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RELATÓRIO FINAL DO SEMINÁRIO REGIONAL DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS Porto Alegre, RS – 08 e 09 de outubro de 2009 IDENTIFICAÇÃO Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre sediou nos dias 08 e 09 de outubro o Seminário de Mudanças Climáticas da Região Sul, com o tema “As Principais Causas das Mudanças Climáticas da Região Sul”. O evento foi organizado pela Defesa Civil Estadual do Rio Grande do Sul, com apoio da Secretaria Nacional de Defesa Civil. OBJETIVOS Delimitar estratégias e ações que contribuam para a redução gradual dos impactos das mudanças climáticas e suas consequências na região Sul. Incentivar, através da mudança de postura e atitudes, a construção de uma melhor qualidade de vida às gerações futuras permitindo com isto, a auto- sustentabilidade dos setores produtivos. DESENVOLVIMENTO O presente relatório é uma transcrição das apresentações e discussões ocorridas durante os dias 08 e 09 de outubro de 2009, no Seminário Regional de Mudanças Climáticas da Região Sul, acrescido das considerações finais elaboradas pelos Coordenadores Estaduais de Defesa Civil do Paraná, Santa Catarina e Rio grande do Sul. Os temas foram distribuídos em quatro Painéis ficando o INPE responsável primeiro, e na seqüência, cada Coordenadoria Estadual desenvolveu o seu painel abordando os aspectos regionais a que pertencem, como segue.

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RELATÓRIO FINAL DO SEMINÁRIO REGIONAL DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS Porto Alegre, RS – 08 e 09 de outubro de 2009

IDENTIFICAÇÃO

Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre sediou nos dias 08 e 09

de outubro o Seminário de Mudanças Climáticas da Região Sul, com o tema “As

Principais Causas das Mudanças Climáticas da Região Sul”. O evento foi

organizado pela Defesa Civil Estadual do Rio Grande do Sul, com apoio da

Secretaria Nacional de Defesa Civil.

OBJETIVOS

Delimitar estratégias e ações que contribuam para a redução gradual dos

impactos das mudanças climáticas e suas consequências na região Sul.

Incentivar, através da mudança de postura e atitudes, a construção de

uma melhor qualidade de vida às gerações futuras permitindo com isto, a auto-

sustentabilidade dos setores produtivos.

DESENVOLVIMENTO

O presente relatório é uma transcrição das apresentações e discussões

ocorridas durante os dias 08 e 09 de outubro de 2009, no Seminário Regional de

Mudanças Climáticas da Região Sul, acrescido das considerações finais

elaboradas pelos Coordenadores Estaduais de Defesa Civil do Paraná, Santa

Catarina e Rio grande do Sul.

Os temas foram distribuídos em quatro Painéis ficando o INPE

responsável primeiro, e na seqüência, cada Coordenadoria Estadual desenvolveu o

seu painel abordando os aspectos regionais a que pertencem, como segue.

Relato sobre o Painel do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)

Painelista: Sr. Marcos Barbosa Sanches

Moderador: Maj Luis Fernando Santos Carlos

Relator: Cap. Sérgio Henrique Bittencourt

Hora início: 15h10 / Hora fim: 16h30 do dia 08 de outubro

Tema: “Impactos Extremos Relacionados com o tempo e Clima”

CURRÍCULO DO PAINELISTA

Bacharel e Mestrado em Meteorologia, com especialidade em pesquisa

sobre chuvas intensas durante o verão. Participou por 5 anos na operação

meteorológica de tempo e clima como gerente. Sendo apresentador do quadro de

previsão de tempo no TV Vanguarda (subsidiaria da TV Globo no Vale do Paraíba).

Hoje coopera no desenvolvimento em pesquisa no modelo de superfície terrestre

com foco em cenários climáticos.

O painelista Marcos Barbosa Sanches iniciou com um questionamento

“Como o ambiente da terra está mudando e qual as conseqüências para a

população”, passando a explicar que estamos em uma fase de adaptação ou seja é

preciso que o homem busque ajustar-se as modificações climáticas que estão

ocorrendo, pois o planeta está gerando uma nova era geológica, o lançamento de

gases tóxicos na atmosfera tem gerado sérios prejuízos aos seres humanos e a

natureza, o resultado disso é que estamos entrando em um novo regime climático,

onde eventos que eram raros de acontecer tornaram-se comuns, para isso

necessitamos saber conviver com essas mudanças. Na América Latina inundações,

vendavais e terremotos vêem aumentando de forma significativa, eventos que

antes no sul do Brasil não ocorriam começaram a acontecer como exemplo o

furacão Catarina, regiões secas estão mais secas e regiões úmidas mais úmidas,

tendência esta que seguirá no futuro. A emissão de gases tóxicos na atmosfera

aumentou de forma assustadora desde a revolução industrial ocasionando o efeito

estufa ou o aumento da temperatura atmosférica, por exemplo, no Brasil a média

da temperatura subiu sete graus nos últimos 50 anos, o resultado disso é que em

diversos lugares do hemisfério norte a existência de gelo está diminuindo e

conseqüentemente ocorre o aumento do nível do mar, nessa progressão muitos

países , no futuro, terão dificuldades com as populações que vivem próximas ao

mar. Também os efeitos diretos do fenômeno el nino na região sul do Brasil

ocasiona chuvas intensas e com incidência freqüente, pesquisas na Argentina

apontam que houve em acréscimo significativo no índice de chuvas no último

século.

A emissão de gases que causam o efeito estufa tem aumentado

significativamente, a impressão que temos é que os dirigentes de paises grande

emissores estão virando as costas para o problema. Embora os oceanos sejam

grandes absorvedores dos gases do fenômeno estufa, também são prejudicados

com acidificação das águas, matando a vida marinha. A questão atual é como

descarbonizar o mundo, ou seja, diminuir a emissão de gases o que inicialmente

pode ser alcançado através de políticas publicas e a conscientização de cada um,

podemos citar como exemplos, comportamento ecológico correto, mecanismo de

desenvolvimentos limpos, fazer uso das coisas de forma inteligente, apoiar e

participar de iniciativas contra o desmatamento de florestas. A questão é :“poderão

os paises da América Latina no século XXI tornarem-se potencias ambientais ou

pais tropicais desenvolvidos.

Foram feitas as seguintes perguntas ao painelista: Tem como prever o

desastre e a região mais afetada? R: Existe como prever fenômenos extremos,

embora não com total exatidão mas a estudos em regiões mais atingidas. O

governo tem investimentos em prevenção? R: Sim, a investimentos na ciência e

tecnologia bem como eventos como simpósios e discussões como ora estamos

fazendo. Por que não à cobranças maiores dos governantes em relação as

industrias que provocam estragos no sistema global? R: Na verdade existem

cobranças do governo, o que não ocorre na maioria das vezes é a divulgação

desses procedimentos por parte do governo. Por que os governos não investem em

qualificação de recursos humanos? R: A investimentos em qualificação de recursos

talvez não da forma que queremos, o governo federal esta lançando cartilhas e

material didático para trabalhar com estudantes em escolas. O derretimento das

calotas polares sobre o Ártico, não causam aumento no nível do mar?Isso também

acontece com gelo sobre a terra? R: Os derretimentos das calotas aumentam o

nível do mar isso também ocorre com o gelo na terra sito como exemplo na

cordilheira dos Andes no período de alto verão observasse a presença de gelo

somente nos pontos mais altos. Os mecanismos de governo são suficientes para

melhorar esta situação? R: Existe boa vontade dos governantes em mudar a

situação, mas a necessidade de implementar cada vez mais políticas publica de

enfrentamento. Por que a brusca mudança de temperatura? Um dia muito quente e

outro muito frio. R: As diferenças de temperatura devem se a entrada de frentes

frias com maior freqüência nessas épocas. Fala-se em energias limpas, o “pré-sal”

não seria m retrocesso? R: Sim, e não. Sim- O petróleo é considerado um dos

grandes responsáveis do efeito estufa. Não - Pois o “pré-sal” trará o aumento da

economia do pais e em conseqüência serão feitos novos investimentos, mas é

necessário que cada cidadão tenha consciência na utilização correta de veículos.

Estamos num cenário de mudanças na legislação ambiental devido a regularidade

de áreas de proteção permanente em propriedades rurais – ocorrendo atualmente

um embate entre a agricultura e meio ambiente. Fale sobre o tema. R: Ocorre que a

população do mundo aumenta consideravelmente diante disso a necessidade da

produção de mais alimentos por outro lado em conformidade com isso a natureza

necessita ser preservada .Uma solução pratica da se na melhoria das rodovias

assim a perda no transporte de grãos será reduzida resultando que mais pessoas

sejam alimentadas.

Relato sobre o Painel do CEDEC – RS

Painelistas: Cel Joel Prates Pedroso, Exmo. Sr. Rogério Porto e Srª Ana Maria

Cruzat

Moderador: Maj Luis Fernando Santos Carlos

Relator: Maj Aurivan Chiocheta

Hora início: 17h00 / Hora fim: 18h20 do dia 08 de outubro

TEMA: 1º CICLO DE CAPACITAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS DO SINDEC NO

RS. UMA MUDANÇA DE REALIDADE

CURRÍCULO DO PAINELISTA

Joel Prates Pedroso

Natural de Lageado, é Coronel da Brigada Militar e atualmente é o Sub-

chefe da defesa Civil do Estado Rio Grande do Sul, além da formação superior na

Academia de Policia Militar em 1981, possui Licenciatura Plena em Educação

Física 1991 e Pós-graduação em Treinamento Esportivo 1997, ambos no Instituto

Porto Alegre.

O painelista Coronel Prates iniciou sua intervenção explanando sobre a

estrutura do Sistema Nacional de Defesa Civil e a inserção do Estado do RS neste

contexto, onde este está estruturado em cinco regionais e que há uma decisão de

governo no sentido de ampliação das mesmas, com a criação de mais quatro,

totalizando nove regiões do Estado contempladas com a presença no terreno de

agentes técnicos, possibilitando, assim, maior celeridade no atendimento as

comunidades afetadas por desastres, e maior participação da Coordenadoria

Estadual de Defesa Civil em ações preventivas e de preparação para o

enfrentamento de problemas e na mitigação dos efeitos de desastres que assolam

as comunidades.

Na seqüência houve uma abordagem do número de eventos adversos

que assolaram o Estado do Rio Grande do Sul nos últimos anos, sendo que

constatou-se um incremento no número de ocorrências, já como reflexo das

mudanças climáticas que estão assolando esta região do país.

Como medida importante e já adotada na atual gestão, citou o que foi

instituído o COMTEC – Comitê Técnico de Defesa Civil, órgão compostos por

segmentos do governo do estado, bem como setoriais, entidade esta que tem por

incumbência a discussão e deliberação sobre temas de relevância que envolvem

ações e atuações do sistema estadual de Defesa Civil.

Igualmente foi descrito pelo Cel Prates algumas medidas legislativas

implementadas pelo atual governo, tais como:

ü força tarefa para os municípios do litoral norte, durante o veraneio;

ü ampliação das REDEC’s;

ü convênio com o INPE – instituto nacional de pesquisas espaciais;

ü ciclo de capacitação de defesa civil, com a realização de CODC –

curso operacional de defesa civil, em todas as regiões do Estado, objetivando a

capacitação de agentes de Defesa Civil em todo o território gaúcho.

O painelista deu ênfase as metas estabelecidas pela Coordenadoria

Estadual de Defesa Civil e citou-as como segue:

ü capacitação de agentes de defesa civil em todos os 496 municípios do

Estado do RS;

ü adequação da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil às orientações

da Secretaria Nacional de Defesa Civil;

ü campanha de conscientização sobre a importância da Defesa Civil nos

municípios;

ü presença marcante da defesa civil no litoral gaúcho;

ü atuação decisiva da defesa civil estadual na resolução de velhos

problemas estruturais do estado, como o enfrentamento e recuperação da

barragem de Ernestina, no norte gaúcho.

Concluindo os trabalhos, o Cel Prates enfatizou que a criação de uma

cultura de defesa civil passa, inequivocamente, pelo envolvimento dos gestores

municipais e agentes na construção de uma nova realidade de enfrentamento

preventivo eficaz, havendo a preparação dos atores do sistema municipal , para

buscarem uma adequação das demandas que surgem. Este ciclo de capacitação

constitui-se ferramenta indispensável na disseminação desta nova filosofia,

despertando o interesse e a discussão sobre o tema.

Por fim, foram respondidas perguntas pelo painelista especificamente

sobre quais os resultados práticos e positivos deste ciclo realizado nos municípios,

do que teve-se como resposta que está se criando novas realidades e se está

construindo uma nova visão cultural.

TEMA: A INFLUÊNCIA DO CLIMA NA AGRICULTURA

CURRÍCULO DO PAINELISTA

Rogério Ortiz Porto

Natural de Soledade, o Secretário Extraordinário da Irrigação e Usos

Múltiplos da Água, é graduado em Geologia pela Universidade Federal do Rio

Grande do Sul e em Economia pela Universidade do Vale do Sinos (Unisinos).

É pós-graduado em Projetos e Planejamento do Desenvolvimento Econômico –

Cepal/BNDES, em Teoria Econômica - ESCOLATINA - Universidade do Chile e

Mestre em Administração de Empresas (PPGA - UFRGS).

O painelista abordou o tema com o enfoque técnico, enfatizando

inicialmente que o Estado do RS possui 35% da área irrigada do país. Na

seqüência afirmou que não há um sistema adequado de estoque de água, o que

poderia ser incrementado e incentivado, pois é indispensável para o futuro que

ocorra o acúmulo de água, como forma de fazer o enfrentamento a escassez que

advirá.

Ressaltou que em função do processo de evaporação das águas e da

importância dos oceanos, a água somente deixará de existir, quando houver uma

diminuição expressiva das águas oceânicas.

Numa abordagem objetiva, afirmou que o Brasil possui 15% da água

doce do planeta e que a escassez de água é relativa. O uso da água para a

irrigação é fator preponderante para que se obtenha maior rentabilidade e se

produza mais alimentos.

Ressaltou que as perdas anuais em função da escassez hídrica no

estado, na média, estão estimadas em 2,5 bilhões de dólares, o que representa

elevadíssimo valor e afeta sobremaneira a economia da região.

Esclareceu que o Estado está investindo em irrigação, buscando

enfrentar o problema da escassez e estimular com essas políticas a que o homem

do campo permaneça nele e produza melhor, com qualidade e dentro de padrões

aceitáveis. Enfim, como políticas governamentais a nível estadual está havendo o

incremento e o investimento em microaçúdes e cisternas, como soluções objetivas

para pequenas e médias propriedades rurais.

Foi afirmado pelo painelista que o estado do RS é um dos que menos

recebe recursos federais para aplicação em irrigação, com percentual insignificante

ante outros estados da federação e que esta realidade deve ser modificada o mais

rápido possível.

Foram respondidas algumas perguntas pelo painelista que versaram

sobre o que segue: se a irrigação não acarreta excessiva compactação do solo

ocasionando o secamento do lençol freático; sobre a viabilidade econômica da

irrigação em pequenas propriedades rurais que produzem soja e milho; sobre as

medidas de curto prazo que poderiam ser adotadas para amenizar os efeitos da

estiagem no meio rural, sendo que foi afirmado, com ênfase, que a única forma de

se obter sucesso no setor primário, no estado RS, é o investimento em políticas

que possibilitem a armazenagem de água.

CURRÍCULO DO PAINELISTA

Ana Maria Cruzat

Formada em Química pela UFRGS, especialista em Gerenciamento

Ambiental pela ULBRA. Desde 2006 atua na Assessoria Técnica da Secretaria de

Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul (SEMA). Responsável Técnica

pela implantação do Fórum Gaúcho de Produção mais Limpa e do Fórum Gaúcho

de Mudanças Climáticas.

A painelista iniciou sua apresentação explanado sobre o Fórum Gaúcho

de Mudanças climáticas que tem as seguintes competências:

Ø Propor políticas públicas relativas às questões das mudanças e

variabilidade climática;

Ø Assessorar os diversos órgãos e entidades do Estado em matérias

pertinentes à MC;

Ø Divulgar e promover conceitos e práticas para a diminuição do

impacto das MC Globais sobre a realidade local e regional;

Ø Acompanhar e avaliar as iniciativas de outras esferas governamentais

em matéria de MC;

Ø Elaborar e manter um banco de dados sobre as condições climáticas

do estado e suas alterações;

Ø Avaliar e monitorar o impacto das mudanças globais do clima no RS,

propondo ações estratégicas pertinentes

Na seqüência passou a desenvolver o tema sobre o aquecimento global

enfatizando que nos últimos anos o tema vem ganhando espaço no mundo todo,

ainda mais com as previsões de agravamento das condições climáticas e seus

impactos segundo os estudos científicos divulgados nos últimos relatórios do IPCC.

Em todas as iniciativas, a participação gaúcha tem sido, até o momento,

bastante tímida e requer maior envolvimento e comprometimento do ponto de vista

governamental, empresarial e da comunidade científica.

Avaliou que as mudanças climáticas até o término do Século XXI serão

catastróficas.

Segundo o IPCC Mudança do Clima refere-se a variação estatisticamente

significativa ou no estado médio do clima ou em sua variabilidade, que persistir por

um período indeterminado (décadas ou mais).

Apresentou uma série de gráficos comparativos que demonstram

claramente que estamos em processo de aq1ucimento global.

No Rio Grande do Sul a situação não é diferente, todos os modelos

prevêem aumento da temperatura média, valores entre 1,2 e 3,5 oC de aumento,

média de 2,8 oC de aumento. Aumentos mais expressivos nos meses de inverno.

Apesar de possuir uma economia fortemente dependente das condições

climáticas, o RS ainda não possui um sistema integrado e bem estruturado para o

acompanhamento climatológico, segundo o Núcleo de Pesquisas Antárticas e

Climáticas da UFRGS (NUPAC).

A maioria dos estudos do Clima Gaúcho foram realizados a décadas

atrás e necessitam de urgente revisão e atualização.

As novas pesquisas são pouco divulgadas ou disponibilizadas à

população.

Em suas conclusões ressaltou:

Ø Temos pela frente catástrofes tão graves ou maiores que as

anunciadas pelo aquecimento global;

Ø Os efeitos podem ser bem mais rápidos e devastadores;

Ø A confiabilidade desta previsão é de 100%;

Ø No final do século, estarão vivendo no planeta Terra cerca de 10

bilhões de pessoas e a produção mundial de bens deverá quadruplicar.

Ø O consumo mundial de combustíveis fósseis, carvão, petróleo e gás

natural, nos dias atuais, é cinco vezes maior que em 1950.

Ø Metade das florestas naturais do mundo foram cortadas e um terço

do restante encontra-se degradado.

Ø O uso de recursos naturais e os níveis de poluição e resíduos

continuam crescendo apesar dos ganhos conquistados através da produção mais

limpa e da ecoeficiência.

O que devemos fazer?

Ø Diminuir drasticamente o lançamento de poluentes atmosféricos;

Ø Diminuir drasticamente o lançamento de poluentes nos recursos

hídricos;

Ø Diminuir drasticamente a produção de resíduos sólidos;

Ø Investir nos ‘santuários ecológicos’, pois mais de 90% dos alimentos e

bens são obtidos da biodiversidade;

Ø Investir em uma política de controle da natalidade, no mundo inteiro;

Ø Democratizar o conhecimento e a tecnologia;

Ø Mudança de conduta à nível pessoal, buscando a sustentabilidade.

Ø O combate a maioria das causas apontadas de degradação podem

também combater o aquecimento global.

Ø Começar o quanto antes.

Não foram feitas perguntas a painelista.

Relato sobre o Painel do CEDEC – PR

Painelistas: Major Fernando Raimundo e Sr. Marcelo Brauer

Moderador: Coronel RR Léo Antônio Bulling

Relator: Major Aurivan Chiocheta

Hora início: 08h30 / Hora fim: 09h50 do dia 09 de outubro

TEMA: INCÊNDIOS FLORESTAIS E AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

CURRÍCULO DO PAINELISTA

Major Fernando Raimundo Schunig

Natural de Curitiba, Paraná. Bombeiro Militar do Estado do Paraná,

possui o Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar, 1990, Licenciatura em

Matemática – Universidade Federal Tecnológica do Paraná, 2000 e Especialização

em Gestão Florestal – Universidade Federal do Paraná, 2009. Atualmente é o

Chefe da Seção de Assuntos de Defesa Civil da 4ª Coordenadoria Regional de

Defesa Civil do Paraná.

O painelista iniciou enfatizando que as alterações climáticas atuam nas

florestas e biodiversidades. O abandono da gestão florestal constitui-se no principal

fator para o incremento do numero de incêndios no país. Aliado a isto as estações

de seca e temperaturas extremas, contribuem sobremaneira para a elevação dos

índices de incêndios. Da mesma forma o excesso de chuvas acarreta umidade

elevada que gera biomassa vegetal, o que incrementa e contribui para a elevação

do número de incêndios.

Foi afirmado pelo painelista que estação muito chuvosa, mais estação

seca e quente, aliado a ondas de calor e fortes ventos, acabam acarretando

INCÊNDIOS.

Foi dito que conter incêndios é medida necessária para evitar a

desertificação.

As queimadas na Amazônia acarretam prejuízos econômicos

elevadíssimos.

Na seqüência foi afirmado que fatores metereológicos atuam como

combustível florestal, como: temperatura, precipitação, freqüência e eventos

extremos (seca, inundações, tempestades), estabilidade atmosférica, umidade

relativa do ar.

O painelista elencou os fatores que controlam a produtividade dos

sistemas naturais e agrícolas, como: freqüência dos incêndios florestais, qualidade

da água, danos em bens e infra-estrutura. Ao mesmo tempo foram elencados os

fatores que aumentam o incêndio no mundo, conforme segue: aumento do número

de fontes de ignição através da expansão da fronteira agrícola; aumento da

suscetibilidade da floresta ao fogo devido a: expansão e exploração da madeira,

período de seca, fazendeiros e agricultores que agem como agentes de incêndios;

florestas que pegam fogo estão em paisagens que há seca e exploração de

madeira.

Ainda, abordou temas como as condições metereológicas que

influenciam o incêndio florestal (temperatura, precipitação e vento). Na continuidade

foi discorrido sobre a incidência de incêndios em matas urbanas, que nos últimos

tempos vem aumentando consideravelmente.

Encerrado as intervenções, o painelista respondeu a questionamentos

como segue: sobre a coleta e análise de dados estatísticos no estado e no Brasil;

sobre convênios internacionais para compartilhar informações metereológicas para

comunicar eventos que possam afetar outros países.

TEMA: DESASTRES NATURAIS OCASIONADOS POR MUDANÇAS CLIMÁTICAS

NO PARANÁ

CURRÍCULO DO PAINELISTA

Marcelo Brauer Zaicovski

Natural de Pelotas, Rio Grande do Sul. Possui graduação em

Bacharelado em Meteorologia pela Universidade Federal de Pelotas (1995) e

mestrado em Meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (1999).

Atua como Meteorologista, nível II, no setor de Monitoramento e Previsão de

Tempo e Clima. É um dos representantes do SIMEPAR no Fórum Paranaense de

Mudanças Climáticas.

O painelista adotou uma metodologia própria, com utilização de

diversas imagens de satélite, demonstrando avanços expressivos das mudanças

climáticas naquele estado, com eventos adversos de grande magnitude, como

granizos, ventos e enchentes. Deu ênfase aos aspectos de aquecimento global

como o principal motivo das mudanças climáticas. Por ser uma abordagem focada

em dados estatísticos e imagens atinentes ao estado do Paraná, como já afirmado,

ficou evidente que a exemplo daquela unidade federativa, toda a região sul é palco

de inúmeros eventos adversos que assolam as comunidades.

Não houve questionamento ao painelista.

Relato sobre o Painel do DEDEC – SC

Painelista: Meteorologista Gilsânia de Souza Cruz

Moderador: Major Márcio Luiz Alves

Relator: Capitão Sérgio Henrique Bittencourt

Hora início: 10h20 / Hora fim: 11h40 do dia 09 de outubro

TEMA: “IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS EM SANTA CATARINA”

CURRÍCULO DA PAINELISTA

Gilsânia de Souza Cruz

Possui graduação em Meteorologia pela Universidade Federal de Pelotas

(1996) e mestrado em Meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(1998). Atualmente é meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária e

Extensão Rural de Santa Catarina S.A. Tem experiência na área de Geociências,

com ênfase em Meteorologia Aplicada, atuando principalmente nos seguintes

temas: previsão e monitoramento de tempo e mar, previsão de clima e estiagem.

Na região sul ocorre várias movimentações de massa de ar facilitando

assim a formação de eventos climáticos; Em Santa Catarina como exemplo em

nove anos, oito foram com estiagem , observa-se que há uma anomalia no índice

de chuvas no estado; O evento mais severo ocorrido foi o furacão Catarina, que

desde sua formação e progressão foi acompanhado e paralelo a isso houve alerta

a pescadores e aos municípios da costa do estado, após sua passagem os

prejuízos foram representativos na agricultura, edificações, infra-estrutura urbana,

flora fauna além de quatro mortes e muitos feridos, o furacão foi classificado como

de categoria 2, em outubro de 2005 nos dias nove dez e onze um ciclone extra

tropical atingiu o estado ocasionando muita chuva, vento e granizo deixando

prejuízos relevantes; No ano de 2006 três tornados causaram estragos e no ano

de 2008 a chuva intensa e a enchente no litoral sul e grande Florianópolis

novamente trouxeram prejuízos, em novembro do mesmo ano o vale do Itajaí foi

atingido por uma enchente afetando sessenta cidades causando cento e trinta e

cinco vitimas fatais.

O Estado de Santa Catarina, não possui radar meteorológica, fato esse

visto como problema, embora que os estudos meteorológicos no estado

principalmente nos últimos tempos estão em fase de desenvolvimento acentuado,

por exemplo já se sabe com cinco dias de antecedência se vai chover ou não e

com 90% de acerto, as etapas seguintes são melhorar mais as previsões e

quantificar as chuvas e mapear com precisão as áreas de risco no estado.

A seguir foram realizadas perguntas respondidas pela palestrante, P.

Alguns países criticam o Brasil por não haver avisos com a devida antecedência

sobre os eventos; R. nos últimos quinze anos houve uma melhora nas previsões

com acerto de 90%, ocorre que não há como prever com exatidão a incidência de

certo eventos; P. Outro furacão pode ocorrer no sul do Brasil; R sim pode ocorrer a

diferença é que podemos prevê-lo com maior tempo.

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO

Data: 08 de outubro (quinta-feira) Horário Painéis

13:00 – 14:00 Credenciamento

14:00 – 15:30 Solenidade de Abertura

15:30 – 16:30 Painel: Impactos Extremos Relacionados com o Tempo e o Clima. Impactos Sociais e Econômicos Painelista: Gilvan Sampaio – INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais Moderador: Ten. Cel Antônio César Carbone Ribas Relator: Cap. Sérgio Henrique Bittencourt

16:30 – 16:50 Intervalo para Coffe Break

16:50 – 18:00

Painel: Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Rio Grande do Sul: Temas e Painelistas:

• 1°Ciclo de Capacitação de Recursos Humanos do SINDEC, no RS. Uma Mudança de Realidade. Cel. Joel Prates Pedroso – Sub-Chefe de Defesa Civil do RS • Influência do Clima na Agricultura – Rogério Porto - Secretário de Irrigação e Usos Múltiplos de Águas. • O papel dos Fóruns Estaduais, no Contexto das Mudanças Climáticas - Ana Maria Cruzat - Secretária Executiva do Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas.

Moderador: Maj Luis Fernando Santos Carlos Relator: Maj Aurivan Chiocheta

18:00 Encerramento dos Trabalhos Data: 09 de outubro (sexta-feira)

Horário Painéis

08:30 – 09:30

Painel: Departamento Estadual de Defesa Civil do Estado do Paraná Temas e Painelistas:

• Incêndios Florestais e as Alterações Climáticas - Major QOBM Fernando Raimundo - Chefe da Seção de Assuntos de Defesa Civil da 4ª Coordenadoria Regional de Defesa Civil do Paraná • Desastres Naturais Ocasionados por Mudanças Climáticas no Paraná - Marcelo Brauer - Instituto Tecnológico SIMEPAR

Moderador: Cel Léo Bulling, Coordenador Municipal de Defesa Civil de Porto Alegre; Relator: Maj Aurivan Chiocheta.

09:30 – 10:30

Painel: Departamento de Defesa Civil do Estado de Santa Catarina Tema e Painelista:

• Impactos das Mudanças Climáticas em Santa Catarina - Gilsânia Cruz - Meteorologista Moderador: Maj Márcio Luiz Alves – Diretor Estadual do Departamento Estadual de Defesa Civil de Santa Catarina Relator: Cap. Sérgio Henrique Bittencourt

10:30 – 10:45 Intervalo para Coffe Break

10:45 – 11:45

Palestra: Participação Social no Governo Federal: - Conselhos Nacionais - Conferências Nacionais Palestrante: Gerson Luiz de Almeida Silva – Secretário Nacional de Articulação Social da Secretaria Geral de Presidência da República Palestra: Realização do DEFENCIL – Seminário Internacional de Defesa Civil Palestrante: Major Daniela Lopes – Secretaria Nacional de Defesa Civil

10:45 – 11:45 Elaboração e Apresentação dos Relatórios por Painéis:

11:45 – 12:30 Conclusão do Evento

• Leitura do Relatório Final • Encerramento do Evento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na consideração dos pontos abordados ficou explicito que eventos

adversos naturais têm afetado a região causando prejuízos econômicos e sociais,

por este motivo entendemos ser necessárias algumas mudanças na atual condução

da política pública brasileira, dentre as quais, segundo discussão dos

Coordenadores seriam:

ü Aumento da dotação orçamentária a Secretaria Nacional de Defesa

Civil destinadas as ações de prevenção e preparação;

ü Fortalecimento da meteorologia nos Estados, favorecendo as

previsões locais, visando o direcionamento de ações de prevenção e preparação da

comunidade frente a eventos extremos;

ü O seminário favoreceu o fortalecimento do Sistema Nacional de

Defesa Civil;

ü Definição de políticas públicas voltadas ao enfrentamento das

estiagens no Sul do Brasil, objetivando a permanência do homem no campo;

ü O Sul do Brasil deve ser considerado prioridade nas ações de

prevenção, preparação para emergência a fim de fazer frente a eventos extremos,

que ocorreram com mais freqüência na última década;

ü Fortalecimento e cumprimento das diretrizes da Política Nacional de

Defesa Civil;

ü Estruturação do Sistema Nacional de Defesa civil com foco na

Regionalização da Ação de Defesa Civil, respeitando as características regionais;

ü Auxilio financeiro para a implementação de rede de monitoramento

meteológico na região sul do Brasil;

ü Incentivo e fomento na estruturação de programas de capacitação e

potencialização das COMDEC´s (respeitadas as características regionais);

ü Dar celeridade nos processos administrativos, viabilizando ações

rápidas destinada ao atendimento as áreas afetadas por desastres;

ü Inclusão do Técnico em Defesa Civil na Classificação Brasileira de

Ocupação (CBO);

CONCLUSÃO

Inequivocamente e de forma unânime, todos presentes elogiaram tanto a

organização como a composição do Seminário, acreditamos também que os

resultados obtidos e elencados podem auxiliar e contribuir para amenizarmos as

conseqüências danosas que o homem causa ao meio ambiente, cujos reflexos são

sentidos na manifestação da natureza, hoje cada vez mais avassaladoras.

Desejo a V. Exª. sucesso na execução de vossos objetivos e que nossas

sugestões possam ser levadas a bom termo, onde entendemos serem primordiais

para uma melhora na qualidade de vida de nossas comunidades, acreditamos que

estamos em sintonia com os objetivos do Sistema Nacional de Defesa Civil, o qual

referenciamos sua liderança senhora Secretária.

WASHINGTON ALVES DA ROSA Cel QOPM Coordenador Estadual de Defesa Civil do PR

MÁRCIO LUIZ ALVES

Maj PMSC Diretor Estadual de Defesa Civil de SC

JOEL PRATES PEDROSO

Cel QOEM S-Chefe Defesa Civil do RS