RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO (x) FINAL … · II – eleitorado não inferior a dois mil...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
DIRETORIA DE PESQUISA
COORDENADORIA DE PROGRAMAS INSTITUCIONAIS
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC
RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO
Período: De 08/2013 a 08/2014
( ) PARCIAL
(x) FINAL
IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
Título do Projeto de Pesquisa (ao qual está vinculado o Plano de Trabalho): NOVAS
DINÂMICAS TERRITORIAS NA AMAZÔNIA TOCANTINA: EMANCIPAÇÃO
TERRITORIAL E DEMANDA POR FORMAÇÃO DE NOVOS MUNICÍPIOS.
Nome do Orientador: Rosivanderson Baia Corrêa¹
Titulação do Orientador: Mestre
Faculdade: Geografia
Título do Plano de Trabalho: NOVAS DINÂMICAS TERRITORIAIS NA
AMAZÔNIA TOCANTINA: PROJETO DE EMANCIPAÇÃO TERRITORIAL
DA VILA DO CARAPAJÓ
Nome do Bolsista: Luiz Henrique Nascimento Pereira²
Tipo de Bolsa:
( ) PIBIC/CNPq
( ) PIBIC/CNPq - AF
( ) PIBIC/CNPq – Cota do Pesquisador
(X) PIBIC/UFPA
( ) PIBIC/UFPA - AF
( ) PIBIC/INTERIOR
( ) PIBIC/PARD
( ) PIBIC/PADRC
( ) PIBIC/PIAD
( ) PIBIC/PIBIT
1 Docente da Faculdade de Geografia e Diretor da Faculdade de Geografia – UFPA – Campus Cametá.
2Discente da Faculdade de Geografia(turma 2013) – UFPA – Campus Cametá, bolsista PIBIC 2014-2015
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SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO.........................................................................................................3
2- MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA.......................................................4
3- JUSTIFICATIVA............................................................................................4
4- OBJETIVOS....................................................................................................5
5- MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................... .5
6- RESULTADOS.........................................................................................................6
7- CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................16
8- PUBLICAÇÕES........................................................................................................17
9- REFERÊNCIAS .............................................................................................17
10- APÊNDICES...................................................................................................18
11- PARECER DO ORIENTADOR......................................................................20
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1-INTRODUÇÃO.
O presente relatório de pesquisa pretende apresentar resultados sobre o estudo
das possibilidades de emancipação do território denominado de vila (distrito) do
Carapajó pertencente ao município de Cametá(PA), haja vista a densidade populacional
que esse território vem apresentando nos últimos anos é significativa, sendo este um dos
requisitos representativos para que ocorra uma pretensão de emancipação.
Nesse sentido investigaram-se os indicadores e os argumentos usados pelos
principais atores envolvidos na petição assim como a população, para justificar esse
processo, identificar qual a perspectiva para com esse desmembramento, de um modo
geral, estuda as propostas, buscando os autênticos interessados nesse processo, levantar
dados políticos, econômicos e culturais, da vila de Carapajó, que justifiquem a criação
de tal município. Propôs-se pesquisar indicativos econômicos, educação, saúde,
moradia, saneamento básico, segurança, indicadores populacionais e especificidades
culturais, buscando compreender quais as justificativas para essas demandas, e quais os
aspectos de melhorias quantitativas e qualitativas que está sendo proposta a vila de
Carapajó (Distrito). Para isso utilizou-se instrumentos como pesquisa bibliográfica,
entrevistas com moradores, e líderes comunitários, mapeamento da área de estudo, bem
como análise documental.
Pretendeu-se com isso, está não somente contribuir com a discussão sobre a
melhoria da qualidade de vida das coletividades locais no município de Cametá, mas
também, está contribuindo com a discussão sobre a demanda por formação de novas
territorialidades no âmbito da ciência geográfica na região amazônica, principalmente
no estado do Pará.
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2- MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA
3- JUSTIFICATIVA
O município de Cametá possui 10 distritos (vilas) em seu território, são eles;
Cametá, Juana Coeli, Curuçambaba, Carapajó, Porto Grande, Torres do Cupijó, Juaba,
Areião, Vila do Carmo e São Benedito de Moiraba, sendo que destes, ao todo, existem
três movimentos pela formação de novos municípios, são eles: Distrito da vila de
Carapajó, distrito de Vila do Carmo e distrito de vila de Juaba, estando à última em
estágio mais avançado, havendo um projeto com o processo em andamento com Nº
000551, de 24/01/2002 na ALEPA, faltando regulamentação do § 4º do (Art. 18 da
Constituição Federal) e a falta do memorial descritivo do pretenso município.
5
4- OBJETIVOS.
3.1.Objetivo geral.
Identificar argumentos que levam a formação de novos municípios a partir
da emancipação da Vila de Carapajó.
3. 2. Objetivos Específicos.
Identificar argumentos usados pelos principais atores envolvidos na petição e
pela população.
Enfatizar os atores sociais envolvidos nesse processo.
Levantar dados Sociais, econômicos e políticos apresentados pela vila do
Carapajó como justificativa para essa petição.
Enfatizar as especificidades culturais existentes desse território.
Podemos afirmar que os objetivos propostos no referido projeto de pesquisa,
embora sendo um plano de iniciação científica, foram alcançados, ainda necessitando
aprofundar alguns aspectos, principalmente os dados econômicos são pouco
encontrados dados mais concisos, necessitando de uma pesquisa mais detalhada para
identificar, por exemplo, a produção do açaí, da mandioca, cacau, milho, arroz etc. Estas
encontramos em abundancia no distrito, mas não estão devidamente sistematizadas nos
órgãos públicos, em especial no IBGE, necessitando de uma metodologia que consiga
abarcar essa produção e demonstrar a sua existência que não é reconhecida pelo Estado.
5- MATERIAIS E MÉTODOS.
Foram utilizados o laboratório de informática e a biblioteca do campus
universitário do Tocantins/Cametá para pesquisas necessárias na internet e de ordem
bibliográfica necessária.
Os métodos utilizados foram à pesquisa de campo: questionários semi-
estruturados, tendo sido aplicados 20 questionários ao todo com a sociedade em geral
6
eforam realizadas 8 (oito) entrevistas com as principais lideranças do distrito, para
interagir com os representantes da comunidade local em busca de informações
consistentes que subsidiaram a pesquisa, em busca de encontrar os principais atores
nesse processo de emancipação do território referido. Ainda como recurso foram
analisados documentos oficiais para que possamos ter fontes precisas, inclusive fontes
históricas que possam embasar a pesquisa e entender o problema estudado.
6 RESULTADOS
Trindade Jr. Nos diz que a partir da década de 60 surgiu dois padrões de
cidades “Cidade da floresta” e “Cidades na floresta” a qual pelas sua características se
enquadra Cametá e seus distritos, do ponto de vista da dependência e a forte relação
com o Rio Tocantins.
As “Cidades na floresta” são cidades que tem articulação
e interesses que são externos a essa região, ou seja, as
demandas são propriamente para outras regiões, fazendo
da floresta um elemento de pouca integração aos novos
valores da vida urbana, essas cidades veem a floresta a
partir de interesses capitalistas de exploração como
minério, madeira e etc. (Trindade, São Paulo, 2009)
Na constituição federal existem diretrizes para que um distrito se torne
município, a EC 15/1996 deu nova redação ao §4º do art. 18 da CF/88 mudando
radicalmente as regras de criações de município. Assim, no Artigo único. O §4º do art.
18 da Constituição Federal está a seguinte redação:
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de
municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado
por lei complementar federal, e dependerão de consulta prévia, mediante
plebiscito, às populações dos municípios envolvidos, após divulgação dos
estudos de viabilidade municipal, apresentados e publicados na forma da
lei.
Segundo os dados do IBGE (1960-2010) verifica-se que a população brasileira
vem crescendo significativamente, nesse sentido, o processo histórico de emancipação
adquiriu uma potencialidade relevante, destacando-se no estado do Pará e na Amazônia,
representado na tabela abaixo:
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TABELA 01: COMPARAÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E
AUMENTO DE MUNICÍPIOS NO PARÁ E NA AMAZÔNIA
Ano Brasil Pará Amazônia
1960 70.070.457 60 182
1970 93.139.037 83 229
1980 119.002.706 83 258
1991 146.825.475 105 397
2000 169.798.170 143 575
2010 190.775.799 143 590
Especificamente no estado do Pará e na Amazônia o crescimento dos
municípios se dá dessa forma, como no gráfico abaixo:
GRÁFICO 01: EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE MUNICÍPIOS NO PARÁ E NA AMAZÔNIA
Segundo as Leis (EC) do Congresso Nacional, de 17 de outubro de 2008,no
Brasil possui atualmente mais de 800 distritos que já pediram emancipação. Se esses
requerimentos forem aprovados, o Brasil passará de 5.564 para 6.370 o número de
municípios e ganhará mais de 7.200 vereadores. Com essa emancipação esses
municípios passarão a receber serviços básicos para a sua população, como os postos de
0
500
1000
1500
2000
2500
1 2 3 4 5 6
Ano
Pará
Amazônia
FONTE: IBGE
FONTE: IBGE
8
saúde e escolas, devido à inclusão do mesmo no fundo de participação dos municípios e
dos repasses dos governos federal e estadual.
Para que um município seja criado existem normas estabelecidas por lei, a lei
complementar de Nº 074, de setembro de 2010, sancionada pela Assembleia legislativa
do estado do Pará nos diz:
Art. 2º Nenhum município será criado sem a verificação da existência, na
respectiva área territorial ou na área territorial a ser desmembrada dos
seguintes requisitos:
I – população superior a cinco mil habitantes;
II – eleitorado não inferior a dois mil eleitores de sua população;
III – centro urbano já constituído, com número de prédios residenciais,
comerciais e públicos superior a quatrocentos;
IV – estimativas de receitas
a) Fiscal, área que irá formar o novo município, atestada pelo órgão
fazendário municipal, com base na projeção dos tributos próprios a
serem arrecadados e estadual, com base na arrecadação do ano
anterior ao da arrecadação do estudo de viabilidade, considerando
apenas os agentes econômicos já instalados.
Portanto, Cazzolato (2011) nos alerta para a forma como está sendo conduzida
essa redivisão, pois pode levar a prejuízos federativos, ele diz que devem ser colocados
em debate à inserção de parâmetros técnicos na legislação, definindo dimensionalmente
a composição territorial da federação. Aprimoramento dos processos de alteração
territorial, incluindo dispositivos dimensionais e outros que remetam ao todo federativo
entre outros.
O Brasil é um país que está emergindo em sua economia, compõe o BRICS
(Brasil, Rússia, Índia e China), contudo o IDHM (Índice de desenvolvimento Humano
Municipal) de muitos municípios é muito baixo, no caso do município de Cametá que
tem uma população acima cento e vinte mil habitantes IDHM é baixo, onde o mesmo
está posição 4.695 no Brasil, este índice já evoluiu desde o IDHM de 1991 até 2010, no
entanto ainda é um índice baixo fazendo uma comparação com países da África como,
Zâmbia (IDH - 0,561) e república do congo (IDH – 0,564) que possuem IDH (Índice de
desenvolvimento humano) similares ao IDHM do município de Cametá. Como se
observa na tabela abaixo:
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Tabela 02: EVOLUÇÃO DO IDHM CAMETÁ – 1991-2010
Cametá
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM
IDHM 2010 0,577
IDHM 2000 0,432
IDHM 1991 0,328
Fonte: Atlas Brasil 2013 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Na dinâmica territorial na Amazônia Tocantina a extensão territorial dos
munícipios é muito grande e em muitos casos a sede do munícipio não consegue dar
atenção a todos os distritos, centralizando os recursos na sede administrativa,
ocasionando um sentimento dedesmembramento pelas tais localidades, justamente pelo
fatoda população não ser contemplada frente aos atendimentos básicos, essenciais
como: educação de qualidade, pavimentação das vias públicas que dão acesso a essas
localidades, saúde, segurança.
No caso do distrito de Carapajó, localizado à margem direita do Rio Tocantins,
no município de Cametá, a situação não é diferente, há uma insatisfação da população
para com os gestores municipais, pois a mesma culpabiliza a atual gestão, no entanto,
cabe ressaltar que esse problema de gestão pública é construído historicamente.
Contudo as petições frequentemente não atendidas, deixando a deriva essas áreas assim
como as regiões rurais e mais distantes da sede em situações precárias. Frente a um
sentimento de abandono por parte dos gestores públicos, surgindo o desejo de
emancipação da comunidade carapajoense, ou seja, se tornar independente, movimento
esse que já aconteceu em muitos lugares como, São Paulo, Goiás, vários estados,
inclusive atualmente tramitam na Assembleia legislativa do estado do Pará (ALEPA),
mais de 40 propostas de criação de novos municípios. São vilas/distritos e comunidades
que buscam se tornar sedes municipais. Em Cametá já houve esse processo de
emancipação, por volta de 1961 o distrito de Limoeiro do Ajuru foi desmembrado de
Cametá se tornando um município.
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IMAGEM 01: ORLA PARCIAL DA VILA DE CARAPAJÓ
Para tanto, cabe salientarmos a origem da Vila de Carapajó, que é sede da
quinta circunscrição judiciária no município de Cametá, o mesmo recebeu título de vila
em 25 de dezembro 1916 através da lei 1530 de 05 de outubro de 1916 e o decreto
número 3154, de 30 de novembro do mesmo ano. O distrito tem ao norte a delimitação
com a vila de Curuçambaba e ao sul, a vila do Carmo do Tocantins. Háalgumas versões
sobre o nome da vila segundo Raimunda Cohen Veiga, o rio estreito da vila de Carapajó
é um igarapé, sendo que na época da revolução cabana, um homem, natural de Roma,
por nome Hilário de Moraes Bittencourt chegou de bote com algumas pessoas, nesse
igarapé, fugido dos cabanos. E neste igarapé havia um senhor que se chamava Carapajó,
daí a denominação da Vila. Segundo moradores, outra versão diz que duas tribos
indígenas brigavam, uma se chamava cara e a outra pajó, e no final acabaram se
apaziguando, formando-se um vilarejo chamado Carapajó. A outra versão é que, o nome
surgiu em homenagem ao antigo morador que continha o sobrenome de Carapajó, nome
indígena.
Nossa pesquisa de campo, constatamos a insatisfação dos moradores com a
administração do município e um forte sentimento de independência. Entrevistamos
representantes de todos os segmentos da sociedade daquela localidade como: o
representante do Comércio, da igreja, dos professores. A seguir transcrevemos resumo
FONTE: HENRIQUE, 2015, ORLA DE CARAPAJÓ
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de algumas entrevistas, com as respostas mais coerentes, para melhor ilustrar os
resultados obtidos e o posicionamento da sociedade em relação ao processo de
emancipação do distrito de Carapajó.
TABELA 03: RESUMO DAS ENTREVISTAS COM LIDERANÇAS
LOCAIS
Ordem Perguntas Respostas
1º Enquanto cidadão e/ou profissional, o
Senhor (a) já participou de alguma
açãovoltado à emancipação política do
Distrito de Carapajó (transformar o
distrito em município)?
O mesmo já participou de várias
reuniões as quais eram regidas pelo
movimento “Declare seu amor por
Carapajó”
2º Em caso positivo, qual foi à ação e
como se deu sua participação?
Articulação das reuniões
3º O Senhor (a) tem conhecimento do
projeto de Lei que tramita na
Assembleia Legislativa Estadual
visando à emancipação política do
Distrito de Carapajó (transformar o
distrito em município)?
Sim, o mesmo é ciente de que foi feito o
projeto e encaminhado para ALEPA
(Assembleia Legislativa do Pará),
contudo o mesmo não aparece na lista de
projetos que deram entrada na mesma.
4º Qual o posicionamento do senhor (a)
em relação a este projeto de Lei?
O favor, segundo ele no presente
momento com o veto do projeto de lei
para criação de novos municípios, o
caminho é buscar novas estruturas para
o distrito (melhoria de saneamento,
estruturas administrativas, correios e
etc.) para que quando o veto for
derrubado o distrito esteve nas
condições de se emancipar. 5º Enquanto cidadão e/ou profissional a
proposta de emancipação política do
distrito de Carapajó contemplará suas
aspirações/necessidades, no sentido de
melhoria da qualidade de vida desse
distrito vila/município?
Como cidadão a emancipação segundo
ele irá melhorar a qualidade de vida da
população, pelo fato de que com a
emancipação surgiriam novas atividades
para que o dinheiro circulasse no
distrito. 6º Na sua visão quais seriam os principais
argumentos fortalecem/justificam a
emancipação deste Distrito?
A Justificativa para emancipação é falta
de assistência do município para com o
distrito, a má distribuição de renda,
sendo que o Carapajó contribui muito
para economia do município. 7º A emancipação seria o caminho
adequado para o alcance das
aspirações/necessidades? Por quê?
Na visão do mesmo o processo de
emancipação seria o caminho mais
adequado, enfatizando que quando
algumas estruturas administrativas
(correios) são estabelecidas no distrito,
trará benefícios e consequentemente
desenvolvimento e futuramente a
emancipação.
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Segundo os atores sociais envolvidos nesta problemática, o problema que leva
ao desejo de se emancipar é a falta de uma subprefeitura, nessas localidades não há uma
subunidade, sendo um problema grave, não havendo um representante direto da
prefeitura para se comprometer em organizar as vilas (distritos), gerando a necessidade
do deslocamento do problema para a sede do município, para serem tomadas as
providências. Ocasionando um desconforto administrativo.
Dentro dessa discussão Castro (2005) nos coloca o espaço funcional da
burocracia de despachos administrativos, que são as sedes administrativas, instalados
em capitais políticas geralmente dotadas de infraestrutura, no contexto será a cidade de
Cametá. Como consequência o espaço atendido provido ou desprovido quanto ao
alcance da função administrativa e seu campo de ação ou área de influência, no contexto
o distrito de Carapajó.
Os municípios muitas vezes são pensados na dimensão estatística, nascendo de
uma forma pragmática, de uso do capital. Esquecendo-se a dimensão qualitativa, que
faz nascer um anseio por uma emancipação e como se o espaço funcional fosse o “pai”
privilegiando filhos mais velhos (Cidade) e o espaço atendido fosse o “filho mais novo”
(Distrito) sendo esquecido pelas decisões do pai, e assim buscando novos caminhos para
o seu desenvolvimento. Desse modo Castro (2005),salienta que:
Ele tem sido percebido preferencialmente o recorte espacial da
informação estatística, e o recorte é útil para análises
setorizadas da atividade econômica, das finanças e da
sociedade. Porém, estas informações pouco revelam sobre o
município como objeto de conhecimento e como um resultado
possível das próprias condições diferenciadas das sociedades
regionais e locais do país. (Castro, 2005 Pg. 136).
O município em questão é reflexo de sua sociedade local, da suas
particularidades, e os distritos tem seus atributos que atribuem uma característica para o
município, e quando o mesmo está desassistido os sentimentos de pertencimento do
mesmo afloram, reflexo culturalmente exposto na forma de ser um cidadão que firme
suas raízes e suas convicções com os aspectos culturais do seu espaço vivido. Com
issoCastro (2005) ressalta que:
Um novo permitirá perceber melhor, através do município, tantas as
diferenças territoriais e sociais no país como algumas das suas causas,
obscurecidas em um debate que teima em não ver o espaço mais banal
e mais fundamental da nossa sociedade. (Castro, 2005).
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Segundo RAFFESTIN (1993):
O território se forma a partir do espaço, é o resultado de uma ação
conduzida por um ator sintagmático (ator que realiza um programa)
em qualquer nível. Ao se apropriar de um espaço, concreta ou
abstratamente (por exemplo, pela representação), o ator “territorializa”
o espaço (RAFFESTIN, 1993, 143).
Neste caso os atores desta petição é a sociedade local que utilizam como objeto
territorialização, o apego ao espaço vivido, as suas raízes culturais, que o conduzem a
lutar por um território independe.
Para compreender a justificativa de emancipação do distrito de Carapajó assim
como suas demandas e quais os aspectos de melhorias quantitativas e qualitativas vem
sendo propostas para esse território verificou-se alguns indicadores relevantes. Segundo
o Censo 2010 do IBGE o distrito de Carapajó possuía a população de 10.170 habitantes,
sendo que na vila habitam 1.073 e nas ilhas e vilarejos que formam este distrito 9.099
pessoas. Como se verifica na tabela abaixo:
TABELA 04: POPULAÇÃO DOS PRINCIPAIS DISTRITOS DE CAMETÁ
Distritos Juabá Curuçambaba Carapajó Januacoeli
Vila do
Carmo do
Tocantins Moiraba
Torres
do
Cupijó
Areião
Setor
(vila)
712 (4.8
%) 496 (4.7%) 1073
(10.5%)
941
(11.5%)
897
(21.5%)
649
(22.4%)
604
(22.5%)
306
(10.2%)
Rural
(vila)
14.060
(95.2%) 10.034 (95.3%) 9.099
(89.5%)
7.246
(88.5%)
3.281
(78.5%)
2.248
(77.6%)
2.081
(77.5%)
2.681
(89.8%)
Homens
(vila)
378
(53.1%) 252 (50.8%)
577
(53.8%)
483
(51.3%)
473
(52.7%)
359
(55.3%)
320
(53%)
172
(56.2%)
Mulheres
(vila)
334
(46.9%) 244 (48.2%)
496
(46.2%)
458
(48.7%)
424
(47.3%)
290
(44.7%)
284
(47%)
134
(43.8%)
Total
14.772
(100%) 10.530 (100%) 10.172
(100%)
8.187
(100%)
4.178
(100%)
2.897
(100%)
2.685
(100%)
2.987
(100%)
No aspecto educacional o distrito de Carapajó, é composto portrinta e nove
escolas municipais e duas estaduais funcionando regularmente, com a demanda de três
mil e dezenove alunos no distrito. Como se verifica na tabela abaixo:
FONTE: IBGE, CENSO 2010
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TABELA05: NOME DE ESCOLAS E NÚMERO DE ALUNOS NO DISTRITO DE
CARAPAJÓ.
NOME DA ESCOLA NÚMERO DE ALUNOS
E.M.E. F BAIXO PARURU 56
E.M.E. F CAPITEUA DE CARAPAJÓ 47
E.M.E. F DE AJARAI 167
E.M.E. F DE BOM JARDIM- VILA BOM JARDIM 432
E.M.E. F DE CARAPAJÓ 769
E.M.E. F COLONIA DE JUTAITEUA 25
E.M.E. F PICARREIRA CARAPAJO - 34
E.M.E. F TABATINGA DE CARAPAJÓ 41
E.M.E. F TRÊS LAGOS 23
E.M.E.F D. GENTIL. BITTENCOURT 212
E.M.E. F ILHA GAMA 78
E.M.E. F JOSE DA SILVA COIMBRA – CARAPAJÓ 130
E.M.E. F MENINO JESUS DA PRATICAIA 69
E.M.E. F N.S PERPETUO SOCORRO - BAIXO PARURU 52
E.M.E. F P.EURICO G. DUTRA – CARAPAJO 502
E.M.E. F VENTINA LOPES POMPEU – PARURU 129
E.M.E. F SANTA MARIA DE AJARAI - ILHA AJARAI 252
ESCOLAS MUNICIPAIS DO DISTRITO DO CARAPAJÓ - DADOS 2014 Total-3019
Em relação a aspectos da saúde, há um posto de atendimento básico para
atender todo o distrito, com uma demanda média de Seiscentospacientes (600) do
distrito ao mês, sendo que casos mais graves há deslocamento para sede.
FONTE: SEMED/CAMETÁ
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TABELA 06: DEMONSTRATIVO DE ATENDIMENTO À SAUDE NO
DISTRITO DE CARAPAJÓ.
DESCRIÇÃO NÚMERO DE PESSOAS
N° de pessoas do território da equipe
médica.
6.268
N° de pessoas de 15 ou mais anos 4.769
N° de mulheres de 10 a 59 anos 2.392
N° de gestantes cadastradas 19
N° de gestantes acompanhadas por meio
de visitas domiciliares pelo ACS no mês
19
N° de consultas agendadas 19
N° de atendimentos de pré-natal 14
N° de diabéticos 07
N° de pessoas com asma 04
No indicador econômico este distrito, baseia-se suas atividades econômicas na
extração de madeira, colheita do açaí no período da safra, para consumo interno, com
uma intensa demanda de exportação para outros municípios como: Igarapé-miri,
Abaetetuba e Belém. Segundo os entrevistados,outra atividade que teve/tem uma alta
expressividade no setor econômico no distrito de Carapajó foi e é o cultivo da pimenta
do reino, que contribuiu para que o município de Cametá se destacasse entre os
municípios do baixo-Tocantins no contexto da produção da pimenta. Complementando
ainda a economia do distrito de Carapajó, é produção da farinha de mandioca, a venda
do peixe para abastecimento interno e comércio de gêneros alimentícios.
A Cultura também merece é um dos fatores de destaque, impulsionada por ser
a única vila do município de Cametá a ter carnaval possuindo duas escolas de samba
legalizadas que estão em pleno funcionamento, à Escola de Samba Império Xavante
em homenagem a tribo de índios, fundada pela família Alves Cabral com fantasias
adereços carros alegóricos semelhantes aos grandes carnavais, e a Escola de Samba
Império Quenzinho fundada para rivalizar com a anterior fundada pela família Gabaia,
outras especificidades culturais desta localidade são brincadeira do Boi Brabo, herança
FONTE: SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE: DADOS DE JUNHO 2015
16
dos negros escravos representação que envolve rituais irreverentes em relação à música
aos personagens e ao público que acompanha e Boi Manso. E também o Maria Errer
que no natal dos carapajoenses no dia 26 dezembro, a homenageada é nossa senhora do
rosário, a festa também e herança do período da escravidão e é uma representação
simbólica, do rei e da rainha escolhidos antecipadamente que são responsáveis pelo
banquete, a festa é animada pelo samba de cacete ritmo criado segundo os moradores na
própria vila, neste prisma destacamos também a festividade de Nossa Senhora do
Carmo que acontece no mês de julho no período das férias onde a vila recebe o número
considerável de turista em devoção a imagem, contudo a festa mais representativa é a
festa de São Benedito que representa uma dos maiores eventos do município de Cametá
e relevância em todo estado do Pará onde a localidade triplica o número de visitantes, e
são feitas em determinados períodos do ano.
Nos indicadores sobre a segurança da população do distrito, há um posto
policial, uma viatura, quatro policiais militares que fazem a ronda diariamente na vila, o
que se constatouo número de roubos e homicídios no ano de 2014. Como se verifica na
tabela abaixo:
TABELA 07: DEMONSTRATIVO DE ROUBO, FURTO E HOMICÍDIOS NA VILA
VILA DE
CARAPAJÓ
FURTO ROUBO HOMICÍDIOS
06 10 02
ANO 2014
Em aspectos de saneamento básico, parte vila de Carapajó ultimamente foi
pavimentada no período de eleição de 2014 pelo então governador candidato a
reeleição, que segundo moradores foram “obras eleitoreiras para conseguir voto para
sua reeleição”, contudo sem um planejamento adequado em termos de esgoto,“a criação
de valas para que quando caia a chuva aquela água tenha para onde escoar”etc.
7- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto o que se constatou dentro da conjuntura do Distrito, foi uma realidade
precária, que já perduram vários anos, o que consequentemente ocasiona o desejo de
emancipação dessa comunidade local, contudo sabemos que não é só querer para
FONTE: COMANDO REGIONAL IX 32º BATALHÃO DE POLÍCIA
MILITARMILITAR
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justificar uma emancipação, os dados nos remetem a “pensar que ainda há muito que
desenvolver, o que estruturar” como nos ressaltou do entrevistado Prof. Rosivaldo,
todavia o desejo dos mesmos por um distrito melhor é muito pertinente, ou por um lado
direito do Rio Tocantins independente da sede para os atores sociais é sinônimo de
desenvolvimento, o presente projeto buscou contrastar a realidade para enfatizar os
verdadeiros atores e suas justificativas para emancipação, dados oficiais que se buscou
para notar as verdadeiras possibilidades de emancipação do Distrito de Carapajó e não
ridicularizá-los como tem feito muitos atores hegemônicos dentro do nosso Município,
é preciso que haja uma discussão séria sobre a gestão territorial do município, por se
tratar de um município grande, pouco interligado e com muitas Vilas e distritos, além
dos núcleos populacionais que não são reconhecidos oficialmente pelo poder público.
8- PUBLICAÇÕES
Ainda não foram realizadas publicações do material produzido pela pesquisa, o primeiro
trabalho foi enviado para o SEGEO UEPA em Vigia, ainda não saiu aceite.
9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.
CASTRO, Iná Elias de. Geografia e política: território, escalas de ação e instituições.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. 304p.
CAZZOLATO, J. D. Novos estados e a divisão territorial do Brasil. São Paulo:
Oficina de Textos 2011.
COSTA, Léia Maria. Icoaraci: Formação socioespacial, tentativas e de afirmação
territorial. 166p. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Pará. Programa de
Pós-graduação em Geografia e Mestrado em Geografia.
Divisão: Pará tem 41 propostas de criação de municípios. Disponível
em:http://www.ormnews.com.br/noticia.asp?noticia_id=583712#.VFeecPldVps.
(23/04/2015)
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA ESTATISTICA, CENSO 2010.
Disponível em: www.ibge.gov.br.
ROCHA, G M. ESTADO DO PARÁ: divisão ou construção de um projeto de
desenvolvimento territorial?. Belém: NUMA, 2008.
http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopseporsetores/ (30/06/2015).
http://www.senado.gov.br/ (29/05/2015).
Corrêa, Roberto. L. O Espaço urbano. São Paulo. Ática. 1989
RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. Tradução de Mª Cecília França.
São Paulo: Ática, 1993.
18
TRINDADE JR., S-C. Cidades na floresta: Os “grandes objetos” como expressões
do meio técnico-científico informacional no espaço amazônico. Ieb n.51: São Paulo,
2009, p. 113 – 137.
10-APÊNDICES
9.1 QUESTIONÁRIO UTILIZADO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
FACULDADE DE GEOGRAFIA – FAG.
RELATÓRIO FINAL PIBIC
ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA
PÚBLICO ALVO: SOCIEDADE CIVIL
NOME: _____________________________________________________________________
PROFISSÃO/OCUPAÇÃO: _____________________________________________________
IDADE:_______________
1. Enquanto cidadão e/ou profissional, o Senhor (a) já participou de alguma açãovoltado à emancipação
política do Distrito de Carapajó (transformar o distrito em município)?
( ) SIM ( ) NÃO ( ) PARCIALMENTE
2. Em caso positivo, qual foi à ação e como se deu sua participação?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
______
3. O Senhor (a) tem conhecimento do projeto de Lei que tramita na Assembléia Legislativa Estadual
visando à emancipação política do Distrito de Carapajó (transformar o distrito em município)?
( ) SIM ( ) NÃO ( ) PARCIALMENTE
4. Qual o posicionamento do senhor (a) em relação a este projeto de Lei?
_____________________________________________________________________________________
___
_____________________________________________________________________________________
___
5. Enquanto cidadão e/ou profissional a proposta de emancipação política do distrito de Carapajó
contemplará suas aspirações/necessidades, no sentido de melhoria da qualidade de vida desse distrito
vila/município?
___________________________________________________________________________________
6. Na sua visão quais seriam os principais argumentos fortalecem/justificam a emancipação deste
Distrito?
___________________________________________________________________________________
7. A emancipação seria o caminho adequado para o alcance das aspirações/necessidades?
( ) SIM
( ) NÃO
8. Por quê?
19
9.2- PRINCIPAIS FOTOS DA PESQUISA
POSTO DE SAÚDE
FOTO 1
POSTO DE SAÚDE
FOTO 2
E.E.E. F EURICO GASPAR DUTRA
FOTO 3
E.E.E.M. PADRE JOÃO BOONEKAMP
FOTO 4
POSTO POLICIAL
FOTO 5
POSTO POLICIAL/VIATURAS
FOTO 6
ESCOLA DE SAMBA IMPÉRIO XAVANTE
FOTO 7
ESCOLA DE SAMBA IMPÉRIO XAVANTE
FOTO 8
20
ESCOLA DE SAMBA QUEM SÃO ELES (QUENZINHO) FOTO 9
ESCOLA DE SAMBA QUEM SÃO ELES (QUENZINHO) FOTO 10
IGREJA DE NOSSA SENHORA DO CARMOFOTO:11
F
FONTE: HENRIQUE, PESQUISA DE CAMPO 2014/ 2015.
11 - PARECER DO ORIENTADOR: O bolsista Luiz Henrique do Nascimento Pereira demonstrou bastante assiduidade no
desenvolvimento da pesquisa, no que tange a ser um plano de iniciação científica,
demonstrando aptidão para a pesquisa científica, sou de parecer favorável
aAPROVAÇÃOdo relatório final do plano de pesquisa intitulado:NOVAS
DINÂMICAS TERRITORIAIS NA AMAZÔNIA TOCANTINA: PROJETO DE
EMANCIPAÇÃO TERRITORIAL DA VILA DO CARAPAJÓ.
DATA: 10/08/2015
ASSINATURA DO ORIENTADOR ROSIVANDERSON BAIA CORRÊA
ASSINATURA DO ALUNO LUIZ HENRIQUE DO NASCIMENTO PEREIRA