Relatorio Paracetamol

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PARACETAMOL Paracetamol é um medicamento com efeito antitérmico e analgésico sendo comercialmente conhecido como Tylenol. Reduz a febre e promove o alívio temporário de dores leves a moderadas, associadas a gripes e resfriados comuns, dor de cabeça, dor de dente, dor nas costas, dores musculares, dores associadas a artrites e dismenorreias atuando no centro regulador da temperatura no Sistema Nervoso Central (SNC) e diminuindo assim a sensibilidade para a dor. É metabolizado principalmente no fígado, local onde grande quantidade desta substância converte-se em compostos inativos, por formação de sulfatos e glicuronídeo, sendo posteriormente excretado pelos rins. Os efeitos hepatotóxicos do paracetamol são devidos a um metabolito alquilado menor (a imina N-acetil-p- benzoquinona) que reage com grupos sulfidrilos. Em doses normais, é neutralizado rapidamente, combinando-se irreversivelmente com o grupo sulfidrilo do glutatião para produzir um composto não tóxico que é excretado pelos rins. O paracetamol tem um índice terapêutico muito ajustado. Isto significa que a dose normal é próxima da dose em que se considera haver sobredosagem, tornando-o um fármaco relativamente perigoso. Uma única dose de paracetamol de dez gramas pode causar danos significativos no fígado. Sem um tratamento adequado, no momento oportuno, a sobredosagem de paracetamol pode originar uma falência hepática seguida de morte em poucos dias.

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PARACETAMOL

Paracetamol é um medicamento com efeito antitérmico e analgésico sendo

comercialmente conhecido como Tylenol. Reduz a febre e promove o alívio

temporário de dores leves a moderadas, associadas a gripes e resfriados

comuns, dor de cabeça, dor de dente, dor nas costas, dores musculares, dores

associadas a artrites e dismenorreias atuando no centro regulador da

temperatura no Sistema Nervoso Central (SNC) e diminuindo assim a

sensibilidade para a dor.

É metabolizado principalmente no fígado, local onde grande quantidade desta

substância converte-se em compostos inativos, por formação de sulfatos e

glicuronídeo, sendo posteriormente excretado pelos rins.

Os efeitos hepatotóxicos do paracetamol são devidos a um metabolito alquilado

menor (a imina N-acetil-p-benzoquinona) que reage com grupos sulfidrilos. Em

doses normais, é neutralizado rapidamente, combinando-se irreversivelmente

com o grupo sulfidrilo do glutatião para produzir um composto não tóxico que é

excretado pelos rins.

O paracetamol tem um índice terapêutico muito ajustado. Isto significa que a

dose normal é próxima da dose em que se considera haver sobredosagem,

tornando-o um fármaco relativamente perigoso. Uma única dose de

paracetamol de dez gramas pode causar danos significativos no fígado. Sem

um tratamento adequado, no momento oportuno, a sobredosagem de

paracetamol pode originar uma falência hepática seguida de morte em poucos

dias.

No preparo de formas farmacêuticos contendo este fármaco, o problema

encontrado foi a baixa solubilidade que ele apresenta em água. Para resolver,

foi preciso preparar um sistema solvente numa proporção que melhor

solubilizasse o fármaco. Para tanto foi necessário analisar as constantes

dielétricas de deferentes solventes.

A partir de gráficos ficou estabelecido que o melhor sistema solvente seria

aquele contendo 75% de PEG 400 e 25% de água para uma concentração de

paracetamol de 200mg/mL. Para que esta proporção fosse alcançada,

preparou-se quantidade de solvente suficiente em verteu-se em cálice

contendo a quantidade em gramas de paracetamol até que o volume

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estabelecido fosse alcançado. Após a adição do sistema solvente a solução

ficou turva e por isso forneceu-se energia ao sistema por meio de agitação

vigorosa com auxilio de agitador a 14000 RPM por 5 minutos. A solução

continuou turva porem após período de repouso observou-se que isso era

devido a presença de bolhas. Além disso, observou-se o aparecimento de uma

coloração rosada gerando a hipótese de que seria devido à oxidação do

produto. Com isso dividiu-se a solução em quatro amostras de forma a desafiar

o sistema adicionando-se um agente oxidante conhecido, o peróxido de

hidrogênio, segundo o esquema a seguir. Além disso, testou-se o

metabissulfito como antioxidante:

Ensaio 1: Presença de luz

Ensaio 2: Adição de antioxidante metabissulfito (0,4%)

Ensaio 3: Adição de oxidante peróxido de hidrogênio

Ensaio 4: Adição de antioxidante e oxidante

Todos os testes foram feitos em frascos transparentes e em frascos âmbar

Após o período de uma semana observou-se que o metabissulfito teve a ação

antioxidante desejada não sendo necessário armazenar a formulação em

frasco âmbar. Obteve-se os seguintes resultados:

Ensaio 1: solução incolor

Ensaio 2: solução rosada

Ensaio 3: solução incolor

Ensaio 4: solução incolor

Contudo foi necessário corrigir também o sabor amargo que o fármaco

apresenta uma vez que este medicamento é de uso comum a crianças. Para

tanto foi proposto a adição de ciclamato de sódio, essência de cereja e corante

vermelho Bordeaux’s. Foram adicionados também conservantes à formulação.

Dissolveu-se 1% de ciclamato sódio, 0,18% de nipagin e 0,02% de nipazol em

25% de água levando ao aquecimento até a completa dissolução dos

componentes. Esperou-se a solução esfriar e adicionou-se 75% de PEG 400

formando-se assim o sistema solvente. A este sistema foi adicionado 0,4% de

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metabissulfito. Preparou-se uma dispersão molecular de paracetamol na

concentração de 200mg/mL vertendo-se o sistema solvente ao paracetamol

pesado em cálice. Por fim adicionou-se quantidade suficiente de essência de

cereja e corante vermelho.

Como o sabor amargo é difícil de corrigir, preparou-se uma solução em gotas

para ser diluída em água no momento da administração. O teste foi feito com

40 gotas em 10mL de água.

Formulação Final

Paracetamol................................................200mg/mL

PEG 400.....................................................75%

Água............................................................25%

Ciclamato de sódio......................................1%

Nipagin.........................................................0,18%

Nipazol..........................................................0,02%

Metabissulfito.................................................0,4%

Essência de cereja.........................................qsp

Corante vermelho...........................................qsp

Referencias Bibliográfias

CORREA, M.A.; BUENO, J.H.F.; Influencia da constante dielétrica do

solvente na solubilidade do paracetamol; Ver ciência farmacêutica; São

Paulo; 11: 125-132; 1989.