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MENSAGEM DO PRESIDENTE

Caros Accionistas

O ano de 2009 foi um ano muito especial para a Unicre-Instituição Financeira de Crédito, SA., por três razões fundamentais.

Primeiro, porque em 2009 a Unicre comemorou 35 anos de actividade, o que a torna numa das mais antigas companhias especializadas na emissão e aceitação de pagamentos com cartão, no mundo actual.

As inúmeras provas de reconhecimento que obtivemos, quer nacionais, quer internacionais, sensibilizaram-nos e responsabilizaram-nos face aos numerosos desafios que teremos pela frente no contexto de uma SEPA (Single Euro Payments Area), cuja configuração final tarda a surgir.

Segundo, porque em 2009 se encerra o mandato do actual Conselho de Administração e, assim, se dá por concluído o Plano Estratégico denominado Mais Unicre. O facto de o Plano, desenhado em 2006 num período de franco optimismo, ter sido mantido, e, sobretudo, cumprido nas métricas de custos, resultados e rendibilidade ao capital, não pode deixar de nos orgulhar mas igualmente do nos responsabilizar perante um mercado cada vez mais difícil e concorrencial.

Terceiro, o ano de 2009 foi o pior ano para a indústria do crédito ao consumo, como o demonstra o abandono de diversas instituições estrangeiras, a operar há décadas em Portugal. Mas, essas dificuldades permitiram à Unicre demonstrar a sua resistência perante o aumento da sinistralidade, através de um controlo de custos já anteriormente preparado e que acomodou parte do custo e que lhe permite manter uma presença no mercado, selectiva, mas sempre activa.

Num exercício tão difícil, a Unicre pôde demonstrar a sua capacidade para preservar um alto nível de serviço aos seus clientes e uma adequada rentabilidade aos seus accionistas.

Quer na comemoração dos 35 anos, quer na concretização do Plano Mais Unicre, quer na resistência demonstrada nos nossos resultados, importa não esquecer que tal performance só foi possível pela conjugação de uma preferência e exigência constante dos nossos clientes, pelo constante apoio dos nossos accionistas, pela disponibilidade dos nossos fornecedores e pelo profissionalismo dos nossos colaboradores.

A todos eles o Conselho de Administração deixa o seu agradecimento pelos resultados obtidos.

ANTÓNIO RAMALHO

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ÍNDICE

1. Principais Indicadores ....................................................................................................4

2. A Unicre............................................................................................................................5

2.1. Situação Institucional.............................................................................................6

2.2. Estrutura Organizativa ...........................................................................................8

2.3. Perspectivas Futuras ...........................................................................................10

2.4. Destaques do Ano 2009 ......................................................................................12

2.5. Sustentabilidade ..................................................................................................14

2.6. Governance .........................................................................................................22

3. Envolvente Macroeconómica.......................................................................................32

3.1. A Economia Mundial ............................................................................................32

3.2. A Economia Portuguesa ......................................................................................37

4. A Actividade da Unicre .................................................................................................40

4.1. Análise da Actividade em 2009 ...........................................................................40

4.2. Organização e Recursos Internos .......................................................................53

4.3. Gestão dos Riscos...............................................................................................58

5. Análise Financeira.........................................................................................................71

5.1. Síntese e Principais Indicadores .........................................................................71

5.2. Conta de Resultados ...........................................................................................72

5.3. Balanço................................................................................................................79

6. Proposta de Aplicação dos Resultados......................................................................84

7. Notas Finais ...................................................................................................................85

8. Demonstrações financeiras e Notas ...........................................................................86

8.1. Demonstrações Financeiras ................................................................................86

8.2. Notas às Demonstrações financeiras ..................................................................91

9. Certificação Legal de Contas .....................................................................................144

10. Relatório e Parecer do Conselho Fiscal....................................................................146

11. Formulário....................................................................................................................148

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1. PRINCIPAIS INDICADORES

Milhões de Euros. Percentagem. Pontos percentuais.

Valor %

BALANÇO

Activo líquido 279,0 307,5 298,6 (8,9) (2,9%)

Crédito a clientes líquido 242,1 266,9 244,2 (22,7) (8,5%)

Capitais próprios 37,7 46,2 57,3 11,0 23,9%

CONTA DE EXPLORAÇÃO

Margem financeira ajustada(1) 28,9 35,2 39,0 3,8 10,9%

Produto bancário (2) 88,6 105,9 91,9 (14,0) (13,2%)

Custos de estrutura (3) 64,8 62,9 56,0 (6,9) (11,0%)

Resultado operacional 23,8 43,0 35,9 (7,1) (16,5%)

Resultados antes de impostos 19,1 32,3 19,9 (12,4) (38,4%)

Resultado líquido 13,9 25,7 15,2 (10,5) (41,0%)

RÁCIOS

RENDIBILIDADE

Rendibilidade dos Capitais Próprios médios (ROE) 36,8% 60,9% 26,7%

Resultado antes de impostos / Capitais próprios médios (4) 50,5% 76,5% 35,1%

Rendibilidade do activo médio (ROA) 5,53% 8,71% 5,18%

Resultado antes de impostos / Activo líquido médio (4) 7,6% 11,0% 6,8%

Produto bancário (2) / Activo líquido médio (4) 35,3% 35,9% 31,4%

QUALIDADE DO CRÉDITO

Crédito com incumprimento (5) / Crédito total (6) (12) 6,6% 9,4% 13,1%

Crédito com incumprimento, líquido(7) / Crédito total (6), líquido 2,2% 2,9% 5,5%

Cobertura do Crédito Vencido há mais de 90 dias 61,7% 62,2% 61,8%

EFICIÊNCIA

Cost-to-Income 69,4% 56,9% 59,0%

Custos de estrutura (3) / Produto bancário (2) 73,1% 59,4% 60,9%

Custos com Pessoal / Produto Bancário (2) 19,0% 19,6% 16,7%

SOLVABILIDADE (8)

Fundos próprios totais 36,7 41,9 54,6 12,7 30,4%

Dos quais: Fundos próprios de base 33,9 37,0 44,5 7,5 20,1%

Requisitos de fundos próprios (9) 30,1 31,7 30,6 (1,0) (3,2%)

Rácio de Adequação de Fundos Próprios Totais 9,8% 10,6% 14,3%

Rácio de Adequação de Fundos Próprios de Base 9,0% 9,3% 11,6%

COLABORADORES

Número de colaboradores activos (10) 284 259 255 (4) (1,5%)

Activo líquido por colaborador (11) 0,98 1,11 1,08 (0,0) (2,9%)

Produto bancário por colaborador (11) 0,31 0,38 0,33 (0,1) (13,2%)

(4,5 p.p.)

(34,2 p.p.)

(3,5 p.p.)

(41,5 p.p.)

(4,1 p.p.)

(6) Crédito total corrigido dos valores das transferências automáticas, do valor dos juros a receber e da especialização de anuidades

(10) Em 31 de Dezembro(11) Cálculo efectuado com base no número médio de colaboradores activos

(5) Crédito vencido há mais de 90 dias + Crédito de cobrança duvidosa reclassificado com vencido para efeitos de provisionamento - instrução nº. 16/2004 do Banco de Portugal

2,6 p.p.

(7) Crédito com incumprimento - (provisões para crédito vencido + Provisões para crédito de Cobrança duvidosa) - instrução nº. 16/2004 do Banco de Portugal

(0,4 p.p.)

1,5 p.p.

2,1 p.p.

(2) Margem financeira, rendimento de títulos, comissões líquidas, resultados em operações financeiras e Outros Resultados de Exploração - instrução nº. 16/2004 do Banco de Portugal(3) Custos com pessoal, fornecimentos e serviços de terceiros e amortizações do exercicio

(9) Cálculo dos requisitos de fundos próprios em conformidade com as regras de Basileia II (2006 e 2007 reexpressos em Basileia II para permitir uma mais correcta comparação com o ano de 2008)

Variação2009

(1) Proveitos do produto Crédito Pessoal considerados em Margem Financeira (Juros e Rendimentos Similares) e excluídos de Rendimentos de Serviços e Comissões

3,7 p.p.

2,3 p.p.

(4) O cálculo do activo líquido médio e dos capitais próprios médios, para além dos valores daquelas rubricas nos extremos do intervalo, inclui também os valores registados em cada um dos trimestre intermédios - instrução nº. 16/2004 do Banco de Portugal

3,7 p.p.

(2,9 p.p.)

(12) Valores ajustados, em 2007 e 2008, para assegurar a comparabilidade da informação com o ajuste da metodologia de apuramento e classificação do crédito em incumprimento, realizada em 2009

(8) Em conformidade com o framework da Instrução nº. 23/2007 do Banco de Portugal, com exclusão da retenção do Resultado Líquido gerado em 2008

Síntese de Indicadores 2007 2008

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2. A UNICRE A Unicre – Instituição Financeira de Crédito, S.A. (anteriormente denominada Unicre - Cartão

Internacional de Crédito, S.A.) é uma instituição financeira de crédito que está autorizada a operar

no âmbito do disposto no Decreto-Lei nº 186/2002 de 21 de Agosto e no Regime Geral das

Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras.

A Unicre constituiu-se em 17 de Abril de 1974 como empresa especializada na emissão e gestão de

cartões de crédito. Em Dezembro de 2005, procedeu à alteração dos seus Estatutos, com

modificação da firma e objecto social, passando a adoptar a actual denominação social. A Unicre

passou a ter por objecto social a prática de todas as operações permitidas aos bancos, com

excepção da recepção de depósitos.

A actividade da Unicre centra-se em três grandes áreas: a emissão e gestão de cartões de crédito, a

concessão de crédito pessoal e a prestação de serviços associados à aceitação de pagamentos com

cartões, designadamente serviços de acquirer de cartões das marcas internacionais.

Adicionalmente, a Unicre presta outros serviços especializados a instituições financeiras e afins, no

âmbito das respectivas operações de cartões de pagamento.

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2.1. SITUAÇÃO INSTITUCIONAL

2.1.1. ACCIONISTAS

CAPITAL SOCIAL

A Unicre – Instituição Financeira de Crédito, S.A. tem um capital social no montante de 10.000.000

euros, representado por 2.000.000 de acções, integralmente subscritas e realizadas e com um valor

nominal de 5 euros cada.

ESTRUTURA ACCIONISTA

No final de 2009, a Unicre apresentava a seguinte estrutura accionista:

Bancos Acções %

Banco Comercial Português, S.A. 600.400 30,02%

Banco Santander Totta, S.A. 361.729 18,09%

Caixa Geral de Depósitos, S.A. 352.023 17,60%

Banco BPI, S.A. 346.194 17,31%

Banco Espírito Santo, S.A. 181.893 9,09%

Caixa Económica do Montepio Geral 56.776 2,84%

Banco Internacional do Funchal, S.A. 28.628 1,43%

Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, S.A. 15.588 0,78%

Banco do Brasil, S.A. 5.882 0,29%

Banco Activo Bank (Portugal), S.A. 5.882 0,29%

Banco Popular Portugal, S.A. 5.882 0,29%

Banco Português de Investimento, S.A. 5.882 0,29%

Banco Português de Negócios, S.A. 5.882 0,29%

Barclays Bank, E.P.C.E. 5.882 0,29%

BNP Paribas, S.A. 5.882 0,29%

Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L 5.882 0,29%

Finibanco, S.A. 5.882 0,29%

Unicre, S.A. 3.831 0,19%

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2.1.2. ÓRGÃOS SOCIAIS

MESA DA ASSEMBLEIA-GERAL

Presidente

Rui Manuel Parente Chancerelle de Machete

Secretário

António Luna Vaz

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Presidente

António Palma Ramalho

Vogais

Amadeu Ferreira de Paiva

Vasco Manuel da Silva Pereira

CONSELHO FISCAL

Presidente

José Gomes Pedro

Vogais

Ludovico Morgado Cândido

António Luna Vaz (a partir de 12/03/2009)

Suplente

Paulo Alexandre Rosa Pereira Antunes (efectivo entre 18/12/2008 e 11/03/2009)

REVISOR OFICIAL DE CONTAS

Deloitte & Associados, SROC, S.A., representada por Augusta Cardador Francisco.

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2.2. ESTRUTURA ORGANIZATIVA

Direcção RedunicreDirecção

Redunicre

Direcção de Sistemas de Informação

Direcção de Sistemas de Informação

Direcção de Emissão

Direcção de Emissão

Unidade de Gestão de

Transacções Reclamadas

Unidade de Gestão de

Transacções Reclamadas

Direcção Financeira e

de Meios

Direcção Financeira e

de Meios

Serviços Partilhados

Direcção de Estratégia e Compliance

Direcção de Estratégia e Compliance

Auditoria e Controlo Interno

Auditoria e Controlo Interno

Conselho de Administração

ESTRUTURA ORGANIZATIVA

Unidades de Negócio

A gestão executiva da Sociedade cabe ao Conselho de Administração composto por três elementos,

eleito em Assembleia Geral para o triénio 2007-2009.

ÁREAS CORPORATIVAS

AUDITORIA E CONTROLO INTERNO

Presta assessoria ao Conselho de Administração na definição, revisão, monitorização e melhoria

contínua dos sistemas de controlo interno. É igualmente responsável pelas funções de auditoria

interna, quer de processos quer de riscos, e pelo relacionamento neste âmbito com a auditoria

externa e as entidades de supervisão.

DIRECÇÃO DE ESTRATÉGIA E COMPLIANCE

Resulta da fusão das unidades da anteriormente denominada Direcção de Estratégia e Comunicação

Corporativa (a Unidade de Análise Estratégica e Controlo de Gestão e a Unidade de Comunicação

Corporativa) com a nova Unidade de Gestão de Risco e Compliance, criada em 2009 com a missão

de assegurar a compreensão da natureza e materialidade dos riscos internos e externos da Empresa,

nomeadamente os relativos ao risco de crédito, operacional, taxa de juro, liquidez, reputação e

estratégia e de garantir o cumprimento das obrigações e deveres, em conformidade com os códigos

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de Ética e de conduta aplicáveis e com as leis e regulamentos emitidos pelo Banco de Portugal e

Sistemas Internacionais de Cartões de Pagamento.

UNIDADES DE NEGÓCIO

DIRECÇÃO DE EMISSÃO

Responsável pela gestão e desenvolvimento do negócio de cartões de pagamento, em particular, dos

cartões de crédito, outros produtos de crédito e produtos e serviços associados, destinados a

Particulares e Empresas, quer de marca própria – Unibanco - quer de marcas associadas a outras

entidades.

DIRECÇÃO REDUNICRE

Responsável pela prestação de serviços e gestão da rede de aceitação dos cartões de pagamento das

marcas de que a Unicre é acquirer, desenvolvimento, comercialização e prestação de serviços

associados à aceitação de transacções realizadas com cartões e de outras soluções de pagamento

baseadas na utilização de cartões (Business to Business e Business to Consumer).

SERVIÇOS PARTILHADOS

DIRECÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Responsável pelo desenvolvimento, manutenção e gestão dos sistemas e das tecnologias de

informação da Empresa de forma a adequarem-se aos objectivos estratégicos e às necessidades

correntes dos negócios da Unicre.

UNIDADE DE GESTÃO DE TRANSACÇÕES

RECLAMADAS

Assegura a prestação de serviços de back-office, nomeadamente de tratamento de reclamações de

transacções nacionais e estrangeiras, a entidades emitentes de cartões de crédito e às áreas de

negócio da Unicre.

DIRECÇÃO FINANCEIRA E DE MEIOS

Resulta da fusão do Serviço Administrativo e Financeiro e da Unidade de Instalações e Expediente.

Cabe-lhe a gestão dos meios e dos recursos gerais da organização, nomeadamente a gestão dos

sistemas contabilísticos, financeiros e de tesouraria, de recursos humanos, de compras e de

instalações.

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2.3. PERSPECTIVAS FUTURAS

O ano de 2010 será o primeiro ano de um novo ciclo, consubstanciado num novo Plano Estratégico

Trienal 2010-2012.

Será, ainda, um ano crucial para a Unicre – o ano em que se inicia e se desenvolverá boa parte do

Projecto MaisMáquina, de migração da actual plataforma aplicacional para a nova plataforma

WAY4.

Este Projecto, o maior dos últimos 10 anos, quer em termos de investimento efectuado (cerca de

12,7 milhões de euros), quer em termos de esforços (internos e externos), visa dotar a Unicre de

uma nova plataforma aplicacional de suporte ao negócio de Cartões, Crédito e Acquiring e permitirá

à Empresa melhorar a sua eficácia e eficiência, tornar-se mais rápida e flexível na implementação

de soluções de pagamentos, aumentar a capacidade de oferta de produtos e serviços aos seus

clientes e reduzir os custos operacionais.

Deste Projecto decorre o maior desafio que a Unicre enfrenta em 2010: o de implementar novos

processos e metodologias e continuar a gerar valor, trabalhando com a máxima qualidade em prol

dos seus clientes.

Enformadas por um contexto externo que se afigura ainda muito difícil, em que a retoma da

economia, a acontecer, será muito débil, e por um contexto interno fortemente condicionado pela

implementação da nova plataforma aplicacional, ainda assim, as metas da Unicre, consubstanciadas

no Orçamento de 2010, apresentam-se ambiciosas, mantendo o enfoque na geração de valor.

No que toca os Cartões, as prioridades em 2010 recaem i) na optimização do portfolio actual,

potenciando a proposta de valor dos produtos existentes, investindo em dinâmicas de activação,

upsell e cross-sell, ii) no reforço do portfolio com novas linhas de cartões, atraindo novos

segmentos, designadamente com o lançamento do cartão Go-On (Contactless) e iii) na exploração

de parcerias com ofertas integradas, desenvolvendo novas parcerias e reforçando o suporte

comercial.

Na vertente de Crédito, ao longo de 2010 pretende-se i) desenvolver e potenciar a oferta actual,

através da maximização das oportunidades de cross-selling, da realização de diversas acções de

crédito pessoal, do desenvolvimento de packages de crédito pessoal, potenciando temáticas

sazonais e sectoriais, e do desenvolvimento de produtos de crédito, sem cartão, com base no

conceito Atitude e ii) reforçar as capacidades de consolidação da operativa, através da Gestão de

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Risco e Cobranças, desenvolvendo as aplicações existentes, implementando novas medidas de

saneamento da carteira e desenvolvendo novas estratégias de recuperação.

Por fim, no que concerne os Comerciantes, a ênfase em 2010 recairá i) na consolidação da oferta e

da internacionalização, ii) na procura de continuados ganhos de eficiência através da optimização

de processos e iii) no reforço da actividade de Vendas.

Dentro das iniciativas previstas no âmbito da consolidação da oferta, salientam-se os novos

projectos como a operacionalização de loyalty cards, a introdução de TIPs pré-autorizadas ou a

promoção da aceitação de cartões Discover e Diners.

No que toca o objectivo de ganhos de eficiência, a ênfase recairá na garantia de padrões de

excelência nos produtos face-to-face, e-commerce, Opção Moeda Cliente, Solução de Pagamentos

Integrados para Hotelaria e Cartão de Distribuição, na redução de custos operacionais e de

estrutura, na maximização de proveitos, no reforço da eficácia comercial e na promoção do Portal

Redunicre junto dos comerciantes.

Na vertente de vendas, será colocado especial foco no desenvolvimento do modelo de parcerias com

a área de emissão de cartões, na realização de programas de formação de vendas, no reforço da

marca Redunicre como marca umbrella do conjunto de produtos e serviços oferecidos e na

cooperação com parceiros externos.

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2.4. DESTAQUES DO ANO 2009

JANEIRO

Lançamento do cartão Unibanco Life, um

cartão de gama premier sem anuidade.

Lançamento da operação Advantage com a

empresa Adão Oculista.

Início da aceitação de pagamentos com

cartões Discover nos terminais da Redunicre.

FEVEREIRO

Entrega do Guia de Boas Práticas OMC aos

comerciantes das actividades de hotelaria e

Rent-a-Car.

MARÇO

Lançamento das operações Advantage Mundo

dos Fatos e Pablo Fuster.

Lançamento da operação de cartão One-to-

One com a rede de assistência à saúde,

CrediSaúde.

Realização da Assembleia-geral Anual da

Unicre, com aprovação do Relatório e Contas

e proposta de aplicação de resultados.

ABRIL

Lançamento da operação Advantage ZIP.

Início da operação Cartão Distribuição com os

distribuidores Arcol (cash & carry de produtos

de grande consumo).

Alargamento da aceitação da solução de

pagamentos Táxi Card.

Comemoração dos 35 anos da Unicre.

MAIO

Lançamento das operações Advantage

Optocentro e Casa Iglésias.

Disponibilização do Portal de Serviços

Redunicre, uma solução para todos os

comerciantes aderentes à Redunicre, para a

realização de consultas e operações de forma

cómoda, rápida e segura.

JUNHO

Lançamento da operação de cartões com o

Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito

Público (IGCP).

Disponibilização do serviço Verified by Visa,

uma solução de pagamentos online, nos

cartões de crédito emitidos pela Unicre.

JULHO

Início da operação Cartão Distribuição com o

distribuidor de bebidas Dicis.

Entrada em produção da Redunicre

E-commerce, uma nova plataforma de

aceitação de pagamentos 3D-Secure

processados pela Monext.

AGOSTO

Organização do primeiro OTL – Ocupação de

Tempos Livres – destinado aos filhos dos

colaboradores.

SETEMBRO

Lançamento das operações de cartões One-to-

One com a consultora financeira Resolve,

seguradora Generali e agência de viagens

Halcon.

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OUTUBRO

Lançamento do cartão Unibanco Atitude, o

primeiro cartão ECO-nómico.

Início da operação Cartão Distribuição com os

distribuidores Minitel e Infocapital, ambos

distribuidores de material informático.

Entrada em produção da solução de

Pagamentos Integrados para Hotelaria em

parceria com a Six Card Solution.

Entrada em vigor da licença de emissão de

cartões Diners Club.

NOVEMBRO

Adesão à Associação Aprender a Empreender,

associação representante em Portugal da

Junior Achievement, para colaboração em

projectos ligados à educação e

empreendedorismo.

Participação pioneira no "Programa Pegada

Ecológica" lançado pela Quercus.

Disponibilização da opção Extracto Verde,

opção de envio do extracto de movimentos

em formato digital.

Lançamento da operação Advantage Góis

Joalheiro.

Início da operação Cartão Distribuição com os

distribuidores Cervitra e Caterplus,

distribuidor de bebidas e de serviços de

catering respectivamente.

DEZEMBRO

Contratada solução de pagamentos com

Cartão Distribuição com oito novos

distribuidores.

Angariação de brinquedos e roupas, no âmbito

da organização de uma iniciativa solidária de

Natal.

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2.5. SUSTENTABILIDADE

Num contexto económico que tem sido particularmente adverso para a generalidade das empresas,

a Unicre manteve em 2009 uma forte aposta numa política de desenvolvimento sustentável.

A essa aposta, subjacente ao Plano Estratégico definido para o triénio 2007/2009, correspondeu um

incremento do investimento feito nos vários domínios em que se corporiza aquela política, de

acordo com a sistemática internacionalmente adoptada: iniciativas no domínio ambiental,

iniciativas no domínio económico e iniciativas no domínio social.

2.5.1. INICIATIVAS NO DOMÍNIO AMBIENTAL

“COMPROMISSO UNICRE PARA A PEGADA ECOLÓGICA”

No domínio ambiental merece relevo o facto de a Unicre ter sido a primeira empresa privada em

Portugal a assinar um protocolo de compromisso no âmbito da iniciativa mundial de protecção

ambiental Pegada/Contrapegada Ecológica. Sinteticamente, esta iniciativa baseia-se na medição

dos níveis de impacte ambiental que a actividade de uma determinada pessoa, entidade, região ou

país produz, e no compromisso não só de os reduzir como também de contribuir para projectos que

visem cuidar da atmosfera, da hidrosfera e da biodiversidade.

Ao assinar, em conjunto com a Quercus, o “Compromisso Unicre para a Pegada Ecológica”, a 7 de

Novembro, a empresa assumiu a responsabilidade de introduzir medidas de racionalização do

consumo de energia na sua sede e nos processos diários da sua actividade e, simultaneamente,

apoiar um projecto concreto de melhoria da qualidade ambiental na sociedade em que se insere. O

projecto atribuído à Unicre foi a reabilitação do rio Alcabrichel (concelho de Torres Vedras) e

consequente reposição do ecossistema de suporte a uma espécie endémica de Portugal: a Boga do

Oeste.

CARTÃO DE CRÉDITO UNIBANCO ATITUDE

Ainda neste domínio, destaca-se o lançamento do cartão de crédito Unibanco Atitude, em Outubro,

o primeiro cartão de pagamento a nível internacional que “respeita os valores e as necessidades do

novo consumidor europeu".

De facto, de acordo com os dados de um estudo promovido internacionalmente pela MasterCard, o

consumidor dos nossos dias nos países do mundo desenvolvido mostra alterações no seu

comportamento como não acontecia desde o final da 2ª Guerra Mundial. É um consumidor que

denuncia preocupações com a sustentabilidade económica, que quer flexibilidade e controlo dos

pagamentos, que é céptico em relação às marcas e que, sobretudo, consome de um modo mais

racional.

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Fabricado num plástico isento de cloro e facilmente reciclável (poliereftalato de etileno glicol), o

Unibanco Atitude tem outros atributos que se filiam na mesma linha de eco-preocupações, tais

como o Mealheiro-Bónus 5%, o Kit Internet Reforçado (cartão virtual só para compras na Internet;

arquivador de extractos digitais; e alerta post-it digital: ser avisado quando se atinge um limite

opcional de compras no mês) ou o Gestor de Despesas Automático (em qualquer altura e sem

precisar de fazer contas, saber, por tipo de despesa, como se gastou o dinheiro).

Em coerência com estes atributos, a campanha de lançamento do cartão Atitude foi desenvolvida

fundamentalmente através de canais tecnológicos e de meios associados aos transportes públicos.

EXTRACTO VERDE

Nas iniciativas de acentuado impacte ambiental, destaca-se ainda o fomento, entre os clientes, da

opção pelo denominado Extracto Verde, levando-os a receber voluntariamente o extracto de conta

mensal do seu cartão em formato digital, de forma segura e através de um endereço certificado.

Cumulativamente, por cada 25 extractos digitais emitidos, a Unicre oferecerá um donativo

custeando a plantação de 1m2 de floresta.

OUTRAS INICIATIVAS AMBIENTAIS

Por último, refiram-se como outras iniciativas com preocupações no domínio ambiental:

A substituição dos elevadores do edifício-sede por elevadores de nova geração, cujo sistema de

gestão do funcionamento permite uma sensível poupança de energia;

O desenvolvimento e implementação de soluções de pagamento seguro online, quer na

vertente consumidor, quer na vertente vendedor, contribuindo dessa forma para a substituição

de modelos transaccionais mais poluentes por modelos digitais;

O desenvolvimento e implementação de uma solução de pagamentos em táxis, também neste

caso levando à adopção mais generalizada de formas de pagamento virtuais.

2.5.2. INICIATIVAS NO DOMÍNIO ECONÓMICO

Boa parte das iniciativas atrás descritas têm, também elas, um impacte económico que não deve ser

desprezado.

REDUÇÃO DA PEGADA ECOLÓGICA

A redução da Pegada Ecológica é uma iniciativa intimamente associada ao desenvolvimento

sustentado, quer porque aponta para a diminuição ou abandono de práticas que degradam e

exaurem os recursos naturais, quer porque envolve a recuperação de outras práticas

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ambientalmente sustentadoras e potenciadoras da adopção de fontes não poluidoras do

desenvolvimento.

SOLUÇÕES VIRTUAIS DE PROCESSAMENTO TRANSACCIONAL

Por sua vez, a promoção de soluções virtuais de processamento transaccional permite uma drástica

redução de suportes físicos, como o papel, e o desenvolvimento de uma nova atitude por parte dos

cidadãos, orientada para a utilização intensiva de novos instrumentos tecnológicos, com o

correspondente ganho de eco-eficiência.

CARTÃO DO INSTITUTO DE GESTÃO E CRÉDITO PÚBLICO

Nesta mesma linha se enquadra o desenvolvimento de um cartão exclusivo para o universo dos

órgãos públicos e dos dirigentes e funcionários do Sector Público Administrativo, em Junho.

Por selecção do Instituto de Gestão e Crédito Público, a Unicre foi a entidade escolhida para

emitir um cartão destinado à utilização de mais de um milhar de organismos públicos sujeitos ao

regime da Tesouraria do Estado (serviços integrados, serviços e fundos autónomos e entidades

públicas empresariais). "Instrumento destinado a responder às necessidades de uma Administração

Pública moderna", e por isso de inegável repercussão económico-social, irá gerar uma economia de

recursos financeiros considerável, por parte da Administração Pública.

RENOVAÇÃO DOS ESPAÇOS DE LABORAÇÃO

As obras de renovação dos espaços de laboração, concebidas para a melhoria do ambiente de

trabalho na Empresa, proporcionaram poupança de recursos e de gastos com energia que podem já

ser quantificados:

A colocação de filtros em todas as torneiras, sejam as destinadas a uso sanitário sejam as

utilizadas para beber pelos colaboradores traduziram-se numa redução do consumo global de

água superior a 15%.

A renegociação contratual com o fornecedor de energia eléctrica, associada a pequenas

intervenções de racionalização promovidas internamente, possibilitou em 2009 um ganho da

ordem dos 5 a 7%. Para este resultado contribuiu em alto grau o facto de se terem concentrado

num único Lounge recursos e equipamentos como frigoríficos ou fornos de microondas,

anteriormente multiplicados por nove pisos.

A poupança de água graças à introdução de sistemas de descarga controlados, nomeadamente

para uso sanitário, bem como à colocação de bebedouros (com tratamento higiénico da fonte

hídrica), ascendeu a uma poupança de mais de 60%, comparado com o ano anterior.

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SECTORES DIRECTAMENTE IMPLICADOS NA PRODUÇÃO ECONÓMICA

Na fronteira entre a Responsabilidade Social Empresarial e o apoio a sectores directamente

implicados na produção económica, merecem referência neste capítulo:

O prosseguimento do apoio à actividade formativa da Escola de Comércio de Lisboa, tanto

para jovens candidatos a uma carreira profissional neste sector de actividade económica como

na valorização e aperfeiçoamento de trabalhadores no activo. Há mais de uma década que a

Unicre vem colaborando com esta instituição, seja ministrando formação relacionada com a

aceitação dos modernos meios de pagamento nos pontos de venda, seja atribuindo prémios aos

alunos que mais se destacam, em qualquer das duas vertentes referidas.

A colaboração em acções de âmbito nacional de associações empresarias dos sectores do

Comércio e do Turismo, com particular significado para as que implicam a abertura de novos

canais comerciais e proposta de produtos inovadores. Neste particular, cite-se o apoio logístico

dado pela Unicre à Associação Comercial de Braga para que pudesse apresentar à comunicação

social e a empresários concentrados na região de Lisboa, em Novembro, um produto

desenvolvido por técnicos da região do Minho: um bolo-rei inovador, com uma composição no

fabrico mais saudável do ponto de vista dietético, em que participaram engenheiros químicos,

biólogos, mestres pasteleiros e técnicos de marketing, sujeito à certificação de qualidade.

A promoção pela Unicre, como patrocinador principal e apoiante logístico, do lançamento pela

Escola de Comércio de Lisboa e pela Confederação do Comércio e Serviços da primeira edição

do Prémio Mercúrio (iniciativa que se auto-intitulou de Óscares do Comércio), e que teve como

finalidade chamar a atenção para as melhores práticas empresariais no Comércio português ao

nível nacional e em todos os sectores de actividade. Esta iniciativa foi dinamizada através da

estrutura associativa representativa do comércio de todas as regiões do País.

2.5.3. INICIATIVAS NO DOMÍNIO SOCIAL

As práticas que cabem dentro desta categoria de iniciativas de sustentabilidade centram-se no

equilíbrio social, tanto na sua vertente de desenvolvimento social como socioeconómico. No fundo,

uma perspectiva de humanização da economia, com relevo para o desenvolvimento do tecido social,

nas suas componentes humana e comunitária.

EMPRESA COMO ESPAÇO FÍSICO QUE COMPATIBILIZA FUNCIONALIDADE, CONFORTO E REALIZAÇÃO

Neste domínio há a destacar um conjunto de acções que contribuíram para que a Empresa se

apresente aos colaboradores como um espaço físico que compatibiliza as condições de

funcionalidade com as de conforto e de realização social e humana:

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Realização regular (semestral) de exercícios de simulacro de situação de emergência no

edifício-sede, em conformidade com o Plano de Emergência Interno avalizado pelas autoridades

públicas da Protecção Civil. Estes exercícios mereceram elogio unânime das autoridades de

segurança responsáveis pelo seu supervisionamento.

Prosseguimento da vasta obra de remodelação das instalações, iniciada em 2008 (Projecto Mais

Casa) e que teve como principais momentos em 2009 a conclusão da redecoração e organização

em open space da totalidade dos espaços de trabalho, incluindo ainda a construção de um

ginásio para os colaboradores e respectivos balneários e vestiários;

Elaboração de um dos primeiros Planos de Contingência de empresas portuguesas a ser

aprovado pelas autoridades sanitárias de prevenção e eventual combate a uma pandemia da

Gripe A. Este plano foi complementado pela instalação de equipamentos e adopção de medidas

que visaram a instauração na Empresa de um ambiente seguro para colaboradores e visitantes.

Durante o ano, foi abundante a informação sobre boas práticas divulgada através da Intranet ou

em painéis e outros suportes informativos.

PROMOÇÃO DE ACÇÕES DE ENVOLVIMENTO DOS COLABORADORES EM SERVIÇOS À COMUNIDADE

Neste domínio há a destacar o estímulo da Unicre para que os colaboradores se envolvam em

serviços à comunidade, nomeadamente em acções de voluntariado, complementando ou não o

patrocínio da própria Empresa:

Acção de voluntariado cultural na Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, que consistiu na

disponibilização de várias equipas de colaboradores para desenvolverem o trabalho de guias-

-vigilantes, o que tornou possível àquela instituição funcionar aberta ao público em horário

alargado durante a semana consagrada à comemoração do Dia Internacional dos Museus, no mês

de Maio;

Lançamento de uma campanha de dadores voluntários de medula óssea em que participaram

não apenas cerca de sete dezenas de colaboradores da Unicre como pessoas de diversas

instituições situadas na proximidade do nosso edifício sede e que aqui se deslocaram para a

recolha de sangue feita por técnicos do Centro de Histocompatibilidade do Sul, em final de

Maio;

A propósito da celebração do “Compromisso Unicre para a Pegada Ecológica”, mais de meia

centena de colaboradores e seus familiares participaram no dia 7 de Novembro como voluntários

numa acção de corte de canas nas margens do rio Alcabrichel, primeiro passo para a limpeza

deste rio altamente degradado ambientalmente e que está a ser recuperado com o contributo

da Unicre;

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Cerca de uma centena de colaboradores participaram em Dezembro numa sessão de

sensibilização, nas instalações da Unicre, para a iniciativa de voluntariado “Aprender a

Empreender”, promovida pela organização Junior Achevement e que tem o objectivo de

promover nos jovens a iniciativa e a criatividade individual, a capacidade de optar e portanto

de correr riscos, a atitude de pensar diferente e de criar a mudança.

Trinta dos participantes nesta reunião já estão a exercer o referido voluntariado em

estabelecimentos do Ensino Secundário em localidades da periferia de Lisboa;

A Unicre incentivou e deu suporte logístico a uma iniciativa solidária de Natal, cujo produto foi

entregue às obras de solidariedade social Ajuda de Mãe, Associação das Mulheres contra a

Violência, Casa dos Sem-Abrigo e Aldeias SOS. A ampla mobilização conseguida possibilitou que

se tivessem reunido mais de centena e meia de brinquedos.

PROMOÇÃO DE CONDIÇÕES PARA REALIZAÇÃO DE NECESSIDADES HUMANAS PARA OS

COLABORADORES

Neste domínio há a destacar a preocupação com que, a par do uso sustentável dos recursos, a

Empresa seja um lugar onde existam condições de realização de um amplo espectro de necessidades

humanas para os seus colaboradores:

Aos colaboradores da Empresa e seus familiares próximos continuou a ser fornecido um serviço

totalmente gratuito de Assistência Médica Nocturna, cobrindo o período entre as 20:00 h e as

8:00 h, inclusive aos fins-de-semana e feriados;

Com a frequência de colaboradores de diversificados perfis etários, foi proporcionada a

participação em espaço da própria Unicre de aulas regulares de Megadance;

Em Agosto, apoiando o serviço prestado no Lounge, a Empresa contratou com uma empresa

especializada o fornecimento de refeições, sendo critério fundamental de selecção que a

empresa submetesse as respectivas ementas à supervisão de uma dietista e elevados padrões de

higiene e segurança alimentares;

Continuou a ser garantido o financiamento quase integral da actividade do Grupo Desportivo

e Cultural dos Trabalhadores da Unicre (GDCTU), que proporciona a prática de mais de uma

dezena de actividades desportivas, bem como outras acções de valorização pessoal, lazer ou

culturais numa perspectiva de fomento da convivialidade e da socialização do maior número

possível de elementos da comunidade da Empresa;

Também pela primeira vez, a Unicre organizou em 2009, exclusivamente com recursos próprios,

uma iniciativa de Ocupação de Tempos Livres para os filhos dos colaboradores em período de

férias escolares. Nela participaram cerca de 40 crianças dos 6 aos 13 anos de idade, que

puderam, entre outras actividades, frequentar um programa do Centro de Educação Ambiental

da Quercus, visitar uma editora de livros e uma oficina gráfica, o Jardim Zoológico de Lisboa, o

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Museu das Crianças, as unidades de fabrico de duas empresas do ramo alimentar, uma industrial

e outra artesanal, praticar diversas actividades desportivas no perímetro do Estádio Nacional, e

ainda frequentar o atelier artístico da Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves;

A realização, em espaço próprio, de exposições com trabalhos artísticos e o acervo de

hobbies ou coleccionismo dos colaboradores. Em 2009 houve, nomeadamente, uma exposição

de pintura, outra de canaricultura, outra de artes decorativas, outra de fotografia e outra de

uma colecção de postais antigos sobre o Comércio português;

No Espaço Unicre (a intranet da Empresa), a par da informação detalhada de tudo o que, no

domínio comercial, ocorre diariamente, vem sendo dada grande importância ao noticiário do

GDCTU ou à participação dos colaboradores em eventos e ocupações sociais. De igual modo,

uma parte considerável das notícias dadas é feita com base no relato ou comentário destes

últimos;

Foi inaugurado um serviço de televisão corporativa a funcionar 24 horas por dia, com

noticiário e reportagens de actividades do sector económico e financeiro, complementadas com

informação da própria Empresa. Desta forma se demonstra que a Unicre pretende ser uma

empresa sempre inovadora para os clientes, mas também muito motivadora para os

colaboradores. Porque considera que partilhar informação não é um custo, mas um importante

investimento;

No âmbito formativo, para além do plano formal, descrito em local próprio deste Relatório e

Contas, sobrelevam-se iniciativas informais, como as Conversas ao Café no Final da Tarde, em

que são abordados os mais diversificados temas relacionados com o sector de actividade em que

a Unicre está presente no mercado;

Os colaboradores foram chamados mais uma vez a dar a sua opinião de forma confidencial e

exprimir os seus anseios no que se refere às condições que encontram na Empresa para

desenvolvimento harmónico da sua carreira profissional e realização pessoal. Os resultados

globais deste inquérito, intitulado “Uma Opinião com Futuro”, são depois divulgados

internamente.

Porventura a mais significativa das iniciativas motivacionais de 2009 terá sido a redecoração dos

espaços de back office, de cima a baixo do edifício-sede, com uma alegoria aos valores

inspiracionais mais profundos, a cuja luz se construíram os momentos de sucesso no passado e que

se deseja continuem a estar presentes entre aqueles sobre cujos ombros recai a tarefa de construir

a Unicre do futuro.

Por último, mencionam-se dois factos que ilustram como a Unicre tem visto reconhecidos os

esforços para se constituir uma empresa onde vale a pena trabalhar e para estar nos negócios de

uma forma ética e com sentido de serviço:

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No primeiro ano em que se candidatou a “Melhores Empresas para Trabalhar”, uma iniciativa

Heidrick & Struggles e revista Exame, a Unicre foi distinguida com a sua inclusão na lista das

melhores empresas.

Nos dois Relatórios de Supervisão Comportamental elaborados pelo Banco de Portugal em

2009, a Unicre figurou nos primeiros lugares entre as instituições financeiras que comercializam

produtos de crédito ao consumo e que apresentam menor percentagem de reclamações (apenas

25% do número médio de reclamações das instituições financeiras portuguesas).

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2.6. GOVERNANCE

2.6.1. INTRODUÇÃO

O governo da Unicre - Instituição Financeira de Crédito, S.A. rege-se pelos seus Estatutos e pela

legislação aplicável. Tendo vindo a sofrer evoluções no sentido de acomodar o rápido ritmo de

evolução do contexto de negócio em que a Unicre se insere e o seu próprio desenvolvimento

enquanto Empresa, os actuais Estatutos incorporam algumas das recomendações internacionais

relativas a Corporate Governance, nomeadamente os princípios aprovados pelo Comité de Basileia

de Supervisão Bancária (Setembro de 1999) e pela Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Económico (Abril de 2004).

2.6.2. MISSÃO E VALORES

A missão da Unicre, tal como foi definida em 2004, é a de:

FACILITAR A VIDA DAS PESSOAS E DAS EMPRESAS, OFERECENDO EFICIENTES SOLUÇÕES DE PAGAMENTO E DE CRÉDITO,

NOMEADAMENTE BASEADAS EM CARTÃO, CÓMODAS, FIÁVEIS E SEGURAS, BEM COMO SERVIÇOS ASSOCIADOS, CONFIGURANDO

UMA PROPOSTA DE VALOR COMPETITIVA E ASSENTE EM CONDIÇÕES DE SUSTENTABILIDADE

No ano em que a Unicre completou 35 anos de existência, foram reforçados os valores pelos quais a

Unicre rege o seu relacionamento com os seus stakeholders: uma relação Profissional, com Inovação

e Tecnologia, Sólida, Útil, Presente, Fiável, Afável, Relacional e de Bem-Estar - valores bem

presentes nas instalações da Unicre, desde Abril de 2009.

2.6.3. OBJECTO SOCIAL

A Sociedade tem por objecto a prática das operações permitidas aos bancos, com excepção da

recepção de depósitos. Na prossecução do seu objecto, a Sociedade pode celebrar os contratos ou

acordos que se revelem necessários ou convenientes, com organizações nacionais ou estrangeiras, e

bem assim participar no capital de associações, sociedades, agrupamentos complementares de

empresas ou outras entidades, nacionais ou estrangeiras, de responsabilidade limitada ou ilimitada,

mesmo que tenham objecto social diferente do seu ou sejam reguladas por leis especiais.

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2.6.4. CAPITAL SOCIAL E TRANSMISSÃO DE ACÇÕES

O capital social da Empresa é actualmente de 10.000.000 Euros, a que corresponde um montante de

fundos próprios de 54,6 milhões de Euros.

Nos últimos três anos a Unicre distribuiu os seguintes dividendos:

Lucro após impostos (Milhares Euros)

Dividendos (Milhares Euros)

2006 12.923 10.180

2007 13.870 10.480

2008 25.690 15.969

Qualquer aumento do capital social poderá ser deliberado pelo Conselho de Administração, quando

este o julgar conveniente, por uma ou mais vezes, por entradas em numerário, até ao montante

máximo de 20.000.000 euros.

As condições dos aumentos, bem como os prazos para o exercício do direito de preferência dos

accionistas, são fixados pelo Conselho de Administração.

Na situação em que algum accionista deseje alienar parte ou a totalidade das suas acções, será

dada preferência aos restantes, nas mesmas condições de preço e pagamento do negócio

projectado, através de comunicação feita pelo accionista transmitente à Sociedade e aos restantes

accionistas, por carta registada com aviso de recepção.

A preferência será exercida por cada accionista na proporção do capital social de que seja titular no

universo dos accionistas não transmitentes.

No caso de algum accionista não exercer o seu direito de preferência ou de o exercer em número de

acções inferior a que tem direito, as acções excedentárias poderão ser adquiridas pelos restantes

accionistas preferentes que exerçam o seu direito, aplicando-se, com as necessárias adaptações, a

regra da proporcionalidade anteriormente referida.

É livre a transmissão de acções se nenhum accionista houver pretendido exercer a preferência no

prazo de 30 dias a contar da recepção da carta anteriormente referida.

A sociedade, dentro dos limites e condicionalismos legais, poderá adquirir ou alienar acções e

quaisquer outros títulos por ela emitidos, mediante deliberação accionista nesse sentido.

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2.6.5. GOVERNAÇÃO

Em consonância com os estatutos da Unicre, a administração e fiscalização da Sociedade são

estruturadas segundo a modalidade de Conselho de Administração e Conselho Fiscal, pertencendo

ainda a fiscalização da Sociedade a um revisor oficial de contas ou a uma Sociedade de Revisores

Oficiais de Contas, que não seja membro do Conselho Fiscal.

ASSEMBLEIA-GERAL

De acordo com os estatutos da Unicre, a Assembleia-geral representa a universalidade dos

accionistas, sendo as suas deliberações vinculativas para todos eles quando tomada em consonância

com a lei em vigor e os estatutos.

Compete, em especial, à Assembleia-geral:

Eleger a respectiva mesa por períodos de 3 anos;

Eleger os membros do Conselho de Administração e o seu Presidente;

Eleger os membros efectivos e suplentes do Conselho Fiscal e o seu Presidente, bem como, o

revisor oficial de contas ou a Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, efectiva e suplente, e

deliberar quanto à conveniência de a actividade de fiscalização ser complementada pelos

serviços de uma sociedade auditora de contas.

As deliberações da Assembleia-geral serão tomadas por maioria de votos emitidos, salvo disposição

legal ou estatutária que exija maioria qualificada. As deliberações sobre alteração do contrato de

sociedade devem ser aprovadas por dois terços dos votos emitidos enquanto as deliberações sobre

fusão, cisão ou transformação da sociedade devem ser aprovadas por três quartos dos votos

emitidos, em ambas as situações quer a Assembleia reúna em primeira ou em segunda convocação.

As abstenções não são contadas.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

De acordo com os estatutos, a Administração da Sociedade pode ser exercida por um conselho, com

3 a 15 membros, eleitos pela Assembleia-geral por um período de três anos e reelegíveis uma ou

mais vezes.

Ao Conselho de Administração compete, sem prejuízo das atribuições que por lei lhe são

genericamente conferidas:

Gerir os negócios da Sociedade, praticando todos os actos e operações inseríveis no seu objecto

social;

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Adquirir, onerar e alienar quaisquer bens e direitos, móveis ou imóveis, sempre que o entenda

conveniente para a Sociedade;

Decidir livremente, observadas as prescrições da lei, sobre a participação da Sociedade no

capital de sociedades com qualquer objecto, ainda que diferente do da Sociedade, tenham ou

não sede em Portugal e sejam de responsabilidade ilimitada ou não, e em sociedades reguladas

por leis especiais ou em agrupamentos complementares de empresas ou qualquer outra forma

de associação de empresas;

Mobilizar recursos financeiros e realizar operações de crédito que não sejam vedadas por lei;

Contratar os empregados da Sociedade, fixar os seus vencimentos, regalias sociais e outras

prestações pecuniárias, e exercer o correspondente poder directivo e disciplinar;

Constituir mandatários para o exercício de actos ou categorias de actos determinados;

Executar e fazer cumprir os preceitos legais e estatutários e as deliberações da Assembleia-

-geral;

Definir a organização e os métodos de trabalho da actividade empresarial da Sociedade;

Delegar poderes nos seus membros;

Representar a Sociedade em juízo e fora dele, activa e passivamente, podendo contrair

obrigações, propor e seguir pleitos, desistir ou transigir em processo, comprometer-se em

árbitros, assinar termos de responsabilidade;

Elaborar os documentos previsionais da actividade da Sociedade e os correspondentes relatórios

de execução;

Deliberar ou propor fundamentadamente os aumentos de capital necessários;

Estudar e executar os planos de desenvolvimento e expansão da actividade social, tendo em

conta os condicionalismos legais aplicáveis;

Resolver acerca de todos os assuntos que não caibam na competência de outros órgãos.

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Distribuição das áreas funcionais pelo Conselho de Administração:

Direcção de EmissãoDirecção de Sistemas de Informação

Direcção Financeira e de Meios

Direcção de EmissãoDirecção de Sistemas de Informação

Direcção Financeira e de Meios

Direcção RedunicreUnidade de Gestão de Transacções

Reclamadas

Direcção RedunicreUnidade de Gestão de Transacções

Reclamadas

DISTRIBUIÇÃO DE ÁREAS FUNCIONAIS PELO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

PRESIDENTE

Coordenação Geral da Gestão da SociedadeRelação com Accionistas

Auditoria e Controlo InternoDirecção de Estratégia e Compliance

PRESIDENTE

Coordenação Geral da Gestão da SociedadeRelação com Accionistas

Auditoria e Controlo InternoDirecção de Estratégia e Compliance

António Ramalho

Vasco Pereira Amadeu Paiva

FISCALIZAÇÃO DA SOCIEDADE

A fiscalização dos negócios sociais é desempenhada por um Conselho Fiscal composto por três

membros efectivos e por um membro suplente e por uma Sociedade de Revisores Oficiais de Contas,

efectivos e suplentes, que não sejam membros do Conselho Fiscal, e que serão eleitos por

deliberação dos accionistas por períodos de três anos.

A Deloitte & Associados, SROC S.A. é a Sociedade de Revisores Oficiais de Contas responsável pela

Certificação Legal das Contas e pelos relatórios de auditoria.

SISTEMA DE CONTROLO INTERNO

As estruturas de controlo interno na UNICRE reúnem a actuação conjugada de um conjunto de

comités sectoriais e do Conselho de Crédito, criados para a monitorização, discussão e decisão em

diferentes áreas críticas da organização, do departamento de Auditoria e Controlo Interno, da

unidade de Gestão de Risco e Compliance, do departamento de Gestão do Risco de Crédito, das

políticas e procedimentos internos, e da cultura e valores organizativos.

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COMITÉS SECTORIAIS

COMITÉ DE GESTÃO DE RISCOS

O Comité de Gestão de Riscos tem como missão monitorizar o perfil de risco global da UNICRE e

garantir o alinhamento do mesmo com a estratégia da empresa e com as directivas do CA.

É constituído pelos membros do CA, pelos responsáveis das várias áreas de negócio e de suporte e

pelos coordenadores da unidade de Gestão de Risco de Crédito, da DEC e da ACI, reúne

trimestralmente, sendo presidido pelo Presidente do CA.

A actuação do Comité de Gestão de Riscos incide sobre o Sistema de Gestão de Riscos da UNICRE na

sua globalidade e assume as vertentes:

De supervisão, monitorização e parecer sobre Políticas de Gestão de Riscos, Matriz de Riscos e

Relatórios relativos à Gestão de Riscos;

Prescritiva, na medida em que deverá avaliar os riscos a que a UNICRE se encontra exposta face

aos limites de tolerância aprovados e avaliar/definir medidas para a sua correcção/mitigação; e

Pedagógica, na medida em que deverá dar o seu contributo para a disseminação da cultura de

risco e de controlo pela organização.

Constituem objectivos deste Comité de Gestão de Riscos assegurar a coerência e eficácia do

funcionamento do Sistema de Gestão de Riscos e contribuir para a promoção de uma cultura de

risco e de controlo na organização.

COMITÉ DE NEGÓCIO

O Comité de Negócios é composto pelos membros do CA e pelos responsáveis das várias áreas de

negócio, de suporte, da DEC e da ACI, reúne quinzenalmente e tem como atribuições:

O acompanhamento do mercado e da concorrência;

A análise da adequação de propostas de novos projectos de negócio face à estratégia da

empresa, ao seu enquadramento socio-económico e ao potencial de resultados;

A análise e discussão de novos produtos, novos serviços e respectivos resultados esperados e

propor ao Conselho de Administração a sua criação; e

A avaliação de resultados obtidos.

COMITÉ DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

O Comité de Sistemas de Informação é composto pelos membros do CA e pelos responsáveis das

áreas de negócio, de suporte, da DEC e da ACI, reúne mensalmente e tem como atribuições:

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RELATÓRIO E CONTAS2009

O acompanhamento da evolução dos projectos de sistemas de informação resultantes do plano

de negócio da UNICRE e procurar soluções para eventuais conflitos de natureza operacional e

organizacional para o desenvolvimento desses projectos; e

A análise e resolução de questões críticas de direccionamento global que surjam eventualmente

ao longo da implementação do plano de negócio da UNICRE (ex.: alterações de âmbito,

calendário e orçamento).

COMITÉ DE RECURSOS HUMANOS

O Comité de Recursos Humanos é composto pelos membros do CA e pelos responsáveis de áreas de

negócio, de suporte, da DEC e ACI, reúne trimestralmente e tem como atribuições:

O acompanhamento de aspectos gerais de evolução e aplicabilidade de políticas e normativos

internos e externos relevantes em matéria de gestão dos recursos humanos;

O acompanhamento de indicadores específicos relativos à composição e evolução dos recursos

humanos (ex.: estrutura de pessoal, movimentações, custos, mobilidade, formação); e

A avaliação da adequação do quadro de recursos humanos às necessidades e ao contexto de

negócio da UNICRE no sentido de propor as alterações/ajustamentos necessários.

AUDITORIA E CONTROLO INTERNO

A ACI, através da execução de actividades de auditoria e consultoria independentes e objectivas,

visa adicionar valor e melhorar as operações/utilização de recursos da organização e assessorar o

Conselho de Administração na definição, monitorização, revisão e melhoria contínua do Sistema de

Controlo Interno. Constituem objectivos da ACI, designadamente através do desenho, revisão e

melhoria contínua dos processos de negócio e da avaliação da adequabilidade dos sistemas de

informação na resposta aos objectivos estratégicos da organização:

Garantir uma cultura de valores éticos na organização e uma cultura de gestão direccionada

para a performance e responsabilização efectivas;

Garantir a oportunidade e a fiabilidade da informação financeira e operacional relevante;

Garantir a utilização eficaz e eficiente dos recursos da organização e garantir a sua adequada

protecção; e

Avaliar e garantir a efectividade e adequabilidade do processo de gestão de riscos e contribuir

para a sua melhoria.

GESTÃO DE RISCO E COMPLIANCE

A Unidade de Gestão de Risco e Compliance, integrada na DEC, tem como missão assegurar a

compreensão da natureza e materialidade dos riscos a que a Unicre se encontra exposta.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

Adicionalmente, deve assegurar a identificação, avaliação, mitigação, monitorização e controlo de

todos os riscos considerados materiais e garantir o cumprimento das obrigações e deveres a que a

Unicre se encontra sujeita no exercício da sua actividade, nomeadamente a conformidade com

Códigos de Ética e de Conduta e com leis e regulamentos relevantes emitidos pelo Banco de

Portugal e Sistemas de Cartões de Pagamento. Para a realização desta missão compete-lhe,

nomeadamente:

Dinamizar a cultura de risco de forma transversal na empresa;

Desenvolver políticas, metodologias e ferramentas de gestão de risco;

Monitorizar o perfil e indicadores de risco da empresa;

Assegurar o acompanhamento e avaliação dos procedimentos de controlo interno em matéria de

prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo, bem como a

centralização da informação e respectiva comunicação às autoridades competentes; e

Aconselhar o CA na definição de políticas que aumentem a eficácia do Sistema de Gestão de

Riscos da Unicre.

GESTÃO DE RISCO DE CRÉDITO

A gestão do risco de crédito assume uma importância particular na UNICRE, quer na vertente do

desenvolvimento de negócio, quer na vertente do risco que lhe está associado, dado o potencial de

impacto nos resultados ou no capital da empresa.

Para garantir uma gestão eficaz e efectiva deste risco, que é um dos maiores da actividade da

empresa, fazem parte da estrutura do sistema de controlo interno da Unicre o Conselho de Crédito

e o departamento de risco de crédito.

CONSELHO DE CRÉDITO

Criado em 2007, o Conselho de Crédito é composto pelo Administrador que detém o pelouro da

Direcção de Emissão, por outro membro do Conselho de Administração, pelo Director do

Departamento de Risco de Crédito, pelo Coordenador do Departamento de Gestão de Clientes da

Direcção de Emissão, pela DEC e pelo Coordenador da Direcção Financeira e Meios. Reúne

ordinariamente uma vez por mês e ainda tempestivamente sempre que seja necessária a sua

intervenção no âmbito das responsabilidades que lhe estão cometidas. O Conselho de Crédito tem

como missão optimizar a gestão do crédito em alinhamento com a estratégia da Unicre e as

directivas do Conselho de Administração a este respeito. As suas funções são:

Deliberar sobre a concessão de crédito e sobre processos de recuperação de crédito e de

cobrança, nos casos previstos na norma de delegação de competências sobre crédito;

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RELATÓRIO E CONTAS2009

Avaliar alterações no enquadramento legal relevante no domínio do crédito e as suas

repercussões na organização;

Propor ao Conselho de Administração alterações à política geral de crédito;

Propor ou dar parecer sobre o normativo aplicável no domínio da atribuição de cartões,

concessão e recuperação de crédito e cobrança de dívidas;

Propor modelos e critérios de scoring/rating para atribuição de cartões/crédito, para avaliação

comportamental e para aumentos automáticos de limites de utilização;

Avaliar, do ponto de vista do desenvolvimento do negócio e da mitigação do risco de crédito, os

relatórios de desempenho e os indicadores de actividade creditícia em geral e de risco de

crédito em particular; e

Avaliar, propor ou dar parecer sobre metodologias, políticas, procedimentos e instrumentos de

avaliação do comportamento da carteira de crédito e sobre planos de acção com medidas

correctivas.

DEPARTAMENTO DE RISCO DE CRÉDITO

O departamento de Risco de Crédito tem por objectivo a gestão, o acompanhamento e a

monitorização da carteira de crédito de acordo com a estratégia de negócio e o perfil de risco

objectivo, garantindo o cumprimento de todas as obrigações regulamentares.

Este departamento tem como missão:

Propor políticas e estratégias de gestão do risco de crédito;

Acompanhar a evolução da carteira de crédito, concebendo e implementando medidas

preventivas e correctivas, se necessárias;

Garantir a existência e promover a utilização de modelos de risco eficazes e ajustados à

estratégia definida;

Promover a rentabilização da carteira de crédito, dentro dos níveis de risco definidos;

Coordenar a actuação dos vários intervenientes na gestão de risco de crédito;

Produzir informação de gestão operacional do departamento;

Dar resposta aos requisitos regulamentares aplicáveis à Unicre em matéria de risco;

Cooperar com os restantes órgãos da Unicre em matéria de controlo interno e gestão de riscos

de crédito da Instituição;

Controlar a adequação dos limites de exposição atribuídos a clientes através da sua alteração;

Controlar o nível de risco de crédito dos produtos existentes e dos novos produtos;

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RELATÓRIO E CONTAS2009

POLÍTICAS E PROCEDIMENTOS INTERNOS

Existe na Unicre um conjunto de políticas e procedimentos internos que enquadram princípios de

actuação, sistematizam processos de trabalho e definem competências. A existência destas políticas

e procedimentos internos, adequadamente disseminados pela empresa, visa a redução dos riscos

inerentes à execução das actividades, promove mais organização e disciplina e constitui uma

plataforma para a realização de actividades de auditoria interna.

CULTURA E VALORES ORGANIZATIVOS

Tendo como objectivo assegurar o alinhamento de comportamentos e valores de todos os

colaboradores perante os seus stakeholders, a Unicre dispõe de um Código de Conduta:

O Código de Conduta (disponível em www.unicre.pt):

Explicita os valores e os padrões de comportamento que devem pautar a actuação de todos os

colaboradores, não só no seu relacionamento interno com outros colegas como também nas

relações externas com os clientes, fornecedores, concorrentes, entidades reguladoras e meios

de comunicação; e

Fomenta a partilha de princípios e de valores, consolidando desta forma a cultura e a

identidade internas e uma imagem institucional de rigor e competência.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

3. ENVOLVENTE MACROECONÓMICA

3.1. A ECONOMIA MUNDIAL

O ano de 2009 ficou marcado pelas consequências da crise financeira de 2008 que deu origem à mais

profunda e mais alargada recessão a atingir a economia mundial no pós-guerra.

O vasto leque de medidas de estimulo de carácter monetário e orçamental e as medidas de

estabilização financeira tomadas, muitas vezes em conjunto, pela generalidade dos países

desenvolvidos e que assumiu proporções sem precedentes, terá sido, aparentemente, suficiente

para permitir a melhoria das expectativas dos agentes económicos e uma ligeira retoma da

produção industrial e do comércio mundial a partir da 2ª metade do ano. A esta evolução não terá

sido, igualmente, alheia a necessidade de reposição de stocks depois da fortíssima redução da

produção a partir de meados de 2008.

As expectativas de crescimento para 2010 são, no entanto, ainda pouco optimistas, com níveis, se

bem que positivos, significativamente inferiores aos dos anos anteriores à crise, em consequência

das elevadas taxas de desemprego e da manutenção de condições de financiamento ainda bastante

restritivas a despeito da descida das taxas de juro.

De acordo com as previsões do FMI, a economia mundial deverá ter sofrido uma retracção de 1,1%

face a 2008, após o crescimento de 3% verificado entre 2007 e 2008.

Os países mais severamente afectados pelo decrescimento económico foram os desenvolvidos, cujas

economias, em conjunto, terão decrescido 3,4%. A recessão terá sido mais acentuada no Japão e na

Europa do euro, com quebras do PIB na ordem dos 5,4% e 4,2%, respectivamente. Nos EUA, a

actividade económica dever-se-á ter reduzido 2,7%.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

0,7%

2,7%2,8%

-4,2%

1,5%

-10%

-5%

0%

5%

10%

15%

2005 2006 2007 2008 2009

EUA

Rússia

Zona Euro

China

TAXA DE CRESCIMENTO REAL DO PIB, ECONOMIAS EMERGENTES E EM DESENVOLVIMENTOPercentagem de variação sobre o ano anterior

Japão

Índia

Fonte: FMI

A taxa de desemprego sofreu um agravamento significativo, mostrando-se próximo ou até na casa

dos 2 dígitos na generalidade das economias desenvolvidas.

Paralelamente, os preços estagnaram ou mesmo, nalguns casos, caíram, tendo-se o índice de preços

no consumidor mantido ao mesmo nível de 2008 para o conjunto das economias avançadas, a

despeito do forte aumento do preço das matérias primas energéticas e não energéticas a partir de

meados do ano (apesar de nunca se terem alcançados níveis tão elevados como os verificados na 1ª

metade de 2008).

O volume de comércio mundial de bens e serviços deverá ter registado também uma forte redução

(-11,9%), depois de ter crescido 3% em 2008.

De acordo com as projecções da Comissão Europeia, as economias dos países que constituem a

União Europeia, no seu conjunto, deverão ter decrescido 4,2% em 2009, depois de terem crescido

0,7% em 2008.

As economias mais afectadas pela recessão terão sido a irlandesa, a alemã, a finlandesa, a inglesa e

a italiana, em virtude, quer das consequências da maior dependência destes países da procura

externa que foi muito negativamente afectada pela retracção do comércio internacional, quer,

nalguns casos, da correcção dos preços no mercado imobiliário.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

TAXA DE CRESCIMENTO REAL DO PIB NA UNIÃO EUROPEIAPercentagem de variação sobre o ano anterior

-5,5%

-2,8%

0,0%

2,8%

5,5%

2007 2008 2009F

-5,5%

-2,8%

0,0%

2,8%

5,5%

2007 2008 2009F

Reino Unido Alemanha

-5,5%

-2,8%

0,0%

2,8%

5,5%

2007 2008 2009F

-5,5%

-2,8%

0,0%

2,8%

5,5%

2007 2008 2009F

Itália Portugal

Evolução do PIB da UE

Fonte: Eurostat

Também na generalidade dos países da UE há alguns sinais, se bem que ainda débeis, de retoma nos

últimos meses de 2009, tendo esta por base factores de carácter temporário, tais como o facto do

esgotamento de stocks ter obrigado a um aumento temporário da produção para gerar novos stocks

ou o facto dos estímulos fiscais e financeiros de 2008 e 2009 não serem passíveis de repetição no

futuro próximo.

A taxa de desemprego na UE como um todo ficou próxima dos 10%, com valores muito diferentes

entre os Estados-Membros (cerca de 18% em Espanha, o país com taxa mais elevada e 3,4% na

Holanda).

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RELATÓRIO E CONTAS2009

EVOLUÇÃO DA TAXA DE DESEMPREGO NA UNIÃO EUROPEIA Taxa harmonizada de desemprego

7%

8%

9%

10%

Dez-08

Jan-09

Fev-09

Mar-09

Abr-09

Mai-09

Jun-09

Jul-09

Ago-09

Set-09

Out-09

Nov-09

Fonte: Eurostat

A política monetária seguida pelo Banco Central Europeu até Maio continuou a ser expansionista,

mantendo-se a redução nas taxas directoras, tendo a refi passado de 2,5% no final de 2008 para 1%

em Maio de 2009 (esta taxa tinha-se já reduzido de 4,25% para 2,5% entre Outubro e Dezembro de

2008).

0,00%

1,00%

2,00%

3,00%

4,00%

5,00%

6,00%

Jan-

04

Jul-0

4

Jan-

05

Jul-0

5

Jan-

06

Jul-0

6

Jan-

07

Jul-0

7

Jan-

08

Jul-0

8

Jan-

09

Jul-0

9

Reserva Federal Norte Americana

Banco Central Europeu

EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE REFERÊNCIAPercentagem

Fonte: ECB; Federal Reserve

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RELATÓRIO E CONTAS2009

A deterioração das contas públicas de muitos dos países do euro, em consequência quer do efeito

dos estabilizadores automáticos, quer das medidas orçamentais excepcionais tomadas para

combater a crise, levou a um significativo aumento dos spreads da dívida pública de longo prazo

desses países (Grécia, Irlanda, Itália e mais tarde Portugal e Espanha) face à Alemanha.

A oferta de crédito a empresas e particulares manteve-se relativamente restritiva.

A actividade económica nos EUA apresentou já uma ligeira retoma no 2º semestre depois da queda

acentuada registada no primeiro, apresentando o mercado imobiliário sinais de alguma

estabilização. No cômputo do ano, a economia norte-americana deverá ter-se contraído 2,7%, após

ter estagnado em 2008.

A taxa de desemprego situou-se nos 10%.

As economias dos países asiáticos em desenvolvimento, de que se destacam a da China, que

conseguiu manter praticamente a mesma taxa de crescimento de 2008, e a da Índia, muito embora

tenham desacelerado em relação ao crescimento registado em 2008, apresentaram, ainda, um

crescimento elevado (5,4%, que compara com 7,3% em 2008).

No seu conjunto, os países em desenvolvimento deverão ter crescido apenas 1,7% em 2009 (6% em

2008), com piores performances para as economias da América Latina e da Europa Central e de

Leste. A inflação para o conjunto destes países foi ainda elevada, com os preços a crescerem 5,5%

em 2009 (9,3% em 2008).

EVOLUÇÃO DA ECONOMIA MUNDIAL Percentagem

2007 2008 2009FPIB

Economia Mundial 5,2 3,0 -1,1Economias avançadas 2,7 0,6 -3,4

EUA 2,1 0,4 -2,7Japão 2,3 -0,7 -5,4Área do euro 2,7 0,7 -4,2Novas economias industrializadas da Ásia* 5,7 1,5 -2,4

Economias de mercado emergentes e em desenvolvimento 8,3 6,0 1,7Europa Central e de Leste 5,5 3,0 -5,0Comunidade de estados Independentes 8,6 5,5 -6,7

Rússia 8,1 5,6 -7,5Países asiáticos em desenvolvimento 10,6 7,6 6,2

China 13,0 9,0 8,5Índia 9,4 7,3 5,4

Médio Oriente 6,2 5,4 2,0América Latina 5,7 4,2 -2,5África 6,3 5,2 1,7

Angola 20,3 13,2 0,2

Preços no consumidor

Economias Avançadas 2,2 3,4 0,1Economias de mercado emergentes e em desenvolvimento 6,4 9,3 5,5

* Coreia, Hong Kong, Taiwan e Singapura

Fonte: FMI

Após um primeiro trimestre de forte queda, os principais mercados bolsistas recuperaram

fortemente tendo terminado o ano com ganhos na casa dos 25%-30% face ao fecho de 2008.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

A yield curve nos países desenvolvidos tornou-se, em 2009, mais inclinada, alargando-se o spread

ente os prazos mais curtos e os mais longos para níveis historicamente elevados, próximos dos 3%.

Os spreads de crédito obrigacionista, que durante o 1º trimestre de 2009 atingiram níveis

extremamente elevados, só comparáveis com os atingidos durante a Grande Depressão da década de

30, corrigiram de uma forma muito significativa nos três trimestres seguintes. Contudo, os spreads

situam-se, ainda, bastante acima dos registados no final de 2007.

O dólar desvalorizou-se cerca de 2% no ano face ao euro.

3.2. A ECONOMIA PORTUGUESA

A fortíssima crise económica e financeira internacional afectou, como não podia deixar de ser, a

evolução da economia portuguesa em 2009, já de si fortemente debilitada por anos de baixa

produtividade e de progressiva perda de competitividade externa, forte endividamento ao exterior

e crescente taxa de desemprego, que se traduziram em quase uma década de crescimento inferior

ao crescimento médio da zona euro.

É de destacar, no entanto, que o comportamento do sector financeiro português, em termos de

solidez, rendibilidade e liquidez comparou muito favoravelmente com os seus congéneres europeus

e norte-americanos.

Depois de ter estagnado em 2008, o PIB, de acordo com as previsões da Comissão Europeia, deverá

cair 2,9% em 2009, em consequência da fortíssima quebra no investimento (-15,2%) e nas

exportações (-14%). O consumo privado, em contrapartida, deverá ter-se retraído apenas 0,9% e o

consumo público terá mesmo crescido 1,7%.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

DADOS GERAIS DA ECONOMIA PORTUGUESA Variação Homóloga

2007 2008 2009F

PIB 1,9 0,0 -2,9

Consumo Privado 1,6 1,7 -0,9Consumo Público 0,0 0,7 1,7Formação Bruta de Capital Fixo 3,1 -0,7 -15,2

dos quais: Equipamento 8,1 4,6 -21,7Exportações 7,8 -0,5 -14,0Importações 6,1 2,7 -13,7

Desemprego 8,1 7,7 9,0

Taxa de poupança por familia* 6,1 6,4 8,6

IHPC 2,4 2,7 -1,0

Balança da Conta Corrente** -9,8 -12,1 -10,2

Défice Público** -2,6 -2,7 -8,0

Dívida Pública** 63,6 66,3 77,4

* Poupança Bruta/Rendimento Bruto Disponível

** Percentagem do PIB

Fonte: Comissão Europeia

A taxa de desemprego atingiu o valor recorde de 9%, tendo o emprego caído 2,3% em 2009.

A recessão económica foi acompanhada de deflação, em parte causada pela grande quebra no preço

das matérias-primas, em particular as energéticas, entre a 2ª metade de 2008 e meados de 2009: a

inflação, medida pela variação média do Índice de Preços Harmonizados no Consumidor (IPCH) caiu

0,9%.

A taxa de poupança das famílias deverá, pelo segundo ano consecutivo, ter registado um pequeno

aumento, devendo situar-se em cerca de 8% do rendimento disponível, enquanto a das

administrações públicas, quer por efeito dos estabilizadores automáticos, quer por efeito das

medidas discricionárias expansionistas de apoio à economia tomadas pelo governo (o estimulo fiscal

atingiu uma magnitude de cerca de 1,25% do PIB), registou um substancial aumento.

Em consequência, o deficit público situou-se em 9,3% do PIB e a dívida pública deverá atingir 76,6%

do PIB1, valores muito acima dos permitidos na zona euro, que obrigarão a forte correcção nos

próximos anos.

O deficit da conta corrente deverá ter-se retraído em 2009, de 12% para 10% do PIB, em

consequência da crise, mas não é previsível qualquer melhoria num futuro próximo, mantendo-se a

dificilmente sustentável situação dos últimos anos.

Aliás, e após o interregno de um ano (2008), o perfil de financiamento da economia portuguesa

voltou a caracterizar-se por um aumento de activos e passivos face ao exterior. Os passivos externos

1 Conforme os últimos dados da Proposta do Orçamento Geral do Estado

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RELATÓRIO E CONTAS2009

líquidos atingem actualmente 100% do PIB, não havendo qualquer previsão de que o seu valor possa

vir a baixar nos próximos anos, sobrecarregando a economia portuguesa com um elevado peso do

serviço da dívida nos anos vindouros.

O acesso ao crédito, se bem que menos restrito do que em 2008, manteve-se mais restrito do que

nos anos anteriores à crise, quer em termos de limiares aceites de risco, quer dos spreads aplicados

(muito embora a Euribor se tenha mantido em níveis historicamente baixos).

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

14%

IQ2007

IIQ2007

IIIQ2007

IV2007

IQ2008

IIQ2008

IIIQ2008

IV2008

IQ2009

IIQ2009

IIIQ2009

Consumo e Outros Fins

Habitação

EMPRÉSTIMOS CONCEDIDOS POR INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS RESIDENTESTaxa de Crescimento Anual

Sociedades não Financeiras

Total Sector Privado

Fonte: Banco de Portugal

A concessão de crédito cresceu 2,5% em 2009 (1,8% se se considerar apenas o crédito ao consumo) e

o crédito vencido total cresceu 31% face a 2008 (46% se se considerar apenas o crédito ao consumo

vencido).

EVOLUÇÃO DO CRÉDITO VENCIDO A PARTICULARES Percentagem de variação média dos últimos 12 meses

-30%

-10%

10%

30%

50%

70%

Jul 06Jan 07

Jul 07Jan 08

Jan 09Jul 08

Jul 09Nov 09

Total Sector Privado

Habitação

Consumo

Fonte: Banco de Portugal

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4. A ACTIVIDADE DA UNICRE

4.1. ANÁLISE DA ACTIVIDADE EM 2009

4.1.1. CARTÕES

SÍNTESE DA ACTIVIDADE

Durante o exercício de 2009 a área de negócio de cartões conjugou as suas actividades regulares de

manutenção do negócio existente, com o desenvolvimento e lançamento de um conjunto de

produtos e acções tendo em vista o objectivo estratégico de crescimento do negócio.

Ao longo do ano decorreram diversas acções de captação de novos clientes, impulsionadas pelo

reforço das vendas presenciais e pelo recurso ao canal não presencial, que permitiram consolidar a

tendência de crescimento de cartões em carteira que se tinha vindo a registar desde 2007,

destacando-se o lançamento dos cartões Atitude e Life.

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE CARTÕES EM CARTEIRA

Captação Novos Cartões (Base 100 = 1º trimestre 2008)

Cartões em Carteira(Média Anual. Milhares de cartões)

200

212

224

236

100

130

160

190

220

1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T2007 2008 2009 2008 2009

Fonte: Unicre

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RELATÓRIO E CONTAS2009

Ao nível da actuação sobre os actuais clientes, destacaram-se as acções de incentivo à facturação

promovidas através de campanhas específicas de retenção de clientes, promoção de utilização do

cartão e acções de cross-selling de produtos.

Facturação TotalMilhões de euros

EVOLUÇÃO DA FACTURAÇÃO DOS CARTÕES UNIBANCO

0

200

400

600

2007 2008 2009

-2%

0%

2%

4%

6%

Facturação – Peso das ParceriasPercentagem

4%

7%

10%

2006 2007 2008 2009

Variação do Consumo Privado em Portugal (%)

Fonte: Unicre; Eurostat

Apesar do crescimento dos cartões em carteira e do aumento das parcerias, a facturação total dos

cartões Unibanco registou um decréscimo, em linha com a redução do consumo privado resultante

da crise económica sentida no território nacional no ano de 2009.

De acordo com as linhas de actuação delineadas no plano estratégico para 2007-2009 aprovado em

2006, as principais áreas de actuação para o desenvolvimento do negócio em 2009 consistiram no

reforço da comunicação do portfolio de cartões, no desenvolvimento de parcerias com ofertas

integradas, na optimização das estratégias de captação de novos clientes, na optimização da

relação com o cliente e em iniciativas de eficiência operativa.

REFORÇO DO PORTFOLIO DE CARTÕES UNIBANCO

O portfolio de cartões Unibanco chegou reforçado ao fim do ano de 2009, com o lançamento de dois

novos cartões:

O Unibanco Life, o cartão da gama premier cujo conceito pretende representar o melhor da Vida

em todos os momentos e cujas principais características diferenciadoras são:

A anuidade gratuita para sempre.

A isenção do pagamento da taxa nas gasolineiras

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RELATÓRIO E CONTAS2009

O Unibanco Atitude, o primeiro cartão ECO-nómico.

Um cartão com uma forte vertente eco/verde, que não pretende ser mais

um cartão de crédito mas criar uma Nova Atitude que ajude as pessoas a

viver melhor no Presente e no Futuro – conveniência sustentável quer do ponto de vista financeiro

quer ambiental.

Com uma proposta de valor atractiva e diferenciadora para o Cliente, suportada no conceito:

Ter Atitude É…

… Aderir à Opção Mealheiro Bónus 5%.

… Pagar em 3 vezes, sem juros, as compras de valor igual ou superior a 300€.

… Ter grátis tudo o que precisa para usufruir em pleno da Internet. Receber o extracto digital na

caixa de correio electrónico, com assinatura e certificado digital.

… Ser sensível à Pegada Ecológica. Por cada 25 extractos digitais emitidos a Unicre contribui para

a preservação de 1 m2 de floresta.

… Reciclar. O cartão Atitude é fabricado em PETG (Politereftalato de Etileno Glicol), plástico

isento de cloro e facilmente reciclável.

SEGMENTO EMPRESAS

Ao nível dos cartões empresa, salienta-se o lançamento do cartão

IGCP Charge Card, o primeiro e único cartão de compras públicas

emitido em Portugal.

Resultado de uma parceria com Instituto de Gestão da Tesouraria e

do Crédito Público, este cartão foi desenvolvido para a satisfação das

necessidades de uma moderna Administração Pública.

Este cartão pretende dotar as entidades públicas de um novo meio de pagamento que lhes permitirá

aceder aos mercados internacionais, beneficiar das facilidades disponíveis via Internet e efectuar

levantamentos de valores directamente das respectivas contas bancárias domiciliadas no IGCP, com

rapidez, comodidade e elevados níveis de segurança.

PARCERIAS COM OFERTAS INTEGRADAS

Dando continuidade à estratégia de alargamento do negócio através da construção e gestão de

parcerias com relevantes grupos económicos e comerciantes dos mais variados sectores de

actividade, foram lançados, no decorrer do ano de 2009, 11 novos cartões:

7 Cartões Unibanco Advantage: Adão Oculista, Mundo dos Fatos, Pablo Fuster, ZIP,

Optocentro, Iglesias e Góis Joalheiro e;

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4 Cartões O2O: CrediSaúde (sector da saúde), Generali (sector dos seguros), Halcon (sector das

viagens) e Resolve, do grupo ERA (sector imobiliário).

REFORÇO DA COMUNICAÇÃO DO PORTFOLIO DE CARTÕES

Sob o conceito ECO-nómico foi efectuada uma campanha publicitária de suporte ao lançamento do

cartão Unibanco Atitude, utilizando vários canais de comunicação compatíveis com o

posicionamento do produto: a rede de transportes públicos (comboios, metro e autocarros) e a

internet.

OPTIMIZAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE CAPTAÇÃO

Com vista à captação de novos clientes, o lançamento do cartão Unibanco Life foi acompanhado de

uma oferta promocional - um desconto de 2% sobre um máximo de 200€ de compras efectuadas nas

gasolineiras, por mês.

Ao longo do ano, desenvolveu-se um conjunto de campanhas de incentivo à utilização do cartão com

o objectivo de reactivar Clientes inactivos, quer dirigidas ao portfolio de cartões Unibanco, quer ao

portfolio de cartões das parcerias.

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REFORÇO DA RELAÇÃO COM O CLIENTE

Durante o ano de 2009, a Unicre apostou no desenvolvimento do canal Internet como forma de

captação de novos Clientes e relacionamento com os Clientes Unibanco.

Com vista à optimização da comunicação centrada no cliente, e na sequência do investimento

realizado no ano de 2008 no plano do Projecto MaisCliente, aperfeiçoaram-se os modelos de

Customer Relationship Management (CRM).

Os estudos de Satisfação de Serviço ao Cliente, realizados com referência a Junho e Dezembro de

2009, continuam a revelar elevados índices de satisfação global: 83% a nível de front office e 86% a

nível de back office.

EXTRACTO DIGITAL

Por um lado, disponibilizou aos Clientes Unibanco particulares a

possibilidade de receberem o seu extracto por email em substituição do habitual extracto em papel.

Uma opção:

Prática, envio para o e-mail do extracto em formato digital (pdf)

Rápida, o Cliente recebe o extracto digital mais cedo do que o extracto em papel

Cómoda, os extractos digitais podem ser arquivados para um consulta rápida

Ecológica, com a redução das quantidades de papel gasto a Unicre está a contribuir para a

preservação do meio ambiente

E segura, o e-mail enviado é certificado e o PDF do extracto tem assinatura digital

VERIFIED BY VISA

Por outro, apostou no pagamento de compras na Internet com

maior segurança.

A segurança e conveniência dos pagamentos on-line foram

reforçadas com o lançamento do serviço Verified by Visa para todos

os cartões de crédito emitidos pela Unicre.

Para efectuarem pagamento de compras na Internet, depois de aderirem ao serviço os Clientes

passaram a necessitar apenas de uma palavra-chave, contribuindo assim para aumentar os níveis de

confiança e conveniência no comércio on-line.

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UNIBANCO EXPERIENCE GOLD

Como forma de aumentar a

competitividade da proposta de valor

Unibanco, desenvolveu-se o programa de

fidelização para os Clientes Unibanco Gold –

Unibanco Experience Gold.

Ao utilizarem o cartão Unibanco Gold os

Clientes acumularam pontos que lhes permitiram aceder a um conjunto diversificado de prémios,

nomeadamente produtos tecnológicos e de bem-estar.

INICIATIVAS DE EFICIÊNCIA OPERATIVA

No âmbito da Gestão de Risco de Crédito, foram desenvolvidos mecanismos com o objectivo de

optimizar a resposta aos desafios impostos pelas situações de incumprimento no pagamento das

dívidas.

Este desenvolvimento, que se traduziu na instalação de uma nova aplicação de Cobranças (+ÁGIL),

permitiu melhorias muito significativas em todo o ciclo das cobranças, desde a detecção no início da

recuperação, ao acompanhamento e ao controlo, assegurando, ainda uma acentuada melhoria nos

processos com redução da exposição da Unicre e melhoria nos resultados da cobrança.

A nova aplicação cobre as vertentes de gestão de operadores, gestão do pré-incumprimento, da

cobrança e dos contactos, incluindo a medição de performance dos operadores e dotação de mérito

para efeitos de cumprimento dos objectivos e atribuição de incentivos.

Procedeu-se ainda à instalação de uma nova grelha de pontuação aplicada à concessão de crédito-

-cartão a clientes particulares.

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4.1.2. CRÉDITO

Ao longo do ano foram desenvolvidas várias acções de cross-selling multi-canal oferecendo a

possibilidade de aquisição a crédito de diversos produtos.

Para promoção dos produtos de crédito realizou-se um conjunto de campanhas de venda a já

clientes, direccionadas a um universo total de 35.000 clientes. Este reforço ocorreu essencialmente

ao longo da primeira metade do ano de 2009.

Salienta-se ainda a reedição da campanha de disponibilização de uma linha de crédito com

modalidades de pagamento no âmbito do fraccionamento de compras, suportada no conceito do

cartão TR3S.

A nível de gestão e controlo de risco de crédito foi tomado um conjunto de medidas de que se

destaca:

A nível organizacional, a criação de uma área autónoma de Risco de Crédito e o reforço da área

de recuperação interna, responsável por uma melhoria de 13% nos rácios de recuperação de 1º

e 2º mês;

A nível operativo, a alteração da operativa de crédito nomeadamente com a reformulação do

produto “Cash em Conta” para o produto “Crédito Pessoal”, a implementação do sistema de

apoio à cobrança e recuperação e a implementação de uma nova grelha de score;

A nível regulatório, a implementação das alterações mandatadas pelo Decreto-lei n.º 133/2009.

Apesar da contenção assumida na atribuição de crédito a partir do segundo semestre, as campanhas

realizadas no início do ano contribuíram para que o saldo médio do crédito tivesse crescido 12% (18%

em 2008).

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EVOLUÇÃO DO CRÉDITO CONCEDIDOSaldo médio do ano. Milhões de euros

0

60

120

180

240

2007 2008 2009

12% a.a.

Crédito Pessoal

RevolvingCartão

Fonte: Unicre

4.1.3. COMERCIANTES

SÍNTESE DA ACTIVIDADE

O ano de 2009 representou o “concluir” de um ciclo de 3 anos focados na manutenção do

crescimento via reforço distributivo, melhoria da oferta de produtos e serviços e obtenção de

ganhos de eficiência.

Relativamente à facturação adquirida, e não obstante o acréscimo de concorrência, o ano

caracterizou-se por performances diferenciadas reflectindo o claro agravar da conjuntura

económico-financeira na 1ª metade do ano e a débil recuperação na 2ª metade. Com efeito, no 1º

semestre verificou-se um decréscimo de 2,21% no montante total facturado na Redunicre, enquanto

no 2º semestre a facturação total já apresentou um crescimento de 1,03%, saldando-se a variação

da facturação no ano num decréscimo de 0,44% face a 2008 (ano em que a facturação havia

registado um crescimento de 5,05%).

Nos pagamentos com cartões estrangeiros o ano foi especialmente atípico e negativo, em linha com

a forte quebra verificada nos fluxos internacionais de turistas (quebra de 9,05%, que compara com

um aumento de 7,5% em 2008).

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REDE DE ACEITAÇÃO

No final do ano de 2009, o número de estabelecimentos aderentes à Redunicre era de cerca de 48,2

mil (+5,8% do que em 2008), com 73 mil terminais de pagamento automático instalados e em

actividade (+12% face a 2008), dos quais cerca de 13 mil da propriedade de comerciantes e

aproximadamente 43 mil da propriedade dos bancos de apoio do comerciante.

EVOLUÇÃO DA REDE DE ACEITAÇÃO Terminais*(Milhares)

62

65

73

2007

2008

2009

Comerciantes(Milhares)

Estabelecimentos(Milhares)

23

23

24

2007

2008

2009

44

46

48

2007

2008

2009

V.H. 09/08 3,0% 5,8% 12,0%

* Excluindo terminais virtuais

Fonte: Unicre

CAGR 09/07 2,1% 4,8% 8,2%

O valor das transacções com cartões de que a UNICRE é acquirer totalizou cerca de 16,2 milhares de

milhões de euros. O número de transacções, por sua vez, ultrapassou os 391 milhões (374,7 milhões

em 2008), das quais menos de 0,1% não foram processadas electronicamente.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

VOLUMES MOVIMENTADOS NA REDUNICRE

Volume de Facturação (Mil milhões de euros)

Número de transacções(Milhões)

0

200

400

2007 2008 2009

0

5

10

15

20

2007 2008 2009

Valor médio por transacção (Euros)

+4,3%

44 41

2006 2007 2008

43

-0.2%

Fonte: Unicre

De acordo com o Estudo Regular do Painel de Comerciantes Redunicre, os níveis de

satisfação/fidelização dos clientes permaneceram elevados em 2009: numa escala de 1 a 10, o

índice de satisfação global foi de 7,4 e o nível de recomendação de 7,5; 50,6% dos clientes

consideram-se fiéis à UNICRE e 12,8% consideram-se devotos.

Durante o ano de 2009 foram angariados 9.990 novos clientes (9.324 em 2008). Mas a crise

económica traduziu-se também num aumento superior ao normal do cancelamento de contrato,

tendo 55,7% dos comerciantes que em 2009 cancelaram o contrato com a Unicre apontado como

motivo o encerramento de actividade, receita mínima ou inactividade. Só cerca de 7,9% desses

cancelamentos se ficaram a dever a mudanças de acquirer.

PROPOSTA DE VALOR

Em 2009 registaram-se importantes evoluções ao nível da diferenciação da oferta de produtos e

serviços.

OPÇÃO MOEDA CLIENTE

O parque de terminais que disponibiliza a solução “Opção Moeda Cliente /

Conversão Dinâmica de Moeda” ultrapassou as 370 unidades, cobrindo mais de

270 estabelecimentos, onde se incluem muitos dos melhores hotéis do país, bem como as luxury

stores com volumes de facturação mais significativos.

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SOLUÇÃO DE PAGAMENTOS INTEGRADOS PARA

HOTELARIA

Com o mesmo objectivo entrou em piloto, em Novembro, uma Solução de Pagamentos Integrados

(desenvolvida em conjunto com a Six Card Solutions) para os sectores de Hotelaria e Restauração

que permite a interface entre o terminal do comerciante aderente e as aplicações de gestão

“Fidelio/Ópera” e “Amadeus”. Com esta solução passou a ser possível captar clientes que até hoje

recorriam a acquirers Internacionais para disporem deste tipo de “arquitectura”.

Com estes produtos reforçámos a capacidade de diferenciação na aceitação de cartões e de

fidelização de clientes, num mercado muito relevante pelos volumes obtidos e superiores

rendibilidades geradas, como o do Travel & Entertainment (T&E).

TAX FREE SERVICE

Ficaram ainda concluídos todos os trabalhos necessários para a disponibilização

nos TPAs Redunicre de uma operativa automática de Tax Free Service; esta é

uma nova parceria com a Global Refund que permitirá reforçar a diferenciação da oferta da

Redunicre e gerar rendimentos extra na rede (para os comerciantes e para a UNICRE), reforçando os

níveis de satisfação e fidelização dos aderentes.

REDUNICRE E-COMMERCE

O ano de 2009 marca o início de uma nova era para a Unicre nos canais de

vendas à distância (em particular no comércio electrónico) com o lançamento de

uma nova plataforma de aceitação de pagamentos. Trata-se de uma plataforma totalmente 3DS

compatível (Verified by Visa e Secure Code MasterCard), com grande facilidade de integração, que

permitirá aos comerciantes ganhos significativos de tempo e custos. Estão assim criadas as

condições para uma expansão significativa em canais ainda sub desenvolvidos em Portugal e que

representam grandes potencialidades de crescimento futuro.

ACÇÕES INTEGRADAS EMISSÃO/ACQUIRING

No seguimento do lançamento da operação cartão Credivisão (primeira acção integrada

Emissão/Acquiring), foram lançadas em 2009 mais 11 operações de cartões deste tipo, das quais 4

com emissão de cartões One 2 One e 7 com cartões Unibanco Advantage, cobrindo sectores como a

consultoria financeira, óptica, moda, saúde e beleza.

CARTÃO DISTRIBUIÇÃO

Na Solução Cartão Distribuição ficaram fechados contratos com 13 novos

distribuidores de diversas áreas de actividade cobrindo um universo de

9.000 retalhistas e com um potencial de facturação de 60 milhões de

euros.

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EFICIÊNCIA OPERACIONAL

O aumento da eficiência operacional reflecte os efeitos acumulados resultantes da melhoria de

processos, da reorganização da operação e dos recursos e o reforço da capacidade de resposta

eficaz ao mercado.

No tocante à organização e sistemas de informação, manteve-se o reforço das

capacidades comerciais tanto a nível da estrutura organizativa como dos recursos

e ferramentas de trabalho.

Em 2009 foram disponibilizados novos serviços acessíveis através do Portal de

Serviços: “Análise Transaccional”; “Consulta TPAs” e “Serviços” (pedidos e

alterações de contas/dados).

4.1.4. OUTROS SERVIÇOS

UNIDADE DE GESTÃO DE TRANSACÇÕES RECLAMADAS

Durante o exercício de 2009, a Unicre continuou a proporcionar, através da Unidade de Gestão de

Transacções Reclamadas (UGTR), um conjunto de serviços de apoio a outros emissores nacionais,

ao nível do tratamento de todas as disputas de transacções ocorridas em território nacional e

estrangeiro, potenciando a criação de valor para os seus Clientes e Accionistas e contribuindo para a

manutenção dos elevados níveis de serviço dos pagamentos com cartões em Portugal.

Ao longo do ano, as reclamações nacionais e estrangeiras registaram uma quebra, não obstante o

crescimento do número de transacções passíveis de rectificações e cobranças nacionais e

estrangeiras, que se verificaram quer a débito quer a crédito nos clientes. A diminuição da

facturação dos cartões estrangeiros em território nacional explica o decréscimo em 30,4% das

reclamações estrangeiras.

Valor %

UGTR - Unidade de Gestão de Transacções Reclamadas

Reclamações Nacionais 6.934 6.756 (178) -2,6%

Reclamações Estrangeiras 26.949 18.758 (8.191) -30,4%

Tansacções com rectificações e cobranças Nacionais 4.323 5.669 1.346 31,1%

Tansacções com rectificações e cobranças Estrangeiras 25.268 25.546 278 1,1%

Variação20092008

No âmbito do serviço de detecção e prevenção da fraude, a Unicre continuou a sua colaboração com

a empresa Paywatch, criada em 2008 e participada em 40% pela Unicre.

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APOIO A EMISSORES

No âmbito da prestação de serviços especializados a instituições financeiras e

afins, desenvolveu-se um novo conceito de serviço com o aprofundamento da

relação com operadores nacionais e internacionais. Entre outros a Unicre presta

serviços nas áreas da gestão e emissão de cartões, clearing & settlement e

disputas.

A Unicre presta actualmente o serviço a 28 entidades, das quais 4 são operadores internacionais

(Europa e África).

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4.2. ORGANIZAÇÃO E RECURSOS INTERNOS

4.2.1. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Em 2009, a actividade da Direcção de Sistemas de Informação desenvolveu-se em torno de dois

vectores de acção paralelos:

(i) Projecto MaisMáquina – Programa de Renovação da Arquitectura Técnica e Aplicacional

(ii) Projectos de Suporte ao Desenvolvimento dos Negócios.

No âmbito do Projecto MaisMáquina, que visa a renovação da arquitectura aplicacional da Unicre,

no sentido da criação de uma plataforma que permita dar resposta às necessidades de negócio,

foram identificadas duas iniciativas de grande dimensão, (i) o Projecto MaisCliente, que visa a

renovação dos sistemas de suporte ao CRM, já em produção desde o início de Janeiro de 2009 e (ii)

a implementação de uma solução para Card, Merchant e Loans Management, que após análise

detalhada de várias soluções resultou na contratação do produto WAY4 da empresa Openway como o

novo software base para a função de kernel da Unicre.

Decorrente da referida recomendação, foi realizado um plano de definição de projecto denominado

“MaisMáquina – Kernel”, que teve os seguintes objectivos:

Definir e clarificar o alcance e âmbito do projecto “MaisMáquina Kernel”;

Clarificar a visão da futura arquitectura dos sistemas de informação da UNICRE;

Definir a estratégia de implementação do projecto “MaisMáquina Kernel”;

Apontar o modelo de funcionamento para a realização do projecto, nomeadamente em tudo o

que esteja relacionado com o envolvimento de terceiros;

Definir o roadmap do projecto, respectivos intervenientes e esforços;

Seleccionar uma empresa de consultadoria para implementar as camadas de integração com o

futuro Kernel da Unicre, segundo a estratégia e arquitectura de referência definidas ao longo do

projecto.

Concluída esta etapa crucial, que visou identificar quais as condições processuais, humanas e

técnicas imprescindíveis à materialização de um projecto de grande envergadura, com uma

execução estimada em 2 anos e impactos directos no negócios da Unicre, reduzindo-se assim riscos

e custos de execução decorrente de maior previsibilidade e definição de um rumo, arrancar-se-á, no

início de 2010, com a fase da implementação do Projecto MaisMáquina – kernel .

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Este programa estruturante e de grande abrangência, que representa para a Unicre a maior

transformação no domínio das tecnologias de informação efectuada até data, é complexo e de

elevado risco operacional, por:

Ser um programa de longo prazo, estimando-se em 2 anos a sua implementação, a ser

desenvolvido em paralelo com a manutenção das actuais aplicações;

Depender da realização de vários projectos concorrentes, que deverão realizar-se de forma

sincronizada;

Exigir um elevado número de competências e a articulação de várias entidades, devido à forte

interdependência entre iniciativas;

Culminar na substituição de um elevado número de sistemas (aplicações, ficheiros, serviços, ...)

que actualmente suportam os processos de negócio;

A necessidade de realizar uma transição faseada vai obrigar à coexistência entre sistemas antigos e

novos e um elevado número de processos de integração.

No âmbito do vector Projectos de Suporte ao Desenvolvimento dos Negócios foi implementado um

conjunto de novas funcionalidades em linha com os imperativos e as estratégias definidas pela

Unicre e com o aumento da sua eficiência operacional.

Das iniciativas inseridas nesta vertente salientam-se:

O projecto MaisDoc, que visou a implementação de uma solução nova de gestão documental;

A disponibilização de soluções de parceria Redunicre/Bancos mediante a criação de sub-redes

dentro da rede de comerciantes da Redunicre;

O lançamento do 3D Secure – nova solução segura de pagamentos e-commerce, certificada para

Verified by Visa e para SecureCode da MasterCard;

O processamento de cartões de emissores internacionais com denominação diferente de euro;

A racionalização de operações e manutenção de dados Unicre/SIBS;

As aberturas de novos produtos da área de Emissão;

A disponibilização do Portal de Parceiros do negócio de Emissão;

A introdução de novas linhas de crédito com a criação de novas modalidades de pagamento no

âmbito do fraccionamento de compras e novo algoritmo de processamento do crédito pessoal.

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4.2.2. RECURSOS HUMANOS

Garantir o alinhamento dos colaboradores com os objectivos da organização durante uma época de

crise, manter o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, promover o talento e o mérito e

melhorar as condições de trabalho, foram as principais apostas estratégicas na gestão de recursos

humanos em 2009.

Trabalhadores no activo* 284 259 255

Reformados 32 39 46

* Em 31 de Dezembro

200920082007

No final do exercício de 2009, o quadro de pessoal da Unicre era constituído por 255 colaboradores,

o que representa uma redução de 1,5% relativamente ao ano de 2008, reflectindo 15 saídas (das

quais 7 por reforma) e 11 entradas.

Os recursos humanos na Unicre revelaram no final de 2008 uma idade média de 44 anos, sendo 44%

dos colaboradores do sexo feminino.

De 18 a 24 anos

De 25 a 29 anos

De 30 a 34 anos

De 35 a 39 anos

De 40 a 44 anos

De 45 a 49 anos

De 50 a 54 anos

De 55 a 59 anos

De 60 a 61 anos

100% = 255

Mulheres(44%)

Homens(56%)

Média44 anos

RECURSOS HUMANOS NO ACTIVO 31 Dezembro 2009. Percentagem. Número de colaboradores.

Fonte: Unicre

A Unicre continuou a privilegiar a admissão de jovens recém-licenciados (a idade média dos

recrutamentos é de 26 anos), tendo como objectivo o rejuvenescimento dos seus quadros e o

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reforço gradual das suas competências, o que resultou, naturalmente, num aumento do número de

colaboradores com licenciatura face ao ano anterior.

Fonte: Unicre

28%

42%

30%

2º/3º Ciclo

Ensino Universitário

Ensino Secundário

3 p.p.

-3 p.p.

Variação Homóloga

-1 p.p.

FORMAÇÃO ACADÉMICA DOS COLABORADORES DA UNICRE Evolução 2009 face a 2008.

Durante o ano de 2009, a Unicre proporcionou treze bolsas de estágio remuneradas nas suas áreas

de negócio, das quais nove pelo período de seis meses.

Manteve-se, ainda, a mesma política de actuação dos últimos anos, baseada na delegação de

competências, empowerment e mobilidade de recursos, em particular entre áreas centrais e áreas

comerciais.

Desde 2007 que a Unicre, com o objectivo de premiar o grau de contribuição individual de cada

colaborador para os resultados anuais da organização, tem vindo a reforçar a componente de

remuneração variável. Em 2009, o peso dos prémios nas remunerações totais atingiu 9,4%, uma

ligeira redução face a 2008 que se ficou a dever à maior dificuldade no cumprimento de alguns

objectivos.

A Formação continuou a ser um eixo estratégico dos Recursos Humanos, tendo-se registado 7.518

horas de formação, abrangendo 190 participantes, o que corresponde a um total de 40 horas por

colaborador.

Em 2009, e a par das actualizações técnicas e específicas ao negócio de emissão e acquiring, a

aposta recaiu no desenvolvimento de competências comerciais, sendo esta última englobada no

Projecto Academia Redunicre.

Foi dada também continuação ao programa MaisTalento direccionado aos quadros da Unicre.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

No último trimestre de 2009, teve início o programa de desenvolvimento direccionado aos quadros

mais jovens, Jovens Talentos, que tem em conta os seguintes objectivos:

Reter jovens colaboradores com elevado potencial;

Desenhar a arquitectura de um programa de motivação destes jovens quadros, baseado numa

política de gestão individual de carreira e progressão na organização;

Potenciar a preparação de futuros líderes.

Pela primeira vez, a Unicre realizou um programa de ocupação de férias para os filhos de

colaboradores, que decorreu nas férias do Verão e que contou com a participação de 25 crianças

com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos.

A Unicre manteve o patrocínio concedido ao GDCTU, que tem exercido um papel importante na

realização de diversas actividades de cariz intelectual e desportivo.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

4.3. GESTÃO DOS RISCOS

Num contexto de crise económica e financeira generalizada, no ano de 2009, o tema da gestão dos

riscos assumiu um papel acrescido no dia-a-dia da Instituição, em reforço do desenvolvimento

sustentável e da rentabilidade exigida, pelos seus accionistas, e restantes stakeholders.

4.3.1. A GESTÃO DOS RISCOS NA UNICRE

PRINCIPAIS DESENVOLVIMENTOS EM 2009

Durante o último ano, a Unicre apostou na consolidação do sistema de gestão dos riscos, com

especial relevância para as seguintes iniciativas:

Criação, em Abril de 2009, de uma unidade independente de Gestão de Risco e Compliance, no

seio da Direcção de Estratégia e Compliance, baseada em princípios de segregação de funções

entre a função de Auditoria e a função de Gestão de Risco e Compliance2;

Consolidação das funções do Departamento de Risco de Crédito criado no final do ano de

2008, na área de emissão da Empresa;

Entrada em vigor do Manual de Gestão de Risco de Crédito com o objectivo de definir políticas

gerais de gestão do risco de crédito e os princípios para a sua aplicação na concessão,

acompanhamento e recuperação de crédito na Unicre;

Definição da política de gestão de risco da Empresa, designadamente o apetite, tolerância e

limites de exposição global ao risco;

Desenvolvimento de metodologias de cálculo do capital económico referente aos riscos

considerados materialmente relevantes, no âmbito do Processo de Auto-Avaliação da Adequação

de Capital Interno (ICAAP);

Realização de acção de formação presencial, inserida no processo de criação da Unidade de

Gestão de Risco e Compliance, dirigida a colaboradores responsáveis pelas diversas áreas da

Unicre ou com interesses específicos nas questões de risco, com o objectivo de fomentar a

cultura de gestão de risco em todas as áreas e partilhar e discutir os principais conceitos da

gestão dos principais riscos a que a Unicre se encontra exposta.

2 Em conformidade com o aviso n.º 5/2008 do Banco de Portugal

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RELATÓRIO E CONTAS2009

ESTRUTURA ORGANIZATIVA DA GESTÃO DOS RISCOS

Em matéria de gestão de riscos, a Unicre encontra-se organizada sob uma estrutura composta por

três linhas. Cada uma destas linhas com funções específicas que, em conjunto, asseguram uma

eficaz gestão dos riscos.

1ª-

linh

a

MODELO ORGANIZATIVO DAS 3 LINHAS DE DEFESA

Conselho Administração

DE

DSI

DFM

UGTR

RU

2ªlin

ha

Comité Gestão Risco

Comité de Negócios

Comité Sist.Inform.

linh

a

Auditoria Externa

Conselho Fiscal

Linhas de relacionamento funcional actuais Reporte Hierárquico actual Comités Unidade Externa

ACI

Auditoria Interna

Processos Controlo Interno

Comité RH

Conselho Crédito

DEC

Gestão Risco eCompliance

Gestão Risco Crédito

Auditoria Independente: Assegura que as 1ª e 2ª linhas cumprem com as politicas e normas definidas e zela pela utilização eficiente e eficaz dos recursos da organização.

Sistema de Controlo Interno:Análise e reporte do Sistema de Gestão de Riscos. Aconselhamento do Conselho de Administração na definição de políticas que aumentem a eficácia da politica de Gestão de Riscos

Operacionalização: Actividades diárias de gestão do risco de acordo com a estratégia de negócio, normas e procedimentos internos instituídos e politica de Gestão de Riscos

DEC

Fonte: Unicre

O Conselho de Administração é quem define as orientações para o perfil de risco da Empresa e, é

ainda, quem aprova e toma decisões acerca das políticas de gestão de risco e controlos de alto nível

a seguir.

O Comité de Gestão de Riscos tem a responsabilidade de monitorizar o perfil de risco global da

Unicre e garantir o alinhamento do mesmo com a estratégia da Empresa e com as directivas do

Conselho de Administração.

A Unidade de Gestão de Riscos e Compliance assegura:

A compreensão da natureza e materialidade dos riscos globais a que a Unicre se encontra

exposta (crédito, operacional, taxa de juro, liquidez, reputação e estratégia), garantindo a

identificação, avaliação, mitigação, monitorização e controlo de todos os riscos considerados

materiais, em conformidade com as melhores práticas e exigências do Acordo de Basileia;

O cumprimento das obrigações e deveres a que a instituição se encontra sujeita, nomeadamente

a conformidade com as leis, regulamentos, normas profissionais, códigos de ética e de conduta

aplicáveis.

Estão igualmente incluídos nesta estrutura as restantes Direcções e Comités Sectoriais da empresa,

incluindo o Departamento de Risco de Crédito, inserido na Direcção de Emissão.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

Desta forma, é assegurado que a Gestão dos Riscos é uma função transversal a toda a instituição e

realizada com o contributo de todas as áreas. Estão, também, criadas as condições para o

desenvolvimento de uma efectiva “Cultura de Risco”, que deverá permitir, com a participação e

envolvimento efectivo de toda a organização, a identificação, avaliação, monitorização e controlo

dos riscos relevantes.

REGIME PRUDENCIAL

Para cálculo dos requisitos de fundos próprios para o risco de crédito, a Unicre utiliza o Método

Padrão, em conformidade com o aviso n.º 5/2007, enquanto para cálculo dos requisitos de fundos

próprios para o risco operacional aplica o Método do Indicador Básico, definido no aviso n.º 9/2007.

4.3.2. RISCOS MATERIALMENTE RELEVANTES

Consideram-se como riscos materialmente relevantes para a Instituição aqueles em que os eventos

inerentes possuam uma probabilidade de ocorrência significativa e provoquem impactos relevantes

nas condições financeiras da Instituição, conforme retratados na matriz do MAR:

RISCOS MATERIALMENTE RELEVANTES Probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital, decorrentes do incumprimento das

obrigações contratuais assumidas pelos Clientes da instituição, na sequência da concessão de crédito por via dos cartões emitidos pela empresa ou por via da atribuição de crédito pessoal. O principal risco associado à actividade da Unicre, quer em função da probabilidade de ocorrência, quer em função da sua severidade.

Probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital, devido a movimentos adversos nas taxas de juro, por via de desfasamentos de maturidades ou de prazos de refixação das taxas de juro, da ausência de correlação perfeita entre as taxas recebidas e pagas nos diferentes instrumentos, ou da existência de opções embutidas em instrumentos financeiros do balanço ou elementos extrapatrimoniais.

Probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital, decorrentes de violações ou desconformidades relativamente às leis, regulamentos, contratos, códigos de conduta, práticas instituídas ou princípios éticos. Pode traduzir-se em sanções de carácter legal ou regulamentar, na limitação das oportunidades de negócio, na redução do potencial de expansão ou na impossibilidade de exigir o cumprimento de obrigações contratuais.

Risco de Crédito

Risco de Taxade Juro

Risco de Compliance

Probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital, decorrentes de falhas na análise, processamento ou liquidação das operações, de fraudes internas e externas, da actividade ser afectada devido àutilização de recursos em regime de "outsourcing", da existência de recursos humanos insuficientes ou inadequados ou da inoperacionalidade das infra-estruturas.

Risco Operacional

Probabilidade de ocorrência de perdas financeiras, nos resultados ou no capital, decorrentes da incapacidade da instituição dispor de fundos líquidos para cumprir com as suas obrigações, à medida que as mesmas se vencem.

Risco de Liquidez

Probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital, decorrentes de decisões estratégicas inadequadas, da deficiente implementação das decisões ou da incapacidade de resposta a alterações do meio envolvente, bem como a alterações no ambiente de negócios da instituição.

Probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital, decorrentes duma percepção negativa da imagem pública da instituição, fundamentada ou não, por parte de clientes, fornecedores, analistas financeiros, colaboradores, investidores, órgãos de imprensa ou pela opinião pública em geral.

Risco de Estratégia

Risco de Reputação

Probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital, em consequência da inadaptabilidadedos sistemas de informação a novas necessidades, da sua incapacidade para impedir acessos não autorizados, para garantir a integridade dos dados ou para assegurar a continuidade do negócio em caso de falha, bem como devido ao prosseguimento de uma estratégia desajustada nesta área.

Risco Sistemas de Informação

4.3.3. RISCO DE CRÉDITO

O risco de crédito, decorrente da concessão de crédito a Clientes, é o risco de maior relevância

material associado à actividade da Unicre.

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A identificação e monitorização deste risco é efectuada por uma unidade especializada da Direcção

de Emissão, o Departamento de Risco de Crédito, sendo as suas principais funções acompanhar a

carteira de crédito, propor políticas e estratégias a aplicar à carteira, desenvolver e aplicar

medidas preventivas e correctivas e assegurar a conformidade com os requisitos regulamentares

aplicáveis à Unicre em termos de risco de crédito.

Mediante proposta efectuada pelos Departamento de Risco de Crédito e/ou Serviço de Apoio ao

Cliente, compete ao Conselho de Crédito apreciar e decidir quais as melhores opções comerciais a

tomar, de acordo com a gravidade da situação alvo de análise, o perfil do cliente e as políticas de

risco definidas.

GESTÃO DO RISCO DE CRÉDITO

A gestão do risco de crédito é efectuada numa perspectiva global ao longo de todo o ciclo de vida

dos contratos, desde a concessão, passando pelo acompanhamento, até à fase de recuperação de

crédito.

Durante a fase de Concessão de Crédito é estabelecido o contacto com o cliente com o intuito de

recolher toda a informação, avaliar o risco, decidir sobre a operação de crédito e estabelecer os

limites globais de exposição.

A partir do momento em que a Unicre estabelece uma relação creditícia com um cliente inicia-se a

fase de Acompanhamento, através da qual se assegura o seguimento das operações, a identificação

do perfil de risco dos clientes e se tomam as medidas preventivas e correctivas que se justifiquem.

Durante a terceira fase, a Recuperação, efectua-se o esforço de recuperar as operações de crédito

que se encontram em incumprimento. Esta fase inicia-se após se verificar o incumprimento ou se se

considerar que não existe forma de evitar preventivamente que ele ocorra.

MEDIÇÃO E AVALIAÇÃO

Ao nível do processo de concessão do crédito, a medição e avaliação do risco de crédito é efectuada

com auxílio dos resultados obtidos no Modelo de Scoring de Atribuição, que atribui os limites de

crédito e dos graus de risco com base na avaliação da realidade económica e social de cada cliente,

e na Base de Dados de Risco.

O sistema de scoring tem como base a matriz da Fair Isaac e é alimentado por modelos estatísticos

baseados na experiência acumulada, na informação disponibilizada e em critérios claros e

objectivos que permitem automatizar a decisão relativa a propostas de crédito estandardizáveis.

A Base de Dados de Risco é uma base de dados interna alimentada com informação sobre

delinquência dos clientes, incluindo fraudes, e informação relativa à centralização do Banco de

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Portugal, bem como informação relativa à lista de identificação dos indivíduos potencialmente

perigosos.

No decorrer da vida do contrato, enquanto “já cliente”, existe um conjunto adicional de

instrumentos de suporte à medição e avaliação deste risco:

Modelos de Scoring Comportamental, que têm em conta a situação financeira actual do Cliente,

a sua capacidade de reembolso, o seu historial de relacionamento, o seu padrão de actuação

histórico e outras características específicas que possam afectar as perspectivas de recebimento

de capital e juros;

Indicadores de Risco de Crédito,que permitem analisar o perfil de risco da Unicre, com base na

sua análise histórica e na projecção da sua evolução futura (qualidade de crédito, taxa de

recuperação interna/externa, cobertura do risco de crédito, etc.);

Modelo Interno, que permite calcular e monitorizar os factores de risco da carteira de crédito, a

probabilidade de incumprimento (PD), a recuperação (LGD) e a exposição ao incumprimento

(EAD), quer para a totalidade da carteira, quer por segmentos de clientes (score e antiguidade) e

por classe de incumprimento dos clientes;

Stress tests aos modelos de notação de risco (scoring), no sentido de avaliar periodicamente a

qualidade dos mesmos, aferir acerca da sua adequação à carteira de crédito e aferir também se

as variáveis que têm impacto no modelo são realmente aquelas que influenciam os riscos que as

operações de crédito representam para a instituição, em caso de eventos desfavoráveis.

CONTROLO E MITIGAÇÃO

A Unicre tem implementado medidas que visam controlar e reduzir o risco de crédito e que

permitem, simultaneamente, à Instituição ter uma maior capacidade de resposta perante alterações

adversas do mercado onde actua.

SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO DE ALERTAS

Relativamente ao risco de crédito, existem vários sinais de alerta cujo despoletar leva a acções de

intervenção que permitem evitar casos de possível incumprimento. Estes sinais advertem para

situações que afectam, não só o cliente e a operação de crédito, mas também o contexto ou

mercado em que este opera.

RELATÓRIOS DE GESTÃO

São produzidos periodicamente Relatórios de Gestão com a evolução dos principais indicadores da

actividade creditícia em geral e de risco de crédito em particular, neste último caso nas vertentes

da probabilidade de incumprimento, concentração e correlação das perdas dado o incumprimento, e

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RELATÓRIO E CONTAS2009

da exposição ao risco. Estes relatórios fornecem informação relevante para a tomada de decisões

relativas às formas de mitigação do risco de crédito.

MITIGAÇÃO ORGANIZATIVA

Como foi acima referido, foram também criados o Conselho de Crédito e o Departamento de Risco

de Crédito com o objectivo de proceder à redução do risco de crédito e à optimização da gestão do

crédito, respectivamente.

É função do Conselho de Crédito deliberar sobre a atribuição de risco de crédito e sobre créditos

problemáticos, bem como decidir sobre os modelos e critérios de scoring de atribuição,

comportamental e de aumentos automáticos de limites de utilização.

Compete ainda a este conselho avaliar, quer do ponto de vista do desenvolvimento de negócio quer

do da mitigação do risco de crédito, os indicadores produzidos nos relatórios de gestão.

MANUAL DE RISCO DE CRÉDITO

A Unicre dispõe de um Manual de Risco de Crédito que define as políticas gerais de gestão deste tipo

de risco e os princípios para a sua aplicação na concessão, acompanhamento e recuperação de

crédito, funcionando ainda como um controlo que permite à empresa mitigar este tipo de risco.

DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS

Em 2009 o Conselho de Administração procedeu à revisão da matriz de delegação de competências

aplicável no processo de atribuição de crédito. Estas revisões procuraram incutir uma maior

racionalidade e controlo na atribuição de crédito e, desta forma, reduzir a exposição da Instituição

a este risco.

Na delegação de competências existem diversos níveis de aprovação que atribuem capacidade a

diferentes intervenientes no processo de análise e recuperação. Esta é atribuída em função do risco

do cliente e da operação, definido por um conjunto de variáveis/características da decisão em

causa.

LIMITES

A Unicre tem ao seu dispor um sistema que assegura a identificação integral dos limites de

exposição ao risco de crédito estabelecido para cada cliente.

Os limites de exposição por cliente são definidos por tipo de crédito e respeitam as restrições

regulamentares existentes, relativamente à composição e diversificação da carteira e limites de

exposição a contrapartes. A sua eventual ultrapassagem é precedida de uma análise de risco que

justifique devidamente o motivo pelo qual o limite deve ser alterado.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

BASE DE DADOS DE RISCO

A Base de Dados de Risco é também um meio de mitigação do risco de crédito, pois permite aos

analistas identificar os clientes que não se enquadram no perfil de risco da Unicre e, assim, recusar

operações com os mesmos.

4.3.4. RISCO DE LIQUIDEZ

GESTÃO DO RISCO DE LIQUIDEZ

Dada a natureza da Unicre enquanto instituição de crédito, é previsível que uma parte importante

das suas necessidades de financiamento continue a ser suprida através do recurso ao mercado

monetário interbancário com operações de curto prazo.

Para garantir que a gestão do risco de liquidez é efectuada de forma eficiente, a empresa procede à

gestão corrente dos financiamentos com base em fluxos de tesouraria. A contratação dos montantes

e prazos dos financiamentos3 tem em conta os fluxos previsionais de tesouraria da empresa

decorrentes das áreas de negócio e é gerida de molde a evitar os riscos (de liquidez e deterioração

de spreads) associados a uma concentração temporal das necessidades de recurso a fundos alheios.

MEDIÇÃO E AVALIAÇÃO

A gestão corrente do financiamento da empresa está suportada em previsões de fluxos de

tesouraria. O modelo de previsão disponibiliza fluxos de tesouraria previsionais, dia a dia para os 15

dias seguintes, semana a semana para os 3 meses seguintes e mês a mês para os 12 meses seguintes.

CONTROLO E MITIGAÇÃO

Com o objectivo de minimizar a sua exposição ao risco de liquidez, a empresa efectua um controlo

diário aos valores dos saldos dos financiamentos, procurando garantir que existe saldo positivo mas

residual para os bancos com os quais a Instituição não tem acordos de financiamento e que é

efectuada a optimização das restantes contas bancárias face às condições contratuais oferecidas por

todas as entidades bancárias.

Por outro lado, a posição dos financiamentos obtidos é analisada semanalmente e apresentada ao

Conselho de Administração.

Com o objectivo de reduzir o risco de liquidez ao qual a Unicre se encontra exposta, os montantes e

datas de vencimento dos financiamentos são contratados de forma a assegurar que o montante

3 Por regra, para uma dada operação, deverão ser consultados pelo menos quatro bancos incluindo os dois que apresentaram spreads mais baixos na operação anterior; o banco mutuante do financiamento que vai ser substituído, se for o caso; um banco dos que estão há mais tempo sem serem consultados.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

total dos vencimentos não exceda determinados limites por período (dia, semana e mês), salvo

quando se trate de um financiamento de prazo superior a um ano ou nas situações em que o risco de

liquidez não exista esteja atenuado por outro tipo de operações (e.g. emissões com tomada firme,

linhas de crédito firmes).

Pontualmente, a Unicre utiliza a aplicação dos saldos de tesouraria como forma de gestão da sua

liquidez.

4.3.5. RISCO DE TAXA DE JURO

O principal activo financeiro da Unicre é a carteira de crédito sobre clientes (titulares de cartões

por si emitidos).

Atendendo à natureza da sua actividade, a principal fonte de exposição da Unicre na vertente de

risco de mercado é a evolução do nível das taxas de juro.

Historicamente, tanto as taxas activas cobradas pela Unicre como as passivas eram de muito curto

prazo, o que contribuía para a redução da exposição ao risco de taxa de juro. A taxa de juro do

crédito concedido era, na sua maior parte, passível de ser revista trimestralmente, acompanhando a

variação das taxas de juro de curto prazo do mercado monetário.

O alargamento da gama de produtos de crédito oferecidos a clientes, que se repercutiu,

nomeadamente, na extensão dos prazos de reembolso e na fixação do valor das prestações do

crédito, veio aumentar a exposição ao risco de taxa de juro.

MEDIÇÃO E AVALIAÇÃO

A medição e avaliação mensal do risco de taxa de juro é feita com recurso ao cálculo da modified

duration ao nível de cada instrumento financeiro e respectivas carteiras e através do mismatch

entre a variação esperada do valor da carteira de activos e a variação esperada do valor da carteira

de passivos face a uma deslocação paralela da curva de taxas de juro de mercado, estando

estabelecidos limites máximos de exposição que correspondem a 0,1% do valor de mercado dos

activos.

CONTROLO E MITIGAÇÃO

Na sequência destes desenvolvimentos a Unicre definiu uma política de gestão do risco de taxa de

juro que lhe permite uma gestão eficaz e tempestiva deste tipo de risco. São estabelecidos limites

máximos como uma forma de mitigar este tipo de risco para a instituição.

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4.3.6. RISCO OPERACIONAL

Por risco operacional entende-se a possibilidade de a empresa incorrer em perdas directas ou

indirectas em virtude de procedimentos internos inadequados ou falhas dos mesmos, de erros

humanos, de falhas nos sistemas de informação, de fraudes internas ou externas, e de falhas na

análise, processamento ou liquidação das operações.

O risco operacional é o segundo maior no total de todos os riscos que a Unicre enfrenta, logo após o

risco de crédito.

MEDIÇÃO E AVALIAÇÃO

Os questionários anuais de auto-avaliação têm como principal objectivo identificar e avaliar o nível

de risco operacional da Unicre. No entanto, são essencialmente os indicadores específicos de risco

operacional os principais meios utilizados para medir este risco.

CONTROLO E MITIGAÇÃO

Neste mercado há 35 anos, a Unicre tem adoptado um conjunto de práticas de mitigação que se têm

revelado de grande eficiência na gestão deste risco:

MITIGAÇÃO ORGANIZATIVA

A Unicre dispõe de uma estrutura orgânica e funcional que permite, em tempo útil, através da

validação da informação por meio de actividades de controlo, detectar falhas operacionais. De

todas as operações realizadas existe um registo histórico que identifica quem executou, quando e

através de que meios.

O controlo orçamental efectuado pela Direcção de Estratégia e Compliance actua como controlo

adicional sobre eventuais falhas operacionais e consequente impacto ao nível da organização,

permitindo a identificação de situações incorrectas e a regularização das mesmas de forma célere.

A contabilidade da Unicre é efectuada com recurso a software específico (SAP), tendo a respectiva

parametrização sido realizada em consonância com normas específicas de contabilização e demais

critérios de valorimetria estabelecidos para o sector bancário.

A contabilização de transacções obedece a princípios de segregação de funções, sendo a

contabilização realizada e verificada por elementos diferentes da Direcção Financeira e de Meios, o

que permite que erros nos registos contabilísticos sejam detectados e corrigidos atempadamente.

Existe também um acompanhamento regular dos saldos contabilísticos e da sua razoabilidade, bem

como dos detalhes das principais contas de controlo.

SISTEMA AUTOMÁTICO DE DETECÇÃO DE IRREGULARIDADES

Em regime de outsourcing, a empresa Paywatch monitoriza as transacções, em regime de 7 dias/24

horas, de forma a detectar atempadamente possíveis fraudes alheias à organização.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

PCI DSS – PAYMENT CARD INDUSTRY DATA SECURITY STANDARDS

A Unicre iniciou, ainda em 2009, um processo de certificação de compliance com os standards de

segurança Payment Card Industry (PCI DSS).

Os standards de segurança PCI são requisitos técnicos e operacionais definidos pelo PCI Security

Standards Council (PCI SSC) para proteger os dados do titular do cartão. O PCI Council é um fórum

fundado pelos sistemas internacionais de cartões: Visa Inc., MasterCard Worldwide, JCB

International, American Express e Discover Financial Services.

PLANO DE CONTINUIDADE DE NEGÓCIO (PCN)

A empresa tem instituído um Plano de Continuidade do Negócio, incluindo um disaster recovery

plan, que visa garantir a continuidade das operações em situação de catástrofe, minimizando assim

os efeitos negativos junto dos clientes e comerciantes.

PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO

O objectivo deste Plano de Emergência é o de responder com prontidão às possíveis situações de

emergência, de origem interna e externa, e garantir a segurança das pessoas e bens e a

continuidade da actividade de trabalho, apresentando um conjunto de instruções simples e práticas

para evitar ou minimizar eventuais prejuízos humanos e materiais.

PLANO DE CONTINGÊNCIA DE PANDEMIA

O Plano de Contingência de Pandemia da Unicre foi definido para dar resposta ao cenário de

pandemia do vírus da Gripe A (H1N1). No entanto, pode ser aplicado a qualquer outra situação

semelhante em que esteja em causa uma elevada taxa de absentismo dos colaboradores, pois foi

considerado um cenário em que 40% dos colaboradores possam estar infectados ou tenham algum

familiar próximo nessa situação.

Este Plano foi criado com o objectivo de antecipar e gerir o impacto de uma eventual situação de

gripe pandémica nos colaboradores e no negócio da Unicre, visando preparar a resposta operacional

para minimizar as condições de propagação da pandemia e manter os serviços essenciais em

funcionamento.

MEDIDAS RELATIVAS À SEGURANÇA FÍSICA DAS INSTALAÇÕES E DOS TRABALHADORES

A segurança física das instalações e dos trabalhadores está assegurada através do cumprimento de

um conjunto de normas internas e da legislação relevante em vigor em matéria de higiene e

segurança no trabalho. O potencial de perdas é ainda minimizado pela Unicre com recurso à

contratação de seguros adequados.

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4.3.7. RISCOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E LEGAL - ESPECIFICIDADES

De forma adicional à análise do risco operacional considera-se um capítulo diferenciado para os

riscos de sistemas de informação e compliance, vulgarmente incluídos no risco operacional.

RISCO LEGAL

O risco legal ou de compliance pode traduzir-se em sanções de carácter legal ou regulamentar, na

limitação das oportunidades de negócio, na redução do potencial de expansão ou na impossibilidade

de exigir o cumprimento de obrigações contratuais.

Para efectuar uma avaliação deste tipo de risco no contexto da empresa, a Unicre realiza, para

além dos questionários de self-assessment, análises a indicadores distintos como multas, coimas e

outras sanções legais ou regulamentares.

Com o objectivo de reduzir o risco de compliance, a empresa possui um Código de Conduta

(especificado na Norma Interna 114) e uma política de prevenção e monitorização do

branqueamento de capitais. A Instituição dispõe ainda de consultoria jurídica para assessoria legal e

efectua o acompanhamento de alterações legais e fiscais aplicáveis e a monitorização de reports a

entidades reguladoras.

RISCO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

O risco associado aos sistemas de informação tem um peso importante na gestão de riscos da

Instituição devido ao papel preponderante que estes ocupam na actividade da Unicre, tal como é

usual no meio bancário. Na Unicre, a entidade responsável pela gestão deste tipo de riscos é a

Direcção de Sistemas de Informação (DSI).

No entanto, devido ao papel crucial dos sistemas de informação na prossecução dos objectivos

estratégicos, no desenvolvimento do negócio e na melhoria da eficiência operacional da Unicre,

existe ainda um Comité de Sistemas de Informação, como já foi referido acima neste documento,

que reúne mensalmente.

TÉCNICAS DE CONTROLO DO RISCO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

De forma a reduzir a exposição a este tipo de risco, a Unicre dispõe de mecanismos de protecção

das aplicações informáticas, bem como de manuais funcionais e técnicos dos sistemas, aplicações e

rotinas informáticas. Um destes sistemas é a prestação de um serviço ininterruptamente de apoio a

problemas/pedidos internos relacionados com suporte informático disponível na empresa.

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As aplicações informáticas da Unicre funcionam sobre a estrutura tecnológica da SIBS nos termos de

um contrato de outsourcing, sendo que estas aplicações possuem mecanismos de protecção própria

que impedem que um utilizador não autorizado possa pôr em causa a sua operacionalidade e

integridade. Adicionalmente, estão implementados controlos sobre os acessos que permitem

proceder à identificação dos utilizadores e controlar a sua actividade. O acesso às aplicações

informáticas é diferenciado por perfil de utilizador, consoante as suas necessidades e obedecendo a

regras de segregação de funções. Novos acessos ou alterações a acessos existentes têm que ser

autorizados pela hierarquia do utilizador e pela Direcção de Sistemas de Informação.

A informação residente nos sistemas informáticos da Unicre é sujeita a backups periódicos, de

forma a salvaguardar a sua reposição em caso de incidente que resulte na sua perda ou corrupção.

4.3.8. RISCO DE ESTRATÉGIA

A gestão Unicre orienta-se por um Plano Estratégico trienal que estabelece os objectivos de médio

prazo e que coincide com o mandato dos órgãos executivos.

Para gerir de forma eficaz o risco de estratégia, a Unicre procede ainda à preparação anual de um

plano de actividades e de um orçamento respeitantes ao exercício do ano seguinte, em consonância

com o Plano Estratégico trienal aprovado para o período. A existência deste orçamento é

fundamental para que haja um controlo sobre o plano estratégico da Unicre. Por outro lado, o facto

de se proceder à realização de relatórios de execução orçamental e à sua posterior avaliação

repercute-se na tomada de decisões relativas a medidas de mitigação do risco de estratégia.

Com o objectivo de garantir, por um lado, uma melhor integração entre as diversas áreas da

Instituição e a canalização dos meios necessários para a prossecução de objectivos estratégicos e,

por outro lado, a redução do risco de estratégia ao qual a Unicre se encontra exposta, a empresa

mantém em actividade o Comité de Negócios, fórum responsável pela análise da concorrência.

4.3.9. RISCO DE REPUTAÇÃO

MEDIÇÃO E AVALIAÇÃO

Os meios de avaliação do risco de reputação utilizados na Unicre são questionários de self-

assessment, monitorização da notoriedade da marca, análise de reclamações de clientes e o

questionário de satisfação dos clientes. Neste âmbito, são ainda realizados stress tests através de

análises de sensibilidade de modo a que seja possível ter uma visão prospectiva do impacto que

certas situações hipotéticas possam ter na Instituição.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

CONTROLO E MITIGAÇÃO

O risco de reputação é um risco que facilmente decorre de qualquer um dos restantes riscos já

identificados. A Unicre tem implementado um conjunto de medidas de controlo e de gestão de

forma a garantir a minimização da sua exposição a este risco, nomeadamente:

A gestão da marca Unicre é garantida por uma empresa externa contratada em regime de

outsourcing.

A Unicre acompanha o tratamento e o controlo de reclamações dos clientes. Este

acompanhamento é essencial para a Instituição conseguir, de forma atempada, tomar medidas

de correcção de eventuais falhas nos procedimentos ou sistemas que tenham sido identificadas

nessas reclamações.

Para reduzir o Risco de Reputação, a Unicre possui também um Código de Conduta aplicável a

todos os colaboradores da Instituição.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

5. ANÁLISE FINANCEIRA A presente análise financeira tem por base as Demonstrações Financeiras da Unicre, preparadas de

acordo com as Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), no âmbito da aplicação do Aviso

nº.1/2005, de 21 de Fevereiro, e da instrução nº. 9/2005, de 11 de Março do Banco de Portugal e

reportadas no ponto 8 deste relatório.

Na sequência da ocorrência de um conjunto de eventos não recorrentes nos anos em análise, 2008 e

2009, a Unicre optou por apresentar neste relatório de gestão, e para efeitos comparativos, a conta

de exploração sem correcção (Real) e com correcção (Recorrente) dos seguintes efeitos não

recorrentes:

Ano 2008

Impacto positivo de dividendos recebidos da sociedade Visa International Incorporation, no

valor de 15,8 milhões de Euros;

Impacto negativo da amortização, em resultados do exercício dos desvios actuariais e

financeiros, em excesso sobre o limite do corredor, no valor de 3,2 milhões de Euros e das

indemnizações por rescisão contratual na sequência do outsourcing do centro de segurança, no

valor de 549 mil Euros.

Ano 2009

Impacto positivo das mais valias realizadas na venda de 30% do portfolio de acções da Visa

International Incorporation, no valor de 4 milhões de Euros.

5.1. SÍNTESE E PRINCIPAIS INDICADORES

Apesar dos efeitos da crise financeira e económica se terem revelado com maior magnitude no ano

de 2009, o Resultado Líquido da Unicre atingiu 15,2 milhões de Euros.

Este nível de rendibilidade ficou a dever-se essencialmente à Margem Financeira.

Por outro lado, a contracção da actividade nos negócios de maior retorno, nomeadamente da

facturação decorrente da utilização de cartões estrangeiros e de cash advance na rede de aceitação

da Unicre, reflectiu-se num decréscimo da Margem de Comissões (-14,6%).

O efeito positivo alcançado pela margem financeira não foi suficiente para compensar este

decréscimo da margem de comissões, resultando na diminuição do Produto Bancário, em 2,6%, em

base recorrente.

No plano dos Custos de Funcionamento destaca-se, em base recorrente, o decréscimo de 10,1% da

rubrica de Custos com pessoal, em resultado sobretudo do outsourcing do Centro de Segurança.

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Os Gastos Gerais Administrativos apresentam um decréscimo de 1,7% face ao ano de 2008.

Esta redução de custos traduziu-se na melhoria do Rácio de Eficiência4 de 65,6% para 63,7%.

O custo do risco de crédito sofre o impacto mais negativo, com um aumento de 6,8 milhões de

Euros relativamente a 2008, resultado da deterioração do ambiente económico.

O Activo Líquido, por sua vez, reduz em 2,9% quer por via da redução da carteira de crédito, em

cerca de 5%, quer por via do efeito do maior provisionamento para crédito vencido, superior em 74%

em comparação com o valor do ano de 2008.

No que diz respeito ao Capital a Unicre terminou o ano com rácio total de 14,3%,

correspondendo-lhe um Tier I de 11,6%.

5.2. CONTA DE RESULTADOS Milhares de Euros

Real Recorrente

Ano Ano Ano Ano

2008 2009 Valor % 2008(R) 2009(R) Valor %

Margem Financeira ajustada(1) 35.210 39.049 3.839 10,9% 35.210 39.049 3.839 10,9%

Juros e Rendimentos Similares ajustados (1) 44.109 45.501 1.392 3,2% 44.109 45.501 1.392 3,2%

Juros e Encargos Similares (8.899) (6.452) 2.447 (27,5%) (8.899) (6.452) 2.447 (27,5%)

Rend. de Instrumentos de Capital 15.757 251 (15.505) (98,4%) 1 251 250 29709,0%

Rend. de Serviços e Comissões ajustados (2) 190.418 185.571 (4.848) (2,5%) 190.418 185.571 (4.848) (2,5%)

Encargos com Serviços e Comissões (144.949) (146.734) (1.785) 1,2% (144.949) (146.734) (1.785) 1,2%

Resultados de Reavaliação Cambial 1 12 11 781,5% 1 12 11 781,5%

Result.Activos Financ.Disponíveis Venda 838 4.069 3.231 385,7% 838 42 (795) (94,9%)

Outros Resultados de Exploração 8.638 9.664 1.025 11,9% 8.638 9.664 1.025 11,9%

Produto Bancário 105.913 91.882 (14.032) (13,2%) 90.158 87.855 (2.303) (2,6%)

Custos com Pessoal (20.786) (15.342) 5.445 (26,2%) (17.069) (15.342) 1.728 (10,1%)

dos quais:

Salários e Venc. e Outros Enc. Sociais (15.862) (14.953) 909 (5,7%) (15.861) (14.953) 908 (5,7%)

Outros Custos com Pessoal (4.925) (389) 4.536 (92,1%) (1.208) (389) 819 (67,8%)

Gastos Gerais Administrativos (39.522) (38.860) 661 (1,7%) (39.522) (38.860) 661 (1,7%)

Amortizações do Exercício (2.573) (1.756) 817 (31,8%) (2.573) (1.756) 817 (31,8%)

Recuperações de créditos, juros e despesas 3.878 5.815 1.937 49,9% 3.878 5.815 1.937 49,9%

Corr.Val.Assoc.Cr.Cli.e Outros Devedores (12.159) (23.726) (11.568) 95,1% (12.159) (23.726) (11.568) 95,1%

Impar.Out.Activos Liq.Reversões e Recup. (120) 42 163 (135,4%) (120) 42 163 (135,4%)

Prov. Líquidas de Reposições e Anulações (2.331) 1.856 4.187 (179,6%) (2.332) 1.856 4.188 (179,6%)

Resultado Antes de Impostos 32.300 19.911 (12.389) (38,4%) 20.262 15.885 (4.377) (21,6%)

Impostos (6.610) (4.758) 1.852 (28,0%) (4.668) (3.955) 713 (15,3%)

Correntes (8.089) (5.196) 2.893 (35,8%) (6.147) (4.393) 1.754 (28,5%)

Diferidos 1.479 438 (1.041) (70,4%) 1.479 438 (1.041) (70,4%)

Resultado Líquido 25.690 15.153 (10.538) (41,0%) 15.594 11.930 (3.664) (23,5%)

2008 (R) Ajustado de valores não recorrentes relativos a dividendos recebidos da Visa International Incorporation, amortização em resultados do exercício dos desvios actuariais e financeiros em excesso

sobre o limite do corredor e indemnizações por rescisão contratual na sequência de outsourcing do centro de segurança

(1) Juros e Rendimentos Similares ajustados inclui proveitos do produto Cash Advance em Conta

2009 (R) Ajustado de valores não recorrentes relativos às mais valias realizadas na venda de 30% do portfolio de acções da Visa International Incorporation

VariaçãoVariação

(2) Rendimentos de Serviços e Comissões ajustados exclui proveitos do produto Cash Advance em Conta

4 Rácio de Eficiência = [Custos de Funcionamento (Pessoal e FST) + Amortizações]/Produto Bancário, ajustado, em 2008, de valores não recorrentes

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RELATÓRIO E CONTAS2009

Em 2009, o Resultado Líquido recorrente totalizou 11,9 milhões de euros (valor que compara com

15,6 milhões de euros do ano de 2008).

Esta evolução negativa resulta da combinação de um crescimento da Margem Financeira com um

decréscimo da Margem de Comissões, uma diminuição dos Custos de Funcionamento e um aumento

significativo das provisões.

MARGEM FINANCEIRA

A Margem Financeira ajustada5 obtida pela Unicre durante o exercício de 2009, aumentou 10,9%

face ao ano anterior, tendo ultrapassado o valor de 39 milhões de euros.

Este valor contempla os proveitos obtidos com os produtos de Crédito Pessoal, que registaram um

crescimento de 12,1% face ao ano anterior. O Crédito Pessoal abrange todos os produtos de crédito

não revolving concedido pela Unicre, com prazos até 5 anos.

Apesar das restrições assumidas ao nível da política de concessão de crédito, traduzidas na redução

do ritmo de crescimento dos proveitos de Crédito Pessoal (44% em 2008) e no crescimento

moderado dos juros e proveitos equiparados, de 1,4%, a redução dos custos de financiamento,

permitiu apresentar uma performance positiva de mais de 3,8 milhões de euros.

Milhares de Euros

Ano Ano

2008 2009 Valor %

Juros e Proveitos Equiparados 36.812 37.322 509 1,4%

Juros e Custos Equiparados (8.899) (6.452) 2.447 (27,5%)

Margem Financeira 27.913 30.870 2.957 10,6%

Proveitos de Crédito Pessoal 7.296 8.179 883 12,1%

Margem Financeira Ajustada 35.210 39.049 3.839 10,9%

Variação

COMISSÕES LÍQUIDAS

As Comissões líquidas ajustadas6 dos proveitos de Crédito Pessoal totalizaram 38,8 milhões de

euros em 2009, valor que reflecte uma diminuição de 6,6 milhões de Euros (-14,6%) face ao ano de

2008.

Apesar do peso da margem de comissões da actividade de acquiring7 no total das Comissões Líquidas

atingir 95% e ser responsável por uma quebra de 2,8 milhões de euros face a 2008, o decréscimo

5 Juros e rendimentos similares ajustados inclui proveitos do produto Crédito Pessoal 6 Rendimentos de serviços e comissões ajustados exclui proveitos do produto Crédito Pessoal

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RELATÓRIO E CONTAS2009

evidenciado pelas Outras Comissões Líquidas (com 5% do total de Comissões), no total de 3,8

milhões de euros, acaba por influenciar de igual forma a evolução negativa deste agregado.

A margem das restantes comissões apresentou uma redução de 66,4% face ao ano de 2008, em

resultado da diminuição dos resultados de Cash Advance, do aumento das comissões pagas ao nível

do preçário dos Sistemas Internacionais, da redução dos proveitos ao nível de anuidades cobradas

aos clientes e do aumento das despesas relativas aos canais de distribuição.

Milhares de Euros

Ano Ano

2008 2009 Valor %

Comissões Proveito 197.715 193.750 (3.965) (2,0%)

Comissões Custo (144.949) (146.734) (1.785) 1,2%

Comissões líquidas 52.766 47.016 (5.750) (10,9%)

Ajustes relativos ao Crédito Pessoal (7.296) (8.179) (883) 12,1%

Comissões líquidas ajustadas 45.469 38.837 (6.633) (14,6%)

Por memória:

Descontos e Interchange Fees Liquidos 39.719 36.905 (2.814) (7,1%)

Outras Comissões Líquidas 5.750 1.931 (3.819) (66,4%)

Variação

O crescimento da Margem Financeira não foi apesar de tudo suficiente para suprir o decréscimo

verificado nas Comissões Líquidas Ajustadas, reflexo de uma quebra na facturação dos negócios com

maior margem.

Consequentemente, o Produto Bancário recorrente registou em 2009 uma redução de 2,6%,

totalizando 87,9 milhões de euros.

COMPOSIÇÃO DO PRODUTO BANCÁRIO

A Margem Financeira continuou a tendência de aumento de peso registada nos últimos exercícios,

representando 44% do total do Produto Bancário (39% e 33%, em 2008 e 2007, respectivamente).

Em contrapartida, as Comissões Líquidas e os Outros Proveitos diminuem o peso no total do Produto

Bancário, representando 44% e 11% do total, respectivamente.

Esta alteração da composição das principais fontes de receita da Unicre é resultado do efeito

conjugado da redução da margem na actividade de acquiring e da redução da facturação sobretudo

em operações de maior margem.

7 Diferença entre os descontos recebidos de comerciantes e as interchange fees pagas aos emissores

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RELATÓRIO E CONTAS2009

11% 11%

39% 44%

50% 44%

2008 2009

90 88

EVOLUÇÃO DO MIX DO PRODUTO BANCÁRIOMilhões de euros. Percentagem

Comissões líquidasajustadas

Margem financeiraajustada

Outros Proveitos

(R)(R)

2008R Excluindo o impacto de eventos não recorrentes resultantes do recebimento de dividendos da sociedade Visa International Incorporation, da amortização em resultados do exercício dos desvios actuariais e financeiros em excesso sobre o limite do corredor e de indemnizações por rescisão contratual referentes aos colaboradores do Centro de Segurança, desactivado por passagem a Outsourcing

2009R Excluindo o impacto de eventos não recorrentes resultantes do recebimento da mais valia de 30% do portfolio da Visa Incorporation no valor de 4M€.

Fonte: Unicre

CUSTOS DE ESTRUTURA

Os Custos de Estrutura registaram um decréscimo de 5,4% face ao ano de 2008, em base

recorrente, totalizando aproximadamente 56 milhões de euros. Este resultado deve-se

essencialmente ao efeito conjugado de redução dos custos de funcionamento, em 4,2%, e das

amortizações, em 31,8%.

A rubrica de Custos com Pessoal apresenta em 2009 uma redução de 10,1% face a 2008 devido ao

outsourcing do Centro de Segurança e à menor necessidade de incorrer em custos com

reestruturações.

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Milhares de Euros

Ano Ano

2008 (R) 2009 Valor %

Custos com Pessoal 17.069 15.342 (1.728) (10,1%)

Salários e vencimentos 11.272 10.439 (833) (7,4%)

Indemnizações contratuais e reestruturações 1.208 389 (819) (67,8%)

Amortização do Excesso do Corredor (1) 0 0 0 -

Encargos com Reformas e outros Benefícios Longo Prazo

2.501 2.565 64 2,6%

Outros encargos sociais 2.087 1.949 (139) (6,6%)

Por memória:

Custos com Pessoal excluindo indemnizações contratuais, reformas antecipadas e amortização do excesso do corredor

15.861 14.953 (908) (5,7%)

Fornecimentos e Serviços de Terceiros 39.522 38.860 (661) (1,7%)

Custos de Funcionamento 56.591 54.202 (2.389) (4,2%)

Amortizações do Exercício 2.573 1.756 (817) (31,8%)

Custos de Estrutura 59.164 55.958 (3.206) (5,4%)

Variação (R)

2008 (R) Ajustado de valores não recorrentes relativos a dividendos recebidos da Visa International Incorporation, amortização em resultados do exercício dos

desvios actuariais e financeiros em excesso sobre o limite do corredor e indemnizações por rescisão contratual na sequência de outsourcing do centro de segurança

A evolução da rubrica Fornecimento e Serviços de Terceiros reflecte uma poupança em custos

com processamento (-2,5%) em resultado do esforço de renegociação contratual e em custos de

funcionamento operativos (-5-5%) em resultado da maior eficiência operativa decorrente do

outsourcing do centro de segurança. A poupança conjunta destas duas rubricas atingiu em 2009 a

totalidade de 0,7 milhões de euros, uma redução de 1,7% face ao ano de 2008.

Milhares de Euros

Ano Ano

2008 2009 Valor %

Fornecimentos e Serviços de Terceiros 39.522 38.860 (661) (1,7%)

Processamento 17.137 16.709 (427) (2,5%)

Software e licenciamento 6.706 6.954 248 3,7%

Outsourcing Informático 5.617 5.761 143 2,6%

Licenças e Outros Custos com Software 1.089 1.193 104 9,6%

Custos de funcionamento operativos (1) 11.602 10.959 (643) (5,5%)

Outros 4.077 4.239 161 4,0%

Marketing e Publicidade 2.713 2.060 (653) (24,1%)

Estudos e consultas 1.364 2.179 814 59,7%

(1) Comunicações, serviços de mão-de-obra, conservação e reparação de equipamento, material de expediente, seguros e outros

Variação

Potenciado pelo efeito de 4,2% de decréscimo dos custos de funcionamento e por uma redução

inferior do Produto Bancário (2,6%), o Rácio de Eficiência Cost to Income, em base recorrente nos

dois anos, reduziu 1,1 pontos percentuais, fixando-se nos 61,7%.

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Cost to IncomeCustos de Funcionamento

5457

2008 200961,7%

62,8%

2008 2009

Produto Bancário

EVOLUÇÃO DO COST-TO-INCOME DA UNICREPercentagem. Milhões de euros

8890

2008 2009

(R)

(R)

(R)

- 4,2%

(R)

- 2,6%

(R)

2008R Excluindo o impacto de eventos não recorrentes resultantes do recebimento de dividendos da sociedade Visa International Incorporation, da amortização em resultados do exercício dos desvios actuariais e financeiros em excesso sobre o limite do corredor e de indemnizações por rescisão contratual referentes aos colaboradores do Centro de Segurança, desactivado por passagem a Outsourcing

2009R Excluindo o impacto de eventos não recorrentes resultantes do recebimento da mais valia de 30% do portfolio da Visa Incorporation no valor de 4M€.

Fonte: Unicre

Incluindo amortizações, em 2009 o rácio de eficiência, em base recorrente, desce para 63,7%, (uma

diferença de 1,9 pontos percentuais em relação aos 65,6% atingidos no ano anterior).

O rácio de custos com pessoal desce 1,5 pontos percentuais quando comparado com 2008,

traduzindo o efeito da opção pelo outsourcing do centro de segurança.

63,7%65,6%73,1%

69,4%62,8% 61,7%

17,5%18,9%19,0%

2007 2008 2009

Rácio de Eficiência*

Rácio de Custos com Pessoal**

-1.9 p.p.

-1.5 p.p.

EVOLUÇÃO DOS PRINCIPAIS INDICADORES DE EFICIÊNCIAPercentagem

(R)(R)

* Rácio de Eficiência = (Custos de Funcionamento (Pessoal e FST) + Amortizações)/Produto Bancário, ajustado, em 2008, de valores não recorrentes

** Rácio de Custos com Pessoal = Custos com pessoal/Produto Bancário, ajustado, em 2008, de valores não recorrentes2008R Excluindo o impacto de eventos não recorrentes resultantes do recebimento de dividendos da sociedade Visa International Incorporation, da

amortização em resultados do exercício dos desvios actuariais e financeiros em excesso sobre o limite do corredor e de indemnizações por rescisão contratual referentes aos colaboradores do Centro de Segurança, desactivado por passagem a Outsourcing

2009R Excluindo o impacto de eventos não recorrentes resultantes do recebimento da mais valia de 30% do portfolio da Visa Incorporation no valor de 4M€

Fonte: Unicre

Cost to Income

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PROVISÕES, IMPARIDADES E CORRECÇÕES DE CRÉDITO LÍQUIDAS

Os movimentos em 2009 nas rubricas de provisões, imparidades e correcções líquidas totalizaram

um valor de 21,8 milhões de euros, representando um aumento de 7,2 milhões de euros face a 2008.

Esta evolução deveu-se essencialmente ao aumento registado na rubrica de ‘Provisões para crédito

vencido líquidas de reposições e anulações’, que registou um crescimento de 11,6 milhões de euros.

Milhares de Euros

Ano Ano

2008 2009 Valor %

Provisões líquidas de reposições e anulações 2.332 (1.856) (4.188) (179,6%)

Provisões para Riscos Gerais de Crédito 2.456 (362) (2.818) (114,7%)

Provisões para Outros Riscos e Encargos (125) (1.495) (1.370) 1099,5%

Provisões para crédito vencido líquidas de reposições e anulações

12.159 23.726 11.568 95,1%

Imparidade de outros activos líquida de reversões e recuperações

120 (42) (163) (135,4%)

Provisões, imparidades e correcções líquidas 14.610 21.828 7.217 49,4%

Variação

No plano do custo do risco de crédito verificou-se um acréscimo líquido de 6,8 milhões de euros,

traduzindo o aumento de 8,8 milhões das provisões para crédito8 e o acréscimo de 1,9 milhões de

euros das recuperações de crédito, juros e despesas.

Milhares de Euros

Ano Ano

2008 2009 Valor %

Provisões para crédito, líquidas de correcções 14.615 23.365 8.750 59,9%

Provisões para crédito vencido líquidas de reposições e anulaç 12.159 23.726 11.568 95,1%

Provisões para Riscos Gerais de Crédito 2.456 (362) (2.818) (114,7%)

Recuperações de créditos, juros e despesas 3.878 5.815 1.937 49,9%

Custo do risco de crédito 10.737 17.550 6.813 63,5%

Var. 2007 / 2006

O Resultado Antes de Impostos regista uma diminuição de 21,6%, situando-se nos 15,9 milhões de

euros em base recorrente, reflexo do resultado negativo da margem de comissões, por via da

alteração do mix dos produtos e do nível do provisionamento significativamente elevado,

decorrente da deterioração do incumprimento.

8 Provisões para crédito vencido, líquidas de reposições e anulações + Provisões para riscos gerais de crédito

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RELATÓRIO E CONTAS2009

5.3. BALANÇO

267244

4154

2008 2009

EVOLUÇÃO DO ACTIVO LÍQUIDOMilhões de euros

Crédito a clientes

Restantes activos

Fonte: Unicre

299308- 2,9%

O activo líquido total da Unicre era de 298,6 milhões de euros em final de 2009, registando um

decréscimo de 2,9% (8,9 milhões de euros) face aos 307,5 milhões registados em final de 2008. Esta

redução é explicada sobretudo pela diminuição em aproximadamente 23 milhões de euros no saldo

do Crédito a Clientes em Dezembro de 2009.

Esta redução é resultante, por um lado, da política de contenção na atribuição de crédito a Clientes

(menos 5% face a 2008) e, por outro, da deterioração da carteira de crédito com inevitável aumento

das provisões para crédito (mais 74% em comparação com 2008).

Os Restantes Activos registam um aumento de 34%, atingindo 54 milhões de euros. Este montante

inclui uma posição de liquidez no valor de 20,3 milhões.

O indicador de rendibilidade do activo médio (ROA) apresenta em 2009, em base recorrente, um

valor de 4,1% e a rendibilidade do capital próprio médio (ROE) um valor de 21%.

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37,0%

21,0%

2008 2009

5,3%

4,1%

2008 2009

Rendibilidade do activo médio (ROA)

Rendibilidade dos capitais próprios médios (ROE)

EVOLUÇÃO DA RENTABILIDADEPercentagem.

(R)(R)

2008R Excluindo o impacto de eventos não recorrentes resultantes do recebimento de dividendos da sociedade Visa International Incorporation, da amortização em resultados do exercício dos desvios actuariais e financeiros em excesso sobre o limite do corredor e de indemnizações por rescisão contratual referentes aos colaboradores do Centro de Segurança, desactivado por passagem a Outsourcing

2009R Excluindo o impacto de eventos não recorrentes resultantes do recebimento da mais valia de 30% do portfolio da Visa Incorporation no valor de 4M€.

Fonte: Unicre

(R)(R)

CRÉDITO CONCEDIDO A CLIENTES

Milhares de Euros

Ano Ano

2008 2009 Valor %

Crédito líquido sobre Clientes 266.934 244.187 (22.746) -8,5%

Crédito interno e juros a receber 253.186 229.065 (24.122) -9,5%

Crédito e juros vencidos 26.157 36.713 10.556 40,4%

Provisões para Crédito a Clientes e Juros Vencidos (-) 12.410 21.591 9.181 74,0%

Variação

O saldo de Crédito Líquido sobre Clientes registou uma diminuição de 8,5% face a 2008, tendo o

Crédito e juros vencidos um aumento de 40,4%.

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EVOLUÇÃO DO CRÉDITO VENCIDOPercentagem

13,1%

9,4%

6,6%

2007** 2008** 2009

* Crédito com incumprimento há mais de 90 dias / Crédito total corrigido dos valores das transferências automáticas, dos juros a receber e da especialização das anuidades

** Valores ajustados para assegurar a comparabilidade da informação com o ajuste da metodologia de apuramento e classificação do crédito em incumprimento, realizado em 2009

Fonte: Unicre

Rácio de Qualidade de Crédito*

+3,7 p.p.

O aumento significativo do crédito com incumprimento em relação ao período homólogo (+40,4%)

reflecte a deterioração da actividade económica. No final de 2009, o rácio de crédito com

incumprimento alcançou o valor de 13,1%, que compara com 9,4% no final do ano anterior.

As perdas esperadas associadas à carteira de crédito vencido (mais de 3 meses) em final de 2009

estimaram-se em 67,5% do respectivo saldo.

OUTROS ACTIVOS E PASSIVOS - RESPONSABILIDADES COM PENSÕES

O valor patrimonial do Fundo de Pensões da Unicre situava-se em 31 de Dezembro de 2009 em 65,8

milhões de euros (em comparação com 62,3 milhões de euros no início do ano), o que se deve à

performance financeira positiva do fundo (a taxa de rendimento do Fundo de Pensões foi de 5,87%)

e à contribuição efectuada no montante de 1,2 milhões de euros.

As Responsabilidades com Serviços Passados aumentaram 5,6%, reflectindo essencialmente o

impacto das reformas antecipadas do ano.

O nível de financiamento das Responsabilidades com Serviços Passados situava-se no final do ano

em 96,43%, cumprindo integralmente os requisitos previstos no Aviso 12/2001 do Banco de Portugal

quanto ao nível mínimo de financiamento das responsabilidades por serviços passados.

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Milhares de Euros

Ano Ano

2008 2009 Valor %

Responsabilidades c/ Serviços Passados 64.659 68.289 3.630 5,6%

Valor Patrimonial do Fundo 62.345 65.848 3.503 5,6%

Nível de cobertura das Responsabilidades c/

Serviços Passados (1) 96,42% 96,43%

Rendimento do Fundo -4,00% 5,87%

Variação

9,87 p.p.

(1) Valor Patrimonial do Fundo / Responsabilidades c/ Serviços Passados

0,0 p.p.

FUNDOS PRÓPRIOS

A Unicre, tal como as restantes instituições financeiras, está sujeita a requisitos de fundos próprios

estipulados pelo Banco de Portugal. No cálculo dos requisitos de risco de crédito a Unicre utiliza o

método padrão e para a estimativa das necessidades para risco operacional, o método do indicador

básico.

No final do ano de 2009, os Fundos Próprios da Empresa, excluindo o Resultado Líquido do

exercício, totalizavam 54,6 milhões de euros, dos quais 81% em Fundos Próprios de Base.

O acréscimo em Fundos Próprios, de 30% face a 2008, deveu-se:

À parcela dos resultados líquidos de 2008 retidos e constituídos em fundos próprios de base;

Ao aumento das reservas de justo valor de activos disponíveis para venda, que contribuíram em

45% para os fundos próprios complementares.

No âmbito de Basileia II, em 31 de Dezembro de 2009, o rácio de Adequação de Fundos Próprios da

Unicre era de 14,3% (mais 3,65 pontos percentuais face ao ano de 2008) e o rácio de Adequação de

Fundos Próprios de Base de 11,60% (9,37% em 2008).

Note-se que estes Fundos Próprios serão em parte absorvidos pelos investimentos em tecnologia nos

próximos 2 anos.

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Milhares de Euros

31 Dez. 31 Dez.

2008 2009 Valor %

Fundos Próprios Totais 41.875 54.618 12.743 30,4%

Fundos Próprios de Base (Tier I) 36.998 44.453 7.455 20,1%

Fundos Próprios Complementares (Tier II) 4.876 10.165 5.288 108,4%

Requisitos de Fundos Próprios 31.577 30.649 -928 -2,9%

Rácio de Adequação de Fundos Próprios 10,61% 14,26%

Rácio de Adequação de Fundos Próprios de Base 9,37% 11,60%

De acordo com o framework da Instrução nº. 23/2007 do Banco de Portugal

Variação

2,23 p.p.

3,65 p.p.

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6. PROPOSTA DE APLICAÇÃO DOS RESULTADOS

No exercício de 2009 a Unicre obteve um lucro líquido de 15.152.880,81 euros, dos quais

11.929.882,81 euros de resultados recorrentes e 3.222.998,00 euros de resultados não recorrentes.

Desta forma e considerando:

(i) As disposições legais e estatutárias;

(ii) A manutenção dos actuais níveis do rácio de solvabilidade;

(iii) A prudência que o cenário de crise económica exige; e

(iv) Os exigentes objectivos a que a Unicre se propôs, para os quais são essenciais os

investimentos estratégicos a efectuar,

O Conselho de Administração propõe que, relativamente ao exercício de 2008, seja distribuído o

seguinte dividendo:

Para reserva legal (artigo 97, nº 1 do RGICSF) 1.515.288,08 euros

Para dividendos 11.477.971,75 euros

Para reserva livre 2.159.620,98 euros

Total 15.152.880,81 euros

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7. NOTAS FINAIS No sentido de cumprir com o artigo 66.º do Código das Sociedades Comerciais, refira-se que, por

indicação da Deloitte & Associados, SROC, S.A., a seu pedido, o Sr. Dr. Luís Augusto Gonçalves

Magalhães foi substituído pela Sra. Dra. Augusta Cardador Francisco a partir de 11 de Janeiro de

2010.

Para os devidos efeitos declara-se que não ocorreram, após o termo do exercício, quaisquer outros

factos relevantes não mencionados, estando a verificar-se um normal andamento dos negócios.

Lisboa, 11 de Fevereiro de 2010

O Conselho de Administração

_______________________________________________

António Ramalho, Presidente

_______________________________________________

Amadeu Paiva

_______________________________________________

Vasco Pereira

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8. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E NOTAS

8.1. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

BALANÇOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

Milhares de Euros.

31 de Dezembro

2008

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 3 14 - 14 35

Disponibilidades em outras instituições de crédito 4 124 - 124 179

Activos financeiros disponíveis para venda 5 8.455 - 8.455 6.366

Aplicações em instituições de crédito 4 20.300 - 20.300 0

Crédito a clientes 6 265.778 (21.591) 244.187 266.934

Outros activos tangíveis 7 49.869 (40.349) 9.520 9.807

Activos intangíveis 8 30.492 (26.908) 3.584 1.316

Investimentos em filiais, associadas e

empreendimentos conjuntos 9 402 - 402 225

Activos por impostos 25 4.616 - 4.616 4.626

Outros activos 10 8.059 (698) 7.361 18.012

Total do activo 388.109 (89.546) 298.563 307.500

Valor Líquido

Valor antes de

provisões, imparidade e amortizações

Provisões, imparidade e

amortizações

Valor Líquido

31 de Dezembro de 2009

ACTIVO Notas

Milhares de Euros.

31 de Dezembro 31 de Dezembro

2009 2008

Recursos de outras instituições de crédito 11 161.466 167.788

Provisões 12 9.641 12.374

Passivos por impostos 25 1.859 5.530

Outros passivos 13 53.187 49.894

Total do passivo 226.153 235.586

Capital 15 10.000 10.000

Acções Próprias 15 (243) (243)

Reservas de reavaliação 16 6.825 5.513

Outras reservas e resultados transitados 17 40.675 30.954

Resultado Líquido do exercício 15.153 25.690

Total de capital 72.410 71.914

Total de passivo e capital 298.563 307.500

PASSIVO E CAPITAL Notas

As notas fazem parte integrante destes balanços.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS

PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

Milhares de Euros.

Notas 2009 2008

Juros e rendimentos similares 18 37.322 36.812

Juros e encargos similares 19 (6.452) (8.899)

Margem financeira 30.870 27.913

Rendimentos de Instrumentos de Capital 5 251 15.757

Rendimentos de serviços e comissões 20 193.750 197.715

Encargos com serviços e comissões 20 (146.734) (144.949)

Resultados de Reavaliação Cambial 12 1

Resultados de Activos financeiros disponíveis para venda 5 4.069 838

Outros resultados de exploração 21 9.664 8.638

Produto bancário 91.882 105.912

Custos com pessoal 22 e 23 (15.342) (20.786)

Gastos gerais administrativos 24 (38.860) (39.522)

Amortizações do exercício 7 e 8 (1.756) (2.573)

Recuperações de créditos, juros e despesas 12 5.815 3.878

Correcções de valor associadas ao crédito a clientes

e valores a receber de outros devedores (líquidas 12 (23.726) (12.159)

de reposições e anulações)

Imparidade de outros activos líquida de reversões

e recuperações 12 42 (120)

Provisões líquidas de reposições e anulações 12 1.856 (2.331)

Resultado antes de impostos 19.911 32.300

Impostos

Correntes 25 (5.196) (8.089)

Diferidos 25 438 1.479

Resultado após impostos 15.153 25.690

As notas fazem parte integrante destas demonstrações.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

DEMONSTRAÇÕES DO RENDIMENTO INTEGRAL

PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

Alienação de Activos Disponíveis para Venda 5 (2.049) (442)

Valorização de Activos Disponíveis para Venda 5 4.518 6.324

Impostos Diferidos - Activos Disponíveis para Venda 25 (1.157) 158

Impostos Correntes - Activos Disponíveis para Venda 25 - (879)

Resultado não incluído na demonstração de resultados 1.313 5.161

Resultado líquido gerado no exercício 15.153 25.690

Rendimento Integral do exercício 16.465 30.852

2008Notas 2009

Milhares de Euros

As notas fazem parte integrante destas demonstrações.

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DEMONSTRAÇÕES DE ALTERAÇÕES DE CAPITAL PRÓPRIO

PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

Saldos em 31 de Dezembro de 2007 10.000 (243) 351 27.564 13.870 51.542

Dividendos distribuídos em 2008 - - - - (10.480) (10.480)

Incorporação em reservas do resultado líquido de 2007 - - - 3.390 (3.390) -

Alienação de Activos Disponíveis para Venda 5 - - (442) - - (442)

Valorização de Activos Disponíveis para Venda 5 - - 6.324 - - 6.324

Impostos Diferidos - Activos Disponíveis para Venda 25 - - 158 - - 158

Impostos Correntes - Activos Disponíveis para Venda 25 - - (879) - - (879)

Resultado líquido gerado no exercício de 2008 - - - - 25.690 25.690

Saldos em 31 de Dezembro de 2008 10.000 (243) 5.513 30.954 25.690 71.914

Distribuição de dividendos aprovada em 2009 - - - - (15.969) (15.969)

Incorporação em reservas do resultado líquido de 2008 - - - 9.721 (9.721) -

Valorização de Activos Disponíveis para Venda 5 - - 4.518 - - 4.518

Alienação de Activos Disponíveis para Venda - Líquido Impostos 5 - - (2.049) - - (2.049)

Impostos Diferidos - Activos Disponíveis para Venda 25 - - (1.157) - - (1.157)

Resultado líquido gerado no exercício de 2009 - - - - 15.153 15.153

Saldos em 31 de Dezembro de 2009 10.000 (243) 6.825 40.675 15.153 72.410

Outras reservas e resultados transitados

Reservas de reavaliação

CapitalNotasAcções

próprias

Resultado líquido do exercício

Total

Milhares de Euros.

Alterações de Capital Próprio

As notas fazem parte integrante destas demonstrações.

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DEMONSTRAÇÕES DE FLUXOS DE CAIXA EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

2009 2008

ACTIVIDADES OPERACIONAIS:

Juros, comissões e outros proveitos recebidos 241.311 244.194

Juros, comissões e outros custos pagos (153.986) (154.139)

Recuperações de crédito e juros vencidos 3.876 3.878

Pagamentos a empregados e fornecedores (52.735) (61.024)

Fluxo líquido proveniente dos proveitos e custos 38.466 32.909

Diminuições (aumentos) em:

Activos financeiros detidos para negociação - 1.255

Aplicações em instituições de crédito (20.300) -

Créditos a clientes (270) (30.483)

Outros activos 9.450 2.064

Fluxo líquido proveniente dos activos operacionais (11.120) (27.164)

Aumentos (diminuições) em:

Recursos de bancos centrais e outras instituições de crédito (6.449) 9.282

Outros passivos e contas de regularização 2.854 (3.354)

Fluxo líquido proveniente dos passivos operacionais (3.594) 5.928

Contribuições para Fundos de Pensões (1.191) (6.521)

Pagamento de impostos sobre lucros (9.271) (7.277)

13.291 (2.125)

ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO:

Aquisição / constituição de empresas filiais e associadas (1) (200)

Aquisições de imobilizado incorpóreo e corpóreo (1.623) (3.449)

Vendas de imobilizado corpóreo 84 69

Vendas de activos financeiros detidos para venda 4.069 -

Dividendos recebidos e outros proveitos 75 15.757

2.604 12.177

ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO:

Distribuição de dividendos (15.969) (10.480)

(15.969) (10.480)

Aumento (diminuição) de caixa e seus equivalentes (75) (428)

Caixa e seus equivalentes no início do exercício 214 642

Caixa e seus equivalentes no fim do exercício 139 214

Milhares de Euros.

As notas fazem parte integrante destas demonstrações.

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8.2. NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

1. NOTA INTRODUTÓRIA

A Unicre – Instituição Financeira de Crédito, S.A. (anteriormente denominada Unicre - Cartão

Internacional de Crédito, S.A.) é uma instituição financeira de crédito com sede social na Avenida

António Augusto Aguiar, nº. 122, 1500-019 Lisboa que está autorizada a operar no âmbito do

disposto no Decreto-Lei nº 186/2002 de 21 de Agosto e no Regime Geral das Instituições de Crédito

e Sociedades Financeiras.

A Unicre constituiu-se em 17 de Abril de 1974 como empresa especializada na emissão e gestão de

cartões de crédito. Em Dezembro de 2005, procedeu à alteração dos seus Estatutos, com

modificação da firma e objecto social, passando a adoptar a actual denominação social. A Unicre

passou a ter por objecto social a prática de todas as operações permitidas aos bancos, com

excepção da recepção de depósitos. No âmbito desta alteração, a Unicre aumentou o seu capital

social de oito milhões e quinhentos mil Euros para dez milhões de Euros.

A actividade da Unicre centra-se em três grandes áreas: a emissão e gestão de cartões de crédito, a

concessão de crédito pessoal e a prestação de serviços associados à aceitação de pagamentos com

cartões, designadamente serviços de acquirer de cartões das marcas internacionais.

Adicionalmente, a Unicre presta ainda outros serviços associados ao desenvolvimento da sua

actividade.

2. BASES DE APRESENTAÇÃO E PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

BASES DE APRESENTAÇÃO

As demonstrações financeiras anexas foram preparadas com base no pressuposto da continuidade

das operações, com base nos livros e registos contabilísticos da Unicre, de acordo com as Normas de

Contabilidade Ajustadas (NCA) estabelecidas pelo Banco de Portugal no Aviso n º1/2005, de 21 de

Fevereiro e na Instrução nº 9/2005, de 11 de Março, e estão expressas em milhares de euros.

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As Normas de Contabilidade Ajustadas correspondem em geral às Normas Internacionais de Relato

Financeiro (IAS/IFRS) adoptadas pela União Europeia, excepto quanto às seguintes matérias:

i) A carteira de crédito e garantias está sujeita à constituição de provisões para riscos

específicos e para riscos gerais de crédito, nos termos do Aviso do Banco de Portugal nº3/1995

de 30 de Junho, com as alterações introduzidas pelo Aviso nº3/2005, de 21 de Fevereiro;

ii) O impacto ao nível das responsabilidades por pensões de reforma da Unicre resultante da

aplicação do IAS 19 com referência a 31 de Dezembro de 2005 foi reconhecido em resultados

transitados no exercício de 2006, conforme permitido pelo Aviso do Banco de Portugal nº

4/2005, de 21 de Fevereiro;

iii) Restrição de aplicação de algumas opções previstas nas NCA´s (nomeadamente a

impossibilidade de valorizar os activos tangíveis ao seu justo valor).

As demonstrações financeiras da Unicre em 31 de Dezembro de 2009 foram aprovadas pelo Conselho

de Administração em 26 de Janeiro de 2010 e estão pendentes de aprovação pelos correspondentes

órgãos sociais. No entanto, é convicção do Conselho de Administração da Unicre que as

demonstrações financeiras anexas serão aprovadas sem alterações significativas.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

ADOPÇÃO DE NORMAS E INTERPRETAÇÕES NOVAS, EMENDADAS OU REVISTAS

As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões aprovadas (“endorsed”) pela União

Europeia e com aplicação obrigatória nos exercícios económicos iniciados em ou após 1 de Janeiro

de 2009, foram adoptadas pela primeira vez no exercício findo em 31 de Dezembro de 2009:

Norma/InterpretaçãoData de eficácia

(exercícios iniciados em ou após)

IFRS 1/IAS 27 – Emendas (Custo de um investimento numa subsidiária, entidade conjuntamente controlada ou associada)

01-Jan-2009

Estas emendas abordam a mensuração do custo de investimentos em subsidiárias, entidades conjuntamente controladas e associadas na adopção inicial das IFRS e o reconhecimento do rendimento de dividendos provenientes de subsidiárias, nas demonstrações financeiras separadas da empresa-mãe.

IAS 39 – Emendas (Reclassificação de activos financeiros)

1-Jul-08Estas emendas vêm permitir, em condições limitadas, a reclassificação de instrumentos financeiros não derivados das categorias de justo valor por resultados e de disponíveis para venda para outras categorias.

IAS 39 – Emendas (Itens cobertos elegíveis 1-Jul-09Trata-se de clarificações relacionadas com os seguintes aspectos da contabilidade de cobertura: (i) identificação da inflação como um risco coberto e (ii) cobertura com opções.

IFRS 2 – Emendas (Condições de aquisição e cancelamentos)

1-Jan-09Consiste na clarificação da definição de condições de atribuição (vesting conditions), na introdução do conceito de non-vesting conditions e no esclarecimento do tratamento de cancelamentos.

IAS 23 – Custos de empréstimos obtidos (revista)

1-Jan-09

Esta revisão vem introduzir a obrigatoriedade de capitalização dos custos de empréstimos relacionados com activos que se qualificam, sendo, consequentemente, eliminada a opção de registo dos mesmos em resultados no período em que são incorridos.

IAS 32/IAS 1 – Emendas (Instrumentos financeiros com uma opção put e obrigações decorrentes de uma liquidação)

1-Jan-09

Estas emendas vieram alterar o critério de classificação de um instrumento financeiro entre instrumento de capital próprio e passivo financeiro, permitindo que alguns instrumentos financeiros que podem ser recomprados sejam classificados como instrumentos de capital próprio.

IAS 1 – Apresentação de demonstrações financeiras (revista)

1-Jan-09A revisão de 2007 da IAS 1 introduziu alterações de terminologia, incluindo novas designações para as peças das demonstrações financeiras, assim como alterações ao nível do formato e conteúdo de tais peças.

IFRIC 13 – Programas de fidelização de clientes

1-Jul-08Esta interpretação vem dispor que bónus atribuídos a clientes como parte de uma transacção de venda sejam registados como uma componente separada da transacção.

IFRS 8 – Segmentos operacionais 1-Jan-09A IFRS 8 consiste numa norma que trata exclusivamente de divulgações e que veio substituir a anterior IAS 14. A IFRS implicou uma redefinição dos segmentos relatáveis da entidade e da informação a relatar nos mesmos.

IFRS 7 – Emendas (Divulgações sobre mensurações pelo justo valor e sobre o risco de liquidez)

1-Jan-09Estas emendas à IFRS 7 vâm alargar as divulgações requeridas relativamente ao justo valor de instrumentos financeiros e ao risco de liquidez.

Melhoramentos das normas internacionais de relato financeiro – 2007

Várias (usualmente 1-Jan-09

Este processo envolveu a revisão de 32 normas contabilísticas.

O efeito nas demonstrações financeiras da Unicre do exercício findo em 31 de Dezembro de 2009,

decorrente da adopção das normas, interpretações, emendas e revisões acima referidas, não foi

significativo, tendo sido introduzida uma nova demonstração, a Demonstração do Rendimento

Integral.

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NORMAS E INTERPRETAÇÕES NOVAS, EMENDADAS OU REVISTAS NÃO ADOPTADAS

As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões, com aplicação obrigatória em exercícios

económicos futuros, foram, até à data de aprovação destas demonstrações financeiras, aprovadas

(“endorsed”) pela União Europeia:

Norma/InterpretaçãoData de eficácia

(exercícios iniciados em ou após)

IFRS 3 – Concentrações de actividades empresariais e IAS 27 – Demonstrações financeiras consolidadas e separadas (revisão de 2008)

1-Jul-09

Esta revisão é de aplicação obrigatória nos exercícios iniciados em ou após 1 de Julho de 2009 e vem trazer algumas alterações ao nível do registo de concentrações de actividades empresariais, nomeadamente no que diz respeito: (a) à mensuração dos interesses sem controlo (anteriormente designados interesses minoritários); (b) ao reconhecimento e mensuração subsequente de pagamentos contingentes; (c) ao tratamento dos custos directos relacionados com a concentração; e (d) ao registo de transacções de compra de interesses em entidades já controladas e de transacções de venda de interesses sem que de tal resulte a perda de controlo.

Revisões da IFRS 1 – Adopção pela primeira vez das normas internacionais de relato financeiro

1-Jan-10Esta norma foi revista no sentido de agrupar as várias emendas que foram ocorrendo desde a sua primeira versão.

IFRIC 12 – Acordos de concessão de serviços 1-Jan-10

Esta interpretação é de aplicação obrigatória nos exercícios iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2010 e vem introduzir regras de reconhecimento e mensuração por parte do operador privado envolvido na prestação de serviços de construção de infraestruturas e de operação no âmbito de concessões do tipo público-para-privado.

IFRIC 15 – Acordos para a construção de imóveis

1-Jan-10

Esta interpretação vem abordar a forma para avaliar se um acordo de construção de um imóvel está no âmbito da IAS 11 – Contratos de construção ou no âmbito da IAS 18 – Rédito e como o correspondente rédito deve ser reconhecido

IFRIC 16 – Coberturas de um investimento líquido numa unidade operacional estrangeira

1-Jul-09Esta interpretação vem fornecer orientações sobre a contabilidade de cobertura de investimentos líquidos em operações estrangeiras.

IFRIC 9 e IAS 39 – Emendas (Reavaliação de derivados embutidos)

Exercícios acabados em ou iniciados após

30-Jun-09

Estas emendas vêm clarificar em que circunstâncias é permitida a reapreciação subsequente da obrigatoriedade de separação de um derivado embutido.

IFRIC 17 – Distribuições aos proprietários de activos que não são caixa

1-Jul-09Esta interpretação propicia orientação sobre a correcta contabilização de activos que não caixa distribuídos aos accionistas como dividendos

IFRIC 18 – Transferências de activos provenientes de clientes

Transferências efectuadas em ou após

01-Jul-09

Esta interpretação propicia orientação sobre a contabilização pelos operadores de activos fixos tangíveis “dos clientes”.

Estas normas, apesar de aprovadas (“endorsed”) pela União Europeia, não foram adoptadas pela

Unicre no exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, em virtude de a sua aplicação não ser ainda

obrigatória. Não são estimados impactos significativos nas demonstrações financeiras decorrentes da

adopção das mesmas.

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PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

As políticas contabilísticas mais significativas utilizadas na preparação das demonstrações

financeiras foram as seguintes:

a) Activos e passivos financeiros (IAS 32 e IAS 39)

Os activos e passivos financeiros são reconhecidos no balanço na data de negociação ou

contratação, salvo se decorrer de expressa estipulação contratual ou de regime legal ou

regulamentar aplicável que os direitos e obrigações inerentes aos valores transaccionados se

transferem em data diferente, casos em que será esta última a data relevante.

No momento inicial, os activos e passivos financeiros são reconhecidos pelo justo valor

acrescido de custos de transacção directamente atribuíveis.

Entende-se por justo valor o montante pelo qual um determinado activo ou passivo pode ser

transferido ou liquidado entre contrapartes de igual forma conhecedoras e interessadas em

efectuar essa transacção. Na data de contratação ou de início de uma operação o justo valor é

geralmente o valor da transacção.

O justo valor é determinado com base em:

preços num mercado activo; ou

métodos e técnicas de avaliação (quando não há um mercado activo), que tenham

subjacente (i) cálculos matemáticos baseados em teorias financeiras reconhecidas; ou (ii)

preços calculados com base em activos ou passivos semelhantes transaccionados em

mercados activos ou com base em estimativas estatísticas ou outro métodos quantitativos.

i) Crédito a clientes

O crédito a clientes inclui o saldo em dívida e os valores a receber dos titulares de cartões

emitidos pela Unicre, o qual inclui as transacções realizadas pendentes de liquidação.

No momento inicial os créditos e valores a receber são registados ao justo valor. Em geral,

o justo valor no momento inicial corresponde ao valor de transacção e inclui comissões,

taxas ou outros custos e proveitos associados às operações de crédito.

Posteriormente, os créditos e valores a receber são valorizados ao custo amortizado, com

base no método da taxa de juro efectiva e sujeitos à constituição de provisões.

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Os juros e anuidades associados a operações de crédito são periodificados ao longo da vida

das operações, independentemente do momento em que são cobrados ou pagos.

Os juros de créditos vencidos apenas são registados como proveitos no momento em que

são cobrados.

Provisões para crédito

A carteira de crédito e outros valores a receber está sujeita à constituição de provisões

para crédito vencido e para riscos gerais de crédito.

A provisão para créditos e juros vencidos encontra-se sujeita ao disposto no Aviso nº3/95,

de 30 de Junho (com as alterações introduzidas pelo Aviso nº3/2005 de 21 de Fevereiro), e

outras disposições emitidas pelo Banco de Portugal e destina-se a fazer face aos riscos de

cobrança das prestações vencidas e das dívidas que no final do exercício se encontram em

mora. A constituição desta provisão é efectuada em função do período decorrido após o

respectivo vencimento.

A provisão para riscos gerais de crédito encontra-se classificada no passivo, no âmbito da

rubrica “Provisões”. Nos termos do Aviso nº 3/95, de 30 de Junho (com as alterações

introduzidas pelo Aviso nº3/2005 de 21 de Fevereiro), do Banco de Portugal, esta provisão

tem uma natureza global e destina-se a fazer face a riscos de cobrança de crédito

concedido, não identificados especificamente. Esta provisão é calculada com base numa

taxa genérica de 1,5%, aplicada ao crédito concedido não vencido e a outros activos

existentes à data do balanço.

A partir de 1 de Janeiro de 2001 as provisões constituídas para riscos gerais de crédito

deixaram de ser fiscalmente aceites como custo. No entanto, face ao regime transitório

definido, durante 2001 e 2002, 50% dos reforços desta provisão foram ainda aceites como

custo fiscal. Adicionalmente, nos termos da legislação fiscal em vigor, quando se verifique

a reposição de provisões para riscos gerais de crédito, são considerados proveitos do

exercício, em primeiro lugar, aqueles que tenham sido custo fiscal no exercício da

respectiva constituição.

A Unicre procede ao abate contabilístico de créditos ao activo (write-offs) quando

considera que determinado crédito é incobrável (geralmente ao fim de 18 meses) e cujas

provisões constituídas correspondam ao valor total do crédito. As recuperações posteriores

destes créditos são contabilizadas como proveitos nos exercícios em que ocorrem na

rubrica “Recuperações de créditos, juros e despesas”.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

ii) Activos financeiros disponíveis para venda

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 esta rubrica inclui títulos de rendimento variável não

cotados em bolsa.

Os activos classificados como disponíveis para venda são avaliados ao justo valor, excepto

no caso de instrumentos de capital próprio não cotados num mercado activo e cujo justo

valor não possa ser fiavelmente mensurado ou estimado, que permanecem registados ao

custo.

Os ganhos e perdas resultantes de alterações no justo valor de activos financeiros

disponíveis para venda são reconhecidos directamente nos capitais próprios na rubrica

reservas de reavaliação de justo valor líquidos de eventuais impostos (diferidos e

correntes), excepto no caso de perdas por imparidade e de ganhos e perdas cambiais de

activos monetários, que são registados em resultados quando ocorrem. Quando o activo é

vendido, o ganho ou perda anteriormente reconhecido no capital próprio é registado em

resultados.

iii) Disponibilidades e recursos de outras instituições de crédito

Após o reconhecimento inicial, as disponibilidades e recursos de Outras Instituições de

Crédito são valorizados ao custo amortizado, com base no método da taxa de juro

efectiva.

iv) Transacções em divisas

As transacções em moeda estrangeira são convertidas em Euros na data da transacção,

sendo liquidadas ou facturadas nesta moeda.

Os saldos em moeda estrangeira encontram-se registados ao câmbio da data do balanço,

sendo as diferenças cambiais reconhecidas como proveitos ou custos do exercício nas

rubricas de resultados de reavaliação cambial.

b) Outros activos tangíveis (IAS 16)

Os activos tangíveis utilizados pela Unicre para o desenvolvimento da sua actividade são

contabilisticamente relevados pelo custo de aquisição (incluindo custos directamente

atribuíveis) deduzido de amortizações acumuladas e perdas por imparidades.

A depreciação dos imóveis e instalações e mobiliário é registada numa base sistemática ao

longo da vida útil estimada do bem, calculada de acordo com o método de quotas constantes.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

As amortizações dos restantes activos tangíveis são calculadas de acordo com o método das

quotas degressivas, de acordo com o período de vida útil estimado. A depreciação dos activos

correspondente ao período em que se espera que o activo esteja disponível para uso é a

seguinte:

Activo Anos

Imóveis

Mobiliário e material

Máquinas e ferramentas

Equipamento informático

Instalações interiores

Material de transporte

Equipamento de segurança

50

8

4 – 8

3

10

4

10

Conforme previsto na IFRS 1, os activos tangíveis adquiridos pela Unicre até 1 de Janeiro de

2005 foram registados pelo valor contabilístico na data de transição para as NCA´s, que

corresponde ao custo ajustado por reavaliações efectuadas nos termos da lei, decorrentes da

evolução de índices gerais de preços tendo a reserva de reavaliação correspondente, no

montante de mEuros 2.845, sido reclassificada para resultados transitados. Uma parcela

correspondente a 40% do aumento das amortizações que resultou dessas reavaliações e que

ainda não estão realizadas, por uso ou venda, não é aceite como custo para efeitos fiscais,

sendo registados os correspondentes impostos diferidos passivos.

c) Activos tangíveis adquiridos em locação financeira (IAS 17)

Os activos tangíveis adquiridos através de operações de locação financeira, em que a Unicre

detém todos os riscos e vantagens inerentes à propriedade do bem, são registados e

amortizados de acordo com o procedimento descrito no ponto anterior.

As rendas são constituídas pelo encargo financeiro e pela amortização financeira do capital. Os

passivos são reduzidos pelo montante correspondente à amortização do capital de cada uma

das rendas e os encargos financeiros são imputados aos períodos durante o prazo de locação.

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d) Activos intangíveis (IAS 38)

A Unicre regista nesta rubrica as despesas com software adquirido quando o impacto esperado

se repercuta para além do exercício em que são realizadas, bem como as despesas adicionais

suportadas e necessárias à sua implementação.

Os activos intangíveis são amortizados pelo método das quotas anuais constantes, ao longo do

período de vida útil estimado do bem o qual, em geral, corresponde a um período de três anos.

Os custos com a manutenção de software são reconhecidos na demonstração dos resultados

quando incorridos.

e) Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos (IAS 27 e IFRS 3)

As participações no capital de empresas cujo objecto é complementar com a actividade da

Unicre são valorizadas de acordo com o método da equivalência patrimonial, entendido como a

proporção da Unicre nos capitais próprios contabilísticos das sociedades, na rubrica

"Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos".

Em caso de evidência objectiva de imparidade, a perda por imparidade é reconhecida em

resultados, por contrapartida de Provisões para Outros Riscos e Encargos.

f) Especialização de exercícios (IAS 18)

Os outros proveitos e custos são reconhecidos de acordo com o princípio contabilístico da

especialização de exercícios, sendo registados na demonstração dos resultados quando se

vencem, independentemente do momento do seu recebimento ou pagamento. Os custos com

pensões são registados de acordo com o descrito na alínea g) abaixo.

g) Benefícios com empregados pós-emprego (IAS 19)

A Unicre assumiu o compromisso de conceder aos seus empregados prestações pecuniárias a

título de reforma por velhice, invalidez e pensões de sobrevivência, tendo por base os salários

e vencimentos estimados dos colaboradores na data da reforma e o tempo de serviço prestado

pelos colaboradores.

Adicionalmente, e nos termos previstos no “Acordo Colectivo de Trabalho Vertical” (ACTV) para

o sector bancário, a Unicre tem a obrigação de realizar mensalmente contribuições para os

SAMS, correspondentes a 6,5% dos valores pagos aos reformados e pensionistas, garantindo

ainda o pagamento às famílias de um subsídio em caso de morte.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

A Unicre determina anualmente o valor das responsabilidades com serviços passados através de

cálculos actuariais pelo método de “Projected Unit Credit”. Não são considerados decrementos

de invalidez no cálculo das responsabilidades. Os pressupostos actuariais (financeiros e

demográficos) estão de acordo com os requisitos definidos pela IAS 19, têm por base

expectativas à data de balanço para o crescimento dos salários e das pensões e baseiam-se em

tábuas de mortalidade adaptadas à população da Sociedade. A taxa de desconto é determinada

com base em taxas de mercado de obrigações de empresas de baixo risco, de prazo semelhante

ao da liquidação das responsabilidades. A taxa de rendimento do Fundo é determinada de

forma consistente com as condições actuais de mercado e com a natureza e rendibilidade dos

activos do Fundo. O valor das responsabilidades inclui, para além dos benefícios com pensões

de reforma, os benefícios com cuidados médicos pós-emprego (SAMS) e com subsídio de morte.

A Unicre reconhece o valor acumulado líquido (após 1 de Janeiro de 2005) dos ganhos e perdas

actuariais resultantes de alterações nos pressupostos actuariais e financeiros e de diferenças

entre os pressupostos actuariais e financeiros utilizados e os valores efectivamente verificados,

na rubrica Outros activos ou Outros passivos. Os desvios actuariais e financeiros são diferidos

em balanço no corredor desde que o respectivo montante acumulado não exceda o maior dos

seguintes montantes reportados ao final do exercício que serve de referencial para cálculo dos

desvios:

10% do valor actual das responsabilidades por pensões em pagamento e das

responsabilidades por serviços passados de pessoal no activo ; ou

10% do valor dos activos do fundo de pensões.

Caso existam desvios actuariais e financeiros superiores aos limites acima referidos estes são

amortizados em resultados.

Os acréscimos de responsabilidades por serviços passados decorrentes da passagem de

colaboradores à situação de reforma antecipada são integralmente reconhecidos como custo

nos resultados do exercício.

Os acréscimos ou decréscimos de responsabilidades por serviços passados decorrentes de

alterações das condições dos Planos de Pensões são integralmente reconhecidos como custo ou

proveito no caso de benefícios adquiridos, ou amortizados durante o período até os benefícios

se tornarem adquiridos. O saldo dos acréscimos/decréscimos de responsabilidades ainda não

relevados como custo/proveito é registado na rubrica Outros activos/Outros passivos.

A cobertura das responsabilidades com serviços passados por benefícios pós-emprego é

assegurada por um fundo de pensões. O valor do Fundo de Pensões corresponde ao justo valor

dos seus activos à data do balanço.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

O Aviso do Banco de Portugal nº 4/2005 determina a obrigatoriedade do financiamento integral

pelo fundo das responsabilidades por pensões em pagamento e de um nível mínimo de

financiamento de 95% das responsabilidades por serviços passados de pessoal no activo.

Nas demonstrações financeiras da Unicre, o valor das responsabilidades com serviços passados

por benefícios pós-emprego líquido do valor do fundo de pensões e dos Desvios Actuariais está

registado na rubrica “Outros Activos”/”Outros Passivos”.

Os resultados da Unicre incluem os seguintes custos e proveitos relativos a benefícios

pós-emprego:

– Custo do serviço corrente;

– Custo dos juros da totalidade das responsabilidades;

– Rendimento esperado do Fundo de Pensões;

– Custos com acréscimo de responsabilidades por reformas antecipadas;

– Amortização de desvios actuariais ou financeiros fora do corredor;

– Custos (ou amortização) resultantes da alteração das condições do Plano de Pensões.

Os componentes acima indicados são reconhecidos em custos com pessoal.

Na data da transição, a Unicre adoptou a possibilidade permitida pelo IFRS 1 de não recalcular

os ganhos e perdas actuariais diferidos desde o início dos planos (opção designada de “reset”).

Deste modo, e nos termos do Aviso do Banco de Portugal nº 4/2005, a variação de

responsabilidades resultante da aplicação do IAS 19 em 31 de Dezembro de 2005 foi

integralmente reconhecida em resultados transitados no exercício de 2006.

h) Prémio de antiguidade (IAS 19)

Nos termos do Acordo Colectivo de Trabalho Vertical para o Sector Bancário Português, a

Unicre assumiu o compromisso de atribuir aos Colaboradores no activo que completem quinze,

vinte e cinco e trinta anos de bom e efectivo serviço, um prémio de antiguidade de valor igual,

respectivamente, a um, dois e três meses da sua retribuição mensal efectiva (no ano da

atribuição).

A Unicre determina anualmente o valor actual dos benefícios com prémios de antiguidade

através de cálculos actuariais pelo método de “Projected Unit Credit”. Os pressupostos

actuariais (financeiros e demográficos) têm por base expectativas à data de balanço para o

crescimento dos salários e baseiam-se em tábuas de mortalidade adaptadas à população da

Sociedade. A taxa de desconto é determinada com base em taxas de mercado de obrigações de

empresas de baixo risco, de prazo semelhante ao da liquidação das responsabilidades.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

As responsabilidades por prémios de antiguidade são registadas na rubrica “Outros passivos”

(Nota 13), sendo a liquidação destes valores assumida directamente pela Unicre.

Os resultados da Unicre incluem os seguintes custos relativos a responsabilidades por prémios

de antiguidade:

– Custo do serviço corrente;

– Custo dos juros;

– Ganhos e perdas resultantes de desvios actuariais ou financeiros, de alteração de

pressupostos ou da alteração das condições dos benefícios.

Os componentes acima indicados são reconhecidos em custos com pessoal.

i) Acções próprias (IAS 32)

As acções próprias são registadas em contas de capital pelo valor de aquisição não sendo

sujeitas a reavaliação. As mais e menos valias realizadas na venda de acções próprias, bem

como os respectivos impostos, são registadas directamente em capitais próprios não afectando

o resultado do exercício.

j) Outras provisões (IAS 37)

Nesta rubrica são registados os custos destinados a fazer face a riscos específicos decorrentes

da actividade da Unicre, nomeadamente custos de reestruturação, contingências fiscais e

outras obrigações conhecidas (Nota 12).

São reconhecidas provisões, quando (i) exista uma obrigação presente, legal ou construtiva, (ii)

seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) possa ser feita uma estimativa

fiável do valor dessa obrigação.

Regra geral, esta provisão não é aceite como custo para fins fiscais.

k) Impostos sobre os lucros (IAS 12)

A Unicre está sujeita ao regime fiscal consignado no Código do Imposto sobre o Rendimento das

Pessoas Colectivas e no Estatuto dos Benefícios Fiscais.

Os impostos correntes são calculados com base nas taxas de imposto legalmente em vigor em

Portugal.

Os activos e passivos por impostos diferidos correspondem ao valor do imposto a recuperar e a

pagar em períodos futuros resultante de diferenças temporárias entre o valor de um activo ou

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RELATÓRIO E CONTAS2009

passivo no balanço e a sua base de tributação. Os prejuízos fiscais reportáveis e os créditos

fiscais dão também origem ao registo de activos por impostos diferidos.

Os activos por impostos diferidos são reconhecidos até ao montante em que seja provável a

existência de lucros tributáveis futuros que acomodem as diferenças temporárias dedutíveis.

Os activos e passivos por impostos diferidos foram calculados com base nas taxas fiscais

decretadas para o período em que se prevê que seja realizado o respectivo activo ou passivo.

Os impostos correntes e os impostos diferidos são relevados em resultados excepto os que se

relacionam com valores registados directamente em capitais próprios (nomeadamente, ganhos

e perdas em acções próprias e em reservas de reavaliação).

l) Caixa e equivalentes de Caixa (IAS 7)

Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e os seus equivalentes englobam os

valores registados no balanço com maturidade à data da constituição inicial da aplicação

inferior a três meses onde se incluem a caixa e disponibilidades em outras instituições de

crédito, e que se destinam à gestão da tesouraria corrente.

m) Principais estimativas e incertezas associadas à aplicação das políticas contabilísticas

Na elaboração das demonstrações financeiras da Unicre são utilizadas estimativas e valores

futuros esperados, nomeadamente nas seguintes áreas:

Benefícios a empregados pós-emprego e Prémio de Antiguidade

As responsabilidades por benefícios pós-emprego e prémio de antiguidade são estimadas com

base em tábuas actuariais e pressupostos de crescimento das pensões e dos salários. Estes

pressupostos são baseados nas expectativas da Unicre para o período durante o qual irão ser

liquidadas as responsabilidades.

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Impostos sobre lucros

Os impostos correntes e diferidos foram determinados com base na legislação fiscal

actualmente em vigor ou em legislação já publicada para aplicação futura. Alterações na

interpretação da legislação fiscal podem influenciar o valor dos impostos sobre lucros.

Adicionalmente, o reconhecimento de impostos diferidos activos pressupõe a existência de

resultados e matéria colectável futura.

Provisões para crédito

A carteira de crédito da Unicre está sujeita à constituição de provisões para crédito vencido e

para riscos gerais de crédito, nos termos do Aviso nº 3/95, de 30 de Junho (com as alterações

introduzidas pelo Aviso nº3/2005 de 21 de Fevereiro), do Banco de Portugal, as quais podem

diferir do valor da imparidade do crédito, determinado com base em fluxos de caixa esperados

e estimativas do valor a recuperar.

3. CAIXA E DISPONIBILIDADES EM BANCOS CENTRAIS

Esta rubrica tem a seguinte composição:

Milhares de Euros

Dez 2009 Dez 2008

Depósitos à ordem no Banco de Portugal 0 20

Caixa 14 15

Caixa e Disponibilidades em Bancos Centrais 14 35

4. DISPONIBILIDADES EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

Esta rubrica tem a seguinte composição:

Milhares de Euros

Dez 2009 Dez 2008

Cheques a cobrar 117 173

Depósitos à ordem em Instituições de Crédito no estrangeiro 7 6

Disponibilidades em outras Instituições de Crédito 124 179

A rubrica “Cheques a cobrar” corresponde a cheques a cobrar sobre instituições de crédito nacionais

recebidos no último dia útil de cada período, referentes a pagamentos de clientes e que só foram

regularizados nos primeiros dias úteis do período seguinte.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

A 31 de Dezembro de 2009 a Unicre tinha ainda constituído numa instituição de crédito no país um

depósito remunerado a uma taxa de juro de 4%, cuja data de vencimento ocorreu a 04 de Janeiro de

2010, no valor de mEuros 20.300.

5. ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 esta rubrica é constituída por:

Número de activos financeiros. Milhares de Euros.

Valor Valor Mais valia Mais valia

aquisição balanço potencial realizada

Mastercard International Corporation - - - - 42 (i)

Visa International Incorporation 181.526 - 8.449 8.449 4.026 (ii)

Visa Europe Limited 1 - - - - (iii)

Inst. Formação Comércio e Turismo de Brag n.a. 6 6 - -

Activos Financeiros disponíveis para venda 6 8.455 8.449 4.068

Número de activos financeiros. Milhares de Euros.

Valor Valor Mais valia Mais valia

aquisição balanço potencial realizada

Mastercard International Corporation 353 - 35 35 838 (i)

Visa International Incorporation 259.323 - 6.325 6.325 - (ii)

Visa Europe Limited 1 - - - - (iii)

Inst. Formação Comércio e Turismo de Brag n.a. 6 6 - -

Activos Financeiros disponíveis para venda 6 6.366 6.361 838

31 de Dezembro de 2009

Descrição Quantidade Notas

Notas

31 de Dezembro de 2008

Descrição Quantidade

(i) Em 2005, na sequência de um processo de oferta publica de acções, a MasterCard

International Corporation redefeniu a sua estrutura de capital, detendo a Unicre, no final

daquele processo, um total de 21.268 acções Classe C, após remissão, nesse mesmo ano,

de uma parcela das acções atribuídas. Em 2008 e 2009 foram abertos programas de

conversão e subsequente venda em bolsa daqueles títulos, sobre determinadas regras, aos

quais a Unicre aderiu, tendo realizado mais valias de mEuros 43 e mEuros 838 em 2009 e

2008 relativas à venda de 353 e 4.268 acções, respectivamente.

No exercício de 2008 foi ainda registado na rubrica “Rendimentos de instrumentos de

capital” mEuros 1 relativos a dividendos pagos pela MasterCard.

(ii) Em Outubro de 2008, por deliberação da Assembleia Geral da Visa Europe Limited e na

sequência do processo de reestruturação interna da estrutura corporativa daquela Marca

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RELATÓRIO E CONTAS2009

Internacional de Pagamentos, foram distribuídos pelos associados dinheiro e acções da

nova sociedade entretanto criada – Visa International Incorporation. Assim, a Unicre

recebeu mEuros 15.738, registados na rubrica de Rendimentos de Instrumentos de Capital,

bem como 259.323 acções Classe C da Visa International Incorporation. Estas acções, que

têm restrições de liquidez, só podendo ser transaccionadas entre os membros daquela

sociedade, conferem direito a dividendos e a exercer direito de voto em determinadas

matérias previstas nos estatutos da Sociedade, e são obrigatoriamente convertidas em

acções Classe A (cotadas em bolsa) em Março de 2011. Estes títulos, denominados em USD,

estão valorizados no balanço a um valor que tem por referência a cotação de fecho da

bolsa em 31 de Dezembro de cada ano das acções Classe A (2009: USD 87,46; 2008: USD

53,07), corrigida por um factor de desconto de liquidez, o qual foi reduzido em 2009

proporcionalmente ao tempo decorrido entre a data da entrega dos títulos e a data de

conversão para Classe A.

Em 2009 foi aberto um programa de conversão de 30% dos títulos classe C para Classe A, a

que a Unicre aderiu, tendo subsequentemente, e por venda em bolsa, obtido uma mais

valia de mEuros 4.026.

No exercício de 2009 e 2008 foram ainda registados na rubrica “Rendimentos de

instrumentos de capital” mEuros 60 e mEuros 18 relativos a dividendos pagos por aquela

sociedade.

(iii) Trata-se de uma acção da Visa Europe Limited, associação de emissores e acquirers

europeus (principal members), valorizada pelo valor nominal de €10.

Não foram registadas em 2009 e 2008, quaisquer perdas por imparidade.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

6. CRÉDITO A CLIENTES

Esta rubrica tem a seguinte composição:

Milhares de Euros

Dez 2009 Dez 2008

Cartões - Free float 39.105 39.615

Cartões - Revolving 139.584 155.629

Outros Créditos concedidos 50.415 52.804

Transferências Automáticas 27 5.195

Crédito 229.131 253.243

Crédito e Juros Vencidos 36.713 26.157

Juros a receber 2.300 2.356

Outros proveitos a receber -

Especialização de anuidades (2.366) (2.412)

Valores a receber 265.778 279.346

Provisões para crédito e juros vencidos (Nota 12) (21.591) (12.410)

Crédito a Clientes 244.187 266.936

A rubrica de Cartões – Free float reflecte o crédito gratuito concedido aos clientes no período

compreendido entre a data da compra e a data de vencimento do extracto (em média 35 dias),

enquanto que a rubrica de Cartões – Revolving corresponde ao crédito dos cartões sobre o qual

incide juros.

A rubrica de transferências automáticas corresponde ao montante processado de clientes

utilizadores de cartão de crédito emitido pela Unicre, cuja forma de pagamento definida

contratualmente consiste na cobrança, através do sistema de débitos directos, da respectiva

percentagem acordada nas datas dos correspondentes vencimentos.

O crédito associado aos pagamentos efectuados com utilização do cartão de crédito não tem prazo

fixo de reembolso, sendo considerado como crédito de curto prazo.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

Adicionalmente, a Unicre concede Outro Crédito a prazos que variam entre os 1 a 5 anos, conforme

mapa abaixo:

Milhares de Euros

Dez 2009 Dez 2008

Até 3 meses 5.541 5.778

De 3 meses a 1 ano 13.736 14.521

De 1 a 3 anos 23.911 23.010

De 3 a 5 anos 7.228 9.495

50.415 52.804

Os valores de crédito reportados referem-se essencialmente a particulares, como se evidencia no

mapa seguinte:

Milhares de Euros

Dez 2009 Dez 2008

Particulares 260.256 273.815

Corporate 5.522 5.529

265.778 279.344

Não são relevantes os colaterais recebidos em garantia.

Para além da provisão para crédito e juros vencidos acima indicada, em 31 de Dezembro de 2009 e

2008 a Unicre tem registada uma provisão para riscos gerais de crédito, no montante de mEuros

8.873 e mEuros 9.233, respectivamente (Nota 12).

A distribuição do crédito vencido de acordo com a respectiva antiguidade em 31 de Dezembro de

2009 e 2008 é apresentada na Nota 27.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

7. OUTROS ACTIVOS TANGÍVEIS

O movimento ocorrido nos outros activos tangíveis durante o exercício de 2009 foi o seguinte:

Milhares de Euros

Transfe- Alienações Amortiz. Transfe- Alienações

rências e/ou Abates do periodo rências e/ou Abates

Imóveis:

- De serviço próprio 10.701 - - - 10.701 2.974 170 - (14) 3.130 7.571 7.727

- Outros imóveis 65 - - (65) - 15 - - (15) (0) 0 50

Mobiliário e material 1.946 19 - (81) 1.884 1.645 58 - (81) 1.622 262 301

Máquinas e ferramentas 2.585 25 - - 2.610 2.552 25 - - 2.577 33 33

Equipamento informático 29.211 262 66 (87) 29.452 28.566 598 - (87) 29.077 375 645

Instalações interiores 4.369 325 94 (19) 4.769 3.418 240 - (18) 3.640 1.129 951

Material de transporte 42 12 - (12) 42 43 3 - (12) 34 8 (1)

Equipamento de segurança 286 5 - - 291 260 9 - - 269 22 26

Património artístico 8 - - - 8 - - - - - 8 8

Imobilizado em curso 66 207 (160) - 113 - - - - - 113 66

Outros Activos Tangíveis 49.279 855 - (264) 49.869 39.472 1.103 - (227) 40.349 9.520 9.807

Descrição

Valor bruto Amortizações Valor líquido

AdiçõesSaldo em

Dez 2008

Saldo em

Dez 2009

Saldo em

Dez 2008

Saldo em

Dez 2009

Saldo em

Dez 2009

Saldo em

Dez 2008

O movimento ocorrido nos outros activos tangíveis durante o exercício de 2008 foi o seguinte

Milhares de Euros

Transfe- Alienações Amortiz. Transfe- Alienações

rências e/ou Abates do periodo rências e/ou Abates

Imóveis:

- De serviço próprio 10.432 269 - - 10.701 2.817 157 - - 2.974 7.727 7.615

- Outros imóveis 65 - - - 65 14 1 - - 15 50 51

Mobiliário e material 1.747 285 - (86) 1.946 1.670 61 - (86) 1.645 301 77

Máquinas e ferramentas 2.580 7 - (2) 2.585 2.529 25 - (2) 2.552 33 51

Equipamento informático 28.711 820 - (320) 29.211 27.259 1.558 - (251) 28.566 645 1.452

Instalações interiores 3.569 338 462 4.369 3.215 203 - - 3.418 951 354

Material de transporte 42 - - - 42 37 6 - - 43 (1) 5

Equipamento de segurança 275 6 7 (2) 286 249 11 - (1) 260 26 26

Património artístico 8 - - - 8 - - - - - 8 8

Imobilizado em curso - 535 (469) - 66 - - - - - 66 -

Outros Activos Tangíveis 47.429 2.260 - (410) 49.279 37.790 2.022 - (340) 39.472 9.807 9.639

Saldo em Dez 2008

Saldo em Dez 2007

Descrição

Valor bruto Amortizações Valor líquido

Saldo em Dez 2007

AdiçõesSaldo em Dez 2008

Saldo em Dez 2007

Saldo em Dez 2008

8. ACTIVOS INTANGÍVEIS

O movimento ocorrido nos activos intangíveis durante o exercício de 2009 foi o seguinte:

Milhares de Euros.

Transfe- Alienações Amortizações Transfe- Alienações

rências e/ou Abates do periodo rências e/ou Abates

Trespasses - - - - - - - - - - - -

Software 27.347 31 277 - 27.655 26.255 650 - - 26.905 749 1.092

Outros 5 - - - 5 2 2 - - 4 1 3

Imobilizado em curso 222 2.887 (277) - 2.832 - - - - - 2.832 222Activos Intangíveis 27.573 2.918 - - 30.492 26.257 652 - - 26.908 3.582 1.316

Saldo em

Dez 2008

Descrição

Valor bruto Amortizações Valor líquido

AdiçõesSaldo em

Dez 2008

Saldo em

Dez 2008

Saldo em

Dez 2009

Saldo em

Dez 2009

Saldo em

Dez 2009

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RELATÓRIO E CONTAS2009

O movimento ocorrido nos activos intangíveis durante o exercício de 2008 foi o seguinte:

Milhares de Euros

Transfe- Alienações Amortizações Transfe- Alienações

rências e/ou Abates do periodo rências e/ou Abates

Trespasses - - - - - - - - - - - -

Software 25.714 565 1.068 - 27.347 25.706 549 - - 26.255 1.092 8

Outros - - 4 - 4 - 2 - - 2 2 -

Imobilizado em curso 671 623 (1.072) - 222 - - - - - 222 671

Activos Intangíveis 26.385 1.188 - - 27.573 25.706 551 - - 26.257 1.316 679

Saldo em Dez 2007

Saldo em Dez 2008

Descrição

Valor bruto Amortizações Valor líquido

Saldo em Dez 2007

AdiçõesSaldo em Dez 2008

Saldo em Dez 2007

Saldo em Dez 2008

Durante o exercício de 2009 foi concluído o projecto de Gestão Documental que se encontrava em

curso no final de 2008, e transferido o seu valor para imobilizado firme. Em 31 de Dezembro de

2009, o valor registado na rubrica Imobilizado em curso refere-se ao projecto de renovação da

arquitectura aplicacional, com prazo de conclusão final estimado para 2011 e cujo valor total de

investimento total previsto ascende a mEuros 12.000.

9. INVESTIMENTOS EM FILIAIS, ASSOCIADAS E EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 esta rubrica tem a seguinte composição:

Percentagem. Milhares de Euros.

% de Custo de Valor de Capitais Resultado

participação aquisição Balanço próprios do exercício

Consulprest - Sociedade Prestadora de Serv. de consultoria, Lda * 100% 25 25 273 4 LisboaPaywacth - Serviços Integrados de Segurança em Pagamentos, SA * 40% 200 377 941 441 Lisboa

Investimentos em Filiais, Associadas e Empreend. Conjuntos 225 402

Percentagem. Milhares de Euros.

% de Custo de Valor de Capitais Resultadoparticipação aquisição Balanço próprios do exercício

Consulprest - Sociedade Prestadora de Serv. de consultoria, Lda * 99% 25 25 269 3 Lisboa

Paywacth - Serviços Integrados de Segurança em Pagamentos, SA * 40% 200 200 n.a. n.a. Lisboa

Investimentos em Filiais, Associadas e Empreend. Conjuntos 225 225

* Valores estimados (não auditados)

SedeDescrição

Dez 2009

Descrição

Dez 2008

Sede

Por escritura pública realizada em Dezembro de 2008 foi constituída a Sociedade Paywatch –

Serviços Integrados de Segurança em Pagamentos, SA, com um Capital Social de 500 mil euros, na

qual a Unicre participa em 40%, sendo os restantes accionistas sociedades do Grupo SIBS. Esta

sociedade tem como objecto social a prestação de serviços integrados de prevenção e detecção de

fraude no funcionamento de sistemas de pagamentos electrónicos. Tal como previsto no IAS 28, este

investimento está registado nas demonstrações financeiras da Unicre de acordo com o método da

equivalência patrimonial, estando o efeito da aplicação daquele método reflectido na rubrica da

demonstração de resultados “Rendimentos de Instrumentos de Capital”.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

Relativamente à participada Consulprest, está em análise a possibilidade de fusão por incorporação

desta sociedade na Unicre, sendo que, dados os valores envolvidos, caso o mesmo processo venha a

ser concluído, os efeitos estimados não são materialmente relevantes no contexto global das

demonstrações financeiras da Unicre enquanto sociedade incorporante.

10. OUTROS ACTIVOS

Esta rubrica tem a seguinte composição:

Milhares de Euros.

Dez 2009 Dez 2008

Devedores Diversos - Vencidos 189 237

Notas Débito a Comerciantes (Contencioso) 629 436

Notas Débito a Bancos 98 263

Despesas com encargo diferido 529 706

Responsabilidades com pensões e outros benefícios (nota 14):

Valor actual das responsabilidades com serviços passados (68.289) (64.658)

Valor patrimonial do fundo de pensões 65.848 62.345

Desvios actuariais 4.317 6.466

Contas a cobrar a Sistemas Internacionais 3.518 11.703

Contas a cobrar a comerciantes e bancos por regularizações:

Notas de débito com bancos 712 377

Comerciantes Redunicre e Outros Devedores 35 239

IVA a Recuperar 1 5

Outros 473 709

Outros Activos 8.060 18.828

Provisão para Outros Devedores - vencido (Nota 12) (699) (816)Outros Activos, líquidos de Provisão para Outros Devedores 7.361 18.012

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, as “Despesas com encargo diferido”, incluem essencialmente

custos com manutenção e licenças de software, facturadas antecipadamente e que são diferidas

pelo período a que respeitam, bem como a custos com brindes promocionais que são atribuídos aos

clientes em função do nível de utilização do cartão num determinado período pré-definido, e que

são registados por contrapartida de redução das respectivas comissões recebidas, na rubrica de

resultados “Outras comissões recebidas”.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

A rubrica “Contas a cobrar a Sistemas Internacionais” regista os movimentos efectuados com cartões

da Unicre no estrangeiro a liquidar aos sistemas internacionais (Visa, MasterCard, JCB e Diners),

bem como, e em sinal contrário, os valores a receber relativos a transacções efectuadas por cartões

estrangeiros representados por essas marcas na rede de acquirer da Unicre. A variação deste saldo

reflecte, essencialmente, o calendário de pagamento dos sistemas internacionais de pagamentos.

A rubrica “Contas a cobrar a comerciantes e bancos por regularizações – notas de débito com

bancos” refere-se a valores facturados aos bancos relativos a serviços prestados a estas entidades.

11. RECURSOS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

Esta rubrica tem a seguinte composição:

Milhares de Euros

Dez 2009Taxas Médias

Dez 2008Taxas Médias

"Hot moneys" 128.100 3,50% 148.050 5,03%

Descobertos bancários 2.847 3,73% 485 5,18%

Juros a pagar - empréstimos Curto prazo 2.236 2.481

Empréstimos a curto prazo 133.183 151.016

Adiantamentos a bancos resultantes de mov. Cartões (2.236) (3.376)

Empréstimos a curto prazo, após adiantamentos 130.947 147.640

Empréstimos a médio e longo prazo 30.000 4,63% 20.000 4,68%

Juros a pagar - empréstimos Médio e Longo prazo 520 148

Recursos de outras Instituições de Crédito 161.467 167.788

A rubrica "Adiantamentos a bancos resultantes de movimentos de cartões" corresponde aos débitos

realizados pela Unicre aos bancos em resultado do processamento do movimento dos seus cartões

bancários e que se encontram no fim do mês pendentes de confirmação. Estas operações são

regularizadas nos primeiros dias do mês seguinte.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

12. PROVISÕES E IMPARIDADES

O movimento ocorrido nas provisões e imparidades da Unicre durante os exercícios de 2009 e 2008

foi o seguinte:

Milhares de Euros

Provisões e Custos com Provisões e Custos com

imparidade pessoal imparidade pessoal

Crédito e juros vencidos (Nota 6) 12.410 23.726 - (539) - (14.006) - 21.591

Outros Devedores vencidos (Nota 10) 816 161 - (203) - (75) - 698

Crédito a clientes e Outros Devedores 13.226 23.887 - (742) - (14.082) - 22.289

-

Riscos gerais de crédito (Nota 6) 9.233 - - (362) - - - 8.873

Reestruturações (Nota 22) 1.188 - 304 - - (1.091) - 401

Incentivos para terminais EMV 646 - - (646) - - - -

Outros 1.307 - - (848) - (90) - 370

Outras provisões 12.374 - 304 (1.856) - (1.181) - 9.640

Provisões e Imparidades 25.599 23.887 304 (2.598) - (15.263) - 31.929

31 de Dezembro de 2009

Descrição Dez 2008Utili-

zaçõesTransfe- rências

Dez 2009

Dotações Reposições

Milhares de Euros

Provisões e Custos com Provisões e Custos com

imparidade pessoal imparidade pessoal

Crédito e juros vencidos (Nota 6) 8.581 12.169 - (11) - (8.329) - 12.410Outros Devedores vencidos (Nota 10) 708 222 - (102) - (12) - 816

Crédito a clientes e Outros Devedores 9.289 12.390 - (113) - (8.341) - 13.226-

Riscos gerais de crédito (Nota 6) 6.777 2.456 - - - - - 9.233

Reestruturações (Nota 22) 901 - 1.208 - - (921) - 1.188Incentivos para terminais EMV 896 - - (250) - - - 646

Outros 1.182 207 - (81) - - - 1.307Outras provisões 9.756 2.663 1.208 (331) - (921) - 12.374

Provisões e Imparidades 19.045 15.053 1.208 (444) - (9.262) - 25.600

31 de Dezembro de 2008

DescriçãoUtili-

zaçõesTransfe- rências

Dez 2008Dez 2007

Dotações Reposições

Provisões para crédito e juros vencidos e Riscos gerais de crédito

Em Janeiro de 2009, e após um processo de testes e acompanhamento, a Unicre ajustou a sua

metodologia de apuramento e classificação do crédito em incumprimento, com o objectivo de

reflectir de forma mais adequada o comportamento e as características da sua carteira de crédito.

Esta alteração não teve qualquer impacto patrimonial líquido, tendo implicado um reforço das

provisões para crédito (rubrica “Correcções de valor associadas ao crédito a clientes” da

demonstração de resultados), o qual foi compensado com um aumento na rubrica de “Recuperação

de créditos, Juros e Despesas” da demonstração de resultados. No decorrer de 2009 a Unicre

registou na rubrica da demonstração de resultados “Recuperação de Créditos, Juros e Despesas” o

montante de mEuros 539 apresentado neste mapa como reposições de provisões para “Crédito e

Juros vencidos”.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

A Unicre tem como procedimento utilizar provisões quando o crédito vencido atinge dezoito meses.

Caso este crédito seja recuperado, a Unicre reflecte essa recuperação em “Recuperação de

créditos, Juros e Despesas”.

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, as provisões para crédito e juros vencidos incluem o montante

de mEuros 5.436 relativo a perdas por imparidade constituídas para fazer face ao risco de

cobrabilidade da carteira de crédito da Unicre, em excesso face aos mínimos exigidos pelo Aviso nº

3/95, de 30 de Junho (com as alterações introduzidas pelo Aviso nº3/2005 de 21 de Fevereiro), e

outras disposições emitidas pelo Banco de Portugal.

Provisões diversas

A rubrica “Outras provisões – Reestruturações” está relacionada com custos a suportar na sequência

de reestruturações de processos e serviços na Unicre, nomeadamente os decorrentes de acordos de

reformas antecipadas e indemnizações por rescisões de contratos de trabalho.

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13. OUTROS PASSIVOS

Esta rubrica tem a seguinte composição:

Milhares de Euros

Dez 2009 Dez 2008

Fornecedores Diversos

Nacionais a) 5.324 3.614

Estrangeiros 19 47

Cauções de comerciantes b) 2.304 2.388

Comissões a pagar a bancos c) 2.269 2.340

Iva a Pagar 0 64

Facturação a pagar a comerciantes d) 37.538 34.288

Imposto de selo a pagar 268 309

Retenção de IRS 150 177

Seg. Social 157 182

Anuidades a distribuir 69 59

Outros Credores diversos 293 303

Encargos a pagar:

Gastos com pessoal

Férias e Subsidio de Férias (incluindo Encargos sociais) 1.467 1.446

Bónus 731 958

Gastos Gerais Administrativos 1.411 1.575

Outras contas de regularização: 22 44

Responsabilidades com Prémio Antiguidade (Nota 14) 1.121 1.130

Outros 44 970

Outros Passivos 53.187 49.894

a) Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, a rubrica “Fornecedores diversos – Nacionais”, inclui um

montante de mEuros 1.035 e mEuros 1.334, respectivamente, a pagar à SIBS, referente à

utilização dos seus meios informáticos que compreendem o sistema central de processamento

de operações e de apoio nas transacções efectuadas por POS.

b) As "Cauções de comerciantes" correspondem ao depósito que foi realizado por estes no

momento de adesão à rede da Unicre. Estes montantes são devolvidos aos comerciantes quando

estes decidem deixar de pertencer à rede.

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c) Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, a rubrica “Comissões a pagar a bancos” inclui:

Milhares de Euros

Dez 2009 Dez 2008

Comissões de serviço do banco de apoio 1.843 1.748

Comissões "Issuer Optional Fee" 374 513

Encargos com membros emissores de cartões 37 64

Outros 15 15Comissões a pagar a bancos 2.269 2.340

Como “Comissão de serviço do banco de apoio” encontra-se registado o montante que à data

do balanço ainda não tinha sido liquidado aos bancos pelos serviços de promoção do negócio no

âmbito da Redunicre (Nota 24).

d) A rubrica “Facturação a pagar a comerciantes” refere-se a valores que se encontram pendentes

do encerramento dos terminais de pagamento automático (TPA´s), por parte dos comerciantes,

para que seja efectuada a respectiva liquidação.

14. BENEFÍCIOS DE LONGO PRAZO A EMPREGADOS

A evolução das responsabilidades e saldo dos Fundos (quer Fundo de Pensões, quer provisões

contabilísticas) nos últimos 5 anos é analisada como segue:

Milhares de Euros

Responsabilidades por serviços passados financiadas pelo Fundo Pensões:

Reformados 21.387 18.297 16.031 14.402 9.638

Empregados no activo 41.992 40.993 41.760 37.307 37.850

Demitidos (ex-participantes) 4.910 5.368 3.767 3.507 2.883

Responsabilidades por serviços passados 68.289 64.658 61.558 55.216 50.371

Valor patrimonial do fundo 65.848 62.345 59.479 57.170 56.990

Subsidio de Morte * - - - - 1.119 944

Prémio de Antiguidade 1.120 1.130 1.187 1.108 1.148

Provisão Contabilística para responsabilidades não financiadas pelo Fundo Pensões

1.120 1.130 1.187 2.227 2.092

Excesso / (insuficiência) de cobertura (2.441) (2.313) (2.079) 1.954 6.619

* A partir de 2007, as reponsabilidades com Subsidio de Morte passaram a estar incluídas no plano de pensões financiado através do Fundo de Pensões Unicre

2009 2008 2007 2006 2005

Responsabilidades com pensões de reforma e sobrevivência

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RELATÓRIO E CONTAS2009

As responsabilidades por serviços passados de Pensionistas e de Colaboradores que estão, ou

estiveram, ao serviço da Unicre e cuja cobertura se encontra assegurada por fundos de pensões são

calculadas em conformidade com o estabelecido no IAS 19.

Até 01 de Março de 2009 era a Pensões Gere – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A. a

entidade a quem competia a responsabilidade de elaborar as avaliações actuariais necessárias ao

cálculo das responsabilidades por pensões de reforma e sobrevivência bem como a de gerir o fundo

de pensões da Unicre. As mesmas funções estão, desde aquela data, a ser desempenhadas pela BPI

Pensões - Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A..

Os métodos de valorização actuarial utilizados são o “Projected Unit Credit”, para o cálculo do

custo normal e das responsabilidades com serviços passados”. Não são considerados decrementos de

invalidez no cálculo das responsabilidades.

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, os principais pressupostos actuariais e financeiros utilizados no

cálculo das responsabilidades com pensões são:

2009 2008 2009 2008

Pressupostos demográficos

Tábua de mortalidade TV 88/90 TV 88/90

Taxa de rotação do pessoal Nula Nula

Pressupostos financeiros

Taxa de desconto 5,25% 5,25%

Taxa de rendimento do fundo 5,00% 5,00% 5,87% -4,00%

Taxa de crescimento salarial 3,50% 3,50% 2,30% 3,28%

Taxa de crescimento das pensões 2,50% 2,50% 1,50% 2,69%

RealizadoPressupostos

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Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, os Pensionistas e Colaboradores beneficiários de planos de

pensões financiados pelo fundo de pensões da Unicre têm a seguinte composição:

2009 2008

Empregados no activo 225 230

Pensionistas 48 43

273 273

Ex-participantes 222 223

Número de participantes no fundo 495 496

São considerados “Ex-participantes” no Fundo, anteriores empregados da Unicre aos quais, em

virtude da cessação do Contrato de Trabalho, foi reconhecido o direito ao recebimento de pensão

de reforma ao abrigo do Plano de Pensões, conforme estabelecido na cláusula 140ª do Acordo

Colectivo de Trabalho Vertical (ACTV) do Sector Bancário.

As responsabilidades com pensões de reforma, cuidados médicos pós-emprego e subsídio de morte

em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 relativas às condições gerais do plano de pensões em vigor

nessas datas, assim como a respectiva cobertura, apresentam o seguinte detalhe:

Milhares de Euros

2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008

Reformados 20.274 17.248 834 707 279 342 21.387 18.297

Empregados no activo 39.308 38.486 1.733 1.688 951 819 41.992 40.993

Demitidos (ex-participantes) 4.910 5.367 n.a. n.a. n.a. n.a. 4.910 5.367

Responsabilidades por serviços passados 64.492 61.102 2.567 2.395 1.230 1.161 68.289 64.658

Valor patrimonial do fundo 65.848 62.345

Excesso / (insuficiência) de cobertura (2.441) (2.313)

Grau de cobertura das responsabilidades 96,43% 96,42%

TotalPensões por velhice e reformas antecipadas

Cuidados médicos pós emprego

Subsídio por morte

Em 31 de Dezembro de 2009, existia um deficit de financiamento face ao definido no Avisonº4/2005

do Banco de Portugal (financiamento integral das pensões em pagamento de 95% das

responsabilidades por serviços passados do pessoal no activo e ex-colaboradores) no valor de

mEuros 96, os quais foram entretanto regularizados já em 2010.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

O movimento ocorrido durante os exercícios de 2009 e 2008 no fundo de pensões foi o seguinte:

Milhares de Euros

2009 2008

Valor patrimonial do fundo no início do exercício 62.345 59.479

Contribuições

. da entidade patronal 1.191 6.521

. dos colaboradores -

Pensões pagas (1.346) (1.221)

Rendimento liquido do fundo 3.658 (2.434)

Outros - -

Valor patrimonial do fundo no final do exercício 65.848 62.345

No exercício de 2009 e 2008, as contribuições da Unicre para o Fundo de Pensões foram efectuadas

em numerário.

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 o fundo de pensões não inclui activos que estejam a ser

utilizados pela Unicre ou representativos de títulos emitidos pela Sociedade. Os elementos que

compõem o valor do activo do Fundo de Pensões são analisados como segue:

Milhares de Euros

2009 2008

Titulos Rendimento Fixo 38.219 41.421

Titulos Rendimento Variável 22.836 11.744

Depósitos a Prazo 2.000 -

Disponibilidades 2.793 9.180

Valor patrimonial Fundo Pensões 65.848 62.345

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RELATÓRIO E CONTAS2009

O movimento ocorrido durante os exercícios de 2009 e 2008 relativo ao valor actual das

responsabilidades com serviços passados com benefícios pós-emprego foi o seguinte:

Milhares de Euros

2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008

Responsabilidades no inicio do exercício 61.101 58.075 2.396 2.316 1.161 1.167 64.658 61.557

Custo dos serviços correntes 1.939 2.189 86 98 42 49 2.067 2.336

Custo dos juros 3.282 2.879 129 115 63 58 3.474 3.052

Reformas antecipadas/invalidez 977 652 34 42 6 4 1.017 699

(Ganhos) e perdas actuariais (1.510) (1.516) (29) (132) (42) (117) (1.581) (1.765)

Pensões/Subsidios pagos (1.297) (1.178) (49) (43) - - (1.346) (1.221)

Outros - - - - -

Responsabilidades no fim do exercício 64.492 61.101 2.567 2.396 1.230 1.161 68.289 64.658

Cuidados médicos pós emprego

Subsídio por morte TotalPensões por velhice e reformas antecipadas

O movimento ocorrido nos desvios actuariais durante os exercícios de 2009 e 2008 foi o seguinte:

Milhares de Euros

2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008

Ganhos e (perdas) actuariais no inicio do exer (2.576) (4.090) (124) (256) (173) (290) (6.761) (1.380) (6.466) (6.017)

Desvios no rendimento do fundo - - - 568 (5.381) 568 (5.381)

Alteração de pressupostos actuariais e financei 0 (153) (5) 45 - - (113)

Desvios nas pensões pagas (250) (52) 1 (2) 0 - (249) (53)

Desvios no crescimento dos salários e das pensõ 862 861 34 4 16 18 - 912 883

Outros desvios 898 857 (6) 135 26 54 - 918 1.046

(Proveito)/custo do excesso do limite do corredor - - - - - 3.168

Ganhos e (perdas) actuariais no fim do exercí (1.066) (2.576) (95) (124) (131) (173) (6.193) (6.761) (4.317) (6.466)

Rentabilidade do FundoTotalPensões por velhice

Cuidados médicos pós emprego

Subsídio por morte

Nos exercícios de 2009 e 2008, as demonstrações financeiras registam na rubrica de custos com

pessoal os seguintes valores relacionados com a cobertura de responsabilidades por pensões (Nota

22):

2009 2008

Pensões por velhice

Custos dos serviços correntes 1.939 2.189

Custo dos juros 3.282 2.879

Cuidados médicos pós-emprego

Custos dos serviços correntes 86 98

Custo dos juros 129 115

Subsidio por morte

Custos dos serviços correntes 42 49

Custo dos juros 63 58

Rendimento esperado do fundo (-) (3.090) (2.948)

Reformas antecipadas no período:

Utilização de provisão 1.017 699

Amortização do excesso do limite do corredo - 3.168

3.468 6.307

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RELATÓRIO E CONTAS2009

No exercício de 2008, a Unicre amortizou em resultados do exercício – custos com pessoal – mEuros

3.168 relativos ao excesso dos desvios actuariais não reconhecidos em resultados sobre o limite do

corredor, fixado num máximo de 10% do valor das responsabilidades com serviços passados ou do

valor dos activos do fundo, dos dois o mais elevado. Em 31 de Dezembro de 2009 não existem

desvios actuariais em excesso sobre o limite do corredor.

Os custos com benefícios de saúde têm um impacto significativo no custo com pensões. A assistência

médica dos trabalhadores da Unicre está assegurada por um Serviço de Assistência Médico-Social

(SAMS) que constitui uma entidade autónoma, e que é dotada pelas contribuições fixadas por

negociação entre os bancos e entidades sindicais. Desta forma, a taxa de contribuições para aquele

sistema de assistência não pode variar de forma unilateral, dependendo de acordo entre as várias

entidades do sector bancário, e não directamente da variação anual do crescimento do custo dos

cuidados médicos.

Outros benefícios de longo prazo – Prémio de Antiguidade

Nos exercícios de 2009 e 2008 as responsabilidades com serviços passados com outros benefícios

apresentam o seguinte detalhe:

Reformados n.a. n.a.

Empregados no activo 1.120 1.130

Responsabilidades por serviços passados 1.120 1.130

20082009

O movimento referente a responsabilidades com serviços passados de outros benefícios a

empregados, ocorrido nos exercícios de 2009 e 2008 foi o seguinte:

Milhares de Euros

2009 2008

Responsabilidades no inicio do exercício 1.130 1.187

Custo dos serviços correntes 60 70

Custo dos juros 61 58

(Ganhos) e perdas actuariais (46) (107)

Valores pagos (85) (77)

Outros -

Responsabilidades no fim do exercício 1.120 1.130

Prémio de Antiguidade

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RELATÓRIO E CONTAS2009

Nos exercícios de 2009 e 2008, as demonstrações financeiras registam na rubrica de custos com

pessoal os seguintes valores relacionados com outros benefícios a empregados de longo prazo (Nota

22):

Milhares de Euros

2009 2008

Custo do ano 121 128

Desvios actuariais (46) (107)

Custos do ano com outros benefícios 73 21

15. CAPITAL

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, o capital da Unicre estava representado por 2.000.000 acções

escriturais com um valor nominal de 5 Euros cada, integralmente subscritas e realizadas, não tendo

sido registada qualquer alteração na estrutura accionista que se apresenta como segue:

Percentagem (%)

Montante (milhares euros)

Banco Comercial Português, S.A. 30,02 3.002

Banco Santander Totta, S.A. 18,09 1.809

Caixa Geral de Depósitos, S.A. 17,60 1.761

Banco BPI, S.A. 17,31 1.732

Banco Espírito Santo, S.A. 9,09 910

Caixa Económica Montepio Geral 2,84 284

Banco Internacional do Funchal, S.A. 1,43 144

Banco Bilbao & Vizcaya (Argentaria), S.A. 0,78 78

Finibanco, S.A. 0,29 29

Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L. 0,29 29

Barclays Bank, S.A. 0,29 29

BNP Paribas, S.A. 0,29 29

BPI – Banco Português de Investimento, S.A. 0,29 29

Banco Popular de Portugal 0,29 29

Banco do Brasil, S.A. 0,29 29

Banco Português de Negócios, S.A. 0,29 29

Banco Activo Bank, S.A. 0,29 29

99,81 9.981

Unicre (Acções Próprias) 0,19 19

Capital 100,00 10.000

Estrutura Accionista

Dez 2009

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RELATÓRIO E CONTAS2009

16. RESERVAS DE REAVALIAÇÃO

O movimento ocorrido nas reservas de reavaliação durante os exercícios de 2009 e 2008 foi o

seguinte:

Milhares de Euros

Saldo em 31 de Dezembro de 2007 478 (127) 351

Alienação de Activos Disponíveis para Venda (Nota 5) (440) - (440)

Valorização de Activos Disponíveis para Venda (Nota 5) 6.324 - 6.324

Impostos Diferidos - Activos Disponíveis para Venda (Nota 25) - 157 157

Impostos Correntes - Activos Disponíveis para Venda - (879) (879)

Saldo em 31 de Dezembro de 2008 6.362 (849) 5.513

Alienação de Activos Disponíveis para Venda - líquida Impostos (Nota 5) (2.429) 380 (2.049)

Valorização de Activos Disponíveis para Venda (Nota 5) 4.518 4.518

Impostos Diferidos - Activos Disponíveis para Venda (Nota 25) (1.421) (1.421)

Impostos Correntes - Activos Disponíveis para Venda 264 264

Saldo em 31 de Dezembro de 2009 8.451 (1.625) 6.825

Reservas de reavaliação

Reservas por impostos

Total

17. OUTRAS RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS

Esta rubrica tem a seguinte composição:

Milhares de Euros

Dez 2009 Dez 2008

Reserva legal 10.168 7.599

Reservas Livres 17.188 10.036

Resultados Transitados 13.319 13.319

Outras Reservas e Resultados Transitados 40.675 30.954

De acordo com o disposto no artigo 97º do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades

Financeiras, aprovado pelo Decreto-Lei 298/91, de 31 de Dezembro e alterado pelo Decreto-Lei nº

201/2002, de 25 de Setembro, a Unicre deverá destinar uma fracção não inferior a 10% dos lucros

líquidos apurados em cada exercício à formação de uma reserva legal, até um limite igual ao valor

do capital social ou ao somatório das reservas livres constituídas e dos resultados transitados, se

superior.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

A rubrica “Resultados transitados” inclui os impactos da adopção das NCA’s. Adicionalmente, inclui

também as reservas de reavaliação de outros activos tangíveis efectuadas nos termos da lei em

exercícios anteriores a 1 de Janeiro de 2005, decorrentes da evolução de índices gerais de preços,

líquidas dos respectivos impostos diferidos passivos no montante de mEuros 2.258. De acordo com a

legislação vigente, estas reservas não são distribuíveis aos accionistas podendo apenas ser utilizadas

em futuros aumentos do capital da Sociedade ou em outras situações especificadas na legislação.

18. JUROS E RENDIMENTOS SIMILARES

Esta rubrica refere-se a juros debitados a utilizadores de Cartões emitidos pela Unicre (Revolving),

bem como a Juros de aplicações financeiras de curto prazo, com o seguinte detalhe:

Milhares de Euros

2009 2008

Cartões - Marca Unibanco 36.056 35.475

Cartões - Outras Marcas 1.254 1.337

Juros aplicações Financeiras 12 208

Juros e Rendimentos similares 37.322 37.020

19. JUROS E ENCARGOS SIMILARES

Esta rubrica refere-se aos juros de recursos obtidos em instituições de crédito no país com o

seguinte detalhe:

Milhares de Euros

2009 2008

"Hot moneys" 5.328 7.395

Descobertos bancários 25 152

Empréstimos a médio e longo prazo 1.099 1.352

Juros e Encargos similares 6.452 8.899

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RELATÓRIO E CONTAS2009

20. RENDIMENTOS E ENCARGOS COM SERVIÇOS E COMISSÕES

Estas rubricas têm a seguinte composição:

Milhares de Euros

2009 2008

Comissões recebidas

Descontos obtidos de comerciantes

Facturação no país 166.986 167.862

Facturação no estrangeiro 2.299 3.013

Taxas de serviço 19.423 20.628

Anuidades 5.096 5.518

Outros (54) 694

Rendimentos com serviços e comissões 193.750 197.715

Comissões pagas

Encargos com membros emissores de cartões 137.692 136.740

Comissões de Cash advance 6.537 6.309

Comissões por serviços bancários 406 243

Comissões por angariação cartões 1.620 1.282

Cash back pagos a titulares de cartões 479 375

Encargos com serviços e comissões 146.734 144.949

Pelo serviço de Acquiring a Unicre recebe dos comerciantes uma comissão calculada como um

desconto sobre o valor pago através dos cartões, encontrando-se a mesma registada em “Comissões

recebidas – Descontos obtidos de comerciantes”. Por outro lado encontram-se registadas em

“Comissões pagas – Encargos com membros emissores de cartões”, as Interchange fees pagas aos

emissores de cartões.

Na sua actividade enquanto representante de marcas internacionais e enquanto emissor de cartões,

a Unicre cobra aos Sistemas Internacionais e aos seus clientes, respectivamente, taxas de serviço

pelos levantamentos efectuados em Cash Advance na rede de ATMs e aos balcões dos bancos,

registados em proveitos na rubrica de “Taxas de Serviço” e cujo valor, em 2009 ascendeu a mEuros

10.592 (2008: mEuros 12.614).

Da mesma forma, e como contrapartida, a rubrica de custos “Comissões de Cash Advance”, regista

os valores pagos pela Unicre aos bancos proprietários da rede ATM relativos às transacções de Cash

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Advance efectuadas por cartões por si emitidos e/ou representados, bem como pelos cartões

estrangeiros das marcas de que é acquirer.

Adicionalmente, a rubrica de “Taxas de Serviço” regista ainda o valor das comissões recebidas

relativas aos Crédito em Conta e Vendas a prestações, as quais no exercício de 2009 atingiram

mEuros 8.179(2008: mEuros 7.296).

21. OUTROS RESULTADOS DE EXPLORAÇÃO

Esta rubrica tem a seguinte composição:

Milhares de Euros

2009 2008

Taxas de manutenção de POS 3.710 3.910

Prestação de serviços 1.520 1.541

Reembolso de despesas 519 1.067

Encargos debitados a clientes 1.841 1.665

Taxas de instalação e adesão 128 139

Receita mínima trimestral 627 605

Comparticipações apólice seguros 99 500

Prémio de apreensão de cartão 38 42

Outros 2.038 517

Outros proveitos de exploração 10.520 9.986

Facturação fraudulenta 309 767

Outros Impostos 308 332

Rendas de aluguer de viaturas 159 159

Quotizações 80 85

Donativos - 5

Outros custos de exploração 856 1.348

Outros resultados de exploração 9.664 8.638

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22. CUSTOS COM PESSOAL

A rubrica “Custos com o pessoal” tem a seguinte composição:

Milhares de Euros

2009 2008

Empregados 8.674 8.945

Orgão de direcção e fiscalização 822 820

Salários e vencimentos 9.496 9.765

Empregados 603 1.168

Orgão de direcção e fiscalização 339 339

Bónus 942 1.507

Encargos com pensões de reforma

Custo do exercício (Nota 14) 2.134 2.120

Amortização Excesso Corredor (Nota 14) - 3.168

Outros 40 40

Encargos com outros benefícios de longo prazo

Subsidio de morte (Nota 14) 104 107

Prémio de antiguidade (Nota 14) 73 21

SAMS (Nota 14) 215 213

Caixa abono de familía 903 997

SAMS e Segurança Social 875 854

Seguro de Acidentes de Trabalho 61 62

Outros 109 174

Encargos sociais e outros custos com pessoal 4.514 7.756

14.953 19.028

Indemnizações contratuais e reestruturações(Nota 12) 389 1.757

Custos com pessoal 15.342 20.786

No exercício de 2009 e 2008 a rubrica “Indemnizações contratuais e reestruturações” inclui um

valor de mEuros 304 e mEuros 1.208, respectivamente, para fazer face a custos com processos de

restruturação em curso no final de cada exercício (ver nota 12). Adicionalmente, em 2009 e 2008,

esta rubrica incluía ainda mEuros 86 e mEuros 549 relativos a indemnizações por rescisão

contratual, os quais, em 2008 referentes aos colaboradores do anterior Centro de Segurança,

desactivado em final de 2008 por Outsourcing deste serviço à empresa Paywatch (ver nota 9). A

desactivação deste departamento explica parte da redução verificada nas rubricas de Salários e

vencimento e Bónus dos empregados

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23. EFECTIVOS

Nos exercícios de 2009 e 2008, o efectivo médio anual e o número final de colaboradores ao serviço

da Unicre, por categorias profissionais, era o seguinte:

Nº médio de colaboradores Nº Final de colaboradores

2009 2008 Dez 09 Dez 08

Direcção e Administração 15 15 13 15

Chefias 20 22 19 22

Funções específicas 79 77 80 76

Administrativos 134 152 133 136

Outros 10 10 10 10

Efectivos 258 276 255 259

2009 2008 Dez 09 Dez 08

Grupo I 248 266 245 249

Grupo II 1 1 1 1

Grupo III 9 9 9 9

Efectivos 258 276 255 259

A diferença significativa registada entre o número médio de colaboradores e o de final do ano de

2008, prende-se, conforme mencionado na nota anterior, com a desactivação no final daquele ano

do Centro de Segurança (Nota 9).

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24. GASTOS GERAIS ADMINISTRATIVOS Esta rubrica tem a seguinte composição:

Milhares de Euros

2009 2008

Serviços Informáticos 12.772 13.057

Comissão do serviço do banco de apoio 8.793 8.869

Auditorias, Estudos e consultas 2.197 1.368

Publicidade e edição de publicações 2.060 2.713

Comunicação 2.019 2.691

Licenças 1.193 1.089

Seguros 837 874

Conservação e reparação 1.006 1.104

Impressos e material 405 918

Mão de obra 2.127 1.419

Avenças e Honorários 581 441

Deslocações, estadas e representação 460 486

Rendas e alugueres 149 211

Despesas judiciais e Outsourcing Contencioso 1.178 1.115

Outros 3.083 3.167

Gastos gerais administrativos 38.860 39.522

Os custos incluídos nas rubricas de “Serviços Informáticos” incluem nomeadamente os custos

inerentes ao funcionamento da rede de comerciantes, entre os quais se destacam a utilização dos

meios informáticos da SIBS, que compreendem o sistema central de processamento de operações e

o apoio nas transacções efectuadas por POS.

A rubrica “Comissão de serviço do banco de apoio” refere-se a custos suportados na Unicre que se

destinam a reembolsar os bancos pelos custos com a promoção do negócio da Redunicre.

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25. IMPOSTOS SOBRE OS LUCROS

Nos exercícios de 2009 e 2008, o custo com impostos sobre lucros reconhecidos em resultados,

bem como a carga fiscal imputada apresenta o seguinte detalhe:

Milhares de Euros

2009 2008

Imposto corrente 5.196 8.089

Registo e reversão de diferenças temporárias em:

. Activos por impostos diferidos 302 (739)

. Passivos por impostos diferidos (740) (740)

Impostos diferidos (438) (1.479)

Total de imposto registado em resultados 4.758 6.610

Lucro do exercício antes de impostos 19.911 32.300

Carga fiscal 23,90% 20,46%

A reconciliação entre a taxa nominal de imposto e a taxa efectiva verificada nos exercícios de

2009 e 2008, bem como a reconciliação entre o custo / proveito de imposto e o produto do

lucro contabilístico pela taxa nominal de imposto, pode ser analisada como se segue:

Milhares de Euros

Resultado antes de imposto 19.911 32.300

Imposto apurado com base na taxa de imposto corrente 26,50% 5.276 26,50% 8.560

Reforço de provisões não dedutíveis 0,00% - 0,16% 52

Redução provisões tributadas -0,97% (193) 0,00% -

Provisões para crédito 0,00% - -0,17% (54)

Custos com pensões não aceites 0,40% 80 0,37% 118

Mais valias contabilísticas e fiscais -1,36% (271) 0,00% -

Realizações de utilidade social não dedutíveis 0,04% 7 0,02% 6

Benefícios fiscais 0,00% - -0,04% (14)

Benefícios fiscais - Dividendos EU 0,00% - -6,46% (2.085)

Efeito Método Equivalência Patrimonial -0,24% (47)Outros custos/(proveitos) não dedutíveis 0,13% 26 -0,05% (16)Tributação autónoma 0,21% 41 0,13% 42

Excesso estimativa IRC exercicios anteriores -0,81% (161)Imposto registado em resultados 23,90% 4.758 20,46% 6.609

2009Taxa de imposto

Valor

2008

ValorTaxa de imposto

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A carga fiscal imputada paga e a pagar nos exercícios de 2009 e 2008 apresenta o seguinte detalhe:

Milhares de Euros

Imputada 5.196 8.968

Paga (5.518) 5.199

A pagar/(A receber) (332) 3.930

2009 2008Carga Fiscal

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, as rubricas “Activos por impostos” e “Passivos por impostos”

têm a seguinte composição:

Milhares de Euros

Descrição Dez 09 Dez 08

Activos por impostos correntes

IRC a recuperar 332 -

Activos por impostos diferidos

Por diferenças temporárias 4.284 4.626

Activos por impostos 4.616 4.626

Passivos por impostos correntes

IRC a pagar - 3.930

Passivos por impostos diferidos

Por diferenças temporárias 1.859 1.600

Passivos por impostos 1.859 5.530

O movimento a nível do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) – Imposto Corrente

durante os exercícios de 2009 e 2008 foi o seguinte:

Milhares de Euros

Saldo

Em 31 de Dezembro de 2007 2.239

Pagamentos realizados no exercício

- Relativos ao exercício anterior (2.078)

- Pagamentos por conta (5.199)

Dotação para impostos sobre lucros

- Registados em resultados 8.089

- Registados em reservas 879

Em 31 de Dezembro de 2008 3.930

Pagamentos realizados no exercício

- Relativos ao exercício anterior (3.662)

- Pagamentos por conta (5.518)

- Outros movimentos de regularização (278)

Dotação para impostos sobre lucros

- Registados em resultados 5.196

Em 31 de Dezembro de 2009 (332)

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RELATÓRIO E CONTAS2009

O excesso de estimativa de imposto gerado em cada período permanece nesta rubrica, sendo

anulado após a revisão das autoridades fiscais do exercício em causa.

Os activos e passivos por impostos diferidos correspondem ao valor do imposto a recuperar e a pagar

em períodos futuros resultante de diferenças entre o valor de um activo ou passivo no balanço e a

sua base de tributação. Os impostos diferidos foram calculados com base nas taxas fiscais

decretadas para o período em que se prevê que seja realizado o respectivo activo ou passivo.

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, o valor dos activos e passivos por impostos diferidos é o

seguinte:

Milhares de Euros

2009 2008

Activos 4.284 4.626

Passivos (1.859) (1.600)

Impostos diferidos 2.425 3.026

Registados por contrapartida de:

Outras reservas e resultados transitados 2.996 1.517

Reservas de reavaliação (1.009) 30Resultado do exercício 438 1.479Impostos diferidos 2.425 3.026

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O movimento nos impostos diferidos registados no exercício de 2009 apresenta a seguinte composição:

Dez 2008Custo do periodo

Reposições/ utilizações

Regulari-zações

Dez 2009

Provisões para crédito 8.298 - - - 8.298

Reestruturações 1.188 304 (1.091) - 401Incentivos para terminais EMV e outras 950 (840) - 110Imparidade em imóveis 514 - (15) - 499

Outras provisões não dedutíveis fiscalmente 2.650 304 (1.947) - 1.007

Reformas antecipadas 2.717 1.276 (771) - 3.222Cuidados médicos pós emprego 1.519 - (49) - 1.470Subsídio por morte 974 104 - - 1.078Prémio de antiguidade 1.130 73 (130) - 1.073

Outros 14 - - - 14

Reavaliação de activos disponíveis para venda - Menos valia potencial 153 (153) (0)Benefícios a empregados de longo prazo e Outras dif temporárias 6.507 1.453 (1.102) - 6.858

Diferenças temporárias que originam activos por impostos diferidos 17.455 1.757 (3.049) - 16.163

Diferenças temporárias que originam passivos por impostos diferidos

Reavaliação de activos imobilizados (444) 14 - - (430)Reavaliação de activos disponíveis para venda - Mais valia potencial (35) - - (3.772) (3.807)Amortização do impacto do IAS 19 nos termos do Aviso nº 4/2005 (5.558) - 2.779 - (2.779)

Diferenças temporárias que originam passivos por impostos diferidos (6.037) 14 2.779 (3.772) (7.016)

Milhares de Euros

Descrição

Base

Milhares de Euros

Imposto diferido Capital e resultado do exercício

Dez 2008Custo do periodo

Reposições/ utilizações

Regulari-zações

Dez 2009Result. do exercício

Resultados Transitados

Reserv. de reavaliação

Provisões para crédito 2.200 - - - 2.200 - - -

Pensões e Outros Encargos similares

Reestruturações 315 81 (289) - 107 (209) - -

Incentivos para terminais EMV e outras 252 - (223) - 29 (223) - -

Imparidade em imóveis 136 - (4) - 132 (4) - -Outras provisões não dedutíveis fiscalmente 703 81 (516) - 268 (436) - -

Reformas antecipadas 720 338 (204) - 854 134 - -

Cuidados médicos pós emprego 403 - (13) - 390 (13) - -

Subsídio por morte 258 28 - - 286 28 - -

Prémio de antiguidade 299 19 (34) - 284 (15) - -

Outros 4 - - - 4 - - -

Reavaliação de activos disponíveis para venda - Menos valia potencial 41 - (41) - - - - (41)Benefícios a empregados de longo prazo 1.724 385 (292) - 1.817 134 - (41)Diferenças temporárias que originam activos por impostos diferidos 4.626 466 (808) - 4.285 (302) - (41)

Reavaliação de activos imobilizados (118) 4 - - (114) 4 - -

Reavaliação de activos disponíveis para venda (9) - - (998) (1.007) - - (998)

Amortização do impacto do IAS 19 nos termos do Aviso nº 4/2005 (1.473) - 736 - (737) 736 - -Diferenças temporárias que originam passivos por impostos diferidos (1.600) 4 736 (998) (1.857) 740 - (998)

3.026 470 (72) (998) 2.427 438 - (1.039)

Descrição

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O movimento nos impostos diferidos registados no exercício de 2008 apresenta a seguinte composição:

Descrição Dez 2007Custo do exercício

Reposições/ utilizações

Regulari-zações

Dez 2008

Provisões para crédito 5.642 1.940 - 716 8.298

Reestruturações 901 1.208 (921) - 1.188Incentivos para terminais EMV e outras 1.192 10 (252) - 950

Imparidade em imóveis 544 - (30) - 514Outras provisões não dedutíveis fiscalmente 2.635 1.218 (1.203) - 2.650

Reformas antecipadas 2.623 706 (612) - 2.717

Cuidados médicos pós emprego 1.549 - (30) - 1.519

Subsídio por morte 867 107 - - 974Prémio de antiguidade 1.187 21 (78) - 1.130

Outros 14 - - - 14

Reavaliação de activos disponíveis para venda - Menos valia potencial - 153 153Benefícios a empregados de longo prazo 6.240 834 (720) 153 6.507

Diferenças temporárias que originam activos por impostos diferidos 14.517 3.992 (1.923) 869 17.455

Reavaliação de activos imobilizados (458) 14 - - (444)Reavaliação de activos disponíveis para venda - Mais valia potencial (477) - - 442 (35)

Amortização do impacto do IAS 19 nos termos do Aviso nº 4/2005 (8.337) - 2.779 - (5.558)

Diferenças temporárias que originam passivos por impostos diferidos (9.272) 14 2.779 442 (6.037)

Milhares de Euros

Milhares de Euros

Imposto diferido Capital e resultado do exercício

Dez 2007Custo do exercício

Reposições/ utilizações

Regulari-zações

Dez 2008Result. do exercício

Resultados Transitados

Reserv. de reavaliação

Provisões para crédito 1.495 514 - 191 2.200 705 - -

Pensões e Outros Encargos similares

Reestruturações 239 320 (244) - 315 76 - -

Incentivos para terminais EMV e outras 316 3 (67) - 252 (64) - -

Imparidade em imóveis 144 - (8) - 136 (8) - -Outras provisões não dedutíveis fiscalmente 699 323 (319) - 703 4 - -

Reformas antecipadas 695 187 (162) - 720 25 - -

Cuidados médicos pós emprego 410 - (8) - 403 (8) - -

Subsídio por morte 230 28 - - 258 28 - -

Prémio de antiguidade 315 6 (21) - 299 (15) - -

Outros 4 - - - 4 - - -

Reavaliação de activos disponíveis para venda - Menos valia potencial - - - 41 41 - 41

Benefícios a empregados de longo prazo 1.654 221 (191) 41 1.724 30 - 41Diferenças temporárias que originam activos por impostos diferidos 3.847 1.058 (510) 231 4.626 739 - 41

Reavaliação de activos imobilizados (121) 4 - - (118) 4 - -

Reavaliação de activos disponíveis para venda (126) - - 117 (9) 117

Amortização do impacto do IAS 19 nos termos do Aviso nº 4/2005 (2.209) - 736 - (1.473) 736 - -

Diferenças temporárias que originam passivos por impostos diferidos (2.457) 4 736 117 (1.600) 740 - 117

1.390 1.062 227 348 3.026 1.479 - 158

Descrição

De acordo com a legislação em vigor, as declarações fiscais podem ser objecto de revisão por parte

da Administração Fiscal durante quatro anos (cinco no caso da Segurança Social). Em 31 de

Dezembro de 2009 estão pendentes de revisão as declarações fiscais da Unicre respeitantes aos anos

de 2008 e 2009 (esta última ainda não submetida). Dada a natureza das eventuais correcções que

poderão ser efectuadas, não é possível quantificá-las neste momento. No entanto, na opinião do

Conselho de Administração da Unicre, não é previsível que qualquer liquidação adicional,

relativamente aos exercícios acima referidos, seja significativa para as demonstrações financeiras

anexas.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

26. REQUISITOS DE CAPITAL

Desde a sua transformação em Instituição Financeira de Crédito (IFIC) em 1 de Janeiro de 2006, a

Unicre passou a ter de observar, em permanência, os requisitos de capital regulatório estipulados

pelo Banco de Portugal, os quais são calculados de acordo com Aviso 16/2004, de Agosto de 2004.

De referir que o rácio de adequação de fundos próprios totais mínimo é de 8%, pelo que os fundos

próprios exigidos pelo Banco de Portugal são inferiores aos apresentados pela Unicre.

Durante o exercício de 2008 a Unicre, em conformidade com a legislação em vigor, passou a

calcular os seus requisitos de capital em conformidade com as regras de Basileia II, utilizando para o

efeito o método Padrão para cálculo dos requisitos de Risco de Crédito e o Método do indicador

Básico para a estimativa das necessidades para risco Operacional.

Em 31 de Dezembro de 2009 os Fundos Próprios da Unicre (não considerando o resultado líquido do

exercício), ascendiam a 55 milhões de euros (2008: 42 milhões de euros), correspondendo a uma

folga face aos requisitos mínimos que ascende a 24 milhões de euros (2008: 10 milhões de euros) e

detalham-se como segue:

Milhares de Euros

Dez 2009 Dez 2008

Fundos próprios de base 44.453 36.998

Fundos próprios complementares 10.165 4.876

Total dos Fundos próprios 54.618 41.875

Requisitos totais 30.649 31.577

Risco de Crédito 16.635 17.410

Risco Operacional 14.014 14.167

Rácio de adequação de fundos próprios totais 14,26% 10,61%

Rácio de adequação de fundos próprios de base 11,60% 9,37%

Rácio de adequação de fundos próprios complementares 2,65% 1,24%

O aumento do rácio de fundos próprios totais em Dezembro de 2009 face ao ano anterior deve-se,

essencialmente à parcela dos resultados líquidos de 2008 retidos (fundos próprios de base), e ainda

ao aumento das reservas de Justo valor de activos disponíveis para venda, que também contribuem

em 45% para os elementos próprios complementares.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

27. JUSTO VALOR E RISCOS FINANCEIROS

JUSTO VALOR

Em 31 de Dezembro de 2009, o justo valor dos instrumentos financeiros pode ser resumido conforme

quadro seguinte:

Milhares de Euros

Valor

Contabilístico

(Líquido)

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 14 - 14 14 -

Disponibilidades em outras instituições de crédito 124 - 124 124 -

Activos financeiros disponíveis para venda 8.455 - 8.455 8.455 -

Aplicações em Instituições de Crédito 20.300 20.305 20.305 5

Crédito a clientes 244.187 - 247.844 247.844 3.656

Activos 273.081 - 276.742 276.742 3.661

Recursos de outras instituições de crédito 161.467 162.680 162.680 (1.213)Passivos 161.467 - 162.680 162.680 (1.213)

Justo valor dos instrumentos financeiros 111.614 - 114.062 114.062 2.448

Diferenças de valorização de activos financeiros reconhecidas em reservas de reavaliação 8.451

Total 10.899

Metodologia de apuramento do Justo valor

31 Dezembro 2009

Cotações em

mercado activo

Técnicas de Valorização

Total justo valor

Diferença

Em 31 de Dezembro de 2008, o Justo valor dos instrumentos financeiros pode ser resumido

conforme quadro seguinte:

Milhares de Euros

Valor

Contabilístico

(Líquido)

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 35 - 35 35 -

Disponibilidades em outras instituições de crédito 179 - 179 179 -

Activos financeiros disponíveis para venda 6,366 - 6,366 6,366 -

Crédito a clientes 266,932 - 270,405 270,405 3,473

Activos 273,512 - 276,985 276,985 3,473

Recursos de outras instituições de crédito 167,788 168,248 168,248 (460)

Passivos 167,788 - 168,248 168,248 (460)

Justo valor dos instrumentos financeiros 105,724 - 108,737 108,737 3,013

Diferenças de valorização de activos financeiros reconhecidas em reservas de reavaliação 6,362

Total 9,375

DiferençaTécnicas de Valorização

Metodologia de apuramento do Justo valor

31 Dezembro 2008

Cotações em mercado

activo

Total justo valor

Sempre que possível, na determinação do Justos valores foram utilizadas cotações em mercados activos.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

Contudo, em determinados tipos de instrumentos financeiros, como por exemplo crédito a clientes,

não existe actualmente um mercado activo em Portugal com transacções similares, pelo que se

utilizaram técnicas de valorização internas. Estas baseiam-se na actualização dos fluxos de caixa de

capital e juros esperados no futuro, considerando-se que ocorrem nas datas contratualmente

definidas. A taxa de desconto utilizada incorpora as taxas de mercado para os respectivos prazos

residuais e o spread da empresa, incorporando o risco de crédito. Os resultados obtidos são

influenciados pelos parâmetros utilizados, os quais incorporam algum grau de subjectividade,

nomeadamente o spread de risco de crédito, e ignoram factores como o desenvolvimento futuro do

negócio.

Desta forma, os valores apresentados (i) não correspondem ao valor de realização num cenário de

venda ou liquidação, (ii) não podem ser entendidos como uma estimativa do valor económico da

empresa e (iii) poderiam ser diferentes caso tivessem sido utilizados outros pressupostos.

Durante os exercícios de 2009 e 2008, as variações ao justo valor de instrumentos financeiros

ocorreram na rubrica de Activos financeiros disponíveis para venda e foram registadas por

contrapartida da Reservas de Reavaliação, conforme evidenciado na demonstração de alterações ao

capital próprio.

De referir ainda que, nos exercícios de 2009 e 2008, não foram desreconhecidos quaisquer

instrumentos financeiros para os quais não fosse possível apurar, de forma fiável, o seu justo valor,

pelo que o impacto em resultados foi nulo.

RISCO DE CRÉDITO

Um dos principais riscos da actividade da Empresa encontra-se associado ao crédito concedido,

nomeadamente através da utilização dos cartões de crédito por si emitidos.

O risco de crédito resulta da possibilidade de ocorrência de perdas financeiras decorrentes do

incumprimento do Cliente relativamente às obrigações contratuais estabelecidas com a Unicre no

âmbito da sua actividade creditícia.

O controlo desse risco começa no próprio processo de atribuição do crédito.

A avaliação do risco de crédito é efectuada tendo em conta os resultados obtidos do modelo de

scoring utilizado pela Unicre que efectua de forma automática uma pré-atribuição de limites de

crédito e de graus de risco com base na avaliação da realidade económica social de cada Cliente.

As actividades de acompanhamento e de controlo têm como objectivo quantificar e controlar o risco

de crédito, permitindo a definição antecipada de medidas concretas para situações específicas que

indiciem agravamento de risco, bem como estratégias globais de gestão da carteira de crédito.

Saliente-se também a existência do Conselho de Crédito, que tem por missão optimizar a gestão do

crédito, avaliando, propondo e dando parecer sobre metodologias, políticas, procedimentos e

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RELATÓRIO E CONTAS2009

instrumentos de avaliação do comportamento da carteira de crédito, sobre planos de acções

correctivas e de implementação das medidas adequadas, bem como de um Normativo Interno de

Crédito que integra, num único documento, a regulamentação em matéria de concessão,

acompanhamento e recuperação de crédito.

Com o objectivo de reforçar a importância dada pela Unicre às medidas de controlo do risco de

crédito, um rácio de qualidade do crédito está presente como indicador de desempenho do sistema

de incentivos existente na empresa.

Em 31 de Dezembro de 2009 a exposição máxima ao risco de crédito pode ser resumida como segue:

Milhares de Euros.

Provisões

Patrimonais

Crédito a clientes 265.778 30.464 235.314

Valor Contabilístico Bruto

Valor Contabilístico Líquido

Em 31 de Dezembro de 2008 a exposição máxima ao risco de crédito pode ser resumida como segue:

Milhares de Euros.

Provisões

Patrimonais

Crédito a clientes 279.344 21.643 257.701

Valor Contabilístico Líquido

Valor Contabilístico Bruto

De referir que não existem linhas de crédito concedidas irrevogáveis, nem outro tipo de garantias

registadas extrapatrimonialmente, não sendo relevantes os colaterais recebidos como garantia do

crédito concedido, que é esmagadoramente atribuído a particulares.

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RELATÓRIO E CONTAS2009

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, o crédito e juros vencidos, apresenta a seguinte decomposição,

por classe de incumprimento:

Milhares de Euros

Dez 2009 Dez 2008 Dez 2009 Dez 2008 Dez 2009 Dez 2008 Dez 2009 Dez 2008 Dez 2009 Dez 2008

Crédito vencido 681 5.358 9.996 5.512 15.304 9.188 9.636 5.252 35.617 25.311

Juros vencidos a regularizar 1.096 846 - - - - - - 1.096 846

Valores Brutos 1.777 6.204 9.996 5.512 15.304 9.188 9.636 5.252 36.713 26.157

Provisões específicas 27 93 2.499 1.378 9.429 5.687 9.636 5.252 21.591 12.410

Valores Líquidos 1.750 6.111 7.497 4.134 5.875 3.501 - - 15.122 13.748

TotalAté 3 meses De 3 a 6 meses De 6 a 12 meses Mais de 13 meses

Para além da provisão para crédito e juros vencidos acima indicada, em 31 de Dezembro de 2009 e

2008 a Unicre tem registada uma provisão para riscos gerais de crédito, no montante de mEuros

8.873 e mEuros 9.233, respectivamente (Nota 12).

RISCO DE MERCADO

O risco de mercado consiste genericamente na variação potencial do valor de um activo financeiro

em virtude de variações não antecipadas dos níveis da taxa de juro, taxas de câmbio, níveis de

preços no mercado accionista, metais ou outros “commodities”.

A actual exposição da Unicre à flutuação dos mercados bolsistas é limitada, quer pela sua reduzida

expressão numérica, quer pelo carácter estratégico das participações. Da mesma forma, e por

serem de montante irrelevante os activos e passivos em moeda estrangeira, o risco cambial é

desprezível.

O principal activo da Unicre é a carteira de crédito sobre clientes (essencialmente a titulares de

cartões por si emitidos), sendo o risco de taxa de juro aquele que apresenta maior relevo,

incrementado pelo alargamento da oferta de crédito, nomeadamente no alargamento dos prazos de

reembolso.

A avaliação e acompanhamento do risco de taxa de juro é feita através do conceito de modified

duration e do mismatch entre a variação esperada do valor da carteira de activos e a variação

esperada dos passivos face a uma deslocação da curva de taxas de juro de mercado, estando

estabelecidos limites máximos de exposição os quais correspondem a 0,1% do Valor de mercado dos

activos. Em 31 de Dezembro de 2009 o impacto de uma subida de 1% nas taxas de juro nos activos e

passivos da Unicre ascendia a 219 mil euros - negativos (2008: 405 mil euros - negativos).

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RELATÓRIO E CONTAS2009

RISCO DE LIQUIDEZ

A Unicre financia-se com capitais próprios, mas essencialmente, por recurso ao mercado monetário

através de financiamentos de curto prazo e em contas correntes, no quadro de protocolos

estabelecidos com os principais bancos da praça. Em 2007 iniciou o recurso a financiamento de

médio prazo com taxa fixa.

A gestão corrente do funding está suportada em previsões de fluxos de tesouraria e é efectuada de

molde a evitar riscos excessivos ao nível de deterioração de spreads ou escassez de fundos, estando

estabelecidos limites máximos de exposição temporal.

Diariamente são controlados os valores dos saldos das contas correntes, garantindo que existe saldo

positivo mas residual para os bancos com os quais a Unicre não tem acordos de financiamento e

optimizando as restantes contas bancárias, face às condições contratuais das diferentes entidades

bancárias.

Mensalmente, a posição dos financiamentos obtidos é analisada pelo Conselho de Administração.

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, os prazos contratuais residuais dos passivos financeiros

apresentam a seguinte estrutura:

Milhares de Euros.

Prazos residuais - 2009

à vista até 3 meses de 3 meses de 1 ano de 3 anos Indeterminado Total

a 1 ano a 3 anos a 5 anos

Passivos

Recursos de outras instituições de crédito - 88.280 42.667 30.520 - - 161.467

- 88.280 42.667 30.520 - - 161.467

Milhares de Euros.

Prazos residuais - 2008

à vista até 3 meses de 3 meses de 1 ano de 3 anos Indeterminado Total

a 1 ano a 3 anos a 5 anos

Passivos

Recursos de outras instituições de crédito - 119.855 27.786 20.147 - - 167.788

- 119.855 27.786 20.147 - - 167.788

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RELATÓRIO E CONTAS2009

28. PARTES RELACIONADAS

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, as entidades relacionadas da Unicre são as seguintes:

Accionistas com participação superior a 10%

Grupo Banco Comercial Português Portugal 30,02% 30,31%

Grupo Santander Totta Portugal 18,09% 18,09%

Grupo Caixa Geral de Depósitos Portugal 17,60% 17,60%

Grupo Banco BPI Portugal 17,59% 17,59%

Empresas filiais e associadas

Consulprest - Sociedade Prestadora Portugal 100% 100%

de Serviços de Consultoria, Lda.

Paywacth - Serv. Integrados de Segurança em Pagamentos, SA

Portugal 40% 40%

Membros do Conselho de Administração da Unicre

António Palma Ramalho - Presidente

Amadeu Ferreira de Paiva - Vogal

Vasco Manuel da Silva Pereira - Vogal

Membros do Conselho de Fiscal da Unicre

Rogério Fernandes Ferreira - Presidente até 17 Dezembro 2008

José Gomes Pedro - Presidente após 18 Dezembro 2008

(anteriormente vogal)

Ludovico Morgado Cândido - Vogal

António Manuel Luna Vaz - Vogal (a partir de 12 Março 2009)

Paulo Alexandre Rosa Pereira Antunes - Vogal Suplente(Interino entre 18 Dezembro 2008 e 11 de Março 2009)

Fundo de pensões de Colaboradores da Unicre

Fundo de pensões Unicre Portugal

SedeNome da entidade relacionadaParticipação

directaParticipação

efectiva

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RELATÓRIO E CONTAS2009

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, o montante global dos activos e passivos relativos a operações

realizadas com entidades relacionadas da Unicre pode ser resumido da seguinte forma:

Milhares de Euros

2009

Accionistas part. Emp filiais esup. 10% associadas

Investimentos em Associadas - 402 402

Outros Activos 10 1 11

Activos 10 403 413

Recursos de Outras Instituições de Crédito 108.059 - 108.059

Juros a pagar 1.837 - 1.837

Outros Passivos 1.841 89 1.930Passivos 111.738 89 111.827

Milhares de Euros

2008

Accionistas part. Emp filiais e

sup. 10% associadas

Investimentos em Associadas - 225 225

Outros Activos 27 72 99Activos 27 297 324

Recursos de Outras Instituições de Crédito 119.659 - 119.659

Juros a pagar 1.520 - 1.520

Outros Passivos 1.529 188 1.716Passivos 122.707 188 122.896

Total

Total

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 não existiam quaisquer saldos a pagar ou a receber dos

membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal da Unicre, para além dos relativos à

utilização corrente dos respectivos cartões de crédito e da especialização do bónus anual relativo ao

desempenho do exercício de 2009, tendo os membros destes órgãos auferido, durante aqueles

exercícios, uma remuneração total de mEuros 1.161 e mEuros 1.159, respectivamente em 2009 e

2008 (Nota 22). Adicionalmente, foram registados encargos com pensões de reforma e outros

benefícios pós-emprego concedidos a actuais membros do Conselho de Administração, no valor de

mEuros 78 (2008: mEuros 77).

A remuneração dos membros do Conselho de Administração, exclusivamente constituído por 3

administradores executivos, bem como do Conselho Fiscal, é deliberada pela Comissão de

Remunerações, a qual é constituída por 3 representantes dos accionistas.

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28. PARTES RELACIONADAS (informação adicional)

Na sequência e em cumprimento do previsto na Lei nº 28/2009 de 19 de Junho, vem o Conselho de

Administração da Unicre complementar a informação constante na Nota 28 – Partes Relacionadas

das notas às Demonstrações Financeiras da Unicre relativas ao exercício de 2009.

Assim, indicam-se de seguida as remunerações individuais recebidas pelos membros do órgão de

administração e de fiscalização da Unicre em 2009:

Milhares de Euros.

VencimentoSubsidios e Outros

Remuneração Variável

Total

António Palma Ramalho 301 2 129 432

Amadeu Ferreira de Paiva 245 2 105 352

Vasco Manuel da Silva Pereira 245 2 105 352

Total do Conselho de Administração 791 6 339 1.136

José Gomes Pedro 11 - - 11

António Manuel Luna Vaz 6 - - 6

Ludovico Morgado Cândido 7 - - 7

Total do Conselho Fiscal 24 - - 24

Remuneração Fixa

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Durante o exercício de 2009 foram liquidados ao Fundo de Pensões da Unicre mEuros 99 relativos a

comissão de gestão (mEuros 127 no exercício de 2008) e efectuada uma dotação financeira para o

fundo no valor de mEuros 1.191 (mEuros 6.521 no exercício de 2008- Nota 14).

Nos exercícios de 2009 e 2008, o montante global dos custos e proveitos relativos a operações realizadas com entidades relacionadas da Unicre pode ser resumido da seguinte forma:

Milhares de Euros.

Accionistas part. Emp filiais e

sup. 10% associadas

Rendimentos Instrumentos de capital 176 176

Outros resultados de exploração 164 133 164

Proveitos 164 309 340

Juros e encargos similares 4.396 - 4.396

Comissões suportadas 93.135 - 93.135

Comissões bancárias 278 - 278

Gastos gerais administrativos 4.809 689 5.497

Custos 102.618 689 103.306

Milhares de Euros.

Accionistas part. Emp filiais e

sup. 10% associadas

Outros resultados de exploração 159 - 159

Proveitos 159 - 159

Juros e encargos similares 6.371 - 6.371

Comissões suportadas 87.682 - 87.682

Comissões bancárias 152 - 152Gastos gerais administrativos 4.878 954 5.831

Custos 99.083 954 100.035

2009

Total

2008

Total

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9. CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS

CERTIFICAÇÃO LEGAL DAS CONTAS

(Montantes expressos em milhares de Euros – mEuros)

Introdução

1. Examinámos as demonstrações financeiras anexas da Unicre – Instituição Financeira de Crédito, S.A. (Unicre), as quais compreendem o Balanço em 31 de Dezembro de 2009 que evidencia um total de mEuros 298.563 e capitais próprios de mEuros 72.410, incluindo um resultado líquido de mEuros 15.153, as Demonstrações do Rendimento Integral, dos Resultados, de Alterações no Capital Próprio e dos Fluxos de Caixa no exercício findo naquela data e o correspondente Anexo.

Responsabilidades

2. É da responsabilidade do Conselho de Administração da Unicre a preparação de demonstrações financeiras que apresentem de forma verdadeira e apropriada a posição financeira da Unicre, o rendimento integral das suas operações, as alterações no seu capital próprio e os seus fluxos de caixa, bem como a adopção de políticas e critérios contabilísticos adequados e a manutenção de um sistema de controlo interno apropriado. A nossa responsabilidade consiste em expressar uma opinião profissional e independente, baseada no nosso exame daquelas demonstrações financeiras.

Âmbito

3. O exame a que procedemos foi efectuado de acordo com as Normas Técnicas e as Directrizes de Revisão/Auditoria da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, as quais exigem que seja planeado e executado com o objectivo de obter um grau de segurança aceitável sobre se as demonstrações financeiras estão isentas de distorções materialmente relevantes. Este exame incluiu a verificação, numa base de amostragem, do suporte das quantias e informações divulgadas nas demonstrações financeiras e a avaliação das estimativas, baseadas em juízos e critérios definidos pelo Conselho de Administração, utilizadas na sua preparação. Este exame incluiu, igualmente, a apreciação sobre se são adequadas as políticas contabilísticas adoptadas e a sua divulgação, tendo em conta as circunstâncias, a verificação da aplicabilidade do princípio da continuidade das operações e a apreciação sobre se é adequada, em termos globais, a apresentação das demonstrações financeiras. O nosso exame abrangeu também a verificação da concordância da informação financeira constante do Relatório de Gestão com as demonstrações financeiras. Entendemos que o exame efectuado proporciona uma base aceitável para a expressão da nossa opinião.

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Opinião

4. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras referidas no parágrafo 1 acima apresentam de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspectos materialmente relevantes, a posição financeira da Unicre – Instituição Financeira de Crédito, S.A. em 31 de Dezembro de 2009, o rendimento integral das suas operações, as alterações no seu capital próprio e os seus fluxos de caixa no exercício findo naquela data, em conformidade com as Normas de Contabilidade Ajustadas emitidas pelo Banco de Portugal (Nota 2).

Lisboa, 12 de Fevereiro de 2010

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10. RELATÓRIO E PARECER DO CONSELHO FISCAL

RELATÓRIO E PARECER DO CONSELHO FISCAL

Senhores Accionistas,

1. INTRODUÇÃO

De acordo com a Lei e os estatutos, cumpre ao Conselho Fiscal submeter à vossa apreciação o seu Relatório e Parecer sobre os documentos de prestação de contas da Unicre-Instituição Financeira de Crédito (IFIC), SA relativos ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, preparadas com base nas NCA-Normas de Contabilidade Ajustadas.

O Conselho Fiscal acompanhou, como lhe compete, a evolução da gestão e dos resultados da sociedade, de forma sistemática ao longo do exercício de 2009, o qual se desenvolveu num contexto económico e financeiro particularmente adverso. Da nossa actuação ao longo do ano de 2009, queremos evidenciar, em particular, o seguinte:

a) A fim de acompanhar o Plano de Actividades aprovado para a Auditoria e Controlo Interno (ACI), reunimos com a responsável pela área com periodicidade mensal, e tomamos ainda conhecimento de intervenções pontuais que a natureza dessa função, muito naturalmente, determina;

b) Com vista à apreciação mensal das contas da empresa, reunimos com igual periodicidade com a responsável pela Direcção Financeira e de Meios;

c) Para análise pormenorizada da evolução da gestão, da informação financeira da sociedade e a comparação com o respectivo período homólogo do ano anterior, reunimos trimestralmente com o Conselho de Administração.

2. APRECIAÇÃO DO RELATÓRIO E CONTAS

O Conselho de Administração evidencia de forma rigorosa como decorreu a gestão da UNICRE no exercício de 2009 e está em consonância com as demonstrações Financeiras.

A sinistralidade verificada no exercício de 2009 conduziu a um forte acréscimo no valor absoluto das provisões (líquidas), com reflexos directos no resultado final, não obstante a contenção de custos.

3. PARECER

Tudo devidamente ponderado e tendo presente a Certificação Legal de Contas emitida por entidade independente é parecer do Conselho Fiscal que a Assembleia-Geral anual:

- aprove o Relatório de Gestão e as Contas do exercício de 2009, apresentadas pelo Conselho de Administração;

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- aprove a proposta de aplicação de resultados apresentada pelo Conselho de Administração.

Finalmente, expressámos ao Conselho de Administração e aos serviços da Unicre, o nosso agradecimento pela disponibilidade e colaboração com que nos distinguiram.

Lisboa, 17 de Fevereiro de 2010

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11. FORMULÁRIO

RENDIBILIDADE DO ACTIVO MÉDIO – ROA -

(Resultado do Exercício após Impostos)/(Média dos valores trimestrais do activo líquido)

RENDIBILIDADE DOS CAPITAIS PRÓPRIOS MÉDIOS – ROE -

(Resultado do Exercício após Impostos)/(Média dos valores trimestrais dos capitais próprios excluindo o Resultado do Exercício)

CUSTOS DE FUNCIONAMENTO

Custos com Pessoal + Fornecimentos e Serviços de Terceiros

CUSTOS DE ESTRUTURA

Custos de Funcionamento + Amortizações

PRODUTO BANCÁRIO

Margem Financeira + Rendimento de títulos + Comissões Líquidas – Resultados de operações financeiras + Resultados em empresas associadas e filiais (se for em base consolidada) + Outros resultados de exploração.

COST TO INCOME

(Custos de Funcionamento)/(Produto Bancário)

COBERTURA DE CRÉDITO VENCIDO HÁ MAIS DE 90 DIAS

(Provisões para crédito vencido)/(Crédito vencido há mais de 90 dias)

RESULTADO OPERACIONAL

Produto Bancário - Custos de Estrutura

RESULTADO RECORRENTE

Resultado líquido corrigido do impacto de eventos não recorrentes

CRÉDITO COM INCUMPRIMENTO

Crédito vencido há mais de 90 dias + Crédito de cobrança duvidosa reclassificado como vencido para efeitos de provisionamento.

CRÉDITO COM INCUMPRIMENTO, LÍQUIDO

Crédito com incumprimento – (provisões para crédito vencido + Provisões para crédito de cobrança duvidosa)

CRÉDITO TOTAL, LÍQUIDO

Crédito total – (Provisões para crédito vencido + provisões para crédito de cobrança duvidosa)

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RÁCIO DE ADEQUAÇÃO FUNDOS PRÓPRIOS

(Fundos Próprios9)/(Requisitos de Fundos próprios10 X 12,5)

RÁCIO DE ADEQUAÇÃO DOS FUNDOS PRÓPRIOS DE BASE

(Fundos Próprios de base2)/(Requisitos de Fundos próprios3 X 12,5)

RÁCIO DE CRÉDITO COM INCUMPRIMENTO

(Crédito com incumprimento)/(Crédito Total)

RÁCIO DE CRÉDITO COM INCUMPRIMENTO, LÍQUIDO DE

PROVISÕES

(Crédito com incumprimento, líquido)/(Crédito Total, líquido)

RÁCIO DE EFICIÊNCIA (I)

(Custos de Funcionamento + Amortizações)/(Produto Bancário)

RÁCIO DE EFICIÊNCIA (II)

(Custos com Pessoal)/(Produto Bancário)

9 Fundos Próprios são os que resultam da aplicação da Instrução nº. 23/2007 do Banco de Portugal 10 Os requisitos de fundos próprios são os que decorrem da aplicação do Aviso nº 1/93 e do Aviso nº 7/96