Relatório G2

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Out of the Box: Sapo Campus versus Moodle enquanto ambientes de aprendizagem da Universidade de Aveiro Léo Ferreira, Liliana Costa, Márcio Reis, Nelson Leite, Paulo Lopes {[email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]} Resumo Em plena era digital, as TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) desempenham um papel primordial em relação à disponibilização dos seus serviços e comunicação com os seus stakeholders. Face a esta realidade, a Universidade de Aveiro recorre a serviços tecnológicos que permitem novos processos de ensino-aprendizagem, práticas de e- learning bem como a inclusão digital. O presente documento visa a apresentação da oferta de ambientes de aprendizagem da Universidade de Aveiro, apresentação da plataforma Sapo Campus, sua comparação com o Moodle, estratégia e serviços. Palavras-chave- HIPLE, PLE, Moodle, Sapo Campus, learning, Web 2.0, e-learning, serviços SAPO, Universidade de Aveiro, Instituições 2.0, Universidade 2.0 1. Introdução A onda das Tecnologias da Informação e Sociedade do conhecimento (TOFLER, 1989) [1] , o advento da web e a estrutura reticular das relações humanas, fez com que termos como Instituições 2.0 e Universidade 2.0 conferissem identidade às instituições e promovessem a inteligência coletiva. Considerando o propósito deste documento que é caraterizar os serviços SAPO Campus da Universidade de Aveiro, importa entender à priori o significado de Instituição. Esta assume múltiplos conceitos, porém, para efeitos deste estudo, considere-se o autor Hodgson (HODGSON, 2006) [2] que apresenta o termo Instituições como sendo sistemas de regras que se estabelecem ou prevalecem na interação social. Estas permitem o pensamento ordenado, a expectativa e ação por impor consistência nas atividades humanas. A Universidade de Aveiro que embora considerada Fundação Pública 1 , apresenta a oferta de tecnologias que melhoram a comunicação entre a Universidade de Aveiro e a comunidade académica. O estudo da plataforma SAPO Campus em comparação com o serviço Moodle, ambos ambientes de aprendizagem da Universidade de Aveiro, levanta questões sobre o papel das instituições no sistema educacional e a divisão entre o espaço institucional e individual. No âmbito da unidade curricular de Serviços e Tecnologias nas Instituições, pensou-se que seria relevante, estudar: A entidade principal do serviço SAPO Campus: prestação de serviços da SAPO à UA ou da UA à comunidade académica; Conceito de espaço institucional e individual potencializado pelos PLE (Personal Learning Environments); A designação que melhor se adequa ao serviço Sapo Campus: PLE, ShaPLE, iPLE, HIPLE; Em que medida o serviço Sapo Campus se diferencia do moodle; Tipo de aprendizagem potencializada pelos PLE: informal ou formal; Entidade que modera os conteúdos/informação publicados; Como é que os serviços web 2.0 potencializam a comunicação e colaboração entre a Universidade e comunidade académica, qual o nível de impacto e satisfação; Deste modo, o documento encontra-se dividido nos seguintes tópicos: Oferta de ambientes de aprendizagem pessoal pela Universidade de Aveiro São apresentados os diferentes Learning Environments oferecidos pela UA, os diferentes acrónimos de PLE, caraterização dos serviços,

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Relatório Out Of The Box

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Out of the Box: Sapo Campus versus Moodle enquanto ambientes de aprendizagem da Universidade de Aveiro

Léo Ferreira, Liliana Costa, Márcio Reis, Nelson Leite, Paulo Lopes {[email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]}

Resumo Em plena era digital, as TIC (Tecnologias da

Informação e Comunicação) desempenham um papel primordial em relação à disponibilização dos seus serviços e comunicação com os seus stakeholders.

Face a esta realidade, a Universidade de Aveiro recorre a serviços tecnológicos que permitem novos processos de ensino-aprendizagem, práticas de e-learning bem como a inclusão digital.

O presente documento visa a apresentação da oferta de ambientes de aprendizagem da Universidade de Aveiro, apresentação da plataforma Sapo Campus, sua comparação com o Moodle, estratégia e serviços.

Palavras-chave- HIPLE, PLE, Moodle, Sapo

Campus, learning, Web 2.0, e-learning, serviços SAPO, Universidade de Aveiro, Instituições 2.0, Universidade 2.0

1. Introdução

A onda das Tecnologias da Informação e Sociedade do conhecimento (TOFLER, 1989) [1], o advento da web e a estrutura reticular das relações humanas, fez com que termos como Instituições 2.0 e Universidade 2.0 conferissem identidade às instituições e promovessem a inteligência coletiva.

Considerando o propósito deste documento que é

caraterizar os serviços SAPO Campus da Universidade de Aveiro, importa entender à priori o significado de Instituição. Esta assume múltiplos conceitos, porém, para efeitos deste estudo, considere-se o autor Hodgson (HODGSON, 2006) [2] que apresenta o termo Instituições como sendo sistemas de regras que se estabelecem ou prevalecem na interação social. Estas permitem o pensamento ordenado, a expectativa e ação por impor consistência nas atividades humanas.

A Universidade de Aveiro que embora considerada

Fundação Pública1, apresenta a oferta de tecnologias que melhoram a comunicação entre a Universidade de Aveiro e a comunidade académica.

O estudo da plataforma SAPO Campus em comparação com o serviço Moodle, ambos ambientes de aprendizagem da Universidade de Aveiro, levanta questões sobre o papel das instituições no sistema educacional e a divisão entre o espaço institucional e individual.

No âmbito da unidade curricular de Serviços e

Tecnologias nas Instituições, pensou-se que seria relevante, estudar:

• A entidade principal do serviço SAPO Campus: prestação de serviços da SAPO à UA ou da UA à comunidade académica;

• Conceito de espaço institucional e individual potencializado pelos PLE (Personal Learning Environments);

• A designação que melhor se adequa ao serviço

Sapo Campus: PLE, ShaPLE, iPLE, HIPLE;

• Em que medida o serviço Sapo Campus se diferencia do moodle;

• Tipo de aprendizagem potencializada pelos

PLE: informal ou formal;

• Entidade que modera os conteúdos/informação publicados;

• Como é que os serviços web 2.0 potencializam a

comunicação e colaboração entre a Universidade e comunidade académica, qual o nível de impacto e satisfação;

Deste modo, o documento encontra-se dividido nos

seguintes tópicos: • Oferta de ambientes de aprendizagem pessoal

pela Universidade de Aveiro

São apresentados os diferentes Learning Environments oferecidos pela UA, os diferentes acrónimos de PLE, caraterização dos serviços,

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integração das diferentes ferramentas de aprendizagem e a relação da Universidade de Aveiro e a web 2.0;

• Apresentação do Sapo Campus

É apresentado o conceito de Sapo Campus, objetivos e finalidade.

• Estratégia Sapo Campus

Apresentação da estratégia Sapo Campus e seu posicionamento no Mercado.

• Oferta e integração de serviços/ produtos Sapo

Campus Nesta seção, é apresentado os diferentes serviços da plataforma Sapo Campus, sua caraterização e integração

• Comparação Sapo Campus versus Moodle

Nesta seção, é apresentado o serviço Sapo Campus em comparação com o Moodle: qual destes serviços que melhor contribui para a comunicação / relação Universidade de Aveiro e seus stakeholders.

• Sapo Campus: intermediário da interação entre individuos e Universidade Entre os diferentes indivíduos e Universidade, é apresentado o serviço Sapo Campus como intermediário da comunicação e interação.

• Tecnologias de suporte ao serviço Sapo Campus É apresentada a arquitetura de sistemas, o seu funcionamento e aspetos da infra-estrutura tecnológica.

Por fim, é apresentada uma reflexão crítica sobre a finalidade e a utilização das tecnologias pela Universidade, o funcionamento do Sapo Campus enquanto ambiente de aprendizagem pessoal e a acepção destes serviços pela comunidade académica.

2. A oferta de ambientes de aprendizagem pela Universidade Aveiro

Com a conceptualização e desenvolvimento de ferramentas web 2.0 para contextos de Ensino Superior, a Universidade apresenta, atualmente, duas plataformas de gestão de aprendizagem: Moodle e Sapo Campus.

A Web 2.0 potencia a criação, consumo e partilha de conteúdo em contexto educacional bem como o desenvolvimento de uma comunicação, partilha e

colaboração entre os membros de uma comunidade mais eficaz.

Os ambientes de aprendizagem pessoal (PLE) resumem-se a uma combinação de serviços Web 2.0 (ex.: blog, partilha de documentos, etc), redes de aprendizagem social (Social Learning Network – SLN) e redes de aprendizagem pessoal (Personal Learning Network – PLN).

No que concerne os ambientes de aprendizagem virtual, há que distinguir os ambientes de aprendizagem virtuais (VLE) que apresentam um cariz institucional comparativamente aos ambientes de aprendizagem virtual (PLE).

Com a evolução das comunidades de aprendizagem, torna-se complicado perceber qual dos acrónimos de ambientes de aprendizagem mais se adequa às plataformas Sapo Campus e Moodle.

Atente-se à diferença entre os seguintes acrónimos:

• PLE   (Personal   Learning   Environments):  introdução   dos   serviços  Web   2.0   na   rede   de  aprendizagem  social  e  individual;    

• iPLE   (institutional   Personal   Learning  Environments):   ligação   instituição   –  individuo   em   ambientes   de   aprendizagem  institucional  e  pessoal;  

• HIPLE   (Hybrid   Institutional   Learning  

Environments):  Ambiente   de   aprendizagem  institucional   e   pessoal,   sendo   híbrido.   Rege-­‐se   à   comunicação   entre   plataformas   através  de  APIs;  

• ShaPLE   (Shared   Personal   Learning  

Environments):   Carateriza   a   partilha   e  colaboração   entre   utilizadores.   Estes  sistemas   recomendam   e   ditam   as   fontes   de  aprendizagem,  contextos  e  ferramentas.    

A Universidade de Aveiro apresenta como serviços

internos (intra-institucional) o moodle e externos, o Sapo Campus (relação Universidade e o exterior).

A questão individuo, sociedade e abertura do conhecimento são elementos a ter em conta num ambiente de aprendizagem que permite uma maior participação e colaboração em termos de conhecimentos.

Segundo o autor Downes (2006), as instituições educativas não deverão ter uma atitude de desconfiança em relação à utilização das tecnologias na edução. Há que permitir o networking social, o diálogo e colaboração em rede, própria da sociedade dos ecrãs.

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“It's   just  walls   all   around  me   (...)  Mostly,   schools,   colleges,  universities   have   been   reacting   to   these   new   technologies  by   blocking   them   (…)   In   the   longer   term   we   have   to   do  something  more  imaginative  than  blocking  this  technology.  (op.  cit.)”-­‐Downes[3]    Segundo o autor Anderson, o contexto educativo

formal e a imagem de que o professor é meramente transmissor de conhecimentos não é solução.

“Because the knowledge comes from the authority, from the center (...) the knowledge of groups is limited by the capacity of the leader to know things (...) the knowledge in a group replicates the knowledge in the individuals and it’s passed on simple in a transmission communication kind of way (...) But in a network, the knowledge is emergent. The knowledge is not in any given individual, but it’s a property of the network as a whole.”-Anderson[4] A plataforma Sapo Campus atua no foro da partilha

de conhecimentos na rede, pelo que será alvo de estudo ao longo deste documento.

2.1. Apresentação do Sapo Campus

Sapo Campus é uma plataforma de serviços baseada na Web 2.0 e concebida para o contexto de Ensino Superior. Trata-se de um dos projetos pioneiros no labs.sapo/UA, sendo desenvolvido pela Universidade de Aveiro em conjunto com a SAPO e PT.

Este projeto tem como conceitos-chave: a abertura,

partilha e comunicação.

Figura 1 Conceitos ligados à plataforma

Os conceitos PLE, presença, plataforma e agregação apresentam-se como sendo os mais fortes para caraterizar a plataforma.

O Sapo Campus para além de ser um serviço

disponibilizado pela instituição, insere-se na lógica da plataforma integrada que serve os indivíduos da comunidade. O nível de abertura com o exterior permite a criação de espaços por parte da comunidade e instituição que vai de encontro às necessidades dos alunos atuais e futuros.

O acesso à informação e participação nestes espaços livres para qualquer utilizador Web processa-se em três níveis:

1. Mecanismo de autenticação implementado entre a SAPO e a respetiva instituição;

2. Disponibilização de um conjunto de serviços/ ferramentas;

3. Lógica de APIs, baseada em serviços Web que

permite a agregação de conteúdos, interação com serviços base e criação de novos espaços/contas;

No que diz respeito aos seus objectivos, é de realçar: • Desafio à comunidade universitária em termos

de partilha com o exterior do que são capazes de construir/produzir em termos de conhecimento;

• Fornecimento de uma ferramenta que permite a cada membro construir o seu ambiente de aprendizagem pessoal (PLE institucionalmente suportado);

• Promover a combinação de aprendizagens

formais e informais (The new b-learning)

2.2. Estratégia Sapo Campus

Ao nível da posição do Sapo Campus no Mercado, este teve enfoque a especialização de plataforma PLE para a Universidade de Aveiro e instituições de Ensino Superior. Hoje, com mais de 1300 membros inscritos, a partilha de 28500 fotos, 500 vídeos, 7200 posts, 8700 comentários e 12000 edições da wiki, este pretende estender-se, também, ao nível do ensino Secundário.

Figura 2 Estratégia SAPO Campus Assim, o Sapo Campus tenciona atingir novos

públicos (como é o caso do sapo.ao, sapo.cv [Angola, cabo-verde]), especializar-se na área da educação e entender a sua rede ao ensino secundário (Sapo Escolas).

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2.3. Oferta e integração de serviços/produtos

A oferta de serviços / produtos SAPO Campus baseia-se em serviços 2.0. Assim fazem parte:

• Blogs Os blogs permitem a troca de informação professor e aluno. Estes podem ter cariz pessoal ou serem temáticos.

• Wikis O Sapo Campus permite a criação de wikis locais, pessoais ou em grupo. A sua principal funcionalidade é identificar um tipo específico de coleção de documentos, hipertexto ou software colaborativo. Esta permite a edição coletiva dos documentos com sistema de revisão.

• Redes sociais: SAPO Spot

É um serviço robusto, estável, versátil e gratuito que utiliza o paradigma 2.0. Este possibilita a centralização de serviços, uma vez que através deste é possível para além das características normais das redes sociais, gerir e atualizar outros serviços do Sapo.

• Social bookmarking

É um método cada vez mais comum de organização, armazenamento e pesquisa de conteúdos online. Os recursos são referenciados numa lista e a sua catalogação é feita por tags, preferências que auxiliam a filtragem de informação.

• Vídeos A partilha de conteúdos audiovisuais permite um importante complemento ao sistema de ensino, dado que faz chegar mensagens dinâmicas à rede institucional. Encontra-se disponível para toda comunidade académica.

• Fotos Este serviço proporciona as condições necessárias à comunidade académica para construírem o seu próprio repositório de fotos e imagens. Num contexto global constrói-se um banco de dados de acesso livre aos recursos disponibilizados por cada utilizador.

• E-portfolio

Este serviço proporciona a criação de um portfólio digital, no qua os documentos são

organizados em pastas e permitir a visibilidade do trabalho.

• Widgets

As widgets do Sapo Campus permitem a construção de um ambiente de aprendizagem pessoal

• Instant Messaging (IM)

Este serviço ainda está em desenvolvimento. Porém, trata-se do auxílio a cada utilizador com a finalidade de encontrar a informação mais relevante para o seu perfil.

• Sistema de recomendações

É de referir que estes serviços estão, também,

disponíveis para dispositivos móveis.

2.3. Comparação Sapo Campus versus Moodle

Apresentado o conceito de PLE e a estratégia do Sapo Campus, há que caraterizar a envolvente concorrencial e estabelecer a comparação entre os dois ambientes de aprendizagem pessoal da Universidade de Aveiro.

O moodle, tal como o Sapo Campus é um sistema

aberto de gestão de aprendizagem que é fornecido gratuitamente. No entanto, não se insere na lógica da integração de serviços Web 2.0 concebida pelo Sapo Campus.

Assim, estabelece-se uma análise comparativa entre

estas duas plataformas:

Sapo Campus Moodle Interoperabili-dade

Fácil, baseando-se em standards

Difícil, requerendo acordos

Comunicação/Relação

Social, colaborativa, rel. simétricas

Tradicional, relações de poder

Aprendizagem Fácil de usar para quem está familiarizado com os paradigmas da Web 2.0

É necessário formação

Acesso Livre, permite a modificação contínua dos materiais mesmo se não pertencentes ao utilizador

Controlado, mais complicado chegar aos materiais e modificá-los

Autenticação Utilizador universal da UA

Utilizador universal da

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UA Interação Conteúdo visível a

todos, permissão de comentários (apenas não é permitido a inserção de conteúdos pela comunidade externa)

Conteúdo visível apenas a estudantes da unidade curricular

Âmbito Pessoal Institucional Licença Creative Commons

Tabela 1 Comparação Sapo Campus versus Moodle

Pelo que se pode verificar a plataforma Sapo

Campus potencializa mais a interação professor-aluno, através da sua vertente social e os princípios de colaboração e abertura da rede do que propriamente o Moodle.

3. Sapo Campus: intermediário da interação indivíduos-Universidade

A plataforma SAPO Campus rege-se pelos princípios de relacionamento social dentro da instituição da Universidade de Aveiro. Esta constitui um espaço virtual de promoção de uma cultura mais aberta do ponto de vista pedagógico e científico.

Os serviços de comunicação e distribuição de conteúdos baseados na Internet (recurso ao correio eletrónico e publicação de páginas web) permitem a sua integração e adoção por parte da comunidade, em larga escala, numa instituição de ensino. Estes fomentam uma presença mais ativa e participativa para com a comunidade.

Figura 3 Serviços Web 2.0 para a Instituição Na figura 3 é visível o conceito base da Web 2.0

adoptado pelo Sapo Campus. Este é caraterizado por um nível de abertura para o exterior e livre criação de espaços por parte da comunidade. Considera-se que este modelo a instituição incrementa a possibilidade de ir ao encontro das necessidades dos seus stakeholders.

O Sapo Campus acaba por se assumir como a “interface” da relação entre instituição e seus stakeholders ao disponibilizar serviços como blogs, fotos, social bookmarking, wikis, etc e permitir a criação livre de novas áreas/espaços de qualquer serviço.

4. Tecnologia de suporte ao serviço Sapo Campus

A arquitetura geral do Sapo Campus baseia-se em serviços base que conferem identidade visual e instâncias locais dos serviços base que correspondem a instâncias de serviços Web 2.0 que o portal Sapo disponibiliza livremente.

Figura 4 Arquitetura geral do Sapo Campus

A figura 4 demonstra o funcionamento da

arquitetura base. É de referir que o projeto Sapo Campus funciona sobre a divisão em sub-projetos, a citar:

• P1- Identidade visual

Rege-se por uma nova imagem a aplicar aos serviços Sapo Campus. Estudo da identidade visual do Sapo que permite manter certa coerência gráfica.

• P2 - Construtor de presenças Disponibilização de um serviço de agregação de conteúdos e serviços base (criação de novos espaços / contas).

• P3 - e-Portfólio

Resume-se a ferramentas de agregação pessoal, baseada em widgets .

• P4 - Avaliação dos participantes online

Mecanismo que permite definir os parâmetros de avaliação da participação online da sua disciplina. (Em estudo)

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• P5 - Comunicação síncrona e serviços de alerta Utilização de uma aplicação de Instant Messaging de modo a interligar o computador pessoal e as atividades do Sapo Campus (Em estudo)

• P6 – Serviços de monitorização em tempo real Serviço de moderação de conteúdo produzido pela própria comunidade.

Figura 5 Ligação aos serviços através do Sapo Campus

A figura 5 apresenta as ligações principais e ações

fornecidas pela Sapo Campus, serviços e ferramentas. Os utilizadores autenticados na plataforma estão

habilitados a executar: • Criar contas no serviço, entrar no PLE; • (Re) criar informação e ligar-se ao PLE, e-

portfólio; • Ferramenta de Instant – messaging; Os utilizadores externos podem consultar três áreas

de informação possíveis: • Serviços 2.0; • Presenças; • e-Portfólio; Os serviços externos integrados no Sapo Campus via

UWA (Universal Widget API) no PLE (Personal Learning Environment) diretamente nas presenças e e-portfólio.

No que diz respeito ao processo de ligação aos

serviços através do Sapo Campus, atente-se na seguinte imagem:

Figura 6 Ligação aos serviços através do Sapo Campus

Na figura 6, é apresentado a divisão entre ensino

/instituição e interior / exterior. A ligação dos diferentes serviços da UA ao myUA através da universal widget API (UWA).

A combinação do myUA e Serviços Web 2.0.

permitem o acesso e gestão de informação. A publicação do conteúdo para o Moodle é feita através de serviços Web do Sapo Campus, as páginas de perfil permitem a comunicação externa da instituição assim como as páginas de portfólio. O Sapo Campus permite ainda adicionar amigos e integrar os conteúdos produzidos pela comunidade nas restantes páginas Web da instituição.

O acesso à plataforma de serviços Web é feita

através de comutadores que permite centralizar os serviços em data centers. Como vantagens há uma maior banda larga, economia de escala e a lógica de cloud computing.

A escabilidade é um fator a ter em conta quando por

exemplo há um número elevado de pessoas a aceder ao servidor (acesso ao conteúdo ou por exemplo, várias pessoas a editarem a wiki). Este problema é solucionado por um sistema balanceador que controla a capacidade de resposta (divisão do tráfego de um servidor para outro).

5. Conclusões

No término deste relatório, pode-se concluir que as tecnologias não existem per si. É necessário que estas mantenham-se e atualizem as instituições.

Considerando as dúvidas iniciais apresentadas na

introdução, verificou-se que: • Ao nível da entidade principal do Sapo Campus,

trata-se de um serviço da Universidade de Aveiro prestado a toda a comunidade académica. Por sua

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vez, a UA usufrui de um serviço fornecido pela PT, enquadrado num protocolo de colaboração do labs.sapo.ua;

• O moodle é um LMS (Learning Management

System) ou VLE (Virtual learning environment) enquanto que o Sapo Campus é considerado um PLE (Personal Learning Environment). O espaço Sapo Campus é pessoal. A instituição fornece tecnologia e contexto.

• Os utilizadores do Sapo Campus são os autores de acordo com a licença CC aprovada pela reitoria.

• A aprendizagem do moodle é, na sua maior parte, formal. No Sapo Campus, a aprendizagem apresenta a vertente formal e informal.

Por fim, este estudo levantou algumas questões sobre as tecnologias, conceitos, serviços existentes e o modo como estes poderiam contribuir para complementaridade ao sistema de ensino. A criação de um serviço social, materializado, institucional, aberto, abrangente e com uma vertente pessoal contribui para a reflexão sobre como abranger os serviços institucionais da Universidade de Aveiro sem descurar as preferências individuais de aprendizagem. É necessário repensar o futuro dos ambientes de aprendizagem pessoal e toda esta relação entre Universidade e comunidade académica bem como o que é de domínio pessoal e público na partilha de conteúdos/conhecimentos.

6. Notas de Rodapé 1 Decreto-­‐Lei  nº  97/99.  D.R.  I  Série.  81(99-­‐04-­‐27)    

7. Referências [1] TOFLER, A. (1989). The Third Wave. Bantam Books. [2] HODGSON, G. (2006) What Are Institutions?.Journal of Economic Issues.Vol XL. [3] DOWNES , S. (2005) . e-Learning 2.0. eLearn Magazine. Recuperado em 13 de Outubro de http://elearnmag.org/subpage.cfm?section=articles&article=29-1 [4]ANDERSON, T. (2006) – Personalized Learning Systems and you. PLE Conference. Universiade de Manitobla. Recuperado em 13 de Outubro de: http://www.umanitoba.ca/learning_technologies/plesymposium/PersonalizedlearningSystemsandyou.ppt

8. Considerações finais

É de referir que todas as imagens utilizadas neste documento pertencem ao projeto Sapo Campus.

Bibliografia ABRANTES, Bruno. (2009). Conceção e Desenvolv. de um ambiente de aprendizagem pessoal baseado em ferramentas Web 2.0. Tese de mestrado. Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal. COSTA, Rodolfo. (2009). Implementação de mecanismos de avaliação e participação online. Tese de mestrado. Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal. LÓPEZ, Ismael (2010). Personal Learning Environments: Blurring the edges of formal and informal learning. Working Paper. [mimeo] http://ictlogy.net/articles/20101105_ismael_pena-lopez_- _personal_learning_environments_blurring_edges_formal_informal_learning.pdf. [cited 11/10/2011] MALTA, João. (2011). Um Sapo que deu via verde às novas tecnologias. Jornal Negócios.1/28 a 29. MOEDAS, Alexandra. (2011). Desenvolvimento de aplicações movies para partilha de conteúdos. Tese de mestrado. Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal. SANTOS, C. (2009). SAPO Campus: plataforma integrada de serviços Web 2.0 para educação: challenges- braga.[PowerPoint slides]. Recuperado de http://www.slideshare.net/csantos/sapo-campus-at-challenges09-braga SANTOS, C. (2009). SAPO Campus na UA- propostas para discussão. [PowerPoint slides]. Recuperado de http://www.slideshare.net/csantos/sapo-campus-na-ua-propostas-para-discusso-presentation SANTOS, C., PEDRO, L. SAPO Campus: a social media platform for Higher Education. Research, Reflections and Innovations in Integrating ICT in Education. Recuperado em 11 de Outubro, 2011, de http://www.formatex.org/micte2009/book/1104-1108.pdf SILVA, Hugo F. (2009). Do pensável ao possível: a intervenção do design na concepção de um portal universitário: o caso Sapo Campus. Tese de mestrado. Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal. SILVA, H. (2009). Comceitos – projecto SAPO Campus. [PowerPoint slides]. Recuperado de http://www.slideshare.net/HugoSilva/sapo-campus-conceito SOUSA, Ana F. (2010). Gestão ágil de projetos multimédia: O caso do projeto Sapo Campus. Tese de mestrado. Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal. SOUSA, A., ALMEIDA, A. (2011, July 3). Agile Management of Multimedia Projects: a Case Study. International Journal of Information Processing and Management. Volume 2. 100-114. TOFLER, A. (1989). The Third Wave. Bantam Books.