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Edital MCT/CNPq/CT-HIDRO/SEAP-PR nº 035/2007
Uso e Conservação da Água no Meio Rural
RELATÓRIO
IMPACTOS DE AGROQUÍMICOS NOS RECURSOS HÍDRICOS E ORGANISMOS NÃO-
ALVO E ALTERNATIVAS PARA MITIGAR SEUS EFEITOS E REDUZIR O CONSUMO
DE ÁGUA NA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO
Processo: 552546/2007-0
Coordenador:
RENATO ZANELLA
Laboratório de Análises de Resíduos de Pesticidas (LARP) Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ)
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Abril, 2010
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Título do projeto:
IMPACTOS DE AGROQUÍMICOS NOS RECURSOS HÍDRICOS E ORGANISMOS NÃO-
ALVO E ALTERNATIVAS PARA MITIGAR SEUS EFEITOS E REDUZIR O CONSUMO
DE ÁGUA NA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO
Palavras-chave: Oryza sativa, ecossistema várzea, bioindicadores, manejo da lavoura, métodos
analíticos.
Coordenação do projeto:
Coordenador: Renato Zanella - [email protected] Fones: (55) 3220-8011
Vice-coordenador: Enio Marchesan - [email protected] Fones: (55) 3220-8451
Instituição Executora:
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria – RS
Instituições Colaboradoras:
Fundação Universidade do Rio Grande (FURG), Rio Grande – RS EMBRAPA Terras Baixas, Pelotas – RS Mississipi State University, EUA Texas A&M University, EUA
RESUMO DO RELATÓRIO:
Este relatório descreve os resultados obtidos pelas diversas ações de pesquisa relacionadas com o emprego de agrotóxicos e o manejo e produtividade da lavoura de arroz irrigado, tais como: estudo da persistência de agrotóxicos na água; influência na qualidade da água; alterações nas comunidades fitoplanctônicas; a proliferação de espécies resistentes aos contaminantes, em detrimento da biodiversidade natural; ocorrência de florações de algas e cianobactérias potencialmente tóxicas; alterações na composição, dinâmica espacial e seqüência temporal do zooplâncton; densidade de diferentes grupos de organismos bentônicos; avaliação da toxicidade em peixes e resíduos de agrotóxicos em água, solo e grãos de arroz.
Os resultados mostraram que a concentração dos agrotóxicos na água decresceu com o tempo variando entre os produtos estudados. Na média das duas safras, a persistência decresceu na seguinte ordem: quincloraque > bispiribaque- sódio = penoxsulam > carbofurano > imazapique > imazetapir = fipronil > clomazona com persistência de 84, 60, 60, 42, 39, 28, 28 e 25 dias, respectivamente.
As análises qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctônica revelaram uma diminuição da riqueza de espécies ao longo do ciclo da cultura. Essa diminuição, juntamente com a notada substituição das classes algais observada nos tratamentos e na testemunha, sugere que o uso de agroquímicos, exerce influência no padrão sucessional do fitoplâncton, havendo a substituição da predominância de grupos sensíveis por grupos tolerantes.
Os táxons com maior abundância foram em ordem decrescente: Polyarthra < Trichocerca < Copepoda nauplios < Brachionus < Keratella. Rotífera foi o grupo que apresentou as maiores
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abundâncias na comunidade de zooplâncton, destacando-se o gênero Polyarthra como o mais abundante. Os gêneros Trichocerca, Brachionus e Lecane não se mostraram responsivos aos tratamentos com os agrotóxicos, enquanto em Keratella a abundância inicial foi baixa até o dia 14º dia. A partir desta coleta, houve crescimento da população, porém em menor taxa.
Foi possível concluir que os pesticidas utilizados agem de maneira direta e indireta na comunidade bentônica, causando redução na densidade dos organismos. Entretanto esse efeito se dilui com o passar do tempo, possibilitando a reestruturação da comunidade até o final da cultura do arroz irrigado.
Para peixes, os resultados obtidos permitiram observar que não ocorreram alterações significativas nos parâmetros de crescimento, após cultivo de carpas durante 90 dias em associação com a cultura do arroz irrigado. Foram selecionados para cada pesticida testado biomarcadores de toxicidade medidos nos tecidos de carpas, que podem ser utilizados posteriormente em locais contaminados por estes produtos.
No sistema de cultivo mínimo do arroz, a utilização dos herbicidas imazetapir (75 g e.a. ha-
1) + imazapique (25 g e.a. ha-1), bispiribaque-sódio (50 g i.a. ha-1), penoxsulam (48 i.a. g ha-1), clomazona (600 g i.a. ha-1), quincloraque (375 g i.a. ha-1) e dos inseticidas carbofurano (400 g i.a. ha-1) e fipronil (37,5 g i.a. ha-1) não acarreta grande alteração na qualidade da água, quando comparada à qualidade da água de irrigação do tratamento controle (padrão); e, em geral, estiveram abaixo dos limites de referência de normativas das agências ambientais usados como referência neste estudo.
Quando comparada com a irrigação contínua, a irrigação intermitente proporciona redução de 40% do volume de água extravasada para o ambiente, reduzindo assim mais de 80% na massa de ingrediente ativo de agrotóxicos transportados para o ambiente em relação ao total aplicado na lavoura. Isso se deve a maior captação de água da chuva reduzindo o transporte de água e agrotóxicos. A massa de agrotóxicos transportados para o ambiente não ultrapassa 5% do total aplicado.
Há presença de agrotóxicos (herbicidas e inseticidas) utilizados na lavoura de arroz nos rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim, durante o período de cultivo de arroz irrigado. No período analisado, os herbicidas clomazona e quincloraque e o inseticida fipronil foram os agrotóxicos mais freqüentes nas amostras de água dos rios, durante as safras avaliadas.
Há necessidade de estabelecimento de limites de tolerância dos agrotóxicos utilizados como defensivos agrícolas (nas lavouras) para que se possa realizar manejo sustentável.
Na água de irrigação foram detectadas concentrações de azoxystrobin, por todo o período de monitoramento (40 dias). Na planta, os agrotóxicos analisados estão presentes até o 15º dia após sua aplicação, enquanto nos grãos, cozido ou cru, não há resíduos dos produtos que foram aplicados. Na casca, por ocasião da colheita, detecta-se azoxystrobin e cypermethrin, o último em maior concentração. O método de preparo de amostra QuEChERS, quando utilizado em conjunto com Cromatografia acoplada à Espectrometria de Massas (GC-MS e LC-MS), permite a determinação multirresíduo de pesticidas em grãos de arroz e solo em níveis adequados para uso em rotina. Importante destacar que a integração de vários Grupos de Pesquisa na execução do projeto permitiu uma formação mais ampla e a troca de experiências entre todos os envolvidos no projeto e várias atividades estão sendo continuadas visando ampliar o conhecimento na área.
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RELATÓRIO DOS RESULTADOS OBTIDOS
Sub-projeto I - Persistência de pesticidas usados na lavoura de arroz, nutrientes,
metais pesados e seus efeitos sobre organismos não alvo.
Experimento 1 - Persistência dos pesticidas na água de irrigação da lavoura de arroz.
Resumo
Os resultados mostraram que a concentração dos agrotóxicos na água decresceu com o tempo
variando entre os produtos estudados. Na média das duas safras, a persistência decresceu na
seguinte ordem: quincloraque > bispiribaque- sódio = penoxsulam > carbofurano > imazapique >
imazetapir = fipronil > clomazona com persistência de 84, 60, 60, 42, 39, 28, 28 e 25 dias,
respectivamente. Dentre os agrotóxicos, quincloraque mostrou maior tempo de dissipação (DT50)
com 15,4 dias, enquanto clomazona apresentou o menor valor de meia-vida na água com 1,9
dias. Para realizar manejo sustentável em lavouras de arroz irrigado é importante estabelecer os
limites de tolerância para cada agrotóxico utilizado. Além disso, são necessários estudos
adicionais de análise de risco ambiental nas concentrações detectadas particularmente para
aqueles produtos com maior potencial de contaminação.
Resultados
A presença de agrotóxicos na água reflete o balanço entre a persistência do produto e
processos hidrometerológicos. Isto significa que a probabilidade de se detectar resíduos na água
corresponde a um padrão característico, onde concentrações mais elevadas foram detectadas
nos primeiros dias após a aplicação. Em geral, a concentração dos agrotóxicos decresceu com o
tempo variando entre os produtos e as safras agrícolas (Tabela 1). Para os herbicidas imazetapir
e imazapique (Only®) (Tabela 1; Figura 1), na média das duas safras, o DT50 foi respectivamente
de 10,2 e 4,53 dias para imazapique e imazetapir, com imazapique apresentando menor taxa de
dissipação (0,071 µg/l dia-1). O valor médio de persistência para imazetapir na água confirma
resultados encontrados por Santos et al. (2008), que constatou um tempo de persistência de 27
dias após o início da irrigação. Marcolin et al. (2003) e Marcolin et al. (2005) detectaram
concentrações de imazetapir na lâmina de água em lavouras de arroz irrigado variável de 32 a 42
dias após o início da irrigação. Entretanto, no solo, a persistência do imazetapir varia entre 60 a
360 dias (GOETZ et al., 1990; MANGELS, 1991; SENSEMAN, 2007). Para imazapique, Grynes et
al. (1995) determinaram que a vida média é de 90 dias; e que altas persistências no solo desses
herbicidas aumentam o risco de contaminar fontes de água (HART et al., 1991).
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Outro fator importante na sorção dos herbicidas do grupo das imidazolinonas é a umidade
do solo, a qual favorece a sorção desses herbicidas, atuando como meio para a difusão das
moléculas para as superfícies externas ativas e para os poros internos do material adsorvente
(PIGNATELLO & XING, 1996; EHLERS & LOIBNER, 2006), embora em condições de alta
umidade (solo saturado) a dessorção seja favorecida, como efeito de uma maior diluição desses
herbicidas (ÁVILA, 2005). Na Figura 1, verifica-se ampla variação na concentração destes dois
herbicidas (pelas barras de erro). As maiores concentrações de imazetapir foram detectadas no
1º dia após a irrigação se comparada à concentração observada no dia do início da inundação.
Isto pode ser atribuído aos processos de sorção/dessorção. Como o herbicida foi aplicado em
solo seco, o tempo decorrido entre a inundação e formação da lâmina d’água (0,10 m) favoreceu
sua adsorção. Após a inundação, houve tempo suficiente para o equilíbrio da concentração deste
herbicida no solo entre a fase sólida e líquida (ÁVILA, 2005), que para imazetapir é de 48 h.
Tabela 1 - Ingredientes ativos dos agrotóxicos, constante da taxa de dissipação (k), tempo de
degradação 50% (DT50) e tempo de persistência (P) na água dos agrotóxicos.
Safra Agrotóxicos k (µg L-1)/dia2 DT50 (dias) 3 P (dias)4
2007/08
imazapique1 0,0854 8,15 21 imazetapir 0,1304 5,32 21 bispiribaque-sódio 0,0836 8,35 56 penoxsulam 0,1086 6,41 28 clomazona 0,9280 0,75 21 quincloraque 0,0422 16,84 84 carbofurano 0,5278 1,37 07 fipronil 0,0945 12,47 28
2008/09
imazapique 0,0568 12,24 56 imazetapir 0,1550 4,53 35 bispiribaque-sódio 0,0443 16,53 63 penoxsulam 0,0114 62,70 91 clomazona 0,2610 3,04 28 quincloraque 0,0500 14,07 84 carbofurano 0,0367 24,68 77 fipronil n.a. n.a. n.a.
Médias
imazapique 0,0711 10,20 39 imazetapir 0,1427 4,53 28 bispiribaque-sódio 0,0640 12,44 60 penoxsulam 0,0600 34,56 60 clomazona 0,5945 1,90 25 quincloraque 0,0461 15,46 84 carbofurano 0,2823 13,03 42 fipronil 0,0945 12,47 28
1Nomes técnicos: imazetapir + imazapique (Only®), bispiribaque-sódio (Nominee®), penoxsulam (Ricer®) clomazona (Gamit®) quincloraque (Facet®) carbofurano (Diafuran®) e fipronil (Standak®). 2Constante da taxa de dissipação do agrotóxico. 3Tempo de degradação de 50% da concentração inicial. 4Persistência na água (dias). n.a. Não analisado
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No solo, o principal mecanismo de dissipação das imidazolinonas é por degradação
microbiana (LOUX et al., 1989; FLINT & WITT, 1997). Quando as condições ambientais
favorecem o desenvolvimento dos microrganismos e a biodisponibilidade destes herbicidas, a
degradação das imidazolinonas aumenta. Aichele & Penner (2005) reportaram que a dissipação
de imazetapir diminuiu quando o pH decresceu de 7,0 para 5,0, devido ao aumento na sorção
com a conseqüente redução da biodisponibilidade; e que a degradação microbiana deste
herbicida tem estreita relação com a quantidade de moléculas biodisponível na solução do solo
(CANTWELL et al., 1989).
Em solos alagados, a degradação de imazetapir por hidrólise é lenta (MANGELS, 1991)
sendo a fotólise a principal rota de degradação. Estudos realizados por Azzouzi et al. (2002)
demonstraram que a fotólise deste herbicida decresce na presença de ácido húmico na água. O
efeito do ácido pode ser explicado pela inclusão e/ou adsorção de imazethapir na matriz húmica
(SCRANO et al., 1995). Assim, a persistência média deste herbicida na água pode ser atribuída à
concentração na faixa de média a alta na matéria orgânica do solo (MOS) do local do experimento
(3,0%); pois os componentes húmicos representam a fração dominante de MOS (STEVENSON,
1994; WERSHAU & AIKEN, 1995). Nesta linha de raciocínio, verificou-se a tendência do
acréscimo de dias na persistência do imazetapir na água (10, 21 e 35 dias) e de imazapique (10,
21 e 56 dias), respectivamente nas safras de 2006/07 (resultados não mostrados), 2007/08 e
2008/09. Este fato também pode ser atribuído a acréscimos do teor de MOS durante estas três
safras pelo não revolvimento do solo no local do experimento.
Figura 1 - Curvas de dissipação de imazetapir e imazapique na água de irrigação em parcelas
com arroz cultivado no sistema de plantio direto nas safras de 2007/08 (A) e 2008/09 (B).
O herbicida bispiribaque-sódio (Tabela 1; Figura 2) mostrou DT50 médio de 12,4 dias.
Contudo, a taxa de dissipação na água foi baixa e foi detectado resíduo deste herbicida entre 53 e
63 dias após a aplicação, respectivamente nas safras de 2007/08 e 2008/09; no entanto, Kurz et
al. (2009) detectaram resíduos de bispiribaque-sódio na água até o 21º dia após a aplicação.
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Estes resultados corroboram com Tarazona & Sanchez (2006) que reportaram que a dissipação
de bispiribaque-sódio no solo é rápida (DT50 = 2 a 7,6 dias), enquanto que em água é altamente
variável (DT50 = 7,7 a 56 dias) sendo similar a dissipação no sistema água/sedimento (DT50 =10,7
a 59 dias).
Figura 2 - Curvas de dissipação de bispiribaque-sódio na água de irrigação em parcelas com
arroz cultivado no sistema de plantio direto nas safras de 2007/08 (A) e 2008/09 (B).
O herbicida penoxsulam (Tabela 1; Figura 3) mostrou alto valor de DT50 médio (34,5 dias)
com detecção de resíduos na água até o dia 60. A baixa taxa de dissipação de penoxsulam em
2008/09 não deve ser atribuída à sorção deste herbicida aos colóides, pois apresenta Koc médio
de 104 mL g-1 (50 a 150 mL g-1) sendo rapidamente adsorvido pelo solo, exceto com pH maior
que 8,0 (SENSEMAN, 2007). Em solos alagados, penoxsulam ocorre quase que exclusivamente
na forma dissociada (aniônica) (RENEW & HUANG, 2004) devido à desprotonação do grupo
sulfonanilida (JOHNSON, 2009; USEPA, 2004); porém é pouco persistente na água
(SENSEMAN, 2007). A dissipação é rápida (JABUSCH & TJEERDEMA, 2006 a,b) e ocorre
principalmente por degradação microbiana, e indiretamente, através da fotólise (SENSEMAN,
2007; USEPA, 2004). O tempo de meia-vida deste herbicida varia em função da presença de
oxigênio; de 7,3 e 46 dias, respectivamente sob condições anaeróbicas e aeróbicas (DOWAGRO,
2004).
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Figura 3 – Curvas de dissipação de penoxsulam na água de irrigação em parcelas com arroz
cultivado no sistema de plantio direto nas safras de 2007/08 (A) e 2008/09 (B).
Dentre os agrotóxicos, clomazona apresentou menor tempo de meia-vida na água (DT50
médio = 1,9 dias) dissipando-se em média até o 25º dia (Tabela 1; Figura 4) corroborando com
outras pesquisas (CUMMING et al., 2002; ZANELLA et al., 2008). Quayle et al. (2006) reportaram
que na água, o herbicida clomazona se dissipou rapidamente (DT50 = 7,2 dias). Noldin et al.
(1997) detectaram resíduos de clomazona até 32º dia após a aplicação, enquanto Santos et al.
(2008) reportaram ser de 39 dias a persistência deste herbicida no solo; e de 13 a 31 dias na
água de irrigação. Clomazona foi um dos herbicidas mais freqüentes em amostras de água de
dois rios localizados na Depressão Central do RS (MARCHESAN et al., 2007), fato atribuído a alta
solubilidade do herbicida em água (1100 mg L-1) e ampla utilização deste herbicida em lavouras
de arroz existentes na bacia hidrográfica dos rios, principalmente se a precipitação pluvial no
período for alta (CABRERA et al., 2008),
O herbicida quincloraque apresentou DT50 médio de 15,4 dias; semelhante ao DT50
reportado por Peixoto (2007), que foi ao redor de 12 dias. A degradação de quincloraque foi lenta
com detecção de resíduos até o dia 84 após a aplicação (Tabela 1; Figura 5). Por outro lado, em
lavouras de arroz do estado do Arkansas, Lavy et al. (1998) detectaram presença de resíduos de
quincloraque até o 36º dia.
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Figura 4 - Curvas de dissipação de clomazona na água de irrigação de parcelas com arroz
cultivado no sistema plantio direto nas safras de 2007/08 (A) e 2008/09 (B).
Figura 5 - Curvas de dissipação de quincloraque na água de irrigação das parcelas com arroz
cultivado no sistema de plantio direto nas safras de 2007/08 (A) e 2008/09 (B).
Na média das duas safras, o inseticida carbofurano apresentou DT50 médio = 13 dias
(Tabela 1; Figura 6) variando de 1,3 dias (safra 2007/08) até 24,6 dias (2008/09). Tomlin (2000)
constatou que o tempo de meia-vida do carbofurano, depende principalmente do pH, variando de
1 ano a pH 4 e até 31 horas a pH 9; sendo que a pH na faixa do neutro este fica em torno de 121
dias. Em outro trabalho, carbofurano foi detectado em água em lavouras de arroz até 28 dia após
a aplicação, apresentando um DT50 de 10 dias tanto na água quanto no solo (JOHNSON & LAVY,
1995). Devido a alta solubilidade em água (351 mg L-1) e baixo coeficiente de adsorção ao solo
(Koc = 22), carbofurano possui alto potencial de ser carreado dissolvido na água; e assim
contaminar corpos d’água. O tempo de meia-vida em água (DT50 = 13 dias) é dependente do pH
(EVER, 2002), pois a taxa de hidrólise aumenta na medida em que aumenta o pH do meio
(EVER, 2002; PLESE et al., 2005), fato comum em solos alagados (LALAH & WANDIGA, 1996).
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MOREIRA et al. (2002) monitorando carbofuran em amostras de água de lavouras de arroz
irrigado constataram concentração máxima de 20 �g L-1 e, após 49 dias, a concentração reduziu
para 1,0 �g L-1. No Brasil não está estabelecido o limite máximo de carbofurano na água potável
(BRASIL, 2005); entretanto a Organização Mundial de Saúde (WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 1996) estabelece em 7,0 �g L-1 a concentração máxima permitida.
Figura 6 - Curvas de dissipação do inseticida carbofurano na água de irrigação das parcelas com
arroz cultivado no sistema de plantio direto nas safras de 2007/08 (A) e 2008/09 (B).
Para o inseticida fipronil, é importante enfatizar que como o produto foi aplicado no
tratamento das sementes de arroz; quando a irrigação foi iniciada já haviam transcorrido 26 dias.
Daí rápida redução da concentração do produto na água (±50%) no 2º dia após o início da
irrigação (Figura 7). A partir desta coleta de água, a concentração de fipronil permaneceu baixa.
O DT50 foi de 12,47 dias na safra de 2007/08 (Tabela 1) semelhante ao obtido por (KURZ, 2007),
que obteve DT50 variável de 10,3 e 13,9 dias.
Fipronil é um inseticida pouco solúvel em água (solubilidade varia de 1,9 a 2,4 mg L-1) e
com Koc variável de 244 a 628 (TINGLE et al. 2003) indicando ser um agrotóxico de moderada
mobilidade no solo e alto potencial de ser transportado dissolvido na em água, podendo
contaminar mananciais hídricos. Em laboratório, Choppa & Kumari (2009) avaliando a dissipação
do fipronil em água encontraram um DT50 médio de 20,63 dias; sendo que este inseticida não foi
mais detectado na água após 60º dia.
Estudo similar foi realizado por Ngim & Crosby (2001) com diferentes formulações de
fipronil avaliado em condições de lavoura. A degradação de fipronil resultou em tempos de meia-
vida variável de 10,5 a 125h (DT50 médio = 5,2 dias) em água a 44,5 a 533 h (DT50 médio = 22
dias) no solo, indicando que a persistência de fipronil variou de baixa a moderada. Fipronil
também tem sido detectado em águas de rios (MARCHESAN et al., 2007; SILVA et al., 2009)
sendo que a contaminação está relacionada com a lenta degradação em água, e também, com o
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tempo de meia-vida (DT50) que pode ser maior que 100 dias em função do modo de aplicação
(tratamento de sementes ou da planta), variável também com o pH do meio (TINGLE et al. 2003).
Eventos como a precipitação pluvial e a suplementação de água para manter a altura da
lâmina constante na lavoura são fatores adicionais que podem modificar a concentração dos
agrotóxicos. Assim, quanto menor o intervalo de tempo entre a aplicação e as chuvas maior será
a vulnerabilidade dos mananciais hídricos à jusante das lavouras de arroz. Estes fatores também
foram evidenciados por Kimbrought & Litke (1996) e Sudo et al. (2002). Battaglin & Hay (1996)
reportaram a necessidade do monitoramento de agrotóxicos em corpos d’água principalmente
quando estes produtos são aplicados em períodos com chuvas freqüentes e intensas.
Figura 7 - Curvas de dissipação de fipronil na água de irrigação das parcelas com arroz cultivado
no sistema cultivo de plantio direto nas safras de 2007/08.
Conclusões
Os resultados mostraram que a concentração dos agrotóxicos na água decresceu com o
tempo variando entre os produtos estudados. Nas duas safras, em média, a persistência
decresceu na seguinte ordem: quincloraque > bispiribaque- sódio = penoxsulam > carbofurano >
imazapique > imazetapir = fipronil > clomazona com persistência de 84, 60, 60, 42, 39, 28, 28 e
25 dias, respectivamente. Dentre os agrotóxicos, quincloraque mostrou maior tempo de
dissipação (DT50) com 15,4 dias, enquanto clomazona apresentou o menor valor de meia-vida na
água com 1,9 dias.
Para realizar o manejo sustentável, é importante estabelecer os limites de tolerância de
cada agrotóxico utilizado nas lavouras. Além disso, são necessários estudos adicionais de análise
de risco ambiental nas concentrações detectadas particularmente para aqueles produtos com
maior potencial de contaminação.
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15
Experimento 2 - Efeitos dos pesticidas usados na lavoura de arroz sobre a composição e
estrutura de comunidades fitoplanctônicas
Ano agrícola 2007/2008:
Os resultados aqui descritos incluem as análises qualitativas e quantitativas do
fitoplâncton nas oito parcelas experimentais em duas datas de amostragem: 10 de janeiro (três
dias após a irrigação) e 3 de abril (57 dias após a irrigação) ambas do ano agrícola de 2007/2008.
Durante as datas de coleta não foram relatadas ocorrências de florações nos blocos
experimentais.
Análise qualitativa do fitoplâncton - foram identificados 140 táxons de microalgas
planctônicas distribuídos em 9 classes, sendo 55 deles em nível de espécie e os 85 restantes
apenas em nível de gênero, listados abaixo:
1. Filo Euglenophyta
1.1. Classe Euglenophyceae
Euglena oxyuris Schmarda; Euglena tripteris (Dujardin) Klebs; Euglena sp. 3; Euglena sanguinea
Ehrenberg; Euglena spyrogira Ehrenberg v.fusca Klebs; Lepocinclis salina Fritsch; Lepocinclis
ovum (Ehrenberg)Lemmermann; Lepocinclis fusiformis (Carter) Lemm. emend. Conr.; Phacus
horridus Pochmann; Phacus longicauda (Ehrenberg) Dujardin; Phacus onyx Pochmann; Phacus
suecicus Lemmermann; Phacus assimetricus cf.; Phacus curvicauda Swirenko; Strombomonas
verrucosa (Daday) Deflandre; Strombomonas gibberosa (Playfair) Deflandre; Strombomonas
fluviatilis (Lemmermann) Deflandre; Strombomonas sp. 4; Trachelomonas armata (Ehrenberg)
Stein; Trachelomonas volvocina Ehrenberg, Trachelomonas curta Cunha emend. Defl. v.mínima
Tell & Zalocar, Trachelomonas megalacantha Cunha, Trachelomonas sculpta Balech;
Trachelomonas volvocinopsis Swirenko; Trachelomonas argentinensis (Garcia de Emiliani)
Conforti & Nudelman; Trachelomonas sp. 1; Trachelomonas sp. 2; Trachelomonas sp. 3;
Trachelomonas sp. 4; Monomorphina (Phacus pyrum (Ehrenberg) Stein)
2. Filo Chlorophyta
2.1. Classe Zygnemaphyceae
Closterium setaceum Bicudo & Bicudo; Closterium sp. 1; Closterium sp. 2; Cosmarium sp. 1;
Cosmarium sp. 4; Cosmarium sp. 2; Cosmarium sp. 3, Cosmarium sp. 5, Cosmarium sp. 6;
Docidium sp.; Euastrum sp. 1; Euastrum sp. 2; Euastrum sp. 3; Euastrum sp. 4; Netrium sp.;
Octacanthium octocorne Ehrenberg ex Ralfs; Onychonema sp.; Penium sp.; Pleurotaenium sp;
Spirotaenia sp.; Spyrogira sp.; Staurastrum sp.1, Staurastrum sp. 2, Staurodesmus sp.; Teilingia
granulata (Roy & Bissett) Bourrelly; Zygnema sp.
16
2.2 Classe Chlamydophyceae
Chlamydomonas sp.; Eudorina sp; Pandorina sp.
2.3.Classe Chlorophyceae
Actinastrum sp.; Ankistrodesmus bernardii Komárek; Ankistrodesmus fusiformis Corda sensu
Korsikov; Ankistrodesmus falcatus (Corda) Ralfs; Coelastrum microporum Nägeli; Coelastrum
pulchrum Schmidle; Coelastrum sp. 1; Chlorella sp.; Crucigenia quadrata Morren; Crucigeniella
crucífera (Wolle) Komárek; Desmodesmus spinosus (R.Chodat) Hegewald; Diacanthos sp.;
Dictyosphaerium pulchellum Wood, Dictyosphaerium tetrachotomum Printz, Golenkiniopsis sp.;
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Möbius; Koliella sp.; Micractinium pusillum Fresenius,
Monoraphidium contortum (Thuret) Komarková-Legenerová, Nephrochlamys sp, Pachycladella
umbrina (G.M.Smith) Silva, Pediastrum duplex Meyen, Pediastrum tetras (Ehrenberg) Ralfs,
Pediastrum sp., Raphidocelis sp., Scenedesmus producto capitato Schmula,Scenedesmus
quadricauda, Scenedesmus oahuensis var. symmetricus (Hortobágyi); Scenedesmus bicaudatus
(Hansgirg) Chodat; Scenedesmus acuminatus Lagerheim; Scenedesmus sp. 1; Scenedesmus sp.
2; Scenedesmus sp. 3; Scenedesmus sp. 4; cenedesmus sp. 5; Scenedesmus sp. 6;
Scenedesmus sp. 7; Scenedesmus sp. 8; Scenedesmus sp. 9; Scenedesmus sp. 10;
Scenedesmus sp. 14; Scenedesmus sp. 15; Scenedesmus sp. 16; Scenedesmus sp.
17;Scenedesmus sp. 18; Scenedesmus sp. 19; Scenedesmus sp. 20; Scenedesmus sp. 21;
Scenedesmus sp. 22; Scenedesmus sp. 23; Selenastrum gracile Reinsch; Sorastrum sp.;
Sphaerocystis sp.; Tetraedron triangulare Korsikov; Tetrallantos sp., Tetrastrum heterocanthum
(Nordstedt) Chodat; Treubaria sp.
2.4. Classe Oedogoniophyceae
Oedogonium spp.
3. Filo Ochrophyta
3.1. Classe Bacillariophyceae
3.1.1. Ordem Pennales: Navicula spp.
3.2. Classe Xanthophyceae
Isthmochloron sp.; Tetraplektron sp.
3.3. Classe Chrysohyceae
Dinobryon sp.; Malomonas sp.; Synura sp.
4. Cyanobacteria
4.1 Classe Cyanophyceae
Anabaena sp.; Aphanocapsa sp.; Chroococcus dispersus cf; Lyngbya sp.; Merismopaedia sp.;
Oscillatoria sp.; Planktothrix sp.; Spirulina sp.
17
A análise qualitativa da comunidade fitoplanctônica revelou que em janeiro as classes
predominantes em termos de riqueza de espécies no fitoplâncton foram Chlorophyceae e
Euglenophyceae (Fig. 1). Em abril, as classes que se sobressaíram, apesar de menor número em
comparação a janeiro, foram Zygnemaphyceae, Chlorophyceae e Euglenophyceae (Fig. 2).
JANEIRO
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Test Quinc Carb Bispy Clom Imaz Penox Fipr
Euglenophyceae Zygnemaphyceae Chlamydophyceae
Chlorophyceae Oedogoniophyceae Bacillariophyceae
Cyanophyceae Xanthophyceae Chrysophyceae
FIGURA 1: análise qualitativa das amostras do fitoplâncton coletadas em janeiro de 2008.
Abreviações: Test: testemunha; Quinc: quinclorac; Carb: carbofuran; Bispy: Bispyribac-sodium;
Clom: Clomazone; Imaz: Imazethapyr + Imazapic; Penox: penoxulan; Fipr: fipronil.
ABRIL
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Test Quinc Carb Bispy Clom Imaz
Euglenophyceae Zygnemaphyceae Chlamydophyceae
Chlorophyceae Oedogoniophyceae Bacillariophyceae
Cyanophyceae Xanthophyceae Chrysophyceae
FIGURA 2: análise qualitativa das amostras do fitoplâncton coletadas em abril de 2008. Não
foram observadas as amostras dos tratamentos Penoxsulan e Fipronil, por problemas de
armazenamento. Abreviações: Test: testemunha; Quinc: quinclorac; Carb: carbofuran; Bispy:
bispyribac-sodium; Clom: clomazone; Imaz: imazethapyr + imazapic; Penox: penoxulan; Fipr:
fipronil.
18
Análise quantitativa do fitoplâncton - Comparando as duas datas de coleta, a análise
quantitativa da comunidade revelou um decréscimo na densidade de indivíduos por mL
encontrados nas amostras do mês de abril, em relação aos dados de janeiro. Exceto na
testemunha, onde a densidade de organismos encontrada em abril foi superior àquela encontrada
em janeiro (Fig. 3).
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
TES-J QUI-J CAR-J BYS-J CLO-J IMA-J PEN-J FIP-J TES-A QUI-A CAR-A BYS-A CLO-A IMA-A PEN-A FIP-A
FIGURA 3: Densidade de indivíduos mL-1 do fitoplâncton nos diferentes tratamentos em janeiro e
abril de 2008. Abreviações: Tes: testemunha; Qui: quinclorac; Car: carbofuran; Bys: Bispyribac-
sodium; Clo: Clomazone; Ima: Imazethapyr + Imazapic; Pen: penoxulan; Fip: fipronil; J: janeiro; A:
abril.
A análise quantitativa da comunidade fitoplanctônica revelou a ocorrência de substituição
das principais classes de algas entre janeiro a abril. Em abril houve uma diminuição no grupo das
Cyanophyceae e um acréscimo de indivíduos do grupo das Zygnemaphyceae e Chrysophyceae.
Apesar de apresentar menos indivíduos na amostra de abril, Chlorophyceae e Euglenophyceae
continuam com números consideráveis de indivíduos por mL.
19
JANEIRO
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Test Quinc Carb Bispy Clom Imaz Penox Fipr
Euglenophyceae Zygnemaphyceae Chlamydophyceae
Chlorophyceae Oedogoniophyceae Bacillariophyceae
Cyanophyceae Xanthophyceae Chrysophyceae
FIGURA 4: composição quantitativa do fitoplâncton em janeiro de 2008. Abreviações: Test:
testemunha; Quinc: quinclorac; Carb: carbofuran; Bispy: Bispyribac-sodium; Clom: Clomazone;
Imaz: Imazethapyr + Imazapic; Penox: penoxulan; Fipr: fipronil.
ABRIL
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Test Quinc Carb Bispy Clom Imaz Penox Fipr
Euglenophyceae Zygnemaphyceae Chlamydophyceae
Chlorophyceae Oedogoniophyceae Bacillariophyceae
Cyanophyceae Xanthophyceae Chrysophyceae
FIGURA 5: Composição quantitativa do fitoplâncton em abril de 2008. Abreviações: Test:
testemunha; Quinc: quinclorac; Carb: carbofuran; Bispy: Bispyribac-sodium; Clom: Clomazone;
Imaz: Imazethapyr + Imazapic; Penox: penoxulan; Fipr: fipronil.
20
Figura 6 – Análise de correspondência utilizando a matriz de densidades do fitoplâncton em janeiro e abril de 2008. Abreviações: Tes: testemunha; Qui: quinclorac; Car: carbofuran; Bys: Bispyribac-sodium; Clo: Clomazone; Ima: Imazethapyr + Imazapic; Pen: penoxulan; Fip: fipronil; J: janeiro; A: abril. EUDO: Eudorina sp.; PAND: Pandorina sp; MERI: Merismopaedia sp.; CMS1: Cosmarium sp.1; SPYR: Spyrogira; EUS2: Euastrum sp.2; STA1: Staurastrum sp.1
A análise de correspondência (DCA) é uma técnica exploratória, que foi desenvolvida
especificamente para lidar com os dados na forma de tabelas de contingência, em que o número
de objetos diferentes (por exemplo, táxons) em cada caso (ou seja, sítios de amostragem) seja
enumerado (McGarigal et al.,2000). Em outras palavras, a DCA pretende representar as relações
entre as linhas e colunas em um número menor de dimensões. Ao analisar uma tabela de
contingência de unidades amostrais (sites) versus abundância de táxons, ela produz uma
representação gráfica da relação entre as categorias linha e coluna no mesmo espaço.
Na DCA, os táxons característicos em cada uma das unidades amostrais - definida como o
táxon com maior abundância nos habitats representados pelas unidades amostrais - são plotados
na mesma nuvem de pontos com as unidades amostrais.
Desta forma, a análise de correspondência (DCA) mostrou/revelou que os tratamentos
Imazethapyr + Imazapic, Bispyribac-sodium e Penoxsulan de janeiro e os tratamentos
Imazethapyr + Imazapic, Clomazone e Penoxsulan de abril se assemelham, ocupando parte
negativa do eixo y, onde a maior presença de Trachelomonas sp.1 definiu essa localização. As
espécies Eudorina sp., Pandorina sp. e Merismopaedia sp. definiram a localização dos
21
tratamentos Fipronil e Quinclorac, ambos de janeiro, na parte negativa do eixo x. Spyrogira sp.,
Euastrum sp.2 e Staurastrum sp.1 conferiram aos tratamentos Carbofuran, Bispyribac-sodium e
Fipronil de abril a localização na parte positiva do eixo x devido às suas maiores abundâncias
nessas amostras. Cosmarium sp.1 definiu aos tratamentos Clomazone, Testemunha e
Carbofuran de janeiro uma localização positiva no eixo x. A Testemunha de abril separou-se das
demais amostras por apresentar uma grande densidade de Spyrogira sp. Trachelomonas sp.1 foi
um táxon presente tanto em janeiro quanto em abril, sendo característico de ambos os sites e
separando as datas de coleta (janeiro na parte negativa do eixo x, enquanto que as amostras de
abril ficaram no lado positivo).
A título de ilustração, as pranchas 1 a 3 mostram diferentes organismos do fitoplâncton
fotografados em microscopia ótica durante as análises qualitativas e quantitativas.
PRANCHA 1 – táxons 1 a 8: Fotomicrografias do fitoplâncton encontrado nas amostras de janeiro e abril. 1) Scenedesmus producto capitato 2) Scenedesmus acuminatus 3) Scenedesmus sp.10 4) Euastrum sp. 5) Selenastrum gracile 6) Eudorina sp. 7) Coelastrum pulchrum 8) Dictyosphaerium pulchellum
22
PRANCHA 2 - táxons 9 a 17: 9) Euglena acus 10) Euglena spyrogira v.fusca 11) Phacus longicauda 12) Trachelomonas argentinensis 13) Isthmochloron sp. 14) Trachelomonas armata 15) Sphaerocystis sp 16) Pediastrum tetras 17) Dinobryon sp.
23
PRANCHA 3 – táxons 18 a 25: 18) Synura sp. 19) Crucigenia quadrata 20) Pediastrum duplex 21) Euglena sanguinea 22) Trachelomonas sp. 5 23) Strombomonas verrucosa 24) Staurastrum sp. 25) Ankistrodesmus falcatus.
Discussão
Considerando os níveis de oxigênio dissolvido (OD) e temperatura da água nas amostras
observa-se que estes se apresentam menores em abril com relação às amostragens de janeiro;
esses resultados podem explicar a diminuição da densidade de algas. Entretanto, esse fato não
foi observado na testemunha no mês de abril, apontando para a influência da adição e
24
persistência de pesticidas, que podem influenciar a biota, ainda que abaixo do nível de detecção
da técnica empregada para a medição. De acordo com Deschamps et al. (2001), a presença de
resíduos de agroquímicos pode se manifestar no ambiente, tanto no período de utilização, como
até mesmo após cessar a sua aplicação.
Na maioria dos ecossistemas aquáticos, o sedimento é o compartimento que apresenta
maior concentração de nutrientes, pois tem capacidade de acumular compostos (orgânicos, como
inseticidas e herbicidas, ou inorgânicos, como os elementos-traço) e liberá-los para coluna
d’água, funcionando como reservatório para os demais compartimentos (Esteves, 1998). Essa
função explicaria, junto com os dados da qualidade da água, a diminuição da densidade
fitoplanctônica, uma vez que é possível que os pesticidas persistam no sedimento e sejam,
eventualmente, re-suspensos na coluna d’água. As comunidades bióticas, entre elas o
fitoplâncton, apresentam respostas a efeitos ambientais prolongados, nem sempre detectáveis
em análises físicas e químicas da água em amostragens pontuais.
Tanto as análises qualitativas quanto as quantitativas da comunidade fitoplanctônica
revelaram uma diminuição da riqueza de espécies encontradas de uma data para outra (exceto
nos tratamentos imazethapyr + imazapic e clomazone). Essa diminuição, além da substituição dos
principais grupos algais (classes) observada nos tratamentos e na testemunha, sugere que o uso
de agroquímicos, além dos fatores ambientais, possui uma influência no padrão sucessional do
fitoplâncton.
Ma et al. (2006) observaram que inseticidas podem encadear mudanças na estrutura das
comunidades, causando substituições dos grupos dominantes; além disso a sensibilidade de
diferentes espécies expostas a carbofuran e outros inseticidas pode variar em mais de uma
ordem de magnitude, ou seja, respostas a diferentes compostos químicos podem variar entre
táxons.
O padrão sucessional das comunidades fitoplanctônicas é, usualmente, de que espécies
mais sensíveis a mudanças dêem espaço a espécies mais tolerantes a condições ambientais
desfavoráveis (por exemplo, maior temperatura e menor concentração de oxigênio dissolvido na
água) e com estratégias ecológicas mais especializadas.
Ano agrícola 2008/2009:
Análise qualitativa do fitoplâncton de amostras obtidas em 13 e 22 de janeiro 2009. Foram
identificados 102 táxons de microalgas planctônicas distribuídos em cinco filos e nove classes,
sendo 13 deles confirmados em nível de espécie e os restantes apenas em nível de gênero,
listados a seguir:
25
1. Filo Euglenophyta
1.1. Classe Euglenophyceae
Euglena oxyuris Schmarda; Euglena sp1; Euglena sp2; Lepocinclis spp.; Phacus longicauda
(Ehrenberg) Dujardin; Phacus suecicus Lemmermann; Strombomonas spp.; Trachelomonas
armata (Ehrenberg) Stein; Trachelomonas curta Cunha emend. Defl. V. minima Tell & Zalocar;
Trachelomonas híspida; Trachelomonas rugulosa; Trachelomonas sp1; Trachelomonas volvocina
Ehrenberg
2. Filo Chlorophyta
2.1. Classe Zygnemaphyceae
Cosmarium sp1; Cosmarium sp2; Euastrum; Hyalotheca; Spondylosium; Staurastrum;
Staurodesmus; Teilingia; Xanthidium; Zygnema
2.2 Classe Chlamydophyceae
Eudorina; Gonium; Pandorina
2.3.Classe Chlorophyceae
Actinastrum sp.; Ankistrodesmus;Characiopsis; Chroococcus; Closteriopsis; Closterium;
Closterium proelougum; Closterium setaceum; Closterium sp2.; Coelastrum sp1.; Coelastrum
sp2.; Coelosphaerium; Crucigenia; Crucigeniella; Desmodesmus sp1.; Desmodesmus sp2.;
Desmodesmus sp3; Desmodesmus sp4; Desmodesmus sp5; Desmodesmus sp6.; Desmodesmus
sp7; Diacanthos; Dictyosphaerium; Eutetramorus; Kirchneriella; Monoraphidium; Nephrocytium;
Nephrodiella; Nephrodiella; Oocystis; Palmella; Pediastrum duplex Meyen; Pediastrum tetras
(Ehrenberg) Ralfs; Pediastrum sp1.; Pediastrum sp2.; Scenedesmus sp1.; Scenedesmus sp2.;
Scenedesmus sp3.; Scenedesmus sp4.; Scenedesmus sp5.; Scenedesmus sp6.; Scenedesmus
sp7.; Selenastrum; Selenastrum gracile Reinsch; Tetraedron; Tetrallantos; Tetrastrum; Treubaria.
2.4. Classe Oedogoniophyceae
Oedogonium spp.
3. Filo Ochrophyta
3.1. Classe Bacillariophyceae
Achnanthes; Aulacoseira; Caloneis; Encyonema; Fragilaria; Gomphonema; Melosira; Navicula;
Nitzchia; Pinnularia; Sellaphora; Surirella; Ulnaria.
3.2. Classe Xanthophyceae
Goniochloris; Pseudostaurastrum
26
4. Filo Dinophyta
4.1. Classe Dinophyceae
Glochidinium; Gymnodinium; Peridinium
5. Cyanobacteria
5.1. Classe Cyanophyceae
Anabaena; Aphanocapsa; Lyngbia; Merismopedia; Oscilatoria; Planktotrix; Pleurocapsa;
Pseudoanabaena; Woronichinia;
CONCLUSÃO:
Como resultados, tanto as análises qualitativas quanto as quantitativas da comunidade
fitoplanctônica revelaram uma diminuição da riqueza de espécies ao longo do ciclo da cultura.
Essa diminuição, juntamente com a notada substituição das classes algais observada nos
tratamentos e na testemunha, sugere que o uso de agroquímicos, exerce influência no padrão
sucessional do fitoplâncton, havendo a substituição da predominância de grupos sensíveis por
grupos tolerantes.
As amostras de fitoplâncton obtidas no ano agrícola de 2008/2009 estão em fase final de
análise quantitativa. Cabe ressaltar que a análise quantitativa e, mais ainda, a análise qualitatitva
– taxonômica – do fitoplâncton é um processo demorado, pois envolve o treinamento de alunos
em taxonomia. Além disto, é muitas vezes necessária a busca de auxílio por parte de profissionais
de outras instituições, especialistas na identificação de determinadas classes de microalgas.
Referências Bibliográficas
DESCHAMPS, F.C.; NOLDIN, J.A. 2001; Método multiresíduo para a determinação de pesticidas em água. In:
Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, 2; Reunião da Cultura do Arroz Irrigado, 24., Anais Congresso Brasileiro de
Arroz Irrigado, 2; Reunião da Cultura do Arroz Irrigado, Porto Alegre: IRGA, p. 786-88, 2001.
ESTEVES, F.A. 1998; Fundamentos de Limnologia; Ed. Interciência, Rio de Janeiro, 2°edição, 602 pág.
MA, J., LUA, N., QINB, W., XUA, R., WANGA, Y. e CHEN, X. 2006; Differential responses of eight cyanobacterial and
green algal species, to carbamate insecticides; Ecotoxicology and Environmental Safety 63:268–274.
McGARIGAL, K., CUSHMAN, S. e STAFFORD, S. 2000. Multivariate statistics for wildlife and ecology research. New
York. Springer. 283 pp
27
Experimento 3 - Efeitos dos pesticidas aplicados na lavoura de arroz sobre a composição e
estrutura de comunidades zooplanctônicas
Os resultados indicaram que Rotífera foi o grupo que apresentou as maiores abundâncias
na comunidade de zooplâncton, destacando-se o gênero Polyarthra como o mais abundante; e
também que agrotóxicos provocaram poucas alterações na abundância de organismos dos
grupos Rotifera e Copepoda (Adulto e Nauplio).
Na safra 2007/08 foram identificados 46 táxons sendo 36 gêneros de rotífera, quatro
famílias de cladócera e duas ordens de copepoda (Cyclopoida e Calanoida) (Tabela 1). Os táxons
que apresentando a maior abundância foram em ordem decrescente: Polyarthra < Trichocerca <
Copepoda nauplios < Brachionus < Keratella. Nas cinco épocas de coleta, considerando-se a
abundância total, o tratamento controle (padrão) manteve estável a proporção de rotífera,
cladocera e copepoda em comparação com os tratamentos onde foram aplicados os agrotóxicos.
O diagrama da PRC da comunidade zooplanctônica não mostrou significativamente parte
da variância (P�0,05). A análise multivariada reflete um desvio na estrutura da comunidade do
zooplâncton para todos os agrotóxicos. A análise de PRC evidencia que a porcentagem de
variância total nos dados do zooplâncton explicado pelo tempo é 7,4 %; e é mostrada no eixo
horizontal (Figura 1). Da soma total da variância, 48,4% é explicado pelos tratamentos. Desta
variância, 15,2% é mostrado no eixo vertical (Figura 1).
O gênero Asplanchna, Trichocherca, Filinia, Cephalodella e Mytilina possuem um alto peso
positivo para com o diagrama (Figura 1). A abundância destes táxons aumenta suas abundâncias
nos tratamentos com os herbicidas imazetapir + imazapique, bispiribaque sódio, penoxsulam,
clomazona, quincloraque e o inseticida fipronil em relação ao tratamento controle, em diferentes
proporções. As famílias do grupo cladocera (Sididae e Moinididae), bem como o copepoda
Cyclopoida possuem relativamente alto peso negativo (Figura 1) indicando que nestes táxons
houve redução da abundância ao longo das datas se coletas nos tratamentos com imazetapir +
imazapique, bispiribaque sódio, penoxsulam, clomazona, quincloraque e o inseticida fipronil em
relação ao tratamento controle. Assim, o sinal do escore do táxon indica a direção na mudança da
abundância, enquanto a magnitude do escore reflete o tamanho da mudança. O aumento ou
redução na abundância de táxons pode também ser avaliado em termos mais quantitativos, por
exemplo, a redução da abundância no terceiro dia após a irrigação (1ª coleta) no tratamento com
bispiribaque sódio em relação ao tratamento controle para Asplanchna é exponencial (2,5x -0,5) =
0,28 vezes a abundância do tratamento controle.
28
Tabela 1 - Composição zooplanctônica nas parcelas cultivadas com arroz irrigado, no período
entre janeiro a março de 2008.
ROTIFERA ROTIFERA Asplanchnidae Proalidae
Asplanchna Proales Asplanchnopus Scaridiidae
Brachionidae Scaridiun Anuraeopsis Synchaetidae Brachionus Ploeosoma Kellicottia Synchaeta Keratella Polyarthra Notochloa Testudinellidae Platyias Testudinella
Collothecidae Pompholyx Coloteca Trichocercidae
Conochilidae Trichocerca Conochilus Trichotriidae
Dicranophoridae Macrochaetus Dicranophorus Encentrum CLADOCERA
Euchlanidae Chydoridae Euchlanis Moinidae
Filiniidae Macrothricidae Filinia Sididae
Flosculariidae Floscularia COPEPODA
Gastropodidae Ordem Cyclopoida Gastropus Ordem Calanoida Ascomorpha
Hexarthridae Hexarthra
Lecanidae Lecane
Lepadellidae Squatinella Colurella Lepadella
Mytilinidae Mytilina Lophocharia
Notommatidae Notommata Monommata Cephalodella
29
Figura 1 - Curvas de resposta principal resultante da análise dos dados do zooplâncton indicando
o efeito dos herbicidas e inseticidas na comunidade zooplanctônica. Safra 2007/08. As linhas
representam o curso dos tratamentos no tempo. O peso do táxon (bk) pode ser interpretado
como a afinidade do táxon com as curvas de resposta principal. Táxon com peso entre 0,5 e -0,5
não são mostrados. O diagrama PRC não mostra uma quantidade significante da variação dos
tratamentos (P� 0,05).
Apenas as flutuações temporais foram significativas. Em geral, no período analisado
houve redução da abundância do zooplâncton crustáceos. No tratamento controle, o número de
cladocera permaneceu estável com leve tendência de aumento na coleta aos 28 dias (Figura 2A).
Quanto aos tratamentos com a aplicação de agrotóxicos, verifica-se incremento na abundância do
gênero Moinidae com a aplicação de imazetapir + imazapique e redução acentuada na
abundância com a aplicação de clomazona, fipronil e bipiribaque sódio nas coletas realizadas no
3º e 14º dias após a aplicação dos agrotóxicos (Figura 2B). Resposta similar foi observada com
cladóceros principalmente da família Sididae (Figura 2C), com aumento da população nos
30
tratamentos com bispiribaque-sódio e penoxsulam. Para carbofurano, a abundância de Sididae foi
reduzida em todas as coletas realizadas (Figura 2C). Para cladocera, assim como para as duas
famílias (Moinidae e Sididae), a ANOVA de medidas repetidas (ANOVA-RM) indicou que não
houve efeito significativo (P=0,07) para a interação tratamentos com a aplicação de agrotóxicos
versus datas de coleta para o total de cladoceras, indicando que as tendências foram similares
entre tratamentos.
Com relação aos copepodas da ordem cyclopoida (Figura 2C), a ANOVA-RM indicou
diferença significativa para a interação tratamentos versus datas de coletas (F [28, 32] = 1,99,
P<0,03); entretanto, não houve diferença significativa (P�0,05) entre as médias aplicando-se o
teste Bonferroni. Na Figura 3C, constata-se uma tendência do aumento da abundância dos
indivíduos da ordem cyclopoida, nos tratamentos com os herbicidas imazetapir + imazapique,
bispiribaque-sódio, penoxsulam e quincloraque e carbofurano (inseticida), enquanto no
tratamento controle e fipronil ocorreu pequena redução na abundância nas coletas realizadas no
dia 3 e 14.
Após a coleta aos 28 dias, há uma tendência de redução na abundância de indivíduos da
classe cyclopoida. Para copepodas imaturos (nauplios) (Figura 3B), numericamente, em todos os
tratamentos comparando-se com o tratamento controle ocorreu aumento na abundância nas
coletas realizadas entre o 3º e o 28º dia, exceto com a aplicação de imazetapir + imazapique.
Diferentemente dos outros tratamentos, incrementos na abundância de copepodas imaturos
foram constatados nos tratamentos bispiribaque-sódio, quincloraque e fipronil até na última coleta
realizada aos 88 dias após a aplicação.
Rotífera foi o grupo que apresentou as maiores abundância na comunidade do
zooplanctônica, destacando-se o gênero Polyarthra como o mais abundante. Em geral, a
aplicação dos agrotóxicos reduziu a abundância dos indivíduos do grupo rotífera no período entre
o 3º e 28º dia (Figura 4A), principalmente nos tratamentos com a aplicação de imazetapir +
imazapique, bispiribaque sódio e quincloraque. O gênero Polyarthra, mostrou uma taxa de
crescimento mais lenta no tratamento com imazetapir + imazapic, bispiribac-sódio e quincloraque
do dia 3 até o dia 56 após a aplicação (Figura 4B). Dentre os principais táxons dos rotíferos,
Trichocerca, mostrou numericamente a maior redução da abundância, em todos os agrotóxicos,
em relação à média do controle (Figura 4C).
Os gêneros Brachionus e Lecane não se mostraram responsivos aos tratamentos com os
agrotóxicos durante o período analisado comparativamente com o tratamento controle (Figura 5A
e B), enquanto Keratella apresentou uma abundância inicial baixa até o dia 14º dia (Figura 5C),
sendo que a partir desta coleta, houve crescimento da população, porém numa menor taxa.
31
Figura 2 - Mudanças na abundância média (n=2) de cladocera (A), Moinidae (B) e Sididae (C) em
parcelas com a aplicação de agrotóxicos (safra 2007/08).
32
Figura 3 - Mudanças na abundância média (n=2) de copepoda (A), nauplio (B) e Cyclopoida (C)
nas parcelas com a aplicação de agrotóxicos no ano agrícola 2007/08.
33
Figura 4 - Mudanças na abundância média (n=2) de rotífera (A), Polyarthra (B) e Trichocerca (C)
em parcelas com a aplicação de agrotóxicos (safra 2007/08).
34
Figura 5 - Mudanças na abundância média (n=2) de Brachionus (A), Lecanea (B) e Keratella (C)
em parcelas com a aplicação de agrotóxicos (safra 2007/08).
Na safra de 2008/09 foram identificados 38 táxons sendo 29 gêneros do grupo rotífera,
seis famílias de cladocera e duas classes de copepoda (Calanoida e Cyclopoida) (Tabela 2). Os
táxons que apresentando a maior abundância foram em ordem decrescente: copepodas imaturos
(nauplios) < Polyarthra < Keratella < copepoda < Cyclopoida < Trichocerca < Brachionus. Em
35
geral, a proporção de indivíduos entre os principais grupos variou no período amostrado sendo
que no início das coletas ocorreu semelhança entre a proporção de indivíduos cladocera,
copepoda adulto, nauplios e rotífera, foram semelhantes, enquanto no final do período verificou-
se dominância de grupo rotífera e baixa população e nauplios, independentemente do agrotóxico
aplicado.
Tabela 2 - Composição zooplanctônica nas parcelas cultivadas com arroz irrigado, no período
entre janeiro a março de 2009.
ROTIFERA Asplanchnidae Testudinellidae
Asplanchna Testudinella Asplanchnopus Trichocercidae
Brachionidae Trichocerca Anuraeopsis Trichotriidae Brachionus Macrochaetus Kellicottia Keratella CLADOCERA Platyias Bosminidae
Conochilidae Chydoridae Conochilus Daphnidae
Euchlanidae Moinidae Euchlanis Macrothricidae
Filiniidae Sididae Filinia
Flosculariidae COPEPODA Sinantherina Ordem Cyclopoida
Gastropodidae Ordem Calanoida Gastropus Ascomorpha OSTRACODA
Hexarthridae Hexarthra
Lecanidae Lecane
Lepadellidae Squatinella Colurella Lepadella
Mytilinidae Mytilina Lophocharia
Notommatidae Monommata Cephalodella
Proalidae Proales
Synchaetidae Ploeosoma Synchaeta Polyarthra
36
A análise PRC indica que 11% da variância total foi determinada pelo efeito dos
tratamentos; e que da soma total da variância, 47,7% é explicado pelo efeito dos tratamentos.
Desta variância, 23% são mostrados no eixo vertical (Figura 6). No diagrama de PRC, verifica-se
que os rotíferos e copepodas imaturos tiveram pesos positivos, ou seja, a abundância destes
grupos foi menor nos tratamentos com agrotóxicos que mais diferiram negativamente em relação
ao tratamento controle (Figura 6). Os táxons que tiveram peso entre -0,5 e 0,5 não foram
mostrados, pois não foram sensitivos aos tratamentos. Os copepodas Calanoidas e cladoceras
mostraram pesos negativos, qual implica em aumento da abundância nos pontos das curvas com
maiores coeficientes canônicos (Figura 6).
Figura 6 - Curvas de resposta principal resultante da análise dos dados indicando o efeito dos agrotóxicos na comunidade do zooplâncton. Safra 2008/09. Santa Maria, RS, 2010. As linhas representam o curso dos tratamentos sobre o tempo. O peso do táxon (bk) pode ser interpretado como a afinidade do táxon com as curvas de resposta principal. Táxon com peso entre 0,5 e -0,5 não são mostrados.
37
Em ordem decrescente, os gêneros Keratella, Polyarthra e Trichocherca apresentam um
peso positivo para com o diagrama (ver peso das espécies na Figura 6). Estudos de van
Wijngaarden et al. (2010) reportaram reduções de rotífera dos gênero Keratella e Polyarthra
quando submetidos a concentrações de 50 e 250 µg L-1 do fungicida fluazinam.
Para as variações nas abundâncias, a ANOVA-RM não mostrou diferença significativa
(P>0,05) para as médias entre os tratamentos, e nem para a interação tratamentos versus datas
de coletas. Dentre os crustáceos cladocera, os indivíduos da família Bosminidae foram mais os
mais abundantes, sendo aparentemente o táxon menos afetado pela aplicação dos agrotóxicos,
destacando-se numericamente os tratamentos onde foram aplicados os herbicidas bispiribaque-
sódio e quincloraque; embora com redução da população nas últimas datas de coleta. (Figura
7B). Já, os táxons das famílias Sididae e Moinidae, que apresentam tamanho corporal maior em
comparação aos representantes da família Bosminidae, apresentaram alterações numéricas mais
facilmente detectáveis (Figura 7C e D). Nos tratamentos em que se aplicaram imazetapir +
imazapique, quincloraque, fipronil e penoxsulam houve um pico de abundância de Sididae na
coleta realizada no 14º dia, com redução da abundância na última coleta realizada aos 88 dias
(Figura 7C). A família Moinidae apresentou maior abundância de indivíduos quando foi aplicado o
inseticida carbofurano em comparação com o tratamento controle nas coletas realizadas até o 56º
dia (Figura 7D).
Em geral, constatou-se nas primeiras coletas incremento na abundância de cladocera
(respostas positiva) para todos os tratamentos na safra 2007/08 e 2008/09, com exceção ao
carbofuran na primeira safra (Figura 2A e 7A). Resultado similar são reportados por Kreutzweiser
et al. (2002) com o inseticida à base de azadirachtin (0,175 mg L-1), onde ocorreu incrementos
significativo na abundância de cladocera comparada com o tratamento controle.
Houve uma redução na abundância de copepoda cyclopoida a partir da coleta realizada no
14º dia; com a população se mantendo baixa até a amostragem aos 56 dias (Figura 8C) nos
tratamentos com a aplicação dos diferentes agrotóxicos em comparação com o tratamento
controle. Trabalho similar realizado com copepodas cyclopoida por Kreutzweiser et al. (2002)
reportam uma tendência tendência de redução da população de zooplâncton no tempo,
notadamente à partir de 28 dias após a aplicação do inseticida azadirachtin. Já, os copepodas
calanoidae, em geral, mostraram maior abundância comparada com o tratamento controle nas
coletas realizadas aos 14 e 28 dias (Figura 8D). Essa diferença de comportamento alimentar
entre os copepodas pode ser atribuída ao hábito alimentar dos calanoidas, que são em sua
maioria planctônicos alimentando-se através da filtragem de partículas finas. Copepodas
cyclopoida são micropredadores que se alimentam de pequenos invertebrados e algas
(ALEKSEEV, 2002). Assim, a redução da abundância de copepoda cyclopoida pode ser devido a
redução da disponibilidade de algas e/ou decréscimo na abundância de pequenos zooplâncton
utilizados na sua dieta alimentar (DAAM et al., 2009).
38
No tratamento controle, os nauplios apresentaram incrementos em abundância até o 28º
dia, com redução posterior e estabilização da população no final do estudo; enquanto nos
tratamentos com a aplicação de agrotóxicos verificou-se incremento em abundância relativamente
menor até o 28º dia; com diferenças entre os agrotóxicos aplicados, sendo que no tratamento
com clomazona a abundância de indivíduos foi menor durante todo o tempo do estudo (Figura
8B). A taxa de crescimento de nauplios independe da concentração de clorofila, enquanto que em
indivíduos adultos há restrição alimentar, indicando diferença na dieta entre nauplios e copepodas
adultos (HOPCROFT & ROFF, 1998).
Roff et al. (1995) reportaram que nauplios podem sobreviver da dieta de bactérias e
picoplâncton; enquanto Finlay & Roff (2004) concluíram que os nauplios apresentam dieta
alimentar semelhante similar aos indivíduos adultos. No caso em que microorganismos são fontes
de alimento para nauplios; o incremento na abundância pode ser explicado pela proliferação de
microorganismos resultado da morte de produtores primários (KUTIKOVA, 2002). Caso contrário,
o desenvolvimento de nauplios para estágios posteriores (adulto) pode ter atrasado em
decorrência da redução do alimento disponível, enquanto a formação de novos ovos aumentou o
número de nauplios (DAAM et al., 2009).
Em geral, o grupo de crustáceos rotífero mostrou incrementos na população ao longo do
tempo amostrado (Figura 9A). Na coleta realizada no dia 28, a população do gênero Polyarthra foi
menor notadamente com a aplicação de imazetapir + imazapique, seguido dos tratamentos com
quincloraque, carbofurano, e clomazona (Figura 9B).
Independentemente dos tratamentos, a abundância de Trichocerca foi baixa até a coleta
realizada no dia 28; posteriormente ocorreram incrementos em sua população (Figura 9C).
Os gêneros Keratella, Brachionus e Kellicottia (Figura 10A, B e C) apresentaram
abundâncias populacionais semelhantes àquela registrada no tratamento no controle; e
aparentemente os agrotóxicos aplicados não exerceram efeito detrimental na população durante o
período analisado.
39
Figura 18 - Mudanças na abundância média (n=2) de cladocera (A), Bosminidae (B), Sididae (C) e
Moinididae (D) em parcelas com a aplicação de agrotóxicos (safra de 2008/09).
40
Figura 8 - Mudanças na abundância média (n= 2) de Copepoda (A), Nauplio (B), Cyclopoida (C) e
Calanoida (D) em parcelas com a aplicação de agrotóxicos (safra de 2008/09).
41
Figura 9 - Mudanças na abundância média (n=2) de Rotífera (A), Polyarthra (B) e Trichocerca (C)
em parcelas com a aplicação de agrotóxicos (safra de 2008/09).
42
Figura 10 - Mudanças na abundância média (n= 2) de Keratella (A), Brachionus (B) e Kellicottia
(C) em parcelas com a aplicação de agrotóxicos (safra de 2008/09).
Neste estudo, os táxons que mais contribuíram na abundância geral da comunidade
zooplanctônica não mostraram diferenças significativas entre tratamentos ou entre as épocas de
coleta. Durante o período de estudo, a variabilidade entre tratamentos foi alta, resultando em alto
desvio padrão (dados não mostrados); impedindo assim, a probabilidade de detecção de
mudanças significativas na comunidade. Variações na abundância dos táxons em cada data de
coleta ou flutuações temporais entre tratamentos não foram estatisticamente significativo.
Numericamente, os dados de abundância foram inferiores ou superiores aos do tratamento
43
controle; e, em geral, as variações ocorridas em cada coleta foram seguidas da rápida
recuperação. Em geral, os resultados mostraram também que os agrotóxicos nas doses aplicadas
tiveram pouco impacto na abundância da comunidade zooplanctônica no curto período amostrado
(88 dias) e que as mudanças ocorridas na composição das espécies não foram ecologicamente
significantes.
Conclusão
Os táxons com maior abundância foram em ordem decrescente: Polyarthra < Trichocerca
< Copepoda nauplios < Brachionus < Keratella. Rotífera foi o grupo que apresentou as maiores
abundâncias na comunidade de zooplâncton, destacando-se o gênero Polyarthra como o mais
abundante. Os gêneros Trichocerca, Brachionus e Lecane não se mostraram responsivos aos
tratamentos com os agrotóxicos, enquanto em Keratella a abundância inicial foi baixa até o dia
14º dia. A partir desta coleta, houve crescimento da população, porém em menor taxa.
Durante o período de estudo (88 dias), a variabilidade entre tratamentos foi alta. As
variações ocorridas em cada coleta foram seguidas da rápida recuperação sugerindo que os
agrotóxicos aplicados provocaram poucas alterações na abundância (densidade) de organismos
dos grupos rotifera e copepoda (adulto e nauplio); e que as mudanças na diversidade e
composição das espécies induzidas pela aplicação dos produtos sugerem a possibilidade que a
estrutura da comunidade zooplanctônica possa ser alterada pela aplicação destes produtos.
Referências
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44
Experimento 4 - Efeitos dos pesticidas usados na lavoura de arroz sobre macrovertebrados
bentônicos
Dados abióticos e de persistência dos pesticidas
Os dados abióticos foram mensurados em datas específicas, as quais englobaram todo o
período de cultura do arroz, e a analise estatística desses mostrou que não houve diferenças
entre os tratamentos para os parâmetros analisados, considerando-se uma mesma data de
coleta. A análise também mostrou que os pesticidas utilizados não influenciaram de maneira
significativa os parâmetros físico-químicos da água.
Macroinvertebrados bentônicos
Na coleta do 28º dia, após a entrada de água na lavoura, foram identificados 1971 animais
entre todos os tratamentos. Os organismos foram separados em três classes do filo Arthropoda:
Insecta, Arachnida e Crustacea; duas famílias de Mollusca, Gastropoda; duas classes de Anellida
(Hirudinea e Oligochaeta); e o Filo Nematoda. Entre os insetos, principais componentes da fauna
bentônica, identificou-se duas famílias de Diptera, três famílias de Coleoptera, uma de
Trichoptera, duas de Odonata, uma de Hemiptera e a ordem Collembola. As famílias de moluscos
que foram identificadas foram Ampullaridae e Planorbidae.
A maior densidade média foi registrada no tratamento controle (5616,7 ind/m2), seguida
pelo tratamento com o herbicida Only (5009,1 ind/m2), o herbicida Bispyribac-sodium (3825,0
ind/m2), o tratamento com o inseticida Fipronil (1475,0 ind/m2) e o tratamento com o herbicida
Quinclorac (700,0 ind/m2), respectivamente.
O tratamento controle também apresentou a maior riqueza com a identificação de 15
táxons (Tabela 1), entretanto apenas um táxon foi exclusivo dessa parcela, Planorbidae. Ainda
nesse tratamento o táxon mais frequente foi o díptera Chironomidae, com a densidade média de
1950,0 ind/m2 (±1623,0), seguido por Nematoda com 1.700,0 ind/m2 (±1100,0).
Os tratamentos com o herbicida Only e com o herbicida Bispyribac-sodium apresentaram
riqueza muito semelhante. O que diferenciou um tratamento do outro foi a presença do coleóptero
Hidrophilidae no tratamento com o herbicida Only, e a presença do odonata Lestidae no
tratamento com o herbicida Bispyribac-sodium. No tratamento com o herbicida Only o táxon mais
abundante foi Nematoda, e no tratamento com o herbicida Bispyribac-sodium foi o díptera
Ceratopogonidae.
Já os tratamentos com o inseticida Fipronil e o herbicida Quinclorac foram os que
apresentaram menor abundância de organismos, sendo que no primeiro o grupo mais abundante
foi Nematoda, e no segundo o coleóptero Curculionidae (Tabela 1).
45
Tabela 1 - Densidade média de organismos encontrados por m2, em área de cultura de arroz irrigado, separadas entre os pesticidas utilizados nesse experimento, com especificação de guilda trófica de cada táxon, e diferenças estatísticas dos táxons entre os tratamentos. dp: desvio padrão; N: valor bruto de animais encontrados nas 12 amostras; HR: herbívoro raspador, P: predador, CJ: coletor juntador, CF: coletor filtrador, D: detritívoro, TC: tratamento controle, TO: tratamento Only, TB: tratamento Bispyribac-sodium, TQ: tratamento Quinclorac, e TF: tratamento Fipronil. * p<0,05, **p<0,001
Densidade média (ind/m2)± dp, na área de cultivo de arroz
Táxon Guilda
trófica Amostragem Controle Only
Bispyribac-
Sodium Quinclorac Fipronil
Curculionidae HR
28 450 ± 413,3 233,3 ± 224,8 466,6 ± 611,4 233,3 ± 246,1 83,3 ± 247,7
84 8,33 ± 27,6 8,33 ± 27,6 - - 8,33 ± 27,6
Ditiscidae P
28 33,3 ± 47,4 8,3 ± 27,6 8,3 ± 27,6 - 16,6 ± 55,2
84 8,3 ± 27,6 8,3 ± 27,6 - - 16,6 ± 55,2
Hidrophilidae P
28 8,3 ± 27,6 25 ± 43,3 - 8,3 ± 27,6 -
84 - - 8,3 ± 27,6 - 8,3 ± 27,6
Psephenidae HR
28 - - - - -
84 - - 8,3 ± 27,6 - 8,3 ± 27,6
Ceratopogonidae
CF/
CJ/
P
28 733,3 ± 724,9 833,3 ± 572,1 1016,6 ± 1096,1 158,3 ± 278,2 308,3 ± 473,3
84 233,3 ± 221,1 141,6 ± 132 333,3 ± 295,3 208,3 ± 175,3 116,6 ± 140,4
Chironomidae
CF/
CJ/
P
28 1950 ± 1623,1 483,3 ± 503,1 908,3 ± 1049,1 66,6 ± 131,2 175 ± 324,3
84 2516,6 ± 2212,4 1666,6 ± 819,8 1266,6 ± 712,1 766,6 ± 457 683,3 ± 405,8
Tabanidae P
28 - - - - -
84 - 8,3 ± 27,6 - 16,6 ± 37,2 -
Tipulidae P/
D
28 - - - - -
84 - 8,3 ± 27,6 - 8,3 ± 27,6
Baetidae CF/
CJ
28 - - - - -
84 - - - 8,3 ± 27,6
Caenidae CF/
CJ
28 - - - - -
84 25 ± 43,3 - - - - continuação
46
Leptophlebidae CF/
CJ
28 - - - - -
84 - - 25 ± 82,9 - -
Leptohyphidae CF/
CJ
28 - - - - -
84 - 75 ± 192 66,6 ± 84,9 - -
Belostomatidae P
28 - - - - -
84 8,3 ± 27,6 - - - -
Corixidae HR
28 - - - - -
84 25 ± 43,3 16,6 ± 37,2 - - 41,6 ± 86,2
Pentatomidae P
28 - - - - -
84 - 8,3 ± 27,6 - - -
Aeshnidae P
28 8,3 ± 27,6 - - 8,3 ± 27,6 8,3 ± 27,6
84 33,3 ± 84,9 - 16,6 ± 37,2 8,3 ± 27,6 41,6 ± 64
Coenagrionidae P
28 - - - - -
84 33,3 ± 62,3 41,6 ± 86,2 - - -
Lestidae P
28 - - 16,6 ± 55,2 - 25 ± 82,9
84 - - 33,3 ± 62,3 - 25 ± 59,5
Libellulidae P
28 - - - - -
84 16,6 ± 55,2 - - - -
Perilestidae P
28 - - - - -
84 - 8,3 ± 27,6 - - -
Perlidae P
28 - - - - -
84 - 8,3 ± 27,6 - - -
Odontoceridae D
28 50 ± 76,3 83,3 ± 121,3 125 ± 153,4 - 8,3 ± 27,6
84 58,3 ± 95,3 166,6 ± 110,5 50 ± 50 - 50 ± 50
Collembola D
28 66,6 ± 192,9 8,3 ± 27,6 25 ± 82,9 16,6 ± 37,2 16,6 ± 37,2
84 83,3 ± 128 16,6 ± 37,2 33,3 ± 62,3 16,6 ± 37,2 25 ± 43,3
Ostracoda D 28 183,3 ± 244,3 425 ± 363,1 175 ± 72,1 75 ± 142,1 108,3 ± 209,9
84 600 ± 1811,5 1233,3 ± 1295,7 25 ± 82,9 - 8,3 ± 27,6 continuação
47
Aranae P
28 - - - - -
84 - 8,3 ± 27,6 - - -
Hidracarina P
28 8,3 ± 27,6 - - - -
84 - 8,3 ± 27,6 - - -
Hirudinea P
28 8,3 ± 27,6 25 ± 82,9 8,3 ± 27,6 - 75 ± 108,9
84 641,6 ± 648,6 75 ± 92,4 516,6 ± 395,4 395 ± 200,5 516,6 ± 552
Oligochaeta D
28 341,6 ± 363,9 66,6 ± 143,3 100 ± 115,4 8,3 ± 27,6 25 ± 82,9
84 750 ± 890,2 825 ± 789,6 683,3 ± 955,5 125 ± 173,8 641,6 ± 564,8
Nematoda P
28 1700 ± 1100 2450 ± 1685,9 900 ± 613,7 100 ± 122,4 616,6 ± 541,3
84 791,6 ± 800,4 616,6 ± 592,7 141,6 ± 217,7 75 ± 92,4 275 ± 268
Ampullaridae HR
28 41,66 ± 111,4 108,3 ± 175,3 41,66 ± 64 8,3 ± 27,6 -
84 33,3 ± 47,1 66,6 ± 102,7 33,3 ± 47,1 8,3 ± 27,6 50 ± 76,3
Planorbidae HR
28 8,3 ± 27,6 - - 8,3 ± 27,6 -
84 25 ± 59,5 75 ± 92,4 8,3 ± 27,6 83,3 ± 140,4 158 ± 228,9
Chironomidae foi um dos táxons que apresentou diferença significativa entre os
tratamentos (Figura 1A). Os outros que também apresentaram diferenças foram
Ceratopogonidae (Figura 1B), Odontoceridae (Figura 1C), Hirudinea (Figura 1D), Oligochaeta
(Figura 1E), Nematoda (Figura 1F) e Ostracoda (Figura 1G).
48
Figura 1: Densidade de organismos nos grupos que apresentaram diferenças estatísticas nos
diferentes tratamentos investigados, após 28 dias da entrada de água na lavoura de arroz
irrigado: A = Chironomidade; B = Ceratopogonidae; C = Odontoceridae; D = Hirudinea; E =
Oligochaeta; F = Nematoda; G = Ostracoda. TC: tratamento controle; TO: tratamento com
herbicida Only; TB: tratamento com herbicida Bispyribac-sodium; TQ: tratamento com herbicida
Quinclorac; TF: tratamento com inseticida Fipronil. Letras diferentes indicam diferença estatística
(p< 0,05).
49
Figura 1 (continuação)
50
Figura 1 (continuação)
Na segunda coleta (84º dia após a entrada de água), foram identificados 2295 animais.
Todos os grupos presentes na primeira amostragem estavam presentes nesta segunda coleta.
Além deles, registrou-se a presença de outros insetos (quatro famílias de Diptera, quatro de
Coleoptera, uma de Tricoptera, cinco de Odonata, quatro de Efemeroptera, três de Hemiptera e
uma de Plecoptera). Novamente o tratamento controle foi o que apresentou maior densidade
total, entretanto, foi no tratamento com o herbicida Only onde registrou-se a maior riqueza de
táxons. O tratamento que apresentou a menor densidade e riqueza, novamente, foi o do herbicida
Quinclorac, entretanto, apenas nesse tratamento foi observado o efemeróptero Baetidae.
Em todos os tratamentos o táxon mais abundante foi Chironomidae. E os que
apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos foram Chironomidae (Figura 2A),
Odontoceridae (Figura 2B), Hirudínea (Figura 2C), Nematoda (Figura 2D), Ostracoda (Figura 2E)
e Planorbidae (Figura 2F).
51
Figura 2: Densidade de organismos nos grupos que apresentaram diferenças estatísticas nos diferentes tratamentos investigados, após 84 dias da entrada de água na lavoura de arroz irrigado. A: Chironomidade; B: Odontoceridae; C: Hirudinea; D: Nematoda; E: Ostracoda; F: Planorbidae. TC: tratamento controle; TO: tratamento com herbicida Only; TB: tratamento com herbicida Bispyribac-sodium; TQ: tratamento com herbicida Quinclorac; TF: tratamento com inseticida Fipronil. Significância de p<0,05. Letras diferentes indicam diferença estatística.
52
Figura 2 (continuação)
53
A influência dos pesticidas utilizados na lavoura de arroz irrigado, analisados nesse
experimento, foi confirmada. O grupo mais sensível foi o dos insetos chironomídeos, afetados
tanto de forma direta (inseticida), quanto indireta (herbicidas). Essa influência também foi
constatada em outros táxons da comunidade bentônica, principalmente na primeira coleta,
quando os agrotóxicos apresentavam uma concentração mais alta na água.
Com relação às guildas tróficas, presentes no experimento, foi possível realizar uma
separação em quatro níveis (Tabela 2), sendo eles: predador, detritívoros, coletor filtrador ou
coletor juntador e herbívoro raspador ou furador, essa classificação foi baseada em Merritt &
Cummins (2006), Callisto & Esteves (1998), Marinoni (2001) e Silva et al. (2009).
Tabela 2 - Porcentagens dos níveis tróficos presentes em área experimental de cultura de arroz,
cultivado na região central do Rio Grande do Sul, 2007/08, nas duas datas de coleta. Com as
diferenças na composição da fauna entre os dias amostrais de um mesmo tratamento (p<0,05).
Controle Only® Bispyribac-
Sodium Quinclorac Fipronil
28º 84º 28º 84º 28º 84º 28º 84º 28º 84º
PREDADORES 55,50 49,36* 66,31 33,36* 49,72 46,55* 32,73 55,58* 66,66 46,16*
DETRITIVOROS 11,60 25,31 12,73 44,09* 11,27 24,62* 15,47 8,63 10,91 28,27*
COLETOR/
FILTRADOR
/ JUNTADOR
23,95 23,76* 13,78 19,26* 25,52 27,29* 16,07 30,20* 16,66 15,33*
HERBIVORO/
RASPADOR/
FURADOR
8,92 1,55* 7,15 3,27* 13,48 1,53 35,71 5,58* 5,74 10,22*
Uma análise Manova foi realizada para verificar se havia diferença na composição da
fauna (Riqueza e abundância) dentro de cada guilda trófica quando comparados os tratamentos.
A análise mostrou que mesmo dentro de uma mesma guilda trófica houve sim diferenças na
composição. As diferenças na coleta de 28 dias estão na Figura 3A, e as diferenças na coleta de
84 dias estão na Figura 3B. A Manova também mostrou haver diferenças na riqueza, num mesmo
tratamento, entre as duas datas diferentes de coleta (Tabela 3).
54
Figura 3: Diferença na composição da fauna dentro de guildas tróficas demonstrada pela Manova (p<0,05).
Letras diferentes indicam diferença estatística. A: coleta realizada 28 dias após a entrada da água no
experimento, B: coleta realizada 84 dias após a entrada de água no experimento. TC: tratamento Controle,
TO: tratamento com herbicida Only, TB: tratamento com herbicida Bispyribac-sodium, TQ: tratamento com
herbicida Quinclorac, TF: tratamento com inseticida Fipronil.
c
c
A
B
55
Tabela 3- Diferenças na composição da comunidade (riqueza e abundância) bentônica entre os tratamentos e dias amostrais. TC: tratamento controle, TO: tratamento herbicida Only, TB: tratamento herbicida Bispyribac-sodium, TQ: tratamento herbicida Quinclorac, TF: tratamento inseticida Fipronil. *p<0,05 e p<0,01**.
TC
28º
TO TB TQ TF
28º
TC
84º
TO TB TQ TF
84º
TC 28º 0,001** 0,091 0,002** 0** 0** 0** 0** 0** 0**
TO 0,405 0,002** 0,004** 0** 0** 0** 0** 0**
TB 0,003** 0,001** 0** 0** 0** 0** 0**
TQ 0,043* 0** 0** 0** 0** 0**
TF 28º 0** 0** 0** 0** 0**
TC 84º 0,003** 0,005** 0** 0,003*
TO 0,001** 0** 0,009**
TB 0,008** 0,008*
TQ 0,013*
TF 84º
Esses resultados, entretanto, mostram que mesmo havendo diferenças na composição e
densidade da fauna entre os tratamentos não há diferença na estrutura geral dos grupos tróficos,
mantendo-se assim as respectivas proporções (Tabela 2), sendo que o esperado é que a guilda
com maior densidade seja a de predadores seguida de forma equilibrada pelas outras.
Os resultados obtidos neste experimento corroboram os estudos de Schulz & Liess (1999),
Suhling et al. (2000), segundo os quais no decorrer do tempo do cultivo agrícola do arroz irrigado
há um aumento na abundância absoluta e riqueza da comunidade aquática, provavelmente em
função da dissipação e diluição dos pesticidas utilizados, diminuindo assim sua toxicidade aos
organismos bentônicos.
A relação dos herbicidas com a comunidade bentônica pode ser explicada pela redução na
disponibilidade de recursos alimentares e trocas na estrutura da comunidade de algas, podendo
ainda estar associado a isso o efeito tóxico desses recursos alimentares (Gagneten, 2002).
Com esse estudo, realizado em área de cultivo orizícola, se reforça o papel de
macroinvertebrados bentônicos como bioindicadores de alterações ambientais. Alterações que
podem passar despercebidas, quando se utiliza apenas dados físico-químicos, são registradas de
maneira precisa pela análise da fauna.
CONCLUSÃO
A partir dos dados obtidos foi possível concluir que os pesticidas utilizados agem de
maneira direta e indireta na comunidade bentônica, causando redução na densidade dos
organismos. Entretanto esse efeito se dilui com o passar do tempo, possibilitando a
reestruturação da comunidade até o final da cultura do arroz irrigado.
56
Referências
Merritt, R. W. & Cummins, K. W. 2006. Trophic relationships of macroinvertebrates. In: Hauer, F.R; Lamberti,
A.G. (Org.). Methods in Stream Ecology. 2. ed. Elsevier, p.585-610.
Callisto, M. & Esteves, F. A. 1998. Categorização funcional dos macroinvertebrados bentônicos em quatro
ecossistemas lóticos sob influência das atividades de uma mineração de bauxita na Amazônia Central
(Brasil). Oecologia Brasiliensis, 5(5): 223-234.
Marinoni, R. C. 2001. Os grupos tróficos em Coleóptera. Revista Brasileira de Zoologia, 18(1): 205-224.
Silva, F. L. da; Pauleto, G. M.; Talamoni, J. L. B.; Ruiz, S. S. 2009a. Categorização funcional trófica das
comunidades de macroinvertebrados de dois reservatórios na região Centro – Oeste do Estado de São
Paulo, Brasil. Acta Scientiarum Biological Sciences, 31(1): 73-78.
Schulz, R. & Liess, M. 1999. A field study of the effects of agriculturally derived insecticide input on stream
macroinvertebrate dynamics. Aquatic Toxicology, 46: 155-176.
Suhling, F., Befeld S., Hausler, M., Katzur, K., Lepkojus, S., Mesléard, F. 2000. Effects of insecticide
applications on macroinvertebrate density and biomass in rice-fields in the Rhone delta, France.
Hydrobiologia, 431: 69–79.
Gagneten, A.M. 2002. Efectos del herbicida paraquat sobre el zooplancton. Iheringia, 92: 47-56.
57
Experimento 5 - Efeitos dos pesticidas sobre parâmetros toxicológicos e metabolismo de
carpas (Cyprinus carpio var. húngara)
Os resultados serão apresentados de forma descritiva divididos em duas etapas: campo e
laboratório. Para cada resultado de campo será anexado o arquivo documentado da submissão à
publicação ou aceite do trabalho. Os resultados dos manuscritos em preparação (laboratório e
parâmetros de crescimento) serão reunidos em um único arquivo para facilitar a apresentação.
IMAZETAPIR + IMAZAPIC: Toxicological responses of Cyprinus carpio after exposure to a
commercial herbicide containing imazethapyr and imazapic). Aceito para publicação no jornal
Ecotoxicology and Environmental Safety.
Cyprinus carpio foram expostos ao herbicida contendo imazetapir + imazapic em condições de
campo e laboratório. O experimento de laboratório foi conduzido por 7 dias e os de campo por 7,
30 e 90 dias. Em ambas as condições experimentais, a atividade da acetilcolinesterase após 7
dias de exposição ao herbicida comercial aumentou significativamente no cérebro quando
comparado com o controle. Neste mesmo tempo de exposição o tecido muscular mostrou
alterações significativas em condições de laboratório onde ocorreu uma diminuição da atividade
da AChE. Após 30 dias de exposição, em condições de campo a atividade da AChE no cérebro
foi significativamente inibida mas no músculo aumentou quando comparado com os peixes do
grupo controle. Após longo período de exposição (90 dias), o cérebro não mostrou alterações
significativas na atividade da AChE, por outro lado, no músculo a atividade da enzima diminuiu
significativamente. Em condições de campo, após 7 dias de exposição, não houve alterações nos
parâmetros de estresse oxidativo tais como, substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS),
proteína carbonil e glutationa S-transferase nos tecidos analisados. Entretanto, em condições de
laboratório os resultados mostraram significativo aumento nos níveis de TBARS no cérebro e
músculo. No fígado foi observado aumento significativo na atividade da catalase após 7 dias de
exposição em condições de laboratório. Após 30 dias de exposição em condições de campo, os
níveis de TBARS mostraram um aumento no músculo, mas nos tecido cerebral e hepático não
foram observadas alterações neste parâmetro. No fígado a proteína carbonil aumentou e a
atividade da GST foi significativamente diminuída. Após aproximadamente 10 e 35 dias,
imazetapir + imazapic não foram detectados na água, mas os efeitos ou seus metabólicos
permaneceram alterando e causando desordens nos tecidos dos peixes. Após 90 dias de
exposição, os peixes continuaram com os níveis de TBARS aumentados no cérebro e músculo,
mas no fígado não houve alteração. Da mesma maneira, neste período, os níveis da proteína
carbonil foram aumentados e a atividade da GST reduzida significativamente. Os parâmetros
metabólicos também foram analisados em fígado músculo e plasma nos mesmos períodos e
58
condições de campo e laboratório. Após 7 dias de exposição em condições de campo, o fígado
mostrou significante aumento nos níveis de proteína e amônia. Neste mesmo tecido os níveis de
lactato e glicogênio diminuíram significativamente após exposição. O músculo mostrou aumento
na amônia, glicose e glicogênio, mas alterações não foram observadas nos níveis de lactato. Em
condições de laboratório o tecido hepático mostrou aumento dos níveis de glicogênio, amônia e
lactato e não mostrou alterações nos níveis de proteína. No tecido muscular somente houve
alterações significativas nos níveis de glicogênio, os quais mostram um aumento. Após 30 dias de
exposição em condições de campo, o fígado mostrou níveis de amônia e lactato diminuídos. Os
outros parâmetros não mostraram alterações neste tecido e tempo de exposição. No músculo, os
níveis de proteína permaneceram reduzidos e o glicogênio aumentado. Os níveis de lactato
mostraram um aumento e níveis de glicose diminuíram. Os demais parâmetros não mostraram
alterações neste tecido. Entretanto, um aumento na proteína e glicose do plasma e uma
diminuição nos níveis de lactato foram observados. Após 90 dias de exposição, o tecido hepático
mostrou diminuição nos níveis de proteína e amônia. Os outros parâmetros não mostram
alterações neste tecido. No tecido muscular, os níveis de lactato foram aumentados e os níveis de
aminoácidos reduzidos. Os demais parâmetros não mostram alterações significativas neste
tecido. No plasma os níveis de proteína foram reduzidos, em contraste com o que aconteceu com
os níveis de glicose que foram aumentados.
BISPYRIBAC-SODIUM: Oxidative stress biomarkers in Cyprinus carpio exposed to
commercial herbicide bispyribac-sodium. Aceito para publicação no Journal of Applied
Toxicology.
Atividade enzimática dos peixes expostos ao herbicida bispyribac-sodium mostrou-se
diminuída. Atividade da enzima catalase (CAT) apresentou significativa inibição após 21 dias de
exposição ao herbicida, enquanto não houve alteração significativa aos 7 e 72 dias. Da mesma
forma, atividade da enzima glutationa S-transferase (GST) foi inibida após 7 dias de exposição,
enquanto não houve alterações significativas após 21 e 72 dias, quando comparado com o grupo
controle. Em relação aos níveis de TBARS, em cérebro ocorreu aumento nos peixes expostos ao
herbicida por 7 e 72 dias, enquanto que aos 21 dias não foram observadas alterações
estatisticamente significativas. Os níveis de TBARS hepáticos aumentaram somente após 72 dias
de exposição, não demonstrando alterações significativas nos períodos anteriores. No músculo,
foi detectado aumento nos níveis de TBARS após 21 dias de exposição, enquanto que aos 7 e 72
dias, não foram observadas alterações significativas. O conteúdo de proteína carbonil em fígado
de peixes expostos ao herbicida bispyribac-sodium foi elevado após 21 e 72 dias de exposição.
Aos 7 dias, não foram observadas alterações estatisticamente significativas. A atividade da
enzima acetilcolinesterase em cérebro foi significativamente aumentada após 7 dias de
exposição. Ao contrário, inibição enzimática foi observada após 72 dias de exposição. Aos 21
dias, não foram encontradas alterações estatisticamente significativas para atividade da AChE
59
cerebral. Em relação à atividade da AChE muscular, houve significativa inibição enzimática em
todos os períodos de exposição ao herbicida bispyribac-sodium. Resíduos do herbicida
bispyribac-sodium foram detectados na água até 56 dias após a aplicação.
QUINCLORAC: Oxidative stress in carp exposed to quinclorac herbicide under rice field
conditions. Submetido para publicação no jornal Agriculture Ecossystems and Environment.
Em relação à concentração de quinclorac na água, resíduos do herbicida (40.91 �g/L)
foram detectados até o 42º dia após a aplicação. Os níveis de TBARS (substâncias reativas ao
ácido tiobarbitúrico) que indicam a ocorrência de peroxidação lipídica, mostraram-se aumentados
em cérebro e fígado após 7 dias de exposição ao herbicida quinclorac, enquanto que no músculo
não houve alterações estatisticamente significativas. Após 30 dias de exposição ao herbicida, os
níveis de TBARS aumentaram em fígado e músculo. Ao contrário, no cérebro, houve uma
diminuição. Os níveis de TBARS permaneceram aumentados em músculo, após 90 dias de
exposição, enquanto que em cérebro e fígado não se observou alterações estatisticamente
significativas. O conteúdo de proteína carbonil não mostrou alteração significativa após 7 dias de
exposição ao herbicida quinclorac. Após 30 dias houve aumento no conteúdo de proteína
carbonil, o qual persistiu até 90 dias de exposição. Após exposição ao herbicida quinclorac, houve
inibição da atividade enzimática. A enzima catalase (CAT) apresentou inibição após 30 dias de
exposição, enquanto que a enzima glutationa S-transferase (GST) foi inibida após 90 dias de
exposição ao herbicida. Nos demais períodos, não foram observados alterações estatisticamente
significativas.
CARBOFURAN: Oxidative stress biomarkers in Cyprinus carpio exposed to carbofuran in a
rice field condition. Submetido para publicação no jornal Pesticide Biochemistry and Physiology.
Neste estudo foram investigados os efeitos em peixes Cyprinus carpio expostos a
condições de campo por 7, 30 e 90 dias. Após 7 dias de exposição não foram observadas
alterações na atividade das enzimas catalase e glutationa S-transferase (GST) no primeiro ano de
experimento. A atividade da catalase no fígado não mostrou diferença significativa após 7 e 90
dias de exposição quando comparado com o grupo controle. Entretanto, após 30 dias de
exposição a atividade da enzima diminuiu. Alterações significativas também não foram
observadas na atividade da GST no tecido hepático em todos os tempos de exposição ao
carbofuran. Os níveis de proteína carbonil no fígado não mostraram modificações após 7 e 30
dias de exposição, mas em 90 houve uma diminuição. Os níveis de TBARS aumentaram
significativamente no cérebro neste período, mas alterações não foram observadas no fígado e
músculo. Os níveis de TBARS mostraram um significativo aumento no cérebro e músculo, mas no
fígado não foram observadas alterações neste parâmetro após 30 dias de exposição. Após 90
dias de exposição, alterações não foram observadas na atividade da catalase e GST em relação
60
ao controle. Pelo contrário, os níveis de proteína carbonil foram significativamente reduzidas em
relação ao controle. Os níveis de TBARS aumentaram significativamente em todos os tecidos
analisados neste período. Resíduos de carbofuran foram detectados até 28 dias após a primeira
aplicação.
No segundo ano de experimento foi observado um aumento da atividade da catalase após
30 dias de exposição ao carbofuran e uma falta de resposta nos outros períodos analisados.
Significante aumento da GST foi observado após 30 dias de exposição e diminuição da atividade
em 7 e 90 dias. A proteína carbonil diminuiu significativamente em todos os períodos estudados.
Os níveis de TBARS mostraram resultados similares aos observados durante o primeiro ano em
todos os tecidos. Nos 7 dias de exposição houve um aumento significativo no TBARS do cérebro,
mas alterações não foram observadas no fígado e músculo. Ao contrário durante 30 e 90 dias de
exposição ao carbofuran os níveis de TBARS aumentaram significativamente em todos os tecidos
estudados.
FIPRONIL: Responses of Cyprinus carpio tissues after exposure to insecticide fipronil
under rice field condition. Submetido para publicação no jornal Pest Management and Science.
Parâmetros de estresse oxidativo, perfil antioxidante e atividade da acetilcolinesterase
foram investigados em Cyprinus carpio expostos ao fipronil em condições de campo após 7, 30 e
90 dias. A atividade da acetilcolinesterase (AChE) no cérebro aumentou significativamente após
7, 30 e 90 dias de exposição ao inseticida contendo fipronil quendo comparado com o controle.
Entretanto, o tecido muscular não mostrou alterações em nenhum período de exposição.
Parâmetros de estresse oxidativo, tais como substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS)
foram significativamente aumentados em nos tecidos analisados (cérebro, fígado e músculo) em
todos os períodos de exposição. Os níveis de proteína carbonil foram aumentados após 30 dias
de exposição ao fipronil. A atividade da catalase diminuiu no tecido hepático após 7, 30 e 90 dias
de exposição.
PENOXULAM: Toxicological responses of Cyprinus carpio exposed to herbicide
penoxsulam at rice field condition. Submetido para publicação no Journal of Applied Toxicology
A atividade da acetilcolinesterase (AChE) cerebral dos peixes aumentou significativamente
após 7 dias de experimento em comparação com o controle. Após 21 e 72 dias um resultado
diferente foi obtido onde uma inibição da atividade da AChE foi observada. No tecido muscular,
esta enzima não apresentou mudanças significativas após 7 e 21 dias. Pelo contrário, após 72
dias houve a significativa diminuição da atividade AChE. Em condições lavoura de arroz, após 7
dias de exposição, houve alteração nos parâmetros de estresse oxidativo como TBARS, que
aumentam em todos os tecidos e na carbonilação de proteínas que reduziu no fígado. Já no perfil
antioxidante, a atividade de glutationa S-transferase (GST) no fígado foi reduzida após esse prazo
61
e também não foram registradas alterações significativas na atividade da CAT no fígado após 7
dias de exposição ao penoxsulam. Após 21 dias de exposição em lavoura de arroz, os níveis de
TBARS diminuiram no cérebro, no entanto, no tecido muscular e hepático não foram observadas
alterações neste parâmetro. Diferentemente, a proteína carbonil no fígado aumentou e a atividade
da GST no mesmo tecido não foi alterada significativamente. Já a atividade da enzima CAT
mostrou-se reduzida em relação ao controle. Após 72 dias de exposição, os cérebros dos peixes
continuaram apresentando variações significativas nos níveis de TBARS, com um aumento
significativo. No músculo branco o TBARS continuou mostrando nenhuma mudança como em 21
dias, porém no fígado ocorreu uma elevação da peroxidação lipídica. Da mesma forma, neste
período, os níveis de proteína carbonil e da atividade da GST mostraram significativamente
elevados. Neste período a enzima CAT não foi alterada. Após aproximadamente 35 dias, o
penoxsulam não foi detectado na água, mas continuou causando distúrbios ou estresse oxidativo
nos tecidos dos peixes.
CLOMAZONE: Biochemical alterations in Cyprinus carpio exposed to commercial herbicide
containing clomazone. Submetido para publicação no Journal Chemosphere.
Foram realizados experimentos em lavoura de arroz (7, 30 e 90 dias) e em laboratório (7
dias). Os peixes expostos ao clomazone na lavoura de arroz (7 dias) mostraram níveis de TBARS
aumentados em fígado e cérebro, mas não mudou no tecido muscular. Os parâmetros de
proteína carbonil, catalase e a Gutationa-S-transferase (GST) não demonstraram alterações nos
tecido dos peixes em 7 dias de exposição. No laboratório os peixes expostos ao clomazone
demonstraram aumento dos níveis de TBARS em todos tecidos (fígado, cérebro e músculo). Em
fígado, ocorreu a diminuição da proteína carbonil e o aumento da atividade da catalase. A GST
não foi alterada nos peixes expostos ao clomazone. Depois de 30 dias de exposição ao
clomazone na lavoura, o nível de TBARS foi aumentado em músculo. Neste mesmo período
houve um aumento dos níveis de proteína carbonil no fígado. Em nosso trabalho, a atividade da
GST mostrou uma significante redução no fígado dos peixes expostos ao clomazone. Depois de
90 dias, os níveis de TBARS em cérebro e músculo aumentaram. A proteína carbonil foi
aumentada em fígado. Estes parâmetros podem ser bons biomarcadores de estress oxidativo,
especialmente em meio ambiente contaminado pelo herbicida clomazone. A atividade da enzima
catalase diminuiu significantemente em fígado dos peixes expostos ao clomazone. No período de
90 dias, a enzima GST mostrou-se inibida em tecido hepático de C. carpio ressaltando o seu uso
como bioindicador para investigar respostas à exposição prolongada ao herbicida. Depois da
exposição de C. carpio ao clomazone em condições de lavoura, a acetilcolinesterase (AChE) não
foi alterada nos tecidos (cérebro e músculo) dos peixes depois de 7 dias de exposição ao
clomazone. Mas, em condições laboratoriais foi demonstrado a inibição da atividade da
acetilcolinesterase (AChE) muscular. Na lavoura, a AChE (cerebral e muscular) não foi alterada
nos peixes depois de 30 e 90 dias de exposição ao clomazone. Depois de 7 dias de exposição de
62
C. carpio ao clomazone (laboratório e lavoura), foi demonstrado o aumento do glicogênio hepático
e muscular. Os níveis de glicose muscular foram diminuídos em peixes expostos ao clomazone no
laboratório e aumentados na lavoura. Em condições laboratoriais, houve um aumento do lactato
hepático e na lavoura houve o aumento do lactato muscular. Em laboratório, os níveis de proteína
não se alteraram nos tecidos (fígado e músculo) dos peixes expostos ao clomazone. Mas na
lavoura, houve o aumento de proteína no fígado dos peixes expostos ao herbicida. Além disso,
depois da exposição dos peixes ao herbicida em laboratório, os níveis de amônia muscular foram
aumentados, enquanto em lavoura a amônia hepática foi aumentada. Em ambas condições
experimentais, os níveis de aminoácidos foram reduzidos no tecido muscular e no plasma ocorreu
o decréscimo protéico. Os níveis de lactato aumentaram no plasma depois da exposição em
condições de laboratório e diminuídas no plasma dos peixes expostos ao clomazone na lavoura.
Depois de 30 dias de exposição na lavoura, não houve alteração nos níveis de glicogênio
(hepático e muscular). No fígado foi observada uma redução nos níveis de lactato. Ocorreu uma
redução nos níveis de amônia hepática e muscular. Os níveis de glicose foram diminuídos em
músculo de C. carpio expostos ao clomazone. No plasma, houve o aumento do lactato e da
glicose destes peixes expostos ao clomazone em lavoura. Depois de 90 dias de exposição ao
clomazone na lavoura de C. carpio, ocorreu um aumento do glicogênio e uma redução na amônia
hepática, mas não houve alterações nos demais parâmetros metabólicos testados neste tecido.
No tecido muscular, foram diminuídos os níveis de aminoácidos. No plasma, continuou sendo
observada redução de proteína e a situação de hiperglicemia.
Efeitos de pesticidas utilizados na lavoura de arroz sobre o crescimento, resposta do
cortisol e antioxidantes em Cyprinus carpio. Este arquivo contém os resultados dos
manuscritos em preparação.
Manuscrito 1 - Effects of two insecticides used in rice culture on oxidative parameters of
Cyprinus carpio.
O indicador de peroxidação lipídica não mostrou alterações significativas em todos os
tecidos estudados (cérebro, fígado e músuclo) após 7 dias de exposição ao inseticida carbofuran
em laboratório. Exposição ao fipronil aumentou os níveis de TBARS em cérebro e fígado, mas
não foram registradas alterações no tecido muscular. Em condições de laboratório, o conteúdo de
proteína carbonil aumentou no fígado das carpas expostas ao carbofuran, porém o inseticida
fipronil não causou alterações neste parâmetro. A enzima catalase aumenta sua atividade, mas
não foi observada variação devido a exposição ao fipronil. As atividades da super-óxido dismutase
e da glutationa-S-transferase não se alteram em exposição após exposição a ambos inseticidas.
O conteúdo de ácido ascórbico foi reduzido no fígado de carpas expostas a ambos inseticidas. O
conteúdo de tióis não protéicos foi reduzido somente após exposição ao fipronil.
63
Manuscrito 2 - Effects of pesticides used in rice culture on oxidative parameters of
Cyprinus carpio.
O indicador de peroxidação lipídica TBARS mostrou alterações significativas em todos os
tecidos estudados (cérebro, fígado e músculo). Imazetahpyr aumenta os níveis de TBARS em
cérebro e fígado. No tecido muscular ocorreu redução nos níveis de TBARS após exposição ao
imazethapyr. A proteína carbonil diminuiu na exposição ao imazethapyr. Penoxulam e byspiribac
reduzem o TBARS no cérebro e causam aumento neste parâmetro no fígado e músculo. Proteina
carbonil aumenta no fígado após exposição aos herbicidas penoxulam e byspiribac. A atividade
da enzima GST não sofreu nenhuma alteração em todos os tecidos analisados após exposição ao
imazethapyr. GST hepática aumenta após exposição ao imazapic, mas cérebro e músculo não
sofrem nenhuma alteração. Exposição ao herbicida quincorac aumenta os níveis de GST em
todos os tecidos estudados. Penoxulam e byspiribac mostram resultados similares, onde GST
aumenta no cérebro e fígado e diminui no músculo. Os níveis de Catalase (CAT) aumentam após
exposição ao quinclorac. Porém não foram observadas variações nesta enzima devido a
exposição ao imazethapyr. Atividade da CAT reduz em exposição ao: imazapic, penoxulam and
bispiribac. Os níveis de GSH diminuem no cérebro após exposiação ao imazethapyr, imazapic
and byspiribac. O tecido hepático não mostrou variação neste parâmetro para todos os pesticidas
testados. Os níveis de GSH musculares aumentam em exposição a todos os pesticidas testados.
O ácido ascórbico foi reduzido em carpas expostas ao imazethapyr e imazapic (fígado e
músculo). O conteúdo de ácido ascórbico aumentou em todos os tecidos após exposição ao
quinclorac. Imazethapyr causa aumento no ácido ascorbico no cérebro e músculo, e quando em
exposição ao imazapic o aumento foi registrado somente no tecido cerebral. Penoxulam and
byspiribac induzem um aumento no ácido ascorbico somente no tecido cerebral.
Manuscrito 3 - Parâmetros de crescimento, hematológicos e medida de cortisol em carpas
cultivadas em parcelas de arroz irrigado
Os resultados da tabela 1 mostram que após exposição prolongada aos pesticidas
utilizados na cultura do arroz não ocorreu alterações no peso e comprimento dos peixes. Outros
parâmetros de crescimento, como biomassa, ganho médio diário e conversão alimentar serão
avaliados na preparação do manuscrito. O fato de não ocorrerem alterações nos pesos e medidas
dos peixes pode ser benéfico para futuros trabalhos avaliando a possibilidade de criação
consorciada, arroz-peixe com uso de pesticidas. Os valores de hematócrito (%) não sofreram
alteração durante os períodos experimentais testados devido à exposição aos pesticidas. As
médias dos controles foram 23.6 ± 0.5 (7 dias); 24 ± 0.4 (30 dias) e 25.5 ± 0.6 (90 dias). Não
ocorreu alteração significativa nestes valores em nenhum tempo experimental e pesticida testado.
A Hemoglobina (g/dL) medida nos mesmos períodos de tempo e pesticidas mostrou valores
médios de: 8.5 ± 0.35 (7 dias), 8.78 ± 0.32 (30 dias) e 8.2 ± 0.4 (90 dias). Os indicadores
64
hematológicos são utilizados como marcadores secundários de estresse em organismos animais.
A ausência de variação nestes parâmetros pode nos indicar que os pesticidas não afetaram a
condição de saúde do peixe, causando estresse. Os dados podem ser confirmados através dos
resultados do cortisol. O cortisol, que representa um importante indicador de condição de
estresse, e é um parâmetro bastante utilizado em experimentos de toxicologia de pesticidas não
sofreu alteração devido à exposição aos pesticidas do referido estudo. Os valores médios dos
controles (ng/mL) foram: 20 ± 2 (7 dias), 22 ± 3 (30 dias), 22.5 ± 1.5 (90 dias).
CONCLUSÃO:
Os resultados obtidos permitiram observar que não ocorreram alterações significativas nos
parâmetros de crescimento, após cultivo de carpas durante 90 dias em associação com a cultura
do arroz irrigado. Foram selecionados para cada pesticida testado biomarcadores de toxicidade
medidos nos tecidos de carpas, que podem ser utilizados posteriormente em locais contaminados
por estes produtos.
65
Experimento 6 - Determinação da qualidade físico-química da água, concentração de
nutrientes, metais pesados e DBO na água de irrigação
Resumo
Os resultados mostraram que a aplicação dos herbicidas imazetapir (75 g e.a. ha-1) +
imazapique (25 g e.a. ha-1), bispiribaque-sódio (50 g i.a. ha-1), penoxsulam (48 i.a. g ha-1),
clomazona (600 g i.a. ha-1), quincloraque (375 g i.a. ha-1) e os inseticidas carbofurano (400 g i.a.
ha-1) e fipronil (37,5 g i.a. ha-1) não acarreta grande alteração na qualidade da água, quando
comparada à qualidade da água de irrigação do tratamento controle (padrão). Em geral, os
parâmetros físicos e químicos da água estiveram abaixo dos utilizados pelas agências ambientais
e usados como referência neste estudo.
Resultados
A estatística básica da qualidade da água das parcelas com arroz irrigado submetidas a
tratamentos com herbicidas e inseticidas foram baseadas em 40 amostras (8 tratamentos x 5
coletas), para cada safra agrícola, cujos resultados estão sumarizados nas Tabelas 2 a 6 (Safra
2007/08) e nas Tabelas de 7 a 11 (Safra 2008/09). Nestas tabelas estão contemplados a
variação (valores máximos e mínimos dentre as cinco datas de amostragem), média e o desvio
padrão dos resultados para cada um dos 27 parâmetros analisados. Em geral, as amostras de
água apresentaram valores abaixo dos limites de referência de acordo com as normativas usados
como referência neste estudo (BRASIL – Ministério da Saúde, 2004; CONAMA, 2005; FATMA,
1999, USEPA, 2010).
Parâmetros físicos
Com relação aos parâmetros físicos, temperatura e turbidez da água (Tabelas 2, 3, 7 e 8),
as amostras de água dos tratamentos que receberam os agrotóxicos apresentaram valores
médios de 24 e 19°C, respectivamente nas safras de 2007/08 e de 2008/09. A temperatura da
água é um fator importante, pois influi na taxa fotossintética do fitoplâncton proporcionando
alimentos para o zooplâncton. Os valores encontrados para turbidez foram inferiores ao limite de
100 NTU estabelecido na Resolução CONAMA (2005) para a água de classe 2. Valores altos de
turbidez na água de drenagem são esperados para o cultivo de arroz com sementes pré-
germinado, em razão das atividades envolvidas no preparo do solo (De DATTA, 1981). Em geral,
águas cristalinas apresentam turbidez é menor que 10 NTU (unidade nefelométrica de turbidez); e
em águas muito turvas, a turbidez da água é maior que 20 NTU (FATMA, 1999). Neste último
caso, geralmente a alta concentração de partículas coloidais suspensas na água aumenta a
difusão da luz com a absorção de calor. Em decorrência disso, há elevação da temperatura da
água e redução da disponibilidade de luz para o fitoplâncton.
66
Parâmetros químicos
Nos diferentes tratamentos, a análise do pH revelou estabilidade com média geral de 6,6 e
6,0, respectivamente nas safras de 2007/08 e 2008/09 (Tabela 2 e 7). O pH da água depende de
sua origem e características naturais, mas pode ser alterado pela inundação da área e pela
introdução de xenobióticos. O ecossistema aquático depende do pH e a faixa com estabilidade
para as diferentes populações varia de 6 a 9, sendo que as bactérias sobrevivem com pH entre
1,5 e 13,5 e os invertebrados aquáticos, com pH de 6,5 a 7,5.
As concentrações de oxigênio dissolvido (OD) registradas variaram pouco em comparação
com o tratamento controle (6,3 mg O2 L-1). Nas Tabelas 2 e 7, verifica-se que no tratamento com o
inseticida fipronil, a concentração de OD registrou a menor média (4,9 mg O2 L-1). É importante
destacar que concentrações de OD menores que 5,0 mg O2 L-1 influi negativamente na biota
aquática (CONAMA, 2005). Em condições normais, a água contém concentração de OD cujo teor
de saturação depende atividade fotossintética (STONE et al., 1990), temperatura e da altitude.
Os resultados da dureza total (Tabelas 2 e 7) enquadram-se dentro do limite classificado
como água levemente dura (USEPA). Na safra de 2007/08, verifica-se que o tratamento controle
apresentou menor dureza, enquanto que o tratamento com a aplicação do penoxsulam registrou
dureza média maior que os demais tratamentos com a aplicação de agrotóxicos. Resultado
similar também foi observado para a alcalinidade total (Tabelas 2 e 7), onde o tratamento com
penoxsulam proporcionou valor mais alto (44 mg O2 L-1) que os demais tratamentos.
Em geral, para condutividade elétrica (CE) da água, os valores registrados foram
relativamente baixos (Tabela 2 e 7), exceto no tratamento com a aplicação do herbicida
penoxsulam, onde foi registrado 84 µS cm-1. Mesmo que as legislações e normativas usadas
como referência neste estudo (BRASIL - Ministério da Saúde, 2004; CONAMA, 2005, FATMA,
1999 e USEPA, 2010) não contemplem limites para a CE, os valores encontrados (Tabelas 2 e 7),
estão abaixo do nível inferior (>100 µS cm-1), que indica ambientes impactados (CETESB, 2010).
As concentrações registradas para Co, Cr, Mo, Ni, NO2, Sn e PO43- estiveram abaixo dos
níveis de detecção do método de quantificação empregado (Tabelas 3 a 6 e Tabelas 8 a 11);
portanto, abaixo dos limites de referência disponíveis usados neste estudo (BRASIL – Ministério
da Saúde, 2004; CONAMA, 2005; FATMA, 1999, USEPA, 2010). Para B, Ca, Cu, Fe, K, Mg, Mn,
P, S e os ânions fluoreto, cloreto, sulfato e NO3 (Tabelas 3 a 6 e Tabelas 8 a 11), as
concentrações encontradas também estiveram abaixo dos valores de referência máximo. Na safra
de 2007/08, houve variações entre os tratamentos sendo que as concentrações de Ca, K, Mg, P,
S e dos ânions fluoreto, cloreto e sulfato; e também a DBO foram maiores com a aplicação do
herbicida penoxsulam. Resultado similar também ocorreu na safra 2008/09 para Ca, Fe e Mn.
67
Tabela 2 - Variação (Var.) média ( ) e desvio padrão (�) dos parâmetros pH, temperatura (T), oxigênio dissolvido (OD), dureza total (Dur. T.),
alcalinidade total (Alc. T.) e condutividade elétrica (CE) na água nos diferentes tratamentos com a aplicação de agrotóxicos em
cinco coletas realizadas na safra de 2007/08.
Parâmetros Limites (Referência) Herbicidas Inseticidas
Cont CONAMA Brasil2 USEPA Imaz1 Bisp Peno Clom Quin Carb Fip
pH 6-9 - 6,5-8,5
Var. 6,4-7,1 6,2-7,2 6,6-6,8 6,1-6,7 6,2-6,7 6,0- 7,2 6,3- 6,9 6,1-6,8 6,7 6,7 6,7 6,5 6,6 6,5 6,5 6,6 � 0,30 0,36 0,11 0,26 0,30 0,43 0,27 0,28
T
(°C) - - -
Var. 18-34 18-33 18-33 18-34 18-38 18- 33 18- 34 18-33 24 24 24 24 24 24 24 24 � 6,1 5,8 5,7 5,9 5,9 5,7 6 5,7
OD
(mg L-1) �5,0 - -
Var. 3,9-7,4 2,9-7,3 4,0-9,8 3,1-8,0 3,3-6,6 3,0- 8,6 2,8- 7,2 2,5-9,1 5,5 5,5 6,0 5,4 5,4 5,3 4,9 6,3 � 1,6 2,1 2,3 2,2 1,4 2,2 1,8 2,5
Dur. T.
(mg L-1) - 500 -
Var. 17-40 20-40 24-44 16-36 20-36 20- 36 19- 36 20-32 29 28 32 25 26 26 27 24 � 9,11 7,92 9,11 7,80 6,01 7,3 6,3 4,48
Alc. T
(mg L-1) - - -
Var. 21-76 20-75 29-83 22-68 22-68 22- 58 22- 65 25-71 37 36 44 33 36 33 35 37 � 22 22 22 19 18 14,7 17,4 19
CE
(µS cm-1) - - -
Var. 50-99 48-97 70-118 46-88 49-90 42- 77 39- 82 49-90 65 67 84 60 67 61 62 66 � 21 18 20 16 15 12,4 15,2 15
1Imaz=imazetapir + imazapique; Bisp=bispiribaque-sódio; Peno=penoxsulam; Clom=clomazona; Quin=quincloraque; Carb=carbofurano;
Fipr=fipronil e Cont=Tratamento controle. 2Ministério da Saúde (Portaria n. 518, de 25 de março de 2004).
68
Tabela 3 - Variação (Var.) média ( ) e desvio padrão (�) dos parâmetros turbidez, boro (B), cálcio (Ca), cobalto (Co), cromo (Cr) e cobre (Cu)
na água nos diferentes tratamentos com a aplicação de agrotóxicos em cinco coletas realizadas na safra de 2007/08.
Parâmetros Limites (Referência) Herbicidas Inseticidas
Cont CONAMA Brasil2 USEPA Imaz1 Bisp Peno Clom Quin Carb Fip
Turbidez
(NTU) �100 1 5
Var. 15-24 8,5-29 6,9-18 4,4-22 6,2-19 3,6- 23 2,5- 19 6,2-22 19 19 15 16 15 13 12 12 � 4,1 7,6 4,7 7,1 5,3 7,7 7,2 6
B
(µg L-1) 750 - -
Var. 10-23 8,5-22 8,5-14 9,2-27 <5,0-21 8,5- 17 11- 17 7,4-20 14 14 12 15 13 11 13 12 � 5,3 5,3 2,3 6,8 5,4 3,7 2,2 4,7
Ca
(mg L-1) - - -
Var. 2,7-8,3 3,3-7,6 4,6-11 0-10 3,3-7,1 3,3- 6,7 2,9- 6,7 3,0-9,5 4,7 4,7 6,8 4,1 4,6 4,3 4,1 4,9 � 2,2 1,9 2,7 3,7 1,5 1,4 1,5 2,6
Co
(µg L-1) 200 - -
Var. <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 � 0 0 0 0 0 0 0 0
Cr
(µg L-1) - 50 100
Var. <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 � 0 0 0 0 0 0 0 0
Cu
(µg L-1) 20 2000 1300
Var. <2,5 <2,5 <2,5- 3 <2,5- 3,1 <2,5- 2,8 <2,5- 2,9 <2,5 <2,5- 2,8 <2,5 <2,5 2,6 2,6 2,5 2,6 <2,5 2,6 � 0 0 0,25 0,25 0,12 0,18 0 0,15
1Imaz=imazetapir + imazapique; Bisp=bispiribaque-sódio; Peno=penoxsulam; Clom=clomazona; Quin=quincloraque; Carb=carbofurano;
Fipr=fipronil e Cont=Tratamento controle. 2Ministério da Saúde (Portaria n. 518, de 25 de março de 2004).
69
Tabela 4 - Variação (Var.) média ( ) e desvio padrão (�) dos parâmetros ferro (Fe), potássio (K), magnésio (Mg), manganês (Mn), molibdênio
(Mo) e níquel (Ni) na água nos diferentes tratamentos com a aplicação de agrotóxicos em cinco coletas realizadas na safra de
2007/08.
Parâmetros Limites (Referência) Herbicidas Inseticidas
Cont CONAMA Brasil2 USEPA Imaz1 Bisp Peno Clom Quin Carb Fip
Fe
(mg L-1) 0,3 0,3 0,3
Var. 0,3- 4 0,08- 4,1 0,1- 3,8 0,01- 3,7 0,06- 3,7 0,06- 2,9 0,37- 0,08- 3,2 1,7 1,5 1,1 1,1 1,3 0,9 1,2 1,3 � 1,43 1,53 1,53 1,76 1,44 1,14 1,22 1,22
K
(mg L-1) - - -
Var. 0,7- 2,4 0,8- 2,6 1,0- 2,8 0,0- 1,7 0,7- 2,9 0,7- 2,5 0,8- 2,6 0,6- 2,4 1,4 1,5 1,6 0,9 1,5 1,4 1,5 1,3 � 0,63 0,68 0,74 0,67 0,86 0,71 0,87 0,73
Mg
(mg L-1) - - -
Var. 2,2- 5,7 2,6- 5,1 3,1- 6,8 0- 6,5 2,6- 4,8 2,6- 4,8 2,4- 4,3 2,4- 5,8 3,4 3,5 4,2 2,8 3,3 3,2 3,1 3,4 � 1,48 1,09 1,46 2,31 0,88 0,92 0,70 1,4
Mn
(µg L-1) 100 100 50
Var. <1,0- 32 <1,0- 33 <1,0- 35 <1,0- 18 <1,0- 16 <1,0- 13 1,7-16 <1,0- 63 10 9,4 8,8 6,7 4,8 5,0 6,6 16 � 12 13 15 6,6 6,3 4,9 5,7 27
Mo
(µg L-1) - - -
Var. <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 � 0 0 0 0 0 0 0 0
Ni
(µg L-1) 25 - -
Var. <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 � 0 0 0 0 0 0 0 0
1Imaz=imazetapir + imazapique; Bisp=bispiribaque-sódio; Peno=penoxsulam; Clom=clomazona; Quin=quincloraque; Carb=carbofurano;
Fipr=fipronil e Cont=Tratamento controle. 2Ministério da Saúde (Portaria n. 518, de 25 de março de 2004).
70
Tabela 5 - Variação (Var.) média ( ) e desvio padrão (�) dos parâmetros fósforo (P), estanho (Sn), enxofre (S), fluoreto, cloreto e sulfato na
água nos diferentes tratamentos com a aplicação de agrotóxicos em cinco coletas na safra de 2007/08. Santa Maria, RS. 2010.
Parâmetros Limites (Referência) Herbicidas Inseticidas
Cont CONAMA Brasil2 USEPA Imaz1 Bisp Peno Clom Quin Carb Fip
P
(µg L-1) 100 - -
Var. <20- 196 30- 292 35- 292 <20- 258 47- 222 <20- 194 24,6- 191 <20- 192 93 111 122 126 115 87,5 109,9 98 � 65 103 102 90 72 65 74 73
Sn
(µg L-1) 10 10 50
Var. <5,0 <5,0 <5,0 <5,0 <5,0 <5,0 <5,0 <5,0 <5,0 <5,0 <5,0 <5,0 <5,0 <5,0 <5,0 <5,0 � 0 0 0 0 0 0 0 0
S
(mg L-1) - - -
Var. 0,2- 0,9 0,2- 1 0,3- 1,2 0,2- 0,9 0,2- 1,1 0,2- 0,9 0,2- 0,9 0,2- 1 0,5 0,6 0,7 0,5 0,6 0,51 0,5 0,5 � 0,26 0,33 0,34 0,28 0,33 0,27 0,28 0,32
Fluoreto
(µg L-1) 1400 1500 4000
Var. 102- 249 120- 237 144- 263 105- 271 112- 238 108- 209 94- 210 99- 250 171,6 177,2 199,2 179,2 170,8 164,4 162,9 175,0 � 65 52 52 73 54 49 56 70
Cloreto
(mg L-1) 250 250 250
Var. <0,01- 5 <0,01- 4 <0,01- 5 <0,01- 4 <0,01- 4 <0,01- 4 <0,01- 3 <0,01- 3 2,7 2,7 3,1 2,2 2,4 2,5 1,7 2,0 � 1,9 1,7 2 1,7 1,7 1,8 1,3 1,5
Sulfato
(mg L-1) 250 250 250
Var. <0,05-1,3 0,08- 1,3 0,08- 1,8 0,10- 1,2 0,10- 1,4 <0,05- 1 <0,05- 1 <0,05- 1 0,3 0,4 0,5 0,3 0,5 0,3 0,3 0,3 � 0,54 0,53 0,75 0,47 0,56 0,52 0,40 0,44
1Imaz=imazetapir + imazapique; Bisp=bispiribaque-sódio; Peno=penoxsulam; Clom=clomazona; Quin=quincloraque; Carb=carbofurano;
Fipr=fipronil e Cont=Tratamento controle. 2Ministério da Saúde (Portaria n. 518, de 25 de março de 2004).
71
Tabela 6 - Variação (Var.) média ( ) e desvio padrão (�) dos parâmetros fosfato, nitrito, nitrato e DBO5 na água nos diferentes tratamentos
com a aplicação de agrotóxicos em cinco coletas realizadas na safra de 2007/08.
Parâmetros Limites (Referência) Herbicidas Inseticidas
Cont CONAMA Brasil2 USEPA Imaz1 Bisp Peno Clom Quin Carb Fip
Fosfato
(µg L-1) 150 - -
Var. <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 � 0 0 0 0 0 0 0 0
Nitrito
(µg L-1) 1000 1000 1000
Var. <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 � 0 0 0 0 0 0 0 0
Nitrato
(µg L-1) 10000 10000 10000
Var. <50 <50- 93 <50 <50 <50 <50 <50 <50 <50 58,5 <50 <50 <50 <50 <50 <50 � 0 19,1 0 0 0 0 0 0
DBO5
(mg L-1) �5,0 - -
Var. 1,5- 8 1,0- 23 1,5- 21 2,0- 14, 1,0- 10 n.a. n.a. 1,0- 7 5,10 6,90 7,20 6,60 5,50 n.a. n.a. 3,30 � 2,4 9,5 7,9 4,9 3,3 n.a. n.a. 2,3
1Imaz=imazetapir + imazapique; Bisp=bispiribaque-sódio; Peno=penoxsulam; Clom=clomazona; Quin=quincloraque; Carb=carbofurano;
Fipr=fipronil e Cont=Tratamento controle. 2Ministério da Saúde (Portaria n. 518, de 25 de março de 2004). n.a.Amostras não analisadas para este parâmetro.
72
Tabela 7 - Variação (Var.) média ( ) e desvio padrão (�) dos parâmetros pH, temperatura (T), oxigênio dissolvido (OD), dureza total (Dur. T.),
alcalinidade total (Alc. T.) e condutividade elétrica (CE) na água nos diferentes tratamentos com a aplicação de agrotóxicos em
cinco coletas realizadas na safra de 2008/09.
Parâmetros Limites (Referência) Herbicidas Inseticidas
Cont CONAMA Brasil2 USEPA Imaz1 Bisp Peno Clom Quin Carb Fip
pH - - 6,5-8,5
Var. 6,0- 6,5 5,9- 6,4 6,0- 6,3 5,7- 6,3 5,9- 6,2 5,9- 6,2 5,9- 6,2 5,9- 6,5 6,2 6,2 6,2 6 6 6 6,0 6,1 � 0,21 0,22 0,16 0,26 0,11 0,15 0,14 0,27
T
(°C) - - -
Var. 7,3- 26 6,9- 26 6,3- 26 7,4- 26 7,2- 26 6,5- 25 7,1- 25 6,4- 26 19 19 19 19 19 19 19 19 � 7,1 7,3 7,5 7 7,1 7,4 7,2 7,5
OD
(mg L-1) �5,0 - -
Var. 2,7-7,5 2,2-7,5 2,1-7,4 2,8-8 2,6-7 2,9-7,6 2,6-7,3 2,5-8,3 5,7 5,3 4,9 5,8 5,3 5,7 5,3 5,1 � 2,2 2,2 2,2 2,5 1,9 2 2,3 2,4
Dureza T.
(mg L-1) - 500 -
Var. 20- 36 12- 35 14- 36 14- 30 12- 28 12- 33 16- 30 16- 30 26 24 25 22 19 20 23 20 � 7 9,9 8 5,7 6,7 8 5,7 5,7
Alc. T
(mg L-1) - - -
Var. - - - - - - - - - - - - - - - - � - - - - - - - -
CE
(µS cm-1) - - -
Var. 40- 96 37- 97 45- 97 43- 70 33- 77 34- 65 33- 71 39,4- 84 69 67 68 56 56 53 54 63 � 22 22,4 19,4 9,9 15,8 11,9 13,6 17,7
1Imaz=imazetapir + imazapique; Bisp=bispiribaque-sódio; Peno=penoxsulam; Clom=clomazona; Quin=quincloraque; Carb=carbofurano;
Fipr=fipronil e Cont=Tratamento controle. 2Ministério da Saúde (Portaria n. 518, de 25 de março de 2004).
73
Tabela 8 - Variação (Var.) média ( ) e desvio padrão (�) dos parâmetros turbidez, boro (B), cálcio (Ca), cobalto (Co), cromo (Cr) e cobre (Cu)
na água nos diferentes tratamentos com a aplicação de agrotóxicos em cinco coletas realizadas na safra de 2008/09.
Parâmetros Limites (Referência) Herbicidas Inseticidas
Cont CONAMA Brasil2 USEPA Imaz1 Bisp Peno Clom Quin Carb Fip
Turbidez
(NTU) �100 1 5
Var. 4,7- 17 3,8- 13 7,2- 17 3,6- 14 4,3- 15 4,6- 14 3,0- 14 5,6- 15 12 10 13 9,4 11 11 9,7 13 � 5,1 3,9 3,7 4 4,2 3,9 4,3 4,1
B
(µg L-1) 750 - -
Var. 12- 19 10- 20 10-20 11- 19 12- 19 9,4- 18 11- 16 9,8- 17 16 14 15 14 15 13 14 13 � 3,9 4,3 3,8 3,6 3 3,7 2,5 3,0
Ca
(mg L-1) - - -
Var. 3,1- 9,5 2,5- 9,5 4- 10,3 2,2- 6,6 3,6- 7,3 2,8-6,5 2,7- 7,9 3,4- 7,5 5,9 5,7 6,4 4,4 5,5 4,7 5,2 5,4 � 2,4 2,7 2,5 1,6 1,3 1,3 1,9 1,6
Co
(µg L-1) 200 - -
Var. <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 � 0 0 0 0 0 0 0 0
Cr
(µg L-1) - 50 100
Var. <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 � 0 0 0 0 0 0 0 0
Cu
(µg L-1) 20 2000 1300
Var. <2,5- 2,8 <2,5 <2,5 <2,5- 4,2 <2,5- 4,4 <2,5- 2,9 <2,5- 2,8 <2,5- 3,5 2,5 <2,5 <2,5 2,9 2,9 2,6 2,5 2,7 � 0,1 0 0 0,7 0,8 0,16 0,14 0,46
1Imaz=imazetapir + imazapique; Bisp=bispiribaque-sódio; Peno=penoxsulam; Clom=clomazona; Quin=quincloraque; Carb=carbofurano;
Fipr=fipronil e Cont=Tratamento controle. 2Ministério da Saúde (Portaria n. 518, de 25 de março de 2004).
74
Tabela 9 - Variação (Var.) média ( ) e desvio padrão (�) dos parâmetros ferro (Fe), potássio (K), magnésio (Mg), manganês (Mn), molibdênio
(Mo) e níquel (Ni) na água nos diferentes tratamentos com aplicação de agrotóxicos em cinco coletas na safra de 2008/09.
Parâmetros Limites (Referência) Herbicidas Inseticidas
Cont CONAMA Brasil2 USEPA Imaz1 Bisp Peno Clom Quin Carb Fip
Fe
(mg L-1) - 0,3 0,3
Var. 1- 2,9 0,9- 3 0,8- 4,3 1,1- 2,2 0,9- 2,3 1,1- 1,6 0,7- 3,2 1- 2,9 1,8 1,7 2,2 1,5 1,5 1,4 1,8 1,8 � 0,8 0,9 1,4 0,5 0,5 0,21 1,01 0,74
K
(mg L-1) - - -
Var. 0,4- 2,9 0,2- 2,6 0,5- 2,3 0,4- 3,1 0,6- 3,0 1,1- 2,7 0,2- 2,8 0,3- 2,9 1,4 1,3 1,2 1,2 1,3 1,2 1 1,2 � 0,9 0,87 0,76 1 0,9 0,92 1,04 1,05
Mg
(mg L-1) - - -
Var. 2,1- 5,1 1,9- 5,2 2,2- 4,8 1,8- 3,5 2,5- 4,5 1,1- 3,6 1,8- 3,8 1,8- 4 3,2 3,2 3,3 2,6 3,2 2,7 2,8 2,8 � 1,2 1,3 1 0,6 0,8 0,74 0,84 0,79
Mn
(µg L-1) 100 100 50
Var. <2,5- 36 <2,5-29 <2,5- 45 <2,5- 33 <2,5- 5,3 <2,5- 11 <2,5- 28 <2,5- 30 9,8 8,5 11,5 9 3,1 4,8 8,3 9,2 � 15 11 19 13 1,2 3,7 11 11,8
Mo
(µg L-1) - - -
Var. <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 � 0 0 0 0 0 0 0 0
Ni
(µg L-1) 25 - -
Var. <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 � 0 0 0 0 0 0 0 0
1Imaz=imazetapir + imazapique; Bisp=bispiribaque-sódio; Peno=penoxsulam; Clom=clomazona; Quin=quincloraque; Carb=carbofurano;
Fipr=fipronil e Cont=Tratamento controle. 2Ministério da Saúde (Portaria n. 518, de 25 de março de 2004).
75
Tabela 10 - Variação (Var.) média ( ) e desvio padrão (�) dos parâmetros fósforo (P), estanho (Sn), enxofre (S), fluoreto, cloreto e sulfato na
água nos diferentes tratamentos com a aplicação de agrotóxicos em cinco coletas realizadas na safra de 2008/09.
Parâmetros Limites (Referência) Herbicidas Inseticidas
Cont CONAMA Brasil2 USEPA Imaz1 Bisp Peno Clom Quin Carb Fip
P
(µg L-1) - - -
Va 22- 150 44- 106 55- 164 48- 180 80- 484 57- 103 31- 157 33- 158 85 78 103 108 207 80 101 79 � 50 26 50 53 161 19 51 48
Sn
(µg L-1) - - -
Va <5 <5-8 <5 <5 <5-8 <5 <5 <5 <5 5,6 <5 <5 5,6 <5 <5 <5 � 0 1,4 0 0 1,4 0 0 0
S
(mg L-1) - - -
Va 0,2- 0,8 0,2- 0,7 0,2- 0,6 0,2- 0,8 0,3- 0,8 0,21- 0,6 0,22- 0,7 0,22- 0,7 0,4 0,4 0,4 0,4 0,5 0,4 0,4 0,4 � 0,24 0,18 0,14 0,25 0,21 0,14 0,19 0,18
Fluoreto
(µg L-1) 1400 1500 4000
Va 89- 225 101- 229 109- 221 84- 191 103- 214 95- 177 88- 191 95- 217 146 158 152 145 165 137 144 159 � 52 51 47 43 49 33,94 43,82 54,52
Cloreto
(mg L-1) 250 250 250
Va 1,5- 7 1- 5,8 2,1- 6,8 1,9- 7,2 2,5- 6,7 1,1- 5,7 0,7- 6,0 0,9- 6,0 4,3 3,8 3,9 4,1 4,1 3,4 3 3,4 � 2,5 1,9 1,9 2,4 1,9 2,1 2,3 2,2
Sulfato
(mg L-1) 250 250 250
Va <0,1- 1,4 <0,1- 1,4 <0,1- 1,1 <0,1- 2,3 <0,1- 1,3 0,1- 1,2 0,1- 1,4 0,1- 1,3 0,4 0,4 0,3 0,5 0,4 0,4 0,4 0,4 � 0,6 0,6 0,4 0,9 0,5 0,46 0,59 0,55
1Imaz=imazetapir + imazapique; Bisp=bispiribaque-sódio; Peno=penoxsulam; Clom=clomazona; Quin=quincloraque; Carb=carbofurano;
Fipr=fipronil e Cont=Tratamento controle. 2Ministério da Saúde (Portaria n. 518, de 25 de março de 2004).
76
Tabela 11 - Variação (Var.) média ( ) e desvio padrão (�) dos parâmetros fosfato, nitrito, nitrato e DBO5 na água nos diferentes tratamentos
com a aplicação de agrotóxicos em cinco coletas realizadas na safra de 2008/09.
Parâmetros Limites (Referência) Herbicidas Inseticidas
Cont CONAMA Brasil2 USEPA Imaz1 Bisp Peno Clom Quin Carb Fip
Fosfato
(µg L-1) 25 - -
Var. <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1- 1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 0,3 <0,1 <0,1 <0,1 � 0 0 0 0 0,4 0 0 0
Nitrito
(µg L-1) 1000 1000 1000
Var. <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 <100 � 0 0 0 0 0 0 0 0
Nitrato
(mg L-1) 10 10 10
Var. <0,1- 0,8 <0,1- 1,3 <0,1- 0,9 <0,1- 1,5 <0,1- 0,7 <0,1- 0,8 <0,1- 2,8 <0,1- 1,4 0,2 0,3 0,2 0,3 0,2 0,2 0,6 0,3 � 0,35 0,55 0,37 0,64 0,31 0,33 1,22 0,58
DBO5
(mg L-1) �5,0 - -
Var. 0,5- 4 1- 4 0,5- 8 0,5- 7 0,5- 6 n.a. n.a. 1- 2 1,9 2,2 2,8 2,7 4,1 n.a. n.a. 1,2 � 1,7 1,3 3,01 2,5 2,3 n.a. n.a. 0,4
1Imaz=imazetapir + imazapique; Bisp=bispiribaque-sódio; Peno=penoxsulam; Clom=clomazona; Quin=quincloraque; Carb=carbofurano;
Fipr=fipronil e Cont=Tratamento controle. 2Ministério da Saúde (Portaria n. 518, de 25 de março de 2004). n.a.Amostras não analisadas para este parâmetro.
Na safra de 2007/08, para a DBO5 (Tabela 5), além do tratamento controle (padrão), todos
os demais tratamentos com a aplicação dos agrotóxicos apresentaram registros maiores que o
valor de referência do CONAMA (�5,0 mg L-1) destacando-se as amostras de água com o herbicida
penoxsulam (valores maiores 7,2 mg L-1). A DBO5 representa a quantidade de oxigênio necessária
para oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia para a forma inorgânica
estável. Portanto, a DBO5 não representa por si um poluente, mas é uma medida sinalizadora de
poluição orgânica (Mc NEELY et al.,1979).
Em geral, a interpretação destes resultados é realizada utilizando-se análise univariada ou
através da correlação entre elas. Entretanto, em sistemas naturais estas variáveis podem interagir
conduzindo a interpretações inadequadas (PERONA et al. 1999). Todavia, os resultados obtidos
através da análise de PCA baseada na matriz de correlação oriunda da ordenação entre os
tratamentos nas respectivas datas de coletas em relação aos parâmetros de qualidade da água
não se detectaram alterações das amostras de água entre os tratamentos; e as épocas de coletas
foram responsáveis pelas mudanças na qualidade da água nas duas safras analisadas.
Na safra de 2007/08, a PC1 explica 51,5% da variância total e Cu, S, SO4 juntamente com
a temperatura e o OD se correlacionam positivamente nesse componente. NO3 é a variável
principal com correlação positiva da PC2 (27,2%); e juntos, explicam 78,7% da variação dos
parâmetros de qualidade de água (Figura 1).
Quanto às amostras de água, verifica-se a existência de três grupos, sendo identificados
por épocas de coleta. O grupo 1 formado pelas amostras de água coletadas aos três dias após o
início da inundação, o grupo 2 por amostras realizadas aos 14 e 28 dias; e o grupo 3 pelas
amostras coletadas aos 56 e 88 dias. O grupo 1 se correlaciona positivamente com o componente
1, apresentando maior temperatura, concentração de OD, Cu, S e SO4; e menor DT, Ca, Mg e Cl.
Analisando o componente 2, verifica-se fraca correlação positiva com maiores concentrações de
NO3, e menores valores para pH, CE, AT, B, Ca, Fe, K, Mg, Mn, P, S e F no grupo 3.
Na safra de 2008/09, A PC1 explica 53,4% da variância total e Al, K, Na, P, S, Cl, SO4, NO3
juntamente com o pH da água se correlacionam positivamente melhor nesse componente. O Ca,
Fe, Mg, F e a turbidez da água são as principal variáveis com correlação positiva da PC2 (17%); e
ambos explicam 70% da variação dos parâmetros de qualidade de água (Figura 2). Assim,
semelhante aos resultados da safra de 2007/08, pode-se identificar cinco grupos separados pelas
épocas de coletas da água. Na CP1, há tendência de ocorrer as amostras de água das primeiras
coletas (3 e 14 dias após o início da inundação) e as maiores concentrações de Al, K, Na, P, S, Cl,
SO4, NO3, e o valor de pH; entretanto apresentam menores concentrações do elemento B. Por
outro lado, quando se analisa a CP2, verifica-se que as amostras de água coletadas aos 14 e 28
dias apresentam escores positivos, e há tendência de apresentar valores mais altos para Ca, Fe,
Mg, F e turbidez; e menores valores para OD em água.
78
Figura 1 - Gráfico biplot de escores e pesos (loadings) para as duas primeiras componentes
principais para as variáveis limnológicas medidas, nos tratamentos testados em cinco épocas de
coleta de água na safra de 2007/08. Santa Maria, RS, 2010. IM = imazetapir+imazapique; BI =
bispiribaque-sódio; PE = penoxsulam; CL = clomazona; QU = quincloraque; CA = carbofurano; FI =
fipronil; CO = controle.
79
Figura 2 - Gráfico biplot de escores e pesos (loadings) para as duas primeiras componentes
principais para as variáveis limnológicas medidas, nos tratamentos testados em cinco épocas de
coleta de água na safra de 2008/09. Santa Maria, RS, 2010. IM = imazetapir+imazapique; BI =
bispiribaque-sódio; PE = penoxsulam; CL = clomazona; QU = quincloraque; CA = carbofurano; FI =
fipronil; CO = controle.
Conclusão
No sistema de cultivo mínimo do arroz, a utilização dos herbicidas imazetapir (75 g e.a. ha-1)
+ imazapique (25 g e.a. ha-1), bispiribaque-sódio (50 g i.a. ha-1), penoxsulam (48 i.a. g ha-1),
clomazona (600 g i.a. ha-1), quincloraque (375 g i.a. ha-1) e dos inseticidas carbofurano (400 g i.a.
ha-1) e fipronil (37,5 g i.a. ha-1) não acarreta grande alteração na qualidade da água, quando
comparada à qualidade da água de irrigação do tratamento controle (padrão); e, em geral,
estiveram abaixo dos limites de referência de normativas das agências ambientais usados como
referência neste estudo.
80
Referências
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81
Sub-projeto II – Avaliação da contaminação ambiental e de práticas de manejo visando
reduzir a persistência de pesticidas na lavoura de arroz irrigado e o nível de resíduos de
pesticidas no grão
Experimento 1 - Sistemas de manejo de irrigação: redução do uso de água, persistência e
transporte de agroquímicos para o ambiente entorno da lavoura:
Os resultados deste experimento estão relatados a seguir, organizados nos tópicos
“IRRIGAÇÃO INTERMITENTE REDUZ O TRANSPORTE DE AGROTÓXICOS PARA O
AMBIENTE” e “LIXIVIAÇÃO DO HERBICIDA COMPOSTO PELA MISTURA FORMULADA DE
IMAZETHAPYR E IMAZAPIC EM FUNÇÃO DO MANEJO DE IRRIGAÇÃO”.
IRRIGAÇÃO INTERMITENTE REDUZ O TRANSPORTE DE AGROTÓXICOS PARA O AMBIENTE
INTRODUÇÃO
Os agrotóxicos protegem as culturas contra plantas daninhas, insetos e patógenos,
possibilitando a obtenção de elevadas produtividades (MARCHEZAN et al., 2007). Porém, quando
aplicados nas lavouras, dentre outras formas de dissipação, os agrotóxicos podem ser
transportados para o ambiente através de escoamento superficial pela ação das chuvas (ROGER
& BHUIYAN, 1995). Tendo por consequência, muitas vezes, a contaminação dos mananciais
hídricos. A lavoura de arroz irrigado, por manter uma lâmina de água sobre o solo favorece o
escoamento superficial e o transporte de agrotóxicos para o ambiente. Além disso, a lavoura
arrozeira utiliza grande volume de água (MACHADO et al., 2006) e intensivo uso de agrotóxicos,
principalmente herbicidas, inseticidas e nutrientes (NOLDIN et al., 2001). Por esses motivos, a
orizicultura irrigada é apontada como uma atividade com alto potencial poluidor (FEPAM, 2007).
O manejo da lâmina de água é uma ferramenta importante para diminuir o transporte de
agrotóxicos para o ambiente. Nesse sentido, é de suma importância ampliar estudos de métodos
de manejo da irrigação de lavoura de arroz irrigado com o objetivo de diminuir o transporte de
agrotóxicos para o ambiente, minimizando o impacto ambiental. Assim, o presente trabalho teve
como objetivos avaliar o efeito do manejo da irrigação contínua e intermitente do arroz irrigado, nas
perdas de água via escoamento superficial, no transporte e na dissipação de imazethapyr,
imazapic e fipronil.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no ano agrícola 2007/2008, na área experimental do
Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria, no delineamento
82
experimental inteiramente casualizado com quatro repetições. Os tratamentos foram compostos
por dois manejos de irrigação: contínua e intermitente. No manejo intermitente, a irrigação era
interrompida quando a lâmina de água alcançava 10 cm de altura acima do nível médio do solo,
permitindo-se então que a lâmina de água evapotranspirasse totalmente. Enquanto isso, o solo se
encontrava saturado, a irrigação era reiniciada até que a lâmina de irrigação alcançasse
novamente 10 cm de altura acima do nível médio do solo. Já para a irrigação contínua, a lâmina
era constante. Nos dois tratamentos, a irrigação foi cessada quando as plantas de arroz se
encontravam no estádio R7 (110 DAE). O sistema de drenagem foi instalado a 11 cm de altura do
nível médio do solo, ficando assim uma borda livre de 1 cm.
A semeadura do arroz, no sistema cultivo mínimo, foi realizada no dia 08/11/2007, em
linhas espaçadas a 0,17 m, com densidade de 120 kg ha-1 de sementes da cultivar IRGA 422 CL.
As sementes foram previamente tratadas com o inseticida fipronil na dose de 37,5 g i.a. por 100 kg
de sementes. O controle de plantas daninhas foi realizado com a aplicação do herbicida composto
pela misturaformulada de imazethapyr e imazapic (75 e 25 g i.a. L-1) na dose de 1 L ha-1. No dia
seguinte, foi iniciada a irrigação das plantas de arroz, que estavam com cinco folhas (V5).
A irrigação das parcelas foi efetuada de forma independente e automatizada. Em cada
unidade experimental foi instalado um divisor do tipo Geib para coletar 1/17 do volume total de
água extravasada das unidades experimentais por ocasião da chuva. Essa água era armazenada
em caixas de fibra de vidro. Após cada chuva em que ocorresse o extravasamento, era realizada a
coleta da água das caixas, e acondicionadas em frascos âmbar de 1000 mL de capacidade. Essas
amostras eram posteriormente encaminhadas para o Laboratório de Análise de Resíduos de
Pesticidas (LARP-UFSM), analisadas para determinação da concentração de imazethapyr,
imazapic e fipronil. Amostras de água também foram coletadas de dentro da parcela aos 1, 3, 8,
14, 21, 28, 50 e 74 dias após o início da irrigação (DII), o que correspondeu a 16, 18, 23, 29, 36,
43, 65 e 89 dias após a emergência (DAE).
Para determinação da meia vida em água dos ingredientes ativos foram calculadas as
taxas de dissipação e a meia vida dos agrotóxicos, e a quantidade total de água e agrotóxicos
transportados para o ambiente. Os dados foram submetidos aos testes das pressuposições da
análise da variância e as médias foram comparadas por teste t (P�0,05), ou submetidas a análise
da variância com teste de Tukey (P�0,05).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O volume de água que extravasou das parcelas foi menor no sistema de manejo
intermitente quando comparado ao manejo de lâmina contínua (Figura 1), devido ao maior
armazenamento de água da chuva nesse sistema.
83
Figura 1. Volume de água extravasada da lavoura de arroz irrigado manejada no sistema de
irrigação contínuo e intermitente.
O extravasamento no sistema contínuo correspondeu a 363,3 mm (3633 m3 ha-1) ao passo
que a irrigação intermitente proporcionou um extravasamento de 217,2 mm (2172 m3 ha-1). Dessa
forma, a irrigação intermitente proporcionou armazenamento de 340,75 mm (3407,5 m3 ha-1) de
chuva quando comparado com 194,75 mm (1947,5 m3 ha-1) da irrigação contínua, valores
correspondentes à diferença entre a precipitação total do período de cultivo de 558 mm com o
volume extravasado. Em valores percentuais, a irrigação intermitente proporcionou redução de
40% no volume de água extravasado para fora da lavoura quando comparando com a irrigação
continua, justamente por armazenar maior volume da água da chuva. Resultados semelhantes aos
obtidos por Borrell et al. (1997), que sugerem que a irrigação intermitente pode usar de 29 a 42%
menos água do que a irrigação contínua, dependendo das condições climáticas.
Com relação à dissipação dos agrotóxicos na água de irrigação (Figura 2), foram
observadas concentrações detectáveis de imazethapyr e imazapic até o 89° dia após a emergência
(DAE) das plantas de arroz para os dois sistemas de manejo de irrigação, essa data corresponde a
74 dias após o início da irrigação (DAII). O pico máximo de concentração desses dois ingredientes
ativos foi observado aos 18 DAE (03 DAII) e 16 DAE (01 DAII) para manejo de irrigação
intermitente e contínua, respectivamente. Para o inseticida fipronil, foram detectadas
concentrações até o 65� DAE (50 DAII), sendo que a maior concentração foi detectada aos 16
DAE (01 DAII) em ambos os sistemas de manejo de irrigação. Houve uma variação nas
concentrações dos agrotóxicos avaliados nos dois sistemas de irrigação, demonstrada pelos
intervalos de confiança.
84
Figura 2. Concentrações de imazethapyr, imazapic e fipronil em �g L-1, com seus respectivos
intervalos de confiança (95%) na água da lavoura em irrigação contínua e intermitente.
A partir das concentrações dos agrotóxicos na lâmina de água, foi calculada a meia vida de
dissipação em água (DT50) demonstrando diferença significativa entre os agrotóxicos (Tabela 1).
O inseticida fipronil teve uma menor meia vida, diferindo de imazethapyr e imazapic. Comparando-
se a meia vida dos agrotóxicos dentro dos sistemas de irrigação, foi encontrada diferença
significativa apenas para fipronil, que possuiu menor meia vida de dissipação na irrigação contínua.
A maior meia vida para fipronil no sistema intermitente é atribuída ao menor transporte do
agrotóxico por escoamento superficial nesse sistema. Nesse sentido Watanabe et al. (2007)
observaram que ocorre maior diluição e perdas de agrotóxicos na irrigação contínua por
transbordamento da lavoura na ocasião de chuvas.
A massa total de agrotóxicos transportada para o ambiente é relativamente pequena nos
dois sistemas de cultivo, com valores não ultrapassando 2,14 gramas de i.a. ha-1. Porém, houve
maior quantidade transportada no sistema de irrigação contínuo, independentemente do agrotóxico
em questão. A irrigação contínua proporcionou aproximadamente 17 vezes mais agrotóxico (em g
ha-1) transportado para o ambiente quando comparado com a irrigação intermitente, o que
concorda com estudos realizados por Watanabe et al. (2007).
A comparação da massa transportada entre os agrotóxicos não pode ser feita, pois a
quantidade inicialmente aplicada foi diferente. Assim, quando transformado em percentagem da
quantidade inicialmente aplicada, os valores não ultrapassaram 5% da massa aplicada, novamente
havendo maior quantidade no sistema contínuo quando comparado com o intermitente, porém
85
desta vez demonstrando diferença significativa entre os agrotóxicos, sendo o herbicida imazapic
aquele que demonstrou maior percentagem de transporte, quando comparado com os demais.
Tabela 1. Massa total dos ingredientes ativos dos agrotóxicos transportados para o ambiente por
meio da água extravasada da lavoura de arroz, porcentagem de ingrediente ativo transportado em
relação ao total aplicado na lavoura e meia-vida de dissipação dos agrotóxicos em água (DT50)
nos sistemas de irrigação contínuo e intermitente.
Dessa forma, a irrigação intermitente permite redução do percentual de transporte de
agrotóxicos para o ambiente em 80% para o herbicida imazapic, 96% para imazethapyr e 99%
para fipronil. Imazapic foi o agrotóxico com maior valor percentual médio transportado em relação
às quantidades aplicadas no solo.
CONCLUSÕES
Quando comparada com a irrigação contínua, a irrigação intermitente proporciona redução
de 40% do volume de água extravasada para o ambiente, reduzindo assim mais de 80% na massa
de ingrediente ativo de agrotóxicos transportados para o ambiente em relação ao total aplicado na
lavoura. Isso se deve a maior captação de água da chuva reduzindo o transporte de água e
agrotóxicos. A massa de agrotóxicos transportados para o ambiente não ultrapassa 5% do total
aplicado.
86
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87
LIXIVIAÇÃO DO HERBICIDA COMPOSTO PELA MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR E
IMAZAPIC EM FUNÇÃO DO MANEJO DE IRRIGAÇÃO
INTRODUÇÃO
Amplamente utilizada na produção de arroz irrigado no Rio Grande do Sul, a tecnologia
Clearfield®, utiliza uma mistura formulada dos herbicidas imazethapyr e imazapic (75+25 g i.a. L-1)
em arroz tolerante. Tais herbicidas possuem alta solubilidade e persistência no ambiente, tendo,
portanto, potencial de lixiviação. O imazethapyr pode permanecer no solo por mais de três anos e
alcançar até 40 cm de profundidade (HOLLAWAY et al., 2006), podendo contaminar os mananciais
hídricos. Dessa forma, faz-se necessário o estudo de práticas de manejo que possibilitem a
redução da lixiviação destes herbicidas. Um dos aspectos de manejo que pode ser trabalhado
nesse sentido é a irrigação. A manutenção da lâmina de irrigação promove carga hidráulica sobre
o solo, podendo afetar o movimento vertical de herbicidas aplicados à lavoura.
Em vista do exposto, o presente trabalho teve por objetivo determinar o efeito de três
manejos de irrigação do arroz irrigado na lixiviação do herbicida composto pela mistura formulada
de imazethapyr e imazapic em solo de várzea.
MATERIAL E MÉTODOS
Experimento de Campo: Um experimento com arroz irrigado (Sistema Clearfield®) foi conduzido
em campo, em área de várzea sistematizada, no delineamento inteiramente casualizado com
quatro repetições no ano agrícola de 2007/08 e 2008/09. No primeiro ano, os tratamentos foram
compostos por dois manejos de irrigação: irrigação contínua e irrigação intermitente. No segundo
ano, foi inserido o tratamento de irrigação a banho. Esses tratamentos receberam, em cada ano de
cultivo, o correspondente a 1 L ha-1 do herbicida composto pela mistura formulada de imazethapyr
e imazapic (75 e 25 g i.a. L-1). Aos 134 dias após a última aplicação do herbicida (10/04/2009),
foram coletadas amostras de solo para condução de um bioensaio para determinação da
concentração do herbicida em profundidade. Além da coleta do solo nas áreas tratadas com o
herbicida foram coletadas amostras de solo em área que não recebeu o tratamento herbicida
(Testemunha) para construção da curva de calibração.
Monolitos de solo foram coletados com auxílio de tubos de PVC (10 cm de diâmetro e 50
cm de comprimento). O tubo de PVC foi introduzido no solo com auxílio de um batedor até a
profundidade de aproximadamente 40 cm e, após, retirado do solo com auxílio de pá de corte,
evitando a deformação da amostra. Logo após a remoção dos monolitos, os mesmos foram
seccionados em intervalos de 5 cm até o correspondente a 30 cm de profundidade. Essas porções
88
de solo foram utilizadas para realização de bioensaio com plantas de arroz irrigado não tolerante
IRGA 417.
Bioensaio: A partir dos monolitos coletados do experimento de campo, foi realizado um bioensaio
conduzido no ano 2009, em casa de vegetação do Setor de Herbologia, do Departamento de
Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Maria. O delineamento utilizado no ensaio
foi de blocos ao acaso em esquema fatorial com quatro repetições, onde o fator A consistiu no
manejo de irrigação utilizada no campo: A1: manejo contínuo, A2: intermitente e A3: manejo a
banho. O fator B consistiu das profundidades: 0-5, 5-10, 10-15, 15-20, 20-25 e 25-30 cm.
O bioensaio consistiu da comparação do crescimento de plantas de arroz irrigado não
tolerante aos herbicidas (IRGA 417) cultivada em solo que recebeu os tratamentos descritos
anteriormente, com o crescimento das plantas em solo com quantidade conhecida dos herbicidas
(curva de calibração). As curvas de calibração foram realizadas em solo que não recebeu a
aplicação do herbicida, construídas para cada profundidade. Nas profundidades de 0-5, 5-10 e de
10-15 cm, foram aplicadas o correspondente as doses de 0, 50, 100, 300, 500 e 800 mL de
herbicida ha-1. Já nas profundidades 15-20, 20-25 e 25-30 cm, foi aplicado o herbicida nas doses
de 0, 10, 25, 50, 200 e 500 ml ha-1. Foram aplicadas doses menores nas profundidades maiores
porque normalmente encontram-se menores quantidades de herbicidas nessas profundidades
(Kraemer, 2009).
As secções de solo, de 5 cm de profundidade cada uma, provenientes das áreas tratadas
ou da área sem tratamento herbicida foram destorroadas e alocadas em potes de 15 cm de
diâmetro e adicionado água para desestruturação do solo e formação do lodo para semeadura do
arroz no sistema pré-germinado. Nos potes referentes às curvas de calibração, a aplicação do
herbicida no solo foi realizada com pipetas automáticas, diluindo a solução herbicida em água.
Após a aplicação do herbicida, o solo foi deixado em repouso por um período de 48 horas para o
equilíbrio de sorção do herbicida com o solo. Após esse período, seis sementes pré-germinadas de
arroz irrigado foram semeadas em cada unidade experimental. Sendo feito um desbaste uma
semana após o plantio, deixando-se quatro plantas por pote.
As sementes foram previamente tratadas com o inseticida fipronil na dose correspondente
a 37,5 g i.a. por 100 kg de semente. A adubação de base foi realizada antes da semeadura, sendo
homogeneizada em cada UE, com dose correspondente a 450 kg de fertilizante de fórmula 05-20-
30, com a finalidade de eliminar a diferença de fertilidade entre o solo coletado nas diferentes
profundidades do perfil do solo. A adubação nitrogenada de cobertura foi efetuada quando o arroz
irrigado encontrava-se no estádio de 3-4 folhas, com aplicação de 70 kg ha-1 de N na forma de
uréia sobre lâmina de água, no estádio de V3 para V4.
Foram feitas avaliações de fitotoxicidade, comparada com a testemunha de cada
profundidade, estatura de plantas aos 7, 14 e 21 dias após o plantio (DAP) e massa da matéria
89
seca da parte aérea e do sistema radicular aos 28 DAP. Sendo que estas avaliações foram
convertidas em mL ha-1 com base nas curvas de calibração.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesse resumo, devido a problemas de espaço serão apresentados apenas os resultados
baseados na análise de estatura de plantas. A quantidade de herbicidas foi estimada com relação
à redução da estatura de plantas observada nas plantas de arroz cultivada em solo que havia
quantidade desconhecida de herbicida (Manejos de irrigação) com a estatura de plantas de arroz
cultivada em solo com doses conhecidas (curva de calibração), utilizando-se assim a curva
ajustada para estimar a quantidade de herbicida em cada parcela. Vale ressaltar que nesse
experimento de bioensaio, é avaliado apenas o efeito da mistura formulada do herbicida, sem
possibilidade de discriminação da concentração de cada princípio ativo, que compõem tal
formulação.
A quantidade de herbicida presente em cada amostra de solo estimada através da curva de
calibração demonstrou interação entre os fatores manejos de irrigação e profundidade no perfil do
solo, indicando que os manejos de irrigação apresentam comportamento diferenciado.
Com relação à quantidade total estimada de herbicida presente no solo (somatório das
quantidades estimadas do herbicida encontrado de 0-30 cm), observa-se diferença entre os
manejos de irrigação (Figura 1), com menor quantidade observada no manejo a banho. A menor
quantidade encontrada no tratamento a banho se deve ao fato que nesse tratamento foi aplicado
apenas herbicida em um ano (último ano) e os outros dois tratamentos receberam herbicidas por
dois anos consecutivos, impossibilitando assim a comparação entre os manejos com relação à
concentração de herbicidas em mL ha-1 (Figura 2). Sendo assim, para fins de comparação, as
concentrações nas diferentes profundidades foram transformadas para dados percentuais do total
encontrado em cada manejo de irrigação.
Com relação ao percentual de herbicida estimado nas diferentes profundidades, nota-se
que os manejos de irrigação diferem apenas na profundidade de 0-5 cm (Figura 3), onde o manejo
de irrigação a banho teve a menor percentagem de herbicida encontrado nessa profundidade. A
menor quantidade de herbicidas observado na superfície do solo nesse sistema pode ser atribuída
à maior aeração do solo nesse manejo de irrigação, devido à ausência de lâmina de irrigação,
proporcionando uma maior degradação microbiana aeróbica, a qual é a principal via de
degradação do imazethapyr no solo (FLINT & WITT, 1997). Os manejos de irrigação contínua e
intermitente, não diferiram entre si, pois a degradação em ambiente anaeróbico é praticamente
inexistente (SHANER & O‘CONNOR, 1991). A maior quantidade de herbicida nos manejos
contínuo e intermitente localizou-se na camada de 10-15 cm com 34 e 33% da quantidade total
90
encontrada, respectivamente. No manejo por banho a maior quantidade de herbicida localizou-se
aos 5-10 cm de profundidade com 45% do total encontrado.
Indicando que a carga hidráulica da lâmina de irrigação contínua pode promover um maior
movimento vertical de herbicida, mesmo em solos de várzea com baixa condutividade hidráulica.
Porém não foi encontrada diferença significativa entre os manejos de irrigação. Esse resultado é
semelhante ao encontrado por Kraemer et al. (2009) que concluem que a maior quantidade de
herbicida é encontrada aos 5-15 cm de profundidade, em área cultivada sob plantio direto.
Figura 1. Quantidade total de herbicidas no solo (mL ha-1), considerando a profundidade de 0-30
cm, em três manejos de irrigação: contínuo, intermitente e a banho. *Médias não seguidas pela
mesma letra diferem pelo teste de Duncan (P�0,05).
Figura 2: Concentração de herbicidas (mL ha-1) nas profundidades 0-5, 5-10, 10-15, 15-20, 20-25
e 25-30 cm, com base na avaliação de estatura de plantas, nos manejos de irrigação contínuo,
intermitente e a banho. *Médias não seguidas pela mesma letra maiúscula, na linha (manejos) e
minúscula na coluna (profundidades) diferem pelo teste de Duncan (P�0,05).
91
Figura 3. Percentagem de herbicidas encontrado nas profundidades 0-5, 5-10, 10-15, 15-20, 20-25
e 25-30 cm, nos manejos de irrigação contínuo, intermitente e a banho, estimada com base na
avaliação de estatura de plantas. *Médias não seguidas pela mesma letra maiúscula, na linha
(manejos) e minúscula na coluna (profundidades) diferem pelo teste de Duncan (P� 0,05).
CONCLUSÃO
Existe influência do manejo da irrigação na camada superficial do solo (0 – 5 cm), porém,
não ocorrendo nas demais profundidades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SHANER, D.L.; O‘CONNOR, S. Eds. Imidazolinones Herbicides. Boca Raton: CRC, 1991. 290p.
92
Experimento 2 - Dispersão de pesticidas na água de bacias hidrográficas de rios da região
de Santa Maria com cultivo do arroz irrigado
Resíduos de agrotóxicos na água de rios da Depressão Central do Estado
do Rio Grande do Sul, Brasil
RESUMO
A atividade orizícola é conduzida com uso intensivo de agrotóxicos, que, dependendo do
manejo e das precipitações pluviais podem chegar até os rios. O trabalho teve o objetivo de
determinar resíduos dos herbicidas clomazona, quincloraque, propanil, bentazona, 2,4-D e
imazethapyr e dos inseticidas carbofurano e fipronil nos rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim, situados na
Depressão Central do Rio Grande do Sul, nas safras 2003/04 a 2007/08, com coletas de novembro
a fevereiro (cultivo do arroz). As análises dos herbicidas e do carbofurano foram realizadas por
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com Detecção por Arranjo de Diodos (HPLC-DAD) e a do
fipronil por Cromatografia Gasosa com Detecção por Captura de Elétrons (GC-ECD). Na safra
2003/04, em ambos os rios o herbicida clomazona, 2,4-D e propanil foram os mais freqüentes nas
amostras de água. Na safra 2004/05, o quincloraque foi detectado em maior número de amostras
e nas safras 2005/06 e 2006/07 fipronil foi o agrotóxico mais freqüente nas amostras nos rios
Vacacaí e Vacacaí-Mirim. Na safra de 2007/08 houve menor presença de resíduos de agrotóxicos
nos rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim. Há presença de agrotóxicos utilizados na lavoura de arroz nos
rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim, durante o período de cultivo de arroz irrigado, destacando-se dentre
os analisados, os herbicidas clomazona e quincloraque e o inseticida fipronil.
INTRODUÇÃO
Os rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim são importantes para a região da Depressão Central do Rio
Grande do Sul, pois deles é retirada água para irrigação, principalmente para cultivo de arroz, além
de abastecer a pecuária e outras criações, atividades de lazer e necessidades de consumo
humano das comunidades em geral. A localização das lavouras, próximas às margens de cursos
de água potencializa o risco de contaminação, devido às descargas naturais ou de manejo das
lavouras, exigindo medidas mitigadoras.
Há constante preocupação com a qualidade da água dos mananciais hídricos, visto que
esses se encontram entre os recursos do ambiente que apresentam maior vulnerabilidade em
relação a agrotóxicos de forma geral (SILVA et al., 2007). Os mananciais hídricos superficiais são
os mais suscetíveis à contaminação pela atividade antrópica, pois servem de aporte para a água
de descarga das lavouras.
Nos rios que tem produção de arroz irrigado em suas bacias hidrográficas, a proximidade das
lavouras em relação aos cursos d’água e o volume de água utilizado na irrigação são aspectos
93
importantes que, associados à precipitação pluvial, favorecem o transporte de agrotóxicos das
lavouras para os mananciais hídricos superficiais. Relatos de monitoramento da presença de
agrotóxicos nos mananciais hídricos são encontrados em CEREJEIRA et al. (2003); MARTÍNEZ et
al. (2003), incluindo agrotóxicos utilizados na lavoura arrozeira (MARCHESAN et al., 2007, COSTA
et al., 2008).
No entanto, há escassas referências em relação aos limites tolerados de agrotóxicos em
cursos de água. Entre as normativas existentes que contemplam agrotóxicos utilizados em
lavouras de arroz encontram-se a Resolução CONAMA nº 357 de 17 de março de 2005 que
estabelece limites para 2,4-D que é de 4,0 µg L-1 para águas de classe I e II e 30 µg L-1 para
águas de classe III. A portaria n.º 518 de 25 de março de 2004 do Ministério da Saúde estabelece
limites de 30 µg L-1 para 2,4-D e 20 µg L-1 para propanil como padrão de potabilidade. Para a União
Européia a concentração máxima de qualquer agrotóxico é 0,1 µg L-1 e 0,5 µg L-1 para o total de
agrotóxicos em águas destinadas ao consumo humano, independente de sua toxicidade
(COUNCIL DIRECTIVE, 1980).
Em vista disso, realizou-se o monitoramento dos rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim, objetivando
detectar e quantificar a presença dos herbicidas clomazona, quincloraque, propanil, bentazona,
2,4-D e imazethapyr e dos inseticidas carbofurano e fipronil.
MATERIAL E MÉTODOS
O monitoramento dos cursos de água foi realizado nas safras agrícolas de 2003/04,
2004/05, 2005/06, 2006/07 e 2007/08 na área de abrangência da Bacia Hidrográfica dos rios
Vacacaí e Vacacaí-Mirim, localizada na Depressão Central do Estado do Rio Grande do Sul (RS),
possuindo uma área total de 11.085,77 km2 abrangendo uma população total de 407.533
habitantes (RS, 2007). Em 2003/04 e 2004/05 os agrotóxicos estudados foram: clomazona,
quincloraque, propanil, bentazona e 2,4-D. Porém nas safras de 2005/06 a 2007/08, os agrotóxicos
avaliados foram os herbicidas imazethapyr, quincloraque e clomazona e os inseticidas carbofurano
e fipronil, em vista da adequação do presente estudo em relação aos produtos com maior
representatividade de aplicação na área de abrangência do estudo.
A escolha dos pontos de coleta foi realizada através da identificação dos locais mais
representativos dos rios quanto à drenagem de água das lavouras de arroz para os rios.
As coletas de água foram efetuadas em cinco locais de cada rio, com periodicidade de
aproximadamente 15 dias para o rio Vacacaí e dez dias para o rio Vacacaí-Mirim nas safras
2003/04 a 2005/06, respectivamente. Nas safras 2006/07 e 2007/08 a periodicidade de coletas das
amostras variou em média de 20 a 30 dias, respectivamente, para ambos os rios. As coletas foram
realizadas nos meses de novembro a fevereiro, período que concentra as aplicações de
agrotóxicos e a irrigação das lavouras arrozeiras da Depressão Central, RS. Foram coletadas 42,
94
36, 33, 30 e 18 amostras de água no rio Vacacaí e 65, 55, 70, 30 e 24 amostras no rio Vacacaí-
Mirim nas safras 2003/04 a 2007/08, respectivamente.
Para a coleta das amostras, utilizou-se uma garrafa de politereftalato de etila, com
capacidade para dois litros, providas de orifícios da metade até a extremidade superior, acoplada a
um suporte com peso e a uma corda para integração da água de diferentes profundidades no
momento da coleta da amostra. Após a coleta, as amostras de água com volume de 1 L foram
transferidas para garrafas de vidro de cor âmbar, acondicionadas em uma caixa térmica e
encaminhadas para o Laboratório de Análise de Resíduos de Pesticidas (LARP) do Departamento
de Química da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde as análises foram realizadas
por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com Detecção por Arranjo de Diodos (HPLC-DAD)
(ZANELLA et al., 2003), com exceção do fipronil que foi determinado por Cromatografia Gasosa
com Detecção por Captura de Elétrons (GC-ECD) , após pré-concentração por SPE. Os métodos
por HPLC-DAD e GC-ECD empregados apresentaram, para todos os agrotóxicos estudados,
valores satisfatórios de recuperação entre 81,3 e 112,3%, com valores de precisão entre 1,8 e
14,2%.
Para confirmação dos compostos, as amostras que apresentaram resíduos de agrotóxico
foram analisadas também por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada à Espectrometria
de Massas sequencial (LC-MS/MS) conforme descrito por CALDAS et al. (2010). O preparo de
amostra envolveu a pré-concentração de 250 mL de amostra em cartuchos de extração em fase
sólida (SPE) contendo 500 mg de C18. A eluição dos agrotóxicos foi efetuada com 1 mL de
methanol.
As análises por HPLC-UV foram efetuadas em coluna Bondesil C18 (250x4,6 mm d.i.; 5
µm) com fase móvel metanol e água pH 3,0 (60:40, v/v) na vazão de 0,8 mL min-1 e detecção em
220 nm. Para as análises por GC-ECD utilizou-se coluna capilar DB-5 (30 m, 0,25 mm d.i. e 0,25
µm de espessura de filme), com temperature do injector: 280 ºC; volume de injeção: 1,0 µL;
helium: 1,3 mL min-1; temperature do forno da coluna: 80 oC (1 min), 25 oC min-1 até 215 oC, depois
3 oC min-1 até 250 oC; temperature do detector: 300 oC.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Constatou-se que houve variação entre as safras agrícolas quanto à presença de agrotóxicos
nos rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim (Tabela 1 e 2). Na safra 2003/04 no rio Vacacaí (Tabela1),
detectou-se a presença de resíduos de agrotóxicos em 66,7 % do total de amostras de água
coletadas, sendo o herbicida clomazona e 2,4-D os mais freqüentes, representando 26,2 % do total
de amostras contaminadas, seguido do propanil com 21,4 %. Nesta mesma safra, no rio Vacacaí-
Mirim (Tabela 2), em 58,5 % das amostras detectou-se a presença de resíduos de agrotóxicos,
95
sendo 2,4-D, propanil e clomazona também os mais freqüentes. Em ambos os rios o propanil
apresentou maior concentração nas amostras coletadas nesta safra.
Tabela 1. Concentração de herbicidas e inseticidas na água do rio Vacacaí.
Safras Agrotóxicos Total de
amostras(1) % AC(2)
--------Concentração �g L-1--------
Mínimo Média Máximo
rio Vacacaí
2003/04
clomazona
42
26,2 0,8 2,2 4,7 quincloraque 0 nd nd nd
propanil 21,4 0,7 2,3 5,4 bentazona 14,3 0,7 2,3 3,6
2,4-D 26,2 0,9 1,8 2,7 Ao menos 1(3) 66,7 - - -
2004/05
clomazona
36
38,8 0,2 0,6 1,5 quincloraque 41,7 0,6 0,9 2,5
propanil 0 nd nd nd bentazona 2,7 0,6 0,6 0,6
2,4-D 2,7 0,4 0,4 0,4 Ao menos 1(3) 63,9 - - -
2005/06
imazethapyr
33
15 0,1 0,1 0,2 quincloraque 0 nd nd nd clomazona 3 0,3 0,3 0,3 carbofurano 21 0,1 0,3 0,4
fipronil 90 0,05 3,5 16,3 Ao menos 1(3) 94 - - -
2006/07
imazethapyr
30
0 nd nd nd quincloraque 0 nd nd nd clomazona 0 nd nd nd carbofurano 0 nd nd nd
fipronil 80 2,2 6 26,2 Ao menos 1(3) 80 - - -
2007/08
imazethapyr
18
5,5 0,4 0,4 0,4 quincloraque 0 nd nd nd clomazona 5,5 0,3 0,3 0,3 carbofurano 5,5 0,6 0,6 0,6
fipronil 5,5 0,5 0,5 0,5 Ao menos 1(3) 16,7 - - -
* Limite de Quantificação, em �g L-1: imazethapyr = 0,1; quincloraque = 0,6; carbofurano = 0,1;
clomazona = 0,2; fipronil = 0,01; bentazona = 0,2, propanil = 0,1 e 2,4-D = 0,1. (nd) não detectado (1) Número total de amostras analisadas; (2) Percentagem de amostras contaminadas; (3) Amostras com a presença de pelo menos um agrotóxico.
96
Tabela 2. Concentração de herbicidas e inseticidas na água do rio Vacacaí-Mirim.
Safras Agrotóxicos Total de
amostras(1) % AC(2)
--------Concentração �g L-1(4) --------
Mínimo Média Máximo
rio Vacacaí-Mirim
2003/04
clomazona
65
15,4 0,9 1,9 3,4 quincloraque 7,7 1,1 2,0 3,3
propanil 15,4 0,9 3,0 5,2 bentazona 12,3 0,8 1,7 3,5
2,4-D 20 0,8 2,2 3,2 Ao menos 1(3) 58,5 - - -
2004/05
clomazona
55
34,5 0,2 0,6 1,7 quincloraque 36,4 0,6 1,4 4,1
propanil 0 nd nd nd bentazona 7,3 0,6 1,3 1,8
2,4-D 7,3 0,3 1,2 3,4 Ao menos 1(3) 60 - - -
2005/06
imazethapyr
70
12,8 0,1 0,4 1,2 quincloraque 21,4 0,6 0,8 2,0 clomazone 2,8 0,2 0,3 0,4 carbofurano 7,1 0,2 0,5 0,8
fipronil 87 0,1 3,3 16,4 Ao menos 1(3) 93 - - -
2006/07
imazethapyr
30
0 nd nd nd quincloraque 0 nd nd nd clomazona 0 nd nd nd carbofurano 0 nd nd nd
fipronil 66,6 2,1 7 19,4 Ao menos 1(3) 66,6 - - -
2007/08
imazethapyr
24
8,3 0,4 0,4 0,5 quincloraque 0 nd nd nd clomazona 8,3 0,3 0,4 0,6 carbofurano 4,2 0,6 0,6 0,6
fipronil 4,2 0,6 0,6 0,6 Ao menos 1(3) 25 - - -
* Limite de Quantificação, em �g L-1: imazethapyr = 0,1; quincloraque = 0,6; carbofurano = 0,1;
clomazona = 0,2; fipronil = 0,01; bentazona = 0,2, propanil = 0,1 e 2,4-D = 0,1. (nd) não detectado (1) Número total de amostras analisadas; (2) Percentagem de amostras contaminadas; (3) Amostras com a presença de pelo menos um agrotóxico.
Na safra de 2004/05 encontrou-se a presença de pelo menos um agrotóxico em 63,9 e 60%
das amostras analisadas nos rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim. Os agrotóxicos clomazona e
quincloraque foram os mais freqüentes nos dois rios, destacando-se o quincloraque, com
97
concentração média de 0,9 e 2,0 µg L-1 nos rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim, respectivamente. Por
outro lado, propanil não foi detectado em nenhuma das amostras.
No período de cultivo de 2005/06 no rio Vacacaí, observou-se a presença de pelo menos um
agrotóxico em 94 % das amostras analisadas. Os agrotóxicos que apresentaram maior
porcentagem de detecção nas amostras foram fipronil, carbofurano e imazethapyr. Ao longo do rio
Vacacaí-Mirim detectou-se resíduo de pelo menos um agrotóxico em 93,3% das amostras. Nesta
safra, destacou-se fipronil, pois além de ser o mais freqüente, apresentou maiores concentrações
nas amostragens realizadas em ambos os rios.
Na safra de 2006/07 detectou-se pelo menos um agrotóxico em 80 e 66,6% da amostras
analisadas nos rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim, respectivamente. Nesta safra também se destaca o
fipronil, pois além de ser o único agrotóxico detectado nas amostras, apresentou elevada
concentração. Por fim, na safra 2007/08 foram detectados resíduos de agrotóxicos em apenas
16,7 e 25% das amostras do rio Vacacaí e Vacacaí-Mirim, respectivamente.
Considerando a Resolução CONAMA nº 357 de 17 de março de 2005 e a portaria n.º 518
de 25 de março de 2004 do Ministério da Saúde, nenhuma das amostras ultrapassou as
concentrações máximas estabelecidas para 2,4-D e propanil, que são os agrotóxicos deste estudo,
contemplados pelas normativas. Por outro lado, se for considerado o que está estabelecido pela
União Européia (COUNCIL DIRECTIVE, 1980), 100, 94, 60, 100 e 94% das amostras de água que
apresentaram resíduos de agrotóxicos do rio Vacacaí e 100, 98, 70, 100 e 87% das amostras do
rio Vacacaí-Mirim nas safras 2003/04 a 2007/08, respectivamente, ultrapassaram a concentração
permitida que é de 0,5 µg L-1.
A elevada frequência do clomazona nas amostras pode ser explicada pela ampla utilização
em lavouras na área monitorada. Esse herbicida pode apresentar persistência de 39 dias no solo e
um período de 13 a 31 dias de detecção na lâmina de água de irrigação, o que contribui para a sua
permanência no ambiente (REIMCHE et al., 2008; SANTOS et al., 2008). Aliado a persistência
(MARCHESAN et al., 2007), esse herbicida possui solubilidade de 1100 mg L-1 em água,
considerada alta (SENSEMAN, 2007), fazendo com que seja ainda mais propenso a atingir os
corpos de água. Segundo CABRERA et al. (2008) o clomazona apresenta alto potencial de
poluição de águas superficiais, bem como de águas subterrâneas, pois é provavelmente
transportado na forma dissolvida em água.
De acordo com RAO et al. (1985), quanto maior a hidrossolubilidade da molécula, maior a
facilidade de transporte do agrotóxico do momento da aplicação até os cursos d’água. Este
comportamento associado à ocorrência de chuvas acima da normal em alguns períodos (Figura 1),
como por exemplo, na safra de 2003/04 entre os meses de novembro e dezembro, faz com que se
reduza o intervalo de aplicação dos agrotóxicos e aumente a probabilidade de contaminação
ambiental, pois estes são facilmente carreados com o movimento das águas (MARCHESAN et al.,
2007). Com relação ao propanil, sua lenta degradação pode ter contribuído para ser detectado nas
98
amostras, pois segundo KONSTANTINOU et al. (2001) a meia vida deste herbicida é de
aproximadamente 55,4 dias. Autores como PRIMEL et al. (2005) relatam que o propanil apresenta
grande potencial de poluição de águas de superfície porque pode ser transportado dissolvido em
água. Segundo CABRERA et al. (2008) os herbicidas 2,4-D e propanil, apresentam, segundo o
critério de GOSS, potencial médio de contaminação à água superficial.
Safra agrícola
2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 Normal
Prec
ipita
ção
pluv
ial (
mm
)
0
100
200
300
400
novembro dezembro janeiro fevereiro
Figura 1. Precipitação pluvial em (mm) ocorrida por mês, durante os meses de cultivo de arroz
irrigado e a precipitação pluvial normal mensal na região de Santa Maria.
A elevada persistência em água do herbicida quincloraque, explica sua presença nas
amostras coletadas na safra 2004/05. Em trabalho sobre o monitoramento de agrotóxicos na água
de mananciais hídricos no sul do Brasil realizados por GRÜTZMACHER et al. (2008), resíduos de
quincloraque foram encontrados em maior freqüência nas amostras. Segundo CUMMING et al.
(2002) a elevada persistência em água deste agrotóxico é decorrente de sua baixa solubilidade em
água. No entanto, sua inexistência na água do rio Vacacaí e baixa presença no rio Vacacaí-Mirim
na safra de 2003/04 possivelmente seja reflexo da sua reduzida utilização pelos orizicultores da
região neste período.
A contaminação das amostras com o inseticida fipronil pode estar ralacionada com sua lenta
degradação em água, pois de acordo com COUTINHO et al. (2005), este produto sofre
99
degradação lenta em água e sedimentos em condições anaeróbias, com tempo de meia-vida
variando de 116 a 130 dias. Segundo CABRERA et al. (2008) o fipronil apresenta, segundo o
critério de GOSS, potencial médio de contaminação à água superficial, indicando que pode ser
transportado na forma dissolvida em água. Além disso, é um inseticida amplamente utilizado no
controle de Oryzophagus oryzae uma das principais pragas da cultura do arroz irrigado. Já a
menor ocorrência de carbofurano nas amostras, deve-se ao menor uso quando comparado ao
fipronil, e, além disso, o carbofurano apresenta baixa solubilidade em água e fácil degradação no
meio ambiente (MOREIRA, 2004).
O herbicida imazethapyr, segundo SANTOS et al. (2008), apresenta persistência de 53 dias
no solo e um período de 27 dias de detecção na lâmina de irrigação, com meia-vida variando de
1,6 a 6,2 dias conforme o tratamento. Segundo os autores, nesse período esse herbicida pode,
potencialmente, ser transportado da lavoura para fora do sistema produtivo, recomendando-se a
adoção de práticas de manejo que reduzam essa possibilidade. Nos EUA, em trabalho realizado
por BATTAGLIN et al. (2000) o herbicida imazethapyr foi o mais freqüentemente em amostras de
águas superficiais e subterrâneas, sendo detectado em 71% das amostras, caracterizando seu
potencial de contaminação. A ampla utilização deste herbicida para o controle de arroz vermelho
em lavouras de arroz, especialmente nas bacias hidrográficas dos rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim
explicam em parte os resultados encontrados.
A menor ocorrência de agrotóxicos na última safra monitorada pode ser decorrente do não
extravasamento da água das lavouras nos meses de novembro (2007) e janeiro (2008), visto que a
precipitação pluvial máxima neste período não ultrapassou a 57 mm (dados não apresentados).
Porém, em 31 de dezembro (2007) e 29 de fevereiro (2008) ocorreu uma precipitação de 86,8 e 67
mm, respectivamente, o que seria suficiente para ocasionar extravasamento da água das lavouras,
mas as coletas nestes períodos foram anteriores a estas precipitações (dados não apresentados),
contribuindo para explicar a baixa presença de resíduos de agrotóxico nesta safra.
A presença e o período de maior ocorrência de agrotóxicos na água dos rios Vacacaí e
Vacacaí-Mirim durante o período de cultivo do arroz dependem fundamentalmente da época de
aplicação dos agrotóxicos, do regime pluviométrico associado ao menejo da irrigação e das
características fisico-químicas de cada produto.
CONCLUSÕES
Há presença de agrotóxicos (herbicidas e inseticidas) utilizados na lavoura de arroz nos rios
Vacacaí e Vacacaí-Mirim, durante o período de cultivo de arroz irrigado. No período analisado, os
herbicidas clomazona e quincloraque e o inseticida fipronil foram os agrotóxicos mais freqüentes
nas amostras de água dos rios, durante as safras avaliadas.
100
Há necessidade de estabelecimento de limites de tolerância dos agrotóxicos utilizados
como defensivos agrícolas (nas lavouras) para que se possa realizar manejo sustentável.
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102
Experimento 3 - Investigação da eficiência dos Processos Oxidativos Avançados (POAs) na
degradação de pesticidas em águas de irrigação
Study of the photodecomposition of herbicide clomazone in waters using HPLC-UV and GC-
MS after Solid Phase Extraction
Renato Zanella1, Ednei Gilberto Primel2, Fábio Ferreira Gonçalves1, Márcia Helena Scherer Kurz1
and Manoel Leonardo Martins1 1Departamento de Química, Universidade Federal de Santa Maria, 97105-900 Santa Maria - RS, Brazil; e-mail:
[email protected] 2Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, Sant’Ana do
Livramento, RS, Brazil
1. Introduction
Pesticide pollution of environmental waters is a pervasive problem with widespread
ecological consequences (1). Of the pesticides the herbicides are potential contaminants of
environmental waters because they are applied directly to the soil or irrigation waters and can be
leached into the surface water and transported into groundwater (2,3). According to the literature a
pesticide can pollute aquatic environmental if its solubility in water is higher than 30 mg L-1; its Koc,
organic carbon partition coefficient < 300-500; its KH, Henry Law constant, is less than 10-2 Pa m3
mol-1 and its soil half-life is longer than 2-3 weeks (2,4), water half-life is longer than >25 weeks.
The herbicide clomazone, CAS number 81777-89-1, [2-[(2-chlorophenyl)methyl]-4,4-
dimethyl-3-isoxazolidinone] (Figure 1) is particularly widely used against species of annual broad
leaf weeds and grass. Clomazone is currently used in the cultivation of soybeans, cotton, rice, sugar
cane, corn, tobacco, and a variety of other vegetable crops (5). It is stable at ambient temperatures
for at least 2 years, stable at 50 ºC at least 3 months. In sun light DT50 > 30 days in aqueous
solution (the pesticide manual). It is highly soluble in water (1100 mg L-1), and has a Koc of 150-562
mL g-1, KH value from 4.19 x 10-3 Pa m3 mol-1 (6). These properties of clomazone indicate its
potential for aquatic environmental pollution. In this study we selected the clomazone because it is
an important herbicide that has been detected in surface waters from south Brazil (3).
C l
C H2NO
O
C H3
C H3
Figure 1. Chemical structure of clomazone herbicide, molecular mass 239.7
103
The major point sources of pesticide pollution are wastewaters from agricultural industries
and pesticide formulating or manufacturing plants (1). Their removal from the aquatic environment
has become a very important task, and so different methods are used (carbon adsorption,
ozonization, microbial degradation, photodegradation, etc.). Hydrolysis, photolysis, aquatic
metabolism and field dissipation can also contribute to decomposition; photolysis, using natural
sunlight or xenon arc lamps is effective in removing pesticides (7,8). In practice, the evaluation of
degradation products is possible only through of the identification by GC-MS (9-12).
Therefore, in recent times the removal of organic harmful pollutants present in water
supplies is investigated by means of a variety of chemicals procedures. Among them, the oxidation
by several agents different to chlorine, such as ozone, UV radiation, Fenton´s reagent, etc. have
been extensively used with success (9). The Advanced Oxidation Processes (AOP`s), which are
constituted by the combination of several oxidants, are characterized by the generation of very
reactive and oxidizing free radicals in aqueous solutions, such as the hydroxyl radicals, which
achieve a great destruction power (10). Several of them are currently employed for the elimination
of pesticides, as the combination UV radiation: O3/UV; O3; UV/H2O2; Fe3+/H2O2/UV; TiO2/UV (11)
(11,12,13).
Photochemical AOPs are light induced reactions, mainly oxidations, that rely on the
generation of hydroxyl radicals by the combination with added oxidants (e.g. H2O2, Fe3+). Fenton`s
reagent, a misture of hydrogen peroxide (oxidizing agent) and ferrous or ferric ions (catalyst),
provides another possible source of hydroxyl radicals. Under acid conditions (pH 3-5) this reagent is
a powerful oxidant of organic compounds (14). Moreover, degradation rates are significantly
enhanced by supplemented UV-visible irradiation, the photo-fenton`s process (10).
The objectives of this work were (1) to compare the degradation kinetics of clomazone in
distilled and surface water by using a high-pressure mercury lamp; (2) to investigate the pH
influence on the photodegradation; (3) to compare photodecomposition with light solar and artificial
light and (4) identification of the photodegradation products by Gas Chromatography-Mass
Spectrometry (GC-MS).
2. Experimental
2.1 Reference pesticide standard, reagents and solvents
Clomazone standard (99.6%) was obtained from FMC (Uberaba-MG, Brazil) and commercial
formulation Gamit 500 CE, solution containing 500 g Clomazone L-1 was obtained in market.
Methanol of HPLC grade was from Mallinckrodt (Phillispsburg, NJ, USA). Phosphoric acid of
analytical grade was from Merck (Darmstadt, Germany). Water was purified with a Milli-Q water
purification system (Millipore, Bedford, MA, USA). The physicochemical characteristics of selected
surface water were: pH 6.5; DQO 15,40; turbidimetry 22 UT; real color 10 mg Pt L-1; total alkalinity
104
8.7 mg L-1; solids in suspension 100 mg L-1. The extraction tubes were Bakerbond SPE octadecyl
C18 (3 mL, 200 mg, 40 µm, 60 A) from J. T. Baker (Phillispsburg, NJ, USA).
2.2. Photolysis experiments
The employed rector apparatus is described in figure 2 which consist of: task reactor
equipped with magnetic stirring and system for measuring and controlling the reaction temperature;
the high vapour pressure mercury lamp VM 125 W, Base E27, (General Electronic, Rio de Janeiro-
RJ, Brazil). All photodegradation experiments were carried out at room temperature (25 °C) in the
reactor described above containing 1.5 L of the water spiked at 5 mg clomazone L-1 level with
commercial formulation. In process different pH values (3.0 and 6.0) and different water matrices
(distilled and surface water) were tested.
Figure 2. Reactor used for photodegradation experiments.
The water sample (50 mL) removed from reactor was preconcentrated in solid phase
extraction (SPE) system. The SPE column was condicionated by consecutive passage of 3 mL
methanol, 3 mL Milli-Q water, 3 mL Milli-Q water pH 3.0 (with phosphoric acid 1:1, v/v). The
samples were mixed well and passed through the SPE column under vacuum at 3 mL min-1.
Immediately after passage of the sample the column was washed with 3 mL Milli-Q water, the eluate
was discarded, and the adsorbent bed was dried under vacuum for 2 min. After drying the analyte
was eluted with 1 mL (2 x 500 µL) methanol and analyzed by HPLC-UV 5 and GC-MS.
2.3 Degradation of herbicides in agricultural waters
The samples of farming water were collected in the experimental in rice crops meadow of
the Department of Fitotecnia of UFSM. The commercial product was used with the application of the
active beginning Gamit 500 EC 0.5 kg clomazone/ha. The samples were collected on the 1; 2; 3; 5;
7; 10; 14; 21; 28; 35 and 45 days after the application of the herbicide in the period between
November and March of 2000-2001, 2001-2002 and 2002-2003.
105
2.4. Calculation of half-life
The calculation of half life was performed using the first-order rate equations (7):
ktot eCC −= . (1)
[ ] [ ] tkCC ot .ln =− (2)
where Ct represents the concentration at time t; Co represents the initial concentration; and k is the
degradation constant. When the concentration is reduced to 50% of the initial amount, the half life
(t1/2) can be determined by:
kt /693.02
1 = (3)
2.5. Sample analysis
2.5.1 Liquid Chromatography
A High Performance Liquid Chromatography (HPLC) was performed with a Shimadzu
(Kyoto, Japan) LC-10 AD pump, a Rheodyne (Cotati, CA, USA) 7125 six-port valve with 20 µL loop,
and a Shimadzu SPD-10 AV UV-visible absorbance detector connected to a Shimadzu Model CR6A
integrator for data acquisition. Mobile phase pH was measured with a Cole Parmer series 500
pHmeter. Compounds were separated on a 250 x 4.6 mm i.d., 5 µm particle, Bondesil C18
analytical column from Varian (Palo Alto, USA). Operated at room temperature. The mobile phase
was methanol-water, 65:35 (v/v) adjusted to pH 4.0 with phosphoric acid. It was prepared from
separately measured volumes of methanol and water and was degassed for 15 min in an ultrasonic
bath before use. The flow-rate was set at 1.0 mL min-1 and quantification was performed by UV
detection at 220 nm.
2.5.2 Gas Chromatography
A Varian 3400 gas chromatograph (PaloAlto, USA) with CX 8100 autosampler and Saturn
mass spectrometer detector equipped with a CP-Sil 8CB-MS colunm of 30 m length and 0.25 mm
i.d. and 0.25 µm film tickness was used for the identification of the transformation products under
the following chromatographic conditions were used: injector temperature 250 oC, oven ramp
temperature program 45 oC, held for 1.5 min, then a gradient of 10 oC min-1 until 260 oC and
maintained to 260 oC for more 4 min, being maintained a constant pressure of 10 psi. Helium was
used as carrier gas at a flow-rate of 1 ml min-1. The temperatures of the ion source and the interface
were set at 240 and 290 oC, respectively. The MS was operated in electron impact mode with an
ionization potential of 70 eV and the spectra were obtained at a scan range from m/z 50 to 650 (full
scan mode). The scan time was 0.90 seconds and 1.0 µL injections were made.
106
3. Results and discussion
3.1 Photolysis of clomazone
For all the collected samples the increase of the degradation and of the products of
degradation of the herbicide clomazone were observed in the systems HPLC-UV and GC-MS,
respectively. From the results of the herbicide degradation in different water types using the lamp of
mercury vapor (Table 1), it is observed that for distilled water occure a larger degradation of the
herbicide when compared with the surface water using a time of irradiation of up to 60 minutes.
Table 1: Degradation of clomazone by photolysis in distilled water and surface watera.
Distilled water Surface water
pH 3.0 pH 6.0 pH 3.0 pH 6.0
Time
(min)
Conc.
(mg L-1)
Time
(min)
Conc.
(mg L-1)
Time
(min)
Conc.
(mg L-1)
Time
(min)
Conc.
(mg L-1)
0 5.00 0 5.00 0 5.00 0 5.00
5 4.30 5 3.60 5 4.24 5 4.35
10 3.49 10 1.86 10 3.72 10 3.58
15 3.03 15 1.51 15 2.91 15 3.27
30 0.94 30 0.58 30 1.98 30 2.17
45 0.24 45 0.32 45 1.21 45 1.42
60 0.09 60 0.11 60 0.53 60 1.04
90 90 90 0.28 90 0.51
120 120 120 0.10 120 0.23 a Number of experiments, for each degradation experiment, n=3
It is also observed that in distilled water there is not a great influence of the pH in the
degradation speed, however the surface water samples in pH 3.0 presents a larger degradation
than in pH 6.0. The herbicide presents a interference for surface waters due to dissolved
substances that induces to a speed of smaller degradation (18). The figures 3 and 4 shows the
HPLC-UV chromatograms obtained from fortified distilled and surface water samples adjusted to pH
3.0. after the exposition to the radiation UV for 0, 30 and 60 minutes.
107
Figure 3. HPLC-UV chromatograms obtained from fortified surface water at pH 3.0 after the
exposition to the radiation UV for: A) t 0 min; B) t 30 min; C) t 60 min
Figure 4. HPLC-UV chromatograms obtained from fortified distilled water at pH 3.0 after the
exposition to the radiation UV for: A) t 0 min; B) t 30 min; C) t 60 min
The Table 2 shows the results obtained for the half-life time and reaction kinetcs of
degradation of the clomazone with the increase of the time of irradiation of the light UV by different
pH values (3.0 and 6.0) for distilled and surface water. The kinetic constant k, was obtained of the
inclination of the curve ln(C/Co) vs time (Figure 5). For both values of pH the reaction kinetics were
of first order.
Table 2: Kinetics of the photodegradation of clomazone in watera
Water Reaction order kb (min-1) t1/2 (min)
Distilled water pH 3.0 1 0.0711 9.7
Distilled water pH 6.0 1 0.0607 11.4
Surface water pH 3.0 1 0.0324 21.4
Surface water pH 6.0 1 0.0252 27.5 a Number of experiments, for each degradation experiment, n=3 b kinetcs constant
108
-2,50
-2,00
-1,50
-1,00
-0,50
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
0 20 40 60 80 100 120
Time (minutes)
ln (
C/C
o)
Distilled water pH 3.0
Dis tilled water pH 6.0
Surface water pH3.0
Surface water pH6.0
Figure 5. First order rate plots for degradation of 5.0mg L-1 Clomazone irradited up to 60 minutes for
distilled water and 120 minutes for surface water. Equations of the line obtned in distilled water pH
3.0, water pH 6.0, surface water pH 3.0, surface water pH 6.0, respectively : y = - 0.0711x + 1.9154,
y = - 0.0607x + 1.43, y = - 0.0252x + 1.5529, y = - 0.0324x + 1.5807.
3.2 Degradation of herbicides in agricultural waters
The Figure 6, shows that the concentration of the herbicide stays high (86 µg L-1) after the
first week of application, being found residues (7.8 µg L-1) until the third week. Then, the results
indicate that the sheet of water should be maintained for at least 28 days, before being liberated for
the environment.
To calculate the time of half-life of the herbicide in the farming water we used the equation
t1/2 = 0.693/k, where k is the inclination of the straight line. The clomazone presented a time half-life
of 3.2 days in the experiment to field solar irradiation.
0100200300400500600700
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30
days after application
crop 2000-01crop 2001-02
crop 2002-03
Figure 6. Profile of the decomposition of the clomazone in samples of farming water
109
3.3 Degradation products
The investigation of the products of degradation formed during the reaction, as for instance:
the di-hidroclomazone 19,20, was accomplished being based in the total ion chromatograms (TIC)
(Figure 7). The chromatograms were obtained for GC-MS of the solutions of SPE extracts of the
clomazone after 0, 5, 60 and 120 minutes of irradiation in distilled water, through comparison with
the spectrum of the library NIST 98 and interpretation of the spectra starting from the formed
fragments.
Figure 7. Chromatograms of GC-MS showing the profile of the decomposition of the clomazone for
fotodecomposição
In the Figure 7 we presented a chromatogram in the times 0, 5, 60 and 120 minutes after the
photodecomposition. In the chromatogram B the formation of the several products of the reaction is
observed. In the chromatograms C and D a drastic reduction of the sign is observed obtained so
much for the clomazone, as for the by-products.
110
CONCLUSION
The results obtained in this work allow to conclud that the fotodecomposição process
proposed for the herbicide clomazone in samples of water was simple and efficient. The
fotodecomposição using lamp of mercury steam in surface water in pH 3.0 was shown more
efficient when compared with the same sample of water with pH 6.0, presenting a kinetics of
degradation of first order.
Analyzing the results obtained for the samples of farming water can be concluded that the
herbicide clomazone is quite persistent, because his/her time of stocking life is on average 3.2 days
and in a culture of rice irrigadoa the sheet of water should be maintained up to 24 days when it will
reach a concentration of 0,1 µg L-1.
GC-MS allowed the identification of some metabólitos generated in the fotodecomposição of
the clomazone.
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111
Experimento 4 - Desenvolvimento de processos de biodegradação visando minimizar o
impacto ambiental e viabilizar a reutilização da água de irrigação do arroz
Os resultados destes experimentos, por sugestão da banca examinadora da defesa
do doutorado de Rafael Rohers, estão sendo avaliados para registro como patente e ainda
não poderão ser divulgados.
Degradation of the herbicide propanil and its subproduct 3,4-dichloroaniline in water by
Enterobacter cloacae
Aqueus biodegradation of the herbicides bentazone, clomazone, quinclorac and 2,4-D by
Enterobacter cloacae isolated from rice field soil
112
Experimento 5 – Avaliação de resíduos de pesticidas em solo e água do cultivo de arroz
irrigado através da Cromatografia Líquida com Detecção Espectrométrica de Massas
Seqüencial (LC-MS/MS), Cromatografia Líquida com Detecção por Arranjo de Diodos (HPLC-
DAD) e por Cromatografia Gasosa
Determinação dos herbicidas imazetapir e imazapique em solo empregando cromatografia
líquida de alta eficiência com detecção por arranjo de diodos e extração com auxílio de
ultra-som
Resumo
Um método rápido e sensível é descrito para determinação dos herbicidas imazapique e
imazetapir em solo, empregando extração com acetonitrila em banho de ultra-som e quantificação
utilizando cromatografia líquida de alta eficiência com detecção por arranjo de diodos (HPLC-DAD),
com separação em coluna C18. Após otimização dos parâmetros de extração e separação, o
método foi validado, avaliando-se curva analítica, linearidade, limites de detecção e de
quantificação, precisão (repetitividade e precisão intermediária) e exatidão (recuperação). O
método apresentou recuperação entre 89,3 e 103,1% com precisão entre 0,8 e 8,7% e limite de
quantificação de 2,5 µg kg-1. A aplicação do método em amostras de solo onde foi cultivado arroz
irrigado com aplicação dos herbicidas.
Introdução
Cultivado e consumido em todos os continentes, o arroz destaca-se pela produção e área
de cultivo, desempenhando papel estratégico tanto no aspecto econômico quanto social (FAO,
2007). No Brasil, o arroz ocupa o terceiro lugar em área, terceiro em produção e quarto em valor
de produção (IBGE, 2007). Um fator limitante para o aumento do potencial de rendimento é o
controle insatisfatório de plantas daninhas, especialmente o arroz-vermelho, que reduz a produção
ou qualidade deste cereal (ÁVILA et al., 2005). Como alternativa de controle químico do arroz-
vermelho, foram desenvolvidas plantas tolerantes aos herbicidas do grupo das imidazolinonas
(SHIVRAIN et al., 2007).
No Brasil o produto comercial Only®, composto de uma mistura dos herbicidas imazetapir
(75%) e imazapique (25%) (Figura 1) é indicado para o controle em pós-emergência precoce de
mono e dicotiledôneas na cultura da soja e em pré e pós-emergência das plantas infestantes na
cultura do arroz irrigado, principalmente para controle do arroz vermelho. Esta formulação Only® é
aplicada apenas no sistema Clearfield® (BASF, 2007)
113
A imidazolinona é uma classe de herbicida relativamente nova, surgiu no mercado em 1981
e apesar disso, o imazetapir esteve na 7ª posição dos herbicidas mais usados nos EUA, nos anos
90 (SHORT & COLBORN, 1999; SHIVRAIN et al., 2007).
N
OH
N
O
O
N N
OH
N
O
O
N
Imazetapir Imazapique Figura 1. Estrutura química dos herbicidas imazetapir e imazapique
Herbicidas dessa classe são caracterizados por seus efeitos a baixas doses de aplicação,
amplo espectro de atuação no controle de plantas daninhas e alta persistência no solo. O
imazetapir não lixivia através do solo, é fraco a moderadamente adsorvido, não é perdido por
volatilização a partir do solo e não é significativamente degradado pelos microorganismos do solo
(EXTOXNET, 2006). A persistência destes compostos no solo é afetada por fatores como
umidade, pH, matéria orgânica e tipo de solo. Estes fatores determinam a disponibilidade dos
herbicidas na solução do solo e então, sua degradação principalmente devido a atividade microbial
e também devido a hidrólise e decomposição (ALISTER & KOGAN, 2005). Esta alta persistência
no solo pode levar a interferência destes compostos em outras culturas que venham a ser
cultivadas, as quais sejam sensíveis aos herbicidas dessa classe.
Herbicidas deste grupo químico quando analisados por cromatografia gasosa têm a
necessidade de uma etapa de derivatização, o que não é necessário quando analisados por
cromatografia líquida, o que foi descrito por Stout et al (1997) que utilizaram extração assistida por
microondas (MAE) para o preparo da amostra de solo e determinação por GC-ECD-MS e também
LC-MS. A etapa de clean up e derivatização das amostras não foi necessária para a análise por
LC-MS, o que reduziu o tempo final da análise. Anisuzzaman et al. (2000) analisaram imazaquim,
imazapir e imazetapir utilizando GC-MS para testar a eficiência de um método de extração em
amostras solo. Os extratos das amostras tiveram de ser derivatizados para posterior análise e os
limites de quantificação chegaram a níveis de µg kg-1. Novakova (1994) usou HPLC-UV, para
análise de amostras de solo contendo os herbicidas imazetapir e imazapir. Para extração, foi
utilizada uma solução aquosa 0,1 mol L-1 de carbonato de sódio e após ajuste do pH 2,0, foi
adicionado diclorometano. Publicações recentes mostram que há uma tendência em se utilizar, na
determinação de resíduos de pesticidas em matrizes ambientais, técnicas sofisticadas como GC-
114
MS e LC-MS. (RICHARDSON, 2006, KUSTER et al., 2006). No entanto, métodos que utilizam
HPLC com detecção UV ou por arranjo de diodos ainda são bastante utilizados (ZHU et al., 2000;
ZANELLA et al., 2003; TRAN et al., 2007) e se prestam bem para a análise de herbicidas mais
polares, sem demandar um elevado investimento em instrumentação.
O objetivo deste artigo é desenvolver e validar um método simples e rápido utilizando
HPLC-DAD, para quantificar os herbicidas imazetapir e imazapique em amostras de solo.
Experimental
Reagentes
Foram utilizados padrões analíticos dos herbicidas imazetapir e imazapique com 98,0 e
99,0% de pureza, respectivamente, obtidos da firma Dr. Ehrenstorfer (Alemanha). A solução
estoque, na concentração de 1000 mg L-1, foi preparada em acetonitrila e mantida a –16 oC. As
soluções analíticas foram preparadas por diluição da solução estoque em acetonitrila.
Utilizou-se acetonitrila e metanol grau Nanograde® (Mallinckrodt, EUA); água purificada em
sistema Direct-Q UV3® (Millipore, USA), ácido fosfórico p.a. 85% (Merck, Brasil), e hidróxido de
potássio p.a. (Merck, Brasil).
Instrumentação
Empregou-se cromatógrafo a líquido Varian (Palo Alto, CA, USA), composto por bomba
modelo 9010, com sistema de detecção espectrofotométrica por arranjo de diodos (DAD) ProStar
335, software de aquisição de dados Star Workstation 6.0. Utilizou-se coluna analítica Synergi 4 µ
Fusion RP-80 (250 × 4,6 mm de d.i.; 4 µm) e pré-coluna do mesmo material (4 × 3 mm), ambas da
firma Phenomenex (Torrance, CA, USA).
Como fase móvel empregou-se uma mistura de acetonitrila:água (40:60, v/v), ajustada em
pH 3,0 com ácido fosfórico 1:1 v/v. Utilizou-se vazão de 0,7 mL min-1, alça de injeção de 20 µL e
monitoramento em comprimento de onda de 254 nm.
Estabelecimento do procedimento de extração
Para a extração dos herbicidas em amostras de solo, foram pesados 5 g de amostra em
tubos de extração, e em seguida foi avaliada a extração usando 10 mL de acetonitrila ou metanol
separadamente como solventes em diferentes valores de pH (2,0, 6,0 e 9,0). Cada ensaio foi
realizado em triplicata, e após a adição do solvente e ajuste de pH a amostra foi colocada em
banho de ultra-som por 30 minutos. Após esta etapa, tubos foram centrifugados em 3600 rpm por
10 minutos. Após a centrifugação, o extrato foi transferido quantitativamente para um tubo de vidro
115
graduado e o volume foi aferido em 10 mL com acetonitrila. Evaporou-se o solvente com auxílio de
uma corrente de nitrogênio e redissolveu-se com 500 µL de fase móvel.
Validação do método
Os conceitos de validação continuam evoluindo e estão constantemente sob consideração
das agências reguladoras (SANCO, 2007). Definidas as melhores condições para análise dos
herbicidas, efetuou-se a validação do método avaliando-se os parâmetros:
- Calibração e linearidade: corresponde à capacidade do método em fornecer resultados
diretamente proporcionais à concentração da substância em exame, dentro de uma determinada
faixa de aplicação (ICH, 1996) A linearidade do método foi observada pela equação de regressão
linear (y = ax + b). Um coeficiente de determinação maior que 0,999 é considerado como evidência
de um ajuste ideal dos dados para a linha de regressão (FEINBERG, 2007; SANCO, 2007). A
curva analítica foi obtida pela análise em triplicata de uma solução analítica contendo a mistura dos
herbicidas numa faixa de concentração de 0,025 a 2,5 mg L-1.
- Limite de detecção (LOD) e de quantificação (LOQ): LOD é a menor concentração de
analito detectada pelo método (LOQ é a menor concentração que pode ser determinada com
aceitável precisão e exatidão, sob determinadas condições experimentais. Os limites foram
estabelecidos considerando-se o a relação sinal-ruído, sendo o LOD como 3 vezes o ruído da linha
de base e o LOQ como a concentração que produz uma relação sinal-ruído igual a 10 (RIBANI et
al., 2007).
- Exatidão (recuperação): é a proximidade dos resultados obtidos pelo método em estudo
em relação ao valor verdadeiro. Em análise de resíduos de pesticidas, a exatidão é normalmente
avaliada pela realização de ensaios de recuperação (SANCO, 2007; HUBERT, 2007). Os ensaios
de recuperação foram feitos através da adição de um pequeno volume de solução analítica
contendo uma mistura dos herbicidas em uma amostra de solo “branco”, ou seja uma amostra livre
da contaminação por herbicidas. Avaliou-se a recuperação em triplicata de amostras de solo
“branco” fortificadas em 1, 5 e 10 vezes o limite de quantificação do método.
- Precisão (repetitividade e precisão intermediária): é avaliada em termos de
repetitividade e precisão intermediária e geralmente é expressa como desvio padrão relativo (RSD)
(SHABIR, 2003; HUBERT, 2007). A precisão do método, em termos de repetitividade (RSDr) foi
obtida dos ensaios de recuperação de amostras fortificadas. Cada nível de fortificação foi extraído
em triplicata e cada extrato injetado três vezes. Para avaliar a precisão intermediária (RSDpi) do
método repetiram-se os experimentos utilizando dias e operadores diferentes para a análise.
Aplicabilidade do Método
Desenvolvido e validado, o método foi aplicado para avaliar a quantidade residual destes
herbicidas em solos de lavoura de arroz onde foi aplicado o sistema Clearfied de produção,
116
coletadas no período da entre-safra do ano de 2006. A alta persistência no solo pode levar a
interferência destes compostos em cultivos posteriores com variedades não resistentes aos
herbicidas da classe estudada.
Resultados e discussão
O sistema HPLC-DAD é uma boa opção para a determinação dos herbicidas imazapique e
imazetapir em amostras de solo, permitindo uma análise com boa sensibilidade num tempo de 10
min. O tempo de retenção (tR) foi de 6,6 min para o imazapique e de 7,6 min para o imazetapir. A
Figura 2 mostra um cromatograma típico de uma solução padrão analítica contendo 0,5 mg L-1
obtido nas condições otimizadas.
Figure 2. Cromatograma típico de obtido por HPLC-DAD de uma solução padrão contendo a
mistura dos herbicidas imazetapir e imazapique a 0,5 mg L-1.
A Tabela 1 mostra os resultados obtidos para as recuperações dos herbicidas quando
usados diferentes solventes para extração.
Tabela 1 - Recuperações obtidas para os herbicidas utilizando-se diferentes solventes na extração.
*concentração de cada herbicida: 0,025 mg L-1 e a extração com 10 mL de acetonitrila.
Solvente
Recuperação (%)*
Imazapique Imazetapir
Metanol 67,5 ± 6,4 55,2 ± 5,9
Metanol:água (9:1, v/v) 72,5 ± 2,3 61,5 ± 7,1
Acetonitrila 87,0 ± 4,9 83,2 ± 2,1
Acetonitrila:água (9:1, v/v) 89,1 ± 5,1 87,2 ± 6,3
117
Os procedimentos de extração utilizando acetonitrila e acetonitrila:água 9:1, v/v
apresentaram os melhores resultados de recuperação para os herbicidas, por conter um volume de
água a mistura tornou a etapa de evaporação mais lenta, por esse motivo foi escolhido como
solvente de extração a acetonitrila pura.
O pH é outro fator crítico em uma etapa de extração. Foram avaliadas extrações com 3
diferentes valores de pH. No primeiro teste o pH do solvente de extração foi ajustado a pH 2 com
solução aquosa de ácido fosfórico 1:1 (v/v), no segundo não foi alterado o valor pH do solvente (pH
6,0) e no terceiro a pH 9,0 com solução aquosa de KOH 1 mol L-1. Na Tabela 2 estão
representados os resultados obtidos para as recuperações com diferentes ajustes de pH.
Tabela 2 - Recuperações obtidas para os herbicidas com diferentes ajustes de pH
Recuperação (%)*
Valores de pH pH 2,0 pH 6,0 pH 9,0
Imazapique 89,8 ±4,1 86,0 ±6,2 71,3 +8,4
Imazetapir 92,6 ±6,1 87,2 ±7,0 74,9 +5,6
*concentração de cada herbicida: 0,025 mg L-1 e extração com 10 mL de acetonitrila.
O ajuste de pH mais baixos, entre 2,0 e 3,0 é indicado para amostras onde desejamos
quantificar herbicidas do grupo das imidazolinonas (FURLONG et al., 2000; VIGNA et al., 2006). A
acidificação da amostra a baixos valores de pH fez com que fossem extraídos mais interferentes
da amostra, como os ácidos húmicos e fúlvicos que geram picos que são interferentes na análise
cromatográfica.
Procedimento de extração otimizado
Para extração dos herbicidas em amostras de solo foram pesados 5 g de amostra, e em
seguida adicionados 10 mL de acetonitrila em um tubo de extração de 30 mL. Estes foram
colocados em banho de ultra-som por 30 min. Após esta etapa, os tubos foram levados para
centrifuga a 3600 rpm por 10 min. Após a centrifugação, o volume sobrenadante de solvente foi
transferido quantitativamente para um tubo de vidro graduado e o volume foi completado até 10 mL
com acetonitrila. O solvente foi evaporado com auxílio de uma corrente de nitrogênio e a amostra
foi redissolvida com 500 µL da fase móvel.
Validação do método
Calibração e Linearidade
Analisando-se as equações das curvas obtidas para HPLC-DAD pode-se deduzir que os
modelos lineares são bastante adequados já que os coeficientes de determinação (r2) foram todos
118
maiores que 0,999 o que, segundo a literatura é satisfatório (SHABIR, 2003). As equações de
regressão linear, obtidas para sete níveis de concentração de imazapique e imazetapir, injetadas
três vezes cada, foram: y= 11320x – 61142 e y= 14015x + 10740, para imazapique e imazetapir,
respectivamente. Onde y= área do pico, x= concentração do analito (mg L-1), com coeficiente de
determinação (r2) igual a 0,9993 e 0,9996 para imazapique e imazetapir, respectivamente. A
linearidade do instrumento foi avaliada a partir da curva analítica, demonstrando ser linear num
intervalo entre 0,025 e 2,5 mg L-1.
Limites de Detecção (LOD) e Limite de Quantificação (LOQ)
Os valores de LOD e LOQ para o instrumento foram de 0,008 e 0,025 mg L-1, enquanto que
para o método o LOD estimado foi de 0,8 µg kg-1 e o LOQ foi de 2,5 µg kg-1 para ambos os
herbicidas.
Precisão (repetitividade e precisão intermediária) e exatidão (recuperação)
A repetitividade (RSDr) e a precisão intermediária (RSDpi) para o instrumento (n= 6), para
os níveis de concentração utilizadas na elaboração das curvas analíticas dos herbicidas, ficaram
entre 3,1 e 7,0% e 0,1 e 9,5%, respectivamente.
Os resultados de precisão para o método estão demonstrados juntamente com os
resultados de recuperação, na Tabela 3. Os valores de precisão para os herbicidas em amostras
de solo foram de 2,1 a 8,7% para repetitividade e de 0,8 a 7,2% para precisão intermediária.
Neste trabalho, seguiu-se a recomendação de que, para validação de métodos
cromatográficos, as recuperações devem estar entre 70 e 120% (SHABIR, 2003; SANCO, 2007).
Todos os valores obtidos apresentaram-se dentro desse intervalo e, portanto, o método está de
acordo com os parâmetros exigidos.
Tabela 3 - Recuperação, RSDr e RSDpi do método para os herbicidas em amostras de solo
determinados por HPLC-DAD.
Herbicida
Nível de fortificação
(µg kg-1)
Repetitividade Precisão intermediária Recuperação
(%) RSDr (%)
Recuperação (%)
RSDpi (%)
Imazapique
2,5 90,1 102,2 7,2 12,5 94,7 98,1 3,5 25,0 89,3 4,2 93,4 4,1
Imazetapir
2,5 101,2 2,1 89,7 0,8 12,5 97,9 8,7 91,3 2,1 25,0 96,7 6,3 103,1 6,6
n= 9 (3 extrações × 3 injeções) de cada extrato
119
Aplicação do método
Herbicidas deste grupo químico são caracterizados por seus efeitos mesmo em baixas
doses de aplicação, amplo espectro de atuação no controle de plantas daninhas e alta persistência
no solo. Esta alta persistência no solo pode levar a interferência destes compostos em outras
culturas que venham a ser cultivadas, as quais sejam sensíveis aos herbicidas dessa classe.
Para aplicação do método foram coletadas 10 amostras de solo onde foi cultivado arroz no
sistema Clearfield.
Conclusões
O método por HPLC-DAD mostrou-se adequado para a quantificação dos herbicidas em
estudo, permitindo a análise cromatográfica em 10 min. A fase móvel acetonitrila: água (40:60, v/v)
separou adequadamente os compostos entre si e também das interferências provenientes da
matriz. A detecção por DAD foi adequada, atingindo-se bons limites de detecção e possibilitando,
também, a confirmação da identidade dos compostos pelo espectro molecular.
Na validação do método obtiveram-se resultados satisfatórios. As curvas analíticas
apresentaram valores de r2 maiores que 0,999 para a faixa aplicada. Os valores de LOQ para as
amostras de solo foram de 2,5 µg kg-1 para ambos, imazapique e imazetapir. A extração com
acetonitrila e banho de ultra-som mostrou-se eficiente, uma vez que foram obtidos bons valores de
precisão e exatidão, com recuperações entre 89,3 e 105,7%.
As análises das amostras de solo coletadas na entre-safra do cultivo de arroz irrigado no
sistema Clearfield® mostraram que os herbicidas imazapique e imazetapir apresentam considerável
persistência e permanecem retidos no solo avaliado, o que pode interferir no cultivo de uma nova
cultura, levar a fitotoxicidade das sementes ou fazer com que as plantas daninhas desenvolvam
resistência a herbicidas desta classe.
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121
Sub-projeto III – Determinação de resíduos de pesticidas em grãos de arroz empregando
métodos cromatográficos e avaliação da influência do manejo da cultura sobre os níveis de
resíduos
Experimento 1 – Avaliação de resíduos de pesticidas na água, grãos e palha de arroz
decorrentes da aplicação de fungicidas e inseticidas durante o ciclo da cultura.
O método validado foi aplicado para as determinações dos resíduos dos agrotóxicos em
estudo, em águas, plantas e grãos provenientes de lavoura de arroz irrigado. Foram detectados
concentrações de azoxystrobin na água de irrigação durante os 40 dias de monitoramento, sendo
as maiores concentrações no terceiro dia após a aplicação, resultados evidenciados quando
realizado a segunda aplicação de azoxystrobin, que aos 20 dias após a primeira aplicação, (Figura
1) apresentou elevada concentração novamente. Para os demais agrotóxicos não foi detectado
concentrações na água. As concentrações dos agrotóxicos nas plantas de arroz irrigado variam ao
longo do tempo, para azoxystrobin foi detectado presença até o 10º dia após a sua aplicação e
trifloxystrobin até o 15° dia. Observou maior concentração de azoxystrobin no terceiro dia após a
sua aplicação, (Figura 2) com posterior redução até o 10º dia. Já para trifloxystrobin constatou-se
redução acentuada da sua concentração a partir do terceiro dia, sendo detectado até o 15º dia. O
lambda-cyhalothrin, inseticida do grupo químico dos piretróides, foi detectado nos tecidos das
plantas até o 10º dia após a sua aplicação, com maior concentração no terceiro dia, não sendo
detectadas concentrações para as coletas de plantas posteriores ao período do 10º dia. Em
relação aos resíduos na casca e nos grãos de arroz (Tabela 1) foram detectados apenas
concentrações na casca do arroz, e somente os agrotóxicos azoxystrobin e cypermethrin, foram
observado a suas presença, sendo que a concentração encontrada para azoxystrobin (30 µg kg-1)
está abaixo do limite máximo de resíduos permitido para grãos de arroz regido pela ANVISA.
Figura 1- Concentração de agrotóxicos detectados na lamina d’água da lavoura de arroz irrigado.
0.00.51.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.07.58.08.59.0
D1 D3 D5 D7 D10 D15 D20 D25 D30 D35 D40
AzoxistrobinaDifenoconazoleTrifloxistrobinaAzoxistrobinaDifenoconazoleCipermetrinaCialotrina-lambda
122
Para cypermethrin a concentração encontrada na casca do arroz (120 µg kg-1) é 2,4 vezes
maior que o permitido pela ANVISA, tendo como referencial a presença em grãos. Porém, nos
grãos, independentemente do processo industrial (polido ou integral) e do processamento térmico
(cru ou cozido), não foi detectado resíduos de agrotóxicos pelo método empregado, o qual
apresenta limite de detecção de 20 µg kg-1 para todos os produtos analisados na casca e grãos.
Quanto à translocação de azoxystrobin e trifloxystrobin (grupo químico das estrobilurinas)
diferem entre si, estando relacionado à diferença na concentração e no comportamento destes nas
plantas. Segundo PARAÍBA (2007), produtos com log Kow (coeficiente de partição octanol/água)
entre 1,5 a 3,5 apresentam condições ideais para translocação na planta. Azoxystrobin apresenta
log Kow de 2,5, enquanto que trifloxystrobin é de 4,5. O menor coeficiente de partição do
azoxystrobin faz com que a translocação na planta seja maior, sendo mais rapidamente
metabolizado. A elevada concentração do azoxystrobin observada no terceiro dia após a sua
aplicação pode estar relacionada a sua baixa lipofilicidade, resultando numa absorção gradual do
fungicida pelas plantas (VENÂNCIO et al., 1999).
Trifloxystrobin, com coeficiente de partição de log Kow maior, apresenta baixa mobilidade na
planta. Isto pode caracterizar um comportamento de permanência na planta ou uma degradação
da molécula podendo corresponder em menores concentrações nas plantas e maior permanência
devido a sua baixa mobilidade (ZAMBOLIM et al., 2008).
Para difenoconazole, fungicida do grupo dos triazois, (Tabela1) este pode ser metabolizado
dentro da planta, o qual pode sofrer oxidação, redução, hidrólise, ou formação de compostos
conjugados, podendo ser inativado na molécula, ou mesmo na degradação total a compostos
simples, como CO2, H2O, nitrogênio orgânico (ZAMBOLIM et al., 2008). Diversos processos podem
ser responsáveis pela presença dos inseticidas nas plantas e nos grão, como por exemplo:
fotodecomposição, volatilização, degradação química e biológica (LINDERS et al., 2000).
Tabela 1- Limite de quantificação do método e concentração de agrotóxicos detectados na casa de
arroz, no grão cru (integral e polido) e cozidos (integral e polido). Santa Maria-RS, 2009.
Concentração de agrotóxicos µg kg-1
Principio ativo Limite de
quantificação do método
Casca do arroz
Grão cru Grão cozido
Integral Polido Integral Polido
Azoxystrobin¹ 20 20 nd nd nd nd
Difenoconazole¹ 20 nd nd nd nd nd
Azoxystrobin² 20 30 nd nd nd nd
Difenoconazole² 20 nd nd nd nd nd
Cypermethrin¹ 20 120 nd nd nd nd ¹Aplicação no estádio de desenvolvimento R2; ²Aplicação no estádio de
desenvolvimento R2+R4; nd = não detectado
123
Os inseticidas entram nas células por difusão, isso ocorre porque tanto a plasmalema
quanto os inseticidas são lipofílicos, assim ocorre livre difusão destes compostos (RIPLEY et al.,
2001). Por isso dentre as propriedades físico-químicas, o coeficiente de partição octanol/água (log
Kow) é a propriedade mais importante utilizada em simulações de absorção e translocação de
inseticidas. Isso ocorre porque o coeficiente de partição é a medida de lipofilicidade do composto.
Os inseticidas em estudo tanto para resíduos nas plantas quanto nos grãos apresentam um log Kow
elevado acima de 3,5 (lambda-cyhalothrin log Kow de 6,9 e cypermethrin log Kow de 5,3) onde são
classificados como lipofílicos, os quais são considerados imóveis porque, antes de atravessar a
plasmalema ficam retidos nas estruturas lipofílicas da planta, não ocorrendo translocação para
drenos como os grãos.
Quanto ao uso de inseticida, em função de pragas, como lagartas, que estão ocorrendo em
final de ciclo da cultura, os cuidados quanto ao momento de aplicação devem ser rigorosamente
obedecidos.
Figura 2- Concentração de agrotóxicos detectados em plantas de arroz irrigado e limite de
quantificação do método para cada agrotóxico
CONCLUSÃO
Na água de irrigação foram detectadas concentrações de azoxystrobin, por todo o período
de monitoramento (40 dias). Na planta, os agrotóxicos analisados estão presentes até o 15º dia
após sua aplicação, enquanto nos grãos, cozido ou cru, não há resíduos dos produtos que foram
aplicados. Na casca, por ocasião da colheita, detecta-se azoxystrobin e cypermethrin, o último em
maior concentração.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1º 3º 5º 7º 10º 15º 20º 25º 30º 35º 40º
Dias após a aplicação dos agrotóxicos
Con
cent
raçã
o de
agr
otóx
icos
(µg
kg-1)
Azoxystrobin Trifloxystrobin Lambda-cyhalothrinLimite de quantificação do método (µg kg-1) 100 20 20
124
Referências bibliográficas
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125
Experimento 2 – Novos métodos multirresíduo rápidos para a determinação de pesticidas
em cereais empregando clean up dispersivo e Cromatografia Gasosa acoplada à
Espectrometria de Massas (GC-MS) e Cromatografia Líquida acoplada à Espectrometria de
Massas (LC-MS/MS)
Trabalho apresentado no XLIX Congresso Brasileiro de Química - CBQ, 2009, Porto Alegre – RS TÍTULO: Método multirresíduo para a determinação de pesticidas em cereais por Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas AUTORES: ZANELLA, R. (UFSM) ; ADAIME, M. B. (UFSM) ; PEREIRA, M. B. (UFSM) ; KOLBERG, D. I. (UFSM) ; PRESTES, O. D. (UFSM) RESUMO: RESUMO: Neste estudo, um método multirresíduo para a determinação de 18 pesticidas de diversas classes em cereais (trigo e arroz) empregando GC-MS (NCI-SIM) foi desenvolvido e validado. Na etapa de preparo de amostra utilizou-se acetonitrila contendo 1% de ácido acético, acetato de sódio e sulfato de magnésio. A etapa de clean up foi efetuada empregando extração em fase sólida dispersiva. O método foi validado avaliando-se os seguintes parâmetros: linearidade, limite de detecção, limite de quantificação, efeito matriz, bem como precisão e exatidão. As recuperações para níveis de concentração entre 10 e 50 µg/kg foram consideradas satisfatórias (70 a 120%) com valores de RSD% < 20%. O método mostrou-se altamente sensível e seletivo para a análise de pesticidas nas matrizes estudadas. INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: O agronegócio, entendido como a soma dos setores produtivos com os de processamento do produto final e os de fabricação de insumos, responde por quase um terço do PIB do Brasil e por valor semelhante das exportações totais do país. O arroz e o trigo são cereais amplamente utilizados na dieta básica da população mundial. É, portanto, de extrema importância para a segurança alimentar mundial e, em função disso, aspectos relacionados à sua produção e consumo devem ser continuamente monitorados e avaliados em profundidade, para que o seu suprimento seja garantido. O uso de pesticidas na agricultura têm resultado na ocorrência de resíduos destes compostos em produtos agrícolas. Contudo, para um determinado número de culturas, como o arroz e trigo, há uma limitação no número de métodos de análise multirresíduo de pesticidas, decorrentes da grande diversidade de propriedades físico-químicas apresentada pelos pesticidas, assim como a complexidade da matriz a ser analisada. Este trabalho visa a otimização e a validação de um método multirresíduo de extração utilizando o Método QuEChERS modificado e análise por Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrômetria de Massas (GC-MS)de 18 pesticidas (aldrin, bifentrina, cialotrina-lambda, cipermetrina, clorpirifós-etílico, clorotalonil, deltametrina, dieldrim, endossulfan-alfa, endossulfan-beta, endossulfan-sulfato, endrim, fenitrotiona, lindano, parationa-etílica, permetrina-cis, permetrina-trans e tetradifona, em trigo e arroz. Os compostos estudados distribuem-se em 3 classes principais, sendo organoclorados, organofosforados, piretróides entre outras. MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: O desenvolvimento experimental consistiu, na avaliação de uma modificação do Método QuEChERS para a extração de pesticidas fortificados em grãos de arroz e trigo, sendo em seguida submetidos ao procedimento de purificação por SPE dispersiva e análise por GC-MS modo SIM. Em tubo de polipropileno contendo 10 g de amostra adicionou-se 10 mL de acetonitrila contendo 1% (v/v) de ácido acético e efetuou-se agitação vigorosa. Em seguida, acrescentou-se 3,0 e 1,7 g, respectivamente, de sulfato e magnésio anidro e acetato de sódio anidro. Repetiu-se a agitação assegurando-se a completa interação entre o extrato líquido e os reagentes sólidos. Logo após, os tubos tampados foram levados novamente para mesa agitadora, por 1 minuto, e em seguida foram centrifugados a 3600 rpm, por 8 minutos. Posteriormente realizou-se a etapa de clean-up do extrato, onde transferiu-se 4 mL do extrato líquido para outro tubo de polipropileno, contendo sulfato de magnésio anidro e C18, sendo novamente agitados vigorosamente e centrifugados como citado anteriormente. Posteriormente, foram analisados por GC-MS. RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: Analisando a equação das curvas analíticas, pode-se concluir que o modelo é linear e adequado para a maioria dos pesticidas em estudo, pois forneceram coeficientes de determinação (r2) maiores que 0,99, o que demonstra que o método fornece resultados diretamente proporcionais a concentração do composto em estudo dentro da faixa de aplicação. Dentre os critérios estabelecidos para validação de métodos analíticos empregados para análise de resíduos de pesticidas em alimentos estão a faixa percentual de recuperação aceita para métodos multirresíduos que deve ser de 70 a 120%, com valores de RSD abaixo de 20%. Avaliando-se os resultados obtidos para as duas matrizes estudadas, observou-se que apenas o pesticida aldrim apresentou recuperação abaixo de 70%, para a matriz trigo, os demais pesticidas atenderam ao critério. CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: O método de extração (QuEChERS modificado) utilizando clean up dispersivo empregado neste estudo tem como vantagem a obtenção de um procedimento moderno e dinâmico, que pode ser aplicado em qualquer laboratório, devido a simplificação ou redução de etapas lentas e trabalhosas, empregadas em outros métodos de extração. As vantagens desse método incluem a rapidez, simplicidade, confiabilidade, robustez (poucas e simples etapas), baixo custo, baixo consumo de solventes, e cobre um amplo espectro de pesticidas extraídos, podendo ser aplicado a diferentes tipos de matrizes. AGRADECIMENTOS: FINEP, CNPQ e CAPES
126
Trabalho apresentado no evento ANALÍTICA 2009, em São Paulo - SP NOVAS ALTERNATIVAS NO PREPARO DE AMOSTRA PARA DETERMINAÇÃO MULTIRRESÍDUO DE PESTICIDAS EM ALIMENTOS POR CROMATOGRAFIA
Osmar D. Prestes (PG)/Caroline A. Friggi (PG)/ Gisele L. Martins (PG)/ Samile Martel (PG), / Juliana P. Cogo (PG) / Sandra C. Peixoto / Michele de Vicari / Diana I. Kolberg (PG) / Martha B. Adaime (PQ) / Renato Zanella Universidade Federal de Santa Maria, Laboratório de Análises de Resíduos de Pesticidas (LARP), Santa Maria, RS Resumo: Nos últimos anos, foram feitos progressos significativos na análise de resíduos de pesticidas, com o desenvolvimento de técnicas que oferecem separação eficiente e baixos limites de detecção. Este trabalho tem como objetivo demonstrar a versatilidade do método QuEChERS, bem como algumas modificações deste, na extração de resíduos de pesticidas em frutas, vegetais e cereais. Este método envolve uma extração com acetonitrila, seguida por uma etapa de partição após a adição de sais, e uma etapa de clean-up utilizando extração em fase sólida dispersiva. Introdução: No mundo, as perdas anuais devido a ação de pragas na agricultura chegam a 1 bilhão de toneladas, correspondendo a uma redução de 20 a 30% na produção. Os pesticidas, desde seu desenvolvimento, desempenharam um importante papel no crescimento da agricultura moderna. A utilização destes compostos químicos, que por um lado gera benefícios, por outro, é responsável pela contaminação do solo, água e alimentos.1 Produtos agrícolas como frutas, vegetais e cereais são as matrizes mais analisadas em laboratórios de rotina, apresentando frequentemente resíduos de pesticidas de diversas classes. Assim, é de fundamental importância o desenvolvimento de métodos multirresíduo para a determinação de pesticidas nestes tipos de alimentos. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo apresentar resultados referentes ao método de preparo de amostra denominado QuEChERS (Quick, Easy, Cheap, Effective, Rugged, Safe)2,3, bem como, as modificações do procedimento original e as aplicações deste método na área de alimentos empregando Cromatografia acoplada à Espectrometria de Massas. Metodologia:
O procedimento de extração foi baseado no método QuEChERS modificado, onde 10 g de amostra de diferentes tipos de matrizes (maçã, morango, tomate, batata, trigo e planta de arroz) previamente homogeneizadas foram pesadas em tubos de centrífuga de 50 mL, com adição posterior de 10 mL de acetonitrila contendo 1% (v/v) de ácido acético. Logo após as amostras foram agitadas durante 1 min e submetidas a uma etapa de partição pela adição de sulfato de magnésio (MgSO4) e acetato de sódio, sendo novamente agitadas por 1 min. Após centrifugação, uma etapa de clean up empregando extração em fase sólida dispersiva (D-SPE) com PSA, MgSO4 e C18 foi efetuada e, após centrifugação, o extrato foi submetido à análise por GC-ECD e GC-MS, operando no modo de ionização química.
O método foi avaliado através dos parâmetros de validação, tais como, curva analítica e linearidade, Limite de Detecção (LOD) e limite de Quantificação (LOQ), precisão (repetitividade e precisão intermediária), e exatidão (ensaios de recuperação). Resultados e Discussão:
O procedimento de validação para a determinação de até 50 pesticidas foi realizado para de garantir a confiabilidade e a exatidão do método. As curvas analíticas para a maioria dos compostos analisados apresentaram faixa linear entre 0,01 e 0,5 mg L-1 com valores de coeficiente de determinação (r2) maiores que 0,99. Amostras de frutas, cereais e vegetais, “branco”, foram fortificadas em diferentes níveis de 0,01 a 0,5 mg kg-1 e as recuperações foram avaliadas. Valores satisfatórios de recuperação (70 a 120%) e precisão (RSD ≤ 20%) foram obtidos. A adição de 0,1% (v/v) de ácido acético em acetonitrila, promove um aumento da estabilidade dos pesticidas. Os valores de LOD e LOQ do método foram na faixa de 0,003 à 0,015 e 0,01 à 0,05 mg kg-1, respectivamente para a maioria dos compostos. Conclusões: O método QuEChERS possui muitas vantagens sobre os métodos tradicionais de preparo de amostra para determinação de resíduos de pesticidas em alimentos, dentre elas podemos citar: 1) altos percentuais de recuperação (> 85%) são obtidos para um grande número de compostos de diferentes polaridade e volatilidade; 2) o método é exato e preciso; 3) permite o preparo de 10 a 20 amostras entre 30 e 40 min; 4) requer pouco solvente, além de não utilizar solventes clorados (a adição de acetonitrila quando realizada com dispensadores faz com que o analista tenha uma exposição mínima a este solvente); 5) um único analista pode realizar o preparo da amostra; 6) não requer a utilização de muitos materiais e equipamentos, bem como espaço físico durante a execução do método. O método QuEChERS, quando utilizado em conjunto com Cromatografia acoplada à Espectrometria de Massas (GC-MS e LC-MS), permite a determinação multirresíduo de pesticidas em diferentes alimentos em níveis adequados para uso em rotina. Referências: 1. Pang, G. F.; Cao, Y.; Zhong, Zhang, J. J.; Fan, C. L.; Liu, Y. M.; Li, X. M.; Jia, G. Q.; Li, Z. Y.; Shi, Y. Q.; Wu, Y. P.;
Guo, T. T.; J. Chromatogr. A 2006, 1125, 1. 2. Anastassiades, M.; Lehotay, S.; Stajnbaher, D.; Schenck, F. J.; J. AOAC Int. 2003, 83, 412. 3. Prestes, O. D.; Friggi, C. A.; Adaime, M. B.; Zanella, R.; Química Nova 2009, 32, 1620.
127
Trabalhos apresentados no 15º Encontro Nacional de Química Analítica -ENQA e 3º
Congresso Iberoamericano de Química Analítica, 2009, Salvador - BA.
Cabrera, L. C. ; Rodrigues S. A. ; ZANELLA, Renato ; PRIMEL, Ednei Gilberto .
Otimização de parametros instrumentais para análise de 32 agrotóxicos por LC-MS/MS
empregando simultaneamente ESI+ e ESI-.
PEIXOTO, Sandra Cadore, VICARI, Michele Câmara de, PEREIRA, Mateus Brum, FROEMING,
Cristieli, ZANELLA, R., ADAIME, Martha Bohrer
Determinação de resíduos de pesticidas piretróides em arroz empregando GC-ECD
Dissertação de Mestrado em Química Analítica - UFSM: Juliana Pivetta Cogo. 2008.
DETERMINAÇÃO DE RESÍDUOS DE PESTICIDAS EM PLANTA DE ARROZ EMPREGANDO O MÉTODO QuEChERS MODIFICADO E GC-ECD RESUMO
Neste trabalho foi desenvolvido e validado um método para determinação de resíduos dos
inseticidas bifentrina e lambda-cialotrina e dos fungicidas azoxistrobina e trifloxistrobina em planta
de arroz. Este estudo envolve a extração utilizando o método QuEChERS modificado e a
quantificação por GC-ECD. Após a otimização dos parâmetros de extração e separação, o método
foi validado e aplicado em planta de arroz. Os valores de LOQ para o método foram 0,05 mg kg-1
para lambda-cialotrina, bifentrina e trifloxistrobina e 1,0 mg kg-1 para azoxistrobina. As curvas
analíticas apresentaram linearidade entre 0,01 e 1,0 mg L-1, com valores de r2 maiores que 0,993.
O método apresentou boa precisão, com valores de RSD inferiores a 19,0%, e boa exatidão, com
recuperações entre 71,2 e 103,6%.
128
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES:
Impacto da execução do projeto na cadeia do conhecimento:
Produto/processo gerado Público-alvo Forma de divulgação
Lista de táxons de microalgas
ocorrentes em áreas de arroz irrigado
Taxonomistas, ficólogos e
comunidade científica
geral.
Artigos científicos, apresentação em
congressos
Densidades de células de microalgas
ocorrentes em áreas de arroz irrigado
Ecólogos, ficólogos e
comunidade científica
geral.
Artigos científicos, apresentação em
congressos
Avaliação das respostas das
comunidades de algas aos pesticidas
utilizados nas lavouras de arroz
Produtores e comunidade
científica em geral.
Artigos científicos, apresentação em
congressos
Resíduos de fungicidas e inseticidas
em grãos e planta de arroz irrigado
Produtores de arroz e
técnicos
Resumos expandidos na forma de
pôster, e palestra
Seleção de parâmetros toxicológicos
para futuro uso como marcadores de
toxicidade por pesticidas em peixes
Técnicos ambientais e
comunidade científica
geral
Artigos científicos, apresentação em
congressos
Informações que subsidiem a qualidade
da água de irrigação na lavoura de
arroz
Técnicos, produtores e
comunidade científica
geral
Apresentação de resultados em
congressos e dissertação de
mestrado e artigos científicos ainda
em fase de redação
Desenvolvimento de métodos
cromatográficos para a determinação
de resíduos de agrotóxicos em água,
solo e grãos de arroz
Comunidade científica em
geral
Artigos científicos, dissertação de
mestrado e de doutorado e
apresentações em congressos
Impacto do projeto sobre status anterior do conhecimento:
Situação inicial Situação atual (contribuição do projeto)
Investigar alterações na composição específica e na estrutura das comunidades fitoplanctônicas, através de análises qualitativas e quantitativas, em diferentes tratamentos com herbicidas e inseticidas
Listagem de táxons característicos de ambiente aquáticos tratados com diferentes pesticidas.
O objetivo deste trabalho foi avaliar a presença de resíduos de fungicidas e inseticidas na água de irrigação, nos tecidos das plantas, nos grãos e nas cascas, quando aplicados na época da floração e final de ciclo da cultura. O trabalho possibilita ter o conhecimento da qualidade dos grãos de arroz referentes à presença de resíduos de agrotóxicos.
- Capacitação de recursos humanos (Professores, Doutorandos, Mestrandos e alunos bolsistas e
estagiários).
- publicação em congresso em forma de resumos expandidos (em anexo).
129
Este trabalho possibilitou verificar e comparar a quantidade de resíduos nos grãos no sentido de gerar informações em relação aos produtos e condições de aplicação do RS
- difusão de informação através de palestras para produtores e técnicos
Antes da realização destes experimentos
poucos dados sobre a influência de pesticidas
em invertebrados associados às lavouras de
arroz irrigado, na região sul do Brasil, eram
conhecidos. De maneira geral os trabalhos
realizavam avaliações em períodos pontuais e
não durante toda a safra, também não havia
informações detalhadas sobre o tempo de ação
dos pesticidas em ambiente natural. Além disto,
havia carência de parâmetros para a
comparação entre indicadores ambientais
baseados em fatores físico-químicos e
biológicos.
Com as investigações realizadas pode-se:
- Avaliar com precisão a influência de vários agroquímicos,
utilizados na lavoura de arroz irrigado, na densidade de
diferentes grupos de organismos bentônicos;
- Avaliar o tempo de ação dos pesticidas sobre a
comunidade de invertebrados bentônicos;
- Analisar a influência dos agro-químicos na qualidade da
água, em função de alguns parâmetros físico-químicos e
correlacionar estes dados com a densidade de indivíduos
da comunidade bentônica.
Estabelecer os efeitos tóxicos dos pesticidas:
clomazone, quinclorac, (imazethapyr +
imazapic), bispyribac-sodium, penoxsulan,
carbofuran e fipronil em juvenis de carpa
húngara;
Foram obtidos resultados relevantes sobre avaliações
toxicológicas em peixes expostos na situação de campo,
utilizando-se concentrações iguais às usadas nas lavouras
de arroz. Com base nos resultados podem-se estabelecer
quais pesticidas causam maior efeito e que analises
podem ser feitas em estudos de toxicidade de pesticidas;
Selecionar parâmetros toxicológicos para futuro
uso como marcadores de toxicidade em peixes;
Para cada pesticida testado foram obtidos biomarcadores
de toxicidade, ou seja, parâmetros que se alteram em
exposição aguda e que permanecem alterados durante
longo período de tempo (70-90 dias)
Poucas informações quanto a parâmetros para
definir a qualidade da água de irrigação em
arroz irrigado tratado com agroquímicos
Foram geradas informações que podem subsidiar
parâmetros para definir a qualidade da água, como
estabelecer novos parâmetros na definição da qualidade
da água de irrigação, a ser inseridos nas normas vigentes
pela legislação
Necessidade de formação de pessoal e de
desenvolvimento de métodos analíticos
adequados para avaliar a presença de resíduos
de agrotóxicos em água, solo e grãos de arroz
empregando Cromatografia Líquida e Gasosa
acoplada à Espectrometria de Massas.
Recursos humanos (Professores, Doutorandos, Mestrandos e alunos bolsistas e estagiários) capacitados;
Publicação de resumos em congresso da área.
Publicação de artigos científicos.
130
Matriz de Indicadores de Impacto:
Indicador Unidade SITUAÇÃO INICIAL SITUAÇÃO ESPERADA SITUAÇÃO ALCANÇADA
Identificação das espécies de microalgas ao microscópio ótico.
Número de táxons identificados
Desconhecimento da flora fitoplanctônica
local
Identificação dos táxons até o nível
de espécie
Grande parte dos táxons pode apenas ser identificada até o
nível de gênero e morfo-espécie.
Produção de listas de espécies em material
vivo nas amostras ainda não-fixadas, dentro de prazo de uma semana
Número de amostrasanalisadas em uma semana e de táxons
identificados
Desconhecimento da flora fitoplanctônica
local
Análise qualitativa de todas as amostras coletadas
Análise qualitativa das todas as amostras coletadas, sem
confirmação das identificações específicas.
Produção de listas de espécies algais a partir de material fixado com
formol;
Número de amostrasanalisadas
Desconhecimento da flora fitoplanctônica local
Análise qualitativa de todas as amostras coletadas
Análise qualitativa das todas as amostras coletadas, sem confirmação das identificações específicas.
Geração de dados numéricos para a
aplicação de análises numéricas
multivariadas.
Matriz de densidade de células de fitoplâncton por unidade de volume de água.
Desconhecimento dos padrões quantitativos das comunidades locais
Aplicação de análises multivariadas aos dados gerados
Análise de Correspondência utilizada na descrição dos habitas preferenciais das espécies fitoplanctônicas.
Capacitação de recursos humanos
Número de pessoas envolvidas
Nenhum pesquisador da área de Ficologia
Envolvimento de professores e alunos de graduação
Agregou-se, com este trabalho, quatro pessoas que receberam treinamento em taxonomia e ecologia de algas.
Determinação de fungicida e inseticida na
água de irrigação, no grão e na planta de
arroz Irrigado
Número de pessoas e animais que dependem da
alimentação do Arroz
Falta de conhecimento sobre residual de
fungicida e inseticida na planta na água e nos
grãos do arroz irrigado
Contribuir para o processo de
conscientização
Determinou-se a persistência de alguns fungicidas e
inseticidas na água e na planta do arroz irrigado.
Capacitação de recursos humanos
(Professores, Doutorandos,
Mestrandos e alunos bolsistas e estagiários)
Número de pessoas envolvidas Número reduzido
Envolvimento de professores e
alunos na execução de
pesquisas
Agregou-se com este trabalho, cerca de 48 pessoas, que receberam algum tipo de
treinamento e conscientização
Ação dos agrotóxicos sobre a comunidade
bentônica Amostragens
Algumas pesquisas esparsas na região Sul
do Brasil
Esperava-se respostas
diferenciadas aos princípios ativos
Identificou-se o efeito dos pesticidas sobre a comunidade
bentônica.
Parâmetros de crescimento e estresse
Peso (g) comprimento (cm)
Cortisol Não haviam parâmetros
Verificar se a criação peixe/arroz
com uso de pesticidas altera crescimento e causa estresse
Não houve variação nos parâmetros de crescimento, o que fornece um bom indicativo
para trabalhos futuros. Também não foi detectado situação de estresse nos
peixes
Respostas bioquímicas e toxicológicas de
peixes em relação a alguns pesticidas
utilizados na lavoura de arroz
Análises Bioquímicas em
peixes
Os experimentos tiveram como base o
projeto CT-Hidro 2004-2006
Esperava-se obter marcadores de toxicidade para
alguns pesticidas para uso futuro em
monitoramentos ambientais
Identificou-se alguns parâmetros que podem ser
utilizados para avaliar toxicidade de pesticidas.
Também foram selecionados princípios ativos mais tolerados
pelos peixes.
Conhecimento da dissipação de
agrotóxicos utilizados na lavoura de arroz
Análises Cromatográficas
Poucas disponíveis informações no Brasil
Esperavam-se dissipação
diferentes entre os agrotóxicos e
rápida dissipação em água
Verifica-se que os agrotóxicos estudados mostram tempos de meia-vida variados, com maior
persistência média para o herbicida quinclorac.
Conhecimento da qualidade da água de irrigação onde foram aplicados diferentes
agrotóxicos
Parâmetros físico-químicos
Inexistência de informações sobre o
efeito da utilização de agrotóxicos na
qualidade da água de irrigação
Esperava-se que o uso dos
agrotóxicos interferissem nos parâmetros físico-
químicos da qualidade da água
Em geral, os agrotóxicos estudados não interferiram nos
parâmetros analisados
131
Conhecimento da influência dos
agrotóxicos sobre a comunidade
zooplanctônica natural na lavoura de arroz
irrigado
Abundância quali-quantitativa e temporal de
organismos do zooplânctom
Poucas informações relacionadas com
agrotóxicos aplicados na lavoura de arroz na
literatura
Esperava-se que a os agrotóxicos
mais persistentes interferissem
negativamente nos organismos
zooplanctônicos naturais na lavoura
Em geral, os efeitos positivos e/ou negativos ocorridas em
relação ao controle foram temporários, seguidos de
rápida recuperação.
Indicadores de resultados relacionados com a execução do projeto: Artigos Científicos Publicados
1. Caldas, S. S. ; Demoliner, Adriana ; Costa P., fabiane ; D'OCA, Marcelo Gonçalves Montes ;
PRIMEL, Ednei Gilberto . Pesticide residue determination in groundwaters using solid phase
extraction and high-performance liquid chromatography with diode array detector and liquid
chromatography-tandem mass spectrometry. Journal of the Brazilian Chemical Society, v. 21, p.
642-650, 2010
2. Caldas, S. S. ; Costa P., Fabiane ; PRIMEL, Ednei Gilberto . Validation of method for
determination of different classes of pesticides in aqueous samples by dispersive liquid liquid
microextraction with liquid chromatography tandem mass spectrometric detection. Analytica
Chimica Acta, v. 665, p. 55-62, 2010
3. Caldas, S. S. ; Demoliner, Adriana ; PRIMEL, Ednei Gilberto . Validation of a method using
solid phase extraction and liquid chromatography for the determination of pesticide residues in
groundwaters. Journal of the Brazilian Chemical Society, v. 20, p. 125-132, 2009
4. Demoliner, Adriana ; Caldas, S. S. ; Costa P., fabiane ; GONÇALVES, F. F. ; CLEMENTIN,
Rosilene Maria ; MILANI, Marcio Raimundo ; PRIMEL, Ednei Gilberto . "Development and
validation of a method using SPE and LC-ESI-MS-MS for the determination of multiple classes
of pesticides and metabolites in water samples". Journal of the Brazilian Chemical Society, 2010
5. PRIMEL, Ednei Gilberto ; MILANI, Marcio Raimundo ; Demoliner, Adriana ; NIENCHESKI, Luis
Felipe H ; Escarrone, AL . Development and application of methods using SPE, HPLC-DAD, LC-
ESI-MS/MS and GFAAS for the determination of herbicides and metals in surface and drinking
water. International Journal of Environmental Analytical Chemistry, 2009
6. Kraemer, Alejandro Fausto, Marchesan, Enio, Grohs, Mara, AVILA, Luis Antonio de,
MACHADO, Sérgio Luiz de Oliveira, Zanella, Renato, Massoni, Paulo Fabricio Sachet, Sartori,
Gerson Meneghetti Sarzi Lixiviação do imazethapyr em solo de várzea sob dois sistemas de
manejo. Ciência Rural, v.39, p.1660 - 1666, 2009.
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10. Marchesan, Enio, Sartori, Gerson Meneghetti Sarzi, REIMCHE, Geovane Boschmann, AVILA,
Luis Antonio de, Zanella, Renato, MACHADO, Sérgio Luiz de Oliveira, MACEDO, Vera Regina
Mussoi, COGO, Juliana Pivetta Qualidade de água dos rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim no Estado
do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência Rural, v.39, p.2050 - 2056, 2009.
11. KURZ, M H S, GONÇALVES, F F, MARTEL, Samile, ADAIME, M B, ZANELLA, R.,
MACHADO, S. L. O., PRIMEL, E. G. Rapid and accurate HPLC-DAD method for the
determination of the herbicide bispyribac-sodium in surface water, and its validation. Química
Nova, v.32, p.1457 - 1460, 2009.
12. MORAIS, B. S., CLASEN, B., LORO, V. L., PRETTO, A., TONI, C., ÁVILA, Luis Antônio de,
MARCHEZAN, Enio, MACHADO, Sérgio Luis de Oliveira, ZANELLA, R., REIMCHE, Geovane
Boschmann Toxicological responses in different organs of Cyprinus carpio after exposure to a
commercial herbicide conatining imazethapyr and imazapic. Ecotoxicology and Environmental
Safety, v.42, p.00 - 00, 2010.
13. GOLOMBIESKI, Jaqueline Ineu, MARCHEZAN, Enio, CAMARGO, E. R., SALBEGO, J.,
Baumart, J. S., LORO, V. L., MACHADO, Sérgio Luiz de Oliveira, ZANELLA, R.,
BALDISSEROTTO, Bernardo Acetylcholinesterase enzyme activity in carp brain and muscle
after acute exposure to diafuran. Scientia Agricola, v.65, p.340 - 345, 2008.
14. Santos, F.M., MARCHESAN, E., Machado, S.L.O., Avila, L.A., ZANELLA, R., Gonçalves, F.F.
Persistência dos herbicidas imazethapyr e clomazone em lâmina de água do arroz irrigado.
133
Planta Daninha, v.26, p.875 - 881, 2008.
15. REIMCHE, Geovane Boschmann, MACHADO, Sérgio Luiz de Oliveira, GOLOMBIESKI,
Jaqueline I, Baumart, Joele Schmitt, Braun, Neiva, Marchesan, Enio, Zanella, R. Persistência na
água e influência de herbicidas utilizados na lavoura arrozeira sobre a comunidade
zooplanctônica de Cladocera, Copepoda e Rotifera. Ciência Rural, v.38, p.7-13, 2008.
16. ZANELLA, R., PRIMEL, Ednei G., Gonçalves, Fábio F., Martins, Manoel L., Adaime, Martha B.,
Marchesan, Enio, Machado, Sérgio L. O. Study of the degradation of the herbicide clomazone in
distilled and in irrigated rice field waters using HPLC-DAD and GC-MS. Journal of the Brazilian
Chemical Society, v.19, p.987 - 995, 2008.
17. da Fonseca, Milene Braga, Glusczak, Lissandra, Silveira Moraes, Bibiana, de Menezes,
Charlene Cavalheiro, Pretto, Alexandra, Tierno, Miguel Angel, ZANELLA, R., GONÇALVES,
Fábio Ferreira, Lúcia Loro, Vânia The 2,4-D herbicide effects on acetylcholinesterase activity
and metabolic parameters of piava freshwater fish (Leporinus obtusidens)?. Ecotoxicology and
Environmental Safety, v.69, p.416 - 420, 2008.
18. GOLOMBIESKI, Jaqueline Ineu, MARCHESAN, E., CAMARGO, E. R., REIMCHE, Geovane
Boschmann, ZANELLA, R., Storck, Lindolfo Efeitos do Carbofurano, Metsulfurom-Metílico e
Azinsulfurom na Sobrevivência de Carpas e Produção de Arroz e Peixes em Rizipiscicultura.
Pesticidas (UFPR), v.17, p.59 - 66, 2007.
19. CRESTANI, M, MENEZES, C., GLUSCZAK, L, MIRON, D. S., SPANEVELLO, R, SILVEIRA, A,
GONCALVES, F, ZANELLA, R., LORO, V Effect of clomazone herbicide on biochemical and
histological aspects of silver catfish (Rhamdia quelen) and recovery pattern. Chemosphere
(Oxford ) , v.67, p.2305 - 2311, 2007.
20. Marchesan, Enio, ZANELLA, R., AVILA, Luis Antonio de, Camargo, Edinalvo Rabaioli,
MACHADO, Sérgio Luiz de Oliveira, MACEDO, Vera Regina Mussoi Rice herbicide monitoring
in two Brazilian rivers during the rice growing season. Scientia Agricola, v.64, p.131 - 137, 2007.
21. PRIMEL, Ednei G., ZANELLA, R., Kurz, Márcia H.S., Gonçalves, Fábio F., Martins, Manoel L.,
Machado, Sérgio L.O., Marchesan, Enio Risk assessment of surface water contamination by
herbicide residues: monitoring of propanil degradation in irrigated rice field waters using HPLC-
UV and confirmation by GC-MS. Journal of the Brazilian Chemical Society, v.18, p.585 - 589,
2007.
134
Trabalhos científicos (artigos) relacionados ao projeto, enviados para publicação.
1. Oxidative stress biomarkers in Cyprinus carpio exposed to commercial herbicide bispyribac-
sodium. TONI, Cândida, de MENEZES, Charlene avalheiro. Loro, CLASEN, B., CATTANEO, R.,
SANTI, Adriana ZANELLA, Renato, LEITEMPERGER, Jossiele. Artigo em revisão - Journal of
Applied Toxicology. 2010.
2. Oxidative stress in carp exposed to quinclorac herbicide under rice field conditions. Cândida
Tonia, Vania Lucia Loroa, Bárbara Clasena, Charlene Cavalheiro de Menezesa, Adriana Santia,
Roberta Cattaneoa, Alexandra Prettoa and Renato Zanellab. Enviado para a revista Agriculture
Ecosystems & Environmental.
3. Toxicological responses of Cyprinus carpio exposed to herbicide penoxsulam at rice field
condition. Roberta Cattaneoa, Bárbara Clasena, Vania Lucia Loroa*, Alexandra Prettoa, Charlene
Cavalheiro de Menezesa, Bibiana Moraesa, Adriana Santia, Luis Antonio de Avilab, Renato
Zanellad .Enviado para a revista Journal of Applied Toxicology
4. Oxidative stress biomarkers in Cyprinus carpio exposed to carbofuran in a rice field condition.
Bárbara Estevão Clasena, Vania Lucia Loroa*, Roberta Cattaneoa, Bibiana Silveira Moraesa,
Charlene Cavalheiro de Menezesa, Adriana Santia, Alexandra Prettoa and Renato Zanellab.
Enviado para a revista Pesticide Biochemistry and Physiology.
5. Responses of Cyprinus carpio tissues after exposure to insecticide fipronil under rice field
condition. Bárbara Clasena, Vania Lucia Loroa*, Roberta Cattaneoa, Charlene C. de Menezesa,
Luis Antonio de Avilab, Adriana Santia, Renato Zanellac, Josiele Leitempergera. Enviado a revista
Pest management and science
6. Biochemical alterations in Cyprinus carpio exposed to commercial herbicide containing
clomazone. Bibiana Silveira Moraesa, Vania Lucia Loroa*, Alexandra Prettoa, Roberta Cattaneoa,
Bárbara Clasena, Gerson Meneghetti Sarzi Sartori b, Luis Antonio de Avilab, Enio Marchesanb,
Renato Zanellac. Enviado para a revista Chemosphere.
7. The effect of carbofuran and metsulfuron-methyl on the benthic macroinvertebrate community in
flooded ricefields. Joele Baumart, Marcelo Dalosto, Bianca Zimmermann, Luis Antonio de Avila,
Enio Marchesan, Sérgio Machado, Sandro Santos. Enviado para a revista Aquatic Biology.
135
8. Zooplankton Community Responses to Imazethapyr and Imazapic and Bispyribac-Sodium
Herbicides under Rice Paddy Water Conditions. Geovane Boschmann Reimche, Sérgio L. de
Oliveira Machado, Renato Zanella, Enio Marchesan, Michele Câmara de Vicari, Sandra Cadore
Peixoto, Jaqueline Ineu Golombieski. Enviado para a Revista Bulletin of Environmental
Contamination and Toxicology
Trabalhos relacionados ao projeto em fase final de elaboração.
1. CEBALHOS, E. S., OLIVEIRA, M. A., REIMCHE, G., MACHADO, SLO. Efeitos da utilização de
pesticidas sobre a composição e estrutura de comunidades fitoplanctônicas em cultura de arroz
irrigado.
Trabalhos completos publicados em anais de eventos
1. STRECK, N. A. ; SCHWANTES, A. P. ; Oliveira, F B ; MEZZOMO, R. F. ; MARTINI, L. F. D. ;
AVILA, L. A. de ; MARCHESAN, Enio . Temperatura do solo e desenvolvimento da planta de
arroz em diferentes manejos de irrigação por inundação. In: VI Congresso Brasileiro de Arroz
Irrigado, 2009, Porto Alegre. Estresses e sustentabilidade: desafios para a lavoura arrozeira.
Porto Alegre : Palotti, 2009. v. 6. p. 68-71
2. MARTINI, L. F. D. ; AVILA, L. A. de ; MEZZOMO, R. F. ; MARCHESAN, Enio ; REFATTI, J. P. ;
CASSOL, G. V. ; MACHADO, Sérgio Luiz de Oliveira ; MASSEY, Joseph Harry . Irrigação
intermitente permite redução do volume de água aplicado sem afetar a produtividade do arroz
irrigado. In: VI Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, 2009, Porto Alegre. Estresses e
sustentabilidade: desafios para a lavoura arrozeira. Porto Alegre : Palotti, 2009. v. VI. p. 227-230
3. AVILA, L. A. de ; MARQUES, M. S. ; MARTINI, L. F. D. ; MEZZOMO, R. F. ; BERNARDES
FILHO, D. ; MARCHESAN, Enio ; SILVA, Leandro Souza da . Manejo de irrigação intermitente
reduz a transferência de nutrientes para o ambiente. In: VI Congresso Brasileiro de Arroz
Irrigado, 2009, Porto Alegre. Estresses e sustentabilidade: desafios para a lavoura arrozeira,
2009.
4. Luiz Fernando Dias Martini, Luis Antonio de Avila, Kelen Muller Souto, Claudia A. Peixoto de
Barros, João Paulo Reffatti, Mariah Marques de Souza, Rafael Friguetto Mezzomo. LIXIVIAÇÃO
DO HERBICIDA COMPOSTO PELA MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR E IMAZAPIC
136
EM FUNÇÃO DO MANEJO DE IRRIGAÇÃO In: VI Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, 2009,
Porto Alegre. Estresses e sustentabilidade: desafios para a lavoura arrozeira, 2009
5. Rafael Friguetto Mezzomo, Luis Antonio de Avila, Luiz Fernando Dias Martini, Diogo Machado
Cezimbra, Rafael Bruck Ferreira, Renato Zanella, Enio Marchesan, Sérgio Luiz de Oliveira
Machado. IRRIGAÇÃO INTERMITENTE REDUZ O TRANSPORTE DE AGROTÓXICOS PARA
O AMBIENTE. In: VI Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, 2009, Porto Alegre. Estresses e
sustentabilidade: desafios para a lavoura arrozeira, 2009.
6. Gerson Meneghetti Sarzi Sartori, Enio Marchesan, Luis Antonio de Avila, Renato Zanella, Sérgio
Luiz de Oliveira Machado, Gustavo Mack Teló, Juliana Pivetta Cogo, Vera Regina Mussoi
Macedo. ASPECTOS DE QUALIDADE DE ÁGUA DOS RIOS VACACAÍ E VACACAÍ-MIRIM NO
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL. In: VI Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado,
2009, Porto Alegre. Estresses e sustentabilidade: desafios para a lavoura arrozeira, 2009.
7. Gerson Meneghetti Sarzi Sartori, Enio Marchesan , Luis Antonio de Avila, Renato Zanella ,
Marcos Garcia Marchezan, Sandra Cadore Peixoto. PRESENÇA DE HERBICIDAS E
INSETICIDAS UTILIZADOS EM LAVOURAS DE ARROZ NOS RIOS VACACAÍ E VACACAÍ-
MIRIM. In: VI Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, 2009, Porto Alegre. Estresses e
sustentabilidade: desafios para a lavoura arrozeira, 2009.
8. TELÓ, Gustavo Mack; MARCHEZAN, Enio; FERREIRA, Rafael Bruck; AVILA, Luiz Antonio;
ZANELLA, Renato; PEIXOTO, Sandra Cadore; COGO, Juliana Pivetta. Resíduos de fungicidas
e inseticidas nos grãos e plantas de arroz irrigado In: VI CONGRESSO BRASILEIRO DE
ARROZ IRRIGADO, 2009, Porto Alegre. Anais. 2009. v. I, p. 464-467.
9. MACHADO, S. L. O.; PETERS, M. B.; REIMCHE, G. B.; CADORE, S.P.; MASSONI, P.F.S. ;
ZANELLA, R. ; AVILA, L. A. ; MARCHESAN, E. . Dissipação e persistência de herbicidas em
lavouras de arroz irrigado. In: VIº Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, 2009, Porto Alegre:
Palotti, 2009. v. 1. p. 324-327.
10. CEBALHOS, E. S., OLIVEIRA, M. A. Efeitos da Utilização de Pesticidas sobre a Riqueza
Específica de Comunidades Fitoplanctônicas em Cultura de Arroz Irrigado In: V CONGRESSO
BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 2007, Pelotas.
137
Resumos de trabalhos relacionados ao projeto, publicados em anais de eventos
1. MENEZES, Charlene Cavalheiro de, SANTI, A., TONI, C., TABALDI, Luciane Almeri, R.
Cattaneo, CLASEN, B., LEITEMBERGER, J., Lopes, T., LORO, Vania Lucia, ZANELLA, Renato.
Efeito do herbicida penoxsulam sobre a peroxidação lipídica e atividade da acetilcolinesterase
em carpa húngara (Cyprinus Carpio). In: XXIV Reunião Anual da Federação de Sociedades de
Biologia Experimental, 2009, Águas de Lindóia.
2. TONI, C., ROBERTA, C., SANTI, A., CLASEN, B., MENEZES, Charlene Cavalheiro de,
LEITEMBERGER, J., LORO, Vania Lucia. Parâmetros de estresse oxidativo em carpas húngara
(Cyprinus carpio) expostas ao herbicida bispyribac-sodium. In: XXIV Reunião Anual da
Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FESBE), 2009. Águas de Lindóia.
3. LORO, Vania Lucia, Lopes, T., CLASEN, B., TONI, C., MENEZES, Charlene Cavalheiro de,
SANTI, A., ROBERTA, C., LEITEMBERGER, J., ZANELLA, Renato. Parâmetros de estresse
oxidativo em carpas(Cyprinus carpio)expostas ao carbofuran (Furadan) In: XXIV Reunião Anual
da Federação de Sociedades de Biologia Experimental(FESBE), 2009, Águas de Lindóia.
4. LEITEMBERGER, J., TONI, C., MENEZES, Charlene Cavalheiro, SANTI, A., CLASEN, B.,
ROBERTA, C., MORAES, Bibiana Silveira, LORO, Vania, ZANELLA, Renato. Respostas de
estresse oxidativo de cyprinus carpio expostos ao herbicida quinclorac(Facet®). In: XXIV
Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental, 2009, Águas de Lindóia.
5. MUCELLINI, A. B., REIMCHE, G., OLIVEIRA, M. A., MACHADO, SLO. Inseticidas e Fungicidas
na Cultura de Arroz: avaliação de seus efeitos sobre a composição taxonômica e a estrutura das
comunidades do fitoplâncton em água de irrigação em Santa Maria, Rio Grande do Sul In: XII
CONGRESSO BRASILEIRO DE LIMNOLOGIA, 2009, Gramado, RS.
6. LORO, Vania Lucia, TONI, C., MORAES, Bibiana Silveira, PRETTTO, Alexandra, CLASEN, B.,
SANTI, A. DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS TOXICOLÓGICOS EM CARPAS (Cyprinus
carpio) EXPOSTAS A UMA FORMULAÇÃO COMERCIAL DO HERBICIDA CLOMAZONE In:
FESBE, 2008, ÁGUAS DE LINDÓIA. XXIII REUNIÃO ANUAL DAS SOCIEDADES DE
BIOLOGIA EXPERIMENTAL.
7. MENEZES, Charlene Cavalheiro de, SANTI, A., MORAES, Bibiana, TONI, C., ROBERTA, C.,
CLASEN, B., PRETTO, Alexandra, MIRON, Denise dos Santos, LORO, Vânia. Estresse
oxidativo em carpa Húngara (Cyprinus carpio) após exposição ao herbicida Only In: FESBE,
138
2008, ÁGUAS DE LINDÓIA. XXIII Reunião Anual das Sociedades de Biologia Experimental.
8. CEBALHOS, E. S., OLIVEIRA, M. A., REIMCHE, G., MACHADO, SLO. Efeitos da Utilização de
pesticidas sobre a riqueza de comunidades fitoplanctônicas em cultura de arroz In: SEMINÁRIO
DE ESTUDOS LIMNOLÓGICOS EM CLIMA SUBTROPICAL, 2008, Rio Grande, RS.
9. CEBALHOS, E. S., OLIVEIRA, M. A., REIMCHE, G., MACHADO, SLO. Efeitos da utilização de
pesticidas sobre a riqueza específica de comunidades fitoplanctônicas em cultura de arroz In:
XII CONGRESSO BRASILEIRO DE FICOLOGIA, 2008, Brasília, DF.
10. CEBALHOS, E. S., OLIVEIRA, M. A. Efeitos da utilização de pesticidas sobre comunidades
fitoplanctônicas em cultura de arroz irrigado In: 23ª JORNADA ACADÊMICA INTEGRADA,
2008, Santa Maria.
11. CEBALHOS, E. S., OLIVEIRA, M. A. Utilização de Pesticidas e seus efeitos sobre a Riqueza
Específica de Comunidades Fitoplanctônicas em Culturas de Arroz Irrigado In: 22ª JORNADA
ACADÊMICA INTEGRADA, 2007, Santa Maria.
12. Luis Antonio de Avila, Rafael Friguetto Mezzomo, Luiz Fernando Martini, Enio Marchesan,
Guilherme Cassol, Diogo Machado Cezimbra, Renato Zanella, Sandra Cadore Peixoto, Joseph
Harry Massey. IMAZETHAPYR, IMAZAPIC AND FIPRONIL DISSIPATION IN RICE PADDY
FIELD UNDER CONTINUOUS AND INTERMITENT FLOODING. Weed Science Society of
America Annual Meeting, Denver, CO. Fevereiro de 2010.
13. Luis Antonio de Avila, Luiz Fernando Dias Martini, Enio Marchesan, Kelen Müller Souto,
Marcos Garcia Marchezan, Renato Zanella, Sandra Cadore Peixoto, Joseph Harry Massey.
Clomazone herbicide runoff from rice paddy as affect by water management. European Weed
Science Society Meeting, Kopásvar, Hungría. Julho de 2010.
14. FERREIRA, R B; MARCHEZAN, E; SANTOS, D S; SARTORI, G M S; TELÓ G M; GORHS, M.
Resíduos de fungicidas e inseticidas nos grãos e plantas e na água de arroz irrigado. 24°
JORNADA ACADEMICA INTEGRADA, 2009, Santa Maria. Anais. 2009.
15. BAUMART, Joele Schmitt ; Marchiori, A. ; König, R. ; REIMCHE, Geovane Boschmann ; Avila,
L.A. ; MACHADO, Sérgio ; SANTOS, Sandro . Agrotóxicos da cultura de arroz irrigado e o
desenvolvimento de Chironomus sp. imaturos. In: XII Congresso Brasileiro de Limnologia, 2009,
Gramado. Anais do XII Congresso Brasileiro de Limnologia, 2009
139
16. BAUMART, Joele Schmitt ; Camargo, B.V ; REIMCHE, Geovane Boschmann ; MACHADO,
Sérgio ; Avila, L.A. ; SANTOS, Sandro . Suficiência Amostral em Coleta de Invertebrados
Bentônicos Presentes em Lavoura de Arroz Irrigado. In: Seminários de Estudos Limnológicos
em Clima Subtropical, 2008, Rio Grande. Seminários de Estudos Limnológicos em Clima
Subtropical, 2008
17. MARCHIORI, Amanda B.; BAUMART, J.S. & SANTOS, S. Imaturos de Chironomidae em
cultura orgânica de arroz irrigado no sul do Brasil. In: XII Congresso Brasileiro de Limnologia,
2009, Gramado. Anais do XII Congresso Brasileiro de Limnologia, 2009.
18. REIMCHE, G. B ; PETERS, M. B. ; MACHADO, S. L. de Oliveira ; OLIVEIRA, M. A. ;
ZANELLA, R. ; FLORES, E. . Qualidade da água em lavouras de arroz durante o período de
irrigação. In: XII Congresso Brasileiro de Limnologia, 2009, Gramado. Anais do XII Congresso
Brasileiro de Limnologia, 2009.
19. Caldas, S. S.; Costa P., Fabiane; Demoliner, Adriana; PRIMEL, Ednei Gilberto. Optimization
and validation of methods using DLLME, SPE, HPLC-DAD and LC-ESI-MS/MS for the
determination of pesticides in groundwater. In: 2º Latin American Pesticide Residue Workshop
(LAPRW2009), 2009, Santa Fé/Argentina.
20. Caldas, S. S. ; Costa P., Fabiane ; Bolzan, C. M. ; Rodrigues S. A. ; PRIMEL, Ednei Gilberto .
Otimização de um método multiresiduo empregando microextração líquido-líquido dispersiva
para extração de agrotóxicos em águas. In: 15 Encontro Nacional de Química Analítica, 2009,
Salvador-BA.
21. Caldas, S. S. ; Costa P., Fabiane ; PRIMEL, Ednei Gilberto . Determination of pesticides in
aqueous samples by dispersive liquid-liquid microextraction with liquid chromatography tandem
mass spectrometric detection. In: 12 COLACRO, 2008, Florianopolis.
22. Cabrera, L. C. ; Caldas, S. S. ; Demoliner, Adriana ; PRIMEL, Ednei Gilberto . Emprego de
HPLC-DAD e LC-MS/MS na determinação de Diuron e 3,4-DCA em águas provenientes de
processo de degradação por Fe/H2O2. In: 12 COLACRO, 2008, Florianopolis.
23. DORS, G. C. ; MAHAMMOUD, Flávio Fardi Nimer ; FURLONG, Eliana B ; PRIMEL, Ednei
Gilberto . Validação de Metodologia para determinar pesticidas em farelo de arroz. In: 14º
Encontro Nacional de Quimica Analitica - 14º ENQA, 2007, João Pessoa - PB.
140
24. Demoliner, Adriana ; Caldas, S. S. ; PRIMEL, Ednei Gilberto . Validação de metodologia
analitica empregando SPE, HPLC-DAD e LC-MS/MS na determinação de agrotóxicos em
águas. In: 14º Encontro Nacional de Química Analítica - 14º ENQA, 2007, João Pessoa - PB
25. DOCKHRN, Ariane Carina ; MAHAMMOUD, Flávio Fardi Nimer ; Caldas, S. S. ; Demoliner,
Adriana ; Cabrera, L. C. ; PRIMEL, Ednei Gilberto . Degradação do Herbicida Diuron pelo
sistema ferro metálico/peróxido de hidrogênio. In: 14 º Encontro Nacional de Quimica Analitica -
14º ENQA, 2007, João Pessoa - PB.
26. GONÇALVES, Fabio Ferreira ; KURZ, Márcia H S ; Friggi, Caroline A. ; ZANELLA, Renato ;
Demoliner, Adriana ; PRIMEL, Ednei Gilberto . Desenvolvimento de método para determinação
de herbicidas em amostras de solo utilizando LC-MS/MS. In: 2º Congresso Brasileiro de
Espectrometria de Massas - BrMASS, 2007, Campinas-SP.
27. FRIGGI, Caroline Do Amaral, VICARI, Michele Câmara de, MARTINS, G. L., ADAIME, Martha
Bohrer, ZANELLA, R. Determinação de herbicidas imidazolinas em solo utilizando QuEChERS
modificado e cromatografia líquida In: 15º Encontro Nacional de Química Analítica -ENQA e 3º
Congresso Iberoamericano de Química Analítica, 2009, Salvador.
28. LÓPES, T., MENEZES, C., TONI, C., CLASEN, B., SANTI, A., LEITEMPERGER, J.,
CATTANEO, R., LORO, V. L., ZANELLA, R. Determinação de parâmetros toxicológicos em
carpas (Cyprinus Carpio) expostas a uma formulação comercial do inseticida fipronil (Standak)
In: XXIV reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental - FeSBE, 2009,
Águas de Lindóia.
29. VICARI, Michele Câmara de, PEIXOTO, Sandra Cadore, PEREIRA, Mateus Brum, FACCO, J.,
ADAIME, Martha Bohrer, ZANELLA, R. Determinação de pesticidas em água de lavoura de
arroz irrigado empregando SPE e HPLC-DAD In: 15º Encontro Nacional de Química Analítica -
ENQA e 3º Congresso Iberoamericano de Química Analítica, 2009, Salvador.
30. COGO, Juliana Pivetta, PEREIRA, Mateus Brum, PEIXOTO, Sandra Cadore, VICARI, Michele
Câmara de, ZANELLA, R., ADAIME, Martha Bohrer Determinação de resíduos de pesticidas
em planta de arroz empregando QuECeERS modificado e GC-ECD In: 15º Encontro Nacional
de Química Analítica -ENQA e 3ºCongresso Iberoamericano de Química Analítica, 2009,
Salvador.
141
31. PEIXOTO, Sandra Cadore, VICARI, Michele Câmara de, PEREIRA, Mateus Brum,
FROEMING, Cristieli, ZANELLA, R., ADAIME, Martha B. Determinação de resíduos de
pesticidas piretróides em arroz empregando GC-ECD In: 15º Encontro Nacional de Química
Analítica -ENQA e 3º Congresso Iberoamericano de Química Analítica, 2009, Salvador.
32. DEMOLINER, A., CALDAS, S. S., GONÇALVES, Fábio Ferreira, PRIMEL, Ednei Gilberto,
PRESTES, Osmar Damian, ADAIME, Martha Bohrer, ZANELLA, R. Determination of multiclass
pesticide residues and metabolites in drinking and surface water by LC-ESI-MS/MS In:
International Union of Pure and Applied Chemistry - IUPAC Rio 2009, 2009, Rio de Janeiro.
33. MENEZES, C., SANTI, A., TONI, C., CATTANEO, R., CLASEN, B., LEITEMPERGER, J.,
LÓPES, T., LORO, V. L., ZANELLA, R. Efeito do herbicida penoxsulam sobre a peroxidação
lipídica e atividade da acetilcolinesterase em carpa húngara (Cyprinus Carpio) In: XXIV Reunião
Anual da Federação de Sociedade de Biologia Experimental - FeSBE, 2009, Águas de Lindóia.
34. ZANELLA, R., ADAIME, Martha Bohrer, PEREIRA, Mateus Brum, KOLBERG, Diana I. S.,
PRESTES, Osmar Damian Método multirresíduo para a determinação de pesticidas em cereais
por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas In: XLIX Congresso Brasileiro
de Química - CBQ, 2009, Porto Alegre.
35. LORO, V. L., LÓPES, T., CLASEN, B., TONI, C., SANTI, A., MENEZES, C., CATTANEO, R.,
LEITEMPERGER, J., ZANELLA, R. Parâmetros de estresse oxidativo em carpas (Cyprinus
Carpio) expostas ao carbofuran (Furadan), em condições de laboratório In: XXIV Reunião Anual
da Federação de Sociedades de Biologia Experimental - FeSBE, 2009, Águas de Lindóia.
36. SILVA, D. R. O., AVILA, Luis Antonio de, AGOSTINETTO, D., MAGRO, T. D., OLIVEIRA, E.,
NOLDIN, J. A., ZANELLA, R. Presença de agrotóxicos em mananciais hídricos de regiões
orizícolas no RS e SC In: VI Congresso Brasileiro Arroz Irrigado, 2009, Porto Alegre.
37. MACEDO, Vera Regina Mussoi, MARCOLIN, E., JAEGER, R. L., FONSECA, E. L., ZANELLA,
R., SOUZA, C. H. L. Resíduos de defensivos agrícolas na água dos sistemas de irrigação e
drenagem das lavouras de arroz no perímetro irrigado da barragem do Arroio Duro, Camaquã,
RS In: VI Congresso Brasileiro Arroz Irrigado, 2009, Porto Alegre.
38. TELO, G. M., MARCHESAN, E., FERREIRA, R. B., AVILA, Luis Antonio de, ZANELLA, R.,
PEIXOTO, Sandra Cadore, COGO, Juliana Pivetta Resíduos de fungicidas e inseticidas nos
grãos e plantas de arroz irrigado In: VI Congresso Brasileiro Arroz Irrigado, 2009, Porto Alegre.
142
39. ZANELLA, R., ROEHRS, Rafael, ROEHRS, Miguel, MACHADO, Sérgio Luis de Oliveira
Degradação do herbicida propanil e de seu subproduto 3,4 DCA por E. Cloacae In: COLACRO
XII, 2008, Florianópolis.
40. GONÇALVES, Fábio Ferreira, KURZ, Marcia Helena Scherer, ADAIME, Martha Bohrer,
ZANELLA, R., PIZZOLATO, Tânia Mara Avaliação da eficiência de novos materiais para a
extração em fase sólida de herbicidas presentes em amostras de água In: 14º Encontro
Nacional de Química Analítica - ENQA, 2007, João Pessoa.
41. ZANELLA, R., GRUTZMACHER, A. D., GRUTZMACHER, D. D., AGOSTINETTO, D., LOECK,
A. E., ROMAN, R. Avaliação de resíduos de agrotóxicos utilizados na cultura do arroz irrigado
em dois mananciais hídricos no sul do Brasil In: V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado; XXVII
Reunião da Cultura do Arroz Irrigado, 2007, Pelotas.
42. GRUTZMACHER, D. D., GRUTZMACHER, A. D., AGOSTINETTO, D., LOECK, A. E.,
ROMAN, R., ZANELLA, R. Avaliação e monitoramento de agrotóxicos no sedimento de dois
mananciais hídricos da região sul do Brasil In: V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado; XXVII
Reunião da Cultura do Arroz Irrigado, 2007, Pelotas.
43. GONÇALVES, Fábio Ferreira, KURZ, Márcia Helena Scherer, FRIGGI, Caroline Do Amaral,
ZANELLA, R., DEMOLINER, A., PRIMEL, Ednei Gilberto Desenvolvimento de método para
determinação de herbicidas em amostras de solo utilizando LC-MS/MS In: 2º Congresso
Brasileiro de Espectrometria de Massas - BrMASS, 2007, Campinas.
44. VICARI, Michele Câmara de, PEIXOTO, Sandra Cadore, PIZZUTTI, Ionara Regina, ADAIME,
Martha Bohrer, ZANELLA, R., MACHADO, Sérgio Luis de Oliveira, ÁVILA, Luis Antônio de
DETERMINAçãO DA PERSISTêNCIA DOS PESTICIDAS CARBOFURAN E CLOMAZONE EM
ÁGUAS DE LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO UTILIZANDO SPE E HPLC-DAD In: 1st Latin
American Pesticide Residue Workshop (LAPRW) - Pesticide in Food and Environmental
Samples, 2007, Santa Maria.
45. CEBALHOS, E. S., OLIVEIRA, M. A., MACHADO, Sérgio Luis de Oliveira, REIMCHE,
Geovane Boschmann, ZANELLA, R., AVILA, Luis Antonio de, MARCHEZAN, Enio, SANTOS, S.,
VIEIRA, Vânia Lucia Pimentel Efeitos da utilização de pesticidas sobre a riqueza específica de
comunidades fitoplanctônicas em culturas de arroz irrigado In: V Congresso Brasileiro de Arroz
Irrigado; XXVII Reunião da Cultura do Arroz Irrigado, 2007, Pelotas.
143
46. MACHADO, Sérgio Luis de Oliveira, PRIMEL, Ednei Gilberto, ZANELLA, R., GONÇALVES,
Fábio Ferreira, MARCHESAN, E., ÁVILA, Luis Antônio de, VILLA, S C C, SANTOS, Fernando
Machado dos, REIMCHE, Geovane Boschmann Herbicides persistence in rice paddy water. In:
Fourth Temperate Rice Conference, 2007, Novara.
47. MACHADO, Sérgio Luis de Oliveira, REIMCHE, Geovane Boschmann, ZANELLA, R.,
MARCHEZAN, Enio, KURZ, Marcia Helena Scherer, GONÇALVES, Fábio Ferreira, AVILA, Luis
Antonio de, PRIMEL, Ednei Gilberto Persistência de herbicidas na água de irrigação na cultura
do arroz irrigado In: V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado; XXVII Reunião da Cultura do
Arroz Irrigado, 2007, Pelotas.
48. SARTORI, S. L. O., ZANELLA, R., MARCHEZAN, Enio, ÁVILA, Luis Antônio de, MACHADO,
Sérgio Luiz de Oliveira, GONÇALVES, Fábio Ferreira, ROSSATO, T. L., MACEDO, Vera Regina
Mussói Rice herbicide monitoring in two brazilian rivers during the rice growing season In:
Fourth Temperate Conference Rice, 2007, Novara.
Monografia de graduação e trabalhos de Iniciação Científica - concluídas
1. Emília de Souza Cebalhos: Efeitos da utilização de pesticidas sobre a composição e estrutura
de comunidades fitoplanctônicas em cultura de arroz irrigado. Defesa: dezembro 2008;
Orientadora: Maria Angélica Oliveira; Curso de Ciências Biológicas Bacharelado
2. Guilherme Cervi Prado. Desenvolvimento e validação de método para determinação de
pesticidas em solo. 2009. Curso (Farmácia) – UFSM. . Orientador: Renato Zanella
3. Rafael Bruck Ferreira: Estudante do curso de Agronomia da UFSM. Orientador: Enio
Marchesan, Professor do Dep. de Fitotecnia da UFSM. PIBIC CNPq
4. Amanda Bohrz Marchiori: Chironomidae da Lavoura de Arroz Irrigado. Orientador: Sandro
Santos. Curso de Ciências Biológicas – UFSM
5. Marcelo Boschmann Peters, Impactos dos agrotóxicos usados na produção de arroz irrigado
sobre a qualidade da água superficial e comunidade do zooplâncton importantes no
ecossistema várzea. Orientador: Sérgio Luiz de Oliveira Machado. Curso de graduação em
Agronomia. BIC/FAPERGS2008/09
144
6. Filipe Poletto Teixeira. Desenvolvimento de metodologias de extração empregando LPME e
DLLME para extração de pesticidas em águas. 2008. Iniciação Científica. (Graduando em
Engenharia Química) - FURG. Orientador: Ednei Gilberto Primel.
7. Bruno de Souza Guimarães. Estudo da eficiência de diferentes POAs na degradação de
pesticidas em águas. 2008. Iniciação Científica. (Graduando em Química-Licenciatura) - FURG.
Orientador: Ednei Gilberto Primel.
8. Jeferson da Silva Medeiros. Aplicação de Fotocatálise Heterogênea ao tratamento de águas de
irrigação visando à degradação de resíduos de pesticidas. 2007. Iniciação Científica.
(Graduando em Engenharia de Alimentos) - FURG. Orientador: Ednei Gilberto Primel.
Dissertação de Mestrado – concluídas
1. Rafael Frighetto Mezzomo, IRRIGAÇÃO CONTÍNUA E INTERMITENTE EM ARROZ
IRRIGADO: USO DE ÁGUA, EFICIÊNCIA AGRONÔMICA E DISSIPAÇÃO DE IMAZETHAPYR,
IMAZAPIC E FIPRONIL. 19 de fevereiro de 2009, Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-
graduação em Agronomia. Orientador: Luis Antonio de Avila
2. Luiz Fernando Dias Martini, Transporte de agrotóxicos em lavouras de arroz irrigado.
26/02/2010, Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-graduação em Agromia. Orientador
Luis Antonio de Avila
3. Gustavo Mack Teló: Engenheiro agrônomo, aluno do Programa de Pós-graduação em
Agronomia pela UFSM. Orientador: Enio Marchesan, Prof. do Dep. de Fitotecnia da UFSM.
Defesa de mestrado em 25 de fevereiro de 2010. CAPES
4. Joele Schmitt Baumart: Título da dissertação: IMPACTO DE AGROTÓXICOS USADOS NA LAVOURA DE
ARROZ IRRIGADO EM ORGANISMOS BENTÔNICOS. Data da defesa: 23/02/2010. Orientador: Sandro
Santos. Programa de Pós Graduação em Biodiversidade Animal.
5. Bruna Vielmo Camargo: Título da dissertação: MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS DA
LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO, TRATADA COM OS AGROTÓXICOS CARBOFURAN
(INSETICIDA) E PENOXSULAN (HERBICIDA). Data da defesa: junho/2010. Orientador: Dr.
Sandro Santos. Programa de Pós Graduação em Biodiversidade Animal.
145
6. Geovane Boschmann Reimche, Impacto de agroquímicos usados na lavoura de arroz irrigado
sobre a qualidade da água de irrigação e na comunidade zooplanctônica. 26/02/2010.
Orientador: Prof. Dr. Sérgio Luiz de Oliveira Machado. Programa de Pós-graduação em
Agronomia. CAPES
7. Michele Camara de Vicari. Determinação de bispiribaque-sódico, quincloraque, clomazone e
tebuconazole em água de lavouras de arroz irrigado empregando SPE e HPLC- DAD. 2009.
Dissertação (Química) – UFSM. Orientador: Renato Zanella
8. Guilherme Post Sabin. Desenvolvimento e validação de método utilizando SPE e GC-MS para a
determinação multirresíduo de pesticidas em água potável. 2008. Dissertação (Química) –
UFSM. Orientador: Renato Zanella
9. Juliana Pivetta Cogo. DETERMINAÇÃO DE RESÍDUOS DE PESTICIDAS EM PLANTAS DE
ARROZ EMPREGANDO QuEChERS MODIFICADO E GC-ECD. 2008. Dissertação (Química) –
UFSM. . Orientador: Renato Zanella
10. Osmar Damian Prestes. DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODO
MULTIRRESÍDUO PARA A DETERMINAÇÃO DE PESTICIDAS EM ARROZ POLIDO
UTILIZANDO CLEAN-UP DISPERSIVO E GC-MS (NCI-SIM). 2007. Dissertação (Química) –
UFSM. . Orientador: Renato Zanella
11. Sandra Cadore Peixoto. Estudo da estabilidade a campo dos pesticidas carbofurano e
quincloraque em água de lavoura de arroz irrigado empregando SPE e HPLC-DAD. 2007.
Dissertação (Química) – UFSM. . Orientador: Renato Zanella
12. Sergiane Souza Caldas. Otimização e Validação de Métodos empregando DLLME, SPE,
HPLC-DAD e LC-ESI-MS/MS para Determinação de Agrotóxicos em Água Subterrânea. 2009.
Dissertação (Mestrado em Quimica Tecnologica e Ambiental) - FURG. Orientador: Ednei
Gilberto Primel.
13. Adriana Demoliner. OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE METODOLOGIA ANALÍTICA
EMPREGANDO SPE E LC-ESI-MS/MS PARA DETERMINAÇÃO DE MULTICLASSES DE
AGROTÓXICOS E METABÓLITOS EM ÁGUA DE SUPERFÍCIE E DE ABASTECIMENTO
PÚBLICO. 2008. Dissertação (Mestrado em Quimica Tecnologica e Ambiental) - FURG.
Orientador: Ednei Gilberto Primel.
146
14. Bibiana Silveira Moares - Parâmetros toxicológicos em carpas (Cyprinus carpio) expostas a
formulações comerciais de diferentes herbicidas em condições de lavoura e em laboratório.
Defesa em de agosto de 2008 - Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
(Bioquímica Toxicológica – UFSM. CAPES. Orientadora: Vânia Lucia Loro
15. Bárbara Clasen - Biomarcadores de toxicidade em carpas (Cyprinus carpio) expostos a
formulações comerciais de carborfuran e fipronil em condições de lavoura de arroz. Defesa em
julho de 2009 - Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Bioquímica Toxicológica –
UFSM. CNPq. Orientadora: Vânia Lucia Loro
Tese de Doutorado - concluídas
1. Rafael Roehrs. Biorremediação de herbicidas em água do cultivo de arroz irrigado visando
minimizar o impacto ambiental. 2009. Tese (Química) – UFSM. Orientador: Renato Zanella
2. Márcia Helena Scherer Kurz. Estudo de métodos empregando extração em fase sólida e análise
por HPLC-DAD e GC-ECD para a determinação de resíduos de pesticidas em águas e da
degradação a campo. 2007. Tese (Química) – UFSM. Orientador: Renato Zanella
3. Fábio Ferreira Gonçalves. Estudo de Métodos Empregando HPLC-DAD e LC-MS/MS para
Determinação de Resíduos de Herbicidas em Água e Solo do Cultivo de Arroz Irrigado. 2007.
Tese (Química) – UFSM. Orientador: Renato Zanella
Monografia de graduação e trabalhos de Iniciação Científica - em andamento
1. Daniéli Saúl da Luz, Ana Paula Vestena Cassol e Maria Carolina dos Santos Figueiredo:
Atuaram no Sub-projeto 1- Experimento 2, realizando seu Trabalho de Conclusão de Curso, três
alunas do Bacharelado em Ciências Biológicas da UFSM, com previsão de conclusão em
dezembro 2011. Orientadora: Maria Angélica Oliveira
2. Maristela Barnes Rodrigues Cerqueira. Otimização e validação de metodologias analiticas
empregando LPME, DLLME, SPE, HPLC-DAD e LC-MS/MS à análise de pesticidas em água.
Início: 2009. Iniciação científica (Graduando em Química-Licenciatura) - FURG, CNPq.
Orientador: Ednei Gilberto Primel.
147
3. Rodrigo Silva de Barros. Parâmetros bioquímicos em carpas expostas a formulações comerciais
de carbofuran e fipronil em condições de lavoura de arroz e em laboratório. Bolsista Pibic-
CNPq. 2009-2010. Orientadora: Vânia Lucia Loro
Dissertação de Mestrado - em andamento
1. Bruno Souza Guimarães. Desenvolvimento de POAs para degradação de Agrotóxicos,
Fármacos e PPCPs em água. Início: 2010. Dissertação (Mestrado em Quimica Tecnologica e
Ambiental) - FURG, CAPES. Orientador: Ednei Gilberto Primel.
2. Maria Angelis Kisner Silveira. Desenvolvimento de métodos empregando SPE, DLLME e LC-MS
para determinação de PPCPs, Farmacos e Agrotóxicos em água. Início: 2010. Dissertação
(Mestrado em Quimica Tecnologica e Ambiental) – FURG. Orientador: Ednei Gilberto Primel.
3. Gisele Lutz Martins. Desenvolvimento de método para determinação de resíduos de pesticidas
em solo. 2008. Dissertação (Química) – UFSM. Orientador: Renato Zanella
4. Cândida Toni. Parâmetros oxidativos em carpas expostas ao herbicida bispiribac-sodio em
condições de lavoura de arroz. Defesa prevista: julho 2010. CNPq. Orientadora: Vânia L. Loro
Tese de Doutorado - em andamento
1. Michele Câmera de Vicari. Investigação de novos procedimentos de preparo de amostra para a
determinação de resíduos de pesticidas em água por cromatografia gasosa acoplada à
espectrometria de massas. 2009. Tese (Programa Pós-Graduação em Química) – UFSM.
Orientador: Renato Zanella
2. Caroline do Amaral Friggi. Desenvolvimento de método multirresíduo para determinação de
pesticidas em cereais por GC-MS/MS triploquadrupolo. 2008. Tese (Programa Pós-Graduação
em Química) – UFSM. Orientador: Renato Zanella
3. Liziara Cabreira da Costa. Determinação multirresíduo de pesticidas em arroz empregando LC-
MS/MS para avaliar a estabilidade destes nas etapas de armazenamento e cozimento. 2008.
Tese (Química) – UFSM. Orientador: Renato Zanella
148
4. Osmar Damian Prestes. Desenvolvimento de método multirresíduo para determinação de
pesticidas em cereais por LC-MS/MS. 2007. Tese (Química) – UFSM. Orientador: Renato
Zanella
5. Sandra Cadore Peixoto. Novos sistemas de amostragem passiva para avaliar a dissipação de
pesticidas em águas de irrigação. 2007. Tese (Química) – UFSM. Orientador: Renato Zanella
6. Manoel Leonardo Martins. Desenvolvimento de métodos miniaturizados de preparo de amostra
para a determinação de resíduos de pesticidas em água. 2005. Tese (Química) - UFSM.
Orientador: Renato Zanella
7. Luis Alberto Echenique Dominguez. Avaliação da contaminação das águas costeiras e do
impacto ambiental em fitoplancton nativo da região de Rio Grande (RS) por tintas anti-
incrustantes a base de Irgarol 1051 e Diuron. Início: 2006. Tese (Doutorado em Oceanografia
Física Química e Geológica) - FURG. Co-Orientador: Ednei Gilberto Primel.
8. Roberta Cattaneo. Bioacumulação e analise de marcadores de dano ao DNA em peixes
expostos ao herbicida clomazone. CAPES, 2008-2011. Orientadora: Vânia Lucia Loro
9. Bárbara Clasen. Toxicidade dos herbicidas carbofuran e fipronil em peixes. CAPES, 2009-2012.
Orientadora: Vânia Lucia Loro
Bolsa de Produtividade em Pesquisa e de Desenvolvimento Tecnológico
1. Enio Marchesan, Doutor em Fitotecnia, Produtividade em PQ, CNPq
2. Renato Zanella, Doutor em Química, Produtividade em PQ, CNPq
3. Vânia Lucia Loro, Doutor em Genética e Evolução, Produtividade em PQ, CNPq
4. Érico Marlon de Moraes Flores, Doutor em Química, Produtividade em PQ, CNPq
5. Valderi Luiz Dressler, Doutor em Química, Produtividade em PQ, CNPq
6. Luis Antonio de Avila, Doutor em Agronomia, Produtividade em PQ, CNPq
7. Sandro Santos, Doutor em Ciências Biológicas, Produtividade em PQ, CNPq
8. Ednei Gilberto Primel, Doutor em Química, Desenvolvimento Tecnológico, CNPq