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Relatório de atividades – Brasil 2014 Financiado por: Em parceria com:

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Relatório de atividades –Brasil 2014

Financiado por: Em parceria com:

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Conteúdo

Sobre o projeto e seus atores ..........................................................................2

Rede Britânica de Ciência e Inovação (SIN) .......................................3

Cambridge Enterprise Limited ........................................................................4

Agência de Inovação Inova Unicamp .........................................................6

Inova Unicamp & Cambridge Enterprise: ..............................................8Um panorama das atividades realizadas

As atividades e seus resultados .................................................................10Treinamento da equipe de transferência de tecnologia da Inova Unicamp

Pesquisa em colaboração – Unicamp & Universidade de Cambridge .......................12Disseminando novas práticas de comercialização da propriedade ..........................14intelectual e empreendedorismo

Disseminando novas práticas de educação em empreendedorismo ........................16Programas para estimular pesquisas colaborativas entre institutos da .................18Unicamp e empresas locais

Avaliação das barreiras à comercialização de propriedade intelectual ...................19no Brasil

A região de Campinas: .......................................................................................20Um panorama sobre inovação, perfil de pesquisa e oportunidades tecnológicas

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Rede Britânica de Ciência e Inovação (SIN)O SIN possui 90 funcionários, baseados em 28 países e 47 cidades diferentes, engajadoscom a comunidade local de ciência e inovaçãopara dar suporte às políticas britânicas. Seuprincipal propósito é criar relacionamentosestratégicos, visando contribuir com asdescobertas científicas e em inovação e comos investimentos estrangeiros para trazerbenefícios mútuos, tanto para o Reino Unido,quanto para o país em questão.

O SIN desenvolve planos de ação específicospara cada país, porém trabalha de acordo com os seguintes objetivos globais:

� influenciar as políticas locais de ciência e inovação dos governos, indústria e academia em benefício do Reino Unido;

� melhorar a política britânica baseada naexperiência internacional e em novasoportunidades e desafios;

� estimular as colaborações científicasestratégias para beneficiar o Reino Unido e propiciar um alcance mais amplo das políticas; e

� usar as parcerias internacionais em tecnologia e investimentos para aumentar a capacidade britânica de inovação.

No Brasil, a Rede Britânica de Ciência e Inovação possui três representantes: o diretor,baseado em Brasília, o vice-diretor e um assistente, baseados em São Paulo.

Sobre o projeto e seus atores Rede Britânica de Ciência e Inovação (SIN)

O objetivo inicial do projeto era criar uma parceria de longo prazo entre doisimportantes clusters de inovação, a Cambridge Enterprise e a Inova Unicamp,visando fortalecer a troca de experiências e de conhecimento. Durante os três anosdo projeto, foi possível desenvolver uma valiosa relação proporcionandotransferência de tecnologias. O projeto foi viabilizado pela Rede Britânica de Ciênciae Inovação e gerido conjuntamente pela Cambridge Enterprise e Inova Unicamp.

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O Cambridge Enterprise Limited éresponsável pela comercialização daspesquisas da Universidade de Cambridge. O escritório tem sido muito bem-sucedido em trazer a pesquisa de Cambridge para umcontexto mais amplo, sendo classificado como um dos melhores de transferência detecnologia do mundo.

O Cambridge Enterprise é composto por trêsunidades de negócio: serviços de consultoria,transferência de tecnologia e fundos de capitalsemente. Os serviços de consultoria apóiam opessoal da universidade e grupos de pesquisa,já que oferecem conhecimento especializado e aconselhamento para as organizações dossetores público e privado. A transferência detecnologia permite o licenciamento depesquisas de Cambridge para empresas novasou já existentes, o que geralmente leva abenefícios financeiros e sociais. A formação denovas empresas está frequemente associadaao licenciamento da tecnologia. Os fundos decapital semente do Cambridge Enterpriseproporcionam recursos para as fases iniciais de formação da empresa, além de consultoria,planejamento, orientação e mentoria.

O impacto da pesquisa de Cambridge pode sermensurado de diversas maneiras: pelo númerode patentes registradas e licenças assinadas; o número de vidas salvas por ideiasdesenvolvidas por acadêmicos da Universidade;e o cluster de inovação criado em torno daUniversidade, que concentra 13 empresas deum bilhão de dólares, das quais duas sãoempresas de 10 bilhões de dólares.

Durante o último ano, Cambridge Enterpriseteve um lucro operacional de £ 8,9 milhões,dos quais £ 7,3 milhões retornaramdiretamente para a Universidade, seusacadêmicos e departamentos. Mais de 1.200pesquisadores tiveram o apoio direto doCambridge Enterprise e, além disso, asempresas que compõem o portfólio doescritório já levantaram juntas, desde 1995,mais de £ 1,2 bilhão. Essas empresas têm umataxa de sobrevivência de 97,5% para além decinco anos. Em 2013, foi lançado o CambridgeInnovation Capital. Com isso, a Universidadeagora oferece ou facilita o acesso aofinanciamento em todos os estágios: da provade conceito ao capital de risco.

Cambridge Enterprise Limited,University of Cambridge

As universidades desempenham um papel cada vez mais importante na interligação de países.Uma das maneiras pelas quais isso é feito é pela promoção de uma agenda de inovaçãoamplamente compartilhada. Os governos entendem que a pesquisa universitária alcançaimpacto real e significativo, tanto no âmbito social, quanto econômico. A Universidade deCambridge, com financiamento do Foreign & Commonwealth Office do Reino Unido, decidiuestabelecer relações exemplares, estratégicas e de longo prazo com a Unicamp e outrasuniversidades brasileiras. O relatório que segue é um panorama sobre o que fizemos ao longodos últimos três anos.

Shirley Jamieson – Diretora de MarketingCambridge Enterprise Limited, University of Cambridge

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A Inova Unicamp é o órgão responsável pelaproteção e comercialização das tecnologiasdesenvolvidas na Unicamp. A Agência apoia a prospecção e o estabelecimento decontratos de pesquisa em colaboração comempresas e estimula o empreendedorismotecnológico por meio de diversas iniciativas,entre elas, a Incubadora de Empresas de BaseTecnológica da Unicamp (Incamp).Adicionalmente, é responsável pela gestão doParque Científico e Tecnológico da Unicamp,que apesar de ser uma nova iniciativa, está seconsolidando rapidamente: a Lenovo, maiorfabricante de PCs do Brasil e do mundo, abriuno Parque da Unicamp seu primeiro centro deP&D no país, com um investimento previsto de 100 milhões de dólares.

Embora as universidades brasileiras aindaestejam em um estágio inicial decomercialização de propriedade intelectual, a Unicamp é uma das universidadesbrasileiras de maior sucesso no âmbito dolicenciamento de tecnologias, com 54 licençasativas. Empresas químicas e farmacêuticasdetêm a maior proporção das licençasassinadas na universidade.

Resultados expressivos também foramalcançados na área de empreendedorismo.Desde a fundação da Incamp em 2001, 39empresas passaram pela incubadora. Alémdisso, mais de 250 empresas foram fundadaspor ex-alunos, professores e funcionários daUnicamp, formando uma associaçãoconhecida como Unicamp Ventures.

A Inova Unicamp também está empenhada em contribuir com a formação da comunidadeacadêmica e de empresas em propriedadeintelectual e transferência de tecnologias eassim incentivar ainda mais a economiainovadora no país. Palestras, eventos e cursossão as principais atividades promovidas pelaInova com o objetivo de aumentar aconscientização de estudantes, pesquisadorese docentes. Como a demanda por treinamentonesta área de conhecimento é alta, a Inovainiciou um curso de especialização empropriedade intelectual na Unicamp. Em 2014,este curso está sendo oferecido pelaFaculdade de Engenharia Química como umdos cursos de extensão da Unicamp e contacom capacitadores que possuem experiênciasinternacionais na área.

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Agência de Inovação Inova Unicamp, Unicamp

Instituto de Química

Ambiente agradável na UnicampAlunos em aula no Ciclo Básico

(conhecido como o coração da Unicamp)

Os projetos foram a semente para uma parceria mais ampla que reúne duas universidadescomprometidas em contribuir para o desenvolvimento socioeconômico de seus entornos. A Unicamp se sente muito prestigiada nesta parceria com a Universidade de Cambridge.Confiamos que – tal como nossa parceira no Reino Unido – podemos contribuir cada vez maispara levar nosso país a um novo patamar na economia do conhecimento. Esperamos quenossa experiência, descrita neste relatório, seja inspiradora também para nossos parceirosnacionais.

Professor Milton Mori – Diretor Executivo Inova Unicamp

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9Relatório de atividades – Brasil 20148 Relatório de atividades – Brasil 2014

Inova Unicamp & Cambridge Enterprise:

A primeira colaboração entre os escritórios detransferência de tecnologia – Inova Unicamp,no Brasil, e Cambridge Enterprise, no ReinoUnido – começou em 2011, quando oDepartamento de Ciência e Inovação do ReinoUnido (BIS-UK), com apoio do ConsuladoBritânico no Brasil, veio buscar universidadesrenomadas do país que estivesseminteressadas em estabelecer parcerias emciência e inovação.

São dois os projetos executados em parceriapela Inova Unicamp e o Cambridge Enterprise:

� Global Partnership Project. O projeto –realizado de novembro de 2011 a março de2014 – visou promover inovação e criaçãode novos negócios no Brasil, tendo a Inovacomo modelo, e explorar oportunidades decolaboração em pesquisa entre as duasuniversidades. Este projeto foi financiadopelo BIS UK – departamento britânico egerenciado pelo Consulado Britânico deSão Paulo.

� Intellectual Property Commercialization.O projeto – ocorrido de outubro de 2011 amarço de 2014 – investigou as barreiras àcomercialização de propriedade intelectualno Brasil e os programas para estimular acomercialização e a inovação. Este projetofoi financiado pelo Prosperty Fund, doMinistério das Relações Exteriores doReino Unido, e gerenciado pela EmbaixadaBritânica de Brasília.

Ambos os projetos promoveram e ampliarama interação entre a Unicamp e a Universidadede Cambridge. Ao longo dos três anos deparceria, as iniciativas tiveram como focoestimular a comercialização da propriedadeintelectual no Brasil. Essas atividadesenvolveram e impactaram não somente aAgência de Inovação Inova Unicamp, mastambém a Unicamp como um todo, além deoutras universidades brasileiras.

Um panorama das atividades realizadas

Alunos na biblioteca da Faculdade de CiênciasAplicadas (Unicamp)

Museu de Ciências Cambridge Enterprise

Cambridge Enterprise

Nessas circunstâncias, os dois projetosatenderam completamente seu principalobjetivo que foi de oferecer conhecimento etroca de experiência para consolidar aparticipação das universidades brasileiras nofortalecimento da economia do País. Tem-seagora um segundo objetivo que é a manutençãodeste relacionamento no longo prazo, visandoampliar e aprofundar a rede de inovação entreo Brasil e o cluster de Cambridge.

A Unicamp implementou novos programas queinfluenciaram a transferência de tecnologia e apesquisa em parceria com empresas. Inspiradapelos programas realizados pela Universidadede Cambridge, os programas da Unicamptiveram como alvo os professores interessadosem colaborar com a indústria.

Outras universidades foram convidadas aparticipar das atividades de treinamentooferecidas no Brasil, que foram organizadaspela Inova Unicamp e ministradas peloCambridge Enterprise e seus colaboradores.Os treinamentos focaram-se em transferênciade tecnologia e no desenvolvimento dehabilidades empreendedoras para professorese estudantes de universidades brasileiras. Acriação de spin-out é reconhecidamente umdas mais importantes vias de transferência dapesquisa criada nas universidades para gerarnovas indústrias e emprego.

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Como principais pontos de aprendizadopodem-se destacar: o uso eficiente do tempode reuniões; a exploração de diferentestrajetórias para análises eficientes datecnologia; como adicionar valor às invençõesatravés do uso de uma patente e prova deconceito; como negociar e fechar o maiornúmero possível de acordos; e formas deabordagem de uma nova comunicação deinvenção. Esta interação impactou acompreensão e abordagem da transferência de tecnologia na Inova Unicamp.

�Toda troca com os profissionais do Cambridge Enterprise tem sido de grandevalor para a Inova Unicamp e para mim. Em todas as interações eu tive aoportunidade de aprender diferentes maneiras de lidar com as invenções. Umadas lições mais importantes foi como identificar e fazer perguntas críticas quepermitissem a mim e ao resto da equipe avaliar uma comunicação de invençãode forma mais apropriada. Nós também introduzimos novas ferramentas eaprendemos sobre a importância de usar novos instrumentos já conhecidos.Não é fácil destacar todas as coisas que eu e a Inova Unicamp temos aprendidoatravés da interação entre Cambridge Enterprise e a Inova Unicamp. Mas euestou confiante que os resultados que eu e a área de transferência de tecnologiada Inova temos alcançado foram impactados por essas interações�.

Elias Borges de Athayde Drummond, agente de transferência de tecnologia na Inova Unicamp

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As atividades e seus resultados

Considerando o grande número de patentesgeradas pela Unicamp, o principal foco deambos os projetos foi o de ampliar oentendimento das atividades decomercialização da propriedade intelectualque poderiam ser introduzidas no Brasil a naInova Unicamp. O treinamento da equipe daInova Unicamp foi a primeira iniciativa. AUniversidade de Cambridge tem atransferência de tecnologia como uma dassuas principais funções desde o final dos anosde 1970. Desde então, tem-se a emergência doCluster de Cambridge como um dos mais bem-sucedidos clusters de alta tecnologia domundo, que apóia a criação de novas empresasem bases regulares. O Cambridge Enterprise,escritório de transferência de tecnologia dauniversidade, foi estabelecido como umacompanhia limitada em dezembro de 2006. O escritório, que emprega mais de 50 pessoas,proporciona serviços de comercialização para a comunidade acadêmica da universidade etem acumulado expertises consideráveis naárea, dada a estabilidade do seu quadro defuncionários. Como resultado, o CambridgeEnterprise foi capaz de trazer novasperspectivas e métodos para o processo detransferência de tecnologia da Inova Unicamp.O treinamento da equipe da Inova foipromovido de duas formas:

� Visitas de profissionais da Universidadede Cambridge a Inova Unicamp – incluiprofissionais do Cambridge Enterprise quepassaram um tempo com a equipe da InovaUnicamp para entender como a agênciaopera com vistas a proporcionarinformação e recomendação. Nestas

visitas, enfatizou-se a importância donetworking e do marketing das invenções.Esses profissionais também analisaramalguns dos perfis tecnológicos da InovaUnicamp e aconselharam as melhores rotasde comercialização. Essas não beneficiaramsomente os colaboradores da InovaUnicamp diretamente envolvidos nasatividades de transferência de tecnologia,mas também professores, pesquisadores,estudantes, empreendedores e empresasque buscam a agência de inovação paraauxiliar em suas atividades inovadoras.

� Visitas da equipe da Inova Unicamp àUniversidade de Cambridge – oitocolaboradores da Inova Unicampparticiparam do International OutreachProgramme, desenvolvido pelo CambridgeEnterprise entre 2011 e 2013. Através desteprograma, os colaboradores da InovaUnicamp puderam ter uma visão ampla daestrutura e da organização do CambridgeEnterprise, o que levou à identificação das áreas da Inova a serem aprimoradas.Além da transferência de tecnologia, aequipe da Inova Unicamp também ampliouseu entendimento sobre gerenciamento e expansão de parques tecnológicos eincubadoras, sobre a interação daUniversidade de Cambridge com acomunidade de pesquisa e sobre como oDepartamento de Marketing apóia as trêsunidades de negócio – serviços deconsultoria, transferência de tecnologia e fundos de capital semente – doCambridge Enterprise.

Treinamento da equipe de transferência detecnologia da Inova Unicamp

Profissional trabalhando na área de neurociências

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13Relatório de atividades – Brasil 201412 Relatório de atividades – Brasil 2014

Outro importante resultado desta colaboraçãosão os projetos de pesquisa conjuntos entre aUniversidade de Cambridge e a Unicamp, oque no longo prazo devem também envolverempresas no Brasil e a criação de vínculossólidos em transferência de tecnologia einovação entre as cidades de Cambridge eCampinas. Foram realizadas duas iniciativasno contexto dos projetos com vistas afomentar esta interação:

� One-Day Seminar “ResearchCollaborations: Opportunities, policiesand practices”, com participação do Vice-Chanceler de Cambridge em março de2012. Uma comitiva da Unicamp – incluindoo reitor da universidade – foi ao ReinoUnido para participar do seminário. Nesteevento foram tomadas ações relevantespara o desenvolvimento de programas depesquisa conjunto entre a Universidade deCambridge e a Unicamp:

� O Brasil está atualmente identificadocomo um dos países prioritários daUniversidade de Cambridge;

� O International Strategy Office contadesde o início de 2012 com profissionalque fala português, responsável pelasupervisão do trabalho da Universidadede Cambridge no Brasil. Ele temcentrado esforços para estabelecer umarelação com as principais universidadesbrasileiras e os as instituições defomento à pesquisa;

� O Departamento de Química daUniversidade de Cambridge organizouum workshop técnico com participaçãoda Unicamp, em outubro de 2012, paradiscutir colaborações de pesquisa emáreas específicas como químicasintética, fotossíntese artificial,pesquisas químicas com ênfase emenergia, biologia química e ciênciaatmosférica;

� A Universidade de Cambridge assinouum acordo com a FAPESP para a criaçãode um fundo de pesquisa conjunto foiassinado pelas duas instituições parafinanciar projetos de pesquisa emcooperação com as universidadesbrasileiras.

� Visitas de pesquisadores do Reino Unidoà Unicamp – em 2012, a Inova Unicamprecebeu três renomados acadêmicos daUniversidade de Cambridge das áreas debioquímica, bicombustíveis e petróleo. Elesrealizaram palestras e participaram deseminários e reuniões com os acadêmicosda Unicamp. Além do One-Day Seminar,houve uma estratégia mais direta paraestimular a cooperação em pesquisa entrea Universidade de Cambridge e a Unicamp.Estas visitas criaram um canal direto entrea Unicamp e a comunidade científica daUniversidade de Cambridge, visandoestimular a cooperação em pesquisa.

Pesquisa em colaboração –Unicamp & Universidade de Cambridge

Panorâmica da Unicamp

Universidade de Cambridge

Créditos da foto:Universidade de Cambridge

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15Relatório de atividades – Brasil 201414 Relatório de atividades – Brasil 2014

O treinamento de profissionais emcomercialização da propriedade intelectual éuma demanda recorrente desde que asuniversidades foram compelidas pela Lei deInovação em 2004 a proteger e gerenciar,bem como estabelecer um conjunto deprocedimentos para transferência, negociação e licenciamento da suapropriedade intelectual.

O relacionamento entre a Inova Unicamp e oCambridge Enterprise possibilitou a realizaçãode algumas iniciativas específicas emeducação e treinamento:

� O Seminário da UKIPO – “Brazilian IPcommercialization strategies” – comduração de dois dias, realizado emfevereiro de 2012, teve abertura do ConsulGeral da Embaixada Britânica em SãoPaulo e contou com palestras deprofissionais do Cambridge Enterprise, IsisInnovation, Rothamsted Research e UKIPO.Durante o Seminário da UKIPO, tecnologiassubmetidas pelos NITs das universidadesbrasileiras participantes foram discutidascom os especialistas do Reino Unido, queapontaram as possibilidades,oportunidades e falhas das tecnologias;

� O curso “Advanced Technology Transfer”,organizado e apresentado pela PraxisÚnico, foi realizado em fevereiro de 2012com duração de três dias. O curso abordouvárias questões relacionadas àcomercialização de propriedade intelectualcomo práticas de negociação, estudos decaso de comercialização, royalties,

acumulação de royalties e valorização, o que a indústria quer da academia, etc.Além disso, foram apresentadas asmudanças recentes da legislação queafetam a propriedade intelectual e olicenciamento no Brasil;

� As palestras e análises de especialistas doReino Unido – profissionais com muitosanos de experiência em gestão de centrosde inovação, design e serviços de apoio àinovação e consultoria em clusters baseadoem conhecimento visitaram a Unicamp emdezembro de 2011. Além de seminários epalestras sobre capital semente e oecossistema empreendedor de Cambridge,eles também investigaram:

� a disponibilidade de capital semente na região;

� as necessidades de treinamento e onúmero potencial de spin-outs quepoderiam ser geradas a partir daspesquisas da Unicamp;

� a estrutura de apoio à incubação e aoempreendedorismo da Unicamp e quaisrecursos adicionais seriam necessáriospara melhorar esta estrutura.

Essas análises foram levadas em consideraçãopara a realização de ajustes na estrutura e nasatividades da Unicamp que estimulam acriação de spin-outs.

Participaram dessas iniciativas representantesdos NITs das principais universidades

Disseminando novas práticas decomercialização da propriedade intelectual e empreendedorismo

brasileiras como Universidade de São Paulo(USP), Universidade Federal de São Carlos(UFSCar), Universidade Federal do Paraná(UFPR), Universidade Federal do Rio Grandedo Sul (UFRGS), Universidade Federal deMinas Gerais (UFMG) e Pontifícia UniversidadeCatólica do Rio Grande do Sul (PUCRS), alémde especialistas do Instituto Nacional de

Propriedade Industrial (INPI) e a própriaUnicamp. Isto evidencia que os benefícios eimpactos da interação entre a Inova Unicampe o Cambridge Enterprise não estão limitadasà Unicamp, tendo em vista que aspossibilidades de aprendizado têm sidopartilhadas com outras instituições relevantesdo sistema brasileiro de inovação.

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Cambridge, em abril de 2012. Durante suavisita, foram discutidas quais seriam asatividades em educação mais apropriadas aserem adotadas pela universidade. Oprofessor também deu palestras para osprofessores da Unicamp envolvidos no ensinode empreendedorismo, o que deu a ele umaperspectiva das demandas de treinamento.

A maioria dos professores que lecionamdisciplinas relacionadas aoempreendedorismo na Unicamp e em outrasuniversidades brasileiras é altamentequalificada em diferentes áreas doconhecimento como Engenharia, Biologia,Química ou Administração, mas não estáfamiliarizada com o universo empresarial oucom métodos de ensino. Por isso, foiextremamente importante melhorar aconsciência sobre suas habilidades no ensinodo empreendedorismo.

Além disso, a maioria das pessoas dosescritórios de transferência de tecnologiaengajadas nas atividades de promoção aoempreendedorismo no Brasil não recebeutreinamento formal para este assunto. Ao finaldo treinamento, ficou claro que osparticipantes estavam mais confiantes sobre o aprimoramento das suas competências.

Impactos futuros são esperados considerandoque os professores vão lecionar em diversasdisciplinas de empreendedorismo pelo paísnos próximos anos. Vale destacar que osprofessores veem o empreendedorismo comoopção de carreira aos seus alunos.

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Em locais nos quais as atividades relacionadasao empreendedorismo não estão plenamentedesenvolvidas e não fazem parte da culturalocal, as universidades precisam ter um papelproativo para promover a criação de spin-outs. Entre outras iniciativas, as instituiçõesacadêmicas deveriam, em primeiro lugar,proporcionar treinamento e educação emempreendedorismo adaptados às demandas e contexto locais. A educação é o primeiropasso para colocar o empreendedorismo emevidência e para estimular novas perspectivassobre os resultados da pesquisa acadêmica. A disposição de atividades educacionais emempreendedorismo é um fato recente naUnicamp e mesmo em outras universidadesbrasileiras. A oferta de disciplinas deempreendedorismo nas universidadesbrasileiras é restrita, assim como otreinamento apropriado de professores quelecionam nessas disciplinas. Com vistas acontribuir para a redução desta lacuna, aInova Unicamp e o Cambridge Enterpriseofereceram dois treinamentos – um paraprofessores e outro para estudantes de pós-graduação:

� O Faculty Entrepreneurship Training comum programa de dois dias e meio, otreinamento visou disseminar novaspráticas de “educação paraempreendedorismo”; como ajudar a criarum clima de aceitação doempreendedorismo, inspirar e estimularpesquisadores a criar propriedadeintelectual que eles possam comercializar.Aproximadamente 25 professores erepresentantes de NITs da Unicamp e de

outras 15 universidades brasileirasparticiparam do treinamento. Estainiciativa faz parte do objetivo de colocar a Unicamp como um exemplo de melhorespráticas para outras universidadesbrasileiras.

� O Doctoral IP Course – ResearcherImpacting on society – foi voltado paraestudantes de pós-graduação. O cursoofereceu introdução em ações relacionadasao empreendedorismo com vistas a fazeros participantes entenderem comocomercializar a propriedade intelectualresultante da sua própria pesquisa e do seu grupo. O curso abordou diferentestrajetórias de empreendedorismo,estimulando a criatividade dos estudantese auxiliando-os a entender o processo decomercialização e validação da tecnologiae também a considerar como suaspesquisas podem potencialmentebeneficiar a sociedade. O curso combinoupalestras e atividades práticas,estimulando assim a interação entre osestudantes. Aproximadamente 30 alunosda Unicamp e de outras universidadesbrasileiras participaram do Doctoral IPCourse.

Ambos os treinamentos foram realizados emoutubro de 2013 e foram ministrados porprofissionais da Universidade de Cambridgeque estão fortemente envolvidos nos assuntosrelacionados ao empreendedorismo. Essestreinamentos foram precedidos pela visita deum renomado professor do Centre forEntrepreneurial Learning da Universidade de

Disseminando novas práticas de educação em empreendedorismo

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19Relatório de atividades – Brasil 2014

A interface entre as universidades e aindústria é a chave para garantir a conexãoentre a pesquisa financiada com recursospúblicos e o crescimento econômico. Esteaspecto do projeto investigou o contexto dosNITs no Brasil, buscando especificamenteentender as barreiras ou questões que sãomais importantes segundo a perspectiva dosNITs. Para tanto, foi realizada uma pesquisaprévia (revisão da literatura, comparação comas práticas do Reino Unido) e posteriormentefoi aplicado um questionário online junto a 193NITs, com assistência da Inova. O survey seutilizou de uma nova abordagem, tendo emvista que a maioria dos trabalhos nesta áreafoca em medidas quantitativas de insumos eresultados dos NITs (número de funcionários,comunicações de invenção, pedidos depatentes, etc.). Além das questõesquantitativas, foi também colocado umconjunto de perguntas atitudinais,relacionadas à percepção do entrevistadosobre a conjuntura de seu NIT e de suauniversidade na área de inovação.

As principais descobertas do survey foram:

� O patenteamento obrigatório decomunicações de invenção realizado pelosNITs não reflete a taxa natural de rejeiçãode comunicações de invenção;

� A comercialização não está sendo pensadade forma ampla (incluindo spin-outs econsultoria) – está sendo pensada de formarestrita (licenciamento de patentes);

� O apoio institucional é fraco em algumasuniversidades, em termos de inclusão nasestratégias e nível de recursosdirecionados aos NITs;

� Há uma percepção sobre a falta dedemandas domésticas e internacionais portecnologias das universidades brasileiras;

� Há dificuldade de se conseguirfinanciamento para o escalonamento detecnologias, uma vez que estas sãolicenciadas (fora da universidade);

� Os NITS precisam de auxílio nodesenvolvimento de competências emdesenvolvimento técnico e comercial paramelhor gerenciar o processo decomercialização, já que reportaram queessas competências são fracas;

� A Lei de Inovação de 2004 precisa seraprimorada na opinião dos respondentes, oque sugere que a fragilidade do arcabouçolegal e institucional é reconhecida.

18 Relatório de atividades – Brasil 2014

Um NIT não deve ficar limitado a gerenciar apropriedade intelectual e a transferência detecnologia da sua instituição. Um NIT tambémdeve estimular um bom relacionamento entreas empresas e as universidades.

Ao longo dos anos, o Cambridge Enterprise temsido bem-sucedido em promover a colaboraçãoentre a Universidade de Cambridge e asempresas locais. A Inova Unicamp se beneficioude seu contato com o Cambridge Enterprisepara adaptar sua experiência para o contextolocal, como em duas iniciativas que são bem-sucedidas em Cambridge:

� O Programa Líder de Inovação, lançado no dia 30 de outubro de 2013, visaintensificar a comunicação entre a InovaUnicamp e os institutos e departamentos da Unicamp. O Líder de Inovação é umprofessor da universidade responsável pordifundir informações sobreempreendedorismo e inovação dentro doinstituto ou departamento e facilitar ocontato entre os professores e a Agência de Inovação. Cinco professores da Unicampparticiparam do primeiro encontro doprograma. Também estiveram presentes no primeiro encontro profissionais doCambridge Enterprise que apresentaramcomo o programa é desenvolvido naUniversidade de Cambridge.

� O Workshop de Projetos Colaborativos –ta primeira edição foi realizada no dia 31 deoutubro de 2013, reunindo pesquisadoresdo Instituto de Biologia da Unicamp eprofissionais do Laboratório Cristália,empresa brasileira da área químico-farmacêutica. Este modelo de workshopvisa estimular novos projetos de pesquisasconjuntos e fortalecer o relacionamentoentre a universidade e a empresa. OWorkshop de Projetos Colaborativos é umevento baseado no Industry EngagementForum, iniciativa bem-sucedida doCambridge Enterprise. Para a equipe daUnicamp, o workshop representou umaoportunidade de adquirir novosconhecimentos, bem como de interagircom o Cristália. Para a equipe do Cristália,o encontro contribuiu abrir caminho pararealização de mais projetos colaborativoscom a Unicamp. A Inova Unicamp pretendereplicar a iniciativa envolvendo outrasempresas interessadas em projetos depesquisa colaborativos.

Espera-se que a revisão, o survey e oscomentários sirvam como um insumovalioso para catalisar as discussõesdentro Brasil, ajudando no avanço dosNITs e contribuindo para ocrescimento sustentável do país.

Programas para estimular pesquisascolaborativas entre institutos da Unicamp e empresas locais

Avaliação das barreiras à comercialização depropriedade intelectual no Brasil

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21Relatório de atividades – Brasil 201420 Relatório de atividades – Brasil 2014

Há uma forte conexão entre o nível dedesenvolvimento do país e seu esforço emciência, tecnologia e inovação (C,T&I). Algunspaíses mudaram dramaticamente seu nível dedesenvolvimento por meio de políticascoordenadas de C,T&I, investindo recursospúblicos em empresas inovadoras.

Países desenvolvidos têm empresas compesquisa e desenvolvimento (P&D) fortes,financiadas por elas mesmas ou pelo governo.No caso do Brasil, os investimentos daindústria em P&D são baixos comparados aos Estados Unidos, União Europeia e OCDE. O Brasil está num nível intermediário emtermos de capacidade acadêmica e produtivae tem condições de perseguir uma novatrajetória para alcançar um padrão próximodos países desenvolvidos.

No Brasil, as cadeias de conhecimento estãoconcentradas nos estados mais ricos, o que levaa assimetrias regionais e à fragmentação dasestruturas produtivas. São Paulo é um dosestados que mais gasta com ciência,tecnologia, pesquisa e desenvolvimento. As 72instituições que fazem pesquisa no estado deSão Paulo são diversificadas e compostas por:três universidades estaduais; seis universidadesfederais; 16 universidades privadas (que fazempesquisa); 21 institutos tecnológicos; setecentros de pesquisa; um laboratório nacional eum conjunto de hospitais ligados a estasinstituições. Muitas destas instituições estão naRegião Administrativa de Campinas (RAC), queé internacionalmente reconhecida como umpolo de desenvolvimento científico, tecnológicoe de inovação.

A RAC abriga cerca de seis milhões dehabitantes – ou 15% da população do Estadode São Paulo – e 90 cidades (19% delaspertencem à Região Metropolitana deCampinas). A área da RAC é deaproximadamente 27.039 km2 (0,44% doterritório brasileiro ou 1,5% do território doEstado de São Paulo). A cidade de Campinas é o polo que concentra 20% da atividadeeconômica e da população da RAC.

Ao longo da segunda metade do século 20, a RAC se transformou de uma economiaagrícola para uma economia industrialdiversificada. Atualmente, a região é oterceiro maior centro industrial do Brasil euma importante fronteira logística.Atualmente, a RAC é a segunda região doEstado de São Paulo em valor da produçãoindustrial, ficando atrás somente da RegiãoMetropolitana de São Paulo, e responde pormais de 10% do total da produção industrialnacional. Considerando o tamanho dapopulação, área territorial e PIB, a região deCampinas pode ser comparada a países comoNova Zelândia, Israel e Irlanda.

A partir das informações sobre pessoalocupado disponibilizadas pela RAIS (RelaçãoAnual de Informação Social) segundo CNAE(Classificação Nacional de AtividadesEconômicas), é possível observar as atividadeseconômicas mais relevantes na RAC – queempregam mais de 1000 pessoas e quetenham na região pelo menos acima do dobroda importância que têm nacionalmente emtermos de PIB.

A região de Campinas:

A região se destaca – comparada ao Brasil –em ao menos 49 atividades econômicasdiferentes. Em algumas dessas 49 atividadeseconômicas especializadas, a RAC chega aconcentrar mais de um quarto da força detrabalho brasileira, como é o caso defabricação de máquinas e equipamentos paracomunicação e para uso na extração mineral.Além disso, em todos esses casos, a proporçãorelativa de mestres e doutores empregados émaior em comparação ao padrão nacional.Outras indústrias que se destacam na regiãosão: automobilística, de material plástico,cerâmica, metal mecânica, farmacêutica,diversos ramos da indústria química,componentes eletrônicos, equipamentos decomunicação, eletrodomésticos e maquinário eferramentas para a indústria e agricultura.Alguns municípios se destacam pela produçãoagrícola, outros pela produção industrialtradicional, como setor têxtil e petroquímico.Já os setores de produção e prestação deserviço com tecnologia avançada concentram-se em Campinas, Hortolândia e Jaguariúna.

O histórico da construção da infraestrutura deciência e tecnologia indica a capacidade depesquisa da RAC e também explica áreas depesquisa nas quais a região se destacaatualmente; são elas: agrotecnologia;tecnologias de informação e comunicação;engenharia elétrica; energia e bioenergia;química; tecnologias de alimentos;biotecnológica e saúde.

A implementação do Instituto Agronômico deCampinas (IAC) em 1987 marcou o início daspesquisas agrícolas na região de Campinas. As

pesquisas agrícolas cresceramprogressivamente na região ao longo de todoo século XX em razão da implantação de umaestação de testes do Instituto Biológico (IB), doInstituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL),Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro)e da chegada de uma unidade de pesquisas daEmbrapa. Entretanto, é a fundação daUniversidade Estadual de Campinas (Unicamp)em 1966 que dá um novo impulso à expansão ediversificação da infraestrutura de ciência etecnologia da região nas décadas seguintes.

A capacidade científica e tecnológica emtecnologias da informação e comunicação seestruturou na década de 1980 com a criaçãode dois institutos públicos de pesquisa: oCentro de Pesquisa e Desenvolvimento emTelecomunicações (CPqD) da Telebrás e oCentro de Tecnologia da Informação RenatoArcher do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação. A capacidade de pesquisa emtecnologias da informação se expandiu apartir da Lei de Informática, de 2001, queestimulou a implementação (por empresasprivadas) de vários institutos de pesquisa naregião como Centro de Pesquisas AvançadasWernher Von Braun, o Instituto Eldorado, aFITec e o Venturus.

A infraestrutura científica e tecnológica daregião continuou se fortalecendo nas últimastrês décadas com a fundação do CentroNacional de Pesquisas para Conservação dosPredadores Naturais (CENAP) do Ibama em1994 (desde 2007, o Cenap é parte do ICMBio);da Sociedade Brasileira para Promoção daExportação de Software (Softex) – uma

Um panorama sobre inovação, perfil de pesquisae oportunidades tecnológicas

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organização não governamental voltada paraexecutar e apoiar atividades de inovação – em1996; do Laboratório Nacional de Biociências(LNBio) em 1999; do Laboratório Nacional deLuz Síncroton (LNLS), em 2001 e doLaboratório Nacional de Ciência e Tecnologiado Bioetanol (CTBE), em 2010.

Atualmente, além da Unicamp, duas outrasprincipais universidades públicas do Estado deSão Paulo – Unicamp e Unesp -, um grupogrande de universidade privadas e várioshospitais que apoiam as pesquisas biomédicascompletam a infraestrutura de ciência detecnologia da região de Campinas.

Em função da Unicamp, a cidade de Campinasconcentra dois terços dos grupos de pesquisae dos recursos humanos da região de acordocom o diretório de grupos de pesquisa doCNPq. Os temas mais pesquisados (medidospela quantidade pesquisadores e estudantesenvolvidos) pelos grupos da RAC são:agronomia, educação, saúde, engenhariaelétrica, ciências da computação e ciência dosalimentos. A análise dos artigos que constamdo ISI Web Science indica que mais de 50%das publicações indexadas são de São Paulo,sendo 13% da região de Campinas – quetambém reúne 22% dos pesquisadores doEstado de São Paulo e 5,4% dospesquisadores do Brasil.

No que diz respeito ao perfil de inovação dasindústrias, os fornecedores especializados –que geralmente inovam por meio da aquisiçãode máquinas e equipamentos, design eengenharia e não por meio de P&D – e as

indústrias baseadas na diferenciação – quegeralmente inovam por meio demelhoramentos de produto e design – sãoindústrias que predominam na região. Hásomente algumas indústrias baseadas emciência, que são mais intensivas em P&D ougastam mais em atividades de P&D e são maispropensas a realizar pesquisas conjuntas comas universidades.

O perfil de inovação das indústrias da RACajuda a explicar porque a interação entreempresas e universidades na região não émuito significativa. Dados do CNPq indicamque dos 739 grupos de pesquisa registradospela Unicamp, por exemplo, somente 8% delesmencionam que desenvolveram pesquisasconjuntas com empresas.

Entretanto, a percepção geral de relevantesatores de pesquisa é que o número de projetosde pesquisa em cooperação é baixo e quehaveria muito espaço para crescer. Odesconhecimento das empresas sobre ascompetências das universidades e dosinstitutos de pesquisa e a falta de canais decomunicação podem ser as principais razõespara baixa interação. Apesar do perfil deinovação das indústrias da RAC, há um gruposignificativo de indústrias com potencial parapesquisas conjuntas, como as indústriasquímica, farmacêutica, de cosméticos ehigiene pessoal, equipamentos médicos eodontológicos, equipamentos elétricos e TICs.

Vale mencionar que os atores relevantes depesquisa destacam a biotecnologia, ananotecnologia e a energia como as áreas de

pesquisa mais estratégicas para o avanço daregião e para ajudar o Brasil a se aproximar dafronteira tecnológica internacional. A altaconcentração de capacidades tecnológicas ecientíficas relacionadas ao agronegóciopoderia ser o ponto de partida para novasaplicações em bicombustíveis, produção dealimentos e a utilização da biodiversidadebrasileira no desenvolvimento de novas drogase cosméticos. Há um grande potencial nabiotecnologia aplicada (por exemplo, odesenvolvimento e aplicação enzimas), bemcomo no uso de resíduos para substituirmateriais sintéticos e criar uma indústria“verde” no Brasil. As oportunidades emenergia, por sua vez, estão em todos ossegmentos: energias renováveis, eficiênciaenergética, redes inteligentes, produção debiomassa, biodiesel da cana-de-açúcar e naexpansão das pesquisas da Petrobras.

O fortalecimento da relação entre asuniversidades, institutos de pesquisa eempresas é uma das formas de aproveitaressas oportunidades tecnológicas. O outrocaminho é através do desenvolvimento deempresas de base tecnológica, especialmentespin-outs, que também estão ligadas àsuniversidades e dependem fortemente dasiniciativas de estímulo ao empreendedorismo.A colaboração Inova Unicamp & CambridgeEnterprise atende e vai de encontro àsdemandas por promoção à inovação e aoempreendedorismo na região e para aproveitaras oportunidades tecnológicas atuais.

Fonte: Feliciello, D.; Amaral, G. E. (Org.). Projeto deCiência, Tecnologia e Inovação do Polo deInovaçao da Unicamp e dos ParquesCientíficos e Tecnológicos de Campinas,Agência de Inovação da UniversidadeEstadual de Campinas, Novembro de 2010.

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gov.uk/fcoenterprise.cam.ac.uk

inova.unicamp.br

Esse relatório foi produzido em parceria pela Inova Unicamp e o Cambridge Enterprise com o apoioda Rede Britânica de Ciência e Inovação.Ano de Publicação : 2014

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