Relatório Estágio Roselene Felker
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7/29/2019 Relatrio Estgio Roselene Felker
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIACENTRO DE CINCIAS RURAIS
CURSO DE GRADUAO EM ENGENHARIA FLORESTAL
ACOMPANHAMENTO DA IMPLANTAO DE UMPROJETO DE RESTAURAO ECOLGICA NO
PARQUE ESTADUAL DAQUARTA COLNIA
RELATRIO DE ESTGIO
Roselene Marostega Felker
Santa Maria, RS, Brasil
2011
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7/29/2019 Relatrio Estgio Roselene Felker
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ACOMPANHAMENTO DA IMPLANTAO DE UM PROJETODE RESTAURAO ECOLGICA NO PARQUE ESTADUAL
DA QUARTA COLNIA
por
Roselene Marostega Felker
Relatrio apresentado ao Curso de Engenharia Florestal daUniversidade Federal de Santa Maria, como parte das exigncias da
disciplinaEFL 1001 Estgio Supervisionado em Engenharia Florestal
Orientador: Prof. Dra Ana Paula Moreira Rovedder
Supervisor: Suzane Bevilacqua Marcuzzo
Santa Maria, RS, Brasil
2011
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Universidade Federal de Santa MariaCentro de Cincias Rurais
Curso de Graduao em Engenharia Florestal
A Comisso Examinadora, abaixo assinada,aprova o Relatrio de Estgio
ACOMPANHAMENTO DA IMPLANTAO DE UM PROJETO DERESTAURAO ECOLGICA NO PARQUE ESTADUAL DA
QUARTA COLNIA
elaborado por
Roselene Marostega Felker
como parte das exigncias da disciplinaEFL 1001 Estgio Supervisionado em Engenharia Florestal,
e como requisito parcial para obteno do grau deEngenheiro Florestal
COMISSO EXAMINADORA:
_________________________________________Prof. Dra Ana Paula Moreira Rovedder
(Presidente/Orientador)
_________________________________M.Sc. Suzane Bevilacqua Marcuzzo
(Comisso avaliadora)
_____________________________________Eng. Ftal. Msc. Ezequiel Gasparin
(Comisso avaliadora)
Santa Maria, 11 de julho de 2011
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RESUMO
Relatrio de EstgioCurso de Graduao em Engenharia Florestal
Universidade Federal de Santa Maria
ACOMPANHAMENTO DA IMPLANTAO DE UM PROJETO DERESTAURAO ECOLGICA NO PARQUE ESTADUAL DA
QUARTA COLNIAAutora: Roselene Marostega Felker
Orientadora: Dra Ana Paula Moreira RovedderLocal e Data de defesa: Santa Maria, 11 de julho de 2011.
A cobertura florestal nativa do Brasil sofre um processo de destruio contnua,seja pela retirada ilegal de madeira da floresta, formao de reas degradadasou expanso da fronteira agrcola, caracterizando descaso com os recursosnaturais. O processo de trabalho realizado durante o estgio consistiu em umestudo terico, na forma de reviso de literatura, como embasamento aodesenvolvimento do projeto intitulado Validao de metodologias derestaurao em fragmento florestal para o Parque Estadual da Quarta Colniae seu entorno, RS, bem como acompanhamento das atividades deimplantao deste. O referido estudo consta de instalao e acompanhamentodas metodologias de isolamento e enriquecimento por nucleao em FlorestaEstacional Decidual. Na reviso de literatura foram desenvolvidos temas como
a pesquisa em unidades de conservao, restaurao e reabilitao deecossistemas. Nas atividades de implantao do projeto foram realizadasvisitas de reconhecimento e instalao de oito unidades experimentais paraacompanhamento da regenerao. Nesta etapa do projeto, faz-se de grandeimportncia o adequado planejamento de todas as aes a serem executadasa campo, aspectos de acessibilidade e permanncia a campo, formao deequipe de trabalho experiente em atividades prticas, assim como suaadequada proteo atravs de equipamentos de segurana. A experincia deacompanhamento da etapa inicial do projeto demonstrou as possibilidades edificuldades da pesquisa em restaurao ecolgica. Nesse sentido, uma boaestrutura organizacional e um planejamento da implantao e das etapas
subseqentes so vitais para o sucesso do projeto, uma vez que apossibilidade de avaliao dar-se- em um perodo cronolgico longo.
Palavras-chave: Unidades de conservao; rea experimental; FlorestaEstacional Decidual.
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Unidades de conservao distribudas no territrio nacional. ....... 14
FIGURA 2 - Percentual de ocupao de unidades de conservao por bioma e
grupo de manejo no Brasil................................................................................ 17
FIGURA 3 - Vista da Usina Hidreltrica Dona Francisca e seu entorno. .......... 19
FIGURA 4 - Vista do Parque Estadual da Quarta Colnia ............................... 20
FIGURA 5 - Representao de ilhas de diversidade ........................................ 26
Figura 6 - Localizao da rea de realizao da pesquisa no estado do Rio
Grande do Sul e diviso poltica da regio da Quarta Colnia ......................... 32
Figura 7 - Localizao do reservatrio da UHE Dona Francisca no contexto do
RS, com destaque para as bacias hidrogrficas de contribuio direta e a bacia
do rio Jacuizinho .............................................................................................. 34
Figura 8 - Desenho esquemtico do tipo de parcela quadrtica utilizado na
rea, assim como a demonstrao das subparcelas inseridas dentro da parcela
10 x 10 m.......................................................................................................... 35
Figura 9 - Visualizao da sede do Parque Estadual da Quarta Colnia ......... 39Figura 10 - Aspecto de heterogeneidade da rea de estudo com a fase
capoeira em primeiro plano e capoeiro ao fundo .......................................... 41
FIGURA 11 - Visualizao do remanescente florestal e da marcao das
parcelas ............................................................................................................ 43
FIGURA 12 - Espcies que compem a regenerao do fragmento floresta:
Capororoca (a) e Aoita-cavalo (b) .................................................................. 44
FIGURA 13 - Visualizao das folhas da arvoreta Escallonia bifida................ 45FIGURA 14 - Clareiras no remanescente florestal ........................................... 45
FIGURA 15 - Espcimes de Pinus sp. presente no remanescente florestal .... 46
FIGURA 16 - Espcimes de Pinus sp. derrubadas dentro do remanescente
florestal no Parque Estadual da Quarta Colnia .............................................. 47
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Descrio das principais caractersticas do Parque estadual daQuarta Colnia...................................................................................................21
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SUMRIO
APRESENTAO. ............................................................................................ 8
1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ................................................................... 92 INTRODUO. ............................................................................................. 10
3 REVISO BIBLIOGRFICA......................................................................... 12
3.1 Gesto da Natureza .................................................................................. 12
3.2 Unidades de Conservao....................................................................... 13
3.3 Parque Estadual da Quarta Colnia........................................................ 18
3.4 Bioma Mata Atlntica Floresta Estacional Decidual........................... 21
3.5 Recuperao de reas Degradadas ....................................................... 233.5.1 Modelos de Restaurao de reas Degradadas ..................................... 25
3.5.2 Mecanismos de Regenerao ................................................................. 28
3.6 Aspectos fitossociolgicos..................................................................... 29
4 METODOLOGIA ........................................................................................... 32
4.1 Local de estudo ........................................................................................ 32
4.2 Descrio do projeto Validao de metodologias de restaurao em
fragmento florestal para o Parque Estadual da Quarta Colnia e seu
entorno, Rio Grande do Sul ......................................................................... 34
4.3 Parmetros avaliados nas parcelas........................................................ 36
5RESULTADOS E DISCUSSO .................................................................... 37
5.1Etapa de embasamento terico .............................................................. 37
5.2Implantao do projeto ............................................................................ 38
5.2.1 Etapa de reconhecimento da rea .......................................................... 38
5.2.2 Definio da rea experimental ............................................................... 40
5.2.3 Demarcao das parcelas ....................................................................... 41
5.3 Prximas etapas do trabalho .................................................................. 47
6CONSIDERAES FINAIS .......................................................................... 50
7BIBLIOGRAFIA ............................................................................................ 52
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APRESENTAO
O trabalho apresentado resultado do Estgio Curricular Obrigatrio de
final do Curso e um dos requisitos parciais para a obteno do grau de
Bacharel em Engenharia Florestal na Universidade Federal de Santa Maria.
Possui como propsito possibilitar aos alunos formandos a vivncia
profissional e prtica dos contedos apresentados no perodo da graduao.
O presente estgio foi desenvolvido no Parque Estadual da Quarta
Colnia, localizado no interior do municpio de Agudo, RS. O incio das
atividades tericas e prticas aconteceram no ms de janeiro de 2011 e teve
trmino no perodo de julho do mesmo ano. Foram realizadas atividades de
reviso bibliogrfica e o acompanhamento da etapa de implantao do projeto
de pesquisa intitulado Validao de metodologias de restaurao em
fragmento florestal para o Parque Estadual da Quarta Colnia e seu entorno,
Rio Grande do Sul, aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento
Cientfico e Tecnolgico (CNPq).
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1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Durante o perodo de estgio curricular foram desenvolvidas asseguintes atividades:
Reviso bibliogrfica sobre os temas relacionados a reas de
conservao ambiental, especificadamente sobre o Parque
Estadual Quarta Colnia;
Reviso sobre temas relacionados restaurao de reas
degradadas e metodologias de estudo sobre o assunto;
Planejamento e organizao de todas as etapas de trabalhorealizadas a campo; gerenciamento de acomodaes, previso de
acessibilidade e alimentao no Parque Estadual;
Treinamento da equipe que trabalhou no projeto de pesquisa;
Visitas tcnicas de reconhecimento da rea de estudo;
Implantao de parcelas para avaliao florstica em
remanescente florestal.
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2 INTRODUO
As florestas tropicais so ecossistemas que possuem elevada biodiversidade.
O Brasil se destaca como um dos pases possuidores da maior diversidade do
planeta, possuindo cerca de 357 milhes de hectares de florestas tropicais
(ALMEIDA, 2006).
No entanto, a cobertura florestal nativa do Brasil sofre um processo de
destruio contnua, seja por retirada ilegal de madeira da floresta, queimadas,
ocasionando dessa forma reas degradadas. A Mata Atlntica, um dos biomas mais
ameaados do mundo, que ocorria em aproximadamente 15% do territrio brasileiro,
encontra-se reduzida a 8% de sua cobertura original (SOS MATA ATLANTICA/INPE,
2009).
No Rio Grande do Sul, em funo de seu histrico de colonizao, poucos
remanescentes de floresta natural permanecem com suas caractersticas prximas
ao original. O estado apresentava em torno de 98.327 km de rea florestal
(RAMBO, 1994). Segundo Rio Grande do Sul (1996) atualmente restam cerca de
40% da rea com florestas em estgio mdio e avanado de sucessoSegundo vila (2010) so as aes antrpicas e as mudanas climticas que
exercem forte presso sobre os ecossistemas florestais, demandando prticas que
possibilitem a conservao de espcies, o uso sustentvel e a recuperao
ambiental das florestas nativas.
Os ecossistemas florestais desempenham importante papel no equilbrio
ambiental, pois atuam na qualidade do ar, da gua, estabilidade das bacias
hidrogrficas, diversidade da fauna, manuteno da diversidade gentica, dentreoutros benefcios (SCCOTI, 2009).
Dessa forma, levando em considerao a crescente devastao dos recursos
naturais, o objetivo principal deste estgio foi realizar um estudo sobre as formaes
florestais existente no Parque Estadual da Quarta Colnia, atravs de revises
bibliogrficas, juntamente com acompanhamento de atividades do projeto de
pesquisa intitulado Validao de metodologias de Restaurao em fragmento
florestal para o Parque Estadual da Quarta Colnia e seu entorno, Rio Grande doSul, o qual visa testar metodologias de restaurao da composio florstica.
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3 REVISO BIBLIOGRFICA
3.1 Gesto da Natureza
Segundo a Unio Internacional para a Conservao da Natureza (UICN), uma
rea natural protegida, conhecida como Unidade de Conservao (UC), uma
superfcie de terra ou mar consagrada proteo e manuteno da diversidade
biolgica, assim como dos recursos naturais e culturais associados, e manejados
por meios jurdicos e outros eficazes (COSTA, 2002).
Os objetivos das reservas naturais devem corresponder a um conjunto de
valores reconhecidos pela civilizao. Assim, a perpetuao da diversidade
ecossistmica, gentica e biolgica constitui objetivo que deve ser perseguido pelas
polticas de proteo ambiental (BRESSAN, 2010).
A idia de gesto pressupe a possibilidade de conhecer, manejar e mesmo
proteger a natureza. A proteo dos recursos naturais, atravs de unidades deconservao, ganha consistncia atualmente devido ao maior grau de compreenso
das pessoas em relao degradao de ambientes, preservao ambiental e
tambm melhoria da qualidade de vida. Dessa forma, a teoria ecolgica e o manejo
adequado ganham foras para orientar o manejo para sustentabilidade da natureza.
Atravs dos objetivos atribudos s reservas, so definidas a participao do
estado e sociedade para a gesto deste conjunto de reas, rgos e entidades
gestoras (BRESSAN, 2010).Segundo Dourojeanni (2001) o Brasil o pas que tem os melhores
mecanismos participativos para as Unidades de Conservao, em especial a partir
da aprovao da lei sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservao
(SNUC). A participao popular pode ser vista nas audincias pblicas e atravs da
participao da sociedade civil atravs do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), no mais alto nvel de decises ambientais.
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3.2 Unidades de Conservao
As unidades de conservao (UCs) so legalmente institudas pelo poder
pblico, nas suas trs esferas (municipal, estadual e federal).
Elas so reguladas pela Lei no. 9.985 de 2000, que institui o Sistema
Nacional de Unidades de Conservao (SNUC). Esto divididas em dois grupos: as
de proteo integrale as deuso sustentvel.
O Sistema Nacional de Unidades de Conservao (SNUC) define e
regulamenta as categorias de unidades de conservao nas instncias federal,estadual e municipal, separando-as em dois grupos: de proteo integral, com a
conservao da biodiversidade como principal objetivo, e reas de uso sustentvel,
que permitem vrias formas de utilizao dos recursos naturais, com a proteo da
biodiversidade como um objetivo secundrio.
A Figura 1 apresenta a disposio das unidades de conservao no territrio
brasileiro.
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Figura 1 - Unidades de conservao distribudas no territrio nacional. Fonte:http://www.geomundo.com.br/geografia-30175.htm
Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentvel, segundo o SNUC, as
seguintes categorias de unidade de conservao:
I - rea de Proteo Ambiental;II - rea de Relevante Interesse Ecolgico;
III - Floresta Nacional;
IV - Reserva Extrativista;
V - Reserva de Fauna;
VI Reserva de Desenvolvimento Sustentvel;
VII - Reserva Particular do Patrimnio Natural.
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As reas de Proteo integral so constitudas por:
I - Estao Ecolgica;
II - Reserva Biolgica;
III - Parque Nacional;
IV - Monumento Natural;
V - Refgio de Vida Silvestre.
Com relao aos Parques Nacionais a Lei 9.985 de 18 de julho de 2000 prev
que o Parque Nacional tem como objetivo bsico a preservao de ecossistemas
naturais de grande relevncia ecolgica e beleza cnica, possibilitando a realizaode pesquisas cientficas e o desenvolvimento de atividades de educao e
interpretao ambiental, de recreao em contato com a natureza e de turismo
ecolgico.
A lei 9.985/2000 ainda dispe sobre outras providncias:
1o O Parque Nacional de posse e domnio pblico, sendo que as reas
particulares includas em seus limites sero desapropriadas;
2o
A visitao pblica est sujeita s normas e restries estabelecidas noPlano de Manejo da unidade, s normas estabelecidas pelo rgo responsvel por
sua administrao e quelas previstas em regulamento.
3o A pesquisa cientfica depende de autorizao prvia do rgo responsvel
pela administrao da unidade e est sujeita s condies e restries por este
estabelecidas, bem como quelas previstas em regulamento.
4o As unidades dessa categoria, quando criadas pelo Estado ou Municpio,
sero denominadas, respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal.Os parques brasileiros devem ser reas de porte grande a muito grande,
capazes de conter amostras representativas de um ou mais ecossistemas no
alterados, ou minimamente alterados, e da biodiversidade que lhe corresponda
(DOUROJEANNI, 2001).
O estabelecimento de parques e reservas no Brasil pode ser considerado um
fenmeno ainda recente, sendo que a maioria foi criada nos ltimos 30 anos
(PINTO, 2008). No entanto, espera-se que as oportunidades para a expanso do
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sistema se esgotem nas prximas duas dcadas, tornando imperativa a criao de
um maior nmero possvel de unidades de conservao em todos os biomas
brasileiros, valendo-se de critrios biolgicos (PINTO, 2008).
Nos anos 90, o Brasil possua mais de 670 unidades de conservao, em todas
as categorias de manejo, totalizando cerca de 60 milhes de hectares (FONSECA et
al., 1997). Este dado implica em que, teoricamente, 7,2% do territrio nacional
estava sob alguma forma de proteo oficial (AYRES e FONSECA, 1997).
Atualmente, atravs de dados mais recentes, Pinto (2008) comenta que o
pas possui um sistema de unidades de conservao relativamente extenso, com
mais de 1.600 unidades divididas em reservas particulares, federais e estaduais,
totalizando aproximadamente 115 milhes de hectares.Considerando somente as unidades de conservao de proteo integral, as
de maior relevncia para a preservao da biodiversidade, menos de 3% da
superfcie do territrio brasileiro encontra-se dedicado oficialmente a esse objetivo
(PINTO, 2008).
O autor ainda destaca que essa pequena frao territorial no est distribuda
segundo critrios de representatividade ao longo dos diferentes ecossistemas, fato
que pode reduzir a efetividade do sistema de proteo da biodiversidade brasileira.A Figura 2 apresenta a rea ocupada por Unidades de Conservao em cada
Bioma Brasileiro.
Figura 2 - Percentual de ocupao de unidades de conservao por bioma e grupo de manejo noBrasil. Fonte: Cadastro Nacional de Unidades de Conservao, maro de 2007.
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Anlise recente realizada pela Conservao Internacional, enfocando a Mata
Atlntica, indica que o atual sistema no protege adequadamente as espcies
ameaadas. O estudo, que envolveu 104 espcies de vertebrados terrestres
endmicos e ameaados de extino da Mata Atlntica, teve como objetivo
identificar lacunas no sistema de unidades de conservao e apontar prioridades
para a sua expanso. Conforme Pinto (2008) os resultados do levantamento
apontaram 57 espcies-lacuna, ou seja, que no esto em unidades de conservao
de proteo integral. Outras 34 esto parcialmente protegidas, com algumas
populaes ocorrendo em unidades de conservao, porm a rea seria ainda
insuficiente para garantir as metas de proteo para as espcies.Pinto (2008) salienta que, se o objetivo conservar a maior frao possvel da
diversidade biolgica da Mata Atlntica ou do pas, preciso dar maior nfase aos
grupos mais ameaados. Vrias das populaes demograficamente estveis das
espcies que figuram nas chamadas listas vermelhas esto restritas a unidades de
conservao e suas probabilidades de persistncia, ligadas em grande parte ao
futuro dessas reas.
3.3 Parque Estadual da Quarta Colnia
O Parque Estadual da Quarta Colnia corresponde a 23 Unidade de
Conservao do Estado, e resultante de compensao ambiental proveniente da
Usina Hidreltrica de Dona Francisca (UHDF) no rio Jacu. Foi criado em 2005,
atravs do Decreto 44.186 de 2005, abrangendo os municpios de Agudo e Ibarama,em uma rea de 1.847 hectares e conserva o bioma Mata Atlntica.
Nesse decreto fica estabelecido que a administrao e o gerenciamento do
Parque Estadual Quarta Colnia fica a cargo da Secretaria do Meio Ambiente, por
intermdio do Departamento de Florestas e reas Protegidas (DEFAP).
O Parque est localizado na margem esquerda do reservatrio da usina,
abrigando remanescentes de Floresta Estacional Decidual. A UHDF possui potncia
instalada de 125 MW e rea alagada de 2.098 ha. Os municpios da regio central
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do RS que tiveram rea territorial atingida pela barragem foram: Agudo, Ibarama,
Arroio do Tigre, Pinhal Grande, Nova Palma e Estrela Velha, tendo 540 famlias
atingidas, somando 2.709 pessoas e 518 propriedades rurais atingidas (SOARES et
al., 2007).
Na Figura 3, pode ser observada a barragem e as margens da mesma,
pertencentes ao Parque Estadual.
Figura 3 - Vista da Usina Hidreltrica Dona Francisca e seu entorno. Fonte:http://maps.google.com.br/maps?hl=pt-br&tab=wl
A figura 4 demonstra a rea total do Parque Estadual da Quarta Colnia,reas propostas para possvel ampliao do parque e a rede hidrogrfica onde foi
construda a Usina Hidreltrica de Dona Francisca.
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Figura 4- Vista do Parque Estadual da Quarta Colnia.
O objetivo principal do Parque Estadual da Quarta Colnia a preservao deecossistemas naturais de grande relevncia ecolgica e beleza cnica,
possibilitando a realizao de pesquisas cientficas e o desenvolvimento de
atividades de educao e interpretao ambiental, de recreao em contato com a
natureza e de turismo ecolgico (RIO GRANDE DO SUL, 2005).
Dentre os objetivos da unidade destacam-se a proteo dos remanescentes
florestais e de espcies presentes na Lista Brasileira de Espcies Ameaadas de
Extino no Rio Grande do Sul, como as encontradas nas matas as margens do rioJacu, junto do lago da Usina Hidroeltrica de Dona Francisca (UHDF). Segundo o
Livro Vermelho do RS, como Paca (Agouti paca), Lontra (Lontra longicaudis),
Veados (Mazama sp.) e varias espcies de felinos (BEHR e FORTES, 2002). A
seguir no Quadro 1 informaes sobre o Parque estadual.
Quadro 1 - Descrio das principais caractersticas do Parque Estadual da Quarta
Colnia.
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Caractersticas gerais do Parque:
Municpios: Agudo e Ibarama.
Biomas: Mata Atlntica
rea: 1.847,90 haInstrumento de Criao: Decreto Estadual n 44.186/2005
3.4 Bioma Mata Atlntica - Floresta Estacional Decidual
O Bioma Mata Atlntica ocupa inteiramente trs estados - Esprito Santo, Riode Janeiro e Santa Catarina e 98% do Paran, alm de pores de outras 11
unidades da federao, inclusive o estado do Rio Grande do Sul (IBGE, 2004).
As Florestas Estacionais no sul do Brasil esto enquadradas dentro do Bioma
Mata Atlntica, pela classificao do IBGE (2004), com rea aproximada de
1.110.182 Km, sendo o mais descaracterizado dos biomas brasileiros pelos
processos de ocupao humana.
A Floresta Estacional Decidual, em seus estgios iniciais, mdios eavanados de sucesso, ocupa uma rea de 11.762,45 km (1.176.245 ha), o que
representa 4,16% da superfcie do Estado e 23,84% da rea total coberta com
florestas naturais (RIO GRANDE DO SUL, 2002), ocorrendo na poro noroeste e
central do estado do Rio Grande do Sul (ARAUJO, 2002).
Na Quarta Colnia de Imigrao Italiana, onde se desenvolve o presente
trabalho, segundo Brena e Longhi (1998), a rea total de floresta da ordem de
28,1% da rea dessa regio, assim distribudos: Nova Palma com 41,4% (342,4
Km); Faxinal do Soturno com 32,4% (165,9 km); Silveira Martins com 30,7% (122,5
km); Dona Francisca com 25,7% (105,5 km); Ivor com 23,1% (130,0 km); Pinhal
Grande com 22,5% (480,1 km); e So Joo do Polsine com 21,2% (84,7 Km).
O IBGE (2004) classifica este tipo de vegetao em duas estaes climticas
bem demarcadas. No RS, embora o clima seja ombrfilo, possui uma curta poca
muito fria e que ocasiona, provavelmente, a estacionalidade fisiolgica da floresta.
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Esta formao ocorre na forma de disjunes florestais apresentando o
estrato dominante predominantemente caduciflio, com mais de 50% dos indivduos
despidos de folhas no perodo frio (IBGE, 2004).
Sua ocorrncia destacada na regio do Alto Uruguai, ao norte do Estado, e
na borda sul do Planalto, acompanhando a Serra Geral, at as proximidades do rio
Itu (afluente do rio Ibicu), fazendo limite com os campos da Campanha gacha.
Alguns dados importantes sobre a Floresta Estacional Decidual podem ser
encontrados no Inventrio Florestal Contnuo do Rio Grande do Sul (2002), onde
foram observadas as seguintes informaes:
As famlias Myrtaceae, Lauraceae, Mimosaceae, Euphorbiaceae,
Fabaceae e Solanaceae foram as mais representativas.
As espcies Nectandra megapotamica, Euterpe edulis, Cupania
vernalis, Sebastiania commersoniana, Luehea divaricata, Ocotea puberula, Matayba
elaeagnoides, Casearia sylvestris, Allophylus edulis e Patagonula americana foram
as mais importantes fitossociologicamente.
A floresta apresentou, em valores mdios, 831,85 rvores/ha, dimetro
de 17,82 cm, altura de 11,16 m, rea basal de 25,68 m/ha, volume comercial de
154,84 m/ha.
As espcies Gymnanthes concolor, Cupania vernalis, Trichilia elegans,
Matayba elaeagnoides, Sorocea bonplandii, Pilocarpus pennatifolius, Sebastiania
commersoniana, Allophylus edulis, Eugenia uniflora e Dalbergia frutescensforam as
mais abundantes na regenerao natural.
Nos estgios iniciais, desse tipo fitogeogrfico as espcies predominantes
foram Sebastiania commersoniana, Escallonia bifida, Baccharis semiserrata,
Dalbergia frutescens, Eugenia uniflora, Helietta apiculata, Scutia buxifolia, Vernonia
tweediana, Cupania vernalis e Machaerium paraguariense.
A diversidade florstica da Floresta Estacional Decidual s foi menor que a da
Floresta Ombrfila Mista (RIO GRANDE DO SUL, 2002).
Este levantamento traz informaes importantes para o conhecimento das
florestas existentes no territrio do estado do RS. Considerando o estado atual do
bioma Mata Atlntica, que em sua maior parte encontra-se devastado ou reduzido a
pequenos fragmentos, a compreenso dos processos ecolgicos, assim como o
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estudo das espcies presentes nesta floresta faz-se de grande importncia para a
conservao e recuperao das caractersticas originais da mesma.
Fragmentos florestais em ecossistemas como a Mata Atlntica ainda so
considerados redutos de diversidade biolgica, e desempenham importante papel,
contribuindo como importante repositrio de material gentico para programas de
recuperao e manejo desses ecossistemas (ALMEIDA, 2006).
No entanto o prprio autor salienta que apenas fragmentos no caracterizam
grande importncia sobre a representatividade da biodiversidade, sendo necessrias
reas maiores, suficientes para manter a estrutura da flora e fauna da Mata
Atlntica. Alm disso, em fragmentos de florestas mais comum acontecer
problemas relacionados a incndios, caa ilegal, explorao extrativista, presenahumana, entre outras aes prejudiciais a conservao do ambiente.
3.5 Recuperao de reas Degradadas
A recuperao de ecossistemas degradados uma prtica muito antigapodendo se encontrar exemplos de sua histria em diferentes povos, pocas e
regies (RODRIGUES e GANDOLFI, 2004). Nos primeiros estudos realizados, o
foco da recuperao era apenas a reconstruo de uma fisionomia florestal, com
plantio aleatrio de rvores, sem utilizao de critrios ecolgicos e sem
planejamento para combinao e disposio das espcies no plantio (BELLOTTO et
al., 2009).
Segundo Bellotto et al. (2009), somente na dcada de 1980, com odesenvolvimento da ecologia de florestas naturais e o incio da consolidao da
ecologia da restaurao como cincia, os trabalhos de restaurao passaram a
incorporar os conceitos e paradigmas da ecologia florestal para a sustentao
conceitual das metodologias de restaurao.
Guimares (2011) salienta que os mtodos ecolgicos buscam o equilbrio
ambiental atravs do restabelecimento mais amplo das relaes ecolgicas do
ambiente, implicando na utilizao exclusiva de espcies nativas.
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O conceito de recuperao de reas pode ser entendido como um stio
degradado, o qual retornar a uma forma e utilizao de acordo com um plano pr-
estabelecido para uso do solo (IBAMA, 1990). Isto implica que o stio degradado ter
condies mnimas de estabelecer um novo equilbrio dinmico, desenvolvendo um
novo solo e uma nova paisagem. A recuperao ambiental seria a reaproximao
das condies originais da flora, fauna, solo, clima e recursos hdricos que existiam
originalmente no local (CARPANEZZI, 2005).
Para a recuperao de um ecossistema preciso a aplicao de
conhecimentos diversos, envolvendo profissionais que trabalhem tanto com a fauna,
vegetao, como solos e clima, sendo ento um processo multidisciplinar. O
conhecimento da dinmica natural e da estrutura do ecossistema fundamental nodesenvolvimento de modelos de recuperao (ALMEIDA, 2006).
O processo inicial de recuperao de uma rea parte do princpio da
sucesso natural, onde as espcies pioneiras, mais adaptadas a ampla exposio
solar e condies de solo, ocupam a rea. Estas espcies propiciam uma mudana
na paisagem e no clima local, assegurando condies adequadas para que novas
espcies, de grupos sucessionais diferentes, possam se instalar no local. Esta
seqncia sucessional estende-se at a comunidade vegetal atingir o clmax,momento em que aumenta a diversidade de espcies. Cada fase de sucesso
caracterizada por composio florstica e faunstica tpicas, associadas entre si
(ALMEIDA, 2006).
Bazzaz (1991) relatou que o uso contnuo e sustentvel dos recursos
florestais, necessita do entendimento sobre a dinmica das espcies e seus
respectivos papis no processo de renovao da floresta.
Dentre os mtodos de recuperao utilizados, pode-se citar: o isolamento darea, retirada dos fatores de degradao, adensamento, enriquecimento e
implantao de consrcio de espcies com o uso de mudas ou sementes. Como
indicadores da recuperao ambiental da rea pode-se analisar a regenerao
natural e o banco de sementes do solo, indicadores do solo, indicadores qumicos, e
relacionados a flora e fauna.
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3.5.1 Modelos de Restaurao de reas Degradadas
Atualmente os projetos de recuperao de reas degradadas so baseados
no paradigma contemporneo, enfatizam a recuperao da integridade, resilincia, e
da sustentabilidade do ecossistema. Os modelos de restaurao atual no exigem o
retorno ao seu estado original e tampouco definido um estado clmax a ser
atingido, ao contrrio do paradigma clssico de restaurao que preconizava o
estabelecimento original das formaes florestais.
Em trabalhos de enriquecimento de reas, pode ser utilizada a tcnica
intitulada Ilhas de diversidade, modelo de recuperao de reas degradadasbaseado na idia de no recobrir toda a rea de estudo, instalando apenas pontos
estratgicos com vegetao (Figura 5). Esta teoria esta fundamentada no processo
natural de regenerao, onde os propgulos destas ilhas seriam responsveis pelo
aumento de diversidade em uma rea de recuperao (CARPANEZZI, 2005).
As ilhas de diversidade, ou nucleao, ocorrem principalmente atravs da
disperso de sementes por animais e pela polinizao. Arbustos e arvoretas so
nucleadores eficientes, como os do gnero Cordiae Acnistus(CARPANEZZI, 2005).
Figura 5- Representao de Ilhas de diversidade. Fonte: Portal Brasil Ambiental
Almeida (2006) salienta a importncia de considerar os aspectos
fitossociolgicos, como a densidade de plantio e tambm a localizao da parte
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central da rea a ser recuperada visando destacar a eficincia na disperso de
propgulos e o enriquecimento da diversidade de reas vizinhas.
Outra estratgia para utilizao deste mtodo o plantio de espcies
pioneiras na rea total juntamente com as ilhas de diversidade. Segundo Almeida
(2006) esta interao com as espcies pioneiras promoveria o rpido recobrimento
do solo, diminuindo a eroso, apesar da baixa diversidade inicial.
As espcies pioneiras so usadas nos trabalhos de recuperao de reas
degradadas devido as suas caractersticas de rusticidade. Estas espcies
desenvolvem-se em locais inspitos e difceis de serem colonizadas, como reas
abertas a pleno sol, em solos com baixa capacidade nutricional e fisicamente
comprometidos. Algumas caractersticas das espcies pioneiras so relatadas porAlmeida (2006) abaixo:
Pequeno nmero de espcies por ecossistema, mas em alta densidade,
principalmente em fragmentos florestais em estgio inicial e mdio de
regenerao;
Capacidade de adaptao em ambientes variados;
Alta tolerncia luz e intolerncia sombra;
Pequeno ciclo de vida (10-20 anos); Pequeno porte (menor que 10 m);
Florao e frutificao precoce;
Sementes geralmente pequenas, mas produzidas em grande quantidade;
Disperso de sementes por agentes generalistas;
Grande amplitude ecolgica (disperso geogrfica);
Altas taxas de crescimento vegetativo.
As espcies classificadas como secundrias iniciais desenvolvem-se em
locais abertos, semi-abertos e clareiras na floresta. Estas espcies toleram
sombreamento apenas parcial. Como caracterstica importante, est o fato de que
essas plantas conviverem bem na fase inicial com as pioneiras. Como secundrias
iniciais podem ser citadas a pata-de-vaca (Bauhinia forficata), camboat (Cupania
spp.), ing (Inga spp), carvalhinho (Casearia Silvestris), entre outros (ALMEIDA,
2006).
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Espcies secundrias tardias desenvolvem-se em reas permanentemente
sombreadas, tendo todo o seu ciclo de desenvolvimento sombra. Na fase adulta
ocupam o estrato superior da floresta, e suas mudas sero responsveis por compor
o banco de plntulas da floresta (ALMEIDA, 2006). Como exemplo de secundria
tardia pode ser citado a Apuleia leiocarpa.
As espcies clmax regeneram-se e desenvolvem-se sombra, sendo tpicas
de florestas primrias, podem ocupar o dossel da floresta, sendo caracterizadas por
possurem longos ciclos de vidas (acima de 100 anos), sementes que germinam
logo aps a disperso das rvores e crescimento vegetativo longo (ALMEIDA, 2006).
Exemplo de espcies clmax pode ser citado o cedro (Cedrela fissilis).
Segundo Mize et al. (1997), conhecer o ritmo de crescimento das espciesflorestais muito importante para identificar e selecionar espcies de rpido
crescimento que possam representar uma soluo ao problema de recuperao de
reas desflorestadas ou degradadas.
3.5.2 Mecanismos de Regenerao
vila (2010) comenta sobre a necessidade de desenvolvimento de pesquisas
que busquem conhecimentos ecolgicos sobre a dinmica de renovao dos
ecossistemas. Pesquisas relacionadas regenerao das florestas e a atual
necessidade de identificar estratgias de conservao, manejo sustentvel e
recuperao ambiental,
Segundo Almeida (2006) a distribuio das espcies nos diferentes estratosda floresta, assim como a presena/ausncia na regenerao natural podem dar
indicativos de tolerncia, comportamento, participao das espcies em outros
estgios sucessionais, presena ou ausncia de agentes polinizadores e
dispersores, e permanncia da espcie em questo no sistema.
Diversos fatores como a disponibilidade de gua, luz e nutrientes influenciam
no desenvolvimento da regenerao natural, assim como a presena de predadores
e microorganismos determinam a ocupao do espao pelas espcies.
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Conforme Vieira (1996), os mecanismos que a floresta utiliza para
regenerao so fluxo de sementes (disperso), banco de sementes do solo e
banco de plntulas. Tais mecanismos podem tambm ser descritos como fases da
regenerao.
Em estudos sobre a regenerao natural, o banco de plntulas representa o
conjunto de indivduos em desenvolvimento, no sub-bosque da floresta e, que j
podem ter passado pelo estgio de reserva (VILA, 2010).
Segundo Sccoti (2009) os mecanismos de regenerao natural, como o
estudo do banco de plntulas pode ser indicativo de como a floresta responder a
uma alterao ambiental ou como possvel utilizar o prprio potencial regenerativo
da floresta, mediante a realizao de determinado tratamento silvicultural.Em experimento realizado em remanescente de Floresta Estacional Decidual,
no Campo de Instruo de Santa Maria (CISM), Sccoti (2009) verificou que a
suficincia amostral no banco de plntulas (h _ 30 cm e DAP < 1 cm) e regenerao
natural estabelecida (1 cm _ DAP _ 5 cm), observada atravs da curva espcie-rea,
indicou oscilao no nmero de espcies ao longo da amostragem, mas com
indicativo de estabilizao a partir de 65 e 55 parcelas amostradas, respectivamente.
Este comportamento pode estar associado em parte s variaes existentesentre as parcelas, causadas por desnveis nas parcelas amostradas, tipo de solo,
grau de fechamento do dossel, presena de cursos d gua, entre outras. Araujo
(2002), estudando trs subformaes vegetais, tambm em Floresta Estacional
Decidual Ripria no RS, observou apenas tendncia estabilizao da curva
espcie-rea em duas subformaes, atribuindo o fato s variaes ambientais e
formao de mosaico, que tambm caracterizavam a complexidade florstica da
vegetao.Por conseguinte, alm do banco de plntulas, de grande importncia o
estudo sobre os indivduos em desenvolvimento mais avanado e que tambm
constituem a regenerao natural do ecossistema (VILA, 2010). Entretanto, para
estes estudos, ainda no existem trabalhos com definies padronizadas, para as
classes de tamanho utilizadas, dificultando as comparaes.
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3.6 Aspectos Fitossociolgicos
Fitossociologia conceituada como estudo de mtodos de reconhecimento e
definio de comunidades vegetais no que se refere origem, estrutura,
classificao e relaes com o meio (FELFILI e REZENDE, 2003).
A composio florstica deve ser um dos primeiros aspectos a ser analisado
em reas florestais que so objetos de pesquisa ecolgica, manejo silvicultural e
qualquer outra atividade que envolva a utilizao dos recursos vegetais
(CARVALHO, 1997). essencial entender a composio florstica para se
desenvolver estudos adicionais sobre a estrutura e a dinmica da floresta(VACCARO, 2002).
Informaes relacionadas cobertura florestal e fitossociologia de um local
so informaes de grande importncia, tanto ao nvel de conhecimento sobre as
relaes ambientais existentes na floresta, quanto no processo de
reabilitao/recuperao de reas degradadas. Segundo Braun-Blanquet (1979), os
inventrios fitossociolgicos reunidos em um tipo de comunidade tm a enorme
vantagem de que a partir deles, pode-se deduzir o aspecto, o grau dedesenvolvimento, as relaes de competio, a rea de distribuio e outras
propriedades da comunidade. Finol (1976) descreve os aspectos fitossociolgicos
das florestas, considerando parmetros da estrutura horizontal e vertical.
Para anlise da estrutura horizontal das comunidades vegetais, so utilizados
os parmetros de densidade, frequncia, dominncia, valor de importncia e valor
de cobertura, que revelam informaes sobre a distribuio espacial das populaes
e sua participao no contexto do ecossistema (MOSCOVICH, 2006). A soma dadensidade, frequncia e dominncia em sua forma relativa fornecem o ndice de
valor de importncia (FELFILI e REZENDE, 2003).
De modo mais especfico, Carvalho (1997) relata que a densidade descrita
como uma medida que expressa o nmero de indivduos, de uma dada espcie por
unidade de rea, em geral em hectares. A frequncia considera o nmero de
parcelas em que determinada espcie ocorre, indicando a disperso mdia de cada
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espcie em porcentagem. A dominncia definida como a taxa de ocupao do
ambiente pelos indivduos de uma espcie
O estudo da estrutura vertical pode indicar o estgio sucessional onde se
encontra cada espcie. Para tanto so considerados trs estratos: superior, mdio e
inferior. A presena de uma espcie em todos estes nveis indica que a mesma
participa da estrutura da floresta desde sua fase inicial at clmax (SCHNEIDER e
FINGER, 2000).
Segundo Mueller-Dombois e Ellenberg(1974),em estudos fitossociolgicos, a
otimizao da suficincia amostral da vegetao, pode ser identificada atravs da
anlise do nmero acumulado de espcie x rea amostrada (parcela) (curva
espcie-rea). Essa curva permite avaliar se a amostragem utilizada foi adequadapara representar as variaes da comunidade.
A diversidade existente na vegetao pode ser expressa pela riqueza, que
corresponde ao nmero de espcies existente em determinada rea (Mueller-
Dombois e Ellenberg (1974). Alm desta, pode ser utilizado o ndice de diversidade
de Shannon e Wiener (H), comumente denominado de ndice de Shannon, que
considera o nmero de espcies e indivduos amostrados em cada uma (MARTINS,
1993).Sccoti (2009) descreve que com relao a uma comunidade, a variao do
nmero de indivduos de espcies existentes, pode ser representada e quantificada
por meio de ndices de diversidade. Dentre esses ndices pode-se utilizar o ndice de
Shannon e a equabilidade de Pielou (J).
A auto-ecologia e dinmica das espcies variam, pois as mesmas apresentam
um intervalo de tolerncia para os fatores ambientais, cujos indivduos, geralmente,
vivem em habitat adequado ao seu desenvolvimento, existindo uma interao entrea distribuio da vegetao e as condies ambientais (RICKLEFS e MILLER,
1999). Entre estes fatores, pode-se citar a luminosidade que afeta a germinao,
crescimento e reproduo das plantas (BAZZAZ, 1991).
4. METODOLOGIA
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4.1Local de estudo
O trabalho foi desenvolvido na Regio Central do RS, na Quarta Colnia de
Imigrao Italiana (Figura 6). O clima da regio do tipo Cfa, segundo
classificao de Kppen, clima subtropical mido, sem estao seca, com
temperatura mdia anual de 19,4 C. A precipitao mdia anual varia de 1300 a
1800 mm/ ano, com maiores valores em maio e junho (MORENO, 1961).
Figura 6 - Localizao da rea de realizao da pesquisa no estado do Rio Grande do Sul e divisopoltica da regio da Quarta Colnia.Fonte: GATTO (2002).
Localizada entre a encosta da Serra Geral e a Depresso Central, a regio da
Quarta Colnia de Imigrao Italiana contm reas da Mata Atlntica no Rio Grande
do Sul. Os ecossistemas predominantes so a Floresta Estacional Decidual da
borda sul do Planalto Meridional Brasileiro, os banhados, as vrzeas e matas de
galeria da Depresso Central (MARCUZZO et al., 1998). As florestas na regio da
Quarta Colnia pertencem ao tipo fitogeogrfico conhecido como Floresta Estacional
Decidual no qual mais de 50% dos indivduos arbreos do estrato superior perdem
suas folhas na poca do outono e inverno (GATTO, 2005).
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Marcuzzo et al. (1998) tambm comentam sobre a extenso territorial desta
regio, que chega a 2.500 km e onde vivem cerca de 63 mil habitantes,
representantes dos principais contingentes tnicos do pas, mas com predominncia
da cultura italiana. Com relao rea cultivvel para a agricultura, os autores
afirmam que quase 70 mil hectares so ocupados por plantaes de milho, feijo,
fumo, batata, soja e arroz.
Segundo Kaul (1990) a regio pertence ao domnio geolgico classificado
como Cobertura Sedimentar Cenozica, que engloba diferentes tipos de depsitos
sedimentares, com idade variando de Terciria a Holocnica. Os depsitos
sedimentares do Holoceno, no estado do Rio Grande do Sul, so muito variados,
sendo fluviais, marinhos, lagunares, elicos e coluviais. Os sedimentos coluviais,so depsitos de base de encosta, inconsolidados e mal selecionados, formados por
areias, cascalho fino e grosso, e mataces.
Acima dessa formao sedimentar, encontra-se uma formao basltica mais
recente originada do vulcanismo de fissuras que deu origem aos solos baslticos do
planalto e encosta, onde est situada a Quarta Colnia de Imigrao Italiana. Este
processo teve incio no final do perodo Jurssico, incio do Cretcio com a
fragmentao do supercontinente Gondwana devido ao movimento de separao daplacas tectnicas (STRECK et al., 2008).
Na Figura 7 demonstrada a bacia hidrogrfica do rio Jacuizinho, localizada
na margem esquerda do rio Jacu, e as bacias de contribuio direta ao reservatrio
(margem direita) da Usina de Dona Francisca.
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Figura 7 - Localizao do reservatrio da UHE Dona Francisca no contexto do RS, com destaquepara as bacias hidrogrficas de contribuio direta e a bacia do rio Jacuizinho. Fonte: CORAZZA(2009).
4.2 Descrio do projeto Validao de metodologias de restaurao em
fragmento florestal para o Parque Estadual da Quarta Colnia e seu entorno,
Rio Grande do Sul
O projeto Validao de metodologias de restaurao em fragmento florestal
para o Parque Estadual da Quarta Colnia e seu entorno, Rio Grande do Sul, objeto
de estudo deste estgio, apresenta uma proposta de adaptao e validao de
metodologia para restaurao de remanescentes florestais, com foco na
recuperao de reas de preservao permanente e reserva legal.
O objetivo da proposta testar metodologias de restaurao da composio
florstica no mbito do Parque Estadual da Quarta Colnia, Rio Grande do Sul, no
intuito de validar e adaptar tcnicas para a realidade regional, que possam ser
utilizadas para recomposio de reas do Parque, bem como serem difundidas junto
aos produtores rurais do seu entorno e divulgadas como possveis estratgias a
serem discutidas e adaptadas para as diferentes realidades da regio.
Sero testados dois mtodos de restaurao ambiental: isolamento e
enriquecimento atravs de ilhas de diversidade. Com relao ao mtodo de
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isolamento, o processo de trabalho ser atravs da medio da regenerao
existente na parcela demarcada.
Com relao primeira etapa de trabalho do projeto, foram estabelecidas
unidades experimentais com tamanho de 10 x 10 m, totalizando 8 unidades para o
levantamento florstico e metodologia de isolamento, conforme Figura 8.
Figura 8 - Desenho esquemtico do tipo de parcela quadrada utilizado na rea, assim como ademonstrao das subparcelas inseridas dentro da parcela de 10 x 10 m.
O enriquecimento ser realizado com o plantio de mudas das espcies definidas
a partir do levantamento florstico, considerando-se aspectos como facilidade de
desenvolvimento, taxa de luminosidade no interior da rea, necessidade de luz etolerncia sombra nos diferentes estgios de desenvolvimento da espcie,
qualidade do solo (anlises qumicas e fsicas do solo na rea experimental). A partir
das informaes obtidas com o levantamento florstico sero definidas as espcies
de interesse para as etapas de plantio no tratamento de enriquecimento.
Sero coletadas amostras de solo para caracterizao da qualidade qumica e
fsica, e monitorada a intensidade luminosa que atinge o interior da rea
experimental.
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4.3 Parmetros avaliados nas parcelas
1. Regenerao natural: a regenerao natural ser avaliada a partir da
identificao de espcies e seu desenvolvimento; taxa de mortalidade e de
recrutamento, ndices de riqueza, diversidade, densidade e frequncia absoluta e
relativa.
2. Variveis biomtricas: Para o levantamento da regenerao natural, as
unidades experimentais sero divididas em subparcelas de 5 x 5 m e de 2 x 2 m, deacordo com a classe de dimenses de indivduos que se ir amostrar:
Na rea total das unidades experimentais (10x10m) sero levantados
todos os indivduos com circunferncia altura do peito (CAP) maior que
15 cm (CAP > 15 cm).
Nas subparcelas de 5 x 5 m sero levantados todos os indivduos com
CAP entre1 cm e 5 cm (1 cm CAP 5 cm).
Nas subparcelas de 2 x 2 m sero medidos todos os indivduos com alturamaior que 30 cm (h > 30 cm) e CAP menor que 1 cm (CAP< 1 cm).
As variveis biomtricas a serem avaliadas na pesquisa sero:
circunferncia do coleto, circunferncia altura do peito, altura total,
incremento em altura e circunferncia;
Sero avaliadas periodicamente todas as mudas plantadas no modelo de
enriquecimento atravs de Ilhas de Diversidade;
A anlise da regenerao natural e das variveis biomtricas serrealizada semestralmente at o final do experimento;
Ao final da coleta de dados, os mesmos sero avaliados estatisticamente
a partir de mtodos multivariados.
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5 RESULTADOS E DISCUSSES
5.1 Etapa de embasamento terico
Em trabalhos de pesquisa, antes da etapa prtica de desenvolvimento dos
projetos so necessrias informaes a respeito do local de estudo, aspectos
econmicos, sociais e ambientais regionais, dificuldades e vantagens no
desenvolvimento das atividades no local. preciso embasamento histrico e
cientfico, buscando informaes em pesquisas anteriores realizadas e ambientando
os trabalhos para a realidade local.
Dessa forma, a primeira etapa do estgio envolveu uma reviso sobre todos
os aspectos ligados ao projeto de pesquisa, tais como caractersticas da regio que
influenciam direta ou indiretamente no Parque.
Segundo Portaria SAA n 326/1996 todas as pesquisas a serem realizadas
em Unidades de Conservao Estaduais precisam ser autorizadas pela Diviso de
Unidades de Conservao. Essa portaria regulamenta as atividades de pesquisa em
unidades de conservao, estabelecendo os procedimentos para autorizao de
projetos cientficos.
No entanto, em publicao pelo site, a SEMA (2010) relata que apesar das
UCs apresentarem uma ampla demanda por estudos cientficos, poucas pesquisas
trazem respostas que auxiliem na sua proteo. necessrio o comprometimentodos pesquisadores que buscam estas reas como locais de pesquisa, para que os
resultados alcanados, alm de gerar dados para a comunidade cientfica, possam
contribuir tambm para a manuteno e proteo da unidade de conservao em
questo.
Apesar do pouco tempo de existncia do Parque Estadual da Quarta Colnia,
existem vrias pesquisas em andamento no local. Como exemplos de estudos que
visam gerar benefcios para a conservao do Parque podem ser citados os
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trabalhos de Rorato (2010) atravs do relatrio Caractersticas populacionais de
trs espcies florestais de ocorrncia natural no Parque Estadual da Quarta Colnia,
Agudo, RS, e o relatrio de Vitalis (2010) sobre a Anlise ambiental da capacidade
de carga antrpica e diagnstico de pontos interpretativos na trilha projetada no
Parque Estadual Quarta Colnia, RS. Ambas as pesquisas trazem contribuies
para ampliao do conhecimento sobre a estrutura ambiental do Parque.
5.2 Implantao do projeto
5.2.1 Etapa de reconhecimento da rea
As primeiras aes prticas consistiram em visitas ao parque estadual, onde o
objetivo era a avaliao visual das reas mais apropriadas para a implantao do
projeto. As visitas propiciaram conhecer parte da extenso do parque, possibilitando
observar o estado de conservao da rea, caracterstica das propriedades lindeiras
e as principais dificuldades no acesso e permanncia na sede do Parque.
Com relao ao acesso at o Parque Estadual da Quarta Colnia, tem-se
uma distncia de 55 km de Santa Maria a Agudo. Aps chegar ao municpio de
Agudo h mais um trajeto, onde se percorre em estrada de cho, totalizando cerca
de 90 km do campus sede da UFSM at a rea experimental.
A questo de distncia e de acessibilidade so fatores que restringem a
abrangncia das pesquisas, de maneira geral, pois demandam aos pesquisadoresrecursos no apenas de locomoo, mas tambm para alimentao, equipamentos
e acomodaes para descanso dos integrantes do projeto.
No caso do Parque, um aspecto positivo a qualidade de manuteno da
estrada municipal que d acesso, passando pela sede do distrito de Nova Bomia.
Por outro lado, uma segunda alternativa quanto acessibilidade, seria atravs do
municpio vizinho de Dona Francisca, que atualmente apresenta restries devido
queda de ponte que liga os dois municpios. Desde que ocorreu esse fato, devido ao
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perodo de intensas precipitaes pluviomtricas no ano de 2009, ainda no foram
tomadas providncias quanto ao conserto, o que impede a passagem de veculos de
pequeno porte.
A acessibilidade por duas vias um fator importante na rea do Parque
devido ao relevo montanhoso, o que favorece a queda de barreiras. Dessa forma,
duas alternativas de acesso ao Parque facilitariam a locomoo at rea.
Quanto sede do Parque (Figura 9) esta se concentra em um antigo hotel
abandonado, onde os trabalhadores da usina ficavam alojados. O incio da UHDF foi
em 1970 com a implantao da vila residencial para os tcnicos e operrios
morarem, mas somente em 1998 ocorre o incio das obras, por motivos de prioridade
e oramento do governo (SOARES, 2007).
Figura 9 Visualizao da sede do Parque Estadual da Quarta Colnia.
Outros problemas que podem ser observados em Unidades de Conservao
dizem respeito s atividades que ocorrem nas propriedades de seu entorno. Como
exemplo pode ser citado a invaso pelo gado de reas naturais protegidas em
regies de atividade pecuria, o que resulta em reduo do banco de sementes e de
plntulas. Em relao ao cultivo do tabaco, muitas propriedades lindeiras ao Parque
tm este como atividade agrcola principal, onde o impacto mais comum se d sobre
os recursos solo e gua, o que indireta ou diretamente afeta a fauna e flora das
reas naturais.
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O fato de ter sido criado h pouco tempo, faz com que o Parque ainda sofra
processos tpicos da fase de implantao das unidades de conservao,
principalmente questes ligadas compreenso e aceitao da comunidade local,
adequao das atividades no entorno s finalidades do Parque e tambm
necessidade de Plano de Manejo.
5.2.2 Definio da rea experimental
A segunda etapa do trabalho envolveu atividades de escolha da rea doprojeto e marcao de parcelas na rea selecionada para levantamento florstico e
acompanhamento da regenerao florestal.
Para a escolha da rea do projeto, foram realizadas visitas ao Parque, nas
quais foram feitos caminhamentos em diversos locais, com o objetivo de encontrar
uma rea onde pudesse ser realizada a avaliao e conduo da regenerao,
podendo ser instaladas as parcelas.
Entre as reas percorridas, a que chamou a ateno foi uma rea queapresentava claros sinais de interveno humana anterior. Esse local apresentava
aspecto visual heterogneo, formando um mosaico de capoeira e capoeiro (Figura
10).
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Figura 10 Aspecto de heterogeneidade da rea de estudo com a fase capoeira em primeiro plano e
capoeiro ao fundo.
Pelo aspecto de perturbao antrpica e de estgios iniciais de regenerao,
essa rea foi a escolhida para implantao do projeto, sendo as reas de estgio
mais avanado, aqui denominadas capoeiro, as definidas para a instalao das
parcelas de isolamento e de levantamento florstico.
Para o mtodo de enriquecimento foi escolhida uma rea com cobertura
vegetal de campo, ao lado da rea de capoeiro. Caracteriza-se pela presena
abundante de gramneas altas e apresenta vestgios da atividade de pecuria
leiteira. Nesse local, foi observado vacas e bezerros pastando, as quais pertencem a
moradores lindeiros ao Parque.
Essa rea foi escolhida, pois a metodologia de enriquecimento por ilhas de
diversidade pressupe a avaliao da disperso das espcies e consequentemente
ocupao da rea.
5.2.3 Demarcao das parcelas
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Aps a definio das reas experimentais, foi realizada a implantao das
parcelas experimentais para levantamento florstico e metodologia de isolamento na
rea de capoeiro.
Antes da demarcao a campo foi reunida uma equipe de trabalho composta
de estudantes dos cursos de Engenharia Florestal e Biologia da UFSM e transmitido
os conhecimentos tericos cerca dos objetivos do trabalho de pesquisa e a
metodologia de trabalho frente implantao de parcelas no remanescente florestal
escolhido.
Faz-se de grande importncia que a equipe de trabalho antes de ir a campo
obtenha instrues e treinamento, alm do adequado planejamento de todas as
atividades a serem realizadas, para que no surjam dvidas no momento das aesprticas. O planejamento foi realizado tambm quanto ao tipo de materiais a serem
utilizados para as prticas a campo e o nmero necessrio a ser levado.
Outra preocupao nesta etapa de trabalho foi em relao proteo
individual de cada integrante da equipe que iria realizar as atividades de
demarcao das parcelas. Como equipamentos de proteo foram usados
perneiras, botas, calas de tecido grosso, camisas de manga comprida e repelentes.
Estes itens de proteo so necessrios em todas as pesquisas que exijamatividades prticas a campo.
Quanto aos aspectos de formao das unidades experimentais, foram
demarcadas parcelas de 10 x 10 m (Figura 11) para levantamento florstico das
espcies e marcao das subparcelas de 5 x 5 m e 2 x 2m, com objetivo de
levantamento e acompanhamento da regenerao.
As parcelas e subparcelas instaladas ao longo da rea de avaliao foram
demarcadas com estacas de madeira, procurando dessa forma no utilizarelementos artificiais como ferro ou plstico, de modo a no alterar o equilbrio do
remanescente florestal. Esse cuidado com as estacas foram tomados, pois estas
sero enterradas no solo e iro permanecer longo perodo na rea. Se fossem
utilizados materiais artificiais, organismos que compem a biota do solo poderiam
sofrer efeitos da oxidao dos materiais.
Para a melhor visualizao e identificao das parcelas e subparcelas na
vegetao optou-se por usar a fita zebrada e tinta de cor amarela para contornar as
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unidades experimentais. Essa prtica foi utilizada apenas para melhor visualizao
das unidades, utilizando-se apenas o suficiente para o contorno das mesmas e no
deixando resqucios de plstico em outras reas. Sendo que com o passar do tempo
das avaliao as fitas podero ser trocadas, para que pedaos das mesmas no
sejam espalhados no remanescente florestal causando danos a flora e fauna local.
Figura11- Visualizao do remanescente florestal e da marcao das parcelas.
Alm dessas marcaes, foram feitos reconhecimentos visuais das espcies
e da periferia da rea total a ser trabalhada.
Em caminhamento em direo ao Rio Jacu, observou-se que a rea
circundada por uma feio de banhado, com solo hidromrfico que, praticamente,
inviabiliza o acesso margem do rio.
Em relao s espcies, observou-se que so pertencentes aos estgios
iniciais da sucesso ecolgica, variando de pioneiras em reas de clareiras a
secundrias iniciais.
Algumas espcies nativas presentes na regenerao puderam ser
identificadas, como a capororoca e o aoita-cavalo (Figura 12).
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Figura 12 Espcies que compem a regenerao do fragmento florestal: capororoca (a) e aoita-
cavalo (b).
Nas reas de capoeira, destacava-se a predominncia de uma nica espcie,
conhecida como canudo-de-pito ou esponjeira (Escallonia bifida) (Figura 13),
pertencente famlia Escalloniaceae.No Rio Grande do Sul eventual em todas as
formaes florestais (Sobral et al., 2006). Possui como caractersticas as folhasinteiras, serreadas, filotaxia alterna, sendo classificada como arvoreta.
Figura 13 Visualizao das folhas da arvoreta Escallonia bfida. Fonte: Flora RS, disponvel em:file:///F:/open_sp.php.htm.
a b
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Nas reas com feies de capoeiro destacou-se a presena em maior
nmero de capororoco (Myrsine umbellata), canjeranas (Cabralea canjerana),
jerivs (Syagrus romanzoffiana), camboats-brancos (Matayba elaeagnoides),
camboats-vermelhos (Cupania vernalis), branquilhos (Sebastiana commersoniana),
etc.
Esta etapa de reconhecimento essencial, tanto para simples inventrios da
populao florestal, assim como para instalao de parcelas permanentes e
conduo a longo prazo.
Podem ser observadas clareiras em vrios pontos do remanescente florestal
visitado (Figura 14). Estas caractersticas podem ser explicadas pela recente criao
da Unidade de Conservao, que foi no ano de 2005. Antes da criao do Parque
estas reas eram utilizadas para a agricultura e pastagens.
Figura14 - Clareiras no remanescente florestal.
Com relao composio da flora no local, nota-se a existncia de espcies
exticas, principalmente as do gnero Pinus sp. (Figura 15), goiabeira, Ligustrum
lucidum e vrias espcies de gramneas. A presena destas espcies dentro do
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Parque tambm est relacionada utilizao anterior das terras por agricultores da
regio e trabalhadores da Usina Hidreltrica que estavam instalados no local.
Figura 15 Espcime de Pinus sp. presente no remanescente florestal.
O incio da UHDF foi em 1970 com a implantao da vila residencial para os
tcnicos e operrios responsveis pela construo (SOARES et al., 2007). Mas,
somente no final dos anos 1980 e incio dos anos 1990 que se elaborou e aprovou
o Projeto Bsico Ambiental e somente em 1998 iniciaram-se as obras da ponte de
acesso e da barragem.
As espcies exticas invasoras, alm de sobreviverem e se adaptarem ao
novo meio, exercem dominncia sobre a biodiversidade nativa (IBAMA, 2007). Em
decorrncia disso, alteram as caractersticas e o funcionamento dos processos
ecolgicos, levam quebra da resilincia de ecossistemas naturais, reduo de
populaes de espcies nativas e a extines locais. Em funo da amplitude dos
impactos, cuja dimenso pode ser irreversvel, as espcies exticas invasoras
constituem a segunda maior causa de perda da biodiversidade no mundo (IBAMA,
2007).
O manejo de espcies exticas em locais de conservao segundo IBAMA
(2007) incluem a erradicao, estratgias que evitem a disperso da espcie,
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transplante da espcie extica para outro local e plantio de espcies nativas no local
e monitoramento do ciclo reprodutivo das espcies exticas. A seguir na figura 16,
so apresentadas imagens de Pinus sp. derrubado para controle de espcies
exticas dentro da rea do Parque.
Figura 16 Espcimes de Pinus sp. derrubadas dentro do remanescente florestal no ParqueEstadual da Quarta Colnia.
5.3 Prximas etapas do trabalho
Concluindo a etapa de implantao das parcelas, sero realizadas no ms de
julho, sadas a campo com objetivo de identificao de espcies e grupos
fitossociolgicos nas unidades experimentais instaladas. Este levantamento trar
informaes a respeito da composio florstica do remanescente florestal, queservir de base para a implantao das espcies florestais nas Ilhas de
Diversidade com fins de recuperao de reas degradadas, um dos objetivos do
projeto.
A partir do final do ms de setembro de 2011, o trabalho de pesquisa entrar
em seu segundo estgio, que a implantao das espcies florestais nativas da
regio no sistema de enriquecimento atravs das Ilhas de Diversidade.
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Este perodo do ano marcado pela passagem do inverno para a estao da
primavera, caracterizando o fim das geadas e o incio de um perodo com
temperaturas mais amenas e maior intensidade de chuvas. Dessa forma, esta fase
a indicada para o plantio das mudas nas reas demarcadas pelo projeto.
A rea utilizada para a implantao das Ilhas de diversidade ser
demarcada atravs de estacas de madeira e para melhor visualizao do local de
implantao ser utilizada tambm fitas zebradas. No preparo da rea ser utilizado
o sistema de roadas para retirar o excesso de gramneas no local e assim, evitar
competio com as mudas que sero implantadas no local.
Tambm ser realizada descrio morfolgica, anlise qumica e fsica do
solo do local da implantao florestal com a finalidade de identificar caractersticasque possam influenciar no crescimento das mudas plantadas.
Com relao ao preparo das mudas para o plantio, algumas consideraes
sero observadas:
As mudas devem sofrer o processo de rustificao, com exposio gradativa
as condies de campo, com reduo de irrigao e sombreamento;
Para o transporte das mudas, dias mais nublados e sem ventos fortes
devero ser escolhidos, procurando sempre evitar maiores estresses smudas;
Ser feita a limpeza da rea para diminuir parte da vegetao competidora e
facilitar o crescimento inicial das plantas;
Sero feitas covas com dimenses apropriadas ao tamanho das mudas;
As covas sero preparadas aproximadamente 15 a 20 dias antes do plantio,
cujo fechamento devera ocorrer logo aps sua abertura, estaqueando o
centro das covas; Por ainda no existir recomendao de fertilizao especfica para cada
espcie florestal, ser feita uma adubao padronizada;
Para facilitar o pegamento das mudas, em caso de estiagens ser realizada a
irrigao, para manter umidade necessria ate o completo estabelecimento
das mudas;
Sero feitos acompanhamentos na rea, com objetivo de manter um ambiente
adequado para o crescimento das plantas. As atividades envolvem o
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tutoramento das mudas, combate de formigas cortadeira, irrigao em
condies climticas desfavorveis, capina ou roadas e coroamento
individual das mudas;
Tambm ser realizado monitoramento dos indicadores de recuperao e
anlise de mortalidade das espcies plantadas, atravs de visitas peridicas
ao local do experimento.
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6 CONSIDERAES FINAIS
O acompanhamento da etapa inicial do projeto de pesquisa, durante o
perodo de estgio, possibilitou a aplicao dos conhecimentos tericos adquiridos
em sala de aula em atividades que exigiam contato direto com prticas realizadas a
campo, planejamento e conhecimento sobre a estrutura organizacional envolvida
durante a execuo deste tipo de trabalho cientfico.
Atravs da realizao deste estgio, pode-se observar a importncia do
embasamento terico a respeito do tema da pesquisa a ser realizada, possibilitando,
dessa forma, a verificao e aplicao a campo das teorias atuais sobre
comportamento da vegetao, sucesso ecolgica de remanescentes florestais e
conceitos de recuperao de reas degradadas.
preciso destacar tambm a importncia do planejamento prvio de todas as
atividades previstas no projeto, previso de equipamento necessrio para a
implantao, assim como montagem de uma equipe slida e bem informada para
trabalhar a campo.
Observa-se desse modo, que um projeto de pesquisa precisa conter, demaneira geral, uma boa consistncia terica sobre o tema trabalhado e um
gerenciamento eficiente das atividades desempenhadas, assim como a preocupao
com questes de acessibilidade e deslocamento da equipe para as reas de
trabalho. A preocupao com a segurana da equipe de trabalho, garantindo a
proteo dos integrantes atravs de equipamento de proteo individual, tambm
deve ser verificada.
Outra questo que pode ser analisada com relao as pesquisas queenvolvam longo prazo. Nesse sentido, uma boa estrutura organizacional e um
planejamento a longo prazo da implantao e das etapas subsequentes so vitais
para o sucesso do projeto, uma vez que a possibilidade de avaliao dar-se- em
um perodo cronolgico longo. Qualquer falha nos momentos iniciais pode
comprometer todo o estudo.
De modo geral, atravs da experincia do estgio, acompanhando o projeto
de pesquisa, pode-se observar que a elaborao e conduo de um projeto no
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envolvem somente aspectos tcnicos e tericos relacionados execuo dos
trabalhos, com vistas obteno de dados cientficos. Um projeto realmente
qualificado deve contemplar o planejamento de atividades tcnicas e tambm
humanas, pois para a realizao eficaz das atividades necessrio uma equipe de
qualidade e um gerenciamento efetivo que possam prever nas atividades os
empecilhos e facilidades na conduo de um trabalho.
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