RelatóRio Final Impresso Para Fapesp Corrigido Em 19 09 08

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Projeto de Pesquisa Científica FAPESP Relatório Parcial de Atividades Período: agosto/2007 a setembro/2008 Tecnologias e Mídias Interativas na Escola (TIME) SUBPROJETO: COMO CONTRIBUIR COM O TRABALHO DA SALA DE AULA DA OUTRA PROFESSORA CIBELE APARECIDA RODRIGUES EMEF FERNANDA GRAZIELLE RESENDE COVRE (Antiga EMEF JARDIM ADELAIDE) Hortolândia, Agosto de 2008

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Projeto de Pesquisa Científica FAPESP

Relatório Parcial de Atividades

Período: agosto/2007 a setembro/2008

Tecnologias e Mídias Interativas na Escola (TIME)

SUBPROJETO: COMO CONTRIBUIR COM O TRABALHO DA SALA DE AULA DA OUTRA PROFESSORA

CIBELE APARECIDA RODRIGUES

EMEF FERNANDA GRAZIELLE RESENDE COVRE

(Antiga EMEF JARDIM ADELAIDE)

Hortolândia, Agosto de 2008

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Relatório do Projeto Tecnologias e Mídias Interativas na Escola – TIMESUBPROJETO: COMO CONTRIBUIR COM O TRABALHO DA SALA DE AULA DA OUTRA PROFESSORA

RESUMO

Este relatório tem por objetivo apresentar minhas atividades realizadas em dois períodos de desenvolvimento do projeto: agosto a dezembro de 2007 e fevereiro a agosto de 2008. No ano de 2007, as atividades foram realizadas na escola EMEF FERNANDA GRAZIELLE RESENDE COVRE, com uma turma de 4ª. série, com 28 alunos, no período da manhã. Em 2008, as atividades estão sendo realizadas com uma turma de 30 alunos da 3ª. série D, do período da tarde, planejando e realizando ações com a professora Sandra, na mesma escola. Entre as atividades desenvolvidas com recursos de multimídias, produzimos clipes, calendários, digitação, fotografias, gravamos imagens com áudio e levamos para a sala de aula essa aplicabilidade para discutir com os alunos os critérios de elaboração dos roteiros de desenvolvimento de cada um dos trabalhos. Esse contexto contribuiu para grande parte do interesse dos alunos em relação a tudo que desenvolvíamos, de forma que pudemos trabalhar com alunos interessados e envolvidos em todo processo de trabalho. Além de possibilitar a todos o acesso e interação com os recursos midiáticos. Ao longo dos itens do relatório as atividades serão descritas, no contexto do subprojeto “Como contribuir com o trabalho da sala de aula da outra professora”.

INTRODUÇÃOO trabalho teve como objetivo inserir os recursos tecnológicos no desenvolvimento do

currículo em sala de aula, pois os recursos tecnológicos deveriam ser um suporte, que além de facilitar seu desenvolvimento, por ser um elemento que faz parte da vida de todos nós, envolveria o aluno pelo uso das ferramentas: computador, webcam, câmera digital, TV de plasma e Internet. Minhas ações e atitudes foram no sentido de possibilitar a interação e o domínio das mídias interativas nas relações de aprendizagem vivenciadas por professoras e alunos.

Como diz AMORIM, 2004, “O ponto de partida é a diferença: o outro é posto como diferença.” O outro com o qual deveria aprender a relacionar nesse momento eram as tecnologias e a mídias, que surgiram para reorganizar a rotina da sala de aula e trouxe também questionamentos em relação às minhas práticas docentes. A necessidade, mas também o desejo de aproximação desse outro, fez-me buscar diferentes caminhos e modos de reorganizar os objetivos para o trabalho cotidiano, tendo agora a utilização das tecnologias digitais e midiáticas como ferramentas que contribuem para o aprendizado. Muitas dúvidas sobre as atividades a desenvolver com essas ferramentas da sala de multimídia, trouxeram discussões e reflexões que contribuíram com nossa formação e certamente com a formação dos nossos alunos e pares. Os recursos tecnológicos vieram trazer contribuições nas elaborações de nossas propostas de trabalho.

No primeiro período, de agosto a dezembro de 2007, o trabalho foi realizado com minha sala de aula com alunos de 4ª. série da manhã, na EMEF FERNANDA GRAZIELLE RESENDE COVRE, onde as atividades eram contextualizadas com o cotidiano planejado e organizado para aquele grupo de alunos. Já no segundo período, de fevereiro a agosto de 2008, devido ao sistema de atribuição de aulas na Secretaria Municipal de Educação - SME de Hortolândia, o subprojeto passou a ser realizado com a sala de outra professora da EMEF FERNANDA GRAZIELLE RESENDE COVRE, 3ª. série D da tarde e seus alunos. Entretanto, as atividades procuravam atender os objetivos da professora Sandra, utilizando os recursos tecnológicos e de mídias oferecidos pela Sala de Multimídias.

No sentido de atender meus objetivos, realizei diversas ações utilizando os recursos tecnológicos disponíveis na escola, como veremos a seguir.

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MINHA CONTRIBUIÇÃO NO PROJETO DE PESQUISA

A Secretaria Municipal da Educação de Hortolândia, anualmente propõe um eixo temático, sugerindo um tema para cada mês letivo e alguns deles, oportunamente, correspondem com o que queremos desenvolver em sala de aula. Busquei então no planejamento, elaborar de forma diferenciada, atividades com o uso de recursos tecnológicos e de mídias oferecidos pelo Projeto TIME, que contribuíram e complementaram qualitativamente o tema trabalhado em sala de aula. As ações que ajudaram a integrar o currículo com as tecnologias e as mídias estão abaixo descritas.

Neste contexto, tanto no primeiro quanto no segundo período da minha atuação no Projeto, tenho desenvolvido atividades com os alunos objetivando concatenar mídias, currículo e o eixo temático da SME.

ATIVIDADES DE 2007 REALIZADAS COM A 4ª. SÉRIE C – MANHÃ

I - REGISTRO DA FESTA DO FOLCLOREAproveitando a FESTA DO FOLCLORE, nosso objetivo foi utilizar o ensino e a

aprendizagem das mídias e tecnologias digitais, para registrar o evento cultural, que convidou a comunidade escolar e local a expor seus trabalhos artesanais, demonstrando um pouco de seus costumes e objetos que nos contam suas trajetórias históricas, bem como as suas demonstrações artísticas. Essa integração da comunidade com a escola possibilitou inserirmos em nossa prática pedagógica o conhecimento da realidade na qual está inserida a comunidade escolar e desta forma, dando pistas de caminhos para o dia a dia da sala de aula. “Mas o que podemos e devemos reivindicar é o direito dos grupos e dos indivíduos de descreverem a si próprio, de falarem do lugar que ocupam, de contarem sua versão da história de si mesmos, de inventarem as narrativas que os define como participantes da história”. AMORIM, 2004. Acreditamos mesmo que todos os sujeitos devem ter a oportunidade de mostrar do seu lugar social, o que produzem e os que os constituem como grupo social. E como professora, é fundamental esse conhecimento da realidade de seus alunos para um planejamento contextualizado com essa realidade.

Nossos objetivos eram os registros do evento cultural e depois a elaboração de um videoclipe de um momento histórico da relação escola e comunidade. Os registros foram efetuados utilizando diversas mídias como: máquina fotográfica, registro escritos e em seguida digitalizados nos computadores, gravações de áudio e vídeo, etc. Depois aprendemos a elaborar o documentário, onde organizamos um roteiro e montagem para a realização do videoclipe.

Houve grande envolvimento de todos na preparação para o evento. Pedimos aos alunos objetos de outras épocas para uma exposição no evento. Professores e alunos produziram painéis e murais em sala de aula. Além disso, a escola convidou os pais dos alunos e pessoas da comunidade, que exerciam alguma atividade com as mãos, para colocar seus trabalhos artesanais para exposição e venda durante o evento, valorizando as produções e conhecimento da comunidade, oferecendo espaço para sua atividade econômica.

Como metodologia de trabalho, entrevistamos a direção da escola, alguns professores, alunos e familiares, que colocaram a importância e valorização de uma atividade cultural que resgatasse valores que muitas vezes ficam tão distantes do nosso cotidiano, para uma exposição que colocava com relevância a todos a importância das mãos no processo criador e produtor de cultura. No anexo 1, estão representados algumas imagens desta atividade.

II - INAUGURAÇÃO DOS LABORATÓRIOSOs laboratórios de multimídias foram inaugurados em meados de setembro de 2007 e

para essa inauguração começamos a discutir com os alunos o que haviam gostado na FESTA DO FOLCLORE realizada em agosto de 2007. Nestas atividades, os alunos filmaram alguns

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depoimentos de seus colegas, de professoras e de pessoas da comunidade. A proposta era avaliar o evento e ressaltarmos a importância de um acontecimento deste porte, onde a cultura local pode se colocar em destaque na escola. Ensaiamos na sala de aula muitas vezes algumas entrevistas e depois fizemos gravações. Quando damos oportunidades aos alunos de colocarem suas opiniões, valorizamos sua participação como importante para o processo de organização e realização do trabalho. No entanto, a Secretaria da Educação, tinha urgência na elaboração das gravações para o dia da inauguração e por isso resolveu assumir os preparativos das filmagens com pessoal profissional e com a participação dos alunos participantes do projeto. Assim, os alunos foram levados a um estúdio profissional, onde participaram da gravação de um telejornal que apresentava os eventos culturais acontecidos na escola. “Diante das dificuldades da prática docente, do desencanto dos nossos alunos, muitos e muitas professoras são vítimas da síndrome da desistência. Ela é expressa na exaustão emocional provocada pelo aumento da quantidade de trabalhos e pela despersonalização provocada pela sua baixa valorização social e reduzida realização pessoal”. No decorrer de nosso trabalho pedagógico vemos sempre o trabalho administrativo da Prefeitura atropelar nossos desejos e roteiros de trabalho, bem como nossos objetivos de sala de aula. Precisamos ter sempre bem claros nossos objetivos profissionais na área da educação, para revertermos às frustrações em discussão e reflexão e repensar novas oportunidades de trabalho. “A razão competente deve ser uma razão” “molhada de emoção”. O papel das emoções no processo de aprendizagem é decisivo: razão e emoção não são instâncias separadas no ser que aprende. A emoção é parte do ato de conhecer.” GADOTTI, 2003. No anexo 2, estão representadas algumas imagens desta atividade.

III – OS USOS DO COMPUTADOR NO COTIDIANO DA SALA DE AULACONHECENDO REDE: Dentro do tema trabalhado em sala de aula, íamos Sala de

Multimídia para descobrir outras funções que o computador e os demais recursos nos ofereciam. Na ocasião, os jogos e os sites de bate-papo eram os únicos interesses dos alunos. Mas como ainda não tínhamos acesso a Internet e gostaríamos de contribuir para que os alunos pudessem ver no computador outras possibilidades de uso, os levei para a Sala de Multimídia, para que conhecessem outras funções dos computadores: ligar, desligar, se ver nas câmeras, fotografar e digitar pequenos textos o foi o inicio de nosso trabalho.

Antes mesmo de iniciarmos as digitações, conversamos sobre o que significa uma rede e depois utilizamos os computadores conectados em rede na Sala de Multimídias para fazermos uso desta rede. Mostrei que era possível escrever um texto em qualquer um dos computadores e depois gravar em um servidor. O servidor é o computador no qual todos os computadores se conectavam e onde gravávamos as produções dos alunos, visando a proteção dos arquivos criados por eles, já todos os alunos da escola tinham acesso a Sala de Multimídias. No servidor, no qual somente eu tinha acesso direto, foi organizado uma pasta para cada aluno, onde cada um salvava suas produções. Conversamos e pedi que escrevessem um bilhete para minha pasta, pois retornaria imediatamente a eles. Pude perceber com essa atividade que a partir do momento que disponibilizamos os jeitos de fazer aos alunos, eles vão sempre muito além do que esperamos.

Na maioria das vezes esperamos um resultado para nossos objetivos, mas esses vão sempre além das expectativas, principalmente em relação às tecnologias. Num momento eles apreendem as mensagens de uso e a partir daí, criam seus próprios usos. Percebi que descobriram que além de enviar mensagens para o servidor, podiam acessar os outros computadores ligados na rede local e dessa forma, ler os trabalhos dos colegas e enviar mensagens a eles. Ao mesmo tempo em que descobrem isso sem minha intervenção, percebi que uma aluna também ensinava a vários alunos que eles podiam colocar senha em seus documentos de texto. Nessa fase do trabalho, essa foi à única rede que tínhamos disponíveis, mas foi importante como um ensaio do uso futuro de uma rede maior: a Internet.

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A DIGITAÇÃO DE TEXTO: O Projeto Adolescer acontece na rede municipal para atender as necessidades dos pré-adolescentes de informação e formação para temas da puberdade e adolescência. Nesse Projeto as professoras freqüentam um grupo de formação e discussão para os temas sobre sexualidade na adolescência. Com esse projeto trazemos a sala de aula textos informativos, literatura e vídeos que trazem possibilidades de discutirmos sobre essa fase de transformação na vida do adolescente. E após um período de discussão e várias leituras, pedimos que elaborassem um texto sobre o que mais gostaram ou que haviam descoberto com essas discussão, diferente de suas descobertas do dia a dia. E acreditarmos que é possível na reescrita o rever e o reelaborar o escrito, propomos uma primeira elaboração escrita das reflexões sobre o assunto e depois fomos para digitação. A digitação motivou aos alunos para verificação ortográfica da escrita das palavras, bem como a organização do texto em parágrafos. “Portanto, do ponto de vista educacional, interessa que o uso do editor de texto – e de qualquer outra tecnologia (editores de apresentação, de histórias em quadrinhos, bate-papos, correios eletrônicos...), permite ao sujeito colocar sua linguagem em funcionamento, explorando novas formas de dizer o já dito”. VALENTE, 2005

REPRESENTAÇÕES NA MATEMÁTICA: Na sala de aula estávamos estudando frações e resolvemos então experimentar o uso de tabelas no Word para representar frações, pintando as colunas para representar diversas frações. Os objetivos foram aprender a criar colunas e linhas, retomarmos os conceitos de vertical e horizontal na criação das linhas e colunas; ao criar tabelas com base decimal e depois com base 100, quando vimos porcentagens, foi possível perceber, de forma mais gostosa, criativa e imediata, as representações das divisões de uma fração ou porcentagem. IDENTIDADES: QUEM SOMOS NÓS? Quando tratamos em sala de aula questões de identidade e como cada um de nós se identifica como brasileiro, vemos o quanto ainda estamos longe de assumir a nossa formação de povo brasileiro, reconhecendo-se descendente dos três principais povos: negro, índio e europeu. Diante disso, iniciamos ouvindo opiniões dos alunos sobre o assunto, criando ambiente de narrativas de experiências dos alunos e da professora em relação as discriminação vividas por sermos diferentes.

Começamos com atividades de leitura de livros e filmes, que nos deram a oportunidade de rever conceitos de beleza estabelecidos socialmente em relação à cor de nossa pele e cabelo. Comecei lendo a história “Menina bonita de laço de fita” – Ruth Rocha – com o objetivo de identificar a beleza negra. Ainda caminhando pela leitura, vimos o capítulo do livro Gosto de África – Histórias de lá e daqui, que narra no capitulo O filho de Luisa a vida de Luis Gama, negro, advogado, abolicionista e poeta do Romantismo, pessoa importante de nossa história. No livro Heróis e guerreiros, de Heloísa Pietro – lemos “A dança da vida”, que conta à origem da capoeira. Depois da leitura, comentários e discussão de quais são os valores que as pessoas sempre priorizam e que num exemplo de força e coragem, há pessoas que venceram todos os preconceitos em época onde o “senhor” se casa com a “escrava”. Fizemos o reconto escrito da história em sala de aula e depois a digitação do texto.

Vimos o filme Vista a minha pele, onde pudemos ver situações referentes às diferenças e preconceitos vivenciadas no cotidiano pelos negros, dramatizadas por brancos, o que nos ofereceu oportunidades de diversas discussões. Finalizando a discussão, vimos o filme A família da noiva, para discutirmos o quanto ainda é muito forte esses os preconceitos na atualidade, mesmo quando as pessoas dizem que não são preconceituosas.

Após os conteúdos apresentados, pensamos em uma atividade para valorizar a identidade de cada aluno e começamos um trabalho com a máquina digital, fazendo gravações da apresentação de cada aluno em sala de aula para compor um clipe de apresentações. Isso os envolvia tanto que, quando estávamos na sala de multimídias, se colocavam frente à webcam do computador e começavam a ensaiar muitas apresentações, individuais e coletivas. “Todo ser vivo aprende na interação com o seu contexto: aprendizagem é relação com o contexto. Quem dá

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significado ao que aprendemos é o contexto. Por isso, para o educador ensinar com qualidade, ele precisa dominar, além do texto, o com-texto, além de um conteúdo, o significado do conteúdo que é dado pelo contexto social, político, econômico... enfim, histórico do que ensina.” GADOTTI, 2003.ELABORAR CALENDÁRIOS PARA 2008: Um dos usos dos softwares disponíveis era a confecção de calendários, onde os alunos apreciavam muito para tirar fotos e depois criar seus calendários. O objetivo era criar o seu próprio calendário para o ano seguinte e disponibilizar mais uma ferramenta. Este tipo de atividade deixava evidente a questão da autoria. Todos queriam ser autores e ter a sua produção evidenciada. Esses calendários depois foram impressos em papel fotografia e cada um pode levar o seu calendário.ELABORAÇAO DE VIDEOCLIP: Estávamos no final do ano letivo e isso fazia pensar em elaborar algum registro de tudo que queriam em forma de um videoclipe. Mostrei um caminho e deixei que cada um fizesse o seu, construindo o seu trabalho, apreendendo a realizar sozinho a escrita audiovisual do que gostaria de compor. Todas as atividades acima descritas podem ser vistas no anexo 3.

ATIVIDADES DE 2008 COM A PROFª. SANDRA DA 3ª. SÉRIE - TARDE

ESTABELECENDO PRIMEIRAS RELAÇÕES: Iniciei o trabalho combinando com a professora Sandra de levamos seus 30 alunos da 3ª. Série D, para interagir com os computadores e câmeras, Internet e jogos, que era a grande ansiedade de todos. Nossos encontros são semanais e em horário e dia fixos, de acordo com horário possível para a professora e suas organizações. Os alunos tiraram muitas fotos, conversamos sobre o que era rede e como o servidor ia funcionar, guardando todos os nossos trabalhos. Foram vários encontros, com bastante dificuldades, pois havia duas professoras que buscavam estabelecer uma relação juntas com os alunos, sendo que Sandra ainda não domina muito bem o uso dos softwares de vídeo e fotos e por isso contribui pouco nas oficinas de Photoimpression, por exemplo.

O primeiro trabalho foi com Identidades, conteúdo curricular trabalhado em sala de aula com os alunos. Os alunos escreveram um texto sobre o que gostavam, o que não gostavam e sobre como eram suas famílias. Depois de uma segunda versão do texto, a proposta de trabalhar com os textos foram para apreender sobre a estruturação e ortografia do textual na digitação. As imagens que mostram esta atividade se encontram no anexo 4.

O segundo trabalho foi a elaboração de calendários para homenagear as mães, na comemoração do dia das mães. Os calendários foram feitos pelos alunos e depois impressos para presentear as mães. Alguns calendários foram colocados no anexo 5 para demonstração da atividade.

Como terceira atividade, realizamos por sugestão da professora Sandra, gravações com a máquina digital de pequenas mensagens dos alunos para elaborarmos um clipe em homenagem póstuma à aluna Fernanda Grazielle Resende Covre, que faleceu em maio de 2008. Algumas imagens poderão ser encontradas no anexo 6.

Realizamos uma quarta atividade com o Videoimpression, onde com fotos da infância as crianças estão aprendendo a criar pequenos clipes. Esse trabalho está em execução e ainda faz parte do trabalho com Identidades, pois exige mais tempo para realizá-lo. Nessa atividade, ainda que o objetivo principal fosse Identidade, muitas crianças não tinham nenhuma foto da infância para trazer para digitalização e por isso resolvemos disponibilizar todas as fotos do semestre para que todos tenham a oportunidade de realizar a atividade.

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MUDANÇAS DURANTE O PERCURSO

Ao assumir o Projeto TIME em agosto de 2007, uma das condições de participação era dar aulas na escola EMEF FERNANDA GRAZIELLE RESENDE COVRE, onde uma das Salas de Multimídia foi instalada. Por isso, no período de 2007, meu subprojeto foi desenvolvido nessa escola, com minha classe durante o período de aula.

No final de 2007, a SME modificou as regras para distribuição das salas de aula para 2008, onde as professoras que já tinham uma sala livre em uma escola da rede municipal, mas trabalhavam em salas em substituição, como era o que acontecia comigo, deveriam retornar para sua sala livre. Com essa mudança, fui obrigada a assumir minha sala na EMEF JARDIM SUMAREZINHO, onde trabalho no período da manhã com uma turma de 2ª. série e tarde com uma sala da EMEF FERNANDA GRAZIELLE RESENDE COVRE, desenvolvendo meu subprojeto. Para continuar participante do TIME, convidei uma professora dessa escola e fiz a proposta de realizarmos um trabalho colaborativo, onde eu colocaria os conhecimentos das tecnologias e mídias adquiridos na formação do Projeto Time, a sua disposição para utilizarmos com seus alunos no desenvolvimento dos conteúdos.

No inicio, combinamos realizar o planejamento semanal e desta forma inserir atividades relacionadas com os conteúdos desejados com o uso das tecnologias e mídias. Mas, em decorrência dos desencontros de horários, por estarmos em escolas diferentes, não conseguimos um momento para esse planejamento. Assim, nos propomos a reunirmos uma vez ao mês para estabelecermos objetivos ao longo de tempo, de acordo com o que é possível.

Percebi após os primeiros encontros que os nossos objetivos no trabalho estavam diferentes. Meu objetivo era contribuir em um fazer diferenciado, contando para isso os recursos tecnológicos e midiáticos adquiridos com a formação recebida pelo grupo de pesquisadores do TIME, mas ela esperava apenas uma atividade extra sala, de aulas de informática.

Os territórios de alteridade estavam presentes novamente, onde o OUTRO voltaria a povoar minhas reflexões e aprendizagens, trazendo uma alteridade em minha identidade de professora. O encontro com o outro me paralisou, pois sempre desejamos, mesmo que inconscientemente, transformar as diferenças do outro, diferenças que são múltiplas, em “igualdades” ou em conformidade com a forma de interpretarmos o mundo e as relações vividas em nosso cotidiano. “O outro surge com “um puro enigma que nos olha face a face” (Larrosa, 1998, p.74) e neste olhar às vezes refletem-se imagens outras de nós mesmos, não mais aquelas em que nos reconhecemos e admiramos, mas as imagens da diferença, também transfiguradas, disformes, embaçadas. E elas podem fazer muita coisa conosco: nos assustar, revoltar, machucar, suspender, desafiar, questionar, transformar...”

Reaproximei com outro olhar, para uma outra percepção do outro, de seus jeitos de fazer e pensar o trabalho pedagógico em sala de aula e verificar o que eu poderia oferecer para contribuir com seu trabalho. Conhecer não para avaliar, questionar ou desvalorizar, mas para colocar-me para um trabalho colaborativo. “Na verdade o que queremos propor é a idéia de que o pesquisador pretende ser aquele que recebe e acolhe o estranho. Abandona seu território, desloca-se em direção ao país do outro, para construir uma determinada escuta da alteridade, e poder traduzi-la e transmiti-la.” AMORIM, 2003.

Leituras importantes sobre as colocações de HALL, nos fizeram refletir sobre as nossas suposições quanto ao que somos ou que pensamos que somos, até nos deparar com o outro, que nos diz até que ponto nos permite a invasão em seu território, a sua sala de aula. “As identidades são construídas por meio da diferença e não fora delas. Isso implica o reconhecimento radicalmente perturbador de que é apenas por meio da relação com o OUTRO que nossa identidade pode ser construída”. HALL, 2003a, p.110.

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A UNIVERSIDADE E OS PESQUISADORES

Ao receber o convite da diretora da EMEF FERNANDA GRAZIELLE RESENDE COVRE para participar do Projeto TIME, tinha grandes expectativas em relação as possibilidades em relação as possibilidades de formação profissional que acreditei que poderia participar. E não me enganei quanto a isso, pois participar desse Projeto tem proporcionado momentos d estudo e reflexões com o grupo de professoras e com o grupo de formadores da Universidade, o que faz colocar sempre em relaboração os nossos saberes.

No inicio do trabalho, foi muito importante à proposta de que nossas ações seriam construídas com a colaboração de todos participantes do grupo, quando esperávamos que alguma sugestão viesse dos professores pesquisadores para iniciarmos os usos das tecnologias e mídias. Em nossos encontros tivemos oportunidades de discussão de muitos textos sobre currículo, identidade, mídias interativas, além de participarmos de diversos seminários e oficinas que muito contribuíram para nossa formação. Percebemos que esses momentos de formação iam além de simples transmissão de conhecimentos tecnológicos, já que estes nos levavam a pensar os usos que poderíamos enquanto educador em sala de aula. “Para nós, a formação continuada do professor deve ser concebida como reflexão, pesquisa, ação, descoberta, organização, fundamentação, revisão e construção teórica e não como mera aprendizagem de novas técnicas, atualização em novas receitas pedagógicas ou aprendizagem das últimas inovações tecnológicas.” GADOTTI, 2003, p.31.

Nossas dúvidas surgiram já no inicio, no momento de inserir as tecnologias e mídias em nosso planejamento. Começamos a estudar com o grupo de pesquisadores da universidade, textos que nos faziam refletir sobre o currículo e como ele permitia a inserção desses novos recursos.

Iniciamos algumas oficinas que nos colocavam em contato direto com a tecnologia, como oficina de fotografia digital, onde pudemos melhor aproveitar os recursos da máquina digital nos eventos da escola e com os alunos. Com material fotográfico, começamos a aprender com os pesquisadores e estagiários, como trabalhar com Movie maker, software do Windows, para criamos apresentações e clipes com as fotografias e depois a gravação desses vídeos.

Conhecemos software Hagáquê, um editor de histórias em quadrinhos com fins pedagógicos, desenvolvidos pelo no Instituto de Computação da Unicamp, o qual muito tem colaborado em nosso trabalho com os alunos nesse gênero literário. Participamos de uma oficina de criação de histórias em quadrinhos, onde a criação aconteceu primeiro com massa de modelar e depois fotografamos as histórias montadas com as massinhas e colocamos no Hagáquê.

E foi muito importante percebemos que esses momentos de formação iam além de simples transmissão do conhecimento tecnológico, mas momentos que nos levava a pensar os usos enquanto educador de todas as tecnologias. "Para nós, a formação continuada do professor deve ser concebida como reflexão, pesquisa, ação, descoberta, organização, fundamentação, revisão e construção teórica e não como mera aprendizagem de novas técnicas, atualização em novas receitas pedagógicas ou aprendizagem das últimas inovações tecnológicas." GADOTTI, 2003, p. 31

Essas oficinas nos colocavam em contato direto com a tecnologia, como oficina de fotografia digital, onde pudemos melhor aproveitar os recursos da máquina digital no uso com os eventos da escola e com os alunos. Com material fotográfico, começamos a aprender com os formadores, os usos do Movie maker, software do Windows, para criamos apresentações e clipes com as fotografias e músicas, para em outro momento aprendermos como gravar esses vídeos.

Conhecemos o Hagaqué, software para criação de histórias em quadrinhos, o qual muito tem colaborado em nosso trabalho com os alunos nesse gênero literário. Participamos de uma oficina de criação de histórias em quadrinhos, onde primeiro criamos as histórias com massa de modelar, depois fotografamos e colocamos no Hagaqué.

Conhecemos o Teleduc, ferramenta de educação a distância que facilitaram a interação que

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acontece com o grupo, onde podemos nos comunicar, postar nossas produções, participar de bate-papo e buscarmos os materiais de leitura de nossos encontros.

Outro momento importante de nossa formação foram os encontros para discutirmos e elaboramos a criação da página do TIME, que ainda se encontra em fase de inicio de postagens. Esse estágio do trabalho nos permitiu discutir e refletir na importância de uma página na web, o que gostaríamos de colocar nesse espaço.

Discutimos os usos importantes do Cinema de animação como importante ferramenta tecnológica e midiática que pode envolver intensamente os alunos, envolvendo os conteúdos desejados em sala de aula. Organizamos uma pequena apresentação como oportunidade de vivenciar a prática e elaboramos um pequeno clipe com uma flor se abrindo.

Outro momento de formação foi realizado na apresentação em slides de temas discutidos no grupo, onde ao vivenciar essas oficinas estamos enriquecendo nosso repertório quanto às tecnologias e mídias para uso com os alunos.

Finalmente, a escritura desse relatório tem sido a oportunidade de como professora, colocar em uso a sua prática da escrita. Escrita que deixa a sala de aula e faz sentido em outro lugar: o registro para divulgação de sua prática. E esse tem sido um exercício que nos faz realmente entender a importância de escrever e nos coloca o verdadeiro sentido do uso da escrita. Os professores da universidade têm dividido essas experiências do escrever e reescrever, interagindo como o outro como leitor próximo de nossas escritas.

A COLABORAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR NA EXECUÇÃO SATISFATÓRIA DO TRABALHO DE PESQUISA

Em alguns momentos no decorrer do período, aconteceram alguns contratempos que acabaram por atrapalhar um pouco o desenvolvimento das atividades do trabalho de pesquisa.

No período de 2007, quando trabalhava no período da manhã na escola EMEF FERNANDA GRAZIELLE RESENDE COVRE e trabalhava com os alunos da minha sala de aula, eu mesma entrava em contato com a direção para pedir solução para os imprevistos que viessem a atrapalhar as atividades na sala de multimídia. Computadores que não funcionavam ou instalações que não funcionavam, por exemplo. Quando não havia solução no prazo previsto, isso se dava por falta de atendimento da SME.

No período de 2008, quando tenho que trabalhar de manhã na EMEF JARDIM SUMAREZINHO e a tarde na EMEF FERNANDA GRAZIELLE RESENDE COVRE, muitas situações tem ocorrido, até mesmo porque agora sou o "outro" nessa escola, que atrapalham a execução do trabalho de pesquisa. As providencias que percebo que devem acontecer para o bom desempenho da sala de multimídia, quanto a manutenção dos computadores e da rede de computadores, percorre um caminho mais longo e onde acaba por ser mais demorada as providências. Houve dia em que não havia possibilidades de realizar as atividades com os alunos da professora Sandra, alunos com quem desenvolvo o subprojeto; falta de manutenção dos computadores, pois não há o pedido para isso com tempo hábil e depois de chegar a escola é que tenho que providenciar o pedido para a manutenção; em outras situações a SME é que não envia os técnicos para realizar a manutenção e as atividades ficam prejudicadas durante semanas.

CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA PARA A UNIDADE ESCOLAR

Considero que minhas atividades contribuem para a unidade escolar quando procuro uma possibilidade de trabalho pedagógico diferenciado, onde as tecnologias e mídias contribuem de forma atrativa de realização de atividades que interage com o currículo.

Os registros dos eventos também propiciaram um arquivo fazeres da escola que antes ficavam somente nas fotografias. Também percebi que muitas pessoas da escola passaram a fazer usos de clipes para organizar essas produções. Acredito que o Projeto levou um outro jeito de pensar as produções e

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de registrá-las para toda comunidade escolar.

CRONOGRAMA DA PRÓXIMA ETAPA DO TRABALHO DE PESQUISA

Para o próximo período queremos trabalhar com radioweb, organizando um programa de rádio para acontecer na hora do recreio escolar. Apresentações de entrevistas ao vivo ou gravadas anteriormente de pessoas da escola ou da comunidade que tragam assuntos de interesse geral; apresentações de videoclipes criados pêlos alunos da 3a série para apresentar para todos os alunos no recreio em data show sobre trabalho realizados no subprojeto; apresentações artísticas de alunos que gostem de cantar ou recitar alguns poemas preferidos; noticiário semanal dos assuntos escolares ou da comunidade, etc. Além disso, quero ampliar os usos das tecnologias e mídias com os alunos, elaborando apresentações de temas trabalhos em sala de aula utilizando os softwares de slides ao invés das tradicionais cartolinas. Desejo também utilizar o software Hagaqué com os alunos da 3a. série, que ainda não conhecem esse recurso tecnológico de criação para aprofundar conhecimento desse gênero textual.

Para o final de 2008, por solicitação da professora da 3a. Série da EMEF FERNANDA GRAZIELLE RESENDE COVRE, iremos realizar filmes de um minuto para que os alunos apresentem o tema Valores e atitudes que ela trabalhou durante o semestre, para compor um cd com muitas apresentações.

BIBLIOGRAFIAAMORIM, Marilia. O pesquisador e seu outro: Bakhtin nas Ciências Humanas. São Paulo.

Musa Editora, 2004.COSTA, Marisa Vorraber (Org.). O currículo nos limiares do contemporâneo. Rio de Janeiro.

DP&A Editora, 1998.GADOT.TI, Moacir. Boniteza de um sonho: ensinar e aprender com sentido. Rio Grande do Sul.

Feevale, 2003MEC, SECAD, Centro de Educação à Distância. Educação-Africanidades-Brasil.2006 PIETRO,

Heloisa. Heróis e Guereiras. São Paulo. Companhia das Letrinhas, 1995. SANTOS, Joel Rufino. Gosto de África: histórias de lá e daqui. São Paulo, Global, 2005

VALENTE, J. A., PRADO, M.E.B.B., ALMEIDA, M.E.B. (Orgs). Educação a Distancia Via Internet. São Paulo. Avercamp, 2003.

VARANI, A., FERREIRA, C. R., PRADO, G.V.T.(Orgs). Narrativas docentes: trajetórias de trabalhos pedagógicos. Campinas.SP. Mercado das Letras, 2007. p.299.

PARTICIPAÇÃO EM EVENTOSFórum Permanente de Conhecimento & Tecnologia: Tecnologia e Mídia na Educaçãohrtp://www.unicampbr/unicarnp/divulgação/20Q7/09/13/ Seminário sobre Estudo Culturais, Aldeia Global: Abordagens inovadorasSeminário Pós-Modernidade e ComunicaçãoSBPC - Apresentação de póster

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