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I
´
Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto
Instituto Politécnico da Guarda
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Hugo Miguel Duarte Martins
Relatório para a obtenção da Licenciatura em Desporto
Guarda, Julho de 2013
II
Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto
Instituto Politécnico da Guarda
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Skiparque
Orientador de Estágio: Bernardo Santos
Orientado: Hugo Miguel Duarte Martins
Orientador de ESECD: Jorge Casanova
Guarda, Julho de 2014
III
Ficha Técnica
Instituição: Instituto Politécnico da Guarda
Escola: Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto
Endereço: Av. Dr. Sá Carneiro 50, 6300-559 Guarda
Telefone: 271220135; Fax: 271220111; E-mail: [email protected]
Docente orientador de estágio: Jorge dos Santos Casanova
E-mail: [email protected]
Discente: Hugo Miguel Duarte Martins
Nº de aluno: 507442
Telemóvel: 961060279; E-mail: [email protected]
Instituição de Estágio
Endereço: Largo Relva da Reboleira Sameiro,6260-311 Sameiro - Manteigas
Telefone: +351 275980090; Telefone: +351 963832726 ;
E-mail: [email protected]
Web: www.skiparque.pt
Orientador na Instituição: Bernardo Santos
E-mail: [email protected]
Duração do Estágio: 36 semanas
Data de Início: 3 de Outubro de 2013
Data de Fim: 16 de Junho de 2014
IV
Agradecimentos
Quero deixar aqui os meus agradecimentos a todos aqueles que tornaram toda
esta aventura possível.
Em primeiro lugar quero agradecer à minha companheira, por todo o apoio, por
ter estado sempre ao meu lado .
Á minha família pelo apoio prestado.
À professora Natalina Casanova por ter sugerido o local para estagiar e pelo
apoio sempre prestado.
Ao professor Casanova, orientador no IPG, por me ter guiado nesta aventura.
Ao professor Bernardo Santos, orientador no Skiparque, pela compreensão e
conhecimentos transmitidos durante o estágio.
À Professora Rosa Chuva por me ter providenciado transporte na fase inicial
do estágio. E principalmente ao professor Carlos Sacadura, por ter providenciado
transporte o resto do ano para o local de estágio.
Quero também agradecer a todos os colaboradores do Skiparque,
principalmente ao Zé Luís que foi aquele com quem passei mais tempo, dentro e fora do
estágio. Aprendi muito com ele, tanto a nível profissional como a nível pessoal.
Por fim agradecer aos meus colegas de curso com quem partilhei muitas
experiências e cresci muito com eles.
A todos um muito obrigado!
V
Resumo
Este relatório de estágio está inserido na Unidade Curricular Estágio e, tem
como objectivo desenvolver a autonomia e permite a passagem dos conhecimentos
teóricos para os práticos.
Na área do desporto, esta foi a primeira experiência em contexto profissional.
O estágio no Skiparque permitiu adquirir novos conhecimentos e aprofundar outros na
área de Desportos de Natureza. O Skiparque está localizado no concelho de Manteigas.
Durante o estágio realizei diversas actividades, como por exemplo: leccionar
aulas e iniciação de esqui, segurança no slide, atender os clientes, confeccionar comida,
servir bebidas, manutenção e limpeza do material das actividades, preparação das casas
de xisto, limpeza da zona de aluguer de material e casas de banho.
Palavras-Chave: Estágio, Desportos de Natureza, Skiparque
VI
Resume
This report is inserted in the internship subject and has as purpose to develop
autonomy and it allows the transition of theorical knowledge to particle.
In the Sports field, this was my first experience in professional context. The
internship in Skiparque allowed me to acquire new knowledge and deepen others in the
nature sports field. Skiparque is located in the county of Manteigas.
During this internship i did several activities, such as: teaching ski, safety in
slide, serve the clients, prepare food and serve beverages, maintenance and cleaning the
material for the activities, preparation of the shale houses, cleaning of the rent material
zone and bathrooms.
Key-Words: Internship, Nature Sports, Skiparque
VII
Índice
Índice de Ilustrações ......................................................................................................... X
Índice de Tabelas ........................................................................................................... XII
Introdução ....................................................................................................................... 1
Parte I – Contextualização do local de estágio ............................................................. 3
1 - Caracterização – Manteigas ........................................................................................ 3
1.1 - Potencialidades Turísticas do concelho de Manteigas ............................................. 4
1.2 - Património Natural ................................................................................................... 4
2 - Caracterização – Skiparque ......................................................................................... 8
2.1 - Sabores Altaneiros ................................................................................................... 8
2.2 - Recursos ................................................................................................................... 9
2.2.1 - Recursos Humanos ................................................................................................ 9
2.2.2 - Recursos Físicos .................................................................................................. 10
2.2.3 - Recursos Materiais .............................................................................................. 11
2.3 - Actividades ............................................................................................................. 11
Parte II - Revisão da Literatura .................................................................................. 13
1 - Desporto de Natureza ................................................................................................ 13
1.1 - Orientação .............................................................................................................. 14
1.2 – Bicicleta todo o terreno (BTT) .............................................................................. 15
1.3 - Slide ........................................................................................................................ 16
1.4 - Tiro com arco e Zarabatana .................................................................................... 16
1.5 - Esqui ....................................................................................................................... 17
1.5.1 - Técnicas de esqui alpino ..................................................................................... 17
1.5.1.1 - Descida Directa ................................................................................................ 18
1.5.1.2 – Descida em Cunha ........................................................................................... 18
VIII
1.5.1.3 – Descida com viragens em Cunha..................................................................... 19
1.5.1.4 – Aprendizagem ................................................................................................ 19
1.6 – Pedestrianismo/Trekking ....................................................................................... 21
Parte III – Objectivos, Fases e Actividades ................................................................ 22
1 - Estágio ....................................................................................................................... 22
1.1 - Objectivos .............................................................................................................. 22
1.2 - Fases ....................................................................................................................... 23
1.2.1 - Observação .......................................................................................................... 24
1.2.2 - Co-orientação ...................................................................................................... 24
1.2.3 - Orientação ........................................................................................................... 25
1.3 - Horário ................................................................................................................... 25
1.4 - Actividades Desenvolvidas .................................................................................... 25
1.4.2 - Actividades .......................................................................................................... 29
1.4.1 - Aulas de iniciação de esqui ................................................................................. 30
1.4.1.1 – Reflexão das aulas de iniciação de Esqui ........................................................ 31
1.4.2 - Propostas ............................................................................................................. 32
1.4.2.1 - Percursos (Anexo 5) ......................................................................................... 32
1.4.2.2 - Actividade (Anexo4) ........................................................................................ 33
1.4.3 - Formações ........................................................................................................... 34
Parte IV – Reflexão Final ............................................................................................. 35
1 – Aplicação prática dos conhecimentos teóricos durante o estágio ............................. 35
2 – Reflexão Geral .......................................................................................................... 37
Conclusão ...................................................................................................................... 39
Referências Bibliográficas .............................................................................................. 40
Anexos .............................................................................................................................. 1
Anexo 1 ............................................................................................................................ 2
IX
Plano de estágio ................................................................................................................ 2
Anexo 2 ............................................................................................................................ 3
Plano de aula - Esqui ........................................................................................................ 3
Anexo 3 ............................................................................................................................ 5
Proposta Actividade .......................................................................................................... 5
Anexo 4 ............................................................................................................................ 6
Formações ......................................................................................................................... 6
Monitor de Esqui .............................................................................................................. 6
Meteorologia ..................................................................................................................... 7
Anexo 5 ............................................................................................................................ 8
X
Índice de Ilustrações
Ilustração 1 - Localização geográfica do concelho de Manteigas no distrito da Guarda
em Portugal Continental ................................................................................................... 3
Ilustração 2 - Vale Glaciar do Zêzere ............................................................................... 5
Ilustração 3 - Poço do Inferno .......................................................................................... 6
Ilustração 4 - Locais de interesse turístico do concelho de Manteigas ............................. 7
Ilustração 5 - Localização Skiparque ............................................................................. 10
Ilustração 6 - Skiparque .................................................................................................. 10
Ilustração 7 - Praia Fluvial.............................................................................................. 10
Ilustração 8 - Casas de Xisto .......................................................................................... 10
Ilustração 9 - Zona de aluguer de material ..................................................................... 11
Ilustração 10 - Pista de Ski ............................................................................................. 11
Ilustração 11 - Tiro com arco e Zarabatana .................................................................... 12
Ilustração 12 – Slide ....................................................................................................... 12
Ilustração 13 – Orientação .............................................................................................. 14
Ilustração 14 – BTT ........................................................................................................ 15
Ilustração 15 – Slide ....................................................................................................... 16
Ilustração 16 - Tiro com arco ......................................................................................... 16
Ilustração 17 - Tiro com Zarabatana............................................................................... 16
Ilustração 18 - Material de Esqui .................................................................................... 17
Ilustração 19 - Como calçar o baston ............................................................................. 17
Ilustração 20 - Como calçar os esquis ............................................................................ 18
Ilustração 21 - Posição base de esqui ............................................................................. 18
Ilustração 22 – Cunha ..................................................................................................... 18
Ilustração 23 - Viragem em Cunha ................................................................................. 19
Ilustração 24 - Plano de estágio ........................................................................................ 2
Ilustração 25 - Plano de aula de iniciação de esqui .......................................................... 3
Ilustração 26 - Plano de aula de iniciação de esqui .......................................................... 4
Ilustração 27 - Proposta de actividade .............................................................................. 5
Ilustração 28 - Panfleto - Formação de Esqui................................................................... 6
Ilustração 29 - Flyer - Formação de Meteorologia ........................................................... 7
XI
Ilustração 30 - Acção de formação de iniciação ao esqui - IPG ....................................... 7
Ilustração 31 - Orientação (mapa) .................................................................................... 8
Ilustração 32 - Perfil de elevação (azul) ........................................................................... 9
Ilustração 33 - Perfil de elevação (amarelo) ..................................................................... 9
Ilustração 34 - - Perfil de elevação (vermelho) ............................................................... 9
Ilustração 35 - Percurso pedestre (média) ...................................................................... 10
Ilustração 36 - Percurso pedestre (média/difícil) ............................................................ 10
Ilustração 37 - Percurso pedestre (média/difícil) ............................................................ 11
Ilustração 38 - Percurso pedestre (difícil) ...................................................................... 11
Ilustração 39 - Percurso pedestre (difícil) ...................................................................... 12
Ilustração 40 - Percurso de btt (média) ........................................................................... 13
Ilustração 41 - Percurso de btt (média/difícil) ................................................................ 13
XII
Índice de Tabelas
Tabela 1 - Actividades de Aventura ............................................................................... 29
Tabela 2 – Actividades Fonte: Própria ........................................................................... 29
Tabela 3 – Aulas de iniciação de esqui (individual) ....................................................... 30
Tabela 4 - Aulas de iniciação de esqui (grupo) .............................................................. 30
XIII
Lista de Abreviaturas
IPG – Instituto Politécnica da Guarda
ESECD – Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto
ESTG – Escola Superior de Tecnologia e Gestão
BTT – Bicicleta todo o terreno
1
Introdução
Como refere Caires & Almeida (1997), o Estágio pode ser uma experiência de
formação organizada e fundamental na formação preparando os alunos para a entrada no
mundo profissional. (Torres, Z. (2011)).
O estágio relatado neste presente relatório está inserido na licenciatura em
Desporto, na Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do Instituto
Politécnica da Guarda. Este teve início no mês de Outubro e terminou em Junho.
O local de estágio escolhido foi sugerido pela professora Natalina R. Casanova.
Depois tive que ter em conta um conjunto de factores como a distância, as actividades
que oferecia para ver se havia condições mínimas para realizar um bom estágio.
Quando decidi estagiar na área de desportos de natureza, a primeira
preocupação foi ser capaz de aplicar os conhecimentos adquiridos na unidade curricular
de desportos de natureza e na de opção de treino desportivo – especialização em
desportos de natureza. Escolhi esta área pois penso que tem a ver com a minha filosofia
e estilo de vida. Escolhi o Skiparque, devido à proximidade e por oferecer um vasto
conjunto de actividades que se encaixavam nos objectivos formulados inicialmente, e a
maior parte delas já as tinhas experienciado anteriormente nas unidades curriculares de
desportos de natureza. Inicialmente defini alguns objectivos, como conhecer a
organização e gestão de uma empresa de desportos de natureza, a logística envolvida na
preparação das actividades, aprender áreas diferentes das experienciadas no curso bem
como leccioná-la.
Segundo Vasconcelos, P. (s.d.). ”Um relatório é um documento que descreve
em detalhe um trabalho técnico, como uma experiência científica ou a implementação
de uma tecnologia. No contexto da disciplina de Estágio, o relatório é escrito pelo
aluno no final do semestre como uma síntese do trabalho efectuado na instituição de
acolhimento.” Assim sendo, nas próximas páginas vou tentar ir ao encontro da definição
de relatório do autor.
Na parte inicial do relatório é apresentada e caracterizada a região de
Manteigas, onde está inserido o local de estágio, falando um pouco sobre o seu
património e as potencialidades turísticas. De seguida é caracterizado o local de estágio,
2
onde está localizado, os recursos que possui, o que tem para oferecer e todos os
colaboradores que trabalham na empresa.
Em seguida, segue-se uma breve revisão de literatura sobre desportos de
natureza e das diferentes modalidades abordadas durante o estágio.
A parte seguinte está relacionada com o estágio em si. Apresentando os
objectivos de estágio, as fases de estágio, o horário durante todo o ano lectivo.
Posteriormente apresento as actividades que foram desenvolvidas durante o estágio,
bem como as propostas de actividades e as formações pertinentes à área de estágio que
frequentei.
Não menos importante, uma breve introdução às unidades curriculares, que
penso, terem sido as mais úteis. Com isto, não pretendo menosprezar as restantes
unidades curriculares, refiro estas pois foram as que mais informação retirei.
Na reflexão final é onde são apresentados todos os aspectos positivos e aqueles
menos bons que precisam de ser melhorados.
Por fim, na conclusão apresento as expectativas/objectivos que foram ou não
concretizados, uma breve opinião sobre esta experiência e sobre a empresa de estágio.
3
Parte I – Contextualização do local de estágio
1 - Caracterização – Manteigas
1O concelho de Manteigas encontra-se integrado na área da Cordilheira Central,
totalmente inserido no Parque Natural da Serra da Estrela e na Rede Natura. Localizado na
Região da Beira Interior, é o Município mais pequeno do Distrito da Guarda, com uma área
aproximada de 122km2, repartidos por quatro freguesias: São Pedro, Santa Maria
(constituem a Vila de Manteigas), Sameiro e Vale da Amoreira (anexas à Vila de
Manteigas). O concelho é delimitado pelos municípios da Guarda, Covilhã, Seia e Gouveia.
1 - Lazer, Turismo E Desenvolvimento Local em Território de Montanha – O Exemplo do
Concelho de Manteigas – David Saraiva
Ilustração 1 - Localização geográfica do concelho de Manteigas no distrito
da Guarda em Portugal Continental
Fonte: David Saraiva
4
1O concelho constitui, por si só, uma zona privilegiada, dadas as suas
condições naturais, ecológicas e paisagísticas. Apresenta sob o ponto de vista
morfológico três unidades distintas que compreendem a área planáltica, o Vale Glaciar
do Zêzere e zonas xistosa do nordeste. Grande parte do território é ocupado por matas e
“incultos” (acima dos 1500 metros de altitude), e nas zonas florestadas predomina entre
outras, o pinheiro bravo, o castanheiro.
1.1 - Potencialidades Turísticas do concelho de Manteigas
O concelho de Manteigas, a 700 metros de altitude, é uma região típica de
montanha. Inserido no Vale Glaciar do Zêzere, é considerado um território único e
singular em pleno Parque Natural da Serra da Estrela, cujas condições naturais,
ecológicas e paisagísticas deslumbram naturais e visitantes. Destaca-se, também, pelo
património construído, ligado à religião e fé que sempre fizeram parte da história do
povo manteiguense.
1.2 - Património Natural
A Torre (Ilustração 4 – 01), partilhada com os concelhos da Covilhã e de Seia,
é o ponto mais alto de Portugal Continental (1.993 metros). Em 1949, com a
implantação da célebre “Torre do Cume”, passa a completar os conhecidos 2.000 metros
de altitude. Cerca de 6 quilómetros mais abaixo, seguindo a direcção «Manteigas»
encontra-se a Nave de Santo António (Ilustração 4 - 02). Este “monumento natural”,
localizado a cerca de 1.550 metros de altitude, não é mais do que uma “planície arenosa
de aluvião” (Ferreira, et al., 1999) (cervunal com rochas graníticas), que noutros tempos
teria sido uma lagoa glaciária.
1 - Lazer, Turismo E Desenvolvimento Local em Território de Montanha – O Exemplo do
Concelho de Manteigas – David Saraiva
5
1Na descida do Vale Glaciar do Zêzere avistam-se os Cântaros (Ilustração 4 –
03), três grandiosos maciços rochosos em granito. A população local afirma que aquelas
rochas têm tanta água lá dentro que parecem cântaros. Devido aos diversos tamanhos
que eles apresentam foram designados de cântaros - Magro, Raso e Gordo. É no sopé do
Cântaro Magro que nasce o Rio Zêzere. Neste trajecto é ainda possível visualizar o
perfil perfeito em «U» do Vale Glaciar do Zêzere (Ilustração 2). O Vale Glaciar do
Zêzere (Ilustração 4 - 06) é, sem dúvida, uma maravilha da natureza que mostra bem a
acção do gelo há milhares de anos. No ano de 2010 foi finalista no Concurso 7
Maravilhas Naturais de Portugal, na categoria grandes relevos.
É ainda possível apreciar o Covão d’Ametade (Ilustração 4 – 04). Trata-se de
uma antiga lagoa de origem glaciar situado a 1420 metros de altitude. É um local
revestido por relvados naturais (cervunais), sendo, por isso, privilegiado para o
campismo, respeitando a sensibilidade do local. (Ilustração 4 - 06) é, sem dúvida, uma
maravilha da natureza que mostra bem a acção do gelo há milhares de anos. No ano de
2010 foi finalista no Concurso 7 Maravilhas Naturais de Portugal, na categoria grandes
relevos.
Ilustração 2 - Vale Glaciar do Zêzere
Fonte: David Saraiva
1 - Lazer, Turismo E Desenvolvimento Local em Território de Montanha – O
Exemplo do Concelho de Manteigas – David Saraiva
6
1A meio da descida em direcção a Manteigas encontra-se a Fonte Paulo Luís
Martins (Ilustração 4 – 05), onde corre um dos mais caudalosos cursos de água que
afluem do Rio Zêzere.
No mesmo trajecto, seguindo a estrada florestal (antes de chegar ao Viveiro das
Trutas – Ilustração 4 – 08) encontra-se o Poço do Inferno (Ilustração 4 – 07). Situado a
1.080 metros de altitude, trata-se de uma queda de água cristalina e gélida com cerca de
11 metros, que rasga por força da natureza o rochoso granito e o xisto (Ilustração 3).
1 - Lazer, Turismo E Desenvolvimento Local em Território de Montanha – O Exemplo do
Concelho de Manteigas – David Saraiva
Ilustração 3 - Poço do Inferno
Fonte: David Saraiva
7
1Percorrendo a EN 232 em direcção a Gouveia e Seia é possível visitar o
Covão da Ponte (Ilustração 4 – 09). Situado a 960 metros de altitude, é banhado pelo
Rio Mondego, fronteira natural do concelho de Manteigas com Gouveia. O Covão da
Ponte simboliza mais um dos rios portugueses, com nascente no Mondeguinho
(Gouveia), a escassos quilómetros do local. Este local possui um parque de campismo
(apenas funciona na época de Verão), equipado com sanitários, parque de merendas e
bar.
No mesmo percurso (EN 232) é possível vislumbrar outro local emblemático
do concelho de Manteigas, as Penhas Douradas (Ilustração 4 – 10). Localizadas a 1475
metros de altitude, foi procurado, em tempos, para curar doenças do foro respiratório,
como as doenças pulmonares. Caracterizadas pela sua tranquilidade, nas Penhas
Douradas é ainda possível admirar belíssimas e raras paisagens, através do Miradouro
do Fragão do Corvo (Ilustração 4 – 11). Daqui pode avistar-se o casario da Vila de
Manteigas, a magnitude do Vale Glaciar do Zêzere, o Campo Romano e a imponência
da Fraga da Cruz5. Tal contemplação só é possível devido à altitude montanhosa em que
se situa.
1 - Lazer, Turismo E Desenvolvimento Local em Território de Montanha – O Exemplo do
Concelho de Manteigas – David Saraiva
Ilustração 4 - Locais de interesse turístico do concelho de Manteigas
Fonte: David Saraiva
8
2 - Caracterização – Skiparque
2.1 - Sabores Altaneiros
2O Grupo Sabores Altaneiros tem a sua sede em Manteigas e tem como
ambição ser reconhecido como uma referência no desenvolvimento sustentável e na
disseminação do valor da Serra da Estrela.
Para isso desenvolve actividades económicas que oferecem de modo
sustentável experiências memoráveis de Sabor, Lazer e Aventura.
Presentemente a actividade do grupo tem 3 vertentes de actuação:
Na área do Turismo de natureza e aventura materializando a actuação na gestão
do Skiparque (aberto todos os dias das 10h00 às 18h00, em alguns fins-de-semana com
horário alargado, e durante a época balnear (Verão) das 8h00 às 22h00) e na oferta
diversificada de programas “chave na mão” que incluam experiências na Serra da
Estrela (percursos pedestres, passeio, raids, programas combinados para grupos,
empresas, etc);
Na área da criação de rebanhos de cabras, contando neste momento
com algumas centenas de animais destinados à produção de carne ou
leite;
Na área da produção e comercialização de produtos regionais da Serra
da Estrela nomeadamente:
o Bolos tradicionais – esquecidos, biscoitos de azeite, lauras,
bolos de leite, lagartas, etc;
o Queijo – cabra, ovelha, mistura;
o Mel puro;
o Cabritos.
2 - http://saboresaltaneiros.shopk.it/
9
2.2 - Recursos
Abaixo seguem os recursos do Skiparque. A quantidade de colaboradores que
possui no complexo bem como as instalações e material para a prática das actividades.
2.2.1 - Recursos Humanos
Director: Luís Marques (responsável pela gestão do Grupo Sabores
Altaneiros)
Sócios: Bernardo Santos, Cláudia Massano, Nuno Rabaça (assistentes na
gestão do Grupo Sabores Altaneiros)
Colaboradores:
Jorge Carvalho (responsável pelo bar);
Luís Quaresma (responsável pela manutenção do equipamento e do
complexo);
Zé Luís (responsável pelo escritório, organização e gestão das
actividades);
Susana Saraiva (responsável pela contabilidade);
Luís Marques
Bernardo Santos Cláudia Massano Nuno Rabaça
Jorge
Carvalho
Luís
Quaresma
Zé
Luís
Susana
Saraiva
10
2.2.2 - Recursos Físicos
O Skiparque está localizado no
Largo Relva da Reboleira, Sameiro.
Na ilustração 6 é possível observar as
pistas sintéticas para a prática de
esqui/snowboard e o complexo do aluguer de
material/recepção. E também o parque de
campismo. Na ilustração 7 temos a praia fluvial.
Na ilustração 8 podemos ver as casas
de xisto que estão inseridas dentro do parque
de campismo. Duas casas para famílias (Casa
oliveira (T1) e Casa Altaneira (T2)) e uma casa
para grupos (Casa do alpendre (T2)).
Ilustração 7 - Praia Fluvial
Fonte: Skiparque
Ilustração 8 - Casas de Xisto
Fonte: Skiparque
Ilustração 5 - Localização Skiparque
Ilustração 6 - Skiparque
11
2.2.3 - Recursos Materiais
No edifício ao lado das pistas, no piso de
baixo, encontramos a zona de aluguer com
material para a prática das modalidades
oferecidas pelo Skiparque. (Ilustração 9)
Desde os esquis, as pranchas de
snowboard, os arcos e as zarabatanas, os boldriés,
as btt, os capacetes, as botas, etc.
2.3 - Actividades
O Skiparque, dentro do seu complexo, oferece um conjunto de actividades,
sejam elas terrestres ou aéreas.
Esqui/Snowboard
Uma pista de esqui sintética de aprendizagem
com uma inclinação média de 15%;
Um Half-Pipe com uma inclinação média de
35%;
Uma pista de descida de 400m de
comprimento com uma inclinação média de
25% com um sistema de iluminação que permite a prática de esqui
nocturno;
Um Telesqui de 300m de longitude com uma saída intermédia.
Ilustração 9 - Zona de aluguer de
material
Fonte: Skiparque
Ilustração 10 - Pista de Ski
Fonte: Skiparque
12
Aventura
Escalada/Rapel
Passeios Pedestres
Pontes de Cordas
Slide
Tiro com Arco e Zarabatana
BTT
Orientação
Ilustração 11 - Tiro com arco e
Zarabatana
Fonte: Skiparque
Ilustração 12 – Slide
Fonte: Skiparque
13
Parte II - Revisão da Literatura
1 - Desporto de Natureza
Segundo Costa (1998), os desportos de aventura de natureza são uma tendência
social de fazer coisas fora do comum e escapar às pressões urbanas das cidades, numa
intenção desesperada de recuperar o contacto com a natureza.(Marques (2004))
Segundo Fonseca (2001), os valores que levam as pessoas à prática de
actividades desportivas de aventura na natureza são: o contacto com a natureza, o gosto
pela aventura, ver lugares diferentes, divertimento e ver paisagens e horizontes
diferentes. Segundo Guay (1993), os atletas de orientação procuram na competição
sensações de liberdade, determinação e outras sensações ainda por descobrir. (Marques
(2004))
“Segundo (Carvalhinho, 2006; Wurzinger e Johansson, 2006; Juric, Cornwell
e Mather,2002), assistimos ao aparecimento de novos desportos e a formas renovadas
de praticar os desportos já existentes, mas presenciamos sobretudo uma alteração na
utilização do corpo. A água, a terra e o ar transformam-se assim num verdadeiro
ginásio de grandes dimensões. O crescente interesse pela prática de actividades de ar
livre, a nível quer nacional, quer internacional, aparece compactado com o
desenvolvimento do turismo de natureza, que tem precisamente como objecto da
actividade turístico-recreativa a própria natureza. A este desenvolvimento, podem
associar-se motivações de ordem muito diversa, entre as quais é comum destacar a
“necessidade de evasão do quotidiano urbano, a importância conferida ao desporto
informal, o gosto pelo contacto com a natureza e o desafio que constituem alguns
desportos chamados de aventura” (Barbosa e Rego, 1999). Por estas razões, podemos
distinguir, no contexto do turismo de natureza, a emergência de um novo vector que
denominamos “desporto de natureza”.
“Com enquadramento nas modalidades consignadas no Programa Nacional
de Turismo de Natureza, o desporto de natureza apresenta-se, actualmente, como um
importante depositário das novas aspirações surgidas em matéria de turismo e recreio,
constituindo, talvez, um dos fenómenos mais emblemáticos dos novos conceitos de lazer
e também das novas formas de praticar desporto ou fazer turismo. A modalidade
14
desporto de natureza inclui todas as actividades desportivas que sejam praticadas em contacto
directo com a natureza e que, pelas suas características, possam ser exercidas de forma não
nociva à sua conservação. (Decreto-Lei n.º 47/99, de 16 de Fevereiro alterado pelo Decreto-Lei
n.º 56/2002, Artigo 9º, de 11 de Março).
No n.º 3 do artigo 3.º do referido diploma, constam as actividades de desporto
de natureza, que são as que, seguidamente, se enunciam: a) pedestrianismo; b)
montanhismo; c) orientação; d) escalada; e) rapel; f) espeleologia; g) balonismo; h)
parapente; i) asa-delta sem motor; j) bicicleta todo-o-terreno (BTT); l) hipismo; m)
canoagem; n) remo; o) vela; p) surf; q) windsurf; r) mergulho; s) rafting; t)
hidrospeed; u) outros desportos e actividades de lazer cuja prática não se mostre
nociva para a conservação da natureza.” (Alves, A. (2010))
1.1 - Orientação
"A tarefa da Orientação está em navegar através de um terreno desconhecido,
ao longo de um percurso delimitado por determinado número de postos de controlo,
usando somente o mapa e a bússola" (Ottosson, 1996).
Para Seiler (1994), " a Orientação é um desporto com
grandes exigências tanto físicas como psicológicas. A
questão do equilíbrio entre correr rápido e navegar com
precisão é uma das mais desafiantes neste desporto"
(Marques, F. (2004))
Ilustração 13 – Orientação
Fonte: Inkwebane
15
1.2 – Bicicleta todo o terreno (BTT)
A Bicicleta todo o terreno (BTT) pode ser utilizada com vários objectivos,
onde a mesma pode preencher várias vertentes:
Vertente utilitária – este tipo de vertente deveria ser a mais habitual,
principalmente devido às deslocações que poderíamos realizar com a
mesma, o que permitia uma melhoria na saúde e também no ambiente;
Lazer/condição física – esta vertente está a ganhar cada vez mais
adeptos, devido ao objectivo da manutenção da forma física e onde se
aproveita para visitar novos locais;
Competitiva – Como modalidade está também a crescer em Portugal e a
ganhar cada vez mais atletas.
Esta modalidade pode ser praticada em estradas de terras, trilhos montanhosos,
em serras e parques. (Adaptado de Alpiarça, M.
(2012))
Ilustração 14 – BTT
Fonte: Skiparque
16
1.3 - Slide
O slide é uma manobra com corda de transposição oblíqua descendente, com
zona de saída situada acima da zona recepção. O utilizador transpõe o aparelho
suspenso (abaixo do nível das cordas), onde não existe contacto corporal com as cordas
e roldanas para evitar entalamentos e queimaduras.
Para esta actividade são necessários vários
monitores com qualificados. Um deles estará no
ponto e saída, onde irá colocar o sujeito no slide e
verificar a segurança. Os outros dois estarão no
ponto de chegada a realizar segurança dinâmica, ou
seja, cada um com uma corda a suavizar a
travagem.(Adaptado de Silva, F.,
Sousa, J. C., Lopes, S., & Lopes, J. P.
(s.d.).)
1.4 - Tiro com arco e Zarabatana
Tiro com Arco - este tipo de tiro é
realizado com um arco e uma seta, em que o
objectivo é acertar no alvo, obtendo várias
pontuações consoante a cor onde a seta é
colocada.
Tiro com Zarabatana - uma zarabatana
(tubo comprido) e um dardo onde o objectivo é
acertar no alvo com o dardo. (Fonte: própria)
Ilustração 15 – Slide
Fonte: Skiparque
Ilustração 16 - Tiro com arco
Fonte: Skiparque
Ilustração 17 - Tiro com Zarabatana
Fonte: Skiparque
17
1.5 - Esqui
A nível de lazer, o esqui alpino é uma modalidade que pode ser praticada em
pistas, sejam elas naturais ou sintéticas.
A nível de competição consiste em percorrer um percurso com pontos de
passagem obrigatórios (chamados de portas), sendo o principal objectivo realizar o
percurso em menos tempo. Existem vários tipos de descidas que são: downhill (percurso
mais longo onde se atingem maiores velocidades), slalom (têm de passar
obrigatoriamente pelos pontos obrigatórios em menos tempo possível), slalom gigante
(prova contra-relógio por onde os atletas têm de passar pelos pontos obrigatórios em
menos tempo possível, porém e mais rápido que o slalom normal, devido a pista) e
supergigante (prova de pura velocidade).
Para a prática deste desporto é necessário
material especifico: esquis, botas, bastons, capacete,
luvas e roupa adequada.
1.5.1 - Técnicas de esqui alpino
Baston
Para calçar o baston colocamos a mão por dentro da fita e depois agarramos a
mesma e o punho do baston. Deste modo iremos ficar com a fita entre a mão e o punho.
Em caso de queda, quando nos defendemos da mesma, a mão irá abrir, o baston irá ficar
pendurado e a mão livre para nos apoiarmos.
Ilustração 18 - Material de Esqui
Fonte: Quinta do anjo (olx)
Ilustração 19 - Como calçar o baston
18
Esquis
Para calçar os esquis, colocamos primeiro a saliência que se
encontra na biqueira da bota e só depois é que fazemos força no
calcanhar para calçar o resto da bota.
1.5.1.1 - Descida Directa
Descida na máxima pendente.
Tronco inclinado para a frente;
Braços ligeiramente separados e
para a frente;
Joelhos e tornozelos
ligeiramente flectidos;
Esquis sempre paralelos;
1.5.1.2 – Descida em Cunha
Esta técnica tem como objectivo
controlar a velocidade.
A posição é diferente da técnica
anterior:
Os esquis são colocados de
forma convergente;
Os tacões separados;
E as espátulas de forma a que
se as prolongássemos, se iriam juntar (porem nunca se devem tocar).
Ilustração 21 - Posição base de esqui
Fonte: Skiparque
Ilustração 22 – Cunha
Fonte: Skiparque
Ilustração 20 -
Como calçar os
esquis
19
1.5.1.3 – Descida com viragens em Cunha
Quando já se tem autonomia suficiente na
técnica de controlo de velocidade, podemos dar
início às viragens.
Esta técnica é semelhante à anterior,
porém quando se pretende virar para um dos lados
temos de exercer força/ou colocar o peso do corpo
na perna oposta. Por exemplo, se pretendo virar para
a direita, coloco o peso do corpo todo na perna
esquerda e o mesmo acontece para a outra direcção.
(Adaptado de Rodriguez, P. J., & Wilhelmi, F. J. (s.d.).)
1.5.1.4 – Aprendizagem
Objectivos – Crianças
1. Êxito
2. Diversão
3. Competição
4. Aprendizagem
Objectivos – Adultos
1. Aprendizagem
2. Diversão
3. Êxito
4. Competição
Ilustração 23 - Viragem em Cunha
Fonte: Skiparque
20
Exercícios
o Variam conforme:
o A inclinação da pista;
o Nível de ajudas;
o Complexidade dos mesmos;
Aprendizagem - Etapas
Segundo Castilho, C (2001) até que se domine a técnica passamos por três fases:
A primeira é de contacto e compreensão;
A segunda, mais demorada, de prática e perfeição;
E a terceira em que automatizamos os movimentos, a direcção e a sua regulação
já ocorrem de maneira automática, sem a participação da consciência.
Conselhos
Segundo Castilho, C. (2001), este refere que existem três aspectos
fundamentais quando este ensina o esqui:
“Piensa cuesta abajo” – ou seja pensa que vais a deslizar pela pista até
ao fundo;
“Mira hacia delante” – ou seja, olha para a frente;
“Siente los pies” – ou seja, sente os pés.
Isto vai de encontro ao principal erro no esqui, a meu ver, que é olhar para os
pés. Como consequência as pessoas vão-se esquecer de visualizar a descida e têm a
tendência de olhar para os esquis e corrigir a trajectória, esquecendo os possíveis
obstáculos que podem encontrar. Entre outros erros, temos o peso corporal projectado
para a retaguarda, falta de movimento articular, rotações, falta de coordenação de
movimentos. Porém estes são independentes do nível de dificuldade e/ou técnica.
21
1.6 – Pedestrianismo/Trekking
O pedestrianismo pode ser definido como o trajecto a pé dos chamados
Percursos de Grande Rota, uma rede de caminhos catalogados e sinalizados que
atravessam a Europa em todas as direcções.
O trekking tem também outras actividades como excursionismo ou
montanhismo. A grande diferença é que no montanhismo, o alpinista define uma meta,
que seja alcançar o cume, o caminheiro não tem uma meta fixa. O caminho é um meio e
não um fim.
No trekking foram aparecendo variações nos percursos:
Percursos de Grande Rota – com sigla GR, são os percursos com
extensão igual ou superior a 50 km. Poderiam definir-se como os
percursos principais em redor dos quais se estendem todos os restantes;
Percursos de Pequena Rota – costumam estar ligados ao GR, criando
em redor destes uma rede de caminhos mais local. A sua extensão
raramente alcança os 50 km;
Percurso de Pequena Rota Circulares ou Percursos Circulares –
caracteriza-se por começar e terminar num mesmo ponto. Neste tipo de
percurso, o caminheiro está condicionado pelos meios de transporte;
Percursos Internacionais Europeus – têm continuidade em vários países
vizinhos e podem alcançar extensões muito grandes. Estes costumam
coincidir na passagem de percursos de GR de outros países.
(Jumping, B. (1997).)
22
Parte III – Objectivos, Fases e Actividades
1 - Estágio
Esta parte do relatório incide mais nos objectivos, as fases e as actividades
desenvolvidas ao longo do estágio. Nesta parte podemos encontrar os objectivos
formulados por mim e pela empresa na fase inicial do estágio. As fases pelas quais
passei, desde a fase de observação (o objectivo desta fase foi, principalmente, perceber
o funcionamento das actividades e da instituição), co-leccionação (onde já realizei as
actividades em conjunto com um colaborador ou o orientador) e a fase da orientação
(onde realizava com a autonomia suficiente as actividades). O horário durante todo o
período de estágio. Por fim actividades desenvolvidas ao longo do estágio bem como as
formações adquiridas durante o ano.
1.1 - Objectivos
Quando sabia que ia estagiar para o Skiparque fui ver as actividades que
tinham para poder formular alguns objectivos de base, que são:
Adquirir experiência nas modalidades de esqui, escalada/rapel, slide e
pedestrianismo:
o Conseguir elaborar um plano de aula de iniciação de esqui bem
como dar a mesma de forma autónoma;
o Realizar a segurança na escalada/rapel e slide;
o Acompanhar uma caminhada;
Ganhar autonomia em todas as tarefas:
o Na preparação das casas;
o Atendimento dos clientes;
o Atendimento no bar.
Aplicar os conhecimentos adquiridos durante o curso bem como no
local de estágio;
Propor uma actividade.
23
Os objectivos propostos pela empresa foram os seguintes:
Promover a inserção do formando no mundo de trabalho, através de
acções de formação, formação em contexto de trabalho, conversas
informais e observação directa de outros colaboradores/monitores;
Aplicar conhecimentos adquiridos ao longo da formação académica,
para que haja transferência e partilha de conhecimento com os
colaboradores da empresa;
Promover hábitos através do desenvolvimento de capacidades, do
espirito critico e empreendedor, sentido de responsabilidade,
cooperação e autonomia;
Dotar o formando de ferramentas essenciais para que este preste um
serviço de excelência (atendimento a clientes, leccionação de aulas de
ski/snowboard, orçamentar, planear e organizar).
Segundo o Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais (2013), o objectivo do
estágio curricular é “complementar a formação académica através do exercício de
tarefas e funções práticas em Instituições, proporcionando ao estudante a
aprendizagem de competências profissionais num contexto real de trabalho.”
1.2 - Fases
No início do estágio, tinha noção que iria ser principalmente observar as tarefas
e actividades. Numa primeira fase tentei compreender o funcionamento do Skiparque. A
segunda fase era a fase de transição, em que ia realizar tarefas em conjunto com os
colaboradores. Na terceira fase tinha noção que iria realizar as tarefas praticamente
sozinho.
24
1.2.1 - Observação
Os primeiros dois meses (Outubro e Novembro) foram principalmente de
observação. Nesta fase a preocupação foi principalmente perceber o funcionamento da
empresa.
No bar, escritório e no atendimento aos clientes, tinha o cuidado de observar o
modo de como eram preparadas as refeições, a postura dos colaboradores e linguagem a
ter perante o atendimento aos clientes. Como responder a uma chamada de telefone,
como repor o stock de bebida e comida, as limpezas antes e depois de abrir o bar.
Na preparação das casas tive o cuidado de lembrar a ordem de execução.
Primeiro retirava-se a roupa suja das camas, sofá, casa de banho e cozinha, depois
varria-se e lavava-se a loiça caso houvesse, retirar a cinza do recuperador. Ainda limpar
o pó, colocar roupa lavada nas camas, casa de banho, sofá e cozinha, shampoos e
sabonetes na casa de banho. Por fim colocar lenha no cesto, acendalhas, fósforos e as
ofertas de boas vinda, garrafa de água e um saco de bolos e no fim passar a esfregona.
No que diz respeito as actividades, inicialmente foi-me referido que iria
leccionar aulas de esqui, então a preocupação foi observar com detalhe as aulas dos
outros monitores. Comecei por observar a postura, linguagem e comportamentos dos
monitores com os clientes. Os termos técnicos, os exercícios realizados, as progressões,
os incentivos e também a reacção dos clientes perante os comportamentos do monitor.
Nas actividades realizadas, como o challenger altaneiro, que consistia numa
prova de orientação com várias modalidades em diversos pontos (esqui, btt, tiro com
arco e zarabatana, slide), observei principalmente a preparação da actividade em
questão e como era gerido o grupo quando realizavam a mesma.
1.2.2 - Co-orientação
O mês de Dezembro foi quando já comecei a realizar as tarefas que observei
anteriormente, mas sem total autonomia. Já ia recebendo os clientes, já atendia pedidos
no bar, já era capaz de preparar o material para quem ia realizar alguma actividade. Foi
também neste mês onde em ajudei o orientador numa aula de iniciação de esqui, onde o
objectivo desta era só colocar as pessoas a realizar descidas directas na pista de
25
iniciação devido ao tamanho do grupo. Nesta aula fiquei ao lado do orientador no local
de estágio, a ajudar as pessoas a calçar os esquis, a dar instruções e dar inicio à descida
das pessoas.
1.2.3 - Orientação
Foi em Janeiro que considerei que realizava a maior parte das tarefas com
autonomia. Já conseguia ficar sozinho no atendimento do bar, dos clientes, na zona de
aluguer de material, leccionar aulas de esqui, fosse individual ou de grupo.
1.3 - Horário
No primeiro mês fui sempre à quinta e sexta de manhã, como tinha boleia (da
professora Rosa Chuva) aproveitava e ainda não sabia muito bem o funcionamento do
Skiparque e qual a melhor solução. Então o horário era das 10h até às 16h.
No início de Novembro já percebia melhor o funcionamento do Skiparque,
cheguei a conclusão que não tinha muitas actividades durante a semana, então comecei
a ir (com o professor Carlos Sacadura) à quinta-feira à noite e regressava domingo por
volta das 17h/18h. Ou seja, era praticamente três dias das 10h até as 18h, o horário de
funcionamento normal.
Até ao fim do estágio a rotina foi esta, porém houve semanas em que me foi
pedido para ir mais cedo, principalmente para a preparação de actividades.
1.4 - Actividades Desenvolvidas
Das primeiras tarefas que realizei, e possivelmente aquela com mais frequência
devido a uma campanha (lançada pelo Skiparque em conjunto com a Odisseias), foi a
preparação das casas de xisto que envolve: varrer a casa, mudar a roupa das camas e da
casa de banho, desinfecção e limpeza da casa de banho e cozinha, colocar shampoos e
sabonetes nas casas de banho, limpeza da salamandra, colocação de lenha nos cestos,
fazer as camas e no fim passar a esfregona. Como pernoitei no complexo, também me
competia receber os clientes. Por vezes havia clientes que chegavam depois da hora de
26
funcionamento do Skiparque, então tinha que recebê-los, levá-los até à respectiva casa,
dar uma breve explicação do funcionamento da casa e esclarecer dúvidas.
No edifício principal, começando pelo escritório, só passado algum tempo é
que já possuía os conhecimentos e autonomia para atender o telefone, esclarecer
dúvidas e receber os papéis relativos às campanhas que houve. No bar atendia os
clientes, desde servir bebidas até refeições bem como os respectivos pagamentos. Na
zona de aluguer de material preparava os clientes que iam realizar as actividades:
esqui/snowboard (verificar o tamanho correspondente ao calçado e altura);
escalada/rapel/slide (ajudar a vestir os boldriés); btt (manutenção das bicicletas); tiro
com arco e zarabatana (preparação do arco e zarabatana bem como os respectivos alvos)
bem como alguns pagamentos. No que diz respeito à limpeza, o bar todos os dias que
ser limpo e desinfectado, por uma questão de higiene. A zona de aluguer de material
sempre que havia esqui, tinha que ser limpa, devido ao pelo do tapete de pista que vinha
nos esquis e botas, então era necessário limpar tanto o material, bem como a zona de
aluguer. E por fim as casas de banho que semanalmente tinham também que ser limpas
e desinfectadas.
Na parte final do estágio com o tempo a melhorar, houve uma crescente na
actividade do slide. Houve dias em que realizava segurança a mais de 20 descidas, estas
descidas não eram todas seguidas (excepto grupos) mas sim desfasadas durante o
horário de funcionamento da empresa
A actividade que mais se realizou foi mesmo o esqui. Inicialmente só ficava a
observar. Ouvia quais os termos mais adequados para o ensino, as técnicas de como
ensinar a usar o material e o que não fazer. Observava também a disposição do
professor bem como dos alunos.
Quando fui para o Skiparque, transmitiram-me que ia leccionar aulas de esqui,
então a minha preocupação além de observar as aulas dos outros monitores, foi praticar
a técnica. Por volta de Novembro, começou a vir a chuva e começou a haver gente a
praticar esqui, foi quando dei início à prática da técnica de esqui sempre que o tempo
me permitia. Penso que por fim de semana praticava sempre no mínimo uma hora, claro
se possível praticava mais. Este tempo de prática foi essencial na evolução da
aprendizagem do esqui. Ao início do estágio só fazia descidas directas com cunhas e no
fim deste, já descida a fazer paralelas (descida em diagonal na pista).
27
Challenger Altaneiro
Esta actividade está mais direccionada para grupos/turmas. Esta actividade
consiste em realizar diversas actividades, como: esqui, orientação, tiro com arco e
zarabatana, escalada/rapel, btt. A duração desta actividade é incerta pois está
dependente da quantidade de pessoas que a realiza, mas regra geral demorava sempre
mais que duas horas, devido ao ponto do slide, onde se demorava mais (por vezes era
necessário que os clientes retirassem o boldrié para que outros pudessem realizar a
actividade em questão). Geralmente o grupo é divido em dois (depende da quantidade
de pessoas), e enquanto uns realizam a actividade de esqui (com duração de uma hora)
os outros vão realizar o percurso de orientação onde este possui vários com pontos com
algumas actividades que foram referidas anteriormente. Porém a escalada e o rapel
nunca entraram nos percursos de orientação devido às condições atmosféricas nunca
terem permitido a prática da mesma. Não havia condições de segurança suficientes.
Esta actividade envolvia a preparação dos mapas para a orientação, das
bicicletas, colocação dos alvos para o tiro com arco e zarabatana, e quando chegavam os
clientes para a realização da actividade, eram colocados os boldriés, antes de começar a
mesma para o slide. No geral, inicialmente só ajudava na preparação da actividade. Mas
depois já comecei a realizar a segurança no slide, a dar a aula de esqui e quando era
preciso ficar de vigia noutro posto.
Actividades Extra
Durante o estágio houve actividades que realizei sem estarem contabilizadas,
devido ao orientador ter pedido para não o fazer, pois havia remuneração.
Na primeira semana de férias do natal, de segunda-feira a domingo, o horário
era das 10h até as 20h e dava uma média de duas aulas por dia, fora as tarefas que tinha
que realizar (ajudar a arrumar o material, na limpeza, no bar, etc.). A segunda semana já
foi mais calma. O horário era semelhante, mas só dei, mais ou menos, três aulas essa
semana. Estas semanas foram onde evolui mais na leccionação de aulas de esqui.
Na semana da páscoa leccionei três aulas de grupo de iniciação ao esqui e
ajudei/participei em três challenger altaneiros. No horário, houve dias em que tivemos
28
que nos levantar mais cedo, e às 9h já tínhamos que estar presentes para a organização
do material de esqui e do challenger altaneiro.
Por fim estive presente na Feira Ibérica de Turismo (FIT) onde ajudei na tenda
de restauração do Skiparque. As tarefas eram principalmente, lavar a loiça, confeccionar
comida, recolher a loiça das mesas, servir bebidas, atender pedidos. O horário foi desde
as 12h da manhã até à 01h da noite.
29
1.4.2 - Actividades
Na tabela 1, podemos observar a quantidades de
vezes que foram realizadas as actividades de aventura. A
maior parte delas estão inseridas no challenger altaneiro
(slide, btt, orientação, tiro com arco e zarabatana) pois este
está mais direccionado para grupos, porém o slide, o tiro
com arco e zarabatana e o btt foram realizadas também fora
do challenger altaneiro. Principalmente o slide, foi a
actividade mais realizada.
Tabela 1 - Actividades de Aventura
Fonte: Própria
Na tabela 2, temos as actividades
normais. Devido à campanha que houve,
relacionada com as casas de xisto, houve
uma grande adesão à mesma, então
sensivelmente dia sim, dia não era preciso
preparar as casas.
Na zona de aluguer de material,
preparava os clientes para as práticas que
pretendiam, fossem elas esqui, snowboard,
slide. Havia também a necessidade de
limpar a zona devido ao lixo que vinha nos esquis e
botas da pista sintética de esqui.
O atendimento aos clientes era uma tarefa diária, inclusive no bar.
A manutenção do material era realizada todos os meses.
Actividades Quantidade
Slide +100
BTT +11
Orientação +10
Tiro com arco e zarabatana
+15
Challenger Altaneiro
+10
Actividades Quantidade
Preparar - Casas de Xisto
Semanalmente
Limpar WC Bar
Zona de aluguer de material Semanalmente
Atendimento Semanalmente
Manutenção do material
Mensalmente
Tabela 2 – Actividades
Fonte: Própria
30
1.4.1 - Aulas de iniciação de esqui
Na tabela 3 temos a quantidade de aulas de esqui leccionadas bem como as
respectivas horas. Por exemplo, analisando a tabela 3 temos que foram leccionadas 11
aulas de ski com um elemento, ou seja, foram leccionadas 11 aulas a 11 pessoas
diferentes. Não foram obrigatoriamente todas a diferentes pessoas pois houve pessoas
que quiseram voltaram para repetir. O mesmo se aplica ao resto da tabela.
Nº de elementos Quantidade de aulas de
esqui leccionadas
Quantidade de horas de
esqui leccionadas
1 11 11
2 5 5
3 3 3
4 5 5
7 2 2
Total 26 26
Tabela 3 – Aulas de iniciação de esqui (individual)
Fonte: Própria
Na tabela 4 temos o mesmo esquema. Foram leccionadas 5 aulas, de 1 ou 2
horas, a grupos diferentes com mais de 10 pessoas.
Nº de pessoas Quantidade de aulas Quantidade de horas
10 5 8
Tabela 4 - Aulas de iniciação de esqui (grupo)
Fonte: Própria
Somando tudo, perfaz um total de trinta e quatro horas de leccionação de
iniciação ao esqui e trinta e uma aulas de esqui.
31
1.4.1.1 – Reflexão das aulas de iniciação de Esqui
Desde que comecei a leccionar aulas de esqui, fui apontando o que no meu
entendimento podia melhorar nas aulas, que conhecimentos ainda faltavam, em suma as
principais dificuldades encontradas durante a leccionação das mesmas.
No que diz respeito às idades, as crianças não estão muito preocupadas em
realizar o que o monitor pede mas sim simplesmente descer a pista. Já os adultos estão
mais preocupados em aprender, para que principalmente possam aventurar-se em outras
estâncias. Recorrem mais ao Skiparque com o intuito de aprender o básico.
Na aula em geral, quando o grupo era grande (sendo da mesma idade ou não)
gerava-se uma grande confusão, pois regra geral tinham que esperar pela sua vez para
praticarem mais, tornando-se um pouco impacientes.
Quando ensinava o modo de subir na pista, sem ser pelo meio mecânico,
encontrei em idades inferiores, dificuldades em utilizar método de escada devido à
baixa coordenação motora. Sempre que era pedido para realizarem uma “fatia de pizza”
(termo técnico do Skiparque, basicamente uma viragem em cunha no mesmo sítio) para
se virarem para iniciar a descida, a maioria não fazia a “fatia de pizza” logo, caso o
instrutor não estivesse presente iniciavam a descida antes de estarem preparados para
realizar a mesma.
Na técnica em si, quando ensinava com os bastons, a tendência era “darem às
asas”, ou seja, em vez de manterem os bastons a apontar para trás, estes apontavam para
os lados como se tivesse a acelerar uma mota. Com muita frequência colocavam o peso
do corpo para traz em vez de projectarem o mesmo para a frente. Também, por lesão, ou
em alguns casos nunca cheguei a perceber, as pessoas tinham a tendência de colocar
demasiado peso numa das pernas e como consequência a direcção mudava. Já na cunha,
a tendência é afastarem os joelhos em vez dos calcanhares. Houve casos em que
aprendizagem foi positiva, porém quando se aumentava a dificuldade (neste caso era ir
para a pista de dificuldade média) estas demonstravam dificuldade em controlar a
velocidade.
No que diz respeito aos aspectos positivos houve vários. Nas aulas um dos
objectivos era dotar o cliente de autonomia suficiente para que este pudesse praticar
esqui em outras estâncias sem grande auxílio. Em percentagem, diria que à volta de
32
30/40% dos clientes a quem leccionei aulas de iniciação de esqui, ganharam a
autonomia pretendida. O resto nem tanto, devido à idade, número de aulas leccionadas
ao mesmo cliente ou devido à facilidade com que estes tinham em aprender. Acima de
tudo, procurava que o cliente se divertisse e não que este visse esta experiência como
um trauma. Pois a maioria dos clientes tinha muito receio em experimentar esqui,
devido ao medo/vergonha de cair. Penso que a minha maior conquista foi uma aula que
leccionei a uma família de quatro adultos e três crianças, em que no mesmo dia tiveram
três aulas comigo. Os pais explicaram que o principal motivo foi devido às crianças
terem engraçado comigo e a diversão que tiveram em aprender. Mais tarde, a Matilde
(umas das três crianças referidas anteriormente) e os pais voltaram na páscoa para ter
mais uma aula comigo. Só tive pena foi não ter progredido mais devido às condições
atmosféricas que se fizeram sentir nesse dia.
1.4.2 - Propostas
Em seguida, são apresentadas um conjunto de propostas, como levantamento
de percurso pedestres e de btt, novas vias de escalada e pontes de cordas.
1.4.2.1 - Percursos (Anexo 5)
Na parte inicial do estágio, o orientador – Bernardo Santos, pediu-me para
elaborar alguns percursos pedestres, de btt e em orientação. Todos os percursos foram
elaborados usando a ferramenta Google Earth.
Para a orientação, inicialmente elaborei três percursos diferentes, tendo sempre
em atenção os seguintes aspectos:
Mostrar o complexo da empresa (ou seja, todos os locais onde se
realizam as actividades que a empresa possui), bem como um pouco da
área em redor;
Todo o tipo de idades que poderão vir a realizar a actividade em
questão;
Todo o tipo de experiência, ou seja, percurso para pessoas com pouca
ou muita experiência
33
Também, inconscientemente, a distância e o relevo dos percursos faz
com que as pessoas de alguma forma realizem uma caminhada ligeira
Os percursos possuem muitos pontos, um dos objectivos é também dar
algum descanso aos concorrentes, devido ao relevo da região.
Posteriormente, o orientador referiu que se pretendia implementar um percurso
permanente e com pontos fixos, ou seja, um percurso que a qualquer dia do ano pudesse
ser praticado, sem haver necessidade de preparar o mesmo anteriormente. Através da
criação do percurso fácil, acrescentei novos pontos com diferentes cores consoante a
dificuldade, deste modo iria permitir a marcação do percurso na sua íntegra, e quando
alguém pretendia dificuldades diferentes só havia a necessidade de entregar o mapa com
os pontos da cor pretendida.
Para o pedestrianismo e btt, foram também elaborados diferentes percursos
com diversas dificuldades.
Foram também sugeridas duas vias para a escalada e dois locais para realizar
pontes de cordas.
1.4.2.2 - Actividade (Anexo4)
Na parte final do estágio propus uma actividade que visava juntar, a meu ver o
melhor da região, pedestrianismo e parapente.
Inicialmente havia duas ideias:
Uma actividade com inscrições limitadas pois o que se pretendia era
uma colaboração com o clube vertical. Nesta actividade as pessoas iam
até ao topo da montanha, que é um dos pontos de partida do parapente,
e onde poderiam voar com um piloto experiente. E regressavam
novamente
A outra ideia, que parecia a mais viável era aberta ao público em geral,
era tentar planear a actividade para um dia em que houvesse
competição de parapente ou ter sorte e planear para um dia que
providenciasse as condições favoráveis à prática de parapente para que
as pessoas pudessem observar os pilotos a voar sobre a região.
34
1.4.3 - Formações
Durante o estágio houve algumas formações pertinentes no âmbito do mesmo.
A primeira foi no local do estágio e planeada pelo Skiparque. Esta visou a
criação de monitores de esqui para a época alta ou em tempos de necessidade. A
formação teve lugar nas pistas sintéticas do Skiparque e ocorreu nos dias 23 e 24 de
Novembro de 2013.
A segunda formação foi com o conceituado meteorologista da região, o Sr.
Vítor Baía. Esta formação tinha como objectivo disponibilizar algumas ferramentas que
permitem a previsão da meteorologia e também como calcular a cota de neve. Esta
formação teve lugar na ESTG no IPG e ocorreu no dia 22 de Fevereiro de 2014.
Houve também uma acção de formação de iniciação ao esqui organizada pelo
IPG que estava marcada para o dia cinco de Fevereiro, mas devido às condições
atmosféricas só foi possível realizar a mesma no dia catorze de Março.
35
Parte IV – Reflexão Final
Por fim, apresentamos as unidades curriculares que tiveram mais influência
durante o estágio curricular e uma breve conclusão do presente relatório.
1 – Aplicação prática dos conhecimentos teóricos durante o
estágio
Durante os três anos da licenciatura de Desporto foram várias as Unidades
Curriculares que desempenharam um papel fundamental na aprendizagem e
desenvolvimento das competências desenvolvidas ou aplicadas durante o estágio, não
menosprezando as restantes.
Traumatologia – Esta unidade curricular tem como objectivo aquisição de
conhecimentos que permite ao aluno identificar uma lesão, como estabilizar uma
hemorragia, como minimizar a dor bem como realizar o Suporte básico de Vida. A
título de um exemplo, um dos dias de estágio o treinador da escola de Vale Formoso, Sr.
Matias como é chamado, fracturou a tíbia ao escorregar no tapete. Então em conjunto
ajudei no transporte do material, a mantê-lo consciente.
Pedagogia – Esta unidade curricular tem como objectivo dotar o aluno de
conhecimentos na área do ensino. Quais os estilos de ensino existentes, como ensinar, o
que ensinar, diferentes métodos de comunicação, bem como a postura em contexto de
ensino ou trabalho. Como elaborar um plano de aula para qualquer modalidade, onde
neste têm que estar inseridos os objectivos, os conteúdos, a descrição das actividades, o
tempo de aula, quem é o professor, onde se realiza a aula. Esta unidade curricular foi
útil na elaboração do plano de aula e na forma de como lidamos com o erro, este não é o
mau da fita, este ajuda-nos a perceber o que está mal e permite uma recuperação mais
rápida.
Orientação e Percursos Pedestres- Esta unidade curricular tem como objectivo
preparar os alunos a nível de levantamento de percursos pedestres bem como a
realização dos mesmos. Procura também mostrar o funcionamento do material de
orientação, como interpretar mapas e elaborar de provas de orientação. Como tive que
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elaborar percursos pedestres, esta unidade curricular provou-se muito útil na elaboração
dos mesmos.
Desportos de Natureza e Treino Desportivo – Desportos de Natureza – estas
unidades curricular tem como objectivo aumentar o património motor do aluno na área
de desportos de natureza. Estas unidades curriculares permitem ao aluno experimentar
modalidades como o btt, a escalada, o rapel, o slide, a canoagem, a orientação, as
caminhadas. Esta foi a unidade curricular que mais conhecimentos e experiência
transmitiu pertinentes para o estágio pois foi onde apliquei os conhecimentos adquiridos
das unidades curriculares e coloquei em prática no estágio.
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2 – Reflexão Geral
Em qualquer tipo de processo, a meu ver, a fase mais importante é a da
observação. Durante este período fui capaz de compreender o funcionamento do
Skiparque, a filosofia, o funcionamento das aulas, como são organizadas e geridas as
actividades de grupo. Só, realmente, depois deste período, e com os conhecimentos que
me foram transmitidos inicialmente, me senti minimamente preparado para começar a
conquistar os objectivos formulados.
A segunda fase foi a fase de adaptação. Nesta fase inicialmente estava um
pouco condicionado devido ao nervosismo. Não falava muito sem ser o essencial, só
conseguia desenvolver mais o diálogo a meio da aula, quando já tinha alguma confiança
com aos clientes. Com o tempo fui ficando mais conversador.
Na última fase, já tinha mais à vontade nas tarefas que requeriam interacção
com os clientes. As aulas de esqui foram a tarefa mais realizada, sendo estas as que mais
me ajudaram a reduzir o nervosismo. Contudo. as aulas de grupo foram sempre
complicadas e com as crianças mais ainda, pois não conseguia ter controlo suficiente no
grupo. Apesar de se terem divertido e realizarem o básico, as crianças por vezes não
obedeciam.
Nos primeiros 3 meses não realizei muitas actividades devido ao facto de ainda
não possuir a prática, à vontade e conhecimentos para realizar algumas delas. Os
primeiros objectivos a serem atingidos foram ao nível das tarefas de atendimento e
preparação das actividades ou casas. Só mais tarde é que foram atingidos outros
objectivos como elaborar um plano de aula bem e leccionar a mesma de forma
autónoma ou realizar a segurança no slide.
E no fim do estágio propus uma actividade. Infelizmente não foram atingidos
objectivos como realizar a segurança na escalada, no rapel pois as condições
atmosféricas nunca o permitiram. Nunca fui a uma caminhada porque não havia gente
suficiente e muitas vezes ficava como o único monitor de esqui de serviço tendo de
ajudar também no atendimento aos clientes.
Todas as experiências vividas ajudaram ao crescimento tanto pessoal como
profissional. A maioria delas permitiu por em prática os conhecimentos adquiridos
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durante o curso. Isto tudo não seria possível sem os colaboradores do Skiparque e os
professores do curso de desporto.
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Conclusão
Penso que no geral esta experiência foi positiva. Este estágio permitiu-me
ganhar experiência profissional na área de eleição e aprofundar os conhecimentos que
trazia provenientes do curso de desporto. As modalidades leccionadas nas unidades
curriculares de desportos de natureza bem como adquirir conhecimentos de novas
modalidades ou tarefas.
Os objectivos propostos inicialmente por ambas as partes foram atingidos.
Houve responsabilidade por parte do estagiário propondo uma actividade, sendo correto
no atendimento aos clientes, participação activa nas actividades realizada, colaboração e
leccionação de aulas de iniciação de esqui. É com muita pena que digo que os
objectivos que mais esperava realizar, pois são as modalidades predilectas (a escalada, o
rapel, o pedestrianismo), não foram realizadas pelos motivos referidos anteriormente.
É de salientar o apoio e ajuda do orientador na escola. Este sempre questionava
as actividades realizadas, sugestão de participação em actividades, às quais não
participei devido a ter entrega de trabalhos, frequências ou outros.
O Skiparque na área de esqui tem muito para oferecer, a quantidade de aulas
que se dá são razoáveis e a diversidade de clientes é grande o que torna a experiência
enriquecedora. Porém a falta de pessoal torna necessária a polivalência, ou seja, não
podemos realizar só uma tarefa. A entre ajuda e camaradagem dos colaboradores é
fantástica.
Quero, só mais uma vez, agradecer a todos os docentes do curso, colegas e
colaboradores do Skiparque.
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Referências Bibliográficas
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Nazário, B. J. (2003). Caracterização da Resposta Fisiológica de uma Prova de
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Sabores Ataneiros - Produtos Genuínos da Serra da Estrela. (s.d.). Obtido em 04 de
Julho de 2014, de Sabores Ataneiros - Produtos Genuínos da Serra da Estrela:
http://saboresaltaneiros.shopk.it/
Saraiva, D. M. (2012). Lazer, Turismo e Desenvolvimento Local em Território de
Montanha - O Exemplo do Concelho de Manteigas. Coimbra: Universidade de
Coimbra.
Silva, F., Sousa, J. C., Lopes, S., & Lopes, J. P. (s.d.). Segurança em Actividades de
Aventura - Manobras com cordas para transposição de obstáculos. Lisboa.
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P T
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1- Explicar como se sobe a montanha em “escada” (tesoura opcional). Passos curtos sempre
com os skis paralelos até ao meio da montanha, marcando o limite com os skis ou bastons
do professor;
3 -
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3 - Subida da Pista
1 - Colocação dos alunos frente ao professor e apresentação dos intervenientes;
2 - Breve explicação do material:
2.1 - Constituição dos skis (espátula, patim, tacão), botas e bastons;
3 - Adaptação ao material:
3.1 - Como calçar/descalçar as botas nos skis e bastons;
3.2 - Exercícios de adaptação ao material/mobilização articular;
4 - Regras:
4.1 - Não virar de imediato com os skis calçados, mas sim virar aos poucos;
4.2 - Não cruzar os skis;
4.3 - Não procurar não cair, caso seja para cair que o façam naturalmente e não pensem
como o fazer:
4.4 - Caso haja quedas explicar como levantar ou calçar:
4.4.1 - Skis perpendiculares à montanha e paralelos um com o outro e usar os bastons
contra a montanha para se levantarem;
4.4.2 - Skis perpendiculares à montanha calçando sempre o ski do vale e depois o outro
1 - Apresentação
2- Adaptação ao material
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Rec. Materiais:
Esquis; Botas; Bastons; Capacete e Luvas
Objetivos Gerais: Ensino da técnica de base
e cunha
TempoDescrição
Nº Alunos: ____
ConteúdosObjetivos
Planificação de Aula
Local: Skiparque – Pista Sintética Data: ___/ ___/ _____
Monitor: Hugo Martins Atividade: Ski
Nº Aula: ______
Duração: 1Hora
Anexo 2
Plano de aula - Esqui
Ilustração 25 - Plano de aula de iniciação de esqui
Fonte: Própria
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8 - Prática livre
9 - Correção de
ventuais erros
7 - Prática livre
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a4 - Posição Base
5 - Descida Direta 2.2 - Depois o professor explica a posição base do ski:
2.2.1 - Skis á largura dos ombros;
2.2.2 - Flexão ligeira dos joelhos, o que faz com que o centro de massa fique
ligeiramente mais baixo;
2.2.3 - Costas direitas;
2.2.4 - Corpo inclinado ligeiramente à frente;
2.2.5 - Ligeira flexão do cotovelo e bastons em paralelo;
2.2.6 - Olhar sempre em frente (a tendência é olhar para os skis e corrigir a
trajetória o que irá dar em queda);
2.2.7 - O aluno tem de sentir as canelas nas botas
3 - Depois de explicar o aluno coloca os skis em paralelo e o professor agarra na
ponta dos skis e este inicia a descida controlando sempre a velocidade e corrigindo
eventuais erros, soltando o aluno a meio;
4 - O processo repete-se +/- 5 vezes;
6 -
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6 - Descida Direta
com travagem en
cunha no fim
5 - O processo repete novamente, mas desta vez para a descida direta com
travagem no fim em cunha:
5.1 - O processo é semelhante, desta vez só muda a posição dos skis no fim da
descida:
5.1.1 - Aproximar os joelhos;
5.1.2 - Afastar os calcanhares;
5.1.3 - Alertar para não cruzar os skis;
5.1.4 - Apoiar/colocar o peso nas arestas internas do ski;
5.2 - O processo repete-se +/- 5 vezes;
8 -
Co
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ola
r a
velo
cid
ad
e
7 - Descida em Cunha 6 - Descida em cunha;
Objetivos Conteúdos Descrição
Ilustração 26 - Plano de aula de iniciação de esqui
Fonte: Própria
Meteorologia
Acção de formação - IPG
Ilustração 29 - Flyer - Formação de Meteorologia
Fonte: Vítor Baía
Ilustração 30 - Acção de formação de
iniciação ao esqui - IPG
Anexo 5
As propostas que envio em anexo tiveram em conta os seguintes
aspectos:
Mostrar o complexo da empresa (ou seja, todos os locais onde se
realizam as actividades que a empresa possui) bem como um pouco da
área em redor.
Todo o tipo de idades que poderão vir a realizar a actividade em
questão.
Todo o tipo de experiência, ou seja, percurso para pessoas menos
experientes e percursos para pessoas com mais experiência
Também, inconscientemente, a distância e o relevo dos percursos faz
com que as pessoas de alguma forma realizem uma caminhada ligeira
Os percursos possuem muitos pontos, um dos objectivos é também dar
algum descanso aos concorrentes, devido ao relevo da região.
Orientação
Ilustração 31 - Orientação (mapa)
Este percurso funciona como um só. Ou seja, tem três dificuldades,
sendo o mais fácil o azul; o médio o azul+amarelo e o difícil o
azul+amarelo+vermelho.
Este percurso vai ser permanente, pois o objectivo é desenhar no local
uma baliza com uma sequência de letras, números, símbolos, ou mistura.
Perfil de elevação (fácil, só o traço azul)
Perfil de elevação (médio, só o traço amarelo)
Perfil de elevação (difícil, só o traço vermelho)
Distância do percurso ao todo (azul+amarelo+vermelho): 4 km
Ilustração 32 - Perfil de elevação (azul)
Ilustração 33 - Perfil de elevação (amarelo)
Ilustração 34 - - Perfil de elevação (vermelho)
Pedestrianismo
Distância aproximada – 4.62 km
Tipo de percurso – circular
Dificuldade – média
Distância aproximada – 9 km
Tipo de percurso – circular
Dificuldade – média/difícil
Ilustração 35 - Percurso pedestre (média)
Ilustração 36 - Percurso pedestre (média/difícil)
Distância aproximada – 9 km
Tipo de percurso – circular
Dificuldade – média/difícil
Distância aproximada – 17,5 km
Tipo de percurso – circular
Dificuldade – difícil
Ilustração 37 - Percurso pedestre (média/difícil)
Ilustração 38 - Percurso pedestre (difícil)
Distância aproximada – 16,8 km
Tipo de percurso – circular
Dificuldade – difícil
Ilustração 39 - Percurso pedestre (difícil)