Relatorio FINAL Guilherme Marques - run.unl.pt André Correia... · RELATÓRIO FINAL Mestrado...
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RELATÓRIO FINAL
Mestrado Integrado em Medicina
NovaMedicalSchool/FaculdadedeCiênciasMédicasdaUniversidadeNovadeLisboa
AnoLectivo2015/2016
GuilhermeAndréCorreiadePaivaMarques
Alunonº2010295
RELATÓRIO FINAL | MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA
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ÍNDICE
I – Introdução e Objectivos 2
II – Síntese das Actividades Desenvolvidas 3
A – Medicina Interna 3
B – Cirurgia 3
C – Medicina Geral e Familiar 4
D – Pediatria 4
E – Ginecologia e Obstetrícia 4
F – Saúde Mental 5
G – Estágio Opcional - Ortopedia 6
III – Posicionamento Crítico 6
IV – Anexos 10
Nota: Este documento foi redigido à luz do antigo acordo ortográfico
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I. Introdução e Objectivos
No sexto e último ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM), a Nova Medical School|Faculdade de
Ciências Médicas (NMS|FCM) procura que os seus alunos, e futuros médicos, tenham uma transição gra-
dual do ensino pré-graduado para a prática autónoma da profissão médica, através de um sistema de
estágios parcelares em áreas nucleares da Medicina. Nunca sendo posta de parte a importância da
consolidação dos conhecimentos teóricos prévios e aquisição de novos, procura-se que as componentes
prática e social, das atitudes, gestos e trabalho em equipa ganhem sucessivamente maior predominância
de forma a melhor preparar os alunos para a realidade que irão encontrar.
Serve o presente relatório para expor uma síntese sistemática das actividades que desenvolvi no decorrer
do presente ano lectivo. Está organizado em três partes: a Introdução e Objectivos onde estão presentes
o fio condutor deste relatório e a exposição dos meus objectivos e expectativas formativas; a Síntese das
Actividades Desenvolvidas, parte constituída por uma breve descrição dos estágios parcelares e das
actividades desenvolvidas, em ordem cronológica; e o Posicionamento Crítico composto por uma reflexão
acerca do ano transacto, sobretudo tendo em conta o cumprimento ou não dos objetivos a que me propus
e as mais-valias adquiridas do ponto de vista não só médico mas também pessoal. Em anexo acrescentarei
atividades extracurriculares desenvolvidas.
Para expor os objectivos por mim traçados para este ano profissionalizante, ajuda, primeiro citar um
excerto d’ “O Licenciado Médico em Portugal”, datado de 2005: Ao concluírem o Mestrado Integrado em
Medicina (MIM), os licenciados deverão ter por objetivos serem capazes de demonstrar e utilizar o
conhecimento das ciências básicas e clínicas, avaliar os doentes e gerir adequadamente os seus
problemas de forma autónoma e responsável, utilizando uma abordagem biopsicossocial abrangente na
sua avaliação e tratamento, comunicar e interagir eficazmente com doentes, famílias, pessoal médico e
outros profissionais envolvidos nos cuidados de saúde, demonstrar aptidões de auto-aprendizagem ao
longo da vida. Tendo o supracitado em mente, e para concluir, defino: a) Consolidar conhecimentos
adquiridos ao longo do MIM através da sedimentação do conhecimento teórico e aplicação prática do
mesmo; b) Aperfeiçoar a técnica da entrevista clínica dirigida e associada a um raciocínio clínico
sistematizado, os pedidos de meios complementares de diagnóstico e ainda prescrição terapêutica; c)
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Desenvolver a capacidade de realizar procedimentos básicos e técnicas características de cada
especialidade; d) Reforçar a capacidade comunicativa não só com o doente mas também com a sua família
e profissionais de saúde e ter consciência das suas particularidades em áreas específicas; e) Reconhecer
a logística dos serviços de saúde e os determinantes do seu funcionamento.
II. Síntese das Actividades Desenvolvidas
A. Medicina Interna (14 Setembro – 6 de Novembro de 2015)
O estágio de Medicina Interna decorreu no Serviço de Medicina 1A do Hospital Egas Moniz, sob
orientação da Dra. Joana Alvarenga englobando as atividades intrínsecas ao funcionamento do serviço,
como a visita clínica e as sessões clínicas. Durante o período de estágio fui absolutamente integrado na
equipa, tendo a meu cargo a responsabilidade de acompanhar diariamente alguns doentes da enfermaria,
tendo este exercício sido constantemente tutelado. Tal possibilidade permitiu-me adquirir autonomia no que
toca à anamnese, realização de exame objetivo, registo do diário clínico, pedido de exames
complementares de diagnóstico, prescrição terapêutica e sobretudo a participação na tomada de decisões
dos doentes da equipa. Neste estágio tive também oportunidade de frequentar o Serviço de Urgência (SU),
com elementos da equipa, permitindo-me a aquisição de valências no âmbito da patologia aguda. No final
do estágio apresentei ainda um trabalho com o tema “Pneumonia: realidade do serviço de Medicina IA”.
B. Cirurgia (9 de Novembro de 2015 – 15 de Janeiro de 2016)
O estágio de Cirurgia teve lugar no Hospital Beatriz Ângelo, tendo este estado organizado da seguinte
forma: 1 semana de sessões teórico-práticas, 2 semanas de estágio opcional - Gastroenterologia, 4
semanas no Serviço de Cirurgia orientadas pelo Dr. João Maciel e, finalmente, 1 semana no SU.
Relativamente à Gastroenterologia acompanhei principalmente as consultas e procedimentos como
endoscopias, colonoscopias e CPRE’s. Quanto às semanas de cirurgia, acompanhei o meu tutor em
diversas actividades, nomeadamente consultas, internamento, urgência e, claro, cirurgias no bloco
operatório. Neste tive oportunidade de participar em cirurgias como 2º ajuda e ainda de realizar
procedimentos de pequena cirurgia como extrações de quistos e sutura da ferida operatória. No que
respeita a semana no SU estive presente sobretudo no S.O., mas também na pequena cirurgia, tendo aqui
tido a possibilidade de suturar feridas. Por fim, no último dia de estágio foi realizado um Mini-Congresso em
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que todos os alunos, divididos por grupos, apresentaram um caso clínico. O meu grupo apresentou o caso
intitulado Quem tem pulgas também pode ter piolhos, acerca de adenocarcinoma do cólon.
C. Medicina Geral e Familiar (25 de Janeiro – 19 Fevereiro de 2016)
Realizei o estágio de Medicina Geral e Familiar (MGF) na USF São João do Estoril sob a tutela da Dr.ª.
Eunice Carrapiço. Durante as semanas de estágio pude acompanhar e, inclusive, realizar de forma
autónoma consultas e procedimentos em áreas como a saúde do adulto/idoso, saúde infantil/juvenil,
planeamento familiar, saúde materna e consultas do dia, bem como consultas de grupos de risco como
diabéticos e hipertensos e ainda actos de enfermagem. De referir, neste contexto, a importância dada à
realização dos rastreios preconizados, vacinação e promoção da saúde no indivíduo sem patologia. Foi-
me ainda possível acompanhar a minha tutora nas suas consultas e visitas domiciliares. Por fim, realizei o
“Diário de Exercício Orientado‟, que foi objecto de avaliação oral no último dia de estágio.
D. Pediatria (22 de Fevereiro – 18 Março de 2016)
O meu estágio de Pediatria decorreu na Unidade de Adolescentes do Hospital Dona Estefânia, orientado
pela Dr.ª Leonor Sassetti. Participei em actividades de internamento na Enfermaria de Adolescentes, bem
como nas consultas externas de Medicina de Adolescentes, onde pude contactar com um leque imenso
de patologia pediátrica, desde os desvios do desenvolvimento e crescimento, à patologia infeciosa,
traumática e até à pedopsiquiatria. Estive, também, presente no Serviço de Urgência, que permitiu que o
meu estágio, realizado maioritariamente na Unidade de Adolescentes, não se restringisse a essa faixa
etária, com a oportunidade de treinar o exame objectivo, diagnóstico diferencial e prescrição de exames e
terapêuticas num contexto de patologia aguda, numa faixa etária com patologias próprias e muitas vezes
completamente distintas das do adulto. Por último, tive oportunidade de aliar a componente Ortopédica,
tendo assistido a cirurgias, consultas de Ortopedia e de Trauma e colocação de gessos. Assisti às reuniões
clínicas diárias, às sessões clínicas e às sessões de formação para internos, ambas semanais. Realizei,
por fim, uma apresentação, com o tema “Pé Boto – torto ou malfeito?”, apresentado no último dia de estágio,
num seminário com os todos os restantes colegas a frequentar o estágio de Pediatria naquele Hospital.
E. Ginecologia e Obstetrícia (28 de Março – 22 Abril)
O estágio de Ginecologia e Obstetrícia teve lugar no Hospital Francisco Xavier, sob orientação da Dr.ª.
Lurdes Gonçalves. Este dividiu-se em 2 semanas na Obstetrícia e 2 semanas na Ginecologia de forma a
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poder passar pelas diversas valências de ambas as sub-especialidades. Quanto à Obstetrícia, as
atividades dividiram-se em consulta, consulta de Diagnóstico Pré-Natal, internamento de alto risco,
puerpério e ecografia. Relativamente à Ginecologia estive presente não só nas consultas (Ginecologia
Geral e Uro-Ginecologia), como também no bloco operatório, na enfermaria e nas ecografias ginecológicas.
Durante o decorrer do estágio tive oportunidade de realizar diversos procedimentos como toque vaginal,
colocação de espéculo, citologias, colheitas de exsudado vaginal e anal. Aprendi ainda noções básicas da
ecografia em grávidas para avaliação do bem-estar fetal, tendo tido oportunidade de realizar o exame em
diversas grávidas, sob supervisão. No SU, acompanhei uma grande variedade de situações clínicas quer
no âmbito da Ginecologia como no da Obstetrícia, tendo nomeadamente assistido a múltiplos partos, quer
vaginais – eutócicos e distócicos por fórceps ou ventosas –, quer por cesariana. Tive também a chance de
assistir semanalmente a sessões clínicas com apresentações acerca de diversos temas. Finalmente,
apresentei uma sessão Journal Club, conjuntamente com os meus colegas, cujo tema foi: “The impact of
ambient operating room temperature on neonatal and maternal hypothermia and associated morbidities: a
randomized controlled trial”.
F. Saúde Mental (26 de Abril – 20 Maio de 2016)
O Estágio de Saúde Mental decorreu no Internamento do Serviço de Psiquiatria do Hospital Fernando
Fonseca, sob orientação do Dr. José Ramos. Ao longo das 4 semanas, acompanhei variadas atividades:
as intrínsecas ao Internamento, como as entrevistas clínicas aos doentes para avaliar a situação e a
evolução da mesma e as reuniões de serviço semanais; as sessões clínicas, todas as quartas-feiras, que
englobavam todo o staff do serviço; e as reuniões das equipas comunitárias. Fui, ainda, ao SU, onde
contactei com situações de descompensação aguda de patologia ou primeiras apresentações (por
exemplo de surtos psicóticos), situação contrastante à do Internamento onde os doentes se encontravam
já relativamente estabilizados e controlados. Tive também oportunidade de observar sessões de
Electroconvulsivoterapia no bloco operatório. No decorrer do estágio participei na realização do trabalho de
investigação coordenado pelo Prof. Dr. Miguel Xavier e pelo Dr. Pedro Mateus. Destaco ainda as sessões
teórico-práticas introdutórias leccionadas pelo Prof. Dr. Miguel Xavier, focadas em diversas situações,
nomeadamente na importância de um pensamento clínico sistematizado em contexto de urgência.
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G. Estágio Opcional – Ortopedia (23 de Maio – 03 Junho de 2016)
O meu estágio opcional foi realizado no Serviço de Ortopedia do Hospital Distrital de Santarém, tendo
acompanhado maioritariamente o Dr. Tiago Marques na sua actividade. Pude participar nas diversas
actividades do dia-a-dia do meu tutor, nomeadamente consulta, urgência e bloco operatório onde tive
oportunidade de participar em várias cirurgias como 2º ajuda e na aplicação de um DHS (Dynamic Hip
Screw) na reparação de uma fractura do fémur, como 1º ajuda. Foi-me possível realizar diversos passos
do acto cirúrgico como a desinfecção e preparação do campo operatório, a incisão e abordagem inicial, a
colocação de parafusos e o encerramento da ferida operatória. Também fui 1º ajuda numa reparação
incruenta de uma fractura dos ossos do antebraço de uma criança.
III. Posicionamento Crítico
Findo o 6º e último ano do MIM chega a hora de fazer uma reflexão acerca do impacto que este teve na
minha formação. À partida este era um ano que, pelo seu carácter profissionalizante, despertava em mim
uma motivação acrescida, uma vez que tinha no horizonte uma formação mais prática, mais activa e que,
portanto, iria procurar preparar-me para aquilo que será a minha atividade enquanto profissional a partir de
Janeiro de 2017. Assim sendo, foi absolutamente gratificante conferir que este conceito passou
absolutamente do campo conceptual para a realidade e, em retrospetiva, posso afirmar sem quaisquer
dúvidas, que, apesar das lacunas subjacentes à inexperiência, hoje sinto-me mais preparado e confiante
face à realidade que irei encontrar. O facto de ter contactado e experienciado o desempenho da profissão
médica em diferentes especialidades e contextos permitiu-me ter uma visão mais global da Medicina,
sabendo compreender a relevância de todas as suas áreas, cada uma com as suas particularidades e
abrangência e permitiu-me dar um passo gigante no sentido de cumprir os objectivos por mim propostos.
É inegável que a postura com que o aluno aborda os diversos estágios e a sua motivação, interesse,
ambição e vontade de adquirir competências e sabedoria são fulcrais para o seu desenvolvimento e
formação. No entanto, não depende exclusivamente do aluno, tratando-se, no mínimo, de uma dicotomia
aluno-tutor. Neste campo posso dizer-me sortudo, os tutores que tive a sorte de encontrar são, sem
excepção, excelentes pessoas e profissionais, que tudo fizeram ao seu alcance para valorizar a minha
aprendizagem e, como tal, não posso deixar de aqui registar uma palavra de apreço a todos eles.
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Passo a salientar os principais aspectos acerca de cada um dos estágios parcelares, individualmente.
Iniciei o ano com o estágio de Medicina Interna que acabou por ser o paradigma daquilo que se pretende
no 6o ano. Aqui, o facto de ter à minha responsabilidade alguns doentes, possibilitou-me a obtenção de
bastante autonomia, mas sempre acompanhada de perto, o que levou a que fosse gradualmente
adquirindo maior capacidade e à-vontade no desempenho das minhas funções, que foram gradualmente
aumentando. Gostava de realçar ainda dois pontos que tiveram grande impacto na minha aprendizagem:
o primeiro relativo à cooperação constante com as restantes especialidades, serviço social e a família do
doente; o segundo prende-se com a realidade da morte, com as decisões que têm de ser tomadas em fim
de vida e de que forma podemos garantir o máximo conforto não só para o doente, como também para a
sua família.
O estágio de Cirurgia permitiu-me, como supracitado, realizar, sob supervisão, pequenas cirurgias, bem
como ser ajudante em cirurgias de maior grau de complexidade. Considero que evoluí bastante no auxílio
e realização de técnicas cirúrgicas, nomeadamente as suturas, tanto de feridas operatórias como de
lacerações traumáticas e também no acompanhamento pré e pós-operatório dos doentes, função fulcral
de um cirurgião. Pude ainda aprofundar os meus conhecimentos nas áreas da Gastroenterologia e
Oncologia.
Quanto à MGF, percebi a relevância dos Cuidados de Saúde Primários e o seu papel na promoção da
saúde e no atendimento próximo aos utentes, constituindo uma das pedras basilares do funcionamento do
Serviço Nacional de Saúde. Foi claramente perceptível uma relação médico-doente mais próxima e
pessoal, o que me levou também a reconhecer a importância do contexto familiar e social do doente e de
que forma esses mesmos contextos podem influenciar a saúde, numa aplicação plena do modelo
biopsicossocial. Queria finalmente destacar a autonomia que me foi dada pela minha tutora ao longo do
estágio, não só na condução das entrevistas clínicas como também na realização de alguns procedimentos
práticos, facto que contribuiu para adquirir mais auto-confiança e experiência.
Em relação à Pediatria, penso que um dos pontos positivos foi o facto de ter sido inserido num hospital
pediátrico, mas numa enfermaria geral, ou seja, não específica a uma sub-especilidade, o que me permitiu
o contacto com as patologias mais frequentes, algo que considero vantajoso nesta fase da minha
aprendizagem, onde julgo ser de transcendente importância familiarizarmo-nos com o que é mais comum
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e prevalente e não tanto com aquilo que é mais raro e específico. Apenas existiu uma falha, o facto de a
Enfermaria de Adolescentes ter uma faixa etária específica, que reduziu o contacto com crianças mais
novas quase exclusivamente ao SU. Pude desta forma desenvolver as minhas capacidades no que toca à
avaliação de um doente pediátrico, não só do ponto de vista da patologia, mas também do seu
desenvolvimento normal.
A Ginecologia e Obstetrícia acabou por ser um estágio profícuo tendo em conta a enorme diversidade de
actividades que disponibilizou. É uma especialidade com um setting muito próprio, pois é exclusiva à mulher
e ao seu sistema reprodutor. Em ambas as áreas tive oportunidade de acompanhar diversas valências e
de executar procedimentos, como já referido anteriormente. Na área da Obstetrícia vivenciei a importância
do acompanhamento atento de uma gravidez de alto risco bem como, em contexto de urgência, o impacto
psicológico de um aborto espontâneo, para além do extenso contacto com as patologias mais prevalentes
desta área. Relativamente à Ginecologia, queria destacar o grande contacto com a área da uro-
ginecologia/patologia do pavimento pélvico, nomeadamente do tratamento cirúrgico da mesma.
Relativamente à Saúde Mental, este estágio veio dar continuidade ao processo de desmistificar o estigma
da especialidade e do doente psiquiátrico, que já tinha iniciado na unidade curricular do 5º ano, mais teórica.
Era uma especialidade acerca da qual tinha algumas preconcepções erradas e que passei a ver de uma
forma completamente diferente. Aprendi a dar importância à forma como as patologias do foro psiquiátrico
se repercutem na capacidade de vida autónoma dos doentes e penso que aí, o local do meu estágio, o
internamento, foi perfeito por permitir o contacto com doentes com descompensações da sua doença de
base ou apresentações de nova patologia que necessitam de diagnóstico e gestão da sua situação clínica.
Além disso, e sob o ponto de vista mais prático, pude compreender as particularidades da entrevista clínica
em Psiquiatria e da aplicação das ferramentas ao dispor do médico para auxílio no diagnóstico.
Por fim, no estágio opcional, tive um contacto mais aprofundado com a Ortopedia, cuja unidade curricular
do ano anterior tinha sido curta e de predomínio teórico. Esta é uma especialidade que me despertou
bastante interesse por diversos motivos, nomeadamente pelo contacto com lesões desportivas (na medida
em que fui atleta de alto rendimento e tenho um grande apreço pelo desporto no geral) e pela utilização de
técnicas e instrumentos tecnologicamente avançados e diferenciados. Tive a fantástica oportunidade, já
descrita, de ser 1º ajuda numa cirurgia, onde efectuei diversos passos da mesma, sempre sob supervisão
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e contactei com diversa patologia, traumática – maioritariamente no SU – e não traumática, incluindo as
ditas lesões desportivas.
Para além do estágio opcional tive também oportunidade de noutras alturas, como fins-de-semana ou
férias, frequentar cirurgias e o SU no Hospital Distrital de Santarém, também no âmbito da Ortopedia.
Não poderia perder esta oportunidade para realçar ainda a importância que outras atividades tiveram na
minha aprendizagem, como o facto de ter estudado um semestre na Faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte em Natal, Brasil que me levou a conhecer uma realidade
completamente díspar, nomeadamente a nível social. Destaco também, no âmbito do Desporto
Universitário, a integração da equipa de Futebol da NMS|FCM durante o meu percurso académico, que,
apesar de não ser uma actividade directamente relacionada com a Medicina, permitiu-me desenvolver
outras aptidões como o trabalho em equipa, e a gestão e liderança de grupo, que considero muito
formativas quer a nível pessoal quer a nível profissional.
Em suma, creio que os objetivos iniciais a que me propus foram plenamente cumpridos. Durante o ano
compreendi a importância da consolidação de conhecimentos para uma boa prática, apercebi-me de
algumas lacunas que apresentava e procurei colmatá-las e acima de tudo, aprendi. Aprendi bastante,
aprendi que um médico tem cada vez mais de conseguir ter uma abordagem holística relativamente aos
seus doentes pois existe uma miríade de fatores não exclusivamente médicos que têm repercussões
diretas na saúde, que não se define exclusivamente pela ausência de doença.
Gostava de agradecer de forma franca tudo aquilo que a NMS|FCM me deu ao longo destes 6 anos,
enaltecendo a sua qualidade enquanto entidade formadora. Hoje, tenho perfeita consciência que nada
terminou e a humildade de reconhecer que tenho e terei sempre algo para aprender. Foi essa visão do
futuro, essa necessidade de constante melhoria e aperfeiçoamento que aprendi na minha carreira
desportiva de alta competição e que reforcei nesta Faculdade. Podemos sempre saber mais, fazer melhor
ou aprender algo de novo e é isso que me motiva!
Para terminar, um agradecimento especial aos Professores, Assistentes, Tutores, Colegas, Amigos e aos
meus Pais e Irmão e namorada, pois todos eles contribuíram para a minha formação.
Lisboa, 9 de Junho de 2016
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IV. Anexos
• Anexo 1 – Trabalhos realizados no âmbito dos estágios profissionalizantes
• Anexo 2 – Actividades extra-curriculares:
o A – Frequência do Serviço de Ortopedia no Hospital Distrital de Santarém;
o B – Registos operatórios das cirurgias como 1º ajuda;
Anexo 1 – Trabalhos realizados no âmbito dos estágios profissionalizantes
Estágio Tema e Autores
Medicina Interna “Pneumonia: realidade do serviço de Medicina IA”
Eugénia Serafino, Guilherme Marques, Maria Miranda
Cirurgia “Quem tem pulgas também pode ter piolhos” –
Adenocarcinoma do Cólon
Eugénia Serafino, Guilherme Marques, Maria Miranda
Pediatria “Pé Boto – torto ou malfeito?”
Ana Alves, Guilherme Marques, Luís Gonçalves
Ginecologia e Obstetrícia
“The impact of ambiente operating room temperature on
neonatal and maternal hypothermia and associated morbities:
a randomized controlled trial” – Journal Club
Guilherme Marques, Luís Gonçalves, Maria Miranda, Marta
Pires
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Anexo 2 A – Declaração do Serviço de Ortopedia do Hospital Distrital de Santarém
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Anexo 2 B – Registos operatórios das cirurgias como 1º ajuda