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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO PROJETO PARA ESCOLAS 2011/2012 LOURINHÃ

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO

PROJETO PARA ESCOLAS 2011/2012

LOURINHÃ

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ÍNDICE

- Síntese e Enquadramento do Projecto ……………….. 3

- Dinâmica e Avaliação do Projecto …………………….. 4

- Entrevistas a Professores ……….. 12

- Entrevistas a Artistas …………….. 36

- Anexo 1 ………………………………………………....... 54

- Anexo 2 ………………………………………………..…. 71

- Anexo 3 ………………………………………………...… 73

- Sugestões Bibliográficas ……………………………… 89

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SÍNTESE E ENQUADRAMENTO DO PROJETO

Foi um projeto de cariz pedagógico – artístico, desenvolvido no

Lugar Escola em que esta se assumiu como um espaço

privilegiado de intervenção estética e ética.

O público, de uma forma mais direcionada, foram as crianças e os jovens das escolas que

integram os dois agrupamentos do concelho da Lourinhã. Com um efeito mais propagado

participaram, igualmente, os professores dos grupos que integraram o projeto.

A Arte assumiu uma dimensão distinta, enquanto meio e recurso para potenciar um processo de

desenvolvimento das suas aptidões e habilidades, estimulando a admiração, a indagação e a

reflexão, contribuindo, assim, para que se tornem pessoas participativas na construção de um

mundo com referências mais claras e consistentes.

A filosofia deste projeto não recaiu sobre um modelo de planeamento de projeto de âmbito

estratégico, mas sim, como um momento, continuado, de fruição, reflexão, indagação, individual

e conjunta, sobre conceitos contemporâneos capazes de contribuir para várias interpretações

das pessoas e do mundo. Para estimular este percurso não se recorreu a objetivos previamente

definidos nem metodologias orientadas para uma avaliação de cariz quantitativo e mensurável.

Pretendeu-se sim, ir mais além deste projeto e, para tal, não se concebeu uma avaliação final

com critérios estrita e previamente definidos desconfigurando-se, se assim fosse, a intenção

inicial do mesmo.

Neste pressuposto, este relatório pretende mostrar uma panorâmica geral do que foi o “Cada

Palavra…Uma Arte”, sem análises exaustivas, bem como compilações extensas de materiais.

Foi utilizada uma metodologia em formato FAQ´s (Frequently Asked Questions) onde, nas

respostas que foram obtidas, constam as etapas e o decurso do projeto, utilizando-se alguns

comentários de crianças e jovens que o integraram para ilustrar a sua dinâmica, bem como

entrevistas a Professores e Artistas envolvidos no mesmo.

Sugere-se aos interessados, que antes da leitura do presente relatório, consultem o design do

projeto (vide anexo 1). Caso surjam, após a leitura do mesmo, questões, dúvidas ou

curiosidades, solicita-se o envio de e-mail ao Coordenador do projeto: mafalda.teixeira@cm-

lourinha.pt para esclarecimento, consulta de outros materiais e partilha de ideias.

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DINÂMICA E AVALIAÇÃO DO PROJETO

Quando é que o projecto foi entregue às escolas?

O projecto foi entregue às escolas em Agosto, antes do início do

ano letivo, de forma a ser integrado no plano de atividades para

2011/2012.

Quem coordenou o projeto nos agrupamentos escolares?

Os dois agrupamentos escolares, os existentes no concelho, nomearam um coordenador

pedagógico, por agrupamento escolar, para monitorizar o projeto ao longo do ano letivo, em

conjunto com o coordenador técnico do Município.

Desta forma, coordenaram o projeto:

Conceção do Projeto e Coordenação Técnica:

Mafalda Miguel Teixeira

Divisão de Intervenção Social e Cultural

Câmara Municipal da Lourinhã

Coordenação Pedagógica:

Catarina Alexandre

Docente de 1ºciclo

Agrupamento de Escolas e J.I. D. Lourenço Vicente

Teresa Lopes

Docente de Filosofia

Agrupamento de Escolas da Lourinhã

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Como foi feita a seleção das turmas por parte dos agrupamentos?

Os agrupamentos optaram por analisar todas as manifestações de interesse por partes dos

professores. Após a compilação de todas, aferiu-se que foram as suficientes para corresponder

aos objetivos iniciais do projeto, ou seja, uma turma por nível de ensino e agrupamento escolar.

Qual o número de alunos abrangidos pelo projeto?

Participaram no projeto cerca de 200 alunos, distribuídos da seguinte forma:

Pré Escolar:

Jardim de Infância da Ribeira de Palheiros – 18 crianças

Jardim de Infância do Vimeiro – 21 crianças

1º Ciclo:

E.B.1 da Marquiteira (1ºano) – 20 alunos

E.B.1 da Moita dos Ferreiros (1ºano) – 22 alunos

2º Ciclo:

E.B.2.3 Afonso Rodrigues Pereira (5ªE) – 11 alunos

E.B.2.3 João das Regras (5ºC) – 23 alunos

3º Ciclo:

E.B.2.3 Afonso Rodrigues Pereira (7ºA) – 27 alunos

E.B.2.3 João das Regras (7ºA) – 25 alunos

E.B.2.3 de Ribamar (7ºB) – 20 alunos

Secundário:

Escola Secundária da Lourinhã (turma de Espanhol, integrando alunos de várias turmas) – 8

alunos

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Foi dinamizada formação para os professores que integraram o projeto?

Foi realizada formação, apesar de não estar prevista no projeto inicial, contudo no decurso do

mesmo entendeu-se como pertinente dinamizar uma formação, na área artística, para os

professores que integraram o projeto, tendo também sido convidados os auxiliares de ação

educativa das escolas que integraram o projeto (caso do pré-escolar e 1º ciclo).

Assim sendo, foi dinamizado um workshop (em janeiro de 2012) em que se abordou e acicatou a

site specific art, designada por “O rumor desta paisagem”, com um performer que desenvolveu

um trabalho artístico onde privilegiou a interligação e pluralidade artística (teatro, movimento,

plasticidade...) (Vide anexo 2).

Esta formação artística auxiliou os professores para a desconstrução, em conjunto com alunos,

das obras artísticas de referência.

Houve algum documento orientador para os professores?

Não existiu um documento orientador efetivo, mas sim um conjunto de referências bibliográficas

e metodológicas que coadjuvaram o professor na exploração das fichas de projeto. As mesmas

foram cedidas pela coordenadora técnica do projeto em reunião realizada no final do mês de

outubro, com os professores.

Foram, igualmente, cedidas aos professores, no primeiro período letivo, algumas linhas de

orientação para desenvolverem e trabalharem metodologias com o objetivo de estimular a

indagação e o pensamento crítico dos alunos. (Vide anexo 3 “ Orientações metodológicas”).

Os professores frequentaram a formação com o expert da área artística selecionada para

a apresentação final?

Sim, na sua maioria, os professores, participaram, igualmente, na formação, em conjunto com os

alunos, salvo algumas exceções em que o professor, por questões de serviço não lhe foi

possível estar presente em todas as sessões de uma forma ativa e participativa. Para estes

casos a turma teve de ser dividida em dois grupos, ficando um grupo com o artista e auxiliar de

ação educativa e o outro com o professor em contexto de sala de aula.

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O professor tomou como referência, apenas, as obras identificadas no projeto para a

exploração da palavra/conceito?

Sugeriu-se que sim. Não obstante, alguns professores recorreram a outras obras artísticas que

consideraram pertinentes para estimular a curiosidade estética dos alunos, no entanto

destacaram-se as referidas no projeto, para que fosse aferida a forma como, duas turmas do

mesmo ano escolar, com as mesmas obras de referência, apresentaram os seus trabalhos finais

revelando apropriações e interpretações variadas.

A escolha da arte para apresentação final recaiu numa das sugeridas enquanto obra de

referência?

Não. Pretendeu-se trabalhar as obras que foram dadas como referência e não como modelo

para produto final, que se queria original, estimulando o pensamento divergente dos alunos. E,

efetivamente, foi o que aconteceu. Ressalva-se o facto de o 1º Ciclo já ter, previamente, por

sugestão metodológica do projeto, a área artística escolhida – a dança.

Apresentam-se as escolhas das áreas artísticas por ano escolar e estabelecimento de ensino:

Pré Escolar:

Jardim de Infância da Ribeira de Palheiros : Dança

Jardim de Infância do Vimeiro: Cinema de Animação

1º Ciclo:

E.B.1 da Marquiteira (1ºano) : Dança

E.B.1 da Moita dos Ferreiros (1ºano) : Dança

2º Ciclo:

E.B.2.3 Afonso Rodrigues Pereira (5ªE) : Design

E.B.2.3 João das Regras (5ºC) : Ilustração

3º Ciclo:

E.B.2.3 Afonso Rodrigues Pereira (7ºA) : Teatro

E.B.2.3 João das Regras (7ºA) : Graffiti

E.B.2.3 de Ribamar (7ºB) : Fotografia

Secundário:

Escola Secundária da Lourinhã (grupo de Espanhol, integrando alunos de várias turmas): Vídeo

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QUADRO SÍNTESE DA DINÂMICA DA PRODUÇÃO DA OBRA ARTÍSTICA FINAL

Professores

Escola

Áreas artísticas /Artista

Dias da semana (Entre

Abril e Maio)

Clara Reganha

(Pré-escolar)

J.I da Ribeira de

Palheiros

Dança / Eliana Campos 6ªfeira de manhã

Helena Martinho

(Pré-escolar)

J.I.Vimeiro Cinema de Animação/

Patrícia Cardoso

Vários dias e trabalho em

casa de pós-produção (total

de 20H)

Zami

(1º ciclo)

E.B. da Marquiteira Dança / Marta Lobato 6ªfeira de manhã

Cinda

(1ºciclo)

E.B.1 da Moita dos

Ferreiros

Dança/ Jéssica Noé 5ªfeira à tarde

Dina e Alcides

Cardoso (EVT)

Drº João das Regras

(5ªano)

Ilustração /Selma Martins 2ª feira à tarde

Maria João Batalha

(português)

Drº Afonso

Rodrigues Pereira

(5º ano de

C.alternativos)

Design /Selma Martins

6ª feira de manhã

Ana Teixeira

(História)

E.B.2,3 de Ribamar

(7ºano)

Fotografia / Gonçalo

Fonseca

4ª feira à tarde

Ana Sarzedas

(Português)

Drº Afonso

Rodrigues Pereira

(7ºano)

Teatro /Samuel Alves 3ªfeira à tarde

Irina Maia

(Matemática)

Drº João das regras Graffiti/ Gonçalo Mar 8H – Um dia inteiro - 8 de

Maio

Niki Pasternaki

(Espanhol)

Escola Secundária

da Lourinhã

(turma de espanhol

de várias áreas)

Vídeo /Gonçalo Oliveira

4ª feira à tarde

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Os timings do projeto foram cumpridos?

Sim, basicamente todos os timings foram cumpridos. As obras performativas de referência

artística definidas para o pré-escolar e 1º ciclo foram apresentadas, no decorrer do 2º período, tal

como previsto. A saber:

16 Março – “Saudade um conto para Sete Dias” – Espetáculo e dois workshops

26 Março – “Amarelo”.

Surgiu um ligeiro desvio de calendário no início dos workshops com os artistas, em parte, pela

dificuldade de encontrar um grupo de artistas tão eclético quanto as escolhas desejadas.

Qual foi o timing de apresentação das Obras Artísticas finais?

De 31 de Maio a 6 e Junho | Exposição de obras na área das artes visuais | Biblioteca Municipal

| Em parceria com a atividade Festival “Livros a Oeste 2012”.

1 e 2 de Junho | Apresentação das obras na área das artes performativas | AMAL, com o

seguinte programa:

14 HORAS

Cinema de Animação (curta metragem) – J.I. Vimeiro (aprox.10minutos)

Dança – J.I. da Ribeira de Palheiros (aprox. 15 minutos)

Dança – E.B.1 da Marquiteira (aprox.15 minutos)

Dança – E.B.1 da Moita dos Ferreiros (aprox.10 minutos)

INTERVALO

15 HORAS

Teatro – E.B 2,3 Dr. Afonso Rodrigues Pereira (aprox.35 minutos)

Graffiti – apresentação slide show E.B.2, 3 Dr. João das Regras (aprox.10 minutos)

Design - apresentação slide show E.B.2, 3 Dr. Afonso Rodrigues Pereira (aprox.5minutos)

Vídeo – Escola Secundária da Lourinhã (aprox.10 minutos)

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A avaliação do projeto foi definida em projeto inicial?

Não. Pretendeu-se promover a participação de todos os que integraram o projeto. Para tal,

aguardou-se o final no 2ºperiodo para que, em conjunto com os coordenadores, professores e

alunos, se pudesse definir um modelo de avaliação coerente. Não obstante, existiu uma

permanente monitorização do projeto, através da observação participante das coordenadoras e

professores que acompanharam todas as ações do mesmo.

Desta forma foram utilizados alguns elementos de avaliação, a saber:

1. Ao nível quantitativo: A Participação de 200 crianças e jovens, 10 Professores e 2

Coordenadoras Pedagógicas.

2. Ao nível qualitativo:

2. 1. Observação participante de aferição do grau de participação e motivação dos grupos. Do

qual se destaca o seguinte:

Um grande envolvimento, de todos, com as etapas do projeto e, em especial, na escolha da arte

e na conceção e produção das obras artísticas finais.

Um elevado grau de satisfação no trabalho em formato par pedagógico-artístico

(professor/artista), onde se promoveu um lugar de partilha, transmitindo a cada grupo de

crianças e jovens, entusiasmo e confiança na conceção e produção do trabalho final.

Uma escolha eclética e criativa no que concerne à área artística, revelando, por parte das

crianças e jovens, um sentido crítico e de criatividade em grupo, mostrando respeito pela

diversidade de ideias.

Um sentido de responsabilidade coletiva na apresentação final dos trabalhos.

Forte envolvimento das famílias no momento de apresentação das obras artísticas.

2.2 Cada Professor utilizou, de acordo com os níveis pedagógicos, cognitivos e emocionais de

cada grupo, diferentes formas de auscultar a sua participação e motivação no projeto. Para não

tornar exaustiva a sua leitura e análise, em título de amostra e aleatoriamente, destacam-se as

seguintes manifestações/motivações:

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Recomendavas o projeto “Cada palavra … uma arte “ a um amigo teu?

Porquê?

“Sim , porque foi uma adrenalina muito grande quando atuamos para muitas pessoas e porque

também gosto de dançar.”

Tomás (1ºCiclo)

“Sim, porque foi uma coisa esplêndida, a dança, as marionetas e tudo o resto.”

Rodrigo (1ºCiclo)

“Sim, porque foi espetacular e também porque gosto de dançar.”

Leonor (1ºCiclo)

“Sim. Porque é divertido e aprendemos coisas novas”

Gonçalo (2ºciclo)

“Sim. Porque é um espetáculo, que é brutal e que aprendemos alguma coisa.”

Raquel (2ºciclo)

“Sim. Diria que foi um projeto no qual eu participei, que saí de lá só com vantagens para a minha

vida e que aprendi muito em diversos aspetos.”

Inês (3ºciclo)

“Claro. Foi uma ótima experiência. Dizia que se ia divertir imenso e que ia aprender novas

experiências.”

Mafalda ( 3ºCiclo)

“ Sim, aconselharia este projeto. Não lhe diria muito, deixava apenas que fosse ele a descobrir

por si próprio.”

Neuza (3º Ciclo)

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Entrevistas a Professores e Artistas

ENTREVISTA A PROFESSORES

Professora: Niki Paterianaki

Área Artística: Vídeo

Tema: Felicidade

Alunos de Língua Espanhola da Escola Secundária da Lourinhã

Artista: Gonçalo Oliveira

1- O que o/a motivou a participar no Projeto “Cada Palavra…Uma arte”

O conceito (a felicidade) e a possibilidade de aprender.

2- Considera que a faixa etária foi a mais adequada para trabalhar a área artística?

Sim.

3- Qual o papel do artista quando desenvolve trabalhos em contexto escolar? Fale um

pouco sobre o papel da parceria pedagógica e artística.

Na minha língua não distinguimos os dois papéis: a arte tem um papel pedagógico muito

importante no desenvolvimento sobretudo estético e de expressão da pessoa.

4- Na situação de crise atual, onde a área cultural e artística é das mais afetadas, qual o

contributo que este tipo de projeto (pedagógico-artístico) pode dar às crianças e jovens

que o integraram?

No nosso caso, os alunos das artes tiveram a oportunidade de explorar uma área que os

interessava. Ajudou também em nível de autoconfiança e autoestima de alguns.

5- O que alterava no projeto? Justifique.

Talvez a calendarização e, se não houvesse questões financeiras, o tempo de formação na área

(mais horas).

6- Como avalia a Coordenação do Projeto (Câmara Municipal e Agrupamento)?

Muito boa.

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7-Recomendaria este projeto a outra pessoa? Em linhas gerais, o que lhe diria?

Sim. Não sei se as palavras ou mostrar o vídeo que fizemos o convenceriam melhor.

Professora: Ana Sarzedas

Área Artística: Teatro

Tema: Beleza

7º A - E.B.2.3 Dr. Afonso Rodrigues Pereira

Artista: Samuel Alves

1- O que a motivou a participar no Projeto “Cada Palavra…Uma Arte”?

Para mim, o “universo escolar” (dia-a-dia das aulas) faz mais sentido quando é articulado com o

“mundo real” (dia-a-dia social e familiar dos alunos, interação com a comunidade local, relação

com a vida profissional). Se os alunos tiverem metas reais a atingir, aprendem com mais

motivação, mais naturalidade, mais eficácia e com mais prazer.

O envolvimento emocional é decisivo no desenvolvimento intelectual, por isso, se os alunos

estiverem implicados no seu próprio processo de aprendizagem e as suas decisões individuais

estiverem associadas às decisões do grupo-turma, há um compromisso mais sério e uma

motivação acrescida.

Tendo em conta estes princípios, o que sempre me motivou a participar em projetos foi:

- o desafio pessoal e profissional;

- o estímulo externo à escola para os alunos desenvolverem as suas competências, como

complemento das aulas;

- a curiosidade e a vontade de ter novas experiências e de trabalhar com outras pessoas;

- a necessidade de estar sempre a aprender;

- a vontade de melhorar o meu desempenho como docente.

Neste caso, em concreto, motivou-me:

- a forma como o projeto estava apresentado e o seu conteúdo pedagógico-didático;

- a sensação de que era uma oportunidade a não perder;

- a possibilidade de explorar uma área artística com os alunos, partindo da minha disciplina

(com a perspetiva de vir a desenvolver um trabalho interdisciplinar);

- o facto de o projeto ser transversal, envolvendo os diversos níveis de escolaridade e

abrangendo os dois Agrupamentos de Escolas do concelho.

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2 - Considera que a faixa etária foi a mais adequada para trabalhar a área artística?

Sim, a área artística foi adequada à faixa etária, não só pelo facto de terem sido os próprios

alunos a escolherem, unanimemente, a expressão dramática, mas também porque considero

essencial, para um crescimento saudável e equilibrado, o trabalho sobre a expressão corporal e

sobre a capacidade vocal, sobretudo na adolescência. Esta é uma fase da vida especialmente

sensível, entre a infância e a fase adulta, em que os sentimentos se debatem entre:

- o “já não sou” e o “ainda não sou”,

- “o que eu quero” e “o que os outros exigem” (o confronto permanente com contrariedades

que limitam a liberdade de escolhas…),

- “eu e os meus sentimentos” e “os outros não me compreendem” (um egocentrismo

acentuado e uma maior instabilidade emocional…),

- “o meu corpo” e “o corpo perfeito” (a importância dada ao olhar crítico dos outros torna-se

o motivo da insegurança quanto ao aspeto físico, por exemplo…).

Com base nos comentários que os alunos fizeram oralmente e por escrito, acredito que este

processo de (des)construção do SER/REPRESENTAR, associado ao tema da BELEZA, teve um

grande impacto na descoberta e na construção:

- da identidade pessoal e do grupo-turma,

- das relações interpessoais (inter-pares e com os adultos),

- de outras formas de olhar para o mundo.

A exposição em palco pôs os alunos à prova e eles sentiram que passaram neste teste, por

termos sido tão unidos e exigentes, o que se revelou extremamente motivante, pedagógico e

reconfortante.

No final do ano letivo, notou-se uma evolução significativa no desempenho dos alunos, em geral:

mais confiança, mais experiência, mais conhecimentos, maior valorização da Arte e do Artista,

maior à vontade na apresentação de trabalhos… e um espírito de grupo especial.

Fez todo o sentido explorar esta área, para mim e para os alunos. A prova disso é que a turma (e

até alguns encarregados de educação) manifestou o desejo de dar continuidade a este projeto,

não tendo sequer colocado a hipótese de se escolher outra área artística. Vários alunos

referiram que nunca mais se esquecerão desta experiência.

3 - Qual o papel do artista quando desenvolve trabalhos em contexto escolar? Fale um

pouco sobre o papel da parceria pedagógica e artística.

A parceria foi excelente!

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Estabeleceu-se um bom equilíbrio entre a vertente pedagógica e a vertente artística. Os alunos

reagiram muito bem a esta orientação partilhada, aceitando e valorizando, desde o início, o papel

do artista convidado pela CML.

Ao longo das nove sessões, o trabalho cooperativo foi decorrendo com muita naturalidade. O

ator Samuel Alves e a socióloga Mafalda Teixeira mostraram-se disponíveis para manterem

comigo um contacto regular, mesmo fora do horário das sessões (por e-mail), o que foi

extremamente importante para mim. Foi evidente o respeito mútuo pelo papel que cada um

desempenhou.

O ator Samuel Alves teve uma grande preocupação em tentar satisfazer as expectativas de

todos os alunos relativamente ao seu desempenho na peça de teatro. A sua disponibilidade para

os ouvir e para aceitar as suas sugestões deu segurança e motivação aos alunos. Todos foram

considerados importantes na construção da peça. Este bem-estar só foi possível pela forma

como o ator conduziu todo o processo: com uma grande sensibilidade e profissionalismo.

Durante as sessões, mantive-me essencialmente como observadora, situação a que não estou

habituada, mas que me deu uma outra perspetiva e um outro conhecimento sobre a turma, em

geral, e sobre cada aluno, em particular. Desta forma, tive a oportunidade de ir registando e

fotografando as atividades desenvolvidas, de estar mais atenta ao comportamento dos alunos e

às suas reações perante os desafios que lhes eram propostos.

Gostei muito da sequência e do ritmo das sessões. Foram todas diferentes, mas sempre

cativantes, coerentes e equilibradas. As atividades iniciais (como o debate, a sessão fotográfica,

a filmagem da turma…) e os exercícios de aquecimento, coordenação e concentração

constituíram “trampolins” decisivos para a adesão dos alunos ao projeto e para perceberem que

há um trabalho de preparação, incontornável, na construção de uma peça de teatro. Os alunos

terminavam, por vezes, cansados, mas sempre satisfeitos e curiosos acerca da sessão seguinte.

Tanto eu como o ator nos preocupámos em dar aos alunos o “feedback” do que iam fazendo, o

que os ajudou a manter o seu empenho e interesse.

Foi muito boa a articulação da formação em expressão dramática com o currículo da disciplina

de Língua Portuguesa, pois o Texto Dramático era um dos conteúdos programáticos previstos

para o 3º período. Além disso, os alunos tinham já começado a desenvolver a expressão oral,

desde o início do ano, através da apresentação de discursos temáticos, em aula, e da

apresentação de trabalhos aos encarregados de educação. Esta formação, em horário

extracurricular, veio complementar e valorizar o trabalho que desenvolvi com os alunos nas

aulas.

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O que aprendi será, indubitavelmente, uma mais-valia na minha atividade profissional e constitui

um enriquecimento pessoal inestimável.

Foi um verdadeiro trabalho de equipa!

4 - Na situação de crise atual, onde a área cultural e artística é das mais afetadas, qual o

contributo que este tipo de projeto (pedagógico-artístico) pode dar às crianças e jovens

que o integraram?

Penso que os alunos perceberam o privilégio que tiveram e deram muito valor ao trabalho

desenvolvido. Sentiram-se parte de um processo de criação artístico, desde a preparação do

espetáculo à sua concretização. Sentiram prazer no que fizeram. Houve uma união de esforços

comovente, que transpareceu no produto final.

Nas aulas, refletimos sobre algumas questões que surpreenderam os alunos:

- a simplicidade dos recursos materiais utilizados na peça e a importância dos recursos

humanos;

- as dificuldades da encenação na gestão de um elenco numeroso;

- o reforço do espírito de grupo;

- a aprendizagem efetuada;

- o reflexo, a curto prazo, do empenho de cada um;

- a capacidade de, em conjunto, com trabalho sério e sob a orientação de um profissional,

produzir uma obra de arte com qualidade;

- o valor do trabalho do ator.

Como alguns alunos também disseram, eles não eram os mesmos, no final do projeto. A

consciência desse crescimento interior e da missão cumprida deram uma perspetiva

completamente diferente aos alunos acerca do processo de criação artística.

5 - O que alterava no projeto? Justifique.

Eu alteraria a forma como apresentei o projeto ao Conselho de Turma, no início do ano. Penso

que deveria ter sido mais diretiva, em termos de sugestões de atividades que os meus colegas

poderiam ter desenvolvido com os alunos. Podia ter criado um documento para ser explorado em

cada disciplina, por exemplo. Tive um certo receio em impor atividades e quis dar total liberdade

de exploração do conceito, mas essa estratégia revelou-se completamente ineficaz.

Teria sido mais enriquecedor para os alunos, se em todas as disciplinas tivessem explorado o

conceito de “Beleza”. Vejo agora que, nas minhas aulas eu poderia, também, ter proposto

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trabalhos de grupo em que os alunos explorassem esses diversos pontos de vista. Na altura, não

me pareceu muito adequado.

6 - Como avalia a Coordenação do Projeto (Câmara Municipal e Agrupamento)?

Correu tudo muito bem, a diversos níveis:

- aposta da CML na Educação;

- divulgação do projeto;

- comunicação pessoal e por e-mail ao longo do ano, de forma regular (todas as questões

que coloquei foram esclarecidas atempadamente);

- disponibilidade da socióloga Mafalda Teixeira para visitar a turma 7º A duas vezes: no 2º

período, para esclarecer dúvidas e motivar a participação dos alunos, e, no final do ano

letivo, como resposta ao convite para um piquenique na Escola, organizado pelos alunos

(esta presença foi muito, muito importante);

- reuniões de trabalho suficientes e práticas;

- diálogo sempre aberto ao longo de todo o processo;

- os recursos e orientações fornecidas foram muito úteis, essenciais para o arranque do

projeto, em aula;

- foi dada liberdade aos professores para explorarem o conceito e os recursos sugeridos;

- houve uma grande preocupação na escolha dos artistas e na escolha de um horário

adequado a cada turma e a cada professor(a);

- a preocupação em disponibilizar um espaço adequado ao trabalho performativo foi

fundamental para a motivação dos alunos;

- um grande empenho (mais que evidente) e apoio ao longo de todo o processo e,

especialmente, na fase final.

7 - Recomendaria este projeto a outra pessoa? Em linhas gerais, o que lhe diria?

(O meu “eu egoísta” a falar: Eu gostei tanto do projeto e queria tanto continuar com a minha

turma, para o ano, que me dava vontade de guardar segredo e não dizer a ninguém, para não

haver mais professores a quererem participar para o ano e termos, novamente, “entrada

garantida”, no caso de haver restrições quanto ao número de turmas a participar…)

Na verdade, o que tenho dito aos outros colegas e amigos é que este projeto superou todas as

expectativas: abriu horizontes para os professores, para os alunos, para os pais e até para a

comunidade local.

Os professores tiveram a oportunidade de:

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- receber recursos e orientações para trabalhar um determinado tema com os seus alunos,

de forma criativa;

- frequentar uma ação de formação que se tornou, também, uma mais-valia profissional e

pessoal;

- fazer parte de um grupo interessante e interessado na educação artística, em partilhar as

suas práticas e em refletir sobre o trabalho feito na Escola;

- articular o currículo da disciplina com a formação recebida pelos alunos;

- ver como os diversos temas foram tratados, consoante a área escolhida e o percurso

traçado pelos professores e artistas envolvidos, tendo em conta o perfil da turma.

Os alunos tiveram a oportunidade de frequentar um curso de expressão dramática

(gratuitamente) e foram evidentes os reflexos no seu desenvolvimento pessoal, social e escolar.

O facto de os pais poderem apreciar o produto final completou o processo de criação artística,

dando aos alunos a ideia de missão cumprida e de haver uma outra porta aberta para o seu

futuro.

O balanço foi francamente positivo. Valeu a pena o investimento feito por todas as pessoas

envolvidas, sobretudo em prol da educação dos alunos, que viveram momentos muito felizes e

mágicos, em todas as fases do projeto (muitos deles indescritíveis, pela intensidade emocional).

Professores: Dina e Alcides Cardoso

Área Artística: Ilustração

Tema: Beleza

5º C da E.B.2.3. Dr. João das Regras

Artista: Selma Martins

1- O que o/a motivou a participar no Projeto “Cada Palavra…Uma arte”?

A parceria, no contexto das artes, entre os organismos intervenientes, bem como, a possibilidade

de proporcionar aos alunos uma experiência enriquecedora.

2- Considera que a faixa etária foi a mais adequada para trabalhar a área artística?

Sim.

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3- Qual o papel do artista quando desenvolve trabalhos em contexto escolar? Fale um

pouco sobre o papel da parceria pedagógica e artística.

O papel do artista é mostrar, no terreno, que é possível e passar aos alunos um leque de

saberes com base na sua experiência.

A parceria pedagógica e artística é sem duvida uma mais-valia para os alunos, na medida em

que permite abrir horizontes e alargar as fronteiras do conhecimento.

4- Na situação de crise atual, onde a área cultural e artística é das mais afetadas, qual o

contributo que este tipo de projeto (pedagógico-artístico) pode dar às crianças e jovens

que o integraram?

No contexto atual em que as artes são cada vez mais deixadas para segundo plano e sabendo

nós a sua verdadeira importância para o desenvolvimento integral do indivíduo, este tipo de

projetos assume particular importância. Sem a arte, o mundo ficaria bem mais cinzento e o

interior de cada um de nós mais pobre. Arte é criação, é imaginação, é sentir... proporcionar às

crianças estas experiências é contribuir para formar jovens mais inventivos, mais criativos e

sensíveis a valores estéticos diversos.

5- O que alterava no projeto? Justifique.

A duração e calendarização dos Workshops. Embora tenhamos noção dos custos que acarreta a

vinda do artista, seria desejável que o trabalho fosse desenvolvido com uma maior carga horária.

Também e dadas as dificuldades que surgem na organização dos horários com os alunos, o

workshop seria mais fácil de levar a cabo se fosse iniciado mais cedo.

6 - Como avalia a Coordenação do Projeto (Câmara Municipal e Agrupamento)?

A Coordenação existente para fazer a ponte entre estes dois organismos foi funcional,

atendendo às dificuldades em encontrar horários comuns a todos. Houve sempre muito boa

vontade por parte de todos, no sentido de levar o projeto a bom porto. No entanto, existiram

algumas falhas de comunicação que, no futuro, devemos tentar resolver.

7- Recomendaria este projeto a outra pessoa? Em linhas gerais, o que lhe diria?

Sim. Diríamos que é uma experiência enriquecedora para todos.

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Educadora: Helena Martinho

Área Artística: Cinema de Animação

Tema: Cor

Jardim de Infância do Vimeiro

Artista: Patrícia Bastos

1-O que o/a motivou a participar no Projeto “Cada Palavra…Uma arte”?

Soube da construção do mesmo no final do ano lectivo 2010/11 e fiquei desde logo atenta e

muito interessada. Por duas razões essencialmente: por um lado sempre trabalhei a Arte de uma

forma transversal em todos os Projectos do Jardim e a Educação Estética e Artística parece-me

fundamental num percurso educativo abrangente, coerente e que busca o Sucesso na Escola e

na Vida; por outro lado tinha em mãos, há pouco tempo, uma obra de literatura para a infância

(“O lanche do senhor Verde” de Javier Saez Castan) que ia ao encontro do tema “COR”(além de

ter referências plásticas a Magritte) que se propunha para o sector pré-escolar (no âmbito do

Projecto “Cada palavra uma Arte”), a qual me estava já a dar ideias de animação para o

arranque do ano lectivo 2011/12. Fiquei atenta. Assim que os grupos puderam inscrever-se

apresentei logo um plano de acção que justificasse a escolha do meu Jardim caso houvesse

mais algum grupo interessado no meu Agrupamento.

2-Considera que a faixa etária foi a mais adequada para trabalhar a área artística?

Sim. Inicialmente pensei numa actividade ligada ao Design/Ilustração e rapidamente conclui que

não se adequaria ao perfil e idades do grupo em causa. A mudança para o trabalho de Animação

Digital realizada com base nos trabalhos plásticos e vozes das crianças foi uma via fantástica,

que resultou numa curta metragem (“Rão Camaleão”) realizada com a animadora Patrícia

Bastos. A construção progressiva do trabalho, as reuniões da artista com o grupo, a sua

orientação e pedidos de desenhos, padrões, etc, e as sessões de digitalização de imagens e de

gravação de vozes constituíram uma oportunidade de crescimento e de trabalho colectivo para

um resultado artístico comum, o que foi deveras interessante e catalisador do grupo.

3-Qual o papel do artista quando desenvolve trabalhos em contexto escolar? Fale um

pouco sobre o papel da parceria pedagógica e artística.

Qualquer profissional de educação que seja sensível e estabeleça relações com determinadas

áreas/conteúdos artísticos, consegue, nos seus projectos, integrar as mesmas de forma

transversal na sua prática pedagógica. No entanto, é muito diferente a situação de ter a cultura

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do Artista integrada na sala e na actividade do grupo de forma mais ou menos continuada. É a

possibilidade de dialogar em directo com essa Cultura que torna a vivência mais estruturante e

abrangente. Os sistemas educativos que acreditam no poder educativo da Arte integram artistas,

de diferentes domínios, nas suas equipas pedagógicas, e estes trabalham em directo com as

crianças e na Formação dos docentes, do pessoal não docente e dos pais, o que me parece

uma perspectiva muito interessante.

A Escola tem um papel de construção de Cultura. A integração de um artista na actividade

escolar garante a criação de um produto artístico original que interpele todos os envolvidos e a

comunidade exterior.

4-Na situação de crise atual, onde a área cultural e artística é das mais afetadas, qual o

contributo que este tipo de projeto (pedagógico-artístico) pode dar às crianças e jovens

que o integraram?

As áreas artísticas são a linguagem da divergência. Deveriam ser consideradas absolutamente

fundamentais em qualquer sistema educativo, pois abafar a criatividade só pode conduzir-nos a

um mundo vazio de sentido. A nossa Escola sempre teve um perfil muito tradicional. Fala de

Sucesso mas continua a privilegiar a inteligência lógico-matemática em detrimento das

inteligências motora, dramática, plástica e musical que são os domínios fortes de uma grande

percentagem de crianças e jovens.

Este tipo de projecto defende e promove esses domínios, dando voz a uma parte da população

escolar que vive quase silenciada e esquecida durante o ano lectivo.

Tem ainda um outro papel fundamental: chamar a atenção das famílias para esta realidade e

para o facto de uma carreira artística ser tão digna como outra mais técnica. Alerta-nos também

para uma questão fundamental: em época de crise as Artes são afectadas; a Arte é gratuita no

sentido em que “não serve para nada de vital”. Será? A Arte dá-nos a hipótese de fazer leituras

divergentes, de saltar para o “lado de lá”. A arte é, na realidade, a meu ver, o maior mecanismo

de defesa que temos para sobreviver em tempos de crise.

5-O que alterava no projeto? Justifique.

Considero que o Projecto decorreu de forma dinâmica, coerente e bem conseguida. Por razões

pontuais e pessoais de não ter podido estar presente no dia 2 de Junho, acabei por não ter

acesso aos trabalhos a partir do 2º ciclo. Espero ainda poder fazê-lo, eventualmente noutros

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momentos de apresentação dos mesmos (que penso deveriam acontecer no próximo ano

lectivo) ou através do acesso ao relatório final deste Projecto.

Penso que em futuros projectos, nas reuniões com os vários intervenientes, os mesmos

deveriam projectar imagens (fotos ou vídeo ) das actividades em curso para uma melhor partilha

dos processos e resultados (no presente projecto ficámo-nos pela partilha verbal o que me

parece pobre uma vez que lidamos com áreas artísticas e muito visuais).

6-Como avalia a Coordenação do Projeto (Câmara Municipal e Agrupamento)?

Gostaria antes de mais de felicitar a Câmara Municipal da Lourinhã pela Visão que revela ao

proporcionar/patrocinar projectos deste tipo. Registo com alguma pena e desilusão que os

Projectos Educativos que norteiam a prática escolar dos Agrupamentos em geral, se esquecem

de privilegiar o domínio artístico, quando este é básico para que exista a possibilidade do

Sucesso que todos buscam. Parece até que a Conferência Mundial de Educação Artística da

Unesco, realizada em 2006 em Lisboa, não logrou alcançar grande efeito no nosso Sistema

educativo…

Agradecer também à Mafalda Teixeira pela idealização do percurso, pelo desafio lançado às

escolas e pelo profissionalismo e energia esfuziante com que o dinamizou em todos os

momentos. O seu esforço para manter um grupo vertical (com vários sectores de ensino e de

dois Agrupamentos diferentes) coeso, em diálogo e troca regulares, foram notáveis e chegaram

a bom porto. Não senti como muito presente a Coordenação do Agrupamento, talvez porque a

Coordenação da Câmara era suficientemente catalisadora em termos da logística de

acompanhamento do processo.

7-Recomendaria este projeto a outra pessoa? Em linhas gerais, o que lhe diria?

Não só recomendaria como já o divulguei muito, em artigos editados no Jornal Dinotícias do

Agrupamento de Escolas D.Lourenço Vicente, no sentido de despertar a atenção e a vontade de

aderir a futuros projectos, por parte de outros profissionais de educação.

Argumentaria com a mais valia que é

Para uma Escola/grupo de crianças

- desenvolver projectos de educação artística

- a hipótese de trabalhar directamente com um Artista na produção de um produto original

Para a família e comunidade:

-a hipótese de perceber a Linguagem Artística como uma área fundamental na Educação

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Para os docentes:

-a hipótese de integrarem a cultura artística na sua cultura de escola

-a hipótese de trilharem caminhos diferentes e trocarem experiências com outros profissionais de

educação que também procuram novos rumos na Educação estética e artística.

Educadora: Clara Reganha

Área Artística: Dança

Tema: Cor

J.I da Ribeira de Palheiros

Artistas: Eliana Campos e Gonçalo Lobato

1-O que o/a motivou a participar no Projeto “Cada Palavra…Uma arte”?

Por um lado, o gostar do tema “cor”, por outro, o pensar que poderia ser uma mais valia para o

meu grupo de crianças, possibilitando-lhe experiencias novas, sobretudo numa área que nem

sempre é acessível.

Depois, estes projetos fazem o docente pensar, refletir, pesquisar, partilhar, sendo uma forma de

formação. Pensei que poderia trazer algo de novo para mim, como docente, (e como pessoa),

como de facto se verificou.

Por último, penso que as iniciativas da comunidade, neste caso da autarquia, são tão poucas,

que quando surgem, é importante os docentes darem resposta, de modo a ser um incentivo à

elaboração de outros projetos.

2- Considera que a faixa etária foi a mais adequada para trabalhar a área artística?

Sim, considero. Penso que todas as idades são adequadas, sendo apenas necessário adequar

as propostas. Aliás, começar bem cedo é essencial. Quanto mais cedo se sensibilizar para as

artes, mais cedo a criança está desperta para poder apreciar o que surge à sua volta.

3- Qual o papel do artista quando desenvolve trabalhos em contexto escolar? Fale um

pouco sobre o papel da parceria pedagógica e artística.

O papel do artista é transmitir às crianças a sua arte e o seu gosto por ela.

O docente tem uma formação mais geral, enquanto o artista tem uma formação específica, que

vem enriquecer o projeto. O docente tem diversas funções, entre elas o desenrolar das

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atividades, enquanto o artista está neste projeto para desenvolver e transmitir a sua arte, criando

uma obra final.

4- Na situação de crise atual, onde a área cultural e artística é das mais afetadas, qual o

contributo que este tipo de projeto (pedagógico-artístico) pode dar às crianças e jovens

que o integraram?

Pode, sobretudo, proporcionar o contato e a sensibilizar para as artes, abrindo portas e criando o

gosto por ela. Pode, ainda, complementar o ensino tradicional, tornando a escola mais atrativa e

cativante para os jovens. Pode, quem sabe, despertar vocações e levar os jovens a conhecer-se

melhor.

5- O que alterava no projeto? Justifique.

Alterava o timing da terceira parte, aumentando as horas destinadas aos workshops (o que aliás,

estava inicialmente previsto no projeto), de modo a iniciar mais cedo e proporcionar às crianças

mais tempo com os artistas.

Alterava, também, a data de apresentação e tentava alargar a apresentação a outras crianças e

docentes. Para isso, seria necessário enquadrá-los no projeto, por só assim conseguiriam captar

o sentido das apresentações.

6- Como avalia a Coordenação do Projeto (Câmara Municipal e Agrupamento)?

Considero que o projeto foi muito bem coordenado. O projeto em si estava bem estruturado e a

coordenação esteve sempre presente, sem contudo condicionar os participantes e o desenrolar

das atividades. Senti, sempre, uma grande disponibilidade por parte da coordenação. Sentia,

que se precisasse, “ela” estava lá.

As reuniões realizadas foram as essenciais, sem sobrecarregar os docentes no seu trabalho.

Uma palavra para o cuidado na escolha dos artistas, que tanto como me foi dado aperceber, foi

feita com sucesso.

7- Recomendaria este projeto a outra pessoa? Em linhas gerais, o que lhe diria?

Sim, recomendaria. Dir-lhe-ia que era uma oportunidade para proporcionar algo de novo às

crianças, de enriquecer o ato pedagógico.

Diria que esta participação trouxe “cor” ao decorrer do ano letivo, e que todos, crianças e

adultos, saímos desta experiência mais “ricos” e mais unidos.

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Professora: Maria João Batalha, Rita Alves e Piedade Menezes

Área Artística: Design

Tema: Beleza

5º E da E.B.2.3 Dr. Afonso Rodrigues Pereira

Artista: Selma Martins

1. O que as motivou a participar no Projeto “Cada Palavra…Uma arte”?

Uma das razões prende-se com a especificidade da turma com que participámos. Por ser uma

turma de percurso alternativo era constituída por alunos com grandes dificuldades e com uma

relação difícil com a escola. Pareceu-nos importante aproveitar esta oportunidade de os envolver

num projeto que lhes permitisse sair um pouco do que são as vivências escolares tradicionais,

fazendo uma abordagem interdisciplinar e criando situações que lhe permitiram refletir de forma

participada. O projeto em si é aliciante por basear-se numa intervenção artística, de cariz

pedagógico, em que a Escola/Professores/Alunos, em parceria com um Artista pré-estabelecido,

intervinham de uma forma criativa no mundo circundante e que permitia alargar o conhecimento

artístico dos nossos alunos. O facto das Áreas Curriculares Disciplinares ligadas às artes

estarem em fase de extinção e evidenciar-se um claro desinvestimento e banalização nas Áreas

de Formação Artística e Tecnológica, o projeto em questão foi uma forma de oferecer aos

nossos alunos uma experiência artística alternativa. A simbiose da Ética e da Estética, permitiria

encaminha-los a uma reflexão crítica, admiração, deslumbramento e a múltiplas interpretações

das pessoas e do mundo, assim como, alargar-lhes os horizontes ao nível da Arte e da

experimentação de diferentes abordagens artísticas de forma criativa.

Após conclusão do mesmo, estamos disponíveis futuramente a participar quando solicitadas

neste projeto ou em algum com o mesmo perfil.

2. Considera que a faixa etária foi a mais adequada para trabalhar a área artística?

Quando nos referimos a uma determinada área artística, ou mais concretamente à Arte em geral,

qualquer faixa etária é adequada, desde que seja adaptada a forma de abordagem temática e de

intervenção metodológica. Entretanto, a articulação da parceria do Artista com os Professores é

fulcral para caracterizar e dar a conhecer o perfil da turma e a forma como funciona neste

âmbito. Contudo, independentemente do sucesso evidente da iniciativa, o que seria pertinente

ter em conta em projetos futuros, seria o número de horas pré-estipuladas para a concretização

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do mesmo, que na nossa opinião deveria ser alargado, para permitir uma maior experimentação

por parte dos intervenientes.

3. Qual o papel do artista quando desenvolve trabalhos em contexto escolar? Fale um

pouco sobre o papel da parceria pedagógica e artística.

Como já referimos na questão anterior, é importante existir uma parceria coesa entre o Artista e

os Professores envolvidos, de forma a que a dinâmica do projeto funcione positivamente e seja

bem sucedida, não somente no resultado final apresentado, mas também no método utilizado

para concretização do mesmo. A capacidade de trabalhar em grupo, de ter autoconsciência e de

ouvir, colocando-se sempre que possível, na posição dos outros é fundamental num mundo cada

vez mais ligado por redes em que o trabalho resulta de um conjunto de tarefas desenvolvidas em

equipa. Os Professores devem ser um modelo importante para os seus alunos, sendo esta uma

das estratégias de intervenção utilizadas. Neste caso a observação do trabalho em equipa dos

Professores e do Artista serviu como um modelo a seguir pelos alunos ao longo de todo o

projeto, promovendo o desenvolvimento das relações interpessoais; apoiando a autorrealização,

autoconfiança e autossatisfação; promovendo e incentivando o comportamento assertivo,

promovendo o uso da inteligência emocional, e incentivando os alunos para o trabalho em

conjunto/equipa. O trabalho individual e coletivo, a dinâmica de pequeno e grande grupo, marca

de modo significativo a metodologia deste projeto. Com caráter essencialmente prático,

identificam-se necessidades, desenvolvem-se atividades de aprendizagem experimentais,

partilham-se saberes e experiências e faz-se a reflexão conjunta sobre o trabalho desenvolvido

em contexto pedagógico. Neste âmbito, a turma debruçou-se sobre a palavra Beleza. Ao longo

do ano, através da observação do mundo e de obras de arte e da discussão em grupo, tentaram

clarificar este conceito extremamente ambíguo. Se calhar não chegaram a grandes conclusões,

mas aprenderam que às vezes é melhor ter dúvidas do que certezas e que a beleza não está

nas coisas, mas nos olhos de quem vê. Estas e outras ideias acabaram por se clarificar no

trabalho final da turma que foi feito com a orientação do Artista em parceria com as professoras

das Áreas Curriculares Disciplinares de Língua Portuguesa e de Educação Visual e Tecnológica.

Através de uma série de cartazes estes alunos mostraram-nos que é na diferença que reside o

valor do mundo e que cada um pode contribuir com as suas características para o

enriquecimento de todos.

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4. Na situação de crise atual, onde a área cultural e artística é das mais afetadas, qual o

contributo que este tipo de projeto (pedagógico-artístico) pode dar às crianças e jovens

que o integraram?

O facto da Área Curricular Disciplinar de Educação Visual e Tecnológica estar em fase de

extinção e apercebermo-nos de um claro desinvestimento nas Áreas de Formação Artística e

Tecnológica, assim como o limite máximo proposto de 30 alunos por turma já para o próximo ano

letivo, evidenciam consequências negativas para os alunos, que vão ser inviabilizados de

experiências de aprendizagem que são únicas e decisivas para o conhecimento de materiais,

técnicas, tecnologias, ferramentas e métodos de trabalho. Todas as experiências artísticas são

importantes para os alunos mesmo aquelas que podem parecer insignificante, mas que ganham

grandiosidade quando aplicadas em algo concreto. Atualmente, a crise evidente que o nosso

país atravessa, e os alunos terem acesso a este tipo de projeto de intervenção artística é

extremamente gratificante para eles, assim como para os restantes envolvidos. No nosso caso

concreto, enquanto Professores, o projeto funcionou positivamente, não só o resultado final

apresentado, mas também na metodologia projetual desenvolvida e nas relações humanas

evidenciadas. O interesse, motivação, empenho e cooperação dos todos os envolvidos no

projeto, contribuiu significativamente para o sucesso alcançado não só pela nossa turma, mas

por todos os projetos apresentados.

5. O que alterava no projeto? Justifique.

Perante as fases projetuais de desenvolvimento dinâmico ao resultado final apresentado e o

empenho de todos os envolvidos, este projeto é sobejamente aliciante e deveria seguramente ter

continuidade futura. Contudo, é pena não ser alargado a todas as turmas das Escolas. Todos

deveriam ter a oportunidade de participar. Assim como, o número de horas pré-estipuladas para

a concretização do mesmo, como já referimos anteriormente, também deveria ser alargado, para

permitir uma maior experimentação por parte de todos os intervenientes.

6. Como avalia a Coordenação do Projeto (Câmara Municipal e Agrupamento)?

A Coordenação do Projeto pareceu-nos bem estruturada, planificada e organizada,

demonstrando, sempre que solicitada, disponibilidade para qualquer assunto pendente. O

sucesso do Projeto Cada Palavra… Uma Arte foi evidente, não só pelo empenho demonstrado

pela parceria Artista/Professores/Alunos, mas também pela organização do mesmo.

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7. Recomendaria este projeto a outra pessoa? Em linhas gerais, o que lhe diria?

Perante tudo o que foi referido anteriormente, recomendamos vivamente a todas as Escolas a

participação neste projeto, com a variante, a considerar pela organização, de ser alargado a

todas as turmas. É uma iniciativa de louvar e uma mais valia para todos os envolvidos, e que

permite minimizar as atuais e futuras lacunas na Formação Artística e Tecnológica, cada mais

desvalorizada e banalizada a cada dia que passa. É importante o Professor assumir um papel

em que estimule construtivamente o desejo de aperfeiçoar e fazer melhor. O resultado final deve

corresponder sempre, às capacidades e possibilidades do aluno em passo com a sua evolução.

A experimentação, a exploração, a manipulação e a transformação de diferentes materiais

constitui um alargamento e diversidade de situações e experiências de aprendizagem e

desenvolvimento a ter em conta na sua evolução.

Professora Irina Maia

Área Artística: Graffiti

Tema: Beleza

7ºA da Escola E.B.2,3 Dr. Afonso Rodrigues Pereira

Artista: Gonçalo Mar

1-O que o/a motivou a participar no Projeto “Cada Palavra…Uma arte”?

Foi-me feito o convite por uma assessora da direcção do agrupamento para participar com a

minha direcção de turma. Não tinha conhecimento que o projecto existia e penso que não foi

bem divulgado pela escola, pois a maioria dos directores de turma não tinha conhecimento do

mesmo.

2- Considera que a faixa etária foi a mais adequada para trabalhar a área artística?

Pareceu-me que a faixa etária estava ajustada ao trabalho desenvolvido ao longo do projecto.

3- Qual o papel do artista quando desenvolve trabalhos em contexto escolar? Fale um

pouco sobre o papel da parceria pedagógica e artística.

Trazer para a escola aspectos da vida quotidiana, do trabalho/actividade que se desenvolve,

relacionar o que se aprende na escola com o que se faz no dia-a-dia é muito importante. A

presença de pessoas que possam fazer esta ponte é muito interessante. É importante mostrar

aos alunos que a parte artística é muito importante para o desenvolvimento de uma pessoa.

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Normalmente os artistas são pessoas muito à vontade e que conseguem estabelecer com os

alunos uma empatia logo desde o início. Isso verificou-se com o artista com que trabalhei no dia

do workshop. Pessoa muito acessível, divertido, capaz de cativar a atenção e interesse dos

alunos, bom observador e ouvinte.

4- Na situação de crise atual, onde a área cultural e artística é das mais afetadas, qual o

contributo que este tipo de projeto (pedagógico-artístico) pode dar às crianças e jovens

que o integraram?

Apesar de estarmos numa era de crescente informação, disponibilizada por toda a parte, a

verdade é que muitos dos nossos alunos não tem acesso “ à arte “. A maioria dos encarregados

de educação e família em geral, não está desperta para a importância da cultura, da

necessidade de conhecer outras realidades, outras formas pensar. È por isso muito importante

que a escola consiga fornecer aos alunos ferramentas para que estes sintam a necessidade e a

vontade de querer conhecer outras coisas. Este projecto foi um passo dado para alcançar esses

objectivos. São precisos muitos mais, é claro, mas o importante é começar!

5- O que alterava no projeto? Justifique.

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Começo por referir o já tinha dito em reuniões anteriores do projecto. Os professores

responsáveis pelas turmas que participaram no projecto poderão não ter formação para abordar

alguns temas, sendo por isso necessário apetrechá-lo com mais ferramentas do que aquelas que

foram disponibilizadas. Por exemplo, as fichas técnicas das obras de referência não continham

informação suficiente, o que obrigou a uma pesquisa para conseguir apresentar as mesmas aos

alunos e estar minimamente preparada para responder a algumas questões (então nesta idade

em que os alunos que são bastante curiosos e querem sempre saber tudo).

Sinto que se esteve muito tempo a tratar do conceito e da análise das obras de referência em

detrimento das aprendizagens mais praticas que, é o que motiva os alunos.

O facto de desenvolver o projecto apenas nas horas de formação cívica limitou e muito o

desenrolar do mesmo. Basicamente só falava-mos sobre ele de semana a semana e só durante

45 minutos.

Era importante que os professores e os alunos decidissem mais cedo a arte a trabalhar para

que, com mais tempo se possa encontrar o formador e permitir que o número de horas do

workshop seja maior, de modo a que os alunos se sintam realmente envolvidos no projecto e

não como algo que foi muito passageiro.

A avaliação do projecto por parte dos alunos deve ser realizada mais cedo, de forma a que estes

possam dizer tudo o que sentiram, não esquecendo de nada com o passar do tempo e também

para permitir que exista tempo de reflexão.

Parece-me que a forma como se avalia algo deve ser delineada no início do projecto e não no

fim.

Permitir que todos os alunos envolvidos conheçam o trabalho dos colegas, desde o jardim ao

secundário ( de forma adaptada, é claro). Usar mais do que um dia se necessário.

6- Como avalia a Coordenação do Projeto (Câmara Municipal e Agrupamento)?

Pelo que me deu a entender existia um elemento da Câmara Municipal e outro da escola ( da

qual sou professora) que seriam a cara do projecto e que estariam presentes ao longo do

desenrolar do mesmo. Quanto ao primeiro, mostrou-se disponível para esclarecer dúvidas,

ajudar e demonstrou real envolvimento. Quanto ao segundo, não me apercebi da sua presença a

não ser na primeira reunião e no dia da apresentação dos projectos.

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7- Recomendaria este projeto a outra pessoa? Em linhas gerais, o que lhe diria?

Trata-se naturalmente de um projecto com um objectivo louvável e de extrema importância. Diria

que a experiência pela qual os alunos passam e os resultados que se obtêm valem mais do que

meras palavras. Só experimentando!

Professora: Zami Costa

Área Artística: Dança

Tema: Saudade

E.B.1 da Marquiteira

Artista: Marta Lobato

1-O que o/a motivou a participar no Projeto “Cada Palavra…Uma Arte”?

Tive conhecimento do projeto “Cada Palavra…uma Arte” numa das primeiras reuniões de

setembro de 2011. Foi referido que, no 1º Ciclo, participaria uma turma do 1º ano de cada um

dos Agrupamentos e, como sabia que teria um 1º ano, manifestei a minha vontade de

experimentar um projeto desta natureza pois, embora não tenha quase nenhuns conhecimentos

sobre a Educação Artística, penso que esta será importante no despoletar de interesses e no

controlar das emoções. Pode ajudar na ampliação do conhecimento do mundo e promover o

pensamento divergente nas crianças.

2-Considera que a faixa etária foi a mais adequada para trabalhar a área artística?

Penso que foi ótima porque, quanto mais cedo começarem, melhor desenvolverão a

sensibilidade, a inovação, a criatividade e o sentido estético e poderão perceber o que sentem,

do que mais gostam, etc.

3-Qual o papel do artista quando desenvolve trabalhos em contexto escolar? Fale um

pouco sobre o papel da parceria pedagógica e artística.

Penso que é muito importante e esses trabalhos permitem que se envolvam matérias de

diferentes disciplinas permitindo que estas não sejam estanques. Além disso, permitem o

trabalho em grupo e o envolvimento de todos, o desenvolvimento da criatividade pois as ideias

uns dos outros vão enriquecendo cada um dos seus elementos e o trabalho ou trabalhos finais.

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4-Na situação de crise atual, onde a área cultural e artística é das mais afetadas, qual o

contributo que este tipo de projeto (pedagógico-artístico) pode dar às crianças e jovens

que o integraram?

Este tipo de projeto permite dar às crianças ferramentas simples para trabalhar ideias e

conceitos e o desenvolvimento da criatividade. Poderá despertar interesses diversos e até

revelar-se importante no interesse por uma área artística. Permitirá enriquecer a experiência e o

conhecimento do mundo numa perspetiva de educação para a cidadania e desenvolver a

Expressão e comunicação através de múltiplas linguagens.

5-O que alterava no projeto? Justifique.

O ideal seria haver mais tempo para trabalhar com os artistas. Além disso alteraria a data de

apresentação dos trabalhos finais de modo a não coincidirem com uma data tão importante

como o Dia Mundial da Criança. Penso que também seria muito importante que as outras turmas

da escola da turma envolvidas pudessem assistir à apresentação do resultado final, pois seria

uma forma de divulgação e de despertar a curiosidade e interesse de outras crianças.

6-Como avalia a Coordenação do Projeto (Câmara Municipal e Agrupamento)?

Quanto à Coordenação do Projeto tenho a referir o espetacular envolvimento, dedicação e

profissionalismo da Coordenadora do projeto. Saliento também o facto de ter sido possível a

formação “ O rumor desta paisagem” que aconteceu em janeiro com o Bruno Humberto e que foi

uma mais-valia para os professores/educadores. Relativamente à Coordenação por parte do

Agrupamento saliento também a disponibilidade da Catarina Alexandre no acompanhamento

dado ao desenvolvimento do projeto.

7-Recomendaria este projeto a outra pessoa? Em linhas gerais, o que lhe diria?

Sim recomendaria, pois este tipo de trabalho é uma mais-valia para as crianças e professores.

Referiria que o grupo de pessoas que participou neste projeto foi importante e que foi muito bom

trabalhar com a bailarina Marta Lobato. A dedicação, simpatia, paciência, criatividade, empenho

e profissionalismo que demonstrou no acompanhamento que fez ao longo do 3º período foram

ótimos. Acrescentaria que as famílias adoraram o espetáculo a que assistiram e que referiram o

agrado dos alunos na participação no mesmo. Além disso diria que este projeto também permitiu

o bom envolvimento e participação dos pais na vida da escola.

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Professora: Cinda

Área Artística: Dança

Tema: Saudade

E.B.1 da Moita dos Ferreiros

Artista: Jéssica Noé

1 – O que o/a motivou a participar no Projeto “Cada Palavra... Uma arte”?

O que me motivou a participar neste projeto, foi desde logo a natureza e o próprio projeto em si.

Pensar que me iria permitir reforçar nos meus alunos o desenvolvimento da expressão artística,

do sentido estético, da criatividade, da comunicação, da capacidade crítica em arte e da

expressão, através de uma prática diferenciada e desafiadora, entre as quais a dança, numa

parceria pedagógico-artística muito enriquecedora, e o teatro, mais concretamente o teatro de

marionetas.

2 – Considera que a faixa etária foi a mais adequada para trabalhar a área artística?

Considero que a dança foi uma área artística adequada à faixa etária dos meus alunos, havendo

a necessidade de se adequar à complexidade da turma (grupo muito heterogéneo com alunos do

1º e 4º anos, com idades compreendidas entre os 6 e os 11anos), à particularidade de cada

criança e ao contexto educativo.

É necessário realçar a oportuna e importante colaboração do Centro de Cultura e Recreio de

Moita dos Ferreiros, dos pais/mães dos alunos e do artista contratado, a Jéssica Noé.

3 - Qual o papel do artista quando desenvolve trabalhos em contexto escolar? Fale um

pouco sobre o papel da parceria pedagógica e artística.

O artista proporcionou aos alunos o acesso a diversas formas de linguagem, estimulando a sua

criatividade e capacidade de questionar, para além de contribuir para o desenvolvimento da

educação estética e artística. Foi de extrema importância para o desenvolvimento da prática

criativa e interpretativa dos alunos. É necessário também realçar a partilha que houve entre o

professor e o artista ao longo de todo o processo e a troca de opiniões sobre as metodologias e

estratégias adotadas.

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4 – Na situação de crise atual, onde a área cultural e artística é das mais afetadas, qual o

contributo que este tipo de projeto (pedagógico-artístico) pode dar às crianças e jovens

que o integraram?

Este projeto foi de máxima importância, pois permitiu aos alunos desenvolverem e adquirirem

conhecimentos fundamentais, de uma forma contextualizada através de uma metodologia lúdica,

temática e criativa. Ajudou os alunos a desenvolverem a sua literacia motora, compreensão,

criação e apreciação das componentes da dança e do teatro, mais propriamente do teatro de

marionetas. Foi-lhes oferecido um espetáculo de marionetas, para além de um workshop onde

puderam criar as suas próprias marionetas e os seus teatrinhos, que depois apresentaram aos

colegas do ensino pré-escolar da escola.

O auge, foi sem dúvida, a apresentação da dança na A. M. A. L., onde expressaram as suas

“habilidades performativas” primeiro para os restantes alunos envolvidos no projeto e depois

para os pais. Foi também de extrema importância terem visto os trabalhos realizados por outros

colegas. Deste modo, foram possibilitadas aos alunos oportunidades para comunicarem,

interpretarem, interagirem, partilharem, observarem e emitirem apreciações mais conscientes.

5 – O que alterava no projeto? Justifique.

Por tudo o que referi nos pontos anteriores, considero que foi um excelente projeto. Atendendo à

especificidade da turma apenas alterava o tempo de cada ensaio com os alunos, diminuindo de

duas horas para uma hora ou no máximo para uma hora e meia. No entanto o tempo total

considero que foi o ideal.

6 – Como avalia o papel da coordenação deste projeto(Câmara Municipal e

Agrupamento)?

A coordenação do projeto foi excelente, desde logo pelo projeto em si e porque foi capaz de

mobilizar e motivar uma série de profissionais e outras pessoas, para além de dinamizar muitas

e variadas atividades, culminando de forma apoteótica com a apresentação de todos os

trabalhos produzidos que, no meu entender, foram de muito boa qualidade.

Um grande agradecimento à Câmara Municipal por esta iniciativa e pelo que ela proporcionou

aos alunos.

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7 – Recomendaria este projeto a outra pessoa? Em linhas gerais, o que lhe diria?

Recomendaria este projeto a outra pessoa porque nos permitiu desenvolver com os alunos um

trabalho muito bom, de uma forma colaborativa e integradora e fomentar a articulação com o

meio, que de outro modo não teria sido possível, porque esse objetivo só se atinge através de

um trabalho em equipa e colaborativo, com pessoas proativas, responsáveis e dinâmicas. Este

projeto foi muito enriquecedor e contribuiu para uma melhoria na qualidade da educação

fornecida aos nossos alunos. O contacto e o trabalho dos alunos com um ou mais artistas foi um

“plus” e um aspeto muito positivo a realçar.

Um aspeto menos positivo a considerar, foi o facto de nem todos os alunos do projeto

visualizarem todos os trabalhos realizados no âmbito do mesmo, sabendo de antemão que é

muito difícil de concretizar em termos logísticos.

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ENTREVISTA A ARTISTAS

Gonçalo Oliveira

Área Artística: Vídeo

Tema: Felicidade

Alunos de Língua Espanhola da Escola Secundária da Lourinhã

Professora: Niki Paterianaki

1-O que o/a motivou a participar no Projeto “Cada Palavra…Uma arte”?

O desafio lançado, que pretendia de uma forma aliciante trabalhar um conceito partindo de uma

reflexão sobre a vida, neste caso sob o mote da Felicidade. O poder (e pretender) fazê-lo com

ferramentas de vídeo que estejam ao alcance de todos, neste caso dos alunos

2- Considera que a faixa etária foi a mais adequada para trabalhar a área artística?

Sim, no que diz respeito à área do vídeo em particular não digo que não se possa trabalhar com

ciclos escolares anteriores mas por certo não teríamos entrado em tanto detalhe técnico nem na

abordagem e processo, que, à escala do grupo, estiveram próximos de uma planificação dita

profissional.

3- Qual o papel do artista quando desenvolve trabalhos em contexto escolar? Fale um

pouco sobre o papel da parceria pedagógica e artística.

Penso que o artista deva dar uma ideia do que existe dentro da sua área de trabalho, do que

pode ser feito, abrir possibilidades, mas sobretudo facilitar o processo o melhor que saiba e

possa, para que a criatividade possa emanar o máximo possível dos próprios alunos, e no meu

caso foi uma agradável surpresa na medida em que claramente vários alunos se destacaram

muito pelas ideias que partilharam e introduziram no processo. E nesse sentido, e havendo um

cuidado ainda maior num contexto escolar, o artista deve abdicar do seu sentido mais autoral

para colocá-lo ao serviço de um grupo, de um colectivo.

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4- Na situação de crise atual, onde a área cultural e artística é das mais afetadas, qual o

contributo que este tipo de projeto (pedagógico-artístico) pode dar às crianças e jovens

que o integraram?

O de perceberem que se podem trabalhar ideias e conceitos com ferramentas bastante simples,

e acessíveis, assim haja vontade e criatividade. Poderão também utilizar esta ferramenta (vídeo)

como forma de reflexão sobre o mundo em que vivem, para melhorarem os vídeos que possam

fazer entre amigos, e também, mas não menos importante numa época que vive de imagens,

como forma de eventualmente enriquecerem os seus trabalhos escolares. Mais subjectivo, mas

não deixando de poder ser considerado na idade em que estão, poderá contribuir para um

despontar de alguma vocação para estas áreas, até mesmo de forma freelancer, pois muitos

ainda não sabem muito bem o que poderão fazer na vida.

5- Como avalia o papel do Município no Projeto?

De forma bastante positiva, não só pela iniciativa como pelo facto de tudo ter decorrido mais ou

menos como previsto e isso nos dias que correm já é muito bom.

P.S Não sendo este o campo para falar disto, mas não encontrando outro mais apropriado para

tal, queria só deixar a nota que não foi fácil a constante adaptação às alterações na escola, ou

porque algum material não funcionava, ou porque afinal alguns alunos não podiam naquele

horário, ou tinham de sair mais cedo, ou tínhamos de afinal ir para outra sala... e tudo isso

condicionou um pouco o processo e o tempo que se perdeu. Por isso, o que alterava era no

sentido de se melhorar a parceria com a própria escola. E aqui deixo uma palavra para a profª

Niki pois apesar das confusões tenho a certeza que tudo fez para que assim não fosse.

6- O que alterava no projeto? Justifique.

Introduziria mais sessões, no meu caso penso que o ideal teria sido umas 15 sessões,

possibilitando que os alunos tivessem participado um pouco mais no processo de edição p.ex.

7- Recomendaria este projeto a outra pessoa? Em linhas gerais, o que lhe diria?

Sim, que é uma forma inovadora de complementar o percurso escolar dos alunos, pois à medida

que espaços mais abertos, informais e de cidadania, vão desaparecendo do contexto escolar,

por falta de tempo, de verbas, de enquadramento do Ministério da Educação... teremos de

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inventar outras formas de o fazer, pois continuo a acreditar que a escola não poderá ser só uma

encubadora de futuros empregados, mas sim geradora de cidadãos, e para isso estes espaços

são fundamentais.

Gonçalo Mar

Área Artística: Graffiti

Tema: Beleza

7ºA da Escola E.B.2,3 Dr. Afonso Rodrigues Pereira

Professor: Irina Maia

1- O que o/a motivou a participar no Projeto “Cada Palavra…Uma arte”?

Basicamente porque gosto de trabalhar com crianças no seu estado mais "esponja" possível.

Porque sei que à partida a motivação deles, no que diz respeito á minha área, é gigante e é uma

experiencia única. Passar um tipo de conhecimento único e mostrar uma perspectiva diferente

no uso de latas de spray, e no movimento de Arte de Rua. É neste momento o que me motiva

em projectos desta natureza.

2- Considera que a faixa etária foi a mais adequada para trabalhar a área artística?

Sim, considero que as idades que foram trabalhadas são as mais adequadas. Exactamente

porque para o manuseamento do material é necessário uma certa autonomia que nesta faixa

etária já é mais fácil de assimilar.

3- Qual o papel do artista quando desenvolve trabalhos em contexto escolar? Fale um

pouco sobre o papel da parceria pedagógica e artística.

O papel do artista no meu entender, é fundamental para um tipo de ensino numa plataforma

paralela, isto é, o artista não pode ser visto como um professor que vai ensinar uma matéria ou

que vai pedir uma composição depois da acção, o nosso papel existe, aqui, quase como uma

necessidade alternativa que está a ser pedida pelos alunos. Portanto, a motivação vem deles,

nós temos é que responder a esse pedido de uma forma inteligente para que a sua procura seja

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tão gratificante como o resultado final e terem consciência que descobriram ,por eles, as

dificuldades e glórias de um processo que eles próprios quiseram experimentar.

4- Na situação de crise atual, onde a área cultural e artística é das mais afetadas, qual o

contributo que este tipo de projeto (pedagógico-artístico) pode dar às crianças e jovens

que o integraram?

O mais importante é mostrar lhes que existem saídas profissionais alternativas e credíveis para

optarem como um trabalho normal, esta crise serve exactamente para procurar alternativas na

integração no mercado.

5- Como avalia o papel do Município no Projeto?

É muito importante o papel do Município no Projecto criando uma ponte, unindo estas duas

plataformas (Pedagógicas - Artísticas) dando uma credibilidade diferente a este tipo de

iniciativas, fazendo-as acontecer com mais celeridade.

6- O que alterava no projeto? Justifique.

Sinceramente não alterava nada, correu mais perfeito do que podia pedir.

7- Recomendaria este projeto a outra pessoa? Em linhas gerais, o que lhe diria?

Sim, sem dúvida que sim, recomendaria a outras pessoas, daria referencias muito boas do grupo

de pessoas que me acompanhou do principio ao fim do projecto, e que recebi eu próprio os

melhores elogios vindo de encarregados de educação, dizendo que os seus filhos tiveram o

melhor dia das vidas deles, isso mostra sem duvida o impacto que conseguimos produzir nos

miúdos com iniciativas destas.

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Patrícia Bastos

Área Artística: Cinema de Animação

Tema: Cor

Jardim de Infância do Vimeiro

Educadora: Helena Martinho

1- O que o/a motivou a participar no Projeto “Cada Palavra…Uma arte”?

Por convite da educadora Helena Martinho, do JI do Vimeiro. Tenho vindo a desenvolver

exactamente o mesmo tipo de trabalho de animação com turmas de crianças, e a Helena achou

que se enquadrava perfeitamente no desafio.

2- Considera que a faixa etária foi a mais adequado para trabalhar a área artística?

Neste género de trabalho, cada faixa etária (desde que orientada e acompanhada por adultos)

traz diferentes contributos, por isso foi tão adequada quanto outra qualquer. JI de infância,

dependendo da educadora, investem mais no grafismo, EB revelam-se melhores nos textos e

vozes. Ainda não tenho experiência com anos mais avançados, mas devem-se obter resultados

igualmente interessantes.

3- Qual o papel do artista quando desenvolve trabalhos em contexto escolar? Fale um pouco

sobre o papel da parceria pedagógica e artística.

Neste caso concreto de produção de uma animação a partir de uma história, desenhos e vozes,

de uma sala, o meu papel tem uma forte componente de gestão de projecto, com etapas e

objectos muito bem definidos.

Neste tipo de trabalho, para extrair o máximo possível do grupo envolvido é preciso conhece-los

um pouco: o seu trabalho gráfico, quais as técnicas que mais apreciam e que simultaneamente

valorizam a história; as suas apetências, tais como expressividade das vozes, música, pintura,

criatividade na escrita, poesia... ; dar margem para as suas ideias e por outro lado conseguir

excluir as partes supérfluas.

A minha tarefa é a de desenhar o projecto de animação (que tem tarefas e exigências bem

definidas) de forma a incluir e valorizar o que o grupo quiser contar. Primeiro com uma história

em que me afasto para não influenciar nada, depois um guião em que colaboramos na

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visualização das cenas e personagens. O grupo fica então com uma lista de todos os objectos

que vai ser preciso desenhar, em que eu novamente me afasto. Na parte de digitalização os

mais novos são convidados a colaborar, porque é uma tarefa muito simples e dá um contacto

espectacular com a tecnologia. Mais tarde vem a gravação das vozes, tarefa em que são

fundamentais ensaios, casting, valorização da personalidade dos envolvidos. A animação fica

depois por minha conta.

Dependendo da abertura do educador/professor este processo de construção de cenas e

definição de desenhos não é estático. No caso do Vimeiro eu e a Helena mantivemos uma linha

aberta de comunicação em que foram pedidos mais e mais personagens, plantas e padrões, até

se alcançar o tom pretendido, que só se foi revelando a meio do processo. Por outro lado os

pequenos autores recebiam retorno de imagens de cenas, que apreciavam e discutiam em

grupo.

Num grupo mais velho poder-se-ia moldar um guião em que os alunos pudessem participar em

partes das tarefas de animação. Teriam de ser cenas pequenas, curtas e coerentes no contexto,

tanto porque o esforço de aprendizagem e horas trabalho é desadequado a estas faixas etárias,

quanto o resultado final poderia perder vivacidade. Note-se que esta distribuição de tarefas tem

como objectivo o aumento de participação e envolvência dos intervenientes e não o de facilitar o

trabalho.

4 - Na situação de crise atual, onde a área cultural e artística é das mais afetadas, qual o

contributo que este tipo de projeto (pedagógico-artístico) pode dar às crianças e jovens

que o integraram?

Mesmo estando em crise, as crianças continuam a ser bombardeadas por todo o tipo estímulos,

em especial fora do tempo escolar: televisão multicanal, internet, consolas, telemóveis. O mundo

actual pós-escolar de uma criança pauta-se por entretenimento constante, assumindo esta um

papel de espectador ou utilizador passivo a maior parte das vezes solitário e individualista.

Urge mostrar às crianças, que as coisas não aparecem feitas, o prazer de trabalhar e ver

resultados, e, já agora, dotá-las de espirito critico relativamente aos media que tanto consomem,

recorrendo ao conhecimento de como se produzem conteúdos.

Ao invocarmos a crise para nos demitirmos de proporcionar às crianças projectos em que elas

sejam obrigadas a reflectir, criar, empenharem-se e colaborar em equipa, corremos seriamente o

risco de estar a empenhar o seu futuro.

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5-Como avalia o papel do Município no Projeto?

Aglutinador, catalizador e financiador.Exactamente nos tempos actuais de crise, temos de confiar

em instituições como Municípios e outros, para não perderem a perspectiva do valor da cultura e

da identidade, na educação e bem estar dos mais jovens.

6 -O que alterava no projeto? Justifique.

Gostava que houvesse espaço para fazer uma animação ainda com mais recursos: uma turma

de 2º ciclo com a colaboração de professoras de EVT , Português e outra disciplina; a

colaboração de um designer.

A minha ideia seria, envolvendo o tema/palavra proposto, levar os alunos a estudar e trabalhar

um assunto dos seus programas, expondo-o através de uma animação.

7-Recomendaria este projeto a outra pessoa? Em linhas gerais, o que lhe diria?

Sim, que o potencial e os resultados obtidos, através do facto de se juntar as competências de

um profissional das artes com as de um professor, pode levar um grupo de alunos a concretizar

coisas fantásticas.

Marta Lobato

Área Artística: Dança

Tema: Saudade

E.B.1 da Marquiteira

Professora: Zami

1- O que o/a motivou a participar no Projeto “Cada Palavra…Uma arte”?

Porque acredito que o desenvolvimento da criatividade, intensifica a linguagem verbal e não

verbal, motivando o público alvo para uma melhor compreensão da arte.

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2- Considera que a faixa etária foi a mais adequado para trabalhar a área artística?

Considero que todas as faixas etárias são importantes para desenvolver a actividade criadora,

claro que o produto final também é diferente consoante as idades das crianças/adolescentes.

3- Qual o papel do artista quando desenvolve trabalhos em contexto escolar? Fale um

pouco sobre o papel da parceria pedagógica e artística.

É um desafio diferente mas compensador porque vê o empenho e a alegria das crianças ao

sentirem que conseguem realizar movimentos de dança, através de uma criação de um

tema/cenário, exprimindo sensações corporais, sentimentos, bem como a evolução adquirida

durante o tempo de ensaio

A parceria foi muito importante para o trabalho se concretizar.

4 - Na situação de crise atual, onde a área cultural e artística é das mais afetadas, qual o

contributo que este tipo de projeto (pedagógico-artístico) pode dar às crianças e jovens

que o integraram?

Pode dar muitíssimo, leva-os a repensar nos erros e preconceitos existentes, fá-los ultrapassar

os condicionamentos , ver a realidade de uma outra forma.

Resolver os problemas de várias prespectivas, etc

Alimentar-lhes o ego demonstrando que são capazes de ultrapassar as dificuldades.

5 - Como avalia o papel do Município no Projeto?

É de louvar e sinal de inteligência dar prioridade à cultura, não esquecermos a nossa identidade,

as nossas raízes, o povo que somos e até onde podemos ir.

6 - O que alterava no projeto? Justifique.

Talvez mais tempo para se organizar o projecto, para ter maior qualidade.

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7- Recomendaria este projeto a outra pessoa? Em linhas gerais, o que lhe diria?

Vai e experimenta, nunca pensei que em tão pouco tempo e com crianças destas idades se

fizesse tanto e com tanto empenho.

P.S.- Obrigada pela iniciativa, vão colher frutos com estas participações, pois estas

crianças/adolescentes já iniciaram um processo de sensibilização para as artes.

Samuel Alves

Área Artística: Teatro

Tema: Beleza

7º A - E.B.2.3 Dr. Afonso Rodrigues Pereira

Professora: Ana Sarzedas

1-O que o/a motivou a participar no Projeto “Cada Palavra…Uma arte”?

O que me motivou neste projecto foi o facto da participação dos intervenientes ser feita de livre

escolha, e sendo facultativa esta adesão, ganhamos a possibilidade de trabalhar com os jovens

num contexto diferenciado do dia-a-dia escolar. E se as artes procuram valorizar o extra-

quotidiano e o invulgar, esta tornou-se uma condição que ajudaria a tornar este projecto distinto

de outras abordagens de carácter artístico habitualmente desenvolvidas em contexto de

escola/sala-de-aula.

2- Considera que a faixa etária foi a mais adequada para trabalhar a área artística?

Eu trabalhei com jovens com idades que rondavam os 13 anos (7º ano de escolaridade) e a arte

escolhida por eles foi o teatro. Porque nunca tinha trabalhado com jovens desta faixa etária, e

sendo eles 28 alunos, receei o descontrole geral do grupo devido ao excesso de vontades e

opiniões mas, na verdade, estes jovens encontram-se, numa idade de passagem da infância

para a adolescência: tem corpos novos e maiores, têm voz para se fazerem ouvir e estão à

procura de temas que possam discutir e defender em alta voz e têm uma grande atracção por

novos graus de responsabilidade (o que fez com que um projecto desta dimensão se tornasse

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ainda mais aliciante, pois eles teriam que o levar a cabo, e isso só dependeria do seu esforço e

empenho como grupo). E, acima de tudo, são crianças que vão deixando de o ser para

começarem a crescer, e pareceu-me adequado a escolha de uma arte performativa que os faça

reconhecer que eles também são um corpo, que este corpo tem uma série de possibilidades e se

pode expressar de diversas formas, contrariando, assim, a nossa tendência generalizada, de

esquecer o corpo durante estas fases de transição e apostar exclusivamente no intelecto, na

procura e defesa do conhecimento teórico, e na aferição de conhecimentos por via dos

conteúdos. Através do teatro eles podem afirmar-se dos pés à cabeça, sonora ou

silenciosamente, têm que se apresentar como um todo (independentemente do nível a que cada

um possa chegar artisticamente) “fingindo” que somos um todo coerente que quer comunicar

com o mundo, quando muitas vezes somos um saco de cacos que nem nós próprios sabemos

como montar!

3- Qual o papel do artista quando desenvolve trabalhos em contexto escolar? Fale um

pouco sobre o papel da parceria pedagógica e artística.

Sendo eu o artista neste caso, considero o meu papel como uma terceira via, que tem

necessariamente que exigir empenho e responsabilidade por parte dos jovens, mas operando

sobre dimensões que muitas vezes são relegadas para segundo plano no contexto escolar. São

estas a procura de uma (ou várias) vida interior baseada em emoções que muitos de nós já

experimentámos, mas que, desta forma, são exploradas e trazidas para a cena como material de

trabalho. O objectivo final deste processo é o de lhes devolver um espaço de liberdade, pessoal

e de grupo, onde, depois de todo o trabalho volvido, eles se possam expressar e interagir

fazendo uso das suas própria raivas, alegrias, surpresas, amores, mas enquadrando-os numa

forma artística que lhes garanta a protecção e confiança suficientes para arriscarem e se

superarem, partilhando com os outros facetas da sua pessoa que, por norma, não costumam ser

tão manifestas na rotina do dia-a-dia.

Neste caso a parceria pedagógica e artística revelou-se muito útil, dado que a professora Ana

Sarzedas, integrou o projecto de forma constante e pró-activa, permitindo um trabalho de

parceria real entre artista e professor. Ela possuía conhecimento prévio daquele grupo e de cada

um em particular, eu trazia propostas práticas para desenvolver com todos. Ela ajudou-me na

divisão das propostas pelos vários elementos do grupo, agilizou a minha integração no mesmo, e

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garantiu um contacto mais continuado com o grupo, sendo que ela os acompanhou durante

todas as semanas do projecto, ao invés do meu acompanhamento directo, que só acontecia uma

vez por semana.

Creio que o próprio professor também beneficia deste encontro, acima de tudo, porque pode

observar a sua turma num mini-processo artístico onde são desenvolvidas ferramentas que ele

próprio poderá vir a utilizar na sua relação com os alunos no futuro.

4 - Na situação de crise atual, onde a área cultural e artística é das mais afetadas, qual o

contributo que este tipo de projeto (pedagógico-artístico) pode dar às crianças e jovens

que o integraram?

Este projecto contribui, principalmente, para o não embrutecimento dos jovens, contribuindo para

a sua emancipação como seres autónomos e, acima de tudo, para a construção pessoal de cada

um como seres humanos sensíveis. Sensíveis a si próprios, aos outros e a tudo o que os rodeia.

Se através desta acção eles revelarem interesse pela área artística sob a qual trabalharam,

então abrimos portas que antes já lá estavam mas que nenhum “porteiro” tinha tido o vagar de a

sinalizar. Se, no final de contas, alguns deles reconhecerem que estas novas portas trazem a

possibilidade de aceder a outros mundos novos e por explorar, então sairemos realizados e com

o sentimento de missão cumprida.

É meu interesse que, neste projecto, os jovens reconheçam que estas portas, que as várias

manifestações artísticas nos podem abrir, passem a ser possíveis de utilizar e, de preferência,

que eles as usem sempre e cada vez mais. O lugar da arte na vida de uma pessoa pode ser

inútil, mas depois de o experimentar-mos, será muito difícil abdicar dele, porque ele tem a

possibilidade nos reflectir devolvendo-nos outras imagens nossas, que nos completam,

compõem e desassossegam.

5- Como avalia o papel do Município no Projeto?

O Município assumiu aqui toda a responsabilidade por este projecto, principalmente pela

capacidade manifesta de o pensar e apresentar aos potenciais interessados (comunidade

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escolar e artística). A adequação e necessidade do “Cada palavra… Uma arte” foi imediatamente

revelada pela rápida adesão destas comunidades ao projecto e pela surpreendente entrega e

empenho de ambas.

Depois de os projectos serem abraçado por todos, o Município teve a capacidade de garantir o

desenvolvimento dos mesmos de forma muito cúmplice (a Mafalda Teixeira, como eixo entre a

câmara municipal e os participantes do projecto, trouxe uma dimensão humana e próxima a esta

relação), mas assegurando sempre o espaço e distância necessárias que possibilitaram a

autonomia e liberdade criativa do trabalho desenvolvido por cada grupo integrante.

6- O que alterava no projeto? Justifique.

O tempo disponível. Pelo menos, no projecto que eu integrei, a questão da falta de tempo foi

sentida. Não que tenha sido um impedimento para a chegada a uma meta (a felicidade de

trabalhar artisticamente é essa mesmo: poder olhar para o que temos e decidir, em conjunto,

como fazê-lo – partindo sempre das nossas circunstâncias, do nosso mundo, do que está ao

nosso alcance). Assim, o resultado ficou comprometido com aquilo que somos e temos aqui e

agora, e esta é uma crítica positiva! Mas tendo em conta o tempo que tivemos para o fazer, não

resistimos a tentar adivinhar que outros resultados poderíamos encontrar caso tivéssemos o

dobro do tempo disponível.

7- Recomendaria este projeto a outra pessoa? Em linhas gerais, o que lhe diria?

Sim, claro. Considero um projecto que, tendo em conta os poucos recursos que tem ao seu

dispor, consegue fazer uso do potencial (essencialmente humano) que tem à sua disposição.

Consegue-se, assim, aproximar um grupo considerável de jovens (dos vários níveis de

escolaridade) às diferentes formas de expressão artísticas, permitindo-lhes um contacto efectivo

e real nas mesmas, com o auxílio de artistas que os desafiam, orientam, e ajudam finalmente a

dar uma forma àquele trabalho conjunto.

Através deste projecto, pôde-se criar e discutir pensamentos sobre conceitos e ideias,

desenvolver um exercício sob a forma de uma linguagem artística e revelar a utilidade desta

pesquisa e esforço numa obra final que vem legitimar esta entrega de todos e cada um.

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Para além disto, a ideia de comunidade é mais fortalecida quando, depois de um trabalho de

cerca de dois meses em “laboratório isolado”, nos apercebemos que existem outros

“laboratórios” nossos vizinhos que passaram por propostas semelhantes às nossas chegando a

resultados necessariamente distintos.

Acredito que, depois desta experiência, estes jovens e respectivos professores, não olharão para

as artes da mesma forma: passarão a ser formas artísticas com as quais eles possuem pontos

de contacto, e este pode ser um cartão de visita para uma observação mais crítica das artes e

dos seus discursos e, em última análise, para um olhar mais rico e inquietante sobre o nosso

mundo.

Eliana Campos

Gonçalo Lobato

Área Artística: Dança

Tema: Cor

J.I da Ribeira de Palheiros

Educadora: Clara Reganha

1- O que o/a motivou a participar no Projeto “Cada Palavra…Uma arte”?

Foi a partilha da nossa arte (dança) com crianças dos 3 aos 5 anos.

2- Considera que a faixa etária foi a mais adequado para trabalhar a área artística?

Depois do desafio com todos os objectivos alcançados, sim. Ao longo do processo fomos

adequando o processo de trabalho às necessidades do grupo (dos 3 aos 5 anos).

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3- Qual o papel do artista quando desenvolve trabalhos em contexto escolar? Fale um

pouco sobre o papel da parceria pedagógica e artística.

O elemento mais importante deste projecto foi estabelecer uma dinâmica de grupo e o valor da

partilha entre todos visto termo-nos deparado com uma grande disparidade de idades. Através

de estímulos criativos, o nosso objectivo foi o de aproximar a individualidade ao grupo dando-lhe

noções de espaço, tempo, ritmo/dinâmica e novas emoções, "deixando sempre a vergonha à

porta da sala ou dentro do caixote do lixo!"

4- Na situação de crise atual, onde a área cultural e artística é das mais afetadas, qual o

contributo que este tipo de projeto (pedagógico-artístico) pode dar às crianças e jovens

que o integraram?

Este projecto deveria acontecer em todo o País. Só cativando e educando a camada mais jovem

para as artes teremos a possibilidade de formação de novos públicos e novos artistas. Quanto

mais cedo forem sensibilizados maior será o seu conhecimento, maiores serão as suas

questões, respostas e dúvidas - essencial na formação de qualquer ser humano.

5-Como avalia o papel do Município no Projeto?

Dentro das possibilidades momentâneas, o projecto funcionou de forma positiva. Contudo, e em

relação ao nosso projecto o espaço de criação/ensaios (a sala de aula), não foi e não é o mais

adequado e as horas de trabalho muito reduzidas. Deveria de existir uma estrutura apropriada

para este tipo de projectos que nos disponibilizamos a aconselhar, a ajudar e a propor de forma

a que os participantes mais novos tenham um espaço saudável e propício ao desenvolvimento

destas actividades.

6- que alterava no projeto? Justifique.

Como referimos no ponto anterior, o espaço de trabalho bem como as horas e condições

técnicas, de forma a oferecer-lhes melhores condições de trabalho, precisamente.

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7- Recomendaria este projeto a outra pessoa? Em linhas gerais, o que lhe diria?

Claro que sim. este é um projecto que envolve arte e o desafio de a transmitir aos mais novos

que a cada proposta que vai sendo feita apresenta sempre resultados interessantes,

espontâneos e, que por vezes, nos surpreendem com as "lições" e respostas que nos dão e

levamos connosco. Não há maior satisfação que vê-los a crescer com novos estímulos, novas

emoções, texturas, movimentos e cores!

Selma Martins

Área Artística: Ilustração/Design

Tema: Beleza

5º C da E.B.2.3. Dr. João das Regras/ 5º E da E.B.2.3 Dr. Afonso Rodrigues Pereira

Professora: Dina e Alcides Cardoso / Maria João Batalha, Rita Alves e Piedade Menezes

1-O que o/a motivou a participar no Projeto “Cada Palavra…Uma arte”?

Eu já faço ateliers artísticos com crianças fora do contexto escolar, tive uma experiência má

durante um ano de aec’s de expressão plástica. Esta foi uma oportunidade de voltar à escola e

trabalhar neste contexto não sendo a professora.

Oportunidade de ter uma experiência diferente da anterior....o que aconteceu, superou as minha

expectativas pela positiva. Criar um projecto artístico com as crianças, sem preocupação

excessiva com regras e gestão de conflitos. Com maior disponibilidade e fluidez.

2- Considera que a faixa etária foi a mais adequado para trabalhar a área artística?

Sim. Dar a conhecer o seu universo, que em princípio será diferente de qualquer outro.

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3- Qual o papel do artista quando desenvolve trabalhos em contexto escolar? Fale um

pouco sobre o papel da parceria pedagógica e artística.

A parceria é essencial para a comunicação entre universos, entreajuda, partilha de

conhecimentos, ponte entre afectos criança/artista...

4 - Na situação de crise atual, onde a área cultural e artística é das mais afetadas, qual o

contributo que este tipo de projeto (pedagógico-artístico) pode dar às crianças e jovens

que o integraram?

Fazer parte de um processo criativo ajudados por criadores, que tem métodos completamente

diferentes dos professores, abre portas interiores e na própria escola, tornando-a mais

imprevisível e estimulante. Imaginar uma escola em que criadores recorrentemente integrassem

diferentes disciplinas e realizassem projectos em diferentes áreas, estimularia a aprendizagem

e tornariam as escolas e os alunos mais criativos, mais coloridos.

5 - Como avalia o papel do Município no Projeto?

Sem o município este projecto não teria sido realizado...

6 - O que alterava no projeto? Justifique.

Mais tempo de trabalho em certas áreas artísticas, as crianças precisam de tempo para integrar

o conhecimento e depois a partir daí criar o seu próprio trabalho de forma mais autónoma.

7- Recomendaria este projeto a outra pessoa? Em linhas gerais, o que lhe diria?

Recomendaria sim, para mim foi uma experiência rica artisticamente e afectivamente e pelo

entusiasmo e empenho das crianças

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Jéssica Noé

Área Artística: Dança

Tema: Saudade

E.B.1 da Moita dos Ferreiros

Professora: Cinda

1- O que o/a motivou a participar no Projeto “Cada Palavra…Uma arte”?

O desafio que me foi proposto, trabalhar com crianças. Fazer coreografias/dança sempre foi algo

que me despertou imenso.

2- Considera que a faixa etária foi a mais adequado para trabalhar a área artística?

Sim, apesar de algumas diferenças de idades que existe no grupo foi algo mais complicado mas

que acabou por resultar.

3- Qual o papel do artista quando desenvolve trabalhos em contexto escolar? Fale um

pouco sobre o papel da parceria pedagógica e artística.

Em primeiro lugar conhecer bem os alunos e compreender cada um de eles, as motivações e os

interesses para que tudo se possa tornar em algo agradável.

4- Na situação de crise atual, onde a área cultural e artística é das mais afetadas, qual o

contributo que este tipo de projeto (pedagógico-artístico) pode dar às crianças e jovens

que o integraram?

Penso que uma criança deva viver uma vida de criança e não deveriam acompanhar esses

problemas. Este tipo de projecto é uma forma de eles “brilharem” a frente dos seus colegas e

pais. As crianças devem assim poder participar neste tipo de projectos, pois é uma forma de

esquecerem todos os problemas que se vivem presentemente e, o mesmo, para os pais.

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5- Como avalia o papel do Município no Projeto?

Bastante positivo, é sempre bom ver que existem pessoas como a Mafalda Teixeira,

empenhadas neste tipo de projectos e fazer com que sejam possíveis de se realizar.

6- O que alterava no projeto? Justifique.

Não mudava muitas coisas, só o facto de haver algumas diferenças de idade no grupo que torna

as coisas um bocado mais difíceis para mim e também para eles.

7- Recomendaria este projeto a outra pessoa? Em linhas gerais, o que lhe diria?

Claro que sim, é um trabalho extremamente gratificante para alguém que gosta de realizar e criar

algo a partir de um tema. Poder trabalhar assim tão livremente e aplicar as suas ideias. É um

sentimento único, de cumprir algo extraordinário.

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ANEXO 1

PROPOSTA PARA ESCOLAS 2011/2011 LOURINHÃ

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INTRODUÇÃO

Esta é uma proposta de projeto, com um cariz pedagógico –

artístico, em que a Escola é o Lugar privilegiado de

Intervenção. Onde a Ética e a Estética se conjugam numa

simbiose que dá mote à reflexão, admiração,

deslumbramento e às múltiplas interpretações das pessoas e

do mundo.

Emerge do pressuposto que vivemos numa época em que o consumismo e o imediato

conduzem a nossa vida quotidiana. Parar para pensar e deslumbrarmo-nos com o que nos

rodeia, é, cada vez menos, uma prática das pessoas nas sociedades atuais.

As crianças e os jovens são os futuros cidadãos ativos, são seres humanos em

desenvolvimento, com sensibilidades e curiosidades, medos e anseios capazes de

incrementarem um pensamento criativo, crítico e autónomo, no que respeita a si próprio, aos

outros e ao mundo que os rodeia.

A sua capacidade de espanto, a noção de que os seus conhecimentos são limitados e a ânsia de

se quererem conhecer e compreender o mundo são aspetos facilitadores.

Esta proposta não implica “adultizar” as crianças e os jovens, antes pelo contrário, mantém-se o

respeito pelo seu livre crescimento, integrando os momentos próprios da infância e da

adolescência, pretendendo-se por isso desenvolver as suas aptidões e habilidades, estimulando

a admiração, a indagação e a reflexão, tornando-os assim pessoas participativas na construção

de um mundo com referências mais claras e consistentes.

Para potenciar este processo existem diferentes meios e recursos, sendo que, a Arte surge aqui

como dimensão distinta, pelo que é, neste pressuposto, que nos propomos implementar o

presente projecto.

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PÚBLICO-ALVO

1 Turma por nível de Ensino e Agrupamento escolar.

CRITÉRIOS DE SELECÇÃO

A seleção de cada turma por Agrupamento e nível de

Ensino ficará ao critério dos Órgãos de Gestão do

Agrupamento Escolar, bem como, dos docentes ou

técnicos de Educação que acompanharão os alunos,

sendo que, a Câmara Municipal da Lourinhã, sugere,

para os 2º, 3º ciclos e secundário, a integração,

preferencialmente, de turmas dos primeiros anos desses ciclos (e.g. 5º, 7º, 10º anos).

METODOLOGIA

1. Será lançado, no início do ano letivo, uma Palavra/Conceito que terá como base

de reflexão e inspiração três obras/produções Artísticas.

2. Assim, para o caso do pré-escolar e 1º ciclo sugere-se trabalhar a “Palavra” e para os

restantes ciclos de ensino o “Conceito”.

3. No decurso do ano letivo, essas mesmas obras/ produções artísticas serão

analisadas, exploradas e interpretadas em diferentes disciplinas ( para o caso do 2º ,

3º ciclos e ensino secundário) tendo sempre como base a palavra /conceito inicial.

4. Aquando do lançamento da palavra/conceito, serão, igualmente, entregues pistas

de exploração ou questões de reflexão, que poderão ser trabalhadas em

paralelo com a análise e interpretação das Obras/Produções artísticas.

Exemplo: Para o leitor desta proposta projeto, lançaríamos as seguintes questões de

reflexão:

Pensamos tudo aquilo que dizemos?

A Arte deve ser agradável?

A Arte liberta-nos?

O conhecimento é uma construção ou uma descoberta?

A Ética pode ser prática?

Os conceitos podem ser bonitos?

As ideias podem impedir-nos de pensar?

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5. As Obras /Produções artísticas de referência entregues a cada turma serão de

diferentes áreas artísticas (e.g. uma imagem de escultura; um texto poético ou uma

música). Após a análise, reflexão e interpretação de cada uma e, no seu devido

tempo, solicita-se à turma a escolha de uma outra área artística, diferente das três

iniciais (e.g. dança, teatro, design) para trabalhar com um expert da área (durante 25

Horas) a fim de apresentarem um produto artístico final sobre a palavra/conceito

lançado no início. Pretende-se trabalhar as obras que foram dadas como referência e

não como modelo para produto final, que se quer original.

6. O timing de apresentação final dos trabalhos será discutido e efetivado com o Órgão

de Gestão do Agrupamento, docentes responsáveis e alunos.

7. A proposta para o 1º Ciclo apresenta um figurino excecional, sendo que existe,

apenas, uma obra de referência, onde se integra o texto e a ilustração. A área de

intervenção artística para a apresentação final será direcionada para a Dança/

Movimento e a sua apresentação final integrará a programação da Festa do

Conto/Feira do Livro, a realizar em Junho de 2012.

8. Das fichas de projeto individuais para cada nível de ensino constam:

1 Palavra/conceito;

2 Pistas de exploração/ questões de reflexão;

3 Obras de referência;

4 As áreas artísticas de sugestão para o trabalho final.

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PRÉ – ESCOLAR

1. PALAVRA / CONCEITO: COR

A Cor é uma perceção visual provocada pela ação de um feixe de fotons (constituído por vários

raios de luz desenhados um ao lado do outro) sobre células especializadas da retina que

transmitem através de informação pré-processada no nervo ótico, impressões para o sistema

nervoso.

A cor é uma das principais características do mundo que nos rodeia. É um elemento expressivo

e simbólico, de fundamental importância na linguagem.

NOTA: Conscientes a complexidade da definição, cabe ao Educador trabalhar a “Palavra” da

forma que considerar mais eficiente tendo em conta as características do grupo.

2.PISTAS PARA EXPLORAÇÃO:

A que cheira o amarelo?

A água do mar é azul?

Qual é a cor da pele?

Qual é o contrário de roxo?

A que sabe o verde?

De que cor é a amizade?

Os sonhos são cor-de-rosa?

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3. OBRAS / PRODUÇÕES ARTÍSTICAS DE REFERÊNCIA

ESPECTÁCULO “AMARELO”

Amarelo-canário, amarelo-gema, amarelo-claro, amarelo-torrado, amarelo-vivo muitos são os

adjetivos atribuídos a esta cor. Mas na realidade, existem muitos amarelos ou só um que se

transforma, qual camaleão? Às vezes, é amargo como os limões, outras doce como o mel. Como

podemos chegar a conhecer esta cor tão versátil e intrigante, que se escapa por entre os dedos

como areia quando tentamos agarrá-la? O que seria do mundo se todos gostássemos só do

amarelo?

Ficha artística

Criação: Catarina Requeijo

Ideia original: Francisco Moreira

Conceção plástica: Maria João Castelo

Desenho de luz: José Álvaro Correia

Interpretação: Catarina Requeijo

Assistência de encenação: Inês Barahona

Apoio à sonoplastia: Sérgio Milhano

Produção executiva: Francisca Rodrigues

Execução de guarda-roupa: Teresa Louro

Uma co-produção Truta, Maria Matos Teatro Municipal, Centro Cultural Vila Flor

Duração: cerca de 35 minutos s/ intervalo

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ESCULTURA MÓBILE de Alexander Calder

Alexander Calder, um artista e escultor americano famoso por inventar o móbile - uma escultura

com elementos suspensos por fios, que oscilam ao vento.

LIVRO ILUSTRADO” COMO SE FAZ O COR-DE-LARANJA”

AUTOR: António Torrado

Editor: Edições Asa

Páginas: 26

4. Áreas artísticas de sugestão para o trabalho final

Design Fotografia Pintura

Dança Vídeo Música

Banda Desenhada Cinema (Ficção; Documental e Animação)…

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1 º CICLO

A proposta para o primeiro ciclo, apresenta alguns contornos que a distinguem das demais,

começando pela palavra que lançamos como desafio inicial.

1. PALAVRA / CONCEITO: SAUDADE

2. PISTAS PARA EXPLORAÇÃO:

É mais fácil definir ou sentir a Saudade?

A Saudade é agradável ou desagradável?

Como se diz Saudade em Inglês? E em Francês? E em espanhol?

3. OBRAS / PRODUÇÕES ARTISTICAS DE REFERÊNCIA

LIVRO ILUSTRADO “SAUDADE – UM CONTO PARA SETE DIAS”

Texto: Claudio Hochman

Ilustração: João Vaz de Carvalho

Editora: Bags of Books

Sinopse

O rei de um país muito distante sabia o significado de todas as palavras.

Um dia um homenzinho chamado Fernando, vindo de um país onde as calçadas têm

desenhos a preto e branco, perguntou ao rei qual era o significado da palavra

Saudade…

Assessores e familiares, até o próprio Fernando, vão ajudar o Rei a encontrar a

resposta...

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ESPECTÁCULO DE TEATRO DE MARIONETAS

A partir do livro Saudade, um conto para sete dias foi criado um pequeno espectáculo na forma

de teatrinho habitado por marionetas. Essas marionetas são figuras planas tiradas das

ilustrações do livro.

Ao serem manipuladas pela actriz, essas figurinhas ganham vida numa expressividade muito

própria.

A música acompanha suavemente a passagem do tempo e as aventuras do Rei mais sábio que

alguma vez existiu sobre a terra…

Ficha Técnica

Texto: Claudio Hochman

Ilustrações: João Vaz de Carvalho

Encenação: Claudio Hochman

Intérprete: Ana Cloe

Coordenação da oficina: Ana Cloe

Duração do espectáculo: 25 minutos.

Lotação do espectáculo: 80 pessoas.

OFICINA

A partir do espectáculo Saudade, um conto para sete dias, foi criada uma oficina que pretende

ser um espaço para pensar, experimentar, sentir, o tema tratado, mas também partilhar o

processo de criação do próprio espectáculo.

Metemos a mão na massa e criamos as figuras do nosso imaginário. Através de recortes e

colagens ou desenhos, vamos construir as nossas marionetas bidimensionais. Depois

começamos a dar-lhes vida e exploramos a expressão.

Encontramos o nosso significado para Saudade.

Duração da oficina: 1h15.

Lotação da oficina: 25 alunos

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4. PRODUÇÃO ARTÍSTICA FINAL

Pretende-se que os alunos, no decorrer do projeto (durante o ano letivo) possam

explorar, admirar, fruir, refletir e interpretar a palavra/conceito SAUDADE.

Em Abril e Maio propõe-se um Workshop/Atelier, contemplando uma carga horária entre

20 a 30 Horas, com um bailarino/performer, tendo como objetivo traduzir em movimento

a palavra/conceito SAUDADE.

A apresentação final realizar-se-á no decorrer da Festa do Conto/Feira do Livro, em

Junho de 2012.

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2º e 3º CICLOS

1. PALAVRA /CONCEITO: BELEZA

O que é agradável de ver e ouvir; o que provoca admiração; qualidade que

suscita um prazer estético.

2. QUESTÕES PARA REFLEXÃO

Amamos porque é bonito, ou é bonito porque amamos?

A Beleza é um objeto ou um olhar?

3. OBRAS / PRODUÇÕES ARTISTICAS DE REFERÊNCIA

LIVRO ILUSTRADO “ORELHAS DE BORBOLETA”

Texto: Luísa Aguiar

Ilustração: André Neves

Editora: Kalandraka

Páginas: 32

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GRAFFITI

Esculpido pelo artista português Alexandre Farto aka (sigla da expressão em inglês also known

as, ou também conhecido como) Vhils.

ESCULTURA

“A pequena Bailarina” do artista plástico

francês Edgar Degas

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4. ÁREAS ARTÍSTICAS DE SUGESTÃO PARA O TRABALHO FINAL

Cinema

Design

Dança

Fotografia

Música

Banda Desenhada

Ilustração

Vídeo

Teatro

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SECUNDÁRIO

1. PALAVRA /CONCEITO: FELICIDADE

Estado de contentamento; oportunidade favorável.

2. QUESTÕES PARA REFLEXÃO:

Devemos procurar a Felicidade, ou perceber que ela já lá está?

Precisamos de um motivo para conhecer a Felicidade?

3. OBRAS/PRODUÇÕES ARTISTICAS DE REFERÊNCIA

CONTO ILUSTRADO “SÓ NESTE PAÍS”

Do Livro “Contos dos Subúrbios” de Shaun Tan

Editora Contraponto

“As árvores de fruto recém -plantadas morriam na terra arenosa do quintal abrasado de sol,

lembrando estelas funerárias sob as cordas descaídas do estendal – um pequeno cemitério de

frustrações. Era-lhes quase impossível encontrar as comidas de que gostavam ou as palavras

certas para dizer o que queriam, mesmo nas coisas mais simples. As crianças quase só falavam

para se queixar.

- Só neste país! – Suspirava muitas vezes a mãe, e ninguém se sentia capaz de discordar.”

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MÚSICA “FELICIDADE”

Composição: Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes

LETRA

Tristeza não tem fim

Felicidade sim

A felicidade é como a gota

De orvalho numa pétala de flor

Brilha tranquila

Depois de leve oscila

E cai como uma lágrima de amor

A felicidade do pobre parece

A grande ilusão do carnaval

A gente trabalha o ano inteiro

Por um momento de sonho

Para fazer a fantasia

De rei ou de pirata ou jardineira

e tudo se acabar na quarta feira

Tristeza não tem fim

Felicidade sim

A felicidade é como a pluma

Que o vento vai levando pelo ar

Voa tão leve

Mas tem a vida breve

Precisa que haja vento sem parar

A minha felicidade está sonhando

Nos olhos da minha namorada

É como esta noite

Passando, passando

Em busca da madrugada

Falem baixo, por favor

Para que ela acorde alegre como o dia

Oferecendo beijos de amor

Tristeza não tem fim

Felicidade sim

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ESCULTURA

“Line of Control” do

escultor indiano Subodh

Gupta

4. ÁREAS ARTÍSTICAS DE SUGESTÃO PARA O TRABALHO FINAL

Pintura Vídeo Ilustração

Fotografia Design Dança

Banda Desenhada Cinema

Teatro Graffiti… …

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ANEXO 2

WORKSHOP “ O rumor desta paisagem”

Workshop multidisciplinar de performance, movimento, escrita e som para lugares e não-

lugares.

O rumor desta paisagem é um workshop onde se exploram diferentes ferramentas de

composição do teatro físico, escrita, som e movimento aplicados na criação de performances

para lugares de diversa identidade.

Os participantes terão a oportunidade de dissecar as diversas camadas que constituem uma

performance, através de uma metodologia de trabalho multidisciplinar. Nesta incluem-se :

-Exercícios para sintonizar e desbloquear o corpo e a voz;

-O estudo do movimento e acção única em relação ao lugar específico, tendo em conta as

variantes de textura, escala e perspetiva;

-A arquitectura e a composição do lugar e as narrativas latentes que nele se encerram;

-A orquestração e mapeamento de percursos sobre paisagem;

-O som e a luz como matéria;

-A relação e mediação do performer com a audiência estática ou em movimento.

Como parte do workshop, os participantes criarão novo material performativo que culminará

numa apresentação final de teatro do lugar específico.

Bruno Humberto

1981 Portugal/Inglaterra

Encenador, performer, músico. Fez mestrado em Performance Making, na Goldsmiths College

em Londres e desde aí tem vindo a colaborar com várias companhias e artistas

internacionalmente, desenvolvendo solos e performances de teatro do lugar específico e

paisagem em túneis, debaixo do rio, estações de comboio, catacumbas, igrejas, florestas. Faz

parte do companhia de dança-teatro Karavan Ensemble, em Brighton, Sul de Inglaterra, com

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quem este ano fez “Anima”, espectáculo distinguido no Brighton Fringe e performances em

Colónia, Alemanha. É membro fundador da companhia de teatro Gazpacho Unlimited e colabora

também com a Mouth to Mouth. Humberto faz parte da banda Orchestra Elastique, coletivo

internacional de improvisação com quem toca regularmente. Neste momento está a apresentar a

performance solo Holding Nothing em vários palcos, a dar workshops e a colaborar com o

escritor galego Xelis de Toro num livro.

www.brunohumberto.com

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ANEXO 3

Orientações Metodológicas

FILOSOFIA PARA CRIANÇAS

O QUE É?

A Filosofia para Crianças foi originalmente desenvolvida por Matthew Lipman nos Estados

Unidos da América no final dos anos sessenta. Ao dar aulas na Universidade de Columbia,

Matthew Lipman apercebeu-se que os seus alunos não tinham adquirido a capacidade de

pensar por si próprios, limitando-se, na maioria das vezes, a reproduzir conhecimentos

previamente adquiridos.

Matthew Lipman, pioneiro em pensar a contribuição da filosofia para a formação integral das

crianças, a sua intuição foi aos poucos se constituindo num novo paradigma de educação:

uma prática reflexiva e investigativa (inquiry) em comunidade.

Lipman baseia-se em J. Dewey e L.Vygotsky que enfatizam a necessidade de aprender a

pensar e não apenas memorizar conteúdos. Incorpora contribuições de diversos psicólogos e

filósofos na estruturação de um projeto de ensino da filosofia. Podemos acrescentar nesta lista

nomes como George H. Mead, C. S. Peirce, Jean Piaget, Justus Buchler, Gilbert Ryle,

Ludwig Wittgenstein, Martin Buber, Kant, entre outros.

Para Lipman há algo em comum entre as crianças e os filósofos: a capacidade de se maravilhar

com o mundo. Os filósofos levam esta capacidade de maravilhamento às últimas

consequências, descobrindo e investigando os problemas da experiência humana. Tais

problemas giram em torno de conceitos centrais, comuns e controversos da nossa

experiência. A atividade do filosofar consiste nesse “amor pelos conceitos” que se traduz na

capacidade de imaginar, gerar, criar e reconstruir conceitos e procurar formas de explicação

mais abrangentes para os problemas da vida. As crianças ficam curiosas com os mesmos

conceitos problemáticos, ou seja, colocam-se questões sobre a verdade, as regras, a justiça, a

realidade, a bondade, a amizade, etc. São aqueles conceitos que necessitam de ser

continuamente examinados, para que, como diz Sócrates na Apologia, a vida seja digna de

ser vivida. As crianças desejam esta vida digna e expressam isso nas suas perguntas

sobre o significado das palavras. Necessitam, portanto, de uma educação filosófica para

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tratar destas questões e, simultaneamente, aprender os processos do raciocínio e do

julgamento.

A Filosofia para Crianças tem por objetivo introduzir de forma intencional e sistemática a

investigação filosófica na formação das crianças desde os primeiros anos da educação formal

e informal. Por informal podemos entender todas aquelas atividades pedagógicas ou

culturais dotadas de intencionalidade como, por exemplo, as atividades culturais para a

infância, as atividades pensadas pelos pais para a educação dos filhos, etc. Podemos

dizer que a principal tarefa do professor ou mediador é a de criar condições para que as

crianças aprendam os conceitos de forma reflexiva e não mecânica, ainda que,

algumas vezes, tenhamos de recorrer a exercícios para bem realizar este trabalho.

O pressuposto aqui é o de que a educação deve realizar a tarefa de auxiliar a criança a

aprender a usar a palavra para significar a experiência. Isto implica afirmar que há uma

dimensão filosófica em toda atividade docente. Fazer filosofia com as crianças é criar esta

prática de pensar, um ambiente onde o questionamento da criança sobre conceitos

comuns, centrais, controversos e problemáticos da experiência infantil possam ser

adequadamente investigados e não simplesmente respondidos com “verdades absolutas”

ditadas pela experiência do adulto. O pressuposto deste paradigma educacional é o de que a

educação deve começar onde está a criança e não onde está o professor. Trata-se, antes

de mais nada, de respeitar a dignidade da criança, um ser com mente e corpo ativos, presentes,

brincantes, pensantes e, portanto, portador e produtor de saberes. Trata-se de garantir

condições para o efetivo exercício do direito à liberdade de pensar, de escolher, de agir e de

se expressar.

De acordo com o que já dissemos, fazer filosofia é uma necessidade humana básica para

poder lidar de maneira inteligente com os desafios e conflitos da vida da criança e não menos

na vida do professor ou de quem ouse abandonar o comodismo dos conceitos prontos

ou a rotina que leva a mesmice. Se estas reflexões estiverem corretas, a força do amor

implícita na palavra filosofia deveria encorajar todos a se envolverem numa luta pela

democratização do acesso à filosofia em todas as idades, em todos os momentos da

educação que se proponha formadora das pessoas, em todos os espaços da vida,

independente de concordar ou não com um caminho para esse objetivo que é Filosofia

para Crianças.

Lipman, pioneiro em abrir caminhos para os educadores pensarem a filosofia na

educação das crianças, propõe uma pedagogia para fazer filosofia que é a Comunidade

de Investigação. Esta pedagogia fundamenta-se no diálogo e na inquirição.

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Quais são os Objetivos?

Pré-escolar

• Interiorizar a metodologia;

• Criar um espaço para perguntas;

• Praticar fazer perguntas e explicá-las;

• Aprender a dar Exemplos;

• Aprender a ouvir as perguntas e comentários dos outros participantes.

1º Ciclo

• Praticar fazer perguntas e explicá-las;

• Aprender a identificar contradições, consequências e coerências das ideias expostas;

• Aprender a saber enunciar o tipo de intervenção que se faz no diálogo (estou a dar um

exemplo, a concordar, etc.);

• Saber concretizar o que se diz através de um exemplo e cultivar a procura de contra-exemplos;

• Aprender a fazer relações entre conceitos;

• Praticar o respeito pela diferença sem indiferença.

Quais são as Vantagens?

• Melhoria da capacidade de raciocínio (nomeadamente matemático);

•Estímulo da apetência da leitura; melhoria da capacidade de leitura; expandir o vocabulário;

• Melhoria da capacidade de escrita;

• Promoção da autoestima;

• Melhoria da capacidade de comunicação;

• Promoção da autonomia;

• Desenvolvimento da capacidade de decisão;

• Descobrir relações entre pensar, falar e fazer/agir;

•Desenvolver a capacidade de discordar, concordar, pensar com outros;

• Descobrir a cooperação e aprender a enriquecer com a diferença.

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Como Funciona?

1. Leitura de uma história filosófica, ou um pequeno episódio de uma história filosófica.;

2. Os participantes colocam perguntas sobre a história;

3.As perguntas são escritas no quadro de modo a serem visíveis para todos;

4.Lêem-se as perguntas e agrupam-se e organizam-se as perguntas, construindo uma ordem

de prioridade;

5. O diálogo conduz à escolha de uma pergunta para refletir em conjunto;

6. A reflexão em grupo começa por pedir à pessoa que colocou a pergunta que explique porque

é que teve aquela pergunta e o que acha que pode fazer com a possível resposta. Os outros

participantes começam a sugerir possíveis respostas para a pergunta;

7. A sessão termina fazendo um resumo do diálogo pensante apontando momentos cruciais da

reflexão.

Conteúdos retirados do site www.brincarapensar.pt e de textos doProfessor Darcísio Muraro |

Istituto de Filosofia e Educação para o Pensar.

Ilustração de Silvia Bonanni

O papel do facilitador é crucial porque é da sua responsabilidade apontar contradições que apareçam na conversa assim como ajudar a aprofundar o

diálogo entre os participantes.

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SUGESTÕES METODOLÓGICAS

TRABALHO DE FILOSOFIA PARA CRIANÇAS e JOVENS

(Em versão português do Brasil, adaptado de materiais da Fundação Sidónio Muralha –

Instituto de Filosofia e Educação para o Pensar – Brasil )

1. O PRESENTE DO AMIGO DESCONHECIDO

Objetivo: Proporcionar uma experiência de diálogo, investigação e descoberta das regras e

atitudes de uma comunidade em sala de aula.

Material: Um bichinho de pelúcia ou similar pequeno que seja apropriado para as crianças

jogarem umas para as outras. Uma caixinha de presente. Colocar o bichinho na caixinha e

fechar preferentemente com uma fita e um laço para evitar que a caixa se abra durante a

atividade.

Um envelope com uma cartinha contendo as dicas a seguir (que podem ser adaptadas

conforme a série). As dicas poderão ser escritas também em pedaços de papel como se fossem

passos a serem seguidos indicando em cada passo qual é a atividade a ser feita:

Siga os passos do caminho para a amizade:

1º Passo: DESCOBRIR O QUE É FAZENDO PERGUNTAS

(comentários para a turma: tente imaginar o que tem dentro da caixa do presente e faça uma

boa pergunta. Ouça a resposta da professora - sim, não ou não sei - para sua pergunta e para

as perguntas dos colegas. Cada vez você poderá chegar mais perto até descobrir.)

2º Passo: DAR UM NOME (depois de descobrir, o desafio será escolher um nome. Quem tem

sugestões poder falar. A professora faz uma lista e depois a turma vota.)

3º Passo: BRINCAR (Alguém tem alguma sugestão de brincadeira que podemos fazer

com ele – comece a usar o nome escolhido pela turma. Sugestão: falar o nome de um colegas e

jogar para ver se ele consegue pegar sem deixar cair no chão; jogar sem repetir os nomes dos

colegas, etc.)

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4º Passo: Falar só com o bichinho na mão (Uma dica muito legal para cada um poder falar e

ser ouvido na sua vez é a de falar somente com o - falar o nome escolhido – na mão. Se alguém

quiser falar pode levantar a mão e esperar a vez até receber o ____ para poder então falar

sua ideia. Lembre que tem mais amigos querendo falar. Procure passar o ____ para um

amigo para ouvir uma nova ideia.)

5º Passo: Pensar e falar sobre amizade. (é o momento para fazer perguntas e buscar

respostas sobre a amizade. Quem tem pergunta? Quem ajuda a responder?)

Comentários para ajudar no desenvolvimento da atividade: Iniciar apresentando o objeto

e pedir que os alunos observem. Ouvir algumas sugestões dos alunos sobre o que pensam que

seja. Em seguida contar que a turma ganhou um presente de um amigo oculto e que ele fará

uma visita surpresa para a turma algum dia ao longo do ano. O presente veio numa

caixinha fechada e apenas a professora sabe o que é, pois este amigo lhe mostrou antes de

colocá-lo na caixinha de presente. As crianças terão que adivinhar. Para isso, cada aluno

terá sua vez de pegar a caixinha – na sequência do círculo – balançar, rolar, etc. Não devera

ser aberta antes de descobrir o que é. Poderá fazer uma pergunta sobre algum aspecto para

descobrir. A professora responderá sim ou não, conforme corresponder ou não; se a

professora tiver dúvidas em responder alguma pergunta poderá dizer apenas “não sei”.

Por exemplo, se o primeiro aluno perguntar: É feito de pedra? A professora responderá que

não (um objeto de pedra não serve para esta atividade).

Alguém poderá perguntar: É feito de pano? Caso a professora tenha dúvida se tem ou não pano,

então responderá: “não sei”; se for de pano, responderá sim.

A brincadeira termina quando os alunos descobrirem três das principais características.

Por exemplo: “É um urso, de pelúcia, bege.

Após descoberto qual é o objeto, a criança o retira da caixa e o mostra para a turma.

Em seguida, passa-o para a professora, que proporá à turma a escolha de um nome para o

presente. As crianças poderão sugerir alguns. A professora poderá limitar um número de nomes

para, digamos, no máximo cinco. Procede-se uma votação ou sorteio sobre os nomes,

dependendo da preferência da turma.

A professora explicará que o amigo desconhecido contou-lhe a função do presente:

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quando alguém quiser falar, deverá levantar a mão e só poderá falar com o presente em

suas mãos. Ele será usado durante as discussões e no tempo restante ficará em sua casinha,

que é a caixinha de presente.

Vale a pena exercitar com as crianças a maneira de jogar o presente uns para os outros durante

as discussões (indicamos que o arremesso seja feito de baixo para cima e não de cima para

baixo). Num primeiro momento, cada um poderá jogar para seu colega chamando-o pelo

nome. Em seguida, poderá ser combinada uma regra: “Vamos ver quantas vezes jogamos sem

deixar cair no chão?” As próprias crianças podem sugerir outras brincadeiras.

Este é um bom momento para iniciar uma discussão sobre amizade. Combinará com a

turma que, quando cada um receber o mascote, falará uma palavra que lembre o que significa

amigo.

Em outro ocasião, poderá introduzir uma música, poesia ou outro texto. Por exemplo:

• Canção da América – Milton Nascimento

• Amigos prá valer – César Rossini, César Augusto, João Plinta – Cd Super Feliz, nº 14.

Estas atividades preparam a turma iniciar a investigação do conceito AMIZADE. Par isso,

sugerimos algumas perguntas que poderão ser colocadas para mediar a discussão:

Plano de discussão sobre o tema AMIZADE

• Podemos ser amigos de alguém muito diferente de nós?

• Quem pode ser nosso amigo? (Perguntar pela diferença entre irmão e amigo, pais e

amigos, etc)

(Pode-se usar exemplos: um irmão? um vizinho? um adulto? um desconhecido? um

personagem de um livro? um bebê? um animal? um boneco? um menino? uma menina?

Etc.)

• Podemos ser amigos de alguém que nunca vimos?

• Podemos ser amigos de alguém que não conhecemos?

• Podemos ser amigos de alguém que mora muito longe? Ou de um amigo que se

mudou p/ longe?

• Podemos ser amigos de alguém que não fala a nossa língua?

• Podemos ser amigos de alguém que só existe na nossa imaginação?

• Podemos ser amigos de alguém e esse alguém não ser nosso amigo?

• Podemos ser amigos de alguém sem que ele saiba?

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• Dois animais podem ser amigos?

• Podemos ser amigos de um ursinho de pelúcia? E ele, pode ser nosso amigo?

• Podemos ser amigos dos nossos pais? E eles podem ser nossos amigos?

• Pode acontecer de uma pessoa não ter nenhum amigo?

• Temos amigos por acaso ou fazemos amigos?

• É possível sermos amigos na sala de aula? Como?

• Um amigo tem que ser bondoso? Ele pode fazer maldade?

• Um amigo tem que ser solidário? Ele pode se indiferente?

• Um amigo tem que ser fiel e leal? Ele pode ser infiel, desleal ou enganar?

• Uma amizade pode ter crises? Pode acabar?

• O que é ser amigo?

Talvez a turma encontre dificuldades nessa discussão inicial. Por isso, se sentirmos que seu

interesse e rendimento diminuem, poderemos propor uma das seguintes atividades:

1. Desenhar um amigo. Os desenhos podem ser expostos na sala de aula, ou colados em um

rolo de papel Kraft, iniciando um dossiê, onde será registada a produção do grupo em cada aula.

2. Escrever uma mensagem para um amigo. Colocar as mensagens dentro da caixinha do

presente. Cada criança retirará uma. Em seguida elas poderão ler a mensagem retirada.

3. Fazer um exercício com palavras relacionadas a amizade.

Palavras sugeridas: confiança, lealdade, simpatia, necessidade, relacionamento, gratuidade,

troca, colegas, companheiro, colaboração, brigas, ódio, inimizade, ajuda, fazer o bem, afinidade,

sentimento, agradável, utilidade, convívio, construir, perigo, bens materiais, desculpar,

agradável, perda, proximidade, distância, traição, saudade, cuidado, atenção, prazer,

alegria, comunicar, reciprocidade, conhecer, ignorar, desejar o bem, interesse próprio,

interesse dos outros, escolha, igualdade, diferença, algo em comum, comunidade,

consideração, mentir, magoar.

Sugerimos ainda que, após algumas experiências de discussões em sala de aula, a

professora diga às crianças que elas poderão levar o presente do amigo desconhecido para

casa.

Nesse caso, terão como tarefa fazer uma discussão com os pais sobre o tema discutido em aula,

ou outro qualquer que desejarem.

A partir desse exercício as crianças poderão construir um texto, música, poemas, etc.

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2. A REDE (1º ao 4º Anos)

Material: um rolo de corda

Desenvolvimento: A professora explica para a turma o desenvolvimento da atividade:

Quando receber o rolo de corda que será jogado por um dos colegas, a criança deverá

se apresentar: dizer seu nome e mencionar alguma coisa que goste. Cada um deverá

prender o corda com o seu pé assim que o receber.

A professora poderá começar: Meu nome é ..........; eu gosto de ............. . Em seguida joga para

alguém do grupo que continuará a dinâmica.

Feitas as apresentações, a professora solicita que cada um pegue a ponta do fio com

cuidado. O resultado é uma grande teia. Em seguida, pergunta para a turma se alguém gostaria

de comentar o que percebeu nesse trabalho. Depois dos comentários, poderá salientar alguma

ideia que considera importante, como por exemplo:

• O que acontece se alguém largar a sua ponta?

• O que acontece se alguém puxar demais sua ponta?

• Podemos comparar o ato de puxar a ponta com o ato de falar demais sem ouvir os

colegas?

• Vocês acham importante a participação de todos?

• É possível aprender, pensar, fazer ou criar em sala de aula sem a contribuição dos

colegas?

• Como faríamos se alguém quisesse entrar no grupo?

• Podemos comparar a rede com o nosso pensamento?

3. FORMAR UM CÍRCULO (Educação Infantil e 1ºAno)

Objetivo: A atividade pretende mostrar às crianças a importância de sentar em círculo

para discutir. A roda é necessária para que possa ocorrer o diálogo com os colegas, para haver

certa ordem para falar, para cada um falar de maneira a ser ouvido melhor. Além disso,

a atividade mostra que é preciso respeitar o direito de falar que as outras pessoas têm.

Material: um novelo de lã ou um rolo de barbante

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Desenvolvimento: Sentados em círculo, passamos o rolo de barbante (ou de lã) e cada

participante, ao pegá-lo, diz: Meu nome é ... e gosto de ... A pessoa passa o rolo para

o seu vizinho e continua a segurar o fio. Quando todos tiverem falado, a professora pede para

esticar o barbante desenrolado até formar um círculo, passando entre os dedos de todos os

participantes.

Em seguida, solicitamos às crianças que falem sobre a importância do círculo. Podemos

perguntar o que acham que aconteceria se, por exemplo, uma das crianças que estivesse

fora dele quisesse falar, ser vista e ouvida pelas outras crianças, ou se alguém puxasse o fio e

não desse espaço para as outras pessoas, etc. As crianças que quiserem responder, devem

levantar o braço e esperar sua vez de falar. Escolhemos uma e lhe jogamos o bichinho. Após

responder, ela escolhe um colega que queira falar e lhe joga o bichinho e assim sucessivamente.

Lembramos a atividade anterior, que enfatiza a importância de cada um falar na sua vez e não

todos ao mesmo tempo. Ela também mostra que não adianta levantar a mão se a pessoa não

tiver realmente algo para dizer. Com o tempo o bichinho pode ser dispensado.

Se alguma das crianças falar muito baixo (a ponto de não ser ouvida pelo grupo) pedimos que

nos devolva o bichinho e o jogamos de volta de modo a que, por falta de força, caia no meio do

círculo. Dizemos, então, que assim como o bichinho não está chegando até ele(a), a voz da

criança também não está alcançado o objetivo (os ouvidos dos colegas) por falta de

força.

Devolvemos o bichinho e pedimos que a criança repita mais alto o que havia dito anteriormente.

Se alguma criança no grupo estiver falando muito, sem obedecer as regras do jogo,

podemos puxar o barbante e pedir que observem o que acontece: as crianças mais próximas a

você provavelmente terão dificuldade para segurar o fio. Isso é o mesmo que acontece quando

só uma criança fica falando o tempo todo, não respeitando o direito das outras.

4. FAZER PERGUNTAS

As crianças fazem muitas perguntas, mas, geralmente, seus questionamentos carecem de

profundidade. A habilidade de perguntar / questionar tem que ser desenvolvida. A

seguinte sugestão contribui para tal desenvolvimento.

Material: Preparar um Ponto de Interrogação (pode ser feito de diversos materiais:

papelão, madeira, ferro, etc; Preparar placas (folhas de sulfite / A4) com os pronomes

interrogativos: quem, o que, quando, onde, por quê, como, para que, qual, quanto e o ponto de

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interrogação (PI) (?). Cada placa pode ser associada a uma figura que sugira uma pergunta com

o respectivo pronome. Por exemplo: o que com a figura de um presente; quando (com a figura

de relógio); quem, com uma figura de uma pessoa; onde, com uma figura de um caminho ou

mapa, etc.

Desenvolvimento:

a) Apresentar o Ponto de Interrogação (PI). Para esse momento da atividade pode-se usar a

estratégia da caixinha surpresa. Depois que as crianças descobrirem que é o ponto de

interrogação podemos brincar com ele:

- pedir para uma criança falar algo ou mesmo algo específico como algo que gosta; em seguida

lhe damos o (PI) e sugerimos que ela fale a mesma coisa usando o (PI); Assim podemos

proceder durante um tempo até as crianças fixarem a utilidade do PI.

- em outro momento propomos que as crianças indiquem uma palavra, por exemplo Escola,

Casa,

Criança, etc. Começamos fazendo perguntas focalizando o tema: Imaginemos que a palavra seja

Escola: Tem aluno na escola? A escola fica longe de casa? Quem vai a escola? ...

b) Apresentar cada placa com a palavra / desenho e pedir que as crianças façam

perguntas. Num primeiro momento as perguntas podem ser sobre a figura e depois

podemos fazer perguntas sobre outras coisas que não estejam diretamente ligadas à figura da

placa.

c) Escolher uma história curta ou um livro só com imagens ou mesmo um poema. Contar /

mostrar para a turma. Depois convidamos as crianças para fazer perguntas sobre a história. Por

exemplo: Por que a tartaruga atravessou a rua?, Onde o urso dormia?, etc. Após cada pergunta

convidamos a turma para tentar responder, promovendo, assim, uma pequena discussão.

Em outra oportunidade, poderemos colocar todos os cartões dentro de um saco opaco ou uma

caixinha, ou mesmo dispostos no chão em torno da história. Depois de contar uma história,

pedimos que um dos alunos tire um cartão do saco ou pegue-o do chão e use a

palavra interrogativa para formular uma pergunta sobre a história contada. Pedimos que alguém

responda à pergunta feita. Ao responder as perguntas devemos observar se os alunos

apresentam razões, exemplos, etc. Algumas vezes, podemos perguntar se os colegas

concordam com as razões apresentadas.

Outra sugestão é trazer um objeto dentro de uma caixa opaca. Os alunos devem descobrir qual

é o objeto através de perguntas, usando as palavras interrogativas. Também poderemos

selecionar as palavras, usando apenas as que consideramos mais importantes para determinado

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texto. Indicamos que essa atividade seja repetida várias vezes até verificar se as

crianças conseguem fazer suas perguntas sem o uso de tal recurso.

5. PENSANDO SOBRE AS REGRAS DA COMUNIDADE

Todos se comprometem a velar por estas regras?

1. Disponha as cadeiras de modo que todos se vejam: Formar o círculo perfeito. “Círculo” é o

símbolo do equilíbrio. No círculo não há dominação. Ninguém deve ter destaques.

2. Diga sempre: Nós (Todos). Nunca diga: Vocês. Envolva-se, profundamente, no grupo. Dirija-

se ao grupo todo, mesmo referindo-se a apenas um. Não se exclua ao falar.

3. Não forme Subgrupos. Não sente junto a seus amigos. Procure sentar-se ao que

você conhece menos. Dê chance aos demais de conhecê-lo. Apresente-se. Entreviste o outro.

4. Mantenha-se atento. Não se alheie do grupo preparando sua INTERVENÇÃO. Espere

tranquilamente, sua vez de falar. Quando a bola vier chute... Ouça. Olhe para quem fala.

5. Não fale baixinho com o companheiro ao lado: é uma agressão ao grupo. Podem pensar que

critica algum membro do grupo. Fale alto, dirigindo-se a todos. O grupo é o seu Feedback.

6. Ao intervir refira-se sempre a alguma afirmação anterior, mesmo que seja para

discordar.

Comprometa-se a encadear a discussão.

Não dê saltos de canguru. Opere em conjunto.

7. Sempre que fizer uma afirmação, conclua o seu pensamento com um PORQUE: se

não souber dizer o PORQUE, sua afirmativa é mera intuição. Não é operação.

Explique-se.

8. Não menospreze contribuições que lhe parecem insignificantes, principalmente, se

emitidas por tímidos. Quem entrou no time deve jogar mesmo sem saber. Receba a bola.

9. Uma discussão é uma OPERAÇÃO MENTAL EM CONJUNTO (cooperação): quando alguém

falar você continua com expressões como: portanto, consequentemente, daí, etc.

(conjunções).

10. Ao utilizar termos como CONCORDO ou DISCORDO focalize os argumentos. As vezes

pode-se discordar sem dizer que está discordando. Todos perceberão sua discordância.

Expressões assim podem criar barreiras intransponíveis. E emocionam.

11. Quando alguém disser algo com que você CONCORDE, faça algum sinal de concordância. A

concordância cria coesão e faz o grupo progredir. A concordância é um elogio.

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12. Como técnica didática, muitas vezes, DISCORDE só para acender a discussão. Proponha a

afirmação contrária (Descartes). DÚVIDA METODÓTICA: Duvidar de tudo. Exigir provas,

argumentos, exemplos...

13. Divida a discussão em dois períodos:

a. no primeiro vale a espontaneidade (tempestade cerebral).

b. no segundo o planeamento e a lógica; bate papo / conversa versus discussão.

14. Experimente se o grupo já tem maturidade para funcionar sem COORDENADOR: só

um BANDO precisa de chefe. Se todos coordenarem, o chefe se tornará inútil: AUTONOMIA.

15. Se a reunião vai mal, proponha uma parada para examinar o que está impedindo a

produtividade do grupo. Não deixe para criticar depois da reunião. Seja LEAL E AUTÊNTICO.

16. Quando alguém fizer uma afirmação sem prova, crive-o de perguntas operatórias por

que?

Quando, onde, para que e etc. As perguntas produzem uma operação mental.

17. Quem não sabe o assunto é, extremamente, útil ao grupo: faz PERGUNTAS. Todo o grupo

deveria ter alguém que não entendesse do tema tratado... Talvez seja ele o criativo.

18. Quando a discussão estiver muito teórica, pergunte se HÁ FATOS que comprovem

as afirmativas. Fatos dão objetividade à discussão. Exija FATOS E MAIS FATOS.

19. Aprenda a ser categórico. Não expresse dúvidas: tenha coragem de fazer afirmativas

sem restrições mesmo correndo o risco de ser refutado. Use ESTATÍSTICAS E PROVAS.

20. O EU ACHO – é hipocrisia: você não está achando. Está afirmando: e luta por sua opinião.

As coisas não são verdade porque você ACHA. A verdade não é SUBJETIVA (intuição). Que tal

“Eu penso...” Eu afirmo... EU argumento ... etc.

21. Quando quiser dizer EU ACHO QUE, diga: NÃO POSSO PROVAR O QUE VOU AFIRMAR.

Assim todos saberão que você não enunciou uma convicção, mas uma dúvida. ABRA O SEU

JOGO....

22. Procure elogiar em cada um o que for elogiável. As pessoas crescem quando são

estimuladas no que tem de positivo. Faça todos CRESCEREM. Melhore a imagem do outro.

23. Se você estiver muito acima do grupo, em vez de fazer afirmações faça PERGUNTAS e se

limite a analisar as afirmações como SÓCRATES fazia (maiêutica = PARTEJAR IDEIAS).

24. Passe a palavra a todos os membros do grupo. Preocupe-se com o conjunto. Cada

um imagine-se coordenador. Opere e coopere. A discussão é como um jogo de futebol.

25. Se perceber que não compreenderam certa afirmação, peça ao expositor para aclarar

a proposição: pergunte o significado das palavras usadas: Não deixe equívocos.

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“CADA REGRINHA DESTAS SERÁ OBJETO DE VIGILÂNCIA POR PARTE DE TODOS OS

PARTICIPANTES.”

6. ATIVIDADE INTRODUTÓRIA AOS TEMAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Objetivos - habilidades

- Atividade artística, habilidades motoras, criação individual e coletiva;

- estimular imaginação;

- observar, perceber semelhanças e diferenças, relações parte-todo;

- estabelecer relações;

- dar razões, exemplos;

- decidir;

- planejar / executar;

- explorar alternativas

- prática da socialização: ouvir e falar na sua vez, fazer sua parte, interagir com o

grupo através da cooperação e percepção do trabalho comunitário.

- exercício de desenvolvimento da autoestima.

Material: papel sulfite, papel bobina, giz de cera, tesoura, cola. (poderão também ser

utilizados materiais de sucata)

Duração: aproximadamente 1h e 30min (duas a três aulas)

Desenvolvimento: Pedir às crianças que imaginem uma folha de uma planta (pode ser de uma

árvore conhecida que gostam e que têm em suas casas ou cidade ou mesmo de uma fruta).

Em seguida, elas deverão desenhar a folha que imaginaram. (nessa introdução,

poderemos conversar com as crianças sobre as folhas que imaginaram: tipos, tamanhos,

cores, desenvolvimento, etc.)

Devemos orientar que desenhem e pintem a folha da planta aproveitando o máximo do

papel que receberão. Deverão deixar um espaço dentro da folha para escrever o nome.

Enquanto as crianças desenham a professora passará e escreverá o nome de cada criança em

sua folha em letra grande, caixa alta, para que todos possam ver.

Depois que desenharam, cada criança deverá recortar o desenho. As sobras de papel

deverão ser guardadas para outra etapa da atividade.

Quando as crianças terminarem, procedemos com a apresentação do trabalho cada uma.

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É importante que cada criança segure sua folha ou que ela fique exposta no chão, na frente da

criança, enquanto os outros se apresentam.

Podemos usar a folha como identificação (crachá) das crianças por uma semana. (até esse

momento teremos desenvolvido uma parte da atividade que poderá ser a primeira aula.)

Em outro momento, retomamos a atividade da folha (a folha desenhada e recortada de

cada criança e os restos de papel) e desenvolvemos um trabalho coletivo.

Perguntamos às crianças: o que podemos fazer com nossas folhas? Ouvimos sugestões e

decidimos por uma das ideias apresentadas. Teremos que fazer uma prática de mediação muito

cuidadosa. As crianças provavelmente sugerirão a construção de uma árvore. Nesse caso,

perguntamos se podemos fazer uma árvore só com folha, ou o que mais é preciso para fazer

uma árvore. Colhemos sugestões como: tronco, raízes, flores, frutos, terra, água, sol, etc.

Procedemos novamente a distribuição de tarefas para que cada criança faça uma das

partes mencionadas, recorte e guarde os pedaços que sobrarem. Nesse momento, antes de

desenhar, será oportuno conversar com o grupo sobre proporções. É possível um galho maior

(mais grosso) que o tronco?

É possível raízes muito menores que o tronco? Etc. Todos deverão trabalhar, fazendo

várias flores, frutos, etc.

Quando todos terminarem, voltamos ao círculo e perguntamos como será feita a árvore, por

onde começamos. Assim que for decidido, começaremos o trabalho. Nesse momento será

importante estender um ou dois pedaços de papel bobina grandes para que a atividade seja feita

sobre eles.

O trabalho deverá ser construído aos poucos. As crianças colocam a parte desenhada e depois

que tivermos montado a estrutura básica (terra, tronco, raízes e galhos, por exemplo)

perguntaremos se alguém propõe alguma mudança. Quando estiver definido, então nos

ocuparemos de colar. Depois cada criança colocará sua folha a seu critério apresentando

uma razão. Assim se dará continuidade até completar o trabalho.

Poderemos retomar os pedaços de papel dos recortes e perguntar se têm alguma

utilidade. Depois de colocadas as sugestões – poderá ser terra, pedrinhas, etc. – cada

criança poderá colar os pedaços que dispõe.

Quando a árvore estiver construída, propomos a escolha de um nome. Ouvimos sugestões de

nomes das crianças e se não for consensual, decidimos por votação. Escreveremos o nome

num dos espaços que sobrarem.

Discutimos o trabalho feito:

1. Você acha bonito nosso trabalho? Por quê?

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2. Você gostou de fazer esse trabalho? Por quê?

3. Uma criança sozinha conseguiria fazer este trabalho?

4. O que foi preciso para fazer este trabalho? (pensar? imaginar? Fazer? Colaborar?)

5. Esse trabalho pode ser comparado com nossa turma? Como?

6. Há semelhança deste trabalho (árvore, etc.) com alguma coisa real? Há diferenças?

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SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS

para as pistas de exploração e questões de reflexão…

O amor e a amizade

Texto de Oscar Brenifier; ilustração de Jacques Després

Edição: 2009

Páginas: 36

Editor: EdiCare

Faixa etária: a partir dos 7 anos

Sinopse

Doze ideias sobre o que é amar confrontam-se neste livro: algumas pessoas pensam que a amizade pode nascer e

desaparecer num instante, outras acham que ela só existe se for duradoura. Algumas amam-se a si próprias, outras

não...

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O sentido da vida

Texto de Oscar Brenifier; ilustração de Jacques Després

Edição: 2009

Páginas: 36

Editor: EdiCare

Faixa etária: a partir dos 7 anos

Sinopse

Doze ideias sobre o sentido da vida confrontam-se neste livro: algumas pessoas pensam que a vida é sempre igual, outras que

ela é diferente todos os dias. Algumas acham que a vida é um jogo, outras que ela é difícil...

O Livro dos Grandes Opostos Filosóficos

Texto de Oscar Brenifier; ilustração de Jacques Després

Prémio Press des Jeunes 2008

Edição: 2008

Páginas: 80

Editor: EdiCare

Faixa etária: a partir dos 7 anos

Sinopse

São 12 pares de contrários para refletir de que modo os opostos precisam uns dos outros. Em cada par, uma

pergunta para pensar e responder, seguida de uma breve conclusão. As ilustrações fascinantes dão corpo e vida às

ideias.

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O Que São a Beleza e a Arte?

Coleção Filosofia Para Crianças

de Oscar Brenifier e Rémi Courgeon

Edição/reimpressão: 2008

Editor: Dinalivro

Faixa etária: a partir dos 7 anos

O Que é a Vida ?

Coleção: Filosofia para Crianças de Oscar Brenifier e Jérôme Ruillie

Edição/reimpressão: 2005

Páginas: 98

Editor: Dinalivro

Faixa etária: a partir dos 7 anos

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O Que é a Liberdade?

Coleção: Filosofia para Crianças

de Oscar Brenifier e Frédéric Rébéna

Edição/reimpressão: 2007

Páginas: 98

Editor: Dinalivro

Faixa etária: a partir dos 7 anos

O Que é a Felicidade?

Coleção: Filosofia para Crianças

de Oscar Brenifier e Catherine Meurisse

Edição/reimpressão: 2008

Editor: Dinalivro

Faixa etária: a partir dos 7 anos

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O Que São o Bem e o Mal?

Coleção: Filosofia para Crianças

de Oscar Brenifier e Clément Devaux

Edição/reimpressão: 2005

Páginas: 98

Editor: Dinalivro

Faixa etária: a partir dos 7 anos

O Que é Viver em Sociedade?

Coleção: Filosofia para Crianças

de Oscar Brenifier e Frédéric Bénaglin

Edição/reimpressão: 2006

Páginas: 98

Editor: Dinalivro

Faixa etária: a partir dos 7 anos

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O Que São os Sentimentos?

Coleção: Filosofia para Crianças

de Oscar Brenifier e Frédéric Bénaglin

Edição/reimpressão: 2005

Páginas: 98

Editor: Dinalivro

Faixa etária: a partir dos 7 anos

La Duda

de Pia Valentinis

Edição : 2010

Páginas: 32

Editor: Libros del Zorro Rojo

Faixa etária: a partir dos 4 anos

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