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RELATÓRIO FINAL ANÁLISE DAS LACUNAS DO MERCADO DE TRABALHO NOS MUNICÍPIOS DE HORIZONTINA, RS E LIMÍTROFES Horizontina/RS, Agosto, 2015.

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RELATÓRIO FINAL

ANÁLISE DAS LACUNAS DO MERCADO DE TRABALHO NOS MUNICÍPIOS DE HORIZONTINA, RS E LIMÍTROFES

Horizontina/RS, Agosto, 2015.

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Relatório Final1 1. Sumário Executivo

O presente relatório, proponente pelo Curso de Ciências Econômicas da Faculdade Horizontina – FAHOR, trata-se de um serviço de consultoria solicitado pela Global Communities Brasil que teve como objetivo geral o levantamento das lacunas do mercado de trabalho no município de Horizontina, no Estado do Rio Grande do Sul (RS), Brasil, e municípios limítrofes, a saber: Tucunduva, Três de Maio, Crissiumal e Doutor Maurício Cardoso. De forma a contemplar integralmente o objetivo proposto, dentre os objetivos específicos destacam-se: a) a caracterização das economias dos municípios abrangidos pela pesquisa, incluindo localização geográfica, perfil populacional, aspectos relacionados ao desenvolvimento – Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e expectativa de vida – e ao crescimento econômico – Valor Adicionado Bruto (VAB), dentre outros; b) a entrevista e posterior análise das expectativas e percepção do mercado de trabalho atual e futuro pelos atores sociais – prefeituras, associações representativas de classe, empresas do setor privado, e jovens em situação de vulnerabilidade; c) a apresentação do perfil da oferta atual de força de trabalho, com base no perfil populacional dos municípios, considerando o grau de instrução e faixa etária; d) a apresentação do perfil da demanda atual de força de trabalho com base nas empresas disponíveis nos locais de pesquisa e na estrutura econômica apresentada pelos municípios sujeitos da pesquisa; e) a atual oferta de cursos de qualificação e treinamento oferecidos por instituições públicas ou privadas. A partir das avaliações feitas sobre o mercado de trabalho atual e tendências, de forma a determinar lacunas que poderão vir a ser preenchidas, pretende-se fornecer subsídios ao Programa Semeando o Futuro, à comunidade e à administração pública para que suas políticas e ações sejam voltadas a programas de desenvolvimento e de qualificação condizentes com as necessidades locais. Assim, contribuir-se-á para uma região mais dinâmica, geradora de riqueza e de maior qualidade de vida. Destaca-se que as opiniões aqui presentes não devem ser vinculadas a nenhum ator social alvo da pesquisa, não sendo também a opinião expressa da Faculdade Horizontina – FAHOR. As mesmas correspondem as análises técnicas baseadas nos fatos e dados coletados dos municípios estudados, sendo os resultados atingidos com a pesquisa apresentados de forma generalista.

2. Agradecimentos

Agradecemos, em primeiro lugar, a solicitação da pesquisa e apoio financeiro da Global Communities Brasil e sua atual equipe, sem os quais esse projeto não teria sido realizado.

Agradecemos o apoio institucional da Faculdade Horizontina – FAHOR, pela infraestrutura disponibilizada a realização das atividades, bem como seu corpo docente do Curso de Ciências Econômicas.

1 Relatório final referente aos serviços de consultoria prestados pelo Curso de Ciências Econômicas da Faculdade

Horizontina – FAHOR sobre “Análise das Lacunas do Mercado de Trabalho no Município de Horizontina, RS e

Municípios Limítrofes”. Horizontina, RS, agosto de 2015.

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Agradecemos aos representantes do setor público de todos os municípios sujeitos da pesquisa, tais como os Departamentos e Secretarias de Desenvolvimento Sócio Econômico, Assistência Social, dentre outros, que se disponibilizaram a receber a equipe executora da pesquisa e fornecer dados e informações relevantes para o andamento dos trabalhos.

Agradecemos às Associações Representativas de Classe, que, apesar de já realizam trabalhos exemplares em prol do crescimento dos associados e, consequentemente, desenvolvimento da região onde atuam, mostraram-se favoráveis a iniciativas como esta, contribuindo com o andamento do trabalho.

Agradecemos aos representantes do setor privado selecionados para a realização da entrevista proposta. Os mesmos receberam a equipe com as portas abertas, demonstrando grande interesse em contribuir para o bom andamento dos trabalhos, fornecendo informações e análises da economia atual e da sua percepção sobre o jovem no mercado de trabalho.

Agradecemos aos jovens entrevistados. Apesar de receosos num primeiro momento, contribuíram, respondendo fielmente a entrevista feita, percebendo a importância da pesquisa que poderá, num futuro próximo, garantir a sua melhor colocação no mercado de trabalho.

3. Lista de Siglas

ACI – Associação Comercial e Industrial ACIAP – Associação Comercial, Industrial e Agropecuária ACISAT – Associação Comercial, Industrial de Serviços e Agropecuária CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados CIEE – Centro de Integração Empresa-Escola CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas CNAE – Classificação Nacional de Atividade Econômica COREDE – Conselho Regional de Desenvolvimento Econômico EAD – Ensino à Distância FAHOR – Faculdade Horizontina FEE – Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul FN – Fronteira Noroeste IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação IDH – Índice de Desenvolvimento Humano IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal MPE’s – Micro e Pequenas Empresas MTE – Ministério do Trabalho e Emprego PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio PRONATEC – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego PSG – Programa Social de Gratuidade RH – Recursos Humanos RS – Rio Grande do Sul SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

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SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SINE – Site Nacional de Empregos VAB – Valor Adicionado Bruto

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4. Índice

1 Sumário Executivo ......................................................................................... 1 2 Agradecimentos .............................................................................................. 1 3 Lista de Siglas ................................................................................................ 2 4 Índice .............................................................................................................. 3 5 Introdução ....................................................................................................... 3 6 Metodologia .................................................................................................... 7 7 Demanda Local de Trabalho .......................................................................... 8 8 Oportunidades e Ameaças ........................................................................... 13 9 Oferta de Trabalho ........................................................................................ 15 10 Visão dos Jovens sobre o Mercado de Trabalho .......................................... 26 11 Instituições de Formação Públicas e Privadas ............................................. 27 12 Análises ....................................................................................................... 29 13 Conclusões e Recomendações ................................................................... 38 14 Anexos ......................................................................................................... 42

5. Introdução

O presente relatório contém as informações e dados obtidos de abril a julho de 2015 referente a execução dos serviços de consultoria a fim de levantar as lacunas no mercado de trabalho do município de Horizontina, RS e municípios limítrofes – Três de Maio, Tucunduva, Doutor Maurício Cardoso e Crissiumal. Para que esse objetivo geral fosse atingido, os objetivos específicos foram: a) caracterizar a economia dos municípios abrangidos pela pesquisa – Horizontina, Tucunduva, Três de Maio, Crissiumal e Doutor Maurício Cardoso; b) levantar o perfil populacional dos municípios contemplados; c) elaborar, aplicar e analisar questionários sobre os atores sociais – setor público, setor privado, associações, e jovens em situação de vulnerabilidade; d) diagnosticar as expectativas e percepções dos atores sociais sobre o mercado de trabalho; e) identificar os determinantes na decisão de qualificação profissional por parte da comunidade analisada; f) avaliar o mercado de trabalho atual e as tendências para determinar lacunas existentes que poderão ser preenchidas com capacitação profissional; g) avaliar os tipos de treinamento e capacitação profissional que são oferecidos no mercado; e h) fornecer subsídios ao Programa Semeando o Futuro, à comunidade e à administração pública sobre as atuais necessidades de oferta de programas de qualificação, tendo em vista as demandas e lacunas existentes no mercado de trabalho atual.

Para o levantamento das informações, fez-se necessário, primeiramente, descrever a área geográfica abrangida pelos municípios em estudo, bem como suas características socioeconômicas. As mesmas foram coletadas a partir de fontes oficiais de pesquisa de banco de dados, a saber: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (FEE RS) e Ministério do Trabalho (MTE). Vale destacar que para os municípios analisados os últimos dados oficiais disponíveis referem-se ao ano de 2010 para as variáveis de maior complexidade, que são obtidas através do censo demográfico realizado de 10 (dez) em 10 (dez) anos. Já para outras variáveis, os dados referem-se aos anos de 2011, 2012, 2013 e 2014, conforme disposição e sempre sendo utilizados os valores mais atuais disponíveis. É importante salientar que para o

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comparativo, foram utilizados dados de fontes semelhantes, trazendo, assim, maior confiabilidade. Ressalta-se, também, que outra fonte importante de dados, além dos já mencionados, são os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) realizada anualmente pelo IBGE. Apesar da defasagem dos dados coletados, fator limitador para realizar pesquisas mais atuais no Brasil, as informações coletadas através das entrevistas com atores sociais locais, como Prefeituras, representadas em sua grande parte pelas Secretarias e/ou Departamentos Municipais de Assistência Social, Desenvolvimento Socioeconômico e Educação, bem como com as Associações Comerciais e/ou Industriais, serviram para corroborar que tais dados qualitativos perduram no momento vigente e os quantitativos apresentam tendência similar.

Em relação a área geográfica abrangida pelo estudo, com destaque para o município sede da Global Communities Brasil – Horizontina – e os demais municípios vizinhos em estudo, a Figura 1 apresenta um recorte do estado do Rio Grande do Sul (RS) que representa o Conselho Regional de Desenvolvimento Fronteira Noroeste (COREDE FN), sendo esse o Conselho do qual a maior parte dos municípios em estudo faz parte. O critério de seleção dos municípios a serem investigados baseou-se em dois: a) municípios limítrofes ao de Horizontina, RS; e b) municípios com população superior a 5 (cinco) mil habitantes. Assim sendo, justifica-se a exclusão do município Nova Candelária, cuja população, em 2013, foi de 2.768 habitantes, ou seja, 1,36% da população total do COREDE FN. Ademais, justifica-se a inclusão de um município – Crissiumal – pertencente ao COREDE vizinho – COREDE CELEIRO.

Figura 1 – Localização geográfica dos municípios sujeitos de pesquisa no Estado do RS

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Fonte: ATLAS SOCIOECONOMICO DO RS.

Em relação às características gerais dos municípios sujeitos da pesquisa, destacam-se aquelas relacionadas à localização territorial, área (em km2), população, expectativa de vida, taxa de alfabetização, etnias, clima e solo, conforme segue.

a) Horizontina: criado em 1954, apresentou uma população, no ano de 2013, de 18.514 habitantes, aproximadamente 9% do total da população do Corede Fronteira Noroeste, e uma área de 232,5 km2, correspondente à, aproximadamente, 5% da área do referido COREDE. Em 2010, apresentou um quadro diferenciado quanto aos indicadores sociais: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 0,78 (média do Brasil de 0,744, em 2014); expectativa de vida de 76,5 anos – superior a 73,9 anos (média brasileira, em 2010), e taxa de alfabetização de 97,11%, superior a 90,4% (média brasileira em 2012).

b) Três de Maio: criado em 1954, apresentou uma população, no ano de 2013, de 23.704 habitantes, aproximadamente 12% do total da população do Corede FN, e uma área de 422,2 km2, corresponde à, aproximadamente, 9% da área do referido COREDE. Em 2010, também apresentou um quadro diferenciado quanto aos indicadores sociais: IDHM de 0,76 (média do Brasil de 0,744, em 2014); expectativa

Crissiumal

Horizontina

Tucunduva

Três de Maio

Dr. Mauricio Cardoso

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de vida de 75 anos – superior a 73,9 anos (média brasileira, em 2010), e taxa de alfabetização de 95,56%, superior a 90,4% (média população brasileira em 2012).

c) Tucunduva: criado em 1959, apresentou uma população, no ano de 2013, de 5.834 habitantes, aproximadamente 3% do total da população do Corede FN, e uma área de 180,8 km2, corresponde à, aproximadamente, 4% da área do referido COREDE. Em 2010, os indicadores sociais foram favoráveis, sendo: IDHM de 0,75 (média do Brasil de 0,744, em 2014); expectativa de vida de 73,95 anos – similar a média da população brasileira, em 2010, e taxa de alfabetização de 94,78%, superior a média população brasileira em 2012.

d) Doutor Maurício Cardoso: criado em 1987, apresentou uma população, no ano de 2013, de 5.088 habitantes, aproximadamente 3% do total da população do Corede Fronteira Noroeste, e uma área de 252,7 km2, correspondente à, aproximadamente, 5% da área do COREDE. Em 2010, também apresentou um quadro diferenciado quanto aos indicadores sociais: IDHM de 0,706 (apesar de inferior a média nacional, de 0,744, em 2014, é considerado desenvolvimento médio-alto); expectativa de vida de 75,5 anos – superior a média da população brasileira, em 2010, e taxa de alfabetização de 93,71%, superior a média população brasileira em 2012.

e) Crissiumal: criado em 1954, apresentou uma população, no ano de 2013, de 13.884 habitantes, aproximadamente 10% do total da população do Corede CELEIRO, onde está inserido, e uma área de 362,2 km2, corresponde à, aproximadamente, 8% da área do referido COREDE. Em 2010, apresentou os seguintes indicadores sociais: IDHM de 0,712 (da mesma forma que o município de Dr. Maurício Cardoso, abaixo da média do Brasil, mas com um indicador médio-alto); expectativa de vida de 75,1 anos – superior a 73,9 anos (média da população brasileira, em 2010), e taxa de alfabetização de 95,22%, superior a 90,4% (média população brasileira em 2012).

Tais informações podem ser melhores visualizadas através da Tabela 1. Ainda, constata-se que todos os municípios da pesquisa acima mencionados localizam-se no extremo meridional do Brasil, na região Noroeste do Rio Grande do Sul, e em todos se faz presente um o clima temperado subtropical, com bioma de mata atlântica. Em sua formação étnica destaca-se a presença predominante de imigrantes de origem italiana e alemã, sendo que também existem grupos étnicos menores de origem russa, polonesa, portuguesa e espanhola.

Tabela 1 – Informações gerais dos municípios em estudo

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Tendo visto a descrição da área geográfica abrangida pelo presente estudo, bem como algumas características sociais da mesma, passa-se, a seguir, para a descrição da metodologia empregada. Após, apresentam-se os dados e informações dos setores de atividade econômica de cada município, a quantidade de micro e pequenas empresas existentes, bem como as vagas de trabalho criadas ou destruídas por município e setor de atividade, seguido das oportunidades e ameaças que os jovens encontram no atual mercado. Aqui constam, de forma geral, as informações coletadas com base nas entrevistas aplicadas aos atores sociais, sendo eles os representantes do setor público – Secretarias e Departamentos –, das associações representativas de classes comerciais e/ou industriais, e das empresas representantes do setor privado, contemplando a atual demanda por força de trabalho da região estudada.

Em seguida, apresentam-se os dados e as informações no que tange a oferta de mão de obra nos municípios sujeitos do estudo. Além do uso de fontes estatísticas oficiais, como a evolução populacional, a pirâmide etária e o grau de instrução do pessoal ocupado, seguem as informações provenientes das entrevistas realizadas no público jovem em situação de vulnerabilidade compondo a visão dos jovens sobre o mercado de trabalho. Na sequência, são apresentadas as instituições de formação pública e privada e as atuais ofertas de cursos de treinamento e qualificação existentes nos municípios.

Por fim, as análises referentes às lacunas no mercado de trabalho e os tipos de treinamento e capacitação profissional e pessoal necessários para a melhor inserção do jovem nesse contexto são levantadas, bem como as considerações finais e recomendações. Com isso, espera-se fomentar ações potenciais e oportunidades de treinamento para qualificação da mão-de-obra jovem local por parte tanto da inciativa privada como pública, possibilitando uma maior inserção social e no mercado de trabalho dos jovens em situação de maior vulnerabilidade social.

Ano 2013 Km2 Ano 2010

Ano de criação Município População Área

Taxa alfabetização

Expectativa de Vida

IDHM

Horizontina 18.514 232,5 97,11 % 76,47 anos 0,783 1954

Dr. Maurício Cardoso 5.088 252,7 93,71 % 75,41 anos 0,706 1987

Nova Candelária 2.768 97,8 97,84 % 76,36 anos - 1995

Três de Maio 23.704 422,2 95,56 % 75,02 anos 0,759 1954

Tucunduva 5.834 180,8 94,78 % 73,95 anos 0,747 1959

COREDE FN 203.025 4.689,00 95,53 % 73,87 anos - -

Crissiumal 13.884 362,2 95,22 % 75,11 anos 0,712 1954

COREDE CELEIRO 140.802 4.743,00 91,45 % - - -

RS 10.841.802 281.748,5 95,47 % 75,38 anos 0,746

Fonte: FEE RS.

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6. Metodologia

Os dados levantados são de cunho quantitativo e qualitativo. Inicialmente, foi feito um mapeamento, de forma abrangente, das condições socioeconômicas dos municípios em estudo. As principais fontes de pesquisa dessas informações e dados foram os institutos de pesquisas oficiais do país, a destacar: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (FEE RS). Também, fez-se uso das informações disponibilizadas pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MET). Vale destacar que esse cadastro cobre somente o universo empregatício regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Através do IBGE, coletou-se dados brutos e gerais do Estado e dos municípios em análise. Informações mais específicas, bem como aquelas que dizem respeito aos COREDES dos quais os municípios sujeitos de análise pertencem, foram buscadas através da FEE RS. Assim, foi possível levantar as características gerais dos municípios em estudo e identificar as secretarias e os departamentos municipais responsáveis pela execução de políticas de cunho social (Secretarias ou Departamentos de Assistência Social) e econômico (Secretarias de Desenvolvimento Econômico ou da Indústria e Comércio).

A partir de então, contatos com os atores sociais locais – Secretarias e/ou Departamentos municipais e Associações Representativas de Classe Comerciais e/ou Industrias – foram efetuados, bem como a realização de entrevista narrativa e semiestruturada – questionário aberto. No ANEXO 13.3 e 13.4 constam, de forma mais detalhada, esses questionários destinados às entrevistas com esses atores. As mesmas foram elaboradas com base nos questionários propostos e já aplicados pela Global Communities Brasil em pesquisas anteriores, porém adaptados à realidade local e conforme julgamento profissional.

Assim, foi possível diagnosticar, do ponto de vista de cada ator social, as oportunidades e as ameaças da economia de cada município, bem como os pontos fortes e fracos da atual força de trabalho. Ademais, levantou-se as políticas públicas presentes até o momento para incentivar tanto a inserção da população carente no mercado de trabalho como a ampliação de investimentos produtivos por parte do setor privado. Através da percepção do pessoal entrevistado, foi possível determinar a população alvo, tanto das empresas do setor privado, quanto das comunidades vulneráveis, a ser investigada. Faz parte do ANEXO 13.5 e 13.6 o roteiro das entrevistas narrativas e semiestruturadas aplicadas às empresas e com os jovens selecionados.

Foram selecionadas 3 (três) empresas de cada município de forma não probabilística, por intenção, sendo considerado aquelas que apresentavam maior repercussão social conforme opinião dos entrevistados nas pesquisas anteriores. Com base nos contatos prévios realizados com as empresas, algumas foram desconsideradas, por não mostrarem-se abertas a realizar a entrevista, e outras incluídas, tendo em vista a disponibilidade apresentada pelos representantes.

Da mesma forma, definido as comunidades carentes de cada município, procurou-se aplicar a entrevista ao maior número de jovens encontrados. De forma a obter

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maiores informações sobre esse público alvo principal da pesquisa optou-se, também, por aplicar a entrevista dentro de todas as escolas que oferecem ensino médio da esfera pública de cada município. Nesse âmbito, selecionou-se os jovens que eram beneficiados pela Programa Bolsa Família. Assim sendo, foi possível entrevistar um total de 134 (cento e trinta e quatro) jovens com o perfil desejado ao longo da execução do trabalho.

A coleta de dados e informações dos jovens obedeceu aos critérios das técnicas de estatística. A população alvo trata-se dos jovens das comunidades carentes pré-selecionadas com base nas entrevistas aplicadas anteriormente com representantes das prefeituras locais e das associações representativas de classe. Para a seleção da amostra sujeita à aplicação das entrevistas, os jovens foram estratificados, constituindo-se sujeitos de pesquisa jovens entre 12 a 23 anos de idade e em situação de vulnerabilidade. Considerando-se uma margem de erro de 10%, o número de jovens a ser entrevistado deveria ser de 94 (noventa e quatro) pessoas, aproximadamente, de forma a garantir a significância estatística. O número de jovens entrevistados foi significativamente maior do que o recomendado, atingindo um patamar próximo a 150 (cento e cinquenta) jovens, dos quais, após algumas exclusões por não se enquadrarem no perfil traçado, restaram 134 (cento e trinta e quatro) jovens cujas entrevistas foram aproveitadas para fim de apuração dos resultados e análise final da pesquisa.

Vale destacar que a maior parte das informações coletadas através das entrevistas narrativas e semiestruturadas a respeito das características econômicas e sociais e das necessidades da classe trabalhadora e empresarial foram de cunho qualitativo. Informações como número de empregos, tipos de empregos, competências técnicas requeridas, características da população alvo (sexo, idade, escolaridade, outros), características das empresas alvo; características dos municípios; dentre outros, foram contempladas.

7. Demanda Local de Trabalho

Ao estudar a economia local e os principais setores de atividade econômica de forma a compreender melhor a demanda por trabalho pelas empresas do setor privado, trabalha-se com a distribuição do Valor Adicionado Bruto (VAB) da economia de cada município. Assim, é possível identificar a atividade econômica com maior dinamismo. Através das Figuras a seguir, por município, destaca-se a importância do setor industrial para o município de Horizontina apenas, e do setor relacionado a serviços para todos os demais municípios – Três de Maio, Tucunduva, Doutor Maurício Cardoso e Crissiumal.

Ao analisar o Valor Adicionado Bruto (VAB) de Horizontina, verifica-se que a atividade industrial correspondeu a 52,4% da riqueza gerada nessa economia em 2012. O setor de serviços representou 43,2% e da agropecuária 4,4%. Já na análise do Valor Adicionado Bruto do município de Três de Maio, a situação apresenta-se diferente. Aqui, o setor de serviços é quem representa a maior riqueza gerada na economia, correspondendo a 72,5% do total gerado. O setor industrial fica com 15,4% e a agropecuária com 12,1%.

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Ao analisar VAB de Tucunduva, da mesma forma que no caso anterior, o setor serviços é o mais significativo, representando 73,12% da riqueza gerada. Porém, o mesmo é seguido pela atividade agropecuária, com 20,2%, contando com uma pequena participação da atividade relacionada ao setor industrial – 6,7%. No município de Doutor Maurício Cardoso, a agropecuária não é a principal atividade através da análise do VAB, mas possui grande representatividade e importância nessa economia, sendo a riqueza gerada por ela 40,6% do total produzido. O setor de serviços corresponde a 53,3% da riqueza e atividade industrial apenas 6,1%.

Por fim, o município de Crissiumal segue a mesma dinâmica dos municípios de Tucunduva e de Dr. Maurício Cardoso. O setor de serviços é a primeira atividade, com 59,4% do VAB local, seguido da atividade agropecuária, com 25,8%, e industrial, 14,9%.

Figura 2 – Valor Adicionado Bruto dos municípios de Horizontina, Três de Maio, Tucunduva, Dr. Mauricio Cardoso e Crissimual em 2012

Fonte Dados Brutos: IBGE CIDADES.

Em relação ao mercado de trabalho nesses municípios, pode-se constatar que no ano de 2014 houve, de forma geral, redução nas vagas de emprego disponíveis nos cinco municípios em estudo da ordem de 180 (cento e oitenta) – saldo líquido. O principal município responsável por essa redução foi o município de Horizontina, que totalizou 266 (duzentos e sessenta e seis) postos formais de trabalho a menos em 2014. Ademais, o setor de atividade econômica com maior redução de vagas de trabalho foi o relacionado a indústria de transformação, a qual reduziu, em 2014, 336 (trezentos e trinta e seis) postos de trabalho no município de Horizontina e 293 (duzentos e noventa e três) no saldo líquido total dos cinco municípios em estudo. Tais informações, com base nas fontes oficiais de pesquisa, seguem melhor detalhas na Tabela 2.

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Tabela 2 – Evolução do emprego formal por COREDE e municípios selecionados e setor de atividade econômica, de janeiro a dezembro de 2014

Legenda: Extr mineral: Extrativa mineral Ind Transf: Indústria de transformação Serv ind up: Serviços de utilidade pública Constr Civil: Construção civil Adm pública: Administração pública

Através de informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) é possível confrontar esses dados com o número de Micro e Pequenas Empresas (MPE’s) presentes no COREDE Fronteira Noroeste e nos municípios em estudo. Além disso, apresenta-se os mesmos dados para alguns municípios selecionados da região a fins de conhecimento – Santa Rosa, Nova Candelária, Santo Ângelo e Ijuí.

Vale destacar, no presente contexto, que são consideradas MPE’s aquelas com receita bruta anual igual ou inferior a R$ 360 mil (microempresas) e superior a R$ 360 mil e igual ou inferior a R$ 3,600 milhões (empresas de pequeno porte). Assim sendo, de acordo com a Tabela 3, percebe-se que no COREDE FN a concentração de MPE’s localiza-se nos municípios de Santa Rosa, com 38,5% do total de MPE’s desse COREDE, seguido dos municípios de Três de Maio e Horizontina, com 12,1%, e 10,1%, respectivamente. Além disso, a taxa de crescimento das MPE’s dessa região acompanha o que acontece no estado gaúcho e no Brasil, onde verificou-se um crescimento de, em média, 10% de 2013 a 2014 e um crescimento mais moderado de 2014 a 2015, em torno de 2,5%.

Município Extr mineral Ind transf Serv ind up Constr civil

Fronteira Noroeste 19 -877 -3 343

Horizontina -3 -336 1 46

Dr Mr Cardoso 0 17 0 2

Três de Maio 0 37 -14 29

Tucunduva 0 0 0 0

Celeiro 8 149 1 49

Crissiumal 3 -11 1 2

TOTAL municípios 0 -293 -12 79

Município Comércio Serviços Adm pública Agropecuária Total

Fronteira Noroeste 492 392 -9 -127 230

Horizontina 56 -23 -4 -3 -266

Dr Mr Cardoso 2 1 -1 6 27

Tres de Maio 68 -35 -2 -4 79

Tucunduva -11 -13 0 -1 -25

Celeiro 250 392 -17 6 838

Crissiumal 15 12 -18 1 5

TOTAL municípios 130 -58 -25 -1 -180 Fonte dados brutos: CAGED / MTE.

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Tabela 3 – Quantidade de MPE’s em 2013, 2014 e 2015 para o COREDE FN e municípios selecionados

Ao analisarmos essas mesmas informações considerando alguns segmentos da Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Tabela 4, para aqueles municípios em estudo, destaca-se que a maior concentração de MPE’s estão nos seguintes segmentos: “Comércio e Reparação” (46,7%), “Indústria de Transformação (13,1%), “Alojamento e Alimentação (8,4%), “Transporte, Armazenagem e Correio” (7,7%), “Construção” (6,9%) e “Outras Atividades de Serviços” (4,9%).

Na categoria “Comércio e Reparação”, com aproximadamente 46,7% de MPE’s, destacam-se as seguintes atividades: comércio e varejo de veículos automotores novos e usados; comércio de peças e acessórios para veículos automotores; comércio de combustíveis e produtos químicos; representantes comerciais de eletrodomésticos, móveis, materiais de construção, ferragens, máquinas, madeiras; comércio de vestuário, calçados, viagens, bebidas, produtos alimentícios, embalagens; armazéns, mercearias, mercados; comércio varejista de carnes (açougues), hortigranjeiros, laticínios, frios, padaria; comércio varejista de artigos de papelaria, informática, esportivos, higiene pessoal, animais domésticos, plantas, farmacêuticos, artesanatos, jornais, revistas.

Já no segmento de “Indústria de Transformação” (13,1%), as atividades vinculadas são: frigorífico, matadouro, produção de alimentos, lacticínios, conservas, vinhos; panificação; confecção e vestuário; serraria; fabricação de materiais plásticos, de artigos de vidro; cimento; esquadrias; estruturas metálicas, usinagem, tornearia, máquinas e equipamentos agrícolas; móveis, semi-jóias, letreiros, impressões, outros. “Alojamento e Alimentação” (8,4%) referem-se a hotéis; bares e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas; lanchonetes, casas de chá, de

Municípios 2013 2014 2015

Dr.Maurício Cardoso 204 1,6% 227 1,6% 237 1,6%

Horizontina 1.264 9,7% 1.458 10,0% 1.502 10,1%

Três de Maio 1.591 12,2% 1.777 12,2% 1.810 12,1%

Tucunduva 458 3,5% 505 3,5% 517 3,5%

Nova Candelária 137 1,0% 160 1,1% 161 1,1%

Santa Rosa 5.067 38,8% 5.631 38,6% 5.759 38,5%

COREDE FN 13.066 100% 14.599 100% 14.941 100%

Taxa crescimento 10,5% 2,3%

Crissiumal 690 753 765

Santo Ângelo 6.234 6.945 7.100

Ijuí 7.280 8.227 8.409

RS 762.278 851.937 870.001

Taxa crescimento 10,5% 2,1%

BRASIL 9.947.703 11.413.543 11.728.272

Taxa crescimento 12,8% 2,7%

Fonte dados brutos: IBPT (2015) (Disponível em: https://www.ibpt.org.br/).

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sucos e similares; restaurantes e similares; serviços ambulantes de alimentação; fornecimento de alimentos preparados para consumo domiciliar, empresarial, ou eventos e recepções.

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Tabela 4 – Quantidade de MPE’s em 2015 nos municípios selecionados por seção da CNAE do IBGE

Legenda: A – AGRICULTURA, PECUÁRIA, PRODUÇÃO FLORESTAL, PESCA E AQÜICULTURA (01 A 04) B – INDÚSTRIAS EXTRATIVAS (05 A 09) C – INDÚSTRIAS DE TRANSFORMAÇÃO (10 A 34) D – ELETRICIDADE E GÁS (35) E – ÁGUA, ESGOTO, ATIVIDADES DE GESTÃO DE RESÍDUOS E DESCONTAMINAÇÃO (36 A 40) F – CONSTRUÇÃO (41 A 44) G – COMÉRCIO; REPARAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES E MOTOCICLETAS (45 A 48) H – TRANSPORTE, ARMAZENAGEM E CORREIO (49 A 54) I – ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO (55 A 57) J – INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ( 58 A 63) K – ATIVIDADES FINANCEIRAS, DE SEGUROS E SERVIÇOS RELACIONADOS (64 A 67) L – ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS (68) M – ATIVIDADES PROFISSIONAIS, CIENTÍFICAS E TÉCNICAS (69 a 76) N – ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS E SERVIÇOS COMPLEMENTARES (77 A 83) O – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DEFESA E SEGURIDADE SOCIAL (84) P – EDUCAÇÃO (85) Q – SAÚDE HUMANA E SERVIÇOS SOCIAIS (86 A 89) R – ARTES, CULTURA, ESPORTE E RECREAÇÃO (90 A 93) S – OUTRAS ATIVIDADES DE SERVIÇOS (94 a 96) T – SERVIÇOS DOMÉSTICOS (97 A 98) U – ORGANISMOS INTERNACIONAIS E OUTRAS INSTITUIÇÕES EXTRATERRITORIAIS (99)

Munic. A B C D E F G H I J K L M N P Q R S T Total %

Crissi- umal

0 2 103 0 0 42 378 64 71 12 0 0 23 18 4 12 8 33 0 770 16

Dr. Maur.

3 0 32 0 0 32 87 23 26 1 0 0 11 3 2 5 1 14 0 240 5

Hori- zontina

0 2 217 0 0 131 656 107 111 14 0 2 61 48 46 17 23 93 3 1531 31

Três Maio

2 2 210 0 0 95 931 157 165 12 0 0 68 51 13 46 14 73 0 1839 38

Tucun- Duva

4 0 80 0 1 39 233 28 37 4 0 2 13 21 10 8 9 28 0 517 11

TOTAL 9 6 642 0 1 339 2285 379 410 43 0 4 176 141 75 88 55 241 3 4897 16

Part 0,2% 0,1% 13,1% 0,0% 0,0% 6,9% 46,7% 7,7% 8,4% 0,9% 0,0% 0,1% 3,6% 2,9% 1,5% 1,8% 1,1% 4,9% 0,1% 100,0%

Fonte dados brutos: IBPT (2015) (Disponível em: https://www.ibpt.org.br/).

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“Transporte, Armazenagem e Correio” (7,7%) dizem respeito a prestação de serviços de: transporte escolar; transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, interestadual e internacional; transporte rodoviário de cargas; transporte rodoviário de mudanças; organização de excursões em veículos rodoviários próprios; serviços de reboque; serviços de entrega rápida; serviços de malote não realizados pelo correio nacional; servico de taxi; e transporte por navegação interior.

“Construção” (6,9%) diz respeito as seguintes atividades de: incorporação de empreendimentos imobiliários; construção de edifícios; montagem de estruturas metálicas; obras de urbanização; obras de terraplenagem; preparação de canteiro e limpeza de terreno; instalação e manutenção de sistemas centrais de ar condicionado e refrigeração; instalação e manutenção elétrica; instalações hidráulicas, sanitárias e de gás; instalação de portas, janelas, tetos, divisórias e armários embutidos de qualquer material; outras obras de acabamento da construção; serviços de pintura de edifícios em geral; administração de obras; e obras de alvenaria.

Por fim, “Outras Atividades de Serviços” (4,9%) correspondem a reparação de computadores e eletrodomésticos; agências matrimoniais; chaveiros; lavanderias; tratamento de beleza; cabeleireiros; funerárias; serviços domésticos; outros. Visto isso, a seguir apresentam-se as oportunidades e ameaças da economia desses municípios, bem como as informações sobre a atual força de trabalho – pontos fortes e fracos – sobre a perspectiva dos atores da esfera pública, privada e associações.

8. Oportunidades e Ameaças

A partir das entrevistas narrativas e semiestruturadas aplicadas foi possível diagnosticar, de forma generalista, as oportunidades e ameaças dos municípios e do mercado de trabalho do ponto de vista desses agentes sociais. Em um primeiro momento, visitou-se as Secretarias ou Departamentos de Desenvolvimento Social ou Assistência Social dos municipais estudados. A seguir, foram entrevistados representantes das Associações de Classe. Por fim, foi realizado contatos com empresas representantes do setor privado. Tais informações encontram-se destacadas abaixo por município, tendo sido consideradas aquelas mais relevantes, conforme percepção dos pesquisadores, para as análises finais da presente pesquisa e elaboração de propostas a fim de subsidiar diversos trabalhos em prol da inserção dos jovens no mercado de trabalho, não representando a opinião individual de nenhum ator social específico.

As informações levantadas referente ao município de Horizontina apresentam-se destacadas de forma detalhada no ANEXO 13.7 – Informações coletadas com base nas entrevistas narrativas e semiestruturadas aplicadas aos representantes do setor público, setor privado e associações representativas de classe do município de Horizontina. Através do mesmo, destaca-se a importância do setor metalomecânico para esse município, porém a necessidade de diversificação (incentivos a outros setores como o moveleiro e vestuário) para não criar situação de dependência de

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apenas uma atividade econômica. Também, é necessário sanar alguns pontos negativos referentes à acessibilidade ao município (infraestrutura, anel viário).

Em relação ao mercado de trabalho de Horizontina, os maiores salários e benefícios encontram-se na atividade chave – indústrias metalomecânica – , o que faz com que os outros setores tornem-se pouco atrativos para a mão de obra local. Vagas disponíveis para aqueles com baixa qualificação profissional normalmente são vinculadas a atividades que envolvem força braçal, como limpeza, construção civil e chão de fábrica. Alta qualificação é exigida ao corpo administrativo das empresas, sendo esse profissional, muitas vezes, de origem externa ao município. Para contratação, normalmente, não há intermediação de empresas de Recursos Humanos (RH), sendo feito, em sua maior parte, internamente pela empresa contratante com base nos currículos entregues pessoalmente na empresa – banco de currículos próprio. Diante os pontos fracos da força de trabalho levantados, tais como, baixo nível de instrução, falta qualificação técnica, poucos empreendedores e desinteresse pelo trabalho, o pessoal entrevistado sugeriu dentre os cursos de treinamentos e qualificação necessária os seguintes: Relacionamento com cliente; Treinamento na área tributária; Vendas; Qualificações ISO; Pintura; Indústria de Plástico; Trabalho em equipe.

Já em relação ao município de Três de Maio, as informações levantadas com base nessas entrevistas aplicadas constam no ANEXO 13.8, chamando-se atenção para os seguintes aspectos em relação ao município: população consumista; setor de varejo forte; matriz leiteira relevante; diversidade atividades econômicas no município. Da mesma forma que o município de Horizontina e um problema generalizado são as questões referentes à carência de infraestrutura, ao excesso de burocracia, e à elevada carga tributária. Tais pontos precisam ser melhorados de forma a aumentar a competitividade das empresas aqui instaladas e a atrair investimentos para a região. Oportunidades existem no município, principalmente para desenvolver o setor industrial que ainda é carente nesse local. Destaca-se oportunidades na indústria moveleira, metalomecânica, de plásticos e de alimentos; nos serviços relacionados a saúde, às áreas de tecnologia, e à população idosa.

Em relação ao mercado de trabalho desse município, grande parte da empregabilidade concentra-se nos setores de prestação de serviço (área da saúde, educação, outros) e comércio local, merecendo destaque, também, o setor moveleiro. Quanto ao recrutamento, a Associação Representativa de Classe contribui, bem como a instituição de ensino local para o fornecimento de currículos e indicações. Já a qualificação técnica e comportamental dos funcionários é deficiente, sendo necessários cursos como: Atendimento e Relacionamento com o cliente; Técnicas de Negociação; Vendas; Conhecimento específico do setor de atuação; e aqueles que envolvem capacitação pessoal.

Quanto às informações referentes ao município de Tucunduva, as mesmas encontram-se de forma detalhada no ANEXO 13.9, destaca-se a importância do agronegócio para esse município e do setor têxtil. Porém, há poucos empreendedores e os empresários mostram-se bastante conservadores, o que faz com que certas atividades potenciais fiquem pouco exploradas, como o caso da indústria e do comércio. Além disso, outras atividades como o Turismo Rural e a

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Agricultura Familiar deveriam ser incentivadas, sendo essas outras atividades que apresentam grande oportunidade e potencialidade local.

Quanto ao mercado de trabalho do município, as principais aberturas de vagas encontram-se na administração pública, em cooperativas, confecções, e construção civil. Assim como nos demais municípios em estudo, a seleção também é feita, em sua maior parte, pela própria empresa, contando-se muito com indicações dos próprios colaboradores internos. A carência de mão de obra com qualificação técnica e específica no setor de atuação também é um ponto apresentado. Além disso, aspectos pessoais (comprometimento, valores) também são traçados como pontos fracos da força de trabalho. Dentre os cursos de qualificação sugeridos tem-se: Atendimento ao Cliente, Operador de Caixa, Construção Civil, Panificador, Serviços de limpeza, confecção industrial, relacionamento interpessoal.

Em relação ao município de Doutor Maurício Cardoso, as informações levantadas encontram-se detalhadas no ANEXO 13.10. É importante destacar a agroindústria e o setor relacionado ao turismo rural como potencialidades locais. A atividade agrícola, em especial leite, grãos e suínos, é considerada um ponto forte do município em termos de geração de riqueza e emprego. Porém, faltam indústrias e empresas prestadoras de serviços, devendo as mesmas serem incentivadas pela inciativa pública de forma a suprir as demandas locais e, também, manter os jovens no município, reduzindo a evasão.

A falta de oportunidades de emprego em Doutor Maurício Cardoso faz com que a população jovem emigre para outros municípios vizinhos em busca de oportunidades, refletindo, também, na falta de mão de obra para as agroindústrias locais. Da mesma forma que nos demais municípios estudados, vagas para quem possui baixo nível de instrução sempre existem vinculadas aquelas atividades que envolvem força braçal – serviços gerais, auxiliar de marceneiro, auxiliar mecânico, auxiliar de produção. A Associação Representativa de Classe auxilia com formação de banco de currículos, além da indicação dos próprios colaboradores internos quando da necessidade de preenchimento de vagas abertas. Dentre as qualificações necessárias para a região que foram levantadas, cita-se: Cursos voltados ao processo produtivo do leito; auxiliar de marceneiro; desenho industrial; soldagem; montagem; e cursos de motivação pessoal. Destaca-se que encontram ofertas de cursos em municípios vizinhos, mas não em Doutor Maurício Cardoso, sendo esse um entrave levantado pelos entrevistados.

Já em relação às informações referentes ao município de Crissiumal, presentes de forma detalhada no ANEXO 13.11 – Informações coletadas com base nas entrevistas narrativas e semiestruturadas aplicadas aos representantes do setor público, setor privado e associações representativas de classe do município de Crissiumal –, observa-se a importância da agricultura familiar e das agroindústrias para o município. Atividades vinculadas ao meio rural, indústria moveleira, setor calçadista, serviços gerias e comércio devem ser estimuladas, pois apresentam grandes focos de oportunidade local. Há carência de indústrias. As vagas de emprego encontram-se concentradas nos setores de calçados ou comércio, construção civil, soldador, marceneiro e supermercados.

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Quanto a qualificação da mão de obra, o nível de instrução é bastante baixo, falta experiência (a maioria é primeiro emprego) e conhecimento da atividade, além das qualificações técnicas e pessoais já destacadas nos demais municípios e presentes em todos. Dentre os cursos de qualificação diagnosticados como necessários, tem-se: Vendas; Conhecimentos de informática e tecnologia; Operadores e programadores de CNC; Conhecimentos do setor de atuação; Marcenaria; Produção e montagem de móveis; cursos para aperfeiçoamento pessoal. Visto isso, segue a apresentação da oferta de trabalho rendo como base fontes oficiais de pesquisas e as entrevistas aplicadas junto aos jovens nas comunidades consideradas mais vulneráveis.

9. Oferta de Trabalho

A respeito da atual oferta local de trabalho de cada município, destacam-se os dados referentes à população, à sua distribuição por faixa etária e gênero, e ao seu nível de instrução, considerando aqui o pessoal ocupado com mais de 25 anos de idade. Tais dados foram coletados através do IBGE para todos os municípios pesquisados. Ademais, apresentam-se os resultados das entrevistas realizadas com os jovens em situação de vulnerabilidade, considerando suas percepções sobre o mercado de trabalho e os cursos de qualificações oferecidos. A partir dessas informações, pode-se inferir, de forma geral, se a atual oferta de trabalho condiz com as principais atividades econômicas de cada economia destacadas anteriormente.

Em relação ao município de Horizontina, no que diz respeito ao crescimento populacional, no ano de 2010 a população foi de 18.348, ao passo que em 2007 era de 18.305, um crescimento de 0,24%. Para o mesmo período, o RS apresentou um crescimento populacional de 1,05% (2007: 10.582.840 e 2010: 10.693.929) e o Brasil de 3,68% (2007: 183.987.291 e 2010: 190.755.799). Com base na Figura 3 percebe-se esse pequeno crescimento apresentado em Horizontina ao comparar-se com o verificado no RS e no Brasil. A partir de 2004, o município apresentou uma certa estabilidade no número de habitantes, não exibindo assim um crescimento populacional significativo.

Figura 3 – Evolução populacional de Horizontina, do RS e do Brasil para o ano de 2010

Fonte Dados Brutos: IBGE CIDADES.

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Fazendo a mesma análise para o município de Três de Maio, no ano de 2010 a sua população foi de 23.726 habitantes, ao passo que em 2007 era de 23.333, ou seja, um crescimento de 1,7% acima do crescimento apresentado pelo Estado gaúcho no mesmo período, que foi de 1,05%, mas abaixo do crescimento nacional – 3,68%. Apesar desse leve crescimento, deve-se observar que em períodos anteriores o município estava apresentando evasão populacional. Quanto a isso, é importante salientar que, no ano de 1992, o município de São José do Inhacorá é formado a partir do município de Três de Maio, explicando, em parte, a perda populacional acentuada ocorrida entre 1991 e 1996. Já as perdas populacionais entre 1996 e 2007 se devem, provavelmente, por motivos migratórios.

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Figura 4 – Evolução populacional de Três de Maio, do RS e do Brasil para o ano de 2010

Fonte Dados Brutos: IBGE CIDADES.

Em relação ao crescimento populacional apresentado pelo município de Tucunduva, no ano de 2010 a população foi de 5.898 habitantes contra 5.907 em 2007, uma queda no crescimento populacional de -0,15%. Assim como ocorreu no município de Três de Maio, Tucunduva também foi responsável pela formação de outro município, Novo Machado, em 1992, justificando, assim, a grande queda populacional apresentada nesse período.

Figura 5 – Evolução populacional de Tucunduva, do RS e do Brasil para o ano de 2010

Fonte Dados Brutos: IBGE CIDADES.

No que diz respeito ao crescimento populacional apresentado pelo município de Doutor Maurício Cardoso, no ano de 2010 a população foi de 5.313 habitantes, enquanto que em 2007 era de 5.494, o que representa uma queda no crescimento populacional de -3,3%. Porém, se a análise fosse feita a partir de 1992, essa queda se mostraria ainda mais acentuada conforme visualizado na Figura.

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Figura 6 – Evolução populacional de Dr. Maurício Cardoso, do RS e do Brasil em 2010

Fonte Dados Brutos: IBGE CIDADES.

Quanto ao município de Crissiumal, em relação ao crescimento populacional apresentado, no ano de 2010 a população foi de 14.084 habitantes, ao passo que em 2007 era de 14.726, uma queda no crescimento populacional de -4,36%. Da mesma forma como vem ocorrendo em Dr. Maurício Cardoso, o município de Crissiumal também apresenta uma redução no contingente populacional que vem ocorrendo antes mesmo do ano de 1992. Essa queda populacional ao longo dos anos demonstra o pouco poder de atratividade do município.

Figura 7 – Evolução populacional de Crissiumal, do RS e do Brasil para o ano de 2010

Fonte Dados Brutos: IBGE CIDADES.

Com base na análise do grau de instrução do pessoal ocupado com 25 anos ou mais de idade no município de Horizontina, percebe-se que a maioria não apresenta o Ensino Fundamental completo (37,6% das mulheres e 38% dos homens). Somando-se a isso o percentual de pessoas com Ensino Médio incompleto (16,1% mulheres e 21,5% homens), o município de Horizontina conta com mais da metade desse público sem instrução média completa (Ensino Fundamental mais Ensino Médio) (53,7% mulheres e 59,5 homens).

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Figura 8 – Percentual de pessoas ocupadas, por sexo, com 25 anos ou mais de idade nos diferentes graus de instrução para o ano de 2010 em Horizontina

Fonte: IBGE CIDADES.

Quanto ao grau de instrução do grupo ocupado com 25 anos ou mais de idade, de forma similar ao que ocorre no município de Horizontina, em Três de Maio praticamente um pouco mais da metade da população (53,5% mulheres e 65,4% homens) não possui nem Ensino Fundamental nem Ensino Médio concluído. Vale destacar-se que, apesar disso, 46,20% das mulheres e 34,5% dos homens estão no ensino superior.

Figura 9 – Percentual de pessoas ocupadas, por sexo, com 25 anos ou mais de idade nos diferentes graus de instrução para o ano de 2010 em Três de Maio

Fonte: IBGE CIDADES.

Já em Tucunduva, no que diz respeito ao grau de instrução do público ocupado de 25 anos ou mais, 60,5% das mulheres não possuem ambos, nem Ensino Fundamental nem Ensino Médio completo, ao passo que esse valor aumenta ao focar-se no público masculino (70,8%). Já aqueles com ensino médio completo e ensino superior incompleto totalizam 39,1% para mulheres e 29,1% para homens. Percebe-se a baixa escolaridade das pessoas ocupadas, o que, em parte, se justifica pelo perfil agrícola do município e de prestação de serviços em atividades menos demandantes de mão de obra qualificada.

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Figura 10 – Percentual de pessoas ocupadas, por sexo, com 25 anos ou mais de idade nos diferentes graus de instrução para o ano de 2010 em Tucunduva

Fonte: IBGE CIDADES.

Em Doutor Maurício Cardoso, em comparação com os municípios anteriores, a ausência de ensino fundamental e médio completo é ainda maior, totalizando 71,3% do sexo feminino e 79,6% do sexo masculino com Ensino Fundamental e/ou Médio incompleto. O alto índice de pessoas sem instrução e a baixa busca por qualificação é corroborado pelo percentual da população com ensino médio completo e superior incompleto, que representa menos que 30% da população empregada.

Figura 11 – Percentual de pessoas ocupadas, por sexo, com 25 anos ou mais de idade nos diferentes graus de instrução para o ano de 2010 em Dr. Maurício Cardoso

Fonte: IBGE CIDADES.

A mesma análise a respeito do nível de instrução do pessoal ocupado no município de Crissiumal, com 25 anos ou mais, verifica-se que até o ano de 2010, aproximadamente 75% das mulheres e 77% dos homens possuíam baixo grau de instrução. Apenas, aproximadamente, 25% da população possuía Ensino Médio completo.

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Figura 12 – Percentual de pessoas ocupadas, por sexo, com 25 anos ou mais de idade nos diferentes graus de instrução para o ano de 2010 em Crissiumal

Fonte: IBGE CIDADES.

A partir da análise da pirâmide etária e sua distribuição por sexo masculino e feminino, ao analisar o seu comportamento no município de Horizontina, Figura 13, percebe-se que a maior concentração encontra-se nas faixas etárias que vão dos 15 aos 39 anos. Ademais, a população acima dos 35 anos mostra-se mais significativa em relação a população jovem quando comparada a do RS e a do Brasil. Dois fatores principais podem explicar tal diferença. Em primeiro lugar, a tendência natural de envelhecimento da população devido ao aumento da expectativa de vida e a baixa taxa de natalidade. Em segundo lugar, pode-se atribuir uma relação jovens/adultos e idosos mais equitativa devido a migração dos jovens em busca de oportunidades em novos mercados.

Através da mesma análise para o município de Três de Maio, Figura 14 abaixo, a concentração fica nas faixas etárias de 15 a 29 anos de idade, tanto para homens quanto mulheres. Porém, a população feminina também apresenta uma leve protuberância na faixa que vai dos 35 aos 49 anos de idade. As movimentações populacionais são semelhantes ao que ocorre em Horizontina, indicando o envelhecimento da população de forma mais acentuada que no RS e no Brasil. Cabe destacar um déficit na população entre 30 e 39 anos de ambos os sexos, fato esse mostra a migração em massa de uma geração, o que parece ter sido contido nos últimos anos visto que a população entre 15 e 29 anos mostra-se sólida, principalmente do sexo masculino.

Na distribuição da população por sexo masculino e feminino e por faixa etária do município de Tucunduva – Figura 15 –, visualiza-se uma população com maior concentração na faixa de 15 a 19 anos de idade e também na faixa de 45 a 49 anos. Também percebe-se um cenário preocupante, pois a população de 0 a 9 anos é extremamente baixa, enquanto a população acima de 45 anos se mostra muito forte. Municípios pequenos com essa configuração etária precisam encontrar fontes de atração de jovens sob risco de se extinguirem com o tempo.

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Figura 13 – Pirâmide etária de Horizontina, do RS e do Brasil para o ano de 2010

Fonte Dados Brutos: IBGE CIDADES.

Figura 14 – Pirâmide etária de Três de Maio, do RS e do Brasil para o ano de 2010

Fonte Dados Brutos: IBGE CIDADES.

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Figura 15 – Pirâmide etária de Tucunduva, do RS e do Brasil para o ano de 2010

Fonte Dados Brutos: IBGE CIDADES.

Figura 16 – Pirâmide etária de Dr. Maurício Cardoso, do RS e do Brasil para o ano de 2010

Fonte Dados Brutos: IBGE CIDADES.

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Quanto à pirâmide etária e sua distribuição por sexo masculino e feminino do município de Doutor Maurício Cardoso, nota-se uma maior população na faixa de 40 a 49 anos de idade e na faixa de 15 a 19 anos de idade, sendo que para o sexo feminino ainda há uma concentração também na faixa dos 10 aos 14 anos. Existe um hiato significativo de população entre 20 e 40 anos. Pode-se dizer que, aparentemente, Dr. Maurício Cardoso tem poucas oportunidades para atração e manutenção de jovens no mercado de trabalho, justificando a migração e a baixa representatividade dessa faixa etária no total da população, refletindo também sobre a queda no nível populacional acentuada apresentada na Figura 16 acima.

Por fim, em relação a análise da pirâmide etária e sua distribuição por sexo em Crissiumal – Figura 17 –, percebe-se uma concentração da população jovem, de 10 a 19 anos de idade. Porém, como, aparentemente, falta atratividade para essa população permanecer no município, as faixas seguintes, de 20 a 39 anos, tornam-se pouco representativas na pirâmide etária. No Anexo 13.14 consta, de forma mais detalhada, tabela referente aos dados utilizados para elaborar os gráficos da Pirâmide Etária dos cinco municípios em análise, do Rio Grande do Sul e do Brasil para o ano de 2010.

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Figura 17 – Pirâmide etária de Crissiumal, do RS e do Brasil para o ano de 2010

Fonte Dados Brutos: IBGE CIDADES.

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10. Visão dos Jovens sobre o Mercado de Trabalho

Através das entrevistas semiestruturadas aplicadas aos jovens das comunidades em situação de vulnerabilidade dos municípios pesquisados, foram levantadas os interesses e aspirações da juventude, suas perspectivas em relação ao mercado de trabalho, aos cursos e treinamentos de qualificação oferecidos, bem como outras informações. Os resultados e as informações provenientes das entrevistas semiestruturadas aplicadas aos jovens em situação de vulnerabilidade e considerados relevantes para a presente análise apresentam-se relatadas a seguir, sendo que a compilação dos dados encontra-se disponível de forma mais detalhada no ANEXO 13.13 do presente relatório.

Em relação aos jovens pesquisados nas comunidades de maior vulnerabilidade selecionadas, a maioria se encontra na faixa etária de 15 a 17 anos, correspondendo a 56% do total de jovens entrevistados. De todos os entrevistados, 46,5% tem casa própria, 20,5% alugada e 33% vivem em estabelecimento cedido. No geral, cerca de 65% dos entrevistados não encontram-se trabalhando no momento. O motivo para isso é, na maioria dos casos, a falta de qualificação dos jovens exigida pelos empregadores. Além disso, vale destacar as poucas oportunidades de vagas abertas para jovens menores de 18 anos de idade em virtude da legislação vigente mais rigorosa. O Programa Jovem Aprendiz ajuda nesse quesito, mas não oportuniza vagas em proporção considerável ao tamanho da população na faixa etária jovem. Dos 35% dos jovens que trabalham atualmente, 48,8% tiveram emprego anterior. Do total de jovens que não está trabalhando, apenas 32% estão à procura de um emprego. A maioria não está procurando sua inserção em virtude das dificuldades levantadas (falta qualificação, falta experiência e idade abaixo dos 18 anos).

A maioria dos jovens entrevistados acredita que as habilidades e competências necessárias para a sua inserção no mercado de trabalho devem ser aprendidas na prática (41,5%); 9,4% acham que as mesmas são adquiridas através de treinamentos e cursos; e 7,8% que é com a própria família. Dentre as qualificações e habilidades levantadas como necessárias, 50% acreditam ser os cursos profissionalizantes diversos, 12% o nível de instrução alto (ensino médio completo e/ou superior), e 7% ter mais experiência profissional. Porém, 31% dos jovens não souberam responder. No que diz respeito às características pessoais e habilidades técnicas que possuem, tem-se: 26,6% não sabem responder; 17,3% acredita ser boa comunicação, 11,3% a dedicação, determinação e esforço; 10,4% o conhecimento em computação e informática; 6,9% experiência com trabalho doméstico; 6% cozinhar; 5,2% construção; 4,3% a experiência com vendas; 4,3% manicure; 4,3% mecânica; 4,3% simpatia; e 2,6% organização.

Em relação a realização ou não de cursos de qualificação, 75% já realizaram ou estão realizando, e 25% nunca fez. Dentre os cursos realizados ou em andamento, o mais citado foi na área de informática e afins, seguido de inglês e cursos administrativos. Quando da avaliação dos cursos, aproximadamente 50% acharam bom, 8,2% muito bom, 7,4% não muito bom, 1,5% ótimo, 33,5% não souberam avaliar os cursos que fizeram.

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Na avaliação dos jovens, os cursos que ajudariam sua inserção no mercado de trabalho são, entre os mais citados: informática (17,2%), cursos profissionalizantes (16,5%), não sabem (13,6%), cursos técnicos (12,9%), língua estrangeira (10%), gestão administrativa (7,1%), vocacionais e preparatórios (5,7%), diversos (5%), mecânica (3,6%), ensino superior (3,6%), vendas e atendimento ao cliente (2,8%), e áreas agrícolas (1,4%).

Quando questionados sobre os cursos que faltam no mercado, 47% não souberam responder; 10,7% acreditam que faltam cursos profissionalizantes em geral; 9,5% acreditam que faltam diversos cursos, mas não especificaram quais; 8,8% citaram manutenção de computadores e informática; 7,8% acreditam que faltam cursos mais acessíveis em termos de preço ou gratuitos; 5,8% consideram que não falta curso de qualificação; 2,9% mencionaram engenharia e construção civil; 2,9% gestão administrativa; 1,9% cursos na área de saúde; e 1,9% cursos de marcenaria.

Sobre as atividades consideradas mais promissoras entre os jovens para se inserirem no mercado de trabalho, em primeiro lugar encontra-se a área da saúde, representando 18,5% das respostas dos jovens; seguido das áreas relacionadas à tecnologia (13,6%); engenharia e educação, empatadas com 5,8%; agropecuária, comércio, construção e técnicos, todas com 3,8%; estando em últimas atividades desempenhadas em supermercados (2,9%).

Em relação às aspirações dos jovens, 31,8% demandam um emprego com bons salários; 22% não souberam responder; 9% preferem trabalhar na área de veterinária; 9% querem um emprego que gostam; 7,5% querem ser jogador de futebol; 7,5% gostariam de ser empreendedor; 4,5% enfermeira; 4,5% administrador; e 3% gostariam de trabalhar em uma grande empresa. Aqueles que estão estudam, ao concluírem pretendem: trabalhar e estudar (29,8%), só trabalhar (27,6%), continuar estudando (17,9%), não souberam responder (15,6%), mudar de cidade, estado ou país (5,2%), abrir um negócio próprio (3,7%).

11. Instituições de Formação Públicas ou Privadas

Através da busca por instituições de ensino que oferecem treinamento e capacitação profissional disponíveis nas cidades pesquisadas, destaca-se que todos os municípios em estudo fornecem esse tipo de serviço. As cidades de Horizontina, Três de Maio, Crissiumal, Tucunduva e Dr. Maurício Cardoso contam, respectivamente, com 72, 69, 34, 9 e 7 cursos de qualificação e treinamento. Fica evidente que a maioria encontra-se concentrado nas cidades de Três de Maio, com 38% dos cursos, e Horizontina, com 36%. Quanto as principais instituições ofertantes de cursos de qualificação tem-se:

a) Horizontina: Centro Tecnológico Frederico Jorge Logemann (CFJL) (particular), Faculdade Horizontina (FAHOR) (particular), Instituto Educacional de Informática (IEDI) (particular), Instituto Unialcance (particular), SENAI (particular), Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (público), Programa Social de Gratuidade (PSG) / SENAC (público), PRONATEC (público);

b) Três de Maio: Sociedade Educacional Três de Maio (SETREM) (particular), Rede Datawork (particular), Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos

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(público), Instituto Dinâmico (apenas na modalidade EAD, sendo particular), Polo Universidade Aberta do Brasil (UAB) (apenas na modalidade EAD, sendo instituição pública), PRONATEC (público);

c) Crissiumal: Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR) (apenas na modalidade EAD, sendo privado), Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (público), PRONATEC / SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) (público);

d) Tucunduva: SENAI (particular), Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (público), PRONATEC (público);

e) Dr. Maurício Cardoso: Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (público), PRONATEC (público).

Com relação aos Cursos Superiores, Horizontina oferta 4 bacharelados, todos presenciais, enquanto que em Três de Maio a oferta é de 10 bacharelados presenciais, além de outros 10 bacharelados na modalidade Ensino à Distância (EAD). Também, neste último, existem 12 licenciaturas à distância. No município de Crissiumal, existem, atualmente, 6 bacharelados e 9 licenciaturas, todos em modalidade à distância (EAD). Os municípios de Tucunduva e Dr. Maurício Cardoso não possuem cursos superiores. Considerando-se apenas os cursos oferecidos de forma presencial, os mesmos concentram-se nas seguintes áreas de atuação: Engenharia Mecânica; Engenharia de Produção; Engenharia de Controle e Automação; Ciências Econômicas; Administração; Psicologia; Design de Modas; Agronomia; Enfermagem; Sistemas de Informação; Tecnologia em Laticínios; Pedagogia; e Redes de Computadores.

Com relação à oferta de cursos técnicos, Horizontina dispõe de 4 (quatro) cursos técnicos presenciais e 10 (dez) na modalidade EAD, além de mais 10 (dez) cursos tecnólogos, todos EAD. Já em Três de Maio existem 8 (oito) cursos técnicos presenciais e 11 (onze) tecnólogos na modalidade EAD. Crissiumal oferta 11 (onze) cursos tecnólogos de modalidade EAD e Tucunduva dispõe de 2 (dois) cursos técnicos. Dr. Maurício Cardoso, por sua vez, não disponibiliza esse tipo de curso. Quanto às áreas de atuação desses cursos técnicos e tecnólogos, considerando-se apenas aqueles que são oferecidos em modalidade presencial, tem-se: Contabilidade; Informática; Mecânica; Administração; Recursos Humanos; Agropecuária; Vendas; Design de Modas; Enfermagem; Manutenção Automotiva; Modelagem do vestuário; Comunicação Visual; Edificações; e Design Gráfico.

Com relação aos cursos de qualificação em idiomas disponibilizados nos municípios, percebe-se que em Horizontina e, também, em Três de Maio, há 4 (quatro) cursos de qualificação em língua inglesa, 3 (três) em língua espanhola e 2 (dois) em língua alemã. Tucunduva e Dr. Maurício Cardoso não disponibilizam cursos desse tipo. Em relação a treinamento e qualificação profissional, Horizontina oferece 34 (trinta e quatro) cursos de Qualificação Profissional, Três de Maio 7 (sete) cursos, e Crissiumal 3 (três). Tucunduva e Dr. Maurício Cardoso não disponibilizam. As áreas abrangidas por esses cursos de qualificação profissional, presenciais, são: Maquiagem; Manicure; Cuidador infantil; Cuidador de idoso; Assistente Farmacêutico; Panificação; Libras; Português para brasileiros; Informática; Autocad

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2D; Excel avançado; Criação e desenvolvimento de sites; Operador de computador; Access 2010 – básico; Manutenção de computadores; Hardware; Curso em CAD; Redes; Web Design; Design Gráfico; Auxiliar de escritório contábil; Auxiliar de vendas; Logística; Auxiliar de Escrita Fiscal; Assistente Financeiro; Assessoria Administrativa; Assistente Comercial; Assistente de Recursos Humanos; Hotelaria e turismo; PCP; Cronometragem e Cronoanálise Básica; Inspetor de Soldagem.

Além desses, verificou-se que todos os municípios pesquisados possuem um Serviço Sócio Educativo, que trata-se de um serviço disponibilizado pelo governo, sem custo, para convivência e fortalecimento de vínculos, havendo de 4 a 5 tipos de cursos por município. Tais cursos são nas áreas de: Gestão; Legislação; Informática; Artesanato; Marcenaria; Reaproveitamento de alimentos; Panificação; Conservas; Culinária; Esportes; Artes Maciais (Capoeira, Taekwondo); Lazer; Educação; Cultura; Música; Teatro; Dança.

Vale ressaltar que a maioria dos cursos mencionados anteriormente possui mensalidade, sendo, em sua maior parte, pagos pelos próprios alunos. Alguns, eventualmente, realizam cursos através de Bolsas de Estudos disponibilizadas pelo governo ou pela própria instituição. Nesse quesito, o pensamento da iniciativa privada em relação à oferta de cursos e treinamentos a sua mão de obra empregada deve ser aprimorada. Os mesmos devem considerar o treinamento dos funcionários como valorização do capital humano da empresa, sendo, portanto, um investimento a longo prazo, e não um fator de custo.

Com relação aos cursos governamentais gratuitos, todos os municípios pesquisados ofertam cursos através do PRONATEC. Porém, no atual momento estes cursos não estão sendo oferecidos com a mesma intensidade de períodos anteriores. Destaca-se que em alguns municípios o programa encontra maiores fragilidades em virtude da falta de instituições de ensino para disponibilizarem a oferta. Isso se deve, em grande parte, devido à deficiência e aos atrasos nos repasses de verbas quando em andamento. A experiência negativa fez com que algumas instituições optassem por não mais manter esses serviços.

É oportuno destacar que a ideia do PRONATEC é, através da capacitação técnica, promover melhora salarial ou inserção no mercado de trabalho daqueles que não encontram-se trabalhando. O público alvo são pessoas a partir de 16 anos, podendo, portanto, realizar o curso jovens e adultos. Apesar da proposta ser interessante, alguns problemas foram identificados na maioria dos municípios estudados, tais como: evasão devido falta de hábito e de costume ao estudo por parte de alunos matriculados; falta de perseverança e responsabilidade de grande parte dos alunos inscritos. Além disso, os jovens e adultos matriculados normalmente priorizam aqueles cursos de curta duração (máximo 40 horas), refletindo na grande evasão quando da oferta de cursos de longa duração (em torno de 160 horas).

12. Análises

Os cinco municípios estudados apresentam um nível de desenvolvimento econômico similar. Porém, os municípios de Horizontina e de Três de Maio apresentam os melhores indicadores de desenvolvimento humano. Por sua vez, são

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os mesmos que possuem um maior número populacional e geração de riqueza. Além desses municípios estarem apresentando crescimento econômico, percebe-se que melhorias na qualidade de vida da população, de forma geral, está ocorrendo. Por outro lado, foram justamente esses dois municípios que apresentaram uma maior situação de vulnerabilidade entre os jovens.

Através dos dados e informações coletados, é possível identificar as atividades econômicas com maior dinamismo nessas localidades. Destaca-se a importância do setor industrial para o município de Horizontina apenas, e do setor relacionado a serviços para todos os demais municípios – Três de Maio, Tucunduva, Doutor Maurício Cardoso e Crissiumal. Ao analisar o Valor Adicionado Bruto (VAB) de Horizontina, verifica-se que a atividade industrial correspondeu a 52,4% da riqueza gerada nessa economia em 2012. O setor de serviços representou 43,2% e a agropecuária 4,4%. Já no município de Três de Maio, a situação apresenta-se diferente. Aqui, o setor de serviços é quem representa a maior riqueza gerada na economia, correspondendo a 72,5% do total gerado. O setor industrial fica com 15,4% e a agropecuária com 12,1%.

Em Tucunduva, o caso é similar ao de Três de Maio, ficando 73,12% da riqueza gerada no setor de serviços. Porém, a atividade agropecuária tem mais força, com 20,2%, contando com uma pequena participação da atividade relacionada ao setor industrial – 6,7%. No município de Doutor Maurício Cardoso, o que detém o pior índice de desenvolvimento econômico entre os municípios estudados, a agropecuária não é a principal atividade geradora de riqueza, mas possui grande representatividade e importância nessa economia, sendo a riqueza gerada por ela 40,6% do total gerado. O setor de serviços corresponde a 53,3% da riqueza e a atividade industrial apenas 6,1%. Nota-se a necessidade de agregação de valor na agricultura para torna-la mais rentável e benéfica à economia local. Por fim, o município de Crissiumal segue a mesma dinâmica dos municípios de Tucunduva e de Dr. Maurício Cardoso. O setor de serviços é a primeira atividade, com 59,4% do VAB local, seguido da atividade agropecuária, com 25,8%, e industrial, 14,9%.

Em relação ao mercado de trabalho nesses municípios, pode-se constatar que no ano de 2014 houve, de forma geral, redução nas vagas de emprego disponíveis nos cinco municípios em estudo. O principal município responsável por essa redução foi Horizontina. Ademais, o setor de atividade econômica com maior redução de vagas de trabalho foi o relacionado a indústria de transformação, justamente a atividade econômica principal geradora de riqueza para esse município. O município de Tucunduva, de forma líquida, também apresentou redução no total de vagas disponíveis no mesmo ano (25 vagas a menos). Os demais municípios, em termos relativos, não apresentaram redução, mas o incremento de vagas também não foi dos melhores (79 vagas adicionais em Três de Maio; 27 em Doutor Maurício Cardoso; e apenas 5 em Crissiumal). De maneira setorial, Três de Maio e Tucunduva apresentaram redução no setor dinâmico da sua economia, serviços, sendo menos 35 vagas em Três de Maio e menos 24 vagas em Tucunduva relacionadas a Serviços e Comércio.

Através de informações divulgadas pelo IBPT é possível confrontar esses dados com o número de MPEs presentes nos municípios. No COREDE FN, a

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concentração de MPE’s localiza-se nos municípios de Santa Rosa, com 38,5% do total de MPE’s desse COREDE, seguido dos municípios de Três de Maio e Horizontina, com 12,1%, e 10,1%, respectivamente. Além disso, a taxa de crescimento das MPE’s dessa região acompanha o que acontece no estado gaúcho e no Brasil, onde verificou-se um crescimento de, em média, 10% de 2013 a 2014 e um crescimento mais moderado de 2014 a 2015, em torno de 2,5%, reflexo do cenário econômico desfavorável por qual passa a economia nacional.

Ao analisarmos a concentração de MPE’s apenas nos cinco municípios estudados, verifica-se que é em Três de Maio a maior concentração (38%); seguido de Horizontina (31%); Crissiumal e Tucunduva, ambos com 16%; e Doutor Maurício Cardoso, com 5%. Através da análise dessas mesmas informações considerando os segmentos da CNAE do IBGE para os municípios estudados, percebe-se que a concentração dessas empresas está no segmento de Comércio e Reparação, com 47%; seguido do segmento de Indústria de Transformação (13%); Alojamento e Alimentação (8,5%); Transporte, Armazenagem e Correio (7,7%); Construção (7%); e Outras Atividades de Serviços (5%).

De forma geral e de acordo com a visão da esfera pública e privada, bem como entidades representativas de classe, pode-se inferir, portanto, que os principais pontos fortes e de futuras oportunidades dos municípios estudados estão relacionados às atividades de agronegócio, incluindo aí o segmento de alimentos, grãos, leite, suínos, metalomecânico, entre outros elos da cadeia produtiva desse segmento. Também, possui bastante perspectivas o setor têxtil, moveleiro e de plástico. Vale destacar atividades relacionadas ao turismo, sobretudo o turismo rural; as áreas de saúde, principalmente no que se refere a prestação de serviços ao idoso; e as áreas relacionadas à tecnologia de ponta e sustentáveis. Nesse quesito, destacam-se as áreas de energia renovável, reflorestamento, reciclagem e sustentabilidade.

Em relação à agroindústria, atividades relacionadas à produção de vinhos, embutidos, queijos, iogurte, poupa de frutas, hortigranjeiros também devem ser exploradas, mas de forma profissional, sendo necessário qualificação da mão de obra para realizar essas atividades de forma lucrativa, respeitando as legislações vigentes e recomendações de ISO. A agricultura familiar também é de extrema importância para a região, sendo decisiva para garantir a permanência dos jovens no campo, evitando-se o êxodo rural.

Além dessas atividades, os municípios estudados possuem um setor de comércio e serviço em crescimento, devendo haver um aumento na diversificação e oferta desse segmento. Quando fala-se de serviços, destacam-se construção civil, eletricista, saúde, segmento financeiro, outros. Atrelado a isso, o fato da qualidade de vida da população ser boa e do nível de renda per capita ser elevado, as perspectivas tornam-se ainda mais favoráveis no longo prazo, quando reestabelecido a estabilidade da economia brasileira.

De forma geral, as melhores oportunidades de emprego, bem como aquelas atividades com maior perspectiva de demanda futura, estão vinculadas aos seguintes segmentos: indústria de transformação e setores de alimentação,

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transporte, construção civil e serviços. Nesses segmentos, destacam-se as atividades relacionadas à: indústria do ramo metalomecânico; setor moveleiro; agroindústria (agroalimento, lacticínios, suínos); confecções; comércio (pequenas empresas e empresas familiares); e serviços (TI, bancos, setor educacional, hospitais, destinados a terceira idade, construção civil, eletricista, reformas, pintores, supermercados, turismo); sendo os principais empregados as cooperativas, os supermercados, e o setor público.

Mas, para que esses setores de atividade econômica gerem riqueza e de fato representem perspectivas futuras para a maior inserção do jovem no mercado de trabalho, é necessário sanar alguns gargalos e pontos fracos presentes nesses municípios, principalmente com a reformulação de políticas públicas condizentes com as estratégias de desenvolvimento econômico sustentável de longo prazo. As questões relacionadas a melhoras na infraestrutura dizem respeito não apenas a construção de rodovias e anéis viários para a escoamento da produção e consequente redução de custos com logísticas e aumento da competitividade da região. Visa também a construção de Distrito Industrial, Berçários, e Incubadoras Tecnológicas; urbanização; instalação de câmeras de segurança; pórtico; cidade digital; aprimoramento nos meios de transporte urbano-rural; dentre outros que fazem com que o município seja atrativo a realização de investimentos produtivos, bem como a permanência de mão de obra qualificada. Da mesma forma, a redução da burocracia e da carga tributária para implementação ou ampliação de novos negócios devem ser melhores avaliadas pela esfera pública, de todos os níveis, principalmente federal, sendo isso outro fator que poderá proporcionar maior competitividade as empresas locais, gerando maior contratação e inserção do jovem no mercado de trabalho.

Porém, devido a recessão econômica e a queda no volume de vendas (de todos os setores de atividade, não apenas comércio), as empresas em geral não estão contratando mão de obra para aumentar o quadro de pessoal, há apenas reposição de funcionários. No médio e a longo prazo, com a retomada do dinamismo da economia nacional, a situação tende a se reestabelecer novamente, além de outras atividades apresentarem perspectivas de demanda, como prestação de serviços a população idosa e turismo rural.

No momento, há falta de vagas no mercado de trabalho principalmente para pessoas com baixa qualificação. As vagas, quando abertas, para nível baixo de instrução, sendo no mínimo ensino fundamental completo, correspondem as seguintes atividades: chão de fábrica, auxiliar de produção, operador de máquinas, soldador, lixadores, auxiliar de marceneiro, auxiliar de mecânico, serviços gerais (limpeza, eletricista, reformas, pintores, corte e costura, outras). Já aqueles que possuem um nível de instrução maior, vagas existem. Também, no campo, normalmente é difícil conseguir mão de obra.

A forma de recrutamento de funcionários normalmente se dá através de divulgação entre os colaboradores internos e posterior indicação; ou análise dos currículos entregues diretamente na sede da empresa. Além disso, destaca-se aqui o importante papel e contribuição das associações representativas de classe (ACI, ACIAP, ACISAT, outros) que auxiliam os empresários com banco de currículos e até

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mesmo qualificação técnica. Alguns destacaram, ainda, a utilização dos serviços prestados pelo Centro de Integração Empresa – Escola (CIEE), Programa Jovem Aprendiz e Parcerias com Universidades ou Faculdades locais. Quando necessário, as empresas fazem uso das redes sociais para divulgação de vagas, além da divulgação nas rádios locais. O uso do Site Nacional de Empregos (SINE) para procura de funcionários é pouco utilizado pelos municípios analisados.

Para as vagas que exigem maior nível de instrução, muitas vezes o colaborador vem de fora do município. Já aquelas vagas para quem possui nível de instrução mais baixo, é optado por pessoal local. Quanto da seleção, a mesma é feita internamente devido aos altos valores cobrados pelas empresas terceirizadas de Recursos Humanos (RH). Por se tratarem, em sua maior parte, de empresas pequenas e médias, o custo desse tipo de serviço tem um grande impacto no orçamento, sendo, portanto, utilizado em últimas necessidades. Além disso, é necessário estimular o empreendedorismo nos jovens para que os mesmos consigam se inserir, por si só, no mercado de trabalho e permaneçam na região. Não trata-se aqui apenas do empreendedorismo no meio urbano, mas também no meio rural. De acordo com as pesquisas realizadas, no geral, a sociedade é resistente a mudanças, pouco inovadora, e conservadora.

A respeito da atual oferta local de trabalho de cada município, destacam-se os dados referentes à população, à sua distribuição por faixa etária e gênero e o seu nível de instrução, considerando aqui o pessoal ocupado com mais de 25 anos de idade. Tais dados foram coletados através do IBGE para todos os municípios pesquisados.

Em Horizontina, o crescimento populacional foi pequeno (0,24% de 2007 a 2010) ao comparar-se com o verificado a nível estadual (1,05%) e nacional (3,68%) para o mesmo período. A partir de 2004, o município apresentou uma certa estabilidade no número de habitantes, não exibindo assim um crescimento populacional significativo, o que vem se mantendo até o momento. A partir da análise da pirâmide etária, percebe-se que a maior concentração encontra-se nas faixas etárias que vão dos 15 aos 39 anos. A população acima dos 35 anos mostra-se mais significativa em relação a população jovem em comparação ao RS e ao Brasil.

A respeito disso, dois fatores principais podem explicar tal diferença. Em primeiro lugar, a tendência natural de envelhecimento da população devido ao aumento da expectativa de vida e a baixa taxa de natalidade. Em segundo lugar, pode-se atribuir uma relação jovens/adultos e idosos mais equitativa devido a migração dos jovens em busca de oportunidades em novos mercados. Já a análise a respeito do grau de instrução do pessoal ocupado com 25 anos ou mais de idade, percebe-se que a maioria não apresenta o Ensino Fundamental completo (37,6% das mulheres e 38% dos homens). Somando-se a isso o percentual de pessoas com Ensino Médio incompleto (16,1% mulheres e 21,5% homens), o município de Horizontina conta com mais da metade desse público sem instrução média completa (Ensino Fundamental mais Ensino Médio) (53,7% mulheres e 59,5 homens).

Fazendo a mesma análise para o município de Três de Maio, de 2007 a 2010 esse apresentou um crescimento populacional de 1,7%, acima do crescimento

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apresentado pelo Estado gaúcho no mesmo período (1,05%), mas abaixo do crescimento nacional (3,68%). Apesar desse leve crescimento, deve-se observar que em períodos anteriores o município estava apresentando evasão populacional, o que é explicado, em parte, pela emancipação de outro município – São José do Inhacorá. Já as perdas populacionais entre 1996 e 2007 se devem, provavelmente, por motivos migratórios.

No que diz respeito a pirâmide etária desse município, a concentração fica nas faixas de 15 a 29 anos de idade, tanto para homens quanto mulheres. As movimentações populacionais são semelhantes ao que ocorre em Horizontina, indicando o envelhecimento da população de forma mais acentuada que no RS e no Brasil. Cabe destacar um déficit na população entre 30 e 39 anos em ambos os sexos, fato esse mostra a migração em massa de uma geração, o que parece ter sido contido nos últimos anos visto que a população entre 15 e 29 anos se mostra sólida, principalmente do sexo masculino.

Quanto ao grau de instrução, de forma similar ao que ocorre no município de Horizontina, em Três de Maio praticamente um pouco mais da metade da população (53,5% mulheres e 65,4% homens) não possui nem Ensino Fundamental nem Ensino Médio concluído. Vale destacar-se que, apesar disso, 46,20% das mulheres e 34,5% dos homens estão no ensino superior. Isso reflete, em parte, a facilidade de acesso a Instituições de Ensino Superior no próprio município e municípios vizinhos.

Em relação ao crescimento populacional apresentado pelo município de Tucunduva, de 2007 a 2010 houve uma queda de -0,15%. Assim como o que aconteceu com o município de Três de Maio, Tucunduva também foi responsável pela formação de outro município – Novo Machado. Através da análise da pirâmide etária desse município, o mesmo apresenta uma população com maior concentração na faixa de 15 a 19 anos de idade e também na faixa de 45 a 49 anos. Também, percebe-se um cenário preocupante, pois a população de 0 a 9 anos é extremamente baixa, enquanto a população acima de 45 anos se mostra muito forte. Municípios pequenos com essa configuração etária precisam encontrar fontes de atração de jovens sob risco de se extinguirem com o tempo.

No que diz respeito ao grau de instrução, 60,5% das mulheres não possui ambos, nem Ensino Fundamental nem Ensino Médio completo, ao passo que esse valor aumenta ao focar-se no público masculino (70,8%). Percebe-se a baixa escolaridade das pessoas ocupadas, o que, em parte, se justifica pelo perfil agrícola do município e de prestação de serviços em atividades menos demandantes de mão de obra qualificada.

No que diz respeito ao crescimento populacional apresentado pelo município de Doutor Maurício Cardoso, de 2007 a 2010, da mesma forma que outros municípios em análise, o mesmo apresentou uma queda no crescimento populacional de -3,3%. Porém, se a análise fosse feita a partir de 1992, essa queda se mostraria ainda mais acentuada. Quanto à pirâmide etária, nota-se uma maior população na faixa de 40 a 49 anos de idade e na faixa de 15 a 19 anos de idade. Existe um hiato significativo de população entre 20 e 40 anos. Pode-se dizer que, aparentemente, Dr. Maurício Cardoso tem poucas oportunidades para atração e manutenção de jovens no

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mercado de trabalho, justificando a migração e a baixa representatividade dessa faixa etária no total da população. Nesse município, em comparação com os anteriores, a ausência de ensino fundamental e médio completo é ainda maior, totalizando 71,3% do sexo feminino e 79,6% do sexo masculino com Ensino Fundamental e/ou Médio incompleto.

Quanto ao município de Crissiumal, o mesmo também apresentou uma queda no crescimento populacional no período de 2007 a 2010, sendo essa de -4,36%. Essa redução no contingente populacional vem ocorrendo antes mesmo do ano de 1992, demonstrando o pouco poder de atratividade do município. Em relação a pirâmide etária, percebe-se uma concentração da população jovem, de 10 a 19 anos de idade. Porém, como aparentemente falta atratividade para essa população permanecer no local, as faixas seguintes, de 20 a 39 anos, tornam-se pouco representativas. Isso tudo repercute no nível de instrução do pessoal ocupado no município, com 25 anos ou mais, até o ano de 2010, onde, aproximadamente 75% das mulheres e 77% dos homens possuem baixo grau de instrução. Apenas, aproximadamente, 25% da população possui Ensino Médio completo.

Em relação aos jovens, no médio e longo prazo as oportunidades serão melhores para aqueles que apresentam certa qualificação técnica e características pessoais relacionadas, principalmente, aqueles segmentos e atividades que apresentam maiores oportunidades como destacado anteriormente. Para realizar essas atividades, a qualificação técnica torna-se cada vez mais necessária, tendo em vista não apenas a exigência da demanda, mas também da legislação em relação à qualidade.

Dentre os pontos fracos da força de trabalho em relação às habilidades técnicas destacam-se:

a) baixo nível de instrução;

b) falta de qualificação técnica na área de atuação;

c) falta de experiência;

d) falta de conhecimento mínimo sobre o mercado e setor em que atua;

e) não saber relacionar teoria – prática;

f) falta com o cumprimento das normas de produção e qualidade.

Para atender essas deficiências técnicas na área de atuação, destacam-se, no quadro abaixo, a necessidade dos seguintes cursos de qualificação, muitos dos quais já são contemplados pelos municípios em estudo.

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Quadro 1 – Cursos de qualificação técnica necessários

Área de Alimentos Marketing e Comunicação

Atendimento e relacionamento com o cliente

Operadores e Programadores de CNC

Auxiliar de Marcenaria Processos: leite, alimentos

Confecção Industrial Produção e Montagem de Móveis

Desenho Industrial Qualificações ISO

Gestão de Crédito Serviços Gerais*

Gestão de Custos Setor Metal-Mecânico

Gestão Financeira Soldagem

Gestão Tributária Técnicas de negociação

Indústria de Plástico Técnico agrícola

Informática Vendas

Legislação Mercado de Trabalho

Fonte: Elaboração própria com base nas pesquisas realizadas.

* “Serviços Gerais” diz respeito às atividades: garçom, açougueiro, caixa, atendente, panificador, pedreiro, encanador, eletricista, pintor, limpeza doméstica, limpeza empresarial.

Não apenas as qualificações e habilidades técnicas são necessárias e exigidas, visto que essas, na maior parte das vezes, são conferidas pela própria empresa internamente, sendo fácil de ser ensinadas (aprender com a prática – learn by doing). Para que o jovem consiga se inserir no mercado de trabalho, as características pessoais tornam-se muito mais relevantes, sendo esse um grande diferencial. O perfil pessoal é considerado difícil de ser ensinado e modificado pelas empresas, sendo que demanda muito mais tempo para ser transmitido aos funcionários do que o conhecimento técnico. A dedicação ao trabalho, o comprometimento, as atitudes e os valores inerentes ao ser humano representam o motivo pelo qual o funcionário é mantido pelas empresas.

Para isso, cursos que visam resgatar os valores de ética e cidadania são extremamente necessários não apenas para que o jovem consiga emprego, mas para que ele consiga permanecer no mesmo. A cultura de assistencialismo da população ofertante de trabalho dificulta o regate desses valores perdidos. Como relatado por empresários, “Essa geração mais nova precisa ficar o tempo inteiro em cima, eu tenho empregados com mais idade e não são assim. Mas os novos tem que ficar cuidando pra render o serviço”; “Geração de direitos, mas não de deveres”. Os pontos fracos, portanto, dessa atual força de trabalho jovem são, em sua maior parte, relacionados a essas características pessoais, a destacar:

Quadro 2 – Pontos fracos da atual força de trabalho

Comodismo, imediatismo, indisciplina. Faltas em excesso sem justificativas plausíveis (assiduidade).

Falta de proatividade. Não cumprimento do horário de trabalho.

Desorganização no local de trabalho. Não interesse em qualificar-se, buscar treinamento, principalmente quando precisa arcar com as custas e quando se dá fora do horário do trabalho.

Problemas comportamentais. Problemas e desajustes familiares.

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Falta de comprometimento e zelo pelo trabalho.

Falta de entusiasmo, motivação e ambição.

Fonte: Elaboração própria com base nas pesquisas realizadas.

Para isso, destacam-se a necessidade dos seguintes cursos de qualificação:

Quadro 3 – Cursos de qualificação vocacional necessários

Relacionamento Pessoal

(trabalho em equipe e entrosamento)

Melhoria autoestima

Postura Comportamental Coaching e Mentoring

Ética e Profissionalismo Organização do Local de Trabalho (5S)

Relações interpessoais Empreendedorismo

Dicção e Oratória

Fonte: Elaboração própria com base nas pesquisas realizadas.

Como nem tudo são problemas, identifica-se pontos fortes na força de trabalho atualmente empregada. Vale destacar que os mesmos devem ser seguidos pela nova geração que procura se inserir no mercado de trabalho, lembrando que além de conquistar uma vaga, é preciso mantê-la para que o crescimento e o desenvolvimento pessoal e profissional ocorram. Destacam-se as seguintes qualidades levantadas:

Quadro 4 – Pontos fortes da atual força de trabalho

Responsabilidade Saber trabalhar em equipe, espírito de união

Comprometimento Busca de atualização e qualificação

Honestidade Conhecimento da atividade e do setor de atuação

Boa comunicação Boa vontade, demonstra interesse

Dinamismo Participativo e extrovertido

Flexibilidade Estabilidade

Criatividade Experiência

Fonte: Elaboração própria com base nas pesquisas realizadas.

Como mostra-se necessário sempre a busca por qualificação e atualização profissional, nos dias de hoje a forma de qualificação e treinamento da força de trabalho atual se dá através de treinamento interno. A busca por serviços terceirizados normalmente ocorre quando a necessidade de qualificação é mais específica ou destinada aos funcionários com maior grau de instrução, em cargos mais elevados. No geral, aqueles funcionários que não estão inseridos no mercado de trabalho, buscam cursos de qualificação gratuitos ou a valores baixos, como os oferecidos pelo PRONATEC, SEBRAE, SENAC.

Confrontando-se essas necessidades de cursos de qualificação técnica e vocacional com as atuais ofertas de instituições públicas ou privadas de ensino nos municípios pesquisados, oferecidos e disponibilizados pelo mercado, de maneira presencial, detalhadas no ANEXO 13.12, verifica-se que existe bastante oferta. Ademais, se a pesquisa for ampliada, notar-se-á que há bastante cursos no mercado próximo. Porém, questiona-se o enfoque dado pelos cursos, sendo considerado, muitas vezes, superficial e não concedendo o treinamento prático requerido pelas

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empresas. Através de relatos, muitos alunos apresentam cursos e treinamentos, mas quando contratados não conseguem associar a teoria aprendida com a prática.

Ademais, com base na relação de oferta de cursos nos municípios feita acima, destaca-se que grande parte dos cursos ofertados não tratam-se exatamente do que é demandado por parte das empresas, além de que muitos são de difícil acesso em termos de recursos financeiros pelos jovens em situação de vulnerabilidade. Por exemplo, os cursos relacionados ao segmento agrícola são, em sua maior parte, a nível de ensino superior, não suprindo, portanto, a população com baixa qualificação e jovens em situações de vulnerabilidade que estão iniciando seu plano de vida e carreira. Além disso, empresas estão demandando profissional com qualificação técnica e profissionalizante, para serviços de atividade geral, relacionado a esse segmento.

Outro exemplo é referente aos cursos de relacionamento pessoal. Verificou-se que existe bastante oferta de cursos na área de recursos humanos (RH). Mas, por sua vez, esses não abrangem exatamente a solicitação das empresas no que diz respeito ao aprimoramento dos relacionamentos pessoais. O que o setor privado procura, nesse quesito, não é conhecimento em relação ao funcionamento técnico e específico do setor de RH, mas sim condutas e valores humanos, sendo, portanto, incluído também na lista abaixo referente a cursos carentes ou não ofertados.

O mesmo acontece com os cursos relacionados à confecção industrial. Muitos dos oferecidos no mercado tratam-se de cursos de corte e costura não a nível industrial. Sendo assim, o aluno após a realização desses cursos não se encontra de fato pronto para trabalhar em estabelecimentos de confecção industrial, pois, muitas vezes, nunca manusearam uma máquina de costura industrial, por exemplo.

Destaca-se também os cursos relacionados à área de Construção Civil. No momento, existem poucos cursos oferecidos de forma presencial nesse setor. Porém, sendo esse um dos setores dinâmicos da economia nacional e regional, terá grandes oportunidades de emprego quando retomado o crescimento econômico. Ademais, os jovens do sexo masculino normalmente percebem essas atividades como uma forma de se inserir, pela primeira vez, no mercado de trabalho.

Já os cursos relacionados à área de saúde também merecem ampliação da oferta, visto que outras atividades que não são contempladas mostram-se promissoras, tais como aqueles relacionados à prestação de serviços ao público idoso, tendo em vista o envelhecimento da população. Por fim, vale destacar os cursos na área de alimentos. Como um dos setores chaves da economia regional é relativo à agroindústria, a produção de grãos, leite, suínos, e derivados, cursos profissionalizantes nessas áreas são indispensáveis de forma a agregar valor ao produto, principalmente quando trata-se de agroindústria familiar ou de pequena produção.

É necessário, portanto, um direcionamento e ampliação da oferta de forma a contemplar as necessidades reais do setor privado e atingir um maior público em situação de vulnerabilidade. Sendo assim, quanto aos cursos diagnosticados como necessários para o aprimoramento do jovem e sua melhor inserção no mercado de

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trabalho que não estão sendo ofertados ou cuja oferta é deficiente, no momento, na modalidade presencial, nesses municípios, tem-se:

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Quadro 5 – Cursos de qualificação necessários para o aprimoramento do jovem e sua inserção no mercado de trabalho não oferecidos no mercado ou com oferta deficiente

Açougueiro Organização do Local de Trabalho (5S)

Atendimento e relacionamento com o cliente Pintura em geral: setor metalomecânico, indústria de plástico, residências, reformas, outros

Confecção Industrial Postura Comportamental

Ética e Profissionalismo Produção e Montagem de Móveis

Garçons (bares, restaurantes) Qualificações ISO

Auxiliar Indústria de Plástico Relacionamento Pessoal

Limpeza doméstica e/ou empresarial Relações interpessoais

Operador de Caixa Técnicas de negociação

Operadores e Programadores de CNC Técnico agrícola

Fonte: Elaboração própria com base nas pesquisas realizadas.

13. Conclusões e Recomendações

Através da caracterização das economias dos municípios abrangidos pela pesquisa – Horizontina, Três de Maio, Tucunduva, Crissiumal e Doutor Maurício Cardoso – e do diagnóstico das expectativas e percepção do atual mercado de trabalho pelos atores sociais – setor público, setor privado, associações representativas de classe e jovens em situação de vulnerabilidade – foi possível levantar o perfil da demanda atual por força de trabalho das empresas da região, bem como as características atuais – habilidades técnicas e pessoais – dos ofertantes de trabalho – os jovens. Com base nessas informações, também foi possível identificar os setores da economia dos municípios que mostram-se promissores e as qualificações técnica e vocacional necessárias para preencher essas demandas por trabalho num futuro próximo.

Dentre as informações resultantes da pesquisa, as atividades relacionadas ao setor de serviço são as principais geradoras de riqueza nesses municípios, com exceção do município de Horizontina, onde a indústria detém maior importância. O setor agrícola também apresenta grande relevância para os municípios estudados; tanto a indústria como os serviços são dinamizados pela atividade agrícola da região, sendo afetados direta ou indiretamente pela mesma. Um dado que mostra a importância dessas atividades para as economias dos municípios estudados é a quantidade de MPE’s (micro e pequenas empresas). Nos cinco municípios, a concentração de MPE’s está no setor relacionado a comércio e serviços, onde contam com 2.285 MPE’s (dados para maio de 2015), seguido da indústria de transformação (642 estabelecimentos), alimentação e alojamento (410), serviços de transporte (379), e construção (339).

Já em relação aos setores de atividade considerados mais promissores, destacam-se aqueles relacionados à área de Tecnologia e Informação (TI); à indústria metal mecânica e moveleira; agroalimentos relacionados aos derivados do leite e embutidos em geral, frutas e verduras; ao comércio e serviços (principalmente de limpeza, serviços destinados ao público da terceira idade, e turismo rural); à construção civil (destaque para pintura, elétrica e hidráulica). A respeito da construção civil, setor bastante dinâmico nos últimos anos, tem-se aí boas

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oportunidades, principalmente em se tratando de primeiro emprego e inserção de pessoas com baixa escolaridade. Também, vale destacar que as atividades relacionadas às áreas de sustentabilidade estão ganhando espaço (preservação e aproveitamento da água, energia renovável, reciclagem, reflorestamento). Uma ressalva importante se faz sobre a área da saúde, que encontra-se em situação de readequação, não havendo ainda a possibilidade de se fazer um diagnóstico mais preciso no curto e médio prazo.

Para que essas atividades sejam de fato geradoras de riqueza para a região, gargalos devem ser sanados para garantir a permanência de mão de obra qualificada e aumentar a competitividade das empresas aqui instaladas, bem como atrair maiores investimentos locais. Dentre esses, destacam-se melhoras na infraestrutura (construção de rodovias, anéis viários, outros) de forma a reduzir custos com logística e viabilizar o escoamento da produção; urbanização, cidade digital; redução da burocracia, da carga tributária e acessibilidade ao crédito, garantindo maior interesse de investidores; aprimoramento nos meios de transporte público (meio urbano / rural), melhorando a acessibilidade aos municípios; e cultura ao empreendedorismo.

Verifica-se que tais pontos, em grande parte, dependem da adaptação das estratégias de desenvolvimento econômico sustentável de longo prazo emanadas da esfera pública. Porém, o setor privado também precisa rever alguns aspectos para sobreviver diante de cenários econômicos desfavoráveis. É necessário acompanhar as tendências do mercado; buscar novas oportunidades e estar de olho em alternativas; atualizar-se; adotar novas tecnologias, ou seja, modernizar-se; inovar; empreender; adicionar valor agregado à atividade; capacitar o gestor; ou seja, a gestão da empresa deve ser profissionalizada; investir e qualificar a equipe de funcionários; contar com uma equipe qualificada; estar disposto a correr riscos; estabelecer parcerias; formar redes de colaboração.

Como o cenário atual é de estagnação econômica, há um impacto direto sobre a criação de postos de trabalho. Isso fica claro com a divulgação e apresentação dos dados sobre a redução vagas nesta região, bem como com a redução do nível de atividade econômica, gerando um aumento no número de desempregados nos municípios estudados. A indústria de transformação representou a maior perda de vagas, principalmente no município de Horizontina, seguido dos serviços, onde destaca-se a maior destruição de vagas no município de Três de Maio. Portanto, as contratações que estão ocorrendo, no momento, dizem respeito a reposição de vagas e não ao aumento do quadro de pessoal da empresa.

Além disso, grande parte das vagas existentes direciona-se principalmente para aqueles que possuem certas qualificações técnicas e pessoal. Foram levantadas a existência de posições abertas em atividades relacionadas à confecção industrial; limpeza doméstica e empresarial; auxiliar de produção (setor de calçados, indústrias, outros); operador de máquinas; construção civil (eletricista, encanador, pintor); mecânico; soldador; marceneiro; lixadores; projetistas; montador de móveis; serviços gerais. Tais vagas apresentam dificuldades de serem preenchidas, pois os atuais candidatos não apresentam as aptidões técnicas e vocacionais necessárias para, na maioria das vezes, se manter na atividade. Nesse cenário, que pode

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parecer de pouco incentivo à busca de maior qualificação por parte da força de trabalho, ocorre justamente o contrário. Um trabalhador que se qualifica, além de poder encontrar colocação no atual mercado devido à falta de profissionais aptos, também sai na frente com a retomada da economia. Aqueles que já possuem alguma qualificação técnica, experiência e características pessoais demandadas conseguem se colocar no mercado de trabalho de forma mais rápida.

Carências da atual força de trabalho jovem que afetam sua inserção no mercado e que precisam ser aprimoradas dizem respeito à falta de qualificação técnica específica para a atividade; o não conhecimento prévio do setor em que atua; o não saber relacionar teoria à prática; a falta de experiência na atividade; o baixo nível de instrução (normalmente, ensino fundamental incompleto); o não cumprimento de regras e padrões de qualidade requeridos; o descumprimento de normas de produção; o baixo rendimento apresentado.

Além disso, a falta de qualificações vocacional e comportamental estão presentes, como a falta de ética profissional e a ausência de valores básicos; a desorganização do local de trabalho; a falta de comprometimento, maturidade e proatividade; o não cumprimento das regras da instituição; os desajustes familiares; e o atual perfil voltado ao comodismo, indisciplinas e atrasos. Ou seja, as habilidades não técnicas mostram-se tão importantes ou mais que as habilidades técnicas, constituindo-se no diferencial do jovem não apenas para sua inserção no mercado de trabalho, mas permanência.

Buscam-se funcionários que apresentam: responsabilidade; comprometimento; dinamismo; boa comunicação; entrosamento; flexibilidade e disponibilidade de horário; criatividade; experiência; e conhecimento da atividade e do setor em que atuará. É necessário um bom relacionamento pessoal e postura comportamental; a ética e o profissionalismo no ambiente de trabalho; a organização do local de trabalho; a cultura ao empreendedorismo; o saber elaborar um currículo profissional e se comportar diante uma entrevista de emprego, ou seja, saber o que se quer. É, portanto, imprescindível que o jovem construa um Plano de Carreira.

No que diz respeito às recomendações de cursos de qualificação técnica e vocacional, os mesmos precisam estar vinculados às áreas dos setores apontados acima, que são de grande importância para o crescimento da região, sendo que apresentam rápida retomada de sua atividade com a recuperação econômica. Destaca-se que já existe grande oferta de cursos nos municípios, porém a maioria é focada em setores tradicionais, como o metal mecânico, não abrangendo atividades consideradas promissoras como destacadas anteriormente. É necessário, portanto, rever e direcionar a atual oferta de cursos de qualificação profissional e vocacional para que sejam de fato convergentes às demandas empresariais.

Setores chaves como o da construção civil devem apresentar uma ampliação na oferta. Cursos que envolvam não apenas as atividades diretas, mas também indiretas (eletricista, encanador, azulejista, pintor, outros) devem ser oferecidos. Nesse aspecto, o mesmo ocorre com os cursos relacionados à área de saúde. É necessário o aumento de cursos referente à prestação de serviços ao público da terceira idade como, por exemplo, cursos para serviços prestados em casas de

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repouso; atividades recreativas para o público da terceira idade; academias de ginásticas especializadas em atender esse tipo de público, dentre outros que podem ser pensados, e não apenas o curso de cuidador de idosos – único curso oferecido no momento para esse público crescente. Também, tais cursos poderiam ser oferecidos em outras localidades. Novamente, o curso cuidador de idoso é oportuno e apenas é oferecido em um único município.

De certa maneira, a oferta atual de cursos vai ao encontro dos cursos apontados e desejados entre os jovens entrevistados. Os mesmos demonstraram interesse nos cursos técnicos e profissionalizantes em geral, normalmente concentrados nas áreas de informática e afins; manutenção de computadores; técnicos agrícolas; áreas de saúde; áreas administrativas; vendas; atendimento ao cliente; empreendedorismo; construção civil; mecânica; marcenaria; restaurantes (cozinha); limpeza doméstica; comunicação pessoal; organização no ambiente de trabalho; vocacionais e preparatórios.

Através do levantamento das instituições fornecedores de cursos de treinamento e capacitação técnica e vocacional, percebe-se que há bastante oferta de cursos nos municípios, mas muitos não tratam exatamente do que é demandado por parte das empresas. Ademais, grande parte dos alunos que finaliza tais cursos não consegue associar teoria à prática. Portanto, recomenda-se rever, além do redirecionamento da oferta para outras atividades e não apenas as tradicionais, rever a metodologia didático-pedagógica que esta sendo empregada. Tal reformulação torna-se necessária e urgente para que o aluno consiga empregar os ensinamentos adquiridos quando inserido no mercado de trabalho. Os conteúdos que estão sendo ministrados e as atividades práticas que são desenvolvidas nesses cursos precisam ir ao encontro das necessidades do dia-a-dia da empresa.

Fora a necessidade de readequar a metodologia didático-pedagógica implementada nos cursos e de ampliar e redirecionar a oferta dos cursos, é preciso atentar para aspectos relacionados aos custos envolvidos para a realização dos mesmos – mensalidades e deslocamentos. A inviabilidade de realizar cursos de qualificação e treinamento não é apenas em virtude do custo financeiro das prestações, mas também da necessidade de deslocamento para municípios vizinhos. Mostra-se carente a oferta de cursos gratuitos em volume considerável. Sabe-se que muitos jovens desistem da busca por qualificação por não possuírem recursos financeiros nem meio de transporte para realização dos mesmos.

Visto isso, aprimoramento nos sistemas de transporte público torna-se extremamente necessário para a viabilização da realização de tais cursos por jovens em situação de vulnerabilidade. Quanto às mensalidades, alternativas de financiamento para que os jovens consigam realizar tais cursos precisam ser revistas diante da perspectiva de redução de cursos oferecidos de forma gratuita e em caráter assistencial. Financiamentos com juros subsidiados poderiam ser uma alternativa a ser adotada. Já a iniciativa privada, poderia fornecer algumas bolsas de estudo para os jovens empregados e, fundamentalmente, para aqueles que ainda não conseguiram se inserir no mercado de trabalho.

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Porém, a falta de recursos financeiros e carência nos meios de transportes não são o único empecilho. O fator de maior entrave ao desenvolvimento do jovem é o atual cultivo ao estado de comodismo e falta de interesse em buscar qualificação direcionada ao seu objetivo de vida. Muitos nem sabem definir o que querem, muito menos construir um plano de vida, elaborar um currículo adequado e focar na realização de cursos que trarão e agregarão crescimento profissional a longo prazo. Não apenas as qualificações técnicas devem ser buscadas, mas também o aprimoramento das características pessoais de forma a sanar esses empecilhos. Acredita-se que essas são muito mais importantes, principalmente para a permanência do jovem no emprego conquistado, devendo ser enfoque central de muitos cursos de qualificação ofertados no mercado.

Parcerias entre todos os atores sociais – instituições de ensino, setor privado, setor público e comunidade – precisam ser estabelecidas de forma a manter os jovens engajados e aptos a ingressar no mercado. Vale destacar que a sinergia entre esses atores sociais não trará resultado se o principal agente, o jovem, não demonstrar interesse em crescer e se desenvolver profissionalmente. Por isso, a retomada dos valores familiares perdidos, aspectos que influenciam de sobremaneira à atitude atual dos jovens, deve ser perseguida.

Salienta-se que um dos maiores limitantes para a inserção dos jovens em situação de vulnerabilidade no mercado de trabalho, sendo também um dos principais motivos de desligamentos, é em virtude de aspectos comportamentais indesejáveis. Esses aspectos ficam mais evidentes, quando das entrevistas realizadas e dos resultados atingidos, pela falta de conhecimento que os jovens tem de si, do mercado, e das oportunidades.

Essas questões vão diretamente ao encontro dos pilares do Programa Semeando o Futuro, promovido pela Global Communities Brasil, que visa à inserção e permanência dos jovens não só no mercado de trabalho, mas fundamentalmente a busca do crescimento pessoal, despertando o espírito de cooperação, liderança, e engajamento comunitário a fim de mostrar aos jovens sua importância na sociedade. O Programa, através desta pesquisa, terá subsídios para perseguir seus objetivos traçados, através do estabelecimento de parcerias com os atores sociais, contribuindo, assim, para um maior desenvolvimento local e regional.

14. Anexos 14.1. Equipe de Pesquisa e Contato 14.2. Lista de Ilustrações 14.3. Entrevista semiestruturada aplicada aos representantes do setor público 14.4. Entrevista semiestruturada aplicada às Associações Representativas de

Classe 14.5. Entrevista semiestruturada aplicada às empresas – iniciativa privada 14.6. Entrevista semiestruturada aplicada aos jovens em situação de vulnerabilidade 14.7. Informações coletadas e copiladas com base nas entrevistas narrativas e

semiestruturadas aplicadas aos representantes do setor público, setor privado e associações representativas de classe do município de Horizontina, RS

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14.8. Informações coletadas com base nas entrevistas narrativas e semiestruturadas aplicadas aos representantes do setor público, setor privado e associações representativas de classe do município de Três de Maio, RS

14.9. Informações coletadas com base nas entrevistas narrativas e semiestruturadas aplicadas aos representantes do setor público, setor privado e associações representativas de classe do município de Tucunduva, RS

14.10. Informações coletadas com base nas entrevistas narrativas e semiestruturadas aplicadas aos representantes do setor público, setor privado e associações representativas de classe do município de Doutor Maurício Cardoso, RS

14.11. Informações coletadas com base nas entrevistas narrativas e semiestruturadas aplicadas aos representantes do setor público, setor privado e associações representativas de classe do município de Crissiumal, RS

14.12. Atuais ofertas de cursos de qualificação técnica e vocacional, presencial, por área e município de oferta

14.13. Compilação dados entrevistas com jovens em situação de vulnerabilidade

14.14. Tabela detalhada referente aos dados utilizados para elaborar os gráficos da Pirâmide Etária dos cinco municípios em análise, do Rio Grande do Sul e do Brasil para o ano de 2010

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ANEXO 13.1 – Equipe de Pesquisa e Contato

Nome Titulação Contatos

Jaqueline Primo Nogueira de Sá

Professora e Coordenadora do Curso de Ciências Econômicas da FAHOR. Mestre em Gestão de Organizações e Desenvolvimento. MBA em Diplomacia e Negócios Internacionais. Bacharel em Ciências Econômicas. CV Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/1556552151446226

E-mail profissional: [email protected] E-mail pessoal: [email protected] Telefone profissional: (55) 3537-7700 Telefone pessoal: (51) 9967-0911

Karine Daine Zingler

Professor do Curso de Ciências Econômicas da FAHOR. Mestre em Economia. Bacharel em Ciências Econômicas. CV Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/5134257855550209

E-mail profissional: [email protected] E-mail pessoal: [email protected] Telefone pessoal: (55) 9643-3113

Márcio Leandro Kalkmann

Mestre Mestre em Economia. Bacharel em Ciências Econômicas. MBA em Diplomacia e Negócios Internacionais. Habilidades: observador; crítico; facilidade para trabalhar em equipe; flexível. CV Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/9644261277712428

E-mail profissional: [email protected] E-mail pessoal: [email protected] Telefone pessoal: (55) 9644-0893

Stephan Sawitzki

Mestre em Gestão de Organizações e Desenvolvimento. Cursou MBA em Gestão Financeira e Controladoria. Bacharel em Ciências Econômicas. CV Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/0311914788423308

E-mail profissional: [email protected] E-mail pessoal: [email protected] Telefone pessoal: (55) 8119-8991

Cássia Bordin

Mestre em Modelagem Matemática. Graduação em Matemática - Licenciatura. CV Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/9919771539991221

E-mail profissional: [email protected] E-mail pessoal: [email protected] Telefone pessoal: (55) 9600-5090

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ANEXO 13.2 – Lista de Ilustrações

Tabelas

Tabela 1 – Informações gerais dos municípios em estudo

Tabela 2 – Evolução do emprego formal por COREDE e municípios selecionados e setor de atividade econômica, de janeiro a dezembro de 2014

Tabela 3 – Quantidade de MPE’s em 2013, 2014 e 2015 para o COREDE FN e municípios selecionados

Tabela 4 – Quantidade de MPE’s em 2015 nos municípios selecionados por seção da Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) do IBGE

Figuras

Figura 1 – Localização geográfica dos municípios sujeitos de pesquisa no Estado do Rio Grande do Sul

Figura 2 – Valor Adicionado Bruto dos municípios de Horizontina, Três de Maio, Tucunduva, Dr. Maurício Cardoso e Crissiumal em 2012

Figura 3 – Evolução populacional de Horizontina, do RS e do Brasil para o ano de 2010

Figura 4 – Evolução populacional de Três de Maio, do RS e do Brasil para o ano de 2010

Figura 5 – Evolução populacional de Tucunduva, do RS e do Brasil para o ano de 2010

Figura 6 – Evolução populacional de Dr. Maurício Cardoso, do RS e do Brasil para o ano de 2010

Figura 7 – Evolução populacional de Crissiumal, do RS e do Brasil para o ano de 2010

Figura 8 – Percentual de pessoas ocupadas, por sexo, com 25 anos ou mais de idade nos diferentes graus de instrução para o ano de 2010 em Horizontina

Figura 9 – Percentual de pessoas ocupadas, por sexo, com 25 anos ou mais de idade nos diferentes graus de instrução para o ano de 2010 em Três de Maio

Figura 10 – Percentual de pessoas ocupadas, por sexo, com 25 anos ou mais de idade nos diferentes graus de instrução para o ano de 2010 em Tucunduva

Figura 11 – Percentual de pessoas ocupadas, por sexo, com 25 anos ou mais de idade nos diferentes graus de instrução para o ano de 2010 em Dr. Maurício Cardoso

Figura 12 – Percentual de pessoas ocupadas, por sexo, com 25 anos ou mais de idade nos diferentes graus de instrução para o ano de 2010 em Crissiumal

Figura 13 – Pirâmide etária de Horizontina, do RS e do Brasil para o ano de 2010

Figura 14 – Pirâmide etária de Três de Maio, do RS e do Brasil para o ano de 2010

Figura 15 – Pirâmide etária de Tucunduva, do RS e do Brasil para o ano de 2010

Figura 16 – Pirâmide etária de Dr. Maurício Cardoso , do RS e do Brasil para o ano de 2010

Figura 17 – Pirâmide etária de Crissiumal, do RS e do Brasil para o ano de 2010

Quadros

Quadro 1 – Cursos de qualificação técnica necessários

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Quadro 2 – Pontos fracos da atual força de trabalho

Quadro 3 – Cursos de qualificação vocacional necessários

Quadro 4 – Pontos fortes da atual força de trabalho

Quadro 5 – Cursos de qualificação necessários para o aprimoramento do jovem e sua inserção no mercado de trabalho não oferecidos no mercado ou com oferta deficiente

Gráficos

Gráfico 1 – Percentual de jovens entrevistados que nunca realizou cursos profissionalizantes e/ou vocacionais e que está realizando ou já realizou

Gráfico 2 – Percentual de jovens entrevistados que realizam ou realizaram cursos profissionalizantes e/ou vocacionais por categoria de curso

Gráfico 3 – Percentual de respostas dos jovens entrevistados sobre os cursos profissionalizantes e/ou vocacionais que ajudariam sua inserção no mercado de trabalho

Gráfico 4 – Percentual de respostas dos jovens entrevistados sobre os cursos profissionalizantes e/ou vocacionais que faltam oferta no mercado de trabalho

Gráfico 5 – Percentual de respostas mais citadas dos jovens entrevistados sobre suas atuais habilidades técnicas ou pessoais

Gráfico 6 – Percentual de jovens entrevistados que estão trabalhando no momento

Gráfico 7 – Percentual de respostas dos jovens entrevistados que estão trabalhando ou já trabalharam em relação às atividades e/ou setores de atuação

Gráfico 8 – Percentual de respostas dos jovens entrevistados em relação a facilidade de se inserir no mercado de trabalho atual

Gráfico 9 – Percentual de respostas dos jovens entrevistados em relação ao motivo quanto à dificuldade encontrada para se inserir no mercado de trabalho atual

Gráfico 10 – Percentual de respostas dos jovens entrevistados em relação ao motivo quanto à facilidade encontrada para se inserir no mercado de trabalho atual

Gráfico 11 – Percentual de respostas dos jovens entrevistados em relação atividades e/ou setores de atuação mais promissores para sua inserção no mercado de trabalho

Gráfico 12 – Percentual de respostas dos jovens entrevistados em relação ao emprego dos sonhos

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ANEXO 13.3 – Entrevista semiestruturada aplicada aos representantes do setor público

DADOS GERAIS:

NOME DO MUNICÍPIO:

NOME DO ENTREVISTADO:

CARGO / FUNÇÃO:

TELEFONE:

E-MAIL:

DATA / HORA / LOCAL ENTREVISTA:

INFORMAÇÕES GERAIS – SÓCIO-ECONÔMICA DO MUNICÍPIO

1. Quais são as atuais forças e fraquezas da economia do seu município?

2. Quais são as principais iniciativas municipais para elevar o crescimento e desenvolvimento econômico local?

3. Que assistência técnica ou financeira seria a mais necessária para melhorar a economia do município? Que objetivos seriam recomendados para o foco dessa assistência?

4. Como o município auxilia / ajuda as empresas, o comércio, as indústrias, as comunidades, outros, para aumentar / fomentar a oportunidade de progresso econômico?

5. Na sua opinião, qual área / setor apresenta maior oportunidade de crescimento no município? Que tipo de negócios ou cargos / funções estão sempre com demanda elevada?

6. Quais são as principais oportunidades e desafios para o crescimento da alfabetização / nível de escolarização no município?

7. Quais as comunidades locais mais carentes do ponto de vista socioeconômico? Qual o tipo de carência? Aonde localizam-se?

8. Há algum projeto socioeconômico em andamento? Se sim, qual (is)? Descreva-os (público-alvo, investimento, ações, outros).

INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS – MERCADO DE TRABALHO

9. Qual é o padrão demográfico da força de trabalho do município (idade, nível de instrução, emprego atual, distribuição geográfica, desemprego)?

10. Quais são as principais iniciativas municipais ou atuais políticas públicas para elevar (crescimento) o nível de emprego?

11. Quais as principais iniciativas para promover o desenvolvimento da força de trabalho local?

12. Como e por quem as prioridades para desenvolvimento da força de trabalho são feitas?

13. Quem é o público alvo (jovens, analfabetos, mulheres, outros) dessas políticas municipais?

14. Qual é o setor mais beneficiado pelas políticas municipais destinadas ao desenvolvimento da força de trabalho?

15. Como o governo Federal, Estadual e Municipal trabalham juntos para desenvolver a força de trabalho? Quais são os desafios?

16. O que é necessário para assegurar que mais pessoas estejam empregadas (de forma geral; as com alguma deficiência; as menos favorecidas)?

17. Que projetos foram realizados para ajudar pessoas de baixa renda a ingressarem no mercado de trabalho, adquirirem estabilidade e aumentarem sua renda? (Considerar: para qual atividade, para qual população alvo, quantas pessoas foram contempladas, quais foram os resultados).

18. Quais são os setores que oferecem maiores oportunidades de emprego (em relação a jovens, ao gênero, ao grau de instrução)?

19. Qual tipo de trabalhador, em termos de perfil e qualificação técnica (nível de instrução), a demanda é maior?

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20. Em relação as vagas de trabalho para aqueles que possuem grau de instrução baixo / médio, existem vagas disponíveis no mercado? Liste.

21. Quais as habilidades (técnicas e pessoais) necessárias ao segmento de baixa renda da sociedade para inserir-se nesse mercado de trabalho?

22. Se um grande percentual da força de trabalho nacional está trabalhando de forma informal, qual é a empresa / setor que detém a maior taxa de ocupação dessa forma? Existe oportunidade de formalizar esse emprego ou promover essa força de trabalho nessa cadeia de valor? Como?

23. Quais os pontos fortes e fracos da força de trabalho atual em termos de qualificação técnica e nível de instrução?

24. A força de trabalho qualificada é encontrada no município ou buscada fora? Para qual setor e cargo?

25. Na sua opinião, o que acontecerá com o mercado de trabalho do seu município? Que tipo de negócio ou profissão sempre terá alta demanda / empregabilidade? Haverá opção para pessoas com baixo nível de escolaridade ou baixa experiência? Quais são as lacunas mais importantes em termos de habilidades necessárias pelos empregadores?

INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS

26. Como o governo apoia os trabalhadores no sentido de encontrar trabalho, permanecer no trabalho e progredir? (relação governo – trabalhador).

27. Qual o nível de oferta de treinamento e qualificação para força de trabalho no município? Quais são as necessidades?

28. Há parcerias estabelecidas entre os atores sociais para promover o desenvolvimento da força de trabalho? (Governo Federal, Estadual e Municipal, empresas do setor privado, instituições de ensino e qualificação profissional, ONGs, outras).

29. Como se dão essas parcerias? Qual a parceria mais bem sucedida? Por quê?

30. Quais os principais desafios de estabelecer parcerias?

31. Quais instituições apresentam boa reputação no fornecimento das qualificações necessárias para aprimoramento da força de trabalho?

32. Que tipo de assistência seria mais necessária e útil ao trabalhador?

INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS – INVESTIMENTO E ORÇAMENTO

33. Quais áreas são favoráveis a novos ou maiores investimentos?

34. Como o desenvolvimento da força de trabalho reflete no orçamento público?

35. Quais as metas e desafios relacionados a realização de investimento em programas de qualificação da mão de obra?

36. Qual é o orçamento destinado às instituições / iniciativas de desenvolvimento da força de trabalho (doações)? Há fiscalização? Quem a faz?

37. Como essas prioridades complementam ou opõem-se a outras prioridades como as relacionadas à saúde, à segurança, à redução da pobreza, outras?

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ANEXO 13.4 – Entrevista semiestruturada aplicada às Associações Representativas de Classe

PÚBLICO ENTREVISTADO: ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS E/OU INDÚSTRIAIS

DADOS GERAIS:

NOME DA ASSOCIAÇÃO:

MUNICÍPIO ONDE LOCALIZA-SE:

NOME DO ENTREVISTADO:

CARGO / FUNÇÃO:

TELEFONE:

E-MAIL:

DATA / HORA / LOCAL ENTREVISTA:

INFORMAÇÕES GERAIS

1. Quais são as principais iniciativas adotadas pela associação para promover o crescimento e desenvolvimento das empresas associadas?

2. Como o governo auxilia / ajuda as empresas, as indústrias, as comunidades, outros, para aumentar / fomentar a oportunidade de progresso econômico e pessoal?

3. Na sua opinião, quais são as fraquezas da economia? E quais são as atuais forças?

4. Na sua opinião, qual área / setor apresenta maior oportunidade de crescimento no país e na região?

5. Qual demanda acreditas que irá ter perspectivas de aumentar no futuro no que diz respeito: aos setores de atividade: serviços, agricultura, manufatura, tecnologia, etc.

6. Na sua opinião, qual setor industrial apresenta maior e mais rápido crescimento?

7. Quais são as forças e fraquezas do mercado de trabalho do município ou região?

8. Qual é o negócio mais bem sucedido ou de maior fonte de empregabilidade no município e região? Qual área / setor de atividade?

9. Quais áreas são favoráveis a novos ou maiores investimentos?

10. O que ajudaria os negócios a terem mais sucesso no futuro?

INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS – FORÇA DE TRABALHO DEMANDADA

11. Que tipo de negócio ou profissão sempre terá alta demanda / empregabilidade? Haverá opção para pessoas com baixo nível de escolaridade ou baixa experiência?

12. Se um grande percentual da força de trabalho nacional está empregada de forma informal, qual é a empresa / setor detém a maior taxa de ocupação dessa forma? Existe oportunidade de formalizar esse emprego ou promover essa força de trabalho nessa cadeia de valor?

13. A força de trabalho contratada pelas empresas associadas é encontrada no município ou buscada fora? Para qual setor e cargo?

14. Quais são as lacunas mais importantes em termos de habilidades técnicas necessárias e perfil da força de trabalho levantadas pelos empregadores / associados?

15. Como a disponibilidade de força de trabalho qualificada está afetando o crescimento dos negócios dos seus associados?

16. Por qual tipo / perfil de trabalhador a demanda é maior? Quem é o público alvo (jovens, segundo grau completo, mulheres, outros)?

17. Quais os pontos fortes da força de trabalho atual e em termos de qualificação?

18. Quais os principais pontos fracos da atual força de trabalho e treinamento?

19. Quais ameaças enfraquecem as qualificações do trabalhador e o crescimento econômico das empresas associadas?

20. Onde e como os associados fazem a seleção / recrutamento dos funcionários?

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21. Quais instituições são as mais utilizadas pelos associados para buscar empregados / mão de obra / funcionários?

22. É fácil ou difícil encontrar pessoal com as habilidades necessárias?

INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS – TREINAMENTO MAO DE OBRA

23. Qual demanda por mão de obra acreditas que irá ter perspectivas de aumentar no futuro no que diz respeito às habilidades e qualificações técnicas e perfil do funcionário?

24. Quais treinamentos técnico e vocacional são mais solicitados?

25. Você conhece algum projeto, centro ou escola que fornece treinamento vocacional ou assistência ao emprego? Se sim, quais?

26. Quais são os pontos fortes e fracos de tais projetos, centros ou escolas?

27. Quais instituições apresentam boa reputação no fornecimento das qualificações necessárias para aprimoramento da força de trabalho?

28. Como os atuais funcionários adquirem as habilidades necessárias?

29. Como se estabelece a ligação dos provedores de treinamento técnico com o setor privado? O que deve ser melhorado?

30. Na sua opinião, que tipo de assistência seria mais necessária e útil ao trabalhador e aos associados?

31. Que tipo de assistência seria necessária em relação a recrutamento, treinamento vocacional ou outro tipo de serviço de empregabilidade.

INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS – PARCERIAS

32. Há parcerias estabelecidas com o governo local? Qual a finalidade?

33. Há parcerias estabelecidas com o setor privado? Qual finalidade?

34. Há parcerias estabelecidas com instituições educacionais?

35. Que tipo de apoio técnico e educacional existe? Quem são os principais parceiros?

36. Como se dão essas parcerias?

37. Qual a parceria mais bem sucedida? Por quê?

38. Quais os principais desafios de estabelecer parcerias?

INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS - EMPREENDEDORISMO

39. Quais são as principais tendências ao empreendedorismo no município? Todos os associados tratam-se de empreendedores locais?

40. Quais são as principais oportunidades e desafios para o crescimento do empreendedorismo?

41. Que tipo de apoio técnico e educacional existe para estimular o empreendedorismo?

42. Quem são os parceiros potenciais para essas iniciativas?

43. O que é necessário para aumentar o número de empreendedores no município do seu ponto de vista?

57

ANEXO 13.5 – Entrevista semiestruturada aplicada às empresas – iniciativa privada

DADOS GERAIS:

NOME DA EMPRESA:

MUNICÍPIO ONDE LOCALIZA-SE:

NOME DO REPRESENTANTE:

CARGO / FUNÇÃO:

TELEFONE:

E-MAIL:

DATA / HORA / LOCAL ENTREVISTA:

VISÃO ECONOMIA

1. Quais são as OPORTUNIDADES e AMEAÇAS / FORÇAS E FRAQUEZAS da economia no país e na região?

2. Qual é o negócio mais bem sucedido ou de maior fonte de empregabilidade no seu país e região? Qual área / setor de atividade?

3. Quais as principais razões para que esse negócio seja bem sucedido?

4. Qual demanda acreditas que irá ter perspectivas de aumentar no futuro no que diz respeito: - aos setores de atividade: serviços, agricultura, manufatura, tecnologia, etc.

5. Qual demanda acreditas que irá ter perspectivas de aumentar no futuro no que diz respeito: às habilidade e qualificações da mão de trabalho.

6. Qual ocupação e qualificações requeridas pelo mercado de trabalho para jovens?

7. Quais são, atualmente, as melhores oportunidades de emprego e remuneração para jovens?

8. Que tipo de negócio ou profissão sempre terá alta demanda / empregabilidade? Haverá opção para pessoas com baixo nível de escolaridade ou baixa experiência? O que aumentaria essas opções?

9. Quais são as principais tendências ao empreendedorismo no país (crescimento, concentração, outro)?

10. Quais são as principais oportunidades e desafios para o crescimento do empreendedorismo?

RELAÇÃO EMPRESA X GOVERNO

11. Como o governo auxilia / ajuda as empresas, as clusters, as indústrias, as comunidades, outros, para aumentar / fomentar a oportunidade de progresso econômico pessoal?

INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS EMPRESA

12. Qual é o seu negócio? Em qual setor atua? Descreva as atividades realizadas.

13. O que torna o seu negócio diferenciado? Que nicho de Mercado preenche?

14. Onde é localizado? Onde, normalmente, você trabalha?

15. A quanto tempo você tem esse negócio?

16. É uma empresa familiar ou há sócios? Quantos?

17. Você já possuiu outros negócios? Se sim, por que mudou?

18. O seu atual negócio passou por mudanças nos últimos 6 anos?

a. Em relação aos aspectos e atividades desenvolvidas.

b. Em relação a quantia de negócios feitos ou sucessos.

c. Em relação ao número de empregados.

d. Em relação ao número de mulheres empregadas.

19. Quais produtos ou serviços vocês produzem ou oferecem no mercado?

FORÇA DE TRABALHO

20. Quantos empregados / funcionários existem (por função, sexo, idade, outro)?

58

21. Qual o nível de instrução dos seus funcionários (ensino médio incompleto, ensino médio completo, técnico, graduação incompleta, graduação completa, outros).

22. Quais as habilidades desses funcionários? Eles possuem as habilidades e as experiências necessárias para a função?

23. Qual o nível de instrução mínimo requerido para funcionários de tempo integral? E meio período?

24. Atualmente, admitiu pessoal com técnico ou ensino médio concluído? Em que áreas / funções?

25. Existem vagas de trabalho para grau de instrução baixo / médio? Se sim, liste.

26. Quais desafios enfrenta em relação ao seu corpo de funcionários atual?

27. Há vagas abertas? Quantas? Para que função? Por que não foram preenchidas?

28. Que tipo de experiência, conhecimento e habilidades normalmente procurando? Por qual tipo de trabalhador a demanda é maior?

29. Qual é a ocupação mais desafiadora?

30. A força de trabalho qualificada é encontrada no município ou buscada fora? Para qual setor e cargo?

31. Você prefere contratar pessoas locais ou estrangeiras como força de trabalho? Por que? Para qual função?

32. Quais os pontos fortes da força de trabalho atual e qualificação?

33. Quais os principais pontos fracos da atual força de trabalho e treinamento?

34. Quais ameaças enfraquecem as qualificações do trabalhador?

35. Qual é / foi a taxa de turnover (taxa de rotatividade) da empresa?

36. Qual tem sido a principal razão para o desligamento de funcionário? Nomeio as 3 principais razões de desligamento.

37. O que é necessário para assegurar que mais pessoas estejam empregadas? O que é necessário para que mais JOVENS estejam empregadas?

QUALIFICAÇÃO E RECRUTAMENTO FORÇA DE TRABALHO

38. Você tem dificuldade para recrutar funcionários? Se sim, por que?

39. Como contratou os funcionários que trabalham atualmente na sua empresa? Quais instituições são as mais utilizadas para buscar / recrutar empregados?

40. Normalmente, aonde você divulga novas oportunidades de emprego? Qual sua agência de treinamento preferida? Existe algum programa de apoio técnico e empregatício que você utilizaria?

41. Como os atuais empregados adquiriram as habilidades / qualificações necessárias?

42. Você oferece treinamento ou orientação internamente ou é buscado fora da empresa?

43. Como se estabelece a ligação dos provedores de treinamento técnico com o setor privado? O que deve ser melhorado?

44. Quais instituições apresentam boa reputação no fornecimento das qualificações necessárias para aprimoramento da força de trabalho?

45. Que tipo de assistência seria necessária em relação a recrutamento, treinamento vocacional ou outro tipo de serviço de empregabilidade? Que tipo de apoio técnico ou empregatício seria mais útil no seu negócio?

46. Quais são as lacunas mais importantes em termos de habilidades necessárias pelos empregadores?

47. Que tipo de treinamento você gostaria que seus funcionários ou futuros funcionários tivessem? Habilidades técnicas e pessoais? Com certificação ou sem?

INVESTIMENTOS

48. Quais são as tendências para investimento na sua empresa?

59

49. Quais condições e políticas governamentais estão afetando a ampliação do seu investimento?

50. Como a disponibilidade de força de trabalho qualificada está afetando o crescimento dos seus investimentos e negócio?

51. O que ajudaria o seu negócio a se desenvolver mais no futuro?

60

ANEXO 13.6 – Entrevista semiestruturada aplicada aos jovens em situação de vulnerabilidade

DADOS GERAIS:

NOME DO JOVEM ENTREVISTADO:

MUNICÍPIO ONDE LOCALIZA-SE:

ENDEREÇO:

TELEFONE:

E-MAIL:

DATA / HORA / LOCAL ENTREVISTA:

INFORMAÇÕES GERAIS

Gênero: Idade: ______ anos

Bairro ou localidade de residência (zona alvo, descrição):

A quanto tempo mora nessa localidade? Por que você mudou para cá?

Que tipo de residência tens (alugada ou própria, tamanho, outras)?

Você tem filhos?

Você tem companheiro morando com você?

QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL / PESSOAL

Você realiza algum curso / atividade de treinamento vocacional / outro?

Quais cursos já realizou / concluiu?

Como avalia os cursos concluídos?

Quais serviços e cursos ajudam mais para sua inserção no mercado de trabalho?

Quais serviços / cursos faltam no mercado?

O que você pretende fazer quando concluir os cursos?

(Ex. encontrar um emprego, iniciar um negócio, continuar estudando, mudar para outra região do país, ir para o exterior, outro)?

Quais habilidades técnicas / pessoais já possui para tornar possível suas intenções?

MERCADO DE TRABALHO – EMPREGABILIDADE

Como você aprendeu as habilidades para tal emprego?

Que habilidade lhe falta para conseguir um emprego?

O que acha mais promissor (emprego / função) no mercado de trabalho?

Qual o emprego dos seus sonhos?

Se sim, como e onde está procurando?

61

ANEXO 13.7 – Informações coletadas e copiladas com base nas entrevistas narrativas e semiestruturadas aplicadas aos representantes do setor público, setor privado e

associações representativas de classe do município de Horizontina, RS

HORIZONTINA

Critérios Informação

Pontos fortes do município

Boa condição de vida da população, não há miserável. Presença de grandes lideranças locais. Polo metal mecânico. Excelente arrecadação em virtude de empresas de peso.

Pontos fracos do município

Cultura de assistencialismo. População resistente a mudanças, imediatista, falta cidadania. Cultura vinculada ao setor metal mecânico, não diversificação. Falta de infraestrutura / urbanização / câmaras de segurança / pórtico / anel viário / cidade digital. Carência de acessibilidade ao município. Emigração de mão de obra qualificada devido falta de oportunidade local. Pouco apoio ao micro e pequeno empresário. Excesso burocracia.

Oportunidades

Agroindústria. Novas culturas agrícolas. Segmento de alimentos. Setor de serviços, vestuários e comércio. Setores relacionados ao Micro Empreendedor Individual (MEI’s). Indústria moveleira. Marcenarias de pequeno porte. Setor Metal-Mecânico. Áreas voltadas a tecnologia.

Desafios

Falta de sequência nos programas e políticas públicas.

Recursos financeiros para aprimorar a infraestrutura.

Situação economia: empresas estão reduzindo atividades e demitindo.

Chave para o sucesso

Capacitação do empreendedor, do gestor. Micro e pequeno empresário. Estratégias de expansão do nicho de mercado, visão diferente do negócio, busca de novas oportunidades, estar disposto a correr riscos.

Vagas Mercado de Trabalho

Baixo nível de instrução: atividades que envolvem força braçal (limpeza, construção civil, chão de fábrica).

Alto nível de instrução: corpo administrativo. Maiores benefícios e salários: setor metal mecânico. Menores benefícios e salários: comércio e serviço local (gera falta de interesse da classe trabalhadora por essas áreas e pouca qualificação técnica). Baixa informalidade.

Profissionais autônomos: principalmente, construção civil. Vaga para: lixadores. Faltam vagas para certas qualificações.

Há pessoas qualificadas, mas o mercado é pequeno para absorver essa mão de obra.

Recrutamento mão de obra

A maior parte é mão de obra local (setores comércio e serviço local e chão de fábrica). Há demanda mão de obra externa para grandes empresas e cargos mais elevados. Algumas empresas utilizam a ACIAP na busca de currículos.

62

Contatos de agências qualificadas em RH, apenas quando necessário. Análise de currículo e entrevista diretamente pela empresa, sem intermediação. Pessoal entrega currículo na própria empresa. Banco de currículos na própria empresa.

Pontos fracos da força de trabalho

Falta qualificação técnica. Baixo nível de instrução (normalmente, até 5ª série). Poucas pessoas buscam novas oportunidades e desafios. Poucos líderes e empreendedores. Perfil funcionário: acomodado, falta aplicação dos conhecimentos práticos adquiridos, falta pró-atividade, falta busca por aperfeiçoamento e qualificação profissional, indisciplina, faltas não justificadas, atrasos, falta comprometimento com qualidade do trabalho realizado. Desinteresse da nova geração pelo trabalho. Jovens não sabem elaborar currículo. Falta maturidade. Alta rotatividade: funcionário encontra proposta melhor (maiores salários e benefícios) e solicita demissão.

Pontos fortes da força de trabalho

Mulheres: grande potencial, maior responsabilidade.

Comprometimento.

Treinamentos / Qualificação necessária

Relacionamento com o cliente. Treinamentos na área tributária. Vendas. Qualificações ISO. Pintura.

Indústria de Plástico. Trabalho em equipe e entrosamento. Conhecimentos gerais e do setor de atuação (básico).

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados das entrevistas aplicadas.

63

ANEXO 13.8 – Informações coletadas com base nas entrevistas narrativas e semiestruturadas aplicadas aos representantes do setor público, setor privado e

associações representativas de classe do município de Três de Maio, RS

TRÊS DE MAIO

Critérios Informação

Pontos fortes do município

População Consumidora. Setor de comércio, revenda, varejo forte.

Setores relacionados a agricultura forte. Matriz leiteira.

Aumento oferta serviços (alimentação e lazer).

Diversificação de atividades.

Pontos fracos do município

Falta infraestrutura / logística.

Excesso burocracia.

Políticas públicas não elevam competitividade da empresa.

Falta de auxílio público – infraestrutura e crédito.

Indústria carente.

Oportunidades

Matriz energética.

Áreas de responsabilidade social, água e sustentabilidade.

Serviços de tecnologia, áreas de TI.

Setor metalomecânico.

Setor moveleiro.

Setor de alimentos.

Serviços para idosos.

Reciclagem.

Setor de Plásticos.

Desafios

Sobreviver diante cenário econômico desfavorável.

Falta de infraestrutura.

Distância grandes centros.

Alta carga tributária.

Carência de líderes jovens.

Falta investidores.

Chave para o sucesso

Necessárias iniciativas da ACI e das Instituições de Ensino para fomentar o empreendedorismo. Inovar. Fornecer um ambiente diferenciado para os colaboradores. Manter controle financeiro eficiente, estar capitalizado para sair na frente quando o mercado encontra-se favorável.

Vagas Mercado de Trabalho

Maior empregabilidade: indústria em geral e metal mecânico; TI; setor moveleiro; serviços (médicos e educação).

Cada vez mais necessidade de nível superior.

Escolaridade baixa: chão de fábrica.

Tem diminuído a informalidade.

Vagas na área de desenvolvimento TI.

Recrutamento mão de obra

ACI oferece esse serviço aos associados.

CIEE é parceiro e muito buscado.

SINE é pouco procurado, considerado defasado.

Há parcerias com as universidades.

“Jovem aprendiz” (trouxe bastantes estudantes para o mercado de

64

trabalho).

Busca de empresas de recrutamento fora do município.

Recrutamento interno. Indicação funcionários.

Divulgação vagas nas redes sociais e internamente.

Pontos fracos da força de trabalho

Falta qualificação técnica e comportamental (principal).

Comportamento inadequado (falta profissionalismo). Atrasos. Indisciplina.

Perfil: comodismo, imediatismo. Falta comprometimento.

Atritos com novas gerações. Melhorar a compreensão.

Saber diferenciar teoria X prática.

Pontos fortes da força de trabalho

Grande procura por qualificação através de cursos EAD.

Cultura da região é favorável “ao trabalho”, tratam-se de pessoas de confiança.

Boa comunicação. Comprometimento. Dinamismo. Trabalho em equipe. Flexibilidade.

Treinamentos / Qualificação necessária

Vendas; Atendimento e relacionamento com o cliente;

Técnicas de negociação; Inteligência e gestão financeira;

Marketing e comunicação; Dicção; Gestão de Crédito; Melhoria nos processos.

Conhecimento específico do setor de atuação. Conhecimentos básicos de como funciona o mercado de trabalho, “noção de realidade”.

Comunicação. Capacitações pessoais (postura comportamental, comprometimento, valores, responsabilidade, forma de se comunicar/falar). Relações interpessoais.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados das entrevistas aplicadas.

65

ANEXO 13.9 – Informações coletadas com base nas entrevistas narrativas e semiestruturadas aplicadas aos representantes do setor público, setor privado e

associações representativas de classe do município de Tucunduva, RS

TUCUNDUVA

Critérios Informação

Pontos fortes do município

Agronegócio. Setor agricultura, voltado a produção de alimentos.

Potencialidade para o Agroalimentos.

Participação maior do setor têxtil.

Pontos fracos do município

Setor industrial – tem potencial, mas é pouco explorado.

Falta mão de obra qualificada (principalmente para indústria).

Poucos empreendedores (empresários conservadores). Perfil pouco inovador.

Dificuldade de estabelecer parcerias e trabalhos com professores e escolas municipais.

Pouca participação do setor comercial.

Falta de mão-de-obra para trabalhar no campo. Falta incentivo para o campo.

Excesso burocracia.

Oportunidades

Agricultura Familiar e Agroindústrias relacionadas ao: vinho (Enólogos), embutidos, queijos, iogurte, poupa de frutas e hortigranjeiros (técnicos agrícolas; tecnologia de alimentos).

Indústrias que poderiam ser mais exploradas: metal mecânico, moveleira e confecção.

Turismo Rural.

Hospital com referência ao idoso.

Áreas de tecnologia.

Desafios

Manter os jovens no campo e ampliar o campo de visão dos jovens na busca de empregos que se enquadrem em seu perfil.

Necessidade de resgatar valores – obrigações e deveres.

Ética e cidadania deveria partir de casa – afeto, cuidado.

Principal desafio ao empreendedorismo é a visão da família que não incentiva.

Cultura conservadora dificulta a busca por novas ideias, o empreendedorismo.

Chave para o sucesso

As universidades, os sindicatos e as associações deveriam pensar mais no desenvolvimento regional e não só no desenvolvimento do próprio setor ou município.

Cultura organizacional. Proximidade com o cliente. Acompanhar tendências do mercado de consumo. Atualizar-se. Adotar tecnologias.

Vagas Mercado de Trabalho

Vagas para pessoas qualificadas existem.

Principais fornecedores de emprego: agro alimento, cooperativas, metal mecânico, confecções (malharias, corte e costura), marcenaria, construção civil.

Principais empregadores: mercados, câmeras e setor público.

Comércio: poucas possibilidades.

Falta mão de obra qualificada: construção civil.

66

Recrutamento mão de obra

Seleção é feita de maneira interna, dentro das próprias empresas, com exceção das empresas grandes. Recrutamento interno. Indicação atuais colaboradores.

Candidatos entregam currículo pessoalmente na empresa.

Pontos fracos da força de trabalho

Falta mão de obra com qualificação técnica e mais específica (há semiqualificada).

Falta qualificação de princípios de educação básica (ética profissional, comprometimento, valores).

Funcionários não buscam qualificação fora do horário de trabalho.

Jovem apresenta grande rotatividade.

Perfil: geração de direitos, mas não de deveres; comodismo. Preguiça. Falta assiduidade. Falta comprometimento com o trabalho, responsabilidade, zelo pelo trabalho.

Desajustes familiares (problemas pessoais).

Pessoas com qualificação emigram.

Classe gerencial: perfil conservador, trava crescimento e expansão negócios.

Dificuldade de assimilar mudanças.

Relacionamento pessoal.

Pontos fortes da força de trabalho

Alta busca por qualificação profissional (por parte da população) e pelos cursos oferecidos.

Existe comprometimento e honestidade – nenhum problema com jovens aprendizes.

Criativo, participativo, extrovertido, um profissional aberto, honesto e sério – alta confiabilidade.

Interesse. Disponibilidade. Entrosamento. Trabalho em equipe.

Treinamentos / Qualificação necessária

Cursos para serviços e atividades básicas: garçons, açougueiro, caixa, atendimento, panificador, construção civil, serviços de limpeza (privada e empresarial).

Treinamento para o atendimento ao cliente.

Cursos de qualificação na área têxtil e de alimentos.

Cursos para conhecimento da legislação mercado de trabalho.

Conhecimento técnico.

Conhecimento na área do agronegócio.

Relacionamento interpessoal.

Atendimento ao cliente.

Confecção industrial.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados das entrevistas aplicadas.

67

ANEXO 13.10 – Informações coletadas com base nas entrevistas narrativas e semiestruturadas aplicadas aos representantes do setor público, setor privado e

associações representativas de classe do município de Doutor Maurício Cardoso, RS

DOUTOR MAURÍCIO CARDOSO

Critérios Informação

Pontos fortes do município

Setor agrícola (produção de grãos, suínos e leite).

Potencialidade para agroindústrias e turismo.

Maior região produtora de leite, vantagem logística.

Pontos fracos do município

Falta indústrias. Não há programas municipais de incentivo à indústria.

Falta de empresas prestadoras de serviços (eletricista, construção civil).

Concentração de renda agrícola. Êxodo rural – principalmente dos mais jovens.

Poucas oportunidades de emprego.

Oportunidades

Setores com potencialidade: agroindústria, serviços, turismo, prestação de serviços (eletricista). Empreendedorismo rural.

Construção civil. Agricultura (Suínos, Leite). Bancos. Técnicos agrícolas.

Desafios

Manter os jovens no município e incentivá-los a tornarem-se empreendedores.

Instabilidade do mercado agrícola.

Chave para o sucesso

Empreendedorismo. Modernização. Criatividade.

Profissionalização da gestão. Adicionar valor agregado ao produto.

Parcerias e redes de colaboração.

Vagas Mercado de Trabalho

População jovem: busca perspectivas de emprego em outros municípios.

Falta mão de obra: agroindústrias.

Comércio: micro empresas familiares.

Indústria: restrita a três empresas (lacticínios, moveleira e metalúrgica).

Necessário, pelo menos, ensino fundamental (auxiliar de produção).

Existem vagas para nível baixo de instrução (exigido primeiro grau): auxiliar de marceneiro; auxiliar de mecânico, serviços gerais.

A maioria dos jovens só quer trabalhar em escritório / administrativo.

Recrutamento mão de obra

Maioria dos cargos de nível baixo: do município.

Cargos com maior nível de instrução requerido: municípios vizinhos (Crissiumal, Horizontina, Tenente Portela).

ACI auxilia com formação de banco de currículos.

Banco de Currículos Interno. Indicação colaboradores.

Pessoas entregam currículo direto na empresa.

Pontos fracos da força de trabalho

Em geral, baixo nível de qualificação. Agricultores: baixa escolaridade, dificuldade em lidar com inovações.

Falta espírito empreendedor e liderança.

Jovens com conhecimento técnico: falta experiência. Falta habilidades práticas.

Jovens com mais qualificação emigram.

Falta entusiasmo pelo crescimento no emprego.

Desafio é a rotatividade, treinar um novo colaborador.

68

Problemas de assiduidade; descumprimento das normas de produção; baixo rendimento. Desorganização do local de trabalho. Não buscam qualificação.

Falta de estabilidade no nível da produtividade.

Pontos fortes da força de trabalho

Jovens estão procurando se qualificar.

Qualificação prática e técnica.

Estabilidade.

Experiência.

Treinamentos / Qualificação necessária

Entusiasmo. Organização Local de Trabalho. Atualização.

Processo Produtivo leite. Área de laticínios.

Auxiliar de marceneiro.

Metal-Mecânico na cidade.

Desenho industrial.

Soldagem.

Montagem.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados das entrevistas aplicadas.

69

ANEXO 13.11 – Informações coletadas com base nas entrevistas narrativas e semiestruturadas aplicadas aos representantes do setor público, setor privado e

associações representativas de classe do município de Crissiumal, RS

CRISSIUMAL

Critérios Informação

Pontos fortes do município

Agricultura familiar (agroindústrias).

Desenvolvimento das agroindústrias no meio rural.

Pontos fracos do município

Falta oportunidades no mercado de trabalho (concentração vagas empregos em calçados ou comércio). Não tem indústrias.

Falta inovação e visão por parte do poder político.

Oportunidades

Comércio e algumas pequenas empresas.

Meio rural.

Serviços Financeiros.

Agricultura familiar.

Área de energia; reflorestamento.

Metal mecânica.

Setor de calçados.

Indústria moveleira.

Tecnologia.

Desafios

Falta cursos voltados à agricultura familiar: técnico agropecuária.

Falta transporte no meio rural para deslocar o pessoal na parte noturna.

Políticas públicas e insegurança.

Carga tributária.

Logística.

Chave para o sucesso

Administração enxuta, custo fixo reduzido, boa gestão da cadeia de suprimentos. Necessário estar de olho nas alternativas. Diversificar carteiras dos clientes. Equipe qualificada.

Vagas Mercado de Trabalho

Maior empregabilidade: soldador, construção civil, eletricista, moveleiro (marceneiro); setor calçados, supermercado.

Setor calçadista: baixa escolaridade.

Alta demanda: administradores no município.

Não há evidencia de informalidade; até mesmo os prestadores de serviços gerais (reformas e pintores são MEI).

Não falta emprego, quem quer trabalhar consegue emprego.

Possibilidade de aumentar vagas para a Construção civil.

Redução de número de funcionários (queda vendas).

Vagas para baixo nível de instrução: Operador de máquina, auxiliar de serviços gerais. Há vagas: auxiliar de serviços gerais; projetista, montador e vendedor de móveis. Vagas abertas: reposição, não aumento de quadro.

Recrutamento mão de obra

Força de trabalho geralmente é local.

Pessoas entregam currículo na empresa.

Busca por currículos no SINE.

Divulgação vagas na rádio, moto.

Divulgação ACI, ACIAP.

Pontos fracos Falta de mão-de-obra qualificada, especializada (principalmente,

70

da força de trabalho

administradores e vendedores).

A maioria é primeiro emprego.

Perfil: comodidade, não tem interesse em se qualificar (principalmente, quando precisa pagar). A ameaça maior é o desinteresse por parte do empresário em qualificar seu funcionário (área de comércio).

Reciclando o aprendizado.

Falta de conhecimento e falta entusiasmo para buscar o treinamento.

Ausência de experiência.

Falta comprometimento. Falta motivação e ambição. Cumprir horário.

Defender a bandeira da empresa.

Pontos fortes da força de trabalho

Busca de qualificação pelos que estão empregados.

Espírito empreendedor no jovem.

Experiência. Conhecimento da atividade.

Boa vontade. Trabalhador. Comprometimento.

União, Espírito de equipe.

Treinamentos / Qualificação necessária

Vendas.

Conhecimento tecnológico (informática, outros).

Gestão de Custos.

Operadores e Programadores de CNC.

Conhecimentos técnicos especificos para o setor de atuação.

Aperfeiçoamento pessoal (geral).

Melhora autoestima.

Produção e Montagem móveis.

Marcenaria.

Fonte: Elaboração própria com base nos resultados das entrevistas aplicadas.

71

ANEXO 13.12 – Atuais ofertas de cursos de qualificação técnica e vocacional, presencial, por área e município de oferta

Área do conhecimento

Curso Qualificação Município Oferta

Área Administrava

Gestão Crissiumal

Assessoria Administrativa Horizontina

Ciências Econômicas Horizontina

Logística Horizontina

Administração Horizontina, Três de Maio

Área de Alimentos

Conservas Crissiumal

Reaproveitamento de alimentos Crissiumal

Culinária Dr. Maurício Cardoso

Panificador Crissiumal

Área de Saúde

Enfermagem Três de Maio

Psicologia Três de Maio

Assistente Farmacêutico Horizontina

Cuidador de Idoso Crissiumal

Cuidador Infantil Crissiumal

Área de Turismo Hotelaria e turismo Horizontina

Auxiliar de Marcenaria

Curso de marcenaria Horizontina

Comunicação Curso Dicção e Oratória Horizontina

Confecção Industrial Modelagem do vestuário Três de Maio

Design de Modas Três de Maio

Construção Civil Edificações Tucunduva

Desenho Industrial Design Gráfico Horizontina e Tucunduva

Gestão de Processos

Cronometragem e Cronoanálise Básica

Horizontina

PCP Horizontina

Engenharia de Produção Horizontina, Três de Maio

Gestão Financeira Assistente Financeiro Horizontina

Gestão Tributária

Auxiliar de Escrita Fiscal Horizontina

Auxiliar de escritório contábil Horizontina

Auxiliar de Contabilidade Horizontina

Técnico Contábil Horizontina

Habilidades pessoais Curso de cultura e educação Tucunduva

Informática

Autocad 2D Horizontina

Excel avançado Horizontina

Access 2010 – básico Horizontina

Criação e desenvolvimento de sites Horizontina

Web Design Horizontina

Redes Horizontina

Hardware Horizontina

Operador de Computador Horizontina

Manutenção de computadores Horizontina

72

Redes de Computadores Três de Maio

Sistemas de Informação Três de Maio

Informática Três de Maio, Dr. Maurício Cardoso, Horizontina, Tucunduva

Legislação Legislação Tucunduva

Marketing e Comunicação

Comunicação Visual Três de Maio

Melhoria autoestima Coaching e Mentoring Três de Maio

Processos: leite Tecnologia em Laticínios Três de Maio

Relacionamento Pessoal

Auxiliar de Departamento de Pessoal Horizontina

Assistente de Recursos Humanos Horizontina

Serviços Gerais Manicure Horizontina

Maquiagem Horizontina

Setor Metal-Mecânico

Manutenção Automotiva Três de Maio

Eletromecânica Horizontina

Técnico em mecânica Horizontina

Engenharia Mecânica Horizontina

Engenharia de Controle e Automação Horizontina

Inspetor de Soldagem Horizontina

Técnico Agrícola Agronomia Três de Maio

Agropecuária Três de Maio

Vendas

Auxiliar de vendas Horizontina

Assistente Comercial Horizontina

Vendas Três de Maio

Fonte: Elaboração própria com base nas pesquisas realizadas.

73

ANEXO 13.13 - Compilação dados entrevistas com jovens em situação de vulnerabilidade

Gráfico 1 – Percentual de jovens entrevistados que nunca realizou cursos profissionalizantes e/ou vocacionais e que está realizando ou já realizou

Gráfico 2 – Percentual de jovens entrevistados que realizam ou realizaram cursos profissionalizantes e/ou vocacionais por categoria de curso

74

Gráfico 3 – Percentual de respostas dos jovens entrevistados sobre os cursos profissionalizantes e/ou vocacionais que ajudariam sua inserção no mercado de trabalho

Gráfico 4 – Percentual de respostas dos jovens entrevistados sobre os cursos profissionalizantes e/ou vocacionais que faltam oferta no mercado de trabalho

75

Gráfico 5 – Percentual de respostas mais citadas dos jovens entrevistados sobre suas atuais habilidades técnicas ou pessoais

Gráfico 6 – Percentual de jovens entrevistados que estão trabalhando no momento

76

Gráfico 7 – Percentual de respostas dos jovens entrevistados que estão trabalhando ou já trabalharam em relação às atividades e/ou setores de atuação

Gráfico 8 – Percentual de respostas dos jovens entrevistados em relação a facilidade de se inserir no mercado de trabalho atual

77

Gráfico 9 – Percentual de respostas dos jovens entrevistados em relação ao motivo quanto à dificuldade encontrada para se inserir no mercado de trabalho atual

Gráfico 10 – Percentual de respostas dos jovens entrevistados em relação ao motivo quanto à facilidade encontrada para se inserir no mercado de trabalho atual

78

Gráfico 11 – Percentual de respostas dos jovens entrevistados em relação atividades e/ou setores de atuação mais promissores para sua inserção no mercado de trabalho

Gráfico 12 – Percentual de respostas dos jovens entrevistados em relação ao emprego dos sonhos

79

ANEXO 13.14 - Tabela detalhada referente aos dados utilizados para elaborar os gráficos da Pirâmide Etária dos cinco municípios em análise, do Rio Grande do Sul e do Brasil para o ano de 2010

Faixa Etári

a

Brasil Rio Grande do Sul Horizontina Três de Maio Tucunduva Dr. Maurício

Cardoso

Homens Mulhere

s Homen

s Mulhere

s Homen

s Mulhere

s Homen

s Mulhere

s Homen

s Mulhere

s Homen

s Mulhere

s

0 a 4 anos

5.638.154

5.444.151

262.504 253.524 425 429 525 475 104 110 74 92

5 a 9 anos

7.623.749

7.344.867

368.967 354.792 551 530 686 612 141 165 145 139

10 a 14 anos

8.724.960

8.440.940

438.629 423.154 633 633 843 805 199 182 197 187

15 a 19 anos

8.558.497

8.431.641

442.405 433.332 724 702 1.005 1.016 230 248 242 205

20 a 24 anos

8.629.807

8.614.581

437.737 433.169 732 750 930 990 199 213 161 147

25 a 29 anos

8.460.631

8.643.096

445.502 448.497 798 762 903 870 182 194 153 139

30 a 34 anos

7.717.365

8.026.554

398.879 409.412 729 734 825 820 191 205 142 134

35 a 39 anos

6.766.450

7.121.722

366.041 379.078 666 659 801 891 176 199 143 178

40 a 44 anos

6.320.374

6.688.585

369.087 391.278 637 664 855 884 198 198 196 192

45 a 49 anos

5.691.791

6.141.128

372.803 399.833 623 714 874 925 257 265 245 240

50 a 54

4.834.828

5.305.231

332.590 360.676 600 608 795 804 212 217 222 197

80

anos

55 a 59 anos

3.902.183

4.373.673

277.346 307.163 521 604 655 758 192 201 199 187

60 a 64 anos

3.040.897

3.467.956

217.076 247.908 433 457 536 615 150 187 154 171

65 a 69 anos

2.223.953

2.616.639

155.838 187.741 310 356 411 512 140 144 116 144

70 a 74 anos

1.667.289

2.074.165

112.895 149.150 208 283 286 426 100 136 110 116

75 a 79 anos

1.090.455

1.472.860

73.926 113.162 130 197 227 327 68 92 65 90

80 a 84 anos

668.589 998.311 42.599 76.474 69 144 133 218 32 68 36 53

85 a 89 anos

310.739 508.702 17.730 38.252 26 64 42 118 15 22 14 29

90 a 94 anos

114.961 211.589 5.887 14.732 10 20 11 34 6 7 7 7

95 a 99 anos

31.528 66.804 1.271 3.917 3 3 5 15 1 1 1 0

Mais de 100 anos

7.245 16.987 248 791 0 2 0 4 0 1 0 2