RELATÓRIO EXECUTIVO -...
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Estudo da Prática Regulatória,Vantagens Competitivas e Oferta e Demanda de Carga Entre os Países Signatários do Acordo da Hidrovia Paraguai-Paraná
RELATÓRIO EXECUTIVO
Brasília - 2018
Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ
Mário PoviaDiretor-Geral
Adalberto Tokarski Diretor
Francisval Dias Mendes Diretor
Superintendência de Administração e Finanças (SAF)
Joelson Neves Miranda Superintendente
Superintendência de Desempenho, Desenvolvimento e Sustentabilidade (SDS)
Samuel Ramos de Carvalho Cavalcanti Superintendente
Superintendência de Fiscalização e Coordenação das Unidades (SFC)
Flávia Morais Lopes Takafashi Superintendente
Superintendência de Regulação (SRG)
Bruno de Oliveira Pinheiro Superintendente
Superintendência de Outorgas (SOG)
Alber Furtado de Vasconcelos NetoSuperintendente
Agência Nacional de Transportes Aquaviários
Estudo da Prática Regulatória,Vantagens Competitivas e Oferta e Demanda de Carga Entre os Países Signatários do Acordo da Hidrovia Paraguai-Paraná
RELATÓRIO EXECUTIVO
Brasília - 2018
RelatóRio executivoIV
AGêNCiA NACiONAl De TRANSpORTeS AQUAviáRiOS (ANTAQ), 2018
SepN Quadra 514 – Conjunto e – edifício ANTAQ
Cep: 70760-545
permitida a reprodução sem fins lucrativos, parcial ou total, por qualquer meio, se citados
a fonte e o sitio, no qual pode ser encontrado o original em http:// www.antaq.gov.br
Samuel Ramos de Carvalho Cavalcanti – Superintendente
Superintendência de Desempenho, Desenvolvimento e Sustentabilidade (SDS)
Cláudio de Jesus Marques Soares - Gerente
Gerência de Desenvolvimento e Estudos (GDE)
Patrícia Povoa Gravina
Gerência de Regulação da Navegação Interior (GRI)
equipe Técnica ANTAQArthur Felipe de Menezes Il PakArthur YamamotoBernardo Rego FeitosaDarcy Closs JúniorEduardo Pessoa de QueirozHerbert Koehne de CastroIsaac Monteiro do NascimentoKarina Seto ShimoishiMaria Luiza Nascentes TanizakiMarcos Gomes CoelhoMarília Patelli Juliani de Souza LimaWesley Alves Mesquita
Agência Nacional de Transportes Aquaviários
RelatóRio executivo V
UNiveRSiDADe FeDeRAl DO pARANA/ iNSTiTUTO TeCNOlÓGiCO De TRANSpORTeS e iNFRAeSTRUTURA
ReitorProf. Dr. Ricardo Marcelo Fonseca
vice reitoraProfª. Drª. Graciela Bolzón de Muniz
Diretor do Setor de TecnologiaProf. Horácio Tertuliano Filho
Coodernação de projetosProf. Dr. Eduardo Ratton
equipe Técnica UFpR/iTTiAndré Furtini SilvaArinei Carlos Lindbeck da SilvaGilza Fernandes BlasiDenilson DionisioDyeison MlenekEduardo ChiaraniEdu José FrancoFelipe José GasparinFlávia Aline WaydzikFlávia Cristina ArenasGustavo Pacheco TomasHenrique GuarneriJessica Daudt O. JunglosJonatan Raffo da SilvaLucas Monteiro Dildey Luiz Felipe Simioni DitzelMuriel Edyth L. SzymanskiPhilipe RattonRenata CorreiaRobson SelemeRodrigo de Castro MoroRuy Alberto ZibettiThaís Nogueira de RezendeVilma Machado
RelatóRio executivo VII
eNTiDADeS COlABORADORAS
BRASilRumo Logística Operadora Multimodal S.A.Vale S.A.Empresa de Planejamento e Logística S.A.- EPLAgência Nacional de Transportes Aquaviários - AntaqTerminal de Contêineres de Paranaguá - TCPInstituto Histórico e Geográfico de Cáceres - IHGCMarinha do BrasilAdministração Hidroviária do Paraguai - AHIPARPranchita NavegaçãoConcremat Engenharia e Tecnologia S.A.Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Mato Grosso - APROSOJAMovimento Pró-LogísticaZona de Processamento de Exportações de Cáceres – ZPE CáceresEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPACentro Internacional de Negócios do Paraná – FIEPUniversidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMSHidrovias do Brasil S.A.Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobrás
ARGeNTiNAFluviomar S.A.Banco de la Nación ArgentinaDirección de Policia de Seguridad de la NavegaciónP & O Maritime – sede Buenos AiresGrupo El HauarMarubaCompañía Naviera Horamar S.A.Prefectura Naval ArgentinaInstituto Nacional de Estadística y Censos de la República ArgentinaWasa S.A.
BOlíviADirección General de la Marina Mercante Nacional
pARAGUAiNavemar S.A.- Agencia Marítima y Estibajes, Operadores y Gerenciadores de flotasInterbage S.A.Naviera ChacoRed de Exportaciones e Inversiones (REDIEX)Armada Paraguaya – Prefectura General NavalBanco Central del Paraguay
URUGUAiGrupo SchandyArmada Nacional – República Oriental del UruguayBanco de la República Origental del UruguayDirección General ImpositivaPuerto de Nueva PalmiraDirección General de Transporte Fluvial y MarítimoInstituto de Promoción de Inversiones y ExportacionesComité Intergubernamental de la Hidrovía Paraguay-Paraná - CIHComisión Permanente de Transporte de la Cuenca del Plata - CPTCPConsulado de la Republica Argentina en Curitiba-PRConsulado General de Paraguay en Curitiba-PRCompanhia Interamericana de Navegação e Comércio – CINCO
RelatóRio executivoVIII
U58 Universidade Federal do Paraná. Instituto Tecnológico de Transporte e Infraestrutura
Hidrovia Paraguai-Paraná: Produto 5: Resumo Executivo: Produto 5:/ Instituto Tecnológico de Transporte e Infraestrutura. - Curitiba: UFPR/ITTI, 2017. 153f.: il. color.; 30 cm.
Estudo da prática regulatória, vantagens competitivas e oferta entre os países signatários do acordo da Hidrovia Paraguai-Paraná. Documento elaborado como parte integrante do Termo de Coopera-ção TERM-SAF-ANTAQ/Nº01/2015, celebrado entre a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR). Inclui Bibliografia.
1. Hidrovia - Paraguai-Paraná. 2. I. Título CDD 627.12
RelatóRio executivo IX
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ..............................................................................................................................
LISTA DE FIGURAS ....................................................................................................................................................
LISTA DE TABELAS ....................................................................................................................................................
LISTA DE QUADROS ...................................................................................................................................................
PREFÁCIO ..................................................................................................................................................................
1. APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................
2. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................................
2. 1. HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ .................................................................................................................
2. 2. ESTRUTURA DO ESTUDO ..........................................................................................................................
3. EIXO INFRAESTRUTURA ............................................................................................................................................
3. 1. CONDIçõES GERAIS DE NAVEGAçãO ....................................................................................................
3. 2. LOCALIzAçãO GEORREfERENCIADA DE PORTOS E TERmINAIS ...........................................................
3. 2. 1. ARGENTINA ..................................................................................................................................
3. 2. 2. BOLíVIA .........................................................................................................................................
3. 2. 3. BRASIL ..........................................................................................................................................
3. 2. 4. PARAGUAI .....................................................................................................................................
3. 2. 5. URUGUAI .......................................................................................................................................
3. 3. CLASSIfICAçãO DOS PORTOS E TERmINAIS ...........................................................................................
3. 4. PRINCIPAIS VIAS DE LIGAçãO ..................................................................................................................
3. 4. 1. mALHA fERROVIÁRIA ...................................................................................................................
3. 4. 2. mALHA RODOVIÁRIA ...................................................................................................................
3. 4. 3. mALHA HIDROVIÁRIA ...................................................................................................................
3. 5. LEVANTAmENTO DAS PRINCIPAIS OBRAS DE INfRAESTRUTURA VIÁRIA PLANEJADAS ........................
3. 5. 1. ARGENTINA ..................................................................................................................................
3. 5. 2. BOLíVIA .........................................................................................................................................
3. 5. 3. BRASIL ...........................................................................................................................................
3. 5. 4. PARAGUAI .....................................................................................................................................
3. 5. 5. URUGUAI .......................................................................................................................................
4. EIXO MERCADO .......................................................................................................................................................
4. 1. ANÁLISE DOS CUSTOS DE TRANSPORTE E LEVANTAmENTO DAS EmPRESAS
DE NAVEGAçãO E ESTALEIROS .......................................................................................................................
4. 1. 1. DIAGNóSTICO DO CUSTO fINAL RODOVIÁRIO ..........................................................................
4. 1. 2. DIAGNóSTICO DO CUSTO fINAL HIDROVIÁRIO (HPP) ...............................................................
4. 1. 3. DIAGNóSTICO DO CUSTO fINAL fERROVIÁRIO .........................................................................
4. 1. 4. COmPARATIVO ENTRE OS CUSTOS DE TRANSPORTE ..................................................................
4. 1. 5. LEVANTAmENTO DAS EmPRESAS DE NAVEGAçãO E ESTALEIROS ...........................................
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SUMÁRIO
RelatóRio executivoX
4. 2. mATRIz ORIGEm DESTINO E MARKET SHARE DA HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ ..................................
4. 2. 1. ÁREA DE INfLUêNCIA ..................................................................................................................
4. 2. 2. fLUXO COmERCIAL – mATRIz ORIGEm-DESTINO .......................................................................
4. 2. 3. MARKET SHARE ............................................................................................................................
4. 3. mATRIz DE OPORTUNIDADES DA HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ .........................................................
4. 3. 1. SImULAçõES LOGíSTICAS ...........................................................................................................
4. 3. 2. PROJEçõES ECONômICAS DOS PRODUTOS COm POTENCIAL HIDROVIÁRIO ...........................
4. 3. 3. ANÁLISE DOS fLUXOS LOGíSTICOS E DOS PRODUTOS COm POTENCIAL HIDROVIÁRIO ..........
5. EIXO REGULATÓRIO .................................................................................................................................................
5. 1. DIAGNóSTICO DA PRÁTICA REGULATóRIA DA HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ ....................................
5. 1. 1. fORmAçãO DE TRIPULAçãO ......................................................................................................
5. 1. 2. REqUISITOS NECESSÁRIOS PARA A AUTORIzAçãO DA EmPRESA DE NAVEGAçãO .................
5. 1. 3. PROGRAmAS DE fINANCIAmENTO .............................................................................................
5. 1. 4. EXIGêNCIAS PARA INSTALAçãO DE ESTALEIROS .......................................................................
5. 1. 5. REGRAS DE SEGURANçA DE TRÁfEGO NA HIDROVIA ...............................................................
5. 1. 6. RESTRIçõES SANITÁRIAS .............................................................................................................
5. 1. 7. RESTRIçõES ADUANEIRAS ...........................................................................................................
5. 1. 8. RESTRIçõES DOS óRGãOS AmBIENTAIS ....................................................................................
5. 1. 9. ENCARGOS TRABALHISTAS E TRIBUTÁRIOS RELACIONADOS AO TRANSPORTE NA HIDROVIA.
5. 1. 10. REqUISITOS PARA ImPLANTAçãO DE TERmINAIS HIDROVIÁRIOS OU OUTRAS
ESTRUTURAS DE TRANSBORDO ..............................................................................................................
5. 1. 11. REqUISITOS PARA CARGAS DE PASSAGEm ..............................................................................
5. 1. 12. REqUISITOS PARA ImPORTAçãO DE EmBARCAçõES ..............................................................
5. 2. ESTUDO DE CASO DE ImPLANTAçãO DE UmA EmPRESA DE NAVEGAçãO ...........................................
5. 2. 1. PROJEçãO DA RECEITA ...............................................................................................................
5. 2. 2. CUSTOS fIXOS DO TRANSPORTE ................................................................................................
5. 2. 3. CUSTOS VARIÁVEIS DO TRANSPORTE .........................................................................................
5. 2. 4. ENCARGOS TRABALHISTAS ..........................................................................................................
5. 2. 5. ENCARGOS TRIBUTÁRIOS ............................................................................................................
5. 2. 6. RESULTADO LíqUIDO ...................................................................................................................
5. 2. 7. CONCLUSõES DO ESTUDO DE CASO ...........................................................................................
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................................................................................
DISCUSSõES .............................................................................................................................................
PROPOSTAS ..............................................................................................................................................
REFERêNCIAS ............................................................................................................................................................
APêNDICE A ...............................................................................................................................................................
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RelatóRio executivo XI
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABIEC Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes
AFIP Administração Federal de Ingressos Públicos
AIA Avaliação de Impacto Ambiental
AIHPP Área de Influência da Hidrovia Paraguai-Paraná
ALADI Asociación Latinoamericana de Integración
ALICEWEB Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior (Brasil)
ANBIMA Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais
ANNP Administracion Nacional de Navegacion y Puertos (Paraguai)
ANP Administración Nacional de Puertos
ANSE Administração Nacional dos Serviços de Estiva
ANTAQ Agência Nacional de Transportes Aquaviários
BCB Banco Central do Brasil
BCP Banco Central do Paraguai
BICE Banco de Investimentos e Comércio Exterior
BNA Banco de la Nación Argentina
BNB Banco Nacional da Bolívia
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
BROU Banco da República Oriental do Uruguai
Bs Boliviano (moeda oficial da Bolívia)
BSE Banco de Seguros do Estado
CAAQ Curso de Adaptação para Aquaviários
CAENA Asociación Cámara Argentina de Empresas Navieras y Armadora
CAP Conselho de Autoridade Portuária
CDA Certificado de Depósitos de Ahorro
CDFMM Comissão Diretora do Fundo da Marinha Mercante
CF Certificado Fitossanitário
CFAQ Curso de Formação de Aquaviários
CFI Credenciamento de Fabricantes Informatizados
CGS Certificado de Gerenciamento de Segurança
CIH Comitê Intergubernamental de la Hidrovía Paraguay-Paraná
CIF Cost, Insurance and Freight
RelatóRio executivoXII
CMN Conselho Monetário Nacional
CNPJ Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
COSIPLAN Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento
CPTCP Comisión Permanente de Transporte de la Cuenca del Plata
CPMF Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira
CPP Contribuição Patronal Previdenciária
CRC Central de Riscos Creditícios
CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
CSN Certificado de Segurança da Navegação
DEFMM Departamento de Marinha Mercante
DEPRI Departamento de Prioridades
DIA Declaração de Impacto Ambiental
DIMAR Dirección de Tráfico Marítimo
DNA Direção Nacional de Aduanas
DNI Documento Nacional de Identidade
DNVN Dirección Nacional de Vías Navegables (Argentina)
DPC Diretoria de Portos e Costas
DPEM Seguro Obrigatório de Embarcações
DPMA Direção de Proteção do Meio Ambiente
DPP Documento Provisório de Propriedade
DPSN Dirección de Policia de Seguridad de la Navegación
EBN Empresa Brasileira de Navegação
ETC Estação de Transbordo de Carga
EVTEA Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental
FENAVEGA Federação Nacional das Empresas de Navegação Marítima, Fluvial, Lacustre e de Tráfego Portuário
FGIN Fundo de Garantia para a Indústria Naval
FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
FMM Fundo da Marinha Mercante
HPP Hidrovia Paraguai-Paraná
IALA International Association of Marine Aids to Navigation and Lighthouse Authority
RelatóRio executivo XIII
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IE Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou Nacionalizados
II Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros
IIBB Impuesto sobre los Ingresos Brutos
IIRSA Iniciativa de Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana
IMDG Código Marítimo Internacional de Produtos Perigosos
IMO Organização Marítima Internacional
INDEC Instituto Nacional de Estadística y Censos (Argentina)
INE Instituto Nacional de Estadística (Bolívia)
INSS Instituto Nacional do Serviço Social
IOF Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
IR Imposto de Renda
IRIC Imposto de Renda de Indústria e Comércio
IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica
ISPC Código Internacional para a Proteção de Navios e Instalações Portuárias
ISS Imposto sobre Serviços
ITR Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural
ITTI Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura
IVA Imposto de Valor Agregado
MARPOL Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios
MDIC Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
MDRyT Ministerio de Desarrollo Rural y Tierras
MERCOSUL Mercado Comum do Sul
MIC-DTA Manifesto Internacional de Carga - Declaração de Trânsito Aduaneiro
MINDEF Ministerio de Defensa del Estado Plurinacional de Bolivia
MPMES Micros, Pequenas e Médias Empresas
MPOC Ministerio de Obras Públicas y Comunicaciones
MSHPP Market Share da Hidrovia Paraguai-Paraná
MTPA Ministérios dos Transportes, Portos e Aviação Civil
RelatóRio executivoXIV
MTOP Ministério de Transportes e Obras Públicas
NCM Nomenclatura Comum do Mercosul
NIT Número de Identificação Tributária
NLS Certificado Internacional de Prevenção de Poluição para o Transporte de Substâncias Líquidas Nocivas a Granel
NORMAM Normas da Autoridade Marítima
NPCP Normas e Procedimentos para as Capitanias
PASEP Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
PHE Plano Hidroviário Estratégico
PIS Programa Integração Social
PNA Prefeitura Naval Argentina
PNIH Plano Nacional de Integração Hidroviária
PNLT Plano Nacional de Logística e Transportes
PREPOM Programa de Ensino Profissional Marítimo para Aquaviários
PYME Pequenas e Médias Empresas
REB Registro Especial Brasileiro
RECSA Registro de Comércio e Sociedade por Ações
REDIEX Red de Inversión y Exportación
REGINAVE Régimen de la Navegación Marítima, Fluvial y Lacustre
RIPEAM Regulamento Internacional para Evitar Abalroamento no Mar
SECEX Secretaria de Comércio Exterior
SENASAG Servicio Nacional de Sanidad Agropecuaria e Inocuidad Alimentaria
SENAVE Servicio Nacional de Calidad y Sanidad Vegetal y de Semillas
SEP Secretaria de Portos
SIGTAQ Sistema de Informações Geográficas do Transporte Aquaviário
SINAVAL Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore
SISCOMEX Sistema Integrado de Comércio Exterior
SOLAS Safety of Life at Sea
SSN-6 Serviço de Sinalização Náutica do Oeste
TPB Tonelagem de Porte Bruto
UE União Europeia
UFPR Universidade Federal do Paraná
RelatóRio executivo XV
fIGURA 2.1 – LOCALIzAçãO DA HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ .........................................................................
fIGURA 2.2 – fLUXOGRAmA DO ESTUDO .............................................................................................................
fIGURA 3.1 – DISTRIBUIçãO DE PROfUNDIDADES AO LONGO DA HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ ..................
fIGURA 3.2 – DISTRIBUIçãO ESPACIAL DOS PORTOS ARGENTINOS NA HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ ...........
fIGURA 3.3 – DISTRIBUIçãO ESPACIAL DOS PORTOS BOLIVIANOS NA HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ ............
fIGURA 3.4 – DISTRIBUIçãO ESPACIAL DOS PORTOS BRASILEIROS NA HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ ............
fIGURA 3.5 – DISTRIBUIçãO ESPACIAL DOS PORTOS PARAGUAIOS NA HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ ...........
fIGURA 3.6 – DISTRIBUIçãO ESPACIAL DOS PORTOS URUGUAIOS NA HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ .............
fIGURA 3.7 – LEVANTAmENTO DA mALHA VIÁRIA DOS PAíSES SIGNATÁRIOS DA HIDROVIA
PARAGUAI PARANÁ ................................................................................................................................................
fIGURA 3.8 – DISTRIBUIçãO ESPACIAL DAS OBRAS DE INfRAESTRUTURA DA ARGENTINA ..............................
fIGURA 3.9 – DISTRIBUIçãO ESPACIAL DAS OBRAS DE INfRAESTRUTURA DA BOLíVIA .....................................
fIGURA 3.10 – DISTRIBUIçãO ESPACIAL DAS OBRAS DE INfRAESTRUTURA DO BRASIL .....................................
fIGURA 3.11 – DISTRIBUIçãO ESPACIAL DAS OBRAS DE INfRAESTRUTURA DO PARAGUAI ...............................
fIGURA 3.12 – DISTRIBUIçãO ESPACIAL DAS OBRAS DE INfRAESTRUTURA DO URUGUAI .................................
fIGURA 4.1 – fLUXOGRAmA DA COmPOSIçãO DE CUSTOS DE TRANSPORTE ...................................................
fIGURA 4.2 – CUSTO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO POR TONELADA qUILômETRO úTIL, CONfORmE O
PAíS E A CATEGORIA DE CARGA, PARA UmA DISTâNCIA DE 1.000 km ...............................................................
fIGURA 4.3 – CUSTO DE TRANSPORTE HIDROVIÁRIO (HPP) POR TONELADA qUILômETRO úTIL, CONfORmE
A CATEGORIA DE CARGA E DISTâNCIA ANALISADA ............................................................................................
fIGURA 4.4 – CUSTO DE TRANSPORTE HIDROVIÁRIO (HPP) POR TONELADA qUILômETRO úTIL
POR fAIXA DE DISTâNCIA ......................................................................................................................................
fIGURA 4.5 – CUSTO DE TRANSPORTE fERROVIÁRIO POR TONELADA qUILômETRO úTIL, CONfORmE O
PAíS E O TIPO DE CARGA, PARA fATOR DE INTENSIDADE 1,00 ...........................................................................
fIGURA 4.6 – ÁREA DE INfLUêNCIA DO ESTUDO .................................................................................................
fIGURA 4.7 – LOCALIzAçãO DOS PORTOS UTILIzADOS COmO CENTROIDES EXTERNOS PARA O ESTUDO .....
fIGURA 4.8 – fLUXOGRAmA DAS ATIVIDADES REALIzADAS ................................................................................
fIGURA 4.9 – DISTRIBUIçãO DA mOVImENTAçãO DE CARGA NOS PAíSES SIGNATÁRIOS CONfORmE
mATRIz O/D PARA O mERCADO EXTERNO ...........................................................................................................
fIGURA 4.10 – PARTICIPAçãO DOS CONTINENTES NAS TROCAS COmERCIAIS DE EXPORTAçãO E
ImPORTAçãO COm OS PAíSES SIGNATÁRIOS .......................................................................................................
fIGURA 4.11 – fLUXO DE EXPORTAçãO ENTRE OS PAíSES SIGNATÁRIOS ..........................................................
fIGURA 4.12 – mETODOLOGIA UTILIzADA PARA COmPOSIçãO DA mATRIz DE OPORTUNIDADES ..................
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LISTA DE FIGURAS
RelatóRio executivoXVI
fIGURA 4.13 – EXEmPLO DE SImULAçãO LOGíSTICA PELO SIGTAq E PARâmETROS DE ENTRADA .................
fIGURA 4.14 – DISTRIBUIçãO DO POTENCIAL DE mOVImENTAçãO DE PRODUTOS DA HIDROVIA
PARAGUAI-PARANÁ POR CATEGORIA DE CARGA Em 2015 ..................................................................................
fIGURA 4.15 – DISTRIBUIçãO DO POTENCIAL DE mOVImENTAçãO ATUAL DE CARGA ENTRE OS PAíSES
SIGNATÁRIOS DA HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ .................................................................................................
LISTA DE TABELAS
TABELA 2.1 – DISTRIBUIçãO DOS TRECHOS DA HIDROVIA ENTRE OS RIOS PARAGUAI E PARANÁ ...................
TABELA 3.1 – RESUmO DAS CONDIçõES GERAIS DE NAVEGAçãO .....................................................................
TABELA 3.2 – DISTRIBUIçãO DAS INSTALAçõES PORTUÁRIAS COm RELAçãO AO SISTEmA DE GESTãO .........
TABELA 3.3 – PORTOS DA ARGENTINA E CLASSIfICAçãO DAS mOVImENTAçõES ............................................
TABELA 3.4 – PORTOS DA BOLíVIA E CLASSIfICAçãO DAS mOVImENTAçõES ...................................................
TABELA 3.5 – PORTOS DO BRASIL E CLASSIfICAçãO DAS mOVImENTAçõES ....................................................
TABELA 3.6 – PORTOS DO PARAGUAI E CLASSIfICAçãO DAS mOVImENTAçõES ..............................................
TABELA 3.7 – PORTOS DO URUGUAI E CLASSIfICAçãO DAS mOVImENTAçõES ................................................
TABELA 3.8 – LEVANTAmENTO DA mALHA fERROVIÁRIA DOS PAíSES SIGNATÁRIOS ........................................
TABELA 3.9 – LEVANTAmENTO DA mALHA RODOVIÁRIA DOS PAíSES SIGNATÁRIOS .........................................
TABELA 3.10 – LEVANTAmENTO DA mALHA HIDROVIÁRIA DOS PAíSES SIGNATÁRIOS .......................................
TABELA 3.11 – OBRAS DE INfRAESTRUTURA DE TRANSPORTE PROJETADAS .....................................................
TABELA 3.12 – OBRAS DE INfRAESTRUTURA PREVISTAS PARA A ARGENTINA ....................................................
TABELA 4. 1 – COmPARATIVO DOS CUSTOS DE TRANSPORTE POR mODAL, PAíS E TIPO DE CARGA ................
TABELA 4. 2 – mOVImENTAçõES REfERENTES À mATRIz O/D – ÁREA DE INfLUêNCIA DO ESTUDO ................
TABELA 4. 3 – RESUmO DO LEVANTAmENTO DO fLUXO DE TRANSPORTE NA ÁREA DE INfLUêNCIA .............
TABELA 4. 4 – mOVImENTAçãO E PARTICIPAçãO DOS PAíSES SIGNATÁRIOS – 2015 .........................................
TABELA 4. 5 – PARTICIPAçãO DA HPP NO TOTAL COmERCIALIzADO POR PAíS .................................................
TABELA 4. 6 – SELEçãO DOS PRODUTOS DE INTERESSE PARA A HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ
(POR TIPO DE CARGA) ............................................................................................................................................
TABELA 4. 7 – CRESCImENTO POTENCIAL PARA CADA CATEGORIA DE CARGA .................................................
TABELA 4. 8 – POTENCIAL HIDROVIÁRIO ATUAL DO TRANSPORTE DE CARGAS DOS SIGNATÁRIOS .................
TABELA 4. 9 – DISTRIBUIçãO DO POTENCIAL HIDROVIÁRIO DOS PRODUTOS SELECIONADOS, PARA
DIfERENTES HORIzONTES, SEPARADOS PELOS PAíSES SIGNATÁRIOS, Em mILHõES DE TONELADAS .............
TABELA 4. 10 – DISTRIBUIçãO DO POTENCIAL HIDROVIÁRIO DOS PRODUTOS SELECIONADOS PARA
DIfERENTES HORIzONTES NA HPP, Em mILHõES DE TONELADAS .....................................................................
TABELA 5. 1 – COmPARATIVO DAS ALíqUOTAS DO ImPOSTO DE RENDA ...........................................................
TABELA 5. 2 – ImPOSTO TOTAL AUfERIDO ............................................................................................................
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RelatóRio executivo XVII
qUADRO 3.1 – SISTEmA DE GESTãO PORTUÁRIA .................................................................................................
qUADRO 4.1 – CLASSIfICAçãO DOS GRUPOS DE CARGAS .................................................................................
qUADRO 4.2 – RESUmO DOS PRINCIPAIS CUSTOS CONSIDERADOS NA COmPOSIçãO DOS mODAIS
RODOVIÁRIO E HIDROVIÁRIO ................................................................................................................................
qUADRO 4.3 – CLASSIfICAçãO DAS TRANSAçõES COmERCIAIS DOS PAíSES SIGNATÁRIOS DA HPP ..............
qUADRO 4.4 – PARâmETROS DE ENTRADA NO PROGRAmA SIGTAq .................................................................
qUADRO 5.1 – DISTRIBUIçãO DOS REGULAmENTOS DO ACORDO DA HIDROVIA
PARAGUAI-PARANÁ POR PAíS ................................................................................................................................
qUADRO 5.2 – COmPARATIVO DOS REqUISITOS PARA fORmAçãO DE TRIPULAçãO .......................................
qUADRO 5.3 – COmPARATIVO DOS REqUISITOS PARA AUTORIzAçãO DA EmPRESA DE NAVEGAçãO ..........
qUADRO 5.4 – COmPARATIVO DOS PROGRAmAS DE fINANCIAmENTO ............................................................
qUADRO 5.5 – COmPARATIVO DAS EXIGêNCIAS PARA INSTALAçãO DE ESTALEIROS .......................................
qUADRO 5.6 – COmPARATIVO DAS REGRAS DE SEGURANçA DE TRÁfEGO NA HIDROVIA ..............................
qUADRO 5.7 – COmPARATIVO DAS RESTRIçõES SANITÁRIAS .............................................................................
qUADRO 5.8 – COmPARATIVO DOS TRIBUTOS SEGUNDO SUA BASE DE CÁLCULO (qUANDO ImPOSTOS)
OU SUA fINALIDADE (qUANDO CONTRIBUIçõES) ..............................................................................................
qUADRO 5.9 – COmPARATIVO DAS RESTRIçõES DOS ORGãOS AmBIENTAIS ....................................................
qUADRO 5.10 – COmPARATIVO DAS REGRAS TRABALHISTAS .............................................................................
qUADRO 5.11 – COmPARATIVO DOS TRIBUTOS SEGUNDO SUA BASE DE CÁLCULO (qUANDO ImPOSTOS)
OU SUA fINALIDADE (qUANDO CONTRIBUIçõES) ...............................................................................................
qUADRO 5.12 – COmPARATIVO DOS REqUISITOS PARA ImPLANTAçãO DE TERmINAIS E OUTRAS
ESTRUTURAS DE TRANSBORDO .............................................................................................................................
qUADRO 5.13 – COmPARATIVO DOS REqUISITOS PARA ImPORTAçãO DE EmBARCAçõES .............................
qUADRO 5.14 – ITEm DOS CUSTOS fIXOS DE TRANSPORTE DA EmPRESA DE NAVEGAçãO ...........................
TABELA 5. 3 – PROJEçõES DE RECEITA DO ESTUDO DE CASO ............................................................................
TABELA 5.4 – CUSTOS fIXOS DE TRANSPORTE DA EmPRESA DE NAVEGAçãO ..................................................
TABELA 5. 5 – CUSTO VARIÁVEL TOTAL .................................................................................................................
TABELA 5. 6 – mÉDIA SALARIAL DA TRIPULAçãO .................................................................................................
TABELA 5. 7 – ENCARGOS TRABALHISTAS .............................................................................................................
TABELA 5. 8 – TRIBUTOS SOBRE AS RENDAS DAS EmPRESAS DE NAVEGAçãO .................................................
TABELA 5. 9 – TRIBUTOS SOBRE AS fOLHAS DE SALÁRIOS ..................................................................................
TABELA 5. 10 – ENCARGOS TRIBUTÁRIOS ..............................................................................................................
TABELA 5. 11 – RESULTADO LíqUIDO DA EmPRESA DE NAVEGAçãO .................................................................
LISTA DE QUADROS
131
132
132
133
133
134
135
136
136
26
52
54
62
77
91
94
97
101
104
108
111
113
116
119
121
124
129
131
RelatóRio executivo 1
A Hidrovia Paraguai-Paraná, objeto do presente estudo, teve o seu Acordo de
Transporte Fluvial assinado em 26 de julho de 1992, em Las Leñas, na Argentina, sendo
seus integrantes os países fundadores do Mercado Comum do Sul - MERCOSUL (Argentina,
Brasil, Paraguai e Uruguai) e a Bolívia.
O Acordo remonta aos ideais de integração continental anteriores ao período das
independências dos países sul-americanos. Nesse sentido, sua formalização apresenta-se
como um marco histórico para a região.
A necessidade de fortalecimento da integração regional, física e econômica dos países
da Bacia do Prata impulsionou o Acordo, além da promoção dos interesses comuns, da
garantia à liberdade de trânsito fluvial, de transporte de bens e pessoas e do incentivo à
livre navegação.
Para o alcance da integração regional dos países da Bacia do Prata, o Acordo de
Transporte Fluvial da Hidrovia Paraguai-Paraná buscou a eliminação das barreiras e das
restrições administrativas e procedimentais, bem como a supressão de regulamentações
supérfluas.
Não obstante, passados 25 anos entre os avanços alcançados e dificuldades ainda
persistentes, fez-se necessária a compilação de uma retrospectiva do período da vigência
do Acordo, capaz de embasar o planejamento futuro de ações integradas na região.
Nesse contexto, o presente estudo, realizado em parceria com a Universidade Federal
do Paraná (UFPR), busca compreender a atual dimensão da Hidrovia do Paraguai-Paraná
para o Brasil e para os demais países signatários do Acordo da Hidrovia. Trata-se de uma
iniciativa de alta relevância para o Estado brasileiro, que integra seu Plano Plurianual
2011-2015.
Nas páginas seguintes deste Relatório será apresentada uma visão panorâmica do
transporte realizado atualmente na Hidrovia, além de perspectivas futuras para melhoria
da exploração de todo o seu potencial.
Essa análise permite compreender a participação brasileira na Hidrovia, os custos
inerentes ao transporte, a infraestrutura disponível na região, as diferentes práticas
PREFÁCIO
RelatóRio executivo2
regulatórias adotadas por cada país signatário, além do desenho de cenários potenciais
para o crescimento dos volumes transportados nas águas dos principais rios da Bacia do
Prata. O estudo também delineou as condições para criação de uma empresa de navegação
nos países signatários, com o intuito de subsidiar os respectivos governos com informações
sobre suas vantagens competitivas.
Com o intuito de reafirmar a vocação original da Hidrovia de servir como vetor de
desenvolvimento regional para os países da América do Sul, o presente trabalho apresenta-
se como uma ferramenta para auxiliar os governos, em especial o brasileiro, a dirimir
eventuais assimetrias, sobretudo aquelas de caráter regulatório.
Exemplos de integração regional e compartilhamento de infraestruturas de transportes
não faltam pelo mundo. A construção de uma rede hidroviária na Europa, interligando os
rios Scheldt, Sena, Reno, Danúbio e outros, com certeza, é um dos melhores exemplos. A
ideia de cooperação regional, partindo do princípio de que a soma de esforços de cada
um fortalece o todo, é a mola mestra do arranjo produtivo de alta performance na União
Europeia.
À semelhança do modelo europeu, a Hidrovia do Paraguai-Paraná pode aprimorar seu
posicionamento como vetor de desenvolvimento regional na América do Sul.
Esperamos que este estudo contribua para conferir-lhe relevância similar as que as
hidrovias representam na Europa, proporcionando aos países da Bacia do Prata a atmosfera,
a integração e o desempenho observados nos países que integram a União Europeia.
Direção Colegiada da ANTAQ
RelatóRio executivo 3
FOTO
O “Estudo da prática regulatória, vantagens competitivas e oferta e demanda de
carga entre os países signatários do Acordo da Hidrovia Paraguai-Paraná” foi um projeto
formalizado pelo Termo de Execução Descentralizada TERM-SAF-ANTAQ/Nº01/2015,
celebrado entre a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e a Universidade
Federal do Paraná (UFPR), que desenvolveu os trabalhos por meio de seu Instituto
Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI).
O presente volume, denominado Relatório Executivo, é a consolidação de todo o
trabalho realizado pela UFPR, que analisou aspectos de mercado, de infraestrutura e de
regulação dos países signatários do Acordo da Hidrovia Paraguai-Paraná.
A partir do levantamento técnico, o estudo objetivou compilar as informações válidas
para o fomento do desenvolvimento da Hidrovia Paraguai-Paraná. Na análise do eixo
mercado, foi elaborada a Matriz Origem-Destino para identificar as principais trocas
comerciais dos países signatários. A partir dos estudos do eixo de infraestrutura, buscou-
se constituir uma base de dados georreferenciada para os cinco países, que fundamentou
os estudos dos eixos estratégicos. No eixo regulatório, foram identificadas as legislações
dos países signatários relacionadas à Hidrovia, permitindo assinalar as diferenças entre as
mesmas e propor a harmonização do Acordo da Hidrovia entre os signatários, subsidiando
as decisões governamentais para otimizar o uso da via.
1. APRESENTAÇÃO
Hidrovia Paraguai-Paraná
Fonte: Acervo Antaq
RelatóRio executivo4
Dentre os principais fatores que norteiam o desenvolvimento econômico de uma
nação, destacam-se as condições de transporte de produtos e pessoas. A compreensão
dos detalhes relacionados às facilidades e aos trâmites dos serviços de transporte no
âmbito nacional e internacional é fundamental para o progresso econômico de um país.
A otimização dos custos das operações de transporte, essencial para o incremento da
competitividade das mercadorias comercializadas, apresenta-se como um diferencial
competitivo relevante para um país, que exige que o transporte ocorra no melhor cenário
possível.
A análise dos fluxos de carga, de sua distribuição geográfica e dos modais de transporte
envolvidos, juntamente com o diagnóstico sobre a oferta de infraestrutura e serviços de
transporte, permite aprimorar a interpretação sobre as futuras demandas de comércio de
uma região. As expectativas do setor logístico em relação à qualidade e ao desenvolvimento
econômico, social e ambiental também são importantes nesse contexto. Desse modo, o
planejamento de transportes, no âmbito nacional e regional, apresenta-se como tarefa
imprescindível para o desenvolvimento econômico dos países frente à amplitude e ao
dinamismo dos desafios econômicos e sociais atuais.
No Brasil, a retomada do planejamento em transportes é recente. O marco dessa
retomada foi o Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT), desenvolvido em 2007
pelo então Ministério dos Transportes1. Em seguida, de forma complementar e específica
para o modal hidroviário, a Antaq editou o Plano Nacional de Integração Hidroviária
(PNIH) e o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPA), o Plano Hidroviário
Estratégico (PHE), evidenciando o interesse público crescente em incrementar a participação
do transporte hidroviário frente aos demais modais, dado o desequilíbrio da matriz de
transportes brasileira.
Os estudos supracitados abordam, dentre outras hidrovias de relevância nacional, a
Hidrovia Paraguai-Paraná (HPP), um dos mais extensos e importantes eixos de integração
política, social e econômica da América do Sul, que se estende pelo Brasil, Bolívia,
Argentina, Paraguai e Uruguai.
2. INTRODUÇÃO
1 Atualmente denominado Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPA)
RelatóRio executivo 5
Sob essa perspectiva, o presente estudo contempla um diagnóstico detalhado da
Hidrovia do Paraguai-Paraná com o intuito de (i) fomentar o desenvolvimento do transporte
aquaviário na matriz de transportes do país; (ii) promover uma reflexão sobre a participação
brasileira no fluxo de cargas na Hidrovia, destacando, principalmente, os entraves para
uma maior inserção de empresas brasileiras no segmento; (iii) fortalecer a concepção da
HPP como vetor de desenvolvimento regional e que deve ser abordada como instrumento
de integração e de interação entre os países banhados por suas águas. Assim, buscou-
se avaliar as atividades desenvolvidas na Hidrovia em relação às práticas regulatórias, às
vantagens competitivas e à relação oferta/demanda de cargas no transporte longitudinal da
via. Além disso, foram delineados cenários futuros que poderão subsidiar novos horizontes
das decisões governamentais dos países signatários.
2. 1. Hidrovia Paraguai-Paraná
A Hidrovia Paraguai-Paraná configura-se como uma das principais artérias fluviais da
América do Sul, um dos mais extensos e importantes eixos de integração política, social
e econômica da região. No sentido montante-jusante, inicia-se no município brasileiro
de Cáceres, no estado do Mato Grosso, e se estende até a cidade portuária de Nueva
Palmira, no Uruguai. Percorre cinco países - Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai
- apresentando uma extensão navegável de aproximadamente 4.122 km (Figura 2.1).
Destaque-se sua relevância para o Paraguai e para a Bolívia, uma vez que a Hidrovia
ameniza os efeitos do isolamento marítimo desses dois países, viabilizando o acesso aos
mercados de outros continentes através do uso dos portos marítimos situados na confluência
do rio Paraná com o rio da Prata.
RelatóRio executivo6
Figura 2.1 – Localização da Hidrovia Paraguai-Paraná.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo 7
Em relação à distribuição dos 4.122 km de Hidrovia, a Argentina concentra 30% da
extensão inteiramente em seu território, o Brasil 22%, 14% está em território paraguaio e,
adicionalmente, sob jurisdição compartilhada entre os países, uma extensão aproximada de
34%. A Tabela 2.1 apresenta a distribuição territorial dos trechos de interesse deste estudo.
Rio Paraguai Extensão (km)
Brasil 890
Brasil/Bolívia 48
Brasil/Paraguai 332
Paraguai 557
Paraguai/Argentina 375
Total rio Paraguai 2.202
Rio Paraná Extensão (km)
Argentina 1.240
Paraguai/Argentina 680
Total rio Paraná 1.920
Total Hidrovia Paraguai-Paraná 4.122
Fonte: AHIPAR, 2010.
A maior hidrovia internacional da América Latina apresenta um sistema de transporte
complexo, visto que, além das diferenças físicas ao longo de sua extensão, apresenta
divergências regulatórias entre os países e características de transporte não uniformes em
sua extensão. A consolidação da Hidrovia Paraguai-Paraná fortalece a integração regional
sul-americana e beneficia o comércio regional e internacional dos países envolvidos,
viabilizando uma conexão eficiente com os oceanos Atlântico e Pacífico.
2. 2. Estrutura do Estudo
O estudo engloba aspectos econômicos, de infraestrutura e regulatórios de cada país
signatário. Esses aspectos apresentam-se como os três principais eixos a partir dos quais
o estudo foi desenvolvido. A análise detalhada de cada um dos eixos pode ser consultada
na página da internet da Antaq. O fluxograma da Figura 2.2 apresenta as principais etapas
do estudo.
Tabela 2.1 – Distribuição dos Trechos da Hidrovia entre os Rios Paraguai e Paraná.
RelatóRio executivo8
Figura 2.2 – Fluxograma do Estudo.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
Foram identificadas as práticas regulatórias dos cinco países signatários do Acordo
de Transporte Fluvial pela Hidrovia Paraguai-Paraná, apontando as possíveis vantagens
competitivas e as necessidades de adequação no âmbito jurídico institucional brasileiro, a
partir do estudo de demandas, da composição da frota e da prática de afretamentos. Espera-
se que este estudo possa oferecer subsídios às decisões governamentais no acompanhamento
do Acordo e na política de apoio ao transporte fluvial, com base na oferta e demanda do
transporte de cargas, visando ao desenvolvimento de toda a área da influência.
Para analisar a integração da Hidrovia Paraguai-Paraná no continente sul-americano
no setor de transportes, também foi necessário avaliar a distribuição das malhas modais
existentes e como elas se relacionam para o planejamento de corredores multimodais
interconectados e eficientes.
O processo de integração regional pode ser classificado como um processo de
aprofundamento progressivo e irreversível na formação de uma área de livre comércio
inter-regional, um mercado comum, uma união monetária e, em algumas análises, união
política regional (PADULA, 2010).
RelatóRio executivo 9
No que se refere ao transporte marítimo internacional, a América do Sul é cercada pelos
oceanos Atlântico e Pacífico, interligados ao norte por meio do canal do Panamá e ao sul
por meio do estreito de Magalhães, respectivamente nos locais denominados Passagem
de Drake e Estreito de Beagle. Ambas as ligações integram importantes rotas mundiais de
transporte marítimo. No entanto, a Hidrovia percorre a região central da América do Sul,
uma área dotada de importantes recursos e ecossistemas e que não está devidamente
ocupada e interligada ao continente. Dessa maneira, a consolidação da Hidrovia fortalece
não apenas a integração interna do continente, mas também a inserção de seus países
nos mercados globais.
O Capítulo 3, a seguir, apresenta os principais resultados pertinentes à infraestrutura
fluvial, destacando as condições gerais de navegação, a localização georreferenciada
de portos e terminais com a respectiva classificação em relação ao sistema de gestão
portuária e o levantamento das principais vias de ligação, atuais e planejadas. O Capítulo
4 contempla o eixo mercado descrevendo os custos de transporte, a disponibilidade de
empresas de navegação e estaleiros, a Matriz de Origem e Destino, o Market Share e a
Matriz de Oportunidades da Hidrovia. O Capítulo 5 discorre sobre o eixo regulatório,
apresentando o diagnóstico da prática regulatória dos países signatários e os resultados
do estudo de caso para implantação de uma empresa de navegação na Hidrovia sob a
perspectiva de cada signatário. Por fim, o Capítulo 6 apresenta as considerações finais do
estudo compilando algumas propostas para discussões futuras.
Hidrovia Paraguai-Paraná
Fonte: Acervo UFPR/ITTI
RelatóRio executivo 11
O estudo sobre a infraestrutura viária da HPP buscou, de forma geral, delinear as
potencialidades da via a partir do diagnóstico da infraestrutura fluvial disponível, em
termos das condições morfológicas, hidrológicas e estruturais do corpo d’água, além da
infraestrutura portuária atual da Hidrovia. Foi realizado o levantamento das condições
gerais de navegação; da localização dos portos e de terminais nacionais e estrangeiros
com especificações das cargas movimentadas; das principais vias de ligação rodoviárias e
ferroviárias, incluindo a extensão, situação, localização dos terminais ferroviários existentes
ao longo das vias e o levantamento das principais obras de infraestruturas viárias planejadas
até o horizonte de 2030.
Maiores detalhes podem ser consultados no relatório denominado “Diagnóstico da
Infraestrutura da Hidrovia Paraguai-Paraná e Base de Dados Georreferenciada” (Produto 2),
disponível na página da internet da Antaq.
3. 1. Condições Gerais de Navegação
A Hidrovia Paraguai-Paraná abrange os principais rios da Bacia do Prata, nascendo no
rio Paraguai, município de Cáceres (MT), incluindo o Canal Tamengo, e se estendendo
até a desembocadura do rio Paraná de onde se prolonga para atingir o seu extremo em
Nueva Palmira (Uruguai) na desembocadura do rio Uruguai.
Os 4.122 km de extensão da HPP foram divididos em cinco trechos em função das
condições de navegação, a saber:
1. Trecho Cáceres (Brasil/ MT) a Corumbá (Brasil/MS): rio Paraguai eminentemente
brasileiro (680 km) – Alto Paraguai;
2. Trecho Corumbá (Brasil/MS) a Asunción (Paraguai): rio Paraguai, contempla trechos
de águas internacionais (1.132 km) – Alto e Médio Paraguai;
3. Trecho Asunción (Paraguai) a Santa Fe (Argentina): rios Paraguai e Paraná, contemplam
trechos de águas internacionais (1.040 km) – Baixo Paraguai e Baixo Paraná;
4. Trecho Santa Fe (Argentina) a Nueva Palmira (Uruguai): rio Paraná, contempla águas
internacionais (590 km) – Baixo Paraná.
5. Trecho Foz do Iguaçu (Brasil/ PR) e confluência dos rios Paraguai e Paraná, no
município de Corrientes (Argentina) (680 km) – Médio Paraná.
3. EIXO INFRAESTRUTURA
RelatóRio executivo12
Para a definição das profundidades do canal navegável em cada um dos trechos, o
principal fator regulador foi o regime hidrológico dos rios Paraguai e Paraná, com avaliação
dos períodos de cheia e de estiagem por meio da análise das séries históricas de vazão
e de nível de água das estações fluviométricas disponíveis. Em seguida, coletou-se as
profundidades efetivas do canal de navegação nos períodos divulgados pelas autoridades
marítimas da Hidrovia, permitindo a estimativa da faixa de profundidades mínimas em cada
um dos trechos de interesse.
O Serviço de Sinalização Náutica do Oeste (SSN-6) da Marinha do Brasil divulga
diariamente informações gerais da Hidrovia2 no trecho brasileiro. Entre Asunción (Paraguai)
e a confluência dos rios Paraguai e Paraná, as informações sobre as condições de navegação
encontram-se sob a responsabilidade da Administração Nacional de Navegação e Portos
(ANNP) e da Direção de Hidrografia e Navegação do Paraguai. Já a jusante da confluência
Paraguai- Paraná, as informações são fornecidas pela Direção Nacional de Vias Navegáveis
(DNVN) e pelo Serviço de Hidrografia Naval, ambos da Argentina. A Figura 3.1 ilustra a
distribuição de profundidades mínimas desejáveis para a navegação em cada trecho na
época de estiagem.
2 Como avisos-rádio náuticos, boletins de “aviso aos navegantes”, correções das cartas e publicações náuticas, lista de sinais náuticos, os avisos permanentes especiais e níveis de água no trecho brasileiro da Hidrovia.
SSN-6 da Marinha do Brasil
Fonte: Acervo UFPR/ITTI
RelatóRio executivo 13
Figura 3.1 – Distribuição de Profundidades ao Longo da Hidrovia Paraguai-Paraná.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
Os obstáculos artificiais e as obras de arte especiais prejudicam a eficiência da
navegação. As pontes, por exemplo, obrigam o desmembramento sistemático dos
comboios para passagem sob o vão principal. Entre elas pode-se citar a Ponte Rodoviária
Nossa Senhora do Pantanal (Brasil), a Ponte Ferroviária Eurico Gaspar Dutra (Brasil), a Ponte
Remanso Castillo (Paraguai), Ponte General Manuel Belgrano (Argentina), Ponte Nuestra
Señora del Rosario (Argentina), Ponte General Bartolomé Mitre (Argentina) e a Eclusa de
Yacyretá (Argentina/Paraguai).
Em relação à profundidade máxima do canal de navegação em cada trecho da Hidrovia,
observou-se a dependência da navegação sobre o regime hidrológico dos rios Paraguai
e Paraná, sendo que os valores de profundidades apresentados ao longo desta seção
possuem faixas de variação, dependendo da previsão hidrológica sazonal e das obras de
manutenção nos locais críticos à navegação.
RelatóRio executivo14
Atualmente, não existe um sistema integrado que apresente a conexão de toda a
Hidrovia Paraguai-Paraná em termos de navegabilidade, identificando todos os locais
das passagens críticas homologadas, além da quilometragem unificada que permita o
desenvolvimento de estudos mais detalhados. Sendo assim, o mapeamento das condições
de navegabilidade é uma contribuição significativa des se estudo, que se apresenta como
subsídio para futuras investigações.
Ao todo, foram identificados 174 locais denominados passos críticos entre a cidade
de Cáceres (Brasil) (km 3.442) e Nueva Palmira (Uruguai) (km 0). São locais que apresentam
alguma restrição para a navegação e demandam orientações aos navegantes sobre a
necessidade de cautela ou de ações específicas para a solução de problemas relacionados
à presença de bancos de areia, afloramentos rochosos, curvas acentuadas, estreitamentos
do canal de navegação, transposição de obras de arte especiais e/ou falhas na sinalização
náutica. A Tabela 3.1 apresenta um panorama geral das condições gerais de navegação
da Hidrovia.
Desmembramento de Comboio na Hidrovia Paraguai-Paraná.
Fonte: Acervo UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo 15
Tabela 3.1 – Resumo das Condições Gerais de Navegação.
TrechoExtensão
(km)
Profundidade mínima do canal navegável (m)
Passos críticos homologados
Composição dos comboios
Capacidade média do trecho (t)
Cáceres a Corumbá
670 1,80 39 2x3 9.000
Corumbá a Asunción
1.132 3,00 a 3,20 57
4x4
(4x5 sob autorização
prévia)
24.000
Asunción a Santa Fe
390
3,20 a 3,95
(Asunción à Confluência)
45 4x5² 30.000
650
4,00 a 7,00
(Confluência a Santa Fe)
Santa Fe a Nueva Palmira
590
7,00 a 10,00
(Santa Fe a San Martin)
33
5x5²
37.500010,00 a 12,00
(San Martin a Nueva Palmira)
5x5²
Foz do Iguaçu a Corrientes
680 2,50 a 3,00 * 2x3 9.000
¹ Não foram encontradas passagens homologadas neste trecho. ² Composições maiores podem ser permitidas sob autorização prévia da autoridade marítima.
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
A atual infraestrutura portuária da Hidrovia Paraguai-Paraná afeta a dinâmica econômica
do interior do continente sul-americano, influenciando a manutenção das condições de
navegação do canal, o desenvolvimento econômico e social das regiões do entorno dos
portos e a integração dos países signatários.
A infraestrutura portuária é composta pelos canais de acesso aos portos e terminais,
pelas bacias de evolução, pelos quebra-mares/molhes e pelo cais para operações de
recepção de barcaças e carga/descarga (CAMPOS NETO et al, 2009). Os equipamentos
3. 2. Localização georreferenciada de Portos e Terminais
RelatóRio executivo16
para movimentação e armazenagem de mercadorias, tais como guindastes, esteiras e
armazéns, são conhecidos como superestrutura portuária e também foram identificados
no estudo.
Ao todo foram identificados 110 portos e terminais hidroviários, discriminados em
portos públicos (20%) e terminais de uso privado (80%), como mostra a Tabela 3.2. A seguir,
uma síntese do sistema portuário da Hidrovia Paraguai-Paraná de cada país signatário.
3. 2. 1. Argentina
A Argentina contempla a maior quantidade de instalações portuárias na Hidrovia, como
mostra a Figura 3.2. A maior concentração de portos argentinos na porção sul da Hidrovia
ocorre devido às melhores condições de navegabilidade da Hidrovia Paraguai-Paraná, bem
como à proximidade de maiores centros urbanos e do Oceano Atlântico.
Tabela 3.2 – Distribuição das Instalações Portuárias com Relação ao Sistema de Gestão.
País Porto Público Terminal de uso privadoQuantidade total de portos e terminais
Argentina 14 34 48
Bolívia 01 02 03
Brasil 02 09 11
Paraguai 03 41 44
Uruguai 01 03 04
Total 21 89 110
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo 17
Figura 3.2 – Distribuição Espacial dos Portos Argentinos na Hidrovia Paraguai-Paraná.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo18
3. 2. 2. Bolívia
A infraestrutura portuária da Bolívia inserida na Hidrovia Paraguai-Paraná compreende
apenas a porção sudeste do país, localizada na província de Germán Busch (departamento
de Santa Cruz). Foram identificadas três instalações portuárias, todas localizadas na fronteira
com o Brasil, nas proximidades do município de Corumbá (MS). A Figura 3.3 ilustra a
localização dos portos da Bolívia na Hidrovia Paraguai-Paraná.
Cabe aqui uma ressalva em relação à região de fronteira entre Brasil e Bolívia na
localidade de Puerto Busch, na província de Germán Busch. A faixa de aproximadamente
50 km a cerca de 10 km a jusante do destacamento militar brasileiro de Forte Coimbra, é
uma região estratégica, na qual o governo boliviano investe com o intuito de viabilizar a
conexão da região com a Hidrovia Paraguai-Paraná.
Farol Boliviano na Hidrovia Paraguai-Paraná
Fonte: Acervo Antaq
RelatóRio executivo 19
Figura 3.3 – Distribuição Espacial dos Portos Bolivianos na Hidrovia Paraguai-Paraná.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo20
3. 2. 3. Brasil
Nos 1.270 km de Hidrovia em território brasileiro, foram identificadas 11 instalações
portuárias, distribuídas de acordo com a Figura 3.4.
A concentração de terminais na porção oeste do estado do Mato Grosso do Sul,
especialmente em Corumbá/MS, pode ser justificada pela proximidade com a Bolívia,
pelas maiores profundidades do canal de navegação (em comparação com o trecho
Cáceres-Corumbá) e pela existência da rodovia BR-262, que percorre o estado no sentido
leste-oeste.
Com base nos levantamentos efetuados pelo Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica
e Ambiental (EVTEA) da Hidrovia do rio Paraguai (UFPR/ITTI, 2015b), as principais cargas
transportadas nos terminais brasileiros na área de influência foram: minério de ferro,
manganês, combustíveis, açúcares e malte. Ressalta-se que em outubro de 2015 ocorreu
a reativação do terminal de Porto Murtinho para o transporte de açúcar a granel (GUIA
Marítimo, 2015).
Além disso, em 2017, entrou em operação o TUP Porto do Rio Iguaçu, localizado
em território brasileiro na tríplice fronteira na cidade de Foz do Iguaçu-PR, no trecho a
montante do rio Paraná.
TUP Porto Gregório Curvo
Fonte: Acervo Antaq
RelatóRio executivo 21
Figura 3.4 – Distribuição Espacial dos Portos Brasileiros na Hidrovia Paraguai-Paraná.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo22
3. 2. 4. Paraguai
Nos 918 km da Hidrovia Paraguai-Paraná que percorrem o território paraguaio, foram
identificados 44 portos e terminais privados, sendo que 34 estão localizados no rio Paraguai
e 10 no rio Paraná (a montante da confluência Paraguai/Paraná), como apresentado na
Figura 3.5. A maior concentração de portos e terminais se encontra nas imediações da
capital paraguaia (Asunción), cerca de 20 instalações ao longo de 40 km.
Hidrovia Paraguai-Paraná
Fonte: Acervo Antaq
RelatóRio executivo 23
Figura 3.5 – Distribuição Espacial dos Portos Paraguaios na Hidrovia Paraguai-Paraná.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI
RelatóRio executivo24
3. 2. 5. Uruguai
Foram identificados 4 portos e terminais hidroviários no Uruguai, localizados na foz do
rio Paraná, no denominado rio de la Plata (estuário criado pelos rios Uruguai e Paraná). As
principais cargas transportadas identificadas foram: grãos e derivados, minério de ferro
e manganês, carga geral, frutas, madeira. A Figura 3.6 ilustra a distribuição espacial das
instalações portuárias no Uruguai.
O Sistema Portuário de Nueva Palmira é considerado um marco importante para
a projeção da Hidrovia, visto que está localizado em um ponto estratégico para o
desenvolvimento eficiente das operações de transferência de carga das embarcações fluviais
e os navios ultramar. Em 2015 foram movimentadas aproximadamente 3,4 milhões de
toneladas de carga geral, de acordo com a Administración Nacional de Puertos (ANP, 2016).
Comboio na Hidrovia Paraguai-Paraná
Fonte: Acervo Antaq
RelatóRio executivo 25
Figura 3.6 – Distribuição Espacial dos Portos Uruguaios na Hidrovia Paraguai-Paraná.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI
RelatóRio executivo26
A partir do sistema de gestão dos portos e terminais privados compilados no
Quadro 3.1, as cargas da Hidrovia foram classificadas a partir do sistema apresentado
pelo PNIH e pela Secretaria de Portos3 (BRASIL. Secretaria de Portos, 2015).
3. 3. Classificação dos Portos e Terminais
3 Atualmente a Secretaria está vinculada ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil.
Quadro 3.1 – Sistema de Gestão Portuária
Classificação do Porto Descrição
Porto público
Complexo do porto construído e aparelhado para atender às necessidades
da navegação e da movimentação e armazenagem de mercadorias,
concedido ou explorado pela União, cujo tráfego e operações portuárias
estejam sob a jurisdição de uma autoridade portuária. Nesta modalidade
de porto, as atividades são exercidas de forma integrada e harmônica
pela Administração do Porto, denominada Autoridade Portuária, e as
autoridades aduaneira, marítima, sanitária, de saúde e de polícia marítima.
Terminal privado
Instalação construída ou a ser implantada por instituições privadas ou
públicas, para a movimentação e armazenagem de mercadorias destinadas
ao transporte aquaviário ou provenientes dele, sempre observando que
somente será admitida a implantação de terminal dentro da área do porto
quando o interessado possuir domínio útil do terreno.
Fonte: Adaptado de ANTAQ, 2013; BRASIL. Secretaria de Portos, 2015.
Assim, os portos e terminais privados em operação na Hidrovia foram classificados em
função do tipo de carga movimentada, do sistema de gestão e de sua capacidade estática.
Em seguida, essas informações foram integradas à base de dados georreferenciada da
Hidrovia Paraguai-Paraná. As Tabelas 3.3 a 3.7 apresentam o enquadramento dos portos
e terminais identificados no estudo.
RelatóRio executivo 27
(Continua)
Tabela 3.3 – Portos da Argentina e Classificação das Movimentações.
Ordem Complexo portuário Nome do Porto Principais produtos
movimentados Categoria GrupoSistema
de gestão
Capacidade estática
aproximada (t/m²/m³)
1
N/A
Porto de Formosa Grãos e petróleo GSA, GL 5 PP¹ 1.000 t .2 Porto de Corrientes Porto de serviços CG 1 PP¹ 2.850 m²3 Porto de Barranqueras Contêineres e grãos GSA, CG 5,1 PP¹ 20.000 m²4 Porto de Reconquista Grãos, derivados GS, GSA 4, 5 PP¹ 3.000 t .
5 Porto de Santa Fe
Contêineres, cargas unitizadas, automóveis, grãos, derivados de petróleo
CG, GS, GL, GSA
1, 4, 2 PP¹ 56.000 t .
6 Porto de Diamante Grãos, combustíveis GSA, GL 5,2 PP¹ 30.000 t .
7
Complexo portuário
San Lorenzo – San Martin
Terminal Louis Dreyfus - Planta Timbués
Grãos e subprodutos, oleaginosos
GS, GLA 4,3 TP² 425.000 t .
8 Terminal RenovaGrãos, subprodutos, oleaginosos
GS, GLA 4,3,1 TP² 246.000 t .
9Complejo Agroindustrial Noble Timbúes
Grãos e subprodutos, oleaginosos, fertilizantes, cereais
GSA, GLA 4,3 TP² 250.000 t .
10 Terminal Profertil Fertilizantes GS 4 TP² 200.000 t .
11Terminal Minera Alumbrera LTDA
Minério GS 4 TP² 60.000 t .
12 Terminal 6 S.A.Grãos e subprodutos, oleaginosos
GS, GLA 5,3 TP² 1.190.000 t .
13 Terminal Alto Paraná S.A. Combustíveis GL 2 TP² 8.000 t .
14 Terminal Cargill S.A.C.I.Grãos e subprodutos, oleaginosos
GS, GLA 4,3 TP² 780.000 t .
15Terminal P.A.S.A (Petroquímica Argentina S.A.)
Combustíveis e CG GL e CG 2, 1 TP² 117.600 t .
16Terminal Nidera Argentina S.A.
Grãos, oleaginosas, óleos, farinhas e derivados
GS, GLA 4,3 TP² 396.600 t .
17Terminal Alfred C. Toepfer Internacional S.A.
Grãos e subprodutos, oleaginosos
GS, GLA 4,3 TP² 130.000 t .
18Terminal Bunge Argentina S.A.
Grãos e subprodutos, oleaginosos
GS, GLA 4,3 TP² 570.000 t .
19Terminal Refineria San Lorenzo (REFISAN/Y.P.F.)
Combustíveis GL 2 TP² 200.000 m³
20Terminal Esso - Muelle Esso
Combustíveis GL 2 TP² 30.000 m³
21 Terminal A.C.AGrãos e subprodutos oleaginosos
GS, GLA 4,3 TP² 347.000 t .
22 Terminal Vicentín S.A.I.C. Soja GSA 5 TP² 262.000 t .
23Terminal San Benito (Molinos de La Plata)
Grãos e subprodutos, oleaginosos
GS, GLA 4,3 TP² 234.000 t .
24
N/A
Porto de RosarioGrãos e derivados, contêineres
GSA, CG 5,1 PP¹ 145.000 m²
25 APG TerminalGrãos e subprodutos, óleo vegetal
GS, GLA 4,3 TP² 400.000 t .
26 Porto Punta Alvear S.A. Grãos GSA, GLA 3 TP² 600.000 t .
27 Porto Arroyo SecoGrãos e derivados, subprodutos oleaginosos
GSA, GLA 5,3 PP¹ 23.600 t .
RelatóRio executivo28
Ordem Complexo portuário Nome do Porto Principais produtos
movimentados Categoria GrupoSistema
de gestão
Capacidade estática
aproximada (t/m²/m³)
28
N/A
Porto Villa ConstituciónGrãos e derivados, minério de ferro, manganês
GSA, GS 5,4 PP¹ 256.000 t .
29Porto Acevedo - ACINDAR (Industria Argentina de Aceros)
Aço, minério de ferro CG 1 TP² - *
30 Porto San Nicolás
Minério, combustíveis, fertilizantes, cereais, produtos siderúrgicos
GS, GL, CG 4,2 PP¹ 20.000 t .
31 Porto San Pedro Arroz, frutas cítricas GSA, CG 5,1 PP¹ 120.000 t .32 Porto de Ibicuy Pasta celulósica CG 1 PP¹ 23.000 m²
33Terminal Portuário del Guazú
Trigo, milho, soja, girassol, arroz e seus derivados
GSA 5 TP² 80.000 t .
34 Porto Delta Dock Grãos e CG GSA, CG 5,1 TP² 106.000 t . 35
Região portuária de Zárate
Terminal Las Palmas Grãos e derivados GSA 5,1 TP² 130.000 t .
36 Terminal VITCO S.A. Petróleo e derivados GL 2 TP² 181.000 t .
37 Terminal Zárate S.A.Automóveis, contêineres
CG 1 TP² 780.000 m²
38 N/ATerminal Multipuerto S.A. – Porto Piapsa
Grãos, veículos, subprodutos oleaginosos, contêineres, combustíveis
CG, GL, GSA, GLA, GS
1, 2, 3, 4, 5
TP² -
39
Complexo portuário Campana
Porto Campana
Bobinas de aço, minério de ferro, papel, celulose, frutas, madeiras, petróleo, solventes, óleos e produtos químicos
CG, GL 1, 2 PP¹ -
40 Terminal Siderca Minério, tubos de aço GS, CG 4,1 TP² 35.000 m²
41 Terminal Euroamerica
Produtos florestais, siderúrgicos, minério, alimentos congelados
GS, CG 4,1 TP² 120.000 t .
42 Terminal Depsa Produtos siderúrgicos CG 1 TP² -
43Terminal Esso (Axion Energy)
Petróleo e derivados GL 2 TP²390.000 t + 12.000 m²
44
Complexo portuário Campana
Terminal Maripasa – Furlong S.A.
Automóveis CG 1 TP² 4.000 t .
45 Terminal Carboclor Combustíveis GL 2 TP² 25.600 t .
46 Terminal RhasaHidrocarbonetos, produtos químicos e líquidos em geral
GL 2 TP² 97.000 t .
47Odjfell Terminais Tagsa S.A.
Combustíveis GL 2 TP² 63.000 t .
48 N/A Porto de Buenos Aires
Contêineres, granéis em geral, veículos, hidrocarbonetos, produtos químicos, líquidos em geral
GSA, GLA, GL, CG
5,3,2,1 PP¹ 175.000 t .
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
(Continuação)
RelatóRio executivo 29
Tabela 3.4 – Portos da Bolívia e Classificação das Movimentações.
Ordem Complexo portuário
Nome do Porto
Principais produtos
movimentadosCategoria Grupo
Sistema de
gestão
Capacidade estática
aproximada
1
N/A
Central Aguirre Portuária S.A.
Cereais, soja, farinha, contêineres, combustíveis, frutas, carne
GSA, GL, CG 5,2,1 PP¹ 40.500 t .
2Porto Gravetal Bolívia
Soja, farinha, combustíveis GSA, GL 5,2 TP² 67.000 t .
3
Complexo Agroindustrial Portuário Nutroil S.A.
Grãos, oleaginosos GSA, GLA 5,3 TP² 67.000 t .
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
Tabela 3.5 – Portos do Brasil e Classificação das Movimentações.
Ordem Complexo portuário Nome do Porto Principais produtos
movimentados Categoria GrupoSistema
de gestão
Capacidade estática
aproximada
1
N/A
Porto de Cáceres Soja GSA 5 PP¹ 19.000 t .
2 Porto Geral de Corumbá
Grãos, minério de ferro, manganês, cimento
GSA, GS 5,4 -* -*
3 Terminal Fluviomar S.A.
Veículos, desembarque de combustíveis
CG 1 TP² -
4 Porto Cimento Itaú Portland S.A
Cimento, gesso, coque CG 1 TP² 2.000 t .
5 TUP Porto Sobramil
Minério de ferro, manganês GS 4 TP² 20.000 t .
6Base fluvial de Ladário / Porto de Ladário
CG, madeiras, dormentes e desembarque de combustíveis
GS, CG 4,1 -* -*
7 TUP Granel Química
Minério, derivados de petróleo, álcool, óleo vegetal
GS, GL, GSA 4,2,5 TP² 48.000 t .
8 Porto da Manga Sem movimentação de carga -* -* -* 23.000 t .
9 TUP Porto Gregório Curvo
Minério de ferro, manganês GS 4 TP² 250.000 t .
10ETC Terminal Hidroviário de Porto Murtinho
Minério de ferro, soja em grão GSA, GS 5,4 PP¹ 23.000 t .
11 TUP Porto do Rio Iguaçu
Soja, cevada, malte, milho, trigo, açúcar, arroz, sorgo
GSA 4 TP² 60.000 t .
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo30
Tabela 3.6 – Portos do Paraguai e Classificação das Movimentações.
Ordem Complexo portuário Nome do Porto
Principais produtos
movimentadosCategoria Grupo
Sistema de
gestão
Capacidade estática
aproximada
1
N/A
Porto SARCOM S.A.
Soja e derivados, combustíveis e Carga Geral
GSA, GL, CG 5,2,1 TP² 52.000 t .
2 Porto Don Severo SRL Grãos GSA 5 TP² 35.000 t .
3 Porto Santa Maria Grãos GSA 5 TP² 30.000 t .
4 Terminal Mbopí Cuá Grãos GSA 5 TP² 20.000 t .
5 Porto Amistad Grãos GSA 5 TP² 1.500 t .
6 Porto ACEPAR Minério em geral GS 4 TP² 8.000 t .
7 Porto Yguazu Cementos S.A.
Cimento, clínquer, combustíveis
GL 2 PP¹ 8.000 t .
8 Porto La Lucha - CG 1 TP² -*
9 Porto Agregsa S.A. Cal GS 5 TP² -*
10 Terminal Monte Alegre (Villa Hayes)
Combustíveis e outros produtos químicos
GL 2 TP² 40.000 t .
11 Porto San JoseVeículos, bobinas e chapa de aço, contêineres
CG 1 TP²4.500 t +
5.000 m²
12 Porto Fénix
Contêineres, automóveis, cimento, fertilizantes
CG, GS, GSA 1,3, 5 TP² 45.000 t .
13 Porto Caacupe-mí
Veículos, contêineres, refrigerados e cargas rodantes
CG 1 TP² 20.000 t .
14 Porto Unión Grãos e derivados GSA 5 TP² 52.000 t .
15 Porto de Asunción Contêineres CG 1 PP¹ 32.000 t .
16 Porto PAKSA Contêineres CG 1 TP² 10.000 t .
17 Molinos Harineros del Paraguay Grãos GSA 5 TP² 12.000 t .
18 Porto Conti Paraguay
Grãos e óleo vegetal GSA, GLA 5,3 TP² -*
19 Porto PETROPAR Combustíveis GL 2 TP² 328.000 m³
20 Porto Naviera Conosur
Grãos, combustíveis GSA, GL 5 TP² - *
21 Porto Norteño Derivados de petróleo GL 2 TP² -*
22 Porto San Antonio I
23 Porto San Antonio (GICAL S.A.)
Grãos e derivados GSA 5 TP² 185.000 t .
24 Porto Gas Corona Combustíveis e derivados GL 2 TP² 8.000 t .
(Continua)
RelatóRio executivo 31
Ordem Complexo portuário Nome do Porto
Principais produtos
movimentadosCategoria Grupo
Sistema de
gestão
Capacidade estática
aproximada
25
N/A
Porto PETROSAN
Derivados do petróleo, álcool, óleo vegetal, naftas, glp
GL, GLA 2 TP² 35.000 t .
26 Porto Copetrol Combustíveis e derivados GL 2 TP² 297.000 t .
27 Terminal Portuário Terport S.A. Contêineres CG 1 TP² 30.000 t .
28Porto San Antonio II(Concret Mix II)
Grãos GSA 5 TP² 5.200 t .
29 Porto Seguro Fluvial S.A.
Contêineres, grãos e veículos CG, GSA 1,5 TP² 9.720 t .
30Complexo Agroindustrial Angostura S.A.
Cereais, oleaginosas, farinhas, óleo vegetal
GSA, GLA 5,3 TP² 375.000 t .
31 Porto TLP S.A. Combustíveis e óleo vegetal GL, GLA 2,3 TP² 60.000 t .
32 Porto Custodia Grãos GSA 5 TP² 30.000 t .
33 Porto de Villeta
Madeira, frutas, clínquer, gesso, grãos, veículos, contêineres
CG, GSA 1,5 PP¹ 33.000 t .
34 Porto de Pilar Contêineres, grãos GSA 5 PP¹ 96.000 t .
35 Porto 3 Fronteras Graneis secos e líquidos GSA, GLA 5,3 TP² 33.300 t .
36 Porto Toro Cua Grãos GSA 5 TP² 60.000 t .
37 Porto 2 Fronteras Grãos GSA 5 TP² 18.000 t .
38 Porto Triunfo Grãos GSA 5 TP² 35.000 t .
39 Porto Paloma Grãos e derivados GSA 5 TP² 20.000 t .
40 Porto Don Joaquín Grãos, farinha de soja, oleaginosos GSAGLA 5 TP² 40.000 t .
41 Porto Paredón Grãos GSA 5 TP² 35.000 t .
42Porto Noble Paraguay (ex BAELPA)
Oleaginosas e derivados GLA 3 TP² 63.000 t .
43 Porto de Encarnación
Grãos, subprodutos oleaginosos
GSA GLA 5,3 TP² 15.000 t .
44 Porto TrociukGrãos, fertilizantes, cimento
GSA, GS 5 TP² 25.000 t .
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
(Continuação)
RelatóRio executivo32
Tabela 3.7 – Portos do Uruguai e Classificação das Movimentações.
Ordem Complexo portuário
Nome do PortoPrincipais produtos
movimentadosCategoria Grupo
Sistema de
gestão
Capacidade estática
aproximada
1
Complexo portuário
Nueva Palmira
Terminal Graneleras Uruguayas S.A.
Grãos, oleaginosos GSA, GLA 5,3 TP² 98.000 t .
2Terminal de Corporación Navíos
Grãos, oleaginosos GSA, GLA 5,3 TP² 460.000 t .
3
Terminal de Ontur Internacional y Frigofrut S.A.
Grãos, oleaginosos GSA, GLA 5,3 TP² 30.000 m²
4 N/APorto de Montevideo
Contêineres, grãos, produtos congelados
CG, GS, GSA
5 PP¹ 190.000 t .
*Sem informação disponível. ¹Porto Público; ²Terminal Privado.
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
Terminal Saladeiro (antigo Porto Cimento Itaú Portland S.A.)
Fonte: Acervo Antaq
RelatóRio executivo 33
Argentina e Paraguai possuem maior representatividade em termos de números de
terminais portuários na Hidrovia Paraguai-Paraná, respondendo por cerca de 84% de toda
a infraestrutura portuária atual da via, demonstrando a intensa atuação desses países no
sistema hidroviário da região.
Das informações coletadas sobre os 110 portos e terminais hidroviários, nota-se que
80% são representados por terminais privados e 20% por portos públicos. Faz-se aqui
uma ressalva para os portos públicos que possuem terminais privados, a exemplo dos
complexos portuários argentinos San Lorenzo - San Martin, complexo portuário Campana,
ou até mesmo da região portuária de Zárate. No Paraguai, ocorre o mesmo na região
portuária de Villeta.
Os maiores volumes de cargas concentram-se nos minérios (granel sólido) e nos grãos
e derivados oleaginosos (granéis sólidos e líquidos agrícolas). Nos portos paraguaios nota-
se uma maior participação de cargas conteineirizadas, combustíveis e produtos industriais.
Já em Rosario, uma região argentina de grande desenvolvimento industrial, observa-se o
transporte fluviomarítimo. O destaque recai sob o complexo portuário de Campana para
a movimentação de combustíveis e a região de San Nicolás para minerais e produtos
siderúrgicos.
Em relação à infraestrutura portuária, observou-se uma disparidade entre os cinco
signatários. Atualmente, a Argentina detém um sistema portuário organizado e de fácil
acesso quando comparado aos dos demais países. A qualidade de sua infraestrutura
também é superior, apresentando sistemas de operação modernos e de fácil acessibilidade
para a movimentação das cargas, principalmente na rota fluviomarítima. O Paraguai tem
concentrado grandes esforços de investimentos em sua infraestrutura portuária nos últimos
anos, com a incorporação de capital privado na infraestrutura portuária no país (cerca de
86% são terminais privados). A Bolívia e o Brasil ainda apresentam baixa representatividade
na infraestrutura portuária da Hidrovia Paraguai-Paraná.
3. 4. Principais vias de ligação
Hidrovia é uma via navegável interior com características padronizadas para determinados
tipos de embarcações, projetada mediante obras de engenharia de regularização, dotada de
sinalização e de equipamentos de auxílio à navegação (GEIPOT, 1997). Trata-se de uma via
complementar à uma rede de transportes que depende de outros modais para incrementar
sua eficiência logística. Para analisar a integração da Hidrovia Paraguai-Paraná no âmbito
sul-americano à rede de transportes continental, fez-se necessário avaliar a distribuição das
RelatóRio executivo34
demais malhas modais existentes na região e como elas se relacionam, de forma a viabilizar
a implementação de corredores multimodais, interconectados e eficientes.
A experiência da União Europeia4 e dos vários programas de coesão territorial e de
transportes5 desenvolvidos na Europa apresentam-se como os melhores exemplos de
integração regional. Nesse sentido, o desenvolvimento de uma malha de transportes
conjunta é imprescindível para a consolidação da integração regional da América do Sul,
a exemplo do modelo europeu.
A seguir será apresentada uma síntese das malhas ferroviária, rodoviária e hidroviária
dos países signatários do Acordo da Hidrovia. A análise da malha de transportes identificou a
Hidrovia Paraguai-Paraná como uma importante via de integração entre os países signatários
e os demais modais de transporte, ratificando sua relevância na otimização do transporte
de cargas da região.
3. 4. 1. Malha ferroviária
As ferrovias foram planejadas e construídas com o objetivo principal de exportar
produtos primários - café no Brasil, grãos na Argentina e cobre no Chile -, e por essa razão,
orientavam-se do interior para os portos exportadores da costa. A diferença do tamanho
da bitola das linhas férreas, definida como a distância entre os trilhos, é o ponto crítico da
malha ferroviária da região sul-americana.
A partir da análise da malha ferroviária dos cinco países signatários, destacam-se as
extensões ferroviárias do Brasil e da Argentina que contabilizam, respectivamente, 30,5 e
28,5 mil km. Ressalte-se, no entanto, que boa parte da malha Argentina é utilizada apenas
para o transporte de passageiros. A Bolívia e Uruguai possuem malhas ferroviárias de cerca
de 3,5 mil km e 3 mil km de extensão, respectivamente. Já o Paraguai apresenta a menor
extensão de linha férrea entre os países signatários, com apenas 400 km. A Tabela 3.8
apresenta a distribuição da malha ferroviária por país.
Segundo o BNDES (2009), a maior rede férrea interconectada (ainda que com trajetos
inadequados) é a de bitola métrica (1,00 m), percorrendo Argentina, Chile, Brasil e Bolívia,
contabilizando 41.159 km. A segunda maior rede é a de bitola larga (1,60 m) na Argentina,
com 19.967 km. A bitola-padrão (1,435 m) é a terceira em extensão. Venezuela, Colômbia
4 Livro Verde sobre a Coesão Territorial Europeia Tirar Partido da Diversidade Territorial (CCE, 2008).5 Livro Branco - A Política Europeia de Transportes no Horizonte 2010: a Hora das Opções (CE, 2001).
RelatóRio executivo 35
e Equador não apresentam conexões ferroviárias internacionais e, ainda que as tivessem,
não poderiam intercambiar equipamento de transporte, pois possuem bitolas distintas. A
mudança de bitola impede que os trens atravessem a fronteira entre Brasil e Argentina. A
situação atual da logística sul-americana contrasta com os esforços dos países do continente
para fortalecer seus vínculos comerciais.
Argentina e Chile, apesar de compartilharem 5.300 km de fronteiras e comercializarem
mais de US$ 5 bilhões anuais, não utilizam a ferrovia em seu comércio bilateral. A rota
entre o rio da Prata e a região andina da Bolívia encontra-se em condições precárias, assim
como toda a rede em bitola métrica na Argentina (BNDES, 2009).
Atualmente, observam-se iniciativas dos países signatários para incrementar as
respectivas malhas ferroviárias. A título de exemplo, na Bolívia, a construção do Corredor
Ferroviário Bioceânico Central (CFBC) para o transporte de cargas conectando internamente
o leste ao oeste da Bolívia, vinculando-a ao Brasil e ao Peru. No Brasil, destaque-se o
planejamento de construção de uma ponte ferroviária sobre o rio Paraná entre Foz do
Iguaçu e Ciudad del Este no Paraguai, com o intuito de conectar a malha férrea brasileira
à paraguaia (Figuras 3.14 e 3.15 apresentadas mais a frente).
Tabela 3.8 – Levantamento da Malha Ferroviária dos Países Signatários.
País Extensão da malha ferroviária (km)
Argentina 28.528
Bolívia 3.562
Brasil 30.576
Paraguai 400
Uruguai 2.993
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
3. 4. 2. Malha rodoviária
Por meio dos dados levantados, constatou-se uma grande diferença nas extensões da
malha rodoviária em cada país, destacando-se, em ordem decrescente: Brasil, Argentina,
Bolívia, Paraguai e Uruguai. Ressalte-se que a extensão territorial e o processo histórico
de ocupação espacial de cada país, entre outros fatores, justificam as diferentes extensões
rodoviárias dos países signatários, apresentadas na Tabela 3.9.
RelatóRio executivo36
A malha rodoviária do Uruguai não representa nem mesmo 1% da malha rodoviária
brasileira, que concentra 75% de toda a malha rodoviária identificada na região. Além disso,
observou-se que na Argentina, no Paraguai e no Brasil a representatividade das rodovias
nas respectivas malhas de transporte é superior a 90% da malha viária do país e, na Bolívia
e no Uruguai, essa representatividade é superior a 50%.
Tabela 3.9 – Levantamento da Malha Rodoviária dos Países Signatários.
País Extensão da malha rodoviária (km) Representatividade na malha viária do país
Argentina 500.800, 93%
Bolívia 16.054, 58%
Brasil 1.720.755 97%
Paraguai 25.000 94%
Uruguai 7.821 62%
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
Apesar de o Brasil ser o país com a maior extensão rodoviária dentre os signatários,
deve-se evidenciar que na área de influência do estudo como um todo, detalhada no
capítulo 4, a malha rodoviária ainda é incipiente, persistindo a necessidade de sua ampliação
para a complementação dos modais ferroviários e hidroviários da região da Hidrovia
Paraguai-Paraná, conforme apresentado na Figura 3.10.
3. 4. 3. Malha hidroviária
O sistema hidroviário é um importante segmento do setor de transportes. A
possibilidade da navegação fluvial cria uma alternativa de transporte de baixo custo para
o deslocamento de grandes volumes de carga de baixo valor unitário.
O território sul-americano possui uma geomorfologia bastante vantajosa quanto à
disponibilidade de recursos hídricos. Em consequência, grandes benefícios podem ser
RelatóRio executivo 37
absorvidos das diversas vias naturais que banham uma ampla área do continente. Grande
parte da malha hidroviária sul-americana está localizada no Brasil. Contudo, ao levar em
consideração a proporção do uso da malha hidroviária com a extensão territorial do país,
observa-se que os países signatários possuem um bom potencial navegável.
O Brasil destaca-se em termos de extensão de malha hidroviária, com um potencial
de cerca de 42 mil km, dos quais 46% é economicamente aproveitado. O Paraguai é o
país com a menor extensão de malha hidroviária, mas 100% desse total é utilizado para a
navegação. A Argentina faz grande uso dos seus 11 mil km de malha hidroviária e o Uruguai
atualmente explora cerca de 22% de seu potencial.
A Hidrovia Paraguai-Paraná apresenta-se como um importante eixo de integração
continental em sentido longitudinal dos países signatários. Em termos de extensão, a
Argentina é o país que possui maior participação de sua malha inserida na Hidrovia (2.295
km), além de ser o país com o maior número de portos fluviais. Na sequência aparecem
Brasil (1.270 km) e Paraguai (1.264 km) com participações significativas.
A localização geográfica do Uruguai permite um intensivo aproveitamento na HPP,
apesar de sua participação estar representada por apenas 48 km de extensão. A Bolívia
vem buscando sua inserção nessa rede fluvial internacional como alternativa para o
escoamento de suas cargas pelos portos chilenos. A Tabela 3.10 apresenta as extensões
da malha hidroviária de cada país signatário, juntamente com suas malhas economicamente
navegáveis e suas respectivas participações na Hidrovia Paraguai-Paraná.
Tabela 3.10 – Levantamento da Malha Hidroviária dos Países Signatários.
País Malha hidroviária (km)Malha hidroviária economicamente
navegável (km)Participação da malha na
HPP (km)
Argentina 11.000 2.837 2.295
Bolívia 13.000 8.000 48
Brasil 41.635 19.464 1.270
Paraguai 1.264 1.264 1.264
Uruguai 7.868 1.800 48
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo38
Figura 3.7 – Levantamento da Malha Viária dos Países Signatários da Hidrovia Paraguai-Paraná.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo40
Foram identificadas 124 obras de infraestrutura na Hidrovia Paraguai-Paraná a partir
da análise dos programas nacionais de infraestrutura dos países signatários, a saber:
n Brasil: Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); Plano Nacional de Logística
e Transportes (PNLT); Plano Plurianual (PPA); Plano Nacional de Integração Hidroviária
(PNIH); e Plano Hidroviário Estratégico (PHE);n Bolívia: Ministério das Obras Públicas e Servicios y Vivienda;n Paraguai: Master Plan e Inversiones de Infraestructura en Paraguay;n Argentina: Plan Belgrano; Ministerio de Planificácion Federal, Inversión Pública y
Servicios; e Ministerio de Planeamiento, Infraestructura y Servicios;n Uruguai: Ministerio de Transportes y Obras Públicas.
Adicionalmente, como referência comum a todos os países, utilizou-se sistema de
informação do Consejo Suramericano de Infraestructura y Planeamiento (COSIPLAN), foro
técnico componente da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana
(IIRSA)6.
As atividades referentes às obras de infraestrutura contemplam desde a construção
de novos ramais ferroviários e rodoviários na área de influência da Hidrovia Paraguai-
Paraná (AIHPP) até a criação e/ou ampliação da capacidade de novos portos e terminais
hidroviários.
3. 5. LEVANTAMENTO DAS PRINCIPAIS OBRAS DE INFRAESTRUTURA VIÁRIA PLANEJADAS
6 A IIRSA representou um divisor de águas no planejamento de projetos de infraestrutura na América do Sul. Essa iniciativa imprimiu uma nova perspectiva ao planejamento da região, consonante com os desafios trazidos pela globalização e a regionalização e orientada pelos princípios fundamentais da eficiência, sinergia e sustentabilidade.
Tabela 3.11 – Obras de Infraestrutura de Transporte Projetadas
País Cenário atual 2020 2025 2030
Argentina 09 20 04 21
Bolívia 02 03 02 03
Brasil 07 07 05 04
Paraguai 05 10 02 12
Uruguai 06 05 - 03
TOTAL 29 45 13 43
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo 41
3. 5. 1. Argentina
O levantamento realizado para a Argentina identificou 54 investimentos planejados
entre 2015 e 2030, distribuídos pelos três modais de transporte, contemplando desde a
reabilitação de ramais ferroviários e rodoviários até a criação de novos portos hidroviários.
A Figura 3.8 e a Tabela 3.12 apresentam a distribuição espacial e a identificação de cada
uma delas.
Ponte na Hidrovia Paraguai-Paraná.
Fonte: Acervo UFPR/ITTI
RelatóRio executivo42
Figura 3.8 – Distribuição Espacial das Obras de Infraestrutura da Argentina.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo 43
Tabela 3.12 – Obras de Infraestrutura Previstas para a Argentina.
ID da obra Trecho
1 Contorno da cidade de Santa Fe
2 Adequação do canal de navegação do rio Paraná (Santa Fe à foz do rio Paraná)
3 Ampliação do Porto de Diamante
4 Reordenamento dos acessos ferroviários na cidade de Santa Fe
5 Reabilitação do ramal ferroviário: Resistencia – Avia Terai – Pinedo
6 Reabilitação do ramal ferroviário: Avia Terai – Metán
7 Reabilitação do ramal ferroviário Zárate – Posadas
8Projeto binacional de melhoramento da navegabilidade do rio Paraguai (confluência Paraguai/Paraná (ARG/PRY) até Asunción (PRY))
9 Ampliação do Porto de Ibicuy
10 Ampliação e modernização do Porto de Corrientes
11 Recuperação e bitolagem do ramal ferroviário Corrientes – Monte Caseros
12 Reordenamento dos acessos ferroviários na cidade de Rosario
13 Reconversão do Porto de Santa Fe
14 Ampliação do Porto de Baradero
15 Ampliação do Porto de San Pedro
16 Recuperação do Porto de Bella Vista
17 Ampliação do Porto de Itá-Ibaté
18 Sistema de Defesa do Porto de Barranqueras
19 Construção e Implantação de Controle Integrado de Carga em Paso de Los Libres
20 Nova Conexão Física entre Paraná e Santa Fe
21 Melhoramento ao Centro de Fronteira de Puerto Iguazú
22 Ponte Viária Reconquista - Goya
23 Duplicação da Rodovia Nacional N° 11: Resistencia - Formosa - Clorinda
24 Duplicação da Rodovia Nacional N° 11: Rosario - Oliveros
25 Ramal Ferroviário Federal - Concordia
26 Ramal Ferroviário Paraná - Concepción Del Uruguay
27 Recuperação do Porto de Formosa
(Continua)
RelatóRio executivo44
ID da obra Trecho
28 Melhoramentos no Porto de Concepción del Uruguay
29 Aeroporto de Carga Concordia
30 Modernização do Porto de Iguazú
31 Construção do Complexo Multimodal Resistencia - Corrientes
32 Eclusas de Corpus (Projeto Binacional)
33 Contorno viário da cidade de Rosario
34 Contorno viário da cidade de Formosa
35 Recuperação do Porto de Esquina
36 Plano Mestre do Porto de Rosario
37 Recuperação do Ramal Tucumán – Rosario
38 Melhoramento dos acessos fluviais aos portos do rio Paraná
39 Pav. da rodovia nacional nº11, trecho entroncamento com a rodovia provincial nº13
40 Reabilitação do ramal ferroviário – Embarcación - Formosa
41 Reabilitação do ramal ferroviário Santa Fe - San Salvador de Jujuy
42 Duplicação da Rota nacional n° 16: Resistencia - Sáenz Peña
43 Pav. da Rota nacional n° 95 - intersecção com a Rota provincial n° 81 Villa Ángela
44 Duplicação da Rota nacional n°12: Riachuelo - Paso de la Patria
45 Duplicação da Rota nacional n° 34: Trecho Rosario - Sunchales
46 Duplicação da Rota nacional n° 19: trecho Rota nacional n° 11 - Córdoba
47 Duplicação da Rota nacional n°33: Rufino – Rosario
48 Ampliação da Rota provincial n° 26: trecho Victoria - Nogoya
49 Corredor viário San Nicolás / Zárate - Paso Pehuenche
50 Recuperação do trecho ferroviário – Zárate – Rosario
51 Ampliação do Porto de El Dorado
52 Ampliação do Porto de Ituzaingó
53 Adaptação dos Portos Posadas e Santa Ana
54 Duplicação da Rota nacional n°12: Garupá - San Ignacio
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
(Continuação)
RelatóRio executivo 45
Figura 3.9 – Distribuição Espacial das Obras de Infraestrutura da Bolívia.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
3. 5. 2. Bolívia
A maior parte das 10 obras de infraestrutura planejadas identificadas na Bolívia
objetiva a conexão do interior do país com a Hidrovia Paraguai-Paraná. Existe também o
planejamento de implantação de uma zona franca boliviana na região do Porto de Zárate,
na Argentina. A Figura 3.9 ilustra a distribuição espacial das obras localizadas na Bolívia.
3. 5. 3. Brasil
No Brasil foram identificadas 17 obras de infraestrutura planejadas. Foram consideradas
todas as obras que apresentaram alguma conexão com os municípios lindeiros, portos e
terminais da Hidrovia Paraguai-Paraná.
RelatóRio executivo46
Figura 3.10 – Distribuição Espacial das Obras de Infraestrutura do Brasil.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
Ressalte-se que, para o caso brasileiro, a previsão do horizonte de implantação de cada
obra de infraestrutura foi submetida à confirmação pelo órgão responsável pelas obras ou
fonte de algum projeto de viabilização da mesma.
A Figura 3.10 ilustra a distribuição espacial das obras de infraestrutura do Brasil,
que foram descritas no relatório denominado “Diagnóstico da Infraestrutura da Hidrovia
Paraguai-Paraná e Base de Dados Georreferenciada” (Produto 2), disponível na página da
internet da Antaq.
3. 5. 4. Paraguai
O levantamento do Paraguai identificou um total de 29 obras de infraestrutura, divididas
entre a foz do rio Apa e a confluência dos rios Paraguai-Paraná, pelo rio Paraguai, e entre
Ciudad del Este e a confluência dos rios, pelo rio Paraná, como mostra a Figura 3.11.
RelatóRio executivo 47
Figura 3.11 – Distribuição Espacial das Obras de Infraestrutura do Paraguai.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
3. 5. 5. Uruguai
O levantamento das obras de infraestrutura do Uruguai identificou 14 novos
investimentos. Grande parte dos investimentos uruguaios pertencem ao modal hidroviário,
materializando o interesse do país no que se refere à utilização de seu sistema fluvial para
o transporte de cargas, como demonstra a Figura 3.12.
RelatóRio executivo48
Figura 3.12 – Distribuição Espacial das Obras de Infraestrutura do Uruguai.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
O Uruguai é o país com a maior intenção de investimentos no modal hidroviário,
contabilizando as obras de viabilização da navegabilidade (dragagem, sinalização e
derrocamento) ao longo de todo o rio Uruguai, a construção de eclusas para viabilizar
a navegação do rio Negro, além das obras de manutenção de canais de acesso aos rios
principais (Casa Blanca).
Nota-se também um esforço conjunto, principalmente entre o Paraguai e a Argentina, no
que se refere às obras de manutenção de trechos da Hidrovia Paraguai-Paraná (dragagem,
sinalização e balizamento), à construção de acessos multimodais aos principais portos, à
ampliação e/ou reabilitação de portos e terminais hidroviários e à construção de obras
rodoviárias e ferroviárias que permitam a integração entre os países.
Observou-se também um alinhamento dos esforços do Brasil e da Bolívia, vislumbrado
no planejamento da construção de áreas de controle aduaneiro em Puerto Suarez (Bolívia) e
Corumbá (Brasil), nas obras de recuperação do Canal do Tamengo, e também nas conexões
RelatóRio executivo 49
rodoviárias e ferroviárias que atravessam a Bolívia no sentido leste-oeste, que permitirão
a integração do interior desse país com a Hidrovia.
Após o levantamento das obras de infraestrutura, organizaram-se cenários que avaliaram
esses empreendimentos desagregados por país (Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e
Uruguai) e respectivos prazos de implantação (2015, 2020, 2025 e 2030). O APÊNDICE B
documenta esse detalhamento.
Destaque-se que em função da impossibilidade do levantamento da Matriz O/D para
os anos de 2020, 2025 e 2030, o esforço de delimitação do fluxo de transporte na área
de influência do estudo atual e futuro foi realizado a partir da malha viária de 2015. Como
resultado, delimitou-se a participação de cada país na Hidrovia (Market Share), incluindo
a do Brasil, e demonstrou-se o potencial da HPP para os anos de 2015, 2020, 2025 e 2030
a partir da infraestrutura viária de 2015.
Porto de Corumbá
Fonte: Acervo UFPR/ITTI
RelatóRio executivo 51
A compreensão do contexto atual e das perspectivas futuras para os países signatários
do Acordo da Hidrovia Paraguai-Paraná implica, em grande medida, na análise do mercado
no qual essa via de transporte está inserida. Nesse sentido, os estudos pertinentes ao eixo
mercado contemplaram a elaboração de diagnósticos comerciais e projeções econômicas
envolvendo a HPP.
Esse tópico do estudo abrangeu diferentes análises, como: (i) a movimentação do fluxo
de cargas na região de influência da Hidrovia, incluindo o levantamento da Matriz Origem/
Destino e a participação de cada país nesse mercado (Market Share); (ii) o levantamento
dos estaleiros e das empresas de navegação; (iii) o levantamento dos valores de fretes e
da composição dos custos de transporte e; (iv) a identificação dos produtos com potencial
hidroviário atual e projetado (Matriz de Oportunidades).
Considerando o volume de dados levantados, o estudo adotou premissas e critérios
para organizar e sintetizar as informações coletadas. Em primeiro lugar, foi padronizada
a nomenclatura dos produtos a partir da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) de
4 dígitos. Visando uniformizar e facilitar a análise dos diferentes produtos transportados
ou potencialmente transportáveis pela HPP, foi utilizada a classificação dos produtos de
acordo com tipo de carga e suas características de armazenamento durante o transporte.
Os produtos contidos na análise foram classificados de acordo com a terminologia
apresentada no PNIH (ANTAQ, 2013) e adaptada para os produtos selecionados para a
Hidrovia Paraguai-Paraná. A partir dessa classificação, os produtos foram agrupados em 5
categorias, conforme apresentado no Quadro 4.1.
4. EIXO MERCADO
RelatóRio executivo52
Quadro 4.1 – Classificação dos Grupos de Cargas.
Categoria Tipo de Produto
Categoria 1
Carga Geral
(CG)
Alimentícios e perecíveis, rações, carnes, celulose, madeira, materiais elétricos, produtos cerâmicos, reatores e equipamentos, têxteis e calçados, suco de frutas, leite, frutas em geral, automóveis, carga conteinerizada.
Categoria 2
Granel Líquido
(GL)
Petróleo e derivados, etanol, outros produtos do refino do petróleo e coque.
Categoria 3
Granel Líquido Agrícola
(GLA)
Óleo de soja bruto e tortas, bagaços, óleo de milho, amidos, féculas vegetais, suco de frutas.
Categoria 4
Granel Sólido
(GS)
Adubos e fertilizantes, carvão mineral, cimento, gusa e ferro-ligas, minerais metálicos e não ferrosos, minerais não metálicos, minério de ferro, produtos químicos inorgânicos, sal.
Categoria 5
Granel Sólido Agrícola
(GSA)
Açúcar, cereais, farelo de soja, arroz beneficiado e produtos derivados, arroz, café em grão, cana de açúcar, cereais, milho em grão, outros produtos e serviços de lavoura, produtos das usinas e do refino de açúcar, soja em grão, trigo em grão e outros cereais.
Fonte: Adaptado de ANTAQ, 2013.
4. 1. Análise dos Custos de Transporte e Levantamento das Empresas de Navegação e Estaleiros
Um dos principais objetivos do sistema logístico de transportes de cargas de um país
reside na escolha do modal de transporte mais eficiente, na simplificação e na praticidade
do escoamento da produção para o mercado interno e externo, ocasionando a redução dos
custos associados e incrementando a inserção competitiva do país no mercado interno e
externo. Nesse contexto, os custos logísticos tornam-se elementos de análise essenciais para
o estabelecimento de cenários econômicos, ambientais, de infraestrutura, de organização
do território e de planejamento do próprio sistema logístico do país.
Com relação aos demais modais, as vantagens da utilização do sistema hidroviário para
o transporte de cargas, em comparação ao ferroviário e, sobretudo, ao rodoviário, incluem:
o baixo custo de transporte, principalmente em se tratando de grandes volumes de cargas
e distâncias; os baixos custos de manutenção da via, uma vez que o transporte é realizado
em trechos naturais pré-existentes; o aspecto ambiental, pois trata-se de um sistema de
RelatóRio executivo 53
transporte com impactos ambientais mais moderados quando comparado aos demais
modais. Além disso, o sistema hidroviário impulsiona a utilização da multimodalidade,
estimulando a diversificação da própria matriz de transporte.
Os custos são variáveis imprescindíveis para a escolha de um modal e para o
planejamento de investimentos futuros em infraestrutura de transporte. Nesse sentido, a
intermodalidade apresenta-se como a melhor maneira de otimizar a oferta de transportes,
valendo-se do melhor de cada um dos elementos dos sistemas de transportes disponíveis
na movimentação de cargas e/ou passageiros, permitindo a redução dos custos envolvidos
e, consequentemente, do valor final das mercadorias. A análise detalhada dos custos de
transporte é fundamental para que se possa identificar as alternativas mais vantajosas de
acordo com o modal de transporte, com o tipo de carga movimentada e com o trajeto a
ser percorrido. Os estudos citados anteriormente (PNIH e PHE) demonstraram que o modal
hidroviário é uma possibilidade real de melhoria da qualidade da rede de transportes
nacional.
Para subsidiar o desenvolvimento do modelo de simulação logística necessário para
a delimitação da área de influência da HPP, foram levantados os custos de transporte em
cada um dos cinco países signatários para os modais rodoviário e ferroviário, além dos
custos de transporte na própria Hidrovia. Os custos de transbordo e as tarifas praticadas
em portos e terminais privados também foram identificados. A Figura 4.1 apresenta os
itens considerados para a composição dos custos de transporte.
Figura 4.1 – Fluxograma da Composição de Custos de Transporte.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo54
Considerando a classificação dos produtos nas cinco categorias de carga (Quadro 4.1),
os custos rodoviário e hidroviário foram analisados a partir dos custos fixos e variáveis,
com o intuito de padronizar um valor por quantidade de mercadoria transportada e por
distância equivalente percorrida. Os custos de carga geral referem-se ao transporte de
contêineres. O Quadro 4.2 resume os custos fixos e variáveis considerados.
Quadro 4.2 – Resumo dos Principais Custos Considerados na Composição dos Modais Rodoviário e
Hidroviário.
Custos Fixos Custos Variáveis
Gastos Relacionados à Remuneração de Capital Gastos com combustível/óleo/lubrificantes
Gastos com salários (condutor, mecânico, tripulação) Peças, acessórios e manutenção
Reposição de equipamentos/veículo (Espécie de depreciação)
Outras despesas variáveis (crédito de impostos, pneus)
Gastos com seguro e licenciamento -
Outras despesas fixas (crédito de impostos, pedágio, administrativo)
-
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
Diferente da estrutura de custos dos modais rodo e hidroviário, os custos ferroviários
não foram segmentados em custos fixos e variáveis, sendo divididos em quatro outros
grupos: via permanente (conjunto de camadas e elementos que compõem a via), operação,
mecânica e tecnologia (informatizada e embarcada).
Após a apresentação das composições dos custos dos modais, serão apresentados
gráficos comparativos das curvas de variação dos custos de cada categoria de mercadoria
por faixas de distância. Assim, foi possível analisar as faixas de distância nas quais cada
modal é potencialmente mais competitivo. Além disso, foram calculados os custos totais
para o transporte de diferentes volumes de mercadorias para algumas distâncias.
RelatóRio executivo 55
4. 1. 1. Diagnóstico do custo final rodoviário
O Uruguai é o país em que o custo variável do transporte rodoviário é representativo,
dado o elevado valor do combustível. Na Argentina, os custos fixos são mais expressivos,
dados os valores elevados dos seguros e dos salários. Observa-se que dentre os países
signatários, a Argentina apresenta os menores custos por TKU para o transporte rodoviário
de granéis sólidos e líquidos, devido à alta capacidade de carregamento do semirreboque
(bitrem) adotado no país, conforme apresentado no gráfico da Figura 4.2. Pelo mesmo
motivo, os custos brasileiros para o transporte rodoviário de granéis sólidos e líquidos
também são menores. No transporte de carga geral, os custos argentinos e brasileiros
aumentam consideravelmente por conta do menor volume de carga transportado.
No gráfico da Figura 4.2, pode-se comparar os custos por TKU conforme a categoria
da carga e o país. As categorias granel sólido e líquido agrícola apresentaram os mesmos
valores e, por esse motivo, não constam neste gráfico.
0,900
0,800
0,700
0,600
0,500
0,400
0,300
0,200
0,100
-
Custo Fixos Custo Variáveis
GS GL CG
Figura 4.2 – Custo de Transporte Rodoviário por Tonelada Quilômetro Útil, Conforme o País e a Categoria de Carga, para uma Distância de 1.000 km.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo56
4. 1. 2. Diagnóstico do custo final hidroviário (HPP)
Na Hidrovia Paraguai-Paraná o transporte de carga geral ocorre majoritariamente entre
a Argentina, o Paraguai e o Uruguai por meio de contêineres. O custo do transporte de
carga geral, por TKU, é elevado, posto que os contêineres transportam volumes menores
de toneladas comparativamente às demais categorias de carga. Por outro lado, o custo
de transporte de granéis sólidos é o mais baixo, dada a elevada capacidade do comboio-
tipo (24 mil toneladas) e maior extensão do percurso da viagem. Sinteticamente, quanto
maior o volume de cargas transportado em uma mesma embarcação com uma distância
maior, maior a pulverização dos custos fixos e, consequentemente menor o custo final do
transporte em TKU.
O transporte de granéis líquidos apresenta custos fixos e variáveis superiores aos do
granel sólido agrícola e, no entanto, apresenta um custo por TKU próximo ao que essa
categoria registra. Este fato justifica-se pela presença de carga de retorno no transporte
hidroviário de granel líquido, o que aumenta a tonelagem efetiva e reduz os custos por TKU.
55%
55%57%
54%
GSA GS GL CG
Custo �xo por TKU Custo variável por TKU
0,200
0,180
0,160
0,140
0,120
0,100
0,080
0,060
0,040
0,020
-
Figura 4.3 – Custo de Transporte Hidroviário (HPP) por Tonelada Quilômetro Útil, Conforme a Categoria de Carga e Distância AnalisadaFonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo 57
O gráfico da Figura 4.3 traz um comparativo dos custos de transporte para as quatro
categorias de carga7. Estes valores foram calculados, especificamente, para os percursos,
cenários e características (composição do comboio, o qual é especificado de acordo com
cada tipo de carga) específicos da Hidrovia Paraguai-Paraná.
A seguir, na Figura 4.4, são representados graficamente os custos por TKU para
diferentes distâncias de viagem, para o transporte das quatro categorias de carga na
Hidrovia8.
7 As categorias granel sólido e líquido agrícola apresentaram os mesmos valores e, por esse motivo, não constam neste gráfico.
8 As categorias granel sólido e líquido agrícola apresentaram os mesmos valores e, por esse motivo, não constam neste gráfico.
GSGSA GL CG
Km0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
0,000
0,1000,100
0,200
0,300
0,400
0,500
0,600
0,700
0,800
Figura 4.4 – Custo de Transporte Hidroviário (HPP) por Tonelada Quilômetro Útil por Faixa de Distância.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo58
Observou-se que para pequenas viagens o custo em reais por tonelada quilômetro útil
eleva-se consideravelmente, o que posiciona o modal hidroviário como o mais competitivo
e com a menor variação para distâncias superiores a 1.000 km.
4. 1. 3. Diagnóstico do custo final ferroviário
O custo referente à “via permanente” é praticamente o mesmo para todas as categorias
de carga transportadas e para todos os países do estudo, uma vez que é uma rubrica
que não depende da natureza da carga movimentada. Além do mais, os componentes
que integram os custos de “via permanente”, utilizados para a manutenção da via, são
importados e pagos em moeda internacional (US$), sendo por isso pouco influenciado pelas
variações dos preços do combustível dos países. Os componentes dos custos “mecânica”,
pelo mesmo motivo, também não apresentaram grande variação entre os países signatários,
contudo são inversamente proporcionais à quantidade de carga transportada: quanto maior
o volume movimentado, menor o custo por TKU. Tal fato justifica a forte participação desta
rubrica no transporte de carga geral, a carga com menor tonelagem cuja movimentação
ocorre em contêineres. O custo de “operação ferroviária” também varia conforme a
natureza da carga, sendo fortemente influenciado pelo consumo de combustível e, por
isso, representa parcela expressiva do custo ferroviário do país.
Ressalte-se que os cálculos foram realizados para três níveis diferentes de serviço
ferroviário, ponderados por um fator de intensidade que variou entre 0,9 e 1,4: o fator
1,0 corresponde a uma produtividade mensal de 80 milhões de TKU e os extremos
correspondem a, respectivamente, 10 milhões de TKU e 220 milhões de TKU. A Figura 4.5
apresenta um gráfico comparativo dos custos de transporte entre os países e os grupos de
carga. Assim como nos custos rodoviários, as categorias granel sólido e líquidos agrícola
apresentam os mesmos valores e, por isso, não foram apresentados no gráfico.
RelatóRio executivo 59
Via Permanente Mecânica Tecnologia Embarcada Operação
Granéis Sólidos Granéis Líquidos Carga Geral
0,2000
0,1800
0,1600
0,1400
0,1200
0,1000
0,0800
0,0600
0,0400
0,0200
0,0000
24%
38%
45%
28%
27%
41%
25%
33%
42%
27%
31%
38%
23%
39%
32%
25%
43%
36%
28%
35%
34%
26%
40%
35%
27%
38%
31%
24%
44%
25%
46%
28%
28%
51%
20%
27%
48%
25%
27%
49%
23%
25%
45%
29%
38%
Figura 4.5 – Custo de Transporte Ferroviário por Tonelada Quilômetro Útil, Conforme o País e o Tipo de Carga, para Fator de Intensidade 1,00.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
4. 1. 4. Comparativo entre os custos de transporte
Para todos os tipos de carga e em todos os países signatários, o custo do transporte
rodoviário é o mais expressivo, independente da distância percorrida. Os fatores que
mais influenciam esse perfil são a quantidade elevada de carga transportada (volume) e o
elevado custo dos combustíveis.
O custo ferroviário apresenta uma variação maior por categoria de carga transportada,
com exceção da rubrica de “via permanente”, que representa a estrutura necessária
para que o transporte ocorra, e que não é elástica à variação da quantidade de carga
transportada.
Pontua-se mais uma vez que o uso da Hidrovia no transporte de granéis sólidos é
vantajoso, posto que um comboio é capaz de carregar 300 vezes mais carga do que um
caminhão bitrem no transporte de granéis sólidos agrícolas. A diferença na capacidade
de transporte dos modais acentua-se no transporte hidroviário de granéis sólidos: um
comboio-tipo é capaz de transportar cerca de 700 vezes mais carga do que um caminhão
bitrem. O transporte de granéis líquidos também apresenta custos hidroviários mais
RelatóRio executivo60
competitivos em relação aos demais modais, dada a maior capacidade de transporte das
barcaças e a existência de carga de retorno na HPP. No transporte de carga geral, assim
como nos demais modais, o uso da Hidrovia torna-se mais oneroso e, proporcionalmente
às outras cargas, custo TKU é ainda maior, dado que o cálculo da tonelagem das cargas
gerais implica a multiplicação do número contêineres movimentados em um comboio (288
contêineres) pelo peso médio de 2 TEUs (cerca de 16 toneladas).
A Tabela 4.1 sintetiza a relação dos custos de transportes referentes às viagens de 1.000
km nos cinco países signatários, considerando o transporte mais oneroso como 100%.
Os valores calculados foram utilizados na construção da Matriz Oportunidade e também
podem subsidiar análises detalhadas das práticas regulatórias dos países signatários.
Tabela 4. 1 – Comparativo dos Custos de Transporte por Modal, País e Tipo de Carga.
Argentina Bolívia Brasil Paraguai Uruguai
Granel Sólido Agrícola
Rodoviário 100% 100% 100% 100% 100%
Ferroviário 38% 46% 48% 45% 38%
Hidroviário 13% 19% 18% 18% 13%
Granel Sólido
Rodoviário 100% 100% 100% 100% 100%
Ferroviário 38% 46% 48% 45% 38%
Hidroviário 18% 26% 25% 24% 18%
Granéis Líquidos
Rodoviário 100% 100% 100% 100% 100%
Ferroviário 39% 48% 52% 45% 36%
Hidroviário 26% 37% 37% 33% 24%
Carga Geral
Rodoviário 100% 100% 100% 100% 100%
Ferroviário 23% 35% 32% 34% 27%
Hidroviário 26% 45% 39% 42% 31%
*viagens de 1.000 kmFonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
4. 1. 5. Levantamento das empresas de navegação e estaleiros
Para o levantamento das empresas de navegação que atuam na Hidrovia Paraguai-
Paraná e suas respectivas frotas, foram coletados dados junto aos órgãos governamentais
dos países signatários, como a Administração Nacional de Portos (Uruguai), o Registro
Internacional Boliviano de Buques, a Prefeitura Naval Argentina e a Administração Nacional
de Navegação e Portos (Paraguai).
RelatóRio executivo 61
4. 2. Matriz Origem Destino e Market Share da Hidrovia Paraguai-Paraná
A Hidrovia Paraguai-Paraná é uma importante via de comércio do centro-sul do
continente sul-americano, interligando os cinco países signatários aos demais países do
mundo. Transporta, anualmente, milhões de toneladas de diferentes produtos, entre
commodities agrícolas e contêineres. A avaliação da amplitude e do volume das transações
comerciais existentes na Hidrovia e em seu entorno permitiu a identificação dos principais
produtos e rotas de interesse da via. Nesta seção será apresentada a definição da área de
influência da Hidrovia (AIHPP) nos países signatários, a identificação dos fluxos existentes
(Matriz Origem-Destino) e, por fim, a participação de cada país no total transportado nas
águas dos rios Paraguai e Paraná (Market Share da Hidrovia).
Para a definição das trocas comerciais, foi realizada a análise a partir de dois
enfoques. O primeiro abordou as trocas comerciais do mercado externo, em que foram
identificadas as exportações e importações dos países signatários com o restante do
mundo. O segundo enfoque abordou as trocas comerciais que ocorreram entre os países
signatários, contemplando as exportações entre eles. O Quadro 4.3 resume a classificação
das transações comerciais.
Das 88 empresas oriundas dos países signatários que atuam na Hidrovia Paraguai-
Paraná, 46 são paraguaias, 20 são argentinas, 11 são uruguaias, 7 brasileiras e 4 bolivianas.
Ressalte-se que algumas dessas 88 empresas identificadas são parceiras/filiais entre si,
dividindo suas frotas, como é o caso da Hidrovias do Brasil e suas subsidiárias Hidrovías
del Sur, Girocantex, Hidrovias del Paraguay. Outro aspecto que merece destaque é que,
além das empresas sediadas nos países signatários, identificou-se também empresas de
outras nacionalidades atuando na Hidrovia como, por exemplo, a peruana Navesur. A
fusão de empresas entre os países e a grande rotatividade de frota dificulta a atribuição
de bandeira às embarcações que operam na HPP.
Em relação às embarcações, identificou-se um total de 2.722 barcaças e 219 rebocadores
atuando na HPP. No levantamento dos estaleiros identificou-se um total de 7 no Uruguai,
7 na Argentina, 3 no Paraguai, 8 no Brasil e 1 na Bolívia.
RelatóRio executivo62
Quadro 4.3 – Classificação das Transações Comerciais dos Países Signatários da HPP.
Grupo da Transação Origem Destino Tipo de transação
Mercado externo de exportação
País signatário País externo Exportação
Mercado externo de importação
País externo País signatário Importação
Mercado interno País signatário País signatário Exportação
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
Em função da disponibilidade dos dados nos países signatários à época do início do
projeto, definiu-se 2015 como ano-base dos levantamentos.
TUP Granel Química Ladário
Fonte: Acervo UFPR/ITTI
RelatóRio executivo 63
4. 2. 1. Área de Influência
A configuração dos fluxos econômicos e a infraestrutura de transportes existente
influenciam o desenvolvimento de um país. Entretanto, na avaliação específica de uma via
comercial existente, algumas regiões exercem maior influência do que outras. O conjunto
das regiões mais importantes para a via é denominado área de influência (AI). RODRIGUE
(2017) define área de influência como:
“área de solo sobre o qual um terminal de transporte, tal como um porto, comercializa
seus serviços e interage com seus usuários. Ela responde pela participação regional
de mercado que um terminal tem em relação a um grupo de outros terminais que
atendem à região. Ela reagrupa todos os clientes diretamente vinculados ao terminal
e às áreas terrenas dos quais ela recebe e distribui tráfego. O terminal, dependendo
de sua natureza, serve como um espaço de convergência para o tráfego advindo
de estradas, ferrovias e meios aquaviários”9. (RODRIGUE, 2017, tradução nossa).
Considerando a rede multimodal e a concorrência entre os modais, delimitou-se a
extensão territorial da Hidrovia para a análise das transações e dos fluxos de transportes
existentes e planejados.
Dada a dimensão territorial dos cinco países, as regiões definidas na área de influência
desse estudo foram identificadas de acordo com: as divisões geográficas dos países, os
dados econômicos de transações comerciais (para o ano 2015) e as simulações de modelos
logístico e gravitacional. Assim, calculou-se a área de influência da Hidrovia Paraguai-
Paraná (AIHPP) de 4,95 milhões de km², considerando os pontos mais relevantes comuns
às análises logísticas, econométricas e econômicas (Figura 4.6).
9 “The hinterland is a land space over which a transport terminal, such as a port, sells its services and interacts with its users. It accounts for the regional market share that a terminal has relative to a set of other terminals servicing a region. It regroups all the customers directly bounded to the terminal and the land areas from which it draws and distributes traffic. The terminal, depending on its nature, serves as a place of convergence for the traffic coming by roads, railways or by sea/fluvial feeders”.
RelatóRio executivo 65
Na AIHPP em território argentino, computou-se 18 das 23 províncias que compõem
o país, o correspondente a 1,99 milhão de km². Na Bolívia, foram registrados 8 dos 9
departamentos existentes no país na AIHPP, que correspondem a 1,02 milhão de km². O
Paraguai e o Uruguai foram integralmente considerados na definição da área de influência da
Hidrovia, dadas as extensões territoriais (399,75 mil km² e 177,85 mil km², respectivamente)
e a disponibilidade dos dados relativos às transações comerciais. A definição da AIHPP
em território brasileiro exigiu um detalhamento maior dos dados, com a subdivisão dos
estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Paraná e Santa Catarina em
microrregiões, que totalizaram 44 microrregiões brasileiras, o equivalente a 1,35 milhão
de km². Os detalhes sobre as subdivisões territoriais da área de influência da Hidrovia
podem ser consultados no relatório “Matriz Origem-Destino e Market Share da Hidrovia
Paraguai-Paraná”, o Produto 1A disponibilizado na página da internet da Antaq.
Para fins de simulação logística e buscando resumir as possibilidades de interação
comercial entre as localidades, estabeleceu-se que cada área interna na área de influência
seria representada por um centroide, essencialmente a sede do município ou capital da
província, a depender da situação. Também foi necessário estabelecer centroides externos à
Hidrovia, abrangendo o restante do mundo, de acordo com as trocas comerciais existentes.
Dessa forma, os países que apresentaram trocas comerciais com os países signatários foram
representados pelo porto mais próximo e, posteriormente, nas análises comerciais, estes
portos foram referenciados com os continentes em que se localizavam.
A Figura 4.7 apresenta a localização dos 21 portos utilizados para a análise dos fluxos
das cargas identificadas nas transações comerciais externas à Hidrovia.
Figura 4.7 – Localização dos Portos Utilizados como Centroides Externos para o Estudo.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo66
4. 2. 2. Fluxo Comercial – Matriz Origem-Destino
O levantamento dos fluxos comerciais na AIHPP permitiu delinear a Matriz
Origem-Destino, identificando as trocas comerciais realizadas pelos países signatários,
independentemente do modal de transporte utilizado. Conforme a divisão apresentada
no Quadro 4.3, foram identificados os produtos de exportação e importação dos países
signatários para o mercado externo e os de exportação de um país signatário para os
demais signatários (mercado interno).10
Os dados comerciais de cada país signatário variavam de acordo com as características
e a disponibilidade das informações, sendo por isso necessário o estabelecimento de
critérios para a seleção dos produtos e a definição de quantidades mínimas para a utilização
do modal hidroviário no transporte de cargas. Posteriormente, as trocas comerciais foram
analisadas a partir do enfoque do mercado externo e do mercado interno. O fluxograma
apresentado na Figura 4.8 sintetiza as premissas do estudo.
Não integra a Matriz O/D
Área de In�uência e Fonte de Dados
Trocas comerciais Mercado Externo
Trocas comerciais Mercado Interno
Se quantidade do produto >10 mil toneladas e >1%
de representatividade
Se quantidade do produto >100 mil toneladas e >1%
de representatividade
Matriz Origem-Destino (O/D)
SIM
NÃO
Figura 4.8 – Fluxograma das Atividades Realizadas.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
10 Não houve a necessidade de se avaliar a importação, pois como as origens e os destinos entre os 5 países signatários são os mesmos, a importação de um país já está contemplada na exportação dos demais.
RelatóRio executivo 67
Para identificação dos fluxos comerciais que transitaram pela Hidrovia em 2015,
foram utilizadas as informações disponibilizadas pelos órgãos governamentais dos países
signatários, entre eles os dados oriundos do Instituto Nacional de Estatística e Censo
(INDEC) para a Argentina, do Instituto Nacional Estatístico (INE) para a Bolívia, do Sistema
de Análise das Informações do Comércio Exterior (AliceWeb), presente no site do Ministério
de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), para o Brasil, do Banco Central
do Paraguai (BCP) para o Paraguai, e para o Uruguai foram utilizadas as informações
da Direção Nacional de Aduanas do Uruguai, complementadas com as informações de
movimentação portuária da Administração Nacional de Portos do Uruguai (ANP).
Analisando as transações comerciais totais de cada país signatário (mercado externo e
mercado interno), identificou-se que a área de influência da Argentina na HPP (1,99 milhões
de km²) apresentou a maior movimentação, em torno de 92 milhões de toneladas. O Brasil
destacou-se em segundo lugar, com mais de 56 milhões de toneladas, em uma área de
influência de 1,35 milhões de km². A Tabela 4.2 apresenta o total de toneladas calculadas
para cada país e a participação deles em relação aos demais signatários.
Tabela 4. 2 – Movimentações Referentes à Matriz O/D – Área de Influência do Estudo.
País Milhões de toneladas Participação
Argentina 92,01 49,8%
Bolívia 6,122 3,3%
Brasil 56,35 30,5%
Paraguai 15,2 8,2%
Uruguai 14,91 8,1%
Total 184,6 100%
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
Uma vez identificados os produtos, foram analisadas as transações comerciais nos
mercados externo e interno. No mercado externo, foram estudadas as trocas comerciais de
cada país signatário perante os outros 211 países, totalizando 166,52 milhões de toneladas,
RelatóRio executivo68
11 O critério utilizado na identificação dos produtos a nível de mercado externo, considerou a necessidade do transporte de grandes volumes de carga do modal hidroviário. Assim, adotaram-se produtos que apresentassem volumes acima de 100 mil toneladas nas trocas comerciais e que representassem mais de 1% do total das exportações/importações do país em análise, para que correspondessem à demanda necessária para se propor o transporte fluvial. Seguindo o mesmo critério, porém em proporção menor, a seleção de produtos para as transações de mercado interno levou em consideração que o produto selecionado deve remeter a mais de 10 mil toneladas do total daquele produto nas trocas comerciais e que represente mais de 1% das exportações/importações do local em análise.
distribuídas entre os países signatários11, conforme a Figura 4.9. Essas movimentações dizem
respeito apenas ao mercado externo da área de influência, conforme definição ilustrada,
anteriormente, no Quadro 4.3.
Desse total, a Argentina é o país de maior fluxo com o mercado externo, movimentando
em sua área de influência cerca de 83,6 milhões de toneladas, dentre os produtos analisados
conforme os critérios de seleção estabelecidos pelo estudo. O Uruguai e o Paraguai
apresentaram movimentações semelhantes de 12,1 milhões de toneladas e 14,1 milhões
de toneladas, respectivamente. Na área de influência da Hidrovia em território brasileiro,
registrou-se a movimentação de mais de 50,8 milhões de toneladas e na Bolívia 5,8 milhões
de toneladas.
Ainda sobre a análise do mercado externo, a movimentação de granel sólido agrícola
foi destaque, concentrando quase 50% das movimentações de carga, seguida pela de
granel líquido agrícola (26%). Ainda, constatou-se um grande fluxo comercial dos países
signatários e Ásia e Europa, reforçando o potencial destas rotas na otimização do uso da
Hidrovia (Figura 4.10).
RelatóRio executivo 69
Figura 4.9 – Distribuição da Movimentação de Carga nos Países Signatários Conforme Matriz O/D para o Mercado Externo.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo70
Figura 4.10 – Participação dos Continentes nas Trocas Comerciais de Exportação e Importação com os Países Signatários.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo 71
Já no mercado interno, que abrange apenas as exportações de cada signatário para
os outros quatro, os fluxos do Brasil e da Argentina se destacaram. As exportações da
Argentina e do Brasil para os demais países signatários da Hidrovia podem ser observadas
na Figura 4.11. Das exportações da Argentina, 3% destinavam-se à Bolívia, 73% ao Brasil,
7% ao Paraguai e 17% foram destinadas ao Uruguai.
AR BO BR PY UY
17%
7%
73%
3%
9%
18%
73%
1%
12%
3%
84%
14,6%
66%
0,4%
19%
11%
70%
19%
AR BO BR PY UY
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Figura 4.11 – Fluxo de Exportação entre os Países Signatários.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
Assim como na análise da Matriz O/D para o mercado externo, as cargas movimentadas
no mercado interno também se concentraram na categoria granel sólido agrícola. Tal
situação comprova a grande troca comercial de granéis sólidos agrícolas entre os países
signatários, como, por exemplo: soja, trigo, malte, cevada, arroz, milho, dentre outros.
Buscando sintetizar as informações analisadas, a Tabela 4.3 apresenta o volume
comercializado, o número de produtos e a principal categoria para cada país e para a
Hidrovia como um todo.
RelatóRio executivo72
Tabela 4. 3 – Resumo do Levantamento do Fluxo de Transporte na Área de Influência.
Dados/Países Argentina Bolívia Brasil Paraguai Uruguai HPP
Quantidade (milhões de toneladas)
Mercado externo
Exportação 74,58 3,79 47,28 10,24 11,71 147,6
Importação 9,00 2,01 3,52 1,95 2,41 18,89
Mercado interno
Exportação 8,43 0,32 5,55 3,01 0,79 18,11
Total 92,01 6,12 56,35 15,20 14,91 184,60
Quantidade de produtos
avaliados
Mercado externo
Exportação 44 17 19 9 7 77
Importação 13 83 27 21 12 131
Mercado interno
Exportação 46 6 31 19 19 91
Principal Categoria
Mercado externo
ExportaçãoGranel Sólido
Agrícola
Granel Líquido Agrícola
Granel Sólido
Agrícola
Granel Sólido
Agrícola
Carga Geral
Granel Sólido
Agrícola
ImportaçãoGranel Líquido
Carga Geral
Granel Sólido
Granel Sólido
Granel Líquido
Granel Líquido
Mercado interno
ExportaçãoGranel Sólido
Agrícola
Carga Geral
Granel Sólido
Granel Sólido
Agrícola
Granel Sólido
Agrícola
Granel Sólido
Agrícola
FonteE: Elaborado por UFPR/ITTI.
4. 2. 3. Market Share
A partir da identificação dos principais produtos e transações comerciais realizadas
na área de influência da Hidrovia, verificou-se a distribuição das trocas comerciais que
ocorreram na via, denominada Market Share da Hidrovia Paraguai-Paraná (MSHPP).
O termo Market Share significa “participação de mercado” e indica a representatividade
de um produto no âmbito de determinado mercado (NOVAES, 1995). O MSHPP abrange
os fluxos comerciais que ocorreram na Hidrovia em 2015, ano base do estudo em função
da disponibilidade dos dados dos países signatários. O MSHPP permite também avaliar a
participação da Hidrovia frente à matriz de transportes de carga nos países, comparando-a
com a de outras hidrovias e demais modais.
RelatóRio executivo 73
Para a identificação das movimentações de cargas na Hidrovia em 2015 foram
utilizadas as mesmas fontes da Matriz O/D, incluindo os dados da Antaq para o Brasil.
Esse levantamento identificou a movimentação de 83,09 milhões de toneladas em 2015
na Hidrovia.
A análise das transações por país revelou que a Argentina movimentou 64,6 milhões
de toneladas de cargas pela HPP em 2015 (78% do total), com um expressivo fluxo de
exportações de produtos argentinos para o mercado externo da Hidrovia, totalizando
57,20 milhões de toneladas, com destaque para as movimentações de óleo de soja e seus
derivados, milho e soja. As importações argentinas atingiram um patamar de 4,29 milhões
de toneladas, tendo fertilizantes, óleo de petróleo, hulha e outros combustíveis sólidos
como principais produtos. No mercado interno, a Argentina é a segunda maior exportadora
de cargas, com mais de 3 milhões de toneladas. O principal produto comercializado foi o
trigo, cerca de 2,38 milhões de toneladas.
A Bolívia transportou um milhão de toneladas pela Hidrovia (1%), com as exportações
de óleo de soja e seus derivados para o mercado externo representando 97% desse total.
A participação brasileira no Market Share da Hidrovia foi pequena, movimentando 4,47
milhões de toneladas em 2015 (5% do total da Hidrovia). No Brasil não foram registradas
exportações e importações do mercado externo pela Hidrovia Paraguai-Paraná. Apenas
foram registradas exportações de 4,47 milhões de toneladas para o mercado interno. O
minério de ferro foi o produto com maior representatividade nessas exportações (88,24%),
seguido pelo minério de manganês (10,59%). Os demais produtos foram açúcares de cana,
óleos de petróleo e ferro fundido bruto.
O Market Share paraguaio na Hidrovia foi de 12,97 milhões de toneladas (16% do total
da Hidrovia), dentre exportações e importações nos mercados interno e externo, com o
volume exportado concentrando 80% dos fluxos comerciais. Dos 314 produtos exportados
para o mercado externo, soja e milho apresentaram os maiores volumes, com 47% e 29%,
respectivamente. Na importação (2,5 milhões de toneladas), destacaram-se os óleos de
petróleo e fertilizantes. O Paraguai apresentou transações comerciais com todos os países
signatários, comercializando 84 produtos, principalmente para o Brasil e Argentina. Ao todo
o Paraguai exportou para o Brasil e a Argentina 1,6 milhão de toneladas, concentradas
entre o trigo (40%) e o óleo de soja (32%).
O Uruguai, localizado a jusante da HPP, é um caso especial para a definição do Market
Share, visto que o levantamento das trocas comerciais para o estudo foi realizado a partir
dos dados aduaneiros de cada signatário e, para o Uruguai, a maioria das transações
RelatóRio executivo74
ocorrem fora da Hidrovia ou no último porto nela localizado (Nueva Palmira). Dessa forma,
foram consideradas para o Market Share do Uruguai apenas as cargas no sentindo jusante/
montante da Hidrovia, avaliadas como trocas comerciais do mercado interno, totalizando
mais de 52 mil toneladas para a Argentina e o Paraguai. Estabeleceu-se que as transações
destinadas ao mercado externo do Uruguai não integraram as movimentações da Hidrovia.
Dada a visão geral das trocas comerciais a partir da definição do Market Share da
Hidrovia, a Tabela 4.4 apresenta um resumo das movimentações realizadas por cada país
signatário.
Tabela 4. 4 – Movimentação e Participação dos Países Signatários – 2015.
Dados/Países Argentina Bolívia Brasil Paraguai Uruguai MSHPP
Quantidade (milhões de toneladas)
Mercado externo
Exportação 57,20 0,938 - 8,90 - 67,04
Importação 4,29 0,032 - 2,45 - 6,77
Mercado interno
Exportação 3,11 0,029 4,47 1,62 0,0523 9,28
Total 64,60 1,00 4,47 12,97 0,0523 83,09
Participação no volume alocado na Hidrovia
77,75% 1,20% 5,38% 15,61% 0,06% 100%
Quantidade de produtos
avaliados
Mercado externo
Exportação 281 2 - 314 - 444
Importação 434 1 - 928 - 954
Mercado interno
Exportação 92 3 4 84 144 248
Principal Categoria
Mercado externo
ExportaçãoGranel Líquido Agrícola
Granel Líquido Agrícola
-Granel Sólido
Agrícola-
Granel Líquido Agrícola
ImportaçãoGranel Sólido
Granel Líquido
- -Granel Sólido
Mercado interno
ExportaçãoGranel Sólido
Agrícola
Granel Líquido Agrícola
Granel Sólido
Granel Sólido
Agrícola
Granel Sólido
Granel Sólido
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
Para identificar a participação da Hidrovia na área de influência foi realizada uma
análise comparativa entre o Market Share e o volume total comercializado por cada país
para o ano de 2015.
O volume total comercializado por cada país teve a mesma fonte de dados utilizada no
levantamento dos fluxos de transportes por meio da Matriz O/D. Entretanto, diferentemente
RelatóRio executivo 75
do levantamento dos fluxos de transportes na AIHPP que incluiu apenas os produtos
selecionados a partir dos critérios estabelecidos pelo estudo, o volume total comercializado
incluiu todos os produtos transacionados pelos países signatários.
Considerando apenas o volume de transações comerciais que ocorreram dentro da área
de influência, verificou-se que 56,61% do volume dos produtos da Argentina transitaram
pela Hidrovia. Na Bolívia o valor foi de 12,22%. No Brasil identificou-se uma participação
de 7,74%. Paraguai e Uruguai, cujos territórios encontram-se integralmente na AIHPP,
apresentaram participações de 76,85% e 0,28%, respectivamente.
Avaliando a participação dos signatários em função do mercado externo e interno, a
Tabela 4.5 apresenta o volume comercializado na AIHPP a partir dos critérios de seleção
do estudo, do Market Share da Hidrovia em 2015, dos produtos totais comercializados
na área de influência e da participação (%) da Hidrovia na movimentação de todos esses
produtos (Market Share/Total Comercializado em 2015).
Tabela 4. 5 – Participação da HPP no Total Comercializado por País.
Países/Dados (106 t)Fluxos na AI (Matriz O/D)
Market share
Total comercializado
em 2015
Participação HPP
Argentina
Mercado externo
Exportação 74,58 57,23 77,05 74,27%
Importação 9 4,29 25,96 16,52%
Mercado interno
Exportação 8,43 3,11 11,15 27,89%
Bolívia
Mercado externo
Exportação 3,79 0,94 4,52 20,79%
Importação 2,01 0,03 3,24 0,92%
Mercado interno
Exportação 0,32 0,03 0,42 7,14%
Brasil
Mercado externo
Exportação 47,28 - 48,22 -
Importação 3,52 - 3,97 -
Mercado interno
Exportação 5,55 4,47 5,59 79,96%
Paraguai
Mercado externo
Exportação 10,24 8,91 10,81 82,42%
Importação 1,95 2,45 2,73 89,74%
Mercado interno
Exportação 3,01 1,62 3,35 48,35%
Uruguai
Mercado externo
Exportação 11,71 - 13,49 -
Importação 2,41 - 3,34 -
Mercado interno
Exportação 0,79 0,05 1,05 4,76%
Total Geral 184,6 83,1 214,9 38,66%
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo76
4. 3. Matriz de Oportunidades da Hidrovia Paraguai-Paraná
Considerando as informações relativas à participação de cada país na Hidrovia, foi
importante verificar quais eram as perspectivas comerciais para os próximos anos. A
construção da Matriz de Oportunidades objetivou a identificação dos fluxos logísticos
dos produtos com potencial hidroviário em termos de transporte de carga para a Hidrovia
Paraguai-Paraná. Para a sua elaboração foram utilizadas as informações e resultados obtidos
nos demais tópicos do estudo, a exemplo dos custos de transporte (Seção 4.2) e das
transações selecionadas na matriz O/D de transporte (Seção 4.1).
As informações serviram como dados de entrada para um programa de simulação
logística de transporte de cargas (Seção 4.3.1), que seleciona o caminho de menor custo
logístico para um determinado par O/D. Isso possibilitou a seleção de uma gama de
produtos com potencial de transporte pela Hidrovia Paraguai Paraná. Ao todo foram
selecionados 24 produtos potenciais, em termos de exportação e de importação. Para
cada produto potencial foi realizada uma projeção econômica até o horizonte de 2030,
sendo comentado posteriormente na seção 4.3.2. Por fim, a Seção 4.3.3 resume a análise
da Matriz de Oportunidades em função dos fluxos logísticos, produtos potenciais e suas
projeções.
A Figura 4.12 apresenta um fluxograma da metodologia utilizada para a composição
da Matriz de Oportunidades da Hidrovia Paraguai-Paraná.
Simulações logísticas por caminhos mínimos
(SIGTAQ)
Produtos com potencial hidroviário atual e
projetado
Matriz de Oportunidades da Hidrovia
Paraguai-Paraná
Custos operacionais por tipo de carga
Matriz O/D do transporte de carga da aérea de
in�uência
Malha viària de transporte
Figura 4.12 – Metodologia Utilizada para Composição da Matriz de Oportunidades.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo 77
4. 3. 1. Simulações Logísticas
A ferramenta computacional utilizada para as simulações logísticas foi o SIGTAQ,
desenvolvida em parceria entre a Antaq/LabTrans/UFSC no âmbito do PNIH (ANTAQ,
2013). Para a alocação dos pares O/D na funcionalidade logística de caminhos mínimos, foi
utilizada a malha de transportes do ano-base de 2015 dos cinco países signatários, acrescida
da matriz de transportes do Chile e do Peru e da revisão da malha viária brasileira. A partir
dessas informações foi possível realizar a composição das malhas multimodais, elementos
básicos para a composição de simulações logísticas de carga.
Por conseguinte, as simulações logísticas do transporte de cargas possibilitaram
avaliar as movimentações de carga na Hidrovia, porém foram necessárias adaptações nos
parâmetros de entrada do programa. Tanto a malha de infraestrutura quanto os parâmetros
de frete e de movimentação das cargas nos portos e terminais foram adaptados e unificados
para a realização de uma análise que compreendesse toda a Hidrovia Paraguai-Paraná.
Além disso, foram adicionadas outras informações como o custo/tempo de transbordo
e de armazenagem nos portos marítimos/fluviais e terminais ferroviários, a perda de carga
relacionada ao processo de transporte e o tempo de operação do modal de transporte,
entre outros. O Quadro 4.4 apresenta os parâmetros de entrada utilizados para a
composição de uma simulação logística efetuada pelo SIGTAQ.
Quadro 4.4 – Parâmetros de Entrada no Programa SIGTAQ.
PARÂMETROS DE ENTRADA
Perda de carga (%) Alíquota de seguro (%) Velocidade média (km/h)
Tempo de operação (h/dia) Número de dias úteis por ano Frete simplificado (R$/unidade)
Taxa de imobilização de capital (% a.a)
Valor agregado de carga (R$/unidade)
Terminais Rodo/Ferro/Hidro - Tempo de transbordo (h)
Terminais Rodo/Ferro/Hidro - Custo de transbordo (R$/t)
Terminais Rodo/Ferro/Hidro - Tempo de armazenagem (dias)
Terminais Rodo/Ferro/Hidro - Custo de armazenagem (R$/t.dia)
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo78
Em relação aos fluxos logísticos, a rota comercial (caminho) selecionada pelo modelo
foi multimodal, possibilitando diferentes percursos, como apresentado no exemplo da
Figura 4.13 para um produto com origem na região de influência da Hidrovia Paraguai
Paraná e destinado a outros continentes.
Figura 4.13 – Exemplo de Simulação Logística pelo SIGTAQ e Parâmetros de Entrada.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
Após as simulações, foi possível elencar os principais produtos movimentados, dos quais
95% foram representados por 24 produtos únicos, sendo 18 produtos para a exportação e
8 para a importação. A Tabela 4.6 apresenta os produtos selecionados e sua classificação
por categoria de carga.
As categorias que apresentaram maior participação nas exportações foram as de granel
sólido agrícola e de granel líquido agrícola, com um montante de cerca de 120 milhões
de toneladas, o equivalente a cerca de 84% do total transportado. Uma das justificativas
desses resultados reside na facilidade do transporte desses produtos pelas barcaças, na
não perecibilidade da carga, no baixo valor agregado e na possibilidade de transporte
em grandes volumes. Já para as importações, identificou-se a predominância da categoria
granel líquido e granel sólido, com representação de 46% e 42%, respectivamente.
RelatóRio executivo 79
Tabela 4. 6 – Seleção dos Produtos de Interesse para a Hidrovia Paraguai-Paraná (Por Tipo de Carga).
EXPORTAÇÃO
Produto GSA GLA CG GS GL
Milho
Soja
Trigo
Cevada
Arroz
Sorgo de grão
Açúcares de cana e derivados
Resíduos da extração do óleo de soja
Óleo de soja
Madeira, carvão vegetal e obras de madeira
Sêmeas e farelos
Automóveis
Carnes e miudezas, comestíveis
Algodão
Minérios de ferro
Minérios de zinco
Minérios de manganês
Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos (refinados)
IMPORTAÇÃO
Produto GSA GLA CG GS GL
Corindo artificial
Automóveis
Leite e seus derivados
Adubos ou fertilizantes
Hulhas e briquetes
Cimentos Hidráulicos
Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos (refinados)
Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos (brutos)
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo80
4. 3. 2. Projeções econômicas dos produtos com potencial hidroviário
Tão importante quanto identificar o potencial hidroviário dos produtos e sua
movimentação para o cenário-base de 2015, foi avaliar a demanda futura dessa
movimentação, permitindo estimar a capacidade de transporte de produtos pela Hidrovia
para horizontes futuros. A identificação do potencial hidroviário da via pode também balizar
futuros investimentos para o aprimoramento do sistema de transportes e da infraestrutura
da Hidrovia Paraguai-Paraná, contribuindo para o fortalecimento da integração comercial
entre os países signatários.
Para isso, utilizou-se um método estatístico-econômico para realizar as projeções
econômicas dos produtos que compunham a Matriz de Oportunidades da Hidrovia.
As projeções foram realizadas a partir de dados de exportação e importação dos
países signatários (de acordo com o produto potencial). A metodologia escolhida para
as projeções econômicas foi dividida em três etapas: (i) triagem das principais origens
e destinos (países) dos produtos identificados com potencial hidroviário, seguida de (ii)
associação dos indicadores macroeconômicos a esses países e verificação da correlação
da série histórica dos indicadores com o histórico de movimentação do produto potencial
e com os indicadores entre si, e a (iii) realização da projeção econômica por meio de um
Modelo de Regressão Linear Múltipla (MRLM) para um horizonte de 15 anos.
Considerando os produtos com potencial hidroviário, estimou-se que, em 2030, a
movimentação da Hidrovia seria de 287 milhões de toneladas, com uma taxa de crescimento
médio de 4,6% ao ano para as cinco categorias de carga selecionadas. Os produtos
pertencentes às categorias carga geral e granel líquido apresentaram as maiores taxas
anuais de crescimento. A Tabela 4.7 apresenta o crescimento estimado para as diferentes
categorias analisadas.
Tabela 4. 7 – Crescimento Potencial para cada Categoria de Carga.
Tipo de Carga Crescimento médio anual Potencial 2030 (mi. t)
Granel Sólido Agrícola 4% 145,44
Granel Líquido Agrícola 5% 83,07
Carga Geral 5% 27,40
Granel Sólido 3% 15,94
Granel Líquido 6% 15,42
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo 81
Com o intuito de complementar a análise da Matriz de Oportunidades, foi realizado um
diagnóstico macroeconômico dos países signatários, tendo como referência o ano de 2015.
O contexto internacional mais heterogêneo e menos otimista em relação à inflação,
ao panorama fiscal e à liquidez internacional balizou a análise econômica da série histórica
dos produtos e da construção das projeções para a Hidrovia Paraguai-Paraná.
Sob um panorama geral, observou-se que após anos de desaceleração, incluindo
dois períodos de recessão, a América Latina iniciou um processo de recuperação. No
entanto, os anos de estagnação econômica embargaram o progresso social. O sistema
de transporte de cargas no continente sofreu também com os elevados custos logísticos,
o envelhecimento da infraestrutura inadequada e a necessidade de mais investimentos
em capital humano.
Nesse contexto, as dificuldades econômicas dos países signatários afetaram os
resultados das projeções, particularmente a partir de 2014, quando a instabilidade política
e econômica do Brasil se acentuou.
4. 3. 3. Análise dos fluxos logísticos e dos produtos com potencial hidroviário
As simulações logísticas realizadas pelo SIGTAQ calcularam, aproximadamente, 135
milhões de toneladas exportadas e 12 milhões de toneladas importadas no cenário base
de 2015 pela Hidrovia.
A partir da identificação do volume transportado pela Hidrovia em 2015, verificou-
se que as categorias de maior participação nas exportações foram os granéis sólidos
agrícolas e os granéis líquidos agrícolas, totalizando cerca de 120 milhões de toneladas
e 89% do total transportado. Para a importação, as categorias granel líquido e granel
sólido foram destaque, concentrando cerca de 84% do total movimentado, o equivalente
a aproximadamente 10 milhões de toneladas12. A Figura 4.14 apresenta a distribuição do
volume transportado por categoria de carga e por tipo de movimentação.
12 Na análise do mercado interno da HPP, as importações foram desconsideradas, uma vez que as importações de um país signatário já estão contabilizadas nas exportações dos demais signatários.
RelatóRio executivo82
Figura 4.14 – Distribuição do Potencial de Movimentação de Produtos da HidroviaParaguai-Paraná por Categoria de Carga em 2015.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
A análise dos resultados por país ratificou a competitividade e a potencialidade de
incremento do uso da Hidrovia Paraguai-Paraná para o transporte de cargas do Brasil.
A Hidrovia apresenta-se como uma alternativa viável para o escoamento de cargas da
Região Centro-Oeste, principalmente para o estado de Mato Grosso do Sul e algumas
microrregiões do Mato Grosso localizadas abaixo do Paralelo 16. A opção beneficiaria o
escoamento das commodities agrícolas como milho, soja e açúcar, além da exportação
do minério de ferro. A infraestrutura existente nos demais países também poderia ser
utilizada, em termos de infraestrutura portuária, de manutenção do canal de navegação
e até mesmo das redes multimodais de transporte.
Ainda em relação ao Brasil, foram identificadas as potencialidades para as cargas gerais,
em especial para o algodão e o produto “carnes e miudezas, comestíveis”. São produtos
que estão na área de influência brasileira da Hidrovia Paraguai-Paraná e que possuem
potencial de expansão já ratificado por estudos de instituições brasileiras, como o IBGE,
o IPEA e a ABIEC. Entretanto, devido à falta de infraestrutura brasileira na Hidrovia para a
movimentação de carga geral, as simulações logísticas para o cenário base favoreceram
o transporte dessa categoria pelos modais ferroviário e rodoviário. A inserção de portos
RelatóRio executivo 83
com capacidade para manuseio de carga geral, além da construção e/ou melhoria dos
acessos rodo e ferroviário até essas instalações portuárias poderia elevar o potencial de
movimentação desses produtos pela Hidrovia.
Dos signatários, a Argentina é o país que mais utiliza a Hidrovia Paraguai-Paraná,
valendo-se de sua localização geográfica de porta de entrada e/ou saída para o Oceano
Atlântico. Além disso, o país a utiliza de maneira mais eficiente, apresentando sistemas de
produção, de beneficiamento e de exportação localizados próximos à Hidrovia (como, por
exemplo, as plantas industriais de esmagamento da soja). Por fim, a Argentina apresentou o
maior potencial de movimentação para o ano base de 2015, assim como para as projeções
dos horizontes até 2030, sendo responsável por 51,1% das exportações e 71,9% das
importações potenciais da HPP.
A Bolívia apresentou potencial de crescimento de realização de trocas comerciais pela
Hidrovia, a despeito de seu baixo volume transportado. Na exportação, o país apresentou
um potencial de 0,3% do total da Hidrovia em 2015, sendo que um único produto, o minério
de zinco, foi responsável por cerca de 80% dessa movimentação (340 mil toneladas). Já a
importação apresentou uma gama maior de produtos transportados, movimentando 1,4%
do total de importação da Hidrovia, mas com volumes individuais dos produtos inferiores
a 100 mil toneladas.
O Paraguai utiliza intensamente a via devido a sua posição geográfica, que atravessa
a região central do país, permitindo à Hidrovia posicionar-se como uma rota essencial às
exportações e importações paraguaias. O país posiciona-se como o terceiro maior potencial
exportador de cargas pela Hidrovia, totalizando 12,7 milhões de toneladas exportadas,
além de concentrar 6,1% do total de importações da Hidrovia.
O potencial de exportação do Uruguai no mercado interno da HPP deve-se também
à sua posição geográfica, que permite ao país redistribuir as cargas (entre granéis, carga
geral solta e conteineirizada) advindas do exterior para os demais países signatários,
as recebendo de países a montante e/ou do comércio exterior e as transferindo para
embarcações oceânicas em seus portos. Para 2015, identificou-se um potencial para
o transporte de 14,1 milhões de toneladas. A Figura 4.15 apresenta a distribuição dos
potenciais de movimentação por país signatário para os produtos selecionados.
RelatóRio executivo84
Figura 4.15 – Distribuição do Potencial de Movimentação Atual de Carga entre os Países Signatários da Hidrovia Paraguai-Paraná.Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
A partir do volume total transportado pela Hidrovia para o ano de 2015 calculado
pelas simulações logísticas (considerando todos os pares O/D), foi possível verificar que
poderiam ter sido movimentadas pela via um total de 155,22 milhões de toneladas, ao
passo que o Market Share identificou uma movimentação atual de 83 milhões de toneladas
para o ano de 2015. Ao analisarmos as movimentações por país, observou-se um potencial
de cerca de 72 milhões de toneladas, ratificando o baixo aproveitamento da Hidrovia
Paraguai-Paraná (Tabela 4.8).
Tabela 4. 8 – Potencial Hidroviário Atual do Transporte de Cargas dos Signatários.
PaísVolume alocado na Hidrovia Paraguai-
Paraná (SIGTAQ) (mi t)
Volume alocado na Hidrovia Paraguai-Paraná
(Market share) (mi t)
Potencial hidroviário atual da Hidrovia Paraguai-Paraná (mi t)
Argentina 84,81 64,6 20,21
Bolívia 1 1 -
Brasil 40,22 4,47 35,75
Paraguai 14,27 12,97 1,3
Uruguai 14,92 0,05 14,87
Total 155,22 83,05 72,13
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo 85
Na análise do potencial dos produtos movimentados, milho, soja e resíduos da extração
do óleo de soja foram destaque, representado cerca de 70% do potencial total da Hidrovia
para o ano de 2030, com a expectativa de crescimento médio anual de exportação de
aproximadamente 5%. Os principais países exportadores potenciais desses três produtos
são Brasil, Argentina e Paraguai, ratificando a importância dos mesmos na dinâmica do
transporte de cargas na HPP.
A potencialidade da exportação da madeira e seus manufaturados com origem no
Uruguai também merece destaque, uma vez que a participação do setor madeireiro na
parcela do PIB uruguaio vem crescendo a uma taxa média de 7,8% na última década e as
projeções do estudo acompanham este crescimento (URUGUAY XXI, 2017).
Para a importação, o destaque em termos de potencial pode ser atribuído aos óleos
de petróleo ou de minerais betuminosos (refinados), com uma estimativa de transporte
de 7,65 milhões para 2030. A Argentina é um dos países que registrou uma redução nas
exportações desse produto e um crescimento na importação (50% do total estimado),
seguida pelo Paraguai e pela Bolívia.
Ao todo foi estimada uma movimentação potencial de aproximadamente 287 milhões
de toneladas na Hidrovia Paraguai-Paraná, no ano de 2030, para os produtos com potencial
hidroviário, sendo Argentina e Brasil os detentores dos maiores valores. O potencial
de crescimento encontrado para esses produtos foi de 5% ao ano, cuja projeção está
apresentada na Tabela 4.9.
Comboio Minério de Ferro
Fonte: Acervo Antaq
RelatóRio executivo86
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7.68
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287.
285.
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60
RelatóRio executivo 87
Tabela 4. 10 – Distribuição do Potencial Hidroviário dos Produtos Selecionados para Diferentes Horizontes
na HPP, em Milhões de Toneladas.
NCM ProdutoPotencial atual
(mi t)
Potencial 2020(mi t)
Potencial 2025(mi t)
Potencial 2030(mi t)
Categoria
1005 Milho 35,29 45,20 58,74 76,02
GSA
1201 Soja 31,78 42,84 48,20 53,85
1006 Arroz 1,29 1,45 1,78 2,15
1001 Trigo 4,89 5,08 5,36 5,82
1003 Cevada 1,30 1,53 2,29 3,04
1007 Sorgo de grão 0,95 1,72 2,50 2,75
1701 e 1702
Açúcares de cana e derivados
1,34 1,40 1,59 1,81
2304Resíduos da extração do óleo de soja
34,72 45,17 58,52 72,59GLA
1507 Óleo de soja 6,58 7,72 8,73 10,48
2818 Corindo artificial 0,43 0,51 0,62 0,76
CG
4401 a 4412
Madeira, carvão vegetal e obras de madeira
7,39 10,65 13,79 16,44
2302 Sêmeas e farelos 2,40 3,42 4,52 5,59
8701 a 8716
Veículos automóveis, suas partes e acessórios
0,75 0,75 0,81 0,88
5201 Algodão 0,94 1,00 1,06 1,01
0201, 0203 e 0207
Carnes e miudezas comestíveis
1,41 2,00 2,32 2,60
402 Leite e seus derivados 0,09 0,11 0,13 0,14
2601 Minério de ferro 3,90 4,59 5,35 6,21
GS
2608 Minério de zinco 0,34 0,28 0,32 0,35
2602 Minério de manganês 0,56 0,84 1,01 1,18
3101 a 3105
Adubos ou fertilizantes
2,34 2,49 2,64 2,79
2701 Hulhas e briquetes 1,91 2,02 2,29 2,55
2523 Cimentos hidráulicos 0,62 1,40 2,10 2,86
2709Óleos de petróleo ou minerais betuminosos (brutos)
2,11 3,80 5,37 7,77GL
2710Óleos de petróleo ou minerais betuminosos (refinados)
4,70 4,41 5,85 7,65
Total 148,03 190,36 235,88 287,29
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.
RelatóRio executivo 89
5. EIXO REGULATÓRIO
O estudo do eixo regulatório contemplou a análise das diferenças regulatórias entre os
países signatários do Acordo de Transporte pela Hidrovia Paraguai-Paraná, apresentando
as possíveis vantagens competitivas e as necessidades de adequações no âmbito jurídico-
institucional. O estudo abordou a legislação específica de cada país signatário em relação
a diferentes aspectos relativos à navegação na Hidrovia, como: a formação de tripulação, a
autorização de empresas de navegação, os programas de financiamento, as instalação de
estaleiros, a segurança de tráfego, as restrições sanitárias e aduaneiras, as restrições dos
órgãos ambientais, os encargos tributários e trabalhistas, os requisitos para implantação
de terminais hidroviários ou outras estruturas de transbordo, as restrições para cargas de
passagem e os requisitos para importação de embarcações.
A Seção 5.1 a seguir apresenta o diagnóstico da prática regulatória, seguida pela
seção 5.2 que traz o estudo de caso de implantação de uma empresa de navegação nos
cinco países signatários. Os detalhes sobre o desenvolvimento deste capítulo podem ser
consultados no relatório “Diagnóstico da Prática Regulatória da Hidrovia Paraguai-Paraná”
(Produto 3A) e do “Estudo de Caso” (Produto 3B), disponibilizados na página da internet
da Antaq.
5. 1. Diagnóstico da Prática Regulatória da Hidrovia Paraguai-Paraná
O Acordo de Transporte Fluvial pela Hidrovia Paraguai-Paraná é a legislação soberana
que rege todos os princípios e especificações do transporte fluvial na Hidrovia, assinado em
1992 na Argentina e internalizado em 1998 pelo Brasil através do Decreto nº 2.716. Esse
Acordo prevê a eliminação de todos os entraves e restrições administrativas, regulamentares
e de procedimento, visando desenvolver um comércio fluído e uma atividade fluvial eficiente,
reafirmando o princípio da livre navegação dos rios. O seu objetivo principal é facilitar a
navegação fluvial, em sentido longitudinal, promovendo o transporte comercial ao longo
dos trechos internacionais da Hidrovia, no âmbito do Tratado da Bacia do Prata, mediante
o estabelecimento de um marco normativo comum que favoreça o desenvolvimento, a
modernização e a eficiência das operações, facilitando e permitindo o acesso em condições
competitivas aos mercados interno e externo à Hidrovia. Tratados dessa natureza são a
essência de projetos de Mercados Comuns, a exemplo da União Europeia.
RelatóRio executivo90
O Acordo abrange os rios Paraguai e Paraná, incluindo os diferentes afluentes, desde
Cáceres (Brasil) até Nueva Palmira (Uruguai) e o canal do Tamengo, afluente do rio Paraguai
compartilhado entre Bolívia e Brasil nas imediações das cidades de Corumbá (Brasil) e
Puerto Quijarro (Bolívia) (ALADI, 1992).
Na sua totalidade, o Acordo é regido por 14 regulamentos, a saber:
I. Transporte de mercadorias sobre cobertura;
II. Balizamento;
III. Glossário uniforme dos serviços portuários;
IV. Prevenção de Abordagens;
V. Determinação da arqueação das embarcações;
VI. Plano de comunicação para segurança na Hidrovia;
VII. Regime único de dimensões máximas para os comboios;Borda-Livre e estabilidade
para as embarcações;
VIII. Requisitos comuns de matrícula;
IX. Reconhecimento, inspeções e certificados de segurança para as embarcações;
X. Regime único de infrações e sanções;
XI. Regime uniforme para exercer a pilotagem;
XII. Planos de formação e capacitação para o pessoal embarcado;
XIII. Regulamento de segurança para as embarcações.
Além disso, o Acordo é complementado por sete protocolos adicionais:
I. Protocolo Adicional sobre Assuntos Aduaneiros;
II. Protocolo Adicional sobre Navegação e Segurança;
III. Protocolo Adicional sobre Seguros;
IV. Protocolo Adicional sobre Condições de Igualdade de Oportunidades para uma
Maior Competitividade;
V. Protocolo Adicional sobre Solução de Controvérsias;
VI. Protocolo Adicional sobre Cessão Provisória de Bandeiras;
VII. Protocolo Adicional, que prorroga a vigência do Acordo e de seus Protocolos
Adicionais por período de 15 anos, a contar de fevereiro de 2005.
Embora exista esse regimento para normatizar as operações de navegação na Hidrovia,
não são todos os regulamentos que foram internalizados pelos países signatários, conforme
exposto no Quadro 5.1.
RelatóRio executivo 91
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A partir desse contexto, o diagnóstico da prática regulatória da HPP teve como objetivo
apresentar os principais aspectos regulatórios dos países signatários. A identificação e a
caracterização dessas atividades foram essenciais para estabelecer as principais diferenças
apresentadas na forma de diagnóstico regulatório e de quadros comparativos, que
permitem identificar os pontos positivos e negativos para o desenvolvimento da Hidrovia
como um todo.
5. 1. 1. Formação de Tripulação
O estudo da formação de tripulação contempla a identificação dos diferentes
regulamentos que determinam as quantidades e as características das tripulações mínimas
de segurança a serem praticadas pelas empresas que operam na navegação interior dos
países signatários. O Protocolo Adicional “sobre Segurança da Navegação” do Acordo
da Hidrovia normatiza o assunto e, além desse regulamento, cada signatário dispõe de
legislações afetas à formação da tripulação.
A tripulação mínima é aquela constituída para o desenvolvimento das atividades de
navegação de forma segura. No Brasil, a quantidade de tripulantes é determinada após
a realização do laudo pericial realizado pela Marinha do Brasil e varia de acordo com os
seguintes parâmetros: porte da embarcação, tipo de navegação, potência das máquinas,
serviço prestado, sistemas de bordo e manutenção, peculiaridades do trecho e aspectos
da operação.
No Paraguai, a tripulação mínima depende da classe, da importância da embarcação
e do serviço desempenhado por ela, assim como do tempo de duração da viagem. Na
Argentina, entre outros itens, são levados em consideração a capacidade para: atender
as funções de segurança da embarcação; efetuar as operações necessárias para prevenir
a contaminação da água; manter os dispositivos de segurança e limpeza de todos os
espaços acessíveis; utilizar os equipamentos contra incêndios e de emergência; a tipologia
da embarcação (suas características) e os equipamentos disponíveis.
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RelatóRio executivo96
No Uruguai, a tripulação necessária para a exploração comercial das embarcações será
fixada em comum acordo pelo proprietário/armador e os representantes dos trabalhadores,
levando em consideração as características das embarcações e seu funcionamento, sistema
operacional, apoio logístico externo e tecnologia empregada. Um ponto de destaque no
Uruguai é a determinação legal de levar em consideração os aspectos econômicos da
exploração comercial, tais como, a competitividade internacional e os antecedentes da
embarcação e/ou tripulações de embarcações similares. Isso demonstra uma flexibilidade
do Uruguai, disposto em aprimorar as condições concorrenciais das empresas lá instaladas.
Na Bolívia, a dotação mínima de segurança leva em consideração: o tipo e as
características da embarcação, o tipo de navegação e o tipo de serviço prestado.
De maneira geral, observa-se que os países não apresentam semelhanças nos requisitos
de tripulação mínima de segurança, cada um apresentando critérios específicos para a
definição desse quantitativo. Argentina e Bolívia foram os únicos países cujas legislações
especificam a quantidade mínima de tripulantes necessários para a operação fluvial no
transporte de diferentes tipos de carga. Ressalte-se que, mesmo havendo regulamentos
em cada país, as fontes pesquisadas no estudo demonstraram divergências nos totais
computados. Os dados sobre a tripulação média presentes no Quadro 5.2 foram validados
junto a EBNs, sindicatos e consultores.
5. 1. 2. Requisitos necessários para a autorização da empresa de navegação
O levantamento dos requisitos necessários para a autorização da empresa de navegação
objetivou identificar quais os critérios estabelecidos por cada país para o desenvolvimento
das atividades de prestação de serviço no transporte aquaviário na navegação interior.
Desta forma, foi possível identificar quais as vantagens e as desvantagens competitivas
de cada signatário para o desenvolvimento do empreendimento.
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RelatóRio executivo 99
Para a autorização de uma empresa de navegação, o Brasil foi o único país a especificar
em seus regulamentos os requisitos técnicos, econômico-financeiros, jurídicos e fiscais.
Os demais signatários apenas especificam os documentos necessários para abertura da
empresa.
Com o objetivo de uniformizar as informações para a realização do estudo de caso,
adotaram-se as especificações do Brasil sobre os requisitos necessários para autorização
da empresa de navegação para os demais países.
Em relação aos requisitos jurídicos e fiscais, os cinco países apresentaram similaridades
visto que a maioria dos documentos versa sobre a constituição da sociedade e as
regularidades perante os órgãos interessados – tributários, trabalhistas e órgãos navais.
No entanto, Argentina e Uruguai são os dois países que exigem outros requisitos, como, por
exemplo, o pagamento das tarifas impostas para autorização da empresa e a apresentação
dos comprovantes da experiência anterior como armador, respectivamente.
Sobre os requisitos técnicos, Brasil, Argentina e Uruguai são os países que exigem
requisitos específicos para o desenvolvimento da atividade. No Brasil, ocorre a distinção de
três contextos para a constituição da sociedade: como proprietária das embarcações, como
afretadora a casco nu e como possuidora de embarcações em construção, sendo necessário
apresentar diferentes documentos para cada caso. No Uruguai, as documentações
exigidas tratam das regularidades das embarcações, como, por exemplo, o certificado de
navegabilidade, o memorial descritivo, o plano de arranjo geral, entre outros. Na Argentina,
os requisitos são relativos à infraestrutura para o desenvolvimento da atividade, como, por
exemplo, a lista dos maquinários, equipamentos, ferramentas e o arranjo físico.
Em relação aos requisitos econômico-financeiros, Brasil, Argentina e Uruguai
estabelecem critérios para o estabelecimento da empresa. Esses países objetivam verificar
as condições financeiras da instituição, comprovadas através dos balanços patrimoniais
e/ou de outras demonstrações contábeis que evidenciam a capacidade idônea para o
desenvolvimento das atividades.
Um ponto que merece destaque no Uruguai é a exigência do Estudo de Viabilidade
para implantação da empresa de navegação. Estudos de viabilidade não garantem o
sucesso do empreendimento, mas reduzem as possibilidades de fracasso, visto que o
empreendedor toma conhecimento dos cenários e dos custos atuais e previstos no decorrer
da implantação. A desvantagem dessa exigência é o tempo necessário para executá-la, o
que pode atrasar a execução de todo o projeto.
RelatóRio executivo100
Em relação aos requisitos técnicos e econômico-financeiros, Paraguai e Bolívia
não especificam exigências. Essa situação demonstra um lapso regulatório dos órgãos
paraguaios e bolivianos.
Destaque-se que a maioria das empresas de navegação que atuam na Hidrovia está
instalada no Paraguai, que se apresenta como um dos países mais atrativos na captação de
investimentos e na facilitação do estabelecimento de empresas de navegação. Na pesquisa
de campo identificaram-se empresas brasileiras de navegação que se deslocaram para o
Paraguai para terem acesso a essas vantagens competitivas.
Sendo assim, infere-se que do ponto de vista regulatório, a especificação técnica e
econômico-financeira dos requisitos necessários para as empresas de navegação atuarem
no Paraguai impactaria no uso da Hidrovia, otimizando a eficiência da via.
5. 1. 3. Programas de financiamento
A análise dos programas de financiamento identificou as principais linhas de crédito
dos países signatários a partir da coleta de informações nas instituições que fomentam o
desenvolvimento do transporte aquaviário, seja na promoção de novas instalações, seja
na disponibilização do capital para o bom funcionamento das atividades operacionais.
As organizações consultadas para a identificação das diferenças nas linhas de crédito
foram: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES (Brasil), Banco
Nacional de Fomento (Paraguai), Banco de Investimentos e Comércio Exterior (Argentina),
Banco da República Oriental do Uruguai e Banco Nacional da Bolívia.
RelatóRio executivo 101
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RelatóRio executivo102
Todos os países possuem instituições que disponibilizam financiamentos para promoção
do transporte aquaviário na navegação interior e, mesmo que em alguns casos a linha de
crédito não seja específica para esse tipo de transporte, a mesma pode ser utilizada para
o desenvolvimento da infraestrutura portuária e/ou das embarcações.
Brasil e Uruguai foram os únicos países pesquisados que apresentaram linhas de
crédito exclusivas para a navegação interior, disponibilizadas pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que também é um agente financeiro do
Fundo da Marinha Mercante, e pelo Banco Oriental da República do Uruguai. No Brasil, por
exemplo, o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore
(SINAVAL, 2017) menciona que, em 2016, foram construídas 76 barcaças e 5 empurradores
com os créditos disponibilizados pelo Fundo da Marinha Mercante e, desde 2007, foram
desembolsados R$ 936 milhões para a construção de navios destinados à navegação
interior.
De forma geral, as linhas de crédito apresentaram similaridades nos quesitos: finalidade,
moeda e prazos. A taxa de juros é uma variável determinante na análise da viabilidade
do crédito. No entanto, diante da dificuldade de coletar essa informação para os cinco
signatários, pressupôs-se que os mesmos dispõem de alternativas viáveis para a obtenção
de crédito.
Destaque-se que nas entrevistas com algumas empresas de navegação brasileiras que
operam na HPP, identificou-se uma queixa recorrente sobre a dificuldade de acesso às
linhas de crédito no Brasil.
5. 1. 4. Exigências para instalação de estaleiros
O estudo das exigências para instalação de estaleiros contemplou a pesquisa das
principais condições solicitadas para o desenvolvimento das atividades de construção ou
conserto das embarcações. Assim foi possível mapear as dificuldades para a implantação
desse tipo de empreendimento, bem como as vantagens e desvantagens competitivas de
cada país signatário.
Os requisitos necessários para a autorização da prestação de serviços dos estaleiros
foram organizados em 4 categorias:
I. Jurídicos e fiscais: relacionados com constituição da empresa e sua regularidade
perante os órgãos tributários, trabalhistas e órgãos navais;
RelatóRio executivo 103
II. Técnicos: relacionados com a estrutura física do empreendimento, bem como, a sua
regularização nos órgãos ambientais e órgãos navais;
III. Administrativos: relacionados com o desenvolvimento eficiente/ eficaz da atividade
no estaleiro;
IV. Econômico-financeiros: relacionados com a capacidade financeira necessária para o
início e o bom desenvolvimento do empreendimento.
No Brasil, a instalação de estaleiros é regulamentada pela Resolução nº 3.290/Antaq.
A partir de outubro de 2016, com a publicação da Resolução Normativa nº 13/Antaq,
que trata dos requisitos necessários para o registro de instalações de apoio ao transporte
aquaviários, os requisitos para instalação de estaleiros foram alterados com o objetivo de
simplificar, quando pertinente, os procedimentos de autorização para facilitar a instalação
do empreendimento.
Sinalização na Hidrovia do Paraguai-Paraná.
Fonte: Acervo UFPR/ ITTI
RelatóRio executivo104
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RelatóRio executivo106
Observaram-se semelhanças entre os requisitos jurídicos e fiscais dos países signatários,
posto que a maioria dos documentos exigidos versavam sobre a constituição da sociedade
e as regularidades perante os órgãos interessados – tributários, trabalhistas e órgãos navais.
Além desses documentos, o Paraguai solicita: comprovante de antecedentes penais/
policiais, certificado de vida/residência, documento de cumprimento do Serviço Militar
Obrigatório e o comprovante judicial de não possuir inibição para vender ou onerar bens
do proprietário responsável.
Sobre os requisitos técnicos, destaque-se que Brasil e Paraguai exigem a licença
ambiental do empreendimento, o que pode sinalizar a preocupação desses países em
relação ao meio ambiente.
Paraguai e Bolívia exigem inspeção técnica das instalações do estaleiro pelo órgão
responsável. O Uruguai exige vistoria do empreendimento, mas não detalha o tipo de
inspeção necessária. Os demais países exigem apenas a apresentação das plantas das
instalações, das listas de equipamentos e dos dados do empreendimento.
Sobre os requisitos administrativos, Paraguai, Uruguai e Bolívia determinam um quadro
de pessoal específico para o desenvolvimento das atividades no estaleiro como, por
exemplo, a necessidade de um profissional engenheiro naval ou construtor naval. Além
disso, o Uruguai menciona a necessidade de comprovação da capacitação técnica de seus
colaboradores. Diante disso, infere-se um maior custo administrativo para o atendimento
desses requisitos e também de melhora na qualidade da prestação do serviço.
Por fim, para os requisitos econômico-financeiros, a Argentina é o único país que exige
a comprovação da capacidade econômico-financeira ou da idoneidade do empreendedor
para a instalação de estaleiros.
De modo geral, os requisitos apresentaram semelhanças entre os países. A discrepância
mais evidente foi observada na não exigência de requisitos administrativos ou econômico-
financeiros por parte do Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia. Infere-se que essa situação
pode sinalizar uma falha regulatória dos signatários, a partir do pressuposto de que
o estabelecimento de determinados requisitos afeta positivamente a qualidade do
empreendimento a ser desenvolvido.
5. 1. 5. Regras de segurança de tráfego na Hidrovia
O levantamento das regras de segurança de tráfego na Hidrovia identificou os principais
regulamentos que normatizam a operação no transporte aquaviário, sendo possível conhecer
RelatóRio executivo 107
os pontos deficitários para a prática da navegação segura e satisfatória das tripulações e
suas cargas.
A maioria dos regulamentos e protocolos adicionais do Acordo da Hidrovia Paraguai-
Paraná versam sobre regras de segurança de tráfego. Além da necessidade de os signatários
internalizarem em suas respectivas ordens jurídicas os regulamentos do Acordo, os textos
não esgotam os assuntos necessários à efetiva segurança da navegação.
O Paraguai, apesar de possuir a frota com o maior número de registros na região, não
incorporou em sua ordem jurídica o regulamento que adota o regime único de infrações e
sanções. No levantamento realizado pela UFPR, apurou-se que o Paraguai segue normas
internacionais em relação à busca e salvamento. As normas de sinalização portuária
desse país são as do Acordo da Hidrovia, internalizadas pelo país através do Decreto nº
14.402/2001, que trata sobre portos privados. A Bolívia não integralizou o Regulamento
XIV do Acordo sobre a segurança das embarcações.
Outro fator importante que prejudica o transporte fluvial de cargas é a dificuldade
em implementar a navegação ininterrupta na Hidrovia (24 horas), observada apenas em
determinados trechos da Hidrovia no Paraguai e na Argentina. Além disso, o problema
da restrição de profundidade no canal de navegação e a falta de sinalização adequada
também dificultam a utilização da Hidrovia em períodos ininterruptos.
Em relação às medidas de inspeção e regulamentação de embarcações, a maioria
dos países estabelece os requisitos para obtenção de certificados, bem como os itens
necessários para uma embarcação e seu estado de conservação.
Em relação à busca e salvamento, o texto do Acordo da Hidrovia detalha e especifica os
responsáveis para cada tipo de situação. O texto do Acordo também é claro quando exige
a cooperação mútua dos signatários para a prática de salvamento eficaz, capaz de salvar
vidas e de preservar o patrimônio envolvido na navegação. A definição de responsabilidade,
assim como a internalização das regras contidas no Acordo, é de grande importância para
otimizar o uso da Hidrovia, garantindo mais segurança, rapidez e menos burocracia.
Em relação às legislações dos signatários, observa-se uma divergência entre a definição
de ato ilícito das legislações dos signatários e a definição do texto do Acordo. Reitera-se
que a padronização do que é considerado ato ilícito, sua gravidade e respectivas multas
é essencial para a segurança da Hidrovia e o respeito ao texto do Acordo. Ademais, resta
necessário a complementação do texto do Acordo da Hidrovia, tendo em vista que esse não
apresenta nenhum dado sobre o destino dos recursos arrecadados com as multas aplicadas.
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5. 1. 6. Restrições Sanitárias
No que tange às restrições sanitárias, identificaram-se as barreiras impostas para
proteger a vida animal e vegetal e a saúde humana de riscos advindos de causas diversas
na Hidrovia Paraguai-Paraná.
Cada país possui algum órgão regulador que estabelece normas técnicas que devem
ser seguidas. Em todos os signatários, com exceção do Paraguai, os normativos focam os
procedimentos de embarque e desembarque de cargas e da tripulação. No Paraguai, o foco
desse tipo de regulação reside no estabelecimento de regras para a alocação de carga nas
embarcações. O Quadro 5.7 sintetiza o comparativo das restrições sanitárias dos cinco países.
No processo de exportação de grãos, todos os países signatários detêm disposições
nacionais de controle das condições fitossanitárias e de qualidade dos produtos de origem
vegetal. Em muitos casos, a expedição dessas certificações é remunerada e pode resultar
em atraso na expedição de despacho das barcaças carregadas, uma vez que essas devem
esperar o recebimento dos documentos pertinentes para partir.
Além disso, acrescente-se que, em muitas instalações portuárias ao longo da Hidrovia,
as instituições oficiais encarregadas de expedir os documentos/certificações não trabalham
nos finais de semana e por isso a liberação de embarcações entre as 12 horas das sextas-
feiras e as manhãs das segundas-feiras é interrompida.
Pássaros na Hidrovia Paraguai-Paraná
Fonte: Acervo Antaq
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RelatóRio executivo112
5. 1. 7. Restrições Aduaneiras
A análise das restrições aduaneiras identificou as legislações afetas ao comércio exterior
na Hidrovia Paraguai-Paraná. Observou-se que em todos os signatários persiste uma estrutura
administrativa aduaneira semelhante, existindo um órgão superior de abrangência nacional
que regula e fiscaliza os despachos aduaneiros efetuados pelas instituições locais. Em todos
os signatários, também se verificou semelhanças nas competências desses órgãos.
O objetivo do Protocolo Adicional sobre Assuntos Aduaneiros é formalizar a uniformização
dos documentos exigidos nos procedimentos aduaneiros dos signatários. No entanto, a
despeito do Protocolo isentar os encargos fiscais inerentes às operações de trânsito de
carga, as diferenças de encargos fiscais nas operações de comércio exterior persistem e
dificultam o comércio entre os signatários. O texto desse Protocolo Adicional não cria uma
União Aduaneira entre os signatários, persistindo consideráveis diferenças de encargos
fiscais nas operações de comércio exterior desses países.
Atualmente, o documento normativo existente na região que melhor incorpora a ideia
de União Aduaneira é o Código Aduaneiro do Mercosul que, entre outros dispositivos,
estabelece a isenção fiscal de importação entre os países signatários. O Paraguai incorporou
o Código Aduaneiro do Mercosul e é o único signatário do Acordo da Hidrovia que pratica
a isenção fiscal de imposto de importação de países do Mercosul.
O fato dos signatários apresentarem uma estrutura administrativa aduaneira semelhante,
com competências parecidas, constitui uma vantagem para a implementação efetiva do
Protocolo Adicional sobre Assuntos Aduaneiros, o que favoreceria a uniformização dos
procedimentos aduaneiros e a simplificação burocrática dos trâmites.
RelatóRio executivo 113
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RelatóRio executivo114
5. 1. 8. Restrições dos Órgãos Ambientais
Em relação às restrições de cunho ambiental, o presente estudo buscou identificar os
normativos que dispõem sobre limitações ambientais relacionadas à navegação interior.
Foi possível destacar quais são as contingências ambientais impostas aos diferentes tipos
de atividades, seja na movimentação de cargas e/ou passageiros, seja na obrigatoriedade
da Avaliação de Impacto Ambiental.
Todos os países seguem o Código IMDG (Código Marítimo Internacional de Mercadorias
Perigosas) da Organização Marítima Internacional (IMO). No que diz respeito às regras
para manejo de cargas perigosas, as legislações dos signatários não apresentam requisitos
semelhantes. Brasil, Argentina, Uruguai e Bolívia dispõem de normativos relacionados a
carga e descarga de produtos perigosos em seus portos, enquanto o Paraguai não possui
essa legislação. No entanto, o Paraguai é o único que apresenta regulamentos relacionados
ao armazenamento das mercadorias dentro dos navios. Além disso, a documentação que
Hidrovia Paraguai-Paraná
Fonte: Acervo UFPR/ ITTI
RelatóRio executivo 115
a embarcação deve portar no transporte dessas mercadorias só é definida pela Argentina,
sendo, portanto, o país com a legislação mais completa sobre o tema. O Acordo, por sua
vez, não apresenta nenhum item relacionado às restrições de órgãos ambientais.
No que diz respeito à Avaliação de Impacto Ambiental na construção e modificação
de estruturas portuárias, a Argentina é o país que mais detalha os requisitos necessários à
avaliação. Os demais signatários especificam itens semelhantes que devem estar presentes
na Avaliação.
Conclui-se que a Argentina contabiliza o maior acervo de legislações ambientais,
apresentando diretrizes que englobam desde a prevenção da contaminação e de despejo
de dejetos até o desenvolvimento de um plano nacional de contingência. Em comum os
países apresentam a exigência de Avaliação de Impacto Ambiental para a construção/reforma
de portos, terminais e depósitos de substâncias químicas e nocivas, além das restrições para
o transporte, manuseio e armazenamento de cargas perigosas.
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RelatóRio executivo 117
5. 1. 9. Encargos Trabalhistas e Tributários relacionados ao Transporte na Hidrovia
O levantamento dos encargos trabalhistas e tributários relacionados ao transporte na
Hidrovia identificou os principais regulamentos que normatizam a navegação interior. Com
isso foi possível conhecer quais as vantagens e as desvantagens competitivas dos signatários
no tocante aos custos empresariais efetivos e aos benefícios empregatícios de cada país.
As legislações que regem as regras trabalhistas são similares entre os signatários
abrangendo: jornada de trabalho, horas extras, período de férias, insalubridade,
periculosidade e cálculo do salário.
Nos cinco países, a jornada de trabalho diária para trabalho diurno é de 8 horas. Já a
jornada de trabalho semanal é de 48 horas, com exceção do Uruguai e do Brasil, em que
a jornada semanal é de 44 horas.
No que diz respeito à jornada noturna trabalhada, observa-se que Paraguai, Argentina
e Bolívia praticam o mesmo sistema de redução da jornada em 1 hora diária, enquanto no
Uruguai pratica-se o pagamento de um adicional noturno equivalente a 20% do salário
base. Entretanto, o Brasil possui um regime distinto, que concentra ambas as metodologias:
reduz o tempo equivalente a uma hora trabalhada em sete minutos e trinta segundos (o
que, matematicamente, representará a redução de uma hora de trabalho em uma jornada
completa), bem como concede o adicional noturno de 20%. Neste sentido, entende-se que
o Brasil possui um tratamento mais protecionista em relação ao trabalhador em regime de
jornada noturna, o que, sob a perspectiva do bem-estar social, representa uma proteção
maior à classe trabalhadora e também pode ser interpretada como uma desvantagem
competitiva em termos de custos laborais quando comparada aos demais países signatários.
No que concerne às horas extras, os cinco países estabelecem limites a partir de critérios
distintos. Além disso, observa-se que em todos os países são pagos adicionais para as horas
extras prestadas, destacando-se o adicional de 100% sobre o valor da hora base devida no
Uruguai e na Bolívia. Esse encargo é representativo posto que os demais países estabelecem
um adicional de apenas 50%.
Quanto à concessão de férias, todos os países a concedem após 12 meses de trabalho.
Contudo, apenas o Brasil concede 30 dias de férias em regime decrescente em relação aos
dias de faltas computadas. Os demais países adotam um sistema crescente de período de
férias segundo o tempo de empresa que cada trabalhador possui.
RelatóRio executivo118
No que diz respeito aos trabalhos realizados em ambientes insalubres ou perigosos, há
a opção de se reduzir a jornada de trabalho para 6 horas diárias, mantendo a remuneração
de 8 horas diárias. Entretanto, é relevante observar que a legislação brasileira não prevê
esta solução, optando por criar adicionais aos salários-base, mantendo a jornada de trabalho
integral. No Uruguai não foi identificada legislação específica sobre a periculosidade, apenas
sobre a insalubridade.
Em relação aos encargos tributários relacionados ao transporte, observou-se que as
normas também são semelhantes entre os países signatários, tendo como principais impostos
afetos ao comércio exterior o Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) e o Imposto sobre Rendas
(IR). Cada país apresenta legislação específica para os regimes especiais de favorecimento
para alguns casos, como, por exemplo, para empresas de pequeno porte, combustíveis,
energia elétrica e de atividades relacionadas a exportações. Entretanto, ressalte-se que o
Brasil possui uma matriz tributária muito mais ampla e, ainda que a onerosidade tributária
brasileira seja relativamente inferior à argentina, o número de impostos, taxas e contribuições
que o Brasil possui apresenta-se como um obstáculo aos empreendedores (Quadro 5.10).
Os impostos que incidem sobre serviços, bens e processos de industrialização
sintetizam essa questão. Tais fatos geradores nos demais países signatários são objeto
de incidência de apenas um tributo, o Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Já no Brasil,
existe a possibilidade de incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do
Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) ou do
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Vale ressaltar ainda que o IPI é um
imposto de competência da União, enquanto que o ICMS é de competência estadual e o
ISS é de competência municipal. Evidentemente, será pouco provável que todos os três
tributos incidam, concomitantemente, sobre uma mesma atividade, em especial o ICMS e
o ISS, uma vez que a incidência do ICMS é residual frente ao ISS, em conformidade com
o art. 1º, § 2º da Lei Complementar brasileira nº 116. Contudo, cabe ao empreendedor,
sujeito passivo destes tributos, identificar qual (ou quais) destes impostos incide(m) sobre
sua operação para realizar o recolhimento correspondente.
A Argentina adota o IVA, mas também o Imposto sobre os Ingressos Brutos (IIBB) de
competência provincial, semelhante ao ICMS brasileiro. Contudo, a autonomia concedida às
províncias argentinas cria situações potencialmente discrepantes dentro do país, podendo
existir produtos com a incidência de determinada alíquota em uma província, enquanto em
outra esse mesmo produto possui isenção fiscal.
RelatóRio executivo 119
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RelatóRio executivo120
Em todos os países signatários são cobrados impostos sobre a renda, destacando a
variabilidade das alíquotas entre os signatários, conforme Tabela 5.1.
Tabela 5. 1 – Comparativo das Alíquotas do Imposto de Renda.
Argentina Bolívia Brasil Paraguai Uruguai
35% 25% 24 até 34% 10% 25%
Fonte: Elaborado por UFPR/ ITTI.
Em relação às alíquotas tributárias, é relevante salientar dois pontos: a alíquota argentina
foi a mais elevada entre os signatários e a alíquota paraguaia a menor. Não obstante, o
Paraguai isenta do Imposto a Renda Comercial, Industrial e de Serviços as empresas que
exercem atividades voltadas à exportação e o Uruguai faz o mesmo para empresas de
navegação.
O perfil tributário dos países signatários representa fator importante no entendimento
das vantagens competitivas na Hidrovia Paraguai-Paraná, particularmente daqueles que
se destacam: Paraguai e Uruguai. A isenção fiscal para as empresas exportadoras e uma
alíquota reduzida do imposto de renda posiciona o Paraguai como um polo de grande
atratividade para a instalação de empresas de navegação em seu território. Ademais, o
Paraguai possui em seu ordenamento jurídico a Lei de Maquila, um programa de incentivo
ao desenvolvimento industrial que proporciona incentivos fiscais às indústrias e estimula o
desenvolvimento de polos industriais no país.
RelatóRio executivo 121
Quadro 5.11 – Comparativo dos Tributos Segundo sua Base de Cálculo (Quando Impostos) ou sua
Finalidade (Quando Contribuições).
BRASIL PARAGUAI ARGENTINA URUGUAI BOLÍVIA
IMPORTAÇÕES Imposto de Importação
Imposto de Importação
Imposto de Importação
Imposto de Importação
Imposto de Importação
EXPORTAÇÕES Imposto de Exportação
Imposto de Exportação
Imposto de Exportação
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RENDAS E PROVENTOS
Imposto de Renda Pessoa Jurídica
Imposto a Renda
Comercial, Industrial e
de Serviços*
Imposto aos Ganhos
Imposto a Rendas de Atividades
Econômicas*Imposto ao Patrimônio
Imposto sobre as Utilidades das
Empresas
OPERAÇÕES FINANCEIRAS E CÂMBIO
Imposto sobre Operações de
Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a
Títulos ou Valores Mobiliários
Não identificado
Imposto aos Créditos e Débitos de Contas Bancárias
Não identificado
Imposto sobre as Transações
Financeiras
Imposto sobre a Venda de Moeda
Estrangeira
PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS
Imposto sobre Produtos
Industrializados*
Imposto sobre o Valor Agregado*
Imposto sobre o Valor Agregado*Imposto aos
Ingressos Brutos*
Imposto sobre o Valor Agregado*
Imposto sobre o Valor Agregado*
CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS
Imposto sobre Operações Relativas à
Circulação de Mercadorias e
sobre Prestações de Serviços
de Transporte Interestadual e Intermunicipal e
de Comunicação*
SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza*
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS E PREVIDENCIÁRIAS
Contribuição Social sobre o Lucro LíquidoPrograma de
Integração Social*Programa de Formação do Patrimônio do
Servidor PúblicoContribuição para o Financiamento da Seguridade
Social*Contribuição Previdenciária
PatronalContribuições à
Terceiros
Instituto de Provisão
Social
Contribuição a Seguridade
Social
Contribuições Especiais a Seguridade
Social
Aporte Patronal Previdenciário
*Tributos não incidentes em atividade de exportação.
Fonte: Elaborado por UFPR/ ITTI.
RelatóRio executivo122
5. 1. 10. Requisitos para implantação de terminais hidroviários ou outras estruturas
de transbordo
O estudo dos requisitos para implantação de terminais hidroviários ou outras
estruturas de transbordo identificou os regulamentos que normatizam a implantação
destes empreendimentos, bem como os documentos e os requisitos necessários para
autorização de construção e de operação. Assim foram identificadas as dificuldades para
o desenvolvimento desse tipo de infraestrutura, bem como os benefícios para o transporte
aquaviário como um todo.
O Acordo da Hidrovia não estabelece nenhum critério para instalações de terminais
nos portos dos países signatários.
Na Argentina, a Lei nº 24.093/1992 privatizou os portos argentinos, permitindo que as
pessoas e empresas privadas pudessem construir e operar livremente portos e terminais
portuários, fosse em terrenos próprios ou terrenos cedidos pelas províncias ou munícipios,
desde que se assumissem a responsabilidade pelos portos e que seu uso estivesse dentro
da classificação legal estabelecida antes da construção. A mesma Lei também estabeleceu
que todas as operações dos portos argentinos deveriam ser efetuadas mediante decreto
do Poder Executivo Nacional com comunicação ao Congresso Nacional. A habilitação
continua vigente desde que os responsáveis pelo porto cumpram e continuem com seu
destino e atividade, assim como com as condições técnicas operativas e legais que deram
lugar a esta habilitação.
O Paraguai detalha os requisitos para operar o terminal, mas possui poucas informações
sobre a construção da instalação. Esse país demonstrou ser um dos mais atrativos para esse
Hidrovia Paraguai-Paraná
Fonte: Acervo UFPR/ITTI
RelatóRio executivo 123
tipo de investimento, pois o capital investido na construção de portos privados poderá
utilizar os benefícios da Ley de Inversiones, que garante o regime de liberdade de trocas
sem restrições para a entrada e para a saída de divisas, mediante o pagamento dos tributos
correspondentes para o envio ao exterior de dividendos, juros e comissões.
O Uruguai também apresenta um regime vantajoso relacionado à implantação de
terminais hidroviários. Com a Lei n° 16.246/ 1992 (denominada “Lei dos Portos”) e posteriores
decretos reguladores, o Uruguai registrou uma otimização dos serviços portuários, aplicando
o regime de “Porto Livre que fornece aos operadores a possibilidade de fácil acesso a
ferramentas úteis para melhorar a eficiência de suas operações de comércio exterior. Esse
regime estabelece que a circulação de mercadorias no porto é livre, ou seja, durante a
sua permanência na área portuária, as mercadorias podem ser reembaladas, remarcadas,
classificadas, agrupadas e até mesmo armazenadas por até cinco anos, contando com
a isenção de todos os impostos e de sobretaxas que normalmente seriam aplicadas em
outros portos.
Outro país que merece destaque é o Brasil que, através da Resolução Normativa nº
13 da Antaq, buscou simplificar a autorização para determinados casos de instalações
portuárias elencadas na referida resolução, estimulando o empreendimento do operador
hidroviário.
Comparando-se as legislações dos signatários referentes à documentação necessária
para a construção de terminais hidroviários e aos requisitos para a autorização de operação
destes, observou-se um maior acervo de informações no Brasil e na Bolívia, esta última
com alto detalhamento da documentação necessária tanto para a construção de terminais,
quanto para sua operação.
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RelatóRio executivo126
5. 1. 11. Requisitos para cargas de passagem
A análise dos requisitos para cargas de passagem identificou os regulamentos que
determinam limitações para o transporte de cargas em toda a extensão da Hidrovia, sendo
possível mapear as necessidades de adequação no arcabouço jurídico para que o transporte
ocorra de forma efetiva por todas as nações signatárias do Acordo da Hidrovia.
O texto determina que os países signatários reconheçam reciprocamente a liberdade
de navegação em toda a Hidrovia para as embarcações de suas respectivas bandeiras, bem
como as de bandeira dos demais signatários. Além disso, determina que, sem prévio acordo,
os países não poderão estabelecer nenhum imposto, gravame, tributo ou direito sobre o
transporte, as embarcações ou suas cargas, baseado unicamente no fato da navegação.
Neste sentido, em todas as operações reguladas pelo Acordo, os países signatários
outorgam reciprocamente às embarcações de bandeira dos demais países membros
tratamento idêntico ao concedido às embarcações nacionais em matéria de tributos, tarifas,
taxas, gravames, direitos, trâmites, praticagem, pilotagem, reboque, serviços portuários
e auxiliares, não podendo realizar nenhum tipo de discriminação por razão da bandeira.
A liberdade de trânsito na Hidrovia é dispensada às embarcações, bens e pessoas dos
países signatários e só poderá ser cobrada a taxa correspondente aos serviços efetivamente
prestados. Igualmente se reconhece entre os países signatários a liberdade de transferência
de carga, alívio, transbordo e depósito de mercadorias em todas as instalações habilitadas
para tais fins, não podendo realizar discriminação alguma por razão da origem da carga
dos pontos de partida, de entrada, de saída ou de destino ou de qualquer circunstância
relativa à propriedade das mercadorias, das embarcações ou da nacionalidade das pessoas.
Essas determinações são seguidas por quase todos os países signatários, com exceção
da Argentina que determina alguns critérios para a passagem em seu território. O maior
tramo da Hidrovia está em território argentino, sendo uma rota comumente utilizada por
empresas situadas no Paraguai para acessar o Oceano Atlântico.
5. 1. 12. Requisitos para importação de embarcações
O levantamento dos requisitos para importação de embarcações contemplou a
identificação de normativos que regulamentam importação de embarcações pelos países
signatários. Desta forma foi possível identificar quais as dificuldades e facilidades impostas,
bem como quais países apresentam uma carga tributária mais vantajosa nessas importações.
RelatóRio executivo 127
Para o Brasil foram identificados os impostos sobre a importação, através da Lei nº
5.172/1966 e do Decreto nº 6.759/2009, que estabelece que toda mercadoria submetida ao
despacho de importação está sujeita ao controle do valor aduaneiro (o custo de transporte
da mercadoria importada até o ponto de descarga somados aos gastos relativos à descarga
e ao manuseio da carga e o custo do seguro da mercadoria durante tais operações).
O Uruguai estabelece que a importação da embarcação estará livre de tributação caso
sua construção não seja possível de ser realizada dentro do país.
Tanto o Paraguai quanto a Argentina especificam os requisitos para a matrícula
de embarcações estrangeiras em seu país de maneira muito semelhante: contrato de
construção traduzido e regulamentado, autorização da Marinha Mercante, eliminação da
matrícula anterior caso existente, inspeção para autorizar a navegação, entre outros. Em
relação às divergências, o Paraguai é o único que estabelece uma idade máxima de 15
anos para uma embarcação ser importada.
Na Bolívia não foi identificado um regulamento próprio para a importação de
embarcações. Nesse caso, foi consultado o Guia de Importação (Aduana da Bolívia).
Dessa maneira, verificou-se que os processos de trâmite aduaneiro dos signatários
para importação de embarcação eram muito semelhantes, consistindo nas etapas de
levantamento do valor aduaneiro, pagamento de tributos, categorização da mercadoria e
sua eventual liberação.
Persistem, ainda, algumas limitações quanto à capacidade de importar embarcações
usadas ou quando é possível construí-la em território do respectivo país, conforme exposto
no Quadro 5.13.
Quanto aos procedimentos para a efetivação do despacho de importação, observou-se
que possuem uma matriz em comum, cujo trâmite envolve procedimentos declaratórios
por parte do importador, que devem ser homologados e classificados pela autoridade
aduaneira à medida que haja necessidade de realização de verificações e conferências
complementares. Os importadores das embarcações devem atentar-se aos requisitos
estabelecidos das aduanas nacionais, evitando contratempos e contribuindo para a
celeridade de todo o processo de importação e de registro desses veículos.
RelatóRio executivo128
No levantamento tributário incidente na importação de embarcações observou-se
uma discrepância acentuada nas alíquotas estabelecidas por cada signatário, com Brasil e
Argentina apresentando as maiores alíquotas e a Bolívia a menor. A Tabela 5.2 apresenta os
valores dos tributos a serem arrecadados pela importação de uma nova barcaça estimados
em R$ 3.780.360,00.
Tabela 5. 2 – Imposto Total Auferido
Brasil Paraguai Argentina Uruguai Bolívia
1.840.184,74 814.667,58 1.804.895,07 831.679,20 570.456,32
Fonte: Elaborado por UFPR/ ITTI.
Hidrovia Paraguai-Paraná
Fonte: Acervo UFPR/ITTI
RelatóRio executivo 129
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RelatóRio executivo130
5. 2. Estudo de Caso de Implantação de uma Empresa de Navegação
O estudo de caso simulou o custo de instalação e operação de uma empresa de
navegação em cada um dos países signatários do Acordo de Transporte Fluvial pela
Hidrovia. Abordou aspectos de uma empresa iniciante na atividade de transporte de
cargas, que utilizaria como rota a Hidrovia Paraguai-Paraná, com foco na atividade de
exportação, a modalidade de comércio de maior interesse dos países envolvidos e que,
consequentemente, envolve incentivos fiscais e benefícios de diversas naturezas.
A simulação foi realizada com movimentação de granel sólido agrícola, por essa ser
a categoria de maior participação em termos de volume de carga na Hidrovia. A sua
representação se deu pela seleção dos seguintes produtos:
n Soja – transportada pelo Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina;n Malte, trigo e arroz – transportados pelo Uruguai.
Foram identificados os principais aspectos regulatórios de todos os países signatários
no que se refere à formação de tripulação, aos requisitos para autorização de uma empresa
de navegação, aos encargos tributários e trabalhistas, bem como às vantagens competitivas
em cada país.
Algumas premissas básicas foram determinadas para o desenvolvimento do estudo
de caso como, por exemplo, o período das simulações dos custos básicos de instalação e
operação da empresa fictícia, composição da frota, características e preço dos comboios,
valores de conversão das moedas de cada país, considerações para fins de contrato social
e contrato de aluguel, entre outras.
5. 2. 1. Projeção da receita
A projeção da receita foi definida em função do produto da quantidade de viagens
realizadas no ano e da receita auferida por viagem (produto entre o frete hidroviário, a
distância percorrida e a capacidade de transporte), conforme apresentado na Tabela 5.3.
Além disso, definiu-se que a quantidade de viagens não deveria ultrapassar o total
de 330 dias no ano, de modo que os 30 dias faltantes para o fechamento do ano seriam
alocados para as férias coletivas, bem como para a realização das manutenções dos
empurradores, barcaças, e outras benfeitorias.
RelatóRio executivo 131
Tabela 5. 3 – Projeções de Receita do Estudo de Caso.
País Percurso Viagens no ano Receita total
Argentina Formosa – Nueva Palmira (1.448 km) 14 R$ 6.835.718,40
Bolívia Porto Quijarro – Nueva Palmira (2.762 km) 7 R$ 5.811.800,40
Brasil Cáceres – Nueva Palmira (3.442 km) 5,5 R$ 5.542.996,80
Paraguai Assunção – Nueva Palmira (1.630 km) 13 R$ 6.954.558,00
Uruguai Nueva Palmira – Cáceres (3.442 km) 5,5 R$ 5.542.996,80
Fonte: Elaborado por UFPR/ ITTI.
5. 2. 2. Custos fixos do transporte
Os custos fixos do transporte foram compostos por fatores de manutenção, operação,
seguro, estabelecimento, depreciação, custos de formalização do empreendimento e
impostos, conforme explicitado no Quadro 5.14.
Quadro 5.14 – Item dos Custos Fixos de Transporte da Empresa de Navegação.
Item Descrição
Manutenção
Visando o bom funcionamento dos maquinários, adotou-se um período anual de 30 dias para realização das manutenções necessárias. Conforme mencionado por uma empresa brasileira de navegação, o custo médio de manutenção foi estimado em 2% a.a., sobre o valor das barcaças e, de 4% a.a., sobre o valor dos empurradores.
Operacionais (rancho)
Para a alimentação da tripulação foi considerado o valor diário de R$ 15,00 por tripulante. Esse valor foi multiplicado pela quantidade de tripulantes e pelos dias trabalhados no ano.
Operacionais (mão de obra)
Esse item é composto pela soma dos custos trabalhistas, conforme será evidenciado no tópico Encargos Trabalhistas.
SeguroPara o cálculo do seguro foi adotado o percentual de 1,5% a.a. sobre o valor total da frota.
EstabelecimentoEsse item é composto pela soma das despesas administrativas (água, energia elétrica, telecomunicações e combustível do veículo da empresa).
DepreciaçãoA depreciação dos ativos incidiu sobre o rebocador e as barcaças, por serem estas integrantes do patrimônio da empresa. O valor total de composição da frota foi de R$ 5.730.000,00 (1 empurrador e 4 barcaças).
Abertura da empresa
O custo de abertura da empresa é todo o capital despendido para formalização do empreendimento.
ImpostosEsse item é composto pela soma dos custos tributários, conforme será evidenciado no tópico Encargos Tributários.
Fonte: Elaborado por UFPR/ ITTI.
RelatóRio executivo132
Desta forma, a Tabela 5.4 contabilizou (em reais) os custos fixos de transporte levantados
para cada país.
Tabela 5.4 – Custos Fixos de Transporte da Empresa de Navegação.
Custos fixos de transporte
Argentina Bolívia Brasil Paraguai Uruguai
Manutenção R$ 174.800,00
Operacionais
(rancho)R$ 53.130,00 R$ 54.285,00 R$ 49.500,00 R$ 58.500,00 R$ 54.450,00
Operacionais
(mão de obra)R$ 893.401,19 R$ 714.218,14 R$ 878.362,54 R$ 1.350.753,02 R$ 1.202.336,34
Seguro R$ 85.950,00
Estabelecimento R$ 43.641,16 R$ 35.970,35 R$ 40.140,20 R$ 42.448,19 R$ 50.877,82
Depreciação R$ 286.500,00 R$ 573.000,00 R$ 286.500,00 R$ 286.500,00 R$ 286.500,00
Abertura da
empresaR$ 2.750,00 R$ 277,65 R$ 2.395,63 R$ 143,13 R$ 5.060,30
Impostos R$ 386.690,84 R$ 241.189,72 R$ 146.724,30 - R$ 85.950,00
CustoFixo Total
R$ 1.926.863,19 R$ 1.879.690,85 R$ 1.664.372,67 R$ 1.999.094,34 R$ 1.945.924,46
Fonte: Elaborado por UFPR/ ITTI.
5. 2. 3. Custos variáveis do transporte
O custo variável do transporte foi composto a partir do consumo de combustível, uma
vez que este é a rubrica mais expressiva na composição dos custos. O cálculo foi realizado
a partir dos dias necessários para o percurso de ida e volta, das horas trabalhadas por
dia, da quantidade de viagens realizadas no ano, do preço do combustível e da média de
consumo por hora, como apresentado na Tabela 5.5.
Tabela 5. 5 – Custo Variável Total.
País Custo variável total (R$)
Argentina R$ 1.399.588,00
Bolívia R$ 1.017.939,71
Brasil R$ 1.595.404,18
Paraguai R$ 1.302.442,30
Uruguai R$ 1.932.783,56
Fonte: Elaborado por UFPR/ ITTI.
RelatóRio executivo 133
5. 2. 4. Encargos Trabalhistas
A maior parcela dos encargos trabalhistas advém dos valores dedicados para a
tripulação embarcada. Neste sentido, foi identificada a quantidade de tripulantes em
cada país e o gasto médio salarial com cada tripulante, excluindo os encargos sociais ou
outros gravames eventuais, conforme Tabela 5.6.
Tabela 5. 6 – Média Salarial da Tripulação.
País Média salarial dos tripulantes Quantidade de tripulantes
Argentina R$ 4.189,84 11
Bolívia R$ 4.205,40 11
Brasil R$ 2.858,93 10
Paraguai R$ 6.632,22 12
Uruguai R$ 5.685,06 11
*Adotou-se a formação de tripulação média praticada pelas empresas de navegação pesquisadas não levando em consideração os fiferentes tipos de embarcações/ comboios.
Fonte: Elaborado por UFPR/ ITTI.
Com este levantamento, conclui-se que o valor médio pago aos tripulantes no Paraguai
é superior aos demais países. Este fato decorre, segundo operadores da Hidrovia, da melhor
qualificação técnica dos tripulantes paraguaios, o que refletiria em uma produtividade maior.
No Brasil, por sua vez, identificou-se uma média salarial de tripulantes expressivamente
inferior aos demais países. A Tabela 5.7 apresenta os valores dos encargos trabalhistas
por país signatário.
Tabela 5. 7 – Encargos Trabalhistas.
País Valor
Argentina R$ 893.401,19
Bolívia R$ 714.218,14
Brasil R$ 878.362,54
Paraguai R$ 1.350.753,02
Uruguai R$ 1.202.336,34
Fonte: Elaborado por UFPR/ ITTI.
RelatóRio executivo134
Especial destaque deve-se dedicar aos valores do Paraguai e Uruguai, que praticam
elevados valores de encargos trabalhistas comparados aos demais.
5. 2. 5. Encargos Tributários
Para os encargos tributários, as empresas que operam exclusivamente com atividade de
exportação estão isentas do pagamento dos tributos indiretos, que incidem diretamente no
valor da mercadoria ou do serviço prestado, com o intuito de não onerar as exportações.
Para a maioria dos países foram contabilizados os encargos tributários que incidem
sobre as receitas das empresas e sobre a folha de pagamentos de salários, mencionado
anteriormente.
Nos tributos sobre rendas de empresas utilizou-se para aferimento da base de cálculo
um percentual aplicado sobre as rendas brutas, designadas de lucro presumido, sobre o
qual foi aplicado uma determinada alíquota, conforme a Tabela 5.8.
Tabela 5. 8 – Tributos Sobre as Rendas das Empresas de Navegação.
País Receita Bruta auferida Base de cálculo Alíquota Valor
Argentina R$ 6.835.718,40 R$ 683.571,84 35% R$ 239.250,14
Bolívia R$ 5.811.800,40 R$ 929.888,06 25% R$ 232.472,02
Brasil R$ 5.542.996,80 R$ 554.299,68 24 até 34% R$ 146.724,30
Paraguai R$ 6.954.558,00 - - -
Uruguai R$ 5.542.996,80 - - -
Fonte: Elaborado por UFPR/ ITTI.
A base de cálculo do caso brasileiro foi um percentual de 10%, seguindo o método
do lucro presumido. O IRPJ possui uma alíquota de 15% submetida a um adicional de 10%
para os valores da base de cálculo que superarem R$ 20.000,00 mensais e a CSLL possui
alíquota fixa de 9%. Como são duas tributações incidentes sobre a mesma base de cálculo,
optou-se por unificá-las.
Já para a Argentina, o percentual para aferimento da base de cálculo foi de 10%,
sendo aplicada uma alíquota de 35%. Na Bolívia aplicou-se o percentual de 16% para
determinação da base de cálculo, submetida a uma alíquota de 25%.
RelatóRio executivo 135
Dos valores calculados para a Argentina, Bolívia e Brasil, esse último apresenta,
contabilmente, o menor valor incidente sobre as rendas das empresas de navegação.
Isso se deve ao fato das receitas brutas das empresas de navegação brasileiras serem
substancialmente inferiores às da Argentina, mesmo com os tributos argentinos
apresentando condições de valoração semelhantes às brasileiras.
Todavia, o Paraguai e o Uruguai se destacam ao isentarem suas empresas. No caso
paraguaio, tal medida deriva do fato de a empresa exercer atividade voltada totalmente
para a exportação, enquanto que para o Uruguai, esta isenção compreende as empresas
que exercem especialmente atividade de navegação.
Em seguida, a análise do estudo de caso repousou sobre as tributações das folhas
de salários. As bases de cálculo, alíquotas e valores levantados estão discriminadas na
Tabela 5.9.
Tabela 5. 9 – Tributos Sobre as Folhas de Salários.
País Base de cálculo Alíquota Valor
Argentina R$ 702.098,55 21,00% R$ 147.440,70
Bolívia R$ 705.570,48 16,71% R$ 117.900,83
Brasil R$ 552.781,93 33,20% R$ 183.523,60
Paraguai R$ 1.147.195,38 16,50% R$ 189.287,24
Uruguai R$ 1.004.638,19 12,50% R$ 125.579,77
Fonte: Elaborado por UFPR/ ITTI.
O Brasil, mesmo apresentando a menor base de cálculo identificada entre os signatários,
possui o segundo maior valor de tributos incidentes sobre a folha de salários das empresas
de navegação.
Destaque-se que o Paraguai representou o maior valor dos tributos incidentes sobre a
folha de pagamento das empresas de navegação, mesmo tendo a segunda menor alíquota
verificada, ficando atrás somente do Uruguai.
RelatóRio executivo136
Tabela 5. 10 – Encargos Tributários.
País Valor
Argentina R$ 386.690,84
Bolívia R$ 359.090,54
Brasil R$ 356.218,26
Paraguai R$ 189.287,24
Uruguai R$ 211.529,77
Fonte: Elaborado por UFPR/ ITTI.
Por fim, ao analisarmos o total dos encargos tributários, observou-se que a Argentina
apresenta a maior carga, ao passo que o Paraguai a menor. Observou-se que os países que
realizam a imposição de cobrança de impostos sobre a renda das empresas apresentam uma
oneração tributária prejudicial à competitividade argentina, boliviana e brasileira perante
o desempenho paraguaio e uruguaio. Esses países detêm as melhores condições fiscais
para a operação da empresa, tendo o Paraguai leve vantagem sobre o Uruguai, porque
este realiza a cobrança do Imposto sobre o Patrimônio.
5. 2. 6. Resultado Líquido
O resultado líquido é a apuração final do lucro ou prejuízo que a empresa obteve no
período analisado. O seu cálculo deriva da subtração do custo total pela receita bruta,
conforme apresentado na Tabela 5.11.
Tabela 5. 11 – Resultado Líquido da Empresa de Navegação.
País Receita Bruta Custo total Resultado Líquido
Argentina R$ 6.835.718,40 R$ 3.326.451.19 R$ 3.509.267,21
Bolívia R$ 5.811.800,40 R$ 2.897.630,56 R$ 2.914.169,84
Brasil R$ 5.542.996,80 R$ 3.259.776,85 R$ 2.283.219,95
Paraguai R$ 6.954.558,00 R$ 3.301.536,64 R$ 3.653.021,36
Uruguai R$ 5.542.996,80 R$ 3.878.708,02 R$ 1.664.288,78
Fonte: Elaborado por UFPR/ ITTI.
RelatóRio executivo 137
Os países que apresentaram os melhores resultados foram, em ordem decrescente:
Paraguai, Argentina, Bolívia, Brasil e Uruguai.
O Paraguai dispõe de grandes incentivos fiscais que propiciam o melhor desenvolvimento
da atividade de exportação. Some-se a este fato a clara vantagem paraguaia em termos
de localização geográfica, posicionando-se na região central da Hidrovia.
Embora possua a média salarial mais alta e alíquotas elevadas para determinados
impostos, o Paraguai ainda se mostra, segundo este estudo de caso, como a alternativa
contábil mais viável para a instalação de uma empresa prestadora dos serviços de transporte
aquaviário de cargas.
Os resultados obtidos a partir do detalhamento do estudo de caso estão no documento
denominado “Estudo de Caso” (Produto 3), disponibilizado na página da internet da Antaq.
5. 2. 7. Conclusões do Estudo de Caso
Analisando a instalação de uma empresa de navegação em cada país signatário,
verificou-se que as despesas administrativas com água, energia elétrica, telecomunicações,
transporte para locomoção da equipe administrativa, móveis, equipamentos e materiais
de escritório constituem um valor monetário diminuto, que pouco influencia a verificação
da competitividade dos países na região a partir da ótica de uma empresa hipotética que
presta o serviço de transporte aquaviário de cargas.
O combustível destinado à operação das embarcações mostrou-se como um dos fatores
competitivos decisivos na implantação de uma empresa de navegação. Esse item exerceu
um grande peso no cálculo dos custos variáveis operacionais e foi considerado um dos
fatores determinantes para o lucro ou prejuízo do empreendimento. Isso foi corroborado
pela análise de todas as empresas de navegação atuando no mesmo percurso, sendo
que a Bolívia apresentou os melhores resultados em consequência do valor cobrado na
aquisição de combustível.
Outro fator relevante foram os expressivos incentivos fiscais disponibilizados às
empresas que exercem atividade voltada totalmente para a exportação no Paraguai, que
isenta de tributos indiretos o produto ou serviço para exportação. Essa vantagem também
foi identificada no ordenamento jurídico do Uruguai que, ao invés de isentar as atividades
de exportação, isenta a tributação sobre a renda de empresas que exercem atividades de
navegação.
RelatóRio executivo138
O terceiro fator significativo na competitividade destas operações identificados neste
estudo foram os valores referentes aos gastos trabalhistas dos países signatários. Conforme
apontado anteriormente, a elevada média salarial por tripulante identificada no Paraguai
refletiu em seu gasto mais expressivo com verbas destinadas à tripulação embarcada,
superando inclusive os valores identificados no Brasil e na Argentina, apesar destes países
possuírem encargos trabalhistas de natureza tributária mais elevados do que os identificados
no Paraguai.
Apesar de o Paraguai estar em desvantagem quanto ao quesito trabalhista, a sua
localização geográfica privilegiada corroborou para o incremento de sua receita bruta
anual. Tanto o Paraguai quanto a Argentina possuem os maiores faturamentos sobre a
operação de navegação dentro da Hidrovia Paraguai-Paraná por seus percursos estarem
situados em tramos que propiciam navegação ininterrupta no período de 24 horas por dia.
Conforme já avençado, o Paraguai possui um lucro líquido levemente superior ao da
Argentina, na ordem de 2,86%. Entretanto, o que se verifica atualmente é a existência
de várias empresas de nacionalidade paraguaia operando na Hidrovia, com a Argentina
ocupando o segundo posto neste quesito. O percentual de lucro líquido paraguaio que
supera o argentino pode ser potencialmente maior do que o verificado no estudo de caso,
o que reforçaria o protagonismo paraguaio na Hidrovia. Além disso, o fato de o Paraguai
não tributar a renda auferida pela empresa de navegação representa um atrativo robusto
para que novos empreendedores venham a constituir empresas em território paraguaio.
Assim foi possível identificar as particularidades de cada país no desenvolvimento de
uma empresa de navegação e pode-se perceber que, embora exista o Acordo de Transporte
Fluvial pela Hidrovia Paraguai-Paraná, ainda é necessária uma maior integração entre os
signatários para que os benefícios sejam compartilhados entre todos.
RelatóRio executivo 139
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este documento apresentou uma síntese dos principais tópicos e resultados do “Estudo
da prática regulatória, vantagens competitivas e oferta e demanda de carga entre os países
signatários do Acordo da Hidrovia Paraguai-Paraná”. Esses resultados estão detalhados
em relatórios intermediários disponíveis para consulta na página da internet da Antaq.
O estudo estruturou-se sob três eixos principais, compilando os diagnósticos dos eixos
de mercado, de infraestrutura e regulatório. As análises do eixo mercado descreveram as
trocas comerciais ao longo da via. Reafirmaram o perfil exportador da Hidrovia Paraguai-
Paraná: dos 83,09 milhões de toneladas identificadas no Market Share, o volume total
exportado foi de cerca de 75 milhões de toneladas em 2015. Entre os produtos exportados
destaca-se o grande volume de commodities agrícolas como soja, milho, óleo de soja e
seus derivados, além de outros granéis, como o minério de ferro e o minério de manganês,
ambos exportados pelo Brasil.
No atual cenário, a Argentina é o país com o maior volume exportado pela HPP (60,31
milhões de toneladas), porém é o Paraguai que melhor utiliza a via proporcionalmente ao
uso dos outros modais (cerca de 74% volume total exportado), evidenciando a importância
da HPP para a logística e a economia paraguaia. Apesar da área de influência da Hidrovia
Paraguai-Paraná englobar uma das regiões mais exportadoras do Brasil, esse é o país que
menos utiliza a Hidrovia, escoando apenas 8% do que a região exporta pela via.
A reduzida participação dos fluxos de importação do mercado externo nas
movimentações da Hidrovia, de apenas 8% do volume total comercializado, reflete o baixo
aproveitamento da via para este tipo de transação. Dentre os signatários, Argentina e
Paraguai apresentaram os maiores volumes de importação. O incremento das importações
através da Hidrovia apresenta-se como um importante potencial de expansão do uso da
via, atrelado à diversificação do perfil da pauta comercial e industrial da região.
Foram identificados e analisados os custos de transporte calculados para os modais
rodoviário, ferroviário e hidroviário considerando os quatro grupos de carga (granéis sólidos,
granéis sólidos agrícolas, granéis líquidos e carga geral) para os cinco países signatários.
Os custos foram analisados por faixas de distância e dimensionaram a magnitude dos
valores praticados por cada modal. Esses valores foram utilizados pelo SIGTAQ - o
simulador logístico de fluxos de cargas - para a estimativa dos melhores trajetos na área
RelatóRio executivo140
de influência da Hidrovia. Verificou-se, assim, a competitividade entre os modais e a
natureza complementar dos mesmos para o uso da HPP. O transporte pela Hidrovia foi
considerado em média 66% e 13% mais barato do que os modais rodoviário e ferroviário,
respectivamente, podendo variar de acordo com a categoria da carga, país e distância
percorrida.
O custo de transporte rodoviário para todos os signatários apresentou-se com o
maior valor por tonelada quilômetro útil (TKU), independentemente do tipo de carga
transportada, chegando a ser 4 vezes mais oneroso do que o transporte ferroviário e até 7
vezes maior do que o transporte hidroviário. O transporte de granéis sólidos pela Hidrovia
foi o mais beneficiado, representando 20% do custo rodoviário. O transporte de granéis
líquidos também é vantajoso pela Hidrovia, dada a elevada capacidade de transporte das
barcaças e da existência de carga de retorno de granéis líquidos na HPP. Desta forma, as
vantagens econômicas advindas do desenvolvimento e expansão da intermodalidade são
previstas para todos os tipos de carga e para todos os países signatários.
Englobando uma área de influência de 4,9 milhões de km², a Matriz de Oportunidades
do estudo selecionou 24 produtos potenciais para a Hidrovia Paraguai-Paraná, que
correspondem a 95% de toda a movimentação realizada na área de influência em 2015.
Contabilizando somente os produtos selecionados no estudo, calcula-se que no ano de
2030 a Hidrovia possa movimentar um volume total de 287 milhões de toneladas, tendo
uma potencialidade de aproximadamente 200%, quando comparada ao volume do ano
base (Market Share de 2015).
Em relação ao eixo de infraestrutura, atualmente não existe um sistema integrado que
apresente a conexão de toda a Hidrovia Paraguai-Paraná em termos de navegabilidade,
identificando todos os locais com as passagens críticas homologadas, além de uma
quilometragem unificada.
A diferença da qualidade da infraestrutura existente entre os países segue a mesma
tendência do aproveitamento da via. No caso dos portos e terminais do Uruguai e Argentina,
observou-se uma logística de movimentação de cargas para embarcações de grande porte.
Juntamente com o Paraguai, denota-se a existência de terminais de carga com estrutura
suficiente para o recebimento de todas as categorias de cargas. No Brasil e na Bolívia, a
infraestrutura portuária volta-se para a exportação de produtos primários, não possuindo
infraestrutura adaptada à movimentação de carga geral.
Em relação aos investimentos em infraestrutura, dentre as 124 obras previstas para
os próximos anos na Hidrovia, o Uruguai é o país com maior previsão de investimentos
RelatóRio executivo 141
no modal hidroviário. Entretanto, a Argentina apresenta o maior número de obras que
beneficiam diretamente o desenvolvimento da HPP, contando com obras de viabilização
da navegabilidade (dragagem), ligação intermodal e ampliação de 18 portos ao longo da
Hidrovia. No Brasil, apenas 4 obras dessa natureza estão listadas nos programas nacionais
de infraestrutura, a saber: a otimização da navegabilidade do rio Paraguai (Cáceres-foz do
rio Apa); otimização da navegabilidade do alto rio Paraná; a construção da barragem de
Santa Maria da Serra e a construção do TUP Porto do Rio Iguaçu.
No âmbito dos aspectos regulatórios, ressaltou-se a necessidade de uniformização
entre as legislações dos países signatários. Mesmo com a existência do Acordo da Hidrovia
Paraguai-Paraná, em algumas situações há a sobreposição das normativas de cada país
ou até mesmo o não cumprimento do estabelecido nas legislações.
Resta necessário o desenvolvimento de um novo modelo de integração econômica,
que extrapole as isenções tarifárias e permita o fortalecimento e a internalização dos
regulamentos pactuados. Desta maneira, o foco econômico-regulatório não deve incidir
apenas na liberação das fronteiras, mas também na integração dos regulamentos para
que os benefícios possam ser compartilhados entre os signatários de forma harmoniosa.
Outrossim, por ser o Brasil o país com o maior PIB da região, possui a oportunidade
de dinamizar os fluxos de carga na Hidrovia, a partir da melhoria de sua infraestrutura
portuária e da rede de conexões intermodais de sua área de influência.
Discussões
O desequilíbrio entre o volume de carga voltado para a exportação e para a importação
na Hidrovia Paraguai-Paraná foi destacado em todos os eixos do estudo. Em geral, os
países signatários são dependentes do setor primário, com grande participação no PIB
desses países. Esse perfil se reflete nos resultados de exportação no Market Share, em que
as commodities agrícolas e minerais representam a maior parte do volume transportado.
O perfil das importações mostrou-se, em sua maioria, relacionado ao dos produtos
manufaturados, a exemplo de combustíveis e fertilizantes.
O volume de movimentação da HPP pode ser atrelado a outros fatores, além do volume
disponível de produtos. Os benefícios tributários, os custos de transporte e a infraestrutura
existentes também são determinantes no aproveitamento da via.
RelatóRio executivo142
A Argentina possui uma posição estratégica na Hidrovia, apresentando condições de
navegação privilegiada que permitem o aporte de grandes embarcações. Ao comparar os
custos de transporte hidroviário frente ao dos outros modais, a Argentina apresentou um
perfil mais competitivo no modal hidroviário, chegando a ser 88% mais barato do que o
rodoviário (no caso de granel sólido agrícola). Com o maior número de portos e terminais
dentro da Hidrovia, a infraestrutura argentina apresenta condições de movimentar todas
as categorias de carga e, consequentemente, possibilita a movimentação de uma maior
variedade de produtos. As obras de infraestruturas previstas no país até o horizonte de
2030 alinham-se ao crescimento previsto pela Matriz de Oportunidades, que englobou
diversos produtos movimentados majoritariamente pela Argentina (soja, trigo, cevada, sorgo
de grão, óleo de soja e seus derivados, sêmeas e farelos, corindo e automóveis). Mesmo
sem os incentivos tributários existentes em outros países, como Paraguai e Uruguai, o país
tende a permanecer como o maior usuário da Hidrovia no futuro.
Com uma malha de transporte escassa e com poucas opções logísticas, o Paraguai é
o país que melhor explora a HPP. Sendo a única opção de saída marítima, cerca de 82,4%
do volume total das exportações do país é movimentado pela via fluvial. Em relação aos
demais modais, o custo de transporte hidroviário é superior em relação ao existente na
Argentina, sendo 84% mais barato que o modal rodoviário para os granéis sólidos agrícolas.
Apesar de possuir pontos críticos para a navegação e com necessidade de alteração
do comboio-tipo, o que reduz a capacidade média no trecho até Asunción, o Paraguai
apresenta o segundo maior número de portos na Hidrovia e, assim como na Argentina,
conta com uma infraestrutura que permite o aporte de todas as categorias de cargas.
Com o maior número de obras previstas para melhoria da navegação e com projetos de
integração multimodais, o país se prepara para incrementar o volume de movimentação
para os próximos anos. A Matriz de Oportunidades do estudo destaca o crescimento de
produtos com elevados volumes comercializados pelo país, como o milho e o arroz. O
resultado do estudo de caso (Seção 5.2) destaca a competitividade e o incentivo tributário
para empresas de navegação paraguaia, tendo o maior resultado líquido entre os países
signatários. Estes incentivos refletem diretamente no número de embarcações com bandeira
paraguaia atuando na Hidrovia, posicionando o país como o detentor de uma das maiores
frotas do mundo.
Por conta das características de navegação, do comboio-tipo e da infraestrutura
existente, as transações comerciais do Brasil pela HPP envolvem dois tramos distintos.
O primeiro até a cidade de Corumbá (MS) e o segundo até a cidade de Cáceres (MT).
Atualmente, as movimentações brasileiras são concentradas no primeiro tramo, sendo
destinadas à Argentina e ao Uruguai. Mesmo com a autorização da Marinha para manter
RelatóRio executivo 143
o mesmo comboio do trecho até Asunción (em águas altas) e com uma estrutura de custos
de transporte similares ao Paraguai, o volume movimentado no Brasil é consideravelmente
inferior ao realizado pela Argentina e pelo Paraguai, não apresentando nenhuma transação
de importação na Hidrovia. A exportação de minério de ferro e manganês representa quase
a totalidade do volume total movimentado pelo país. No segundo tramo até a cidade de
Cáceres, as características do comboio-tipo são inferiores comparativamente às do primeiro
tramo, reduzindo a capacidade média no trecho em torno de 62%. Apesar da existência
do Porto de Cáceres e dos constantes serviços de manutenção (dragagem), atualmente
não existe movimentação de carga nesse tramo.
O baixo aproveitamento da HPP pelo Brasil também o torna o país com o maior
potencial de aproveitamento futuro. Os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
movimentam um grande volume de diversos de produtos. De acordo com a Matriz de
Oportunidades, a região apresenta produtos potenciais como milho, soja, açúcar, algodão,
carne, leite, adubos, fertilizantes, além de minério de ferro e de manganês. Entretanto,
a infraestrutura portuária existente no país apresenta um baixo número de portos na
Hidrovia e sem a capacidade de atender ainda a todos os tipos de categoria de carga. As
potencialidades identificadas para os produtos da categoria carga geral, como algodão e
carnes, dependem de investimentos em portos e terminais aptos a movimentar esse tipo
de carga. Apesar do alto potencial existente, o Brasil possui poucas obras de infraestrutura
previstas para a região da Hidrovia. Além disso, no âmbito regulatório, o país apresenta
uma das mais elevadas cargas tributárias, que refletiram diretamente nos resultados do
estudo de caso realizado, apresentando um baixo rendimento líquido. Sendo assim,
destaque-se a necessidade de melhoria da infraestrutura portuária brasileira e da rede de
conexões intermodais na área de influência, com o desenvolvimento dos modais ferroviário
e rodoviário para melhorar a eficiência de acesso à hinterlândia da Região Centro-Oeste,
permitindo a diversificação dos perfis de carga.
Foi constatado um baixo volume comercializado pela Bolívia ao longo da Hidrovia.
O país possui o custo de combustível mais barato entre os signatários, assim a relação
dos custos de transporte entre os demais modais foi considerada a menos atrativa, com
um custo hidroviário 82% mais barato do que o rodoviário para granéis sólidos agrícolas e
66% para carga geral. As condições de navegação e as características de comboio são as
mesmas do tramo brasileiro até Corumbá, entretanto, para acessar o canal do Tamengo
(ponto de ligação da Bolívia com a Hidrovia), é necessário o desmembramento do comboio
para uma composição menor. Com poucos portos na Hidrovia, o país apresenta a menor
capacidade estática dentre os signatários. O principal produto potencial avaliado na Bolívia
foi o minério de zinco. Entre as obras de infraestrutura previstas estão a execução de um
RelatóRio executivo144
terminal intermodal, uma área de controle integrado com o município de Corumbá, além
de serviços de dragagem no canal do Tamengo.
Nas questões regulatórias, a Bolívia destaca-se como o país com a menor taxa de
importação e com isenção do imposto de importação de bens de capital, facilitando
a compra de embarcações. O valor atribuído ao combustível também teve um forte
impacto no estudo de caso, exercendo um grande peso no cálculo dos custos variáveis
operacionais e contribuindo para que a Bolívia apresentasse o melhor resultado líquido
entre as simulações.
Considerando apenas as transações que sobem a Hidrovia (jusante para montante), a
movimentação de cargas do Uruguai apresenta um baixo volume. Entretanto, a análise da
movimentação dos principais portos do país expõe o elevado número de operações de
trânsito e de transbordo no país, principalmente de produtos paraguaios. A relação dos
custos de transporte na Hidrovia frente ao rodoviário apresentou-se como um dos mais
atrativos, com os mesmos 88% existentes na Argentina. A construção de um anel viário e as
melhorias no Porto de Nueva Palmira são exemplos das obras de infraestrutura planejadas
pelo Uruguai até 2030. Assim como o Paraguai, o país possui incentivos tributários para
empresas que exercem especialmente a atividade de navegação. No estudo de caso do
eixo regulatório, o elevado preço do combustível foi um dos fatores mais significativos
para que o país apresentasse o menor resultado líquido.
Propostas
Em virtude dos resultados apresentados no diagnóstico da prática regulatória da
Hidrovia Paraguai-Paraná, o estudo sugere ações e enquadramentos normativos capazes
de subsidiar a definição de objetivos comuns que atendam às necessidades dos países
signatários e promovam uma maior eficiência na Hidrovia, tanto em termos de fornecimento
de condições competitivas para os países signatários e para os mercados de ultramar
(infraestrutura e mercado), como assegurando o desenvolvimento de uma Hidrovia mais
coesa e convergente em seus interesses, a saber:
n Estimular a prorrogação do Acordo (que expira em 2020), bem como realizar os
ajustes conforme a evolução e as necessidades da navegação fluvial;
n Promover a internalização de todos os regulamentos do Acordo da Hidrovia por
todos os países signatários;
RelatóRio executivo 145
n Promover, por meios dos representantes dos Ministérios das Relações Exteriores
de cada país, uma maior participação no portal do Comité Intergubernamental de la
Hidrovía Paraguay-Paraná (CIH) no que se refere à disponibilização de informações
atualizadas, por meio do estabelecimento de conexões diretas com as autoridades
marítimas de cada um dos países;
n Criação de um observatório de boas práticas da Hidrovia Paraguai-Paraná, de caráter
independente e aliado técnico da Comissão do Acordo. Sugere-se que seja composto
pelos seguintes requisitos:
a. Desenvolvimento de um sistema unificado de informações atualizadas e
relacionadas à infraestrutura fluvial e portuária, às condições de navegação e aos
cronogramas de obras de dragagem e de derrocamento da HPP, capaz de permitir
o acesso a qualquer usuário da Hidrovia, seja este uma empresa de navegação,
produtores, prestadores de serviços, órgãos reguladores e instituições acadêmicas;
b. Simplificação das gestões de documentação física nos processos de importação
e exportação. Esta simplificação remete à necessidade de elaboração de um
Regime Aduaneiro Comum na Hidrovia Paraguai-Paraná, que teria como objetivo
evitar excessos de controles aduaneiros para as cargas em trânsito, por meio da
racionalização e da homogeneização das normas vigentes. O incentivo para a
realização deste regime ocorre principalmente por parte da Comisión Permanente
de Transporte de la Cuenca del Plata (CPTCP) e das empresas privadas de navegação
que fazem uso da Hidrovia;
c. Harmonização das regras de proteção ao meio ambiente e de prevenção de
acidentes ambientais na Hidrovia Paraguai-Paraná, posto que atualmente cada
país signatário possui legislação interna especifica e não alinhada a dos demais
signatários, o que dificulta a resolução de conflitos e a melhora do uso da Hidrovia
de maneira sustentável;
d. Oferecer condições para assegurar a navegação ininterrupta em toda a extensão
da Hidrovia Paraguai-Paraná, como, por exemplo, a exigência de sinalização refletiva
nas embarcações e demais veículos de tráfego fluvial, e a realização das obras de
dragagem e de derrocamento (já pertencentes ao roteiro de atividades por parte
do Paraguai entre o trecho de Asunción-Formosa (Argentina);
e. Exigência do cumprimento da regulamentação do Acordo para os países que ainda
não o incorporaram em seu ordenamento jurídico. Uma das maiores dificuldades
RelatóRio executivo146
encontradas para a execução de ações conjuntas e para a tomada de decisões da
Hidrovia reside no campo legislativo. Há a necessidade de harmonizar as legislações
internas dos países para que se alcancem consensos quanto às normas praticáveis
ao longo da via, uma vez que a disparidade entre as regulamentações produz
sérias dificuldades no desenvolvimento do transporte fluvial e no desenvolvimento
econômico;
f. Criação de uma Agenda Estratégica Conjunta, desenvolvendo uma rotina de
encontros/reuniões com o intuito de aproximar todos os stakeholders da Hidrovia
e promover a troca de experiências e/ou interesses. Participariam os órgãos
reguladores, instituições financeiras, Comitê Intergovernamental da Hidrovia (CIH),
entre outras partes interessadas;
g. Incentivo a maior participação de institutos de pesquisa e de universidades para as
questões técnicas, como por exemplo, a avaliação das condições de navegabilidade,
o desenvolvimento de estudos e planejamento de obras de engenharia ao longo
da Hidrovia, projeções econômicas e logísticas para fluxos de produtos no mercado
interno e mercado externo. Com isso, será possível a criação de alianças estratégicas
entre os setores governamentais, privados e acadêmicos, proporcionando o
desenvolvimento de todos os setores da sociedade.
RelatóRio executivo 147
REFERÊNCIAS
ADMINISTRAÇÃO DA HIDROVIA DO PARAGUAI - AHIPAR. A Hidrovia Paraguai-Paraná. 2010. Disponível em: https://web.archive.org/web/20150630011819/http://ahipar.gov.br/?s=hidrovia Acesso em: 18 out. 2016. 2010.
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RelatóRio executivo148
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RelatóRio executivo 149
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PARAGUAI. Cámara de Comercio e Industria Paraguayo-Alemana. Inversiones de Infraestructura en Paraguay. Relatório Técnico, 2014.
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RODRIGUE, Jean-Paul. The Geography of Transport Systems. Fourth Edition. New York: Routledge,440. 2017.
SINAVAL. Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore. Disponível em: <http://sinaval.org.br/sobre/>. Acesso em: 25 abril 2017.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura - UFPR/ITTI. EVTEA da Hidrovia do rio Paraguai. Curitiba: Universidade Federal do Paraná 2015.
URUGUAI. Aduanas. Comercio Exterior. Disponível em: <http://www.aduanas.gub.uy/>. Acesso em: 29 nov. 2016.
URUGUAI. Instituto de Promoción de Inversiones y Exportaciones de Bienes y Servicios. Uruguay XXI. Oportunidades de inversión - SECTOR FORESTAL. Disponível.em:<http://www.uruguayxxi.gub.uy/informacion/wp-content/uploads/sites/9/2017/09/Sector-Forestal-Setiembre-2017.pdf>. Acesso em 07 dez 2017.
URUGUAI. Instituto Nacional de Logística (INALOG). Informe Estadístico Anual 2015. Disponível em: <http://www.inalog.org.uy/wp-content/uploads/2016/09/informeestadis-ticoanual2015.pdf>. Acesso em: 5 nov. 2016.
RelatóRio executivo152
APÊNDICE AOBRAS DE INFRAESTRUTURA PLANEJADAS PARA A ÁREA DE INFLUÊNCIA DA
HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ
OBRAS DE INFRAESTRUTURA DA ARGENTINA E SEUS RESPECTIVOS HORIZONTES DE TEMPO.
OrdemObra de
infraestruturaTrecho
Extensão (km) / Característica da obra
Horizonte de implantação
2015 2020 2025 2030
1Contorno viário da Cidade de Santa Fe
Santa Fe (Santa Fe)
Obras ferroviárias, rodoviárias
e instalações complementares
X X X
2
Adequação do canal de navegação do rio Paraná
Santa Fe à foz do rio Paraná
Dragagem/derrocamento/balizamento/
sinalização (380 km)
X X X X
3Ampliação do Porto de Diamante
Diamante (Entre Ríos)Reparação da
estrutura do cais X X X
4
Reordenamento dos acessos ferroviários na cidade de Santa Fe
Santa Fe (Santa Fe)Construção de um corredor ferroviário
X X X
Santa Fe (Santa Fe)Pátios de manobras
para operações ferroviárias
X X X
Santa Fe (Santa Fe)
Adequação da rede de acessos ferroviários ao
terminal portuário de Santa Fe
X X X
5
Reabilitação do ramal ferroviário C3: Resistência - Avia Terai - Pinedo
Resistencia (Chaco) - Avia Terai (Chaco)
200 km X X X
Avia Terai (Chaco) - Pinedo (Chaco)
60 km X X X
6
Reabilitação do ramal ferroviário C3: Avia Terai - Metán
Avia Terai (Chaco) - Metán (Salta)
200 km X X X
7Reabilitação do ramal ferroviário Zárate - Posadas
Zárate (Buenos Aires) - Posadas (Misiones)
860 km X X X
8
Projeto binacional de melhoramento da navegabilidade do rio Paraguai
Confluência Paraguai/Paraná - Asunción (PRY)
Dragagem/derrocamento/balizamento/
sinalização (390 km)
X X X
9Ampliação do Porto de Ibicuy
Ibicuy (Entre Ríos)Aumento da
capacidade e acessos X X X
(Continua)
RelatóRio executivo 153
OrdemObra de
infraestruturaTrecho
Extensão (km) / Característica da obra
Horizonte de implantação
2015 2020 2025 2030
10Ampliação e modernização do Porto de Corrientes
Corrientes (Corrientes)
Ampliação e modernização do
Porto X X X
11
Recuperação e bitolagem do ramal ferroviário Corrientes - Monte Caseros
Corrientes - Monte Caseros (Corrientes)
358 km X
12
Reordenamento dos acessos ferroviários na cidade de Rosario
Tramo A: Cerana (km 87,5) - Zona de Aldao (km 79,6)
8 km X
Tramo B: Zona de Aldao (km 79,6.) - Zona Cruce de Vías (km 51,7)
28 km X
Tramo C: Zona de Cruce de Vías (km 51,7) - NCA Córdoba (km 20,7)
31 km X
Tramo D: União das vias NCA (km 20,7) - Alvear-Retiro (km 0)
21 km X
13Reconversão do Porto de Santa Fe
Santa Fe (Santa Fe)Adequação e
modernização do Porto X X X
14Ampliação do Porto de Baradero
Baradero (Buenos Aires)
Adequação e modernização do
Porto X
15Ampliação do Porto de San Pedro
San Pedro (San Pedro)
Aumento da capacidade
X
16Recuperação do Porto de Bella Vista
Bella Vista (Buenos Aires)
Reabilitação da estrutura
X X
17Ampliação do Porto de Itá - Ibaté
Itá - baté (Corrientes)Construção de
cais e instalações complementares
X
18Sistema de defesa do Porto de Barranqueras
Barranqueras (Chaco)Recuperação do
sistema de defesa de inundações
X X X
19
Construção e implantação de controle integrado de carga em Paso de Los Libres
Paso de Los Libres (Corrientes)
Ampliação e modernização do terminal de cargas
X X X X
20Nova conexão física entre Paraná e Santa Fe
Paraná (Entre Ríos) - Santa Fe (Santa Fe)
30 km X
(Continua)
(Continuação)
RelatóRio executivo154
OrdemObra de
infraestruturaTrecho
Extensão (km) / Característica da obra
Horizonte de implantação
2015 2020 2025 2030
21
Melhoramento do Centro de Fronteira de Puerto Iguazú
Puerto Iguazú (Misiones)
Reestruturação e adequação do Porto
X X X X
22Ponte Viária Reconquista – Goya
Reconquista - Goya (Corrientes)
3,8 km X X
23
Duplicação da Rota Nacional n° 11: Resistencia - Formosa - Clorinda
Resistencia - Formosa - Clorinda (Formosa)
135 km X X X
24Duplicação da Rota Nacional n° 11: Rosario - Oliveros
Rosario - Oliveros (Santa Fe)
34 km X X
25Ramal Ferroviário Federal - Concordia
Federal - Concordia (Entre Ríos)
100 km X X X
26
Ramal Ferroviário Paraná - Concepción del Uruguay
Paraná - Concepción del Uruguay (Entre Ríos)
260 km X X
27Recuperação do Porto de Formosa
FormosaReestruturação e
adequação do PortoX X X X
28
Melhoramentos no Porto de Concepción del Uruguay
Concépcion del Uruguay (Entre Ríos)
Ampliação e modernização do
Porto X
29Aeroporto de carga Concordia
Concordia (Entre Ríos)
Construção de aeroporto de carga
em Concordia X
30Modernização do Porto de Iguazú
IguazúAmpliação e
modernização do Porto
X
31
Construção do complexo multimodal Resistencia - Corrientes
Resistencia - Corrientes (Corrientes)
Ponte bimodal X
32Eclusa de Corpus (Projeto binacional)
Corpus Christi Construção de Eclusa X
33Contorno da Cidade de Rosario
Rosario (Santa Fe)
Obras ferroviárias, rodoviárias
e instalações complementares
X X X
(Continua)
(Continuação)
RelatóRio executivo 155
OrdemObra de
infraestruturaTrecho
Extensão (km) / Característica da obra
Horizonte de implantação
2015 2020 2025 2030
34Contorno da Cidade de Formosa
FormosaPavimentação da Rota Nacional nº 11 (20 km)
X X X
35Recuperação do Porto de Esquina
Esquina (Corrientes)
Reparação dos molhes, área de
operação portuária e manobras
X
36Plano Mestre do Porto de Rosario
Rosario (Santa Fe)
Adaptação da infraestrutura do
Porto/construção de acessos
X
37Recuperação do Ramal Tucumán-Rosario
Rosario (Santa Fe) - Tucumán (Tucumán)
852 km X
38
Melhoramento de acessos fluviais aos portos do rio Paraná
Rio Paraná
Barragem de Itaipu (BRA) - Confluência
Paraguai/Paraná (ARG/PRY) (680 km)
X
39
Pavimentação da Rota Nacional nº11 - Trecho do entroncamento com a Rota Provincial nº13
Santa Fe- San Justo 200 km X X
40
Reabilitação do Ramal Ferroviário C25: Embarcación – Formosa
Embarcación – Formosa
Construção de um novo acesso ferroviário, com
extensão de 30 km
X X
41
Reabilitação do Ramal Ferroviário C: Santa Fe – San Salvador de Jujuy
Santa Fe – San Salvador de Jujuy
Melhorias em ferrovias e pontes
X X
42
Duplicação da Rota Nacional Nº 16: Resistencia – Sáenz Peña
Resistencia – Sáenz Peña
165 km X X
43
Pavimentação da Rota nacional Nº 95 - intersecção com a Rota nacional Nº 81 – Villa Ángela
Tres Isletas – Santa Sylvina
Santa Sylvina – Comandante Fontana
170 km X X X
44
Duplicação da Rota nacional Nº12 Riachuelo – Paso de la Patria
Riachuelo, Corrientes (ARG) - Paso de la Patria, Corrientes (ARG)
50km X X X
(Continua)
(Continuação)
RelatóRio executivo156
OrdemObra de
infraestruturaTrecho
Extensão (km) / Característica da obra
Horizonte de implantação
2015 2020 2025 2030
45
Duplicação da Rota nacional Nº34 Rosario – Sunchales
Rosario - Sunchales, Santa Fe (ARG)
245 km X
46
Duplicação da Rota nacional Nº19 trecho Rota nacional Nº11 – Córdoba
Santa Fe a Cordoba, Santa Fe (ARG)
337 km X X X
47Duplicação da Rota nacional Nº33: Rufino - Rosario
Rufino a Rosario, Santa Fe (ARG)
270 km X X
48
Ampliação da Rota provincial Nº 26: trecho Victoria – Nogoyá
Victoria a Nogoyá
Nova pavimentação e aumento da largura da via, extensão de
45 km
X
49Corredor viário San Nicolás/ Zárate - Paso Pehuenche
San Nicolás/ Zárate - Paso Pehuenche
1.000 km X X X X
50Recuperação do trecho ferroviário Zárate - Rosario
Zárate - Rosario 150 km X
51Ampliação do Porto de El Dorado
Misiones
Adequação da infraestrutura do porto, incluindo
dragagem e balizamento
X
52Ampliação do Porto de Ituzaingó
ItuzaingóAdequação da
infraestrutura do porto
X
53
Adaptação da estrutura dos portos de Posadas e Santa Ana
Posadas
Adequação da infraestrutura e
relocação da área de cargas para Santa Ana
X
54
Duplicação da Rota Nacional Nº 12, Garupá – San Ignacio *
Garupá – San Ignacio 40 km X X X
FONTE: Elaborado por UFPR/ITTI.
(Continuação)
RelatóRio executivo 157
OBRAS DE INFRAESTRUTURA DA BOLÍVIA E SEUS RESPECTIVOS HORIZONTES DE TEMPO.
OrdemObra de
InfraestruturaTrecho
Extensão (km) /Característica da obra
Horizonte de implantação
2015 2020 2025 2030
1Área de controle integrado Puerto Suárez- Corumbá
Corumbá (BRA) - Puerto Suárez (Santa Cruz)
Reestruturação da região de fronteira/Área de controle integrado
X
2Pavimentação da ponte Banegas - Okinawa
Santa Cruz e San Matías (Santa Cruz)
Ponte rodoviária (1,44 km)
X X X
3Construção do trecho Concepción - San Matías
Concepción (Santa Cruz) - San Matías (Santa Cruz) fronteira com Brasil
474 km X X
4
Construção do trecho rodoviário Pailón - San José - Puerto Suárez
Pailón (Chiquitos) - San José (Chiquitos) - Puerto Suárez (Santa Cruz)
600 km X X X X
5
Corredor ferroviário Bioceânico Central (CFBC)
Leste ao Oeste da Bolívia, vinculando-a ao Brasil e ao Peru
1.700 km X
6
Passagem de fronteira San Matías - Cáceres (Porto Limão)
San Matías (Santa Cruz) - Cáceres (BRA)
Área de controle integrado entre Brasil
e Bolívia/ Melhorias em infraestrutura
X X X X
7Pavimentação do trecho Puerto Suárez- Mutún
Puerto Suárez- Mutún (Santa Cruz)
25 km X X X
8
Projeto multimodal - Portuário Motacucito - Mutún - Puerto Busch
Motacucito - Mutún (Santa Cruz)
Mutún - Terminal Portuário (TP-1)
X X
Rio Paraguai - Mutún (Santa Cruz)
Rio Paraguai - Mutún - Canal fluvial (CF-1)
X X
Motacucito - Mutún (Santa Cruz)
Ramal ferroviário (FV-1) X X
Dionisio Foianini (Man Césped)
Corredor Dionisio Foianini - Terminal
Portuário (TP-2) X X
Mutún (Santa Cruz) - Puerto Busch (Gérman Busch)
Ramal ferroviário (FV-2) X X
9Recuperação e manutenção do canal do Tamengo
Lagoa de Cáceres (Gérman Busch) - Corumbá (BRA)
10,5 km X X X
10Zona franca boliviana em Zárate
Zárate (ARG)Construção de uma zona franca fora do
país X
FONTE: UFPR/ ITTI, 2016.
RelatóRio executivo158
OBRAS DE INFRAESTRUTURA DO BRASIL E SEUS RESPECTIVOS HORIZONTES DE TEMPO.
OrdemObra de
InfraestruturaTrecho
Extensão (km) /Característica da obra
Horizonte de implantação
2015 2020 2025 2030
1Pavimentação da BR-242 (MT)
Sorriso-MT, Nova Ubiratã-MT, Gaúcha do Norte-MT, Canarana-MT e Querência-MT
156 km X X
2Construção da Ferronorte
Cuiabá (MT) - Santarém (PA)
2000 km X
Cuiabá (MT) - Porto Velho (RO)
1500 km X
Cuiabá (MT) - Rondonópolis (MT)
230 km X X X X
Rondonópolis (MT) – Alto Araguaia (MT)
260 km X X X X
Alto Araguaia (MT) - Uberlândia (MG)
771 km X
Alto Araguaia (MT) - Santa Fe do Sul (SP)
504 km X X X X
3
Ponte ferroviária sobre o rio Paraná entre Foz do Iguaçu (BRA) e Ciudad del Este (PRY)
Foz do Iguaçu/PR - Ciudad del Este/PRY
0,5 km X
4
Ponte rodoviária Puerto Presidente Franco (PRY) – Foz do Iguaçu (BRA)
Ponte rodoviária sobre o Rio Paraná, entre Foz do Iguaçu/Porto Meira (Brasil) e Puerto Presidente Franco (Paraguai)
0,7 km X X X
5
Corredor ferroviário bioceânico (Território brasileiro)
Paranaguá (PR) – Cascavel (PR)
730 km X X
Engenheiro Bley (PR) - Lapa (PR) – Paranaguá (PR)
230 km X X X X
Cascavel (PR) - Foz do Iguaçu (PR)
135 km X X
6
Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO)
Campinorte (GO) – Lucas do Rio Verde (MT)
900 km X X X
Lucas do Rio Verde (MT) – Vilhena (RO)
646 km X X
(Continua)
RelatóRio executivo 159
OrdemObra de
InfraestruturaTrecho
Extensão (km) /Característica da obra
Horizonte de implantação
2015 2020 2025 2030
7Construção da Ferrovia Norte-Sul (FNS)
Barcarena (PA) - Açailândia (MA)
477 km X X
Açailândia (MA) - Palmas (TO)
719 km X X X
Palmas (TO) - Anápolis (GO)
860 km X X X
Ouro Verde (GO) – Estrela d’Oeste (SP)
682 km X X X
Estrela d’Oeste (SP) – Panorama (SP)
264 km X
Panorma (SP) – Chapecó (SC)
952 km X
Chapecó (SC) – Rio Grande (RS)
834 km X
8
Otimização da navegabilidade do rio Paraguai (Cáceres - foz do Apa)
Cáceres (BRA) - foz do rio Apa (BRA)
1.270 km X X X
9
Otimização da navegabilidade do Alto rio Paraná
Trecho navegável em território brasileiro, entre a barragem de Itaipu - Barragem de Jupiá / ilha Solteira - São Simão
X X X X
10
Construção da barragem de Santa Maria da Serra
Hidrovia do rio Tietê (rio Piracicaba)
Construção de barragem com duas
eclusasX X X
11
Construção da FERROESTE - Trecho Cascavel-Dourados-Maracaju (FERROESTE)
Cascavel-Dourados-Maracaju (FERROESTE)
Extensão do trecho ferroviário
X X
12
Otimização do trecho da BR-158/MT – Ribeirão Cascalheira – Vila Rica
Ribeirão Cascalheira – Vila Rica
481 km X X X
(Continuação)
RelatóRio executivo160
OrdemObra de
InfraestruturaTrecho
Extensão (km) /Característica da obra
Horizonte de implantação
2015 2020 2025 2030
13
Construção da ponte internacional e Passagem de Fronteira Carmelo Peralta (PRY) - Porto Murtinho (BRA)
Carmelo Peralta (PRY) - Porto Murtinho (BRA)
2,5 km X X X
14
Passagem de fronteira Porto Suárez - Corumbá
Porto Suárez, Santa Cruz, (PRY) - Corumbá, MT (BRA)
Melhoramento da infraestrutura na
região de fronteira entre Brasil e Bolívia.
X X X X
15BR-277 – Santa Terezinha de Itaipu – Cascavel
Santa Terezinha de Itaipu – Cascavel
Melhorias no trecho da BR-277
X X X X
16
Programa de manejo ambiental e territorial da BR-163 - Cuiabá - Santarém) (BR-163 / MT / PA)
Cuiabá - SantarémDiagnóstico
socioeconômico e ambiental
X X X X
17Construção do TUP Porto do Rio Iguaçu
Foz do Iguaçu/BRAConstrução de porto
fluvialX
FONTE: Elaborado por UFPR/ITTI.
OBRAS DE INFRAESTRUTURA PARA O PARAGUAI E SEUS RESPECTIVOS HORIZONTES DE TEMPO.
OrdemObra de
InfraestruturaTrecho
Extensão (km) /Característica da obra
Horizonte
2015 2020 2025 2030
1Pavimentação do trecho Concepción - Vallemí
A06/PY14 - Concepción - Vallemí (Concepción)
170 km X X X
2
Pavimentação do trecho rodoviário Santa Rosa - Capitán Bado
Rota Nacional nº 11 - Santa Rosa - Capitán
160 km X X X
3
Projeto binacional de melhoramento da navegabilidade do rio Paraguai (trecho Asunción - Confluência)
Confluência dos rios Paraguai/Paraná - Asunción (PRY)
Dragagem/derrocamento/
balizamento/sinalização (390 km)
X X X
(Continuação)
(Continua)
RelatóRio executivo 161
OrdemObra de
InfraestruturaTrecho
Extensão (km) /Característica da obra
Horizonte
2015 2020 2025 2030
4Otimização do trecho Clorinda - Asunción
Clorinda (ARG) - Asunción (PRY)
Construção rodoviária (40 km)
X X X
5
Projeto binacional de melhoramento da navegabilidade do rio Paraguai (trecho Apa - Asunción)
Foz do rio Apa (BRA) - Asunción (PRY)
Dragagem/derrocamento/
balizamento/sinalização (580 km)
X X X
6Construção da ferrovia Asunción - Artigas
Asunción (sem departamento) - Artigas (Itapúa)
300 km X
7Sistema de previsão de níveis no rio Paraguai
Foz do rio Apa (BRA) - Asunción (PRY)
Implantação de rede de estações hidrológicas
consistentes com a rede brasileira
X
8Construção da Ferrovia Ciudad del Este - Pilar
Ciudad del Este (Alto Paraná) - Pilar (Ñeembucú)
583 km X X
9
Pavimentação do trecho Curuguaty - Pedro Juan Caballero
Curuguaty (Canindeyú) - Pedro Juan Caballero (Amanbay)
Pavimentação do trecho (285 km)
X X
10Pavimentação do trecho Villeta - Pilar - Paso de Patria
Villeta (Central) - Pilar - Paso de Patria (Neembucú)
Pavimentação do trecho (346 km)
X X X
11Construção da ponte Pilar - rio Bermejo
Pilar (Ñeembucú) - rio Bermejo
Ponte bimodal X X X
12
Projeto binacional de melhoramento da navegabilidade do Médio Paraná
Confluência dos rios Paraguai/Paraná e Barragem de Itaipu)
Dragagem/derrocamento/
balizamento/sinalização (680 km)
X
13Otimização das Rotas nº 2 e nº 7
Rota nº2 (Asunción a Coronel Oviedo)
Melhoramento da via (132 km)
X X X
Rotas nº2 e nº7 (Coronel Oviedo a Caaguazú)
Duplicação de 60 km X X X
Rota nº7 (Caaguazú a Ciudad del Este)
Duplicação de 113 km e melhoramento de 27
km X X X
(Continuação)
(Continua)
RelatóRio executivo162
OrdemObra de
InfraestruturaTrecho
Extensão (km) /Característica da obra
Horizonte
2015 2020 2025 2030
14Otimização da Rota Transchaco Nº 9
Puente Remanso/ Mariscal Estigarribia e Mariscal Estigarribia/ Infante Rivarola
Reconstrução da via (740 km)
X X X
15Projeto binacional de transposição de Itaipu
Montante e a jusante da Barragem de Itaipu
Construção de sistema de transporte multimodal (portos,
rotas de pavimentação, eclusa)
X
16
Projeto binacional de melhoramento da navegabilidade do lago Itaipu
Lago de ItaipuRepresa e a zona de
Salto GuaíraX X X X
17Ampliação em Puerto Indio
Instalações portuárias em Puerto Indio
Ampliação e adequação de instalações
portuárias X
18Reabilitação do Porto de Saltos del Guairá
Salto del Guairá (Canindeyú)
Ampliação do molhe, pátio de manobras, estacionamento de
caminhões de carga e o prédio administrativo
X
19Pavimentação da Rodovia Troncal II
Hernandarias - Puerto Indio
Pavimentação do trecho (57 km)
X
20Vias de acesso para Encarnación
Rotas 1 e 6 com acesso a Encarnación
27 km X X X X
21
Otimização do sistema de terminais portuários de Asunción
Asunción(Acessos terrestres e fluvial, localização de
terminais) X
22Construção da ferrovia Artigas - Posadas
Artigas (Itapúa) - Posadas (ARG)
60 km X X X
23Construção do Porto de Kaarendy
Departamento de Itapúa
Encarnación X
24Construção da ferrovia Asunción - Ciudad del Este
Cuidad del Este (Alto Paraná) - Asuncíon (sem departamento)
300 km X
25
Construção da Rota Nacional Nº 8, Tramo Caazapá – Coronel Bogado
Caazapá – Coronel Bogado
140 km X X X
(Continua)
(Continuação)
RelatóRio executivo 163
OrdemObra de
InfraestruturaTrecho
Extensão (km) /Característica da obra
Horizonte
2015 2020 2025 2030
26
Interconexão das Rotas Nacionais Nº 6 e Nº 8, no trecho San Juan
San Juan Nepomuceno – intersecção com a Rota Nº 6
Pavimentação asfáltica, em 97 km de extensão
X
27
Pavimentação da Rodovia Cruce Guaraní – Corpus Christi – Pindoty Porá
Villa Yhatimí a Pindoty Porá
42 km X X X
28Construção da Ponte El Dorado - Mayor Otaño
El Dorado - Mayor Otaño
Construção de ponte em conjunto com
Centro de Fronteira X
29
Gestão e manutenção da rede pavimentada por níveis de serviço
Abrangência nacional
Gestão rodoviária (manutenção das vias, estações e postos de
pedágio)
X X X
FONTE: Elaborado por UFPR/ITTI.
OBRAS DE INFRAESTRUTURA DO URUGUAI E SEUS RESPECTIVOS HORIZONTES DE TEMPO.
OrdemObra de
InfraestruturaTrecho
Extensão (km)Característica da
obra
Horizonte de implantação
2015 2020 2025 2030
1Melhorias no sistema portuário de Nueva Palmira
Nueva Palmira (Colonia)
Melhoria de acessos terrestres e fluviais, construção de molhes
X X X X
2Reativação do Porto de Paysandú
Paysandú
Adequação e modernização do Porto, construção de acessos e área de armazenamento
X X X X
3
Reforma e manutenção do tramo ferroviário Piedra Sola - Salto Grande
Piedra Sola (Paysandú e Tacuarembó) - Salto Grande (Salto)
Reforma do trecho (327 km)
X X X
4Reforma do ramal ferroviário Algorta - Fray Bentos
Algorta - Fray Bentos (Rio Negro)
Renovação da via (140 km)
X X X
5
Projeto binacional de melhoramento da navegabilidade no rio Uruguai
Rio Uruguai
Dragagem/derrocamento/balizamento/sinalização (200 km)
X X X
(Continua)
(Continuação)
RelatóRio executivo164
OrdemObra de
InfraestruturaTrecho
Extensão (km)Característica da
obra
Horizonte de implantação
2015 2020 2025 2030
6
Conclusão e construção das eclusas de Salto Grande
Barragem de Salto Grande (Salto)
Conclusão de eclusa 1, construção de eclusa 2
X
7Traçado e construção do canal alternativo Casa Blanca
Km 190 a 200 do rio Uruguai
Traçado e obras para viabilização do canal de Casa Blanca (10 km)
X X X
8Reativação do Porto de Salto
Salto (Salto)
Readequação da infraestrutura, acessos e área de manobras
X X X
9Otimização da navegabilidade do rio Negro
Rio Negro
Dragagem/balizamento/construção de eclusas (750 km)
X
10Construção do anel viário de Nueva Palmira
Rota 21 / Rota 12Construção de anel viário (8,5 km)
X X X
11
Construção do ramal ferroviário Mercedes – Sistema portuário de Nueva Palmira
Mercedes (Soriano) - Nueva Palmira (Colonia)
Acesso ao Porto (90 km)
X
12Otimização dos acessos fluviais a portos uruguaios
Rio Uruguai
Dragagem/derrocamento/balizamento / sinalização
X X X X
13Reacondicionamento da Rota Montevideo – Fray Bentos
Rotas Nº 1, 3, 11, 23, 12 e 2
Trecho de 297 km, compreende reforço asfáltico e manutenção
X X X
14
Adequação do Corredor Río Branco - Montevideo - Colonia - Nueva Palmira
Rotas Nº 1, 11, 8, 17, 18, 26, 23 e 12
Reforço asfáltico, construção de novo traçado e construção de pontes
X X X X
Fonte: Elaborado por UFPR/ITTI.