RELATÓRIO TÉCNICO - Acesso Restritosistema.saude.sp.gov.br/eventos/Palestras/Material de...

383

Transcript of RELATÓRIO TÉCNICO - Acesso Restritosistema.saude.sp.gov.br/eventos/Palestras/Material de...

RELATRIOTCNICO

Objetivo4

NcleodeEstudosReferenteaoPerfildeProfissionaisdoProgramadeSadeda

FamlianoMunicpiodeSoPaulo

UmadcadadeProgramadeSadedaFamlia(19962005)

1faseImplantaodoProgramaQUALISQualidadeIntegral

emSadeSES/SPeParceiras(19962001)

2faseExpansocomoPolticaPblicaMunicipalSMS/SPe

Parceiras(20012005)

Agostode2006

2

APRESENTAO

OpresenteRELATRIOmaterializaumdosProdutosrelacionadosaoObjetivo4doPlanoDiretor

doObservatriodeRecursosHumanosSUSSES/SP,paraobinio2004/2005,Estaode

trabalho do Projeto Rede de Observatrio de Recursos Humanos em Sade, do Ministrio da

SadeedaOrganizaoPanamericanadeSade,RepresentaodoBrasil.

ComesteRelatrioTcnico, aEstao integradapelaSecretariadeEstadodaSade/SP,pelo

CEALAG/FCMSCSPepelaFundaoGetlioVargas/SP,iniciaaapresentaoeadiscussode

dados, informaes e evidncias que propiciam reflexes sobre a identidade e as perspectivas

paraessenovosujeitodo trabalhoemsadequeagoraseapresentaemgrandescidadeseemreasmetropolitanas, consolidandouma linhade trabalho jemdesenvolvimentoequedever

ampliarsenosprximosperodos.

Nessa trajetria, a Estao cuida de contribuir para a compreenso e a conformao de

identidadesocupacionaisouprofissionaisnointeriordeumprojetoderelaoEstadoSociedade,

emespecialemrelaoaosagentescomunitriosdesade,decaracterizarseuperfilemreas

metropolitanas,suasconcepes,perspectivasenecessidades,cumprindoafunodainstituio

acadmica de apoiar a gesto dos diferentes nveis do SUS na concepo, implantao,

monitoramentoeavaliaodepolticaspblicas,nocasoespecial,dessaestratgiacujaproposta

areordenaodaatenobsicasadee,apartirdessenvel,dosistemadesade.

Se por um lado, resguardadas as diferenasmetodolgicas, os estudos possuem semelhanas

em seus processos e nos dados obtidos, o que nos permite tecer algumas importantes

consideraessobreatrajetriadoprograma.Poroutrolado,tendoemvistaasespecificidadese

diferenasdosobjetivoseenfoquesmetodolgicosdosdoisestudos,doscenrioserespectivos

contextos, tornase impossvelacomparaoentreascaractersticasdasvariveis identificadas,

nosdoismomentosdaSadedaFamlianacidadedeSoPaulo.

Em um primeiro momento, desembarcando namegalpole So Paulo, no bojo de um projeto

prioritrio daSecretaria deEstado daSade em articulao com oMinistrio daSade e com

instituies,OrganizaesSociaisdaSade,emtrsregiesdacidade(Leste,NorteeSudeste)e

parapopulaesespecficas, comoumProjeto.OQUALISemergiuemcontraposiopoltica

oficial municipal para a sade o Programa de Assistncia Sade PAS. Em um segundo

momento, um segundo estudo, em 2004, j o Programa de Sade da Famlia implantado na

cidadedeSoPaulo,envolvendopraticamentetodasasregiesdacidade,comumacoberturade

quase30%dapopulao,comopolticapblicamunicipalparaasade,estratgiadeorganizao

da ateno bsica sade nomunicpio. Nessa ocasio, o municpio de So Paulo j estava

integradoaoSistemanicodeSadeemregimedeGestoPlenadoSistema.Asunidadesde

3

sadeestaduaiseasequipesdoProjetoQUALIS(218)foramsidomunicipalizadasentre2001e

2002.

Entretanto, a diversidade de objetivos dos dois estudos o de 1999 e o de 2004 , das

metodologias especficas, do contingente de agentes participantes e o aproveitamento que,

posteriormente, foi feito dos dados e informaes, fazem comque,embora se tenha procurado

buscar dados e selecionar variveis que propiciassem informaes anlogas, as consideraes

aquicolocadasapresentamvariadosgrausdeaprofundamento,nadependnciadavarivelouda

dimensoconsideradaemcadaumdosprodutosoriundosdosestudosreferidos.

OmunicpiodeSoPaulo,desde2001,inciodenovaGesto,definiuoProgramadeSadeda

Famlia como estratgia de eleio para organizao da Ateno Bsica Sade e, alm de

confirmaroconvniocomas4InstituiesquejparticipavamdoQUALIS,ampliouasparcerias

comoutras8Instituiestambmconsideradasdeexcelnciaemensinoeassistncianareada

sade: Associao Sade da Famlia, Universidade Federal de So Paulo UNIFESP,

AssociaoComunitriaMonteAzul,InstitutoAdventistadeEnsino,CentrodeEstudosePesquisa

Dr. JooAmorim,Hospital IsraelitaAlbertEinstein,FundaoFaculdadedeMedicinadaUSPe

SantaCasadeSoPaulo.

Em que pesem as dificuldades metodolgicas para comparar os dois estudos realizados na

medidaemqueasinformaesrelativastantoaoperfilprofissional,comoasentrevistasrealizadas

seguirammetodologiasdistintas,estabelecerestedilogoentreosdois relatriospareceserda

maior importncia para as polticas pblicas do setor, tanto por aquilo que eles mostram de

diferentecomopelosaspectosemqueseusresultadosseassemelham.

Conforme a ser relatado na metodologia, os questionrios aplicados apresentam diferenas

importantes em termos de extenso e aprofundamento dos temas discutidos, ainda que sejam

bastante semelhantes quanto aos objetos centrais das questes. Por outro lado, o que um

instrumentopodegeraremtermosdeaprofundamentoediscussodotemacomosentrevistados,

ooutropossibilitaaplicaoemlargaescalaediversidadederespostas.

Se por um lado, resguardadas as diferenasmetodolgicas, os estudos possuem semelhanas

em seus processos e nos dados obtidos, o que nos permite tecer algumas importantes

consideraessobreatrajetriadoProgramaedoseusujeitoprivilegiado,oAgenteComunitrio

deSade.Poroutrolado,tendoemvistaasespecificidadesediferenasdosobjetivoseenfoques

metodolgicos dos dois estudos, dos cenrios e respectivos contextos, tornase impossvel

comparaoentreascaractersticasdasvariveisidentificadas,nosdoismomentosdaSadeda

FamlianacidadedeSoPaulo.

Umamelhorcaracterizaodosdoisestudostornasenecessria,emtermosde:

Natureza,cenrioeobjetivos

4

1.Estudo:

UmapesquisaavaliativadaimplantaodoProgramaQUALIS,inseridaemumProjetomaiorde

avaliao do QUALIS, com financiamento da FAPESP (Jatene AD, Novaes HMD, Malik AM,

GoldbaumM,MarsigliaRG,SilvaJA,SeixasP.NovosmodelosdeAssistnciaSade:Avaliao

doProgramadeSadedaFamlianoMunicpiodeSoPaulo.SoPaulo:FAPESP2000),aqual

tinhacomoobjetivos:

Tendoemvistaapocaemquefoirealizada,apesquisade1999contemplouaparticipaode

duasInstituiesParceiras:aFundaoZerbini,comUBSnasregiesSudesteeNortedacidade,

eaCasadeSadeSantaMarcelina,comUBSnaregioLestedacidade.Conformejdescrito,

essasforamasparceriasqueiniciaramoQUALIS,nacidadedeSoPaulo,atravsdoconvnio

comaSecretariadeEstadodaSade.

2.Estudo:

O estudo de 2004, j na poca de funcionamento doPSF como poltica pblica municipal, foi

concebidoe o instrumento aplicado pelaCoordenao daAtenoBsicae PSF daSecretaria

MunicipaldeSade,emcooperaotcnicacomaUNESCO,nosentidodacoletadedadospara

agestodosistemaeagernciadaestratgia.Osprofissionaisdasequipesdesadedafamlia,

inclusive os agentes comunitrios de sade, foram convidados a comparecer a um evento de

capacitaoe,nesse,foilhesapresentadoumquestionrioparapreenchimento.Apsacoleta,os

dadosforamanalisadospelaProfa.ReginaMarsiglia,daFaculdadedeCinciasMdicasdaSanta

CasadeMisericrdiadeSoPaulo,queelaboroudocumentostcnicoseosentregouSecretaria

Municipal de Sade. Devidamente autorizados pela gerncia municipal do Programa, esses

documentostcnicoseosprpriosquestionriospreenchidosconstituemseemfontesdedados

paraesseeparafuturosRelatrioseDocumentosTcnicos.

5

INTRODUO

Os estudos sobre os Recursos Humanos na rea da sade so de interesse comum entre

gestores dos servios de sade, pesquisadores da rea, formadores de profissionais e

trabalhadoresdesade.Nasduasltimasdcadas,muitostrabalhosforamproduzidos,apartirde

diferentes abordagens, utilizandose de diferentes perspectivasmetodologias e instrumentos de

coleta de informaes, e j h acmulo de conhecimentos e produo editorial sobre o tema,

partindosedediferenteslinhasconceituais,utilizandosedediferentesmetodologiasdepesquisa,

edaavaliaodediferentesexperinciaslevadasaefeitopelosdiversosnveisdaadministrao

emsade.

OmesmoocorrecomasexperinciasdoProgramadeSadedaFamliaque,emboradefinidoe

implantado oficialmente no pas s a partir de 1995, j contabiliza uma srie de trabalhos de

anlise,sejaemnveldosserviosdesade,sejaemnveldaacademia.Particularimportncia

adquiriu,nosltimosanos,apreocupaocomosRecursosHumanosnoProgramadeSadeda

Famlia, diante da inexistncia de profissionais da rea de sade, em nmero e com perfil

adequadoparaoexercciodasfunesetarefasquesoexigidas.

A anlise do perfil dos trabalhadores em ateno bsica, particularmente nessecaso, noPSF,

permitepensarcomoomercadodetrabalhoemsadeacompanhaastendnciasmaisgeraisdo

mercadode trabalhoemgeral,bemcomoasrelaessociaisestabelecidasemseu interior.Ao

final da dcada de 90, deparamonos com uma crescente terceirizao e informalizao do

trabalho,fatoquetambmocorrenareadasade.

OProgramaSadedaFamlia(PSF),quevemsendoimplantadopeloMinistriodaSadedesde

1995,emparceriacomgestoresestaduaisemunicipais,umaestratgiadeuniversalizaoda

ateno bsica e reorientao do Sistema de Sade no Brasil para aes de promoo,

prevenodasadeeassistnciasade,demaneiraintegrada,emumterritriodefinido.

A proposta, apresentada no documento do Ministrio da Sade, Sade da Famlia: uma

Estratgia para a Reorientao do Modelo Assistencial (1998), demonstra uma estreita

articulaoentreosprincpiosdaMedicinadeFamlia,MedicinaComunitriaeAtenoPrimria

(JATENEet.alii.,1999).

NoMunicpiodeSoPaulo,comeouaser implantadoem1996,atravsdeumaaoconjunta

entreoMinistriodaSade,aSecretariadeEstadodaSadedeSoPaulosobcoordenaodo

Dr.JosdaSilvaGuedesnaadministraodogovernoMrioCovaseduasorganizaessociais

semfinslucrativos:aCasadeSadeSantaMarcelinaeaFundaoZerbini,comadenominao

deQualidadeIntegralemSade(ProgramaQUALIS).Estefatosedeuemvirtudedosserviosde

sadedoMunicpiodeSoPauloteremsidotransformadosemcooperativasdesade,operados

6

pelo setor privado, atravs doPlano deAssistncia Sade (PAS), durante as Administraes

MunicipaisdosPrefeitosPauloMalufeCelsoPita,de1993a2000.

At o ano 2001, o QUALIS foi implantado em outras Unidades Bsicas de Sade (UBS),

perfazendo218equipesdistribudasnasZonasLeste,NorteeSudestedoMunicpio,emparceria

com essas duas organizaes, e estendido para a Zona Sul, atravs de novas parcerias,

AssociaoCongregaoSantaCatarina eOrganizaoSantamarense deEducao eCultura

(UNISA).

Alm disso, a Secretaria de Estado resolveu iniciar um processo de implantao do chamado

QUALIS Prprio, em que o Projeto comeou a ser implantado, em algumas regies, sem

parcerias,comosprpriosfuncionriosdasUnidadesBsicasdeSadecompondoasequipesde

PSF.Apenasosagentescomunitriosdesadeeramcontratadospelasinstituiesparceiras,na

medida da inexistncia, no quadro de funcionrios, dessa categoria ocupacional e da

impossibilidadedecontratlos,anoserporconcursopblico,oqueinviabilizariaocumprimento

devrios requisitosessenciaisaodesempenhodascompetnciasprevistasparaosagentes,no

Programa.

Apartirde2001,comamunicipalizaodasade,naAdministraodaPrefeitaMartaSuplicy,do

Dr.EduardoJorgeAlvesMartinsSobrinho,comoSecretrioMunicipaldaSadeoProgramade

SadedaFamliafoiexpandidosobcoordenaodonvelmunicipal,comcontrataodasequipes

atravsdedozeinstituiesparceirasdaSMS/SP.

7

IPROGRAMAQUALISNACIDADEDESOPAULO:SES/SPEPARCEIROS.

(1996a2001)1

ObjetivoGeraldaPesquisa(1)

Avaliaro ProgramaQUALIScomorepresentantedeummodelodeReorganizaodaAssistncia

Sadenopase,apartirdessaavaliao,desenvolverinstrumentosquepossamserutilizados

paraorientaraorganizao,aimplantaoeomonitoramentodeprojetossemelhantes.

ObjetivosEspecficos

1. Avaliarosprocessosdedefinioestratgicaedeimplantaodo ProgramaQUALIS.

2. Analisarascondiesdevida,asituaodesadeeautilizaodeserviosdesadeda

populaoabrangidapelo ProgramaQUALIS.

3. Avaliar o trabalho desenvolvido pelos integrantes da equipe de sade da famlia do

ProgramaQUALISedeaspectosespecficosdessaprtica,emespecial,domdicodefamliae

doagentecomunitriodesade.

4. Avaliar os resultados obtidospelo ProgramaQUALIS sobre a incidncia, prevalncia,

gravidade,evoluoemortalidadedeproblemasdesadeconsideradosprioritrios.

5. Desenvolver metodologia e indicadores para avaliao de efetividade e de custo

efetividadedeintervenesselecionadas,implantadaspeloQUALIS.

6.Avaliararelaocustoefetividadeobtidano ProgramaQUALISparaprocedimentosadotados

nocuidadodeproblemasdesadeconsideradosprioritrios.

OProjetofoisubdividoemtrssubprojetos:

SubProjeto1AvaliaodaImplantaodo ProgramaQUALIS,cujosresultadospreliminares

constamdesterelatrio.

SubProjeto2CaracterizaodaPopulaoCobertapelo ProgramaQUALISeEstudode

MorbidadeReferidaedeUti lizaodeServiosdesade

SubProjeto3AvaliaodeResultadosdo ProgramaQUALIS.

1ProjetodePesquisadecartermulticentrcode19992000(SES/SP,FaculdadedeMedicinaUSP,FaculdadedeSadePblicaUSP,FaculdadedeCinciasMdicas,FundaoGetulioVargas).FinanciadoinicialmentepelaFundaoZerbinieposteriormente pelaFundao deApoio PesquisadoEstadodeSoPauloFAPESP, contoucomacoordenaodoProf. Dr. Adib Domingos Jatene e participao dos pesquisadores: AnaMariaMalik, Augusta Sato, C.L.Csar, JoanaAzevedodaSilva,JosCarlosSeixas,JosdaSilvaGuedes,LaraSchesanLuisGracindoBastos,MariaH.Novaes,MariaLuciaLebro,MoissGoldbam,PauloHenriqueSeixas,ReginaGiffoniMarsiglia.

8

Metodologia

Buscouse,noprojetodepesquisaconstruirumconjuntocomplementardepesquisasavaliativas,

com objetivos e metodologias consistentes internamente (validade interna), e capazes de

construrem,porrefernciacomplexidadeesespecificidadesdoprogramaestudadoedoseu

contexto,umaslidavalidadeexterna.

Tendo em vista o objeto, suas especificidades e as necessrias abordagens, os desenhos

metodolgicos definidos foram diversos, a includos tanto os de natureza mais quantitativa,

quantoosmaisqualitativos,eaindaacombinaodeenfoquesemtodos.

AsquestessuscitadasemrelaoaosProgramasdeSadedaFamliasomuitodiversificadas,

eporessarazoprocuramosformullasdemodoapermitiroentendimentodessacomplexidade

e a produzir conhecimentos, entre eles, indicadores relacionados com aspectos que possam

apoiarprocessosdecisrios,emtemosdegestodeprogramaseserviosdesade.

Naavaliaodaimplantao(1fase)privilegiouseaanlisedograudeimplantao,oestudo

da relaoexistenteentreosobjetivosda intervenoeosmeiosempregados, eoestudo das

relaesentreocontexto,asvariaesnaimplantaoeosefeitosproduzidospelainterveno.

bastante extensa, nos dias atuais, a literatura especfica sobre abordagens, dimenses e

mtodos analticos quantitativose qualitativos, inclusive sobre a elaborao de instrumentos de

coletadedados(Quivy&VanCampenhoudt,1998Marconi&Lakatos,1988FerreiraeAmado,

1996 Queirz, 1991 Contandriopoulos et al., 1994 Minayo (org), 1994). As fontes e os

mecanismosdecoletadedadosparaessaapreensosotambminmerosevariados.

CenriosdaPesquisa

Apesquisafoidesenvolvidanas3regiesdomunicpiodeS.Paulo,ondeo ProgramaQUALIS

estimplantado:

Itaquera onde a articulao dosetor pblico Ministrio daSade e SecretariaEstadual de

Sadeeaparceriacomosetorprivadonocaso,umaOrganizaoSocial,aCasadeSade

SantaMarcelina viabilizouo inciodoProjeto: a implantaodoQUALIS I, emabril de1996,

paraumapopulaodecercade120.000habitantes,mediantetrintaequatroequipesdesade

dafamliaatuandonacomunidadeeemdoseunidadesbsicasdesade,emtrabalhoarticulado

comumhospital,aCasadeSadeSantaMarcelina,para23.000famliascadastradas.

9

VilaNovaCachoeirinha(ZonaNorte)eParqueSoLucas/Sapopemba(ZonaSudeste)o

QUALISIIviabilizadomedianteaarticulaodaSecretariadeEstadodaSadecomoIncor/HC

FMUSPeaparceriacomaFundaoZerbini,apartirde1997,cobrindoatoinciodapesquisa,

cercade148.000habitantes.ODistritodeVilaNovaCachoeirinhacontacomumapopulaode

140.819habitantes.Atoutubrode1998, foram implantadasvinteeduasequipesdesadeda

famlia, em cinco Unidades, incluindo um ambulatrio de especialidades, que atendiam 13.277

famlias, jcadastradas(RelatrioQUALISmaroajunho,1998).NaZonaSudeste,oDistrito

ParqueSo Lucas tem 144.587 habitantes e o distrito deSapopemba, 254.842 habitantes. At

outubrode1998,estavamematuaoquinzeequipes,emquatrounidadesdesadedafamlia,

atendendo6.700famliascadastradas.Estavaprevistaaampliao,nazonasudeste,atravsda

implantaodemaisvinteeduasequipeseseisnovasunidadesbsicasqueseencontravamem

construo,emreforma,ouemnegociao.

FontesdeDados

OSubProjetoIsobreoqualnosdetivemosnestaanlise,utilizousedolevantamentodedados

secundrioseprimrios,denaturezaqualitativaequantitativa.

1. Dadossecundrios,apartirde:levantamentobibliogrficodocumentosvrios,comespecial

ateno queles que contenham informaes sobre o Programa, sobre as competncias dos

profissionais, sobre o treinamento a que foram submetidos, entre outros aspectos relatrios

diversosdadosdeproduo

2. Dados Primrios, a partir de: 171 entrevistas com vrios tipos de agentes e profissionais

envolvidosnosProgramasQUALISnosdiversosnveis,bemcomo lideranasdascomunidades

locais: formuladores do Programa QUALIS, pessoas que participaram da concepo do

Programa,estandoouno,nomomentoatual,aelevinculado gestoresprincipais/ centraisdos

QUALIS I e II gestores/coordenadores tcnicos de reas e regies dos QUALIS

gestores/dirigentes da SES de nvel central e dos Ncleos que tm atuao junto ao QUALIS

gerentes de Unidades de Sade da Famlia profissionais das Equipes de Sade da Famlia

mdicos Especialistas profissionais das Equipes de Sade Bucal e lderes comunitrios das

regiesondeseencontravamasunidadesselecionadasparaestudo.

AsentrevistastiveramaintenodecompreenderascaractersticasdoProjeto,obterinformaes

dosresponsveisdiretospelaimplantao,viabilizaoemanuteno/funcionamentodoProjetoe

dosagentesdiretaouindiretamenteresponsveispelasuarealizao.

Os roteiros dessas entrevistas, com algumas perguntas especficas para cada tipo de

entrevistado,no geral recobriram, osaspectos histricos e de implantao doProjeto, desde a

concepo, asmotivaes, o referencial, as grandes definies polticoinstitucionais, passando

10

pelos seus objetivos, as intervenes, os recursos, o financiamento, pelo gerenciamento, pela

escolha das regies e pelo processo de implantao/expanso em cada uma delas, at as

particularidadesemesmoosaspectosquecercamodiaadiadesuasetapasderealizao,as

facilidades, as dificuldades, as expectativas, inclusive a natureza de participao e atuao de

cada um dos envolvidos. Para os profissionais das equipes de sade da famlia, alm desses

dados,procurousetambmconhecersuashistriasdevidaeasespecficastrajetriasporeles

percorridas desde a apresentao para a funo, a seleo, o processo de treinamento, at a

integraonotrabalhoenaequipe(Silvaetal.,1986).

Emrelaoespecificamenteaosmdicoseaosagentescomunitriosdesade,desenvolveuse

umaprofundamentometodolgico,motivadopelaintroduodessesdoistiposdeagentesnessa

comunidadecomplexa.Almdanfasequeoprprioprogramadispensaosmdicoseagentes

comunitrios,considerousequeosdemaismembrosdaequipedesadedafamliajtmmais

estabelecidasassuaspossibilidadesdeatuao,emmeiourbano.

Asentrevistascomdirigentesdeorganizaeseassociaesdemoradoresedaobservaesde

reuniesnascomunidades, inclusivecomasorganizaes sociais lexistentes.Adimensoda

participaodacomunidade,bemcomooposicionamentodapopulaodareadeabrangncia

do QUALIS sobre a implantao do Projeto foi identificada atravs de informaes obtidas por

meiodessesmecanismos.

A caracterizao dessa dimenso ser complementada com as informaes advindas do

desenvolvimentodoSubProjetoII.

3. Quarenta e oito observaes do trabalho dirio dos agentes envolvidos diretamente na

prticadoProgramaQUALISduranteumasemana:

a. de38agentescomunitriosdesadeemtodassuasatividadesnointeriordasunidadesdo

QUALIS, nas ruas da rea de abrangncia dos projetos, nas atividades de grupo e junto

comunidadee,especialmentenasatividadesdevisitasdomiciliares

b. de 10 equipes de sade da famlia em seu funcionamento no interior da unidade a

identificaoeoestudodosprocessosconcretosdetrabalhodasequipesforamnecessriospara

articularoquefoidefinidocomoobjetivoestratgicocomarealizaodaimplantao.Aindaem

relao prtica profissional, na medida do entendimento de que o trabalho realizado pelos

diferentesagentesdepende tantodascompetncias profissionaisdefinidase fomentadas, como

de suas caractersticas socioculturais prvias, essas tambm se traduzindo em concepes e

representaesreferentesaoprpriotrabalho,tornouseimportanteaobtenodedadosdiretos

capazesdeviabilizaracompreensodessasdimensesetambmdapopulaoenvolvidaede

outrosinteressados.

11

TrabalhodeCampo

Opreparoparaotrabalhodecampofoirealizadoemoitofases:

1) recrutamento,seleoetreinamentodeentrevistadoreseobservadores

2) elaboraodosinstrumentoseroteirosdeentrevistaseobservaesdotrabalhodasequipes

edoagentecomunitrio

3) levantamentodedocumentos,literaturaeinformaessobreosPSFeProgramaQUALIS

4) entendimentocomfinanciadores, gestorese coordenadores dosProgramasQUALIS tendo

emvistaamarcaodeentrevistas

5) visita s trs regies onde esto implantados os Programas QUALIS visando colher

informaesquecaracterizassemasreasdeabrangncia

6) definio dos critrios a partir de discusso conjunta entre os pesquisadores e os

coordenadores regionais para a seleo das unidades a serem pesquisadas e,

conseqentemente, da equipes cujo trabalho seria observado e cujos profissionais seriam

entrevistados

7) apartirdoscritriosestabelecidos(tabela1),aindicaodasunidadesedasequipesfoifeita

pelascoordenaesregionaisdoQUALIS(leste,norteesudeste),enquantoaquelasquemelhor

representavamoumelhoratendiamasprincipaiscondiesdeoperaodoPrograma

8) contatocomasdireesdasunidadesindicadas:

naregioSudeste:JardimGuairac,VilaRenatoeUnidadePastoral,

naregioNorte:VilaEspanhola,HilzaHutzlereVilaPenteado

naregioLeste:VilaGuilhermina,JardimCopa,JardimFanganieloeDomAnglico.

Tabela1.EntrevistasnoProgramaQUALIS.CidadedeSoPaulo,1999.

Previstas Realizadas

aFormuladoresdaProposta 08 08

bGestores,CoordenadoresTcnicosdoQUALIS 11 11

cDiretoresdaSESrelacionadoscomoQUALIS 10 10

dDiretoresdeUnidades 10 10

eMdicosdeFamlia 10 09

fEnfermeirosdeFamlia 10 10

gAuxiliaresdeEnfermagem 14 14

hAgentesComunitriosdeSade 40 40

iDentistas 06 06

jTcnicodeHigieneDental 04 04

kAtendentesdeConsultrioDentrio 06 06

12

lMdicosEspecialistas 12 12

mLderesdeComunidade 30 23

TOTAL 171 163

II PROGRAMA DE SADE DA FAMLIA PSF NA CIDADE DE SO PAULO:

SMS/SP,(20012005).

Em2004,aSecretariaMunicipaldeSadedeSoPaulo,nagestodoDr.GonzaloVecinaNeto,

atravs do Departamento de Ateno Bsica Sade e Programa de Sade da Famlia,

coordenado,naocasio,pelaDra.JoanaAzevedodaSilva,aplicou,comaajudadeseuprprio

grupode funcionrios2,umquestionriopara integrantesdasEquipesdeSadedaFamlia,que

estavam alocadas em 198UnidadesBsicas deSade domunicpio, sendo 89 que operavam

exclusivamentecomPSFe,109,emquecoexistiamosdoismodelos:UnidadeBsicadeSadee

ProgramadeSadedaFamlia3.

Naocasio,omunicpiodeSoPaulopossua670EquipesdeSadedaFamliae114Equipes

dePACS,contantocom668mdicos,792enfermeiros,1.448auxiliaresdeenfermageme4.688

agentescomunitriosdesade,emumtotalde7596trabalhadores(em2006h818equipesde

sadedaSadenomunicpiodeSoPaulo).

A coleta de dados foi realizadaem duas etapas. A primeira etapa ocorreu durante eventos de

capacitao, realizados pela Secretaria Municipal de Sade, com os profissionais doPSF. Em

cadaevento,osquestionriosforamdistribudosnoincioerecolhidosaofinal.Apsestaprimeira

etapa de coleta, em funo do baixo percentual de respostas dos profissionais mdicos e

enfermeiros,foirealizadaumasegundaetapadecoletadedados.

Nasegundaetapa,foramdefinidasasUBSaseremvisitadas.Foramutilizadosdoiscritriospara

definio dessas Unidades: que no houvesse nenhuma resposta de qualquer das categorias

profissionais, ou que contasse com quatro, ou mais, profissionais mdicos que no tivessem

respondidoaoquestionrio.Combasenestescritrios, foielaboradoummapapor regioepor

CoordenadoriadeSade,comasUBSaseremvisitadas.

A visita s Unidades, para aplicao dos questionrios, foi realizada por tcnicos da

CoordenadoriadeAtenoBsicaeProgramadeSadedaFamliadaSecretariaMunicipal de

SadecomacolaboraodetcnicosdasInstituiesParceirasCasadeSadeSantaMarcelina

eFundaoZerbini,duranteomsdesetembrode2004.Foram

2ContoucomaparticipaodaMestrandadaFundaoGetlioVargas,ClaudiaValentinadeArrudaCampos,damdicaMariaInsTaduniedaEnfermeiraVilmaRodriguesVennciodaCasadeSadeSantaMarcelina,edaCirurgiDentistaMariaCarolinaF.ManganinidaFundaoZerbini.

3AnalisedomaterialcoletadosedeuatravsdeconsultoriaparaUNESCO(2005),coordenadoporProfessoraReginaM.G.Marsigliaeaequipedepesquisadores:JoanaAzevedo,PauloH.Seixas,CssioSilveira,NivaldoCarneiroJr.,DeniseRenoudAmaral,WladimirSoldman,MarisaMarckeeFranciesOliveira.

13

visitadas 62 UBS. Os questionrios foram entregues diretamente aos profissionais do PSF e

coletadospelaequipedaSecretaria, emumaurna lacrada, de formaagarantir,comonaetapa

anterior,osigilodasinformaes.

Foram respondidos, no total, 4.752 questionrios, entre todos os integrantes das equipes. O

instrumentomostrouseadequadoparaasfinalidadesaqueseprops,jqueostrabalhadoresde

todososnveisdoPSFresponderamsquestessemdificuldades,atestandoocuidadocomque

foielaborado,oprtesterealizadoeaorientaoparaopreenchimento,efetivadopelaequipede

AtenoBsicaePSFdaSMS/SP.

Tabela 2. Distribuio dos componentes das Equipes de Sade da Famlia por InstituioParceira.SMS/SP,2004.

InstituiesParceirasN.deComponentesnasEquipesdeSade

daFamliaN.deEntrevistados %deEntrevistados

CasadeSadeSantaMarcelina

1810 1090 60,2

AssociaoSadedaFamlia

870 576 66,2

UniversidadeFederaldeS.P.

782 506 64,7

AssociaoCongregaoSantaCatarina

638 458 71,8

AssociaoComunitriaMonteAzul

672 417 62,1

InstitutoAdventistadeEnsino

510 335 65,7

CentrodeEstudosDrJooAmorim

561 318 56,7

FundaoZerbini 510 309 60,6

FundaoFaculdadedeMedicina

307 225 73,3

HospitalIsraelitaAlbertEinstein

480 217 45,2

OrganizaoSantamarensedeOrganizaoeCultura

309 204 66,0

SantaCasadeSoPaulo

147 87 59,2

TOTAL 7596 4752 62,6

Seminformao 10 0,13

14

ASINSTITUIESPARCEIRASDASMS/SPNOPSF

Mapa1DistribuiodasSubprefeiturasporInstituiesParceiras,noPSF/SMS/SP,2005

15

1.AssociaoComunitriaMonteAzul

A Associao Comunitria Monte Azul uma Organizao No Governamental, sem fins

lucrativos,quetemumatradiodetrabalhossciocomunitriosnaregioSul,particularmenteno

Distrito Administrativo Jardim ngela, rea de extrema pobreza e excluso social. Parceira da

SecretariaMunicipal daSadedaPrefeituradoMunicpiodeSoPauloparaa implantaodo

PSF,atuanaregioSul,emprega672(9%) trabalhadoresnoSadedaFamlia476ACS,87

auxiliares de enfermagem, 65 enfermeiros e 44 mdicos. Desses, 417 (8,8%) responderam o

questionriodessapesquisa.

2.AssociaoCongregaoSantaCatarina

AAssociaoCongregaoSantaCatarina uma Instituio decarter religiosa e filantrpica,

embora tenha umHospital ligadoaoSistemaSupletivo deAssistnciaMdica, aAssociao

sem fins lucrativos e caracterizada como Organizao Social em Sade, gerenciando um

hospitalpblicoemparceriacomaSecretariadeEstadodaSadedeSoPaulonaregioSul.

Tambm, com a SES implantou antes do 2001 o PSF na regio Sul QUALIS. Parceira da

SecretariaMunicipal daSadedaPrefeituradoMunicpiodeSoPauloparaa implantaodo

PSF,atuanaregioSul, empregando638(8%) trabalhadoresnoSadedaFamlia349ACS,

144auxiliaresdeenfermagem,73enfermeirose72mdicos.Desses,458(9,7%)responderamo

questionriodessapesquisa.

3.AssociaoSadedaFamlia

AAssociaoSadedaFamliaumaOrganizaoNoGovernamental,semfinslucrativosque

mantmparceriacomaSecretariaMunicipaldaSadedaPrefeituradoMunicpiodeSoPaulo

paraa implantaodoPSF.TemaAssociao inseroemduasCoordenadoriasRegionaisde

Sade Norte e Sudeste. Com 870 (12%) trabalhadores inseridos no PSF, ocupa a segunda

posio no conjunto das demais parceiras.em nmerode profissionais contratados531ACS,

184auxiliaresdeenfermagem,92enfermeirose63mdicos.Desses,576(12,1%)responderamo

questionriodessapesquisa.

4.CasadeSadeSantaMarcelina

16

ACasadeSadeSantaMarcelinaumainstituiodecarterreligiosaefilantrpicacomlonga

tradio na prestao de servios de sade em convnio com oPoder pblico.Atua na regio

LestedomunicpiodeSoPaulohquarentaanos,gerenciandoumarededeserviosdesade

nos trs nveis da ateno, isto , primrio, secundrio e tercirio. Tambm parceira da

Secretaria de Estado da Sade de So Paulo (SES) na qualidade de Organizao Social em

Sade,gerenciandoHospitais.FoiumadaspioneirasnaimplantaodoPSFemconjuntocoma

SES QUALIS. Desenvolve programas de formao de recursos humanos em sade na

modalidadederesidnciamdicaeatualmentecomaexperinciadoprogramamultiprofissional

paraoPSF,emconvniocomoMinistriodaSade.AparceriacomoPoderpblicomunicipal,

atravs da Secretaria Municipal da Sade, comea a partir de 2001 para a ampliao e

implantaodoPSF.Nomomentodapesquisa,aCasadeSadeSantaMarcelinatinhaumtotal

de1.810(24%)profissionaistrabalhandonoSadedaFamlia,omaiorcontingentedemembros

do Programa municipal 1.030 ACS, 399 auxiliares de enfermagem, 204 enfermeiros e 177

mdicos.Desses,1.090(23%) responderamoquestionriodessapesquisa.Essa Instituios

estpresentenaregiodaCoordenadoriaRegionaldeSadeLeste.

5.CentrodeEstudosEPesquisaDr.JooAmorimCEJAM

OCEJAMumaOrganizaoNoGovernamental,semfinslucrativos,atuandonaprestaode

servioseducacionais.ParceirodaSecretariaMunicipal daSadedaPrefeituradoMunicpiode

SoPauloparaa implantaodoPSF,atuanaregioSul,emprega561(7%) trabalhadoresno

Sade da Famlia 341 ACS, 114 auxiliares de enfermagem, 60 enfermeiros e 46 mdicos.

Desses,318(6,7%)responderamoquestionriodessapesquisa.

6.FundaoFaculdadedeMedicinadaUniversidadedeSoPaulo

Fundao Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo uma instituio sem fins

lucrativos,atuandonaprestaodeservioseducacionaisedesadeHospitaldasClnicas.

RecentementefoiqualificadacomoOrganizaoSocialemSadepelaSES,passandoagerirum

hospitalnaregioSudeste.ParceiradaSecretariaMunicipaldaSadedaPrefeituradoMunicpio

deSoPauloparaaimplantaodoPSF,atuasnaregioCentroOeste,empregando307(4%)

trabalhadoresnoSadedaFamlia194ACS,54auxiliaresdeenfermagem,31enfermeirose28

mdicos.Desses,225(4,7%)responderamoquestionriodessapesquisa.

7.FundaoZerbini

AFundaoZerbini uma instituiosem fins lucrativos, atuandonaprestaode serviosde

sade.TemoInstitutodoCorao(Incor)comoexemplarhospitalqueajudaagerenciarjuntocom

aSESeaFaculdadedeMedicinadaUniversidadedeSoPaulo.pioneira,juntocomaCasade

Sade Santa Marcelina, na implantao do PSF nas regies Sudeste (Sapopemba) e Norte

17

(Freguesiado/Brasilndia),emparceriacomaSESQUALIS.ParceiradaSecretariaMunicipal

daSadedaPrefeituradoMunicpiodeSoPauloparaaimplantaodoPSF,atuanasregies

Norte e Sudeste, empregando 510 (7%) trabalhadores no Sade da Famlia 290 ACS, 110

auxiliares de enfermagem, 55 enfermeiros e 55 mdicos. Desses, 309 (6,5%) responderam o

questionriodessapesquisa.

8.HospitalIsraelitaAlbertEinstein

OHospitalAlbertEinsteinumainstituiofilantrpica,semfinslucrativos,atuandonaprestao

deserviosdesade,comimportanteinseronoSistemaSupletivodeAssistnciaMdica,mas

desenvolveaescomunitriasnaregionaqualestinseridoSul.Temprogramadeeducao,

nareadeEnfermagem.ParceirodaSecretariaMunicipaldaSadedaPrefeituradoMunicpiode

SoPauloparaaimplantaodoPSF,atuasnaregioSul,empregando480(6%)trabalhadores

noSade da Famlia 365ACS, 54 auxiliares de enfermagem,34 enfermeiros e 27mdicos.

Desses,217(4,6%)responderamoquestionriodessapesquisa.

9.InstitutoAdventistadeEnsino

OInstitutoAdventistadeEnsinoinstituiosemfinslucrativos,atuandonaprestaodeservios

educacionaise comunitriosna regioSulh longo tempo.ParceirodaSecretariaMunicipal da

SadedaPrefeituradoMunicpiodeSoPauloparaaimplantaodoPSF,atuanaregioSul,

emprega510(7%)trabalhadoresnoSadedaFamlia359ACS,66auxiliaresdeenfermagem,

49enfermeirose36mdicos.Desses,335(7,1%)responderamoquestionriodessapesquisa.

10.IrmandadedaSantaCasadeMisericrdiadeSoPaulo

A Irmandade da Santa Casa de So Paulo uma Instituio filantrpica, secular, com longa

tradionaprestaodeserviosdesadeeeducacionaisnareamdica,emparticular.Tem

parceriascomoPoderpbliconosvriosnveisdegoverno.qualificadacomOrganizaoSocial

emSadepelaSES,gerenciandoumhospitalnaregiodeGuarulhos.OHospitaldaSantaCasa

deSoPaulodealtacomplexidadeeosserviosqueeleprestarefernciauniversitriaetem

umainseroimportantenasregiesCentroeNortedeSoPaulo.Nesta,aSantaCasatambm

possuidoisservioshospitalaresHospitalSoLuizGonzagaeoHospitalGeritricoD.Pedro.

Parceira da Secretaria Municipal da Sade da Prefeitura do Municpio de So Paulo para a

implantao do PSF, atua s nas regies Norte e CentroOeste, empregando 147 (2%)

trabalhadoresnoSadedaFamlia91ACS,29auxiliaresdeenfermagem,15enfermeirose12

mdicos.Desses,87(1,8%)responderamoquestionriodessapesquisa.

11.OrganizaoSantamarensedeEducaoECulturaUNISA

18

AUNISA (UniversidadeSantoAmaro) temcomomantenedoraaOrganizaoSantamarensede

EducaoeCultura,quesemfinslucrativos,atuandonaprestaodeservioseducacionaise

desade.qualificadacomoOrganizaoSocialemSadepelaSES,gerenciandoumhospital

pblico estadual na regio Sul. Parceira da Secretaria Municipal da Sade da Prefeitura do

MunicpiodeSoPauloparaaimplantaodoPSF,atuasnaregioSul,empregando309(4%)

trabalhadoresnoSadedaFamlia171ACS,70auxiliaresdeenfermagem,35enfermeirose33

mdicos.Desses,204(4,3%)responderamoquestionriodessapesquisa.

12.UniversidadeFederaldeSoPauloUNIFESP

AUNIFESPumaInstituioquesecaracterizacomuniversitria,pblica,queprestaserviosde

sadedealtacomplexidadeedesenvolveprogramasdeensinonareadasadegraduaoe

psgraduao. Tem programa de residncia mdica em Medicina de Famlia e Comunidade.

Parceira da Secretaria Municipal da Sade da Prefeitura do Municpio de So Paulo para a

implantaodoPSF,atuaemtrs regiesNorte,CentroOesteeSudeste,empregando782

(10%) trabalhadores no Sade da Famlia 491 ACS, 137 auxiliares de enfermagem, 79

enfermeirose75mdicos.Desses,506(10,7%)responderamoquestionriodessapesquisa.

InstrumentosUtilizadosnaPesquisa:

A metodologia foi complexa, pois articulou trs tipos de instrumentos de coleta de dados: em

primeiro lugar, um questionrio de carter diretivo e prcodificado em seguida uma escala de

opinies paramedir a satisfao do entrevistado, e por fim, questes abertas que exploram as

razesdasatisfao,dasescolhasprofissionaisepeloPSF,planosparafuturoesugestespara

oPSF.

Abordoucincotpicosatravsde45perguntas, sendoas22iniciaisfechadaseprcodificadas,

as17seguintesdestinadasaconstruodeumaescaladeopinio(com5graduaescadauma

e 1 para o entrevistado concluir sobre seu grau de satisfao), e as 6 perguntas finais

apresentadas, como questes abertas, para o entrevistado justificar suas opinies e decises

profissionais.

As22perguntasfechadaseprcodificadaspermitiramobterinformaessobre:

1. LocalizaodasUnidadesdeSadeemqueosentrevistadostrabalham(3perguntas):nome,

instituioparceira,subprefeituracoordenadoriadesade

2. Dadospessoaisdoentrevistado(8perguntas):sexo,idade,estadocivil,nmerodefilhos,local

denascimento,escolacursada(pblica/privada),tempodeformado,formaoapsagraduao

(asduasltimasaplicadasapenasaosmdicoseenfermeirosdasequipes)

19

3. LocaldeMoradiaeTransporteparaoTrabalhonoPSF(3perguntas):paraobterinformaes

sobreamoradiadoentrevistado(regio,meiodetransporteusadoparachegaraotrabalho,tempo

gastoparachegaraotrabalho)

4. O trabalho no PSF (6 perguntas): tempo de trabalho, forma de contratao, cursos

freqentados, trabalhoemoutrasunidadesdoPSF(sealgumaforadomunicpiodeSoPaulo)

emquantoslocaistrabalhaatualmente

5. Experincia Profissional Anterior (2 perguntas): se j teve e em que tipo de instituio de

sade

PlanodeAnlisedosDados:

Caberessaltarque,nomomentodaanlisedosdados,(ConsultoriaUNESCO2005)aSecretaria

Municipal de Sade de So Paulo foi dividida cinco Coordenadorias Regionais de Sade,

abrangendoa reademais deumaSubprefeitura, quepassaramaexistir apartir de2005, na

Administrao do Prefeito Jos Serra, sendo Secretrio Municipal de Sade, Dr. Cludio

Lotemberg,eCoordenadoradeAtenoBsica,Dra.MariadaGlriaZenhaWieliczka.Soelas:

Coordenadoria Regional de Sade Norte, Coordenadoria Regional de Sade Leste,

CoordenadoriaRegional deSadeCentroOeste, CoordenadoriaRegional deSadeSudeste e

CoordenadoriaRegionaldeSadeSul.

20

IIIANALISEDASENTREVISTASCOMOSPROFISSIONAISDOQUALISEDOPSF

NACIDADEDESOPAULO(19962004)

CAPTULO1MdicosnoQUALISenoPSFnacidadedeSoPaulo(19962001)

Dr.PauloHenriqueDAngeloSeixas

CAPTULO2EnfermeirosnoQUALISenoPSFnacidadedeSoPaulo

(19962001)Dr.CssioSilveira

CAPTULO3AuxiliaresdeEnfermagemnoQUALISenoPSFnacidadede

SoPaulo(19962001)Dr.ReginaGiffoniMarsiglia

CAPTULO4AgentesComunitriosdeSadenoQUALISenoPSFnacidadede

SoPaulo(19962001)Dr.JoanaAzevedodaSilva

CAPTULO5EquipedeSadeBucalnoQUALISenoPSFnacidadedeSoPaulo

(19962001)Dr.ureaMariaZollnerIanni

CAPTULO6CONCLUSOFINAL

CAPTULO7BIBLIOGRAFIA

21

CAPITULO1MDICOSEMSADEDAFAMILANACIDADEDESOPAULO

Dr.PauloHenriqueDAngeloSeixas4

INTRODUO

Este relatrio tem como propsito apresentar uma descrio dos dados coletados junto aos

mdicosatuandonoPSFnomunicpiodeSoPauloemdoisperodosdistintos: primeiramente

serapresentadaadescriodomaterialcoletadonoanode1999,quetraouoperfildoconjunto

deprofissionaisvinculadosao ProgramaQUALIS(QualidadeIntegralemSadedaSecretariade

EstadodaSadedeSoPaulo)nomunicpiodeSoPauloeentrevistou9mdicosdasdiferentes

regiesdacidade(norte,lesteesudeste)ondeatuavamosparceirosdaSESnaquelemomento

(Casa se Sade Santa Marcelina e Fundao Zerbini) em seguida ser apresentado outro

levantamento, de 2004, realizado junto aos trabalhadores do Programa de Sade da Famlia

(SecretariaMunicipaldeSadedeSoPaulo),quetraounovamenteoperfildestesprofissionais

elevantouinformaessobreapercepoeossentidosatribudospelosmdicosaotrabalhoem

atenobsicadentrodaestratgiadesadedafamlia.

Osinstrumentosdeentrevista,deformageral,foramestruturadoscomroteirosdeperguntasque

procuraram levantar informaes sobre os seguintes elementos que levassem ao entendimento

daspercepeseconcepesdos trabalhadores:objetivosa serematingidospelaestratgiade

sadeda famlia trabalhoemequipeeatribuiesdoscomponentesdaequipemotivosrazes

para trabalhar no QUALIS e no PSF capacitao para o trabalho condies de trabalho

percebidasdificuldadesencontradasnotrabalhoe,satisfaodapopulaoquantoaoprograma.

Na primeira pesquisa (QUALIS, 1999), os entrevistados responderam a um roteiro semi

estruturado de perguntas e as informaes foram gravadas em fita magntica, tendo sido

posteriormentesubmetidastranscrio.JnapesquisarealizadajuntoaosmdicosdoPSF,o

instrumentodecoletadedadosestavacompostopelasseguintes tcnicas:umquestionriocom

perguntas objetivas sobre informaes sciodemogrficas, uma escala de satisfao sobre

determinados itens relacionados ao trabalho e um questionrio com um conjunto de nove

perguntasabertasqueversavamsobrecondiesde trabalhoeperspectivas futurasemrelao

aotrabalho.

Apesardadiferenanastcnicasempregadas,asinformaescoletadaspermitiramapreendero

perfil profissional dos mdicos nas equipes de sade da famlia, bem como seus anseios,

expectativas, dificuldades e viso do futuro em relao ao seu trabalho, permitindo identificar,

4CoordenadordeDRHdaSES/SPedocentedaFCMSCSP.

22

comoodevidocuidadometodolgico,astransformaesocorridasaolongodesteperodoecomo

conseqncia, como evoluram as questes para as polticas pblicas na implantao desta

estratgianomunicpiodeSoPaulonaltimadcada.

Emambososestudosaquesto/motivaoinicialaotrabalharcomosmdicosdefamliafoiode

conhecerquemeramestesprofissionaisquesedispunhamavirtrabalharemumprojetocomuma

proposta to diferenciada em relao s prticas vigentes, tanto em relao quelas

desenvolvidas no setor privado, como s j tradicionalmente desenvolvidas na prpria ateno

bsica no setor pblico, tendo em vista as seguintes proposies do PSF para o mdico de

famlia:

no plano individual reintegrao da prtica clnica, perda da proteo institucional,

recuperaodovnculocomaclientelaedasdimensespsicoafetivaesocialdaprtica

noplanocoletivoobjetodeaosobreacomunidadee sobrea famlia, incorporaoda

epidemiologiaedoplanejamento,normatizaodeprticas

no plano institucional de trabalho a ao conjunta com outros agentes, a dimenso do

trabalhoemequipe,aautonomiareconstrudaeremediatizada.

Assim,identificavaseanecessidadedeumrearranjodeprticas,rearranjodeobjetosdetrabalho,

incorporaodenovosconhecimentos,atitudesehabilidades.Apartirdoprofissionalquesetem

hoje.

Esta reorganizaodo trabalhosedesenvolvedediferentes formas: trabalhoemtempo integral,

delimitaodareadeatuaoeadscriodeclientela,cadastramentodasfamliaseutilizao

deumsistemade informaespreviamenteestruturado, dirigidoaodiagnsticodesadedesta

populao,aaoacompanhamentoregulardesuasatividadesdaequipe, incorporaonaequipe

de vrios agentes da comunidade, reduo das intermediaes entre mdico e comunidade

atendidapelasimplificaoradicaldaequipeassistencial.

Entendendose que o trabalho realizado pelos diferentes agentes depende tanto das

competncias profissionais definidas e fomentadas, como de suas caractersticas socioculturais

prvias, essas tambm se traduzindo em concepes e representaes referentes ao prprio

trabalho,importanteaobtenodedadosdiretoscapazesdeviabilizaracompreensodessas

dimenses.Assim,aindaquemuitoprovavelmentetaisquestesnoestivessemcolocadasdesta

formanamenteenoscoraesdaquelesmdicosquandovieramtrabalharnoQUALIS,conhecer

qualseuperfilsciodemogrficoeprofissional,suasexperinciasanteriores,origem,formaes,

e principalmente, expectativas e representaes sobre esta nova prtica, bem como sobre as

formas relatadasdeorganizar seu trabalhopara fazer frentequelesdesafios, seriamaspectos

fundamentais para criticar e orientar as polticas pblicas de implantao desta proposta de

reorganizaodaatenobsicanopasemparticularemgrandecentrosurbanos,paraalmdo

discursoidealfrequentementeapresentadospelosgestores.

23

OestudoQUALIScompreendeuautilizaodedoismomentosumdirigidoatraaroperfildos

mdicos de famlia em atividade em 1999, pareandoos depois com os dados referentes a

pesquisaPerfil dosMdicos noBrasil, realizada peloMS/ENSP/FIOCRUZ para omunicpio de

SoPauloem1995.

Umsegundomomento foi a realizaodeumaentrevista com9mdicosdediferentesequipes

escolhidas,atuandoemcadaumadasregiesemqueestavampresentesosparceirosdaSESna

conduodoprogramaFundaoZerbinieCasadeSadeSantaMarcelina.

1.1 OPERFILDOSMDICOSDOQUALIS1999

Nestaetapa do trabalho, estaremosapresentandoos resultados referentesaoperfil identificado

dosmdicosdefamliaematividadeatJulhode1999,emambasasparceriasexistentescoma

SecretariaEstadualdeSade, paraogerenciamentodosProgramasQUALIS.Assim,osdados

apresentam o perfil dos profissionais do QUALIS Santa Marcelina do QUALIS Zerbini

separadamente.

Metodologia

Asinformaesforamcolhidastomandoseporbaseoscurrculosapresentadosparaoprocesso

seletivodosprofissionais.Talprocedimentotornouoprocessoumpoucomaisdemoradodoqueo

previsto inicialmente, na medida em que parte destes currculos no estavam disponveis e

tiveram que ser solicitados aos prprios profissionais. Algumas informaes foram colhidas da

fichacadastraldoprofissionalnorgoderecursoshumanosdainstituio,quandonohaviaa

disponibilidadedocurrculo.

Foram considerados os mdicos de famlia em atividade no QUALIS tempo de trabalho no

QUALIS sexo, idade, estado civil, local de nascimento, regio e escola de graduaomdica,

especialidademdica,tipodeespecializaoeexperinciaprofissional(anosdeformado).

Paralelamente,estesdadosforamorganizadosdeformaapermitiracomparaocomosdados

referentesauma recentepesquisa realizadanacionalmentepeloMinistriodaSade,Conselho

Federal deMedicina, AssociaoMdicaBrasileira e FundaoOsvaldoCruz, que resultou no

Perfil dos Mdicos no Brasil. Os dados foram ento comparados com o perfil dos mdicos

encontradonapoca1995,nomunicpiodeSoPaulo.

Resultados

Dos162mdicosqueestavam,oujhaviamtrabalhadono ProgramaQUALISforamanalisados

osdadosreferentesa73(94%)dos77mdicosdefamliaematividadeemJulhode1999.

24

Umprimeirodadoquesepodeobservarqueotempomdiodepermannciadosprofissionais

ematividadeigualnoQUALISSantaMarcelinaenoQUALISZerbini,masotempodetrabalho

daquelesqueforamdesligadosmaiornoQUALISSantaMarcelina.,oquepoderiasugeriruma

rotatividade maior no QUALIS Zerbini. Esta observao entretanto no pode ser realizada na

medidaemqueotempodecontrataodasequipesdiferenteparaosdoisprojetos,eportantoa

rotatividadespoderiaseranalisada, tomandosecadapostodetrabalho,ouUnidadedeSade

da Famlia individualmente. Isto no foi realizado em funo dificuldades para a obteno das

informaes.

Em termos de distribuio por sexo, a participao tende a ser equivalente, indicando uma

identificaocomapropostanodiferenciadaemtermosdegnero.Poroutrolado,comparado

se com o total dos mdicos em atividade na capital, a participao feminina evidentemente

superior50%noQUALISe35%nacapital.Nonossoentender, isto reflete, principalmente,o

processo de feminizao daprofisso como um todo, em anos recentes, namedida em que a

faixaetriadosparticipantesdoprojetoseconcentraemindivduosmaisjovens.

Noquediz respeitofaixaetria,cercade70%dosmdicosdoQUALIS temat39anos,com

uma forte concentrao na faixa de 30 a 34 anos. uma populao consideravelmente mais

jovemqueadosmdicosematividadenacapital52%temat39anos.Entretanto,oquese

observanoumaconcentraodosprofissionaisdoQUALISnoinciodecarreira,mastratamse

de profissionais jovens, porm com alguma experincia profissional prvia Isto pode ser

confirmado tambmpelaanlisedo tempode formadodosparticipantes.NoQUALIS, cercade

75%dosprofissionaistemde5a24anosdeformado,oqueexatamenteigualaconcentrao

nesta faixa do conjunto dos profissionais da capital.Entretanto, para o conjunto doQUALIS, a

participao de profissionais com faixas etrias mais avanadas (acima de 40 anos) ou maior

tempo de profisso (acima de 25 anos de formado), significativamentemenorque na capital

(cercade30%e7%,respectivamente,noQUALIS,contra48%e19%nacapital).

O que pode significar que, ainda que oQUALIS possa estar se apresentando como um opo

profissionalparainciodecarreiradealgunssegmentosmdicosrecmformados(at4anosde

formados 20%dosprofissionaisdoQUALIS, contra9%nacapital), estano temsidoa regra

paraa incorporaodos profissionais, namedidaemqueumacertaexperincia crtica sobrea

prtica e eventualmente uma certa qualificao profissional podem ser desejveis. Ao mesmo

tempo, parece evidente, que o QUALIS, dado o envolvimento que exige por parte dos

profissionais, ou a faixa de remunerao oferecida, no tem sido capaz de atrair aqueles com

maiortempodeprofisso,oueventualmentejaposentados,commaiordisponibilidadedetempo,

conformepreviamalgumasexpectativasiniciais.

Poroutrolado,oQUALIStem,frenteorigemdosprofissionaiseaoseulocaldegraduao,uma

composiomenos concentrada, em termos de participao percentual, que a do conjunto dos

profissionaisqueatuamnacapital.Assim,enquanto45%dosprofissionaisqueatuamnacapital

25

so formados pelas Faculdades de Medicina existentes na Grande So Paulo (USP, Unifesp,

SantaCasa,Unisa,Mogi e ABC), noQUALIS este percentual de 20%. Aomesmo tempo, o

QUALIS Zerbini parece ter uma capacidade de atraomaior de profissionais provenientes do

interiordoEstadodeSoPauloeRiodeJaneiro,enquantooQUALISSantaMarcelinatemuma

composiomaiordeprofissionaisdeoutrosestados.

Istopodeseremparteexplicadopeloprocessodiferenciadodeincorporaodosprofissionaisao

longo do tempo. O QUALIS Santa Marcelina iniciou suas atividades em 1995, e realizou sua

expansodemodomaisgradual.Assim,partedosprofissionaispodemtersidoatradosdeoutras

experinciasemcursonopas,namedidaemqueoestadodeSoPaulocontavacompoucas

equipesdePSFnapoca. JoQUALISZerbini teveumprocessodeexpansoe captaode

profissionaismaisrpido,emaiscentradoemumaofertadeserviosnaprpriacapital.

Finalmente,quantoaqualificaoprofissional.nacapital39%dosmdicosreferemter realizado

cursodeespecializaoe86%referempossuir residnciamdica.Estepercentualatingecerca

de 30% com especializao e 45% com residncia nos QUALIS. Aqui vale uma observao

metodolgica. Os dados da capital foram obtidos mediante questionrios respondidos

voluntariamentepelocorreio,semsolicitaodecomprovao.

Os dados dos QUALIS foram obtidos mediante observao direta dos currculos e da

documentaoapresentadapelosaprovados. Istopoderiaenviesaras informaesreferentesao

estudo realizado para a capital, em termos comparativos. Entretanto, ainda que uma

especializao no muito intensa seja desejvel para a prtica o que se reflete tambm no

campodeprticaqueosprofissionaisreferiamter:cercade70%dosmdicosdoQUALISeram,

antes de entrar no projeto, Clnicos Gerais isto pode refletir, eventualmente, numa menor

qualificao profissional. Da portanto o papel fundamental de uma estrutura de educao

permanente para apoiar o desenvolvimento do projeto ao longo tempo, quer para o

desenvolvimentodenovashabilidadeseatitudes, relacionadasaocontatocomacomunidadee

com as famlias, quer para a atualizao dos conhecimentos clnicos adquiridos durante a

graduao.

Tabela 3 Caractersticas Pessoais e Profissionais dos Mdicos de Famlia em Atuao noPSF/1999,esuaComparaocomosDadosdosMdicosdeSoPauloCapital/1995.

DistribuiodosMdicosporSexo

ZERB. % S.MARC % CAPITAL %

Masculino 15 45% 21 53% 19618 65%Feminino 18 55% 19 47% 10367 35%

Total 33 100% 40 100% 29985 100%

EstadoCivil(nohdadosdisponveisparaaCapital)

Solteiro 15 45% 18 67% ***** *****Casado 14 42% 8 30% ***** *****

Divorciado 4 12% 1 3% ***** *****

26

Total 33 100% 27 100% ***** *****

EstadoouRegiodeNascimentoSoPaulo 22 67% 16 40% 22681 76%

SudesteexcetoSP 8 24% 6 15% 2677 9%

OutrasRegies 3 9% 8 20% 3585 12%OutrosPases 0 0% 2 5% 690 2%

Ignorado 0 0% 8 20% 352 1%

Total 33 100% 40 100% 29985 100%

ExperinciaProf issional(anosdegraduado)

at4 7 21% 7 18% 2684 9%

de5a14 13 39% 20 50% 12305 41%

de15a24 11 33% 10 25% 9453 32%

de25a44 2 6% 3 8% 4348 15%

maisde45 0 0% 0 0% 1195 4%

Total 33 100% 40 100% 29985 100%

TipodePsGraduao(concluda)

CursodeEspecializao 9 27% 13 33% 11651 39%

ResidnciaMdica 16 48% 17 43% 25673 86%

Mestrado 0 0% 0 0% 3583 12%

Doutorado 0 0% 0 0% 2405 8%

EstadoouRegiodeGraduao

SoPauloCapital 5 15% 5 13% 10746 36%SoPauloInterior 14 42% 12 30% 9771 33%

RiodeJaneiro 7 21% 6 15% 3594 12%MinasGerais 2 6% 5 13% 2169 7%

EspritoSanto 1 3% 0 0% 145 0%Sul 1 3% 2 5% 1109 4%

Nordeste 3 9% 4 10% 1211 4%CentroOeste 0 0% 1 3% 286 1%

Norte 0 0% 1 3% 562 2%OutrosPases 0 0% 3 8% 169 1%

NoInforma 0 0% 1 3% 223 1%

Total 33 100% 40 100% 29985 100%

27

Grfico1 Distribuio,segundognero,dosMdicosdeFamliaemAtuaonoPSF/1999.

DistribuioporSexo

1521

19618

1819

10367

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

ZERB. S.MARC CAPITAL

Masc Fem

Grfico2Distribuio,segundoestadocivil,dosMdicosdeFamliaemAtuaonoPSF/1999.

EstadoCiv il

15

18

14

8

41

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

ZERB. S.MARC

Solteiro Casado Divorciado

28

Grfico 3 Distribuio, segundo local de nascimento, dosMdicos de FamliaemAtuao noPSF/1999.

LocaldeNascimento

24%

9%

0% 0%

40%

15%20%

5%

20%

9%12%

2% 1%

67%

76%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

SoPaulo Sudesteexc.SP OutrasRegies OutrosPases Ignorado

ZERB. S.MARC. CAPITAL

Grfico 4 Distribuio, segundo anos de formado, dos Mdicos de Famlia em Atuao noPSF/1999.

AnosdeFormado

21%

39%

33%

6%

0%

18%

50%

25%

8%

0%

9%

41%

32%

15%

4%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

at4 de5a14 de15a24 de25a44 maisde45

ZERB. S.MARC CAPITAL

29

Grfico5 Distribuio, segundo tipodeespecializao/psgradaocursada, dosMdicos deFamliaemAtuaonoPSF/1999.

PsGraduao

27%

48%

0% 0%

33%

43%

0% 0%

39%

86%

12%8%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

CursodeEspecializao ResidnciaMdica Mestrado Doutorado

ZERB. S.MARC CAPITAL

Grfico6 Distribuio, segundo local degraduao,dosMdicosdeFamliaemAtuaonoPSF/1999.

LocaldeGraduao

15%

42%

21%

6%

3% 3%

9%

0% 0% 0% 0%

13%

30%

15%

13%

0%

5%

10%

3% 3%

8%

3%

36%

33%

12%

7%

0%

4% 4%

1%2%

1% 1%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

SoPauloCapital

SoPauloInterior

RiodeJaneiro

MinasGerais

EspritoSanto

Sul Nordeste CentroOeste

Norte OutrosPases

NoInforma

ZERB. S.MARC CAPITAL

30

Tabela4DadosGeraisdaAmostraColetadadosMdicosdoPSF(07/99)

SituaoEmpregatciaem07/1999

UNIDADE ZERB. % S.MARC %Ativos 62 72% 53 70%Desligados 24 28% 23 30%Total 86 100% 76 100%

AcessoaoCurrculoparaMdicosGeneralistasAtivos

Sim 28 85% 40 91%No 5 15% 4 9%Total 33 100% 44 100%

TipodeExerccioProfissionaldosMdicosAtivos

Especialistas 29 47% 5 9%Generalistas 33 53% 44 83%Coordenao 0 0% 4 8%Total 62 100% 53 100%

TempodePermannciadosAtivos(mesestrabalhadosat07/99)

0a6 1 2% 13 25%de6a12 9 15% 11 21%de12a18 24 39% 12 23%de18a24 27 44% 3 6%maisde24 0 0% 14 26%NoInforma 1 2% 0 0%Total 62 100% 53 100%Mdia 16 17

Tabela5FaixasEtriasdosMdicosdeFamliaemAtuaonoPSF/1999,esuaComparaocomosDadosdosMdicosdeSoPauloCapital/1995.

IDADE F.ZERBINI%

acumulada S.MARC%

acumulada CAPITAL%

acumulada

At27 4 12% 12% 3 8% 8% 2.134 7% 7%De28a29 2 6% 18% 3 8% 15% 2.354 8% 15%De30a34 11 33% 52% 16 40% 55% 5.890 20% 35%De35a39 5 15% 67% 7 18% 73% 5.358 18% 52%De40a44 5 15% 82% 4 10% 83% 4.920 16% 69%De45a49 3 9% 91% 4 10% 93% 3.553 12% 81%De50a59 3 9% 100% 1 3% 95% 2.854 10% 90%De60a69 0 0% 100% 1 3% 98% 1.662 6% 96%70ouMais 0 0% 100% 0 0% 98% 1.260 4% 100%Ignorada 0 0% 100% 1 3% 100% 0 0% 100%Total 33 100% 40 100% 29.985 100%

31

Tabela 6 Instituio de Formao dos Mdicos de Famlia do PSF Ativos (07/99) DadoscomparativoscomSoPauloCapital/1995.

INSTITUIODEFORMAO ZERB. % S.MARC % CAPITAL %

067Um.deSoPaulo(USP)SP 2 6,1% 2 5,0% 4.600 15,3%

060Um.Fed.deSoPaulo(exEsc.PaulistadeMed.) 2 6,1% 2 5,0% 3.093 10,3%

061Fac.deC.Md.daSantaCasadeS.Paulo 1 3,0% 1 2,5% 1.765 5,9%343CentrodeEnsinoSuperiorFund.LusadaSantos 1 3,0% 1 2,5% 1.702 5,7%

059Pont.Un.Cat.deSoPaulo(PUC)Sorocaba 2 6,1% 2 5,0% 1.659 5,5%

065Fac.deMed.doABCSantoAndr 1 3,0% 1 2,5% 1.466 4,9%

334Fac.sIntegradasSeverinoSombraVassouras 5 15,2% 1 2,5% 1.331 4,4%

074Fac.deMed.daUn.deSantoAmaro(UNISA) 0 0,0% 0 0,0% 1.288 4,3%

066Um.deMogidasCruzes(UMC) 1 3,0% 2 5,0% 1.283 4,3%

069Um.Est.Paulista(UNESP)Botucatu 3 9,1% 1 2,5% 637 2,1%025Fac.C.Md.Dr.JosA.G.CoutinhoPousoAlegre 0 0,0% 2 5,0% 623 2,1%

075Un.deTaubat(UNITAU)Taubat 3 9,1% 1 2,5% 578 1,9%

071Fac.deMed.deJundia 0 0,0% 1 2,5% 573 1,9%

068Un.SoFrancisco(USF)BraganaPaulista 0 0,0% 1 2,5% 560 1,9%

333CentrodeEnsinoSuperiordeValena 1 3,0% 0 0,0% 535 1,8%

041Um.Fed.doParan(UFPR) 0 0,0% 0 0,0% 495 1,7%

028Um.Fed.doRiodeJaneiro(UFRJ) 0 0,0% 0 0,0% 484 1,6%

018Um.Fed.deJuizdeFora(UFJF) 0 0,0% 1 2,5% 478 1,6%

022Fac.deMed.deItajub(FMIT) 1 3,0% 0 0,0% 476 1,6%

073Um.deSoPaulo(USP)RibeiroPreto 0 0,0% 0 0,0% 422 1,4%

002Un.Fed.doPar(UFPA) 0 0,0% 1 2,5% 384 1,3%

064Pont.Un.Cat.deCampinas(PUCCAMP) 1 3,0% 0 0,0% 380 1,3%

020Fac.deMed.doTringuloMineiroUberaba 1 3,0% 1 2,5% 377 1,3%

010Un.Fed.dePernambuco(UFPE) 0 0,0% 1 2,5% 363 1,2%

034Fac.deMed.dePetrpolis 0 0,0% 0 0,0% 238 0,8%

029Un.Fed.Fluminense(UFF)Niteri 0 0,0% 0 0,0% 234 0,8%

015Un.Fed.daBahia(UFBA) 0 0,0% 1 2,5% 205 0,7%

072Fac.deMed.deMarlia(FAMEMA) 0 0,0% 1 2,5% 201 0,7%

062Un.Est.deCampinas(UNICAMP) 0 0,0% 0 0,0% 172 0,6%

016Esc.deMed.eSadePblicaBahia 1 3,0% 0 0,0% 172 0,6%

009Un.Fed.daParaba(UFPB)CampinaGrande 1 3,0% 0 0,0% 172 0,6%

031Um.doRiodeJaneiro(UNIRIO) 0 0,0% 0 0,0% 162 0,5%

32

054Um.dePassoFundo(UPF) 0 0,0% 0 0,0% 162 0,5%

046Um.Fed.doRioGrandedoSul(UFRGS) 0 0,0% 1 2,5% 160 0,5%

057Un.Fed.deGois(UFG) 0 0,0% 0 0,0% 158 0,5%

006Un.Fed.doCear(UFC) 0 0,0% 0 0,0% 157 0,5%

035Fac.deMed.deCampos(FMC) 0 0,0% 0 0,0% 152 0,5%

026Um.Fed.doEspritoSanto(UFES) 1 3,0% 0 0,0% 145 0,5%

070Fac.deMed.deCatanduva 2 6,1% 0 0,0% 138 0,5%

030Um.doEstadodoRiodeJaneiro(UERJ) 0 0,0% 1 2,5% 102 0,3%

328Um.doEstadodoPar(UEPA) 0 0,0% 1 2,5% 98 0,3%

040Fac.deCinciasdaSadedeNovaIguau 0 0,0% 0 0,0% 83 0,3%

001Un.doAmazonas 0 0,0% 0 0,0% 80 0,3%

332Fund.EducacionalSouzaMarques 0 0,0% 1 2,5% 79 0,3%

032Un.GamaFilho(UGF) 0 0,0% 1 2,5% 79 0,3%

048Un.Fed.dePelotas(UFPEL) 0 0,0% 0 0,0% 79 0,3%

056Um.Fed.doMatoGrosso(UFMT)Cuiab 0 0,0% 0 0,0% 79 0,3%

017Un.Fed.deMinasGerais(UFMG) 0 0,0% 1 2,5% 78 0,3%

043Un.Est.deLondrina(UEL) 0 0,0% 0 0,0% 76 0,3%

012Un.Fed.deAlagoas(UFAL) 0 0,0% 0 0,0% 76 0,3%

021Fac.deC.Md.deMinasGerais(FCMMG) 0 0,0% 0 0,0% 71 0,2%

042Pont.Un.Cat.doParan(PUC/PR) 0 0,0% 0 0,0% 71 0,2%036Fund.OswaldoAranha(FOA)VoltaRedonda 0 0,0% 0 0,0% 66 0,2%

024Fac.deMed.deBarbacena 0 0,0% 0 0,0% 66 0,2%

004Um.Fed.doMaranho(UFMA) 1 3,0% 1 2,5% 66 0,2%

045Um.Fed.deSantaCatarina(UFSC) 0 0,0% 0 0,0% 66 0,2%

039Fac.deMed.deTerespolis(FMT) 1 3,0% 2 5,0% 49 0,2%

058Um.deBraslia(UNB)DistritoFed. 0 0,0% 0 0,0% 49 0,2%

076Fac.Reg.deMed.deS.JosdoRioPreto(FARME) 0 0,0% 1 2,5% 0 0,0%

052Un.Cat.dePelotas(UCPEL) 0 0,0% 1 2,5% 0 0,0%

044Fac.EvanglicadeMed.doParan(FEMPAR) 1 3,0% 0 0,0% 0 0,0%

055Um.Fed.doMatoGrossodoSul(UFMS)C.Grande 0 0,0% 1 2,5% 0 0,0%

008Um.Fed.daParaba(UFPB)JooPessoa 0 0,0% 1 2,5% 0 0,0%

100OutrasEsc.doBrasil/Ignorado 0 0,0% 0 0,0% 169 0,6%

200Esc.deoutrospases 0 0,0% 3 7,5% 223 0,7%

TOTAL 33 40 29.985

Tabela6(continuao)InstituiodeFormaodosMdicosdeFamliadoPSFAtivos(07/99)DadoscomparativoscomSoPauloCapital/1995.

33

Tabela 7 Especialidades dosMdicos de Famlia doPSFAtivos (07/99)Dados comparativoscomSoPauloCapital/1995.

Especialidade ZERB. % S.MARC % CAPITAL %

Pediatra 4 12,1% 4 10,0% 3.915 13,1%

Ginecologista/obstetra 0 0,0% 1 2,5% 3.385 11,3%Cardiologista 0 0,0% 0 0,0% 1.879 6,3%

Ortopedista 0 0,0% 0 0,0% 1.655 5,5%Clnicogeral 22 66,7% 27 67,5% 1.572 5,2%

Anestesiologista 0 0,0% 0 0,0% 1.234 4,1%Oftalmologista 0 0,0% 0 0,0% 1.138 3,8%

Cirurgiogeral 1 3,0% 1 2,5% 1.062 3,5%Psiquiatra 0 0,0% 0 0,0% 973 3,2%

Outras 0 0,0% 1 2,5% 938 3,1%Ignorada 0 0,0% 0 0,0% 931 3,1%

Radiologista/Radioterap. 0 0,0% 0 0,0% 795 2,7%Mdicodotrabalho 1 3,0% 1 2,5% 702 2,3%

Dermatologista 0 0,0% 0 0,0% 656 2,2%

Neurologista 0 0,0% 0 0,0% 654 2,2%Patologia 0 0,0% 1 2,5% 584 1,9%

Cirurgiocardaco 0 0,0% 0 0,0% 543 1,8%Otorrinolaringologista 0 0,0% 0 0,0% 542 1,8%

Gastroenterologistaclnico 0 0,0% 0 0,0% 526 1,8%Hematologista 0 0,0% 0 0,0% 504 1,7%

Administraoemsade 0 0,0% 0 0,0% 495 1,7%CirurgioPlstico 0 0,0% 0 0,0% 484 1,6%

Homeopata 0 0,0% 0 0,0% 446 1,5%Neurocirurgio 0 0,0% 0 0,0% 433 1,4%Reumatologista 1 3,0% 0 0,0% 409 1,4%

Endocrinologista 1 3,0% 0 0,0% 406 1,4%CirurgioInfantil 0 0,0% 0 0,0% 388 1,3%

Infectologista 0 0,0% 0 0,0% 386 1,3%Cirurgiovascular 0 0,0% 0 0,0% 385 1,3%

Oncologista 1 3,0% 0 0,0% 370 1,2%Sanitarista 2 6,1% 1 2,5% 364 1,2%

Cir.Cab.ePescoo 0 0,0% 0 0,0% 300 1,0%Urologista 0 0,0% 0 0,0% 280 0,9%Intensivista 0 0,0% 0 0,0% 168 0,6%Proctologia 0 0,0% 0 0,0% 162 0,5%

Nefrologista 0 0,0% 1 2,5% 152 0,5%Pneumologista 0 0,0% 0 0,0% 76 0,3%

MdicoDeFamlia 0 0,0% 1 2,5% 0 0,0%

Geriatra 0 0,0% 1 2,5% 0 0,0%Fisiatra/Med.Esporte 0 0,0% 0 0,0% 73 0,2%

Total 33 100% 40 100% 29.965 100%

34

AsRepresentaeseExpectativasdosMdicosnoQUALIS

Foramrealizadasnoveentrevistascommdicosdefamliado ProgramaQUALIS,nasunidades,

asaber:

ParceiroFundaoZerbini:

VilaPenteado

JardimGuairac

Pastoral

VilaEspanhola

IlzaHuztler

ParceiroFundaoZerbini:

JardimCopa

JardimFanganielo

Orqudea

DomAnglico

Asentrevistas foramanalisadassegundoumroteiroprdefinido,oquepossibilitou,aolongodo

texto, a coleta de informaes referentes identificao pessoal e o delineamento das

caracterizaesquantoorigem,dinmicafamiliar,formaomdicaetrajetriaprofissional.

Para as questes pontualmente referentes ao QUALIS, no intuito de viabilizar agrupamentos

posteriores,aoconsideraravisopessoaldosentrevistados,foramcriadasalgumascategoriasde

anlise,asaber:ingressonoQUALIS,objetivosdoprograma,relaesdetrabalhocomaequipe,

relacionamento com a populao, organizao dos processos de trabalho, motivao com o

trabalho,capacitao,condiesdetrabalho,sugestesparaoprogramaeplanosparaofuturo.

CaractersticasScioDemogrficas

Dototaldeentrevistados,cincoeramdognerofemininoequatrodomasculino,sendoqueafaixa

etriavariavade31a48anos,commdiade36,7anos.Aindaconsiderandoognero,observa

sequeogrupofemininoapresentouumamdiadeidademaisavanada(38,6anosx34,3anos

paraogrupomasculino).

Emrelaoorigem,notasequeogrupofemininoeramajoritariamentenaturaldacidadedeSo

Paulo,enquantoogrupomasculinoeraoriundodeoutrasunidadesdafederaoepas,nocaso,

Cuba.

35

FormaoMdicaeEspecializao

Noquetangeformaomdica,observaseque,atporcontadoperfildafaixaetria,ogrupo

masculino apresentoumenos tempo de exerccio da profissomdica. Considerando o local e

instituiodegraduaoemmedicina,percebesequeogrupoformousepredominantementeem

escolasdemedicinaprivadas,sendoquetodasasmdicasestudaramnoEstadodeSoPaulo,

enquantotodososmdicoscursarammedicinanoEstadodoRiodeJaneiroeCuba.

Quanto ao processo de especializao, a maior parte do grupo no cursou/no concluiu o

programadeResidnciaMdicaououtrocursoemnveldeespecializao.Dosentrevistadosque

concluram o programa de Residncia Mdica, duas mdicas e um mdico, (1/3 do total) as

especialidadescursadasforamPediatria,ClnicaMdicaeCirurgiaPlstica.Nocasodecursos

deespecializao,duasentrevistadasmencionaramasadepblica,ummdicocitouaGeriatria,

e nenhum referiu ter ttulo de especialista concedido por alguma Sociedade de Especialidade

Mdica.Paraoutroscursosdeatualizao/capacitao,trsentrevistadoscitaramahomeopatia,

almdemenesisoladasemgeriatria,medicinadotrabalhoecursodeatualizaoemSadeda

FamlianoCanad. Nenhummdicodo grupo cursou psgraduao em nvel deMestrado ou

Doutorado.

HistriaPessoaleMotivaesparaEscolhaProfissional

Asmotivaesqueseapresentaramao longodo texto, relativasescolhadaprofissomdica,

sobasicamentededuasnaturezas.Umaprimeiraseriaapossibilidadedeservirapopulaoe

intervirsocialmente,umaquestodeidentificaocomoaspectohumanitriodaprticamdica.A

segunda passa pelo interesse suscitado mediante atividades escolares regulares e a

influncia/convivnciacomprofissionaisdarea.

Observaseque,demaneirageral,estegrupoconstitudoporpessoasprovenientesdefamlias

tradicionais,declassemdiabaixa,queem,algunscasos,migraramparaoEstadodeSoPaulo

embuscademelhorespossibilidades.Notaseque,emalgunscasos,aescolhadaprofissose

deu pela possibilidade de auxiliar o prximo ou foi motivada pela prpria histria e dinmica

familiardestesmdicos,ondeasrelaessolidriaseramestimuladase refletidasmuitas vezes

emaescomunitriasevoluntariado.

No comeo eu no tinha muita noo, quando eu fiquei adolescente eu descobri que eu queria umaprofissouniversal,queemqualquerlugar,quequalquerpessoa,pobre,rico,todomundovaiprecisar."Semprequisajudaraspessoasedesdepequenoeufalava,dasurgiuaoportunidadeefiz".

Minhameaquifoitecel,meupaierafuncionriodoIAPC,tambmpedreiroeraumhomemsimpleseeuachoqueaminhaformaoeudevomuitacoisaaeles,sabe?Elessempremeensinaramaestarprximadaspessoas...

36

...eusoufilhodeumafamliadedoisfilhos,euvimdeumafamliadeclassemdia,mdia,mdiabaixa,soufilhodeumaprofessoraedeumindustririo.Meuspaissemprelutarammuitoparaquetantominhairmeeu pudssemosestudar e sempre houve a preocupao do social naminha casa, at porqueminhametambmeraprofessora,erano,professoraefuncionriapblicaeengraado,nporqueminhairmeeusomosassim,temosamesmapreocupao,entoeusempretiveessavisodosocial,docoletivo....Estousatisfeito em ser mdico, vim de uma famlia pobre, lutei muito para ser mdico, sou um vencedor quechegoul,conseguiuoquequeria.

As motivaes essencialmente vocacionais e/ou inspiradas em outros profissionais da rea

tambmforamreferidas,sugerindoque,paraestesaatraopelaprticamdicamaisvoltadas

aes coletivas, possivelmente tenham se manifestado em fases posteriores escolha da

profisso.

...segundoaMame,n?aprimeiravezqueeufaleiquequeriasermdica,eutinhauns6anosdeidade...economicamenteeramuitocomplicadoprmimfazermedicina.Papaieramotoristadenibus,n?...EutiveummodelodeprofissionalqueeraomdicodanossafamliaDr.AlcidesAntoniasijfalecido,afilhadele trabalhaaqui conosco.Ele foi realmente ummodeloprmim.Ele era ummdico do bairro, aqui doImirim,eatendiatodomundo.Euachoqueeunoseioquemeinfluencioueunoseiexplicarvocaoachoquenoseexplicavocao,n?Masainfluncia,omodelodemdicoprmimfoioDr.Alcides.

Eusouacauladetrsfilhos,meupaifaleceu,eutinhadezanosdeidade,elemorreudeinfartoeminhamesempretrabalhouduroparacriaragente,comaajudademeusavsmaternosedeminhatia,que

solteira, irm daminhame.Uma famliade classemdia, no tinha,assim,muita riqueza,mas tambmnuncafaltounadapragente.Eeuresolviprestarmedicinaquandoeuestavanocolegial,napocaeufaziacolgiodoEstado,assistiaumaauladebiologianolaboratrio,eeramuitobom.Agentemexiacomvscerasdeanimais,eaeucomeceiameinteressarpelapatologia.Aeuresolvifazermedicina.

Tive uma infncia feliz tranqila, no sabia dos problemas das pessoas, no que meu pas seja muitodiferente,hojeaindasomosumagrandefamlia,todosmoramperto,todosparticipamdefestas,praias,bemestimulado, s vim acordar aqui no Brasil... mesmo por ser de Cuba, antes da faculdade sempre se vinculadopoltica, sevocnoparticipaona polticavocnopoderiaterestudadomedicina,existemcertas carreiras que exigem, direito, licenciatura, para professora,medicina, envolvendo tempo e muitodifcil,tinhaumacolegamuitointeligente,muitoboamaselanoconseguiuporqueeracatlica,masminhaformaonoaugedebombardeiodeinformaeseuparticipavamuitodetrabalhovoluntrio...

Para alguns destes profissionais, esta preocupao com o social, ou em ajudar o prximo,

tambmsemanifestouemalgumgraudeatividadepolticosocial,aindaquenonecessariamente

decarterpartidrio.Asrefernciasforammaisdirecionadasatuaesnoscentrosacadmicos

dasescolasdegraduaobemcomoforammencionadasaesvoluntriasemasiloseorfanatos,

trabalho rural e em entidades religiosas. Trs profissionais no referiram qualquer atividade

poltica ou comunitria anterior, mas de maneira geral este um conjunto de profissionais

relativamenteengajados.

37

Eu no cheguei a ser presidente.Masdepois que eu no eramais residente,que teve l ummovimento e que eu acho que para ter alguma... simbolicamente... alguma coisa, acabaramcortandoaminhabolsa...queeunemparticipavamaisdoCentroAcadmico.

Tudoqueagenteteveagentecriou,porqueagentepegouoD.Amuitoruim.EntramosnoD.AquandooP.S.iafechar,eufuimuitoparticipativa,agentedesdeareuniesnaCmaraMunicipalpra pedir pr votar a Gesto semiplena at tudo que estava em atraso em volta do Hospital,mobilizargente,nofinaldeuumresultadobom.

Antesedurantea faculdadee final desemana, limpeza,enxada, colher frutas, seradeumaoutraptica,vocnoiatrabalhariaajudar,iaumaturmaentoatcertopontoumafesta,amosnocaminho,comviolocantando,jovens,sefaziaoquepodia,eraumlazeratcertoponto.

Minhame,nalidadeladetodaaquelaproblemticadeserdonadecasaedesertrabalhadoraissoh50anosatrs,n?elaaindaarranjavaumtempinhoprserdamadecaridade,n?...eessaquesto fez comqueagenteevolussenocampoemocionalehumanohumanitrio, eudiriaelasempremelevavaprscoisas:agentevisitavaasilos,agentevisitavaorfanatossabe,voctemumamigo,eleestpassandofome?eleentraemcasaecomejuntocomagente.Ento,essascoisasmederamuma,vamosdizerassim,umainfnciamuitobonita...Eunoseiseporqueeueramaisvelhaqueeles,elesmeconsideravammuito,eusemprefuiumapessoamuitorespeitvel,achoqueesseo fato.Ento,aspessoasmerespeitavammuito.Eeueraumapessoa que tinha um trnsito.As idias, asmotivaes das grevesns passamos por vriasgreves naquela poca l o Maluf era o nosso governador, veio com cassetete em cima dagente, tal a gente sempre enfrentou isso e eu, todos os movimentos que houveram nauniversidade,agenteparticipou.

... eu j tinha uma experincia pastoral de alguns anos, j, n? Hmais de 20 anos ePastoralPopular.EntoeualieiessacoisadaEducaoemSadequeopessoaldeunalinhadeEducao Popular, n?muito na coisa do Paulo Freire, com a experincia que eu j tinha daPastoral. Foi muito bom. o que eu aplico por aqui... O projeto foi de treinar os agentes daPastoral da Sade pr serem meio que educadores de sade, n?... Ns treinvamos oscoordenadores a regio a arquidiocese se divide em regies na Regio Norte, ela dividida em subregies. Ento, ns pegvamos 2 coordenadores de cada subregio etreinvamos. Fizemos sade da criana, sade da mulher, depois amos comear sade doadulto,n?emlinguagembemsimples,preles...

HistriaProfissionaleIngressonoQUALIS

Em relaoaos trabalhosanteriores,excetuandoumaentrevistada, todososmdicos relataram

experincias profissionais pregressas em ambulatrios de medicina de grupo e em pronto

socorro/prontoatendimentodehospitaisprivados.Observase,quaseumconsensoentreogrupo,

a insatisfao com a organizao dos processos de trabalho nas unidades ambulatoriais das

38

medicinasdegrupo.Istoporque,segundoosrelatos,aimposiodaprodutividadesuperestimada

caractersticamarcante,bemcomoavisofragmentadaeindividualdasade,oquedificultaa

interaomdicopacienteeimpedeosegmentoeevoluodocuidadosade.Existemtambm

referencias a trabalhos em ProntoSocorros pblicos, e em nmero um pouco menor, em

Unidades Bsicas do estado. Dois profissionais j tinham atuado em equipes de Sade da

Famlia,umnoRiodeJaneiroeoutroemSoPaulo,comooutroparceiro.

"Dentrodopoucoqueeupudessefazer,euqueriaeraajudar.Pramimomdicoeraisso,noerateraquelaviso,eutaquiemcima,voctaembaixo...Euestavaassim,meiodesacocheio,noseieupossousaressetermo,detrabalharnaIntermdica,queestavapagandopouco,oesquemadetrabalhoestavaficando

massacrante,ummnimodevinte,vinteecincopacientesporperodo,eufaleiassim,gente,nodmaispravocfazer...estavacansadada Intermdica,e issoqueeu j lhe falei,achandoquenoeraaquiloqueopacientemerecia.Euqueriaumacoisaumpouquinhodiferente.

NaMedial os pacientes erammais esclarecidos, tinhamoutro nvel porque atendia a TVBandeirantes aBosch,jlidavacomoutrotipodepaciente,maisesclarecido,masnaverdadeeulargueilparavirparac,eugostomaisdepessoascarentes.

Dentre os fatores que motivaram o ingresso destes profissionais no QUALIS, aparecem os

associadosidentificaocomapropostadoprogramaecomaabordagemintegraldocuidado

sade.

Porqueeuacheiqueumasriedeobjetivosdeatuaoprofissionaleramcomotinhaqueser.Euacheiquemuitacoisaqueeuprocurava.......vocacabasendoreferncia.Eramaisoumenosassimamedicinaqueeuqueriafazer...."Olha,euachoquetudooqueeufizfoipensandonasadecoletiva,pensandonasadedaspessoascomoumtodo,muitascoisasparticularizadas..Ento,quandoeuentreinoQUALIS,euvislumbreiassimComobomseissoadercerto.Queessacoisarealmentedcerto.Porqueissoqueeuquero.issoqueeupensodasade....

Entretanto,existemoutroselementosmotivacionaisparaalmdaidentificaocomoprojetoa

sensaodeexploraoedeinsatisfaocomotrabalhoanteriorprincipalmentenarelaocomo

paciente e com a carga de trabalho, a oportunidade de melhores condies de trabalho e

formao,remuneraomelhor,segurana.

... tive tantos atendimentos, preencher fichas, me senti explorado, no d, essa situao, principalmenteporqueaquelediaesgotouaminhatolernciaeresolviprocuraracoordenaodenovo,marqueidenovo,houveoprocessodeadmissoenomearrependono.

O que eu ganhava no Rio equivale ao que eu recebo hoje, mas trabalhando menos horas. So Paulotambm um atrativo porque oferece melhor formao tcnica, melhores salrios, melhores funes detrabalho.

39

... temasmesmas idiasqueeu,peloprojeto,cuidardopacienteealmdeserumservio registrado,amaioriacooperativaemaisseguro...

Poroutrolado,emrelaoaonmerodepostosdetrabalho,apenasduasmdicastrabalhavam

exclusivamente na unidade QUALIS. A grande maioria mantinha atividade paralela em

consultrios prprios ou realizando plantes noturnos e/ou de finais de semana em prontos

socorros particulares. Esta situao importante, pois revela que mesmo com profissionais

aparentementecomprometidoscomaproposta,estes continuambuscando trabalhosextrasque

podemapontarodesejodeumarendacomplementaralmdaquelaofertadapeloQUALISque

namaior parte das vezes, conforme os relatos eram equivalentes s remuneraes anteriores

recebidas, bemcomo,certa insegurana,ounecessidadedemanterse ligadoespecialidade

deorigem,oqueseriarazovelfrenteprecocidadedeimplantaodoprograma.Poroutrolado,

estainseguranaprofissionalpoderiaviraacarretarproblemasfrenteaimplantaodeumprojeto

emlargaescala,emtermosdeadesoerotatividadedosmdicos.

ObjetivosdoPrograma

No conjunto de questes que tratam as percepes sobre os processos de concepo e

instalaodoprograma, identificamclaramenteoQUALIScomoumanovapropostademodelo

assistencial calcada no cuidado integral sade e na recuperao do vnculo do ente

equipe/mdicoepaciente,comoseaspremissasdoprojetofossemumaespciedefilosofiaque

orientaestanovaabordagemdasade pblica.Entretanto,esta concepodaateno integral

assume diferentes nuances. Vai desde a integralidade concebida como incorporao ao

atendimento individual de aspectos preventivos, passando pela possibilidade de abordagem no

cuidadodeaspectosdavida familiaredacomunidadeondeeste indivduose insere,chegando

at concepes mais ampliadas que entendem a proposta como um novo modelo de sade

pblica, onde alm da abordagem do indivduo, pretendese tambm atuar sobre a famlia e a

comunidade,noapenasemaeseducativas,maspromovendoacidadania,aorganizaoda

comunidadeparaumamelhoriaglobalnaqualidadedevidadapopulao.Taisprticastambm

demandamumanovaposturadomdico,aoinduzirumamaiorresponsabilizaocomocasoem

funodestaabordagemmaisintegrada,bemcomodeumavalorizaodoconjuntodaequipee

noapenasdafiguradesteprofissional.Algunsenfatizamtambmaimportnciadapotncia,da

resolutividadedoprojetofrentespropostas tradicionaisdeatenobsica.Estadiversidadede

concepes de integralidade traz por um lado um aspecto muito positivo em relao ao

comprometimentocomocuidado,edealgumaformaemponderamoprofissionalparaestaprtica

colocamnorealizandoumaatividadenobre,digna,socialmentejustificada,maspodemtambm

se traduzir em prticas bastante diferenciadas e eventualmente contraditrias no seu exerccio

cotidiano.

interessante observar estes profissionais tambm conhecem um pouco da histria e dos

porqusdecriaodoprojetoahistriaanteriordomdicodefamlia,dadoutoraRosa,opapel

e o interesse do ministro Jatene em implantar o programa em grandes regies urbanas, a

40

oposioaoPAS,etc,oquepoderepresentartambmumindicativodasuavinculaoaoprojeto.

Outroaspecto importantequeodiscursoseconstrimuitoprximodaprticaedasvivncias

dosprofissionais,enfatizandoaprincipalmentearelaocomousurio.

umprojetoparapessoascarentesquevisanosdaratendimento,oureceita,masconheceropaciente,afamlia,oproblema,dandopossibilidadesparavocajudarmaisalmdoquedarumsimplesremdio,eprincipalmente prevenir doenas ter uma qualidade de vidamelhor, orientaes atravs de grupos, ento

vocdinformaes,trata,prevenindoedelimitandoumarea.

Euachoqueafilosofiado ProgramaQUALISmuitobonita.Voccuidardeumafamliatoda,aqualidadedoatendimentodiferente,apesardeeununcaterusadooserviopblicodesadeoupostodesade,os

pacientes contam que muito diferente o atendimento que feito pelos profissionais do QUALIS e oatendimentodeoutroslocais..

Oprojetoqueteoricamenteelenotemmenos,eletemimplantaotemcoisasquenotoescritas,quea gente tem que arrumar outras alternativas mas em si ele muito dez... Aqui resgatou um pouco danecessidadedeumservioprimrioqueeledacontaderesolver.Agentedcontasim,agenteconsegueresolver,agentediminuiademandahospitalar,tantoatemnveldeinternaoedeatendimento...Peloqueeu sei que existiamalgumas unidades doEstado que estavamdesativadas, existia vontade dese fazeresse projeto,ento ligouse o til ao agradvel e acabou vindo para c e praZonaSudeste...Logoque agentecomeouoDoutorJatenechamouagenteparaumaacolhidaeelecontouquequandoeleestavanoMinistrio da Sade ele ficou conhecendo os projetos que havia no nordeste e ele achou vivel. E elepensou,sedercertoemSoPaulo,elevinga.Aiacabouvindoprc..NodprsepensaremsadecomoumdeverdoEstadosemvoc reformularosetorprimrio.Oprojetosadedafamliadcontadisso.Sem

reformularosetorprimriooSUSnodconta....1porqueeleresolutivo.Noadiantainvestirnoservioprimrioseelenoforresolutivo.Almdeserpreventivoeleresolutivo.

OQUALIS um programa demdico de famlia, que pretende, tem o sonho, de resgatar a questo darelaoequipedesadepacientenomdicopacienteequipedesade.Porqueaquelavisodequeomdico responsvelpelasadeelatemquesermudada,porquensnosomosdeusesdoOlimpo,emborasvezestratadoesetratacomotal...oJatenequeriatrazerprSoPaulooprogramademdicode famlia sabendo que as caractersticas seriam completamente diferentes do mdico de famlia do

Nordeste, porque a nossa realidade diferente. E ele comeou a trabalhar ento nesse sentido. EconversouanoseibemcomofoiahistriadeelesentrarememcontatocomasirmsldoSantaMarcelina e comearam a organizar o projeto. Aproveitaram grande parte dosmdicos de famlia que jestavamlnaquelareaemontaram9postos.

"PorqueeuconsideroessetrabalhodoQUALISperfeitamentequeaqualidadeintegraldesadefazerumtrabalhopreventivo".

OQUALISumapropostadeumnovomodeloassistencial,queomdicotemumvnculocomopaciente.Estesistemaultraespecializadovocperdeovnculocomopaciente,temoortopedistaquecuidadop,ocardiologistadocorao,ningumomdicodopaciente.Apessoapagacaro,nofimnotemsentenadeningumsotodosPilatos,todoslavamasmosIssonomepertence...Ningumassumeapaciente.OQulisumamaneiradevocresgatararesponsabilidadedomdico.Vocnoprecisaserultraespecialista

41

prtratardeumagota,deumacrisedeasma,deumhipertensoleve,vocmdicovoctemcapacidadedetratarsim.Fizminhascadeirasbsicasdeclnicamdica,decardiologia,detudo.OQulisisso,umnovomodelo assistencial pr resgatar o vnculo entremdico e paciente. Este vnculo o quemais desgastaprofissionalmente...SeiqueaDoutoraRosa,eramdicadefamlia,naqueleantigomodelodoEstadoeelaquis que issomantivesse e foi atrs e por articulaes polticas dela, ela conseguiu comajuda doSantaMarcelina,aSecretariaedoMinistrio.

OQUALISumapropostadenovasadepblica,ondevocatuacommodelodesadediferente...enfimglobalizante. Voc tendo um conceito de sade voc tem que atuar com o paciente de uma formamaisglobal,voctemquesabernoesgeraisdeclnicamdica,cirurgia,ginecologia,obstetrcia,voctemquesabersobretuberculose,voctemumlequeenorme.Oobjetivoexpandirenofuturotodososhabitantesteremodireitoaummodelo desade, acesso aumgeneralista,comonoCanad, Inglaterra, comoeraantigamente.Comeouaquiemsubstituioaumapropostaanteriorondeoestado,prefeitura?pagavamaomoradiadomdico,masquenopodecontinuareesteveiocomoalternativa,quandocomeoutambmo

sadedafamlianoRio,a foifeitaaparceriaEstado,SantaMarcelina.SeiqueexistemoutrosQUALISmasnotenhomuitainformaonemcomofuncionamosPSFdoNordeste.AchoqueomodelotradicionaleoQUALISfazempartedeumcirculoeumdiavoseencontrarcomummodelocomum,misturado,masmaisvoltadoparaa famliacomoeste.OmodelocabebememSoPaulo, porqueapesardacidadetermuitosrecursos,tambmtemmuitamisria,eomodelotradicionalnoconseguiuenfrentaristo.

...projetocomoobjetivodeabraarumapopulaoespecificadeterminadaparadesenvolverumtrabalhodesadepblica,sadecomunitriacomeducaoparaasade.Como objetivode reuniramaioria dasdoenasefacilitaravidadacomunidadeeestimularacidadania,estimularaorganizaodacomunidade,aeducao,tentarcriarempregos,coisasquevoalmdoserviodasade,doproblemadesade.Almdesatisfao a todos de uma certa forma, uma medicina mais barata um mdico s resolve muitosproblemas,ginecologia,pediatria,geriatria,etambmestariapertodoscasos,verpacientesquenopodemselocomover,e issotrariaumadiminuiodaprocuradecentrostercirios,centrossecundrios,decoisasquepodemserresolvidasnarea.Foiimplantadonestaregioporquetemmuitotrabalho,periferiaecomojdissehaviammdicossanitaristasquehaviamcomeadoalgumacoisaefoinazonaleste....

RelacionamentocomaPopulao

Paraogrupoentrevistado,ovnculoestabelecidocomacomunidadelhesconferegrandeestmulo

e satisfao. Acreditam que o trabalho por eles desenvolvido de grande relevncia para a

populao,queaprticadamedicinavoltadasadecoletiva retribudapelossentimentosde

gratido e respeito, e que a possibilidade demelhorar a vida das pessoas um dos principais

pontosfortesdoprograma.

Aspessoasdaminhareagostamdoatendimentopersonalizadoqueagented,dorespeito,da faltadepreconceito, dafaltade interesse,queremosmelhoraravidadeles,elesdizemqueforamagraciados, soagradecidos,abenoados,porquetemosquepornacabeadelesqueoproblemadesadenosfebre,diarria ou a gestante, quando eles brigam com a famlia ou a vizinha, quando a filha ficou grvidaescondida,entopoucoapoucovamosfazendootrabalhoealgumacoisadoresultado.Noumacoisaquepodemosdizerqueoqualisjmudoutudomasestcaminhando.

42

Euachoquegostam.Agenteest,assimnestesmesesdemaroeabrilvivendoumdeclniodeaceitaoporcausadoaumentodademanda,n?maseuachoqueagentetemoqueeupossodizer,n?umaclientelafiel.

...Ograudesatisfaomuitobom.Tempacientequevemaquisemternenhumaqueixa.Vemprvocdarumpalpite.Issovaideconfiana.Noadiantariaagenteseriaunsmdicosbonzinhos,masnahoraqueficoudoente tevequeprocuraroutromdico.Existeumgraude referncianossa que importante issograndenofosseresolutivonoteriaisso...

Gostamdoatendimento,dolaboratrio,outrodiachegouumapacienteedisseondeelaiafazeroexameensinformamosqueeraaquieelaficouadmiradaesatisfeitaaomesmotempo,entogostamdafacilidade,doatendimento,domedicamento,davisitaquefacilitaaquelaspessoasquenopodemvirnoposto.

Alguns relataram que, no processo de instalao do QUALIS, a aceitao da populao foi

relativamente difcil, por conta da cultura j estabelecida em relao ao acesso aosistema o

Pronto Atendimento e a demanda por acesso imediato, o que,de alguma forma, implicou num

esforo e disponibilidade de negociao com a populao inicialmente subestimados. Este

processo de transformao exigiu/exige muita persistncia e interao da equipe com a

comunidade, e aparentemente, contribuiu para o estreitamento do vnculo da equipe com a

populao. Mas tambm gera questionamentos sobre at que ponto interferncia da

comunidadenadiscussodoplanejamentodosprocessosdetrabalhobenfica.Adiminuiodo

poderaquisitivodapopulaolocaleasubseqentemigraodosistemadesadesuplementar

para o SUS, foram identificadas, por algunsmdicos, como pontos centraisdesta presso da

populaoemrelaoaoacessoearesolutividadedoprograma.

Aquino,noseiseaproximidadedohospital,apopulaoumpoucohostilaonossotrabalho...Elesqueremprontoatendimento.

"Ovisqueeutenhoagoraaqui,orelacionamentoeaintimidadequeeutenhocomapopulao,fazcomque elesme procuremmais.Porque eles sabem:...Ah, aDra. Ins est sempre aqui...Quer dizer, eu nopossofazerqualquercoisaeT,tchau.Noassim.Eutenhocompromissos.Vocdaqui.Eusoudaqui.Ento,temessacoisatambm.Ento,nssofremosporincrvelquepossaparecer,essacoisa"

Umapartedapopulaoestmuitomargemdasociedade,acabatendoagentecomoreferencia,masistoacontece tambm comreasmenos carentes temgenteque tinha convnio e depois veio pedir para se

cadastrar....

"Porqueanossapopulaomuitoexigente.muitoexigente.Eumapopulaochata.Chatanosentidodequeelareclamadetudo.Elaestsemprereclamando:nuncaestsatisfeitacomnada,querdizernoigualPor que?umapopulao comoeudisse,elaperdeuoseupoderaquisitivo,umpouco queanteselatinhamuitoconvnio,tal,eelafoiperdendoEntoelaachaquechegaetemqueseratendida.Elanoprevquevoctemumasriedecoisasqueestocorrendojuntas....

"MasapopulaodaGuilherminaumapopulaoassim,como queeuvoudizereladiferentedeuma pessoaquenecessitamuito...Por que?Porque apopulaomuito exigente.Ento,omdico j

43

P,euno ganhopr isso,noganhopr isso!Ento,h uma ilusodeque,veja,eles tmumacertamodernidadequeelesconhecemmodernidade,noseguintesentidoassim:Euseiquetemdensitometriassea J tmacesso ao conhecimento. J tmacesso ao conhecimento,mas existe o outro lado dapauperizao,entendeu?Ento,diferenteForamosproprietrios,n?Foramosproprietrios.Foigentequemigrouprc,construiu,vocpodeverqueelespensaramatnaqualidadedevida".

Apesar do envolvimento da populao nas discusses com as equipes ter crescido

paulatinamente,observaseque,emalgunscasos,acomunidadeaindanohaviacompostoseus

conselhosgestoresouqualqueroutraformadeorganizaosistematizada.

Existe um conselho antes de surgir essa idia de conselho, ns elegemos os representantes de rua.Entendeu?Masnoestefetivoaindano.

Populaosatisfeita,masnomuitoorganizada.

Aparticipao temaumentado,masnoexiste conselhogestor.Estcrescendomuitoa participao nosgruposfaltainclusiveespaoparaasreunies.

Os canais de integrao entre equipe e comunidade mais mencionados foram as aes

educativas,ascaminhadascoletivaseosgruposdepromooeprevenodasade.Parcerias

com outras instituies da comunidade tambm so citadas, tais como estabelecimentos de

ensinoereligiosos,almdeatividadesrecreativas,campanhascontrafomeedealfabetizao.

Temeducaocontinuada,temogrupodediabetes,temcaminhada.Agentenotemespaofsico."

Agenteesttentandoatingirtodos,porexemplo,agentesabequetemosmuitodesemprego,noestamostentando por conta prpria, estamos tentando levantar a auto estima das pessoas, tentar realizar algumaidiacomoporexemploumacooperativa,algumacoisacomoumaescola,oucomooDomBosco,tentandocursosprofissionalizantes,algumacoisaassim,squeanossacoordenaoconseguiuumaparceriacomasecretaria do trabalho, e veio um pessoal aqui e est fazendo uma coisa, um trabalhomais amplo, mais

organizada,bemdeterminado,poretapaparaconseguirmexercomoprofissionalizante,acooperativaetudoquederparafazernestarea,entooutrocasoseriaaeducao,nspornossaconta,commuitoesforo,com doaes e co