Relatório da Emigração 2018 · 2020. 1. 9. · 1 Emigração total e indicadores de...
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Relatório da Emigração
2018
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
2 [359]
ÍNDICE SINTÉTICO
Nota introdutória .............................................................................................................. 23
1 Emigração total e indicadores de enquadramento ..................................................... 27
2 Emigração para os principais países de destino, 2018 ................................................ 53
3 Emigração para os principais países de destino, séries cronológicas 2000-2018 .......... 77
4 As remessas dos emigrantes 2018 ........................................................................... 261
5 LÍNGUA E CULTURA NO CAMÕES I.P. ...................................................................... 272
6 QUESTÕES SOCIAIS, CÍVICAS E JURÍDICAS ................................................................ 300
7 APOIO AO ASSOCIATIVISMO ................................................................................... 317
8 QUESTÕES LABORAIS – “TRABALHAR NO ESTRANGEIRO” ........................................ 323
9 Conselho das Comunidades Portuguesas -CCP ......................................................... 330
10 ESTRUTURAS DE APOIO DA DGACCP ....................................................................... 332
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
3 [359]
ÍNDICE
Índice de quadros .......................................................................................................................... 9
Índice de gráficos ........................................................................................................................ 13
Índice de mapas .......................................................................................................................... 17
Nota técnica sobre os capítulos 1 a 3.......................................................................................... 18
Enquadramento e fonte .............................................................................................................. 22
Nota introdutória .............................................................................................................. 23
1 Emigração total e indicadores de enquadramento ..................................................... 27
1.1 Destaques ......................................................................................................................... 28
1.2 Indicadores de contexto ................................................................................................... 32
Emigração total ................................................................................................................. 36
Comparação internacional ................................................................................................ 46
2 Emigração para os principais países de destino, 2018 ................................................ 53
Dados de síntese ............................................................................................................... 54
Fluxos de saída .................................................................................................................. 58
População emigrada ......................................................................................................... 63
Nacionalidade ................................................................................................................... 69
3 Emigração para os principais países de destino, séries cronológicas 2000-2018 .......... 77
Alemanha .......................................................................................................................... 78
3.1.1 Entradas de portugueses na Alemanha ................................................................ 78
3.1.2 Portugueses residentes na Alemanha .................................................................. 81
3.1.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses na Alemanha ............................... 84
Angola ............................................................................................................................... 87
3.2.1 Entradas de portugueses em Angola .................................................................... 87
3.2.2 Portugueses residentes em Angola ...................................................................... 90
3.2.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses em Angola ................................... 90
Austrália ............................................................................................................................ 91
3.3.1 Entradas de portugueses na Austrália .................................................................. 91
3.3.2 Portugueses residentes na Austrália .................................................................... 94
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
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3.3.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses na Austrália ................................. 97
Áustria ............................................................................................................................. 100
3.4.1 Entradas de portugueses na Áustria ................................................................... 100
3.4.2 Portugueses residentes na Áustria ..................................................................... 103
3.4.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses na Áustria .................................. 106
Bélgica ............................................................................................................................. 109
3.5.1 Entradas de portugueses na Bélgica ................................................................... 109
3.5.2 Portugueses residentes na Bélgica ..................................................................... 112
3.5.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses na Bélgica .................................. 115
Brasil ................................................................................................................................ 118
3.6.1 Entradas de portugueses no Brasil ..................................................................... 118
3.6.2 Portugueses residentes no Brasil ....................................................................... 121
3.6.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses no Brasil .................................... 124
Cabo Verde ...................................................................................................................... 125
3.7.1 Entradas de portugueses em Cabo Verde .......................................................... 125
3.7.2 Portugueses residentes em Cabo Verde ............................................................ 125
3.7.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses em Cabo Verde ......................... 128
Canadá ............................................................................................................................ 129
3.8.1 Entradas de portugueses no Canadá .................................................................. 129
3.8.2 Portugueses residentes no Canadá .................................................................... 132
3.8.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses no Canadá ................................. 135
Dinamarca ....................................................................................................................... 138
3.9.1 Entradas de portugueses na Dinamarca ............................................................. 138
3.9.2 Portugueses residentes na Dinamarca ............................................................... 141
3.9.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses na Dinamarca ............................ 144
Espanha ........................................................................................................................... 147
3.10.1 Entradas de portugueses em Espanha ............................................................... 147
3.10.2 Portugueses residentes em Espanha .................................................................. 150
3.10.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses em Espanha .............................. 153
Estados Unidos da América............................................................................................. 156
3.11.1 Entradas de portugueses nos EUA...................................................................... 156
3.11.2 Portugueses residentes nos EUA ........................................................................ 159
3.11.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses nos EUA..................................... 162
França .............................................................................................................................. 165
3.12.1 Entradas de portugueses em França .................................................................. 165
3.12.2 Portugueses residentes em França .................................................................... 168
3.12.3 Aquisições de nacionalidade em França ............................................................. 171
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
5 [359]
Holanda (Países Baixos) .................................................................................................. 174
3.13.1 Entradas de portugueses na Holanda ................................................................. 174
3.13.2 Portugueses residentes na Holanda ................................................................... 177
3.13.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses na Holanda ................................ 180
Irlanda ............................................................................................................................. 183
3.14.1 Entradas de portugueses na Irlanda ................................................................... 183
3.14.2 Portugueses residentes na Irlanda ..................................................................... 186
3.14.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses na Irlanda .................................. 189
Itália ................................................................................................................................ 192
3.15.1 Entradas de portugueses em Itália ..................................................................... 192
3.15.2 Portugueses residentes em Itália ....................................................................... 195
3.15.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses em Itália .................................... 198
Luxemburgo .................................................................................................................... 201
3.16.1 Entradas de portugueses no Luxemburgo .......................................................... 201
3.16.2 Portugueses residentes no Luxemburgo ............................................................ 204
3.16.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses no Luxemburgo ......................... 207
Macau (China) ................................................................................................................. 210
3.17.1 Entradas de portugueses em Macau (China) ..................................................... 210
3.17.2 Portugueses residentes em Macau (China) ........................................................ 213
3.17.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses em Macau (China) .................... 216
Moçambique ................................................................................................................... 217
3.18.1 Entradas de portugueses em Moçambique ....................................................... 217
3.18.2 Portugueses residentes em Moçambique .......................................................... 220
3.18.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses em Moçambique ...................... 220
Noruega........................................................................................................................... 221
3.19.1 Entradas de portugueses na Noruega ................................................................ 221
3.19.2 Portugueses residentes na Noruega................................................................... 224
3.19.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses na Noruega ............................... 227
Reino Unido..................................................................................................................... 230
3.20.1 Entradas de portugueses no Reino Unido .......................................................... 230
3.20.2 Portugueses residentes no Reino Unido ............................................................ 233
3.20.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses no Reino Unido ......................... 236
Suécia .............................................................................................................................. 239
3.21.1 Entradas de portugueses na Suécia .................................................................... 239
3.21.2 Portugueses residentes na Suécia ...................................................................... 242
3.21.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses na Suécia ................................... 245
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
6 [359]
Suíça ................................................................................................................................ 248
3.22.1 Entradas de portugueses na Suíça ...................................................................... 248
3.22.2 Portugueses residentes na Suíça ........................................................................ 251
3.22.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses na Suíça ..................................... 254
Venezuela ........................................................................................................................ 257
3.23.1 Entradas de portugueses na Venezuela ............................................................. 257
3.23.2 Portugueses residentes na Venezuela ................................................................ 257
3.23.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses na Venezuela ............................ 260
4 As remessas dos emigrantes 2018 ........................................................................... 261
Remessas recebidas em 2018 ......................................................................................... 262
Evolução das Remessas ................................................................................................... 267
5 LÍNGUA E CULTURA NO CAMÕES I.P. ...................................................................... 272
Direção de Serviços de Língua (DSL) ............................................................................... 273
Língua Portuguesa — Conceção enquanto objeto de internacionalização; princípios-
âncora para a sua internacionalização; espaços de intervenção; desafios equacionados
em objetivos e principais resultados; suportes de trabalho .......................................... 274
Língua Portuguesa — Para a expansão do Ensino, da Investigação / do Conhecimento 275
5.3.1 Língua Portuguesa — Endogeneização do Ensino .............................................. 275
5.3.1.1 Apoio ao Ensino da Língua Portuguesa .............................................................. 277
5.3.1.2 Língua e Cultura Portuguesas — Investigação e Conhecimento ........................ 287
CONTEÚDOS, CREDITAÇÃO, CERTIFICAÇÃO E TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO ........... 290
5.4.1 Conteúdos ........................................................................................................... 290
5.4.1.1 “Diferenciação dos públicos escolares das diásporas: adequação de
metodologias de ensino da língua portuguesa” ....................................................................... 290
5.4.1.2 Criação de materiais de ensino para fins específicos ......................................... 290
5.4.1.3 Cursos de aprendizagem de Português Língua de Herança (PLH) e de Português
Língua Materna (PLM) a distância — Plataforma Português Mais Perto ................................. 291
5.4.1.4 Cursos de formação contínua de PLE nas áreas do conhecimento linguístico,
pedagógico-didático e cultural — Cursos em linha ................................................................... 292
5.4.1.5 Certificação de proficiência PLH — Público infanto-juvenil ............................... 294
5.4.1.6 Certificação de proficiência PLE — Público infanto-juvenil ................................ 297
5.4.1.7 Certificação de proficiência PLE — Público adulto ............................................. 298
5.4.2 Creditação ........................................................................................................... 298
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
7 [359]
5.4.2.1 Inclusão da língua portuguesa nos sistemas de línguas de entrada ao ensino
superior dos EUA, designado Scholastic Assessment Test ........................................................ 298
5.4.2.2 Acreditação de Escolas e Centros Associados; ................................................... 299
6 QUESTÕES SOCIAIS, CÍVICAS E JURÍDICAS ................................................................ 300
Detidos Portugueses no Estrangeiro ............................................................................... 301
DEPORTADOS/EXPULSOS ................................................................................................ 302
6.2.1 Análise da situação na Europa ............................................................................ 304
6.2.1.1 Reino Unido ........................................................................................................ 304
6.2.2 Análise da situação no Resto do mundo ............................................................ 305
6.2.2.1 Estados Unidos da América ................................................................................ 305
6.2.3 Canadá ................................................................................................................ 307
Repatriações ................................................................................................................... 308
6.3.1 Enquadramento Geral ........................................................................................ 308
6.3.2 Repatriações sociais e sanitárias ........................................................................ 308
APOIOS SOCIAIS .............................................................................................................. 310
6.4.1 Apoio Social a Idosos Carenciados ASIC-CP ....................................................... 310
6.4.2 Apoio Social a Emigrantes Carenciados - ASEC-CP ............................................. 311
6.4.2.1 Dados estatísticos ............................................................................................... 312
Apoios sociais e sanitários - Dados estatísticos .............................................................. 313
6.5.1.1 Análise comparativa - Nota ................................................................................ 313
Luso-Eleitos ..................................................................................................................... 314
Recenseamento Eleitoral ................................................................................................ 316
7 APOIO AO ASSOCIATIVISMO ................................................................................... 317
8 QUESTÕES LABORAIS – “TRABALHAR NO ESTRANGEIRO” ........................................ 323
Enquadramento .............................................................................................................. 324
8.1.1 Atividades desenvolvidas pela DGACCP ............................................................. 324
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
8 [359]
Saídas de portugueses para o estrangeiro ...................................................................... 327
Exploração laboral/incumprimento contratual .............................................................. 329
9 Conselho das Comunidades Portuguesas -CCP ......................................................... 330
10 ESTRUTURAS DE APOIO DA DGACCP ....................................................................... 332
Portal das Comunidades Portuguesas ............................................................................ 333
Gabinete de Emergência Consular (GEC) ........................................................................ 334
Gabinetes de Apoio ao Emigrante (GAE) ........................................................................ 336
Gabinete de Apoio ao Investidor da Diáspora ................................................................ 337
A REDE CONSULAR .......................................................................................................... 338
10.5.1 Permanências Consulares ................................................................................... 339
10.5.2 Centro de Atendimento Consular- CAC .............................................................. 340
10.5.3 Receita Consular ................................................................................................. 340
Metadata ................................................................................................................................... 344
Referências bibliográficas ......................................................................................................... 356
Sitografia ................................................................................................................................... 358
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
9 [359]
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1.1 Indicadores sociais de contexto, 2018 ou último ano disponível ..................... 33
Quadro 1.2 Indicadores migratórios de contexto, 2018 ou último ano disponível ............. 35
Quadro 1.3 Estimativa das saídas totais de emigrantes portugueses, 2001-2018 .............. 39
Quadro 1.4 Estimativa do número total de emigrantes portugueses (stock): nascidos
em Portugal a residir no estrangeiro, por continente, 1990-2017 ................... 41
Quadro 1.5 Nascidos em Portugal residentes em países da OCDE, 15 e mais anos,
indicadores sociodemográficos, 2000/01 e 2010/11 ........................................ 43
Quadro 1.6 Comparação internacional: número de emigrantes (stock), principais
países de origem, 2017 ...................................................................................... 47
Quadro 1.7 Comparação internacional: taxa de emigração (stock), principais países
de origem, 2017 ................................................................................................. 49
Quadro 1.8 Comparação internacional: taxas de emigração e de imigração nos
países da UE, 2017 ............................................................................................. 51
Quadro 2.1 Principais indicadores da emigração portuguesa, 2018 ou último ano
disponível........................................................................................................... 55
Quadro 2.2 Entradas de portugueses, principais países de destino da emigração,
2018 ou último ano disponível .......................................................................... 60
Quadro 2.3 Nascidos em Portugal residentes no estrangeiro, principais países de
destino da emigração, 2017 ou último ano disponível ..................................... 65
Quadro 2.4 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes no estrangeiro,
principais países de destino da emigração, 2018 ou último ano
disponível........................................................................................................... 71
Quadro 2.5 Residentes no estrangeiro com nacionalidade portuguesa, principais
países de destino da emigração, 2018 ou último ano disponível ..................... 73
Quadro 2.6 Registos consulares de portugueses residentes no estrangeiro, principais
países de destino da emigração, 2018 .............................................................. 75
Quadro 3.1 Entradas de portugueses na Alemanha, 2000-2018 ......................................... 79
Quadro 3.2 Nascidos em Portugal residentes na Alemanha, 2000-2018 ............................. 82
Quadro 3.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Alemanha,
2000-2018 .......................................................................................................... 85
Quadro 3.4 Entradas de portugueses em Angola, 2000-2018 ............................................. 88
Quadro 3.5 Entradas de portugueses na Austrália, 2000-2018 ........................................... 92
Quadro 3.6 Nascidos em Portugal residentes na Austrália, 2000-2018 ............................... 95
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
10 [359]
Quadro 3.7 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Austrália,
2000-2018 .......................................................................................................... 98
Quadro 3.8 Entradas de portugueses na Áustria, 2000-2018 ............................................ 101
Quadro 3.9 Nascidos em Portugal residentes na Áustria, 2000-2018 ................................ 104
Quadro 3.10 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Áustria,
2000-2018 ........................................................................................................ 107
Quadro 3.11 Entradas de portugueses na Bélgica, 2000-2018 ............................................ 110
Quadro 3.12 Nascidos em Portugal residentes na Bélgica, 2000-2018 ................................ 113
Quadro 3.13 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Bélgica,
2000-2018 ........................................................................................................ 116
Quadro 3.14 Entradas de portugueses no Brasil, 2000-2018 ............................................... 119
Quadro 3.15 Nascidos em Portugal residentes no Brasil, 2000-2018 .................................. 122
Quadro 3.16 Nascidos em Portugal residentes em Cabo Verde, 2000-2018 ....................... 126
Quadro 3.17 Entradas de portugueses no Canadá, 2000-2018............................................ 130
Quadro 3.18 Nascidos em Portugal residentes no Canadá, 2000-2018 ............................... 133
Quadro 3.19 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes no Canadá,
2000-2018 ........................................................................................................ 136
Quadro 3.20 Entradas de portugueses na Dinamarca, 2000-2018 ...................................... 139
Quadro 3.21 Nascidos em Portugal residentes na Dinamarca, 2000-2018 .......................... 142
Quadro 3.22 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Dinamarca,
2000-2018 ........................................................................................................ 145
Quadro 3.23 Entradas de portugueses em Espanha, 2000-2018 ......................................... 148
Quadro 3.24 Nascidos em Portugal residentes em Espanha, 2000-2018 ............................ 151
Quadro 3.25 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes em Espanha,
2000-2018 ........................................................................................................ 154
Quadro 3.26 Entradas de portugueses nos EUA, 2000-2018 ............................................... 157
Quadro 3.27 Nascidos em Portugal residentes nos EUA, 2000-2018................................... 160
Quadro 3.28 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes nos EUA, 2000-
2018 ................................................................................................................. 163
Quadro 3.29 Entradas de portugueses em França, 2000-2018 ............................................ 166
Quadro 3.30 Nascidos em Portugal residentes em França, 2000-2018 ............................... 169
Quadro 3.31 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes em França,
2000-2018 ........................................................................................................ 172
Quadro 3.32 Entradas de portugueses na Holanda, 2000-2018 .......................................... 175
Quadro 3.33 Nascidos em Portugal residentes na Holanda, 2000-2018 .............................. 178
Quadro 3.34 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Holanda,
2000-2018 ........................................................................................................ 181
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
11 [359]
Quadro 3.35 Entradas de portugueses na Irlanda, 2000-2018 ............................................ 184
Quadro 3.36 Nascidos em Portugal residentes na Irlanda, 2000-2018 ................................ 187
Quadro 3.37 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Irlanda,
2000-2018 ........................................................................................................ 190
Quadro 3.38 Entradas de portugueses em Itália, 2000-2018 ............................................... 193
Quadro 3.39 Nascidos em Portugal residentes em Itália, 2000-2018 .................................. 196
Quadro 3.40 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes em Itália, 2000-
2018 ................................................................................................................. 199
Quadro 3.41 Entradas de portugueses no Luxemburgo, 2000-2018 ................................... 202
Quadro 3.42 Nascidos em Portugal residentes no Luxemburgo, 2000-2018 ....................... 205
Quadro 3.43 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes no
Luxemburgo, 2000-2018.................................................................................. 208
Quadro 3.44 Entradas de portugueses em Macau (China), 2000-2018 ............................... 211
Quadro 3.45 Nascidos em Portugal residentes em Macau (China), 2000-2018 .................. 214
Quadro 3.46 Entradas de portugueses em Moçambique, 2000-2018 ................................. 218
Quadro 3.47 Entradas de portugueses na Noruega, 2000-2018 .......................................... 222
Quadro 3.48 Nascidos em Portugal residentes na Noruega, 2000-2018 ............................. 225
Quadro 3.49 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Noruega,
2000-2018 ........................................................................................................ 228
Quadro 3.50 Entradas de portugueses no Reino Unido, 2000-2018 .................................... 231
Quadro 3.51 Nascidos em Portugal residentes no Reino Unido, 2000-2018 ....................... 234
Quadro 3.52 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes no Reino Unido,
2000-2018 ........................................................................................................ 237
Quadro 3.53 Entradas de portugueses na Suécia, 2000-2018 ............................................. 240
Quadro 3.54 Nascidos em Portugal residentes na Suécia, 2000-2018 ................................. 243
Quadro 3.55 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Suécia,
2000-2018 ........................................................................................................ 246
Quadro 3.56 Entradas de portugueses na Suíça, 2000-2018 ............................................... 249
Quadro 3.57 Nascidos em Portugal residentes na Suíça, 2000-2018 ................................... 252
Quadro 3.58 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Suíça, 2000-
2018 ................................................................................................................. 255
Quadro 3.59 Nascidos em Portugal residentes na Venezuela, 2000-2018 .......................... 258
Remessas recebidas por Portugal - Total por País (2018) ............................... 266
Evolução das Remessas – Total, total por bloco e total por país (2014 a
2018) ................................................................................................................ 268
Evolução das Remessas – Total por país (Percentagem Acumulada)
(2013-18) ....................................................................................................... 270
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
12 [359]
Grau de satisfação dos participantes ........................................................................................ 282
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
13 [359]
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1.1 Estimativa das saídas totais de emigrantes portugueses, 2001-2018 .............. 40
Gráfico 1.2 Estimativa do número total de emigrantes portugueses (stock): nascidos
em Portugal a residir no estrangeiro, por continente, 1990-2017 ................... 42
Gráfico 1.3 Nascidos em Portugal residentes em países da OCDE, 15 e mais anos,
por grupo etário, 2000/01 e 2010/11 ............................................................... 44
Gráfico 1.4 Nascidos em Portugal residentes em países da OCDE, 15 e mais anos,
por grau de instrução, 2000/01 e 2010/11 ....................................................... 45
Gráfico 1.5 Comparação internacional: número de emigrantes (stock), principais
países de origem, 2017 ...................................................................................... 48
Gráfico 1.6 Comparação internacional: taxa de emigração (stock), principais países
de origem, 2017 ................................................................................................. 50
Gráfico 1.7 Comparação internacional: taxas de emigração e de imigração nos
países da UE, 2017 ............................................................................................. 52
Gráfico 2.1 Entradas de portugueses, principais países de destino da emigração,
2018 ou último ano disponível .......................................................................... 61
Gráfico 2.2 Entradas de portugueses em percentagem das entradas de estrangeiros,
principais países de destino da emigração, 2018 ou último ano
disponível........................................................................................................... 62
Gráfico 2.3 Nascidos em Portugal residentes no estrangeiro, principais países de
destino da emigração, 2018 ou último ano disponível ..................................... 67
Gráfico 2.4 Nascidos em Portugal residentes no estrangeiro em percentagem da
população nascida no estrangeiro, principais países de destino da
emigração, 2018 ou último ano disponível ....................................................... 68
Gráfico 2.5 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes no estrangeiro,
principais países de destino da emigração, 2018 ou último ano
disponível........................................................................................................... 72
Gráfico 2.6 Residentes no estrangeiro com nacionalidade portuguesa, principais
países de destino, 2018 ou último ano disponível ............................................ 74
Gráfico 2.7 Registos consulares de portugueses residentes no estrangeiro, principais
países de destino da emigração, 2018 .............................................................. 76
Gráfico 3.1 Entradas de portugueses na Alemanha, 2000-2018 ......................................... 80
Gráfico 3.2 Nascidos em Portugal residentes na Alemanha, 2000-2018 ............................. 83
-
RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
14 [359]
Gráfico 3.3 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Alemanha,
2000-2018 .......................................................................................................... 86
Gráfico 3.4 Entradas de portugueses em Angola, 2012-2018 ............................................. 89
Gráfico 3.5 Entradas de portugueses na Austrália, 2004-2018 ........................................... 93
Gráfico 3.6 Nascidos em Portugal residentes na Austrália, 2000-2018 ............................... 96
Gráfico 3.7 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Austrália,
2005-2016 .......................................................................................................... 99
Gráfico 3.8 Entradas de portugueses na Áustria, 2002-2018 ............................................ 102
Gráfico 3.9 Nascidos em Portugal residentes na Áustria, 2002-2018 ................................ 105
Gráfico 3.10 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Áustria,
2000-2018 ........................................................................................................ 108
Gráfico 3.11 Entradas de portugueses na Bélgica, 2000-2017 ............................................ 111
Gráfico 3.12 Nascidos em Portugal residentes na Bélgica, 2001-2018 ................................ 114
Gráfico 3.13 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Bélgica,
2000-2017 ........................................................................................................ 117
Gráfico 3.14 Entradas de portugueses no Brasil, 2004-2017 ............................................... 120
Gráfico 3.15 Nascidos em Portugal residentes no Brasil, 2000 e 2010................................ 123
Gráfico 3.16 Nascidos em Portugal residentes em Cabo Verde, 2000, 2010 e 2013........... 127
Gráfico 3.17 Entradas de portugueses no Canadá, 2000-2018............................................ 131
Gráfico 3.18 Nascidos em Portugal residentes no Canadá, 2001, 2006, 2011 e 2016 ........ 134
Gráfico 3.19 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes no Canadá,
2000-2017 ........................................................................................................ 137
Gráfico 3.20 Entradas de portugueses na Dinamarca, 2000-2018 ...................................... 140
Gráfico 3.21 Nascidos em Portugal residentes na Dinamarca, 2000-2018 .......................... 143
Gráfico 3.22 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Dinamarca,
2000-2018 ........................................................................................................ 146
Gráfico 3.23 Entradas de portugueses em Espanha, 2000-2018 ......................................... 149
Gráfico 3.24 Nascidos em Portugal residentes em Espanha, 2000-2018 ............................ 152
Gráfico 3.25 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes em Espanha,
2000-2018 ........................................................................................................ 155
Gráfico 3.26 Entradas de portugueses nos EUA, 2000-2017 ............................................... 158
Gráfico 3.27 Nascidos em Portugal residentes nos EUA, 2000-2018................................... 161
Gráfico 3.28 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes nos EUA, 2000-
2017 ................................................................................................................. 164
Gráfico 3.29 Entradas de portugueses em França, 2003-2017 ............................................ 167
Gráfico 3.30 Nascidos em Portugal residentes em França, 2005-2018 ............................... 170
-
RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
15 [359]
Gráfico 3.31 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes em França,
2000-2016 ........................................................................................................ 173
Gráfico 3.32 Entradas de portugueses na Holanda, 2000-2018 .......................................... 176
Gráfico 3.33 Nascidos em Portugal residentes na Holanda, 2000-2018 .............................. 179
Gráfico 3.34 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Holanda,
2000-2018 ........................................................................................................ 182
Gráfico 3.35 Entradas de portugueses na Irlanda, 2006-2015 ............................................ 185
Gráfico 3.36 Nascidos em Portugal residentes na Irlanda, 2002, 2006, 2011, 2013 e
2016 ................................................................................................................. 188
Gráfico 3.37 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Irlanda,
2005-2017 ........................................................................................................ 191
Gráfico 3.38 Entradas de portugueses em Itália, 2002-2017 ............................................... 194
Gráfico 3.39 Nascidos em Portugal residentes em Itália, 2008-2018 .................................. 197
Gráfico 3.40 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes em Itália, 2008-
2017 ................................................................................................................. 200
Gráfico 3.41 Entradas de portugueses no Luxemburgo, 2000-2018 ................................... 203
Gráfico 3.42 Nascidos em Portugal residentes no Luxemburgo, 2001, 2011, 2017e
2018 ................................................................................................................. 206
Gráfico 3.43 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes no
Luxemburgo, 2000-2018.................................................................................. 209
Gráfico 3.44 Entradas de portugueses em Macau (China), 2007-2018 ............................... 212
Gráfico 3.45 Nascidos em Portugal residentes em Macau (China), 2001, 2006, 2011 e
2016 ................................................................................................................. 215
Gráfico 3.46 Entradas de portugueses em Moçambique, 2011-2016 ................................. 219
Gráfico 3.47 Entradas de portugueses na Noruega, 2001-2018 .......................................... 223
Gráfico 3.48 Nascidos em Portugal residentes na Noruega, 2000-2018 ............................. 226
Gráfico 3.49 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Noruega,
2000-2018 ........................................................................................................ 229
Gráfico 3.50 Entradas de portugueses no Reino Unido, 2000-2018 .................................... 232
Gráfico 3.51 Nascidos em Portugal residentes no Reino Unido, 2000-2018 ....................... 235
Gráfico 3.52 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes no Reino Unido,
2000-2018 ........................................................................................................ 238
Gráfico 3.53 Entradas de portugueses na Suécia, 2000-2018 ............................................. 241
Gráfico 3.54 Nascidos em Portugal residentes na Suécia, 2000-2018 ................................. 244
Gráfico 3.55 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Suécia,
2000-2018 ........................................................................................................ 247
Gráfico 3.56 Entradas de portugueses na Suíça, 2000-2018 ............................................... 250
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
16 [359]
Gráfico 3.57 Nascidos em Portugal residentes na Suíça, 2000-2018 ................................... 253
Gráfico 3.58 Aquisições de nacionalidade por portugueses residentes na Suíça, 2000-
2018 ................................................................................................................. 256
Gráfico 3.59 Nascidos em Portugal residentes na Venezuela, 2001 e 2011 ........................ 259
Gráfico 4.1 Remessas: Contexto Internacional – Principais países recetores (2018) ........ 262
Gráfico 4.2 Remessas Emigração: Evolução Global, Portugal (2008 – 2018) ..................... 263
Gráfico 4.3 Ranking Remessas recebidas em Portugal- 10 países (2018) .......................... 264
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
17 [359]
ÍNDICE DE MAPAS
Mapa 2.1 Entradas de portugueses, principais países de destino da emigração,
2018 ou último ano disponível .......................................................................... 56
Mapa 2.2 Nascidos em Portugal residentes no estrangeiro, principais países de
destino da emigração, 2018 ou último ano disponível ..................................... 57
Mapa 4.1 Remessas recebidas em Portugal –Total por País/Valor (2018) ..................... 265
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
18 [359]
NOTA TÉCNICA SOBRE OS CAPÍTULOS 1 A 3
Ano de referência
Neste relatório analisam-se dados e estimativas referentes a 2018, ou último ano disponível.
Em regra, esses dados foram ficando disponíveis ao longo de 2019, embora haja países de
destino para os quais essa disponibilidade só se concretizará em 2020 (ou depois de 29 de
novembro do corrente ano, data final de atualização dos valores agora divulgados e
analisados). Por isso, ao longo deste relatório é sempre devidamente assinalado o ano de
referência de cada valor usado.
Dados sobre os fluxos de saída de Portugal (fluxos de emigração)
Devido ao direito de saída do país de residência, em regra não há registos administrativos de
saídas (emigração) mas apenas de entradas (imigração). Estimar e caracterizar a emigração de
um país requer pois que se compilem os dados sobre a entrada e permanência dos emigrantes
nos países de destino. Os dados que o Observatório da Emigração recolhe, divulga e analisa
são pois os dados que obtém junto das instituições responsáveis pelas estatísticas da
imigração nos países de destino da emigração portuguesa. Os dados sobre entradas, muitas
vezes classificados como “estatísticas espelho” quando usados para medir a emigração, não
correspondem perfeitamente aos dados sobre saídas, pois incluem ainda a re-emigração a
partir de países de destino anteriores. Constituem, no entanto, a melhor proxy disponível para
medir a emigração em termos de fluxo.
Dados sobre a população residente no estrangeiro (stock de emigrantes)
Os censos são normalmente decenais, em alguns casos quinquenais, e constituem o método
mais fiável para contar uma população porque incidem sobre o universo dos residentes e
presentes num país e não sobre uma amostra destes. Os valores anuais sobre o número de
imigrantes residentes num dado país são, geralmente, ou estimativas demográficas calculadas
com base nos dados sobre o movimento da população, ou estimativas obtidas através de
inquéritos amostrais. Para quase todos os países, os últimos censos realizados foram os de
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
19 [359]
2000/01 e os de 2010/11. Assim, os valores disponíveis entre 2000/01 e 2010/11, ou depois
desta data são, em regra, estimativas. Nem todos os países estimam anualmente dados sobre
a população emigrada por país de nascimento, pelo que, nesses casos, os únicos dados fiáveis
disponíveis sobre o stock de emigrados são os dados do último censo.
Notação
Usa-se, neste relatório, a notação anglo-saxónica dos números. Desta forma, os milhares são
separados por vírgulas (##,###,###) e as casas decimais por pontos (##.#). Facilita-se, deste
modo, a consulta internacional do relatório e evitam-se incongruências com as fontes
estatísticas mais utilizadas neste domínio.
Nos quadros, os dados não disponíveis estão assinalados com o uso de dois pontos
consecutivos (..).
Siglas
EFTA European Free Trade Association (Associação Europeia de Comércio Livre)
UE União Europeia
OCDE Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico
PALOP Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
Códigos ISO dos países
AGO Angola
AUS Austrália
AUT Áustria
BEL Bélgica
BRA Brasil
CAN Canadá
CPV Cabo Verde
CHE Suíça
DEU Alemanha
DNK Dinamarca
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
20 [359]
ESP Espanha
FRA França
GBR Reino Unido
IRL Irlanda
ITA Itália
LUX Luxemburgo
MAC Macau (China)
MOZ Moçambique
NLD Holanda (Países Baixos)
NOR Noruega
SWE Suécia
USA Estados Unidos da América
VEN Venezuela
Definições básicas
Aquisição de nacionalidade: ato pelo qual alguém com o estatuto de estrangeiro adquire a
nacionalidade do país em que reside, por naturalização ou outra modalidade (como, por
exemplo, por efeito do casamento com um nacional do país em que está emigrado).
Emigrante: o indivíduo que nasceu num país e foi viver para um outro por um período de, pelo
menos, doze meses, ou que se espera vir a ser de, pelo menos, doze meses (de acordo
com as Nações Unidas). O indicador mais frequentemente usado para mediar a
emigração é o da naturalidade, considerando-se emigrante quem reside num país
diferente daquele em que nasceu. Assim, serão emigrantes portugueses os residentes
num país estrangeiro que nasceram em Portugal.
Entradas (emigração/imigração): portugueses que foram viver para um país estrangeiro e
trabalharam ou viveram aí por um período de, pelo menos, doze meses, ou que se
espera vir a ser de, pelo menos, doze meses, sendo contabilizado o ano em que
chegaram (se continuarem a residir deixam de ser classificados como “entrada” e, no
ano seguinte, passam a “residentes”). Nas estatísticas, este conceito corresponde ao
fluxo de entrada (inflow). No presente relatório, corresponde aos portugueses que
saíram (emigração, outflow) e deram entrada num país estrangeiro, passando aí a ser
considerados imigrantes.
Nacionais residentes no estrangeiro: cidadãos de um país a residir noutro país com o estatuto
de estrangeiro, independentemente de terem ou não nascido no país da sua
nacionalidade de origem.
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
21 [359]
Remessas de emigrantes: transferências correntes efetuadas por emigrantes quando são
considerados residentes da economia onde trabalham. Podem ser medidas em termos
nominais, na moeda do país de destino, ou em função do seu peso económico, em
percentagem do PIB do país de destino.
Residentes no estrangeiro ou emigrados: os nascidos num país que residem num país
estrangeiro por um período de, pelo menos, doze meses, ou que se espera vir a ser de,
pelo menos, doze meses, independentemente de quando aí chegaram. Nas estatísticas
este conceito corresponde ao stock por país de nascimento, ou população emigrada.
Referências: para um glossário mais completo sobre o tema das migrações, ver, por exemplo,
o Glossário de Migração e Asilo da Comissão Europeia publicado pela Rede Europeia das
Migrações [LINK]. Para um manual prático muito útil sobre as questões metodológicas e
técnicas envolvidas na recolha e tratamento das estatísticas sobre as migrações internacionais,
ver United Nations Economic Commission for Europe (2011) [LINK]. Para uma sistematização
dos indicadores e definições usadas neste Relatório, ver ainda a secção sobre dados no sítio
eletrónico do Observatório [LINK].
http://ec.europa.eu/dgs/home-affairs/what-we-do/networks/european_migration_network/glossary/index_a_en.htmhttp://www.unece.org/index.php?id=27236http://observatorioemigracao.pt/np4/Dados/
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
22 [359]
ENQUADRAMENTO E FONTE
A Resolução da Assembleia da República n.º 84/2013 estabelece a obrigatoriedade de
elaboração e apresentação de um relatório anual sobre emigração, do qual conste informação
relativa ao número de cidadãos que saem do país, os países de destino dos emigrantes
portugueses, a caracterização socioeconómica, designadamente escolar e académica, e
geográfica dos emigrantes portugueses, a identificação e a caracterização das estruturas e das
respostas consulares de apoio aos emigrantes em cada um dos países de destino, a
identificação e a caracterização das estruturas formais e informais de apoio aos emigrantes em
cada um dos países de destino, assim como a situação laboral, social e económica em que se
encontram os emigrantes portugueses.
A estrutura seguida para a elaboração do Relatório de Emigração de 2018, teve por base a
informação solicitada na referida Resolução, complementada com informação que decorre da
atividade da Direção Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas
(DGACCP), que tem por missão assegurar a efetividade e a continuidade da ação do Ministério
dos Negócios Estrangeiros (MNE) nos domínios da atividade consular desenvolvida nos
serviços periféricos externos e da realização da proteção consular, bem como na coordenação
e execução da política de apoio à emigração e às comunidades portuguesas no estrangeiro. O
Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (CICL) participa também, no âmbito das suas
atribuições, designadamente na vertente do Ensino do Português no Estrangeiro e na vertente
da promoção da cultura Portuguesa.
A elaboração do presente Relatório de Emigração teve por base dados da DGACCP, do Camões,
IP, da rede externa do MNE e de outras fontes públicas e privadas, nacionais e internacionais,
devidamente identificadas no presente documento.
Por último, o relatório contém ainda informação trabalhada pelo Observatório da Emigração,
um centro de investigação do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, que expõe à luz da
ciência o fenómeno migratório português.
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
23 [359]
NOTA INTRODUTÓRIA
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
24 [359]
O relatório da emigração de 2018 é um instrumento importante de análise da mobilidade dos
cidadãos portugueses sendo por isso muito útil na definição de políticas nesta área.
Em 2018 verificamos uma descida ligeira do número de saídas em relação ao ano anterior, o
que antecipará segundo o Observatório da Emigração “uma estabilização dos números da
emigração, que dependerá mais das mudanças de contexto nos principais países de destino do
que da evolução da economia portuguesa”.
Tal não significa no entanto que não tenhamos de desenhar políticas de fixação dos nossos
jovens que estão a entrar no mercado de trabalho, ou políticas de incentivo ao regresso (de
que é exemplo o programa Regressar) já que do sucesso destas políticas dependerá também
uma demografia mais equilibrada do nosso país, contrariando a tendência actual de inversão
da pirâmide etária e envelhecimento acentuado da população de Portugal.
No entanto é importante referir que o saldo migratório (diferença entre saídas e entradas de
pessoas em Portugal) tem sido positivo nos últimos dois anos, o que não ocorreu no período
entre 2011 e 2016. Em 2018, de acordo com o INE, o saldo migratório (+ 11.600) mais do que
duplicou face a 2017 (+ 4886).
É relevante notar também que muitos dos cidadãos que regressam, ou se fixam em Portugal
todos os anos são cidadãos nacionais, na sua maioria naturais de Portugal. Quer isto dizer que
o saldo migratório tem crescido igualmente devido ao regresso de portugueses ao seu país: o
INE estima que em 2018 tenham regressado a Portugal 20.415 cidadãos portugueses, o que
representa 47,2% das entradas permanentes no nosso país nesse ano.
A Espanha é o destino para onde a emigração tem vindo a crescer sustentadamente desde
2014, tendo vindo a diminuir noutros destinos importantes como Reino Unido, Angola, Suíça,
França, Alemanha e Luxemburgo.
No entanto o Reino Unido continua a ser o destino para onde emigram mais portugueses (19
mil em 2018), seguido de Espanha, França, Suíça e Luxemburgo.
Fora da Europa a emigração mais importante foi para países da CPLP: Angola (2 mil),
Moçambique (mil) e Brasil (600).
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
25 [359]
Portugal, segundo as estimativas das Nações Unidas, é o país da União Europeia com mais
emigrantes em proporção da população residente; vivem fora do país 22% dos portugueses,
cada vez mais concentrados na Europa.
Esta diáspora é e pode ser ainda mais, uma rede de afirmação de Portugal na Europa e no
mundo, favorecendo trocas culturais e o enriquecimento cultural das sociedades onde se
instala, bem como do nosso país, sendo ainda um ativo económico importante para Portugal,
na atração de investimento e na internacionalização do nosso território, seja na área das
exportações, seja no turismo.
Apesar da emigração portuguesa ser ainda maioritariamente de baixas qualificações, a
percentagem de portugueses emigrados com qualificações superiores quase duplicou entre
2001 e 2010 (de 6% para 11%) o que espelha o aumento muito acentuado de jovens
qualificados em Portugal, fazendo antecipar uma diáspora mais qualificada e a necessidade de
um olhar atento a esta transformação das nossas comunidades no estrangeiro.
A crescente mobilidade dos cidadãos, em particular no interior do espaço da União Europeia,
coloca novos desafios ao Estado Português. Nesse sentido têm sido dados passos importantes
no domínio da modernização do atendimento consular. Foi constituído o Grupo de Trabalho
para o Novo Modelo de Gestão Consular, que apresentará em breve o relatório final. Este novo
modelo de Gestão Consular visa assegurar o serviço consular 24 horas por dia, todos os dias
em qualquer parte do mundo, por via de parcerias entre os serviços da Administração Pública,
pelo reforço da autonomia da gestão de tecnologias de informação no Ministério dos Negócios
Estrangeiros e por conceder prioridade à desmaterialização e simplificação de diferentes
procedimentos consulares.
Noutra ótica, é de referir que o valor das remessas tem vindo a crescer, sendo em 2018, de 3,6
mil milhões de euros (1,8% do PIB). Estas remessas são uma ajuda à família que ficou em
Portugal (para pagar a casa, para os estudos dos filhos, entre outras finalidades) e representam
também poupança e investimento possível quando o emigrante regressa, para preparar o seu
regresso ou para ajudar o país onde nasceu.
Temos visto muitos exemplos destes, alguns dos quais apresentados nos encontros dos
investidores da diáspora que a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas tem
organizado.
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
26 [359]
Por todas estas razões é fundamental um olhar atento para esta realidade, acompanhando de
uma forma próxima as nossas comunidades espalhadas pelo mundo e desenhando políticas e
medidas que apoiem as suas necessidades e aproveitem as suas potencialidades.
Berta Nunes
Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
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1 EMIGRAÇÃO TOTAL E INDICADORES DE ENQUADRAMENTO
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
28 [359]
1.1 DESTAQUES
01. A emigração portuguesa continua numa tendência de descida mas em desaceleração. Com
os dados disponíveis a 29 de novembro de 2019, a emigração permanente terá atingido, em
2018, um valor da ordem das 80 mil saídas. A descida observada depois do pico de 2013 está
globalmente correlacionada com a retoma da economia portuguesa, sobretudo no plano da
criação de emprego,1 bem como com a redução da atração de países de destino como o Reino
Unido, devido ao efeito Brexit, e Angola, devido à crise económica desencadeada com a
desvalorização dos preços do petróleo. No último período anual em análise, entre 2017 e
2018, a quebra na atração no Reino Unido e em Angola, bem como na Suíça, explica o
essencial da redução observada na emigração portuguesa. Para os restantes destinos, com
menos emigração, os valores das saídas mantiveram-se ou crescerem ligeiramente, sendo de
assinalar a consolidação das taxas de crescimento da emigração portuguesa para Espanha.
Numa avaliação global, tudo parece indicar que as variações do volume da emigração
portuguesa dependem hoje mais de mudanças de contexto nos principais países de destino do
que da evolução da economia portuguesa. Neste domínio parece cada vez mais confirmar-se a
previsão, já apresentada em edições anteriores destes relatórios, de que a emigração tenderia
a estabilizar-se num patamar superior ao do período pré-crise, pois criaram-se ou ampliaram-
se entretanto redes migratórias ligando Portugal a vários países de destino, as quais, uma vez
“estabelecidas, […] permitem que o processo de migração se torne autossustentado e
impermeável a alterações de curto prazo nos incentivos económicos” na origem (Portes, 1999:
27). Tudo indica que essa estabilização estará atingida, dependendo agora as flutuações mais
de mudanças de conjuntura no destino do que na origem.
02. Analisando a evolução das entradas de portugueses nos principais países de destino em
2018, assinale-se, em primeiro lugar, a continuação da retração da emigração para o Reino
Unido, ainda que em desaceleração e insuficiente para retirar a este país o estatuto de
principal destino da emigração portuguesa, ainda a uma distância significativa dos outros
destinos mais relevantes: de 2017 para 2018, o número de entradas de portugueses naquele
país teve uma quebra de 17%, claramente inferior à ocorrida no ano anterior (-26%). Em
contrapartida, manteve-se o crescimento do número de aquisições da nacionalidade britânica
por portugueses residentes no Reino Unido (+ 55% em 2018). Embora com valores absolutos
inferiores, assinale-se ainda a redução da emigração para Angola, com uma queda de 36%
1 Sobre as relações entre emigração, imigração e taxas de emprego e desemprego, no caso português, ver Pires,
Pereira e Azevedo (2018).
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
29 [359]
entre 2017 e 2018, acentuando-se, de novo a redução da atração deste destino. Pelo quinto
ano consecutivo manteve-se a tendência de desaceleração da diminuição da emigração para a
Suíça (-6%). Em todos os outros principais países de emigração as entradas de portugueses em
2108 aumentaram ligeiramente, consolidando-se uma evolução recente em oscilação ligeira
que aponta para a estabilização destes fluxos. A exceção a este padrão de estabilização ou
decréscimo é a emigração para Espanha, que cresce sustentadamente desde 2014: entre 2017
e 2018 aumentou 18%, o mesmo que no ano anterior. Devido a alterações e correções nas
estatísticas alemãs e francesas continua a ser difícil medir com rigor a evolução recente da
emigração para estes dois destinos de topo da emigração portuguesa que, no entanto, deverá
estar em redução, nos dois casos, depois de um pico um pouco mais elevado em 2014 do que
o registado nas séries de momento disponíveis.
03. Apesar da contínua redução do fluxo migratório para o Reino Unido, desde o referendo
sobre a saída da União Europeia, este país continua a ser o destino para onde emigram mais
portugueses: 19 mil em 2018. Com um valor já um pouco superior a 10 mil entradas de
portugueses em 2018, segue-se a Espanha, que parece estar a caminho de retomar a
primeira posição entre os destinos da emigração portuguesa que tinha antes da crise iniciada
em 2008. Seguem-se, como principais destinos dos fluxos, com valores entre cinco e dez mil
entradas de portugueses, a Alemanha, França, Suíça e Espanha. Fora da Europa, os principais
países de destino da emigração portuguesa, cada vez mais secundários em termos globais,
integram o espaço da CPLP: Angola (2 mil, em 2018), Moçambique (mil, em 2016) e Brasil
(600l em 2017). Analisando estes fluxos a partir do seu impacto no destino, verifica-se que
os portugueses, tal como registado no ano anterior, continuam a representar uma parte
importante das novas entradas no Luxemburgo (14% em 2018), em Macau (11% em 2018) e
na Suíça (6% em 2018).
04. Em termos de stock, e de acordo com as estimativas das Nações Unidas relativas a 31 de
dezembro de 2017, Portugal continua a ser, em termos acumulados, o país da União Europeia
com mais emigrantes em proporção da população residente (considerando apenas os países
com mais de um milhão de habitantes). De acordo com aquelas estimativas, o número de
emigrantes nascidos em Portugal era um pouco inferior aos dois milhões e trezentos mil, valor
ligeiramente menor do que o estimado pela mesma fonte em 2015. A diferença não se
traduziu, no entanto, no valor da taxa de emigração, continuando a viver fora do país cerca de
22% dos portugueses. Reforçaram-se, no entanto, quer a tendência para uma maior
concentração da emigração na Europa, quer para uma acentuada perda de importância
relativa dos países americanos como destino alternativo. Em contrapartida, cresceu a
proporção de emigrantes portugueses estabelecidos em África (ainda que se mantenha
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
30 [359]
minoritária). Refletindo o efeito acumulado desta reorientação dos fluxos e da sua
intensificação nas últimas décadas, a percentagem de portugueses a viver na Europa passou de
53%, em 1990, para 62%, em 2015, e 66%, em 2017, de acordo com as estimativas das Nações
Unidas já referidas.2
05. A França continua a ser o país do mundo onde vive um maior número de emigrantes
nascidos em Portugal, mas, pela primeira vez desde 2012, abaixo do limiar dos 600 residentes.
Ainda com mais de 100 mil emigrantes portugueses residentes encontramos, por ordem
decrescente, a Suíça (218 mil em 2018), os EUA (178 mil em 2018), o Canadá (161 mil em
2017), o Reino Unido (141 mil, em 2018), o Brasil (138 mil, em 2010) e a Alemanha (115 mil,
em 2018). Em Espanha, a redução do número de emigrados portugueses que se seguiu à crise
financeira global é cada vez menor (-1.8% em 2018), mantendo-se o stock próximo dos 100 mil
indivíduos (95 mil em 2018). Na Suíça, o valor do stock de portugueses diminuiu pelo segundo
ano consecutivo (-1% em 2017 e -1.5% em 2018).
06. Não há dados novos sobre a composição sociodemográfica da população portuguesa
emigrada. Como já foi assinalado em relatórios anteriores, e de acordo com os dados
disponíveis para o conjunto dos países da OCDE, relativos aos censos de 2000/01 e 2010/11, a
população portuguesa emigrada encontra-se em envelhecimento e continua a ser
maioritariamente composta por ativos pouco qualificados, quando caracterizada em termos
globais, já que existem diferenças significativas por país. A tendência para o envelhecimento
resulta do facto de o recente crescimento da emigração ser ainda insuficiente para compensar
a redução dos fluxos de saídas de Portugal verificada entre 1974 e finais do século XX. Em
consequência, o grupo etário dos portugueses emigrados com mais de 64 anos passou,
naqueles países, de 9% para 17%, entre 2001 e 2011. A par com o predomínio de ativos com
baixas e muito baixas qualificações escolares, observa-se também um crescimento significativo
da proporção dos mais qualificados: a percentagem de portugueses emigrados com formação
superior a residir nos países da OCDE praticamente duplicou, passando de 6% para 11%, entre
2001 e 2011, aumento que acompanhou o crescimento do número de ativos com formação
superior na população portuguesa a residir no país. Nos últimos anos, porém, com o maior
peso da emigração para o Reino Unido, é provável que o ritmo de qualificação da população
emigrada tenha superado já o da população portuguesa residente no país.
2 United Nations, Department of Economic and Social Affairs, Trends in International Migrant Stock: Migrants by
Destination and Origin, 2017.
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
31 [359]
07. Entre 2017 e 2018, o valor nominal das remessas recebidas em Portugal cresceu cerca de
4%, sendo superior a 3,6 mil milhões de euros. No entanto, devido ao crescimento económico
verificado em Portugal no mesmo período, o valor das remessas em percentagem do PIB
manteve-se em 1.8%. Por países, o maior crescimento, tanto em termos absolutos como
relativos, foi o das remessas recebidas da Suíça (cerca de +100 milhões de euros equivalentes a
mais 13% por comparação com 2017). Refletindo o crescimento da emigração para Espanha,
este foi o país em que se verificou a segunda maior taxa de crescimento relativo do valor das
remessas recebidas em Portugal 2018 (+5%). Em termos comparados, o peso das remessas no
PIB tem, em Portugal, um valor situado num patamar comum ao das economias mais
desenvolvidas ou de maior porte, num indicador que variava, em 2018, entre os 29%, no caso
do Nepal, e menos de 0.1%, nos EUA.
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
32 [359]
1.2 INDICADORES DE CONTEXTO
Como se referiu em relatórios anteriores, Portugal apresenta, em termos migratórios, uma
posição semelhante à que ocupa no plano socioeconómico mais geral, ou seja, a de um país de
desenvolvimento intermédio. Dois indicadores apresentados no quadro 1.1 exprimem bem
essa posição: Portugal tem um PIB per capita e um índice de desenvolvimento humano com
valores claramente inferiores aos dos principais países de destino da emigração portuguesa, e
superiores aos dos principais países de origem dos imigrantes que recebeu nos últimos 40
anos. No plano do mercado de trabalho a situação é semelhante; Portugal tem uma taxa de
desemprego superior à dos principais países de destino da sua emigração (com exceção da
verificada em França) e inferior à observada nos principais países de origem dos imigrantes
que acolhe. Neste plano merece destaque o acentuar do fosso entre as taxas de desemprego
em Portugal e no Brasil: entre 2015 e 2018, a taxa de desemprego em Portugal baixou
sucessivamente de 12.4%, em 2015, para 6.9%, em 2018, enquanto no Brasil, no mesmo
período temporal, subiu de 6.8% para 12.5%. A evolução ocorrida será, certamente, um dos
fatores da retoma entretanto verificada da emigração brasileira para Portugal.
[quadros e figuras nas páginas seguintes]
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
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Quadro 1.1 Indicadores sociais de contexto, 2018 ou último ano disponível
Indicadores Portugal
Três principais países de destino
da emigração portuguesa
Três principais países de origem
da imigração em Portugal
Reino Unido França Suíça Brasil Cabo Verde Ucrânia
Área (1000 km2, 2018) 92.2 243.6 549.1 41.3 8 515.8 4.0 603.6
População (milhões, 2018) 10.3 66.5 67.0 8.5 209.5 0.5 44.6
Densidade populacional (pessoas por km2, 2018) 112.2 274.8 122.3 215.5 25.1 134.9 77.0
População urbana (% do total, 2018) 65.2 83.4 80.4 73.8 86.6 65.7 69.4
Crescimento populacional (% anual, 2018) -0.2 0.6 0.2 0.8 0.8 1.2 -0.5
População com 0-14 anos (% do total, 2018) 13.5 17.7 18.0 14.9 21.3 28.8 15.8
População com 65 e mais anos (% do total, 2018) 22.0 18.4 20.0 18.6 8.9 4.6 16.4
Fecundidade total (nascimentos por mulher, 2017) 1.4 1.8 1.9 1.5 1.7 2.3 1.4
População ativa total (milhões, 2018) 4.8 32.2 27.1 4.6 90.8 0.2 16.4
População ativa com ensino superior (% do total de população ativa, 2018) 27.1 43.7 41.4 41.6 22.0 15.9 54.0
Desemprego total (% da população ativa total, 2018) 6.9 4.0 9.2 4.9 12.5 12.3 9.4
Desemprego de longa duração (mais de um ano,% do desemprego total, 2018) 43.7 26.2 41.6 36.9 .. 29.7 21.1
Desemprego jovem (15-24 anos,% do desemprego total, 2018) 20.3 11.2 20.9 7.9 28.6 23.1 19.6
PIB (preços correntes, milhares de milhões de dólares, 2018) 238.0 2 825.2 2 777.5 705.5 1 868.6 2.0 130.8
Crescimento do PIB (% anual, 2018) 2.1 1.4 1.7 2.5 1.1 5.5 3.3
PIB per capita (preços correntes, milhares de dólares, 2018) 23.1 42.5 41.5 82.8 8.9 3.7 3.1
Taxa de mortalidade infantil (mortes por 1000 nados-vivos, 2018) 3.1 3.6 3.4 3.7 12.8 16.7 7.5
Número médio de anos de escolaridade (2017) 9.2 12.9 11.5 13.4 7.8 6.1 11.3
Índice de desenvolvimento humano (2017) 0.8 0.9 0.9 0.9 0.8 0.7 0.8
Posição no índice de desenvolvimento humano (2017) 41 14 24 2 79 125 88
Nota Três principais países de emigração (fluxos de saída) e de imigração (fluxos de entrada) nos últimos seis anos (2013-2018).
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
34 [359]
Fonte Quadro elaborado pelo Observatório da Emigração, valores de World Bank, DataBank, World Development Indicators, atualizado em 08/10/2019, de International Labour Organization (ILO), atualizado em
09/10/2019 (para o emprego e desemprego), e de United Nations Development Programme (UNDP) (para anos de escolaridade e índice de desenvolvimento humano).
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
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Quadro 1.2 Indicadores migratórios de contexto, 2018 ou último ano disponível
Indicadores Portugal
Três principais países de destino
da emigração portuguesa
Três principais países de origem
da imigração em Portugal
Reino
Unido França Suíça Brasil Cabo Verde Ucrânia
Número de emigrantes a residir no estrangeiro (milhares, 2017) 2,267 4,921 2,207 677 1,613 227 5,942
Número de emigrantes a residir no estrangeiro em percentagem da população do país de origem (2017) 21.9 7.5 12.2 8.0 0.1 41.5 11.1
Taxa de emigração da população com ensino superior (idade de entrada > 22, %, 2000) 13.1 11.7 .. 6.6 1.9 55.5 ..
Número de imigrantes (milhares, 2017) 880 8,842 7,902 2,506 736 15 4,915
Número de imigrantes em percentagem da população do país de destino (2017) 8.5 13.4 12.2 29.5 0.4 2.8 11.2
Entrada de remessas (preços correntes, milhões de dólares, 2017) 4,811 4,374 25,372 2,488 2,699 222 7,895
Remessas entradas em percentagem do PIB (2017) 2.2 0.2 1.0 0.4 0.1 12.5 7.0
Saídas de remessas (preços correntes, milhões de dólares, 2017) 2,468 26,801 21,758 9,197 1,759 31 4,328
Nota Três principais países de emigração (fluxos de saída) e de imigração (fluxos de entrada) nos últimos seis anos (2013-2018).
Fonte Quadro elaborado pelo Observatório da Emigração, valores de: United Nations, Department of Economic and Social Affairs, Population Division (2017). Trends in International Migrant Stock: The 2017
revision (United Nations database, POP/DB/MIG/Stock/Rev.2017) (número de emigrantes e de imigrantes); Migration Database with Age of Entry, 1900-2000 (taxa de emigração da população com ensino superior);
World Bank, World Bank, Bilateral Remittance Matrix 2017 (remessas).
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
36 [359]
EMIGRAÇÃO TOTAL
Os dados disponíveis, embora provisórios, indicam que, em 2018, desacelerou a tendência
para a descida nos valores da emigração em curso desde 2013. Consequentemente, o número
de saídas manteve-se num patamar elevado, que se estima ter sido da ordem dos 80 mil
indivíduos em 2018.3
Como se referiu no Relatório anterior, a progressiva compilação de mais dados para mais
destinos permitiu ir completando as séries cronológicas sobre a emigração construídas pelo
Observatório, pelo que se procedeu, em 2017, a uma revisão global dos dados sobre saídas de
portugueses desde 2001: no quadro 1.3 publicam-se ambas as séries, assinalando-se os anos
em que há diferenças entre os valores antes e depois da revisão efetuada.
Globalmente, a nova fase de declínio da emigração a partir de 2014 explica-se pela retoma do
crescimento económico em Portugal, expresso na revitalização do mercado de trabalho, com
crescimento do emprego e descida do desemprego. De facto, a taxa de emprego cresceu de
49.7%, em 2013, para 55% em 2018, e a de desemprego desceu, no mesmo período, de 16.2%
para 7%. A emigração, no entanto, não se reduziu com a mesma velocidade da recuperação
económica, pois o grande crescimento do número de saídas na fase anterior traduziu-se na
revitalização e criação de redes entre origem e destino que tornam hoje mais fácil e provável a
escolha da emigração como trajetória de mobilidade, mesmo com incentivos económicos mais
reduzidos. Apesar da retoma do crescimento da economia portuguesa, os níveis de
desigualdade, em geral, entre Portugal e os principais países de destino da emigração
portuguesa, persistem, tornando improvável, nos próximos anos, uma redução no volume da
emigração para níveis anteriores à crise. Esta tendência poderá, no entanto, ser alterada por
efeito de fenómenos como o Brexit, que afeta o principal destino da emigração portuguesa,
responsável por quase 30% das saídas nos últimos anos.
Em termos acumulados (stock), as Nações Unidas disponibilizaram, em 2019, novas
estimativas sobre o número de migrantes internacionais em todos os países, bem como uma
revisão das estimativas anteriores. Contudo, a mudança de série levanta questões sobre a
fiabilidade dos valores agora divulgados, as quais só podem ser esclarecidas depois de uma
3 A persistência de problemas sobre com as estatísticas sobre a emigração portuguesa para a Alemanha e França, no
primeiro caso por questões de registo, no segundo por rotura de série devido a mudança de critério na definição
das entradas, aconselha alguma prudência na interpretação das variações da estimativa global desde 2015, razão
porque os valores relativos aos últimos anos continuam a ser assinalados como provisórios (até melhor
esclarecimento daqueles problemas).
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
37 [359]
análise mais pormenorizada do fundamento das grandes diferenças entre as estimativas
passadas e atuais, motivo pelo qual o Observatório da Emigração optou por não incluir a nova
informação neste relatório. Assim, de acordo com as estimativas de 2017, haveria no mundo
um pouco menos de 2,3 milhões de portugueses emigrados, isto é, de pessoas nascidas em
Portugal a viver no estrangeiro, representando cerca de 21.9% da população residente no país
naquele mesmo ano. A diferença entre estes valores e os das anteriores estimativas daquele
organismo internacional referentes ao ano de 2015, é residual. A série publicada pelas Nações
Unidas permite confirmar a tendência para o crescimento da proporção de emigrantes
portugueses a viver na Europa, assinalando também um maior declínio da emigração
portuguesa no continente americano e um maior crescimento da fixada em África. Em 1960,
de acordo com os cálculos do Banco Mundial, viviam na Europa 16% dos portugueses
emigrados. De acordo com as estimativas das Nações Unidas, essa percentagem era já de 53%,
em 1990, atingindo os 66%, em 2017 (mais 4% do que em 2015), ano em que mais de 1.5
milhões de portugueses viviam emigrados na Europa, concentrados, sobretudo, nos países da
União Europeia e da EFTA.
De acordo com os dados dos censos de 2000/01 e 2010/11 relativos ao conjunto dos países da
OCDE, a população portuguesa emigrada apresentava, globalmente, as seguintes
características sociodemográficas, como já assinalado nos relatórios de 2016 e 2017:
era equilibrada por sexos, com 51% de homens em ambos os períodos censitários;
apresentava-se em claro processo de envelhecimento, com a população com mais de 64 anos
a passar de 9% para 17% da população total entre 2000/01 e 2010/11;
incluía uma parte crescente de emigrantes naturalizados, isto é, que adquiriam a
nacionalidade do país de destino, parte essa que passou de 35% para 40% da população total
entre 2000/01 e 2010/11;
era ainda maioritariamente constituída pela fixação dos que emigraram nas grandes vagas da
segunda metade do século XX, representando em 2000/01 os emigrados há mais de 10 anos
85% da população emigrada total, valor que baixaria para 81% em 2010/11, refletindo a
retoma de fluxos de emigração de maior porte ao longo deste século;
era maioritariamente constituída por emigrantes com baixas qualificações, apesar do
crescimento da proporção de licenciados de 6% para 11% entre os dois períodos censitários;
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RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
38 [359]
integrava sobretudo ativos com emprego (62% em 2010/11), apesar do crescimento dos
inativos que passaram de 29% para 32% da população total em consequência do maior peso
dos reformados numa população em envelhecimento;
incluía uma percentagem maioritária de trabalhadores de qualificações intermédias (58% em
2010/11), sendo difícil interpretar as variações observadas devido a mudanças na classificação
usada entre os dois períodos censitários (embora seja provável que a redução do peso relativo
das profissões mais qualificadas indicie a existência de níveis significativos de sobrequalificação
entre os portugueses empregados nos países de destino).
Estas características variam no entanto significativamente por país de destino como foi já
realçado em análises efetuadas noutras publicações do Observatório.4
[quadros e figuras nas páginas seguintes]
4 Ver, em particular, Emigração Portuguesa: Relatório Estatístico 2015 e Portuguese Emigration Factbook 2015. Os
dados usados são os da base dados DIOC, da OCDE. Para uma comparação com as migrações em geral no espaço da
OCDE, usando os mesmo dados, ver OECD (2008) e Arslan et al. (2014).
-
RELATÓRIO DA EMIGRAÇÃO 2018
39 [359]
Quadro 1.3 Estimativa das saídas totais de emigrantes portugueses, 2001-2018
Ano
Fonte
Instituto Nacional de Estatística
[A]
Observatório da Emigração
[B]
Total Permanente Temporária Série nova Série anterior
2001 20,223 5,396 14,827 45,000 40,000 (**)
2002 27,358 8,813 18,545 50,000 50,000
2003 27,008 6,687 20,321 60,000 60,000
2004 .. 6,757 .. 70,000 70,000
2005 .. 6,360 .. 65,000 75,000 (**)
2006 .. 5,600 .. 75,000 80,000 (**)
2007 .. 7,890 .. 90,000 90,000
2008 .. 20,357 .. 85,000 85,000
2009 .. 16,899 .. 75,000 75,000
2010 .. 23,760 .. 70,000 70,000
2011 100,978 43,998 56,980 85,000 80,000 (**)
2012 121,418 51,958 69,460 105,000 95,000 (**)
2013 128,108 53,786 74,322 120,000 110,000 (**)
2014 134,624 49,572 85,052 115,000 110,000 (**)
2015 101,203 40,377 60,826 115,000 (*) ..
2016 97,151 38,273 58,878 100,000 (*) ..
2017 81,051 31,753 49,298 85,000 (*)
2018 81,754 31,600 50,154 80,000 (*)
Nota (*) Valores provisórios. (**) Anos em que há diferenças entre os valores da série nova e da série anterior.
F