Relatório do Encontro de Delegados Fórum Infantil ... · 5 Os participantes do Fórum Infantil...

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Relatório do Encontro de Delegados Menores de 18 anos para a Sessão Especial sobre a Criança da Assembléia Geral das Nações Unidas Relatório do Fórum Infantil Nova Iorque, 5 a 7 de maio de 2002

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Relatório do Encontro de DelegadosMenores de 18 anos para a

Sessão Especial sobre a Criança daAssembléia Geral das Nações Unidas

Relatório doFórum Infantil

Nova Iorque, 5 a 7 de maio de 2002

Nós queremos quevocês nos ouçam

Nósparticipamos

Nós nosimportamos

Nós estamosaqui

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UNICEF/02-0474/DECESARE ©Johnette Iris Stubbs UNICEF/02-0120/MARKISZ

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Foi uma cena realmente rara: crianças sentadas na Sala de Conferências 4, na Sededas Nações Unidas. Crianças sentadas à mesa das autoridades das NaçõesUnidas, ao lado de Kofi Annan, Secretário-Geral das Nações Unidas, de CarolBellamy, Diretora Executiva do UNICEF, e da Embaixadora Patrícia Durrant,Representante Permanente da Jamaica nas Nações Unidas. Elas vieram para par-ticipar do Fórum Infantil, um encontro oficial que pela primeira vez reuniu criançasindicadas como delegados na Sessão Especial sobre a Criança na AssembléiaGeral das Nações Unidas, representando governos e organizações não-governa-mentais de seus países.

Com idades variando de 8 a 18 anos, as crianças vieram de vilarejos distantes. Decapitais. De subúrbios. De comunidades rurais. Em muitas famílias e em algumascomunidades, essas crianças foram os primeiros moradores a viajar de avião.

Viajaram para Nova Iorque às centenas – 404 ao todo – para levar uma mensagem,em voz alta e clara, aos líderes mundiais. Nós estamos aqui, nós nos importamos,nós queremos que vocês nos ouçam.

Sede da Organização das Nações UnidasNova Iorque, 5 de maio de 2002

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Página oposta, no alto: Criançasfalando em diferentes eventosdurante o Fórum Infantil e naSessão Especial sobre a Criança.

Página oposta, embaixo: O edifício-sede da Organizaçãodas Nações Unidas, em NovaIorque, durante o Fórum Infantil.

Abaixo: Cerimônia de aberturado Fórum Infantil, na Sala deConferências 4, na Organizaçãodas Nações Unidas, 5 de maio de 2002.

O UNICEF e organizações parceiras realizaramum Fórum Infantil, para que crianças e jovenspudessem reunir-se antes da Sessão Especialsobre a Criança para discutir questões impor-tantes e descobrir meios que permitam quegovernos, organizações da sociedade civil ecrianças trabalhem juntos para transformar omundo em um lugar melhor para todos.

Ao todo, 242 meninas e 162 meninos comparece-ram ao Fórum Infantil. Dois terços dessas crianças,selecionados por seus próprios governos, erammembros das delegações oficiais de 148 países. Asoutras 141 crianças que compareceram ao FórumInfantil foram escolhidas como membros de 106diferentes delegações não-governamentais. Umavez que as crianças eram provenientes de 154 paí-ses de todas as partes do mundo, houve efetiva-mente uma representação global.

Todas as crianças foram selecionadas em seuspaíses – por meio de competições em escolas oucomunidades, por exemplo, ou por meio de suaparticipação em parlamentos de jovens, seuenvolvimento na campanha ‘Diga Sim pelaCriança’, ou seu envolvimento com ONGs emseus locais de origem. Muitas delas participaramde encontros preparatórios regionais ounacionais – e foram selecionadas por seus parespara representá-los.

Alguns participantes já haviam estado na sededas Nações Unidas anteriormente, participandode uma ou mais reuniões do Comitê Preparatório.Outros eram filhos de embaixadores e de parla-mentares, e já tinham viajado muito e participa-do de muitas conferências. Por outro lado,alguns nunca haviam saído de seus vilarejos oucidades. Depois de muitas horas de viagem de

Nova Iorque, 5 a 7 de maio de 2002

Pela primeira vez, um Fórum Infantil é realizado na ONU.

A partir da esquerda: EmmenSaeed, 16, do Paquistão, umadas moderadoras da Cerimôniade Abertura do Fórum, divide opalco com Kofi Annan,Secretário-Geral da ONU,Patrícia Durrant, Embaixadorada Jamaica, e Carol Bellamy,Diretora Executiva do UNICEF.

"A presença de vocêsaqui marca um novocapítulo na históriada ONU... Até hoje,os adultos tiveram ocontrole da situação,porém já é hora deconstruir o mundocom a colaboraçãodas crianças. Nósouviremos o quevocês têm a dizer, eu prometo."

– Kofi Annan, Secretário-Geral da ONU, na sessão deabertura do Fórum Infantil

Nós queremos trabalhar com vocês paracriar um mundo para as crianças...

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Participantes ouvematentamente as observaçõesna abertura do Fórum Infantil

ônibus, estas crianças chegaram pela primeiravez à capital de seu país, embarcaram em umavião e viajaram até a cidade de Nova Iorque.

Independentemente do critério pelo qual foramselecionadas, e de fazerem parte de delegaçõesde governos ou de ONGs, todas as criançasestavam apaixonadamente comprometidas com ameta que tinham em comum: melhorar o mundo.

Distribuídas em grupos organizados por região epor tema, as crianças trabalharam para elaboraruma mensagem de ação a ser apresentada aoslíderes mundiais na Sessão Especial sobre aCriança da Assembléia Geral da ONU, realizadaem Nova Iorque, de 8 a 10 de maio de 2002.

Todos os participantes puderam manifestar livre-mente suas idéias e tomar parte em decisões,

discussões, eventos da mídia, celebrações e ou-tras atividades. Decididamente democráticos doinício ao fim, os grupos elegeram alguns deseus pares para representá-los na elaboraçãodo esboço do plano de ação que desenvolve-ram, além de dois representantes para apre-sentar sua mensagem durante a SessãoEspecial sobre a Criança.

Um mundo paranós

"Tragam suas idéias, experiênciase opiniões... São vocês que trazemenergia e emoção a esta SessãoEspecial."

– Carol Bellamy, Diretora Executiva do UNICEF

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Na seqüência da cerimônia deabertura, os delegados participamda primeira sessão de trabalhos.Haverá mais dois dias de sessõesde trabalhos durante os três diasdo Fórum Infantil

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Os participantes do Fórum Infantil trabalharamem grupos grandes e pequenos, muito seme-lhantes aos grupos da Organização das NaçõesUnidas, para discutir oito desafios básicos queas crianças enfrentam. Os participantes identi-ficaram esses desafios como prioridades queestavam em consonância com a Nova Con-vocação do Movimento Global pela Criança ecom a campanha ‘Diga Sim pela Criança’.

Sua meta: elaborar um esboço de uma respostaconsensual para o Documento Final da SessãoEspecial, denominado ‘Um Mundo para asCrianças’. Esse documento prepara o terreno paraações globais pela criança e com a criança para ospróximos dez anos. A participação das criançasna Sessão Especial permitiu que os líderes mundi-ais ouvissem em primeira mão os problemasenfrentados por elas. E também mostrou de quemaneira as próprias crianças ajudarão a fazer domundo um lugar melhor para todos.

As crianças no Fórum ALERTA: Mensagens importantes dos grupos detrabalho do Fórum Infantil aos líderes mundiais.

Quais são as questões?O que os líderes mundiais podem fazer?O que as crianças podem fazer?

SaúdeQUESTÕES: Em muitos países em todas aspartes do mundo, não há locais de atendimen-to e serviços qualificados de cuidados desaúde em quantidade suficiente para garantirque as crianças recebam os cuidados neces-sários para seu desenvolvimento saudável.E mesmo quando há serviços de saúde, geral-mente têm custo muito alto ou faltam medica-mentos que salvam vidas.

Muitas crianças ainda morrem devido a doençasevitáveis ou por falta de informação sobre questõesde saúde que poderiam ajudá-las a tomar decisõesconscientes e salvar suas vidas. Crianças encar-ceradas, crianças vítimas de guerra e crianças obri-

gadas a se prostituir sofrem ainda mais com a faltade cuidados de saúde adequados.

O que os LÍDERES podem fazer:É responsabilidade dos governos, dos setores priva-do e público prover cuidados de saúde, informaçõese serviços de qualidade a todas as crianças. Nósrecomendamos:• Que os governos destinem mais verbas para

garantir a todos a disponibilidade dos cuidadosde saúde a preços acessíveis.

• Que sejam fornecidos seguros de saúde gratuitospara crianças desde o nascimento até 12 anos deidade, e às mulheres, durante a gravidez.

• Que sejam doados aos países e aos governospobres medicamentos que salvam vidas, paragarantir que esses medicamentos estejamdisponíveis e sejam distribuídos de forma eqüita-tiva nesses países.

• Que sejam divulgadas informações sobre edu-cação de saúde para crianças por meio de esco-las, exposições sobre saúde e mídia.

• Que sejam criadas comissões infantis perma-nentes sobre questões de saúde nos níveisnacional e internacional.

• Que os governos envolvam crianças no desen-volvimento, na implementação e no acompa-nhamento de planos de ação nacionais.

• Que o setor privado (empresas como Coca-Cola eoutras) coloque mensagens e slogans sobresaúde em seus produtos.

O que as CRIANÇAS podem fazer:• Envolver-se em orientação a outras crianças para

conscientizá-las sobre seus direitos a informaçãoe a cuidados básicos de saúde e de saúde repro-dutiva. Isto pode ser feito por meio de centros deinformação e pela Internet.

• Trabalhar como voluntárias em organizações desaúde e desenvolvimento infantil.

• Promover as campanhas em andamento e criarnovas campanhas com temas relacionados àsaúde sob responsabilidade de empresas e go-vernos.

• Desenvolver trocas entre jovens para comparti-lhar experiências e estratégias e criar redes decomunicação regionais.

• Divulgar as decisões tomadas no Fórum Infantil e

Ao trabalho:crianças decidem sobre questões básicas e soluções

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na Sessão Especial sobre a Criança da ONU entreos membros de suas comunidades e seus pares;utilizar os meios de comunicação para informar opúblico sobre as providências que os líderes deseus países concordaram em implementar.

EducaçãoQUESTÕES: A educação de qualidade garante quetodas as crianças possam contribuir de forma positi-va em todos os aspectos da sociedade. Entretanto,há muitos obstáculos a superar para garantir quetodas as crianças tenham acesso à educação dequalidade. A pobreza geralmente obriga a criança atrabalhar em vez de estudar. Não há escolas comu-nitárias ou baseadas nos vilarejos em número sufi-ciente, por isso muitas crianças precisam viajar lon-

gas distâncias para freqüentar as aulas. Muitasescolas não têm recursos, como professores qualifi-cados, material de aprendizagem e suprimentos. Emalgumas escolas, os professores recorrem a castigosfísicos, ou, pior ainda, as crianças são forçadas aprestar favores sexuais para adultos nas escolas emtroca de promoção, alguns trocados, livros, etc.

Os pais geralmente não percebem os benefícios daeducação, principalmente para meninas. As cri-anças devem participar do processo de desenvolvi-mento de currículos escolares, e os currículosdevem ser mais estimulantes.

O que os LÍDERES podem fazer:Para garantir educação de qualidade para todas ascrianças, recomendamos às pessoas que tomamdecisões:

• Que tornem a educação gratuita e compulsória:que garantam que todas as crianças em seuspaíses estejam na escola.

• Que os governos destinem os recursosnecessários para diminuir a diferença entre ricose pobres, e para garantir que as crianças quevivem nas áreas rurais tenham acesso à escola.

• Que estimulem os governos a também destinarrecursos para garantir que estudantes perten-centes a minorias e refugiados tenham acesso àeducação.

• Que eliminem a discriminação contra meninas.Deve-se permitir que as meninas também freqüen-tem a escola, em vez de ficar em casa e trabalhar.

• Que garantam a acessibilidade física nas escolaspara estudantes portadores de deficiências.

• Que modifiquem o sistema escolar de modoque as meninas possam voltar a estudar apósuma gestação (muitas meninas que ficam grávi-das são expulsas da escola).

• Que não se envolvam com corrupção, como, porexemplo, quando crianças recebem diplomasporque seus pais subornaram funcionários.

• Que resolvam o problema de abuso nas escolas,pois essa prática ensina as crianças a ter medo deir à escola. Se as crianças sofrem abusos na esco-la, associarão aprendizagem com abuso.

• Que garantam um ambiente de aprendizagemalegre para os estudantes.

• Que incluam direitos da criança no currículoescolar.

• Que criem grupos regionais para compartilharrecursos e experiências educacionais.

• Que avaliem os professores regularmente paragarantir que estejam qualificados.

• Que aumentem os orçamentos destinados àeducação e direcionem os recursos para a edu-cação, e não para armamentos.

• Que criem comitês de consultoria educacional dejovens em todos os ministérios de educação.

• Que estimulem o setor privado a apoiar a edu-cação por meio de recursos e fundos.

• Que estimulem os países a se reunir por regiãopara compartilhar experiências e recursos paraprogramas educacionais.

• Que estimulem os meios de comunicação aajudar na conscientização dos pais e de outras

"O problema é quemuitos pais pensamsomente em seusfilhos, e não fornecemrecursos ou educaçãopara suas filhas.Por isso precisamosconvencer as meninasde que meninaspodem fazer tudoo que quiserem."

– Saadia Anwaar, 16,Paquistão

Sandra Jiménez Loza, 15, doMéxico (à direita) conversacom outro jovem delegado.

"A sociedade devemudar. A mudançadeve partir do povo,não apenas dosgovernos. Mudançasnão dependem dequem está no poder."

– Sandra Jiménes Loza, 15,México

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pessoas envolvidas com a criança sobre aimportância da educação.

• Que estimulem os países mais ricos a ajudar ospaíses com menor disponibilidade de recursosa melhorar seus sistemas de educação.

O que as CRIANÇAS podem fazer:• Aproveitar todas as oportunidades educacionais.• Aumentar a consciência da família e da comu-

nidade sobre o valor da educação.• Trabalhar em conjunto com governos, escolas

e comunidades para melhorar a qualidade daeducação.

• Pleitear e criar conselhos, redes de comunicaçãoe parlamentos infantis para discutir questõeseducacionais e implementar mudanças.

Exploração infantilQUESTÕES: Milhões de crianças são exploradastodos os dias por meio de trabalho infantil, venda etráfico de crianças, abuso, violência de gangues,casamento prematuro, discriminação e práticasprejudiciais (como mutilação genital de meninas,noivas infantis e discriminação de gênero). As crian-ças também sofrem com a discriminação econômi-ca e com abusos ou castigos físicos.Todos os tipos de abuso devem ser eliminados: físi-cos, emocionais e psicológicos (como negligência,acusações, humilhações), verbais e sexuais. Já étempo de deixar as crianças serem crianças emambientes seguros e carinhosos.

O que os LÍDERES podem fazer:• Promover a educação para pais como forma de

evitar que abusem de seus filhos, e para

ajudá-los a educar seus filhos para que nãoabusem uns dos outros (porque às vezesirmãos mais velhos abusam de irmãs e irmãosou primas e primos mais novos).

• Construir espaços e comunidades segurospara crianças de modo que tenham proteção ecuidados.

• Apoiar programas de ajuda às vítimas deabuso e exploração na recuperação e nareconstrução de suas vidas.

• Fortalecer as leis sobre trabalho infantil eexploração sexual e punir os infratores.

• Banir práticas prejudiciais. • Tratar as crianças com dignidade e respeito.

O que as CRIANÇAS podem fazer:• Instruir outras crianças em sua comunidade

sobre a Convenção sobre os Direitos daCriança e sobre os direitos da criança à pro-teção contra exploração sexual, discrimi-nação, abuso, violência, guerra e ambi-entes de trabalho que ofereçam riscos.

• Criar grupos de educação entre seus paresde modo que crianças – tanto as que fre-qüentam escolas como as que não o fazem– possam aprender sobre exploração esobre seus direitos.

• Trabalhar com governos para garantir ocumprimento das leis de proteção da criança.

• Manter contato com governos e organiza-ções infantis para melhorar a educação ereduzir pobreza e conflitos, para reduzir onúmero de crianças vítimas de abuso eexploração.

• Alertar os meios de comunicação sobre abuso,exploração e discriminação de crianças.

"Estou interessada nas crianças desprivi-legiadas e em programas educacionais.Eu mesma sou órfã e tenho interesse nes-sas questões – muito pessoal. Eu traba-lho em treinamento vocacional e tec-nológico com essas crianças.Estou ensinando essas crianças a conser-tar aparelhos eletrônicos e elétricos.Assim, esses jovens terão uma habilida-

de e poderão se sustentar. Esse trabalhoé realizado basicamente com meninosque estão trabalhando com eletrônica emBangladesh. Trabalho também comapresentações culturais... Normalmen-te, dança. Eu mesma freqüento umcurso em que aprendo a consertar apa-relhos eletrônicos, principalmente rá-dios e televisores."

PERFIL DE ATIVISTARunu Akter, Bangladesh, 16

"Não permitamos maisque as criançaspaguem por nossosfracassos. As criançasnesta sala sãotestemunhas de nossaspalavras. Elas e seuspares em todas aspartes do mundo têm odireito de esperar quetransformemos nossaspalavras em ações... eque criemos ummundo para ascrianças."

– Kofi Annan, Secretário-Geral das Nações Unidas,na abertura da SessãoEspecial sobre a Criançana Assembléia Geraldas Nações Unidas.

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Crianças e conflitos armadosQUESTÕES: As crianças são as primeiras vítimasde conflitos armados, porque são vulneráveis epodem ser manipuladas pelos adultos. Há váriasmaneiras de as crianças serem afetadas porguerras. Sofrem ferimentos e são mortas. Sãoforçadas a deixar suas casas e seu trabalho.Tornam-se refugiadas. Perdem seus pais ou ami-gos. Não recebem educação ou cuidados desaúde adequados. São utilizadas como soldadosnos exércitos. Sofrem violência sexual e lavagemcerebral por parte dos adultos.

O que os LÍDERES podem fazer:Guerra é um problema de adultos. Não há razão paraenvolver crianças e fazê-las sofrer. Recomendamosàs pessoas que tomam decisões:

• Que resolvam os conflitos por meio do diálogo,e não por meio de guerras que ferem e matamcrianças.

• Que mantenham as crianças fora das guerras.• Que providenciem locais seguros e apoio para

as crianças durante guerras e conflitos. Emcaso de remoção de populações, que atendamas crianças em primeiro lugar. Nós temos odireito de ser salvas.

• Que desmobilizem e reintegrem as crianças-soldados.

• Que forneçam mais assistência e proteçãopara refugiados e garantam que os refugiadospossam retornar à sua terra natal quando aguerra terminar.

• Que respeitem os tratados internacionais epunam os infratores.

• Que estimulem os governos locais a criar um sis-tema no qual as crianças possam participar emanifestar-se sobre decisões políticas, por exem-plo, dizendo o que pensam sobre a guerra.

• Que ensinem tolerância, compreensão, paz edireitos humanos nas escolas. Que ensinem tam-bém que matar não é um ato de patriotismo.

• Que garantam, quando necessário, orientaçãosobre guerras, conflitos e minas de solo, ensi-nando às crianças como podem ficar a salvonessas situações.

• Que estimulem os líderes dos grandes países adeixar de fornecer materiais bélicos paraoutros países.

• Que impeçam que se destine tanto dinheiro paraa produção de armas e minas de solo.

• Que estimulem líderes financeiros a fornecercuidados para as crianças que ficaram órfãs ouincapacitadas devido à guerra.

• Que estimulem os meios de comunicação aproduzir programas na televisão que sejamexemplos para as crianças, e que não mostremapenas violência.

• Que impeçam a fabricação de brinquedosviolentos.

O que as CRIANÇAS podem fazer:• Pressionar os governos a manter suas promes-

sas de melhorar a cooperação internacional. • Ajudar a criar cursos e atividades nas escolas

que estimulem a paz e a tolerância.

"Trabalho para uma ONG chamadaBiblio-red, que oferece aulas de com-putação para que as pessoas possam teracesso a esse tipo de conhecimento.Também participei em um diálogo entregerações organizado pelo ICRW, e traba-lho com minha mãe e um grupo de pro-fessores dando aulas gratuitas deesportes para crianças que não podempagar. Tenho interesse nessas questõesporque vivo em um país onde só quemtem dinheiro pode ter uma vida boa.Tudo isso começou quando participeicomo um dos estudantes do programa

‘Piloteando Futuros’. O principal obs-táculo que precisei enfrentar foi minhaidade; quando você é jovem, é muitodifícil ser levado a sério, quer dizer, vocêprecisa conquistar o respeito dos adul-tos. Acho que uma das minhas melhoresrealizações é conseguir fazer sorrir umacriança que estava chorando. Alémdisso, conseguimos colocar na escolacrianças que antes estavam nas ruas eque agora querem viver.Eu sou apenas um entre muitas pessoasque ajudam os outros."

PERFIL DE ATIVISTACristian Acosta, Uruguai, 16

"Guerra e políticasão sempre jogosde adultos, mas quemperde são sempreas crianças."

– Eliza Kantardzic, 17, daBósnia e Herzegóvina, falando em nome do FórumInfantil na Reunião doConselho de Segurança dasNações Unidas sobreCrianças e Conflitos Armados,7 de maio de 2002.

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Dewi Sartika, 14, da Indonésia,participa de diálogo entregerações com crianças da Ásia,em 9 de maio de 2002.

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Monica Rusk, 18, dos Estados

Unidos (na mesa, à direita),

responde a perguntas durante

uma entrevista com a imprensa no

Manhattan Center, onde foram

realizadas as atividades nos dois

últimos dias do Fórum. Ao seu

lado (à esquerda) está Khadija

Iman, 14, do Quênia. UN

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• Defender a paz por meio de caminhadas, jogos,teatro e música.

• Criar uma campanha para crianças contra guerrascom o objetivo de aumentar a conscientizaçãosobre os efeitos da guerra sobre as crianças.

HIV/AIDSQUESTÃO: Mais de 50% das pessoas portadorasde HIV são jovens de até 24 anos. Há também mi-lhões de órfãos devido à AIDS, crianças que perde-ram um ou ambos os pais para essa doença. Muitasvezes, essas crianças ficam sem recursos para seusustento e precisam abandonar a escola e trabalharpara cuidar de si mesmas e de suas famílias.

O que os LÍDERES podem fazer:• Fornecer testes de HIV/AIDS e orientação gra-

tuitamente, e tornar as informações sobre pre-venção e tratamento disponíveis ao público.

• Fornecer às crianças, desde pequenas,educação sobre habilidades para a vida.Fornecer educação sobre habilidades para avida também para os pais.

• Fornecer cuidados domésticos e apoio àscrianças que se tornam chefes de famíliaquando seus pais morrem.

• Providenciar os arranjos necessários à adoçãopara crianças que ficaram órfãs porque seuspais morreram devido à AIDS.

• Distribuir recursos e medicamentos regular-

mente por todas as regiões dos países, demodo que todos tenham acesso igual aosserviços.

• Obrigar empresas farmacêuticas a praticarpreços compatíveis com as possibilidades decada país.

• Incluir crianças no desenvolvimento e naimplementação de programas de prevençãode HIV/AIDS.

• Estimular líderes tradicionais, chefes e líderesreligiosos a quebrar o silêncio e tratar as questõesrelativas à AIDS de maneira aberta e honesta.

• Promover a abstinência como um dos melho-res métodos para evitar a disseminação deHIV/AIDS, estimular a fidelidade e colocarpreservativos à disposição de todos.

• Fornecer educação aos que cuidam depacientes com AIDS.

• Evitar a discriminação contra pessoas portadorasde HIV/AIDS por meio de educação do público.

O que as CRIANÇAS podem fazer:• Desempenhar papel ativo na educação de outras

crianças sobre HIV/AIDS.• Apresentar questões e soluções por meio

da mídia.• Criar redes de comunicação regionais e interna-

cionais entre jovens para trocar idéias sobre pro-gramas de prevenção de HIV/AIDS.

• Aprender o que se pode fazer para evitarinfecção por HIV.

"Estou particularmente interessado naquestão da participação da criança,porque esse direito natural me foi negadoalgumas vezes (a maioria delas na esco-la), e eu observei também que, na maio-ria das vezes, as decisões que sãotomadas em nome das crianças, e nãocom as crianças, são inviáveis. Promovera participação das crianças não é umatarefa fácil. Na Romênia, temos umAcampamento Nacional. Fiz parte do con-selho do acampamento, que era compostopor crianças. O conselho tomou todas asdecisões importantes que diziam respeito

ao acampamento. Durante o dia, tínhamostambém oficinas coordenadas por crian-ças. Juntamente com dois outros colegas,coordenamos a revista do acampamento,que trazia as opiniões das crianças.A mentalidade antiga das pessoas e afalta de comunicação são os obstáculosmais difíceis a serem vencidos. Meu maiorsucesso é minha participação na SessãoEspecial sobre a Criança, o que já dizmuito. Eu realmente adoro interagir comoutras pessoas, adoro me divertir e estourealmente ansioso para ver o que virádepois da Sessão Especial."

"Se você quiser criarescolas, certifique-sede ter um professor,uma biblioteca.As promessas dopassado nos deixaramdesiludidos.Os resultados não sãoo que nos disseram,e isso nos deixapreocupados.Ouçam as crianças,mas não com seusouvidos, e sim comseus corações."

– Gael Mbemba, 18, Chade

PERFIL DE ATIVISTA Alexandru Bogdan Rosu, Romênia, 16

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PobrezaA pobreza é a origem de muitos dos problemasque as crianças enfrentam, inclusive falta deacesso à educação e aos serviços de saúde; tra-balho infantil, abuso e exploração; HIV/AIDS; eviolência e guerra.

O que os LÍDERES podem fazer:Para romper o círculo vicioso da pobreza queafeta a vida de milhões de crianças, recomen-damos aos líderes:• Que honrem o acordo segundo o qual os paí-

ses industrializados doarão 0,7% de seu PNBaos países mais pobres.

• Que criem comitês nacionais incluindo crian-ças e jovens para examinar as causas dapobreza e encontrar soluções.

• Que forneçam educação gratuita a todas ascrianças.

• Que ampliem o apoio e os recursos aosserviços para crianças que vivem em paísessob sanções, de modo que possam atendersuas necessidades e ter seus direitosrespeitados.

• Que forneçam treinamento de habilidades aosdesempregados.

O que as CRIANÇAS podem fazer:• Trabalhar com ONGs em comunidades e com

governos em seus planos de ação para reduzira pobreza.

• Lançar campanhas de informação paraconscientizar as pessoas sobre os efeitos dapobreza sobre as crianças.

• Criar comitês anti-pobreza que trabalhempara melhorar o padrão de vida, de edu-cação e de cuidados de saúde das criançase suas famílias.

O meio ambienteQUESTÕES: Um mundo para as crianças é ummundo limpo, verde e seguro. É também ummundo que respeita o ambiente onde vivemtodas as crianças, inclusive as portadoras dedeficiências. Alguns dos maiores problemasambientais incluem escassez e contaminaçãode água; poluição do ar, poluição sonora ou

"Se ficarmos juntose caminharmos juntos,no mesmo passo,faremos diferença."

– Joseph Tamale, 12, Uganda

"Se não nos unirmos, estaremosperdidos," disse Joseph Tamale,12, de Uganda, aos líderesafricanos. Ele perguntou:"Quem irá pagar esses grandesempréstimos quando vencerem,daqui a 20 ou 30 anos?Seremos nós."

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Miriam A. Melendez, 16, daGuatemala, fala emocionadasobre o trabalho infantil paracrianças da América Latina e doCaribe, durante o diálogo entregerações, em 8 de maio de 2002.

outro tipo de poluição; aquecimento global e adestruição de áreas verdes e habitats naturais.

O que os LÍDERES podem fazer:• Aprovar e fazer cumprir leis que protejam os

habitats naturais e que reduzam a poluição.• Estabelecer políticas que conservem e prote-

jam recursos naturais e que diminuam a pro-dução e a utilização de embalagens.

• Restringir e regulamentar o desenvolvimento. • Melhorar os sistemas de água e de saneamento. • Criar mais sistemas de purificação da água

para que um número maior de pessoas tenhaacesso a água limpa.

• Criar ambientes saudáveis, diminuindo apoluição sonora, do ar e de chumbo, eencontrando soluções para os problemasrelativos à água.

• Multar empresas poluentes.• Criar um comitê global para acompanhar e

encontrar soluções para as questões ambientais.

O que as CRIANÇAS podem fazer:• Envolver-se com grupos de apoio ambiental nos

níveis comunitário e nacional. • Desempenhar seu papel com relação a conser-

vação de energia, reciclagem, utilização detransporte público e proteção dos recursos ehabitats naturais.

ParticipaçãoA Convenção sobre os Direitos da Criança apre-senta uma série de direitos relacionados à par-ticipação das crianças em questões que afetamsuas vidas (artigos 12 e 13). Uma vez que, namaioria das vezes, os pais e as sociedades nãopercebem o valor do envolvimento dos jovens, ascrianças não são ouvidas. Suas opiniões não sãolevadas em consideração.

O que os LÍDERES podem fazer:• Criar políticas que assegurem a participação

real e significativa das crianças.• Criar e apoiar conselhos e parlamentos de

crianças.

"Nós, crianças, nãotrabalhamos porquequeremos, mas simporque não temos osuficiente paraalimentar e cuidarde nossas famílias."

– Miriam A. Melendez, 16,Guatemala

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8 de maio de 2002

Após três dias de muito trabalho, as crianças pre-sentes no Fórum Infantil chegaram a um consensosobre os desafios básicos que os jovens enfrentam esobre as maneiras pelas quais os governos e aspróprias crianças podem fazer diferença. Deno-minaram sua declaração ‘Um mundo para nós’.

A mensagem foi apresentada à Sessão Especial sobrea Criança da Assembléia Geral das Nações Unidas, nodia 8 de maio de 2002, pelas delegadas infantisGabriela Azurduy Arrieta, 13, da Bolívia, e AudreyCheynut, 17, de Mônaco. Foi a primeira vez quecrianças dirigiram-se a uma sessão formal dasNações Unidas e um momento de orgulho para ascrianças em todas as partes do mundo.

Como seria um Mundo para as Crianças?Eis aqui o que o Fórum Infantil imagina...

Um mundo para nósNós somos as crianças do mundo.Nós somos as vítimas de exploração e abusos.Nós somos crianças de rua.Nós somos crianças da guerraNós somos as vítimas e os órfãos do HIV/AIDS.Nós não recebemos educação de boa qualidade e cuidados de saúde.Nós somos vítimas de discriminação política,econômica, cultural, religiosa e ambiental.Nós somos crianças cujasvozes não estão sendo ouvi-das: é hora de sermos levadas em consideração.Nós queremos um mundo adequado para as crian-ças, porque um mundo adequado para nós é ummundo adequado para todos.

Nesse mundo, Nós vemos respeito pelos direitos da criança:• governos e adultos real e efetivamente compro-metidos com o princípio dos direitos das crianças eaplicando a Convenção sobre os Direitos da Criança atodas as crianças, • ambientes seguros, tranqüilos e saudáveis para ascrianças nas famílias, nas comunidades e nos países.

Nós vemos o fim da exploração, do abuso e daviolência: • leis que protejam as crianças da exploração edo abuso sendo implementadas e respeitadaspor todos,

Abertura da Sessão Especialsobre a Criança na AssembléiaGeral das Nações Unidas

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• centros e programas que ajudem a reconstruir asvidas de crianças maltratadas.

Nós vemos um fim para a guerra: • líderes mundiais resolvendo conflitos por meio dodiálogo pacífico, e não pelo uso da força,• crianças refugiadas e crianças vítimas da guerraprotegidas de todas as maneiras e tendo as mesmasoportunidades de todas as outras crianças, • desarmamento, eliminação do comércio de arma-mentos e o fim da utilização de crianças-soldados.

Nós vemos a disponibilidade de cuidados desaúde: • medicamentos e tratamentos que salvam vidasdisponíveis e acessíveis a todas as crianças,• parcerias fortes e responsáveis estabelecidasentre todos para oferecer melhores condições desaúde para a criança.

Nós vemos a erradicação do HIV/AIDS: • sistemas educacionais que incluam programas deprevenção do HIV, • testes gratuitos e centros de orientação, • informações sobre HIV/AIDS de graça e dispo-níveis para o público, • órfãos da AIDS e crianças vivendo com HIV/AIDSrecebendo cuidados e desfrutando das mesmasoportunidades de todas as outras crianças.

Nós vemos a proteção do meio ambiente: • conservação e resgate de recursos naturais, • consciência da necessidade de vivermos emambientes saudáveis e favoráveis ao nossodesenvolvimento, • ambientes acessíveis para crianças comnecessidades especiais.

Nós vemos um fim para o círculo vicioso dapobreza:• comitês anti-pobreza que trabalhem comtransparência em relação aos gastos e prestematenção às necessidades de todas as crianças, • perdão de dívidas que impeçam o progressodas crianças.

Nós vemos a oferta de educação: • oportunidades iguais e acesso à educação dequalidade gratuita e compulsória,• ambientes escolares nos quais as crianças sintamprazer em aprender, • educação para a vida que vá além dos estudos,

incluindo aulas sobre compreensão, direitoshumanos, paz, aceitação e cidadania ativa.

Nós vemos a participação ativa das crianças: • promoção da conscientização e do respeitoentre pessoas de todas as idades com relação aodireito de cada criança à participação plena esignificativa, dentro do espírito da Convençãosobre os Direitos da Criança, • crianças envolvidas ativamente em todos osníveis nas tomadas de decisão e no planeja-mento, na implementação, no acompanha-mento e na avaliação de todas as questõesque afetam seus direitos.

Nós queremos a garantia de uma parceria eqüi-tativa nesta luta pelos direitos da criança. E aoprometermos apoiar suas ações em favor dacriança, também pedimos seu comprometimentoe apoio às nossas ações – porque as crianças domundo são incompreendidas.Nós não somos a fonte dos problemas; somos osrecursos necessários para resolvê-los.Nós não somos despesas; somos investimentos.Nós não somos apenas pessoas jovens; somospessoas e cidadãos deste mundo.Até que as outras pessoas aceitem sua respon-sabilidade com relação a nós, lutaremos por nos-sos direitos.Nós temos a determinação, o conhecimento, asensibilidade e a dedicação.Nós prometemos que, quando formos adultos,defenderemos os direitos da criança com amesma paixão que temos agora como crianças.Nós prometemos tratar-nos uns aos outros comdignidade e respeito.Nós prometemos ser abertos e sensíveis a nos-sas diferenças.

Nós somos as crianças do mundo, e apesar denossas experiências diferentes, compartilhamosuma realidade comum.Nós estamos unidos pela nossa luta para tornaro mundo um lugar melhor para todos.Vocês nos chamam de futuro, mas nós somostambém o presente.

A mensagem foiapresentada na SessãoEspecial sobre a Criançada Assembléia Geral dasNações Unidas, no dia 8de maio de 2002, pelasdelegadas infantisGabriela AzurduyArrieta, 13, da Bolívia,(à esquerda) e AudreyCheynut, 17, de Mônaco(abaixo). Foi a primeiravez que criançasdirigiram-se a umasessão formal dasNações Unidas em nomedas crianças, e ummomento de orgulhopara as crianças emtodas as partes domundo.

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• Incorporar a participação das crianças em planosde ação nacionais e aprovar leis que tornem rea-lidade os direitos à participação,

• Incorporar os direitos das crianças nos currículosescolares.

• Criar, por meio da ONU, uma organização ou umcomitê formado por crianças para discutir e influ-enciar as questões que as afetam.

O que as CRIANÇAS podem fazer:• Educar seus pares, suas famílias, seus profes-

sores e as pessoas que tomam decisões sobre aparticipação das crianças.

• Atuar nas comunidades e no governo nacional demodo que as vozes das crianças sejam ouvidas.

• Criar organizações dirigidas por crianças.• Criar redes de comunicação nacionais e globais

para compartilhar experiências e idéias sobrecomo envolver-se em comunidades e governos.

A primeira Sessão Especial sobrea Criança já realizada na ONUaconteceu em Nova Iorque, de 8 a10 de maio de 2002

A Sessão Especial foi realmente especial.Fizeram parte dessa Sessão cerca de 70 Chefesde Estado e Governos e outros participantes deencontros de cúpula, 250 parlamentares de 75países, quase 2 mil delegados representandoorganizações não-governamentais, mais de 400delegados infantis representando 154 paísesdiferentes, centenas de jornalistas, inclusive jor-nalistas infantis, e inúmeros líderes empresa-riais e celebridades.

Os participantes – inclusive as crianças – discu-tiram os progressos realizados durante a décadaque se seguiu ao Encontro Mundial de Cúpulapela Criança, e o que deve ser feito agora pelascrianças e com as crianças para assegurar quetenham a melhor qualidade de vida e as me-lhores oportunidades possíveis.

Todos concordaram que os direitos das criançasdevem ser respeitados e apresentaram muitasmaneiras específicas para que essa meta setorne realidade.

O Fórum também ajudou a preparar as criançaspara a participação na Sessão Especial, durantea qual muitas delas tiveram a oportunidade dedesempenhar papéis importantes. Dirigiram-seà Assembléia Geral no primeiro dia da SessãoEspecial. Envolveram-se em inúmeras dis-cussões, oficinas e diálogos entre gerações dealto nível; falaram diretamente a Chefes deEstado e delegações. De maneira geral, muitosprecedentes importantes foram criados para acomunicação futura entre os jovens e aquelesque os representam, com inúmeros líderes soli-citando a continuação do diálogo ao retornarema seus países.

A participação das crianças na SessãoEspecial sobre a CriançaOs participantes do Fórum Infantil tiverampapéis ativos em inúmeros eventos da SessãoEspecial. Destacam-se os seguintes:

8 a 10 de maio de 2002 – Sessão Especial sobre a Criança, ONU

S. Exa. Sr. Joaquim AlbertoChissano, Presidente deMoçambique, falando sobre aimportância do ativismo entre osjovens e estimulando as criançasa permanecerem envolvidas.Diálogo entre gerações comcrianças da África, 9 de maio de2002.

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"Nós temos o ´direito´ departicipar, mas em muitospaíses esse direito aindaé ignorado".

Latoya Sumter, 17, do Suriname,no diálogo entre gerações comcrianças da América Latina e doCaribe, 8 de maio de 2002.

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Convenção sobre osDireitos da Criançaé adotada pelasNações Unidas

A Convenção apresentaos direitos da criança epede que os países osprotejam. Esses direitosincluem educação,proteção, cuidados desaúde e sobrevivência.Até 2002, quase todosos países do mundohaviam ratificado aConvenção.

Encontro Mundialde Cúpula pelaCriança

Governos reuniram-senas Nações Unidas paradeliberar sobre as açõesa serem empreendidaspara garantir às criançasseu direito a saúde, edu-cação e proteção contraguerra e exploração.Estipularam metasdiversas e prometeramreunir-se novamente dalia 10 anos, em umasessão especial para acriança, com o objetivode avaliar seus progres-sos e estabelecer novasmetas para a décadaseguinte.

Fórum Infantil

Mais de 400 delegadosinfantis na SessãoEspecial sobre a Criançana Assembléia Geral dasNações Unidasprepararam-se para suaparticipação na SessãoEspecial. Discutiram asinúmeras questões queafetam as crianças atual-mente e maneiras pelasquais jovens podemtrabalhar com líderesmundiais para fazerdiferença na vida decrianças em todos oslugares do mundo.

Sessão Especialsobre a Criança

Em continuação aoEncontro Mundial deCúpula pela Criança,governos, líderes mundi-ais, empresários, ONGse crianças analisaram oprogresso conseguidodesde 1990 e estabele-ceram os passosseguintes para criar ummundo melhor para ascrianças.

Movimento Global pela Criança

20 de novembro 29-30 de setembro 5-7 de maio 8-10 de maio 1989 1990 2002 2002

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Crianças envolvidas em um debatecom pessoas importantes nosprocessos de tomada de decisão, nodiálogo entre gerações com criançasda América Latina e do Caribe, nodia 8 de maio de 2002.

• Foram organizados cinco diálogos entre geraçõesenvolvendo crianças e chefes de delegações eagências da ONU, permitindo que se reunissemem pequenos grupos para discutir questões deseu interesse. De maneira geral, os diálogosforam animados e esclarecedores. As criançasmostraram-se normalmente bem preparadas emsua atuação como moderadoras, embora muitasdelas desempenhassem esse papel pela primeiravez. Quanto aos participantes adultos, ainda quefossem quase sempre acessíveis e estivessemrealmente interessados na troca de pontos devista, alguns não foram capazes ou não quiseramresponder às perguntas feitas pelas crianças.Para elas, essa foi uma experiência frustrante,mostrando, disseram, que os líderes ainda não aslevam a sério.

• Os participantes reuniram-se com representantesde governos e de ONGs para analisar o FórumInfantil e as questões levantadas. O evento foitotalmente planejado e conduzido pelas própriascrianças; oito jovens apresentadores – membrosdo Comitê de Relatoria – detalharam as questõese, em seguida, apresentaram sugestões sobre oque os governos e os jovens podem fazer pararesolvê-las. As crianças recomendaram a criaçãode oficinas de treinamento de liderança, assimcomo a criação de conselhos infantis nacionais,regionais e internacionais. Esses conselhos deve-riam reunir-se regularmente para acompanhar osesforços realizados pelos governos no cumpri-mento das promessas feitas às crianças. As cri-anças pleitearam um papel participativo em suascomunidades ao retornarem aos seus países."Comprometemo-nos a voltar para casa e lutarpela nossa causa", afirmou um jovem noauditório. "Sabemos o que é melhor para nós".

Um outro afirmou, "Somos os construtores dahumanidade – assim como o equador irradia seucalor com eqüidade, compartilhemos decisões".

• A União Inter-Parlamentar e o UNICEF convocaramum fórum para mobilizar o Congresso, tanto nospaíses industrializados como nos países emdesenvolvimento, para tratar de questões relati-vas à criança. Cerca de 250 parlamentares de 75Congressos compareceram ao fórum; inúmerascrianças representaram parlamentos infantis.Bintou Sonko, da Gâmbia, representando oFórum Infantil, declarou aos participantes: "Nósqueremos que os jovens tenham voz nos gover-nos". Das 40 intervenções feitas na tribuna, 10foram feitas por crianças, que mencionaram,entre outras coisas, a importância de adotar aperspectiva dos direitos da criança em todas asquestões legislativas.

• Três representantes do Fórum Infantil – MandisaNakana (16, África do Sul), Alexandru BogdanRosu (16, Romênia) e Laura Kerstin Hannant (16,Canadá) foram escolhidos para acompanharNane Annan, Carol Bellamy e as moderadorasSadako Ogata e Nafis Sadik no fórum sobreLiderança das Mulheres pelas Crianças. Os trêsjovens apresentaram ao fórum sua própria decla-ração, eloqüente e sincera. Revezaram-se em seudiscurso e terminaram de maneira comovente,com as seguintes palavras:

"A partir desta experiência, temos esperança deque haverá mais progressos nos próximos dezanos do que houve no passado".

"Nós pedimos uma parceria eqüitativa nesta lutapelos direitos da criança, e, ao mesmo tempo em

"Eu vivo no Equador, próximo a um dosvulcões mais altos do mundo. Fui escolhi-da para ser a Secretária-Geral da Culturado Parlamento de Meninas e MeninosIndígenas do Equador. Minha respon-sabilidade é promover nossa cultura jun-tamente com a cultura das outras crian-

ças do país, para mostrar que todas têmos mesmos direitos. A Sessão Especialrepresentou uma oportunidade para dis-cutir questões que serão cruciais para aconstrução de um mundo melhor, no qualas crianças devem estar entre os atoresprincipais".

PERFIL DE ATIVISTAMiryam Cunduri, Equador,11

“Amar, proteger ecuidar das criançasdeve ser um privilégiopara a vida toda”.

– Caroline Barebwoha, 16,de Uganda, falando em umdos debates com Chefes deEstado e delegações.

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que apoiamos suas ações em favor da criança,também pedimos seu comprometimento e seuapoio para nossas próprias ações".

"Estamos dando nossos passos para chegar àmetade do caminho e estender nossas mãos avocês. Nossa pergunta é: vocês nos encontrarãona metade do caminho?"

• Durante a Sessão Especial, foram realizadastrês conferências de alto nível sobre o temageral "Renovação do compromisso e futurasações pelas crianças na próxima década". Emcada um dos três debates, duas criançasfalaram diretamente a Chefes de Estado e dele-gações. "Eu sou a voz de todas as crianças quevêm sofrendo em todas as partes do mundo;por que vocês, que são membros dahumanidade, deixaram estas coisas aconte-cerem?", perguntou Marie-Claire Umuhosa, 17,de Ruanda, que falou sobre o genocídio ocorri-do em seu país e seu impacto sobre as crianças.

Envolvendo-se na criação de umMundo para as Crianças

A Sessão Especial faz parte de um vasto MovimentoGlobal pela Criança (MGC), cujo objetivo éaumentar o apoio aos direitos da criança e osinvestimentos feitos em favor das crianças. OMovimento trabalha com jovens, organizações egovernos para fazer diferença. Liderado pelo

UNICEF, o Movimento Global pela Criança apre-senta dez ações e princípios básicos criadospara melhorar a vida e o futuro das crianças. Nosmeses que antecederam a Sessão Especial, maisde 94 milhões de pessoas deram seu apoio aações visando o programa de dez pontos, pormeio da campanha ‘Diga Sim pela Criança’, reali-zada em todas as partes do mundo. Este feitoextraordinário conquistou um lugar no LivroGuinness de Recordes Mundiais. Ver outras infor-mações no site do MGC: www.gmfc.org.

Jovens jornalistas: dizendo como é.Mais de 50 jovens jornalistas de todas as partesdo mundo fizeram reportagens sobre os eventosdurante o Fórum Infantil e a Sessão Especial.Designados para conseguir reportagens emprimeira mão sobre as atividades das criançasem seus países e sobre suas experiências noFórum e na Sessão Especial, os repórteres con-duziram entrevistas com jovens ativistas, assimcomo com pessoas que tomam decisões nos go-vernos e na Organização das Nações Unidas. Umgrupo incluiu 11 repórteres da ‘Radio Enfant’, deQuebec, no Canadá, que estabeleceram sua basede operações no Manhattan Center, onde foirealizado o Fórum Infantil. A partir do Fórum, ogrupo transmitiu debates, entrevistas indivi-duais, música e entretenimento. Jovens reda-tores do escritório do Children’s Express, deBelfast, no Reino Unido, fizeram a cobertura doseventos da Sessão Especial, e outro grupo de

"Trabalho para uma organização assis-tencial denominada SOLIKEN. Esse tra-balho não impede que eu atue tambémna área de educação. Há muitas crian-ças no mundo – e também no Senegal –que não têm acesso à educação. Equando têm acesso às escolas, às vezesnão recebem a educação de qualidadede que necessitam para seu futuro. Umaparticipação mais sustentável por partedos governos, de ONGs e dos própriosjovens poderia ajudar no desenvolvi-mento desta área, tornando-a mais

aproveitável para todos. Atualmenteestamos treinando jovens no uso denovas tecnologias de informação ecomunicação. Esse trabalho está dandoresultados e pode ser útil para integrarmelhor as novas tecnologias de infor-mação e comunicação (NTIC) à edu-cação dos jovens, seja ela formal ouinformal. Não consigo imaginarnenhum obstáculo, pois nosso trabalhotem sido muito bem recebido pormuitas pessoas. Há muitas pessoas quenos ajudam a alcançar nossas metas".

PERFIL DE ATIVISTA Fama Amadou Diao, Senegal, 17

As crianças falaramdiretamente aosChefes de Estado desuas regiões em cincodiálogos entregerações."Quando redes decomunicação secomunicarem comredes de comunicação,suas vozes serão maisfortes. Encontremaliados, trabalhemcom afinco, e nós osouviremos".

– Graça Machel, ex-Ministrada Educação de Moçambique,e especialista em crianças econflitos armados.

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Nelson Mandela, ex-Presidenteda África do Sul e fervorosopromotor dos direitos da criança,recebe a relação de 94 milhõesde adesões à campanha ‘DigaSim pela Criança’ durante acerimônia de encerramento doFórum Infantil, no ManhattanCenter, no dia 7 de maio de 2002.

"... juntos construiremos ummundo onde todas as meninase todos os meninos possamaproveitar sua infância – umtempo de brincar e aprender,quando são amados, respeita-dos e tratados com carinho,quando seus direitos são pro-movidos e protegidos, semqualquer tipo de discrimi-nação, quando sua segurançae seu bem-estar são priori-dades, e quando podem sedesenvolver com saúde, paz edignidade".

‘Um Mundo para as Crianças’

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Li Yi, 18, da China, uma dasmoderadoras do diálogo entregerações com crianças da Ásia,9 de maio de 2002.

Marleni Cuellar, de Belize (à direita),e Dinorah Cantu, do México (ao cen-tro), moderadoras do diálogo entregerações com crianças da AméricaLatina e do Caribe, ouvem o Sr. JuanSomavia, Diretor-Geral daOrganização Internacional doTrabalho, no dia 8 de maio de 2002.

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jovens repórteres publicou um boletim diáriosobre os eventos da Sessão Especial em um jor-nal chamado On the Record for Children.

Há várias maneiras de envolver ascrianças.

AÇÃO: Entre em contato com seu governo parasaber sobre seus planos de ação para atingir asmetas estabelecidas na Sessão Especial. Verifiquede que maneira os jovens podem contribuir para odesenvolvimento e a implementação dessas ações.

AÇÃO: Pressione os serviços de saúde amigosda criança para elaborar campanhas de pre-venção de gestações indesejadas e de dissemi-nação do HIV/AIDS.

AÇÃO: Envolva-se em orientação e educação deoutras crianças para ajudar outros jovens naaprendizagem sobre seus direitos e métodospara evitar comportamentos que envolvam riscosou perigos.

AÇÃO: Assegure que outras crianças em seupaís conheçam seus direitos.

AÇÃO: Lance uma campanha para educar opúblico sobre os efeitos da pobreza e da guerrasobre as crianças.

AÇÃO: Envolva-se com ONGs locais e nacionaisque ajudem crianças e famílias.

AÇÃO: : Aproveite todas as oportunidades deeducação disponíveis.

AÇÃO: Informe os meios de comunicação sobrea importância das questões e dos direitos dacriança.

AÇÃO: Trabalhe com governos e organizaçõespara criar apoio para crianças órfãs ou afetadaspela AIDS.

AÇÃO: Conheça melhor o Movimento Globalpela Criança e conecte-se com outros jovensativistas do Voices of Youth (Vozes da Juventude)por meio do site do UNICEF para jovenswww.unicef.org/voy

"Estou muito interessado nas questõesrelativas às crianças e seus direitos, oumelhor, nossos direitos. Interessei-mepor essas questões quando vi pelaprimeira vez o livro didático sobre direi-tos humanos para as escolas daArmênia. Estou envolvido em alguns pro-jetos em meu país e também na criaçãode planos de ação nacionais. Porém,minha maior experiência foi o FórumInfantil. Espero que a Sessão Especial e oFórum não sejam apenas mais um encon-tro de grandes chefes, depois do qual

não acontece nenhuma mudança. Etenho quase certeza de que não seráassim, porque pela primeira vez estive-mos ativamente envolvidos nesse tipo deencontro e tivemos liberdade paraexpressar nossas opiniões. O principalobstáculo é que muitos adultos aindanão conseguem entender que crianças ejovens podem ter opiniões próprias evaliosas. O sucesso é estar aqui em NovaIorque na Sessão Especial e poder fazerperguntas àqueles que governam omundo e obter respostas".

PERFIL DE ATIVISTA Garri Shahinyan, Armênia, 16

"Crianças sãotransformadoras.Não somos insetosrastejantes, somosborboletas. Somos pássaros daliberdade".

— Sanjog Thakuri, 16, Nepal

"Nós... esperamos que nãohaja mais poluição do ar eque, em vez disso, tenha-mos um meio ambientepacífico, livre de violência,abusos e exploração".

— Jin Ling Yan, 18, China, durante o painel‘Cidades Amigas das Crianças: trabalhandopara atender os direitos da criança".

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404 crianças de 154 países

242 meninas e 162 meninos com idade entre 8 e 18 anos

264 crianças de 142 delegações governamentais

140 crianças de 106 delegações de ONGs

Distribuição de acordo com as regiõesestabelecidas pelas Nações Unidas

• África:Total de participantes: 116De 53 países, 47 estiveram representados 89%

• Ásia:Total de participantes: 94De 50 países, 36 estiveram representados 72%

• Europa Ocidental e outros Estados:Total de participantes: 82De 27 países, 26 estiveram representados 96%

• América Latina e Caribe: Total de participantes: 75De 33 países, 26 estiveram representados 79%

• Europa Oriental:Total de participantes: 37De 21 países, 19 estiveram representados 90%

Mais de 200 outras crianças que não puderam participar doFórum Infantil compareceram apenas à Sessão Especial sobrea Criança:

50 jornalistas infantis107 crianças de delegações de ONGs50 crianças (aproximadamente) de delegações governamentais

O Fórum Infantil em fatos e números

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"Fiquei muito feliz porque fiz muitosamigos e tive a oportunidade de com-partilhar meus pontos de vista commeus irmãos e irmãs de outros países.Senti que as crianças de todos oslugares do mundo estão unidas eninguém pode separá-las".

– Jehanzeb Khan, 12, Paquistão

Nem tudo foi trabalho no Fórum Infantil. Os participantestambém tiveram tempo para se conhecer, rir, cantar edançar juntos.

Desde o primeiro dia do Fórum até o último dia da SessãoEspecial, crianças de diferentes nacionalidades, idiomase com experiências diversas estiveram em contato.

Centenas de novas amizades foram feitas e outrascentenas de e-mails foram trocados. Unidas em seuconceito de paz e felicidade, as crianças prometeramencontrar-se novamente.

Nós não somosa fonte dos problemas; somos os recursosnecessários para resolvê-los.Nós não somos despesas;somos investimentos.Nós não somos apenaspessoas jovens;somos pessoase cidadãos deste mundo.

Extraído de ‘Um Mundo para Nós’Mensagem do Fórum Infantil

Publicado pelo UNICEFFundo das Nações Unidas para a InfânciaOutubro de 2002

Para maiores informações, entrar emcontato com:www.unicef.org

Nossos agradecimentos ao Governo doCanadá por seu apoio

Fundo das Nações Unidaspara a Infância

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