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relatório pedagógico SARESP 2010 Língua Portuguesa

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RELATRIO PEDAGGICO

2010

SARESP500 475 450 425 400 375 350 325 300 275 250 225 200 175 150 125 100 75

LNGUA PORTUGUESA

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APRESENTAOCaros Professores e Gestores da Educao, Para reforar a importncia do processo de avaliao externa representada em nosso estado pelo SARESP essencial dedicar divulgao de seus resultados momentos de reflexo que auxiliem, em todas as instncias, a tomada de decises luz do que nos revelam os indicadores. Isso significa buscar continuamente o aperfeioamento tanto do SARESP quanto das atividades de divulgao e de formao continuada demandadas a partir dele, alm da implementao de polticas pblicas que incluem desde transformaes na carreira docente at maior ateno avaliao em processo na aprendizagem escolar. Particularmente no que diz respeito divulgao de resultados do SARESP 2010, uma das aes previstas e que se mantm ao lado de novas atividades a serem implantadas a elaborao dos Relatrios Pedaggicos que, complementarmente avaliao propriamente dita, permitiro s escolas olhar para seu processo de ensino-aprendizagem e para sua proposta pedaggica, com base em dados objetivos, realizando cotejamentos e anlises para tomadas de deciso na esfera que lhes compete e que se encontra sob sua governabilidade. Tambm s instncias regionais, no seu mbito de gesto, o acompanhamento deste processo e o apoio nas atividades de interveno necessrias, fundamental para que juntos Escolas Diretorias de Ensino Coordenadorias Secretarias Municipais Secretaria de Estado possamos aprimorar processos, projetos e atividades na busca e alcance contnuo da melhoria da educao bsica pblica no Estado de So Paulo.

Herman VoorwaldSecretrio de Estado da Educao

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SUMRIOINTRODUO .......................................................................................................................................................................................... VII PARTE I. - DADOS GERAIS 1. O SARESP 2010 ................................................................................................................................................................................. 1 1.1. Caractersticas Gerais do SARESP 2010 .......................................................................................................................................... 3 1.2. Classificao e Descrio dos Nveis de Proficincia do SARESP................................................................................................... 5 2. INSTRUMENTOS DE AVALIAO ..................................................................................................................................................... 9 2.1. Provas .............................................................................................................................................................................................. 11 2.2. Questionrios de Contexto ............................................................................................................................................................. 13 3. ABRANGNCIA DO SARESP 2010 .................................................................................................................................................... 15 4. APLICAO DA AVALIAO............................................................................................................................................................. 19 PARTE II. RESULTADOS SARESP 2010 LNGUA PORTUGUESA 1. REDE ESTADUAL DE ENSINO .......................................................................................................................................................... 23 1.1. 3 Ano do Ensino Fundamental: Mdias de Desempenho .............................................................................................................. 25 1.2. 5, 7 e 9 Anos do Ensino Fundamental e 3 Srie do Ensino Mdio: Mdias de Proficincia ...................................................... 28 1.3. Nveis de Proficincia em Lngua Portuguesa.................................................................................................................................. 31 1.4. Comparao dos Resultados do SARESP 2010 com SARESP 2009 e Prova Brasil/SAEB 2007 e 2009 - Lngua Portuguesa ......... 32 1.5. Desempenho em Redao .............................................................................................................................................................. 34 PARTE III. ANLISE PEDAGGICA DOS RESULTADOS ....................................................................................................................... 37 1. PRINCPIOS CURRICULARES E MATRIZES DE REFERNCIA PARA A AVALIAO DO SARESP LNGUA PORTUGUESA ......... 39 1.1. Sobre a Organizao das Matrizes de Referncia para a Avaliao do SARESP Lngua Portuguesa ............................................ 41 1.2. Sobre a Organizao das Provas em Lngua Portuguesa................................................................................................................. 43 1.3. Consideraes sobre as Propostas de Redao ............................................................................................................................. 48 2. ANLISE DO DESEMPENHO POR NVEL DOS ALUNOS EM LNGUA PORTUGUESA (LEITURA) POR ANO/SRIE E NVEL ...... 49 2.1. Anlise do Desempenho por Nvel no 5 Ano do Ensino Fundamental ........................................................................................... 53 2.1.1. Exemplos de Itens da Prova SARESP 2010 por Nvel de Proficincia 5 Ano do Ensino Fundamental ...................................... 61 2.1.2. Recomendaes Pedaggicas com Base nos Resultados da Prova SARESP 2010 5 Ano do Ensino Fundamental ................. 81 2.2. Anlise do Desempenho por Nvel no 7 Ano do Ensino Fundamental........................................................................................... 85 2.2.1. Exemplos de Itens da Prova SARESP 2010 por Nvel 7 Ano do Ensino Fundamental .............................................................. 93 2.2.2. Recomendaes Pedaggicas com Base nos Resultados da Prova SARESP 2010 7 Ano do Ensino Fundamental ................ 109 2.3. Anlise do Desempenho por Nvel no 9 Ano do Ensino Fundamental........................................................................................... 113 2.3.1. Exemplos de Itens da Prova SARESP 2010 por Nvel 9 Ano do Ensino Fundamental .............................................................. 123 2.3.2. Recomendaes Pedaggicas com Base nos Resultados da Prova SARESP 2010 9 Ano do Ensino Fundamental ................ 141 2.4. Anlise do Desempenho por Nvel na 3 Srie do Ensino Mdio ................................................................................................... 145 2.4.1. Exemplos de Itens da Prova SARESP 2010 por Nvel 3 Srie do Ensino Mdio ....................................................................... 155 2.4.2. Recomendaes Pedaggicas com Base nos Resultados da Prova SARESP 2010 3 Srie do Ensino Mdio ......................... 173 3. CONSIDERAES SOBRE OS RESULTADOS DA REDAO .......................................................................................................... 177 3.1. Processo de Correo das Redaes Produzidas nas Provas do SARESP 2010 ............................................................................. 181 3.2. Definio das Competncias Previstas para a Avaliao das Redaes Produzidas, de Acordo com a Proposta do SARESP 2010 .. 187 3.3. Propostas de Redao do SARESP 2010 ........................................................................................................................................ 193 3.3.1. 5 Ano do Ensino Fundamental .................................................................................................................................................... 195 3.3.2. 7 Ano do Ensino Fundamental .................................................................................................................................................... 196 3.3.3. 9 Ano do Ensino Fundamental .................................................................................................................................................... 197 3.3.4. 3 Srie do Ensino Mdio ............................................................................................................................................................ 198 3.4. Distribuio dos Resultados por Competncia na Redao do SARESP 2010................................................................................ 203 3.5. Exemplos de Redaes do SARESP 2010 por Ano/Srie................................................................................................................ 207 CONSIDERAES FINAIS ....................................................................................................................................................................... 221 ANEXOS: ESCALA DE PROFICINCIA DE LNGUA PORTUGUESA - LEITURA ...................................................................................... 225 ANEXOS: ESCALA DE DESEMPENHO DA REDAO ............................................................................................................................ 245

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INTRODUOEm 2010, o Sistema de Avaliao de Rendimento Escolar do Estado de So Paulo SARESP aplicou provas a cerca de 2 milhes de alunos que estudam nas escolas deste estado. A grande maioria est na Rede Pblica de Ensino, mas o SARESP tem tambm conquistado a adeso de escolas de Redes Municipais e de Sistemas Particulares, alm do Centro Paula Souza. Esse contingente de participantes, a diversidade de instituies que aderem s provas, a existncia de uma matriz que pauta e orienta a elaborao das provas, aliados metodologia de apurao de resultados, conferem ao SARESP a credencial de uma avaliao que investiga, compara e acompanha o desenvolvimento de um sistema educacional. nesse contexto que se situam os diferentes produtos dessa avaliao: boletins e relatrios de desempenho, relatrios tcnicos e relatrios pedaggicos. Cada um desses produtos destinado a atender finalidades especficas, muito bem explicitadas no projeto SARESP dentre as quais vale enumerar: (i) saber , em que direo caminha a Educao Bsica paulista; (ii) verificar se houve evoluo em relao s avaliaes dos ltimos anos; (iii) localizar as evidncias de melhoria e as fragilidades do ensino; (iv) buscar os aspectos diferenciais, os modelos bem sucedidos e sobretudo, as diferenas entre o desejado e o alcanado. Os Relatrios Pedaggicos do SARESP so instrumentos que se prestam a identificar e localizar diferenas: o que foi ensinado e o resultado do aprendizado, o que ainda tem que ser ajustado, o que precisa ser abordado porque no se conseguiu perceber no alunado participante a demonstrao de compreenso ou conhecimento que qualifica para a resposta bem sucedida, alm de apontar, tambm, o resultado positivo de correes e ajustes j introduzidos. Os destinatrios preferenciais dos Relatrios Pedaggicos so professores e gestores das escolas. Aos primeiros cabe a tarefa de neles reconhecer a eficcia e a eficincia de seu trabalho. A eles, os relatrios pedaggicos so oferecidos tambm como instrumentos que contribuem para a melhoria da prtica de ensino. No limite, esses relatrios so materiais de referncia para a elaborao de planos de aula, de concepo de aulas prticas e de compreenso de avaliao como processo abrangente, contnuo, justo e, sobretudo, formativo. Reconhecer que do professor e do seu ofcio depende a formao de pessoas para entender e atender a demandas do futuro e oferecer a estes profissionais referncias que contribuem para uma reflexo sobre o sentido e o significado do trabalho que realiza, mais do que uma responsabilidade. uma obrigao. E esta a inteno deste Relatrio Pedaggico: prestao de contas ao professor e ao gestor sobre os resultados de seu trabalho. Fundao VUNESP instituio responsvel pela operacionalizao do SARESP 2010, coube tambm a , tarefa de preparar os Relatrios Pedaggicos de Lngua Portuguesa, Matemtica e Cincias da Natureza, em conformidade aos objetivos e finalidades que lhes foram definidos para a presente edio do SARESP . Para tanto, sob a coordenao de sua Superintendente Acadmica, Profa. Dra. Tnia Cristina A. Macedo de Azevedo, foi reunido um grupo de trabalho com experincia em avaliao educacional nas reas de Lngua Portuguesa, Matemtica e Cincias da Natureza. Este grupo organizou, discutiu e elaborou os relatrios pedaggicos dessas disciplinas, em conformidade com os objetivos e finalidades definidos para a presente edio do SARESP .

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Assim, professores e gestores encontram nos relatrios pedaggicos informaes e dados distribudos em trs partes: Parte I Em Dados Gerais so apresentadas informaes sobre o SARESP 2010, os instrumentos utilizados no processo de avaliao e sua abrangncia. Parte II Em Resultados do SARESP 2010 so apresentados os resultados gerais relativos discipli, na objeto do relatrio nos anos/srie da Rede Estadual. Sempre que possvel, o captulo apresenta dados da comparao de resultados do SARESP 2010 com outras edies dessa avaliao ou com outras avaliaes nacionais de larga escala. Parte III Em Anlise Pedaggica dos Resultados so abordados, na disciplina do relatrio, aspectos pedaggicos envolvidos na avaliao, princpios curriculares e aspectos da organizao das matrizes de referncia para a avaliao do SARESP Sua essncia est na anlise do desempenho do alunado e na apresen. tao, anlise e discusso pedaggica de exemplos de itens selecionados das provas aplicadas. Essas so tarefas que ensejam recomendaes para promover a melhoria do ensino e da aprendizagem. Em relao expresso itens selecionados importante lembrar que os exemplos possuem propriedades estatsticas , que permitem classific-los como questes que descrevem corretamente a habilidade investigada e discriminam claramente entre os grupos de alunos com menor e maior desempenho. Dadas essas qualidades, so itens que representam muito bem os diferentes pontos e nveis da escala SARESP Por isso, so teis para . identificar pontos fortes e fragilidades de um dado processo educacional. Por fim um lembrete que alberga um convite: a leitura deste relatrio pedaggico abre a perspectiva para ampliar e fortalecer a comunicao entre seus destinatrios e os responsveis pela definio, implementao e execuo de polticas pblicas para a educao bsica no Estado de So Paulo. Por isso, sero muito bem vindos os comentrios, correes e notcias sobre a utilidade destes materiais.

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PARTE I DADOS GERAIS

1. O SARESP 2010

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1.1. CARACTERSTICAS GERAIS DO SARESP 2010A Secretaria da Educao do Estado de So Paulo SEE/SP realizou, em 2010, a dcima terceira edio do Sistema de Avaliao de Rendimento Escolar do Estado de So Paulo SARESP , caracterizado como uma avaliao externa, com a finalidade de fornecer informaes consistentes, peridicas e comparveis sobre a situao da escolaridade bsica na rede pblica de ensino paulista, assim como, de ser capaz de orientar os gestores do ensino no monitoramento das polticas voltadas para a melhoria da qualidade da Educao Bsica do ensino. A edio de 2010 do SARESP ancorou-se em evidncias nacionais e internacionais acerca dos benefcios que um sistema de avaliao coerentemente estruturado traz para a melhoria dos sistemas de ensino em todas as dimenses e, para tanto, consolidou a incorporao de uma srie de mudanas em relao sua proposta original, de maneira a sintonizar-se com as prioridades educacionais de cada gesto da SEE/SP . Nesse sentido, os resultados de 2010 do SARESP tm como caractersticas bsicas: utilizao da metodologia Teoria da Resposta ao Item (TRI), que permite a comparao dos resultados obtidos no SARESP ano a ano, e entre esses e os resultados dos sistemas nacionais de avaliao (Saeb e Prova Brasil) e possibilita, tambm, acompanhar a evoluo dos indicadores de qualidade da educao ao longo dos anos; apresentao dos resultados do SARESP 2010 em Lngua Portuguesa e Matemtica 5 e 9 anos do Ensino Fundamental e 3 srie do Ensino Mdio na mesma escala de desempenho da Prova Brasil/ Saeb. Os resultados do 7 ano do Ensino Fundamental, mediante procedimentos adequados, foram includos nessa mesma escala; diagnstico do desempenho dos alunos da rede estadual em Cincias e Cincias da Natureza (Biologia, Fsica e Qumica), anlise e validao da escala de proficincia para cada rea, o que certamente contribuir para melhor caracterizar a situao do ensino nestas reas do conhecimento; uso da metodologia de Blocos Incompletos Balanceados (BIB) na montagem das provas dos 5, 7 e 9 anos do Ensino Fundamental e da 3 srie do Ensino Mdio, o que permite utilizar um grande nmero de itens por ano/srie e disciplina e classificar, com maior amplitude, os nveis de desempenho dos alunos em relao ao desenvolvimento de competncias e habilidades; avaliao do 3 ano do Ensino Fundamental por meio de itens de respostas construdas pelos alunos e seus resultados apresentados na escala de desempenho do SARESP em Lngua Portuguesa e em Matemtica, adotada desde a edio de 2004; atuao de aplicadores externos escola (com exceo do 3 ano do Ensino Fundamental) para garantir a necessria credibilidade aos resultados; presena de fiscais externos escola para verificar e garantir a uniformidade dos padres utilizados na aplicao; presena de apoios regionais nas Diretorias de Ensino e de Agentes da Fundao VUNESP para oferecer suporte s redes de ensino participantes do SARESP; participao dos pais nos dias de aplicao das provas para acompanhar o processo avaliativo nas escolas;

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aplicao de questionrios aos pais e alunos de todos os anos/srie avaliados, encaminhados s Diretorias de Ensino/Secretarias Municipais de Educao antes da aplicao das provas; aplicao de questionrio aos Professores do Ciclo I do Ensino Fundamental, de Lngua Portuguesa, Matemtica, Cincias e Cincias da Natureza Fsica, Qumica e Biologia, aos Professores Coordenadores e aos Diretores das escolas da rede estadual, por sistema on-line, com o objetivo de assegurar uma caracterizao mais detalhada dos fatores associados ao desempenho escolar; uso dos resultados de Lngua Portuguesa e de Matemtica, para a composio do ndice de Desenvolvimento da Educao do Estado de So Paulo (IDESP) de cada escola estadual, que servir como um dos critrios de acompanhamento das metas a serem atingidas pelas escolas; uso dos resultados no planejamento pedaggico das escolas nos anos subsequentes, que possibilitar a comparao entre os resultados obtidos pela escola e os seus objetivos; divulgao pblica dos resultados gerais de participao dos alunos e da mdia de proficincia do conjunto das redes municipais e escolas particulares integrantes da avaliao, acompanhada da distribuio dos alunos nos diferentes nveis de desempenho e proficincia, considerando os anos e as disciplinas avaliadas; acesso aos resultados de cada escola pblica estadual populao em geral, condio essencial para o acompanhamento do ensino ministrado nas escolas paulistas, ao mesmo tempo em que um estmulo participao da sociedade civil na busca da melhoria da qualidade do aproveitamento escolar; correo externa da Redao, numa amostra representativa, estratificada por Diretoria de Ensino, de 10% dos alunos por rede de ensino (estadual, municipal e particular) dos anos/srie avaliados 5, 7 e 9 anos do Ensino Fundamental e 3 srie do Ensino Mdio, com a finalidade de atribuir uma nota global de redao; correo externa das questes abertas de Matemtica, numa amostra representativa, tambm estratificada por Diretoria de Ensino, de 10% dos alunos da rede estadual dos anos/srie avaliados 5, 7 e 9 anos do Ensino Fundamental e 3 srie do Ensino Mdio, com a finalidade de verificar as diferentes estruturas do pensamento lgico-matemtico dos alunos; participao das redes municipal e particular por meio de adeso.

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1.2. ClASSIfICAO E DESCRIO DOS NvEIS DE PROfICINCIA DO SARESPAs proficincias dos alunos do 5, 7, 9 anos do Ensino Fundamental e da 3 srie do Ensino Mdio aferidas no SARESP 2010 foram consideradas nas mesmas escalas mtricas do Saeb nas disciplinas de Lngua Portuguesa e de Matemtica, levando-se em considerao a incluso, na prova, de itens oriundos das provas do Saeb, cedidos e autorizados pelo Ministrio da Educao. Seus resultados utilizam a equalizao e interpretao da escala do Saeb, completada pela amplitude oferecida pelos itens que melhor realizam a cobertura do currculo implantado nas escolas estaduais, explicitada na Matriz de Referncia da Avaliao do SARESP No entanto, a opo de usar a mesma escala mtrica . no exime os especialistas pedaggicos e de contedo especfico da SEE/SP e da Fundao VUNESP de interpretar cada ponto da escala, a partir do resultado da aplicao de seus prprios instrumentos, de agrupar os desempenhos indicados em diferentes pontos da escala em nveis qualificados de proficincia, e de associlos aos fatores de contextos investigados por ocasio da aplicao da prova. A descrio de cada um dos pontos foi feita com base nos resultados de desempenho dos alunos na prova SARESP 2010 e de acordo com as habilidades detalhadas nas Matrizes de Referncia para Avaliao do SARESP Assim, os nveis de desempenho tm uma interpretao pedaggica luz da Matriz de Referncia . do SARESP e do Currculo do Estado de So Paulo. Para interpretar a escala de proficincia dos alunos do 5, 7, 9 anos do Ensino Fundamental e da 3 srie do Ensino Mdio, foram selecionados os pontos 125, 150, 175, 200, 225, 250, 275, 300, 325, 350, 375, 400, e 425, escolhidos a partir do ponto de nvel de proficincia igual a 250, mdia do 9 ano do Ensino Fundamental no Saeb 1997 em intervalos de 25 pontos (meio desvio-padro). , A escala de cada disciplina a mesma e, portanto, apresenta os resultados do desempenho dos alunos em todo o percurso da educao bsica. A Escala de Lngua Portuguesa Leitura comum aos quatro anos/ srie avaliados no SARESP 5, 7 e 9 anos do Ensino Fundamental e 3 srie do Ensino Mdio. Cada escala descreve aquilo que os alunos sabem e so capazes de realizar em relao s habilidades e competncias avaliadas, conforme a Matriz de Referncia para a avaliao do SARESP . A interpretao da escala cumulativa, ou seja, os alunos que esto situados em um determinado nvel dominam no s as habilidades associadas a esse nvel, mas tambm as proficincias descritas nos nveis anteriores a lgica a de que quanto mais o estudante caminha ao longo da escala, mais habilidades ter desenvolvido. A descrio de cada ponto da escala apresenta as habilidades que os alunos desenvolveram, com base na mdia de desempenho e na distribuio dos alunos por rede de ensino ou escola nesta escala. A interpretao pedaggica de cada um dos pontos da escala compe o documento denominado Descrio das Escalas de Proficincia. Os pontos da escala do SARESP por sua vez, foram agrupados em quatro nveis de proficincia Abaixo , do Bsico, Bsico, Adequado e Avanado definidos a partir das expectativas de aprendizagem (contedos, competncias e habilidades) estabelecidos para cada ano/srie e disciplina no Currculo do Estado de So Paulo, descritos no Quadro 1.

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Quadro 1. Classificao e Descrio dos Nveis de Proficincia do SARESPNveis de Proficincia Abaixo do Bsico

Classificao Insuficiente

Descrio Os alunos, neste nvel, demonstram domnio insuficiente dos contedos, competncias e habilidades desejveis para o ano/srie escolar em que se encontram. Os alunos, neste nvel, demonstram domnio mnimo dos contedos, competncias e habilida-

Bsico Suficiente Adequado Avanado

des, mas possuem as estruturas necessrias para interagir com a proposta curricular no ano/srie subsequente. Os alunos, neste nvel, demonstram domnio pleno dos contedos, competncias e habilidades desejveis para o ano/srie escolar em que se encontram. Os alunos, neste nvel, demonstram conhecimentos e domnio dos contedos, competncias e habilidades acima do requerido no ano/srie escolar em que se encontram.

Avanado

O quadro seguinte rene informaes sobre os intervalos de pontuao que definem os nveis de proficincia de Lngua Portuguesa por ano/srie avaliados no SARESP . Quadro 2. Nveis de Proficincia de Lngua Portuguesa SARESPNveis de Proficincia Abaixo do Bsico Bsico Adequado Avanado 5 EF < 150 150 a < 200 200 a < 250 250 7 EF < 175 175 a < 225 225 a < 275 275 9 EF < 200 200 a < 275 275 a < 325 325 3 EM < 250 250 a < 300 300 a < 375 375

O SARESP estabeleceu como padro de desempenho esperado o nvel Adequado para cada um dos anos/srie e disciplinas avaliadas. Como se constata pelos valores apresentados no quadro 2, em Lngua Portuguesa isso corresponde, s mdias de 200, 225, 275 e 300 pontos, para os 5, 7, 9 ano/srie do Ensino Fundamental e 3 srie do Ensino Mdio. Os resultados da Redao, tambm, foram distribudos numa escala com indicao de quatro nveis: Abaixo do Bsico, Bsico, Adequado e Avanado, sendo que o resultado dos alunos pode variar entre 0 e 100 pontos. A descrio dos nveis da escala de redao (Quadro 3) a mesma para o Ensino Fundamental e Mdio; entretanto, devem ser consideradas as diferenas de expectativas em relao aos textos produzidos pelos alunos nos respectivos anos/srie e os gneros produzidos.

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Quadro 3. Classificao e Descrio dos Nveis de Desempenho em Redao SARESPIntervalo de Notas < 50

Classificao

Nvel Abaixo do Bsico

Descrio Os alunos, neste nvel, demonstram domnio insuficiente das competncias e habilidades escritoras, desejveis para o ano/srie escolar em que se encontram. Os alunos, neste nvel, demonstram desenvolvimento mnimo das competncias e habilidades escritoras, mas possuem as estruturas necessrias para interagir com a proposta curricular no ano/srie subsequente. Os alunos, neste nvel, demonstram domnio pleno das competncias e habilidades escritoras, desejveis para o ano/srie escolar em que se encontram. Os alunos, neste nvel, demonstram conhecimentos e domnio das competncias escritoras acima do requerido para o ano/srie escolar em que se encontram.

Insuficiente

Bsico Suficiente Adequado

50 a 65

65 a 90

Avanado

Avanado

90 a 100

Os resultados dos desempenhos obtidos pelos alunos no SARESP 2010, aqui apresentados, so interpretados tendo como base as trs classificaes agrupadas Insuficiente, Suficiente e Avanado os quatro nveis estabelecidos Abaixo do Bsico, Bsico, Adequado e Avanado e os respectivos intervalos estabelecidos para cada uma das disciplinas e ano/srie avaliados.

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2. INSTRUMENTOS DE AvAlIAO

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2.1. PROvASA edio do SARESP 2010 manteve as caractersticas bsicas das edies do SARESP 2008 e 2009 e isso possibilita a sua continuidade como um sistema de avaliao externa, capaz de fornecer um diagnstico do sistema de ensino e, ao mesmo tempo, fornecer indicadores para subsdio ao monitoramento das polticas pblicas de educao. A avaliao censitria abrangeu alunos dos 3, 5, 7 e 9 anos do Ensino Fundamental e da 3 srie do Ensino Mdio, com diferentes instrumentos. Provas ampliadas ou em braile, destinadas a atender os alunos deficientes visuais, foram elaboradas por disciplina e ano/srie avaliados. Para o 3 ano do Ensino Fundamental foram elaborados dois cadernos distintos (manh e tarde) de prova de Lngua Portuguesa e Matemtica, mais um exemplar de Caderno do Professor para cada disciplina , e perodo, com orientaes sobre a aplicao. Cada caderno de Lngua Portuguesa apresentava 8 questes abertas com o objetivo de verificar o nvel de conhecimento sobre o sistema de escrita, a capacidade de ler com autonomia e a competncia escritora dos alunos. Para avaliao de Matemtica do 3 ano do Ensino Fundamental foram aplicados, respectivamente, nos perodos da manh e tarde, 2 cadernos de prova compostos de 17 questes abertas. Para cada caderno tambm foi construdo o Caderno do Professor com orientao sobre a aplicao da prova. Em Matemtica , foram avaliadas as habilidades dos alunos do 3 ano do Ensino Fundamental para operar com nmeros (ordenao, contagem e comparao), resolver problemas que envolvem adio e subtrao, identificar formas geomtricas tridimensionais, compreender e manipular operaes envolvendo leituras de informaes dispostas em calendrio, tabelas simples e grficos de colunas. As provas abertas de Lngua Portuguesa e Matemtica para o 3 ano do Ensino Fundamental foram corrigidas por professores especialistas, com a superviso dos coordenadores do Programa Ler e Escrever das Diretorias de Ensino, que se orientavam por critrios de avaliao explcitos nos roteiros de correo e em escala compatvel com as edies anteriores do SARESP . Os alunos dos 5, 7 e 9 anos do Ensino Fundamental foram avaliados, censitariamente, por 104 questes objetivas de Lngua Portuguesa, 104 questes objetivas de Matemtica e Redao. Os alunos dos 7 e 9 anos do Ensino Fundamental ainda responderam 104 questes de Cincias. Os alunos da 3 srie do Ensino Mdio, alm das 104 questes de Lngua Portuguesa e Matemtica, e Redao, foram avaliados por 104 questes de Cincias da Natureza, envolvendo competncias e habilidades em Biologia, Fsica e Qumica. As provas dos 5, 7 e 9 anos do Ensino Fundamental e 3 srie do Ensino Mdio foram planejadas utilizando a metodologia de Blocos Incompletos Balanceados BIB, organizados em 26 modelos de cadernos de prova, com 13 blocos diferentes, sendo que cada bloco foi composto por oito itens. Cada caderno de prova, em cada disciplina, foi organizado com 24 itens, distribudos em trs blocos. No total, foram construdos 248 cadernos de provas. O modelo de prova utilizado no processo de avaliao do SARESP permite que os itens avaliados sejam divididos em subconjuntos chamados blocos organizados em grupos de diferentes combinaes, permi, tindo uma abrangncia significativa do conjunto de habilidades previsto para a disciplina da respectiva srie/ ano avaliada. Cada combinao resulta em cadernos de provas para cada ano e disciplina: Lngua Portuguesa, Matemtica, Cincias e Cincias da Natureza.

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Na composio das provas do SARESP 2010 foram utilizados: itens elaborados com base nas habilidades indicadas nas Matrizes de Referncia da Avaliao, construdas a partir do currculo elaborado pela Coordenadoria de Estudos e Normas Pedaggicas da SEE/SP CENP; itens selecionados de avaliaes anteriores do SARESP e itens comuns com o Saeb/Prova Brasil, em Lngua Portuguesa e Matemtica, como mecanismo para assegurar a comparabilidade tanto entre os resultados do SARESP quanto com os resultados da avaliao nacional. Por isso so chamados itens de ligao.

Os cadernos de Redao foram compostos do tema para a redao, sendo um tema para cada ano avaliado, acompanhado de uma pgina para rascunho, e outra, para o aluno transcrever a sua produo textual final. As redaes foram corrigidas por especialistas devidamente treinados pela VUNESP no total de 10%, , estratificadas por Diretoria de Ensino. As demais Redaes permaneceram nas escolas para correo pelos docentes da Rede. O SARESP 2010 incluiu ainda a aplicao de 5 questes abertas de Matemtica, a uma amostra estratificada em 10% e por Diretoria de Ensino de alunos dos 7 e 9 anos do Ensino Fundamental e 3 srie do Ensino Mdio. Essa avaliao apresenta resultados que possibilitam refletir e elaborar hipteses acerca das diferentes estruturas do pensamento matemtico dos alunos e pesquisar os mecanismos subjacentes prtica docente e aprendizagem.

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2.2. QUESTIONRIOS DE CONTExTOO SARESP 2010, tal como nas ltimas edies, aplicou questionrios contextuais aos alunos e pais com vistas a coletar informaes sobre o contexto social, econmico, cultural e familiar dos alunos, sobre as trajetrias de escolarizao, hbitos de estudo e suas percepes e expectativas sobre o funcionamento da escola, e em relao continuidade nos estudos e ao trabalho. A Secretaria de Estado de Educao de So Paulo SEE/SP atravs da Fundao para o Desenvolvi, mento da Educao FDE, seguindo proposio dos anos anteriores, encaminhou Fundao VUNESP os questionrios de contexto, para formatao, reproduo e distribuio s Diretorias de Ensino e Secretarias de Educao Municipal. Os questionrios socioeconmicos dos alunos e pais foram preparados em trs diferentes verses, um para os 3 e 5 anos do Ensino Fundamental, outro para os 7 e 9 anos do Ensino Fundamental e o ltimo, para a 3 srie do Ensino Mdio. Cada questionrio era composto de duas partes: a primeira com questes direcionadas aos pais e a outra voltada para os alunos. Acompanhados das folhas de resposta, os questionrios foram entregues aos alunos pelas escolas para serem respondidos em casa num perodo que antecedeu a aplicao das provas. Estavam, ainda, includos no SARESP 2010, a aplicao na Rede Estadual de questionrios de gesto escolar destinados aos Diretores de escolas, que propiciou informaes consolidadas sobre formao acadmica, experincia, estilo de gesto e sua percepo sobre o funcionamento e condies da escola, bem como informaes sobre seu perfil socioeconmico e cultural; ao Professor-Coordenador, e que objetivou a coleta de informaes sobre sua formao acadmica, experincia e prtica pedaggica, sua percepo sobre o funcionamento e condies da escola e sobre seu perfil socioeconmico; e ao Professor, que tambm coletava informaes sobre formao acadmica, experincia, sua percepo sobre o funcionamento e condies de trabalho na escola, alm de informaes sobre seu perfil socioeconmico e cultural. Esse instrumento teve mdulos especficos sobre prticas de ensino para os professores de Ciclo I do Ensino Fundamental, Ciclo II e Ensino Mdio - Lngua Portuguesa, Matemtica, Cincias e Cincias da Natureza (Biologia, Fsica e Qumica). Os questionrios de gesto escolar so parte constitutiva do processo avaliativo e propiciam a anlise dos fatores associados aprendizagem. A aplicao foi on line, no site da SEE/SP e seguiu um cronograma escalonado para cada profissional envolvido. O perodo de aplicao tambm antecedeu a prpria aplicao das provas do SARESP .

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3. ABRANGNCIA DO SARESP 2010

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Alm dos estudantes da Rede Estadual e a exemplo das edies anteriores, participaram do SARESP 2010 escolas municipais e particulares e, pela segunda vez consecutiva, os alunos da 3 srie do Ensino Mdio das Escolas Tcnicas do Centro Paula Souza ETE. Da previso inicial que se aproximava dos 2,4 milhes de alunos, 89% participaram da aplicao realizada em 2010. A tabela seguinte rene os dados consolidados da participao de alunos, escolas, redes e municpios no SARESP 2010. Tabela 1. Participao no SARESP 2010: Alunos, Escolas, Redes e Municpios.Rede de Ensino Estadual ETE Municipal Particular Total Previsto 1.719.137 14.244 653.425 52.097 2.438.903 1 dia Participante 1.517.175 12.102 590.415 48.059 2.167.751 % 88,3 85,0 90,4 92,2 88,9 Previsto 1.719.137 500.017 20.829 2.239.983 2 dia Participante 1.495.445 456.830 19.586 1.971.861 % 87,0 91,4 94,0 88,0 5.048 117 3.460 245 8.870 644 98 560 124 645

Escolas

Municpios

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4. APlICAO DA AvAlIAO

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As provas do SARESP 2010 foram aplicadas nos dias 17 e 18 de novembro de 2010, nos perodos da manh, da tarde e da noite, no horrio de incio das aulas, e essa etapa da avaliao foi orientada por um Plano de Aplicao elaborado pelos Coordenadores de Avaliao das Diretorias de Ensino. Atuaram na aplicao da edio 2010 do SARESP 68.158 aplicadores, que foram treinados pelo Diretor da Escola (Coordenador da Aplicao). Alm disso, na aplicao das provas do SARESP 2010, atuaram 8.794 fiscais externos, em todo o Estado, que foram devidamente selecionados e treinados em fases anteriores aplicao, pelos Agentes da VUNESP . A capacitao dos envolvidos no SARESP 2010 ocorreu em nvel central, regional e local, por meio de aes presenciais, videoconferncia e manuais especficos para orientao sobre os procedimentos de aplicao, a utilizao do Sistema Integrado do SARESP a correo das provas do 3 ano do Ensino Fundamental , e os critrios de correo das Redaes e das Questes Abertas de Matemtica. As provas foram aplicadas contando com o acompanhamento de representantes dos pais dos alunos, indicados pelo Conselho de Escola de cada estabelecimento de ensino.

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PARTE II RESUlTADOS SARESP 2010 lINGUA PORTUGUESA

1. REDE ESTADUAl DE ENSINO

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1.1. 3 ANO DO ENSINO fUNDAMENTAl: MDIAS DE DESEMPENhONa avaliao do desempenho em Lngua Portuguesa, as respostas dos alunos do 3 ano do Ensino Fundamental so agrupadas segundo os diferentes nveis de domnio das habilidades investigadas, expressos em escala prpria, construda por especialistas convidados pela SEE/SP Na prova de Lngua Portuguesa, o resul. tado dos alunos pode variar entre 0 e 72 pontos. A pontuao mdia obtida pelos alunos do 3 ano do Ensino Fundamental na edio do SARESP 2010, no Estado como um todo, na Coordenadoria do Ensino do Interior CEI e na Coordenadoria de Ensino da Grande So Paulo COGSP est apresentada na tabela seguinte. Tabela 2. Mdias de Desempenho em Lngua Portuguesa 3 ano do Ensino Fundamental - Rede EstadualInstncia Rede Estadual CEI COGSP (*) Pontos possveis de 0 a 72 Pontos(*) 48,1 50,8 46,9 % 66,8 70,6 65,1

A mdia de proficincia em Lngua Portuguesa foi de 48,1 pontos para a Rede Estadual, o que corresponde a 66,8% da pontuao total. Os alunos das escolas localizadas no interior do Estado apresentaram melhor desempenho do que os das escolas da Grande So Paulo, com uma diferena favorvel aos primeiros de cerca de 4 pontos percentuais. Para uma interpretao pedaggica mais acurada, inclusive a comparao com dados anteriores, os resultados de desempenho dos alunos do 3 ano do Ensino Fundamental foram divididos em seis diferentes nveis. Deste modo, cada nvel, juntamente com o intervalo de pontos por ele contido, representa um conjunto especfico de habilidades e competncias. As habilidades descritas em cada nvel so cumulativas, o que significa, por exemplo, que um aluno que obtm uma pontuao equivalente ao sexto e o ltimo nvel, desenvolveu as demais habilidades compreendidas pelos cinco nveis anteriores. A Tabela 3 descreve as habilidades referentes a cada nvel e os respectivos intervalos de pontuao e informa o percentual de alunos por nvel da Rede Estadual e das Coordenadorias de Ensino. A representao grfica desses resultados est apresentada no Grfico 1.

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Tabela 3. Alunos do 3 Ano do Ensino Fundamental - Rede Estadual, por Nveis de Desempenho em Lngua Portuguesa (em%)% de Alunos Nvel Pontuao Descrio do Nvel Rede Estadual 4,6 3,5 CEI 3,6 3,0 COGSP 5,0 3,7

1 Insuficiente 2

0a7 8 a 14

Os alunos escrevem sem correspondncia sonora. Os alunos escrevem com correspondncia sonora ainda no alfabtica. Os alunos escrevem com correspondncia sonora alfabtica; produzem texto com algumas caractersticas da linguagem escrita, no gnero proposto (conto); e localizam, na leitura, informaes explcitas contidas no texto informativo. Os alunos escrevem com ortografia regular; produzem texto com caractersticas da linguagem escrita, no gnero proposto (conto); e leem com autonomia, fazendo inferncias a partir do texto informativo. Os alunos escrevem com ortografia regular; produzem texto com caractersticas da linguagem escrita, no gnero proposto (conto); produzem texto com algumas caractersticas da linguagem escrita, a partir da situao de leitura autnoma (conto) com apoio de exemplo (recomendao de leitura). Os alunos escrevem com ortografia regular e produzem texto com caractersticas da linguagem escrita, tanto no gnero proposto (conto) como em situao de leitura autnoma (conto) com apoio de exemplo (recomendao de leitura).

Regular

3

15 a 43

25,3

20,9

27 ,2

Bom

4

44 a 53

19,4

17 ,8

20,1

Muito Bom

5

54 a 68

35,0

39,8

32,9

Excelente

6

69 a 72

12,1

14,9

10,9

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Grfico 1. Distribuio Percentual dos Alunos do 3 Ano do Ensino Fundamental por Nvel de Desempenho em Lngua Portuguesa - Rede Estadual SARESP 2010

Dos resultados apurados, possvel concluir que, no que concerne ao desempenho dos alunos do 3 ano do Ensino Fundamental em Lngua Portuguesa: 91,9% escrevem com correspondncia sonora alfabtica, produzem texto com algumas caractersticas da linguagem escrita e do gnero proposto, alm de localizarem, na leitura, informaes explcitas contidas no texto informativo; 66,5% escrevem com ortografia regular e leem com autonomia, e destes 12,1% dos alunos situamse no nvel 6, o mais elevado, visto que tm condies de escrever com ortografia regular e produzir textos com caractersticas da linguagem escrita, tanto no gnero proposto como em situao de leitura autnoma com apoio de exemplo. nas escolas do interior, mais da metade dos alunos se enquadram no padro Muito Bom ou acima, novamente destacando um melhor desempenho dessas escolas comparadas com as demais da Rede Estadual; 8,1 % dos alunos se encontram no padro Insuficiente alunos que escrevem sem correspondncia sonora ou com correspondncia sonora ainda no-alfabtica um percentual bastante baixo, que indicativo de uma boa qualidade de ensino nas escolas que compem a rede.

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1.2. 5, 7 E 9 ANOS DO ENSINO fUNDAMENTAl E 3 SRIE DO ENSINO MDIO: MDIAS DE PROfICINCIAAs mdias de proficincia em Lngua Portuguesa obtidas por ano/srie avaliados, para a Rede Estadual e por Coordenadoria de Ensino, bem como a representao grfica da evoluo temporal das mdias de proficincia em Lngua Portuguesa, esto registradas na tabela e nos grficos apresentados a seguir. No grfico 4, tem-se uma viso mais abrangente do distanciamento das mdias de proficincia aferidas no SARESP 2010 em relao expectativa do nvel de proficincia Adequado para os anos/srie avaliados. Tabela 4. Mdias de Proficincia por Ano/Srie: Lngua Portuguesa SARESP 2010 - Rede EstadualAno/Srie 5o ano EF 7o ano EF 9o ano EF 3a srie EM Rede Estadual 190,4 203,7 229,2 265,7 CEI 196,6 207,3 233,3 268,6 COGSP 187,7 199,9 225,1 262,5

Grfico 2. Mdias de Proficincia por Ano/Srie no SARESP 2010 - Lngua Portuguesa Rede Estadual

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Grfico 3. Evoluo Temporal das Mdias de Proficincia - Lngua Portuguesa Rede Estadual

Grfico 4. Distanciamento das Mdias de Proficincia Aferidas no SARESP 2010 em Relao Expectativa do Nvel de Proficincia Adequado para os Anos/Srie Avaliados Lngua Portuguesa - Rede Estadual

Em sntese, o SARESP 2010 apurou que as mdias de proficincia em Lngua Portuguesa para o Estado variam, nas sries avaliadas, entre 190,4 (5 ano do EF) e 265,7 (3 srie do EM), representando um acrscimo de 75,3 pontos em 7 anos de escolaridade. A expectativa de ganho, para este intervalo de tempo de 100 pontos; as mdias de proficincia, em todos os anos/srie avaliados, da Coordenadoria de Ensino do Interior so sistematicamente mais altas que as da Coordenadoria de Ensino da Grande So Paulo;

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em relao aos resultados SARESP 2009, todas as sries avaliadas no demonstraram tendncia de aumento no nvel de proficincia; a maior queda do nvel de proficincia foi observada na avaliao do 7 ano do Ensino Fundamental; com o aumento da escolaridade percebe-se o maior distanciamento da mdia aferida em relao expectativa de mdia de proficincia para o nvel de desempenho adequado para os anos/srie avaliados. O maior distanciamento ocorre no 9 ano do Ensino Fundamental com diferena de 45,8 pontos, o que representa um desvio padro; a mdia de proficincia aferida para o 5 ano do Ensino Fundamental em Lngua Portuguesa a que mais se aproxima da expectativa para o Nvel Adequado (9,6 pontos de diferena).

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1.3. NvEIS DE PROfICINCIA EM lNGUA PORTUGUESAConforme descrito em momento anterior deste relatrio, as mdias de proficincia so classificadas em quatro Nveis Abaixo do Bsico, Bsico, Adequado e Avanado definidos a partir das expectativas de aprendizagem (contedos, competncias e habilidades) estabelecidos para cada srie/ano e disciplina na Matriz Curricular do Estado de So Paulo. Os percentuais de desempenho dos alunos com proficincia situada em cada um dos quatro nveis acima especificados, para cada disciplina considerada, em funo do ano/srie avaliados, esto apresentados em grficos, para melhor compreenso. Grfico 5. Percentuais de Alunos da Rede Estadual por Nvel de Proficincia Lngua Portuguesa - SARESP 2010

Grfico 6. Percentuais de Alunos da Rede Estadual por Nvel de Proficincia Agrupado Lngua Portuguesa - SARESP 2010

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1.4. COMPARAO DOS RESUlTADOS DO SARESP 2010 COM SARESP 2009 E PROvA BRASIl/SAEB 2007 E 2009 - lNGUA PORTUGUESAAs comparaes entre os resultados de Lngua Portuguesa do SARESP 2009 e 2010 e os da Prova Brasil/ Saeb 2007 para a Rede Estadual, quanto aos percentuais de alunos situados nos nveis de desempenho, so , apresentadas na tabela e grfico seguintes. A comparao com os resultados de 2007 justifica-se pela ausncia de divulgao pblica pelo INEP/ MEC, at maro de 2011, dos resultados do Saeb 2009. Tabela 5. Comparao entre os Resultados do SARESP 2009 e 2010 e os da Prova Brasil/Saeb 2007 quanto , aos Percentuais de Alunos por Nvel de Proficincia em Lngua Portuguesa Rede EstadualNvel SARESP 2009 Abaixo do Bsico Bsico Adequado Avanado 20,9 37,2 31,6 10,3 5o EF SARESP 2010 19,8 39,3 31,1 9,8 Saeb 2007 29,0 41,2 24,6 5,3 SARESP 2009 22,5 57,0 18,1 2,3 9o EF SARESP 2010 28,4 54,9 14,9 1,7 Saeb 2007 26,1 55,5 16,5 1,8 SARESP 2009 29,5 40,6 29,2 0,7 3a EM SARESP 2010 37,9 38,3 23,3 0,6 Saeb 2007 41,4 36,6 21,8 0,3

Grfico 7. Comparao dos Nveis de Proficincia dos Alunos no SARESP 2009 e 2010 e na Prova Brasil/ Saeb 2007 - Lngua Portuguesa (em %)

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Os registros pem em evidncia que, em relao ao SARESP 2009, o 5 Ano do Ensino Fundamental apresentou um fluxo de alunos do Nvel de Desempenho Abaixo do Bsico para o Bsico, enquanto o 9 ano do Ensino Fundamental e a 3 serie do Ensino Mdio apresentaram um fluxo contrrio. Verificou-se tambm que sem exceo, todos os anos e srie avaliados apresentaram uma diminuio da populao de alunos nos nveis de desempenho Adequado e Avanado. Quanto ao desempenho frente ao Saeb/2007 exceo feita ao 9 ano, os resultados do SARESP acom, panham a tendncia de 2009, isto , so melhores, pois registram maiores percentuais de alunos nos nveis adequado e avanado.

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1.5. DESEMPENhO EM REDAOConforme indicado em momento anterior deste relatrio, uma amostra aleatria, correspondente a 10% das redaes produzidas pelos alunos, estratificada por Diretoria de Ensino, foi corrigida por especialistas externos treinados pela VUNESP com base nos critrios estabelecidos no Manual de Redao. Os resultados da , redao apresentados nas tabelas e grficos seguintes referem-se a essa amostra estratificada das redaes produzidas pelos alunos dos 5, 7 e 9 anos do Ensino Fundamental e 3 srie do Ensino Mdio. Os resultados da Redao tambm foram distribudos na escala especfica com indicao dos quatro nveis: Abaixo do Bsico, Bsico, Adequado e Avanado. Tabela 6. Mdias de Desempenho em Redao por Ano/Srie Avaliados Rede EstadualAno /Srie Mdia 5 ano EF 60,7 7 ano EF 67 ,8 9 ano EF 53,5 3 srie EM 62,0

Tabela 7. Percentual de Alunos por Nvel de Proficincia em Redao por Ano/Srie Avaliados Rede Estadual SARESP 2010Nvel (Intervalo de Notas) Abaixo do Bsico (< 50) Bsico (50 a 65) Suficiente Adequado (65 a 90) Avanado (90 a 100)

Classificao

5ano EF

7ano EF

9ano EF

3srie EM

Insuficiente

23,3 27 ,8

13,6 17 ,9

38,5 27 ,2

18,6 30,8

44,6

60,3

31,2

47 ,1

Avanado

4,3

8,2

3,1

3,5

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Grfico 8. Distribuio Percentual de Alunos por Nvel de Desempenho em Redao Rede Estadual - SARESP 2010

Grfico 9. Distribuio Percentual de Alunos da Rede Estadual por Nvel de Desempenho Agrupado Redao SARESP 2010

Os resultados de desempenho em Redao sugerem que no SARESP 2010 a maior parte dos alunos avaliados dos ensinos Fundamental e Mdio est situada no nvel de desempenho Adequado, a exceo do 9 ano do Ensino Fundamental que concentra no nvel Abaixo do Bsico (38,7%); o 7 ano do Ensino Fundamental apresenta o percentual mais elevado (60,3%) de alunos no nvel Adequado;

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nos 5 e 9 anos do Ensino Fundamental o Nvel Abaixo do Bsico concentra mais de um quinto dos alunos avaliados; os docentes responsveis pela correo da redao do 5 ano do Ensino Fundamental apontaram em seus relatrios que o texto apresentado como estmulo levou muitos alunos a narrar uma histria imaginria, em lugar de relatar uma experincia; o texto escolhido para o 9 ano do Ensino Fundamental, por estar inserido na experincia de vida desta faixa etria, tambm levou os alunos a escreverem mais um relato de experincia pessoal do que um artigo de opinio. Em consequncia, a avaliao do 9 ano do Ensino Fundamental foi prejudicada pelo critrio adotado; o conceito insuficiente foi assinalado em todas as competncias para um grande nmero de alunos, cuja produo textual foi considerada como fuga de gnero.

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PARTE III ANlISE PEDAGGICA DOS RESUlTADOS1. PRINCPIOS CURRICUlARES E MATRIZES DE REfERNCIA PARA A AvAlIAO DO SARESP lNGUA PORTUGUESA

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1. PRINCPIOS CURRICUlARES E MATRIZES DE REfERNCIA PARA A AvAlIAO DO SARESP - lNGUA PORTUGUESAEm Lngua Portuguesa, a leitura e a produo de textos so um diferencial. Sobre essa questo, a Proposta Curricular do Estado de So Paulo Ciclo I Ensino Fundamental Lngua Portuguesa diz: O desenvolvimento da competncia de ler e escrever no um processo que se encerra quando o aluno domina o sistema de escrita, mas se prolonga por toda a vida, com a crescente possibilidade de participao nas prticas que envolvem a lngua escrita e que se traduz na sua competncia de ler e produzir textos dos mais variados gneros1.

Sobre essa questo a Proposta Curricular do Estado de So Paulo Ciclo II e Ensino Mdio Ensino Fundamental e Ensino Mdio Lngua Portuguesa2 diz: essa habilidade de interagir linguisticamente por meio de textos, nas situaes de produo e recepo em que circulam socialmente, que permite a construo de sentidos desenvolvendo a competncia discursiva e promovendo o letramento. O nvel de letramento determinado pela variedade de gneros textuais que a criana ou adulto reconhecem. Assim, o centro da aula de lngua portuguesa o texto, mas o que isso significa realmente? Todos os textos surgem na sociedade pertencendo a diferentes categorias ou gneros textuais que relacionam os enunciadores com atividades sociais especficas. No se trata de pensarmos em uma lista de caractersticas que compem um modelo segundo o qual devemos produzir o nosso texto, mas de compreender como esse texto funciona em sociedade e de que forma ele deve ser produzido e utilizado a fim de atingir o objetivo desejado. A proposta de estudar a lngua considerada como uma atividade social, espao de interao entre pessoas, num determinado contexto de comunicao, implica a compreenso da enunciao como eixo central de todo o sistema lingustico e a importncia do letramento, em funo das relaes que cada sujeito mantm em seu meio. Para o trabalho com gneros textuais torna-se necessrio compreender tanto as caractersticas estruturais de determinado texto (ou seja, como ele feito) como as condies sociais de produo e recepo, para refletir sobre sua adequao e funcionalidade.

Orientaes Curriculares do Estado de So Paulo: Lngua Portuguesa e Matemtica Ciclo I/Secretaria da Educao; coordenao, Neide Nogueira,Telma Weisz; elaborao, ngela Maria da Silva Figueiredo e outros. So Paulo: FDE, 2008, pg.8. Disponvel em http://www.rededosaber.sp.gov.br1

Proposta Curricular do Estado de So Paulo: Lngua Portuguesa / Coord. Maria Ins Fini. So Paulo: SEE, 2008.ISBN 978-85-61400-11-8.1. Lngua Portuguesa (Ensino Fundamental e Mdio) Estudo e ensino. I. Fini, Maria Ins. II. So Paulo (Estado)Secretaria da Educao, pg.42. Disponvel em http:// www.rededosaber.sp.gov.br2

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As Matrizes de Referncia para a Avaliao de Lngua Portuguesa para todos os anos/sries retomam os princpios curriculares e destacam que o texto o objeto de avaliao na prova de Lngua Portuguesa. As habilidades e os contedos propostos nas matrizes esto articulados a um texto autntico, isto , j publicado para um determinado fim e com autoria original. E ainda que esta seja uma caracterstica intimamente relacionada ao contexto sociocultural, a leitura em situao escolar, necessariamente desvinculada desse contexto original, no pode prescindir da autenticidade, seja para resgat-la, como parte das estratgias de compreenso, seja para tom-la como objeto de reflexo e anlise. Por outro lado, como no h um texto igual ao outro, cada um deles nico e com grande probabilidade de ser indito para o leitor. O texto o foco principal do processo de ensino-aprendizagem de lngua portuguesa e, portanto, tambm desta Matriz. Considera-se texto qualquer sequncia falada ou escrita que constitua um todo unificado e coerente dentro de uma determinada situao discursiva. Assim, o que define um texto no a extenso dessa sequncia, mas o fato de ela configurar-se como uma unidade de sentido associada a uma situao de comunicao. Nesse sentido, o texto s existe como tal quando atualizado em uma situao que envolve, necessariamente, quem o produz e quem o interpreta.

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Matrizes de Referncia para a Avaliao do SARESP documento bsico/Secretaria da Educao; coordenao geral, Maria Ins Fini.

So Paulo: SEE, 2009. 174 p. v. 1. ISBN: 978-85-7849-374-5

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1.1. SOBRE A ORGANIZAO DAS MATRIZES DE REfERNCIA PARA A AvAlIAO DO SARESP - lNGUA PORTUGUESAAs Matrizes de Referncia para a Avaliao em Lngua Portuguesa (leitura) no devem ser confundidas com o Currculo. Por seus objetivos especficos, assim como pela natureza de suas competncias e habilidades, elas representam um recorte representativo das estruturas mais gerais de conhecimento da rea traduzidas em habilidades operacionais que vo permitir avaliar o desenvolvimento das aprendizagens esperadas, em cada ano/srie, que podem ser aferidas em uma situao de prova escrita. As Matrizes de Lngua Portuguesa do SARESP reorganizam, para fins especficos de avaliao, os conhecimentos previstos na Proposta Curricular Ensino Fundamental e Mdio, da seguinte forma:

Definio dos gneros a serem avaliados por ano/srieOs gneros foram previstos por ano/srie e para cada um deles a seleo procurou contemplar aqueles que, de forma geral, so objetos de estudo em sala de aula. Eles foram classificados em no-literrios e literrios. Para os segundos, definiram-se habilidades e contedos prprios, respeitando a funo especfica da literatura como objeto artstico.

Definio das competncias, habilidades e contedosEm Lngua Portuguesa, em situaes de leitura, so avaliadas as seguintes competncias, habilidades e contedos de reas comuns a todos os anos/srie avaliados:

Tema 1

Tema 1 Reconstruo das condies de produo e recepo de textos. Parte significativa do processo de (re)construo dos sentidos de um texto est diretamente relacionada percepo de suas condies de produo, que permite ao leitor situ-lo adequadamente como um evento discursivo. Nesse sentido, identificar elementos como os protagonistas do discurso, os objetivos do texto, o suporte utilizado, o gnero (e seus componentes) e os espaos de circulao envolvidos no discurso, os valores sociais associados s variantes lingusticas utilizadas parte essencial da compreenso do texto. Razo pela qual uma das competncias bsicas do leitor, em qualquer nvel de proficincia, a de resgatar, com base nas suas marcas especficas (como os diticos de pessoa, tempo e lugar, as determinaes lingusticas do

suporte etc.), aspectos das condies de produo relevantes para a compreenso do texto ou de parte dele.

Tema 2Reconstruo dos sentidos do texto. O processo de compreenso leitora baseia-se em procedimentos bsicos de (re)construo dos sentidos do texto. Tais procedimentos envolvem a recuperao de informaes, tanto locais (no limite, itens de informao ou informaes pontuais) quanto globais, de tal forma que o contedo de um texto possa ser representado, como prope a lingustica textual, em macroestruturas que se articulam em nveis crescentes de informao. Quanto mais baixa na estrutura, mais local ser a informao. E vice-versa: quanto mais alta mais geral e global, , incorporando as informaes de nvel inferior.

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Por um lado, as informaes que constituem o contedo de um texto podem figurar explicitamente (em diferentes graus de proeminncia) ou implicitamente (por meio de procedimentos diversos). O que envolve, no primeiro caso, a habilidade de localizar adequadamente essas informaes; e, no segundo caso, a de inferi-las de forma autorizada pelo texto, ou seja, com base na identificao dos procedimentos de implicitao utilizados.

Tema 5Reflexo sobre os usos da lngua falada e escrita. A adequada (re)construo dos sentidos de um texto, e em especial a sua leitura crtica, pressupem a capacidade do leitor de perceber e analisar aspectos lingusticos [e/ou semiticos] prprios de sua organizao, como a seleo lexical, o uso dos modos e tempos verbais, os recursos sintticos mobilizados na estruturao das frases, a pontuao etc. nesses aspectos semiticos e lingusticos da organizao textual que se encontram os modos de dizer prprios de um gnero, de um enunciador, de um determinado contexto histrico-social. E na medida em que esses modos de dizer fazem parte dos sentidos do texto, sua apreenso faz parte da compreenso.

Tema 3Reconstruo da textualidade. Os contedos se organizam, em um texto, com base em processos de coerncia e coeso que se expressam por meio de recursos lingusticos especficos, responsveis por apresentar informaes novas e resgatar as antigas, de forma a garantir a continuidade textual nas formas previstas pelo gnero e pela tipologia em questo. Por isso mesmo, uma das competncias fundamentais do leitor, em qualquer nvel de proficincia, consiste em um conjunto de habilidades relacionadas correta apreenso da organizao textual, por meio das marcas lingusticas que a manifestam.

Tema 6Compreenso de textos literrios. Pela tradio artstico-cultural a que se associa, o texto de valor literrio tem caractersticas prprias, baseadas em convenes discursivas que estabelecem modos e procedimentos de leitura bastante particulares (os pactos de leitura como , os denomina a teoria literria). Esses modos prprios de ler tm o objetivo bsico de permitir ao leitor apreender e apreciar o que h de singular em um texto cuja intencionalidade no imediatamente prtica, e sim artstica. Em consequncia, o leitor literrio caracteriza-se como tal por uma competncia prpria, ao mesmo tempo ldica (porque o pacto ficcional) e esttica (dada a intencionalidade artstica). Tratase, portanto, de uma leitura cujo processo de (re) construo de sentidos envolve fruio esttica, em diferentes nveis.

Tema 4Reconstruo da intertextualidade e relao entre textos. Um texto se constitui e se individualiza como tal numa complexa rede de relaes que ele estabelece com outros textos, no que diz respeito forma, ao contedo e/ou s suas funes sociais. nas semelhanas e diferenas com os demais, por exemplo, bem como na forma como se refere direta ou indiretamente a outros textos, que ele ganha identidade. Assim, a leitura de um texto envolve, por parte do leitor, uma adequada apreenso dessa rede de relaes, sempre mais ou menos marcadas no prprio texto. por meio da apreenso de marcas como a citao, a referncia, a aluso que o leitor pode perceber um texto como pardia de outro, plgio, comentrio, adendo, explicao, resposta.

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1.2. SOBRE A ORGANIZAO DAS PROvAS EM lNGUA PORTUGUESAOs itens de leitura utilizados na construo das provas do SARESP 2010 foram elaborados com base nas habilidades indicadas nas Matrizes de Referncia para a Avaliao de Lngua Portuguesa para os anos/srie avaliados. Para os 5, 7 e 9 anos do Ensino Fundamental e 3 srie do Ensino Mdio, as provas foram constitudas de itens de mltipla escolha e planejadas utilizando a metodologia de Blocos Incompletos Balanceados BIB. Esse modelo de prova permite que as questes sejam reunidas em subconjuntos denominados de blocos e organizados em grupos de diferentes combinaes.

As experincias de leituraEm situao de prova, o leitor deve mobilizar todos os seus conhecimentos aprendidos na vida e na escola para dar um sentido global ao texto proposto para a leitura. Alm da decodificao do texto (estgio inicial e necessrio para a leitura da palavra escrita), o leitor deve estar preparado para compreend-lo, mesmo antes de realizar a tarefa de leitura proposta. Essa compreenso global requer um leitor competente para atribuir um significado imediato ao texto, identificando nele um padro geral que permita prever sua finalidade, seu tema e sua organizao, o que lhe exige uma experincia de leitura previamente constituda. A competncia em fazer previses fundadas sobre os textos est alm da educao escolar; e, como demonstram as experincias com a alfabetizao, muitas vezes antecede o estgio da decodificao. O convvio familiar, os meios de comunicao, a histria de vida dos leitores propiciam o encontro com diferentes textos. Esses textos tm suportes, formas, finalidades. Em uma sociedade letrada, bem cedo as crianas se acostumam com a presena de textos escritos. Entretanto, essa experincia de predio tem um fator exponencial na escola, na medida em que o texto objeto de estudo em todo e qualquer componente curricular. Na escola, fala-se sobre o texto e estudase o texto. Na escola, o leitor sistematiza suas experincias e desenvolve a competncia de formular hipteses a respeito da finalidade do texto, de suas caractersticas, dos possveis temas; e, assim, vai construindo uma compreenso dos detalhes, do estilo, do vocabulrio, das propostas da autoria. O texto torna-se, ento, instrumento e objeto de aprendizagem para o leitor. O prazer de ler pode desenvolver-se, na medida em que o texto ensina novos conhecimentos e se abre para o dilogo com o leitor. As experincias profcuas de leitura pressupem o contato do leitor com a diversidade dos textos, tanto do ponto de vista da forma quanto no que diz respeito ao contedo. Alm do domnio da textualidade propriamente dita, o leitor vai construindo um repertrio cultural especfico relacionado com as diferentes reas do conhecimento que usam a palavra escrita para o registro de ideias, experincias, conceitos, snteses etc. Por isso mesmo, os instrumentos de avaliao da proficincia em leitura utilizados pelo SARESP pressupem o aprofundamento da experincia do leitor ao longo dos anos da educao bsica. Assim, os textos selecionados para a realizao das tarefas de leitura, nas provas do SARESP conside, ram a experincia esperada do leitor, de acordo com a sua faixa etria e o ano/srie escolar que frequenta.

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O texto como unidade bsica de leituraAs competncias, habilidades e os contedos avaliados esto articulados a um texto autntico, isto , j publicado para um determinado fim e com autoria original. O texto o foco principal do processo de ensino-aprendizagem de Lngua Portuguesa e, portanto, tambm da avaliao. Os textos utilizados como suportes para os itens envolvem graus crescentes de complexidade, no que se refere: faixa etria do leitor tpico; proximidade do assunto e tema com o meio cultural e conhecimento de mundo do leitor; atualidade do assunto e tema tratados; ao contexto de produo e de recepo (o pblicoalvo do texto e sua finalidade); poca de produo; s escolhas sinttico-semnticas; ao vocabulrio (seleo lexical); disposio e ordem das ideias e dos assuntos (direto e indireto); aos recursos expressivos utilizados; s estratgias textuais utilizadas na composio; s determinaes do gnero. Os gneros podem ser reconhecidos pelo tipo de autoria, por um contedo temtico prprio, pela estrutura e organizao de sua composio e, portanto, pelos recursos lingusticos e textuais que tendem a mobilizar.

As tarefas de leituraUma vez lido o texto da prova, o leitor realiza diferentes tarefas de leitura, propostas por questes de compreenso, em formato de mltipla escolha com quatro alternativas (cinco para o Ensino Mdio), sendo que apenas uma correta. Essas tarefas avaliam a forma como o leitor responde aos comandos do item e suas competncias e habilidades em leitura, definidas por descritores organizados em matrizes apropriadas para a etapa de escolarizao do aluno leitor. As competncias e habilidades predefinidas nas matrizes partem do princpio de que o leitor competente aquele que sabe recuperar, compreender, interpretar e avaliar as informaes apresentadas em diferentes textos. As tarefas de leitura simulam situaes reais exigidas do leitor e necessrias para a vida em uma sociedade letrada, isto , o leitor utiliza o texto de acordo com os seus objetivos pessoais como obter, selecionar, interpretar e avaliar informaes escritas. Os itens esto relacionados aos textos que devem ser lidos e ao que se espera que os leitores sejam capazes de fazer com esses textos. Em relao ao formato dos itens (a forma como se pergunta), tanto o enunciado como as alternativas podem reproduzir uma parte especfica ou fazer uma parfrase do texto lido, solicitando a recuperao de uma informao, a relao entre as informaes, a compreenso ampla do texto, a interpretao ou a avaliao relativa ao contedo ou forma do texto. O modo como se pergunta envolve vrias condies, como o vocabulrio utilizado, a explicitao ou no das informaes fornecidas para a realizao das tarefas, o nmero de informaes solicitadas, a proeminncia maior ou menor da informao requerida, a quantidade de informaes concorrentes presentes no texto, a necessidade de categorizar as ideias ou informaes, a sequncia das informaes no texto, o nmero de critrios exigidos para sua localizao precisa, a quantidade de texto a ser assimilada, a familiaridade e especificidade do conhecimento que precisa ser trazido de fora do texto etc.

Classificao das tarefas de leitura propostas nas provasAs tarefas de leitura propostas podem ser classificadas em trs grandes grupos:

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Grupo I - Recuperao de informaes nos textos. Este grupo de tarefas se refere aos procedimentos que solicitam do leitor a localizao, o reconhecimento e a identificao de informaes no texto. Procedimentos de localizao. As tarefas de localizar pressupem que o leitor encontre informaes (dados, fatos, opinies, procedimentos, argumentos etc.), contidas em partes especficas do texto. Essas informaes podem ser reproduzidas literalmente ou por meio de parfrases. O leitor faz uma varredura no texto em busca da informao requisitada. No necessrio que ele apresente domnio de nomenclatura especfica da rea. O processamento de leitura envolvido ocorre na maior parte das vezes no nvel de partes especficas do texto, embora em alguns casos a informao possa estar distribuda ao longo do texto ou envolver algum grau de inferncia ou categorizao.Por exemplo: o item solicita que o leitor localize uma informao em parte do texto transcrita ou parafraseada pelo comando; o comando apresenta apenas indcios para a localizao da resposta; o leitor explicitamente direcionado a considerar a informao em parte do texto; a parte em questo pode estar em um mesmo pargrafo ou distribuda em vrios pargrafos; o leitor necessita recorrer releitura do texto para encontrar a parte correspondente proposta do comando e a estabelecer uma relao possvel com as alternativas propostas etc. Procedimentos de reconhecimento. Essas tarefas pressupem um conhecimento anterior do texto no necessariamente sistematizado e explicvel. O leitor aplica seu conhecimento previamente adquirido (no mundo ou na escola) situao proposta por uma suposio de semelhana (analogia), emitindo, assim, uma opinio no necessariamente verificada. O sentido de extenso provvel do conhecimento ocorre mediante semelhanas genricas por induo. No caso do reconhecimento da finalidade de um determinado gnero proposto, por exemplo, o aluno reconhece seu uso social por semelhana aos usos sociais j conhecidos do texto. Procedimentos de identificao. Essas tarefas pressupem a complementao de um conhecimento por correspondncia (definio exemplo), sem que o leitor necessite acrescentar nada de novo ao conhecimento j existente. O conhecimento previsto se encontra dentro da rea de Lngua Portuguesa e deve fazer parte do acervo escolar do aluno, mesmo que ele no saiba necessariamente explic-lo. Entretanto, diferentemente da habilidade de reconhecer, h a pressuposio de um conhecimento escolar especfico que deve ser mobilizado no ato da resoluo do problema proposto como, por exemplo, no caso da identificao de uma personagem em texto narrativo literrio ou de recursos grficos, rtmicos ou expressivos presentes no poema (versos, estrofes, rimas, repeties etc.).

Grupo II - Compreenso e interpretao de textos. Essas tarefas se referem aos procedimentos que solicitam o entendimento dos processos lgicos que so desenvolvidos nos textos. Nelas, o leitor precisa construir uma compreenso ampla sobre o texto ou desenvolver uma interpretao mais especfica como, por exemplo, de relaes sinttico-semnticas presentes no texto. Algumas tarefas desse grupo exigem, muitas vezes, compreenso lgica do texto (coerncia e coeso). Procedimentos de classificao. Essas tarefas pressupem a operao de repartir um conjunto de conhecimentos em classes coordenadas ou subordinadas, de acordo com critrios previamente determinados, envolvendo outras tarefas, como identificar, distinguir, dividir, ordenar etc. Um bom exemplo classificar os gneros considerando sua forma grfica ou as palavras de um texto em um campo semntico determinado. Procedimentos de estabelecimento de relaes. Essas tarefas pressupem que o leitor compreenda as relaes lgicas das proposies entre si, mesmo sem necessariamente saber explic-las. So relaes lingusticas que ocorrem em todo texto oral e escrito, relacionadas ao contexto de produo. De qualquer forma, o conhecimento de nomenclatura da rea importante para responder ao item proposto. Essas relaes esto intimamente interligadas coerncia e coeso do texto. Uma relao pode estar correta sob o ponto de vista sinttico, mas no sob o ponto de vista semntico ou discursivo. A coerncia de de-

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terminada proposio pressupe um sentido para o texto em uma situao comunicativa. A coeso ocorre na relao entre todas as partes do texto. Ela faz parte da superfcie lingustica, mas est interligada s estruturas profundas, discursivas e semnticas, relacionadas aos movimentos do pensamento. Por exemplo, podem ser citadas tarefas como estabelecer relaes lgico-semnticas entre dois fatos apresentados em um texto (temporalidade, causalidade, contraposio, comparao e oposio). Procedimentos de comparao. Essas tarefas pressupem que o leitor confronte dois textos, a partir de uma proposta que determina os termos e condies de comparao como, por exemplo, comparar em diferentes gneros, as formas de apresentar um lugar ficcional e um lugar real, um fato ficcional e um fato real, uma situao cientfica real e uma situao cientfica ficcional etc.

Grupo III - Reflexo sobre contedo e forma de textos. Essas tarefas se referem aos procedimentos que estabelecem uma ressignificao para os textos com base na aplicao de conhecimentos pblicos e estruturados. Nelas, o leitor precisa relacionar a informao encontrada em um texto com conhecimentos provenientes de outras fontes, distanciando-se do texto e buscando argumentos em conhecimentos pblicos (externos ao texto). Procedimentos de inferncia. Essas tarefas pressupem que o aluno estabelea, a partir de determinados conhecimentos da rea, conexes entre uma proposio dada, de carter geral, e uma proposio especfica ou concluso. Essa concluso particular situao proposta, no podendo ser generalizada. Por exemplo, as tarefas de inferir tese, tema ou assunto principal de texto, ou efeitos de ironia e humor em textos. Procedimentos de formulao de hipteses. Essas tarefas pressupem que o leitor calcule a possibilidade de resposta a uma questo sobre um conhecimento especfico da rea que ser examinado indiretamente atravs de suas consequncias e no de suas definies. A demonstrao do fato requerido preliminar e serve para comprovar apenas aquele fato em particular. Por exemplo, formular hipteses sobre o uso das convenes da escrita: letra maiscula inicial em nomes prprios, segmentao de palavras e frases, pontuao, ortografia, uso das categorias nominais (gnero e nmero) ou dos processos derivacionais de sufixao de palavras. Procedimentos de proposio. Essas tarefas pressupem que o leitor apresente uma proposta declarada sobre determinada questo, assumindo um carter subjetivo de ator de sua declarao. A proposta deve estar subordinada ao conhecimento requerido e aos limites da requisio proposta. Por exemplo, propor ttulo ou legenda apropriada para uma imagem, foto, figura etc. ou propor a reescrita de parte de um texto, utilizando os recursos do sistema de pontuao, maiscula inicial e ponto final (exclamao, interrogao e reticncias), dois pontos, aspas, travesso etc., de acordo com um dado sentido. Procedimentos de justificativa. Essas tarefas pressupem que o leitor demonstre ou explique um conhecimento por meio de conceitos especficos da rea, determinando o porqu do conhecimento requerido. Por exemplo, justificar o efeito de sentido e o significado produzido no texto pelo uso de pontuao expressiva (reticncias, exclamao, interrogao, aspas etc.) ou de notaes grficas ou justificar a presena, em textos, de fenmenos lingusticos das diferentes variedades da fala e da escrita, em domnios como: sistema pronominal; sistema de tempos verbais e emprego dos tempos verbais; casos mais gerais de concordncia nominal e verbal para recuperao de referncia e manuteno da coeso. Procedimentos de avaliao. Essas tarefas pressupem que o leitor emita um juzo de valor sobre uma determinada proposio, considerando como valor aquilo que prefervel ou desejvel, de acordo com uma determinada expectativa normativa. Por exemplo, avaliar criticamente o sentido preconceituoso de palavra, expresso, imagem usada em um texto ou avaliar posies distintas entre duas ou mais opinies relativas ao mesmo fato ou mesmo tema.

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Procedimentos de aplicao. Essas tarefas pressupem que o leitor faa uma transposio dos conhecimentos estruturados da rea para resolver um problema proposto. Por exemplo, aplicar o conhecimento sobre unidades lingusticas (perodos, sentenas, sintagmas) como estratgia para soluo de problemas de pontuao.

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1.3. CONSIDERAES SOBRE AS PROPOSTAS DE REDAOAs provas do SARESP apresentam uma proposta de redao. As competncias avaliadas na redao so: 5 Ano do Ensino Fundamental Produzir um relato de experincia pessoal vivida com base em proposta que estabelece tema, gnero, linguagem, finalidade e interlocutor do texto. 7 Ano do Ensino Fundamental Produzir uma carta pessoal com base em proposta que estabelece tema, gnero, linguagem, finalidade e interlocutor do texto. 9 Ano do Ensino Fundamental e 3 srie do Ensino Mdio Produzir um artigo de opinio com base em proposta que estabelece tema, gnero, linguagem, finalidade e interlocutor do texto. Em todos os anos/srie, so avaliadas cinco competncias associadas s respectivas competncias de produo de textos, a saber: Competncia I Tema; Competncia II Gnero; Competncia III Coeso/Coerncia; Competncia IV Registro; Competncia V Proposio (apenas para o Ensino Mdio). Mais adiante sero explicitadas em detalhe cada uma dessas competncias.

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2. ANlISE DO DESEMPENhO DOS AlUNOS EM lNGUA PORTUGUESA (lEITURA) POR ANO/SRIE E NvEl

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Nesse tpico, desenvolvida uma anlise pedaggica do desempenho dos alunos por ano/srie. Para a anlise, a escala de descrio por pontos, disponvel nos anexos deste documento, retomada na perspectiva de agrupamento dos pontos nos nveis j citados de cada ano/srie. importante destacar que a escala foi construda com base nos resultados dos alunos no SARESP 2007/2008/2009 e que, em 2010, ela foi ampliada, de acordo com o desempenho dos alunos nas provas aplicadas. Em cada nvel, as habilidades esto agrupadas em temas (de acordo com a Matriz de Referncia da Avaliao do SARESP). O desempenho nas habilidades presentes nos temas varia por nvel, sendo que em alguns nveis nem todos os temas so indicados, porque no h registro de desempenho dos alunos. Essa metodologia nos permitiu ressaltar algumas hipteses colocadas como snteses gerais em cada ano/srie e seus respectivos nveis. Para completar, so apresentados e comentados itens significativos das provas do SARESP 2010 por ano/srie/nvel. Devido ao carter de continuidade da escala, o desempenho dos alunos ao longo dos anos escolares incorpora o dos perodos escolares anteriores. Essa perspectiva deve ter por referncia os pontos da escala e os nveis representativos dos pontos. Portanto, ao se considerar a anlise de desempenho em um ano/srie/nvel, deve-se refletir sobre o desempenho nos perodos escolares anteriores e sua representao nos pontos da escala. importante retomar a questo da complexidade dos textos propostos para a realizao das tarefas de leitura. Eles so mais ou menos complexos, de acordo com a faixa etria e o ano/srie que os alunos frequentam, apesar de no haver mudana significativa dos gneros. As tarefas de leitura tambm vo sendo mais complexas, exigindo graus diferentes de habilidades por ano/srie. s vezes, quando o desempenho descrito, tem-se a impresso de ele ser o mesmo. Mas no pelos dois fatores diferenciais: a complexidade dos textos e das tarefas realizadas. Outra questo fundamental a ser considerada o que os alunos devem aprender em cada ano/srie (expectativas de aprendizagem previstas no currculo). Os contedos de aprendizagem vo se tornando mais complexos a cada ano/srie. Nos resultados, essa relao deve ser tambm relevante na anlise. Ao lado de cada ano/srie/nvel, colocada a porcentagem de desempenho dos alunos da Rede Estadual no nvel. Essa indicao revela o carter mais importante desse processo. As diferenas de desempenho associadas aos nveis demonstram que h alunos com conhecimentos muito diferentes em cada ano/srie. O propsito que se tenha o maior nmero possvel de alunos no nvel Adequado por ano/srie. Essa uma forma de ler os resultados. Certamente, cada escola vai escolher o melhor caminho para interpret-los e traduzi-los em seus projetos pedaggicos. Cumpre lembrar que as provas do SARESP representam um recorte das expectativas de aprendizagem previstas no currculo e que muitas habilidades no podem ser avaliadas em situao de prova escrita. Retoma-se o quadro que apresenta os pontos da escala distribudos por ano/srie e a qualificao dos nveis e a ele se agregam agora os percentuais dos alunos da Rede Estadual nos nveis de desempenho de 2008, 2009 e 2010 nas provas de Lngua Portuguesa Leitura.

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Distribuio percentual dos alunos da Rede Estadual nos Nveis de Proficincia de Lngua Portuguesa por Ano/Srie SARESP 2008/2009/2010Nveis Edio 5 EF