Relatório Estágio Roselene Felker

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  • 7/29/2019 Relatrio Estgio Roselene Felker

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIACENTRO DE CINCIAS RURAIS

    CURSO DE GRADUAO EM ENGENHARIA FLORESTAL

    ACOMPANHAMENTO DA IMPLANTAO DE UMPROJETO DE RESTAURAO ECOLGICA NO

    PARQUE ESTADUAL DAQUARTA COLNIA

    RELATRIO DE ESTGIO

    Roselene Marostega Felker

    Santa Maria, RS, Brasil

    2011

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    ACOMPANHAMENTO DA IMPLANTAO DE UM PROJETODE RESTAURAO ECOLGICA NO PARQUE ESTADUAL

    DA QUARTA COLNIA

    por

    Roselene Marostega Felker

    Relatrio apresentado ao Curso de Engenharia Florestal daUniversidade Federal de Santa Maria, como parte das exigncias da

    disciplinaEFL 1001 Estgio Supervisionado em Engenharia Florestal

    Orientador: Prof. Dra Ana Paula Moreira Rovedder

    Supervisor: Suzane Bevilacqua Marcuzzo

    Santa Maria, RS, Brasil

    2011

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    Universidade Federal de Santa MariaCentro de Cincias Rurais

    Curso de Graduao em Engenharia Florestal

    A Comisso Examinadora, abaixo assinada,aprova o Relatrio de Estgio

    ACOMPANHAMENTO DA IMPLANTAO DE UM PROJETO DERESTAURAO ECOLGICA NO PARQUE ESTADUAL DA

    QUARTA COLNIA

    elaborado por

    Roselene Marostega Felker

    como parte das exigncias da disciplinaEFL 1001 Estgio Supervisionado em Engenharia Florestal,

    e como requisito parcial para obteno do grau deEngenheiro Florestal

    COMISSO EXAMINADORA:

    _________________________________________Prof. Dra Ana Paula Moreira Rovedder

    (Presidente/Orientador)

    _________________________________M.Sc. Suzane Bevilacqua Marcuzzo

    (Comisso avaliadora)

    _____________________________________Eng. Ftal. Msc. Ezequiel Gasparin

    (Comisso avaliadora)

    Santa Maria, 11 de julho de 2011

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    RESUMO

    Relatrio de EstgioCurso de Graduao em Engenharia Florestal

    Universidade Federal de Santa Maria

    ACOMPANHAMENTO DA IMPLANTAO DE UM PROJETO DERESTAURAO ECOLGICA NO PARQUE ESTADUAL DA

    QUARTA COLNIAAutora: Roselene Marostega Felker

    Orientadora: Dra Ana Paula Moreira RovedderLocal e Data de defesa: Santa Maria, 11 de julho de 2011.

    A cobertura florestal nativa do Brasil sofre um processo de destruio contnua,seja pela retirada ilegal de madeira da floresta, formao de reas degradadasou expanso da fronteira agrcola, caracterizando descaso com os recursosnaturais. O processo de trabalho realizado durante o estgio consistiu em umestudo terico, na forma de reviso de literatura, como embasamento aodesenvolvimento do projeto intitulado Validao de metodologias derestaurao em fragmento florestal para o Parque Estadual da Quarta Colniae seu entorno, RS, bem como acompanhamento das atividades deimplantao deste. O referido estudo consta de instalao e acompanhamentodas metodologias de isolamento e enriquecimento por nucleao em FlorestaEstacional Decidual. Na reviso de literatura foram desenvolvidos temas como

    a pesquisa em unidades de conservao, restaurao e reabilitao deecossistemas. Nas atividades de implantao do projeto foram realizadasvisitas de reconhecimento e instalao de oito unidades experimentais paraacompanhamento da regenerao. Nesta etapa do projeto, faz-se de grandeimportncia o adequado planejamento de todas as aes a serem executadasa campo, aspectos de acessibilidade e permanncia a campo, formao deequipe de trabalho experiente em atividades prticas, assim como suaadequada proteo atravs de equipamentos de segurana. A experincia deacompanhamento da etapa inicial do projeto demonstrou as possibilidades edificuldades da pesquisa em restaurao ecolgica. Nesse sentido, uma boaestrutura organizacional e um planejamento da implantao e das etapas

    subseqentes so vitais para o sucesso do projeto, uma vez que apossibilidade de avaliao dar-se- em um perodo cronolgico longo.

    Palavras-chave: Unidades de conservao; rea experimental; FlorestaEstacional Decidual.

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    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 - Unidades de conservao distribudas no territrio nacional. ....... 14

    FIGURA 2 - Percentual de ocupao de unidades de conservao por bioma e

    grupo de manejo no Brasil................................................................................ 17

    FIGURA 3 - Vista da Usina Hidreltrica Dona Francisca e seu entorno. .......... 19

    FIGURA 4 - Vista do Parque Estadual da Quarta Colnia ............................... 20

    FIGURA 5 - Representao de ilhas de diversidade ........................................ 26

    Figura 6 - Localizao da rea de realizao da pesquisa no estado do Rio

    Grande do Sul e diviso poltica da regio da Quarta Colnia ......................... 32

    Figura 7 - Localizao do reservatrio da UHE Dona Francisca no contexto do

    RS, com destaque para as bacias hidrogrficas de contribuio direta e a bacia

    do rio Jacuizinho .............................................................................................. 34

    Figura 8 - Desenho esquemtico do tipo de parcela quadrtica utilizado na

    rea, assim como a demonstrao das subparcelas inseridas dentro da parcela

    10 x 10 m.......................................................................................................... 35

    Figura 9 - Visualizao da sede do Parque Estadual da Quarta Colnia ......... 39Figura 10 - Aspecto de heterogeneidade da rea de estudo com a fase

    capoeira em primeiro plano e capoeiro ao fundo .......................................... 41

    FIGURA 11 - Visualizao do remanescente florestal e da marcao das

    parcelas ............................................................................................................ 43

    FIGURA 12 - Espcies que compem a regenerao do fragmento floresta:

    Capororoca (a) e Aoita-cavalo (b) .................................................................. 44

    FIGURA 13 - Visualizao das folhas da arvoreta Escallonia bifida................ 45FIGURA 14 - Clareiras no remanescente florestal ........................................... 45

    FIGURA 15 - Espcimes de Pinus sp. presente no remanescente florestal .... 46

    FIGURA 16 - Espcimes de Pinus sp. derrubadas dentro do remanescente

    florestal no Parque Estadual da Quarta Colnia .............................................. 47

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 - Descrio das principais caractersticas do Parque estadual daQuarta Colnia...................................................................................................21

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    SUMRIO

    APRESENTAO. ............................................................................................ 8

    1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ................................................................... 92 INTRODUO. ............................................................................................. 10

    3 REVISO BIBLIOGRFICA......................................................................... 12

    3.1 Gesto da Natureza .................................................................................. 12

    3.2 Unidades de Conservao....................................................................... 13

    3.3 Parque Estadual da Quarta Colnia........................................................ 18

    3.4 Bioma Mata Atlntica Floresta Estacional Decidual........................... 21

    3.5 Recuperao de reas Degradadas ....................................................... 233.5.1 Modelos de Restaurao de reas Degradadas ..................................... 25

    3.5.2 Mecanismos de Regenerao ................................................................. 28

    3.6 Aspectos fitossociolgicos..................................................................... 29

    4 METODOLOGIA ........................................................................................... 32

    4.1 Local de estudo ........................................................................................ 32

    4.2 Descrio do projeto Validao de metodologias de restaurao em

    fragmento florestal para o Parque Estadual da Quarta Colnia e seu

    entorno, Rio Grande do Sul ......................................................................... 34

    4.3 Parmetros avaliados nas parcelas........................................................ 36

    5RESULTADOS E DISCUSSO .................................................................... 37

    5.1Etapa de embasamento terico .............................................................. 37

    5.2Implantao do projeto ............................................................................ 38

    5.2.1 Etapa de reconhecimento da rea .......................................................... 38

    5.2.2 Definio da rea experimental ............................................................... 40

    5.2.3 Demarcao das parcelas ....................................................................... 41

    5.3 Prximas etapas do trabalho .................................................................. 47

    6CONSIDERAES FINAIS .......................................................................... 50

    7BIBLIOGRAFIA ............................................................................................ 52

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    APRESENTAO

    O trabalho apresentado resultado do Estgio Curricular Obrigatrio de

    final do Curso e um dos requisitos parciais para a obteno do grau de

    Bacharel em Engenharia Florestal na Universidade Federal de Santa Maria.

    Possui como propsito possibilitar aos alunos formandos a vivncia

    profissional e prtica dos contedos apresentados no perodo da graduao.

    O presente estgio foi desenvolvido no Parque Estadual da Quarta

    Colnia, localizado no interior do municpio de Agudo, RS. O incio das

    atividades tericas e prticas aconteceram no ms de janeiro de 2011 e teve

    trmino no perodo de julho do mesmo ano. Foram realizadas atividades de

    reviso bibliogrfica e o acompanhamento da etapa de implantao do projeto

    de pesquisa intitulado Validao de metodologias de restaurao em

    fragmento florestal para o Parque Estadual da Quarta Colnia e seu entorno,

    Rio Grande do Sul, aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento

    Cientfico e Tecnolgico (CNPq).

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    1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

    Durante o perodo de estgio curricular foram desenvolvidas asseguintes atividades:

    Reviso bibliogrfica sobre os temas relacionados a reas de

    conservao ambiental, especificadamente sobre o Parque

    Estadual Quarta Colnia;

    Reviso sobre temas relacionados restaurao de reas

    degradadas e metodologias de estudo sobre o assunto;

    Planejamento e organizao de todas as etapas de trabalhorealizadas a campo; gerenciamento de acomodaes, previso de

    acessibilidade e alimentao no Parque Estadual;

    Treinamento da equipe que trabalhou no projeto de pesquisa;

    Visitas tcnicas de reconhecimento da rea de estudo;

    Implantao de parcelas para avaliao florstica em

    remanescente florestal.

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    2 INTRODUO

    As florestas tropicais so ecossistemas que possuem elevada biodiversidade.

    O Brasil se destaca como um dos pases possuidores da maior diversidade do

    planeta, possuindo cerca de 357 milhes de hectares de florestas tropicais

    (ALMEIDA, 2006).

    No entanto, a cobertura florestal nativa do Brasil sofre um processo de

    destruio contnua, seja por retirada ilegal de madeira da floresta, queimadas,

    ocasionando dessa forma reas degradadas. A Mata Atlntica, um dos biomas mais

    ameaados do mundo, que ocorria em aproximadamente 15% do territrio brasileiro,

    encontra-se reduzida a 8% de sua cobertura original (SOS MATA ATLANTICA/INPE,

    2009).

    No Rio Grande do Sul, em funo de seu histrico de colonizao, poucos

    remanescentes de floresta natural permanecem com suas caractersticas prximas

    ao original. O estado apresentava em torno de 98.327 km de rea florestal

    (RAMBO, 1994). Segundo Rio Grande do Sul (1996) atualmente restam cerca de

    40% da rea com florestas em estgio mdio e avanado de sucessoSegundo vila (2010) so as aes antrpicas e as mudanas climticas que

    exercem forte presso sobre os ecossistemas florestais, demandando prticas que

    possibilitem a conservao de espcies, o uso sustentvel e a recuperao

    ambiental das florestas nativas.

    Os ecossistemas florestais desempenham importante papel no equilbrio

    ambiental, pois atuam na qualidade do ar, da gua, estabilidade das bacias

    hidrogrficas, diversidade da fauna, manuteno da diversidade gentica, dentreoutros benefcios (SCCOTI, 2009).

    Dessa forma, levando em considerao a crescente devastao dos recursos

    naturais, o objetivo principal deste estgio foi realizar um estudo sobre as formaes

    florestais existente no Parque Estadual da Quarta Colnia, atravs de revises

    bibliogrficas, juntamente com acompanhamento de atividades do projeto de

    pesquisa intitulado Validao de metodologias de Restaurao em fragmento

    florestal para o Parque Estadual da Quarta Colnia e seu entorno, Rio Grande doSul, o qual visa testar metodologias de restaurao da composio florstica.

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    3 REVISO BIBLIOGRFICA

    3.1 Gesto da Natureza

    Segundo a Unio Internacional para a Conservao da Natureza (UICN), uma

    rea natural protegida, conhecida como Unidade de Conservao (UC), uma

    superfcie de terra ou mar consagrada proteo e manuteno da diversidade

    biolgica, assim como dos recursos naturais e culturais associados, e manejados

    por meios jurdicos e outros eficazes (COSTA, 2002).

    Os objetivos das reservas naturais devem corresponder a um conjunto de

    valores reconhecidos pela civilizao. Assim, a perpetuao da diversidade

    ecossistmica, gentica e biolgica constitui objetivo que deve ser perseguido pelas

    polticas de proteo ambiental (BRESSAN, 2010).

    A idia de gesto pressupe a possibilidade de conhecer, manejar e mesmo

    proteger a natureza. A proteo dos recursos naturais, atravs de unidades deconservao, ganha consistncia atualmente devido ao maior grau de compreenso

    das pessoas em relao degradao de ambientes, preservao ambiental e

    tambm melhoria da qualidade de vida. Dessa forma, a teoria ecolgica e o manejo

    adequado ganham foras para orientar o manejo para sustentabilidade da natureza.

    Atravs dos objetivos atribudos s reservas, so definidas a participao do

    estado e sociedade para a gesto deste conjunto de reas, rgos e entidades

    gestoras (BRESSAN, 2010).Segundo Dourojeanni (2001) o Brasil o pas que tem os melhores

    mecanismos participativos para as Unidades de Conservao, em especial a partir

    da aprovao da lei sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservao

    (SNUC). A participao popular pode ser vista nas audincias pblicas e atravs da

    participao da sociedade civil atravs do Conselho Nacional do Meio Ambiente

    (CONAMA), no mais alto nvel de decises ambientais.

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    3.2 Unidades de Conservao

    As unidades de conservao (UCs) so legalmente institudas pelo poder

    pblico, nas suas trs esferas (municipal, estadual e federal).

    Elas so reguladas pela Lei no. 9.985 de 2000, que institui o Sistema

    Nacional de Unidades de Conservao (SNUC). Esto divididas em dois grupos: as

    de proteo integrale as deuso sustentvel.

    O Sistema Nacional de Unidades de Conservao (SNUC) define e

    regulamenta as categorias de unidades de conservao nas instncias federal,estadual e municipal, separando-as em dois grupos: de proteo integral, com a

    conservao da biodiversidade como principal objetivo, e reas de uso sustentvel,

    que permitem vrias formas de utilizao dos recursos naturais, com a proteo da

    biodiversidade como um objetivo secundrio.

    A Figura 1 apresenta a disposio das unidades de conservao no territrio

    brasileiro.

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    Figura 1 - Unidades de conservao distribudas no territrio nacional. Fonte:http://www.geomundo.com.br/geografia-30175.htm

    Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentvel, segundo o SNUC, as

    seguintes categorias de unidade de conservao:

    I - rea de Proteo Ambiental;II - rea de Relevante Interesse Ecolgico;

    III - Floresta Nacional;

    IV - Reserva Extrativista;

    V - Reserva de Fauna;

    VI Reserva de Desenvolvimento Sustentvel;

    VII - Reserva Particular do Patrimnio Natural.

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    As reas de Proteo integral so constitudas por:

    I - Estao Ecolgica;

    II - Reserva Biolgica;

    III - Parque Nacional;

    IV - Monumento Natural;

    V - Refgio de Vida Silvestre.

    Com relao aos Parques Nacionais a Lei 9.985 de 18 de julho de 2000 prev

    que o Parque Nacional tem como objetivo bsico a preservao de ecossistemas

    naturais de grande relevncia ecolgica e beleza cnica, possibilitando a realizaode pesquisas cientficas e o desenvolvimento de atividades de educao e

    interpretao ambiental, de recreao em contato com a natureza e de turismo

    ecolgico.

    A lei 9.985/2000 ainda dispe sobre outras providncias:

    1o O Parque Nacional de posse e domnio pblico, sendo que as reas

    particulares includas em seus limites sero desapropriadas;

    2o

    A visitao pblica est sujeita s normas e restries estabelecidas noPlano de Manejo da unidade, s normas estabelecidas pelo rgo responsvel por

    sua administrao e quelas previstas em regulamento.

    3o A pesquisa cientfica depende de autorizao prvia do rgo responsvel

    pela administrao da unidade e est sujeita s condies e restries por este

    estabelecidas, bem como quelas previstas em regulamento.

    4o As unidades dessa categoria, quando criadas pelo Estado ou Municpio,

    sero denominadas, respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal.Os parques brasileiros devem ser reas de porte grande a muito grande,

    capazes de conter amostras representativas de um ou mais ecossistemas no

    alterados, ou minimamente alterados, e da biodiversidade que lhe corresponda

    (DOUROJEANNI, 2001).

    O estabelecimento de parques e reservas no Brasil pode ser considerado um

    fenmeno ainda recente, sendo que a maioria foi criada nos ltimos 30 anos

    (PINTO, 2008). No entanto, espera-se que as oportunidades para a expanso do

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    sistema se esgotem nas prximas duas dcadas, tornando imperativa a criao de

    um maior nmero possvel de unidades de conservao em todos os biomas

    brasileiros, valendo-se de critrios biolgicos (PINTO, 2008).

    Nos anos 90, o Brasil possua mais de 670 unidades de conservao, em todas

    as categorias de manejo, totalizando cerca de 60 milhes de hectares (FONSECA et

    al., 1997). Este dado implica em que, teoricamente, 7,2% do territrio nacional

    estava sob alguma forma de proteo oficial (AYRES e FONSECA, 1997).

    Atualmente, atravs de dados mais recentes, Pinto (2008) comenta que o

    pas possui um sistema de unidades de conservao relativamente extenso, com

    mais de 1.600 unidades divididas em reservas particulares, federais e estaduais,

    totalizando aproximadamente 115 milhes de hectares.Considerando somente as unidades de conservao de proteo integral, as

    de maior relevncia para a preservao da biodiversidade, menos de 3% da

    superfcie do territrio brasileiro encontra-se dedicado oficialmente a esse objetivo

    (PINTO, 2008).

    O autor ainda destaca que essa pequena frao territorial no est distribuda

    segundo critrios de representatividade ao longo dos diferentes ecossistemas, fato

    que pode reduzir a efetividade do sistema de proteo da biodiversidade brasileira.A Figura 2 apresenta a rea ocupada por Unidades de Conservao em cada

    Bioma Brasileiro.

    Figura 2 - Percentual de ocupao de unidades de conservao por bioma e grupo de manejo noBrasil. Fonte: Cadastro Nacional de Unidades de Conservao, maro de 2007.

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    Anlise recente realizada pela Conservao Internacional, enfocando a Mata

    Atlntica, indica que o atual sistema no protege adequadamente as espcies

    ameaadas. O estudo, que envolveu 104 espcies de vertebrados terrestres

    endmicos e ameaados de extino da Mata Atlntica, teve como objetivo

    identificar lacunas no sistema de unidades de conservao e apontar prioridades

    para a sua expanso. Conforme Pinto (2008) os resultados do levantamento

    apontaram 57 espcies-lacuna, ou seja, que no esto em unidades de conservao

    de proteo integral. Outras 34 esto parcialmente protegidas, com algumas

    populaes ocorrendo em unidades de conservao, porm a rea seria ainda

    insuficiente para garantir as metas de proteo para as espcies.Pinto (2008) salienta que, se o objetivo conservar a maior frao possvel da

    diversidade biolgica da Mata Atlntica ou do pas, preciso dar maior nfase aos

    grupos mais ameaados. Vrias das populaes demograficamente estveis das

    espcies que figuram nas chamadas listas vermelhas esto restritas a unidades de

    conservao e suas probabilidades de persistncia, ligadas em grande parte ao

    futuro dessas reas.

    3.3 Parque Estadual da Quarta Colnia

    O Parque Estadual da Quarta Colnia corresponde a 23 Unidade de

    Conservao do Estado, e resultante de compensao ambiental proveniente da

    Usina Hidreltrica de Dona Francisca (UHDF) no rio Jacu. Foi criado em 2005,

    atravs do Decreto 44.186 de 2005, abrangendo os municpios de Agudo e Ibarama,em uma rea de 1.847 hectares e conserva o bioma Mata Atlntica.

    Nesse decreto fica estabelecido que a administrao e o gerenciamento do

    Parque Estadual Quarta Colnia fica a cargo da Secretaria do Meio Ambiente, por

    intermdio do Departamento de Florestas e reas Protegidas (DEFAP).

    O Parque est localizado na margem esquerda do reservatrio da usina,

    abrigando remanescentes de Floresta Estacional Decidual. A UHDF possui potncia

    instalada de 125 MW e rea alagada de 2.098 ha. Os municpios da regio central

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    do RS que tiveram rea territorial atingida pela barragem foram: Agudo, Ibarama,

    Arroio do Tigre, Pinhal Grande, Nova Palma e Estrela Velha, tendo 540 famlias

    atingidas, somando 2.709 pessoas e 518 propriedades rurais atingidas (SOARES et

    al., 2007).

    Na Figura 3, pode ser observada a barragem e as margens da mesma,

    pertencentes ao Parque Estadual.

    Figura 3 - Vista da Usina Hidreltrica Dona Francisca e seu entorno. Fonte:http://maps.google.com.br/maps?hl=pt-br&tab=wl

    A figura 4 demonstra a rea total do Parque Estadual da Quarta Colnia,reas propostas para possvel ampliao do parque e a rede hidrogrfica onde foi

    construda a Usina Hidreltrica de Dona Francisca.

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    Figura 4- Vista do Parque Estadual da Quarta Colnia.

    O objetivo principal do Parque Estadual da Quarta Colnia a preservao deecossistemas naturais de grande relevncia ecolgica e beleza cnica,

    possibilitando a realizao de pesquisas cientficas e o desenvolvimento de

    atividades de educao e interpretao ambiental, de recreao em contato com a

    natureza e de turismo ecolgico (RIO GRANDE DO SUL, 2005).

    Dentre os objetivos da unidade destacam-se a proteo dos remanescentes

    florestais e de espcies presentes na Lista Brasileira de Espcies Ameaadas de

    Extino no Rio Grande do Sul, como as encontradas nas matas as margens do rioJacu, junto do lago da Usina Hidroeltrica de Dona Francisca (UHDF). Segundo o

    Livro Vermelho do RS, como Paca (Agouti paca), Lontra (Lontra longicaudis),

    Veados (Mazama sp.) e varias espcies de felinos (BEHR e FORTES, 2002). A

    seguir no Quadro 1 informaes sobre o Parque estadual.

    Quadro 1 - Descrio das principais caractersticas do Parque Estadual da Quarta

    Colnia.

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    Caractersticas gerais do Parque:

    Municpios: Agudo e Ibarama.

    Biomas: Mata Atlntica

    rea: 1.847,90 haInstrumento de Criao: Decreto Estadual n 44.186/2005

    3.4 Bioma Mata Atlntica - Floresta Estacional Decidual

    O Bioma Mata Atlntica ocupa inteiramente trs estados - Esprito Santo, Riode Janeiro e Santa Catarina e 98% do Paran, alm de pores de outras 11

    unidades da federao, inclusive o estado do Rio Grande do Sul (IBGE, 2004).

    As Florestas Estacionais no sul do Brasil esto enquadradas dentro do Bioma

    Mata Atlntica, pela classificao do IBGE (2004), com rea aproximada de

    1.110.182 Km, sendo o mais descaracterizado dos biomas brasileiros pelos

    processos de ocupao humana.

    A Floresta Estacional Decidual, em seus estgios iniciais, mdios eavanados de sucesso, ocupa uma rea de 11.762,45 km (1.176.245 ha), o que

    representa 4,16% da superfcie do Estado e 23,84% da rea total coberta com

    florestas naturais (RIO GRANDE DO SUL, 2002), ocorrendo na poro noroeste e

    central do estado do Rio Grande do Sul (ARAUJO, 2002).

    Na Quarta Colnia de Imigrao Italiana, onde se desenvolve o presente

    trabalho, segundo Brena e Longhi (1998), a rea total de floresta da ordem de

    28,1% da rea dessa regio, assim distribudos: Nova Palma com 41,4% (342,4

    Km); Faxinal do Soturno com 32,4% (165,9 km); Silveira Martins com 30,7% (122,5

    km); Dona Francisca com 25,7% (105,5 km); Ivor com 23,1% (130,0 km); Pinhal

    Grande com 22,5% (480,1 km); e So Joo do Polsine com 21,2% (84,7 Km).

    O IBGE (2004) classifica este tipo de vegetao em duas estaes climticas

    bem demarcadas. No RS, embora o clima seja ombrfilo, possui uma curta poca

    muito fria e que ocasiona, provavelmente, a estacionalidade fisiolgica da floresta.

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    Esta formao ocorre na forma de disjunes florestais apresentando o

    estrato dominante predominantemente caduciflio, com mais de 50% dos indivduos

    despidos de folhas no perodo frio (IBGE, 2004).

    Sua ocorrncia destacada na regio do Alto Uruguai, ao norte do Estado, e

    na borda sul do Planalto, acompanhando a Serra Geral, at as proximidades do rio

    Itu (afluente do rio Ibicu), fazendo limite com os campos da Campanha gacha.

    Alguns dados importantes sobre a Floresta Estacional Decidual podem ser

    encontrados no Inventrio Florestal Contnuo do Rio Grande do Sul (2002), onde

    foram observadas as seguintes informaes:

    As famlias Myrtaceae, Lauraceae, Mimosaceae, Euphorbiaceae,

    Fabaceae e Solanaceae foram as mais representativas.

    As espcies Nectandra megapotamica, Euterpe edulis, Cupania

    vernalis, Sebastiania commersoniana, Luehea divaricata, Ocotea puberula, Matayba

    elaeagnoides, Casearia sylvestris, Allophylus edulis e Patagonula americana foram

    as mais importantes fitossociologicamente.

    A floresta apresentou, em valores mdios, 831,85 rvores/ha, dimetro

    de 17,82 cm, altura de 11,16 m, rea basal de 25,68 m/ha, volume comercial de

    154,84 m/ha.

    As espcies Gymnanthes concolor, Cupania vernalis, Trichilia elegans,

    Matayba elaeagnoides, Sorocea bonplandii, Pilocarpus pennatifolius, Sebastiania

    commersoniana, Allophylus edulis, Eugenia uniflora e Dalbergia frutescensforam as

    mais abundantes na regenerao natural.

    Nos estgios iniciais, desse tipo fitogeogrfico as espcies predominantes

    foram Sebastiania commersoniana, Escallonia bifida, Baccharis semiserrata,

    Dalbergia frutescens, Eugenia uniflora, Helietta apiculata, Scutia buxifolia, Vernonia

    tweediana, Cupania vernalis e Machaerium paraguariense.

    A diversidade florstica da Floresta Estacional Decidual s foi menor que a da

    Floresta Ombrfila Mista (RIO GRANDE DO SUL, 2002).

    Este levantamento traz informaes importantes para o conhecimento das

    florestas existentes no territrio do estado do RS. Considerando o estado atual do

    bioma Mata Atlntica, que em sua maior parte encontra-se devastado ou reduzido a

    pequenos fragmentos, a compreenso dos processos ecolgicos, assim como o

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    estudo das espcies presentes nesta floresta faz-se de grande importncia para a

    conservao e recuperao das caractersticas originais da mesma.

    Fragmentos florestais em ecossistemas como a Mata Atlntica ainda so

    considerados redutos de diversidade biolgica, e desempenham importante papel,

    contribuindo como importante repositrio de material gentico para programas de

    recuperao e manejo desses ecossistemas (ALMEIDA, 2006).

    No entanto o prprio autor salienta que apenas fragmentos no caracterizam

    grande importncia sobre a representatividade da biodiversidade, sendo necessrias

    reas maiores, suficientes para manter a estrutura da flora e fauna da Mata

    Atlntica. Alm disso, em fragmentos de florestas mais comum acontecer

    problemas relacionados a incndios, caa ilegal, explorao extrativista, presenahumana, entre outras aes prejudiciais a conservao do ambiente.

    3.5 Recuperao de reas Degradadas

    A recuperao de ecossistemas degradados uma prtica muito antigapodendo se encontrar exemplos de sua histria em diferentes povos, pocas e

    regies (RODRIGUES e GANDOLFI, 2004). Nos primeiros estudos realizados, o

    foco da recuperao era apenas a reconstruo de uma fisionomia florestal, com

    plantio aleatrio de rvores, sem utilizao de critrios ecolgicos e sem

    planejamento para combinao e disposio das espcies no plantio (BELLOTTO et

    al., 2009).

    Segundo Bellotto et al. (2009), somente na dcada de 1980, com odesenvolvimento da ecologia de florestas naturais e o incio da consolidao da

    ecologia da restaurao como cincia, os trabalhos de restaurao passaram a

    incorporar os conceitos e paradigmas da ecologia florestal para a sustentao

    conceitual das metodologias de restaurao.

    Guimares (2011) salienta que os mtodos ecolgicos buscam o equilbrio

    ambiental atravs do restabelecimento mais amplo das relaes ecolgicas do

    ambiente, implicando na utilizao exclusiva de espcies nativas.

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    O conceito de recuperao de reas pode ser entendido como um stio

    degradado, o qual retornar a uma forma e utilizao de acordo com um plano pr-

    estabelecido para uso do solo (IBAMA, 1990). Isto implica que o stio degradado ter

    condies mnimas de estabelecer um novo equilbrio dinmico, desenvolvendo um

    novo solo e uma nova paisagem. A recuperao ambiental seria a reaproximao

    das condies originais da flora, fauna, solo, clima e recursos hdricos que existiam

    originalmente no local (CARPANEZZI, 2005).

    Para a recuperao de um ecossistema preciso a aplicao de

    conhecimentos diversos, envolvendo profissionais que trabalhem tanto com a fauna,

    vegetao, como solos e clima, sendo ento um processo multidisciplinar. O

    conhecimento da dinmica natural e da estrutura do ecossistema fundamental nodesenvolvimento de modelos de recuperao (ALMEIDA, 2006).

    O processo inicial de recuperao de uma rea parte do princpio da

    sucesso natural, onde as espcies pioneiras, mais adaptadas a ampla exposio

    solar e condies de solo, ocupam a rea. Estas espcies propiciam uma mudana

    na paisagem e no clima local, assegurando condies adequadas para que novas

    espcies, de grupos sucessionais diferentes, possam se instalar no local. Esta

    seqncia sucessional estende-se at a comunidade vegetal atingir o clmax,momento em que aumenta a diversidade de espcies. Cada fase de sucesso

    caracterizada por composio florstica e faunstica tpicas, associadas entre si

    (ALMEIDA, 2006).

    Bazzaz (1991) relatou que o uso contnuo e sustentvel dos recursos

    florestais, necessita do entendimento sobre a dinmica das espcies e seus

    respectivos papis no processo de renovao da floresta.

    Dentre os mtodos de recuperao utilizados, pode-se citar: o isolamento darea, retirada dos fatores de degradao, adensamento, enriquecimento e

    implantao de consrcio de espcies com o uso de mudas ou sementes. Como

    indicadores da recuperao ambiental da rea pode-se analisar a regenerao

    natural e o banco de sementes do solo, indicadores do solo, indicadores qumicos, e

    relacionados a flora e fauna.

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    3.5.1 Modelos de Restaurao de reas Degradadas

    Atualmente os projetos de recuperao de reas degradadas so baseados

    no paradigma contemporneo, enfatizam a recuperao da integridade, resilincia, e

    da sustentabilidade do ecossistema. Os modelos de restaurao atual no exigem o

    retorno ao seu estado original e tampouco definido um estado clmax a ser

    atingido, ao contrrio do paradigma clssico de restaurao que preconizava o

    estabelecimento original das formaes florestais.

    Em trabalhos de enriquecimento de reas, pode ser utilizada a tcnica

    intitulada Ilhas de diversidade, modelo de recuperao de reas degradadasbaseado na idia de no recobrir toda a rea de estudo, instalando apenas pontos

    estratgicos com vegetao (Figura 5). Esta teoria esta fundamentada no processo

    natural de regenerao, onde os propgulos destas ilhas seriam responsveis pelo

    aumento de diversidade em uma rea de recuperao (CARPANEZZI, 2005).

    As ilhas de diversidade, ou nucleao, ocorrem principalmente atravs da

    disperso de sementes por animais e pela polinizao. Arbustos e arvoretas so

    nucleadores eficientes, como os do gnero Cordiae Acnistus(CARPANEZZI, 2005).

    Figura 5- Representao de Ilhas de diversidade. Fonte: Portal Brasil Ambiental

    Almeida (2006) salienta a importncia de considerar os aspectos

    fitossociolgicos, como a densidade de plantio e tambm a localizao da parte

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    central da rea a ser recuperada visando destacar a eficincia na disperso de

    propgulos e o enriquecimento da diversidade de reas vizinhas.

    Outra estratgia para utilizao deste mtodo o plantio de espcies

    pioneiras na rea total juntamente com as ilhas de diversidade. Segundo Almeida

    (2006) esta interao com as espcies pioneiras promoveria o rpido recobrimento

    do solo, diminuindo a eroso, apesar da baixa diversidade inicial.

    As espcies pioneiras so usadas nos trabalhos de recuperao de reas

    degradadas devido as suas caractersticas de rusticidade. Estas espcies

    desenvolvem-se em locais inspitos e difceis de serem colonizadas, como reas

    abertas a pleno sol, em solos com baixa capacidade nutricional e fisicamente

    comprometidos. Algumas caractersticas das espcies pioneiras so relatadas porAlmeida (2006) abaixo:

    Pequeno nmero de espcies por ecossistema, mas em alta densidade,

    principalmente em fragmentos florestais em estgio inicial e mdio de

    regenerao;

    Capacidade de adaptao em ambientes variados;

    Alta tolerncia luz e intolerncia sombra;

    Pequeno ciclo de vida (10-20 anos); Pequeno porte (menor que 10 m);

    Florao e frutificao precoce;

    Sementes geralmente pequenas, mas produzidas em grande quantidade;

    Disperso de sementes por agentes generalistas;

    Grande amplitude ecolgica (disperso geogrfica);

    Altas taxas de crescimento vegetativo.

    As espcies classificadas como secundrias iniciais desenvolvem-se em

    locais abertos, semi-abertos e clareiras na floresta. Estas espcies toleram

    sombreamento apenas parcial. Como caracterstica importante, est o fato de que

    essas plantas conviverem bem na fase inicial com as pioneiras. Como secundrias

    iniciais podem ser citadas a pata-de-vaca (Bauhinia forficata), camboat (Cupania

    spp.), ing (Inga spp), carvalhinho (Casearia Silvestris), entre outros (ALMEIDA,

    2006).

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    Espcies secundrias tardias desenvolvem-se em reas permanentemente

    sombreadas, tendo todo o seu ciclo de desenvolvimento sombra. Na fase adulta

    ocupam o estrato superior da floresta, e suas mudas sero responsveis por compor

    o banco de plntulas da floresta (ALMEIDA, 2006). Como exemplo de secundria

    tardia pode ser citado a Apuleia leiocarpa.

    As espcies clmax regeneram-se e desenvolvem-se sombra, sendo tpicas

    de florestas primrias, podem ocupar o dossel da floresta, sendo caracterizadas por

    possurem longos ciclos de vidas (acima de 100 anos), sementes que germinam

    logo aps a disperso das rvores e crescimento vegetativo longo (ALMEIDA, 2006).

    Exemplo de espcies clmax pode ser citado o cedro (Cedrela fissilis).

    Segundo Mize et al. (1997), conhecer o ritmo de crescimento das espciesflorestais muito importante para identificar e selecionar espcies de rpido

    crescimento que possam representar uma soluo ao problema de recuperao de

    reas desflorestadas ou degradadas.

    3.5.2 Mecanismos de Regenerao

    vila (2010) comenta sobre a necessidade de desenvolvimento de pesquisas

    que busquem conhecimentos ecolgicos sobre a dinmica de renovao dos

    ecossistemas. Pesquisas relacionadas regenerao das florestas e a atual

    necessidade de identificar estratgias de conservao, manejo sustentvel e

    recuperao ambiental,

    Segundo Almeida (2006) a distribuio das espcies nos diferentes estratosda floresta, assim como a presena/ausncia na regenerao natural podem dar

    indicativos de tolerncia, comportamento, participao das espcies em outros

    estgios sucessionais, presena ou ausncia de agentes polinizadores e

    dispersores, e permanncia da espcie em questo no sistema.

    Diversos fatores como a disponibilidade de gua, luz e nutrientes influenciam

    no desenvolvimento da regenerao natural, assim como a presena de predadores

    e microorganismos determinam a ocupao do espao pelas espcies.

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    Conforme Vieira (1996), os mecanismos que a floresta utiliza para

    regenerao so fluxo de sementes (disperso), banco de sementes do solo e

    banco de plntulas. Tais mecanismos podem tambm ser descritos como fases da

    regenerao.

    Em estudos sobre a regenerao natural, o banco de plntulas representa o

    conjunto de indivduos em desenvolvimento, no sub-bosque da floresta e, que j

    podem ter passado pelo estgio de reserva (VILA, 2010).

    Segundo Sccoti (2009) os mecanismos de regenerao natural, como o

    estudo do banco de plntulas pode ser indicativo de como a floresta responder a

    uma alterao ambiental ou como possvel utilizar o prprio potencial regenerativo

    da floresta, mediante a realizao de determinado tratamento silvicultural.Em experimento realizado em remanescente de Floresta Estacional Decidual,

    no Campo de Instruo de Santa Maria (CISM), Sccoti (2009) verificou que a

    suficincia amostral no banco de plntulas (h _ 30 cm e DAP < 1 cm) e regenerao

    natural estabelecida (1 cm _ DAP _ 5 cm), observada atravs da curva espcie-rea,

    indicou oscilao no nmero de espcies ao longo da amostragem, mas com

    indicativo de estabilizao a partir de 65 e 55 parcelas amostradas, respectivamente.

    Este comportamento pode estar associado em parte s variaes existentesentre as parcelas, causadas por desnveis nas parcelas amostradas, tipo de solo,

    grau de fechamento do dossel, presena de cursos d gua, entre outras. Araujo

    (2002), estudando trs subformaes vegetais, tambm em Floresta Estacional

    Decidual Ripria no RS, observou apenas tendncia estabilizao da curva

    espcie-rea em duas subformaes, atribuindo o fato s variaes ambientais e

    formao de mosaico, que tambm caracterizavam a complexidade florstica da

    vegetao.Por conseguinte, alm do banco de plntulas, de grande importncia o

    estudo sobre os indivduos em desenvolvimento mais avanado e que tambm

    constituem a regenerao natural do ecossistema (VILA, 2010). Entretanto, para

    estes estudos, ainda no existem trabalhos com definies padronizadas, para as

    classes de tamanho utilizadas, dificultando as comparaes.

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    3.6 Aspectos Fitossociolgicos

    Fitossociologia conceituada como estudo de mtodos de reconhecimento e

    definio de comunidades vegetais no que se refere origem, estrutura,

    classificao e relaes com o meio (FELFILI e REZENDE, 2003).

    A composio florstica deve ser um dos primeiros aspectos a ser analisado

    em reas florestais que so objetos de pesquisa ecolgica, manejo silvicultural e

    qualquer outra atividade que envolva a utilizao dos recursos vegetais

    (CARVALHO, 1997). essencial entender a composio florstica para se

    desenvolver estudos adicionais sobre a estrutura e a dinmica da floresta(VACCARO, 2002).

    Informaes relacionadas cobertura florestal e fitossociologia de um local

    so informaes de grande importncia, tanto ao nvel de conhecimento sobre as

    relaes ambientais existentes na floresta, quanto no processo de

    reabilitao/recuperao de reas degradadas. Segundo Braun-Blanquet (1979), os

    inventrios fitossociolgicos reunidos em um tipo de comunidade tm a enorme

    vantagem de que a partir deles, pode-se deduzir o aspecto, o grau dedesenvolvimento, as relaes de competio, a rea de distribuio e outras

    propriedades da comunidade. Finol (1976) descreve os aspectos fitossociolgicos

    das florestas, considerando parmetros da estrutura horizontal e vertical.

    Para anlise da estrutura horizontal das comunidades vegetais, so utilizados

    os parmetros de densidade, frequncia, dominncia, valor de importncia e valor

    de cobertura, que revelam informaes sobre a distribuio espacial das populaes

    e sua participao no contexto do ecossistema (MOSCOVICH, 2006). A soma dadensidade, frequncia e dominncia em sua forma relativa fornecem o ndice de

    valor de importncia (FELFILI e REZENDE, 2003).

    De modo mais especfico, Carvalho (1997) relata que a densidade descrita

    como uma medida que expressa o nmero de indivduos, de uma dada espcie por

    unidade de rea, em geral em hectares. A frequncia considera o nmero de

    parcelas em que determinada espcie ocorre, indicando a disperso mdia de cada

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    espcie em porcentagem. A dominncia definida como a taxa de ocupao do

    ambiente pelos indivduos de uma espcie

    O estudo da estrutura vertical pode indicar o estgio sucessional onde se

    encontra cada espcie. Para tanto so considerados trs estratos: superior, mdio e

    inferior. A presena de uma espcie em todos estes nveis indica que a mesma

    participa da estrutura da floresta desde sua fase inicial at clmax (SCHNEIDER e

    FINGER, 2000).

    Segundo Mueller-Dombois e Ellenberg(1974),em estudos fitossociolgicos, a

    otimizao da suficincia amostral da vegetao, pode ser identificada atravs da

    anlise do nmero acumulado de espcie x rea amostrada (parcela) (curva

    espcie-rea). Essa curva permite avaliar se a amostragem utilizada foi adequadapara representar as variaes da comunidade.

    A diversidade existente na vegetao pode ser expressa pela riqueza, que

    corresponde ao nmero de espcies existente em determinada rea (Mueller-

    Dombois e Ellenberg (1974). Alm desta, pode ser utilizado o ndice de diversidade

    de Shannon e Wiener (H), comumente denominado de ndice de Shannon, que

    considera o nmero de espcies e indivduos amostrados em cada uma (MARTINS,

    1993).Sccoti (2009) descreve que com relao a uma comunidade, a variao do

    nmero de indivduos de espcies existentes, pode ser representada e quantificada

    por meio de ndices de diversidade. Dentre esses ndices pode-se utilizar o ndice de

    Shannon e a equabilidade de Pielou (J).

    A auto-ecologia e dinmica das espcies variam, pois as mesmas apresentam

    um intervalo de tolerncia para os fatores ambientais, cujos indivduos, geralmente,

    vivem em habitat adequado ao seu desenvolvimento, existindo uma interao entrea distribuio da vegetao e as condies ambientais (RICKLEFS e MILLER,

    1999). Entre estes fatores, pode-se citar a luminosidade que afeta a germinao,

    crescimento e reproduo das plantas (BAZZAZ, 1991).

    4. METODOLOGIA

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    4.1Local de estudo

    O trabalho foi desenvolvido na Regio Central do RS, na Quarta Colnia de

    Imigrao Italiana (Figura 6). O clima da regio do tipo Cfa, segundo

    classificao de Kppen, clima subtropical mido, sem estao seca, com

    temperatura mdia anual de 19,4 C. A precipitao mdia anual varia de 1300 a

    1800 mm/ ano, com maiores valores em maio e junho (MORENO, 1961).

    Figura 6 - Localizao da rea de realizao da pesquisa no estado do Rio Grande do Sul e divisopoltica da regio da Quarta Colnia.Fonte: GATTO (2002).

    Localizada entre a encosta da Serra Geral e a Depresso Central, a regio da

    Quarta Colnia de Imigrao Italiana contm reas da Mata Atlntica no Rio Grande

    do Sul. Os ecossistemas predominantes so a Floresta Estacional Decidual da

    borda sul do Planalto Meridional Brasileiro, os banhados, as vrzeas e matas de

    galeria da Depresso Central (MARCUZZO et al., 1998). As florestas na regio da

    Quarta Colnia pertencem ao tipo fitogeogrfico conhecido como Floresta Estacional

    Decidual no qual mais de 50% dos indivduos arbreos do estrato superior perdem

    suas folhas na poca do outono e inverno (GATTO, 2005).

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    Marcuzzo et al. (1998) tambm comentam sobre a extenso territorial desta

    regio, que chega a 2.500 km e onde vivem cerca de 63 mil habitantes,

    representantes dos principais contingentes tnicos do pas, mas com predominncia

    da cultura italiana. Com relao rea cultivvel para a agricultura, os autores

    afirmam que quase 70 mil hectares so ocupados por plantaes de milho, feijo,

    fumo, batata, soja e arroz.

    Segundo Kaul (1990) a regio pertence ao domnio geolgico classificado

    como Cobertura Sedimentar Cenozica, que engloba diferentes tipos de depsitos

    sedimentares, com idade variando de Terciria a Holocnica. Os depsitos

    sedimentares do Holoceno, no estado do Rio Grande do Sul, so muito variados,

    sendo fluviais, marinhos, lagunares, elicos e coluviais. Os sedimentos coluviais,so depsitos de base de encosta, inconsolidados e mal selecionados, formados por

    areias, cascalho fino e grosso, e mataces.

    Acima dessa formao sedimentar, encontra-se uma formao basltica mais

    recente originada do vulcanismo de fissuras que deu origem aos solos baslticos do

    planalto e encosta, onde est situada a Quarta Colnia de Imigrao Italiana. Este

    processo teve incio no final do perodo Jurssico, incio do Cretcio com a

    fragmentao do supercontinente Gondwana devido ao movimento de separao daplacas tectnicas (STRECK et al., 2008).

    Na Figura 7 demonstrada a bacia hidrogrfica do rio Jacuizinho, localizada

    na margem esquerda do rio Jacu, e as bacias de contribuio direta ao reservatrio

    (margem direita) da Usina de Dona Francisca.

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    Figura 7 - Localizao do reservatrio da UHE Dona Francisca no contexto do RS, com destaquepara as bacias hidrogrficas de contribuio direta e a bacia do rio Jacuizinho. Fonte: CORAZZA(2009).

    4.2 Descrio do projeto Validao de metodologias de restaurao em

    fragmento florestal para o Parque Estadual da Quarta Colnia e seu entorno,

    Rio Grande do Sul

    O projeto Validao de metodologias de restaurao em fragmento florestal

    para o Parque Estadual da Quarta Colnia e seu entorno, Rio Grande do Sul, objeto

    de estudo deste estgio, apresenta uma proposta de adaptao e validao de

    metodologia para restaurao de remanescentes florestais, com foco na

    recuperao de reas de preservao permanente e reserva legal.

    O objetivo da proposta testar metodologias de restaurao da composio

    florstica no mbito do Parque Estadual da Quarta Colnia, Rio Grande do Sul, no

    intuito de validar e adaptar tcnicas para a realidade regional, que possam ser

    utilizadas para recomposio de reas do Parque, bem como serem difundidas junto

    aos produtores rurais do seu entorno e divulgadas como possveis estratgias a

    serem discutidas e adaptadas para as diferentes realidades da regio.

    Sero testados dois mtodos de restaurao ambiental: isolamento e

    enriquecimento atravs de ilhas de diversidade. Com relao ao mtodo de

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    isolamento, o processo de trabalho ser atravs da medio da regenerao

    existente na parcela demarcada.

    Com relao primeira etapa de trabalho do projeto, foram estabelecidas

    unidades experimentais com tamanho de 10 x 10 m, totalizando 8 unidades para o

    levantamento florstico e metodologia de isolamento, conforme Figura 8.

    Figura 8 - Desenho esquemtico do tipo de parcela quadrada utilizado na rea, assim como ademonstrao das subparcelas inseridas dentro da parcela de 10 x 10 m.

    O enriquecimento ser realizado com o plantio de mudas das espcies definidas

    a partir do levantamento florstico, considerando-se aspectos como facilidade de

    desenvolvimento, taxa de luminosidade no interior da rea, necessidade de luz etolerncia sombra nos diferentes estgios de desenvolvimento da espcie,

    qualidade do solo (anlises qumicas e fsicas do solo na rea experimental). A partir

    das informaes obtidas com o levantamento florstico sero definidas as espcies

    de interesse para as etapas de plantio no tratamento de enriquecimento.

    Sero coletadas amostras de solo para caracterizao da qualidade qumica e

    fsica, e monitorada a intensidade luminosa que atinge o interior da rea

    experimental.

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    4.3 Parmetros avaliados nas parcelas

    1. Regenerao natural: a regenerao natural ser avaliada a partir da

    identificao de espcies e seu desenvolvimento; taxa de mortalidade e de

    recrutamento, ndices de riqueza, diversidade, densidade e frequncia absoluta e

    relativa.

    2. Variveis biomtricas: Para o levantamento da regenerao natural, as

    unidades experimentais sero divididas em subparcelas de 5 x 5 m e de 2 x 2 m, deacordo com a classe de dimenses de indivduos que se ir amostrar:

    Na rea total das unidades experimentais (10x10m) sero levantados

    todos os indivduos com circunferncia altura do peito (CAP) maior que

    15 cm (CAP > 15 cm).

    Nas subparcelas de 5 x 5 m sero levantados todos os indivduos com

    CAP entre1 cm e 5 cm (1 cm CAP 5 cm).

    Nas subparcelas de 2 x 2 m sero medidos todos os indivduos com alturamaior que 30 cm (h > 30 cm) e CAP menor que 1 cm (CAP< 1 cm).

    As variveis biomtricas a serem avaliadas na pesquisa sero:

    circunferncia do coleto, circunferncia altura do peito, altura total,

    incremento em altura e circunferncia;

    Sero avaliadas periodicamente todas as mudas plantadas no modelo de

    enriquecimento atravs de Ilhas de Diversidade;

    A anlise da regenerao natural e das variveis biomtricas serrealizada semestralmente at o final do experimento;

    Ao final da coleta de dados, os mesmos sero avaliados estatisticamente

    a partir de mtodos multivariados.

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    5 RESULTADOS E DISCUSSES

    5.1 Etapa de embasamento terico

    Em trabalhos de pesquisa, antes da etapa prtica de desenvolvimento dos

    projetos so necessrias informaes a respeito do local de estudo, aspectos

    econmicos, sociais e ambientais regionais, dificuldades e vantagens no

    desenvolvimento das atividades no local. preciso embasamento histrico e

    cientfico, buscando informaes em pesquisas anteriores realizadas e ambientando

    os trabalhos para a realidade local.

    Dessa forma, a primeira etapa do estgio envolveu uma reviso sobre todos

    os aspectos ligados ao projeto de pesquisa, tais como caractersticas da regio que

    influenciam direta ou indiretamente no Parque.

    Segundo Portaria SAA n 326/1996 todas as pesquisas a serem realizadas

    em Unidades de Conservao Estaduais precisam ser autorizadas pela Diviso de

    Unidades de Conservao. Essa portaria regulamenta as atividades de pesquisa em

    unidades de conservao, estabelecendo os procedimentos para autorizao de

    projetos cientficos.

    No entanto, em publicao pelo site, a SEMA (2010) relata que apesar das

    UCs apresentarem uma ampla demanda por estudos cientficos, poucas pesquisas

    trazem respostas que auxiliem na sua proteo. necessrio o comprometimentodos pesquisadores que buscam estas reas como locais de pesquisa, para que os

    resultados alcanados, alm de gerar dados para a comunidade cientfica, possam

    contribuir tambm para a manuteno e proteo da unidade de conservao em

    questo.

    Apesar do pouco tempo de existncia do Parque Estadual da Quarta Colnia,

    existem vrias pesquisas em andamento no local. Como exemplos de estudos que

    visam gerar benefcios para a conservao do Parque podem ser citados os

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    trabalhos de Rorato (2010) atravs do relatrio Caractersticas populacionais de

    trs espcies florestais de ocorrncia natural no Parque Estadual da Quarta Colnia,

    Agudo, RS, e o relatrio de Vitalis (2010) sobre a Anlise ambiental da capacidade

    de carga antrpica e diagnstico de pontos interpretativos na trilha projetada no

    Parque Estadual Quarta Colnia, RS. Ambas as pesquisas trazem contribuies

    para ampliao do conhecimento sobre a estrutura ambiental do Parque.

    5.2 Implantao do projeto

    5.2.1 Etapa de reconhecimento da rea

    As primeiras aes prticas consistiram em visitas ao parque estadual, onde o

    objetivo era a avaliao visual das reas mais apropriadas para a implantao do

    projeto. As visitas propiciaram conhecer parte da extenso do parque, possibilitando

    observar o estado de conservao da rea, caracterstica das propriedades lindeiras

    e as principais dificuldades no acesso e permanncia na sede do Parque.

    Com relao ao acesso at o Parque Estadual da Quarta Colnia, tem-se

    uma distncia de 55 km de Santa Maria a Agudo. Aps chegar ao municpio de

    Agudo h mais um trajeto, onde se percorre em estrada de cho, totalizando cerca

    de 90 km do campus sede da UFSM at a rea experimental.

    A questo de distncia e de acessibilidade so fatores que restringem a

    abrangncia das pesquisas, de maneira geral, pois demandam aos pesquisadoresrecursos no apenas de locomoo, mas tambm para alimentao, equipamentos

    e acomodaes para descanso dos integrantes do projeto.

    No caso do Parque, um aspecto positivo a qualidade de manuteno da

    estrada municipal que d acesso, passando pela sede do distrito de Nova Bomia.

    Por outro lado, uma segunda alternativa quanto acessibilidade, seria atravs do

    municpio vizinho de Dona Francisca, que atualmente apresenta restries devido

    queda de ponte que liga os dois municpios. Desde que ocorreu esse fato, devido ao

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    perodo de intensas precipitaes pluviomtricas no ano de 2009, ainda no foram

    tomadas providncias quanto ao conserto, o que impede a passagem de veculos de

    pequeno porte.

    A acessibilidade por duas vias um fator importante na rea do Parque

    devido ao relevo montanhoso, o que favorece a queda de barreiras. Dessa forma,

    duas alternativas de acesso ao Parque facilitariam a locomoo at rea.

    Quanto sede do Parque (Figura 9) esta se concentra em um antigo hotel

    abandonado, onde os trabalhadores da usina ficavam alojados. O incio da UHDF foi

    em 1970 com a implantao da vila residencial para os tcnicos e operrios

    morarem, mas somente em 1998 ocorre o incio das obras, por motivos de prioridade

    e oramento do governo (SOARES, 2007).

    Figura 9 Visualizao da sede do Parque Estadual da Quarta Colnia.

    Outros problemas que podem ser observados em Unidades de Conservao

    dizem respeito s atividades que ocorrem nas propriedades de seu entorno. Como

    exemplo pode ser citado a invaso pelo gado de reas naturais protegidas em

    regies de atividade pecuria, o que resulta em reduo do banco de sementes e de

    plntulas. Em relao ao cultivo do tabaco, muitas propriedades lindeiras ao Parque

    tm este como atividade agrcola principal, onde o impacto mais comum se d sobre

    os recursos solo e gua, o que indireta ou diretamente afeta a fauna e flora das

    reas naturais.

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    O fato de ter sido criado h pouco tempo, faz com que o Parque ainda sofra

    processos tpicos da fase de implantao das unidades de conservao,

    principalmente questes ligadas compreenso e aceitao da comunidade local,

    adequao das atividades no entorno s finalidades do Parque e tambm

    necessidade de Plano de Manejo.

    5.2.2 Definio da rea experimental

    A segunda etapa do trabalho envolveu atividades de escolha da rea doprojeto e marcao de parcelas na rea selecionada para levantamento florstico e

    acompanhamento da regenerao florestal.

    Para a escolha da rea do projeto, foram realizadas visitas ao Parque, nas

    quais foram feitos caminhamentos em diversos locais, com o objetivo de encontrar

    uma rea onde pudesse ser realizada a avaliao e conduo da regenerao,

    podendo ser instaladas as parcelas.

    Entre as reas percorridas, a que chamou a ateno foi uma rea queapresentava claros sinais de interveno humana anterior. Esse local apresentava

    aspecto visual heterogneo, formando um mosaico de capoeira e capoeiro (Figura

    10).

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    Figura 10 Aspecto de heterogeneidade da rea de estudo com a fase capoeira em primeiro plano e

    capoeiro ao fundo.

    Pelo aspecto de perturbao antrpica e de estgios iniciais de regenerao,

    essa rea foi a escolhida para implantao do projeto, sendo as reas de estgio

    mais avanado, aqui denominadas capoeiro, as definidas para a instalao das

    parcelas de isolamento e de levantamento florstico.

    Para o mtodo de enriquecimento foi escolhida uma rea com cobertura

    vegetal de campo, ao lado da rea de capoeiro. Caracteriza-se pela presena

    abundante de gramneas altas e apresenta vestgios da atividade de pecuria

    leiteira. Nesse local, foi observado vacas e bezerros pastando, as quais pertencem a

    moradores lindeiros ao Parque.

    Essa rea foi escolhida, pois a metodologia de enriquecimento por ilhas de

    diversidade pressupe a avaliao da disperso das espcies e consequentemente

    ocupao da rea.

    5.2.3 Demarcao das parcelas

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    Aps a definio das reas experimentais, foi realizada a implantao das

    parcelas experimentais para levantamento florstico e metodologia de isolamento na

    rea de capoeiro.

    Antes da demarcao a campo foi reunida uma equipe de trabalho composta

    de estudantes dos cursos de Engenharia Florestal e Biologia da UFSM e transmitido

    os conhecimentos tericos cerca dos objetivos do trabalho de pesquisa e a

    metodologia de trabalho frente implantao de parcelas no remanescente florestal

    escolhido.

    Faz-se de grande importncia que a equipe de trabalho antes de ir a campo

    obtenha instrues e treinamento, alm do adequado planejamento de todas as

    atividades a serem realizadas, para que no surjam dvidas no momento das aesprticas. O planejamento foi realizado tambm quanto ao tipo de materiais a serem

    utilizados para as prticas a campo e o nmero necessrio a ser levado.

    Outra preocupao nesta etapa de trabalho foi em relao proteo

    individual de cada integrante da equipe que iria realizar as atividades de

    demarcao das parcelas. Como equipamentos de proteo foram usados

    perneiras, botas, calas de tecido grosso, camisas de manga comprida e repelentes.

    Estes itens de proteo so necessrios em todas as pesquisas que exijamatividades prticas a campo.

    Quanto aos aspectos de formao das unidades experimentais, foram

    demarcadas parcelas de 10 x 10 m (Figura 11) para levantamento florstico das

    espcies e marcao das subparcelas de 5 x 5 m e 2 x 2m, com objetivo de

    levantamento e acompanhamento da regenerao.

    As parcelas e subparcelas instaladas ao longo da rea de avaliao foram

    demarcadas com estacas de madeira, procurando dessa forma no utilizarelementos artificiais como ferro ou plstico, de modo a no alterar o equilbrio do

    remanescente florestal. Esse cuidado com as estacas foram tomados, pois estas

    sero enterradas no solo e iro permanecer longo perodo na rea. Se fossem

    utilizados materiais artificiais, organismos que compem a biota do solo poderiam

    sofrer efeitos da oxidao dos materiais.

    Para a melhor visualizao e identificao das parcelas e subparcelas na

    vegetao optou-se por usar a fita zebrada e tinta de cor amarela para contornar as

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    unidades experimentais. Essa prtica foi utilizada apenas para melhor visualizao

    das unidades, utilizando-se apenas o suficiente para o contorno das mesmas e no

    deixando resqucios de plstico em outras reas. Sendo que com o passar do tempo

    das avaliao as fitas podero ser trocadas, para que pedaos das mesmas no

    sejam espalhados no remanescente florestal causando danos a flora e fauna local.

    Figura11- Visualizao do remanescente florestal e da marcao das parcelas.

    Alm dessas marcaes, foram feitos reconhecimentos visuais das espcies

    e da periferia da rea total a ser trabalhada.

    Em caminhamento em direo ao Rio Jacu, observou-se que a rea

    circundada por uma feio de banhado, com solo hidromrfico que, praticamente,

    inviabiliza o acesso margem do rio.

    Em relao s espcies, observou-se que so pertencentes aos estgios

    iniciais da sucesso ecolgica, variando de pioneiras em reas de clareiras a

    secundrias iniciais.

    Algumas espcies nativas presentes na regenerao puderam ser

    identificadas, como a capororoca e o aoita-cavalo (Figura 12).

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    Figura 12 Espcies que compem a regenerao do fragmento florestal: capororoca (a) e aoita-

    cavalo (b).

    Nas reas de capoeira, destacava-se a predominncia de uma nica espcie,

    conhecida como canudo-de-pito ou esponjeira (Escallonia bifida) (Figura 13),

    pertencente famlia Escalloniaceae.No Rio Grande do Sul eventual em todas as

    formaes florestais (Sobral et al., 2006). Possui como caractersticas as folhasinteiras, serreadas, filotaxia alterna, sendo classificada como arvoreta.

    Figura 13 Visualizao das folhas da arvoreta Escallonia bfida. Fonte: Flora RS, disponvel em:file:///F:/open_sp.php.htm.

    a b

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    Nas reas com feies de capoeiro destacou-se a presena em maior

    nmero de capororoco (Myrsine umbellata), canjeranas (Cabralea canjerana),

    jerivs (Syagrus romanzoffiana), camboats-brancos (Matayba elaeagnoides),

    camboats-vermelhos (Cupania vernalis), branquilhos (Sebastiana commersoniana),

    etc.

    Esta etapa de reconhecimento essencial, tanto para simples inventrios da

    populao florestal, assim como para instalao de parcelas permanentes e

    conduo a longo prazo.

    Podem ser observadas clareiras em vrios pontos do remanescente florestal

    visitado (Figura 14). Estas caractersticas podem ser explicadas pela recente criao

    da Unidade de Conservao, que foi no ano de 2005. Antes da criao do Parque

    estas reas eram utilizadas para a agricultura e pastagens.

    Figura14 - Clareiras no remanescente florestal.

    Com relao composio da flora no local, nota-se a existncia de espcies

    exticas, principalmente as do gnero Pinus sp. (Figura 15), goiabeira, Ligustrum

    lucidum e vrias espcies de gramneas. A presena destas espcies dentro do

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    Parque tambm est relacionada utilizao anterior das terras por agricultores da

    regio e trabalhadores da Usina Hidreltrica que estavam instalados no local.

    Figura 15 Espcime de Pinus sp. presente no remanescente florestal.

    O incio da UHDF foi em 1970 com a implantao da vila residencial para os

    tcnicos e operrios responsveis pela construo (SOARES et al., 2007). Mas,

    somente no final dos anos 1980 e incio dos anos 1990 que se elaborou e aprovou

    o Projeto Bsico Ambiental e somente em 1998 iniciaram-se as obras da ponte de

    acesso e da barragem.

    As espcies exticas invasoras, alm de sobreviverem e se adaptarem ao

    novo meio, exercem dominncia sobre a biodiversidade nativa (IBAMA, 2007). Em

    decorrncia disso, alteram as caractersticas e o funcionamento dos processos

    ecolgicos, levam quebra da resilincia de ecossistemas naturais, reduo de

    populaes de espcies nativas e a extines locais. Em funo da amplitude dos

    impactos, cuja dimenso pode ser irreversvel, as espcies exticas invasoras

    constituem a segunda maior causa de perda da biodiversidade no mundo (IBAMA,

    2007).

    O manejo de espcies exticas em locais de conservao segundo IBAMA

    (2007) incluem a erradicao, estratgias que evitem a disperso da espcie,

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    transplante da espcie extica para outro local e plantio de espcies nativas no local

    e monitoramento do ciclo reprodutivo das espcies exticas. A seguir na figura 16,

    so apresentadas imagens de Pinus sp. derrubado para controle de espcies

    exticas dentro da rea do Parque.

    Figura 16 Espcimes de Pinus sp. derrubadas dentro do remanescente florestal no ParqueEstadual da Quarta Colnia.

    5.3 Prximas etapas do trabalho

    Concluindo a etapa de implantao das parcelas, sero realizadas no ms de

    julho, sadas a campo com objetivo de identificao de espcies e grupos

    fitossociolgicos nas unidades experimentais instaladas. Este levantamento trar

    informaes a respeito da composio florstica do remanescente florestal, queservir de base para a implantao das espcies florestais nas Ilhas de

    Diversidade com fins de recuperao de reas degradadas, um dos objetivos do

    projeto.

    A partir do final do ms de setembro de 2011, o trabalho de pesquisa entrar

    em seu segundo estgio, que a implantao das espcies florestais nativas da

    regio no sistema de enriquecimento atravs das Ilhas de Diversidade.

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    Este perodo do ano marcado pela passagem do inverno para a estao da

    primavera, caracterizando o fim das geadas e o incio de um perodo com

    temperaturas mais amenas e maior intensidade de chuvas. Dessa forma, esta fase

    a indicada para o plantio das mudas nas reas demarcadas pelo projeto.

    A rea utilizada para a implantao das Ilhas de diversidade ser

    demarcada atravs de estacas de madeira e para melhor visualizao do local de

    implantao ser utilizada tambm fitas zebradas. No preparo da rea ser utilizado

    o sistema de roadas para retirar o excesso de gramneas no local e assim, evitar

    competio com as mudas que sero implantadas no local.

    Tambm ser realizada descrio morfolgica, anlise qumica e fsica do

    solo do local da implantao florestal com a finalidade de identificar caractersticasque possam influenciar no crescimento das mudas plantadas.

    Com relao ao preparo das mudas para o plantio, algumas consideraes

    sero observadas:

    As mudas devem sofrer o processo de rustificao, com exposio gradativa

    as condies de campo, com reduo de irrigao e sombreamento;

    Para o transporte das mudas, dias mais nublados e sem ventos fortes

    devero ser escolhidos, procurando sempre evitar maiores estresses smudas;

    Ser feita a limpeza da rea para diminuir parte da vegetao competidora e

    facilitar o crescimento inicial das plantas;

    Sero feitas covas com dimenses apropriadas ao tamanho das mudas;

    As covas sero preparadas aproximadamente 15 a 20 dias antes do plantio,

    cujo fechamento devera ocorrer logo aps sua abertura, estaqueando o

    centro das covas; Por ainda no existir recomendao de fertilizao especfica para cada

    espcie florestal, ser feita uma adubao padronizada;

    Para facilitar o pegamento das mudas, em caso de estiagens ser realizada a

    irrigao, para manter umidade necessria ate o completo estabelecimento

    das mudas;

    Sero feitos acompanhamentos na rea, com objetivo de manter um ambiente

    adequado para o crescimento das plantas. As atividades envolvem o

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    tutoramento das mudas, combate de formigas cortadeira, irrigao em

    condies climticas desfavorveis, capina ou roadas e coroamento

    individual das mudas;

    Tambm ser realizado monitoramento dos indicadores de recuperao e

    anlise de mortalidade das espcies plantadas, atravs de visitas peridicas

    ao local do experimento.

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    6 CONSIDERAES FINAIS

    O acompanhamento da etapa inicial do projeto de pesquisa, durante o

    perodo de estgio, possibilitou a aplicao dos conhecimentos tericos adquiridos

    em sala de aula em atividades que exigiam contato direto com prticas realizadas a

    campo, planejamento e conhecimento sobre a estrutura organizacional envolvida

    durante a execuo deste tipo de trabalho cientfico.

    Atravs da realizao deste estgio, pode-se observar a importncia do

    embasamento terico a respeito do tema da pesquisa a ser realizada, possibilitando,

    dessa forma, a verificao e aplicao a campo das teorias atuais sobre

    comportamento da vegetao, sucesso ecolgica de remanescentes florestais e

    conceitos de recuperao de reas degradadas.

    preciso destacar tambm a importncia do planejamento prvio de todas as

    atividades previstas no projeto, previso de equipamento necessrio para a

    implantao, assim como montagem de uma equipe slida e bem informada para

    trabalhar a campo.

    Observa-se desse modo, que um projeto de pesquisa precisa conter, demaneira geral, uma boa consistncia terica sobre o tema trabalhado e um

    gerenciamento eficiente das atividades desempenhadas, assim como a preocupao

    com questes de acessibilidade e deslocamento da equipe para as reas de

    trabalho. A preocupao com a segurana da equipe de trabalho, garantindo a

    proteo dos integrantes atravs de equipamento de proteo individual, tambm

    deve ser verificada.

    Outra questo que pode ser analisada com relao as pesquisas queenvolvam longo prazo. Nesse sentido, uma boa estrutura organizacional e um

    planejamento a longo prazo da implantao e das etapas subsequentes so vitais

    para o sucesso do projeto, uma vez que a possibilidade de avaliao dar-se- em

    um perodo cronolgico longo. Qualquer falha nos momentos iniciais pode

    comprometer todo o estudo.

    De modo geral, atravs da experincia do estgio, acompanhando o projeto

    de pesquisa, pode-se observar que a elaborao e conduo de um projeto no

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    envolvem somente aspectos tcnicos e tericos relacionados execuo dos

    trabalhos, com vistas obteno de dados cientficos. Um projeto realmente

    qualificado deve contemplar o planejamento de atividades tcnicas e tambm

    humanas, pois para a realizao eficaz das atividades necessrio uma equipe de

    qualidade e um gerenciamento efetivo que possam prever nas atividades os

    empecilhos e facilidades na conduo de um trabalho.

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