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Centro de Formação de Almada Ocidental Proformar ACÇÃO CIF: Um Novo Paradigma de Avaliação das NEE Formadores: Ana Amaral e Carlos Simões Formandos: Cristina Freitas Lídia Réfega Rosa Maria Meneses Maio/Junho 08 Enquadramento

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Aluno com Necessidades Educativas EspeciaisPEI

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Centro de Formação de Almada Ocidental

Proformar

ACÇÃO

CIF: Um Novo Paradigma de Avaliação das NEE

Formadores: Ana Amaral e Carlos Simões

Formandos:

Cristina FreitasLídia RéfegaRosa Maria Meneses

Maio/Junho 08

Enquadramento

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Aluno do Pré-escolar (frequenta o ensino pré escolar desde o início de Setembro de 2007)

Data de Nascimento: 12/11/2001 Idade:6 anos e 6 meses

Estabelecimento de ensino: Jardim-de-infância da Rede Pública

Residência: Seixal

Este aluno foi referenciado para uma avaliação técnico-pedagógica pela educadora do grupo, no início do ano lectivo. O aluno, apresentou necessidades educativas de carácter permanente necessitando de uma intervenção na área da educação especialNeste contexto, o aluno integrou as medidas do regime educativo especial referentes à legislação em vigor na data da avaliação.Todavia foi necessário reavaliar o mesmo, no sentido de o enquadrar na população alvo do Decreto-Lei nº 3/2008 de 7 de Janeiro..

Agrupamento de Escolas

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DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

RELATÓRIO TÉCNICO - PEDAGÓGICO DE REAVALIAÇÃO/AVALIAÇÃO(POR REFEREÊNCIA À CIF)

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO

Nome: xxx Data de Nascimento: 12/11/2001

Morada: xxx Tel. / Tm.: xxx

Encarregado de Educação: xxx

Ano de Escolaridade: Pré-escolar

Estabelecimento de Ensino: Jardim-de-infância de xxx

2. DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO DO ALUNO

O xxx entrou este ano lectivo para o Jardim-de-infância com cinco anos e nove

meses, uma vez que, por opção dos pais não ingressou no 1º ano do 1º ciclo.

Em Setembro, a educadora detectou que o aluno apresentava problemas

comportamentais, não se interessando por nenhuma área e, em situações imprevistas face

à rotina diária estabelecida, ficava muito ansioso, gritando e chorando.

Foi solicitado ao departamento de Educação Especial uma avaliação, com a devida

anuência do encarregado de educação.

No decorrer da avaliação o aluno foi encaminhado para a Consulta de

Desenvolvimento (Dr.ª xxx), em 2007, identificando-se um “Atraso Global do

Desenvolvimento, mais marcado nas áreas da comunicação e socialização, apresentando

alguns sintomas de Perturbação Relação e Comunicação”. Foi igualmente proposto para

uma avaliação psicológica todavia, até à data e segundo observações da psicóloga, pouco

foi possível concretizar, não sendo possível a elaboração de um relatório.

Neste contexto e face aos comportamentos verificados, a avaliação concluiu que o

aluno tem necessidades educativas especiais, devendo ser abrangido pelo Decreto-Lei n.º

319/91 de 23 de Agosto (legislação em vigor nesta data).

Foram elaborados o respectivo Plano Educativo Individual e Programa Educativo

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com base nas orientações curriculares para o pré-escolar.

O aluno passou a beneficiar de apoio especializado distribuído por três dias da

semana, em contexto de sala.

A educadora e docente de educação especial desenvolveram com o xxx, ao longo do

ano lectivo, actividades específicas, de acordo com os objectivos definidos no P.E.

O aluno foi, progressivamente, fazendo aquisições significativas em todas as áreas

do desenvolvimento, sem no entanto, ter adquirido as competências necessárias ao

ingresso no 1º ano do 1º Ciclo. Neste sentido, a família, a equipa escolar e a equipa clínica

que trabalham com o xxx, partilham da opinião de que seria benéfico pedir adiamento de

matrícula para o próximo ano lectivo, procedendo-se necessariamente à reavaliação

pedagógica.

3. EQUIPA PLURIDISCIPLINAR

Identificação Função/Serviço a que pertence

xxx Docente de educação especialxxxxxx

Equipa de avaliação do Departamento de

educação especialxxx Educadora de Infânciaxxx Encarregado de Educação

4. O QUE AVALIAR/COMO AVALIAR/RESULTADOS - (CIF)(Á frente do último dígito de cada código é identificado o resultado da avaliação com recurso aos seguintes qualificadores:

0 -Nenhuma deficiência/dificuldade; 1- deficiência/dificuldade ligeira; 2- deficiência/dificuldade moderada; 3- deficiência/dificuldade grave; 4- deficiência/dificuldade completa; 8- deficiência/dificuldade não especificada)

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Funcionalidade e incapacidade

Categorias

Capítulos Código Descrição

Font

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Prof

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Res

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1-Funções

Mentais

b114.8 Funções orientação

b122.8 Funções psicossociais globais

b1400.8 Manutenção da atenção

Dec

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ão

2-Aprendizagem e

Aplicação de

Conhecimentos

d130.1 Imitar

d1331.3 Combinar palavras em frases

d1401.0Adquirir competências para pronunciar palavras escritas

d1500.1Adquirir competências para reconhecer números, sinais aritméticos e símbolos

d160.2 Concentrar a atenção

d1630.3 “Fazer de conta”

d177.2 Tomar decisões

3-Tarefas e exigências gerais

d2100.3 Realizar uma tarefa simples

d2300.1 Seguir rotinas

4-Comunicaçãod3101.2

Compreender mensagens faladas simples

d320.3 Falar

5-Mobilidade d4408.4Movimentos finos da mão (grafismo)

6-Auto-cuidados d530.3Cuidados relacionados com os processos de excreção

7-Interacções e relacionamentos

interpessoaisd71040.2 Iniciar interacções sociais

8-Áreas principais de vida d8152.3

Progredir no programa de educação pré-escolar

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Factores contextuais (.) Barreira (+) Facilitador

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Fact

ores

Am

bien

tais 1-Produtos e

tecnologias e130 (+)Produtos e tecnologias para a educação

3-Apoio e relacionamentos

e310 (-) Família próxima

e325 (+)Conhecidos, pares, colegas

e360 (+) Outros profissionais5-Serviços , Sistemas e Politicas

e580 (+) Relacionados com a saúde

Entre

vist

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4.1 RESULTADOS DA AVALIAÇÃOSíntese Descritiva – Perfil de Funcionalidade

Funções do Corpo

A declaração médica existente no processo do aluno, datada de Abril de 2008, menciona que

o aluno foi sujeito a uma avaliação formal na área da psicologia. Contactos realizados entre as

docentes de educação especial, a educadora e a psicóloga, permitiram perceber que o xxx não

aderiu às tarefas que lhe foram propostas, não sendo possível a realização desta avaliação por

insuficiência de dados. No entanto, quer o relatório da consulta de Desenvolvimento, quer os

desempenhos do aluno no período de observação/reavaliação, indicam que o mesmo tem um

Atraso Global do Desenvolvimento bastante acentuado em relação ao desenvolvimento esperado

para a sua faixa etária.

A declaração médica acrescenta ainda que este atraso tem critérios de Perturbação da

Relação e Comunicação (perturbação do espectro autista), de carácter permanente, condicionando

assim as suas aprendizagens, mas em nenhuma função lhe atribuiu os respectivos qualificadores.

O aluno apresenta muitas dificuldades na relação consigo próprio, com os outros, com o

tempo e o espaço, e é incapaz de manter a atenção por um período de tempo que se considera

mínimo à realização de uma tarefa simples.

Actividade e Participação

O xxx é uma criança que fez grandes progressos relativamente ao início do ano lectivo.

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Inicialmente era uma criança que só se relacionava com a educadora e sempre com muita

insegurança. Presentemente chega ao Jardim-de-infância bem disposto e já consegue interagir,

imitando os colegas, tomando por vezes a iniciativa de se aproximar e estabelecer contacto físico.

Começa agora a interagir, face aos sinais dos outros, de forma mais adequada, chamando-

os, obedecendo-lhes, mandando calá-los. As relações sociais existentes são ainda muito básicas,

por vezes nada assertivas.

Consegue manter-se sentado no momento da conversa com o grande grupo mas só participa

quando solicitado e com orientação do adulto, todavia, já vai tentado uma vez por outra descrever

uma ilustração, fazer imitações. A sua capacidade de atenção é muito reduzida mesmo quando está

motivado. Rapidamente se distrai com outros estímulos exteriores e perde-se face ao que estava a

realizar.

Neste momento, apresenta menores dificuldades na escolha de tarefas e na integração de

rotinas diárias. Consegue escolher entre duas opções, e vai percebendo a dinâmica do grupo, os

espaços da sala e a organização diária. O aluno tem feito grandes progressos nestas áreas embora,

por vezes, ainda necessite de orientação do adulto.

O aluno revela capacidade para pronunciar palavras, de um modo geral perceptíveis. A

leitura global de palavras acontece em diversos contextos indiciando óptima memória visual.

Em relação aos números e sinais aritméticos, também apresenta capacidades, embora com

menos sucesso. A memória visual e auditiva foram áreas muito estimuladas durante os anos em

que o xxx esteve em casa com um familiar, estando a maior parte do dia a ver televisão e brincar

no computador.

O aluno revela graves dificuldades nas áreas da compreensão, aplicação do conhecimento,

comunicação/linguagem, autonomia e motricidade.

Não consegue descodificar mensagens simples, sendo por vezes necessário repetir a mesma

informação e exemplificar a acção para que posteriormente ele a consiga executar.

Na linguagem oral já é frequente a produção de palavras e frases simples mais sob o tipo

interrogativa ou imperativa (queres boneca? queres jogo? senta-te aqui!), para passar alguma

mensagem com significado. Ainda persistem as palavras isoladas acompanhadas de gestos, para

expressar algo.

Revela também muitas dificuldades em actividades de “faz de conta”. As acções que realiza

na casinha das bonecas ou área das construções são imitações dos seus pares ou então cumpre

ordens dos colegas. Não consegue pois preparar, iniciar e organizar uma tarefa simples.

Na área da motricidade tem adquirido acções motoras básicas como correr, saltar, subir e

descer escadas, mas apresentando pouca coordenação. Mostra insegurança nos exercícios novos

mas gosta muito de participar e de imitar os amigos.

Ao nível da motricidade fina encontra-se na fase da garatuja. Os seus desenhos são rabiscos

sem significado. Inicialmente recusava realizar estas actividades mas, presentemente, já adere e já

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tenta desenhar formas, como o círculo embora ainda não o feche.

Este aluno é pouco autónomo na higiene, vestuário e alimentação. Não indica a necessidade

de ir à casa de banho, necessita de ajuda para despir-se e vestir-se assim como nos momentos da

alimentação. Necessita permanentemente de orientação e supervisão do adulto.

A relação com os colegas e adultos da sala, as rotinas, a exploração de diferentes materiais e

todos os estímulos que lhe foram dados, optimizaram o seu desenvolvimento. No entanto, o atraso

global que apresenta em relação ao que seria o desenvolvimento esperado para a sua idade, não lhe

permite ter, nesta data, um perfil de competências que lhe possibilite, com sucesso, ingressar no 1º

ano do ensino básico.

Factores Ambientais

Dos factores ambientais considerados são tidos como barreira a família próxima porque não

se aperceberam das dificuldades que o aluno apresentava. A atitude da família continua a mesma ,

mesmo depois de ser alertada pela saúde e pela escola.

Como factor facilitador pode-se considerar o relacionamento do xxx com a educadora, com

a auxiliar, com a docente de educação especial e com os colegas, tendo o mesmo contribuído

significativamente para a estimulação de todas as áreas do desenvolvimento, permitindo ao aluno

vencer e ultrapassar situações de maior dificuldade. São igualmente facilitadores os produtos e

tecnologias para a educação ao dispor do aluno, ajudando-o a ultrapassar barreiras, a desenvolver

competências e adquirir conhecimentos, assim como os todos os serviços e técnicos ao nível da

saúde e aos quais deverá continuar a recorrer.

5. TOMADAS DE DECISÃO

1. Necessidade de educação especial (assinale com uma cruz).

a) O aluno não apresenta necessidades educativas especiais, de carácter permanente,

que confirmem a necessidade de uma intervenção especializada de educação especial.

b) O aluno apresenta necessidades educativas especiais, de carácter permanente, X

que confirmam a necessidade de uma intervenção especializada de educação especial.

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2. Medidas a aplicar e sua fundamentação (Decreto-lei n.º 3/2008 de 7 de Janeiro)

O xxx é um aluno com Necessidades Educativas Especiais de carácter permanente mais

acentuadas na área da Comunicação/linguagem, estando as funções psicossociais globais

comprometidas. A Actividade e Participação do aluno está ainda longe ao que é esperado para a

sua idade, não conseguindo o aluno realizar grande parte das tarefas propostas. O seu

envolvimento na vida real está ainda muito comprometido.

Neste contexto, o perfil actual do aluno indicia que o mesmo necessita de frequentar o pré-

escolar mais um ano lectivo. Deverá continuar a beneficiar do apoio do docente de educação

especial no período de cinco horas semanais.

Deste modo, justifica-se a adopção das seguintes medidas educativas previstas no Decreto-

Lei n.º 3/2008 de 7 de Janeiro:

Artigo 12º - ponto 2: A turma onde o aluno está matriculado deverá ser de número

reduzido, para permitir que o educador apoie o aluno na realização das actividades.

Artigo 17º – Apoio pedagógico personalizado

a) O reforço das estratégias utilizadas no grupo ou turma aos níveis da organização, do

espaço e das actividades;

b)O estímulo e reforço das competências e aptidões envolvidas na aprendizagem;

c)A antecipação e reforço da aprendizagem de conteúdos leccionados no seio do grupo ou da

turma;

O apoio previsto nas alíneas anteriores será prestado pela educadora de infância.

d)Reforço e desenvolvimento de competências específicas:

Pretende-se que o docente de educação especial desenvolva actividades específicas, nas áreas de

maior défice, como são a comunicação/linguagem, a motricidade fina, cognição e autonomia.

Artigo 18º - Adequações curriculares individuais: Serão estabelecidas para o aluno

adequações curriculares individuais tendo por base as orientações para o pré-escolar.

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Relatório elaborado pela equipa de avaliação: xxxxxx e xxxxxx

xxxxxxxxxx, 27 de Maio de 2008

Docentes de Educação Especial,

_______________ _____________

(xxxxxx) (xxxxxx)

Homologado pelo Conselho Executivo, Data: ______________________ Assinatura: ______________________________ (A Presidente do Conselho Executivo)