RELATÓRIO DE ESTÁGIO - Biblioteca Digital do IPG...

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IREI folitécnico 1 daGuarda Polylechníc oV Guarda RELATÓRIO DE ESTÁGIO Licenciatura em Farmácia Relatório Profissional 1 Solange Marina Correia Rodrigues junho 12015

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  • IREIfolitcnico

    1 daGuardaPolylechncoV Guarda

    RELATRIO DE ESTGIO

    Licenciatura em Farmcia

    Relatrio Profissional 1

    Solange Marina Correia Rodrigues

    junho 12015

  • 1

    Escola Superior de Sade da Guarda

    Instituto Politcnico da Guarda

    CURSO FARMCIA 1 CICLO

    4ANO 2 SEMESTRE

    RELATRIO DE ESTGIO PROFISSIONAL II

    SOLANGE MARINA CORREIA RODRIGUES

    GUARDA 2015

  • 2

    Escola Superior de Sade da Guarda

    Instituto Politcnico da Guarda

    CURSO DE FARMCIA 1 CICLO

    4 ANO 2 SEMESTRE

    RELATRIO DE ESTGIO PROFISSIONAL II

    ESTGIO EM FARMCIA HOSPITALAR

    SOLANGE MARINA CORREIA RODRIGUES

    ORIENTADOR: ANABELA SANTOS

    SUPERVISOR: DRA. ANABELA ANDRADE

    GUARDA 2015

  • 3

    LISTA DE SIGLAS

    AIM Autorizao de Introduo no Mercado

    AO Assistente Operacional

    AVC Acidente Vascular Cerebral

    CHTV Centro Hospitalar Tondela-Viseu

    DCI Denominao Comum Internacional

    DDU Distribuio em Dose Unitria

    FHNM Formulrio Hospitalar Nacional do Medicamento

    FP Farmacopeia Portuguesa

    INFARMED Autoridade Nacional Medicamento e Produtos de sade IP.

    SFH Servios Farmacuticos Hospitalares

    SGICM Sistema de Gesto Integrada no Circuito do Medicamento

    SGQ Sistema de Gesto da Qualidade

    TF Tcnico de Farmcia

  • 4

    Agradeo a todos que tornaram a concretizao do meu estgio possvel. Em

    especial a todos os funcionrios da Farmcia do Centro Hospitalar Viseu-Tondela, que

    sempre se mostraram disponveis para me esclarecer qualquer dvida, bem como para

    me integrar no funcionamento da farmcia com toda a simpatia.

    Aos que colaboraram no meu percurso acadmico e orientadora de estgio

    Dra. Anabela Andrade.

    Agradeo tambm minha supervisora de estgio Prof. Anabela Santos.

  • 5

    Aprender a nica coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se

    arrepende.

    Leonardo da Vinci

  • 6

    NDICE DE ILUSTRAES

    Figura I Instalaes Atuais do CHTV12

    Figura II Cais de receo de encomendas..16

    Figura III Mapa de satisfao de pedidos...19

    Figura IV Sistema de Vcuo...20

    Figura V Sala de distribuio em dose unitria......21

    Figura VI Kardex.23

    Figura VII FDS....24

    Figura VIII Zona branca.27

    Figura IX Laboratrio.29

    Figura X Sala de preparao de citostticos.......31

  • 7

    NDICE DE ANEXOS

    Anexo I Ficha de controlo de estupefacientes.40

    Anexo II Cofre.41

    Anexo III Armrio citostticos ...42

    Anexo IV Armazm geral....43

    Anexo V Frigorfico.....44

    Anexo VI Medicao paciente.45

  • 8

    NDICE

    1.INTRODUO ............................................................................................................. 9

    2.FARMCIA HOSPITALAR ...................................................................................... 11

    3.CENTRO HOSPITALAR VISEU-TONDELA .......................................................... 12

    3.1. SERVIOS FARMACUTICOS ........................................................................... 13

    3.2. RECURSOS HUMANOS ....................................................................................... 13

    3.3. SISTEMA DE GESTO DA QUALIDADE .......................................................... 14

    3.4. SISTEMA INFORMTICO ................................................................................... 14

    4. CIRCUITO DO MEDICAMENTO............................................................................ 15

    4.1. SELEO E AQUISIO DE MEDICAMENTOS ............................................. 15

    4.1. RECEO DE MEDICAMENTOS ....................................................................... 16

    4.2. ARMAZENAMENTO ............................................................................................ 17

    4.3. DISTRIBUIO ..................................................................................................... 19

    4.3.1 Distribuio tradicional .................................................................................................. 19

    4.3.2 Reposio por nveis ...................................................................................................... 20

    4.3.3 Distribuio em dose unitria ........................................................................................ 21

    5. FARMACOTECNIA .................................................................................................. 26

    5.1.UNIDADE DE REEMBALAGEM ................................................................................. 27

    5.2.UNIDADE DE MANIPULAO CLNICA DE FRMULAS NO ESTREIS

    ... 28

    5.3.UNIDADE DE MANIPULAO CLINICA DE FRMULAS ESTREIS ........... 29

    6. PERFIL FARMACOTERAPEUTICO ....................................................................... 32

    7. CONCLUSO ............................................................................................................ 39

    8. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 40

  • 9

    1.INTRODUO

    O presente relatrio surge no mbito da unidade curricular de Estgio Profissional

    II, do 4 ano, do 2 semestre, do Curso de Farmcia do 1ciclo, da Escola Superior de

    Sade da Guarda. O estgio realizou-se no perodo compreendido entre os dias 23 de

    Fevereiro de 2014 e o 12 de Maio de 2015 na Farmcia do Centro Hospitalar Tondela-

    Viseu, e perfez o total de 500 horas. A orientao do estgio foi realizada pela Dra.

    Anabela Andrade e a superviso pela professora Anabela Santos. O horrio definido

    pelo local de estgio para a concretizao do estgio foi das 09:00h s 18:00h (horrio

    continuo com 30 minutos de pausa para almoo).

    O estgio parte integrante, obrigatria e fundamental para a licenciatura em

    Farmcia. Os objetivos gerais interpostos pelo plano de estgio profissional II so o

    desenvolvimento de competncias cientficas e tcnicas que permitam a realizao de

    atividades subjacentes profisso do Tcnico de Farmcia (TF), o enquadramento nas

    reas de interveno profissional, aplicao de princpios ticos e deontolgicos e

    responder a desafios com criatividade e inovao.

    O estatuto legal da carreira de TF, estabelecido no Decreto-Lei n 564/99 de 21 de

    Dezembro, refere como contedo funcional do tcnico de farmcia o desenvolvimento

    de atividades no circuito do medicamento, tais como anlises e ensaios farmacolgicos,

    interpretao da prescrio teraputica e de frmulas farmacuticas, na sua separao,

    identificao e distribuio, controlo da conservao, distribuio e stocks de

    medicamentos e outros produtos de sade, informao e aconselhamento sobre o uso de

    medicamentos. (1) Como tal, com este estgio pretende-se que sejam realizadas as

    seguintes atividades:

    Receo de encomendas;

    Controlo de prazos de validade;

    Distribuio em dose unitria;

    Reposio por Nveis;

    Distribuio Tradicional;

    Manipulao de frmulas no estreis;

    Manipulao de frmulas estreis;

  • 10

    Reembalagem de medicamentos

    No presente relatrio irei descrever as caractersticas da farmcia, as atividades

    desenvolvidas no circuito do medicamento bem como de todos os servios prestados na

    farmcia, terminando com uma reflexo crtica.

  • 11

    2.FARMCIA HOSPITALAR

    De acordo com o Decreto de Lei n. 44 204, de 2 de Fevereiro de 1962, do

    regulamento geral da Farmcia hospitalar, artigo 1., a Farmcia Hospitalar designada

    por o conjunto de atividades farmacuticas exercidas em organismos hospitalares

    ou a servios a eles ligados para colaborar nas funes de assistncia que pertencem a

    esses organismos e servios e promover a ao de investigao cientfica e de ensino

    que lhes couber .(2)

    Os Servios Farmacuticos Hospitalares (SFH) so departamentos com

    autonomia tcnica e cientfica, sujeitos orientao geral dos rgos de administrao

    dos hospitais, perante os quais respondem pelos resultados do seu exerccio. o servio

    que, nos hospitais, assegura a teraputica medicamentosa aos doentes, a qualidade,

    eficcia e segurana dos medicamentos. Integra as equipas de cuidados de sade e

    promove aes de investigao cientfica e de ensino.

    De acordo com o mesmo Decreto de Lei acima referido, Artigo 2., os SFH

    constituem departamentos com autonomia tcnica, sem prejuzo de estarem sujeitos

    orientao geral dos rgos de administrao perante os quais respondem pelos

    resultados do seu exerccio. (2)

    O Tcnico de Farmcia Hospitalar o profissional responsvel pelas anlises e

    ensaios farmacolgicos, pela interpretao da prescrio teraputica e de frmulas

    farmacuticas, pela preparao, identificao e distribuio de medicamentos, controlo

    de conservao, distribuio e stocks de medicamentos e outros produtos de sade.

  • 12

    3.CENTRO HOSPITALAR VISEU-TONDELA

    O Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV), criado pelo Decreto-Lei n.

    30/2011, de 2 de Maro, engloba o Hospital So Teotnio Viseu e o Hospital Cndido

    Figueiredo Tondela e tem a sua sede em Viseu.

    O CHTV Unidade de Viseu um hospital polivalente, localiza-se na cidade de

    Viseu e abrange os centros de sade de Viseu, Mangualde, So Pedro do Sul, Oliveira

    de Frades, Sto, Tabuao, Tarouca, Lamego, Aguiar da Beira, Moimenta da Beira,

    Santa Comba Do, Penedono, Vila Nova de Paiva, Armamar, Penalva do Castelo-

    Centro de Sade de Penalva do Castelo e Carregal do Sal. (3)

    A unidade de Viseu (figura I) possui um total de 632 camas distribudas pelas

    seguintes valncias: quatro Medicinas, Unidade Intermdia de Medicina, quatro

    Cirurgias, trs Ortopedias, Medicina Fsica e de Reabilitao, Cardiologia, Cirurgia

    Vascular, Hematologia, Urologia, Neurocirurgia/Unidade de Acidentes Vasculares

    Cerebrais (AVCs), Neurologia, Gastroenterologia, Nefrologia, Oftalmologia,

    Otorrinolaringologia, Pneumologia, Obstetrcia e Pediatria. O Hospital dispe tambm

    de trs Servios de Urgncia (Geral, Obsttrica/Ginecolgica e Peditrica).

    O Hospital de Dia tem para oferecer populao as seguintes valncias:

    Oncologia mdica, Cardiologia, Dermatologia, Gastrenterologia, Imunoalergologia,

    Consulta da dor, Imunohemoterapia, Pediatria, Neurocirurgia, Endocrinologia/Nutrio,

    Cirurgia I, Cirurgia II, Psiquiatria/Unidade de dia, Hemodilise, Dilise peritoneal,

    Unidade do Sono, Pneumologia,

    Cirurgia Plstica/Maxilo-facial,

    Doenas infeciosas, Cirurgia

    peditrica, Oftalmologia,

    Hematologia, Ortopedia, Ginecologia,

    Obstetrcia, Urologia, Cirurgia

    Vascular. (4)

    Fig. 1 - Instalaes atuais do CHTV

  • 13

    3.1. SERVIOS FARMACUTICOS

    Os SF asseguram nos hospitais a teraputica medicamentosa aos doentes,

    garantindo a qualidade, eficcia e segurana dos medicamentos, integra as equipas de

    cuidados de sade e promove aes de investigao cientfica e de ensino. (5)

    Os SH do CHTV localizam-se no piso 1 e est aberta desde as 9h at s 18h. Das

    18h at s 24h enviada a teraputica das prescries alteradas e de urgncia por um

    tcnico, sendo assegurada a disponibilidade da teraputica a partir dessa hora por um

    Farmacutico de servio.

    Os SH do CHTV Unidade de Viseu so constitudos por diversas salas de

    trabalho, entre as quais: sala de distribuio tradicional, sala de ambulatrio, sala da

    dose unitria, sala de validao da dose unitria (farmacuticos), secretaria, sala do

    pessoal, sala de reunies, gabinete da diretora dos Servios Farmacuticos, Armazm

    Geral, sala de Receo, laboratrio de preparaes estreis, sala de validao dos

    citotxicos, laboratrio de preparaes no estreis, gabinete de ensaios clnicos, sala de

    reembalagem, sala de lavagem, sala de armazenamento de medicamentos

    estupefacientes e psicotrpicos (cofre), cmara frigorfica e casas de banho com os

    respetivos vestirios.

    3.2. RECURSOS HUMANOS

    Nos SFH existem funes essenciais que, para serem executadas, precisam de

    profissionais com conhecimentos especializados, em termos tericos e prticos, para o

    bom desempenho das funes.

    Nos SFH do CHTV-Unidade de Viseu, trabalham um total de 30 colaboradores.

    Sendo eles:

    15 Tcnicos de Farmcia;

    10 Farmacuticos;

    7 Assistentes Operacionais;

    3 Assistentes Tcnicos;

  • 14

    3.3. SISTEMA DE GESTO DA QUALIDADE

    Os SFH do CHTV deram incio ao processo de certificao do servio pela NP

    EN ISSO 9001 2008, em Fevereiro de 2010. (6)

    O sistema de gesto de qualidade (SGQ) tem como principais objetivos definir

    as metodologias e as responsabilidades de modo a assegurar, de uma forma sistemtica

    e eficaz, o envolvimento de todos os colaboradores, a satisfao dos clientes e a

    melhoria da eficcia e da eficincia dos processos. O seu desenvolvimento e

    implementao tem implcito o cumprimento dos requisitos legais, normativos e outros

    aplicveis.

    Os princpios inerentes Gesto da Qualidade devem ser uma preocupao

    constante de todos os colaboradores dos SFH, sendo da competncia do Conselho de

    Administrao cumprir e fazer cumprir a regulamentao definida neste mbito.

    3.4. SISTEMA INFORMTICO

    O sistema informtico em vigor nos servios farmacuticos do CHTV o

    sistema de gesto integrada do circuito do medicamento (SGICM). Este sistema tem

    como base dar informao a todos os profissionais de sade do hospital (farmacuticos,

    tcnicos de farmcia, mdicos e enfermeiros), facilitar o registo de informao (planos

    teraputicos, protocolos clnicos), permitir a monotorizao do plano teraputico e

    garantir a segurana dos processos. ento um sistema maioritariamente focado no

    doente, tendo como objetivo servir o doente com segurana, eficcia, racionalidade e

    eficincia.

    Este sistema permite executar a validao de prescries, definio dos

    contedos quantitativos e qualitativos do mapa teraputico, introduzir stocks, fazer

    devolues, fazer o controlo dos prazos de validade, fazer controlo de qualidade e ter

    acesso a toda a informao sobre os medicamentos de cada doente. O uso deste sistema

    informtico permite uma gesto mais eficiente dos medicamentos e produtos de sade e

    a minimizao de possveis erros nas teraputicas.

  • 15

    4. CIRCUITO DO MEDICAMENTO

    A principal misso da FH enquadra-se nas diferentes fases do circuito do

    medicamento, ou seja, na gesto do medicamento, produtos farmacuticos e dispositivos

    mdicos, garantindo o bom uso e dispensa dos medicamentos em perfeitas condies

    aos utentes. O Circuito do Medicamento, produtos farmacuticos e dispositivos

    Mdicos, desde a sua encomenda at administrao ao utente, um circuito lgico,

    que se encontra esquematizado da seguinte forma:

    1. Seleo e Aquisio de medicamentos e dispositivos mdicos;

    2. Receo (Desempacotamento, Conferncia e Registo);

    3. Armazenagem (Armazm Geral e/ou produtos de grandes rotao, Solues de

    grande volume, Cofre (psicotrpicos e estupefacientes), Frigorfico

    (medicamentos termolbeis);

    4. Preparao (Reembalagem e Preparaes estreis e no estreis;

    5. Dispensa/Distribuio (Dose unitria, Tradicional, Reposio por Nveis e

    Ambulatrio);

    4.1. SELEO E AQUISIO DE MEDICAMENTOS

    A seleo de medicamentos deve ter por base o Formulrio Hospitalar Nacional

    do Medicamento (FHNM) e a adenda ao FHNM de forma a satisfazer as necessidades

    teraputicas de todos os utentes do hospital. Existem dois farmacuticos que esto

    responsveis por selecionar e adquirir os medicamentos aos mais baixos custos e com a

    garantia de adaptao aos equipamentos que o CHTV possui (FDS). Aquando da

    aquisio efetuada uma nota de encomenda.

    No CHTV a gesto de stocks realizada informaticamente, apesar de por vezes

    existir uma discrepncia entre as existncias informticas e as reais. Por esta razo

    necessrio existir uma boa comunicao entre os vrios colaboradores dos SFH de

    modo a haver uma gesto de stocks bem articulada para que no haja falta de produtos e

    desta forma proceder a uma dispensa de medicamentos eficiente.

  • 16

    4.2. RECEO DE MEDICAMENTOS

    da responsabilidade dos SFH a aquisio, preparao, controlo analtico e de

    conservao dos medicamentos, bem como a

    participao em comisses de seleo e implementao

    de um sistema racional e seguro de distribuio dos

    mesmos.

    A conferncia efetuada no cais de receo de

    mercadorias, terminando na sala de receo de

    encomendas (figura II).

    Fig.2 Cais de receo de encomendas

    No ato da receo de medicamentos necessrio o tcnico responsvel fazer

    uma avaliao qualitativa (aspeto geral, rotulagem, acondicionamento, transporte,

    embalagem, caractersticas organolticas), e quantitativa (denominao comum

    internacional, nome comercial, quantidade, dosagem, forma farmacutica, lote e prazo

    de validade). necessrio ainda, verificar se os medicamentos recebidos esto de

    acordo com a nota de encomenda (arquivada no dossier respetivo na sala de receo)

    necessrio os medicamentos virem acompanhados pela respetiva guia de

    transporte, guia de remessa ou da respetiva fatura. Quando acompanhados pela guia de

    transporte ou pela guia de remessa, a fatura chegar posteriormente aos SFH para que

    seja efetuado o devido pagamento. A fatura vem sempre em duplicado, sendo que o

    duplicado guardado no arquivo da farmcia.

    Posteriormente, necessrio dar entrada da encomenda no sistema informtico

    (Execuo operacional - Entradas do exterior - Receo de mercadorias), sendo

    necessrias as seguintes informaes: nmero do documento, prazo de validade, lote,

    quantidade, nmero da nota de encomenda, data do documento, tipo de documento, data

    de entrada e o preo. A nota de encomenda anexada fatura e entregue nos servios

    administrativos.

    O passo seguinte imprimir as etiquetas para os blisters que no contenham a

    informao necessria (DCI, dosagem, prazo de validade e lote), para que se possa

    proceder etiquetagem.

  • 17

    Existem medicamentos que exigem um processo de receo mais complexo. So

    eles os Hemoderivados e os Psicotrpicos ou Estupefacientes. Os medicamentos

    Hemoderivados devem vir sempre acompanhados do boletim de anlise emitido pelo

    INFARMED que autoriza o lote assinado pelo diretor do laboratrio de biologia e

    microbiologia e pelo diretor da direo de comprovao de qualidade, que contm: lote,

    dosagem, quantidade, nmero de unidades, substncia ativa, embalagem, autorizao de

    introduo no mercado (AIM), prazo de validade do lote, data do certificado Europeu de

    libertao do lote e data da receo da totalidade da documentao no INFARMED.

    Aquando da receo de algum destes medicamentos registado a denominao comum

    internacional (DCI), prazo de validade, lote e quantidade nas respetivas fichas do

    produto.

    Outra exceo trata-se das matrias-primas que devem vir acompanhadas do

    respetivo boletim de anlise, que aps ser conferido pelo farmacutico responsvel, torna

    possvel o reencaminhamento das matrias-primas para o laboratrio.

    O tcnico responsvel por este setor tem ainda a funo de mensalmente controlar

    os prazos de validade, atravs de uma listagem com os medicamentos com prazo de

    validade igual ou inferior a 3 meses. No caso da existncia de produtos nessa situao

    necessrio entrar em contacto com o laboratrio para que estes possibilitem a troca dos

    produtos. Os medicamentos que o prazo de validade j tenha expirado, so recolhidos e

    colocados na sala de lavagem, devidamente identificados.

    4.3. ARMAZENAMENTO

    Uma vez concludo o processo de receo de encomendas necessrio

    armazenar os produtos. Esta uma etapa de grande importncia, uma vez que dever

    garantir no s a estabilidade dos medicamentos como tambm a acessibilidade destes.

    Segundo a Farmacopeia Portuguesa (FP) existem condies de armazenamento

    que devem ser respeitadas, tais como:

    Temperaturas mximas de 25C;

    Humidade inferior a 60%;

    Luminosidade (medicamentos fotosensveis);

  • 18

    Medicamentos que necessitam de refrigerao devem ser conservados no

    frigorfico (Anexo I) com temperatura compreendida entre 2 a 8 C (7).

    Os medicamentos que no exigem condies especiais de armazenamento so

    colocados no Armazm Geral, na sala da Distribuio Tradicional e na sala da Dose

    Unitria.

    No Armazm Geral, (Anexo II) esto armazenados os medicamentos de maior

    volume e em maior nmero de unidades. Estes esto armazenados em prateleiras

    previamente identificadas, por ordem alfabtica de princpio ativo e por ordem crescente

    de dosagens e, em alguns casos especficos, por grupos farmacoteraputicos (alguns

    citotxicos, antibiticos, antivricos). Ainda em prateleiras, encontram-se arrumados

    tambm por ordem alfabtica, o material de penso, desinfetantes de menor volume,

    dietas lcteas e outros suplementos nutricionais. Os produtos de maior volume esto

    organizados em paletes (soros, bolsas de nutrio, desinfetantes e antisspticos). Os

    citotxicos tm um armrio prprio no armazm geral (Anexo III), enquanto, os

    psicotrpicos e estupefacientes tm uma sala prpria (Anexo IV) e so armazenados no

    respetivo cofre por ordem alfabtica de DCI.

    Na sala da Distribuio Tradicional, todos os medicamentos e produtos

    farmacuticos esto armazenados nas prateleiras por ordem alfabtica de princpio ativo

    e por ordem crescente de dosagem. Alguns casos especficos como: antibiticos,

    material de penso, colrios e antdotos esto agrupados pelas respetivas famlias,

    tambm por ordem alfabtica. Os medicamentos provenientes da Alliance HealthCare

    esto armazenados na mesma seco, tambm por ordem alfabtica.

    Relativamente sala de Dose Unitria, os medicamentos esto armazenados nos

    dois automatismos existentes na sala, o Kardex e a Fast Dispensed System (FDS).

    Existem tambm na sala gavetas de apoio dose unitria (organizados por ordem

    alfabtica de DCI).

    Todos os medicamentos e produtos farmacuticos so armazenados segundo o

    mtodo FIFO, que prioriza a ordem cronolgica da entrada dos produtos em stock, ou

    pelo prazo de validade, nos casos em que o prazo de validade do medicamento ou

    produto em causa, assim o determinem.

  • 19

    4.4. DISTRIBUIO

    A distribuio de medicamentos, produtos farmacuticos e dispositivos mdicos

    uma funo da Farmcia Hospitalar que, atravs de circuitos prprios, torna disponvel

    a teraputica correta, nas quantidades corretas e nas melhores condies de

    conservao, de forma a cumprir a prescrio mdica para cada doente da instituio. A

    distribuio de medicamentos por parte dos SFH tem tambm como objetivo o uso

    seguro e racional de medicamentos tanto para os doentes internados como os doentes

    em regime de ambulatrio. Os circuitos de distribuio de medicamentos

    implementados devem ser adequados realidade de cada hospital e s caractersticas da

    prpria teraputica, e assim assegurar que a prescrio mdica seguida corretamente, e

    ainda, prevenir ou reduzir os erros de medicao, controlando sempre que possvel os

    custos.

    No CHTV utilizam-se a distribuio tradicional, em dose unitria, de reposio

    de nveis e em ambulatrio.

    4.4.1 Distribuio tradicional

    Este setor recebe diariamente pedidos eletrnicos, efetuados pelo enfermeiro-

    chefe de cada servio clnico, e pedidos manuais (modelos prprios, justificao

    clnica), por forma a repor o stock de cada servio.

    Os pedidos contm o nome do servio a fornecer, os medicamentos com as

    respetivas dosagens e a quantidade necessria. Sempre que conveniente, os

    medicamentos a dispensar so retirados da embalagem original, acondicionados em

    sacos de plstico com a identificao do DCI, dosagem, forma farmacutica e

    quantidade. No caso de haver medicamentos termolbeis, estes vo acondicionados

    numa mala trmica com uma etiqueta indicativa Medicamento de frio. Conservar entre

    2-8C. Os medicamentos de cada servio so acondicionados na respetiva caixa.

    Posteriormente, procede-se ao registo da sada

    da medicao no sistema informtico pelo TF

    e emitida uma guia de satisfao.

    Fig. 3 Mapa de satisfao de

    pedidos

  • 20

    Neste sector, existem dias definidos para a entrega dos pedidos (figura III),

    sendo que estes devem ser atendidos at vspera da entrega de modo a estarem

    prontos sem atrasos no dia respetivo. O assistente operacional (AO) desloca-se

    farmcia para levar os medicamentos e/ou os produtos farmacuticos para o servio

    respetivo.

    Os desinfetantes, as solues injetveis de grande volume e as garrafas de

    oxignio tambm so enviados para os servios atravs deste sistema de distribuio,

    existindo tambm, para estes produtos, as respetivas requisies. O atendimento das

    solues injetveis de grande volume realizado por um TF e por um AO, o dos

    desinfetantes feito apenas pelos AO, tendo um TF que conferir no final. O

    atendimento das garrafas de oxignio pode ser efetuado por qualquer um dos

    colaboradores da farmcia. O atendimento dos injetveis de grande volume efetuado

    com um dia de antecedncia e dos desinfetantes no dia correspondente ao servio. O

    dbito no sistema informtico funciona da mesma forma.

    Este sector tambm dotado de um mecanismo de

    transporte por vcuo (figura IV) em contacto com todos os

    servios, que est em contacto com os servios clnicos do

    hospital. Quando existe um pedido urgente este enviado ao

    servio por esta via.

    Fig. IV Sistema de Vcuo

    4.4.2 Reposio por nveis

    Em alguns servios, a reposio feita por nveis. estabelecido um stock fixo

    por servio para cada medicamento, baseado na anlise do consumo em perodos

    anteriores, sendo tambm definida a periodicidade da reposio.

    Este mtodo de distribuio traz vrias vantagens, pois permite que haja sempre

    alguns medicamentos em stock nos servios e diminui os pedidos de requisio aos

    SFH, no entanto, pode acarretar algumas desvantagens, como por exemplo, trocas de

    medicamentos e desvio de medicamentos.

  • 21

    Neste Centro Hospitalar a reposio dos stocks feita semanalmente para os

    servios de obstetrcia A, obstetrcia B, bloco operatrio e urgncia obsttrica. O pedido

    criado pelo TF no sistema informtico, que consiste numa listagem de medicamentos

    previamente definidos. Essa listagem define o nvel gaveta deve conter de cada

    medicamento. O TF responsvel pela reposio faz a contagem das unidades que

    restaram da semana anterior e repe a quantidade que falta para completar o nvel. Alm

    da contagem, os TF verificam os prazos de validade dos nveis j existentes no carrinho.

    Aps a reposio dos medicamentos, debita-se o pedido.

    A cedncia de psicotrpicos e estupefacientes faz parte tambm deste sistema de

    distribuio.

    Estas so substncias sujeitas a legislao especial e que, apesar das suas

    propriedades benficas apresentam alguns riscos, podendo induzir habituao e at

    dependncia, quer fsica quer psquica.

    A dispensa destes medicamentos executada pelos TF atravs de requisies

    informticas ou manuais e fichas especficas. O enfermeiro dirige-se farmcia com a

    respetiva ficha de controlo de estupefacientes, o TF verifica se a ficha (Anexo V) est

    devidamente preenchida e procede cedncia do medicamento em questo, entregando

    uma ficha nova ao enfermeiro. No cofre, a organizao por ordem alfabtica de DCI e

    por ordem crescente de dosagem. Cada medicamento estupefaciente/psicotrpico tem

    ficha de prateleira onde so anotadas as quantidades que entram e saem com a

    obrigatoriedade de registo do lote do medicamento.

    4.4.3 Distribuio em dose unitria

    A distribuio em dose unitria (DDU) um

    mtodo coordenado e controlado de dispensa de

    medicamentos, onde estes so dispensados em doses

    unitrias de acordo com o perfil farmacoteraputico

    de cada doente. A medicao distribuda em malas

    (figura V) que contm vrias gavetas cada uma delas

    correspondente a um doente internado nesse servio e onde se coloca a teraputica para

    24h. Excecionalmente ao sbado e vspera de feriado preparam-se as referidas malas

    com medicao para o dia seguinte (48h).

    Fig. 5 Sala de distribuio em dose unitria

  • 22

    No CHTV pode ser considerado o principal sistema de distribuio e que exige

    maior tempo dedicado por parte dos profissionais de farmcia. Assim, este sistema de

    distribuio tem como vantagens racionalizar a distribuio de medicamentos e a

    teraputica farmacolgica, reduzir os erros de medicao e o tempo gasto pelos

    enfermeiros com o medicamento, permitir monitorizar a teraputica, diminuir os custos

    com a teraputica, ter um maior controlo nos stocks e nas validades, facilidade para

    efetuar devolues de medicamentos, proporcionar uma maior segurana para o

    paciente.

    Na DDU a prescrio tambm chega via online e validada por um

    farmacutico. Aps esta validao, so gerados mapas gerais dos servios.

    O processo de preparao dos medicamentos a distribuir pode ser totalmente

    manual ou com o apoio de equipamentos semiautomticos, Kardex e FDS.

    Sistema Manual

    De acordo com o sistema manual, a preparao da medicao individualizada

    feita manualmente de acordo com o mapa teraputico gerado informaticamente que,

    emitido por doente ou medicamento torna percetvel qual o medicamento prescrito, a

    forma farmacutica, dosagem, via de administrao, frequncia e respetiva quantidade

    para um perodo de 24horas, exceto ao fim-de-semana em que a preparao da

    teraputica feita a dobrar, para um perodo de 48horas. Neste sector existe tambm

    uma zona destinada aos antibiticos e aos produtos de menor rotatividade.

    Sistemas semiautomticos de dispensa de medicamentos

    Os equipamentos semiautomticos vm possibilitar uma preparao da

    medicao mais eficaz, uma diminuio do tempo de preparao da medicao, maior

    facilidade de armazenamento, dado diminuir significativamente o espao utilizado para

    a arrumao de medicamentos neste sector e uma diminuio do nmero de pessoas

    necessrias para a distribuio.

    Kardex

    O Kardex vertical constitudo por dispositivos rotativos (verticais) que

    movimentam prateleiras, compostas por gavetas, onde cada uma tem ao dispor um

  • 23

    medicamento diferente. O Kardex contm incorporado um sistema informtico que se

    encontra articulado com o sistema informtico SGICM.

    Aps a chegada do servio a preparar o Kardex vai-se movimentado de modo

    a disponibilizar todos os medicamentos em stock necessrios para os doentes. No ecr

    do computador acoplado vai sendo indicado o medicamento a retirar, quantidade e o

    doente e cama a que se destina. A gaveta que corresponde ao medicamento a ser

    dispensado sinalizada por uma luz

    vermelha. Aps retirar a medicao o TF

    coloca-a na respetiva cama e valida esse

    movimento carregando num dos trs

    botes que se encontram na parte inferior

    do balco, passando para o doente seguinte

    ou para o medicamento seguinte, no caso

    de no haver mais nenhum doente a

    realizar a mesma teraputica. Fig. 6 - Kardex

    No final emite uma lista de produtos externos (todos os produtos que no so

    colocados no kardex, como por exemplo produtos de grande volume) e uma lista de

    incidncias (lista de produtos que esto sem stock no kardex). A reposio do

    Kardex feita todos os dias de manh atravs de uma listagem que indica todos os

    medicamentos com stock abaixo do mnimo definido.

    FDS

    O sistema FDS (figura VII) armazena frmulas orais slidas em cassetes

    calibradas. Cada cassete comporta um nmero varivel de comprimidos. Cada cassete

    calibrada individualmente, de forma a dispensar apenas um comprimido por comando.

    Aquando do envio do mapa de distribuio de medicamentos o FDS recebe

    informaticamente toda a informao de medicao que deve ser reembalada para cada

    doente em cada servio clinico.

    As formas farmacuticas orais slidas, no FDS, so reembaladas em fitas

    identificadas com o servio, o nome do doente e o nmero de cama. Cada fita de

    medicamento contm o DCI, dosagem, nmero de lote e prazo de validade. Aps

    finalizada toda a dispensa e conferncia da medicao (verificar se a quantidade e

  • 24

    qualidade dos medicamentos est em conformidade), o TF coloca o rolo da medicao

    por cima da mala de dose unitria do servio correspondente.

    No final do dia, o tcnico responsvel pelo

    FDS, retira a listagem das quantidades existentes e faz

    um pedido de desblistrao aos AO por forma a repor o

    stock no dia seguinte.

    A medicao parametrizada para o Kardex no

    se encontra no FDS e vice-versa, para que no haja

    repetio da teraputica quando a mala do servio

    clinico for preparada.

    Fig. 7 - FDS

    O processo de preparao de medicamentos com o apoio de sistemas

    semiautomticos, visa reduzir a probabilidade da ocorrncia de erros e do tempo

    destinado a esta tarefa, alm disso permite a diminuio de recursos humanos na

    preparao das malas dos mdulos de dose unitria.

    Alteradas e Devolues

    Aps a realizao da DDU efetuam-se as alteraes s prescries, quer

    enquanto a mala ainda se encontra na farmcia quer quando as malas j esto no

    servio.

    Aps a validao por parte do farmacutico, os TF tm acesso ao mapa de

    alteradas. Nele constam todas as alteraes prescrio inicial, indicando a medicao a

    acrescentar ou retirar. No caso de as malas de dose unitria j se encontrarem nos

    respetivos servios clnicos, apenas se processa teraputica a acrescentar para cada

    doente. Esta medicao enviada em sacos plsticos identificados com o nome do

    doente, a cama e o servio.

    Aquando da ida das malas de dose unitria para os servios, os AO entregam nos

    SFH as malas do dia anterior. Estas trazem a teraputica que no foi administrada no dia

    anterior ao utente. Tal facto pode acontecer por diversos motivos, o doente ter tido alta,

    ter falecido, terem ocorrido alteraes na teraputica, o doente ter-se recusado a tomar a

    teraputica, medicao a utilizar em emergncia que no foi administrada, entre outros.

  • 25

    O TF verifica todas as gavetas e retira toda a medicao a existente. Atravs do

    software, efetua a devoluo ao stock dos SFH, por servio, medicamento a

    medicamento. De seguida procede-se colocao dos mesmos nas respetivas gavetas ou

    prateleiras do stock dos SFH. Durante este processo deve ter-se em ateno o estado da

    medicao devolvida, devendo ser excludas de devoluo as formas farmacuticas com

    blisters abertos, informao do princpio ativo danificada, validade ou lote no

    percetvel ou ampolas partidas. Neste tipo de situaes no se efetua a devoluo e

    coloca-se a medicao no contentor amarelo existente no setor.

  • 26

    5. FARMACOTECNIA

    A farmacotecnia consiste num setor de manipulao e preparao de formas

    farmacuticas, envolvendo procedimentos estreis e no estreis, sempre com um

    elevado nvel de segurana, qualidade e eficcia. As operaes de manipulao,

    conservao, rotulagem e controlo de formas farmacuticas devero efetuar-se num

    espao adequado, concebido para estes fins e localizado no interior dos Servios

    Farmacuticos, ou seja, no laboratrio. Sendo a rea deste suficiente para evitar riscos

    de contaminao durante as operaes de preparao.

    Dependendo do perfil e diagnstico de cada doente (idade, capacidade de

    deglutio, entre outros), quer seja em regime de internamento ou de ambulatrio,

    torna-se muitas vezes necessria a preparao de formulaes especficas para esse

    doente. Tambm se realizam preparaes com o objetivo de colmatar faltas de

    medicamentos por parte dos laboratrios (dosagens e formas farmacuticas

    suspenses por exemplo).

    A realizao de manipulados deve seguir as Boas prticas de preparao de

    medicamentos manipulados que consta na portaria n 594/2004 de 2 de Junho (8).

    Segundo o Decreto-lei n 95/2004 de 22 de Abril, que regula a prescrio e a

    preparao de medicamentos manipulados, entende-se por medicamento manipulado

    qualquer frmula magistral ou preparado oficinal preparado e dispensado sob a

    responsabilidade de um farmacutico(9), sendo estes definidos da seguinte maneira:

    Frmula magistral: medicamento preparado em farmcia de oficina ou nos

    servios farmacuticos hospitalares segundo receita mdica que especifica o

    doente a quem o medicamento se destina;

    Preparado oficinal: qualquer medicamento preparado segundo as indicaes

    compendiais, de uma farmacopeia ou de um formulrio, em farmcia de oficina

    ou nos servios farmacuticos hospitalares, destinado a ser dispensado

    diretamente aos doentes assistidos por essa farmcia ou servio.

    No CHTV a farmacotecnia est dividida em trs importantes reas, sendo elas:

    Unidade de reembalagem;

    Unidade de manipulao clnica de formulaes no estreis;

    Unidade de manipulao clnica de formulaes estreis;

  • 27

    5.1. Unidade de Reembalagem

    O objetivo principal da reembalagem de permitir aos SFH disporem do

    medicamento, na dose prescrita, de forma individualizada, permitindo assim, reduzir o

    tempo de enfermagem dedicado preparao da medicao a administrar, reduzir os

    riscos de contaminao do medicamento, reduzir os erros de administrao e uma maior

    economia.

    Assim, como alguns dos medicamentos esto sujeitos a fracionamento,

    necessrio manter as condies de assepsia de modo a evitar contaminaes por fatores

    externos. Deste modo, a unidade de reembalgam dos SFH do CHTV constituda por:

    Zona cinzenta - Onde se encontra o stock de formas orais slidas utilizadas para

    abastecer o FDS, para fracionamento e posterior reembalamento.

    Zona Branca - rea de trabalho destinada ao fracionamento de formas orais slidas

    suscetveis de serem fracionadas,

    garantindo a sua eficcia teraputica.

    (figura VIII) A realizao desta atividade

    obriga o profissional responsvel a

    utilizar o equipamento de proteo

    individual (mscara, luvas e touca), de

    modo a evitar contaminaes. Todo o

    material depois de utilizado limpo e

    desinfetado com lcool a 70, assim como

    a bancada de trabalho. Fig. 8 Zona Branca

    A reembalagem no CHTV pode ser realizada de duas formas distintas:

    manualmente ou atravs da FDS.

    A reembalagem manual de um medicamento consiste em colocar as partes

    resultantes do comprimido num pequeno pedao da fita de plstico e fechar atravs do

    calor. A partir da regista-se manualmente o nome, a dosagem, o lote e o prazo de

    validade do medicamento. A reembalagem na FDS permite obter uma elevada

    quantidade de comprimidos reembalados num curto espao de tempo e de uma forma

    mais segura. Antes de se reembalar algum medicamento, so inseridos no sistema

    informtico da FDS os dados respetivos ao medicamento que se pretende reembalar. A

  • 28

    fita de plstico resultante trz o rtulo impresso com a respetiva identificao do

    medicamento (DCI, dosagem, prazo de validade e lote atribudo).

    O INFARMED estipulou que o prazo de validade mximo para um

    medicamento reembalado so 6 meses, que o tempo durante o qual o medicamento

    poder ser usado com garantia, isto , o perodo de vida til do medicamento

    fundamentado em estudos de estabilidade especficos. Caso do prazo de validade do

    medicamento a reembalar, expirar em menos de 6 meses atribudo o prazo de validade

    do medicamento.

    5.2.Unidade de manipulao clnica de frmulas no estreis

    A preparao de formulaes no estreis efetuada num laboratrio equipado.

    As formulaes no estreis do CHTV so efetuadas num laboratrio equipado com

    material de pesagem, matrias-primas, material e zona de lavagem. Preparam-se com

    alguma frequncia solues, suspenses e papis medicamentosos. A preparao de

    formulaes no estreis so realizadas pelos TF`s, com a superviso de um

    farmacutico.

    As preparaes medicamentosas so elaboradas de acordo com a ficha tcnica

    do manipulado e a ficha de preparao do manipulado, onde constam informaes

    acerca dos constituintes do manipulado, material a utilizar, modo de preparao,

    descrio do medicamento, entre outras. Os lotes so registados na ficha de registo de

    lotes de manipulados e na ficha de preparao. O nmero de lote do manipulado

    determinado da seguinte forma: o primeiro manipulado a preparar do dia tem o nmero

    de lote A/ano/ms/dia, o segundo manipulado tem B/ano/ms/dia e assim

    sucessivamente. Depois de registadas as informaes acerca do manipulado: o dia de

    preparao, quem realizou a preparao, o prazo de validade, o lote, a quantidade de

    matrias-primas utilizadas, executa-se a preparao. O material usado lavado antes da

    sua utilizao. Depois de preparado o manipulado devidamente acondicionado e

    rotulado.

    Antes de comear a manipular necessrio que o TF use touca, luvas e mscara,

    desinfete com lcool a 70, todas as superfcies de trabalho e verificar se o material a

    utilizar est limpo, esterilizado, aferido e apropriado a cada tcnica ou preparao.

  • 29

    Estas medidas evitam deste modo possveis contaminaes microbiolgicas,

    assegurando sempre a segurana do preparado e do preparador.

    A maioria das frmulas preparadas neste sector destinam-se a adaptar doses

    comerciais existentes para que possam ser administradas populao peditrica.

    A preparao de papis s se justifica quando no h outra alternativa, no se

    prevem alteraes importantes na sua biodisponibilidade e quando no se exigem

    longas conservaes dos papis preparados (devido a fatores de degradao, como o ar,

    a luz, a humidade, ). A preparao de papis feita atravs da realizao de

    numerosas pesagens de quantidades de matrias-primas ou de quantidades de ps

    resultantes da pulverizao de comprimidos ou da abertura de cpsulas e implica um

    grande volume de trabalho, altamente suscetvel de ocasionar erros de pesagem.

    As formas farmacuticas lquidas, em especial as solues e as suspenses orais,

    alm de facilitarem a administrao e poderem contribuir para a adeso dos utentes

    (crianas) teraputica, apresentam grande flexibilidade permitindo ajustar, de um

    modo simples e rpido, as doses a administrar durante o tratamento, em funo da

    evoluo da patologia.

    A prescrio de formas farmacuticas no estreis chega aos SFH atravs do

    sistema informtico e validada por o farmacutico responsvel que se encarrega de

    efetuar os clculos (quando

    necessrio). Aps a preparao o

    farmacutico contacta o servio

    clinico a informar que pode

    algum do servio em questo vir

    levantar o medicamento.

    Fig. 9 - Laboratrio

    5.3.Unidade de manipulao clinica de frmulas estreis

    A preparao de formas estreis inclui a manipulao de medicamentos

    citostticos e outras preparaes estreis utilizadas para outros fins. Os citostticos so

    utilizados no tratamento de neoplasias malignas. Estes medicamentos tm a capacidade

    de inibir ou impedir a evoluo de uma neoplasia, diminuindo a maturao e posterior

    proliferao de clulas malignas. Devido s caractersticas txicas destas substncias, o

  • 30

    seu manuseamento deve obedecer a regras de segurana. Assim sendo a reconstituio

    de formas farmacuticas citotxicas deve ser efetuada por profissionais com preparao

    tcnica adequada, utilizando equipamento de proteo e em zonas destinadas para esse

    efeito.

    Por forma a garantir todas as condies de esterilidade e segurana durante as

    preparaes, a unidade de manipulao clnica de frmulas estreis do CHTV, dispe de

    trs zonas:

    Sala cinzenta O preparador procede lavagem assptica das mos e equipa-se

    com bata, touca, luvas, mscara e protetor do calado.

    Sala preta a antecmara, local onde se coloca todo o material necessrio a

    passar para a sala de preparao. Esta sala, dotada de um transfere que permite

    a comunicao direta com a sala de preparao.

    Sala branca Tem presso de ar negativa, de acesso restrito e equipada com

    uma cmara de fluxo de ar laminar vertical, permitindo que a manipulao se

    realize segundo regras rigorosas de assepsia, assegurando sempre a proteo do

    manipulador e da preparao.

    A prescrio realizada por um mdico e chega aos SFH atravs do sistema

    informtico. O farmacutico efetua a sua verificao bem como os clculos necessrios.

    ento, emitida uma ficha contendo os rtulos de todas as preparaes. Cada rtulo

    contm o nome do doente, o servio correspondente, o DCI, a dose, a soluo de

    diluio e o volume final. Assim sendo, os tcnicos responsveis pela manipulao

    nesse ms preparam todo o material necessrio (medicamentos, soros, bip`s,

    seringas), preenchendo uma ficha indicando todo os medicamentos citostticos a

    utilizar e outra indicando os solventes. O material e os medicamentos so colocados no

    transfere e pulverizados com lcool a 70%.

    Antes de entrar na sala asstica, os tcnicos devero vestir uma farda do hospital.

    Na cmara, um tcnico responsvel pela manipulao e outro por dar todo o material

    necessrio ao manipulador, bem como dizer o respetivo procedimento. O tcnico que d

    apoio ao manipulador, ainda responsvel por receber as preparaes finalizadas,

    coloc-las num saco preto prprio e colar os devidos rtulos (um na preparao e outro

    no saco). Entre cada preparao, o manipulador desinfeta a bancada de trabalho com

  • 31

    uma compressa embebida em lcool a 70. Durante a manipulao, todo o material que

    esteve em contacto com os citotxicos colocado num contentor apropriado existente

    na camara de fluxo laminar. Todos os resduos txicos so encaminhados para o circuito

    de incenerao. No final, a cmara desinfetada com lcool a 70% e aps esterilizada

    com radiao ultravioleta.

    Os farmacuticos colocam os sacos, cada um com duas etiquetas, para cada

    preparao na cmara de transferncia, retiram da cmara os sacos j com os

    medicamentos preparados e colocam no carrinho que transporta os medicamentos

    citostticos para o local correspondente (ex: Oncologia Mdica - hospital de dia).

    Todas as semanas Segunda-feira, feito um controlo microbiolgico desta unidade

    atravs de placas, (exemplo: pontas das luvas do tcnico manipulador, local aleatrio da

    sala de preparao, centro da superfcie

    da camara de fluxo laminar). Este

    procedimento feito antes e no fim da

    sesso de trabalho. As placas so

    enviadas para o departamento de

    controlo microbiolgico.

    Fig. 10 Sala de preparao de citostticos

    Nos SFH do CHTV, os TF so tambm os responsveis pela preparao de

    outras formas farmacuticas estreis. Estas so preparadas num laboratrio estril, numa

    cmara com fluxo laminar horizontal. O fabrico de preparaes estreis feito em reas

    desinfetadas. O procedimento de preparao de material e preparao para entrar na

    cmara horizontal igual ao anteriormente referido.

    As frmulas farmacuticas estreis mais preparadas nesta farmcia e que tive

    oportunidade de observar so: o Talco esterilizado utilizado na pleurodese e a

    Cefuroxime intracamerular 10 mg/ml para uso oftlmico.

  • 32

    6.PERFIL FARMACOTERAPEUTICO

    No mbito do Estgio Profissional II do 4 Ano, 2 Semestre de Licenciatura em

    Farmcia, da Escola Superior de Sade, do Instituto Politcnico da Guarda, foi proposta

    a elaborao de um seguimento farmacoteraputico efetuado a um utente, aquando do

    estgio, de forma a compreender qual a patologia que levou ao internamento, e muitas

    vezes constatar outras patologias pr-existentes ao internamento hospitalar.

    O utente escolhido encontrava-se internado no servio de pneumologia do

    CHTV, do sexo feminino e com 41 anos.

    MEDICAO

    Budesonida 0,05% 2ml sol. Nebulizao, 1 ampola 2 vezes ao dia;

    Clonazepam 2mg comprimido, 1 comprimido 1 vez ao dia;

    Brometo de Ipratrpio 1,25% sol. Nebulizao, 1 ampola 3 vezes ao dia;

    Levetiracetam 1000mg comprimido, 1 comprimido 2 vezes ao dia;

    Mirtazapina 30mg comprimido, 1 comprimido 1 vez ao dia;

    Omeprazol 20mg cpsula, 1 cpsula 1 vez ao dia;

    Valproato sdio 500mg comprimidos, 1 comprimido 2 vezes ao dia. (Anexo V)

    BUDESONIDA 0,05% 2ML SOL. NEBULIZAO

    Grupo farmacoteraputico: Antiasmticos e broncodilatadores: glucocorticide.

    Classificao ATC: R03 BA 02

    Indicaes Teraputicas: um frmaco conhecido pela sua ao anti-inflamatria ao

    nvel da mucosa brnquica (inibio da libertao de mediadores beta-2de inflamao),

    pela reduo do edema e da secreo de muco nas vias areas e pela sua ao

    broncodilatadora por via indireta, por aumento da sensibilidade dos recetores beta-2 aos

    simpaticomimticos. utilizado em situaes de asma e de DPOC agudizada.

    Posologia e modo de administrao: 200-800g/dia, at um mximo de 1,6mg por

    dia.

  • 33

    Contraindicaes: Hipersensibilidade ao frmaco, tuberculose ou outra patologia

    infeciosa. Indutor da osteoporose e pode ter ao supressora ao nvel da atividade

    endcrina das suprarrenais, quando utilizados em altas doses e por perodo de tempo

    prolongado.

    Reaes adversas: Faringite, disfonia, candidase oral e ligeiro aumento do risco de

    glaucoma e cataratas.

    Interaes Medicamentosas: No esto descritas interaes para os corticosteroides

    por via inalatria.

    CLONAZEPAM 2MG COMPRIMIDOS

    Grupo farmacoteraputico: Sistema Nervoso Central: Antiepilticos e anti

    convulsivantes.

    Classificao ATC: N03AE01

    Indicaes Teraputicas: Epilepsia, estado de mal epiltico, crises mioclnicas e

    atnicas (sndrome de Drop); Propriedades farmacolgicas comuns s benzodiazepinas,

    incluindo propriedades, sedativas, relaxantes e ansiolticas.

    Posologia e modo de administrao: 1mg noite durante 4 noites, depois aumentar

    durante 2 a 4 semanas at dose de manuteno de 4 a 8mg por dia em vrias tomas.

    Contraindicaes: Est contrariada em idosos e em crianas (risco de reaes

    paradoxais), em doentes com miastenia gravis. necessrio reduzir as doses em

    situaes de insuficincia respiratria.

    Reaes adversas: Sonolncia, incoordenao motora, alterao da memria a curto

    prazo, confuso, depresso, vertigem, alteraes gastrointestinais, alteraes visuais e

    irregularidades cardiovasculares.

    Interaes Medicamentosas: Com depressores do SNC e com o lcool, por

    potenciao dos efeitos.

    BROMETO DE IPATRPIO 1,25% SOL.NEBULIZAO

    Grupo farmacoteraputico: Aparelho respiratrio. Antiasmticos e broncodilatadores:

    Antagonistas colinrgicos.

  • 34

    Classificao ATC: R03B B01

    Indicaes Teraputicas: Usado no tratamento prolongado da DPOC, na bronquite

    crnica, no enfisema e no tratamento da asma.

    Posologia e modo de administrao: 100-500 g, at 4 vezes ao dia.

    Contraindicaes: Hipersensibilidade ao ipratrpio, atropina e seus derivados.

    Glaucoma de ngulo fechado, hipertrofia prosttica, obstruo do colo da bexiga,

    gravidez e aleitamento.

    Reaes adversas: Ocasionalmente secura da boca, reteno urinria e obstipao.

    Interaes Medicamentosas: Frmacos beta-adrenrgicos e xantnicos podem

    intensificar o efeito broncodilatador.

    LEVETIRACETAM 1000MG COMPRIMIDO

    Grupo farmacoteraputico: Sistema Nervoso Central: antiepilticos e

    anticonvulsivantes.

    Classificao ATC: N03AX14.

    Indicaes Teraputicas: Tratamento adjuvante das crises parciais com ou sem

    generalizao.

    Posologia e modo de administrao: Iniciar com 500mg, 2 administraes por dia,

    elevando para 1000mg por dia no perodo de 2 semanas, at ao mximo, se necessrio

    de 3000mg por dia, em vrias administraes dirias.

    Contraindicaes: Utilizar com precauo nos idosos e insuficientes renais.

    Reaes adversas: Sonolncia, astenia, tonturas, fadiga, cefaleias, trombocitopenia,

    anorexia, aumento de peso, agitao, depresso, instabilidade emocional/variaes do

    humor, hostilidade/agressividade, insnia, nervosismo/irritabilidade, alteraes da

    personalidade, perturbaes do pensamento. diplopia, viso desfocada e vertigem.

    Interaes Medicamentosas: Com o lcool.

    MIRTAZAPINA 30MG COMPRIMIDOS

  • 35

    Grupo farmacoteraputico: Sistema Nervoso Central. Psicofrmacos:

    Antidepressores.

    Classificao ATC: N06AX11

    Indicaes Teraputicas: Depresso.

    Posologia e modo de administrao: Dose inicial: 15mg por dia, podendo aumentar

    consoante necessidade at 45mg, em administrao nica ou dividida em 2

    administraes.

    Contraindicaes: Epilepsia, alteraes da funo heptica e renal, hipotenso, histria

    de reteno urinria, glaucoma de ngulo aberto, psicose, histria de doena bipolar,

    gravidez e aleitamento. A interrupo abruta da medicao deve ser evitada.

    Reaes adversas: Aumento do apetite e ganho de peso, aumento das enzimas

    hepticas, ictercia, raramente ocorre edema, hipotenso postural, exantema, tremor,

    mioclonos, agranulocitose reversvel e leucopenia.

    Interaes Medicamentosas: Potencia o efeito dos sedativos e hipnticos, com

    medicamentos simpaticomimticos, pimozida e com antiarrtmicos.

    OMEPRAZOL 20MG CPSULAS

    Grupo farmacoteraputico: Anticidos e anti-ulcerosos: Inibidores da bomba de

    protes

    Classificao ATC: A02B C01

    Indicaes Teraputicas: lcera pptica, esofagite de refluxo, sndrome de Zollinger

    Ellison. Erradicao do H.Pylori em associao.

    Posologia e modo de administrao: lcera pptica: 20mg por dia, durante 4 a 6

    semanas; Esofagite de refluxo: 20 a 40mg 1 vez por dia; Sndrome Zollinger-Ellison:

    at 120mg por dia.

    Contraindicaes: Em associao com claritromicina no deve ser prescrito em

    doentes com insuficincia heptica. A diminuio da acidez gstrica favorece a

    colonizao bacteriana aumentando o risco de infees gastrintestinais.

  • 36

    Reaes adversas: Alteraes digestivas so as mais frequentes, entre as quais,

    diarreia, obstipao e flatulncia. Elevao das enzimas hepticas, perturbaes do

    sono, mialgias e artralgias.

    Interaes Medicamentosas: Potencia os efeitos da varfarina, da fenitona, do

    diazepam, do triazolam, do flurazepam, da imipramina e da clomipramina. Reduz a

    absoro do cetoconazol e do itraconazol. Aumenta a concentrao plasmtica do

    tacrolmus, da ciclosporina e dos digitlicos.

    VALPROATO DE SDIO 500MG COMPRIMIDOS

    Grupo farmacoteraputico: Sistema nervoso central: Antiepilticos e

    anticonvulsivantes.

    Classificao ATC: N03AG01

    Indicaes Teraputicas: Epilepsia. Crises parciais complexas, ausncias ou crises do

    tipo misto. Tem ao sobre o humor nas psicoses manaco-depressivas e pode ser til na

    profilaxia da enxaqueca.

    Posologia e modo de administrao: Dose inicial: 600mg por dia em duas

    administraes, aumentando a dose consoante necessidade. A dose mxima de 2.5g

    por dia.

    Contraindicaes: Doena heptica e hipersensibilidade ao cido valprico.

    Reaes adversas: Hepatotoxicidade, nuseas e vmitos.

    Interaes Medicamentosas: Potencia os efeitos do lcool e de outros depressores do

    SNC, e de outros anticonvulsivantes e barbitricos. Com cido acetilsaliclico,

    dipiridamol e varfina. Colestiramina reduz a absoro.

    INSUFICIENCIA RESPIRATRIA

    A insuficincia respiratria a condio no qual o sistema respiratrio no

    consegue manter os valores da presso arterial de oxignio (PaO2) e/ou da presso

    arterial de gs carbnico (PaCO2) dentro dos limites da normalidade. Sendo os valores

    normais os seguintes: PaO2 > 60 mmHg e PaCO2

  • 37

    base, alcalose ou acidose respiratria, so comuns (10). Quando as alteraes das trocas

    gasosas se instalam de maneira progressiva ao longo de meses ou anos, estaremos

    diante de casos de insuficincia respiratria crnica. Exemplos de tal condio so a

    doena pulmonar, obstrutiva crnica (DPOC), avanada (11).

    O tratamento da insuficincia respiratria deve ser individualizado, em funo

    das causas desencadeantes e dos mecanismos fisiopatolgicos envolvidos. Os

    broncodilatadores, corticosteroides, diurticos, antibiticos e por vezes procedimentos

    cirrgicos so utilizados nesta patologia.

    EPILEPSIA

    Epilepsia uma modificao anatomopatolgica persistente no SNC que

    transforma os neurnios normais em neurnios cronicamente hiperexcitveis. Este um

    processo dinmico, em que ocorrem, progressivamente, alteraes da excitabilidade

    neuronal, estabelecendo-se interconexes crticas que levam a mudanas estruturais.

    Um agregado neuronal sofre uma leso, tornando-se anormalmente excitvel e

    potencialmente epileptognico, promovendo alteraes anatmicas e fisiolgicas que

    levam s chamadas crises convulsivas (12).

    A classificao das crises epilticas divide-as em duas categorias principais:

    crises parciais, cuja atividade restrita a reas discretas do crtex cerebral, e crises

    generalizadas, em que h envolvimento simultneo de vrias reas cerebrais. As crises

    parciais so subclassificadas consoante o nvel de conscincia: consciente - a crise

    parcial simples; inconsciente - crise complexa. As crises generalizadas so

    subclassificadas pela existncia ou no de aspetos caractersticos do movimento

    convulsivo.

    Quanto etiologia das crises epilticas, estas podem ser sintomticas, idiopticas

    ou criptognicas. As sndromes sintomticas indicam epilepsia de etiologia conhecida

    ou suspeita, as criptognicas tm uma etiologia desconhecida e as idiopticas no tm

    causa conhecida (13).

    Os sinais e sintomas mais comuns so o esquecimento sbito, desmaios,

    distrbios de movimento, distrbios de sensaes (viso, audio), distrbios de

    humor e distrbios da funo cognitiva.

  • 38

    O tratamento da epilepsia atravs de antiepilticos e anticonvulsivantes e

    benzodiazepinas. Iniciado em monoterapia e consoante necessidade, altera-se ou

    combinam-se medicamentos.

    Com a realizao deste seguimento foi possvel compreender que a patologia

    que levou ao internamento foi a insuficincia respiratria, sendo que a paciente tinha

    uma patologia pr-existente, a epilepsia.

    Na minha opinio os objetivos propostos foram cumpridos, uma vez que

    consegui percecionar qual a patologia da paciente. Escolhi esta paciente pelo fato de ser

    uma pessoa jovem e com problemas respiratrios, que infelizmente so cada vez mais

    uma preocupao (poluio, tabagismo, estilo de vida).

  • 39

    4. CONCLUSO

    O estgio em farmcia hospitalar realizado no CHTV foi uma experincia

    enriquecedora onde os objetivos estipulados foram atingidos sendo que tive

    possibilidade de conhecer todo o circuito do medicamento, desde a receo, at

    distribuio, conforme estava planeado.

    Durante este estgio foi-me possvel aplicar conhecimentos prticos e tericos

    relacionados com o circuito do medicamento em meio hospitalar, tais como foram

    vrias as aprendizagens adquiridas (especialmente no conhecimento de alguns

    medicamentos de usos exclusivo hospitalar) e que em muito contriburam para a minha

    construo enquanto futura tcnica de farmcia.

    A forma como fui recebida nos SFH do CHTV foi fundamental para a minha

    aprendizagem e entusiasmo. A equipa integrou-me de uma excelente forma, permitindo

    assim que me sentisse parte integrante do grupo de trabalho.

    Como nico ponto negativo, no posso deixar de focar o meu desagrado pelo

    fato de os estagirios no poderem colaborar em nenhum tipo de manipulao de

    medicamentos.

    Ao longo deste estgio constatei a importncia do exerccio das nossas funes

    enquanto futuros TF em Farmcia Hospitalar.

    Numa reflexo final, posso afirmar que este estgio teve enormes vantagens,

    pois possibilitou uma aplicao terico-prtica complementando assim os meus

    conhecimentos. Foi uma experincia gratificante e enriquecedora.

  • 40

    10. BIBLIOGRAFIA

    1. Dirio da Republica 1Srie A, Decreto Lei N 564/99 de 21 de Dezembro.

    (http://www.acss.min-saude.pt/Portals/0/DL%20564.99%20

    %20Estabelece%20o%20estatuto%20legal%20da%20carreira%20de%20TDT.P

    DF). Acedido a 8 de Maio

    2. Decreto Lei n 44/2004 de 2 de Fevereiro, artigo 1..

    http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/LEGIS

    LACAO_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_II/TITULO_II_CAPIT

    ULO_V/decreto_lei_44204-1962.pdf. Acedido a 8 de Maio

    3. Centro Hospitalar Tondela- Viseu EPE, Arquivos internos dos Servios

    Farmacuticos. Acedido a 8 de Maio

    4. Hospital de S. Teotnio. Histria do Hospital S. Teotnio de Viseu.

    www.hstviseu.min-saude.pt. 20 de Maio

    5. INFARMED. [Online] Maro de 2005. http://www.infarmed.pt. Acedido a 20 de

    Maio

    6. http://www.mar.mil.br/cpce/Arquivos/ISO_9001-2008.pdf. Acedido a 2 de

    Junho

    7. Legislao farmacutica compilada, decreto-lei n 176/2006 de 30 de Agosto.

    https://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/LEGIS

    LACAO_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_III/TITULO_III_CAPI

    TULO_I/035-E_DL_176_2006_VF.pdf). Acedida a 12 de Maio

    8. (https://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/LEGI

    SLACAO_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_II/TITULO_II_CAPIT

    ULO_IV/022-A2_DL_171_2012.pdf). Acedido a 18 de Maio

    9. http://revista.fmrp.usp.br/2003/36n2e4/7_insuficiencia_respiratoria.pdf. Acedido

    a 2 de Junho

    10. .http://www.hrms.ms.gov.br/controle/ShowFile.php?id=83031. Acedido a 2 de

    Junho

    11. https://hmsportugal.wordpress.com/2012/05/23/epilepsia/. Acedido a 4 de Junho

    12. http://www.janssen.pt/Epilepsia. Acedido a 4 de Junho

    http://www.acss.min-saude.pt/Portals/0/DL%20564.99%20%20%20Estabelece%20o%20estatuto%20legal%20da%20carreira%20de%20TDT.PDFhttp://www.acss.min-saude.pt/Portals/0/DL%20564.99%20%20%20Estabelece%20o%20estatuto%20legal%20da%20carreira%20de%20TDT.PDFhttp://www.acss.min-saude.pt/Portals/0/DL%20564.99%20%20%20Estabelece%20o%20estatuto%20legal%20da%20carreira%20de%20TDT.PDFhttp://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/LEGISLACAO_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_II/TITULO_II_CAPITULO_V/decreto_lei_44204-1962.pdfhttp://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/LEGISLACAO_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_II/TITULO_II_CAPITULO_V/decreto_lei_44204-1962.pdfhttp://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/LEGISLACAO_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_II/TITULO_II_CAPITULO_V/decreto_lei_44204-1962.pdfhttp://www.hstviseu.min-saude.pt/http://www.infarmed.pt/http://www.mar.mil.br/cpce/Arquivos/ISO_9001-2008.pdfhttps://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/LEGISLACAO_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_III/TITULO_III_CAPITULO_I/035-E_DL_176_2006_VF.pdfhttps://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/LEGISLACAO_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_III/TITULO_III_CAPITULO_I/035-E_DL_176_2006_VF.pdfhttps://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/LEGISLACAO_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_III/TITULO_III_CAPITULO_I/035-E_DL_176_2006_VF.pdfhttps://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/LEGISLACAO_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_II/TITULO_II_CAPITULO_IV/022-A2_DL_171_2012.pdfhttps://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/LEGISLACAO_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_II/TITULO_II_CAPITULO_IV/022-A2_DL_171_2012.pdfhttps://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/LEGISLACAO_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_II/TITULO_II_CAPITULO_IV/022-A2_DL_171_2012.pdfhttp://revista.fmrp.usp.br/2003/36n2e4/7_insuficiencia_respiratoria.pdfhttp://www.hrms.ms.gov.br/controle/ShowFile.php?id=83031https://hmsportugal.wordpress.com/2012/05/23/epilepsia/http://www.janssen.pt/Epilepsia

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    ANEXOS

    Anexo I Frigorfico

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    Anexo II Armazm Geral

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    Anexo III Armrio citostticos

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    Anexo IV - Cofre

  • 45

    Anexo V Ficha de controle de estupefacientes

  • 46

    Anexo VI Medicao da paciente (seguimento farmacoteraputico)

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