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VIVÊNCIAS BRASIL: APRENDENDO COM O TURISMO NACIONAL 2008/2009 MARÇO/ABRIL DE 2009 RELATÓRIO FINAL CALDAS NOVAS E RIO QUENTE GO TURISMO SOCIAL E TERMALISMO

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VIVÊNCIAS BRASIL:

APRENDENDO COM O TURISMO NACIONAL 2008/2009

MARÇO/ABRIL DE 2009

RELATÓRIO FINAL

CALDAS NOVAS E RIO QUENTE – GO

TURISMO SOCIAL E TERMALISMO

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MINISTÉRIO DO TURISMO

Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho, Ministro de Estado

Secretaria Nacional de Políticas do Turismo

Airton Pereira, Secretário

Diretoria de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico

Tânia Brizolla, Diretora

Coordenação Geral de Segmentação

Rosiane Rockenbach, Coordenadora

Fabiana Oliveira

Wilken Souto

SEBRAE NACIONAL – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Paulo Tarciso Okamotto, Presidente

Diretoria de Administração e Finanças

Carlos Alberto dos Santos, Diretor

Diretoria Técnica

Luiz Carlos Barboza, Diretor

Gerência da Unidade de Atendimento Coletivo, Comércio e Serviços

Ricardo Guedes, Gerente

Aryanna Nery

Décio Tavares Coutinho

Dival Schmidt

Lara Franco

Germana Barros Magalhães

Valéria Barros

BRAZTOA – Associação Brasileira das Operadoras de Turismo

José Eduardo Barbosa – Presidente

Monica Eliza Samia – Diretora Executiva

Domenico Palma Neto – Coordenador Geral

Lilian La Luna

Márcia Neves

Rafael Frias

Consultoria Técnica

Anete Ferreira

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SUMÁRIO

1. Apresentação do projeto Vivências Brasil ...................................................... 5

2. Apresentação institucional........................................................................... 7

3. Participantes da viagem técnica ................................................................... 9

4. Metodologia de benchmarking utilizada ........................................................ 12

5. Boas e melhores práticas em Turismo Social e Termalismo em Caldas Novas e

Rio Quente ................................................................................................. 18

5.1 Roteiro de viagem ................................................................................... 20

5.2 Práticas identificadas ............................................................................... 22

5.3 Experiências observadas no roteiro ........................................................... 25

Conclusão .................................................................................................... 59

Referências Bibliográficas .............................................................................. 61

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1. Apresentação do projeto Vivências Brasil

O Projeto VIVÊNCIAS BRASIL: Aprendendo com o Turismo Nacional foi

idealizado em 2005, no âmbito do macro-projeto “Brasil, Brasil”, cujo objetivo é

proporcionar a diversificação da oferta turística a partir dos segmentos turísticos. O

projeto é uma iniciativa do Ministério do Turismo, por meio da Secretaria Nacional

de Políticas de Turismo, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas – Sebrae, em parceria com a Associação Brasileira das Operadoras de

Turismo – Braztoa.

Dessa forma, os objetivos do Projeto Vivências Brasil estão contextualizados dentro

das políticas públicas do Ministério do Turismo. Proporcionam aos destinos turísticos

brasileiros possibilidades para o incremento na qualidade da oferta e a melhoria nas

práticas da operação, por meio da realização de viagens técnicas para a observação

da operação, da gestão empresarial e das estratégias de desenvolvimento de

produtos turísticos segmentados, que são referência no país.

A realização de viagens técnicas para as observações de experiências que

representam boas práticas, na operação da atividade turística com foco na oferta

segmentada, é uma forma alternativa de encorajar os atores de destinos turísticos

a implementar significativas inovações em sua maneira de atuar, visando elevar a

qualidade dos serviços prestados.

A técnica utilizada para a observação e o aprendizado com o exemplo das boas e

melhores práticas é a de benchmarking1, que permite a vivência in loco das práticas

de referência almejadas. O ciclo do benchmarking perpassa essencialmente cinco

etapas: observação, assimilação, comparação, adequação e implementação.

A partir do Projeto Excelência em Turismo: Aprendendo com as Melhores

Experiências Internacionais iniciado em 2005, foram identificadas boas

oportunidades de melhorias e inovações na gestão dos destinos que tiveram

empresários turísticos participantes. Assim, com aprendizado adquirido por meio do

Projeto Excelência em Turismo, foi possível verificar a eminente necessidade de se

trabalhar processos similares para atender regiões turísticas do Brasil que ainda

não estão em estágios avançados para implementação de melhores práticas, mas

que já recebem números significativos de turistas do país e do mundo.

Nesse sentido, foi realizado em 2006, pela primeira vez, o Projeto Vivências Brasil,

a partir de algumas regiões turísticas do país, que já trabalham o produto turístico

de forma madura e satisfatória, o que pôde se constituir em exemplos de boas

práticas que podem e devem ser assimiladas e replicadas nas regiões menos

desenvolvidas nesse quesito.

Em 2006, os segmentos contemplados foram cultural, rural, ecoturismo,

mergulho, aventura e sol e praia e os destinos referência que nortearam os

trabalhos nessa 1ª edição foram Estrada Real (MG), Vale do Café (RJ), Bonito (MS),

Fernando de Noronha (PE), Roteiro Integrado (CE, PI, MA) e Costa dos Corais (AL),

respectivamente.

Cinqüenta e cinco empresários de turismo foram apoiados diretamente em 2006,

favorecendo cerca de quatro mil atores da cadeia produtiva do turismo através da

disseminação do aprendizado, numa previsão modesta de que cada empresário

1 Benchmarking: trata-se de um processo dinâmico e contínuo de aprimoramento e melhoria em

negócios/empresas ou instituições, com base na observação e análise de outras experiências de referência, adaptações, implementações e constante avaliação.

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participante das viagens capacita outros trinta profissionais em 3 ações de

multiplicação.

A partir do sucesso do projeto Vivências Brasil 2006 e do Excelência em Turismo

2005 e 2006, foi lançada a 2ª edição do Vivências Brasil, considerando os

ajustes necessários a partir do aprendizado obtido nas edições anteriores. Portanto,

o alcance dos resultados efetivos para o aumento da qualidade dos produtos e

serviços turísticos vem ao encontro da necessidade de atender às exigências de

turistas nacionais e internacionais. O Projeto 2008/09 renova a parceria entre

Ministério do Turismo, Sebrae e Braztoa, e tem como segmentos prioritários para

visitas Ecoturismo em Unidades de Conservação, Turismo Cultural, Turismo

Rural, Turismo de Sol e Praia, Turismo Social e Termalismo. Os destinos

selecionados são, respectivamente: Foz do Iguaçu/PR, Rio de Janeiro e

Paraty/RJ, Serra Gaúcha/RS, Acolhida na Colônia/SC, Costa dos

Coqueiros/BA e Caldas Novas – Rio Quente/GO.

Público-alvo

Prioritariamente pequenos e médios empresários, representantes ativos da cadeia

produtiva do turismo, que focam sua atuação principalmente nos 65 Destinos

Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional, identificados pelo MTur, e

atendem especialmente ao turismo receptivo internacional, nos segmentos/temas

de cada uma das viagens técnicas.

Objetivo geral

Identificar, observar e analisar, em destinos nacionalmente reconhecidos, boas e

melhores práticas, possibilitando que outros destinos turísticos com vocações

semelhantes tenham como referência as estratégias e os modelos levantados e

possam adaptá-los a sua cultura e as suas peculiaridades, com vistas a uma

mudança que leve o desenvolvimento da atividade turística no País a melhores

resultados.

Por meio da organização de seis viagens técnicas, o projeto foca na observação da

operação e da estratégia de desenvolvimento de produtos turísticos nos

segmentos-tema. Enfoca também o aprendizado e o fomento à implementação das

boas práticas observadas, visando o aprendizado pelos participantes e o

conseqüente aprimoramento dos serviços, da qualidade e da competitividade dos

produtos turísticos brasileiros.

Este relatório apresenta a experiência vivenciada durante a viagem técnica

realizada em Caldas Novas e Rio Quente, onde foram observadas práticas

relacionadas ao turismo social, à estrutura termal, as iniciativas voltadas para o

público da melhor idade e aos grupos familiares.

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2. Apresentação institucional

Ministério do Turismo/EMBRATUR

Tem como missão desenvolver o turismo como uma atividade econômica

sustentável, com papel relevante na geração de empregos e divisas,

proporcionando a inclusão social. O Ministério do Turismo inova na condução de

políticas públicas com um modelo de gestão descentralizado, orientado pelo

pensamento estratégico.

Papel no projeto – Instituição Realizadora

Propôs o projeto e acompanha os resultados

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE

Nacional)

Trabalha pelo desenvolvimento sustentável das empresas de micro e pequeno

porte, promovendo cursos de capacitação, facilitando o acesso a serviços

financeiros, estimulando a cooperação entre as empresas, organizando feiras e

rodadas de negócios e incentivando o desenvolvimento de atividades que

contribuam para a geração de emprego e renda.

Papel no projeto – Instituição Realizadora

Propôs o projeto e acompanha os resultados

Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (BRAZTOA)

É uma sociedade civil, sem fins lucrativos, fundada em 1989. Sua finalidade é:

Promover a valorização das atividades desenvolvidas por seus associados,

no País e no exterior;

Promover ações que aproximem seus associados das agências de viagens e

dos demais segmentos do setor turístico;

Promover o aperfeiçoamento das relações comerciais entre seus associados

e empresas de transporte aéreo, hotéis e demais fornecedores;

Aproximar os associados de entidades congêneres nacionais ou

internacionais, podendo participar também de suas ações promocionais;

Promover pesquisas, capacitação e ensino, visando o desenvolvimento

institucional;

Promover, por meio de projetos e parcerias, a divulgação de informações,

atividades e outras demandas de interesse da entidade e de seus associados em

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qualquer meio falado, escrito, eletrônico ou virtual, procedendo-se os eventuais

registros nos órgãos competentes, se necessário.

Papel no projeto – Executora

Executa as ações previstas no projeto

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3. Participantes da viagem técnica

O grupo da viagem técnica foi composto por:

EMPRESA PARTICIPANTE SEGMENTOS EM QUE OPERA DESTINO E TIPO

DE OPERAÇÃO

CONTATO

Hotel Marajó Maria de Lourdes Santos Monteiro Negócios e Ecoturismo Ilha de Marajó

– Soure/PA

[email protected]

Pousada Águas da

Montanha Carmélia Jania da Costa Silva Rural Guarapari/ES [email protected]

União Palace Hotel Fabiana Rodrigues Rocha Eventos e Negócios Janaúba /MG [email protected]

Solar Corte Real Luiz Neves de Souza Cultural, Eventos e Negócios Sabará/MG

Ouro Minas Grande Hotel

e Termas de Araxá Sebastiana Aparecida Santos Eventos e Negócios, Termalismo Araxá/MG [email protected]

Termas de Marcelino Ramos

Ayr Loss Termalismo e Saúde Marcelino

Ramos/RS

[email protected]

Hotel Thermas de Mossoró

Marcos Roberto Souza Cultura, Eventos e Negócios,

Termalismo

Mossoró/RN [email protected]

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INSTITUIÇÃO REPRESENTANTE ORIGEM CONTATO

Ministério do Turismo Fabiana Oliveira Brasília/DF [email protected]

Braztoa Lilian La Luna São Paulo/SP [email protected]

Associação Brasileira dos Clubes da Melhor Idade

Luzenice Bezerra Neves João Pessoa/PB [email protected]

Viaja Mais – Melhor Idade Sylvio Campos São Paulo/SP [email protected]

Roteirista João Akira Nishimura São Paulo/SP [email protected]

Cinegrafista Fabiana Regina Leão Gavioli São Paulo/SP [email protected]

Consultora Anete Ferreira Rio de Janeiro/RJ [email protected]

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De forma ilustrativa, as seguintes Unidades da Federação tiverem representantes durante a

viagem:

Os participantes da visita técnica: Lourdes, Ayr, Fabiana Gavioli, Fabiana Rocha, Sebastiana, Luis, Luzenice, Marcos, Jaina e Lilian (em cima, da esquerda para a direita). Akira, Fabiana Oliveira, Anete e

Sylvio.

Fonte: Luzenice Bezerra Neves

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4. Metodologia de benchmarking utilizada

O benchmarking é um procedimento de comparação contínuo e sistemático que tem como

objetivo principal verificar o estado de evolução de organizações, produtos, processos,

estratégias ou atividades em relação a outras com características similares e/ou passíveis

desta comparação. O benchmarking também tem como objetivo criar os padrões de

referência para que as organizações e pessoas possam melhorar seu rendimento

(desempenho) e, portanto, obter resultados mais adequados para a diferenciação

competitiva no mercado.

Para o processo da aplicação de benchmarking se utilizam alguns procedimentos de

pesquisa estruturados em uma metodologia adequada às necessidades do tipo de

observação e análise que se está efetuando. No caso do Projeto VIVÊNCIAS BRASIL –

Aprendendo com o turismo nacional, a metodologia foi estruturada considerando cinco

etapas, subdivididas em ações específicas, conforme demonstra a figura 1, a seguir.

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Figura 1. Etapas da Pesquisa

2 - Pesquisa de Campo

3 - Avaliação

4 - Sistematização

Final de informações

técnicas

1 - Pré-viagem

5 - Disseminação

- Identificação do destino e organização da metodologia;

- Realização de treinamento online sobre benchmarking;

- Reunião de Pactualização com empresários

- Observação das boas e melhores práticas;

- Entrevistas e aplicação dos questionários.

- Análise do observado, com foco nas

possíveis implementações no Brasil;

- Análise final;

- Tabulação dos dados coletados pelos

empresários;

- Análise dos dados;

- Organização das informações em relatório

final, DVD e banco de boas práticas (website);

- Disseminação do conhecimento obtido, por

meio de ações de multiplicação;

- Aplicação do aprendizado em empresas e

instituições – implementações;

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Na primeira etapa (chamada pré-viagem) foi identificado o destino mais adequado para

observação de boas e melhores práticas para o segmento escolhido. Também foi

capacitada a equipe técnica do projeto, de forma a compreender o processo de

benchmarking e a aplicação das ferramentas metodológicas. Os empresários selecionados

foram capacitados por meio de um treinamento online sobre o conceito do projeto e

puderam se preparar para a viagem;

Também foi realizada a Reunião de Pactualização, com a liderança técnica, empresários e

técnicos participantes da viagem, com o objetivo de informar detalhadamente a

metodologia do projeto, alinhar os conhecimentos de benchmarking e explicar os principais

aspectos a serem observados ao longo da viagem, na aplicação dos questionários e na

realização das entrevistas.

Os principais temas selecionados para observação durante as visitas e entrevistas, estão

divididos em nove temas, e são:

Aspectos de Gestão – Este item é relativo ao processo de gestão dos negócios. A

observação foi efetuada considerando quais os elementos do processo que apóiam ou

contribuem para a boa gestão dos negócios de turismo e se tornaram boa ou melhor

prática no empreendimento visitado.

Aspectos de Infraestrutura – Este item é relativo à disponibilidade do

equipamento em relação à estrutura/capacidade física e de adaptação para atendimento a

diversificados públicos/tipos de clientes. Refere-se, também, à apresentação, estética,

decoração, acessibilidade e funcionalidade da estrutura do negócio. A sinalização é um

ponto igualmente observado.

Aspectos do Negócio – Produtos e Serviços Ofertados – Este item é relativo ao

negócio propriamente dito, considerando as características específicas de cada

equipamento turístico. É relacionado com a definição e estratégias dos 4 Ps do marketing

(produto, praça, promoção e preço), e, principalmente, atendimento.

Aspectos de Certificação – Este item é relativo ao processo de padronização e

validação de procedimentos para a devida certificação dos produtos e/ou serviços

turísticos. Corresponde a avaliação da existência de normas, regulamentos/leis e padrões

mínimos para o estabelecimento de procedimentos de estruturação, avaliação e certificação

dos produtos turísticos locais e/ou regionais.

Aspectos de Formação e Qualificação – Este item observa as ações relativas à

formação de profissionais para executar os serviços turísticos, bem como as políticas de

gestão de pessoas aplicadas. Também observa a relação da formação profissional com os

aspectos culturais e suas especificidades. Identifica qual a infraestrutura de instituições de

formação e qualificação profissional existente e que contribui para o desenvolvimento do

turismo.

Aspectos de Segurança – Neste item é importante a observação dos aspectos

relativos à segurança pessoal dos turistas/clientes, sua integridade física e moral durante o

período de estada no destino. Observa a segurança de equipamentos utilizados no produto

turístico, a gestão de riscos das atividades e as respectivas normas de conduta.

Aspectos de Parcerias - Networking – Neste item são observados os aspectos

relativos à parceria entre empresas, entre o setor público e privado e as entidades de

classe e representação empresarial. Também investiga e identifica as melhores práticas de

articulações interinstitucionais que promoveram o desenvolvimento dos negócios do

turismo no destino.

Aspectos de Envolvimento da Comunidade – Este item investiga como ocorre o

envolvimento e a participação da comunidade local no negócio, considerando suas

características e especificidades. Observa a existência de projetos de inclusão social e

desenvolvimento da comunidade. Também verifica a integração e utilização dos aspectos

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culturais do local nos produtos turísticos, como artesanato, costumes e outros, sob o ponto

de vista da sustentabilidade social/cultural. .

Segmento específico - Neste item são observadas as características e detalhes

específicos dos espaços e atividades relacionados ao segmento analisado, sua forma de

constituição e a importância como negócio.

Na segunda etapa (pesquisa de campo – durante a viagem) foram realizados os

levantamentos de informações, a aplicação dos questionários, a observação das boas e

melhores práticas e as respectivas entrevistas nos destinos visitados. O elemento principal

da pesquisa de campo foi a busca de informações, norteada pela visão dos empresários nas

experiências práticas de cada viagem. Esta etapa compreendeu a observação e análise da

realidade, registro das principais boas e melhores práticas e possibilidades de

implementação das mesmas em seus negócios.

Na terceira etapa (chamada Avaliação) foram realizadas as respectivas tabulações e

análises dos instrumentos de levantamento de informações utilizados. Nas análises

quantitativas, os equipamentos foram agrupados de acordo com o tipo de atividade do

negócio, sendo que as respostas foram transformadas em porcentagens. A análise das

questões teve como objetivo principal validar as boas e melhores práticas identificadas no

destino e nos equipamentos visitados.

Na quarta etapa (chamada Sistematização final de informações técnicas) foram efetuados

os cruzamentos dos dados necessários e a identificação e respectivas conclusões de cada

uma das boas e melhores práticas verificadas em cada destino. Como resultado desta

etapa foram constituídos um relatório final, um DVD e demais informações apresentadas

no website do projeto.

O presente relatório é resultado final desta quarta etapa, que descreve as boas e melhores

práticas observadas em cada visita, e faz referência aos principais exemplos que

caracterizam a aplicação prática da gestão no turismo, infraestrutura, negócios e produtos

turísticos, certificação e segurança nas operações de turismo, qualificação e formação de

pessoas, parcerias empresariais e governamentais para desenvolver o turismo,

envolvimento da comunidade no turismo e do segmento específico.

Para facilitar o entendimento do leitor, destacam-se as diferenças entre boas e melhores

práticas.

Boas práticas são aquelas que refletem a aplicação de técnicas e ações já amplamente

conhecidas em outros negócios e setores, que proporcionam algum grau de diferenciação

do negócio ou destino turístico, mas que, no setor do turismo, ainda não estão totalmente

disseminadas. Também é importante ressaltar que um conjunto de boas práticas poderá

ajudar a construir uma melhor prática, evidenciando o processo de melhoria contínua que

os negócios podem obter com uma boa gestão.

Melhores práticas são aquelas que refletem uma implementação de técnicas e ações

com alto grau de excelência, resultando, portanto, em uma diferenciação significativa no

negócio ou destino turístico. Importante ressaltar que a prática de excelência pode tornar o

negócio ou destino turístico diferenciado entre seus concorrentes, proporcionando alta

competitividade empresarial (negócio turístico) e regional (destino turístico).

A partir da análise das boas e melhores práticas, iniciam-se os procedimentos da última

etapa (chamada Disseminação), que contempla a realização de reuniões, palestras e

oficinas em várias regiões do Brasil para que os participantes (empresários, consultores e

técnicos) das viagens possam disseminar os conhecimentos aprendidos e informações com

o objetivo de promover novas práticas para o desenvolvimento do turismo.

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O grande resultado do projeto e de todas as etapas acontecem quando os empresários

implementam em seus negócios as práticas de referência observadas e conseguem por

meio dessas inovações, alcançar melhores resultados do ponto de vista da qualidade e da

satisfação de seus clientes.

Esse relatório sistematiza os resultados e evidencia as boas e melhores práticas observadas

durante a viagem técnica a Caldas Novas e Rio Quente, seguindo as etapas apresentadas

acima.

Para ilustrar cada prática observada, foi adaptada a seguinte iconografia:

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Verde - BOA PRÁTICA

Gestão

Infraestrutura

Negócio

Certificação

Segurança

Qualificação e Formação

Azul - MELHOR PRÁTICA

Parcerias

Envolvimento da Comunidade

Segmento Específico

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5. Boas e melhores práticas em Turismo Social e Termalismo em Caldas

Novas e Rio Quente

Caldas Novas e Rio Quente são duas cidades que integram a Região das Águas de

Goiás e, juntas, formam o principal destino do interior do Brasil em termos de fluxo

e de capacidade instalada da hotelaria.

A viagem técnica do Vivências Brasil proporcionou aos participantes a observação

de um destino estruturado para o atendimento de grandes fluxos. Todos os

números impressionam, são mais de 3 milhões de visitantes por ano, com

empreendimento que recebe sozinho aproximadamente 700 mil. Os espaços e

serviços ordenados para o atendimento têm o tamanho e a proporção compatível

com a alta temporada.

Foi também uma oportunidade para conhecer melhor a dinâmica dos equipamentos

que trabalham com os públicos das classes C e D, que são os segmentos

determinantes na região, principalmente em Caldas Novas. A estrutura física e de

serviços favorecem a convivência, adotam parâmetros médios, sem preocupações

espaciais para as situações de exceção ou de exclusividade.

Um dos aspectos que chamou a atenção do grupo foi a sinalização e as placas

informativas in door, uma necessidade que se coloca em função do tamanho dos

espaços físicos e do número de pessoas que frequentam simultaneamente os

ambientes. Em todos os empreendimentos visitados essa prática estava presente,

para orientar a circulação e o uso dos serviços pelos hóspedes.

Caldas Novas, visão do bairro Turismo, que concentra o maior número de hotéis e é a área de expansão da cidade.

Fonte: Anete Ferreira

Chamou a atenção dos participantes o papel preponderante do empresariado. É a

iniciativa privada quem responde integralmente pela promoção, pela imagem e pelo

posicionamento do destino. Talvez uma consequência do modelo de

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empreendimento “verticalizado” que busca ter o controle total do visitante, desde

sua captação no mercado, passando pelo processo de comercialização, sua chegada

e permanência no destino. Ao contrário do que acontece normalmente nos

destinos domésticos e em outros lugares do mundo, o poder público é efetivamente

um parceiro menor, circunscrito quase que exclusivamente ao atendimento da

infra-estrutura básica, que neste caso é a mesma disponibilizada à população em

geral. Mas também não se verifica uma liderança empresarial consistente, não

identificamos nenhuma diretriz de orientação como destino. O que se observa são

grupos empresariais fortes e atuantes, mas ainda sem uma ação coordenada de

conjunto. Do ponto de vista do mercado turístico, a região é de certa forma, uma

espécie de somatório das práticas desses grupos empresarias que, em função do

referido modelo “verticalizado”, partilham dos mesmos conceitos, com visões e

iniciativas muito semelhantes.

Certamente esse cenário institucional, se por um lado, garante autonomia total aos

empresários do setor, que não precisam cooperar ou participar de nenhuma ação

coletiva; por outro, falta integração e compartilhamento nas iniciativas como

destino, que muitas vezes se coloca fragilizado e vulnerável nas reivindicações em

que precisa se colocar como tal, como é o caso das esferas ou instâncias públicas

superiores, causando prejuízos à cidade e também ao ambiente dos negócios.

Mas a experiência recente mostra que os empresários e/ou seus representantes

diretos estão trilhando novas perspectivas em busca de soluções coletivas e

práticas de cooperação.

Durante a visita técnica, o grupo do Vivências Brasil teve a oportunidade de

conhecer uma experiência muito interessante e inovadora da Associação das

Empresas Mineradoras das Águas Termais de Goiás (AMAT). Mas antes é necessário

um pequeno preâmbulo para contextualizar a importância do trabalho desenvolvido

pela AMAT para o destino como um todo.

O principal atrativo de Caldas Novas e Rio Quente é a água termal, que a legislação

brasileira considera como sendo um recurso mineral e não necessariamente hídrico,

como tal é regulamentada por códigos aprovados na década de 1940. O mundo

mudou, e muito deste então, e a questão dos recursos naturais também, sobretudo

a água, que tem recebido atenção especial da sociedade civil e dos governos. A

distinção entre recurso mineral X recurso hídrico envolve uma diferença conceitual

complexa, que alguns reduzem meramente a uma questão de exploração X gestão.

Isso poderia não se configurar como problema efetivo se em nenhum momento a

questão da possibilidade de finitude das águas termais não fosse colocada aos

empresários da região, principalmente Caldas Novas.

Mas o crescimento do número de hotéis, o aumento progressivo da vazão e da

quantidade de poços associado ao problema da impermeabilização do solo na área

urbana colocou em ameaça o nível dos mananciais, com o rebaixamento dos

aquíferos termais; ou em outras palavras, o atrativo turístico do destino

simplesmente poderia deixar de existir. O risco levou à organização dessa

associação que em pouco tempo criou um sofisticado sistema de monitoramento,

desenvolveu um projeto inovador de reabastecimento artificial dos aquíferos e

contribuiu para o estabelecimento de novos parâmetros para o manejo/gestão das

águas termais. Hoje a AMAT, além de auxiliar diretamente o DNPM (Departamento

Nacional de Pesquisas Minerais) nos mecanismos de controle, é uma referência

para a ANA (Agência Nacional de Águas) que lhe concedeu o prêmio pelo projeto

que desenvolveu.

A experiência da AMAT representa um avanço considerável no campo das ações

cooperadas, que antes eram inexistentes e para as quais aparentemente não

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haviam espaço. Esse processo com a AMAT foi, em parte, exequível pelo esforço

empreendido pelos gerentes dos empreendimentos. A despeito das diferenças ou

da concorrência entre os grupos empresariais, eles foram os primeiros a agir em

prol do destino, criaram uma associação da categoria, depois lideraram a criação do

Convention Bureau.

Outra importante iniciativa em curso é o Projeto GEOR (Gestão Estratégica

Orientada para Resultados) desenvolvido SEBRAE GO e que foi implantado na

região em 2008. Em poucos meses este projeto conseguiu mobilizar e reunir os

diferentes atores dos dois municípios em torno de temas de interesse comum, é

hoje um instrumento que promove a integração e a articulação entre os setores

públicos e privados. A própria metodologia do projeto exige um processo

participativo, de encontros, reuniões, atividades e decisões e isso é, em si mesmo,

um passo importante para o estabelecimento de uma visão conjunta do destino e

para induzir práticas de cooperação, de parceria, ampliar a participação de outras

áreas e abrir novas perspectivas de ação para o destino. Daí surgem outros

projetos e ações, como o que está sendo realizado com o artesanato, o plano de

marketing, a segmentação das atividades turísticas, entre outros.

Caldas Novas e Rio Quente mostram a importância do empreendedorismo e das

infinitas possibilidades comerciais de um destino quando é o empresário que está à

frente, quando a atividade é tratada exclusivamente como um negócio. Isso exige

determinação, coragem e capacidade de iniciativa. Mas o roteiro nos permitiu

também observar um contraponto interessante, refletir sobre as fragilidades,

obstáculos e oportunidades ignoradas quando a atividade turística que é realizada

de forma isolada, sem parceria, sem cooperação, sem intercâmbio.

5.1 Roteiro de viagem

No período de 30 de março a 04 de abril, o roteiro selecionado para as visitas dos

participantes foi:

Data Horário Evento/atividade

30/03 15h00 Transfer Goiânia/Caldas Novas

19h00 Jantar em Caldas Novas

31/03

08h00 Café da manhã

09h00 Reunião de pactualização

12h30 Almoço

14h00 Visita ao Golden Dolphin Resorts

16h00 Visita ao Grupo DiRoma

18h00 Reunião de avaliação

20h00 Jantar

01/04

08h00 Café da manhã

09h00 Continuação visita ao Grupo DiRoma

10h30 Visita ao Hotel Taiyo

13h00 Transfer Caldas Novas/Rio Quente

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13h30 Check in – Almoço

14h30 Visita ao Hot Park e Praia do Cerrado

19h00 Reunião de avaliação

21h00 Jantar

02/04

08h00 Café da manhã

09h00 Visita ao Rio Quente Resorts

13h00 Almoço

14h00 Continuação visita ao Rio Quente Resorts

16h00 Visita ao Serra Park

18h30 Reunião de avaliação

20h30 Jantar

03/04

07h30 Check out - Café da manhã

08h30 Transfer Rio Quente/Caldas Novas

09h00 Visita ao Sesc

13h30 Almoço

15h00

Seminário

- Projeto GEOR - Sebrae

- AMAT

- Convention Bureau

- Secretarias de Turismo

18h00 Reunião de avaliação final

20h00 Jantar

04/04

09h00 Check out - Café da manhã

10h00 Transfer Caldas Novas/Goiânia

12h00

Chegada ao aeroporto para vôos de retorno aos

destinos

Page 22: Relatório Final Rio - Ministério do Turismo · Apresentação institucional ... Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas ... Os participantes da visita técnica:

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5.2 Práticas identificadas

A partir de todo o aprendizado obtido nas visitas, foram selecionadas as boas e melhores de cada experiência, conforme tabela abaixo:

Nº Empreendimentos/Negócios

visitados Ações

Práticas de Referência Gestã

o

In

fraestr

utu

ra

Neg

ócio

-

Pro

du

tos

e

Serviç

os

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Certific

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Parceria

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ork

En

vo

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en

to d

a C

om

un

idad

e

Seg

men

to E

sp

ecífic

o

1 Grupo DiRoma

Estratégia de promoção e logística

de comercialização X

Equipamentos em diferentes

categorias para atender aos

diferentes segmentos de público

X X

Quartos para a família e o X X

Page 23: Relatório Final Rio - Ministério do Turismo · Apresentação institucional ... Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas ... Os participantes da visita técnica:

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atendimento de grandes grupos

Lazer, segmentação de público e

como enfrentar a baixa temporada X X

2 Golden Dolphin

Apartamentos com espaço físico e

estrutura para o atendimento

confortável de grupos e famílias.

X

Gestão dos recursos naturais: faixa

de preservação ambiental, estação

de tratamento da água das piscinas

térmicas

X

A estratégia comercial com ações

diferenciadas por mercado de

interesse

X

3 Hotel Taiyo

Qualidade e eficiência nos serviços X

Iniciativas demonstram

preocupações e atitudes de

responsabilidade sócio-ambiental

X

4 Rio Quente Resorts (+ Hot Park)

Planejamento estratégico e

business plan com visão de longo

prazo

X

Mix de produtos: estratégia de

promoção e vendas X

Animação turística: intensa

programação cultural, esportiva e

de entretenimento

X X

Conservação dos recursos naturais,

valorização dos espaços verdes e

dos jardins

X X X X

Diferentes equipamentos de X X X

Page 24: Relatório Final Rio - Ministério do Turismo · Apresentação institucional ... Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas ... Os participantes da visita técnica:

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hospedagem atendidos por uma

cozinha centralizada

Política de parcerias para a

qualificação e diversificação da

oferta

X X

Uma equipe de talentos humanos X X

5 Serra Park Estratégia Comercial X

6 Sesc Caldas Novas

O turismo social na prática:

inclusão, acessibilidade,

convivência e intercâmbio entre os

grupos, qualidade na estrutura e

serviços (auto atendimento)

X

Lazer, entretenimento, esporte e

cultura complementam o produto

SESC Caldas Novas

X X

Responsabilidade social e

ambiental: o envolvimento com a

comunidade e a estação de

tratamento de água das piscinas

termais

X X

A rede de turismo social e a central

nacional de reservas X X

Boa prática

Melhor prática

Page 25: Relatório Final Rio - Ministério do Turismo · Apresentação institucional ... Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas ... Os participantes da visita técnica:

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5.3 Experiências observadas no roteiro

De acordo com o roteiro proposto para a viagem técnica, os primeiros encontros

aconteceram em Caldas Novas e tiveram o objetivo de apresentar as iniciativas dos

empreendimentos para turismo social do ponto de vista conceitual e da operação

em geral. A seguir, apresentam-se os resultados das reuniões acontecidas no local.

1 Grupo DiRoma

Considerado como um dos maiores grupos empresariais da região, os

empreendimentos do DiRoma incluem parques termais, centro de eventos e 7

equipamentos de hospedagem, que juntos representam mais de 1000 UHs da

região. E o planejamento de expansão para o próximo triênio prevê a ampliação da

capacidade instalada dos hotéis, a inauguração de um novo parque aquático e a

construção de novos flats.

Áreas de lazer de diferentes equipamentos de hospedagem do Grupo DiRoma

Fonte: www.diroma.com.br

É uma trajetória admirável para um negócio que começou em 1972 com um

pequeno hotel acomodado em uma casa com 5 quartos no centro de Caldas Novas

e soube crescer de forma consistente ao longo desses quase 40 anos. O DiRoma

espelha muito bem o ciclo de desenvolvimento do turismo na região, às vezes

liderando as transformações e em outras apenas incorporando as mudanças em

processo.

No começo da década de 1990 o sistema de flats e hotéis condomínios chegou a

Caldas Novas. Em 1994 foi inaugurado o Império Romano, primeiro flat com a

marca DiRoma. Hoje esses equipamentos correspondem aproximadamente a 80%

da oferta hoteleira do Grupo e é o segmento que mantém forte ritmo de expansão.

Page 26: Relatório Final Rio - Ministério do Turismo · Apresentação institucional ... Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas ... Os participantes da visita técnica:

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É uma mudança substancial do perfil do negócio, que guarda relação direta com as

transformações do setor de turismo no destino e com a própria estrutura urbana da

cidade, que se verticalizou rapidamente em pouco mais de 15 anos.

Os participantes conversam com o Gerente Geral de Hospedagem do Grupo DiRoma, Sr. Sparapani

Fonte: Fabiana Rocha

Contraditoriamente, tanto na rede DiRoma e como no destino, são os hotéis

convencionais que apresentam o melhor desempenho em termos de taxa média de

ocupação, 68% contra 35% nos flats, e no padrão de fidelização do cliente.

Durante a visita técnica, pudemos confirmar isso junto aos hóspedes do Thermas e

do “Rominha” (hotéis convencionais do Grupo), ouvimos depoimentos de turistas

que visitam regularmente a cidade, ficam sempre hospedados no mesmo lugar,

manifestam plena satisfação com a escolha e dispensam a possibilidade de

experimentar outras alternativas.

Contato

www.diroma.com.br

Tel: (64) 3455 9393

Sparapani

Práticas observadas:

Estratégia de promoção e a logística de comercialização

O pioneirismo do DiRoma associado a uma visão empreendedora da empresária

Magda Mofatto transformaram um pequeno empreendimento em um dos maiores

Grupo empresariais da região.

Chama a atenção a capacidade de manter o foco no negócio, o olhar atento para

seus mercados geográficos e públicos específicos, utilizando todos os instrumentos

e possibilidades para alcançar os resultados pretendidos.

No trabalho de promoção e comercialização existe uma preocupação efetiva com a

questão da acessibilidade e mobilidade até o destino. Para isso são adotadas

estratégias e ações diferenciadas conforme a distância e análise do emissivo de

cada mercado. Nas cidades mais próximas (até 200 km) existe um corpo a corpo,

com vendedores que fazem visitas regulares, lojas para o atendimento do público e

uso de mídia outdoor e veículos de comunicação de massa. Para os mercados

prioritários, definidos de acordo com a capacidade emissiva, existe um foco mais

direcionado aos canais regulares de distribuição, realizado através dos escritórios

comerciais e/ou de representação, com mídia direcionada principalmente jornais e

revistas.

Page 27: Relatório Final Rio - Ministério do Turismo · Apresentação institucional ... Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas ... Os participantes da visita técnica:

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No entanto, o que mais se destaca é a percepção de uso dos canais de

comercialização não convencionais, através dos clubes e associações da melhor

idade, dos grupos e autônomos que organizam viagens, que são conhecidos

popularmente como “as tias Maria”. Esse segmento tem uma importância

determinante na taxa de ocupação dos hotéis da rede e da região como um todo.

E cabe salientar o esforço de identificação e o aproveitamento das oportunidades

localizadas, como os feriados municipais, que são cuidadosamente mapeados e

onde são realizadas ações direcionadas e específicas, sempre considerando o raio

de distância da cidade alvo e o número de dias da “emenda” do feriado. A imagem

abaixo ilustra bem essas iniciativas: trata-se de um anúncio publicado no Caderno

de Viagens do jornal O Globo do Rio de Janeiro veiculado na semana que antecedeu

aos feriados de Tiradentes (21/04) e São Jorge (23/04), este último é um feriado

municipal e que permitiu à alguns cariocas uma semana inteira de folga,

viabilizando inclusive viagens mais longas.

Anúncio do DiRoma Resort vinculado aos feriados de 21 e 23 de abril

Fonte: Jornal O Globo, caderno Boa Viagem (16/04/09 pagina 32)

Equipamentos em categorias diferentes para atender aos

diferentes segmentos de público

Uma característica marcante do DiRoma é a diversificação dos meios de

hospedagem. São 7 equipamentos diferentes, para atender os mais variados

públicos e mercados. Tudo é feito para manter o cliente dentro do equipamento ou

no âmbito das possibilidades que o Grupo oferece: todos têm estrutura própria de

lazer, com piscinas termais, ao que se associa a possibilidade de uso de um parque

aquático “completo” e em expansão.

Essa iniciativa produz um efeito interessante na promoção, em como a marca

aparece na mídia e na imprensa especializada; com consequência direta na

segmentação de público. No Guia 4 Rodas, por exemplo, que é considerado o

principal guia de viagens publicado no Brasil, o Thermas se destaca como o melhor

e mais bem equipado hotel de Caldas Novas.

Page 28: Relatório Final Rio - Ministério do Turismo · Apresentação institucional ... Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas ... Os participantes da visita técnica:

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No entanto, as diferenças se concentram na gestão – hotelaria convencional X flats

e “condo-hotéis” –, nos mecanismos de controle de consumo e na estrutura física

(vertical X horizontal). Nas construções horizontais, os espaços ao ar livre, as áreas

de lazer, os parques termais, os jardins são proporcionalmente maiores. No mais,

existe uma similaridade nos serviços, nas acomodações, na decoração, nas mesas

de café da manhã, no cardápio dos restaurantes.

A similitude existente entre os equipamentos, ao que parece, não cria nenhum tipo

de descontentamento ou insatisfação por parte do hóspede, que na verdade é

cliente da unidade e não da rede.

Instalações dos hotéis do Grupo DiRoma

Fonte: www.diroma.com.br e Marcos Roberto Souza

Quartos para a família e o atendimento de grandes grupos

O espaço físico dos apartamentos é um diferencial da rede. Eles foram projetados

para comportar confortavelmente 3 leitos. Em todos os equipamentos existem

apartamentos maiores, compatíveis para 4 ou mais pessoas. Essa é uma opção

atraente para quem viaja em família e é um fator determinante em destinos de

lazer, primeiro porque reduz as despesas com hospedagem e depois porque dá aos

pais uma sensação de tranquilidade e segurança.

Apartamento familiar – DiRoma Resorts

Fonte: www.diroma.com.br

E nos flats do Grupo DiRoma encontramos algumas soluções criativas para otimizar

a estrutura dos apartamentos, uma delas é o móvel rotatório que possibilita o

compartilhamento do uso da televisão em dois ambientes.

Page 29: Relatório Final Rio - Ministério do Turismo · Apresentação institucional ... Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas ... Os participantes da visita técnica:

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Móvel quarto Villas DiRoma

Fonte: Anete Ferreira e Marcos Roberto Souza

Toda a estrutura é pensada para grandes públicos, seja na disponibilidade de

quartos espaçosos, seja na área das piscinas térmicas ou no tamanho dos

restaurantes. E essa característica, de certa forma, contagia o ritmo do

atendimento e dos serviços. Observamos a transformação que se processa entre os

dias mais vazios e os dias de maior ocupação. Quanto menor o número de mesas

ocupadas, mais displicente é o atendimento no restaurante, por exemplo, mas se o

movimento aumenta, os garçons ficam mais ágeis, mais atentos e solícitos. A

impressão é que as equipes funcionam melhor com mais gente, que a

movimentação dos hóspedes estimula o andamento dos trabalhos e a atenção dos

funcionários.

Lazer, segmentação de público e como enfrentar a baixa

temporada

Uma prática que se destaca, no DiRoma e no destino, é a preocupação em oferecer

atividades de lazer para o público em geral e algumas específicas para a melhor

idade, como hidroginástica, trabalhos manuais e bingo. Isso é muito interessante,

porque todos se sentem integrados e contemplados, recebem uma atenção

especial.

O público aproveita os parques termais integrados aos hotéis da rede DiRoma

Fonte: www.diroma.com.br

Page 30: Relatório Final Rio - Ministério do Turismo · Apresentação institucional ... Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas ... Os participantes da visita técnica:

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Essa visão lúdica do termalismo é, provavelmente, um dos elementos responsáveis

pela fidelização do público. O que se vê é que as fontes termais são o principal

atrativo, utilizadas para promover bem estar e relaxamento, ao que se

incorporaram possibilidades de entretenimento e lazer.

Como o atrativo (a água quente) é perene, as condições climáticas não sofrem

fortes oscilações e a estrutura de lazer está pronta, é possível uma ação focada

para minimizar os efeitos da baixa temporada. As tarifas são reduzidas e os

programas e pacotes para o público da melhor idade intensificados. Também neste

período, os trabalhos com os grupos e os canais não convencionais de

comercialização recebem atenção especial.

2 Golden Dolphin Resort

Os dois empreendimentos do Grupo Golden Dolphin em Caldas Novas, os maiores hotéis verticais da cidade.

Fonte: www.goldendolphin.com.br

O Golden Dolphin é um dos grupos empresariais mais recentes em Caldas Novas,

eles têm uma área de atuação ampla, que inclui, entre outras, a construção civil e a

hotelaria. A empresa se instalou na cidade quando a expansão do sistema de flats

vive o seu primeiro impulso e é exclusivamente neste modelo que ela passou a

operar. O Hot Spring foi o primeiro grande empreendimento com a marca Golden

Dolphin, e em 2003, foi inaugurado o Resort, considerado um dos maiores

empreendimentos hoteleiros da cidade, com 326 apartamentos administrados no

esquema de condomínio e mais 200 como flat.

O Gerente de Reservas do Golden Dolphin conduz o grupo durante a visita técnica

Fonte: Marcos Roberto Souza

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Aspectos da cozinha do Golden Dolphin Resort observados durante a visita técnica

Fonte: Marcos Roberto Souza

A visita se concentrou apenas no resort, que tem uma estrutura nova,

aparentemente mais funcional e com manutenção mais eficiente do que a média

dos equipamentos no destino como um todo. Os apartamentos são amplos,

iluminados e arejados. As dependências da cozinha apresentam um padrão de

organização excelente, com áreas específicas para a preparação e finalização dos

alimentos, câmeras frias separadas conforme o tipo de produto. Outro aspecto

diferencial é o sistema de tratamento e reaproveitamento das águas termais que

são descartadas das piscinas do parque aquático.

Contato

www.goldendolphin.com.br

(64) 3454 7500

Fábio Chagas

Page 32: Relatório Final Rio - Ministério do Turismo · Apresentação institucional ... Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas ... Os participantes da visita técnica:

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Práticas observadas:

Apartamentos com espaço físico e estrutura para o atendimento

confortável de grupos e famílias.

Um dos diferenciais observados durante a visita técnica do grupo foi a versatilidade

do espaço físico do hotel como um todo, com estrutura física compatível ao

atendimento de públicos variados, seja o hóspede de negócios, seja o visitante de

lazer, que viaja em grupo ou com a família.

Suítes com sala e cozinha americana, a sala dispõe de um sofá cama;

apartamentos com duas camas ou cama de casal; e uma modalidade família, que

acomoda até seis pessoas, com 2 quartos mais a sala.

Os diferentes quartos do Golden Dolphin

Fonte: Anete Ferreira

Gestão dos recursos naturais: faixa de preservação ambiental,

estação de tratamento da água das piscinas térmicas

No Golden Dophin Resort encontramos uma preocupação e uma prática efetiva de

conservação dos recursos naturais. A construção do parque aquático, localizado

próximo ao rio, respeitou a faixa de proteção ambiental e área recebe atenção

especial do empreendimento.

Mas foi o manejo da água termal o que mais chamou a atenção dos participantes.

O complexo dispõe de uma unidade de tratamento para cuidar de toda água termal

que é descartada da piscina. Uma parte é armazenada e aproveitada no uso da

manutenção do hotel, o que sobra é descartado na rede coletora da cidade.

O tratamento da água termal após sua utilização é uma iniciativa fundamental no

contexto do manejo das reservas do aquífero. A Associação das Empresas

Mineradoras das Águas Termais de Goiás definiu um projeto de recarga artificial do

aquífero termal utilizando águas utilizadas nas piscinas e parques da cidade, que

após o tratamento serão injetadas no subsolo.

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A estratégia comercial com ações diferenciadas por mercado de

interesse.

A organização da parte comercial do Golden Dolphin foi outro tema que chamou a

atenção dos participantes. Fábio Chagas mostrou ao grupo como as vendas são

trabalhadas dentro do grupo. Sua apresentação detalhou a estrutura da área

comercial e a forma de atuação

Fonte: elaborado pela consultoria a partir da apresentação do Gerente de Reserva do Golden Dolphin Resort, Sr. Fábio Chagas.

3 Hotel Taiyo

Há pouco mais de 15 anos, um grupo de amigos, todos de origem nipônica,

empresários de diferentes áreas, firmaram uma sociedade para abrir um hotel em

Caldas Novas. Nenhum deles tinha experiência ou conheciam a área de hotelaria,

apenas vislumbraram a oportunidade do novo negócio. A responsabilidade da obra

coube ao engenheiro, que hoje é o gerente do hotel, Sr. Saito.

Com o avanço das obras perceberam as dificuldades que seria tocar o novo ramo

de negócio. A comercialização do produto exigia uma expertise que eles não

conheciam. Haviam considerado apenas o fato da cultura japonesa valorizar muito

os banhos termais e a colônia no Brasil seria então o mercado a ser trabalhado. E

isto foi e ainda é o diferencial do hotel.

Os participantes no começo da visita ao Taiyo, em destaque Lourdes e Jaina

Fonte: Marcos Roberto Souza

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Nos primeiros anos foi feito um trabalho promocional para tornar o hotel conhecido

junto a este público específico. Algumas atividades e programações específicas

foram estruturadas para melhor atender o mercado em questão. Trouxeram alguns

eventos tradicionais da colônia japonesa, ofereceram acomodações e serviços

adequados às exigências do grupo. Hoje a fidelização é total; são os grupos e os

organizadores dos eventos que procuram o hotel, criando assim um calendário com

programação própria.

Eventos da colônia japonesa no Taiyo. Acima momentos da festa da cultura japonesa e abaixo da Cultura Okinawa.

Fonte: Hotel Taiyo

Mas não se trata de hotel temático, pelo contrário, é uma estrutura simples, com os

confortos básicos. Poucos elementos dispersos pelas áreas de uso comum, quase

sempre deixados como recordação de algum evento, lembram a cultura japonesa.

No entanto a visão dos serviços, a preocupação com a qualidade e o compromisso

em atender as expectativas de seu público alvo, não deixa dúvida quanto a origem

dos proprietários do negócio.

Detalhes na área interna do hotel trazem alguns elementos relacionados à cultura japonesa.

Fonte: Carmélia Jaina Costa Silva e Marcos Roberto Souza

A inauguração do Taiyo acontece num momento de profundas mudanças na

hotelaria de Caldas Novas, coincide com a chegada do sistema de flats e com a

perda progressiva de espaço no mercado dos equipamentos independentes. E o

empreendimento consegue encontrar seu lugar, mesmo sem contar com um

planejamento consistente, mas com o compromisso de serviços de qualidade,

eficiência no atendimento; aspectos que vêm garantindo ao Taiyo a abertura de

novos segmentos de mercado, como são os eventos de grupos religiosos.

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Contato

www.hoteltaiyo.com.br

(64) 3455 5555

Sr. Saito

Práticas observadas:

Qualidade e eficiência nos serviços

Uma dos diferenciais do Taiyo está exatamente na preocupação com a qualidade

nos serviços, em tudo que eles oferecem ao seu cliente.

Quando o hotel foi inaugurado, os proprietários foram verificar os fornecedores a

qualidade dos produtos, sobretudo os hortifrutigranjeiros e o que viram não

agradou nem um pouco. Perceberam que seria difícil, para não dizer impossível,

oferecer uma alimentação adequada, dentro dos parâmetros ideais com as matérias

primas disponíveis.

Optaram pela produção própria, compraram uma chácara onde passaram a cultivar

hortaliças, alguns legumes, frutas como laranja, limão e mamão. Na etapa seguinte

a pequena propriedade começou a produzir algumas espécies de peixe e outros

pequenos animais. Atualmente uma área próxima ao hotel, adquirida para a

expansão das atividades do empreendimento, está sendo ocupada por uma horta.

O excedente é comercializado na cidade.

O processo de produção é convencional, com o uso de fertilizantes e defensivos

agrícolas, mas segue totalmente as orientações quanto às marcas autorizadas e os

procedimentos adequados. Foi formalizada uma parceria com um agrônomo, em

troca de diárias no hotel, ele faz o trabalho de supervisão e monitoramento do

processo produtivo.

Alguns produtos da chácara do Taiyo e a placa que informa o horário de venda

Fonte: Hotel Taiyo e Marcos Roberto Souza

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Para atender o público alvo do empreendimento, foram criadas algumas estruturas

específicas necessárias à prática de modalidades específicas que são populares

entre os japoneses e seus descentes. Quadras de gateball, softball e tênis hoje são

o palco de campeonatos em categorias máster.

Eventos esportivos promovidos nas quadras do Taiyo pela colônia japonesa

Fonte: Hotel Taiyo

Iniciativas demonstram preocupações e atitudes de

responsabilidade sócio-ambiental

A gestão de pessoal é uma das áreas mais sensíveis do empreendimento, iniciativas

de valorização da equipe estão entre as iniciativas destacadas durante a visita:

participação nos lucros diferenciada por tempo de serviço, incentivo à construção

da casa própria (sua casa é o nosso sonho) e aos estudos regulares. São atitudes

que reduzem a rotatividade e contribuem para melhorar a performance profissional

dos funcionários.

O envolvimento e compromisso com a comunidade também estão entre os valores

e princípios que orientam a gestão do empreendimento. Atuando isoladamente ou

em parceria com outros atores do setor, com iniciativas que buscam a melhoria da

qualidade de vida dos idosos e crianças da cidade. A partir da preocupação em

como um destino que atende prioritariamente o público da melhor idade trata seus

próprios idosos foi o mote para que o Taiyo liderasse uma ação para a reforma do

asilo de Caldas Novas e procurasse alternativas para o abastecimento dos gêneros

de primeira necessidade. Outra proposta foi o trabalho com crianças e menores,

não apenas no acolhimento, mas também na formação e na criação de perspectivas

de futuro.

O manejo da água termal também chamou a atenção. Um processo de filtragem

permite a utilização de parte do volume que saí das piscinas, que é aproveitado

para a limpeza, a rega do jardim e da horta. O que sobra é descartado à rede

coletora, mas em condições próprias, de forma a não contaminar os mananciais.

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Uma atitude para evitar a proliferação de moscas é o congelamento do lixo. Uma

câmara fria própria foi instalada em uma área fora do hotel, onde o lixo é

acondicionado até o dia da coleta.

4 Rio Quente Resorts

Localizado no município de Rio Quente, distante 27 Km de Caldas Novas, este

empreendimento foi o primeiro da região e o pioneiro na implantação do conceito

de termalismo associado ao lazer e ao entretenimento. Na década de 1960, quando

seu primeiro núcleo entrou em operação, ainda estava em voga no Brasil a prática

do termalismo eminentemente de saúde, era o fim da época de ouro das estâncias

de águas que funcionavam como locais de repouso e ofereciam as atividades

terapêuticas, que valorizavam principalmente as instalações e serviços médicos

apropriados aos tratamentos dos males do corpo. Era também o começo de nova

época, o processo de urbanização acelerado que o país conhecia, o rápido

desenvolvimento da medicina com a aplicação crescente dos produtos da indústria

farmacêutica colocava em choque saberes e as práticas ancestrais, como a

crenologia, rapidamente tornava-se obsoleta e entrava em desuso. Não demorou

para que as charmosas estâncias hidrominerais tradicionais tivessem uma imagem

pejorativa, identificadas como “lugar de doentes”.

Entrada de hóspedes do Rio Quente Resorts Fonte: Fabiana Rocha

A primeira novidade da Pousada do Rio Quente (primeira marca do

empreendimento) foi a utilização das águas termais para fins de lazer e

entretenimento associados à idéia de relaxamento, de bem estar. Um produto para

a família, onde os pais descansam e os filhos se divertem, com muitas opções de

atividades e brincadeiras. Um verdadeiro paraíso tropical de águas quentes o ano

inteiro.

Um fator determinante no êxito da Pousada foi o aproveitamento do público

“brasiliense”, ela surge exatamente no momento em que Brasília se consolida como

a nova capital do Brasil e em pouco tempo se transformou em um dos principais

mercados emissivos do turismo doméstico. A proximidade com Brasília e o que a

cidade proporcionou em termos de melhoria das conexões rodoviárias para a região

Centro Oeste, certamente, foi uma contribuição importante para o sucesso do

negócio e uma oportunidade otimizada pelos grupos empresariais que assumiram

seu controle.

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O Parque das Fontes, núcleo original do Rio Quente Resorts e de acesso exclusivo dos hóspedes do complexo.

Fonte: www.rioquenteresorts.com.br

Inovou quando ampliou a visão do negócio, saiu da esfera regional e passou a

atuar no mercado nacional. Marca um novo momento do empreendimento, 1979

quando os grupos ALGAR e GEBEPAR assumem o controle acionário da companhia.

Nessa fase, o passo mais importante foi o pioneirismo no desenvolvimento de

produtos para enfrentar a baixa temporada, os festivais temáticos dedicados às

diferentes públicos procuravam inicialmente atrair os públicos das colônias étnicas

existentes no país, mas se transformaram em atrativos que mobilizavam e

mobilizam visitantes de todo Brasil. Os festivais associados a uma extensa

programação cultural, um calendário de eventos esportivos e atividades de lazer

são hoje uma marca do Rio Quente Resorts e uma prática que fez escola. Inúmeros

outros destinos e equipamentos turísticos brasileiros passaram a adotar iniciativas

semelhantes.

E a capacidade de inovação é, certamente, um dos emblemas do Rio Quente

Resorts. Na fase atual buscou no conceito de resort destination sua visão de futuro,

a combinação de diferentes motivações e atrativos é o desafio colocado para o

negócio que tem na água termal maior apelo. Mega atrações e excelência em todas

as iniciativas é a combinação utilizada. O resultado pode ser conferido nas taxas

médias de ocupação, que hoje são superiores a 80%; a liderança absoluta no

segmento de resort no Brasil, responde por mais de 16% desse mercado, com

índice de retorno de 50%; e é há 8 anos é considerado o melhor resort de campo

do país.

A importância do empreendimento para a região pode ser medida pela criação do

município de Rio Quente, que nasceu em 1988, a partir da movimentação

econômica gerada pelo empreendimento. Mas o Rio Quente Resorts é, em boa

Page 39: Relatório Final Rio - Ministério do Turismo · Apresentação institucional ... Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas ... Os participantes da visita técnica:

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parte, o principal responsável pela “imagem e posicionamento” do destino, porque

ele sempre foi um grande anunciante, um dos maiores do setor de turismo no

Brasil, porque tem uma estratégia comercial e promocional muito arrojada, é um

produto que está de fato em todas as prateleiras. Não seria exagero afirmar, que o

Rio Quente Resorts ou sua versão original – a Pousada – foi fundamental para a

consolidação do próprio destino, que sua experiência e fluxo/demanda gerada foi e

é importante no contexto regional. E também, que é um modelo e uma referência

para os empreendimentos termais em Caldas Novas e Rio Quente.

É muito interessante observar a sinergia que se estabelece entre o Rio Quente

Resort e os demais empreendimentos, atuam com segmentos de público diferentes,

mas se complementam em termos de mercados e na composição dos produtos do

destino. Atualmente o Hot Park (que é um parque aquático dentro do complexo do

Rio Quente que funciona no sistema de day use para o público externo), é o maior

atrativo da região, um produto de visibilidade e de excelente apelo comercial, que

está presente em inúmeros pontos de venda em toda a cidade de Caldas Novas,

inclusive hotéis. E, dessa forma, Caldas Novas responde por mais de 70% das

vendas de day use do Hot Park; e é um público do parque, mas não do resort.

O Rio Quente Resorts é uma liderança respeitável, mas não tem uma hegemonia,

tanto que existem outros grupos empresariais sólidos e encorpados como o

DiRoma, o Golden Dolphin e o Privé, entre outros.

Alguns momentos dos encontros realizados durante a visita ao Rio Quente Resorts: com a Gerência Executiva, com a Gerência Comercial Regional, com as coordenações de A&B e

Manutenção dos Parques (da esquerda para direita)

Fonte: Luzenice Bezerra Neves, Anete Ferreira, Fabiana Rocha e Marcos Roberto Souza

Contato

http://www.rioquenteresorts.com.br

Tel: (11) 3512-4862

Ieda Stroschein

Práticas observadas:

Planejamento estratégico e business plan com visão de longo prazo

O Rio Quente Resorts une a cultura empresarial de dois grupos diferentes –

GEBEPAR e ALGAR – e isso tem influência direta na gestão do negócio e nos seus

resultados. Qualquer desequilíbrio no comando do empreendimento afeta

diretamente o êxito das iniciativas. Existe um pacto em torno do “negócio”. O

Conselho Administrativo é formado por representantes dos dois grupos e existe

uma “divisão” de responsabilidades: o marketing e a comercialização ficou para

um, a administração e gestão para outro.

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Mas não se limita a uma organização e divisão de tarefas, o planejamento

estratégico adotou alguns procedimentos para orientar suas principais linhas de

ação, utilizou inclusive as melhores ferramentas e instrumentos de inteligência

competitiva e foi buscar referências externas como o uso do benchmarking, por

exemplo.

Para se tornar o principal resort destination da América Latina, foi observar o que

os líderes mundiais deste segmento fazem e também procurou conhecer em

profundidade as melhores práticas adotadas pelos maiores parques temáticos

americanos. O plano estratégico contempla mais de 300 projetos, incluindo o

trabalho de consultorias especializadas, ações em todas as áreas de expansão do

negócio, com a diversificação de atividades e serviços, previsão de metas e

monitoramento de desempenho. O máster plan indica a implantação de projetos

estratégicos necessários para conquistar o objetivo e a visão de futuro estabelecida

para a empresa.

Fonte: Rio Quente Resorts

O planejamento inclui mega atrações como a Praia do Cerrado, uma piscina termal

de ondas com mais de 25 mil m2. A praia viabilizou uma série de eventos sociais e

esportivos, o réveillon, a etapa do campeonato latino americano de futebol de

areia, entre outros. Os próximos lançamentos incluem um campo de golfe e um

novo centro de convenções.

Diferentes ambientes da Praia do Cerrado, novo mega atrativo do Rio Quente Resorts

Fonte: Anete Ferreira

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O mais interessante na estratégia de crescimento adotada pelo empreendimento, é

que todo novo produto inclui um leque de possibilidades, todas buscam excelência

e sua liderança específica. Existe uma preocupação e oferecer ao cliente uma gama

completa de serviços, com diversificação das atividades agregadas. Nenhuma

oportunidade de venda é desperdiçada. Alguns exemplos: as fotografias produzidas

em todos os ambientes do complexo, as butiques com produtos próprios, os pontos

de alimentação, a comercialização do Rio Quente Vacation, entre outros.

No conjunto de atividades de aventura, por exemplo, o mergulho se transformou

em uma modalidade âncora e é hoje a principal escola em operação no país com

certificação para os alunos. A escolinha de surf da Praia tem parceria com um dos

mais reconhecidos atletas brasileiros da modalidade. O Birdland, viveiro de

pássaros que recebe e desenvolve um trabalho de recuperação de aves

apreendidas pelo IBAMA, em poucos meses alcançou o reconhecimento pela

qualidade das atividades que desenvolve.

Diferentes atividades e modalidades de aventura oferecidas no Hot Park e na Praia do Cerrado.

Fonte:www.rioquenteresorts.com.br

Existe unidade de informação da equipe de funcionários quando o tema é

apresentar um novo produto para quaisquer públicos. Uma sincronia fina na

implantação e desenvolvimento de novos produtos com a preparação das equipes

responsáveis pelas diferentes áreas de atendimento do público, seja nas operações

comerciais, nas ações promocionais ou no receptivo. Todos falam exatamente a

mesma linguagem, enfatizam os aspectos positivos, mas o discurso é diferente,

dependendo do emissor e do receptor da mensagem.

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Mix de produtos: estratégia de promoção e vendas

A política comercial do Rio Quente Resorts também foi objeto de observação do

grupo. A integração de diferentes áreas, o desenvolvimento constante de novos

produtos e serviços foram alguns dos aspectos que mereceram atenção.

A Valetur é uma operadora própria criada para ativar as vendas do Resort e é

também um núcleo importante na própria estrutura do negócio. A operadora tem

uma rede própria com lojas em São Paulo capital (2), no interior (Santo André,

Campinas e Ribeirão Preto), Brasília e Rio Quente; operadoras credenciadas em

Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Goiânia e agências credenciadas em mais 18

cidades brasileiras, distribuídas pelas diferentes regiões geográficas do país.

Entre os inúmeros programas implementados para ampliar as possibilidades de uso

do Rio Quente Resorts e melhorar a taxa de ocupação na baixa temporada estão:

Rio Quente Vacation clube:

O time-share (em inglês), ou sistema de tempo compartilhado é o segmento do

turismo que mais cresce hoje no mundo, com 4 milhões de usuários. O conceito

surgiu logo após a 2ª Guerra Mundial, mas foi a partir da década de 1970 que ele

foi introduzido nos Estados Unidos como alternativa para o setor imobiliário abalado

pela crise econômica do período e logo se mostrou ser também um instrumento

muito eficaz para o setor de turismo.

Publicidade do RQVC dentro do complexo

Fonte: Anete Ferreira

Rio Quente Vacation Club é o programa de férias do Rio Quente Resorts pelo

sistema de tempo compartilhado, que é credenciado à RCI, considerada a maior

empresa de intercâmbio de semanas de férias do mundo. No Brasil, o sucesso do

programa no Rio Quente Resorts garantiu sua liderança neste segmento e com a

vantagem de que o maior uso é exatamente no próprio destino.

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Participantes do Hot Trip

Fonte: www.rioquenteresorts.com.br

Hot Trip:

Programa voltado exclusivamente para os grupos de formandos do ensino médio e

universitário, com pacotes completos de atividades conforme a faixa etária do

grupo.

O programa existe há mais de 12 anos e atende em média 7 mil formandos por

ano, o que é uma alternativa muito interessante considerando que esses grupos

viajam nos períodos de pré temporada. Mas como são jovens e adolescentes, este

público exige da empresa uma série de cuidados especiais e uma delicada operação

de atendimento. Com relação a bebida alcoólica, por exemplo, é imprescindível

evitar os excessos e superar as expectativas dos grupos.

Academia Rio Quente:

Um programa que oferece estágios e visitas técnicas aos estudantes da área de

turismo e atividades relacionadas. Essa é uma atividade que atrai alunos de

diferentes escolas, seja através de parceria com instituições, seja atendendo a

demanda de grupos e avulsos. Uma participante do grupo que realizava a visita

técnica realizou um estágio no Rio Quente quando ainda era universitária e

ressaltou a qualidade do programa.

Melhor Idade:

Programação e atividades especiais para as pessoas que tem mais de 60 anos, que

funciona muito bem para grandes grupos. O sucesso dessa iniciativa pode ser

conferido pelo retorno de semanas temáticas como o “Idade de Ouro”, que

mobilizou dezenas de ônibus de diferentes lugares, principalmente do interior de

São Paulo.

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Alguns dos grupos e das atividades realizadas durante o período do Idade de Ouro do primeiro semestre de 2009

Fonte: Rio Quente Resorts

Animação turística: intensa programação cultural, esportiva

e de entretenimento

Para envolver e atrair diferentes públicos o empreendimento investe, há mais de 2

décadas, em uma intensa programação durante todo o ano. Existem espaços

específicos para shows, atividades culturais e entretenimento, como é o caso da

tenda localizada nas imediações do Parque das Fontes, onde são realizados shows e

apresentações todas as noites. Atividades físicas e lazer acontecem diariamente

nas áreas das piscinas.

Exemplo do calendário anual de eventos, que reúne programas regulares e ações exclusivas.

Fonte: Rio Quente Resorts

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Para dar vida a essa programação existe a Equipe Boto, cujos integrantes são os

responsáveis por todas as iniciativas de animação turística com os diferentes

públicos. No dia a dia, é a Equipe Boto que comanda as aulas de hidroginástica, os

espetáculos circenses, as peças teatrais, os shows, os bailes. Seus integrantes se

envolvem diretamente nas atividades com o público: cuidam das crianças para que

os pais possam usufruir de momentos de descanso com toda a tranquilidade,

inclusive durante as refeições; durante os bailes da melhor idade, eles estimulam

os participantes a dançar, entre outras atividades.

Alguns momento da Equipe Boto e a Turma do Cerrado

Fonte: Rio Quente Resorts

A Equipe Boto está presente no cotidiano do Resort. Sua função é garantir que em

qualquer dia, a qualquer hora, o hóspede tenha uma opção de entretenimento e

lazer. No Hot Park, um dos braços da Equipe Boto é a Turma do Cerrado, uma

trupe de animais típicos da região, que desenvolve atividades de envolver e animar

os visitantes. A isso se soma os eventos especiais, que pode ser um torneio

esportivo, que pode ser o campeonato de soccer beach ou um máster de tênis, um

show com um grande nome da música brasileira.

Ponto de Encontro da Equipe Boto e a programação diária

Fonte: Anete Ferreira

Conservação dos recursos naturais, a

valorização dos espaços verdes e dos jardins

No empreendimento, o tratamento dos ambientes ao ar livre têm destaque e

atenção especial, não apenas porque está em um espaço natural privilegiado, aos

pés da Serra de Caldas, onde brota o rio de águas quentes; o cuidado na

conservação e o aprimoramento das belezas naturais é uma preocupação muito

antes disso ser tema de relevância ou foco de atenção da opinião pública.

Em 1977 quando foi inaugurado o Hotel Turismo o projeto dos jardins foi

encomendado ao maior paisagista brasileiro, Burle Marx, que valorizou a flora do

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cerrado e harmonizou a introdução de espécies exóticas. O alcance do legado vai

além de um projeto bem fundamentado, a valorização dos recursos naturais, do

meio ambiente e seu uso sustentável na composição do produto é o aspecto mais

relevante da prática observada no Rio Quente Resorts.

Áreas verdes, jardins externos e internos do empreendimento

Fonte: Anete Ferreira e Carmélia Jaina Costa Silva

Os jardins criam uma deliciosa ambiência em todo o espaço do empreendimento,

permitindo agradáveis sombreamentos para a circulação, minimizando os efeitos do

sol forte e do clima do cerrado. As matas ciliares que envolvem as nascentes e o

leito do rio Quente também recebem atenção especial.

E para dar suporte à manutenção dos jardins existe um viveiro de mudas e todo

um departamento de jardinagem. De acordo com os técnicos responsáveis hoje o

viveiro se dedica exclusivamente à produção de espécies do cerrado, utilizadas para

a reposição e a formação de novas áreas de jardins, para o replantio e

reflorestamento de áreas do entorno do Resort. É também um local para a

recuperação de vasos que fazem a decoração dos ambientes internos.

A importância da gestão correta dos recursos naturais é evidenciada no processo de

certificação ISO 14001/ABNT NBR 14001. O Rio Quente Resorts foi o primeiro e é,

ainda hoje, o único resort brasileiro com essa certificação.

O viveiro de mudas, momentos da visita dos participantes e os técnicos responsáveis durante a conversa com o grupo

Fonte: Anete Ferreira e Carmélia Jaina Costa Silva

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O empreendimento conta com um laboratório próprio para monitoramento e

controle de qualidade da água termal.

Diferentes equipamentos de hospedagem atendidas por

uma cozinha centralizada.

O empreendimento dispõe de 6 equipamentos de hospedagem, 2 dentro do

complexo e os demais em área externa. Com faixas de preço diferenciadas, a

proposta é oferecer produtos compatíveis aos segmentos de públicos distintos e

também ter opções para a montagem de promoções e ofertas. Com a implantação

de novos equipamentos de hospedagem, prevista no planejamento estratégico, a

idéia é criar bandeiras específicas conforme a categoria do hotel.

Os diferentes hotéis que integram o Rio Quente Resorts

Fonte: www.rioquenteresorts.com.br

Todos oferecem meia pensão, todos têm restaurantes próprios, mas o cardápio é o

mesmo e a produção dos pratos é centralizada em uma única cozinha, que fornece

também o cardápio dos bares e restaurantes dos parques. Existe uma sofisticada

logística para o abastecimento dos pontos de consumo, onde é feita a finalização e

acabamento dos pratos. A centralização trouxe uma série de benefícios. Além da

padronização dos serviços, permitiu o estabelecimento de rotinas de

procedimentos, mecanismos de controle da produção, monitoramento de segurança

alimentar, entre outros.

Política de parcerias para qualificação da estrutura e

diversificação da oferta.

Dentre as parcerias que têm um papel importante na diversificação e qualificação

das ofertas dentro do complexo do Rio Quente Resorts, duas chamaram a atenção

durante a visita técnica.

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Os móveis Mac nos jardins do Hotel Turismo e na área das piscinas do Parque das Fontes. Na foto pequena, abaixo à esquerda, Jaina, uma das participantes, confere o conforto de uma

espreguiçadeira.

Fonte: Anete Ferreira e Marcos Roberto Souza

Mac Móveis, que fabrica móveis para jardins e ambientes ao ar livre, é parceira

oficial do resort. Suas peças estão presentes em toda área do Parque das Fontes e

espaços de uso comum do hotel Turismo e da Pousada. São peças exclusivas, com

design contemporâneo, o que garante uma decoração atualizada, confortável, com

toques de sofisticação e bom gosto. Um espaço exclusivo da Mac foi instalado

dentro do complexo, nas imediações do Hotel Turismo.

A Ambev, uma das maiores empresas do ramo de bebidas do mundo, também é

parceira do resort. Nos pontos de venda dentro do complexo apenas há a

comercialização da linha de produtos Ambev e dois espaços exclusivos: o Bar

Brahma e o Stella Artois. Houve também um cuidado quanto ao perfil do produto

por segmento de mercado. A Stella Artois é uma cerveja premium, seu espaço fica

no lobby do Hotel Turismo, próximo à área da piscina e a entrada do restaurante; o

Bar Brahma fica na entrada do Hot Park, de frente ao Hotel Pousada e seu acesso é

aberto a todos os públicos, sejam hóspedes, day use ou passantes.

O Bar Brahma ou Clube Chopp Brahma Rio Quente Resorts

Fonte: Marcos Roberto Souza e Fabiana Rocha

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Uma equipe de Talentos Humanos

A equipe de funcionários do Rio Quente Resorts é composta por mais de 1.300

funcionários. Pudemos constatar, em mais de uma ocasião, a importância do

empreendimento na formação dos profissionais de turismo da região. Encontramos

em outras empresas visitadas funcionários oriundos do resort.

Não é simples e nem fácil fazer a captação de profissionais qualificados para

trabalhar em um empreendimento do interior. Esse é um trabalho que no resort

tem uma atenção toda especial, a começar pelo nome da área que é designada

como “Talentos Humanos” e os funcionários são identificados como “associados”,

designação utilizada inclusive para os terceirizados.

Programas de incentivo com iniciativas diferenciadas para áreas específicas e

sistema de pontuação para distribuição de resultados por semestre estão entre as

iniciativas da área. Iniciativas como o dia da família garante que os familiares dos

funcionários vivenciem das muitas possibilidades que o complexo tem a oferecer

aos seus visitantes, na festa de final de ano um dia é reservado para que esse

grupo possa usufruir dos brinquedos do Hot Park.

Cabe aos talentos da casa algumas das ações e projetos de destaque no

empreendimento, como a Praia do Cerrado e de seu paisagismo.

Soluções criativas

Entrada da Sauna

Fonte: Anete Ferreira

Sauna a vapor natural, que utiliza o calor das águas

termais. Uma alternativa, simples, econômica e

eficiente que chamou a atenção e agradou os

participantes dos empreendimentos termais que

participaram desta visita técnica.

“Bichinhos de toalha” foi a surpresa que as camareiras reservam aos hóspedes

no segundo dia no complexo. Os participantes se encantaram e procuraram as

artistas para aprender esta técnica de origami.

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Origamis de toalha e suas dobraduras, um trabalho feito pelas camareiras do complexo

Fonte: Fabiana Rocha

5 Serra Park

O município de Rio Quente foi criado em 1988 a partir do desmembramento do

território de Caldas Novas. Seu núcleo urbano original era a vila dos funcionários da

então Pousada do Rio Quente, empreendimento indutor do desenvolvimento na

região. Atualmente é uma pequenininha e tranquila cidade do interior. Sua área de

expansão urbana acontece há muitos quilômetros dali, na entrada do Rio Quente

Resorts, é a Esplanada.

A Esplanada é um bairro vertical em franco crescimento, são inúmeros prédios que

totalizam mais de 3 mil apartamentos. Aí se concentram inúmeros flats e

apartamentos para locação, inclusive 3 administrados pelo Rio Quente Resorts.

Essa oferta cresceu induzida pela movimentação do público de day use do Hot Park

e de eventuais visitantes avulsos que procuram o resort, mas não tiveram o

cuidado de fazer antecipadamente a reserva.

Desta forma, os empreendimentos que surgem na Esplanada, pouco ou quase nada

fazem em termos de esforço de venda, de promoção e comercialização

propriamente dita. Na maioria dos casos, o empresário constrói um novo

equipamento e fica “esperando” o cliente chegar, atraído pela promoção do

promoção do Rio Quente, do Hot Park e, mais recentemente, da Praia do Cerrado.

Esse era o caminho que o Serra Park começou a trilhar. Inaugurado em 2006 o flat

tinha uma taxa de ocupação insignificante, até que foi contratado um gerente

comercial de grande experiência e que mudou a história do negócio.

Fachada do Serra Park Flat

Fonte: Anete Ferreira

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Contato

www.serrapark.com.br

(4) 3452 8100

Cleverson

Práticas observadas:

Estratégia de vendas e parcerias comerciais

Cleverson é um dos mais experientes profissionais de venda da Região das Águas

em Goiás. Trabalhou nas maiores empresas de Rio Quente e Caldas Novas,

normalmente liderando o processo de implantação de novos investimentos, como

foi o caso do Hot Park e do Acqua Park. Ele é o que se pode chamar de um

vendedor nato, gosta do que faz e faz muito bem.

Cleverson durante a conversa com os participantes do Vivências Brasil

Fonte: Fabiana Rocha

Ele já estava aposentado quando foi convidado para assumir o Serra Park. Em

menos de 1 ano o empreendimento atingiu uma taxa de ocupação superior a 60%

e, na opinião de Cleverson, ainda tem muito espaço para crescer. A avaliação dele

é que a oferta hoteleira da Esplanada é grande, mas a concorrência é

absolutamente passiva, não faz nenhum tipo de ação ou movimento, apenas fica

aguardando a chegada do hóspede.

A estratégia que está colocando em prática é uma atitude simples, primeiro é

preciso e fundamental levar a marca do empreendimento para além dos horizontes

da Esplanada, se fazer conhecer pelo turista antes da sua chegada a Rio Quente e

Hot Park. E neste sentido ele adota duas ações diferentes, uma para quem já está a

caminho e outra nos principais mercados emissores. A mídia nas estradas de

acesso, principalmente faixas onde anuncia seu hotel como uma alternativa para

quem vai visitar o Hot Park e a Praia do Cerrado, diz isso de forma direta, objetiva.

Parcerias comerciais é a solução aplicada aos mercados emissores e, neste caso,

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aproveita todas as possibilidades e contatos estabelecidos ao longo de sua

experiência profissional.

O Serra Park consta do Portal de Hospedagem e do Guia do Viaja Mais Melhor

Idade; é o primeiro hotel fora do Cia Termas do Rio Quente a ser comercializado

pela Valetur; tem parcerias com diferentes operadoras, agências de viagem e

empresas. Mas sabe a importância em fidelizar o cliente, e para isso investe nos

canais de relacionamento, com contatos regulares e a oferta de promoções.

E, para Cleverson, vender é uma premissa permanente, não importa o tamanho da

venda, qualquer operação se configura em uma oportunidade para novos negócios

e para a empresa se “ativa” junto aos clientes e parceiros.

6 SESC Caldas Novas

O SESC Caldas Novas estabelece uma relação interessante com o trade turístico da

cidade. Parte das instalações estão abertas aos hóspedes de outros hotéis e seu

parque aquático é o local onde os funcionários da área de hotelaria e seus

familiares têm acesso aos banhos termais. E, por outro lado, a demanda gerada

pelo sistema SESC é muito maior que a capacidade instalada da unidade, gerando

assim um fluxo para outros equipamentos, que são parceiros formais da instituição.

Um dos aspectos mais delicados nas cidades onde o SESC tem equipamento de

hospedagem, sobretudo os municípios de menor porte, é o conflito pelo fato da

instituição ter recursos para investimentos, subsidiar a estrutura e o programa de

turismo social, o que é considerado uma concorrência desleal. A visita ao Sesc de

Caldas Novas mostrou que a principal diferença entre um empreendimento

puramente comercial e outro de natureza social é a atenção especial às questões

da infraestrutura física do equipamento.

No SESC pudemos observar a qualidade das instalações, da estrutura, como tudo é

feito para durar, tem funcionalidade e preocupação com a acessibilidade; ao que se

soma um cuidado excepcional com a conservação e a manutenção. Mas os serviços

oferecidos são extremamente simples, não existem garçons no restaurante ou nos

bares do parque aquático, o hóspede tem que se locomover para buscar o que

precisa. A alimentação também segue o padrão básico, o cardápio do ponto de

vista nutricional é correto, mas os pratos têm pouca variedade e nenhum tipo de

sofisticação na apresentação. Os ambientes internos e quartos, a decoração e o

enxoval é simples, pois a proposta é favorecer a convivência social e a integração

entre os grupos. É realmente uma hospedagem que atende todos os requisitos em

suas instalações, com serviços corretos, mas não oferece diferenciais ou mimos

especiais para o cliente.

Da visita ao SESC Caldas Novas guardamos a impressão de que a hotelaria privada

e aquela que oferecida pela instituição tem foco e públicos diferentes.

Contato

www.sescgo.com.br

(64) 3455 9460

Marlo Camargo

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Práticas observadas:

O turismo social na prática: inclusão, acessibilidade, convivência e

intercâmbio entre os grupos, qualidade na estrutura e serviços (auto

atendimento)

A experiência de turismo social que o SESC acumulou ao longo de mais de 6

décadas é hoje uma referência internacional. A proposta é oferecer estrutura e

serviços simples, sem sofisticação ou refinamento, mas com qualidade nos

materiais, na estrutura física e na conservação. O preço é um diferencial de

inclusão importante, mas também são as iniciativas que garantem a acessibilidade

e a integração entre os grupos.

Durante a visita técnica, o grupo pode observar que na maioria dos prédios do

equipamento não tem elevadores, o que reduz custos na estrutura e na

conservação. E para facilitar a circulação das bagagens e acessibilidade de

quaisquer públicos, os prédios têm rampas. Em destaque na foto abaixo.

Diferentes aspectos da estrutura física do SESC

Fonte: Anete Ferreira

A pista de cooper, assim como o parque aquático, são atrativos abertos à

comunidade de Caldas. A pista é utilizada também pelos hóspedes de outros

equipamentos, sendo inclusive oferecida em vários hotéis como uma opção para a

prática esportiva com grupos. Mas para garantir a privacidade dos hóspedes, em

cada unidade existe um conjunto de piscinas termais, onde eles podem usufruir,

com tranquilidade, dos relaxantes banhos de água quente.

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Espaços para atividades complementares, que contribuem para ampliar as possibilidades de convivência entre os grupos e as possibilidades de lazer.

Fonte: Anete Ferreira e Fabiana Rocha

A proposta é valorizar atividades coletivas e oferecer os serviços dentro desse

conceito. Os espaços complementares dispõem de toda a estrutura adequada à

prática da atividade oferecida. Na sala de leitura os hóspedes encontram livros

selecionados, revistas atualizadas e acesso à internet. O café é uma opção para o

lanche complementar e local para uma boa conversa. A brinquedoteca, localizada

próxima às piscinas do parque aquático, é uma opção para as crianças menores,

muito procurada pelos pais nos horários de maior incidência de sol. A sala de

televisão é uma opção para as unidades que não têm TV nos quartos; e a maioria

presente é que define o programa a ser visto.

A estrutura dos apartamentos e as muitas orientações para os hóspedes

Fonte: Fabiana Rocha

Os quartos são confortáveis, mas a estrutura é simples, sóbria, quase espartana,

mesmo nas categorias superiores. Em alguns blocos, não tem ar condicionador ou

televisor. Se por um lado, a proposta é oferecer condições de hospedagem a baixo

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custo, por outro lado as salas de TV, no lobby das unidades, favorece o convívio

social e a integração entre os grupos.

Um dos mecanismos utilizados para reduzir os custos é o controle feito do enxoval.

Qualquer peça danificada durante a estadia é cobrada do hóspede, e ele é

informado disso no check in. A conferência e cobrança é feita no check out.

Na visita, também chamou a atenção as regras de conduta disponíveis em todos os

quartos. Ela informa todas as práticas aceitáveis. Alguns participantes

consideraram essa iniciativa como sendo autoritária, outros viram nelas o

instrumento de educação de um público diversificado, com hábitos e

particularidades.

A estrutura da copa de andar

Fonte: Fabiana Rocha

Em todos os andares dos blocos de apartamentos existe uma pequena copa, onde o

hóspede tem à sua disposição, água filtrada, ferro e tábua de passar, fogão e

panelas para a preparação de alimentos rápidos, principalmente mamadeiras.

O salão do restaurante e o toalete para a atendimento do público

Fonte: Anete Ferreira

O equipamento possui um grande restaurante, com capacidade para atender

simultaneamente mais de 400 pessoas, onde são realizadas todas as refeições

inclusas na diária de pensão completa. E para reduzir custos, o serviço é estilo

“bandejão”, onde o próprio usuário faz todo o serviço de mesa, incluindo pegar as

bebidas em máquinas disponíveis dentro do salão. Não existem garçons, nem no

restaurante e nem nos bares do parque aquático.

O cardápio é simples. Os pratos quentes incluem normalmente arroz, feijão,

macarrão, um tipo de legume refogado ou em creme, dois tipos de carne, uma

vermelha e outra branca. Um balcão com algumas variedades de saladas frias,

alface, tomate e maionese sempre estão presentes. E a refeição se complementa

com duas opções de sobremesa, sendo uma necessariamente diet.

Mas a preparação tem todo o acompanhamento nutricional e de segurança

alimentar. Duas nutricionistas são responsáveis pela definição do cardápio, pela

recepção e controle dos ingredientes, produção e manuseio dos alimentos.

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Lazer, entretenimento, esporte e cultura complementam o

produto SESC Caldas Novas

O cliente de Caldas Novas tem como motivação principal o uso das piscinas termais

para relaxamento e lazer. Isso o SESC oferece com eficiência. A estrutura do

parque aquático com piscinas termais e brinquedos é igual ou superior a de vários

hotéis na cidade. No entanto, existe uma preocupação em ampliar o tempo de ócio

e descanso com atividades que têm um papel importante na formação do indivíduo

e em sua qualidade de vida.

Cartaz com a programação diária (disponibilizado em vários locais dentro do SESC)

Fonte: Anete Ferreira

Uma equipe de lazer cuida dessas atividades e da participação dos hóspedes,

alertando para os excessos ou convidando para um programa. A estrutura e o

conteúdo do que é oferecido são diferenciais importantes. Existe uma ótima sala de

teatro, que é utilizada para shows, peças e projeção de cinema, cuja programação

é exclusivamente de filmes brasileiros. Existe um conjunto de quadras

poliesportivas, ao que se agrega a pista de cooper de 1200 metros.

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No espaço cultural do SESC, onde se localiza a primeira residência de Caldas Novas, os participantes do Vivências Brasil aproveitaram para brincar um pouco e pousar para a foto

Fonte: Anete Ferreira

Responsabilidade social e ambiental: o envolvimento com a

comunidade e a estação de tratamento de água das piscinas termais

A inclusão da comunidade é outra prática em que o SESC se destaca no contexto

do turismo de Caldas Novas. É o único parque termal aberto ao público da cidade e

também os visitantes hospedados em outros hotéis. Os moradores também

frequentam a biblioteca, as áreas esportivas e participa das atividades oferecidas.

Além disso, a instituição implementa vários programas voltados para o

desenvolvimento da qualidade de vida da população.

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A unidade de tratamento das águas termais que saem das piscinas

Fonte: Fabiana Rodrigues

O SESC Caldas Novas foi pioneiro na implantação da unidade de tratamento das

águas descartadas das piscinas, uma preocupação cuja origem é o manejo

adequado das fontes termais. Eles têm poços com capacidade de vazão suficiente

para o abastecimento do parque, mas consideram o impacto desse consumo na

manutenção dos níveis do aquífero. A água que sai da unidade de tratamento tem

excelente potabilidade para o consumo humano, é aproveitada em toda a estrutura,

inclusive para controlar a temperatura das piscinas. Atualmente uma parte da água

tratada é descartada para a rede de esgoto, mas estão ampliando o tamanho do

reservatório para que seu aproveitamento seja total.

A rede de turismo social e a central nacional de reservas

O SESC dispõe de uma central nacional de reservas, que opera todo o receptivo. É

uma estrutura interessante, enxuta e que está caminhando para o funcionamento

totalmente on line. Uma iniciativa pioneira na dimensão e profundidade em que ela

opera, existem critérios rigorosos para os procedimentos de reserva, cotas

definidas para o público alvo prioritário da instituição, os comerciários e seus

familiares, que são diferenciadas por períodos de antecedência e restrita em termos

do número de diárias. Essa é uma experiência válida seja para a operação de

destinos, seja para redes de parcerias ou programas específicos.

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Conclusão

O roteiro como proposto, buscou privilegiar a observação de práticas diferenciadas,

adotadas pelos empreendimentos para minimizar os efeitos da baixa temporada, de

ações e iniciativas que produzem melhoria na rentabilidade média e, que ao

mesmo, proporcionam a inclusão de faixas de público. Conceitualmente esse

conjunto de atitudes e práticas é identificado contemporaneamente como turismo

social.

Tradicionalmente este segmento é compreendido como um princípio de que a

atividade turística é um direito de todos, independentemente da classe social, da

raça, credo religioso ou origem geográfica. O movimento sindicalista foi

determinante para fazer valer esse direito aos trabalhadores, de poder usufruir dos

benefícios de férias e lazer fora do ambiente de residência permanente, sobretudo

das categorias de menor salário, que são excluídas economicamente.

As experiências de turismo social, que são reconhecidas internacionalmente, em

sua maioria, têm como pressuposto algum tipo de subsídio, seja através do poder

público, seja através de organizações trabalhistas ou classistas. O exemplo clássico

no Brasil é o trabalho do SESC, que é uma referência no mundo.

A visão atual é que o turismo social, além de ser reconhecido como um direito de

todos, pode também ser um instrumento importante de controle da sazonalidade

da atividade turística, com consequências positivas para a qualidade e estabilidade

dos postos de trabalho e para o aumento da rentabilidade dos empreendimentos.

Mas ainda com o peso da subvenção pública.

Encontramos na Região das Águas de Goiás, um destino inteiro trabalhando na

perspectiva contemporânea do conceito de turismo social. Nos empreendimentos

visitados pelo Vivências Brasil, deparamos com práticas consolidadas, voltadas para

os segmentos C e D, direcionadas principalmente aos públicos da melhor idade,

onde as ofertas, com ênfase na redução das tarifas, são estruturadas

exclusivamente na baixa temporada. No caso mais específico do Rio Quente

Resorts, que tem um mercado mais elitizado, o que acontece é uma ampliação do

leque nessas ocasiões, para atingir um volume maior na classe C. São, pelo menos,

três décadas de experiência acumulada, de conhecimento e expertise, em que o

público alvo é absolutamente fidelizado; as pessoas retornam regularmente,

algumas fazem autênticas vilegiaturas, as famosas viagens anuais de cura do

passado, pois todos os anos visitam Caldas Novas e Rio Quente e ficam sempre nos

mesmos hotéis. O mais extraordinário, é que se trata de uma iniciativa dos próprios

empresários, sem nenhum um tipo de subsídio ou investimento do Estado, com

retorno econômico satisfatório, que se comprova pelo ritmo da expansão da oferta

hoteleira nos dois municípios.

Isso não significa que os empreendimentos estão completamente estruturados

dentro dos requisitos e princípios definidos pelo Código de Ética Mundial para o

Turismo ou do turismo social de forma mais específica. Existem alguns limites,

como práticas pouco sustentáveis de uso dos recursos naturais, restrições de

acessibilidade aos deficientes físicos, poucas iniciativas de envolvimento e

integração com a comunidade; mas também existem situações e empreendimentos

que têm excelentes práticas, inclusive nos aspectos aqui apontados. E que a

consolidação dessa experiência, com o alto índice de fidelização do público, gerou

uma tendência à acomodação, com prejuízo para a capacidade competitiva:

estrutura e serviços parecidos, sem o compromisso efetivo com a qualidade, falta

de inovação (todos os produtos são no mesmo segmento de interesse e mercado,

inclusive os novos lançamentos), autonomia excessiva dos empreendimentos, sem

uma ação coordenada de destino. Mas são aspectos e detalhes que podem ser

ajustados e, ao que parece, os empresários (ou seus representantes) já estão

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trabalhando nesse sentido, em uma iniciativa organizada pelo Sebrae, em parceria

com as Secretarias de Turismo.

Mas inegavelmente, pudemos observar, no destino como um todo, uma prática de

turismo social que é uma referência, que encontrou soluções novas e diferenciadas.

O roteiro procurou ainda proporcionar a observação das práticas de termalismo

adotadas pelos empreendimentos visitados. A realidade de Caldas Novas e Rio

Quente é muito peculiar, em que as características do aquífero termal são

preponderantes. É um destino termal, com diferentes opções de hospedagem com

as termas integradas. Não existe um balneário que concentra as opções de banhos

termais, essa possibilidade está colocada em praticamente todos os equipamentos.

A maioria dos hotéis têm sua própria piscina termal ou um conjunto delas, ou ainda

um parque aquático termal com inúmeros brinquedos.

Mas por outro lado, é necessário considerar que a região se antecipou a uma

tendência do termalismo mundial, enfatizou pioneiramente as atividades lúdicas, de

lazer e entretenimento. Caldas Novas e Rio Quente conseguiram romper com a

imagem e o posicionamento que as estâncias hidrominerais ainda carregam, de ser

um lugar de “doentes”, este foi é e ainda é um estigma que pesa sobre esses

destinos.

E cabe lembrar que o ciclo da atividade turística tem etapas bastante distintas, de

expansão, de consolidação, de amadurecimento e decadência. Esses estágios têm

duração e ritmo próprio, variando conforme o lugar e as iniciativas colocadas em

prática para lidar com cada fase. Todos os sintomas observados apontam auge da

maturidade do turismo na região e o futuro depende dos rumos que os

empreendimentos, de forma isolada ou coordenada, adotarem. Numa visão de

longo prazo, com olhar voltado para o passado, identificamos outros momentos em

que o destino se reinventou dentro do mesmo segmento – o termalismo de lazer –

estabelecendo novos pequenos ciclos dentro da fase de maturidade.

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