Relatório limnologia

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Universidade Federal de Goiás Relatório de Limnologia Aluna: Nauany da silva Sales

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estudo das águas

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Universidade Federal de Goiás

Relatório de Limnologia

Aluna: Nauany da silva Sales

Goiânia, 12 de Novembro de 2014

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Introdução

A limnologia tem sido definida como o estudo da ecologia de todas as águas “interiores”, ou seja, águas não diretamente influenciadas pelo mar (Sipaúba-Tavares 1994). Em limnologia têm-se diversos grupos de organismos dentre eles tem o perifíton, fitoplancton, macroinvertebrados, macrofitas entre outros.

O perifíton é uma importante base alimentar para as cadeias tróficas. Rico em proteínas, vitaminas e minerais constitui em importante alimento para muitos organismos aquáticos, especialmente alguns peixes de importância econômica, como o Phaloceros reticulatos magdalenae (bocachio), que raspa as superfícies das plantas onde o perifíton cresce (MOSCHINI - CARLOS, 1999). Outras espécies como o Pseudoancistrus sp e o Ancistrus sp, raspam os substratos rochosos. Também são observados alimentando-se do perifíton aderido a substratos artificiais como por exemplo peixes (Pérez, 1992).

O componente mais estudado do perifíton é a alga, considerado importante produtor primário dos ecossistemas aquáticos (MOSCHINI - CARLOS, 1999). Em ecossistemas aquáticos continentais, as vias básicas de entrada de energia são: a comunidade fitoplanctônica, que por muitos anos foi considerada a principal responsável pela produção de matéria orgânica, especialmente em regiões temperadas (Westlake, 1963; Davies, 1970); e a comunidade de macrófitas aquáticas, responsável pela produção de matéria orgânica principalmente em regiões tropicais, onde a maioria dos ecossistemas aquáticos apresenta pequena profundidade e extensas regiões litorâneas, possibilitando o estabelecimento de grandes áreas colonizadas por esta comunidade (Esteves, 1998).

O fitoplâncton é essencial para avaliação da qualidade ambiental, devido a sua capacidade de ocorrer em quase todo tipo de ambiente de água doce (Margalef 1983, Gentil 2007).

Macrófitas aquáticas representam uma das comunidades mais produtivas dentre todos os ecossistemas, e através do seu metabolismo são capazes de produzir grandes interferências no ambiente (Esteves 1988). Sua atividade alelopática parece ser uma resposta evolutiva eficiente contra fitoplâncton e epífitas (Gross 2003, Erhard & Gross 2006), uma vez que o sombreamento (freqüentemente causado por esses) é o principal fator limitante para as macrófitas (Phillips et al. 1978).

Diferentes organismos são utilizados em avaliações de impactos ambientais em ecossistemas aquáticos, dentre eles macroinvertebrados, especialmente insetos, por serem estes organismos viáveis para estudos laboratoriais, possuírem características ecológicas conhecidas, apresentarem ciclos de vida relativamente curtos, podendo responder mais rapidamente às modificações do ambiente através de mudanças na estrutura das populações e apresentarem elevada diversidade, o que significa uma maior variabilidade de respostas frente a diferentes tipos de impacto ambiental. (Reece & Richardson, 1999; Callisto et al., 2001, Goulart & Callisto, 2003).

Objetivo

Ampliar o conhecimento sobre a ocorrência de macrófitas aquáticas e da comunidade perifítica em sistemas lacustres através da elaboração de um inventário das espécies de macrófitas e algas perifíticas encontradas na represa da faculdade de agronomia da Universidade Federal de Goiás (Goiânia – GO).

Aéreas de estudo

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Para buscarmos um entendimento sobre águas continentais e a organização dos organismos microscópicos fomos para os seguintes locais:

Represa da UFG Lagoa ETE da UFG Tanque de piscicultura Laboratório

O Reservatório Samambaia, localizado a 16º35´S, 49º16’W no Campus II da UFG, na Escola de Agronomia na cidade de Goiânia (GO), possui área aproximada de 80.000 m² e profundidade máxima 3,80 m. Este reservatório é utilizado para abastecimento de parte do conjunto Itatiaia e de todo o Campus Samambaia da UFG (Campus II) (Sousa 2009).

Figura 1: Lagoa de maturação na ETE da UFG.

Materiais e Métodos

Foram feito coletas na represa da UFG, aonde dividimos a turma em 4 grupos, em que cada um deveria coletar um tipo de grupo de algas:

1. Grupo: Perifíton;2. Grupo: Macrófita;3. Grupo: Zooplâncton;4. Grupo: Fitoplâncton.

Essa represa é de um ambiente lótico, com presença de taboa, bananeiras e macrófitas aos arredores do local.

Os materiais utilizados para a coleta foram:

1. Canoa;2. Disco de secchi;3. Potes de vidro;4. Rede de plâncton;5. Gilete;6. Papel alumínio;7. Escova;

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8. Tesoura.

De acordo com o tipo de grupo de algas que os alunos ficaram responsáveis, foram feitos essas coletas, alguns foram para as margens outros para o centro da represa com a ajuda da canoa e utilizando todos os materiais necessários. Após todos os grupos coletarem, alguns foram para o laboratório organizar o material, retirando tudo o que não era necessário. Então foram guardados em vidros, para analise nas aulas práticas.

Após cada coleta foram obtidos os dados abióticos e bióticos, através da medida de algumas variáveis como: pH, oxigênio dissolvido (mg/L), temperatura (Cº), disco de secchi (cm), condutividade (μS/cm) e turbidez (ntu) (Turbidímetro AP2000).

Lugares que foram coletados e preparação do material:

Fitoplancton- Coletado na represa e foi fixado; Zooplancton- Coletado na represa, peneirado e fixado; Perifiton- Coletado na lagoa ETE, caule de cyperaceae raspado com gilete

enrolado no alumínio e fixado; Macrofita- Coletada no canto da represa e cortadas com tesoura e fixado.

Aguapé, chara, cyperaceae, azolla.

Para a aula em laboratório utilizamos: 1. Pipetas;2. Lâminas;3. Lâmínulas; 4. Microscópio;5. Placa de petri; 6. Pinça.

Nas aulas praticas os materiais foram expostos na bancada, e com o auxilio da pipeta sobre lamina e lamínula, após isso observamos no microscópio e tiramos fotos para identificação.

Resultados e Discussão

Figura 2: Materiais que foram coletados na represa e analisados no laboratório.

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Com as coletas que realizamos podemos comparar quais são as classes que tiveram maior frequência e as classes que apareceram menos, também podemos observar a diversidade de espécies de cada local, na tabela 1 temos listado os organismos coletados na represa da UFG Campus II, nos tanques e na lagoa ETE;

PERIFITON AZOLLA PEDRA CYPERACEAEDiatomaceas 3 2 2 Encyanema 2 2Eunotia 2Gomphonema 1 1Stenopterobia 1Ulnaria 1 3Cchlorococcales 1 3Micrasterias 2 2 Cosmarium 5 1Dinoflagelado 1 3 Microcystis 1Alga verde filamentosa

3 3

Closterium 3Alga verde 3cianobacteria 4Invertebrado aquatico

2 2

Tabela 1- proporção de grupos de algas, observando que alguns grupos são mais presentes.

Foram observados os grupos que foram identificados, alguns persistiram com grande frequência. Portanto através dos dados abióticos pode-se perceber que alguns grupos são mais frequentes nesses lagos, por conta do meio em vivem e que é favorável para a sua sobrevivência, como por exemplo, a cosmarium sp., cianobacterias, dinoflagelado, diatomáceas, foram bastante frequentes na represa que visitamos. Já a Stenopterobia observou-se apenas uma vez nas algas coletadas.

Indivíduos coletados de Cyperaceae - caule A:

Fig. 1 e 2 Diatomáceas e algas filamentosas Fig. 3 Encyonema sp.

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Fig. 4 Ulnaria sp. Fig. 5 Alga verde filamentosa Fig. 6 Alga verde

Fig.7- alga verde filamentos fig.6 alga verde filamentosa

Fig. 7 Alga verde Fig. 8 e 9 Closterium sp.

Fig. 10 Cosmarium sp. Fig. 11 Euglena sp. Fig. 12 Micrasterias sp.

Fig. 13 Cianobactéria Fig.14.15- Dinoflagelado

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Fig.16. Dinoflagelado Fig. 17.Invertebrado aquático

Indivíduos coletados de azolla- caule B:

Alga verde:

Fig.1. Alga verde filamentosa Fig.2. Alga verde

Fig.3.Clorococcales sp. Fig.4-5. Cosmorium sp.

Fig.6-8.Cosmorium sp.

Diatomaceas:

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Fig. 9-10- Diatomácea

Fig.11-12- Eunotia sp.

Fig.13.Frustulia sp. Fig. 14.Gomphonema sp.

Fig.15- 16. Ulnaria sp.

Invertebrado aquático:

Fig.17. Invertebrado aquático

Indivíduos coletados em rocha e fitoplâncton:

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Alga verdade:

Fig.1,2-3. Alga verde filamentosa sp.

Fig.4-5. Clorococalles sp.

Fig.6-7. Diatomáceas

Represa samambaia:

Fig.8.Dinoflagelado Fig.9.Gomphonema sp. Fig.10.Stenopterobia sp.

Dados abióticos:

Séc: 1,55 MT

OD: 6,6 mg/l

Tem: 27,2ºc

OD borda: 6,7 mg/l

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Tabelo 2- Resultados dos dados abiótico da represa.

Conclusão

Pode-se concluir que é fundamental o estudo da limnologia de algas e a análise do ambiente natural aquático, pois o mesmo atua sobre as comunidades micro e macroscópicas além dos aspectos ecológicos. Entendeu-se que a ação antrópica influi na proporção de espécies e indivíduos encontrados nos mais variados ambientes aquáticos alterando o ciclo em que acarreta vários problemas nas comunidades de forma geral na maioria das vezes de forma negativa.

Referências Bibliográficas

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CALLISTO, M.; MORETTI, M.; GOULART, M.D. Macroinvertebrados bentônicos como ferramenta para avaliar a saúde dos riachos. Revta. Brás. Rec Hid, 2001. 6: 71-82.

DAVIES, G. S. Productivity of macrophytes in Marion Lake, British Columbia. J. Fish. Res. Bd. Canada, 1970. 27: 71-81.

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ESTEVES, F. A. Fundamentos de Limnologia. 2a Ed. Rio de Janeiro, Interciência/ FINEP, 1998. 602 p

GENTIL, R.C. Estrutura da comunidade fitoplanctônica de pesqueiros da Região Metropolitana de São Paulo, SP, em dois períodos: primavera e verão. Tese de Doutorado. Instituto de Botânica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, São Paulo, 2007.

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MARGALEF, R. Limnologia. Barcelona, Omega, 1983.

MOSCHINI - CARLOS, V. Importância, estrutura e dinâmica da comunidade perifítica nos ecossistemas aquáticos continentais. In: Pompêo, M. L. M. (Ed.) (Ed.) Perspectivas na Limnologia do Brasil. São Luís MA, 1999.

PÉREZ, G.R. Fundamentos de limnologia neotropical. Colombia, Universidad de Antioquia (Ed.), 1992. 529 p.

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PHILLIPS, G.L.; EMINSON, D.F. & Moss, B. A mechanism to account for macrophyte decline in progressively eutrophicated freshwater. Aquatic Botany Aquatic Botany, 1978. 4: 103-126.