Relatório Lancamento CRGSI

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O CRGSI faz parte do Núcleo Petrobras de Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral e tem o objetivo de gerar conhecimento útil, aplicável e inovador em questões que envolvem o relacionamento do poder público, privado e sociedade civil. Saiba mais!

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Lançamento do Centro de Referência em Governança Social Integrada

Lucas Amaral Lauriano

Brener Seixas João Henrique Bueno

2013

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Introdução

No dia 27 de março de 2013 foi lançado o Centro de Referência em Governança Social Integrada

(CRGSI), que conta com o apoio do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). O CRGSI é parte do

Núcleo Petrobras de Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral, e possui como objetivo a geração de

conhecimento útil, aplicável e inovador em questões que envolvem o relacionamento do poder

público, privado e sociedade civil organizada em iniciativas voltadas à sociedade em geral.

Inicialmente, o Presidente da FDC, Wagner Veloso, abriu o evento e ressaltou a importância

que o tema sustentabilidade vem tomando. Segundo ele, a sustentabilidade engloba todos os

setores de uma empresa, e se elas conseguirem implantar seus pressupostos, certamente vão

conseguir melhorias em todos os aspectos.

O evento teve como anfitrião o professor Claudio Boechat, da FDC, que incitou a discussão

sobre governança social integrada entre os participantes. Segundo o professor, o conhecimento pode

ser visto como um canal de comunicação entre os setores, sendo a função da escola a da

comunicação. O conhecimento é algo que deve ser construído, envolvendo diálogo e interação

constante entre as partes. Essa é a função do CRGSI, ao produzir conhecimento que possibilita o

diálogo entre os setores público, privado e sociedade civil organizada.

Segundo o professor Claudio Boechat, o CRGSI trabalhará com desafios que exigem retorno

por meio da gestão, tendo como missão pesquisar, avaliar e incentivar a construção de ferramentas

de governança social integrada. O processo se inicia com o próprio evento de lançamento do Centro,

estruturado de forma a incentivar a troca de experiências e percepções dos participantes sobre o

tema.

A ocasião contou com um total de 51 participantes, divididos por setores. O setor público

contou com a presença de 8 pessoas, que se distribuíram em 2 mesas. O setor privado teve o maior

número de participantes, contando com 23 presentes, se distribuindo em 5 mesas. Por fim, o setor

da Sociedade Civil contou com a presença de 20 participantes, se dividindo em 4 mesas.

Inicialmente, os participantes assistiram ao vídeo “De onde vêm as boas ideias”, e realizaram

breve discussão sobre a mensagem do mesmo. Feito isso, representantes dos três setores

apresentaram as iniciativas de suas organizações com relação à governança social integrada,

apontando as principais questões levadas em consideração em seus projetos e ações. Esse momento

foi conduzido pelo diretor do BNDES, Sr. Guilherme Lacerda. A professora Rosileia Milagres, da FDC,

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apontou ao final a correlação entre as atividades colocadas pelos convidados. Em seguida, os

participantes foram incitados a refletir sobre as principais questões e desafios que o tema

representa, levando em consideração as diferentes realidades dos setores e organizações presentes.

Esses momentos foram de suma importância: por um lado, foi possível observar a relevância

do tema com as discussões levantadas pelos participantes; por outro lado, a reflexão realizada gerou

um mapeamento dos principais pontos que devem ser levados em consideração quando se fala em

governança social integrada, e o material servirá de insumo e inspiração para as linhas de pesquisa

do CRGSI.

Nesse relatório, apresentaremos as principais questões colocadas no evento, de maneira a

gerar um panorama das principais ideias, falas e atividades realizadas no evento.

Vídeo – De onde vêm as boas ideias.

Após assistir ao vídeo “De onde vêm as boas ideias” 1, que mostra as grandes descobertas

mundiais e a característica de serem processos, ao invés de momentos específicos na história, os

participantes foram questionados sobre qual seria a mensagem do vídeo. Houve consenso entre os

participantes sobre a necessidade da interação entre as ideias, fazendo com que a busca pelo

caminho a ser percorrido se torne mais fácil. Com isso, ideias inovadoras surgirão a partir do

compartilhamento e da conexão entre as diversas ideias. Essa reflexão inicial foi interessante por

corroborar o papel do CRGSI em reunir representantes dos três setores, e serviu ainda como

introdução para o painel realizado em seguida.

1 O vídeo está disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=BtgnozUgc58

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Painel Feita a reflexão inicial, houve um painel de discussões com representantes da Secretaria

Geral da Presidência da República, CCR e Fundação Vale. A seguir, as apresentações feitas serão sumarizadas.

Palestra 1: Secretaria Geral da Presidência da República – Diogo Santana (Secretário-

Executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República)

A Secretaria Geral da Presidência da República tem como principal atribuição intermediar as

relações do Governo Federal com as entidades da sociedade civil. Por meio do princípio da

participação social como forma de afirmação da democracia, instituído na Constituição de 1988, sua

atuação é marcada pela viabilização da construção de espaços que incorporem as pautas e os

interesses dos diversos setores da sociedade na elaboração das políticas públicas. Isso é feito por

meio do assessoramento da presidência da República no relacionamento, articulação e interlocução

com os movimentos sociais, entidades patronais e de trabalhadores. Essa articulação é, portanto,

essencial para compreender o estado da governança social integrada no Brasil, e quais são os

principais desafios que o relacionamento entre a esfera governamental, empresas e sociedade

colocam.

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Na palestra intitulada “Participação social: método de governar”, Diogo Santana discorreu

sobre os seguintes temas:

1) O novo contexto democrático: o Brasil enfrenta seus principais desafios;

2) Participação Social na Governança Pública;

3) Parcerias com sociedade civil e empresas privadas;

4) Parcerias com sociedade civil e empresas públicas;

5) Parcerias com sociedade civil na construção de programas de governo.

De acordo com o palestrante, os principais desafios enfrentados pelo Brasil no novo contexto

democrático foram a inflação, a desigualdade, o desemprego, as taxas de juros, a necessidade de

aumentar investimentos em infraestrutura, e a inclusão da sociedade civil na participação das

decisões do Estado. Segundo os dados apresentados (Figura 1), houve uma melhora significativa

desses desafios no período entre 2003 e 2012. Um exemplo disso é a variação do Índice de Gini,

instrumento usado para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo, que aponta

a diminuição da diferença da desigualdade entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos do

país.

Figura 1 - O novo contexto democrático: o Brasil enfrenta seus principais desafios.

Fonte: Apresentação de slides da autoria de Diogo Santana.

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A governança pública diz respeito à gestão política que leva em conta a negociação, a

comunicação e a cooperação com os cidadãos, empresas e entidades sem fins lucrativos na condução

das ações governamentais. Nos últimos 10 anos, segundo o palestrante, alguns aspectos da melhoria

da participação social na governança pública podem ser ressaltados de acordo com o ciclo da

participação social na governança pública (Figura 2).

Figura 2 – Participação Social na Governança Pública. Fonte: Apresentação de slides da autoria de Diogo Santana.

1) Formação de agenda: Nos últimos 10 anos foram realizadas 86 conferências, que reuniram mais

de 7 milhões de pessoas, abordando mais de 40 temáticas.

2) Formulação: Por meio das Mesas de Diálogo, foram construídos os Compromissos Nacionais para

Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar e na Construção Civil.

A Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica é resultado de um plano de

mobilização social.

Os Compromissos do Brasil na Parceria para Governo Aberto foram construídos por meio de

consulta virtual.

3) Implementação: Por meio de parcerias com as Organizações da Sociedade Civil, foi implementada

a política para ampliação do acesso à água no semiárido nordestino, foi instituída a regra do

chamamento público obrigatório, e está sendo construído o Marco Regulatório das Organizações da

Sociedade Civil.

4) Monitoramento: A Secretaria Geral da Presidência da República (SG/PR) se relaciona com 36

Conselhos Nacionais e 4 Comissões com efetiva participação da sociedade.

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O Plano Plurianual 2012-2015 foi construído e está sendo monitorado por meio do Fórum

Interconselhos.

O Brasil Sem Miséria e o Plano Juventude Viva têm sido discutidos e monitorados por meio

de Diálogos entre Governo e Sociedade Civil.

5) Avaliação e prestação de contas - A auditoria participativa está sendo testada nos Comitês

Populares da Copa do Mundo FIFA 2014 sobre o impacto das grandes obras.

Nesse sentido, para que a participação social na governança pública pudesse se efetivar, a

convergência entre as agendas do governo, sociedade civil e o setor privado foram

fundamentais. Nesse processo de convergência, algumas características do governo, da

sociedade civil e do setor privado tiveram que se alterar (Figura 3). São elas:

Figura 3 – Participação Social na Governança Pública. Fonte: Apresentação de slides da autoria de Diogo Santana.

Como pode ser observado, o governo sofreu a transição do modelo autoritarista para o

modelo de democracia participativa; a sociedade civil, por sua vez, partiu da ocupação para a

produção e formulação de políticas; e finalmente, o setor privado mudou o seu foco exclusivo no

resultado econômico para o foco na produção de forma ética e sustentável.

A partir dessas mudanças e da convergência de agendas, algumas parcerias com a sociedade

civil e empresas privadas foram viabilizadas. Uma delas foi o Compromisso Nacional para o

Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho na Indústria da Construção. Objetivando aprimorar as

condições de trabalho nos canteiros de obras do país, este Compromisso beneficiou cerca de quatro

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milhões de trabalhadores do setor da construção. O Compromisso formulou reunindo diretrizes

sobre recrutamento e seleção; formação e qualificação profissional; saúde e segurança;

representação sindical no local de trabalho; condições de trabalho, e relações com a comunidade.

Isso permitiu a implementação de comitês de saúde e segurança e a adoção de representantes

sindicais nas obras, o que beneficiou cerca de quatro milhões de trabalhadores da construção civil e

da construção pesada.

Outra parceria apresentada foi o Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de

Trabalho na Cana-de-Açúcar. Visando garantir novos direitos e melhor qualidade de vida para os

trabalhadores da lavoura de cana-de-açúcar, este compromisso foi firmado por meio do diálogo e

negociação tripartite entre trabalhadores e empresários do setor sucroenergético em 2009. Dessa

forma, permitiu-se que das 252 unidades sucroalcooleiras, 170 fossem auditadas, e assim, cerca de

75% da produção sucroalcooleira ficou em conformidade com o Compromisso.

As parcerias com a sociedade civil e empresas públicas permitiu a implementação de dois

programas: o Terra Forte e a Cataforte. O Programa de Agroindustrialização em Assentamentos da

Reforma Agrária – Terra Forte – contou com R$ 600 milhões de investimentos advindos do Banco

Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fundação Banco do Brasil (FBB),

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Ministério do Desenvolvimento

Agrário (MDA), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e Companhia Nacional

de Abastecimento (CONAB). A expectativa do programa é atender, em 5 anos, 200 cooperativas e

associações, beneficiando até 70 mil famílias.

O projeto Cataforte visa promover ações de formação e assessoria técnica para o setor de

reciclagem dos resíduos sólidos. O Projeto já beneficiou mais de 12 mil catadores de materiais

recicláveis, atendendo a 386 empreendimentos econômicos solidários, e já foram investidos mais de

R$ 39 milhões em ações de fomento para a organização e o desenvolvimento das cooperativas. Até

2014, a projeção é investir mais R$ 140 milhões no setor de reciclagem e resíduos sólidos.

Finalmente, as parcerias com a sociedade civil na construção de programas de governo gerou

dois projetos. O primeiro deles, o Plano de Prevenção à Violência Contra a Juventude Negra, foi

construído por meio de um processo amplamente participativo e de articulação interministerial. O

Plano prioriza 132 municípios brasileiros que concentram 70% dos homicídios contra jovens negros, e

prevê ações para garantir direitos e oportunidades para os jovens, oferecer serviços e espaços de

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convivência nos bairros mais vulneráveis e melhorar a atuação das instituições do Estado no

relacionamento com os jovens. O segundo programa, “Diálogos Governo - Sociedade Civil: Brasil Sem

Miséria” foi concebido para aprofundar o diálogo com os movimentos sociais sobre os avanços e

desafios do plano de superação da extrema pobreza e para ampliar o engajamento da sociedade. Na

segunda edição dos Diálogos, participaram 250 representantes da sociedade civil organizada.

Diante do exposto, os próximos passos para a atuação da Secretaria Geral da Presidência da

República é a consolidação de uma agenda convergente em torno da sustentabilidade. Ressalta-se

que a participação social é o método mais eficaz para garantir a governança, juntamente com a

construção de soluções locais e nacionais por meio do diálogo com stakeholders. Para concluir sua

apresentação, Diogo Santana afirmou que alguns temas de fronteira da Secretaria são: 1) Produção

orgânica e agroecológica; 2) Tratamento de resíduos sólidos (logística reversa, lixo eletrônico, etc.);

3) Inclusão social e produtiva de comunidades extrativistas e comunidades da floresta; 4)

Microcrédito e economia solidária; e 5) Juventude.

Palestra 2: Infraestrutura e o desenvolvimento sustentável (Apresentação institucional) –

Francisco de Assis Nunes Bulhões (Diretor de comunicação, marketing e

sustentabilidade).

O Grupo CCR é uma das maiores empresas de concessão de infraestrutura do mundo,

atuando nos segmentos de concessão de rodovias, mobilidade urbana e serviços. É responsável por

2.437 quilômetros de rodovias da malha concedida nacional, nos Estados de São Paulo, Rio de

Janeiro e Paraná. O seu negócio e missão é viabilizar soluções de investimentos e serviços em

infraestrutura, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental das regiões onde

atua (Figura 1). Suas atividades envolvem rodovias, aeroportos, metrô, barcas, inspeção veicular,

meios eletrônicos de pagamento e transmissão de dados por fibra ótica. No ranking das maiores

empresas em valor de mercado do Ibovespa o Grupo CCR está na 13ª posição, com valor de R$ 34,3

bilhões.

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Figura 1 – Relacionamento com Investidores e o Mercado. Fonte: Apresentação de slides da autoria de Francisco Bulhões.

A estrutura acionária da CCR é composta pelos grupos Soares Penido, Camargo Corrêa e

Andrade Gutierrez. Há ainda 48,78% do total de ações que são negociadas no Novo Mercado da

BM&FBovespa (Figura 2).

Figura 2 – Estrutura acionária Grupo CCR. Fonte: Apresentação de slides da autoria de Francisco Bulhões.

Diariamente cerca de 1.400.000 de veículos pagam pedágio nas rodovias CCR. As estimativas

são de 1 bilhão de viagens por ano nas rodovias CCR e 2.700.000 viagens por dia. A melhoria da

infraestrutura para possibilitar o desenvolvimento sustentável podem ser vistas por meio de casos

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como, Ponte Rio-Niterói, CCR Nova Dutra – Guarulhos Marginal, CCR Nova Dutra – Baixada

Fluminense RJ, CCR AutoBan – Ponte sobre Rio Tietê. Abaixo algumas imagens que demonstram as

melhorias decorrentes da atuação do Grupo CCR:

Figura 3 – Antes e depois Ponte Rio-Niterói. Fonte: Apresentação de slides da autoria de Francisco Bulhões.

Figura 4 – Antes e depois Ponte Rio-Niterói. Fonte: Apresentação de slides da autoria de Francisco Bulhões.

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Figura 5 – Antes e depois CCR NovaDutra – Guarulhos Marginal. Fonte: Apresentação de slides da autoria de Francisco Bulhões.

Figura 6 – Antes e depois CCR NovaDutra – Baixada Fluminense RJ. Fonte: Apresentação de slides da autoria de Francisco Bulhões.

Um dos resultados advindos destas melhorias foi a redução dos acidentes com vítimas fatais

nos trechos operados pelo Grupo CCR (Figuras 7 e 8).

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Figura 7 – Pesquisa FDC sobre acidentes. Fonte: Apresentação de slides da autoria de Francisco Bulhões.

Figura 8 – Acidentes com mortes na CCR NovaDutra Fonte: Apresentação de slides da autoria de Francisco Bulhões.

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Realizada pelo Datafolha em 2012, a última pesquisa de imagem e satisfação sobre os

empreendimentos do Grupo CCR, demonstram a boa avaliação dos motoristas de automóvel e

caminhão (Figura 9).

Figura 9 – Avaliação geral do trabalho realizado pela concessionária. Fonte: Apresentação de slides da autoria de Francisco Bulhões.

Investimento Social Privado no Grupo CCR: compromisso com a sustentabilidade

A CCR é signatária do pacto global da ONU, com a adoção dos 10 princípios para o

crescimento sustentável. Possui o maior programa privado de educação de segurança no trânsito.

Para fomentar a melhoria da segurança viária, foram realizadas parcerias com o BID e a FDC. Além do

mais, o Grupo CCR conta com um Comitê de Sustentabilidade nos níveis estratégico, executivo e

operacional.

As frentes de trabalho que demonstram o compromisso com a sustentabilidade são 1) Frente

Resíduos, 2) Frente Emissões e Consumo de Recursos, 3) Frente Segurança Viária, 4) Frente ISE, 5)

Projeto Governança da Sustentabilidade e GRI, 6) Projeto Entrada para a Cidadania, 7) Frente

Comunicação, 8) Projeto Estrada Sustentável. A partir destas frentes de trabalho são desenvolvidos

centenas de trabalhos ambientais, culturais, educativos, esportivos, de saúde e social. Alguns

destaques são o Parque Natural Jardim Jurema, onde a CCR NovaDutra apoia a revitalização do

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parque, em São João de Meriti (RJ), na baixada fluminense. Essa ação inclui o plantio de 5 mil plantas

nativas. Outro projeto é a Estrada para a Cidadania, que objetiva disseminar informações sobre meio

ambiente e segurança de trânsito e cidadania entre os alunos do quarto e quinto ano das redes

públicas de ensino fundamental nas cidades de atuação das concessionárias do Grupo CCR.

Para efetivar todas suas ações, são estes os investimentos feitos pelo Grupo CCR (Figura 10):

Figura 10 – Investimentos em sustentabilidade. Fonte: Apresentação de slides da autoria de Francisco Bulhões.

Investimento Social Privado no Grupo CCR: Governança da Sustentabilidade

A estrutura de Governança da Sustentabilidade CCR foi criada para desenvolver a atuação do

Grupo no tema, e é composta por três instâncias:

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Figura 11 – Estrutura de Governança da Sustentabilidade no Grupo CCR. Fonte: Apresentação de slides da autoria de Francisco Bulhões.

O Comitê de Estratégia e Sustentabilidade surgiu da implantação de seis comitês técnicos e

consultivos - quais sejam, Comitê de Governança, Comitê de Auditoria, Comitê de Estratégia e

Sustentabilidade, Comitê de Finanças, Comitê de Novos Negócios e Comitê de Recursos Humanos.

Para garantir eficiência e agilidade às decisões do Conselho de Administração, estes comitês agregam

maior valor ao conselho de administração, na medida em que foram conferidos instrumentos que o

permitem exercer suas funções com maior eficiência e agilidade e, ato contínuo, melhorar a

qualidade dos processos decisórios. O documento Objetivos Gerais e Diretrizes (OGD) define as

estratégias para o ano vigente, e uma de suas metas é consolidar a Sustentabilidade como parte

integrante da proteção, criação de valor e perpetuação do negócio do Grupo CCR.

A CCR foi criada a partir da unificação de ações detidas por grandes grupos nacionais. A

companhia abriu seu capital em 2000 e realizou emissão primária de ações em 2002, quando foi a

primeira companhia a aderir ao Novo Mercado da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros

(BM&FBovespa). Hoje, a CCR integra os mais importantes índices do mercado acionário brasileiro: o

IBrX-50 (que lista as 50 ações com maior liquidez da bolsa), o índice de ações com Tag Along, o Índice

de Governança Corporativa (IGC), O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) e o Ibovespa. A CCR

também ingressou no Índice Carbono Eficiente (ICO²), criado em 2010 e que tem como objetivo listar

as empresas que adotam práticas transparentes em relação a suas emissões de gases efeito estufa

(GEE).

Palestra 3: Fundação Vale – Andréia de Azevedo Rabetim (Gerente Geral de Parcerias

Intersetoriais).

A Fundação Vale contribui para o desenvolvimento integrado – econômico, ambiental e

social – dos territórios onde a Vale opera, fortalecendo o capital humano nas comunidades e

respeitando as identidades culturais locais. Sua atuação baseia-se em uma estratégia de

investimento social estruturante, alinhada às políticas públicas e voltada a uma perspectiva de médio

e longo prazo. Seu foco é o fortalecimento da gestão pública, a melhoria da infraestrutura urbana e o

apoio ao desenvolvimento humano e econômico. Os valores que norteiam o trabalho da Fundação

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Vale são a ética, a transparência, o comprometimento, a co-responsabilidade, e a accountability

(capacidade de prestar contas e de assumir a responsabilidade sobre seus atos e o uso de recursos) e

respeito à diversidade.

Segundo Milton Santos (2003), o território é o chão e mais a população, isto é, uma

identidade, o fato e o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. Nesse sentido, a Fundação

Vale busca articular a atuação dos fornecedores Vale, organizações do terceiro setor, poder público,

academia, organizações internacionais, sistema s, para entender como sua atuação econômica pode

gerar desenvolvimento nas localidades onde a Vale atua.

Figura 1 – Ciclo sobre como o crescimento econômico pode gerar desenvolvimento. Fonte: Apresentação de slides da autoria de Andréia de Azevedo Rabetim.

A partir do desafio de potencializar o investimento social voluntário nos territórios da Vale,

elaboramos o Modelo de Atuação da Fundação Vale que representa, de forma clara, sua abordagem

junto aos stakeholders.

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Figura 2 – Modelo de atuação Fundação Vale. Fonte: Apresentação de slides da autoria de Andréia de Azevedo Rabetim. .

A estratégia de atuação da Fundação Vale é baseada na Parceria Social Público-Privada

(PSPP). Seu objetivo principal é a promoção do desenvolvimento dos territórios a partir da união de

esforços, recursos e conhecimento de governos, setor privado e sociedade civil em torno de uma

visão comum. Com essa união, são gerados nos territórios resultados sociais estruturantes e

sustentáveis no curto, médio e longo prazos. Os acordos de parceria são celebrados em forma de

Protocolos de Intenção com cada município, permitindo um planejamento integrado com as

prefeituras, o estabelecimento de objetivos comuns e a potencialização dos investimentos sociais.

As diretrizes das PSPP é formar capacidades, fomentar articulação intersetorial e

construir agenda de compromissos mútuos. Todas essas ações buscam contribuir para a promoção

da qualidade de vida e do desenvolvimento humano; o fortalecimento da intersetoralidade e das

políticas públicas; a ampliação da participação democrática na perspectiva da inclusão cidadã; a

efetividade dos investimentos sociais do setor privado; a construção coletiva e a figura do cidadão

enquanto beneficiário e co-partícipe do processo de desenvolvimento territorial simultaneamente.

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Figura 3 – Parceria Social Público Privada. Fonte: Apresentação de slides da autoria de Andréia de Azevedo Rabetim.

Os grupos de trabalho instituídos pela PSPP são:

• Fundo Multilateral de Investimentos - FOMIN do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID

• Instituto Brasileiro de Administração Municipal - IBAM • Instituto Brasileiro de Administração para o Desenvolvimento – IBRAD • Instituto Eupólis Lombardia • Unesco • Especialista em monitoramento de projetos sociais • Professor Associado da Fundação Dom Cabral • Jurídico da Vale • Instituto Tecnológico Vale – ITV

Um dos projetos de destaque da Fundação Vale é o Projeto Engenheiros na Escola, realizado

no Maranhão. Cerca de 170 voluntários engenheiros e técnicos de edificações, se reuniram para

atender três municípios do Maranhão, verificando a estrutura das escolas e as mudanças que se

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faziam necessárias para cada construção. Uma vez feito o levantamento da estrutura escolar, a

estrutura das edificações é corrigida e melhorada.

Outro projeto de destaque é o Vale Música, que fomenta o ensino da música, valorizando as

características culturais locais e a arte musical dos participantes, abrindo caminho para a

formação de grupos musicais, corais, bandas e orquestras. A intenção deste projeto é descobrir e

desenvolver talentos musicais e oferecer orientação profissional específica e também outras

atividades ligadas ao mundo do entretenimento visando alternativas futuras de geração de renda

e profissionalização. O Vale música é realizado em parceria com o Instituto Homem Pantaneiro,

no Mato Grosso do Sul, e a Fundação Amazônica de Música, no Pará.

As palestras foram importantes para a compreensão de como a governança social integrada

pode ser aplicada pelos setores público, privado e sociedade civil organizada. O evento de

lançamento do CRGSI também realizou três dinâmicas intercaladas entre as apresentações, com

o objetivo de discutir os principais desafios e questões que o tema representa. A seguir, as

dinâmicas e seus resultados serão apresentados.

Dinâmicas

Com o objetivo de discutir e coletar as experiências dos participantes do evento foram realizadas

algumas dinâmicas, cujos principais resultados serão apontados a seguir.

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Rodadas 1 e 2: Fatores de sucesso e insucesso nas experiências dos

participantes

Realizada essa reflexão, os participantes foram orientados a apresentar os fatores de sucesso e

insucesso em relação à integração entre os três setores, de acordo com as experiências pessoais dos

presentes. Desse brainstorming, as mesas deveriam apontar os principais desafios colocados por

seus participantes. Na tabela abaixo os resultados são apresentados.

Mesa Setor Fatores de Sucesso Fatores de Insucesso Principais Desafios

04 Público

Convergência de esforços entre órgãos / organizações dos três setores; Facilidade das ONG's e OSCPI's em se

relacionar com as comunidades - Projeto

Aliança pela Vida; Otimização de recursos

através da parceria entre os setores

público e privado - Programa ensino

profissional; A sociedade civil tem

capacidade para mobilizar os três

setores em prol de uma boa causa;

Credibilidade das instituições envolvidas

no projeto.

Descontinuidade em função da mudança

de gestão; Implantação de

projeto sem unir as prioridades da comunidade;

Divergência de objetivos entre os órgão envolvidos.

Enfrentar as diferenças político-partidárias em prol da

sustentabilidade; compartilhamento do

conhecimento; tratar o tema desenvolvimento sustentável de

forma sustentável dentro das organizações;

capacitação/alinhamento de servidores públicos federais,

estaduais e municipais no tema desenvolvimento sustentável;

respeitar a diversidade; engajamento das pessoas.

06 Público Liderança positiva;

Planejamento; Incluir envolvidos;

Limitação de recursos;

Descontinuidade de projetos; Falhas de

gestão.

01 Privado

Parcerias com cooperativas;

Formação de rede; Parcerias com os três setores; Alinhamento

Investimento muito elevado; Ciclos

eleitorais / interferências políticas; Baixo

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com políticas públicas. capital social - fator cultural; Falta de

tecnologias sociais; Falta de conceitos

claros.

05 Privado

Fumec - 48 anos: Fundou um edifício de

construção coletiva, que conseguiu se

qualificar de faculdade para universidade;

Cedro: Empresa de 140 anos - familiar -

harmonia e integração dos associados; Sebrae:

Referência como especialista em média e

pequena empresa.

Fumec: O professor ocupa todos os cargos. Conflito temporário na

ocupação do cargo; atravessa momento

de renovação da gestão; Cedro:

Mudanças de focos que não deram certo (malharia, confecção,

banco); Sebrae: Alternância no

conselho deliberativo que

pode gerar descontinuidades.

Desafios da sustentabilidade econômica, social, ambiental e

cultural; manutenção da competitividade do mercado considerado requisitos legais;

desenvolver competências para enfrentar questões de gestão com práticas de governança

dentro da visão de sustentabilidade integrada;

pesquisar e criar inteligência corporativa para enfrentamento

de problemas através da construção coletiva de soluções

integradas com sustentabilidade.

07 Privado

Transparência; Parcerias intersetoriais; Atuar como agente de

integração dos diferentes mundos; pré-disposição para

quebrar paradigmas; Aberto para novos

paradigmas; profissionais de setores específicos atuando em

diferentes setores; paciência;

engajamento.

Expectativas distintas; tempos distintos; falta de

cultura de construção coletiva; sistemas de

controle que não levam a

transparência; Energia dispendida

em processos distintos; + difícil

romper com o velho do que orientar o novo; Ausência de uma governança

instituída/ reconhecida.

Construir modelo de governança comunitária; pactuação entre atores;

sistematizar experiências e lições aprendidas e não só boas práticas; transparência; falta de

clareza e objetividade nas negociações de parcerias; alinhamento dos tempos;

estratégias de curto e longo prazo; diferentes linguagens, expectativas e perspectivas.

09 Privado

Comunicação efetiva e assertiva; Estratégia de engajamento entre os setores; Governança /

gestão; Entender a lógica de

funcionamento dos setores; Construção

coletiva (apropriação);

Alternância de poder público; Tecido social frágil (comunidade);

Uso político de projeto / ação; Dificuldade de

envolvimento da empresa;

Descontinuidade por

Mensuração de resultados, inclusive os intangíveis;

reciprocidade (evidenciar os benefícios mútuos / ganha-ganha); gerenciar / priorizar interesses conflitantes dos

stakeholders; desenhar estratégia para envolver os três

setores; coerência entre o

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Bom projeto (diagnósticos,

prioridades, resultados, monitoramento/avaliaç

ão); Construção e definição de papeis; Alinhamento com políticas públicas.

questões financeiras; Interesses pessoais.

investimento social privado externo e ações / políticas para

o público interno;

12 Privado

Escuta qualificada; Parceiros e acordos;

Construção de identidade positiva;

Construção positiva de imagem; Capacitação e

formação em base contínua.

Falta de inovação; Falta de liderança

eficaz; Falta de continuidade nos

projetos; Interesses pessoais sobrepondo interesses coletivos;

Falta de comunicação; Falta de planejamento e

monitoramento (gestão).

Superar a resistência dos outros setores com relação ao setor privado; mudar a cultura do

setor privado de comprometimento real com

outros setores.

02 Sociedade

Civil

Capacitação técnica; Concentração de

interesses; Humildade /abertura; Processo

decisório compartilhado; Saber

ouvir e clareza na comunicação; Visão

sistêmica.

Competição de razão; Exclusão do aspecto

econômico na gestão; "Contaminação

politiqueira"; Visão individualista; Foco no resultado como

condição de sucesso; RSE está na periferia;

Fator cultural.

Construção da cultura da sustentabilidade; participação

na construção de políticas públicas; educação continuada; pensamento de longo prazo e

foco na finalidade; visão sistêmica; (Re)conhecimento

dos valores e inegociáveis.

10 Sociedade

Civil

Fortalecimento da Imagem; Decisão para Mudança; Leitura de cenário; Qualificação do quadro funcional e

da gestão; Visão de Futuro; Entrada de novos saberes no

negócio.

Ações burocráticas; Articulação entre

primeiro e segundo setor; falta de planejamento;

ostentar a pobreza; dificuldade de

retenção de talentos; Administração

amadora.

Tornar-se sustentável; efetuar as parcerias público privado

efetuando as agendas; captação de renda para custos fixos e RH;

qualidade VS quantidade; alinhar as agendas dos três setores; diferença entre os

tempos dos três setores (agenda); retenção de talentos;

mudança do paradigma de projetos para projetos auto-sustentáveis; trabalhar em conjunto; necessidade de

controle Vs processo social autônomo.

13 Sociedade

Civil

Não conformidade gerando ideias; a sociedade civil,

A sociedade civil sabe o que fazer, porém

faltam recursos;

Consolidar setor 2,5: negócios sociais; marco regulatório; acesso a capital; políticas

Page 24: Relatório Lancamento CRGSI

| 24 |

empresarial e governamental -->

vontade de mudanças; Construção de uma

nova realidade internacional para

redução da desigualdade;

Inovação; Parcerias; capacitação profissional.

Cultura assistencialista;

marco regulatório.

públicas.

14 Sociedade

Civil

Criar sinergia; mobilização de ONG e

apoio comunitário; Apostar no diálogo entre os setores; determinação do

terceiro setor; Compromisso com a

responsabilidade social; capacidade de gerar

vontade política; conhecimento

científico e legal para embasar a decisão.

Interesse eleitoreiro; Dificuldade de alinhar

valores; segundo setor: busca de novas práticas geradoras de

desenvolvimento, mesmo que gerem

mais custos; incapacidade técnica;

vaidade das lideranças.

Melhorar a gestão do terceiro setor sem perder os valores;

ampliar e qualificar mecanismos de participação da sociedade civil; fomentar a participação

das competências da sociedade civil.

Com essa atividade foi possível observar os principais pontos positivos e negativos no

relacionamento entre os três setores. Além disso, os principais desafios colocados pelos participantes

demonstram a necessidade de geração de conhecimento que ajude os três setores a interagirem de

forma benéfica e positiva. A melhoria na gestão, além da sistematização e disseminação de

conhecimento útil e aplicável são desafios apontados por todos os setores.

Essas discussões foram realizadas, contudo, entre participantes do mesmo setor. Apesar de

os pontos levantados serem importantes para as próximas atividades do CRGSI, era preciso verificar

também a percepção dos participantes com relação aos outros setores. Com tal objetivo, foi

realizada uma terceira dinâmica.

Rodada 3: Desafios e estratégias priorizadas pelos participantes.

Feita a priorização dos desafios de cada mesa, foi pedido para que os participantes se

misturassem em novas configurações de grupos, sem se preocupar com seus respectivos setores de

atuação. Os participantes, nessa dinâmica, tiveram que chegar a um consenso sobre quais seriam os

Page 25: Relatório Lancamento CRGSI

| 25 |

desafios priorizados para cada setor e quais seriam as estratégias e iniciativas propostas para cada

desafio. Posteriormente, as proposições foram votadas, revelando quais eram os desafios mais

importantes para cada um dos três setores, de acordo com os presentes.

Os desafios prioritários do setor público nos mostraram a preocupação em proporcionar um

foco maior para a sustentabilidade, tratando-a de forma transversal e em respeitar as diferenças

entre os setores.

No setor privado, os desafios priorizados nos mostraram que ainda falta nas empresas

soluções que encontrem a convergência entre gestão responsável para a sustentabilidade e

requisitos legais e demandas das partes interessadas. Além disso, é preciso também mostrar a

importância do investimento social privado para os negócios da empresa.

A sociedade civil organizada nos mostrou que ainda é necessário alinhar os interesses do

setor e que é preciso capacitá-lo para obter um melhor acesso aos conhecimentos. Na tabela abaixo

é possível observar todos os desafios priorizados, as possíveis estratégias e iniciativas utilizadas para

as questões colocadas e a quantidade de votos recebida por cada uma.

Setor Desafios Priorizados Estratégias/Iniciativas Votos

Público

Respeitar as diversidades políticas, sociais, culturais e econômicas.

Mapeamento e diagnostico participativos

para levantamento de demandas, talentos e

vocações locais.

04

Educação, formação e informação para o desenvolvimento

sustentável; elencar o tema desenvolvimento

sustentável de forma transversal nas

organizações; ampliar e fortalecer espaços de

diálogo e concentração entre os setores.

14

Formar capacidades com visão intersetorial; ampliar

e fomentar diálogo; construir agenda coletiva; capacidade de comunicar

politicas públicas para todos os atores;

mecanismo de controle

23

Page 26: Relatório Lancamento CRGSI

| 26 |

político a longo prazo; educação para a

competência cidadã

Tratar o tema desenvolvimento sustentável de forma transversal dentro das organizações dos três

setores.

Criar políticas públicas de fomento que incentivam o

dialogo intersetorial. 11

Nivelamento dos conceitos; estabelecer uma agenda comum e um plano

de ação.

20

Pactuar metas comuns que constituam uma agenda

nacional de desenvolvimento

sustentável com todos os setores envolvidos.

10

Dar continuidade e ampliar a educação para o desenvolvimento

sustentável desde a educação básica.

08

Privado

Convencer/conscientizar os executivos sobre a importância do investimento social privado para o

negocio.

Aprimorar / divulgar metodologias de

mensuração de resultados obtidos com o

investimento social privado

21

Desenvolvimento de lideranças para o

reconhecimento da importância do

investimento social.

09

Alinhar às diferenças culturais, de linguagem e interesses entre os

diferentes setores.

Difundir a cultura sustentável e sustentada

das empresas

Criar instrumentos de gestão que as ações sociais sejam investimentos e não custos, valores tangíveis e intangíveis para o negócio

da empresa.

15

Falta de construção coletiva

Formar capacidades com visão intersetorial; Ampliar

e fomentar diálogo; construir agenda coletiva;

ampliar cultura de construção coletiva; quantificar riscos e

oportunidades de uma

11

Page 27: Relatório Lancamento CRGSI

| 27 |

construção coletiva.

Como ser competitivo trabalhando com a gestão responsável para a

sustentabilidade, considerando os requisitos legais e demandas dos

stakeholders.

Desenvolver, coletivamente,

competências de gestão sustentável.

27

Sociedade Civil

Profissionalização da gestão do terceiro setor.

Estabelecer estratégias de formação continuada em parceria com os setores

público e privado.

13

Acesso ao conhecimento

Capacitação do 3º setor em gestão com o apoio das

instituições de ensino. 19

Viabilizar convênios, PPPs para capacitação e

organizações, seus gestores e participantes.

12

Concertação de interesses. Promover geração de valor compartilhado em favor da

vida. 19

Mudança na cultura do terceiro setor de um "padrão"

assistencialista para sua profissionalização.

Profissionalização da gestão do terceiro setor em

perder o valor social. 12

Educação para cidadania na estrutura educativa brasileira

Criar espaços/ centros de proteção e monitoramento

dos mecanismos de controle político de longo prazo; formar capacidades

com visão intersetorial; ampliar e fomentar

diálogo; construir agenda coletiva.

04

Novamente, o papel da gestão é central para a solução dos desafios encontrados em cada

setor. As estratégias apontadas pelos participantes mostram a importância da divulgação das

ferramentas e metodologias já existentes para o desenvolvimento dos profissionais dos três setores.

Esses resultados servem de insumo para as atividades do CRGSI daqui em diante.

Realizadas as dinâmicas, as atividades coordenadas pelo professor Claudio Boechat foram

finalizadas com as palavras do professor Mozart, diretor estatutário da FDC, que ressaltou a

importância do compartilhamento de histórias entre os participantes e das várias recomendações

que surgiram das apresentações dos palestrantes. Mozart também destacou o fato de todas as

apresentações direcionaram a temas e problemas que ainda precisam ser solucionados, Por fim,

Page 28: Relatório Lancamento CRGSI

| 28 |

ressaltou a necessidade de tratar a geração de conhecimento como um processo contínuo, ou seja,

que não tem fim, permitindo desenvolver-se constantemente. A seguir, algumas considerações finais

e perspectivas para o CRGSI serão apresentadas.

Considerações finais e perspectivas para o CRGSI

A governança social integrada é fundamental para a construção de uma sociedade

sustentável. A integração entre o setor público, privado e sociedade civil organizada é viável e pode

gerar frutos para toda a sociedade. Com a missão de promover essa integração, ao gerar

conhecimento relevante e aplicável para a governança social integrada, é criado o Centro de

Referência em Governança Social Integrada, que conta com o apoio do Banco Nacional do

Desenvolvimento.

No evento de lançamento, houveram apresentações de iniciativas que já vêm sendo

realizadas pelos três setores e também a realização de dinâmicas com os participantes, com o

objetivo de fazê-los refletir e apontar os principais desafios e questões que a governança social

integrada lhes coloca. Pontuadas pelas falas dos professores Rosileia Milagres e Mozart, da FDC, as

atividades realizadas no evento demonstraram a importância do tema, e a necessidade de ir além.

Com os principais desafios apontados por todos os setores, é clara a importância da

sistematização de conhecimento acerca de iniciativas voltadas à gestão social. Diversas são as

atividades hoje realizadas pelos atores em todos os âmbitos, mas sem a organização e disseminação

desse conhecimento, muitos gestores, sejam eles públicos, privados ou de organizações da sociedade

civil não têm acesso a esse conhecimento. Esse é um desafio no qual o CRGSI tem muito a contribuir,

por contar com uma equipe já habituada a produzir materiais em diversos formatos, e realizar

pesquisas estruturadas com o objetivo de auxiliar as organizações a lidarem com os aspectos da

sustentabilidade. Outra questão enfatizada pelos participantes é a necessidade de capacitação em

gestão, desafio que também o CRGSI tem muito a contribuir, ao considerar a tradição e excelência da

FDC no desenvolvimento de executivos.

As palestras e dinâmicas foram importantes para o mapeamento das iniciativas e desafios

enfrentados pelos três setores na governança social. O material coletado com as atividades servirá

de insumo para as linhas de pesquisa do CRGSI.

Page 29: Relatório Lancamento CRGSI

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Ficha técnica:

TÍTULO: “Relatório do Lançamento do Centro de Referência em Governança Social

Integrada”

AUTORES: Lucas Amaral Lauriano, Brener Seixas, João Henrique Bueno

REVISORES: Benedito Nunes, Cláudio Boechat

FDC – Núcleo Petrobras de Sustentabilidade – CRGSI

Belo Horizonte – Maio 2013

29 Páginas