Relatório da visita ao Mangal

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INDICE AGRADECIMENTOS.................................................2 CAPITULO I: INTRODUÇÃO.........................................3 II. OBJECTIVO..................................................4 III. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS......................................4 IV. METODOLÓGIA DE ESTUDO.......................................4 CAPITULO II. CONTEXTUALIZAÇÃO..................................4 1. HABITATS TERRESTRES COSTEIROS..................................4 1.2. MANGAIS E TERRAS HÚMIDAS....................................4 1.2.1. Mangais................................................................................................................... 4 1.2.2. Terras Húmidas Costeiras.....................................................................................5 CAPITULO III. CONSTATAÇÕES NO TERRENO..........................5 1. 1ª FASE – BAIRRO DO TRIUNFO..................................5 1ª ETAPA – ATERROS SOBRE O MANGAL................................6 2ª ETAPA – LIXO SOBRE O CANAL DE ESCOAMENTO DE ÁGUAS FLUVIAIS........7 3ª ETAPA – OBRAS EMBARGADAS E DESTRUÍDAS...........................8 4ª ETAPA – RUA ACORDOS DE INKOMATI ATÉ BAIRRO DOS MACACOS............8 5ª ETAPA – “BAIRRO DOS MACACOS..................................9 2. QUESTÕES AMBIENTAIS VERIFICADAS NO BAIRRO TRIUNFO, DOS MACACOS E COSTA DO SOL.......................................................11 2.1. Biodiversidade.........................................................................................................11 2.2. Das construções nas terras húmidas....................................................................11 2.3. Avaliação do Impacto Ambiental..........................................................................12 3.0. CONCLUSÃO:...............................................13 4.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................14

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Relatório sobre a visita da área ecologicamente sensível da cidade de Maputo composta por Mangal, terra húmida e área da praia

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INDICE

AGRADECIMENTOS.............................................................................................................................. 2

CAPITULO I: INTRODUÇÃO............................................................................................................... 3II. OBJECTIVO........................................................................................................................................................... 4III. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS................................................................................................................................4IV. METODOLÓGIA DE ESTUDO.............................................................................................................................4

CAPITULO II. CONTEXTUALIZAÇÃO...............................................................................................41. HABITATS TERRESTRES COSTEIROS................................................................................................................41.2. MANGAIS E TERRAS HÚMIDAS.....................................................................................................................4

1.2.1. Mangais..................................................................................................................................................... 41.2.2. Terras Húmidas Costeiras................................................................................................................. 5

CAPITULO III. CONSTATAÇÕES NO TERRENO............................................................................51. 1ª FASE – BAIRRO DO TRIUNFO......................................................................................................................51ª ETAPA – ATERROS SOBRE O MANGAL...........................................................................................................62ª ETAPA – LIXO SOBRE O CANAL DE ESCOAMENTO DE ÁGUAS FLUVIAIS...................................................73ª ETAPA – OBRAS EMBARGADAS E DESTRUÍDAS.............................................................................................84ª ETAPA – RUA ACORDOS DE INKOMATI ATÉ BAIRRO DOS MACACOS.......................................................85ª ETAPA – “BAIRRO DOS MACACOS”.................................................................................................................92. QUESTÕES AMBIENTAIS VERIFICADAS NO BAIRRO TRIUNFO, DOS MACACOS E COSTA DO SOL.......11

2.1. Biodiversidade......................................................................................................................................... 112.2. Das construções nas terras húmidas.............................................................................................112.3. Avaliação do Impacto Ambiental....................................................................................................12

3.0. CONCLUSÃO:..................................................................................................................................................134.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................................14

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Agradecimentos

O presente relatório foi possível graças ao esforço e interesse manifestado pela equipe

de docência da cadeira de Direito do Ambiente especialmente na pessoa do Doutor

Carlos Serra (Jr.), que teve a brilhante ideia e interesse de levar os estudantes até ao

campo para que vissem de perto a dimensão dos problemas ambientais provocados pela

destruição do mangal no Bairro Triunfo até a costa em detrimento das grandes obras que

se tem edificado nesta área que é considerada zona sensível da cidade de Maputo,

violando deste modo a legislação ambiental.

Elaborado por: Dércio Alfredo Cuco 2

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Capitulo I: Introdução

O bairro da Costa do Sol representa territorialmente a área Nordeste do espaço

suburbano da Cidade de Maputo, integrando ecossistemas de transição entre o meio

marinho e terrestre (INPF, 1999).

Com as mudanças nas formas de ocupação do espaço no bairro da Costa do Sol, vão se

alterando as componentes ambientais e os principais processos naturais. Estas

transformações são provocadas por um lado, pela própria natureza (zona de transição) e

por outro lado crescimento do espaço residencial (Dos Muchangos, 1985).

O bairro triunfo, é um dos bairros suburbanos de cidade de Maputo que emergiu nos

anos 70, tem como limites Oeste - Rua Acordos de Nkomati, Este – Rua Dona Alice,

Norte – Av. Marginal e Sul – Bairro Ferroviário. A área onde se encontra assente o

bairro era constituído inicialmente por Mangal, mas com a grande procura de casas

existente em Maputo, o bairro tende a crescer dia pós dia.

A taxa de crescimento, a densidade e a distribuição espacial da população sofrem

diversas alterações ao longo do tempo, que apresentam importantes relações entre a

comunidade e o meio natural. Este facto tem reflexos nas formas de ocupação e

utilização do espaço e na conservação dos recursos naturais ai existentes.

A expansão urbana constitui um processo complexo e irreversível, que tem uma

evolução espacial e temporal, acarretando vários custos. A sua evolução na cidade de

Maputo tem sido caracterizada pela ocupação do espaço de forma desordenada e

irregular (DNE, 1994).

Durante o processo da expansão urbana no bairro da Costa do Sol, a “cidade de

cimento” cresce consumindo a “cidade de caniço”. Este processo é caracterizado por

uma segregação espacial, em que os habitantes da “cidade de caniço” do bairro da Costa

do Sol, vão se confinando em espaços impróprios para habitação e em alguns casos são

obrigados a emigrar para outros bairros. Estes habitantes são débeis economicamente e

maioritariamente dependentes da actividade pesqueira artesanal na Costa do Sol

(Araújo, 1999).

Elaborado por: Dércio Alfredo Cuco 3

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II. Objectivo

Este trabalho tem como objectivo fazer uma visita a uma área sensível da cidade de

Maputo composta por Mangal, Terra húmida e área de praia.

III. Objectivos Específicos Estudar a importância ambiental da área;

Encontrar enquadramento legal das violações perpetradas com a exploração da

área;

Apresentar as possíveis soluções para contornar o perigo eminente pela

transformação da área.

IV. Metodológia de Estudo

Para realização deste trabalho, foi usada como metodologia, a pesquisa bibliográfica,

consultas a legislação, pesquisa a Internet e recolha de dados no terreno.

Capitulo II. Contextualização

1. Habitats Terrestres Costeiros

1.2. Mangais e Terras Húmidas

1.2.1. Mangais1

Os mangais formações vegetais que ocorrem nas zonas tropicais e subtropicais, estão

adaptados a se desenvolverem em ambientes salinos e constituem um dos mais

produtivos ecossistemas costeiros. Ocupam os deltas dos rios e outras áreas de baixa

altitude, como também ocupam as áreas de junção do mar com a terra que estão sujeitas

a inundações pelas marés. O seu desenvolvimento verifica-se muito em particular nas

zonas entre marés, protegidas ao longo da costa, lagoas, margem dos rios, estuários e

deltas.

1 Relatório Nacional sobre Ambiente Marinho e Costeiro , pag. 9

Elaborado por: Dércio Alfredo Cuco 4

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As florestas de mangal são bem desenvolvidas nas regiões norte e centro da costa

moçambicana e muito menos no Sul. Espacialmente eles ocupam uma área de cerca de

4.000 km2 com uma largura média de 22 kms e tem forte relação de algumas espécies

marinhas e dai a sua importância para o desenvolvimento da actividade pesqueira. Nas

cercanias das cidades de Maputo e da Beira registam-se as maiores taxas de

desmatamento desta formação vegetal especialmente para a produção de combustível

lenhoso, estacas e laca-lacas usadas na construção de habitações.

O mangal varia desde matagal denso na costa a uma floresta baixa e densa mais para o

interior devido à redução de salinidade e nutrientes. As espécies dominantes incluem a

Rhizophora mucronata e a Avicennia marina, Bruguiera gymnorriza, Cerops tagal e

Xylocarpus granatum. A Sonneratia alba ocorre a partir da costa de corais, na foz do rio

Rovuma até a embocadura do rio Limpopo em Xai-Xai. Esta última espécie é pioneira

da zona entre marés nas costas de corais, pantanal e parte da costa de dunas parabólicas.

1.2.2. Terras Húmidas Costeiras2

Moçambique é uma das áreas mais húmidas da África Austral e regista a ocorrência de

todos os cinco tipos de Terras Húmidas, nomeadamente sistemas marinhos, sistemas

estuarinos, sistemas ribeirinhos, sistemas lacustrinos e sistemas palustrinos.

Capitulo III. Constatações no terreno

A nossa visita foi feita no bairro do Triunfo, Costa dos Sol e bairro dos Macacos

( informalmente designado) – Costa do Sol. Esta visita foi feita em cinco etapas com as

respectivas fases, das quais passo a enumerar:

1. 1ª Fase – Bairro do Triunfo

O bairro Triunfo concretamente a rua das amendoeiras partindo da rua acordos de

nkomati foi o nosso ponto de partida nesta nossa visita.

Segundo Dr. Carlos Serra Jr. ( Docente e o guia da visita), o bairro do triunfo, surgiu na

década de 70 e foi assim denominado por ter sido o primeiro bairro erguido sobre o

Mangal no País.

2 Relatório Nacional sobre Ambiente Marinho e Costeiro, pag. 10

Elaborado por: Dércio Alfredo Cuco 5

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Este bairro, é caracterizado por possuir edifícios de maior renda, de salientar que o

processo de assentamento foi legal, tendo sido autorizadas as construções pelo

município.

Notou-se uma certa consciência ambiental por parte dos moradores deste bairro, devido

a existência nesta área de um pequeno jardim – espaços verdes e de lazer, concebidos

por iniciativa dos moradores.

1ª Etapa – Aterros sobre o Mangal Logo após a zona legalmente habitada, deparamos com aterros clandestinos feitos sobre

o mangal, que supostamente são feitos na calada da noite com concluo de pessoas

ligadas as Autoridades Municipais; este processo tem acontecido da seguinte maneira:

durante a noite, é removido o mangal é feito um aterro e quando acorda-se dia seguinte

os moradores apercebem-se que há mais um espaço conquistado cuja legalização é feita

posteriormente através de processos também obscuros.

Com estas praticas, o mangal vai reduzindo progressivamente.

No interior do mangal, podemos ver um canal de escoamento das águas fluviais e uma

área que serve para a pratica de cerimonias religiosas.

Fig.1 – Aterro sobre o Mangal (Autor. Dèrcio Cuco)

Elaborado por: Dércio Alfredo Cuco 6

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Fig. 2. Canal de escoamento de Aguas Fluviais ( Autor: Dércio Cuco)

2ª Etapa – Lixo sobre o Canal de escoamento de Águas FluviaisPróximo ao canal de escoamento existente no mangal, podemos verificar uma pequena

lixeira clandestina, que pelo tipo de embalagens que o constitui, pode-se aferir o nível

social e económico das pessoas que o produzem. Aferimos também que o mesmo lixo

pode estar a ser jogado sem o conhecimento dos proprietários das casas (residentes).

Fig. 3. Ilustração do lixo próximo ao canal de escoamento na imagem esta o Dr. Carlos Serra Jr. ( Autor: Dércio Cuco)

3ª Etapa – Obras embargadas e destruídas

Elaborado por: Dércio Alfredo Cuco 7

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Nesta fase da visita, constatamos a existência de um aterro sem obra, provavelmente

tenha parado devido a queixa dos moradores, vimos tambem um condomínio de

projecto de 16 casas demolidas parcialmente (existindo ainda a base de construção, o

que pode levar com que um dia alguém venha erguer edifício sobre ele) pelo conselho

Municipal, em virtude de terem sido construídas clandestinamente, violando deste modo

o Regulamento de Protecção do Ambiente Marinho e Costeiro.

Fig. 4. Obras destruídas pelo Conselho Municipal

Nesta etapa da visita, ainda foi possível ver entulho jogado sobre o Mangal.

4ª Etapa – Rua Acordos de Inkomati até Bairro dos Macacos

Nesta fase, percorremos a Rua Acordos de inkomati até ao Bairro designado dos

Macacos. Ao longo da caminhada, constatamos que a própria rua do inkomati,

constituem uma violação a princípios ambientais, na medida em que foi construída sem

realização do estudo do impacto ambiental, existe uma pequena ponte de construção

precária, dado ao seu estado de degradação e o material usado na sua construção.

Elaborado por: Dércio Alfredo Cuco 8

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Fig. 5. Ponte na rua Acordos de Inkomati

Ainda na caminhada rumo ao “Bairro dos Macacos”, podemos ver uma série de

construções clandestinas, um pequeno estaleiro sobre a zona de protecção, rua sem

nome e ainda vestígios de tipos de construção e famílias que abundavam naquela zona,

demostração clara da transformação urbanística.

Elaborado por: Dércio Alfredo Cuco 9

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Fig. 6 Transformação urbanística

5ª Etapa – “Bairro dos Macacos”O bairro dos macacos é um bairro intermediário entre Costa do Sol e Ferroviário da

Mahotas. O nome oficial do Bairro é Bairro Costa do Sol, mas ganhou informalmente o

nome de “Bairro dos Macacos”, o nome que é vulgarmente conhecido. Este bairro, é

caracterizado por ser uma zona com terra húmida e esponjosa. Ela é considerada muito

importante porque absorve a água que eventualmente possa causar inundações.

Constatamos que a zona esta em via de extinção, porque o Município por questões

politicas concedeu D.U.A.T, pondo em causa a drenagem das águas, uma vez que não

foi feito um Estudo do Impacto Ambiental para poder-se preservar esta função

importante que a zona desempenha de drenagem e absorção das águas.

Nesta fase ainda fomos visitar a área mais antiga do Bairro dos Macacos, constatamos

que os moradores desta área, de uma certa sensibilidade ambiental, porque preservam

espaços verdes, ha uma variedade de pássaros, vimos tecelões e ninhos pendurados nas

árvores.

Elaborado por: Dércio Alfredo Cuco 10

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Fig. 7. Zonas verdes no “Bairro dos Macacos” (Autor-Dércio Cuco)

Fig. 9 Ninho de pássaro numa árvore no quintal de uma residência. (Autor- Dércio Cuco)

2. Questões Ambientais Verificadas no Bairro Triunfo, dos Macacos e Costa do SolNeste ponto do relatório, irei focalizar aspectos ambientais analisadas sobre o ponto de

vista legal.

Uma das grandes preocupações que se levantam com a destruição do Mangal, tem a ver

com o risco que se colouca a Biodiversidade.

2.1. Biodiversidade

Elaborado por: Dércio Alfredo Cuco 11

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A Biodiversidade é definida nos termos do art. 1 nº. 6 da Lei do Ambiente3 como a

variedade e variabilidade entre os organismos vivos de todas as origens incluindo entre

outros ecossistemas terrestres marinhos e outros ecossistemas aquáticos assim como os

complexos ecológicos dos quais fazem parte compreende entre as espécies e de

ecossistemas.

A nossa ordem jurídica cria mecanismos da protecção da biodiversidade. Com efeito a

lei do ambiente, proíbe todas as actividades que atentem contra a conservação,

reprodução, qualidade e quantidade dos recursos biológicos especialmente os

ameaçados de extinção.

Com base no aspecto atrás mencionado, embora sejam admissíveis as construções na

zona costeira em conformidade com o Decreto nº 45/2006 de 30 de Novembro, artigo

67, as autoridades competentes devem observar as normas de modo a não se por em

causa a biodiversidade.

Foi aludido que algumas autoridades influenciam nas construções clandestinas sobre a

área. Face a esta situação, os cidadãos devem colaborar visto que é seu dever a defesa

do ambiente nos termos do artigo 90 do CRM. Para o efeito pode mover a acção popular

postulada na alínea b) do artigo 81 da CRM.

2.2. Das construções nas terras húmidasOutra questão ambiental evidenciada ao longo da visita é relativa as construções nas

terras húmidas no bairro dos Macacos.

As terras húmidas do bairro dos macacos, tem a função de gestão das cheias,

manutenção da qualidade da água.

Dada a importância que esta área tem, o nosso legislador criou normas para proteger. O

artigo 65 do decreto nº. 45/2006 de 30 de Novembro, estabelece a proibição da pratica

de qualquer actividade sobre ela, excepto nos casos em que a lei permite.

Para evitar-se que ocorra danos ambientais, é imperioso que as autopridades

licenciadoras das construções nas áreas de protecção ambiental, façam avaliação do

impacto ambiental antes do licenciamento e a respectiva auditória.

2.3. Avaliação do Impacto Ambiental Convêm abordarmos o licenciamento ambiental antes de falarmos da Avaliação do

Impacto Ambiental.

3 lei nº 20/97 de 1 de Outubro

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O licenciamento Ambiental, vem plasmado no art. 15 nº1 da Lei do Ambiente, segundo

a qual o licenciamento ambiental é o registo das actividades que pela sua natureza,

localização ou dimensão sejam capazes de provocar impacto significativo sobre o

ambiente4, embora pela definição plasmada pela lei já referida o licenciamento seja

relativa a actividade e a sua interpretação deve ser estendida nos casos em que não se

referem a realização da actividade. A nossa lei do ambiente aborda sobre o duplo

licenciamento, que é inerente a construção e realização de actividade.

Em princípio a construção das infraestruturas nas zonas de protecção, implica um

licenciamento prévio conforme o artigo 69 do decreto nº45/2006 de 30 de Novembro, os

órgãos competentes para o efeito são as Administrações Marítimas sob tutela do

Instituto Nacional da Marinha (INAMAR).

Ao interpretarmos o art. 15 da Lei do Ambiente podemos chegar a conclusão que a

emissão de uma licença é baseada numa avaliação do impacto ambiental, precede

quaisquer outras licenças legalmente exigidas para cada caso. Isto é, antes do inicio de

qualquer actividade de construção do empreendimento proposto, torna-se necessário os

procedimentos legais da obtenção da licença ambiental junto do MICOA.

A licença deve ser emitida mediante prévia avaliação do impacto ambiental com

exceção dos casos previstos no art.. 4º do decreto nº 45/2004 de 29 de Setembro.

Outro mecanismo pertinente após o licenciamento para evitar os danos ambientais é a

Auditoria Ambiental5 .

3.0. Conclusão:

O processo de urbanização em Moçambique é inverso o que torna a questão do

saneamento complicada.

O Mangal esta ser reduzido nas duas margens. Quanto mais estragos no mangal, maior

são as complicações na encosta.

4 SERRA, Carlos, MANUAL DE DIREITO DO AMBIENTE, Maputo, 2004, pg. 1125 Art. 2 do Decreto nº25/2011 de 15 de Julho ( Instrumento de Gestão de Avaliação Sistematica, Documentada e Objectiva do Funcionamento e Organiazação do Soistema de gestão e dos Processos do controle e Protecção do Ambiente.

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A floresta de mangais que protege a cidade de Maputo está a ser destruída para dar lugar

a construções de residências de luxo ao longo da orla marítima da capital moçambicana.

O facto que deixa por completo a cidade de Maputo, vulnerável a calamidades e outros

efeitos negativos da natureza está a alastrar-se perante um olhar impávido das

autoridades municipais, onde consta que muitos deles têm interesses no negócio de

terrenos.

O triste cenário que poderá levar a cidade capital ao abismo é mais crítico na zona do

bairro Triunfo até ao bairro dos pecadores. 

A floresta de mangais está a ser destruída para dar lugar ao parcelamento de terrenos

para a construção de imóveis de luxo, num negócio considerado bastante chorudo e

apetitoso, onde estão também envolvidos membros da edilidade e suas famílias. 

4.0. Referências Bibliográficas

Doutrina:

- SERRA, Carlos; MANUAL DE DIREITO DO AMBIENTE;Maputo; 2004;

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- Direcção Nacional de Gestão Ambiental, Relatório Nacional Sobre Ambiente

Marinho e Costeiro;

-

Legislação:

- Constituição da República de Moçambique de 2004;

- Lei do Ambiente – Lei nº 20/97 de 1 de Outubro

- Decreto nº 45/2006 de 30 de Novembro – Regulamento para a Prevenção da - - ---

Poluição e Protecção do Ambiente Marinho e Costeiro;

- Decreto nº45/2004 de 29 de Setembro – Regulamento Sobre o Processo da Avaliação

do Impacto Ambiental;

- Decreto nº 25/2011 de 15 de Junho – regulamento Sobre Processo de Auditoria

Ambiental;

Sitios de Internet:

http://www.unep.org/NairobiConvention/docs/Mozambique_Draft_Report.pdf

http://sugik.isegi.unl.pt/documentos/doc_86_1.pdf

http://www.maismz.com/artigo/destrui%C3%A7%C3%A3o-do-mangal-quando-

interesses-alheios-est%C3%A3o-acima-da-lei

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