Relatorio Paracetamol
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PARACETAMOL
Paracetamol é um medicamento com efeito antitérmico e analgésico sendo
comercialmente conhecido como Tylenol. Reduz a febre e promove o alívio
temporário de dores leves a moderadas, associadas a gripes e resfriados
comuns, dor de cabeça, dor de dente, dor nas costas, dores musculares, dores
associadas a artrites e dismenorreias atuando no centro regulador da
temperatura no Sistema Nervoso Central (SNC) e diminuindo assim a
sensibilidade para a dor.
É metabolizado principalmente no fígado, local onde grande quantidade desta
substância converte-se em compostos inativos, por formação de sulfatos e
glicuronídeo, sendo posteriormente excretado pelos rins.
Os efeitos hepatotóxicos do paracetamol são devidos a um metabolito alquilado
menor (a imina N-acetil-p-benzoquinona) que reage com grupos sulfidrilos. Em
doses normais, é neutralizado rapidamente, combinando-se irreversivelmente
com o grupo sulfidrilo do glutatião para produzir um composto não tóxico que é
excretado pelos rins.
O paracetamol tem um índice terapêutico muito ajustado. Isto significa que a
dose normal é próxima da dose em que se considera haver sobredosagem,
tornando-o um fármaco relativamente perigoso. Uma única dose de
paracetamol de dez gramas pode causar danos significativos no fígado. Sem
um tratamento adequado, no momento oportuno, a sobredosagem de
paracetamol pode originar uma falência hepática seguida de morte em poucos
dias.
No preparo de formas farmacêuticos contendo este fármaco, o problema
encontrado foi a baixa solubilidade que ele apresenta em água. Para resolver,
foi preciso preparar um sistema solvente numa proporção que melhor
solubilizasse o fármaco. Para tanto foi necessário analisar as constantes
dielétricas de deferentes solventes.
A partir de gráficos ficou estabelecido que o melhor sistema solvente seria
aquele contendo 75% de PEG 400 e 25% de água para uma concentração de
paracetamol de 200mg/mL. Para que esta proporção fosse alcançada,
preparou-se quantidade de solvente suficiente em verteu-se em cálice
contendo a quantidade em gramas de paracetamol até que o volume
estabelecido fosse alcançado. Após a adição do sistema solvente a solução
ficou turva e por isso forneceu-se energia ao sistema por meio de agitação
vigorosa com auxilio de agitador a 14000 RPM por 5 minutos. A solução
continuou turva porem após período de repouso observou-se que isso era
devido a presença de bolhas. Além disso, observou-se o aparecimento de uma
coloração rosada gerando a hipótese de que seria devido à oxidação do
produto. Com isso dividiu-se a solução em quatro amostras de forma a desafiar
o sistema adicionando-se um agente oxidante conhecido, o peróxido de
hidrogênio, segundo o esquema a seguir. Além disso, testou-se o
metabissulfito como antioxidante:
Ensaio 1: Presença de luz
Ensaio 2: Adição de antioxidante metabissulfito (0,4%)
Ensaio 3: Adição de oxidante peróxido de hidrogênio
Ensaio 4: Adição de antioxidante e oxidante
Todos os testes foram feitos em frascos transparentes e em frascos âmbar
Após o período de uma semana observou-se que o metabissulfito teve a ação
antioxidante desejada não sendo necessário armazenar a formulação em
frasco âmbar. Obteve-se os seguintes resultados:
Ensaio 1: solução incolor
Ensaio 2: solução rosada
Ensaio 3: solução incolor
Ensaio 4: solução incolor
Contudo foi necessário corrigir também o sabor amargo que o fármaco
apresenta uma vez que este medicamento é de uso comum a crianças. Para
tanto foi proposto a adição de ciclamato de sódio, essência de cereja e corante
vermelho Bordeaux’s. Foram adicionados também conservantes à formulação.
Dissolveu-se 1% de ciclamato sódio, 0,18% de nipagin e 0,02% de nipazol em
25% de água levando ao aquecimento até a completa dissolução dos
componentes. Esperou-se a solução esfriar e adicionou-se 75% de PEG 400
formando-se assim o sistema solvente. A este sistema foi adicionado 0,4% de
metabissulfito. Preparou-se uma dispersão molecular de paracetamol na
concentração de 200mg/mL vertendo-se o sistema solvente ao paracetamol
pesado em cálice. Por fim adicionou-se quantidade suficiente de essência de
cereja e corante vermelho.
Como o sabor amargo é difícil de corrigir, preparou-se uma solução em gotas
para ser diluída em água no momento da administração. O teste foi feito com
40 gotas em 10mL de água.
Formulação Final
Paracetamol................................................200mg/mL
PEG 400.....................................................75%
Água............................................................25%
Ciclamato de sódio......................................1%
Nipagin.........................................................0,18%
Nipazol..........................................................0,02%
Metabissulfito.................................................0,4%
Essência de cereja.........................................qsp
Corante vermelho...........................................qsp
Referencias Bibliográfias
CORREA, M.A.; BUENO, J.H.F.; Influencia da constante dielétrica do
solvente na solubilidade do paracetamol; Ver ciência farmacêutica; São
Paulo; 11: 125-132; 1989.