que a nveis inferiores aos observados no ano transato. A Polnia continua a ser uma das economias mais dinmicas da Unio Europeia, enquanto em Moambique e Angola a expanso da atividade prev-se moderada, num quadro de estabilizao financeira e de diversificao da estrutura produtiva.

    Nos resultados do Banco relativos ao primeiro semestre do ano, destaca-se a melhoria da rendibilidade, com crescimento da atividade em Portugal e uma evoluo positiva do negcio internacional. O resultado lquido do primeiro semestre de 2018 foi de 150,6 milhes de euros, representando um crescimento de 67,5% face ao resultado lquido de 89,9 milhes de euros obtido no perodo homlogo.

    Verificou-se, ainda, uma evoluo favorvel do resultado lquido da atividade em Portugal, com um contributo de 59 milhes de euros face a um contributo de 1,6 milhes de euros no semestre homlogo, crescimento que sinnimo da capacidade do Banco incrementar a gerao de resultados recorrentes aps a concluso do plano de reestruturao.

    O perodo ficou tambm caracterizado pela melhoria da qualidade dos ativos, com uma reduo, em termos consolidados, de 2,1 mil milhes de euros das Non Performing Exposures (NPEs) face a 30 de junho de 2017, reduo que foi de 1,9 mil milhes de euros em Portugal. Em paralelo, registou-se uma melhoria nas coberturas de NPEs, quer em termos de cobertura por imparidade, que atingiu 50%, quer em termos de cobertura total, que ascendeu a 106%.

    Ainda em Portugal, verificou-se um crescimento de 7,5% nos recursos totais de Clientes face a 30 de junho de 2017, perodo no qual a carteira de crdito performing cresceu 1,8% e se registou uma nova expanso da base de Clientes, com um acrscimo de 103 mil Clientes ativos, com um reforo expressivo dos Clientes digitais.

    A evoluo da atividade internacional beneficiou dos desempenhos positivos das vrias geografias, particularmente dos contributos das operaes na Polnia e em Moambique.

    Na Polnia, o Bank Millennium prosseguiu a implementao da estratgia centrada na inovao e num modelo de negcio mais digital, tendo apresentado um resultado semestral de 82,3 milhes de euros, o melhor de sempre em base recorrente, correspondente a um ROE de 9,5%.

    Em Moambique, o Millennium bim prosseguiu o enfoque no crescimento sustentado, atingindo resultados de 51,1 milhes de euros e um ROE de 26,1%.

    O contributo do Millennium Atlntico, em Angola, foi de 6,2 milhes de euros, tendo sido negativamente influenciado pelo impacto da aplicao obrigatria da norma contabilstica IAS 29 num contexto de hiperinflao.

    Os resultados do primeiro semestre foram globalmente positivos, confirmando a capacidade do Banco de prosseguir, trimestre aps trimestre, o incremento da rendibilidade e o reforo da confiana no cumprimento dos objetivos estabelecidos para 2018.

    Conjuntamente com a apresentao de resultados semestrais, o Millennium bcp divulgou tambm ao mercado as principais mtricas do plano estratgico pelo qual se nortear no perodo 2018-2021.

    Este plano, denominado de Plano Mobilizar, ser desenvolvido em torno de cinco eixos fundamentais: (1) Mobilizao do Talento; (2) Transformao digital, centrada no mobile; (3) Reafirmao do crescimento e liderana em Portugal; (4) Crescimento e rendibilidade na presena internacional e; (5) Prossecuo da sustentabilidade do modelo de negcio.

    Trata-se de um plano estratgico exigente e ambicioso que marca um ciclo de crescimento e que reposicionar o Millennium bcp na vanguarda da inovao, da excelncia de servio ao Cliente e da criao de valor para os Stakeholders, reafirmando-se como o Banco de referncia no apoio economia nas diversas geografias em que tem presena comercial.

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    Cumpre-nos ainda referir que no passado dia 30 de maio se realizou a Assembleia Geral Anual de Acionistas, na qual foram eleitos os novos rgos sociais para o quadrinio 2018-2021, configurando uma estrutura de governo robusta e adequada para a prossecuo da estratgia de desenvolvimento do Banco.

    Terminamos reiterando e reforando a mensagem de confiana e de otimismo para o percurso que o Banco est a empreender, com uma palavra de especial agradecimento aos Clientes, pela preferncia e confiana com que nos distinguem, aos Acionistas, pelo continuado apoio, e aos Colaboradores, cuja dedicao e profissionalismo muito tem contribudo para o sucesso do Millennium bcp.

    Miguel Maya Nuno Amado

    Presidente da Comisso Executiva Presidente do Conselho de Administrao

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    Informao sobre o Grupo BCP

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    BCP no 1 semestre de 2018

    Millennium bcp, um banco preparado para o futuro

    bem posicionado, num setor em mudana rpida, no seguimento da apresentao das principais linhas estratgicas para 2021.

    Melhoria da rendibilidade

    Crescimento dos volumes de negcio

    89,9

    150,6

    1S17 1S18

    Melhoria da qualidade dos ativos

    Crescimento da base de Clientes

    (Resultado lquido consolidado, milhes de euros) (Non-performing exposures, mil milhes de euros)

    (Consolidado, mil milhes de euros) (Clientes ativos em Portugal, milhes)

    +67,5%

    4,6 3,6

    3,32,4

    7,8

    5,9

    Jun 17 Jun 18

    -1,9 mil milhes

    NPL>90d

    Outros NPEs

    68,4 72,5

    51,7 50,5

    120,1 122,9

    Jun 17 Jun 18

    +2,9 mil milhes

    Recursos totais de Clientes*

    Crdito a Clientes (bruto)

    *Depsitos, dbitos titulados, ativos sob gesto, ativos distribudos e seguros de poupana e de investimento.

    0,8 0,9

    2,1 2,2

    Jun 17 Jun 18

    +103 mil Clientes

    Clientes digitais

    NPEsPortugal

    Volume de negcios total

    Clientes ativos

    8,8 6,7 NPEs grupo-2,1 mil milhes

    NPE: -2,1

    Performing: +0,9

    +4,9 mil milhes sem NPEs

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    Principais indicadores

    Milhes de euros

    30 jun. 18 30 jun. 17 Var.

    18/17 BALANO Ativo total 73.100 73.024 0,1% Crdito a clientes (bruto) 50.468 51.684 -2,4% Recursos totais de clientes (2) 72.458 68.390 5,9% Recursos de clientes de balano 54.674 52.228 4,7% Depsitos e outros recursos de clientes 53.455 50.636 5,6% Crdito a clientes (lq.) / Depsitos e outros recursos de clientes (3) 88% 95% Crdito a clientes (lq.) / Recursos de clientes de balano 86% 92% RESULTADOS Resultado lquido 150,6 89,9 67,5% Margem financeira 687,7 678,5 1,3% Produto bancrio 1.056,8 1.048,8 0,8% Custos operacionais 500,8 450,2 11,2% Custos operacionais excluindo itens especficos (4) 492,8 473,9 4,0% Imparidade do crdito (lq. de recuperaes) 220,8 305,0 -27,6% Outras imparidades e provises 59,0 110,3 -46,5% Impostos sobre lucros Correntes 49,9 54,5 Diferidos 22,0 (11,1) RENDIBILIDADE Produto bancrio / Ativo lquido mdio (3) 2,9% 2,9% Rendibilidade do ativo mdio (ROA) (5) 0,6% 0,4% Resultado antes de impostos e interesses que no controlam / Ativo lquido mdio (3) 0,8% 0,5% Rendibilidade dos capitais prprios mdios (ROE) 5,3% 3,3% Resultado antes de impostos e interesses que no controlam / Capitais prprios mdios (3) 8,3% 5,8% QUALIDADE DO CRDITO Imparidade do crdito (balano) / Crdito a clientes 6,6% 7,0% Custo do risco (lq. recuperaes, em p.b.) 88 118 Non-Performing Exposures / Crdito a clientes 13,2% 17,0% Crdito reestruturado / Crdito a clientes 8,0% 9,6% RCIOS DE EFICINCIA (3) (4) Custos operacionais / Produto bancrio 46,6% 45,2% Custos operacionais / Produto bancrio (atividade em Portugal) 48,1% 45,9% Custos com o pessoal / Produto bancrio 26,7% 25,3% CAPITAL (6) Rcio common equity tier I phased-in 11,7% 13,0% Rcio common equity tier I fully implemented 11,7% 11,3% SUCURSAIS Atividade em Portugal 573 596 -3,9% Atividade internacional 550 540 1,9% COLABORADORES Atividade em Portugal 7.151 7.303 -2,1% Atividade internacional 8.562 8.506 0,7% (1) Alguns dos indicadores apresentados refletem os critrios de gesto do Grupo, os quais se encontram definidos no glossrio e no captulo referente informao financeira, sempre que aplicvel. (2) Em 30 de junho de 2018, os conceitos subjacentes ao apuramento dos recursos de clientes fora de balano foram alterados no sentido de refletir o novo quadro legal e regulamentar imposto pela Diretiva dos mercados de instrumentos financeiros II (DMIF II), bem como alteraes implementadas ao nvel do permetro considerado e dos critrios adotados, nomeadamente no que respeita incluso dos montantes detidos por clientes no mbito da colocao de produtos de terceiros, que contribuem para o reconhecimento de comisses ("ativos distribudos"). A informao com referncia ao final do primeiro semestre de 2017 est apresentada no novo critrio, em base comparvel. (3) De acordo com a Instruo do Banco de Portugal n. 16/2004, na verso vigente. (4) Exclui itens especficos: referentes a custos de reestruturao e reviso do ACT na atividade em Portugal (impacto negativo de 8,0 milhes de euros no primeiro semestre de 2018 e impacto positivo de 23,7 milhes de euros no primeiro semestre de 2017, ambos em custos com o pessoal). (5) Com base no resultado antes de interesses que no controlam. (6) Os valores de junho de 2018 e junho de 2017 incluem os resultados lquidos positivos acumulados dos respetivos perodos.

    (1)

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    Grupo BCP BREVE DESCRIO

    O Banco Comercial Portugus, S.A. (BCP, Millennium bcp ou Banco) o maior banco privado portugus. O Banco, com centro de deciso em Portugal, pauta a sua atuao pelo respeito pelas pessoas e pelas instituies, pelo enfoque no Cliente, pela vocao de excelncia, pela confiana, pela tica e pela responsabilidade, sendo lder destacado em vrias reas de negcio financeiro no mercado portugus e uma instituio de referncia a nvel internacional. O Banco assume uma posio de destaque em frica, atravs das suas operaes bancrias em Moambique (em Angola, o Banco Millennium Angola - BMA fundiu-se com o Banco Privado Atlntico - BPA), e na Europa, atravs das suas operaes na Polnia e Sua. Desde 2010, o Banco opera em Macau atravs de uma sucursal de pleno direito.

    HISTRIA

    O BCP foi constitudo em 17 de Junho de 1985 como uma sociedade de responsabilidade limitada ("sociedade annima") organizada segundo as leis de Portugal, na sequncia da desregulamentao do sector bancrio portugus. O BCP foi fundado por um grupo de mais de 200 acionistas e uma equipa de profissionais bancrios experientes que procuraram capitalizar a oportunidade de formar uma instituio financeira independente que servisse o ento subdesenvolvido mercado financeiro portugus de forma mais eficaz do que os bancos estatais.

    Enquanto o desenvolvimento do Banco foi inicialmente caracterizado pelo crescimento orgnico, uma srie de aquisies estratgicas ajudou a solidificar a sua posio no mercado portugus e a aumentar a oferta de produtos e servios financeiros. Em Maro de 1995, o BCP adquiriu o controlo do Banco Portugus do Atlntico S.A. ("Atlntico"), que era ento o maior banco privado em Portugal. Seguiu-se uma oferta de aquisio conjunta de todo o capital do Atlntico. Em junho de 2000, o Atlntico foi incorporado no BCP. Em 2000, o BCP tambm adquiriu a Imprio, juntamente com o Banco Mello e o Banco Pinto & Sotto Mayor.

    Em 2004, com vista a reforar o seu enfoque no core business de distribuio de produtos financeiros e optimizar o consumo de capital, o BCP vendeu ao grupo Caixa Geral de Depsitos as seguradoras Imprio Bonana, Seguro Directo, Impergesto e Servicomercial. O BCP celebrou ainda acordos com a Fortis (atualmente Ageas) para a alienao do controlo e controlo da gesto das seguradoras Ocidental - Companhia Portuguesa de Seguros, SA, da Ocidental - Companhia Portuguesa de Seguros de Vida, SA e da Mdis - Companhia Portuguesa de Seguros de Sade, SA, bem como da gestora de fundos de penses, PensesGere - Sociedade Gestora de Fundos de Penses, SA

    Aps a consolidao da sua posio no mercado bancrio portugus, o Banco concentrou-se no desenvolvimento do seu negcio de retalho em novas regies, com o objetivo de alcanar posies significativas em mercados emergentes na Europa e em frica. O Banco concentrou-se em negcios com fortes perspectivas de crescimento em mercados, com uma estreita ligao histrica a Portugal ou com grandes comunidades de origem portuguesa (como Angola, Moambique, Estados Unidos, Canad, Frana, Luxemburgo e Macau), bem como em mercados onde o bem-sucedido modelo de negcios do Banco pudesse ser efetivamente exportado e adaptado para atender s particularidades desses mercados locais (como Polnia, Grcia e Romnia).

    O Banco tem procurado implementar uma estratgia consistente de segmentao de mercado. At 2003, esses segmentos eram abordados por meio de redes de distribuio autnomas operando sob uma variedade de marcas. Em Outubro de 2003, o BCP iniciou o processo de substituio destas marcas em Portugal por uma marca nica: Millennium bcp. O rebranding noutros mercados foi concludo em 2006. Todas as operaes do Banco passaram a ser desenvolvidas sob a marca "Millennium". Em Portugal, o Banco tambm opera sob a marca "ActivoBank".

    Em 2004, o Banco alienou os seus negcios de seguros no vida e ainda uma parte do seu negcio de seguros de vida ao estabelecer uma joint venture com a Ageas (anteriormente Fortis), denominada Millenniumbcp Ageas, da qual 51% detida pela Ageas e 49% pelo Banco.

    Nos ltimos anos, o Banco voltou a concentrar-se nas operaes que considera essenciais para seus negcios. Como parte deste novo enfoque, o Banco alienou vrias de suas operaes internacionais (em Frana, Luxemburgo, Estados Unidos, Canad, Grcia, Turquia e Romnia), mantendo protocolos comerciais para facilitar as remessas de emigrantes portugueses nalguns mercados. Em 2010, o Banco transformou a sua sucursal off-shore de Macau numa sucursal on-shore.

    Em fevereiro de 2012, o Banco adotou uma reestruturao administrativa atravs da introduo de um modelo de gesto e superviso monista, em que o Conselho de Administrao, inclui a Comisso Executiva e a Comisso de Auditoria (esta ltima composta por membros no executivos, de acordo com o lei aplicvel).

    Em dezembro de 2012, o Banco preparou e apresentou ao governo portugus um Plano de Reestruturao, exigido pela legislao nacional e pelas regras europeias aplicveis em matria de auxlios estatais. O Plano de

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    Reestruturao foi formalmente apresentado pelo governo portugus Comisso Europeia e, em julho de 2013, o Banco acordou com a Comisso Europeia um Plano de Reestruturao, que implicava atingir uma melhoria da rentabilidade do Banco em Portugal atravs de, entre outros, da reduo de custos. Em setembro de 2013, a DG Comp anunciou a sua deciso formal relacionada com o seu acordo com as autoridades portuguesas relativamente ao Plano de Reestruturao do Banco. De acordo com a deciso, o Plano de Reestruturao do Banco foi considerado em conformidade com as regras da Unio Europeia relativas aos auxlios estatais, demonstrando a viabilidade do Banco sem a continuao do apoio estatal. O Plano de Reestruturao aprovado visava fortalecer a estratgia do Banco, concentrando-o nas suas atividades core.

    Em maio de 2014, como parte de um processo que visava reorientar as atividades bsicas definidas como prioritrias no seu Plano Estratgico, o Banco anunciou que concordava com o grupo internacional de seguros Ageas em reformular parcialmente os acordos estratgicos de parceria firmados em 2004, que incluiu a venda da sua participao de 49% nas companhias de seguros (atualmente detidas conjuntamente) que operam exclusivamente no ramo dos seguros no vida, ou seja, a Ocidental - Companhia Portuguesa de Seguros, SA e a Mdis - Companhia Portuguesa de Seguros de Sade, SA.

    Em abril de 2016, o Banco anunciou a concluso da fuso entre o Banco Millennium Angola, SA e o Banco Privado Atlntico, SA, resultando no segundo maior banco privado em crdito economia, com uma quota de mercado de aproximadamente 10% em volume de negcios.

    O BCP anunciou em janeiro de 2017 uma emisso de capital atravs de emisso de direitos de subscrio com preferncia para os atuais acionistas transferveis no montante de 1,3 mil milhes de euros. O objetivo desta transao foi antecipar o reembolso integral dos restantes ttulos subscritos pelo Estado e a remoo das principais restries relacionadas com o auxlio estatal, incluindo a proibio de distribuio de dividendos, o risco potencial de alienao de atividades core e o risco de converso. Esta transao foi projetada para fortalecer o balano atravs da melhoria do rcio de CET1 fully implemented e do Texas ratio, alinhando-os com os novos benchmarks do setor e colocando-o acima dos requisitos regulatrios atuais.

    O Millennium executou com sucesso uma recuperao operacional, reforando a sua posio financeira e de capital, apesar da envolvente adversa no setor bancrio no seu mercado core. Esta posio reflete a implementao com sucesso do seu plano de reestruturao, compreendendo uma reduo de custos superior a 40% em Portugal, desde 2011, e uma reduo de NPE 44%, a nvel consolidado, desde 2013 (de 13,7 mil milhes de euros para 7,7 mil milhes de euros em 2017). Trs competncias distintas estiveram no centro dessa recuperao: um modelo de relacionamento voltado para o Cliente, liderana de mercado em eficincia e operaes internacionais competitivas.

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    Governance O Banco Comercial Portugus, S.A. adota um modelo de administrao e fiscalizao monista, composto por Conselho de Administrao, que inclui uma Comisso Executiva e uma Comisso de Auditoria composta unicamente por administradores no executivos. A Sociedade integra ainda um Conselho de Remuneraes e Previdncia e um Conselho Estratgico Internacional.

    O Banco conta com um Revisor Oficial de Contas e com uma empresa de auditores externos que procede auditoria das contas individuais e consolidadas do Banco, cuja nomeao deliberada em Assembleia Geral.

    Na Assembleia Geral de Acionistas realizada em 30 de maio de 2018 foram eleitos os membros dos rgos sociais para exercerem funes no quadrinio 2018/2021, tendo Nuno Amado (anterior CEO) sido nomeado Presidente do Conselho de Administrao e Miguel Maya passado a ser o novo CEO.

    MODELO DE ADMINISTRAO E FISCALIZAO MONISTA, COMPOSTO POR UM CONSELHO DE ADMINISTRAO

    A Assembleia Geral o rgo mximo da sociedade que representa a universalidade dos acionistas, sendo as suas deliberaes vinculativas para todos eles quando tomadas nos termos da lei e dos estatutos. Assembleia Geral compete:

    Eleger e destituir a sua prpria Mesa, bem como os membros dos rgos de administrao e fiscalizao e o Conselho de Remuneraes e Previdncia;

    Aprovar alteraes do contrato da sociedade;

    Deliberar sobre o relatrio de gesto e contas do exerccio e propostas de aplicao de resultados;

    Deliberar sobre as matrias que lhe sejam submetidas a pedido dos rgos de administrao e fiscalizao;

    Deliberar sobre todas as matrias que lhe sejam especialmente cometidas pela lei ou pelos Estatutos, ou que no estejam compreendidas nas atribuies de outros rgos da sociedade.

    Assembleia Geral

    Conselho Estratgico Internacional

    Conselho de Remuneraes e Previdncia

    Revisor Oficial de Contas (ROC)

    Comisso de Auditoria

    Comisso Executiva Secretrio da Sociedade

    Conselho de Administrao

    Comits e Subcomits

    Comit Custos e Investimentos

    Subcomit Custos e Investimentos

    CALCO

    Comit de Recursos Humanos

    Comit de Compliance

    Comit de Segurana, Qualidade e Proteo de Dados

    Comit de Empresas e Bancade Investimento

    Comit de Retalho

    Comit Projeto Mobilizar

    Comit de Relaes Laborais

    Comisso de Nomeaes e Remuneraes Comisso de Governo Societrio, tica e Deontologia Comisso de Avaliao de Riscos

    Provedor do Cliente

    Comit de Crdito

    Comit de Risco

    Subcomit de Acompanhamento e Validao de Modelos

    Comit de Acompanhamento de NPA

    Comit de Acompanhamento do Risco Operacional e Controlo Interno

    Comit de Acompanhamento do Risco dos Fundos de Penses

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    O Conselho de Administrao (CA) o rgo de governo do Banco competindo-lhe, nos termos da lei e dos estatutos, os mais amplos poderes de gesto e de representao da sociedade.

    Nos termos dos Estatutos em vigor, o Conselho de Administrao composto por um mnimo de 15 e um mximo de 19 membros com e sem funes executivas, eleitos pela Assembleia Geral por um perodo de quatro anos, sendo permitida a sua reeleio.

    O Conselho de Administrao iniciou funes em 23 de julho 2018.

    O Conselho de Administrao nomeou uma Comisso Executiva (CE) composta por 6 dos seus membros, na qual delegou a gesto corrente do Banco. A Comisso Executiva coadjuvada, na funo de gesto, por vrios comits e subcomits aos quais comete o especial acompanhamento de algumas matrias relevantes.

    A fiscalizao da sociedade assegurada por uma Comisso de Auditoria, eleita pela Assembleia Geral, e composta por um mnimo de 3 e um mximo de 5 membros eleitos em conjunto com os demais administradores, devendo as listas propostas para o Conselho de Administrao discriminar os membros que se destinam a integrar a Comisso de Auditoria e indicar o respetivo Presidente.

    O Conselho de Remuneraes e Previdncia (CRP) eleito pela Assembleia Geral.

    O Secretrio da Sociedade e o Secretrio Suplente so nomeados pelo Conselho de Administrao do Banco, cessando funes com o termo do mandato do Conselho que os tenha designado.

    IDENTIFICAO E COMPOSIO DOS RGOS SOCIAIS

    Conselho de Administrao

    Comisso Executiv a

    Comisso de Auditoria

    Conselho de Remuneraes e

    Previdncia

    Conselho Estratgico

    Internacional *

    Comisso de Governo

    Societrio, tica e

    Deontologia

    Comisso de Nomeaes e

    Remuneraes

    Comisso de Avaliao de

    Riscos

    Nuno Manuel da Silva Amado (Presidente do CA)

    Jorge Manuel Baptista Magalhes Correia (Vice-Presidente do CA e Presidente do CRP)

    Valter Rui Dias de Barros (Vice-Presidente do CA)

    Miguel Maya Dias Pinheiro (Vice-Presidente do CA e CEO)

    Ana Paula Alcobia Gray

    Cidlia Maria Mota Lopes

    Joo Nuno de Oliveira Jorge Palma

    Jos Manuel Alves Elias da Costa (Presidente da CNR)

    Jos Miguel Bensliman Schorcht da Silva Pessanha

    Lingjiang Xu (Presidente do CGSED)

    Maria Jos Henriques Barreto de Matos de Campos

    Miguel de Campos Pereira de Bragana

    Rui Manuel da Silva Teixeira

    Tefilo Csar Ferreira da Fonseca (Presidente da CAR)

    Wan Sin Long

    Xiao Xu Gu (Julia Gu)

    Norberto Emlio Sequeira da Rosa

    Antnio Vitor Martins Monteiro

    * Presidente e Vice-presidente a nomear

  • RELATRIO & CONTAS 1S2018

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    Principais eventos no 1 semestre de 2018 JANEIRO

    O Banco Europeu de Investimento (BEI) e o Millennium bcp unem esforos para promover o crescimento econmico e a criao de emprego nas reas afetadas pelos incndios no Norte e Centro de Portugal em 2017, disponibilizando fundos para a promoo da retoma econmica nestas reas num montante de 150 milhes de euros.

    FEVEREIRO

    Regresso, em 2018, ao The Sustainability Yearbook, publicao de referncia na rea da Sustentabilidade.

    Millennium bcp subscreve a Carta de Princpios do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentvel (BCSD) Portugal, integrando o grupo das primeiras empresas signatrias.

    MARO

    Regresso do BCP ao Stoxx Europe 600 Index, o ndice acionista de referncia a nvel europeu.

    Memorando de Entendimento entre o Millennium bcp e a maior plataforma de pagamento digital da China, a ALIPAY, no mercado portugus, o que permite ao Millennium bcp tornar-se o primeiro banco a facilitar as transaes entre viajantes chineses e comerciantes em Portugal.

    Edio das Jornadas Millennium Empresas em Vila Nova de Famalico, uma iniciativa do Millennium bcp que tem como objetivo percorrer o pas, procurando estar mais perto das empresas portuguesas, apoiando a sua internacionalizao e reforando a sua competitividade.

    BCP confirmado no ndice de Sustentabilidade Ethibel Sustainability Index (ESI) Excellence Europe.

    MAIO

    Realizao, em 30 de maio de 2018, da Assembleia Geral Anual de Acionistas, tendo estado presentes Acionistas detentores de 63,04% do respetivo capital social, salientando-se, entre as deliberaes, a aprovao do relatrio de gesto, do balano e das contas individuais e consolidadas, relativos ao exerccio de 2017 e a proposta de aplicao de resultados para o exerccio de 2017; a eleio do Conselho de Administrao, para o mandato com incio em 2018, incluindo a Comisso de Auditoria; e a eleio do Conselho de Remuneraes e Previdncia para o mandato com incio em 2018.

    Memorando de Entendimento assinado entre o Banco Comercial Portugus e o Industrial and Commercial Bank of China, renovando o acordo de cooperao que tinha sido estabelecido em 2010.

    Realizao da 2 edio dos Prmios Millennium Horizontes, iniciativa que faz parte da estratgia do banco no incentivo exportao, internacionalizao e inovao, em parceria com o Global Media Group e que conta com o apoio institucional da COTEC, AICEP e Universidade Catlica.

    JUNHO

    Assinatura de um acordo de Clearing and Settlement of Renminbi Business com o Bank of China Macau, reforando a sua presena no mercado chins e tornando-se o 1 banco em Portugal considerado Participating Bank com acesso ao sistema de pagamentos de Macau.

    Assinatura do Acquiring Contract entre o Banco Comercial Portugus e ALIPAY, materializando o Memorando de Entendimento celebrado em maro de 2018, para cooperao no mercado portugus, com o Millennium bcp a tornar-se o 1 banco a facilitar as transaes entre viajantes chineses e comerciantes em Portugal.

    Millennium bcp torna-se o nico banco portugus a integrar o ndice de Sustentabilidade Eurozone 120 Euronext VigeoEiris, que inclui onze bancos da Zona Euro.

    Voluntrios Millennium bcp participam de novo, a nvel nacional, na campanha regular de recolha de alimentos promovida pelo Banco Alimentar.

  • RELATRIO & CONTAS 1S2018

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    Ao BCP Durante os primeiros seis meses de 2018, os mercados financeiros mundiais apresentaram um desempenho ligeiramente negativo, exceo dos ndices norte-americanos, que foram beneficiados pelo setor tecnolgico. As tenses comerciais entre os EUA, China, Europa e Canad dominaram a grande parte do semestre, traduzindo-se em receios de abrandamento econmico, particularmente visvel na evoluo de indicadores de atividade na Zona Euro e nos pases emergentes. Adicionalmente, a instabilidade poltica vivida em pases como Itlia, Espanha e Alemanha, ajudou a justificar a divergncia no desempenho entre os ndices bolsistas dos EUA e da Europa. No que respeita poltica monetria, destaca-se a continuidade da subida gradual das taxas de juro nos EUA, por parte da Reserva Federal norte-americana (FED), sendo acompanhado pelo movimento ascendente das taxas de rendibilidade norte-americanas. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou a inteno de manter as taxas de referncia inalteradas at meados de 2019, dado que a taxa de inflao continua aqum da meta estabelecida pelo BCE.

    INDICADORES RELATIVOS AO BCP

    Unidades 1S18 1S17

    COTAES AJUSTADAS

    Cotao mxima () 0,3339 0,2429

    Cotao mdia () 0,2856 0,1880

    Cotao mnima () 0,2392 0,1383

    Cotao de fecho () 0,2574 0,2357

    AES E CAPITAIS PRPRIOS

    Nmero de aes ordinrias (em circulao) (M) 15.114 15.114

    Capitais prprios atribuveis ao grupo (M) 5.802 5.948

    Capitais prprios atribuveis s aes ordinrias (1) (M) 5.743 5.888

    VALORES POR AO

    Resultado lquido ajustado (EPS) (2) (3) () 0,020 0,015

    Valor contabilstico (4) () 0,380 0,389

    INDICADORES DE VALORIZAO PELO MERCADO

    Preo de fecho como mltiplo do valor contabilstico (PBV) 0,68 0,61

    Capitalizao bolsista de fecho (M) 3.890 3.562

    LIQUIDEZ

    Volume transacionado (M) 2.171 1.956

    Volume transacionado mdio dirio (M) 17,2 15,4

    Quantidade de aes transacionadas (3) (M) 7.561 10.189

    Quantidade mdia diria de aes transacionadas (3) (M) 60,0 80,2

    Rotao do capital (5) (%) 50,0% 81,3% (1) Capitais prprios atribuveis ao grupo - Aes Preferenciais (2) Considerando o n mdio de aes em circulao (3) Ajustado pela operao de aumento de capital concluda em fevereiro de 2017 (4) Considerando o nmero de aes deduzido do nmero de aes prprias em carteira (5) Nmero total efetivo de aes transacionadas sobre nmero mdio semestral de aes emitidas

  • RELATRIO & CONTAS 1S2018

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    A ao BCP fechou o 1 semestre de 2018 com uma desvalorizao de 5.4%, o que compara com a queda de 12.4% do ndice de bancos europeus. Neste sentido, e em termos relativos, o desempenho da Ao BCP foi positivo:

    Iniciou o ano com ganhos expressivos baseado nas revises do price target por vrios analistas;

    Valorizou-se tambm com a divulgao dos resultados do 1 trimestre de 2018; e

    Teve reao positiva s notcias do potencial interesse do Bank Millennium em adquirir a unidade polaca do Socit Gnrale.

    Contudo, estes ganhos foram anulados devido a razes relacionadas com o enquadramento externo:

    A nvel global:

    Receio de desacelerao da economia mundial, motivado pelo escalar da guerra comercial EUA/China/Canad/Europa;

    A nvel europeu:

    Relacionado com alguma instabilidade na Europa, seja relativa ao risco poltico (i.e. instabilidade governativa Espanha, Itlia e Alemanha), seja relativa ao risco soberano (i.e. ao futuro do Euro);

    A perceo de que ainda prematuro pensarmos em subidas de taxas de juro na rea do Euro;

    O regresso do tema dos NPL, que penalizou os bancos com elevado stock como o caso do BCP:

    Em relao aos novos NPL esperam-se (propostas da CE e do BCE em maro) regras de provisionamento mais apertadas; e

    Em relao ao stock de NPL existe agora uma referncia, ainda que sem data de implementao (proposta conjunta dos Governos Francs e Alemo) de um rcio de 5% (e de 2,5% para NPL lquidos de provises).

    PERFORMANCE ABSOLUTA E RELATIVA

    ndice Variao 1S18

    Ao BCP -5,4%

    PSI Financials 3,1%

    PSI20 2,6%

    IBEX 35 -4,2%

    CAC 40 0,2%

    DAX -4,7%

    FTSE 100 -0,7%

    MIB FTSE -1,0%

    Eurostoxx 600 Banks -12,4%

    Dow Jones -1,8%

    Nasdaq 100 10,1%

    S&P500 1,7%

    Fonte: Euronext, Reuters, Bloomberg

    LIQUIDEZ

    Durante o 1 semestre de 2018, foi transacionado um volume de 2.171 milhes de euros em aes BCP, o que representou um turnover mdio dirio de 17,2 milhes de euros. Neste perodo, foram transacionadas cerca de 7.561 milhes de aes, correspondendo a um volume mdio dirio de 60 milhes de aes. O ndice de rotao de capital situou-se nos 50% do nmero mdio semestral de aes emitidas.

  • RELATRIO & CONTAS 1S2018

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    NDICES EM QUE A AO BCP PARTICIPA

    O ttulo BCP integra mais de 50 ndices bolsistas nacionais e internacionais, entre os quais se destacam o Euronext 150, o Iberian Index, Euronext Vigeo Euro 120 Index o PSI 20, o PSI Geral e o PSI Servios Financeiros.

    ndice Peso

    Euronext 150 1,49%

    Iberian Index 0,74%

    Euronext Vigeo Euro 120 Index 0,69%

    PSI 20 10,58%

    PSI Geral 5,88%

    PSI Servios Financeiros 62,45%

    Fonte: Euronext, 29 de junho de 2018

    No 1. semestre de 2018, o Banco regressou ao ndice de Sustentabilidade Eurozone 120 Euronext do analista VigeoEiris, mantendo-se nos ndices/estatutos "Ethibel Excellence Europe" e "Ethibel EXCELLENCE Investment Register" (analista VigeoEiris), 2017 Carbon Rankings (Engaged Tracking) e European Banks Index (Standard Ethics). Adicionalmente, o Banco regressou ao ndice Euro Stoxx 600 em maro de 2018.

    ndices de sustentabilidade

    FACTOS RELEVANTES COMUNICADOS AO MERCADO E IMPACTO NA COTAO DO TTULO

    O quadro seguinte sumariza os factos relevantes diretamente relacionados com o Banco Comercial Portugus ocorridos durante o 1 semestre de 2018, bem como as variaes da cotao, quer no dia seguinte quer nos 5 dias subsequentes, e a evoluo relativa face aos principais ndices de referncia nacional e bancrio europeu nos perodos mencionados.

    N. Data Factos Relevantes Var. +1D Var. face ao PSI20 (1D)

    Var. face ao STOXX

    Europe 600 Banks (1D)

    Var. +5D

    Var. face ao PSI20 (5D)

    Var. face ao STOXX

    Europe 600 Banks (5D)

    1 2/fev Resultados do Bank Millennium na Polnia em 2017 -1,8% 0,2% -0,5% -4,9% -0,8% -0,3%

    2 14/fev Resultados consolidados de 2017 1,5% 0,7% 1,1% -3,1% -3,9% -4,8%

    3 23/abr Informao sobre convocatria da Assembleia Geral Anual 0,3% -0,4% 0,4% -4,4% -3,8% -3,5%

    4 23/abr Atualizao do calendrio de eventos para 2018 0,3% -0,4% 0,4% -4,4% -3,8% -3,5%

    5 24/abr Resultados do Bank Millennium Polnia no 1T2018 -1,1% -0,3% -0,1% -4,7% -3,4% -3,8%

    6 7/mai Resultados Consolidados do 1T2018 4,9% 4,7% 5,0% 5,7% 2,8% 4,4%

    7 30/mai Deliberaes da Assembleia Geral Anual 1,9% 1,4% 3,2% 9,1% 6,0% 9,0%

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    A ilustrao do comportamento da ao do BCP durante o perodo em referncia apresentada no grfico seguinte:

    POLTICA DE DIVIDENDOS

    Durante a conferncia de apresentao de resultados do 1 semestre de 2018, o Banco divulgou o seu Plano Estratgico para o perodo 2018-21. De acordo com o Plano apresentado, o Banco pretende alcanar o objetivo de distribuir aproximadamente 40% (dividend pay-out) dos resultados distribuveis em 2021, com sujeio s exigncias regulamentares.

    ACOMPANHAMENTO DE INVESTIDORES

    Durante os primeiros seis meses do ano de 2018, o Banco participou em diversos eventos, tendo estado presente em 4 conferncias e 6 roadshows na Europa e na sia, onde realizou apresentaes institucionais, reunies one-on-one e group meetings com investidores. Foram realizadas mais de 160 reunies com investidores institucionais, o que continua a demonstrar um significativo interesse em relao ao Banco.

    AES PRPRIAS

    As aes prprias detidas por entidades includas no permetro de consolidao encontram-se dentro dos limites estabelecidos pelos estatutos do Banco e pelo Cdigo das Sociedades Comerciais.

    Em 30 de junho de 2018, o Banco Comercial Portugus, S.A. no detinha aes prprias em carteira, no se tendo realizado nem compras nem vendas de aes prprias ao longo do perodo. Contudo, esto registados na rubrica Ttulos prprios 323.738 aes (31 de dezembro de 2017: 323.738 aes) detidas por clientes. Considerando que para alguns dos referidos clientes existe evidncia de imparidade, as aes do Banco por eles detidas foram consideradas como aes prprias e, de acordo com as polticas contabilsticas, abatidas aos capitais prprios.

    Relativamente a ttulos prprios detidos por empresas associadas do Grupo BCP, em 30 de junho de 2018, o Millenniumbcp Ageas Grupo Segurador, S.G.P.S., S.A. detinha 142.601.002 aes do BCP (31 de dezembro de 2017: 142.601.002 aes), no valor total de Euros 36.648.000 (31 de dezembro de 2017: Euros 38.531.000), conforme nota 50.

    0,00

    0,10

    0,20

    0,30

    0,40

    jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18

    3

    5

    67

    4

    1

    2

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    ESTRUTURA ACIONISTA

    De acordo com informao da Interbolsa, em 30 de junho de 2018, o nmero de Acionistas do Banco Comercial Portugus ascendia a 164.133.

    No final do 1 semestre de 2018, existiam quatro Acionistas com participao qualificada, dois dos quais com uma posio superior a 5% do capital social do Banco.

    Estrutura acionista N. de Acionistas % do Capital social

    ACIONISTAS INDIVIDUAIS

    Colaboradores do Grupo 2.832 0,24%

    Outros 156.542 22,88%

    ACIONISTAS EMPRESAS

    Institucionais 323 22,07%

    Qualificados 4 52,05%

    Outras empresas 4.432 2,75%

    TOTAL 164.133 100%

    Os Acionistas com mais de 5 milhes de aes representavam 75% do capital.

    N. de aes por Acionista N. de Acionistas % do Capital social

    > 5.000.000 127 75,38%

    500.000 a 4.999.999 1.031 7,69%

    50.000 a 499.999 13.227 11,27%

    5.000 a 49.999 43.071 5,02%

    < 5.000 106.677 0,63%

    TOTAL 164.133 100%

    Durante os primeiros seis meses de 2018, a estrutura acionista do Banco manteve-se estvel, em termos de distribuio geogrfica. Em 30 de junho de 2018, os Acionistas em Portugal detinham 30,8% do nmero total de aes do Banco.

    N. de Aes (%)

    Portugal 30,8%

    China 27,1%

    frica 19,6%

    Reino Unido / EUA 11,7%

    Outros 10,8%

    Total 100%

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    Participaes qualificadas

    Em 30 de junho de 2018, os Acionistas com participaes superiores a 2% do capital social do Banco Comercial Portugus, S.A. eram os seguintes:

    30 de junho de 2018

    Acionista N. aes % do capital social % dos direitos

    de voto

    Chiado (Luxembourg) S. r.l., sociedade detida pela Fosun International Holdings Ltd (Grupo Fosun) 4.089.789.779 27,06% 27,06%

    TOTAL DO GRUPO FOSUN 4.089.789.779 27,06% 27,06%

    Sonangol - Sociedade Nacional de Combustveis de Angola, EP, diretamente 2.946.353.914 19,49% 19,49%

    TOTAL DO GRUPO SONANGOL 2.946.353.914 19,49% 19,49%

    BlackRock, Inc.* 512.328.512 3,39% 3,39%

    TOTAL DO GRUPO BLACKROCK 512.328.512 3,39% 3,39%

    Fundo de Penses EDP ** 319.113.690 2,11% 2,11%

    TOTAL DO GRUPO EDP 319.113.690 2,11% 2,11%

    TOTAL DE PARTICIPAES QUALIFICADAS 7.867.585.895 52,1% 52,1%

    * De acordo com o comunicado de 5 de maro de 2018 (ltima informao disponvel). ** Imputao de acordo com a alnea f) do n1 do Art. 20 do Cdigo dos Valores Mobilirios.

    Os direitos de voto acima reportados resultam das participaes diretas e indiretas dos Acionistas no capital social do Banco Comercial Portugus, sendo que no foram comunicadas ou apuradas quaisquer outras imputaes de direitos de voto previstas no artigo 20. do Cdigo dos Valores Mobilirios.

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    Modelo de Negcio

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    Enquadramento regulamentar, econmico e do sistema financeiro ENQUADRAMENTO REGULAMENTAR

    A agenda regulatria nos ltimos meses caracterizou-se, essencialmente, no plano internacional, pela finalizao do quadro regulatrio "Basileia III" e pela discusso da proposta da Comisso Europeia de reviso dos requisitos de capital e resoluo de bancos e, no plano nacional, pela adoo de alguns diplomas no mbito da superviso comportamental e macroprudencial.

    O Comit de Basileia finalizou as propostas de alteraes ao regime de "Basileia III" com o objetivo de reforar a qualidade do capital dos Bancos e reduzir a variabilidade dos ativos ponderados pelo risco. As principais alteraes centram-se nos modelos internos, no mtodo padro do risco de crdito, no quadro revisto do risco de mercado e do risco operacional. O acordo ter implementao a partir de 2022, com um perodo transitrio de sete anos.

    Em 23 de novembro de 2016, a Comisso Europeia apresentou um conjunto de medidas tendo como objetivo a mitigao do risco do setor bancrio, abrangendo um conjunto vasto de matrias relacionadas com requisitos de fundos prprios dos bancos e com a recuperao e resoluo dos bancos (Bank Recovery and Resolution Directive, BRRD), tais como a subordinao de passivos em caso de resoluo e requisitos de fundos prprios para riscos de mercado.

    Na cimeira do Euro do final de junho alcanou-se acordo sobre este pacote de medidas e reforo da capacidade de interveno do Fundo nico de Resoluo, por via do suporte de ltima instncia concedido pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade, permitindo iniciar as negociaes polticas sobre o Sistema Europeu de Garantia de Depsitos.

    Devido sua natureza urgente, as alteraes relacionadas com (i) o regime transitrio que reduz o impacto da introduo da IFRS 9 sobre os fundos prprios, e, (ii) com a posio dos instrumentos de dvida no garantidos na hierarquia da insolvncia (este ultimo via Diretiva que carecendo de transposio para o ordenamento jurdico nacional) entraram em vigor no final de 2017.

    No mbito do plano de ao e de polticas de reduo do volume de crditos no produtivos Non-Performing Loans (NPL) a Comisso Europeia apresentou uma proposta de alterao CRR, a qual inclui a cobertura mnima para perdas em ativos improdutivos, assim como uma proposta de diretiva com o objetivo de facilitar a recuperao de colaterais por recurso a procedimentos extrajudiciais. A Unio dos Mercados de Capitais mantm-se como uma prioridade estratgica da Comisso Europeia.

    Foram ainda apresentadas durante a primeira metade do ano as seguintes propostas:

    Proposta de Regulamento relativo reduo dos riscos para permitir a emisso de ttulos garantidos por obrigaes soberanas, concedendo-lhes o mesmo tratamento regulamentar que s obrigaes soberanas da rea do euro nacionais denominadas em euros;

    Conjunto de propostas para garantir s pequenas e mdias empresas (PME) um melhor acesso ao financiamento atravs dos mercados pblicos: i) proposta legislativa que introduz alteraes tcnicas ao Regulamento Abuso de Mercado e ao Regulamento Prospetos e ii) novas alteraes tcnicas aos atos delegados ao abrigo da Diretiva Mercados de Instrumentos Financeiros (MiFID II);

    Pacote "Finanas sustentveis" como tornar o sector financeiro num importante interveniente na luta contra as alteraes climticas.

    No plano nacional, est em curso o processo de transposio da Diretiva e Regulamento dos Mercados de Instrumentos Financeiros (DMIF II/RMIF). Este regime estende os deveres de transparncia para uma classe mais ampla de ativos e de contratos de derivados e institui requisitos relacionados com a negociao algortmica e de alta frequncia automatizada. So tambm definidos os requisitos para a prtica de consultoria financeira, para a distribuio e criao de novos produtos e para a informao a prestar ao cliente.

    O regulamento delegado sobre os pacotes de produtos de investimento de retalho e de produtos de investimento com base em seguros entrou em vigor no incio de 2018. Este visa a proteo dos consumidores e o estabelecimento de uma norma comum para os documentos de informao fundamental a disponibilizar aos clientes.

  • RELATRIO & CONTAS 1S2018

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    Destaca-se, ainda, e entre as principais medidas com impacto no sistema financeiro portugus que ocorreram no primeiro semestre de 2018:

    Ao nvel da concesso de crdito, o Banco de Portugal, enquanto autoridade macroprudencial nacional, adotou uma medida, sob a forma de recomendao, dirigida aos novos contratos de crdito celebrados com consumidores, designadamente crdito habitao, crdito com garantia hipotecria ou equivalente e crdito ao consumo, que devem ser aplicados na avaliao de solvabilidade dos consumidores aquando da concesso de crdito. Esta medida introduz: i) limites ao rcio entre o montante do emprstimo e o valor do imvel dado em garantia; ii) limites ao rcio entre o montante total das prestaes mensais associadas a todos os emprstimos detidos pelo muturio e o seu rendimento mensal lquido de impostos e contribuies obrigatrias Segurana Social; iii) limites maturidade dos emprstimos e iv) requisitos de pagamentos regulares de juros e capital;

    Ao nvel das contas de depsito e de pagamento, a Diretiva de Servios de Pagamento (PSD2) encontra-se em processo de transposio para o ordenamento jurdico nacional;

    Relativamente a recuperao de crdito, foi publicada a Lei n. 7/2018, de 2 de maro, que aprova o Regime Jurdico da Converso de Crditos em Capital, que tem como objetivo a criao de um mecanismo legal que favorea a recuperao e reestruturao de empresas, de modo clere e eficaz, atravs do reforo dos seus capitais prprios. Foi publicada a Lei n. 8/2018, de 2 de maro, diploma que aprova o Regime Extrajudicial de Recuperao de Empresas ("RERE");

    No plano macroprudencial, a reserva contracclica de fundos prprios aplicvel s exposies de crdito ao setor privado no financeiro nacional manteve-se em 0% do montante total das posies em risco;

    Foi publicada a Diretiva (UE) 2018/843 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 30 de Maio de 2018 relativa preveno da utilizao do sistema financeiro para efeitos de branqueamento de capitais ou de financiamento do terrorismo;

    O Regulamento de Proteo de Dados (regulamento EU n 679/2016) que teve aplicao em 25 de maio de 2018;

    Por ltimo, entrou em vigor no incio do ano, o Decreto-Lei n. 107/20, que estabelece as regras relativas mudana de contas de pagamento, comparabilidade das respetivas comisses, bem como ao acesso a contas de pagamento com caractersticas bsicas.

    Todas estas alteraes configuram um quadro exigente ao nvel (i) dos requisitos obrigatrios, (ii) da implementao e atualizao de procedimentos, (iii) da gesto do risco (existentes e novos), (iv) do reporte aos supervisores e demais Stakeholders, (v) da segurana das operaes e da qualidade dos dados e (vi) do reposicionamento da oferta em funo dos impactos perspetivados para o negcio. Concomitantemente, o Banco implementou ou tem em curso diversos projetos estratgicos que visam o adequado cumprimento da regulao e dotar o Banco com as capacidades e agilidade necessrias para fazer face aos desafios colocados pelo constante evoluir do quadro regulamentar.

    ENQUADRAMENTO ECONMICO

    O Fundo Monetrio Internacional (FMI) considera que em 2018 o crescimento da economia mundial dever manter-se robusto e exibir uma elevada sincronia entre os principais blocos econmicos, no obstante a prevalncia de importantes riscos, que vo da possibilidade de uma escalada protecionista a um agravamento das condies monetrias globais.

    Aps ter-se expandido 2,4% em 2017, o PIB da rea do euro dever evidenciar uma ligeira moderao em 2018, com a Comisso Europeia a projetar um crescimento de 2,3%, assente em contributos equilibrados das principais rubricas da procura agregada. O facto do crescimento econmico se manter inequivocamente acima do potencial, tendncia que dever prolongar-se por 2019, favorece a continuao do processo de normalizao da poltica monetria do Banco Central Europeu (BCE), ainda que de modo muito gradual devido ausncia de quaisquer presses inflacionistas. Nesse contexto, o BCE anunciou a sua inteno de terminar o programa de compra de dvida no final de 2018, mas comprometeu-se a no elevar as taxas de juro antes do vero de 2019.

    Nos EUA, o conjunto de estmulos oramentais introduzidos est a conferir um impulso muito significativo atividade econmica. A reduo dos impostos s empresas est a estimular o investimento, a criao de emprego e o aumento dos salrios, o que a par com a diminuio dos impostos sobre as famlias, se est a refletir positivamente na progresso do consumo privado. Perante tais desenvolvimentos, a Reserva Federal prosseguiu com o processo de subida da sua taxa de juro de referncia, elevando-a de 1,75% para 2,00%, e intensificou o ritmo de reduo do montante de ttulos de dvida acumulados em balano durante a vigncia dos seus programas de quantitative easing (QE).

    A evoluo dos mercados financeiros internacionais durante o primeiro semestre de 2018 ficou marcada pelo

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    retorno da volatilidade, num contexto em que o otimismo implcito nas valorizaes das principais classes de ativos foi afetado pelo recrudescimento do protecionismo e pela subida das taxas de juro de longo prazo. Esta combinao de circunstncias revelou-se especialmente adversa para o complexo dos mercados emergentes, cujas moedas registaram substanciais nveis de depreciao, em particular contra o dlar americano. A soluo governativa encontrada para Itlia, ao reacender os receios de fragmentao da UEM, revelou-se tambm um importante foco de instabilidade para os mercados financeiros internacionais, com impactos negativos sobre a cotao do euro face ao dlar e ao iene. As taxas de juro do mercado monetrio do euro exibiram grande estabilidade, tendo permanecido em terreno negativo em todos os prazos.

    Aps o crescimento de 2,7% registado no conjunto do ano de 2017, no primeiro trimestre de 2018, a taxa de variao homloga do PIB portugus cifrou-se em 2,1%, o que representa uma ligeira desacelerao da atividade face ao trimestre precedente (2,4%), que se deveu ao abrandamento das exportaes, uma vez que a procura interna se manteve robusta, suportada pela acelerao do consumo privado e do investimento. Neste contexto de manuteno do dinamismo da atividade econmica, a taxa de desemprego reduziu-se de 8,1% para 7,9% no primeiro trimestre do ano, atingindo o nvel mais baixo desde 2008. Para os prximos trimestres, expectvel que a taxa de crescimento do PIB portugus permanea em nveis ligeiramente acima dos 2,0%, de acordo com as previses das principais instituies internacionais. No plano dos mercados financeiros, a instabilidade poltica em Itlia determinou uma subida das yields da dvida pblica portuguesa e o agravamento dos respetivos diferenciais face s congneres europeias de melhor risco.

    Na Polnia, a atividade econmica continua a mostrar sinais de forte vigor. No primeiro trimestre de 2018 o PIB cresceu 5,0% em termos homlogos, o que corresponde a uma acelerao face ao crescimento observado no trimestre anterior (4,4%), beneficiando da expanso do consumo e da recuperao do investimento, uma vez que o contributo da procura externa lquida foi negativo. A evoluo favorvel da atividade, a par com a permanncia da taxa de inflao em nveis compatveis com o objetivo do banco central, tem permitido que a poltica monetria permanea inalterada. No obstante o bom desempenho da economia polaca, o zlti manteve-se em trajetria de depreciao, penalizado pela crescente volatilidade que tem vindo a afetar os mercados financeiros internacionais.

    Em Moambique, o crescimento econmico continua moderado, suportado pela expanso generalizada dos principais setores de atividade, e a taxa de inflao tem-se mantido estvel. Este enquadramento tem favorecido a evoluo do metical, que no ltimo trimestre se apreciou face s principais divisas internacionais. Em Angola, a trajetria de depreciao do Kwanza acentuou-se no segundo trimestre, em sequncia do processo de transio em curso para um regime de cmbios flexveis.

    ENQUADRAMENTO DO SISTEMA FINANCEIRO

    A rendibilidade do sistema bancrio portugus melhorou no 1 semestre de 2018, em termos homlogos, confirmando os sinais de recuperao evidenciados ao longo do ano anterior das rubricas bancrias core e refletindo a reduo expressiva do provisionamento. A melhoria da margem financeira e das comisses, e a reduo dos custos operacionais resulta dos processos de reestruturao operacional implementados pelos diversos bancos nos ltimos anos, que tem vindo a permitir a melhoria dos nveis de eficincia no setor.

    A qualidade dos ativos do sistema bancrio continuou a evoluir de forma favorvel, tendo-se observado uma diminuio do stock de NPL, em especial no segmento Empresas, acompanhado pela melhoria dos nveis de cobertura.

    Aps o forte reforo dos nveis de capitalizao do sistema bancrio portugus em 2017, os rcios de capital dos principais bancos encontravam-se no final do 1 semestre de 2018 em nveis mais confortveis, acima dos mnimos regulamentares e globalmente alinhados com os pares europeus.

    O plano de reestruturao em curso no Novo Banco, associado ao acionamento do Mecanismo de Capitalizao Contingente estabelecido nos acordos de venda da posio acionista de controlo, a par de eventuais necessidades financeiras decorrentes das resolues do Banco Esprito Santo e do BANIF, continuam a representar riscos para o sistema bancrio.

    Apesar dos desafios associados necessidade de adaptao ao novo contexto regulatrio e ao novo tipo de concorrncia em alguns segmentos de atividade, associada ao alargamento da oferta potenciado pela inovao tecnolgica e induzido pela entrada em vigor da nova Diretiva de Servios de Pagamentos 2 (PSD2, na sigla inglesa), espera-se que o 2 semestre de 2018 confirme a sustentabilidade dos sinais j evidenciados de melhoria dos nveis de rendibilidade, da qualidade dos ativos e dos indicadores de risco do sistema bancrio nacional.

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    Modelo de negcio NATUREZA DAS OPERAES E PRINCIPAIS ATIVIDADES

    O Grupo desenvolve um conjunto de atividades financeiras e servios bancrios em Portugal e no estrangeiro, onde est presente em diversos mercados: Polnia, Sua, Moambique, Angola (atravs da associada BMA) e China. Todas as suas operaes bancrias desenvolvem a sua atividade sob a marca Millennium. O Grupo assegura ainda a sua presena internacional atravs de escritrios de representao e/ou protocolos comerciais.

    O Banco oferece um vasto leque de produtos e servios financeiros: contas ordem, meios de pagamento, produtos de poupana e de investimento, private banking, gesto de ativos e banca de investimento, passando ainda pelo crdito imobilirio, pelo crdito ao consumo, pela banca comercial, pelo leasing, pelo factoring e pelos seguros, entre outros. As operaes de back-office para a rede de distribuio encontram-se integradas, de forma a beneficiar de economias de escala.

    Em Portugal, o Millennium bcp encontra-se centrado no mercado de retalho e empresas, servindo os seus Clientes de uma forma segmentada. As operaes das subsidirias disponibilizam geralmente os seus produtos atravs das redes de distribuio do Banco, oferecendo um conjunto alargado de produtos e servios.

    FATORES DISTINTIVOS DO MODELO DE NEGCIO

    Maior instituio bancria privada

    O Millennium bcp a maior instituio bancria privada em Portugal, assumindo uma posio de liderana e destaque em diversos produtos, servios financeiros e segmentos de mercado, estando alicerada numa rede de sucursais moderna e com uma boa cobertura a nvel nacional. Complementarmente, o Banco dispe de canais de banca distncia (servio de banca por telefone, Mobile Bankling e pela Internet), que funcionam como pontos de distribuio dos seus produtos e servios financeiros.

    As prioridades, de acordo com o Plano Estratgico 2021, consistem em redesenhar a experincia digital a partir de uma abordagem centrada em dispositivos mveis, transformando as top customer journeys, configurando um modelo omni canal conveniente e produtivo e transformando as operaes atravs da implementao de tecnologias NextGen (como robtica e processamento de linguagem natural). Paralelamente, o Banco adotar uma estratgia de TI enfocada na atualizao de tecnologia, segurana de informao e promoo de novas formas de trabalho.

    A atividade no mercado domstico est enfocada na banca de retalho, que se encontra segmentada de forma a melhor servir os interesses dos Clientes, quer atravs de uma proposta de valor assente na inovao e rapidez destinadas aos designados Clientes Mass-market, quer atravs da inovao e da gesto personalizada de atendimento, destinada aos Clientes Prestige, Negcios, Empresas, Corporate e Large Corporate. A banca de retalho conta ainda com um banco vocacionado para Clientes com um esprito jovem, utilizadores intensivos de novas tecnologias da comunicao, que privilegiem uma relao bancria assente na simplicidade e que valorizem produtos e servios inovadores, o ActivoBank.

    Presena internacional como plataforma de crescimento

    No final de junho de 2018, o Millennium bcp era o maior banco privado portugus com uma posio relevante nos pases em que detm operaes.

    Em 30 de junho de 2018, as operaes em Portugal representavam 73% do total de ativos, 74% do total de crdito a Clientes (bruto) e 73% do total de recursos de Clientes. O Banco detinha mais de 2,2 milhes de Clientes ativos em Portugal e quotas de mercado de 17,2% e 17,5% em crdito a Clientes e depsitos de Clientes, respetivamente, em junho de 2018.

    O Millennium bcp encontra-se presente internacionalmente atravs das suas operaes bancrias, escritrios de representao e/ou atravs de protocolos comerciais, servindo mais de 5,6 milhes de Clientes no final de junho de 2018.

    Nas operaes em frica, o Millennium bcp prossegue a sua atividade atravs do Millennium bim, um banco universal, a operar desde 1995 em Moambique, detm mais de 1,3 milhes de Clientes, sendo um banco lder neste pas, com 25,8% em crdito a Clientes e de 27,0% em depsitos, em 30 de junho de 2018. O Millennium bim uma marca com elevada notoriedade no mercado moambicano, associada inovao, com grande penetrao ao nvel da banca eletrnica e excecional capacidade de atrair novos Clientes, sendo uma referncia ao nvel da rendibilidade.

    Foi outorgada, em 22 de abril de 2016, a escritura de fuso do Banco Millennium Angola, S.A. com o Banco Privado Atlntico, S.A.. O Banco resultante da fuso uma associada do Banco Comercial Portugus.

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    Na Polnia, o Bank Millennium dispe de uma rede de sucursais bem distribuda e suportada numa moderna infraestrutura multicanal, numa qualidade de servio de referncia, no elevado reconhecimento da marca, na base de capital robusta, na liquidez confortvel e na slida gesto e controlo do risco. O Bank Millennium detinha, em 30 de junho de 2018, uma quota de mercado de 4,5% em crdito a Clientes e de 5,1% em depsitos.

    Na Sua, o Grupo detm uma operao desde 2003, por intermdio de uma plataforma de private banking que presta servios personalizados e de qualidade a Clientes do Grupo com elevado patrimnio, compreendendo solues de gesto de ativos, baseadas em research rigoroso e no profundo conhecimento dos mercados financeiros, assente num compromisso irrevogvel com a gesto do risco e numa plataforma de IT eficiente.

    O Grupo est ainda presente no Oriente desde 1993, mas apenas em 2010 foi realizado o alargamento da atividade da sucursal existente em Macau, atravs da atribuio da licena plena (on-shore), visando o estabelecimento de uma plataforma internacional para a explorao do negcio entre a Europa, China e frica lusfona.

    O Banco conta ainda com 10 escritrios de representao (1 no Reino Unido, 1 na Alemanha, 3 na Sua, 2 no Brasil, 1 na Venezuela, 1 na China em Canto e 1 na frica do Sul) e 5 protocolos comerciais (Canad, EUA, Espanha, Frana e Luxemburgo).

    Crescimento alicerado na banca digital /mobile

    Desde a sua fundao, o Banco desenvolveu uma reputao associada inovao. O Banco foi o primeiro banco em Portugal a introduzir certos conceitos e produtos inovadores, incluindo: mtodos de marketing direto; layouts de sucursais com base no perfil do cliente; contas-ordenado; sucursais mais simples (NovaRede); servios bancrios por telefone, atravs do Banco 7, que posteriormente se tornou na primeira plataforma de servios bancrios online em Portugal; seguro de sade (Mdis) e seguro direto; e um site dedicado a particulares e corporate banking. O Banco tambm foi pioneiro no lanamento de um novo conceito de Internet banking, baseado na plataforma do ActivoBank, que fornece um servio simplificado ao cliente, incluindo a abertura de uma conta corrente atravs de solues de Mobile Banking.

    No 1 semestre de 2018, o nmero de Clientes digitais ativos do Millennium bcp aumentou 9% (Particulares e Empresas ativos nos ltimos 90 dias na Internet e mobile), assim como o nmero de operaes realizadas nos canais digitais aumentou 7,7%. Para este crescimento destaca-se sobretudo o desempenho do canal mobile:

    Na vertente dos Clientes digitais Particulares verificou-se um aumento de 18,3% do nmero de utilizadores, com o nmero de transaes a aumentar em 21,9%.

    Na vertente dos Clientes digitais Empresas, o nmero de utilizadores registou um crescimento de 23,6% (ativos nos ltimos 90 dias) e o nmero de transaes aumentou 26,7%.

    A inovao e simplificao marcaram o ritmo do lanamento de novas funcionalidades nos canais digitais do Millennium bcp, tornando a oferta cada vez mais diferenciadora e melhorando a experincia de utilizao.

    Procurou-se desenvolver os processos de vendas digitais para garantir uma experincia fluda ao longo de todos os momentos da interao digital, por forma a melhorar e aumentar as experincias de consumo.

    Assim, no crdito pessoal online o valor mximo dos financiamentos 100% digitais foi aumentado de 5 mil euros para 15 mil euros, tendo-se sido afinados os modelos de deciso automtica de financiamentos, permitindo aprovar automaticamente mais operaes de crdito. As vendas de Crdito Pessoal atravs de plataformas digitais passaram de 9% em 2017 para 11% das vendas totais do Banco no 1 semestre de 2018.

    O Millennium BCP manteve a posio de lder nacional na corretagem online conquistada em 2017, com uma quota de 20%, tendo a soluo MTrader continuado a contribuir de forma decisiva para se ter alcanado esta liderana.

    O 1 semestre de 2018 continuou a ser decisivo na captao de recursos, com o depsito a prazo app, depsito exclusivo da app Millennium, a contribuir significativamente para aumentar a captao de recursos de clientes. O canal digital representava, em 30 de junho de 2018, 25% da constituio de poupanas, 25% das subscries de fundos de Investimento e 73% nos certificados.

    Modelo de relacionamento voltado para o Cliente

    Uma das competncias distintivas do Millennium bcp consiste num modelo de relacionamento voltado para o Cliente:

    De acordo com o BASEF (5 maiores bancos), o Millennium bcp foi considerado Banco mais prximo dos seus Clientes, Banco mais inovador, Banco de eleio, Banco com os Clientes mais satisfeitos com os canais digitais, com a qualidade do atendimento, com o gestor e com a qualidade dos produtos/servios;

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    O Millenniumm bcp lder nas operaes de bolsa online, com forte contributo da app Bolsa e da plataforma MTRADER, vencedora do prmio Best Capital Market Initiative nos Euronext Lisbon Awards 2018;

    O Millennium bcp o Banco principal das Empresas em Portugal, onde lidera com uma quota de mercado de 20,2% em todas as dimenses (Microempresas, PMEs, MidCaps e Grandes Empresas), de acordo com o BFin 2018 DataE1;

    O Millennium bcp detm uma quota de 31,6% no financiamento de projetos e uma previso de intenes de novos financiamentos de 25,3% liderando em todos os indicadores de financiamento do Portugal 2020, de acordo com o BFin 2018 DataE.

    O Millennium bcp lder na utilizao de linhas de crdito em Portugal (com 23,8% de quota de mercado) e refora essa liderana como Banco lder do crdito na previso de inteno de utilizao nos prximos 12 meses (com uma quota de 25,5%).

    O Millennium bcp lidera no comrcio, nos servios e na indstria, e tambm nas empresas exportadoras (com 22,0% de quota de mercado), no Portugal 2020, no factoring e no leasing (quota de mercado de 15%), de acordo com o BFin 2018 DataE;

    A liderana foi alcanada tambm no digital, sendo o Banco mais utilizado no NetBanking, com 27,1% de quota de mercado, a que soma a liderana na satisfao com o NetBanking com 52,2% (+7,2% que em 2017) e ainda atingiu a liderana no Mobile Banking com 25,4% de quota de mercado2;

    Foi o Banco mais referido como o Banco Globalmente Melhor para as Empresas, Globalmente Mais Eficiente, com os Produtos mais adequados s Empresas, Mais Inovador e Mais prximo dos Clientes.

    A estratgia de comunicao mais prxima, moderna e inovadora, tem contribudo para reforar os valores transformacionais inerentes ao Millennium do futuro. No 1 semestre de 2018, foi lanada a Campanha Institucional Num Millennium frente, que traa o rumo de um discurso e posicionamento cada vez mais digitais.

    O Millennium continuou a sua aposta em patrocnios e eventos de relevncia como so exemplos o Millennium Estoril Open, o projecto Online Dance Company powered by Millennium, a segunda edio dos Prmios Millennium Horizontes para Empresas ou ainda a organizao de iniciativas internas como a Reunio de Quadros e os novos Eventos de Proximidade "Conquistar 2018".

    Sustentabilidade do modelo de negcio

    A capacidade de resilincia do modelo de negcio assenta essencialmente no enfoque na banca de retalho, por natureza mais estvel e menos voltil. O Millennium bcp implementou com sucesso uma recuperao operacional no seu mercado core, reforando a sua posio financeira e de capital, apesar da envolvente desafiante no setor bancrio no mercado portugus. Foi implementado um programa de reestruturao suportado numa reduo de custos operacionais em mais de 40% em Portugal desde 2011 e uma reduo de 44% nas NPE do Grupo desde 2013 (de 13,7 mil milhes de euros para 7,7 mil milhes de euros em 2017).

    Trs competncias distintivas estiveram no centro desta recuperao: um modelo de relacionamento voltado para o Cliente, liderana de mercado em termos de eficincia e operaes internacionais competitivas.

    O Banco tem como objetivo assegurar a rendibilidade sustentvel a mdio e longo prazo, procurando tornar-se best in class em termos de eficincia operacional, melhorando sustentadamente o resultado operacional e mantendo um elevado controlo do risco de crdito, preservando, assim, a sua posio estratgica no mercado portugus de servios bancrios de Retalho. O Banco mantm como prioridade clara a melhoria da qualidade da carteira de crdito do Millennium, reduzindo o stock de NPE (reduo de 60% at 2021) e, simultaneamente, reduzindo o custo do risco.

    1 De acordo com a DataE, o Barmetro Servios Financeiros Empresas-Bancos (BFin Bancos) um estudo que tem como principal objetivo caracterizar o setor bancrio portugus na tica das empresas, relativamente aos produtos e servios que os bancos disponibilizam. Os resultados do BFin 2018 so baseados numa amostra de mais de 1.300 empresas. A informao foi recolhida entre abril e junho de 2018.

    2 Satisfao em Net Promoter Score (NPS) = % promotores - % detratores.

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    PRINCIPAIS PRMIOS ATRIBUDOS

    Durante o 1 semestre de 2018, os bancos do Grupo foram reconhecidos com diversos prmios, sendo de destacar:

    Millennium bcp distinguido nos Euronext Lisbon Awards 2018, tendo vencido nas categorias Best Capital Market Promotion Initiative, com a plataforma de negociao em Bolsa - MTrader -, e Most Active Trading House in Warrants & Certificates, atribudo ao membro da Euronext Lisbon com maior volume transacionado em Warrants e Certificados em 2017.

    Millennium bcp eleito "Best Foreign Exchange Bank" em Portugal, pela revista financeira Global Finance.

    Millennium bim reconhecido como "Melhor Banco de Moambique 2018" pelo 9 ano consecutivo, pela revista financeira Global Finance.

    Millennium bim eleito o Melhor Banco em Moambique, na rea de trade finance providers, no ano de 2017, pela revista financeira Global Finance.

    Bank Millennium foi um dos vencedores da 6 edio do concurso anual, The Innovators, organizado pela revista financeira Global Finance.

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    Informao Financeira

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    Resultados e balano As Demonstraes Financeiras consolidadas foram elaboradas nos termos do Regulamento (CE) n. 1606/2002, de 19 de julho (na verso vigente), e de acordo com o modelo de reporte determinado pelo Banco de Portugal (Aviso n. 5/2015, na verso vigente), na sequncia da transposio para a ordem jurdica portuguesa da Diretiva n. 2003/51/CE, de 18 de junho, do Parlamento Europeu e do Conselho nas verses atualmente vigentes. As demonstraes financeiras consolidadas intercalares condensadas para o perodo de seis meses findo em 30 de junho de 2018 foram preparadas de acordo com a IAS34 relato financeiro intercalar.

    Em 1 de janeiro de 2018, entrou em vigor a IFRS 9 Instrumentos financeiros, em substituio da IAS 39 Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensurao. Esta norma estabelece novas regras para o reconhecimento de instrumentos financeiros e introduz alteraes relevantes nomeadamente ao nvel da metodologia de clculo da imparidade. A adoo desta norma produziu impactos na estrutura das demonstraes financeiras do Millennium bcp face a 31 de dezembro de 2017, ditados em boa medida pelos ajustamentos associados transio, no tendo influenciado materialmente a conta de explorao do primeiro semestre de 2018.

    Conforme permitido pelas disposies transitrias da IFRS 9, o Grupo optou por no proceder reexpresso dos saldos comparativos do perodo anterior. Todos os ajustamentos aos valores contabilsticos dos ativos e passivos financeiros na data de transio foram reconhecidos em capitais prprios com referncia a 1 de janeiro de 2018. Consequentemente, as alteraes ao nvel das informaes divulgadas nas notas s demonstraes financeiras decorrentes das emendas IFRS 7 na sequncia da adoo da IFRS 9 foram aplicadas apenas ao atual perodo de reporte. A informao includa nas notas s demonstraes financeiras relativa ao perodo comparativo corresponde que foi divulgada no perodo anterior.

    Na presente anlise so mencionados um conjunto de conceitos que refletem os critrios de gesto adotados pelo Grupo no mbito do processo de preparao da informao financeira, cuja correspondncia contabilstica se encontra apresentada no glossrio e ao longo do documento, sempre que aplicvel, e que visam tambm favorecer a comparabilidade com a informao de perodos anteriores.

    Neste mbito salienta-se que, com referncia a 30 de junho de 2018, o crdito a clientes inclui o crdito ao custo amortizado antes de imparidade, os ttulos de dvida ao custo amortizado associados a operaes de crdito antes de imparidade e o crdito a clientes ao justo valor atravs de resultados antes dos ajustamentos de justo valor, e que o montante da imparidade considerado para efeitos do apuramento dos graus de cobertura do crdito a clientes inclui a imparidade de balano associada ao crdito ao custo amortizado, a imparidade de balano relacionada com os ttulos de dvida ao custo amortizado associados a operaes de crdito e os ajustamentos de justo valor associados ao crdito a clientes ao justo valor atravs de resultados.

    No que se refere aos depsitos e outros recursos de clientes, manteve-se o critrio anteriormente utilizado para a rubrica recursos de clientes e outros emprstimos, reunindo os recursos de clientes e outros emprstimos ao custo amortizado e os depsitos de clientes ao justo valor atravs de resultados, os quais estavam anteriormente includos na rubrica recursos de clientes e outros emprstimos.

    Adicionalmente, em 30 de junho de 2018, os conceitos subjacentes ao apuramento dos recursos de clientes fora de balano foram alterados no sentido de refletir o novo quadro legal e regulamentar imposto pela Diretiva dos mercados de instrumentos financeiros II (DMIF II), bem como alteraes implementadas ao nvel do permetro considerado e dos critrios adotados, nomeadamente no que respeita incluso dos montantes detidos por clientes no mbito da colocao de produtos de terceiros, que contribuem para o reconhecimento de comisses ("ativos distribudos"). A informao com referncia ao final do primeiro semestre de 2017 est apresentada em base comparvel, considerando o novo critrio.

    No primeiro semestre de 2018 no foram introduzidas alteraes na apresentao da informao relativa ao exerccio de 2017, pelo que as reapresentaes efetuadas com o objetivo de garantir a comparabilidade da informao resultam exclusivamente das situaes anteriormente referidas.

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    ANLISE DA RENDIBILIDADE

    RESULTADO LQUIDO

    O resultado lquido do Millennium bcp ascendeu a 150,6 milhes de euros no primeiro semestre de 2018, evidenciando um aumento de 67,5% face aos 89,9 milhes de euros alcanados no semestre homlogo do ano anterior, alicerado fundamentalmente no desempenho da atividade em Portugal, mas tambm no maior contributo da atividade internacional face ao primeiro semestre de 2017.

    Na atividade em Portugal, o resultado lquido foi significativamente superior aos 1,6 milhes de euros registados no primeiro semestre de 2017, atingindo 59,0 milhes de euros nos primeiros seis meses de 2018, merecendo particular destaque a diminuio expressiva das imparidades e das provises.

    Na atividade internacional, o resultado lquido totalizou 89,9 milhes de euros no primeiro semestre de 2018, comparando favoravelmente com os 87,1 milhes de euros apurados no semestre homlogo do ano anterior. Esta evoluo beneficia dos desempenhos positivos das operaes na Polnia e em Moambique, no obstante o menor contributo do Banco Millennium Atlntico, influenciado pelo impacto negativo decorrente da aplicao da IAS 29.

    O Bank Millennium na Polnia atingiu um resultado lquido de 82,3 milhes de euros nos primeiros seis meses de 2018, representando um aumento de 8,6 milhes de euros face aos 73,7 milhes de euros registados no mesmo perodo de 2017, justificado pelo aumento da margem financeira, associado maioritariamente ao crescimento dos volumes de negcio, e melhoria do custo do risco, no obstante o aumento dos custos operacionais.

    O Millennium bim em Moambique apresentou um resultado lquido de 51,1 milhes de euros, evidenciando um aumento de 19,4% face ao resultado de 42,8 milhes de euros obtido no primeiro semestre de 2017, suportado no crescimento do produto bancrio e na evoluo favorvel da imparidade de crdito.

    O Millennium Banque Prive na Sua apurou um resultado lquido de 3,6 milhes de euros no primeiro semestre de 2018, superior em 5,8% aos 3,4 milhes de euros obtidos no perodo homlogo de 2017. Excluindo o efeito da depreciao do franco suo, o resultado lquido teria aumentado 14,6%, refletindo os aumentos das comisses, nomeadamente de gesto e de corretagem, da margem financeira e dos resultados cambiais, embora mitigados pelo maior nvel de custos operacionais.

    O Millennium bcp Bank & Trust nas Ilhas Caimo, excluindo os efeitos cambiais no relevantes em base consolidada, registou um resultado lquido positivo de 2,5 milhes de euros no primeiro semestre de 2018, em linha com o resultado lquido do primeiro semestre de 2017, compensando a evoluo desfavorvel da margem financeira e dos custos operacionais com resultados cambiais mais elevados e menores necessidades de provisionamento do crdito.

    No que se refere a Angola, o contributo para o resultado lquido do primeiro semestre de 2018 da atividade internacional totalizou 6,2 milhes de euros, face a 15,8 milhes de euros no mesmo perodo do ano anterior, refletindo nomeadamente os efeitos adversos da depreciao do kwanza e da aplicao da IAS 29, no mbito do tratamento de Angola como uma economia com elevada inflao desde dezembro de 2017.

    R ES UL TADO L QUIDO

    Milhes de euros

    89,9

    150,6

    1S17 1S18

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    DEMONSTRAO DE RESULTADOS

    Milhes de euros

    1S18 1S17* Var. 18/17

    MARGEM FINANCEIRA 687,7 678,5 1,3%

    OUTROS PROVEITOS LQUIDOS

    Rendimentos de instrumentos de capital 0,6 1,6 -61,4%

    Comisses lquidas 340,2 330,3 3,0%

    Resultados em operaes financeiras 77,0 89,9 -14,3%

    Outros proveitos de explorao lquidos (90,1) (86,6) -4,0%

    Resultados por equivalncia patrimonial 41,4 35,1 17,9%

    369,1 370,3 -0,3%

    PRODUTO BANCRIO 1.056,8 1.048,8 0,8%

    CUSTOS OPERACIONAIS

    Custos com o pessoal 289,8 241,5 20,0%

    Outros gastos administrativos 182,7 182,6 0,0%

    Amortizaes do exerccio 28,4 26,1 8,5%

    500,8 450,2 11,2%

    IMPARIDADE

    Do crdito (lquida de recuperaes) (1) 220,8 305,0 -27,6%

    Outras imparidades e provises 59,0 110,3 -46,5%

    RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS 276,2 183,3 50,7%

    IMPOSTOS

    Correntes 49,9 54,5 -8,5%

    Diferidos 22,0 (11,1) >200%

    RESULTADO APS IMPOSTOS DE OPERAES EM CONTINUAO 204,3 139,9 46,1%

    Resultados de operaes descontinuadas ou em descontinuao 1,8 1,3 40,0%

    Interesses que no controlam 55,4 51,2 8,2%

    RESULTADO LQUIDO ATRIBUVEL AOS ACIONISTA DO BANCO 150,6 89,9 67,5%

    (1) Inclui imparidade para ativos financeiros valorizados ao custo amortizado, nomeadamente imparidade para aplicaes em instituies de crdito, imparidade para crdito concedido a clientes (lquida de recuperaes) e imparidade para ttulos de dvida associados a operaes de crdito (*) Os saldos relativos ao perodo de seis meses findos 30 de junho de 2017, correspondem s contas estaturias nessa data. Estes saldos so apresentados exclusivamente para efeitos comparativos, no tendo sido efetuada a respetiva reexpresso na sequncia da adoo da IFRS 9, com referncia a 1 de janeiro de 2018, tal como permitido na IFRS 9.

    MARGEM FINANCEIRA

    A margem financeira situou-se em 687,7 milhes de euros nos primeiros seis meses de 2018 (678,5 milhes de euros apurados em igual perodo do ano anterior), apoiada no bom desempenho da atividade internacional.

    Na atividade em Portugal, a margem financeira situou-se nos 384,8 milhes de euros no primeiro semestre de 2018 comparando com 390,2 milhes de euros relevados no semestre homlogo do ano anterior. Esta evoluo foi condicionada pela reduo dos juros das carteiras de crdito e de ttulos, no obstante a diminuio registada pelo custo do funding, associada designadamente manuteno da tendncia de decrscimo dos custos dos depsitos a prazo e ao reembolso da parcela remanescente dos CoCos no primeiro trimestre de 2017.

  • RELATRIO & CONTAS 1S2018

    33

    Na atividade internacional, a margem financeira evidenciou um crescimento de 5,1%, ao comparar com os 288,3 milhes de euros registados nos primeiros seis meses de 2017, ascendendo a 302,9 milhes de euros no mesmo perodo de 2018, merecendo particular destaque o desempenho da subsidiria na Polnia.

    A taxa de margem financeira no primeiro semestre de 2018 fixou-se em 2,18%, em linha com o valor apresentado em igual perodo do ano anterior. A taxa de margem financeira no primeiro semestre de 2017 excluindo o impacto do custo dos CoCos situou-se em 2,20%.

    OUTROS PROVEITOS LQUIDOS

    Os outros proveitos lquidos, que agregam os rendimentos de instrumentos de capital, as comisses lquidas, os resultados em operaes financeiras, os outros proveitos de explorao lquidos e os resultados por equivalncia patrimonial, permaneceram em linha com os 370,3 milhes de euros apresentados no final do primeiro semestre de 2017, situando-se em 369,1 milhes de euros no primeiro semestre de 2018. Esta evoluo foi suportada pelos aumentos das comisses e dos resultados por equivalncia patrimonial, que em conjunto anularam a evoluo desfavorvel das restantes rubricas. OUTROS PROVEITOS LQUIDOS

    Milhes de euros

    1S18 1S17 Var. 18/17

    Rendimentos de instrumentos de capital 0,6 1,6 -61,4%

    Comisses lquidas 340,2 330,3 3,0%

    Resultados em operaes financeiras 77,0 89,9 -14,3%

    Outros proveitos de explorao lquidos (90,1) (86,6) -4,0%

    Resultados por equivalncia patrimonial 41,4 35,1 17,9%

    TOTAL 369,1 370,3 -0,3%

    dos quais:

    Atividade em Portugal 249,7 251,7 -0,8%

    Atividade internacional 119,5 118,6 0,7%

    RENDIMENTOS DE INSTRUMENTOS DE CAPITAL

    Os rendimentos de instrumentos de capital incorporam os dividendos e os rendimentos de partes de capital recebidos de investimentos classificados como ativos financeiros ao justo valor atravs de outro rendimento integral e rendimentos de ativos financeiros detidos para negociao.

    No primeiro semestre de 2018, estes rendimentos situaram-se em 0,6 milhes de euros, face aos 1,6 milhes de euros apurados no mesmo perodo do ano anterior, correspondendo maioritariamente aos rendimentos associados a investimentos que integram a carteira de aes do Grupo.

    COMISSES LQUIDAS

    As comisses lquidas atingiram 340,2 milhes de euros no primeiro semestre de 2018, evidenciando um crescimento de 3,0% face aos 330,3 milhes de euros alcanados nos primeiros sei