RELATÓRIO DE ANTROPOLOGIA

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UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE ANTROPOLOGIA SOCIAL E PSICOLOGIA ELAINE SPANHOL BORGES RELATÓRIO REFLEXIVO EM CULTURA E NA ANTROPOLOGIA

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UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSEANTROPOLOGIA SOCIAL E PSICOLOGIA

ELAINE SPANHOL BORGES

RELATÓRIO REFLEXIVO EM CULTURA E NA ANTROPOLOGIA

LAGES

2010

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ELAINE SPANHOL BORGES

RELATÓRIO REFLEXIVO EM CULTURA E NA ANTROPOLOGIA

Relatório apresentado na Universidade

do Planalto Catarinense, como requisito

parcial para obtenção do título de

Relatório Reflexivo sob orientação do

prof. Geraldo Augusto Locks.

LAGES2010

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SUMÁRIO

CAPA.................................................................................................................................1

FOLHA DE ROSTO.........................................................................................................2

INTRODUÇÃO.................................................................................................................4

O futuro da humanidade: a saga de Marco........................................................................5

Senso Comum e Consciência Filosófica...........................................................................5

Observar e Pensar..............................................................................................................6

Um cenário provocador.....................................................................................................6

As origens do antropos......................................................................................................7

O campo da antropologia: Constituição de uma ciência do homem.................................7

O campo e a abordagem antropológicos............................................................................8

A abrangência da antropologia..........................................................................................8

O olhar...............................................................................................................................9

A noção de regra: Princípio de cultura, possibilidade de humanidade..............................9

O social: parentesco, grupos e categorias sociais............................................................10

O Impacto do Conceito de Cultura Sobre o Conceito de Homem...................................11

O Enigma de Kasper Hauser 1828..................................................................................12

Você tem cultura?............................................................................................................12

A antropologia e o mundo contemporâneo: Cultura e diversidade.................................13

Cultura: Um conceito antropológico...............................................................................14

Antropologia Estrutural...................................................................................................15

Corpo, Saúde e Doença na Antropologia........................................................................15

CONCLUSÃO.................................................................................................................18

AVALIAÇÃO.................................................................................................................19

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INTRODUÇÃO

Consta no relatório realizado uma síntese do conteúdo aplicado durante o semestre

2010/1 de Psicologia, na unidade de aprendizagem de Antropologia Social e Psicologia,

os abrangentes temas como cultura, seus aspectos biológicos, físicos e psicológicos.

Bem como a evolução cultural da espécie humana, fenômenos psicológicos com base

em diferentes culturas.

O objetivo deste relatório consiste em um maior esclarecimento dos textos,

documentários e filmes expostos pelos acadêmicos durante o semestre, nas

apresentações dos mesmos.

São transmitidas as demais informações com caráter qualitativo e de cunho pessoal.

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Texto 1

O futuro da humanidade: a saga de Marco

Augusto Cury

Nesta obra pode-se perceber a curiosidade de Marco, onde ele deseja conhecer

quem eram os corpos que ele vai estudar em seu curso de medicina. Esta curiosidade é

marcada pela não aceitação do óbvio, a constante procura pelo conhecimento que é

representada pelos nomes dos corpos.

É desta maneira que devemos administrar nossa vida. A leitura, a observação, a

busca permanente do peculiar de cada obra estudada que promove o diferencial. A

aceitação do que nos é estranho ajuda muito neste processo, pois é assim que começa a

busca pelo saber.

Quando uma pessoa acostuma-se com o familiar ou o óbvio, esta pára no tempo e

não evolui como pessoa crítica, é devido a esta carência de curiosidade presente em

nossa sociedade que aumenta a acomodação perante os conflitos na política. A

corrupção aumenta a cada dia e a população acomoda-se com este fato afirmando a

normalidade do problema.

O mesmo ocorre com o consumo de drogas, a violência contra mulheres e o

preconceito com as demais etnias.

Texto 2

Senso Comum e Consciência Filosófica

O conhecimento do senso comum envolve mitos que são transmitidos de geração

para geração através do campo empírico. Trata-se de um conhecimento ingênuo e, de

certa forma, fragmentado. Uma vez que sugere um núcleo sadio, surge de uma geração

que não tinha o costume de registrar e provar cientificamente seu conhecimento, por não

possuir condições e recursos exigidos para uma pesquisa científica.

Percebe-se o conhecimento empírico nos remédios caseiros, benzeduras, até na

culinária, nas receitas mais caras e requintadas até nos pratos de origem de cada país.

Este conhecimento não é desprovido de veracidade, ao contrário possui anos de

aperfeiçoamento, uma vez que é passado de geração para geração.

Já o conhecimento científico possui caráter absoluto, crítico e rigoroso. Apresenta

frieza e insensibilidade perante os fatos estudados, exemplificando com o livro de

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Augusto Cury, no primeiro capítulo, pelo Dr. George. O conhecimento científico busca

a verdade e a sistematização.

Ambos os conhecimentos são complementares, nunca antagônicos. Proporcionam o

equilíbrio entre a subjetividade e a objetividade. É a cultura de gerações antigas com a

veracidade da ciência.

Texto 3

Observar e Pensar

Stephen Kanitz

Nesta obra é possível observar que o autor afirma o quanto os jovens são impedidos

de observar, trancafiados em salas de aula, os alunos tem uma visão limitada da

sociedade. São instigados a ler e discutir teorias escritas há muitos anos, onde a

realidade era totalmente diferente de hoje, sendo sua evolução muito rápida. Esta

afirmação resulta em um interessante debate: a teoria possui uma relevância a ser

considerada, já que podem-se buscar evoluções de algo que foi estudado há muito

tempo.

Mas enquanto se está na escola torna o ensino retrógrado e influencia o

desenvolvimento da personalidade dos jovens, ocasionando também seu despreparo

para o ensino superior, onde é exigida uma posição crítica e coerente por parte dos

acadêmicos.

Deveria haver uma reestruturação das grades curriculares de todo o ensino

fundamental e médio, tanto público quanto particular. Inserindo a observação e a

discussão no cotidiano do aluno, obter-se-ia melhor e mais rápido raciocínio.

Texto 4

Um cenário provocador

Esta obra é uma charge onde mostra uma cena de limites a serem ultrapassados.

Tira-se uma mensagem simples e também bastante importante desta imagem. Todos já

ouviram mensagens de otimismo e auto-ajuda, mas é como se elas fossem esquecidas

em curto prazo. Esquecemos que as dificuldades existem para serem superadas e

desistimos perante um maior desafio.

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Este pequeno desenho e de grande significado mostra também que a criatividade é

também um instinto de sobrevivência.

No mercado de trabalho destaca-se o excelente profissional, pois o bom profissional

é ultrapassado por aquele que sabe transformar a realidade a seu favor ou a favor da

empresa pela qual trabalha. A criatividade deve ser desenvolvida desde a infância, na

escola e também no ensino superior. Assim se obtém jovens preparados para entrar e

competir em um exigente mercado de trabalho.

Texto 5

As origens do antropos

Silas Guerreiro

Ao ler este texto nos é feita a seguinte pergunta: “Quem somos nós?”.

Há duas concepções diferentes de nossa origem. A concepção bíblica afirma uma

origem mitológica de Adão e Eva. Já a concepção científica nos propõe a evolução das

espécies como origem da vida na Terra. Esta concepção não foi bem aceita quando

surgiu, devido à grande influência da igreja sobre os demais campos da sociedade.

O homem era considerado como sendo um predador da Terra, um ser racional,

quando comparado aos outros animais. A única diferença perante aos outros seres vivos

deste planeta é o fato da cultura, existente somente na sociedade humana. Até na sua

evolução como espécie não houve nada de tão especial para tal consideração afirmada

durante anos a fio.

A Hipótese Gaia reforça uma visão que ainda não estamos preparados a incorporar

em nossa realidade, afirma que o planeta é um ser vivo, não apenas seus habitantes.

Analisando nossa sociedade, pode-se observar que a competitividade assumiu níveis

perigosos e ameaça a boa convivência. Presente nas escolas, nas famílias, no trânsito e

também nos casamentos. A diferença entre sexos também é um fruto da

competitividade.

Mas para que haja uma mudança significativa é necessária à cooperação de todos

em um processo de reeducação no sentido da vida humana. Iniciando pela alimentação,

optando por produtos saudáveis e menos carnívora, em seguida, no uso diário de

plástico e celulose, passando assim para uma conscientização de que vivemos em um só

planeta e que é necessário harmonia, uma vez que não há conhecimento de outro planeta

com condições necessárias à vida.

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Texto 6

O campo da antropologia:

Constituição de uma ciência do homem

Esta obra traz um conceito de antropologia, onde esta ciência busca compreender o

homem enquanto espécie. A antropologia possui um caráter que busca uma auto-

compreenção, uma vez que foi criada pelo seu objeto de estudo.

A origem dos questionamentos está nas grandes navegações, quando acontece o

primeiro contato do homem ocidental com outros costumes que lhe eram

desconhecidos.

A colonização forçou os navegadores a compreender este povo e sua primeira

reação foi de julgar a outra sociedade como “primitivos” ou “selvagens”. Quando os

“selvagens” passaram a ser reeducados de acordo com a cultura européia surgiu uma

grande preocupação por parte dos antropólogos sobre quem seria o objeto de estudo da

antropologia. Decidiu-se estudar os camponeses. Percebe-se neste ponto como a

antropologia, em seu início, era discriminatória; o homem culto, com bons estudos e

desenvolvido não poderia ser estudado.

A partir de então começa a se estudar o homem como uma entidade, não de acordo

com o meio em que este habita. E assim a prática antropológica busca os fenômenos

socioculturais e a manifestação concreta do cotidiano.

Texto 7

O campo e a abordagem antropológicos

O texto em questão trata do conceito de superioridade do povo europeu em relação

aos indígenas, fenômeno chamado de epnocentrismo. É visão de que o índio é

selvagem, primitivo e desconhecedor do saber. Sem levar em consideração o fato que

cada cultura tem pontos peculiares que lhe permitem a sobrevivência.

Surge então uma motivação subjetiva de conhecer o outro, apresentar a tecnologia

aos índios, assim como entender suas crenças, sua alimentação, seus remédios e também

sua evolução como sociedade.

Com base nesta obra pode-se relacionar outro texto, Os Nacirema, que invertendo

sua ordem obtem-se Americanos. Trata-se de uma descrição de um povo com costumes,

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à primeira leitura, totalmente diferentes de nossa sociedade. Uma vez entendido o

verdadeiro sentido do texto percebe-se que o povo descrito é nossa sociedade, mas com

uma visão e linguagem diferentes. Como se o autor fizesse parte de outra sociedade.

Este texto, Os Nacirema, não recordo-me o autor, tem o intuito de mostrar-nos que a

visão que as outras culturas têm da nossa não difere do sentido da visão de nossa

sociedade perante outra cultura. Por exemplo, acha-se uma barbaridade que as mulheres

japonesas quebrem os pés para que fiquem menores, elas talvez achem agourento que

algumas pessoas usem como proteção o símbolo de um homem morto preso em dois

pedaços de madeira presos como cruz.

Texto 8

A abrangência da antropologia

A antropologia está presente em muitas áreas de estudo humano. Tal como a sociologia,

economia, filosofia, lógica, metafísica, hermenêutica e também da psicologia, entre tantas outras.

Pode-se observar que a antropologia está subdividida em vários campos de atuação, tais como a

Sociologia, que cuida da sociedade, explora a concepção de homem vivendo em família, em

grupos, como a escola, trabalho, amigos, em cidades, divididas em classes sociais, em nações.

Estuda também o homem inserido em lutas, conflitos e revoluções.

A economia provém do estudo do homem em seu contexto material, como a produção e o

consumismo, que se transformam em troca e instituições de comércio. Estuda também a

desigualdade da distribuição do consumo de bens.

A ciência política investiga a dimensão do poder entre as relações, as classes sociais e também

as instituições como o Estado e as Nações.

A psicologia explora o psicológico do ser humano, seu desenvolvimento mental e emocional,

assim como a relação de cada indivíduo com o meio em que vive.

A antropologia física ou biológica estuda a posição do homem na natureza, sua evolução,

adaptação, características e potenciais biológicos.

A arqueologia explora a formulação de cada transformação de cultura da sociedade em

questão durante um dado intervalo de tempo.

A linguística é responsável pelas ciências das línguas humanas, instrumento pelo qual o

homem compreende a natureza e a cultura.

A antropologia cultural define a lógica do homem, mais próximo do campo da filosofia, como

sendo uma expressão formal de um modo de pensar e sua correspondência com um modo de ser.

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Texto 9

O olhar

João Baptista Cintra Ribas

Este texto apresenta de início a definição do antropólogo de gabinete e de campo. O

antropólogo de gabinete é aquele que de seu lugar de pesquisa consegue conhecer o mundo, já o

antropólogo de campo é o profissional que sai do seu escritório e vai a campo realizar sua

pesquisa, se dirige ao local que ocorre o fenômeno.

Consta que não é prejudicial ter preconceito, o que gera conflitos é o fato de que a maioria das

pessoas não sabe como lidar com este sentimento de rejeição. O ser humano é acostumando a olhar

primeiramente os defeitos de outro e por si só já o julga sem tomar conhecimento de outras

ocupações deste outro. E é com base neste sentimento e também em outros desta mesma espécie

que o antropólogo se afasta do local de pesquisa para escrever suas observações, para não sofrer

influências.

O mesmo ocorre com o psicólogo, seu olhar deve encontrar-se em eterna construção e

adequação, uma vez que seu poder é imensurável para diagnosticar, adotar critérios, emitir laudos,

recomendar tratamentos, decidir quem está apto para o convívio social e quem não está.

O olhar possui um dom extremamente grandioso, o de chegar onde o corpo não consegue, mas

somente se o indivíduo permitir...

Texto 10

A noção de regra:

Princípio de cultura, possibilidade de humanidade.

Luiz Henrique Passador

O texto traz a seguinte questão de reflexão, como se iniciou a humanidade. Foi a partir do

momento que o homem passou a ter cultura. Esta cultura era representada por regras de convívio

social e sua importância. Acima de qualquer limite, as regras representam um instinto de

sobrevivência, não haveria a possibilidade de surgir uma vida organizada sem regras/cultura.

As regras trazem, portanto a valorização da vida. Iniciam-se estas regras no tabu do incesto

quando há a proibição das relações sexuais entre parentes cosanguíneos. Na história este fato é

retratada em uma tribo chamada A Horda Primeva, quando os demais integrantes do grupo

assassinam o pajé para apoderar-se de suas mulheres. No dia seguinte arrependem-se e proíbem as

relações entre familiares e as tem como incesto.

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Texto 11

O social: parentesco, grupos e categorias sociais.

O texto traz entre outros assuntos a teoria da reciprocidade, defendida por Marcelo Mauss,

sendo ela qualquer doação transforma o recebedor em doador, afinal ele deve doar algo também ao

próximo. A teoria do parentesco que representa o padrão estrutural da família.

O ser humano é o ser que mais depende das regras para que possa organizar sua vida social e

individual.

As dimensões da reciprocidade baseiam-se na troca de mulheres e homens, instituição do

casamento; troca de bens materiais, econômico por último a troca na comunicação, baseada na

linguagem.

Devido ao fato de que deveria haver um surgimento de regras, inicia-se a concepção da

proibição do incesto.

Texto 12

O Impacto do Conceito de Cultura Sobre o Conceito de Homem

O texto traz uma crítica à afirmação de que o homem é homem apesar de não possuir cultura,

o fato é que não há humanidade sem cultural, seu significado é imutável. A sociedade é tão

complexa, com suas tradições, empregos estudos , modas, opiniões que o homem já não consegue

dissolver-se de tudo isso sem perder sua perspectiva uniforme de homem.

A cultura não é mais vista como um complexo de padrões concretos de comportamento, mas

como um conjunto de mecanismos de controle para governar o comportamento. Ou seja, a cultura

centraliza determinado comportamento através de seus padrões impostos, como família, amigos,

religião e beleza. Desta forma o grupo em questão passa a comportar-se de maneira a condizer com

estes costumes. Pode-se perceber este fato e o outro citado acima na resenha do filme “O Enigma

de Kasper Hauser”.

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O Enigma de Kasper Hauser

1828

Kasper é encontrado em um calabouço e dá-se o processo de humanização, uma vez que lhe

era desconhecida à sociedade.

Não há linguagem, apenas grunhidos. Kasper, enquanto no calabouço, era preso por uma fita

que o mantinha preso e sentado no chão.

Um homem veste Kasper e o leva para um campo, ensina-o a andar e falar algumas palavras.

Kasper sem saber falar, entende tudo o que o homem fala.

Kasper é levado para a cidade com uma carta contando sua história e é deixado na praça, as

autoridades tomam conta de sua situação. Ele fica em uma estrebaria longe de seu tutor. Há marcas

de espancamento pelo corpo e seus pés são delicados.

Uma família o acolheu e continuou a aprendizado, Kasper começa a interagir com outras

espécies.

Kasper aprimora sua linguagem e é alvo de muitos comentários devido à sua origem

misteriosa. Kasper torna-se uma atração de circo, quando é adotado por uma família mais rica e

aprende sobre religião.

Kasper obtém bons progressos quando diz ter sonhado, sente-se inseguro, afirma que o melhor

lugar do mundo é sua cama.

O imperador inglês pensa m adotá-lo, mas decepciona ao vê-lo fazendo tricô, acha uma

grosseria e desiste da ideia.

Kasper sofre um atentado e fica confuso. Ele cura-se de seus ferimentos.

Kasper sofre um novo atentado, desta vez o agressor deixa um bilhete com sua identificação.

Kasper não resiste e morre. Os cientistas examinam o cérebro de Kasper, encontram

desenvolvimentos e deficiências peculiares. Publicam somente as deficiências, para explicar suas

características.

Texto 13

Você tem cultura?

Roberto Damatta

A sociedade provoca no indivíduo uma concepção de que cultura é sinônimo de

discernimento. É culta a pessoa que leu muitos livros, que sabe falar em público e que possui uma

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Page 13: RELATÓRIO DE ANTROPOLOGIA

boa argumentação. Este significado é discriminatório, pois reduz a cultura às pessoas que possuem

condições e acesso ao ensino.

O conceito de cultura antropológico é o contexto social, político e histórico de uma sociedade

em questão. É uma linguagem, seus códigos e significados que determinado grupo utiliza. É a

maneira como os indivíduos se expressam, suas vestimentas e atividades como produção, comida,

arte e grau de evolução. Resumindo é o contexto geral de uma sociedade, afinal como seria o

homem sem cultura? Um animal? Falaria? Andaria sobre duas pernas? Creria e alguma coisa?

Defenderia suas ideias ou apenas seu território?

Quando nos deparamos com um comportamento ou pensamento diferente a primeira reação é

uma tendência muito forte a rejeitar qualquer demonstração de cultura que não pertença ao nosso

padrão social. Crenças e valores são tidos como falsos e incoerentes perante nossa cultura.

As sociedades são levadas por um pensamento errôneo de que apenas sua própria cultura é

verdadeira e embasada em fatos coerentes. Apenas seu deus é verdadeiro e outras entidades

religiosas não passam de crenças sem fundamento e falhas.

É importante estudar cultura para orientar-se na história da humanidade, de forma a facilitar a

compreensão de fenômenos como o surgimento da linguagem, da necessidade da caça, pesca e

agricultura, assim como a evolução da espécie. O entendimento do mundo em seu contexto social

propicia uma integração entre os diferentes grupos que habitam o planeta.

Texto 14

A antropologia e o mundo contemporâneo:

Cultura e diversidade

Omar Ribeiro Thomaz

Desde o início dos tempos o homem organiza-se em grupos para maiores chances de

sobrevivência, como a população foi aumentando mais grupos formaram-se e uma grande

diversidade tomou conta do planeta.

Essa diversidade cultural advém de inúmeros costumes perpetuados durante muitas gerações,

como linguagem, processo de produção, religião e até mesmo atividades de caça e pesca, no caso

de comunidades antigas.

Cada qual com sua cultura particular, alguns grupos entram em conflito por motivos diversos,

tais como recursos naturais, recursos minerais, território, poder ou por dinheiro. Estes conflitos

constituem uma marca muito grande na história de uma sociedade. Podem ocasionar o surgimento

de um novo grupo com características de ambos os originais.

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Nem sempre estas diferenças são bem vistas aos olhos da outra sociedade, acabam por julgar de

maneira preconceituosa e discriminatória a outra sociedade. Este fenômeno chama-se de

etnocentrismo, constitui-se pelo julgamento, a partir de seus próprios valores, de outra sociedade.

Não é apenas de uma sociedade para outra em que há preconceito, dentro de uma comunidade

também se podem observar conflitos gerados por diferenças, como gêneros, religião, opção sexual,

idade ou classe social.

Quando o etnocentrismo assume níveis perigosos, acarreta em resultados dramáticos, como

genocídios, extermínio sistemático de determinado grupo, ou etnocídio, extinção de algum

costume da sociedade alvo.

Para que haja uma mudança em quadros como este é necessário manter uma dinâmica

favorável a todos os grupos, sem conflitos ou níveis extremos de desordens, estabelecendo assim

uma harmonia entre todos.

Texto 15

Cultura: Um conceito antropológico

Roque de Barros

A cultura interfere na maneira de ver o mundo, agimos de acordo com nossos costumes e

julgamos todo comportamento desviante de nosso padrão cultural. Para evidenciar as diferenças

culturais, aparecem no texto vários exemplos de costumes gastronômicos, utilização do corpo,

etiqueta e expressão. Cada exemplo citado, quando ocorre em outra sociedade que não a sua pode

ser entendido como grosseria.

A cultura pode influenciar no biológico de cada ser humano, a gastronomia, os rituais

religiosos que implicam em auto-flagelação, mudam de maneira sutil ou espantosamente as

características de uma sociedade.

Cada indivíduo participa de maneira particular em seu meio social. Desempenha sua função

com o que melhor sabe fazer ou o que mais necessita a sociedade da qual faz parte.

Por sua vez cada cultura tem sua própria função e base, como seus costumes e limites. Mas a

cultura também pode ser dinâmica, por este motivo deve-se manter em constante mudança, para

que os preconceitos possam ser atenuados e para que o homem seja preparado para habitar este

novo mundo que está por vir.

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Page 15: RELATÓRIO DE ANTROPOLOGIA

Texto 16

Antropologia Estrutural

Lévi-Strauss

Há muito tempo em que se deixou de usar o termo raça para definir diferentes povos na

sociedade. Não há raças na humanidade, esta é uma espécie em que há diferentes etnias. Muitos

estudos já comprovaram que a origem humana está na África e que todos descendem de um

mesmo antecessor comum. Portanto qualquer preconceito é totalmente sem fundamento.

Com o passar do tempo à população foi crescendo e saiu em busca de alimento e território.

Surgem desta maneira as diferenças culturais. Permanentes até hoje, permeiam grandes conflitos e

são responsáveis pela grande diversidade do planeta.

Um péssimo aspecto da diversidade cultural é o etnocentrismo, julgamento de outra sociedade

com base em seus próprios valores, como já foi muito bem citado e exemplificado nos textos

anteriores não me estenderei neste assunto.

Texto 20

Corpo, Saúde e Doença na Antropologia

(obra que deveria ser apresentada em aula)

Introdução

As ciências biológicas conseguem identificar e explicar a fisiologia e a anatomia universal,

mas não podem, em termos de diversidade fazer o mesmo. Uma vez que as sociedades concebem

de diferentes formas o corpo, seus cuidados e limites, este portanto é um papel das ciências sócias.

Uma doença só é tida como anormalidade se esta for considerada como tal a partir dos valores

de cada sociedade.

A antropologia e o estudo do outro

A antropologia pode ser definida como o estudo do outro, mas podem ser mudadas várias

vezes, uma vez que depende do lugar onde está o eu. Foi na colonização européia que surgiu

antropologia, quando se toma conhecimento de civilizações totalmente diferentes da Europa há

uma grande necessidade de estudá-las.

A antropologia surge então como uma ciência que estuda o povo selvagem. Esta sociedade

começa a se extinguir e surge também uma discussão de qual será o objeto de pesquisa da

antropologia.

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Page 16: RELATÓRIO DE ANTROPOLOGIA

Nasce uma ideia, não mais estudar o outro, mas ao próprio homem em sua sociedade. Nesta

discussão de objeto de estudo começa a surgir à concepção de que a antropologia não estuda mais

as sociedades exóticas, mas a diferença, o estudo dirige-se para um outro cada vez mais próximo,

não citando geograficamente, mas na mesma comunidade. Onde já existem muitas diferenças a

serem estudadas, como religião, gêneros, opção sexual, etc.

O conceito de cultura e de representação social

Um grande instrumento utilizado pela antropologia é o conceito do outro, é a partir deste meio

que se pode identificar e analisar o outro. O conceito de cultura é muito amplo e sugere muitos

significados, uma vez que cada sociedade lhe impõe uma concepção. Neste relatório há um

exemplo bastante detalhado de cultura (ver texto 12) e assim seguindo, pelas palavras de Geertz,

pode-se afirmar que cultura é uma teia de significados que o homem teceu, a partir da qual ele olha

o mundo e se encontra preso nela.

Outro grande instrumento que a antropologia utiliza é a representação social. É a figura que é

imposta pela sociedade ao indivíduo e o torna integrante do grupo.

Corpo, saúde e doença.

Na nossa sociedade o corpo é tido como pertencendo ao domínio do conhecimento objetivo,

portanto é objeto das ciências biomédicas. Enquanto que a alma ou mente é relegada ao domínio

da religião ou psicologia. O que implica valores diferenciados das duas entidades.

Na área das ciências humanas, inúmeros trabalhos, principalmente de origem antropológica

têm demonstrado que cada sociedade ou grupo apresenta formas bastante específica de conceber e

relacionar-se com o corpo.

Em várias sociedades, a separação entre o corpo e a alma é inexistente: o corpo é tido como um

dos elementos constitutivos da pessoa. Os atributos sociais e espirituais são inseparáveis do seu

corpo físico

Reprodução biológica e reprodução social

A reprodução não é somente a geração de um novo ser, mas a continuidade de uma sociedade,

então cada grupo possui um significado diferente para explicar como se forma um novo ser. A

concepção de hereditariedade contempla tanto os aspectos de ordem física, como aqueles de ordem

social, isto é, as crianças herdam dos pais biológicos e ancestrais características físicas e morais,

bem como posições políticas e sociais.

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Page 17: RELATÓRIO DE ANTROPOLOGIA

Estrutura e funcionamento corporal

Os limites corporais diferem para cada sociedade. Estes podem ser definidos pela medicina ou

por outra crença. E está diretamente vinculada aos valores do grupo em questão.

A concepção do funcionamento do corpo é muito diferente da sociedade oriental para a

sociedade ocidental. A concepção do corpo como uma espécie de máquina, no qual as partes que

não funcionam podem ser substituídas só é possível em uma sociedade que privilegia os aspectos

físicos. As sociedades ocidentais que aderem ao paradigma bioenergético acreditam que o corpo

não é formado apenas de matéria, mas também de energia e que, portanto, um desequilíbrio em um

destes domínios leva a implicações no outro. Neste sentido, as concepções sobre o funcionamento

corporal determinam os tipos de recursos e práticas de cura aceitas em cada sociedade.

Corpo e sociedade

Cada sociedade impõe marcas em seus membros, são elas físicas estéticas e comportamentais.

Estas marcas tendem a influir em questões de classe social, idade, etnia e indicam estados

passageiros ou permanentes nos indivíduos.

As marcas impostas pela sociedade exprimem modificações também em movimentos, ou seja,

os movimentos do corpo variam de acordo com a educação recebida.

Saúde e doença

Saúde e doença possuem realidades diferentes, segundo a biomedicina, uma vez que são

tratados de maneiras diferentes em cada cultura. Segundo Auge (1986) a doença é um objeto digno

de investigação, pois coloca em relação o biológico, o individual, o social e também o coletivo.

As representações de doença dependem de inserção de seu significado na sociedade. Como

afirma Herzlich, “por ser um evento que ameaça ou modifica, às vezes irremediavelmente, nossa

vida individual, nossa inserção social, e, portanto, o equilíbrio coletivo, a doença engendra sempre

a necessidade de discurso, a necessidade de uma interpretação complexa e contínua da sociedade

inteira”.

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Page 18: RELATÓRIO DE ANTROPOLOGIA

CONCLUSÃO

Pode-se concluir que o fenômeno de cultura é muito mais amplo do que presume seu próprio

criador o ser humano, através do qual também é furto. Cada sociedade possui seu conceito de

cultura com base histórica e filosófica de sua origem.

A marcação de uma cultura também pode ser marcada por atitudes como preconceito,

etnocentrismo ou ainda epnocentrismo, presentes hoje na maioria das comunidades e que pode,

também comprometer a sobrevivência das mesmas.

Para que haja uma harmonia entre os indivíduos de um mesmo grupo são necessários que

sejam criados alguns limites, são eles as regras ou valores sociais. Que proporcionam uma melhor

qualidade de vida, uma vez que estes a valorizam.

Através de uma exposição dialogada e leituras exaustivas dos textos propostos durante o

semestre foi possível desenvolver este relatório reflexivo, contendo além de uma síntese de cada

obra, a opinião do (a) autor (a) do mesmo.

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Page 19: RELATÓRIO DE ANTROPOLOGIA

AUTO-AVALIAÇÃO

Avaliação individual → Conceito B, pois houve muita dedicação, participação dos debates

e opiniões coerentes perante o tema, embora não tenha lido todos os textos.

Avaliação do grupo → Conceito B, pelos mesmos motivos da avaliação individual,

contendo algumas exceções.

Avaliação do professor → Pode-se perceber um grande empenho por parte do professor,

embora a turma não tenha correspondido.

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