relatório onibus 174

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS – UFMG FACULDADE DE EDUCAÇÃO / FAE DISCIPLINA: PISICOLOGIA DAEDUCAÇÃO II PROFESSOR: WALTER ERNESTO UDE MARQUES 1◦ SEMESTRE DE 2015 – PEDAGOGIA – TURMA TR Data de entrega: 07/05/2015 RELATÓRIO CRÍTICO DO DOCUMENTÁRIO ÔNIBUS 174 ALUNA: Natália dos Santos Ribeiro Amaral

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS UFMGFACULDADE DE EDUCAO / FAEDISCIPLINA: PISICOLOGIA DAEDUCAO IIPROFESSOR: WALTER ERNESTO UDE MARQUES1 SEMESTRE DE 2015 PEDAGOGIA TURMA TR Data de entrega: 07/05/2015

RELATRIO CRTICO DO DOCUMENTRIO

NIBUS 174

ALUNA:Natlia dos Santos Ribeiro Amaral

BELO HORIZONTE2015OS FATOS E A ANLISE

O documentrio nibus 174 (2002) se trata da grande repercusso de um assalto mal sucedido, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, que se transformou em um sequestro, no dia 12 de junho de 2000. Na data do sequestro, as informaes que se tinham a todo o momento era que um bandido mantinha refns em um nibus na zona sul do Rio e a televiso mostrava o desenrolar desse grande drama vivido pelas refns, a negociao da polcia e toda a curiosidade da populao presente no local.Mas o documentrio abre as cortinas desse fato e mostra tudo o que h por trs do acontecimento. O bandido tinha um nome: Sandro Barbosa do Nascimento e tambm uma grande histria de excluso social e invisibilidade, apesar de contar com apenas 22 anos de idade.Aos seis anos de idade, Sandro presenciou a morte de sua me, que estava grvida de cinco meses. A partir da ele foi para as ruas, onde se viciou em drogas, cometendo roubos para sustentar seu vcio. Foi mandando vrias vezes a instituies socioeducativas, onde na maioria delas, fugia e voltava para as ruas. Dormia na Praa da Igreja da Candelria e foi um dos sobreviventes da chacina ocorrida na noite de 23 de julho de 1993. Aos 15 anos, Sandro presencia a morte de amigos, na sua maioria, crianas e jovens, covardemente assassinados enquanto dormiam.Esse breve relato do percurso de Sandro mostra a realidade de muitos outros jovens que, como ele, esto margem da sociedade e que muito pouco feito para que essas histrias sejam mudadas.O socilogo Luiz Eduardo Soares revela, em seu depoimento no documentrio, a invisibilidade de crianas e jovens:

A grande luta desses meninos contra a invisibilidade. Ns no somos ningum e nada se algum no nos olha, no reconhece o nosso valor, no preza a nossa existncia, no devolve a ns nossa imagem munida de algum brilho, de alguma vitalidade, de algum reconhecimento. Esses meninos esto famintos de existncia social, famintos de reconhecimento.

Diante dessa triste realidade, quem no noticirio era o bandido, se torna a verdadeira vtima, como mesmo relata uma das refns. E a grande questo ou as grandes questes que ficam so: de quem a responsabilidade? Do governo que no desenvolve polticas pblicas de forma a transformar a realidade dos jovens brasileiros? Da polcia que, em um momento como esse se encontra despreparada e no consegue um desfecho diferente, sem vtimas fatais? Ou que at mesmo matando o Sandro, satisfaz a sede de vingana do povo, mas que na realidade os vrios outros sandros continuam fazendo vtimas e, consequentemente, sendo vtimas? Da sociedade, que mantm de forma covarde a invisibilidade desses jovens?Sandro Barbosa do Nascimento conquistou sua visibilidade de uma maneira peculiar e agressiva, mas possvel que essa visibilidade ganhe outra cara, e ns, como futuros educadores, podemos e devemos comear a transformar essas vidas, tomando uma parcela da responsabilidade questionada acima. Pois na verdade, a responsabilidade uma grande articulao e integrao entre governo, polticas pblicas, segurana pblica, sociedade e educao.

REFERNCIA

PADILHA, Jos. nibus 174. Zazen Produes, 2002. Documentrio, 150 min.