RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS...

22
1 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA Nome da Tecnologia: “Substrato orgânico a base de Vermicomposto e fino de carvão vegetalAno de avaliação da Tecnologia: 2013 Unidade: Embrapa Agrobiologia Equipe de Avaliação: Edson Martins Embrapa Agrobiologia Ana Cristina Siewert Garofolo Embrapa Agrobiologia Cristhiane da Graça Oliveira Amâncio Embrapa Agrobiologia Robson Amâncio UFRRJ Dione Galvão da Silva - Embrapa Agrobiologia Nilton César Silva dos Santos (bolsista de Inovação tecnológica da FAPERJ)

Transcript of RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS...

Page 1: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

1

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS

GERADAS PELA EMBRAPA

Nome da Tecnologia: “Substrato orgânico a base de Vermicomposto e fino de carvão vegetal”

Ano de avaliação da Tecnologia: 2013

Unidade: Embrapa Agrobiologia

Equipe de Avaliação:

Edson Martins – Embrapa Agrobiologia

Ana Cristina Siewert Garofolo – Embrapa Agrobiologia

Cristhiane da Graça Oliveira Amâncio – Embrapa Agrobiologia

Robson Amâncio – UFRRJ

Dione Galvão da Silva - Embrapa Agrobiologia

Nilton César Silva dos Santos (bolsista de Inovação tecnológica da FAPERJ)

Page 2: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

2

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS

PELA EMBRAPA

1. IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA

1.1. Nome/Título: Substrato orgânico a base de Vermicomposto e fino de carvão vegetal

1.2. Objetivo Estratégico

Benefícios para o Público Alvo

X Competitividade e Sustentabilidade do Agronegócio

X Inclusão da Agricultura Familiar

X Segurança Alimentar – Nutrição e Saúde

Sustentabilidade dos Biomas

X Avanço do Conhecimento

Não se aplica

1.3. Descrição Sucinta:

Nas últimas décadas, a busca pelo aumento da produtividade agrícola tem resultado no

crescente processo de modernização da agricultura, no entanto, nem sempre as preocupações a

respeito das questões ambientais e de saúde ocupacional e alimentar estão suficientemente

atreladas a esse desenvolvimento.

Diante desse quadro, os Sistemas de Produção Orgânicos representam uma alternativa para

produção de alimentos saudáveis e para a minimização dos impactos ambientais causados pelas

práticas convencionais da agricultura. Segundo Neves et al. (2004), os Sistemas de Produção

Orgânicos podem ser definidos como um sistema de manejo sustentável da unidade de

produção, com enfoque holístico, que privilegia a preservação ambiental, a agrobiodiversidade,

os ciclos biológicos e a qualidade de vida do homem, visando a sustentabilidade social,

ambiental e econômica no tempo e no espaço.

A produção de mudas para a Agricultura Orgânica, de acordo com Rosa et al. (2004) e

Reghin et al. (2007), é uma etapa vital na produção de olerícolas porque interfere diretamente

no desempenho da planta durante seu cultivo. Segundo Rodrigues (2004) a expansão da

olericultura orgânica nacional demandará adequado nível de especialização e neste cenário a

produção de substratos orgânicos para mudas e de adubos organo-minerais à base de

compostagem, deverão constituir opções comerciais valorizadas em futuro muito próximo.

Um bom substrato pode elevar a relação custo/benefício em um sistema orgânico de

produção e para reduzir os custos do substrato, a pesquisa por materiais alternativos para sua

formulação tem se apresentado como uma preocupação crescente, pois também minimiza a

Page 3: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

3

utilização de insumos industrializados e traz benefícios econômicos e ecológicos capazes de

fomentar sistemas agrícolas sustentáveis.

Os principais pontos fortes do substrato orgânico para produção de mudas de hortaliças

apresentado neste relatório são a utilização de matérias-primas provenientes de fontes

renováveis de energia e pelo fato dos atributos físicos e químicos que respeitarem a

regulamentação técnica da Agricultura Orgânica (Lei nº 10.831 /2003; Instrução Normativa nº

64/2008 – MAPA), o que permite a sua utilização em sistemas orgânicos de produção, inclusive

os certificados.

Este substrato para a produção de mudas de hortaliças em Sistema Orgânico resulta de uma

mistura de 83% de húmus de minhocas (vermicomposto), 15% de “fino de carvão vegetal” e

2% de torta de mamona peneirada. O processo de obtenção do substrato orgânico se dá em

fases, a saber: obtenção do húmus, processamento do vermicomposto, solarização do

vermicomposto estabilizado, processamento do “fino de carvão vegetal” e da torta de mamona

e mistura do substrato, conforme descrito a seguir.

a) O húmus é obtido por meio da vermicompostagem de esterco bovino, que por sua

vez, deve ter sua origem em rebanhos submetidos a manejo orgânico. Caso esse esterco seja

proveniente de manejo convencional, deverá ser devidamente compostado antes de ser

fornecido às minhocas. O vermicomposto pode ser produzido em canteiros de alvenaria com

dimensões de 6 m de comprimento por 1 m de largura e 0,5 m de altura. Para utilização do

esterco bovino, este deve estar estabilizado, com temperatura próxima a 30°C e ser distribuído

em camadas de 30 cm de espessura, como demonstrado na figura 1A. Em seguida as minhocas

devem ser depositadas na superfície, correspondendo a uma densidade populacional de 1000

indivíduos/ m³ de esterco. Para proteger as minhocas da insolação excessiva, reduzir a

infestação pelas ervas espontâneas e evitar a predação por pássaros, os canteiros devem

permanecer cobertos com tela sombrite, conforme demonstrado na figura 1B. Além disso,

deve-se buscar manter a umidade do vermicomposto em valores próximos a 60% visando a sua

estabilização num período de 45-50 dias (OLIVEIRA, 2011).

b) Após estabilizado, o vermicomposto deve ser retirado dos canteiros, coletando-se as

minhocas por meio de iscas de esterco fresco. Em seguida, o vermicomposto deve ser peneirado

A B

Figura 1: (A) Distribuição do esterco bovino no canteiro de vermicompostagem; (B) Canteiros de

vermicompostagem cobertos com tela sombrite.

Page 4: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

4

em malha 2mm. Para isso, pode-se fazer uso de peneiras elétricas conforme apresentado na

figura 2 (OLIVEIRA, 2011).

c) Em seguida, o vermicomposto peneirado (figura 3) deve ser armazenado em sacos

plásticos transparentes para ser submetido à solarização. Esse procedimento é realizado com a

simples manutenção dos sacos fechados à exposição do sol, ou sobre tela aposta a placa de

alumínio para intensificar o aquecimento, por um período de 15 dias. Na ocorrência de dias

nublados e/ou chuvosos, o período de solarização deve ser prolongado por mais alguns dias.

(OLIVEIRA, 2011)

d) O “fino de carvão vegetal” deve ser adquirido de estabelecimentos que processam

madeiras de áreas reflorestadas e com amparo legal. Em média, apresenta custo próximo a R$

0,075/kg e é utilizado para aumentar a porosidade e melhorar a aeração do substrato. Para isso,

deve ser processado em peneiras com malhas metálicas de 5 e 3mm visando a obtenção de

partículas com granulometrias padronizadas, como mostra a figura 4. (OLIVEIRA, 2011)

A torta de mamona comercial, por sua vez, é peneirada em malha de 2 mm, eliminando se,

assim, as cascas secas e não desintegradas dos frutos da mamoneira e é misturada com o restante

dos materiais. As cascas secas descartadas no peneiramento da torta de mamona poderão ser

utilizadas na adubação das lavouras, constituindo-se assim numa excelente fonte de nitrogênio

e de potássio (OLIVEIRA, 2011).

e) Após processamento, o vermicomposto, o fino de carvão vegetal e a torta de mamona

peneirados são misturados até obter homogeneização uniforme (figura 5), respeitando-se a

proporção de 83% de vermicomposto, 15% de fino de carvão vegetal e 2% de torta de mamona,

utilizando se o critério volume por volume (volume/volume). A mistura do substrato orgânico

pode ser homogeneizada manualmente com uso de pá e enxada (figura 6) ou utilizando

betoneira. Respeitando esses procedimentos obtêm-se como resultado um substrato adequado

para o bom desenvolvimento das mudas (figura 7).

Figura 2. Peneira elétrica utilizada no processamento

do vermicomposto estabilizado

Figura 3. Solarização do vermicomposto estabilizado

e peneirado.

Page 5: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

5

Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura 5. Mistura do substrato orgânico composto de 83%

de vermicomposto, 15% de fino de carvão vegetal e 2% de

torta de mamona.

Figura 6. Substrato orgânico pronto para utilização Figura 7. Desenvolvimento uniforme de hortaliças no

interior da casa de vegetação

A título de conclusão pode-se destacar que a tecnologia em questão além de atender os

condicionantes legais para produção de mudas (I.N. nº 64/2008 – MAPA) agrega, como

vantagens, a possibilidade de utilização de materiais disponíveis localmente tais como o esterco

de gado e o fino de carvão o que também permite maior controle da qualidade e a

rastreabilidade. A eliminação do uso de possíveis contaminantes ambientais, representados

pelos agrotóxicos utilizados no sistema convencional de produção, também constitui um grande

benefício do substrato orgânico.

1.4. Ano de Lançamento: 2011

1.5. Ano de Início da adoção: 2013

Page 6: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

6

1.6. Abrangência

Nordeste Norte Centro Oeste Sudeste Sul

AL AC DF ES PR

BA AM GO MG RS

CE AP MS RJ X SC

MA PA MT SP

PB RO

PE RR

PI TO

RN

SE

1.7. Beneficiários

Embora este estudo tenha se restringido aos agricultores orgânicos do Estado do Rio de

Janeiro, pode-se afirmar que, de forma geral, os benefícios desta tecnologia podem ser

expandidos para grande parte dos produtores rurais envolvidos na cadeia agroalimentar da

produção orgânica de hortaliças de todo o Brasil, pois ela é bastante simples e utiliza materiais

relativamente abundantes no meio rural. Os agricultores avaliados estão vinculados ao projeto

“Sistema Integrado para a Produção de Mudas de Hortaliças” (SIPM): tecnologias para o

fortalecimento da agricultura familiar Fluminense”, sob liderança da pesquisadora da Embrapa

Agrobiologia Cristiane de Oliveira da Graça Amâncio.

2. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS NA CADEIA PRODUTIVA

O Estado do Rio de Janeiro possui o maior nível de consumo de hortaliças per capita

do Brasil, alcançando 50 kg ano-1 (Embrapa, 2000). O cultivo de hortaliças no Rio é feito,

predominantemente, em pequenos estabelecimentos rurais com características de produção

familiar, mas com nível, regra geral, avançado de utilização de fertilizantes sintéticos

concentrados e agrotóxicos. Nessas unidades o trabalho manual é intensivo, fortalecendo o

vínculo da exploração olerícola à agricultura familiar, com expressivos benefícios sociais

(Guerra et al., 2007).

O cultivo de hortaliças representa uma parcela econômica significativa no cenário da

agricultura fluminense. Dentro dos conceitos modernos de produção de hortaliças, a

disponibilidade de mudas com padrão de qualidade é um dos requisitos primordiais dos

sistemas produtivos. Além de outras recomendações técnicas, a utilização dessas mudas torna

a exploração olerícola mais eficiente e, consequentemente, mais rentável, condicionando

adequada produtividade e diminuição de riscos das lavouras (CALVETE & SANTI, 2000;

REGHIN et al., 2007).

Desta forma, conferir alta qualidade às mudas geradas pelo segmento de Orgânicos, com

ênfase na agricultura familiar é um grande desafio, dado o restrito acesso à tecnologias

apropriadas à sua realidade. Aliado à qualidade das mudas, o produtor de hortaliças faz face à

Page 7: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

7

necessidade de reduzir os custos de produção. Para tanto, a pesquisa de materiais alternativos

para a formulação de misturas que sirvam como substrato ou meio de crescimento vegetal tem

se tornado preocupação crescente, visando reduzir a participação de insumos industrializados,

assim trazendo benefícios econômicos e ecológicos capazes de fomentar sistemas agrícolas

sustentáveis. Segundo Minami & Puchala (2000), a utilização de substratos apropriados torna-

se imprescindível quando se pretende otimizar a relação custo-benefício dos sistemas de

produção de hortaliças, a partir da formação de mudas em ambiente protegido. De acordo com

Lima et al. (2009) e Lüdic et al (2009), esta alternativa proporciona maior rendimento em

relação aos métodos tradicionais, por induzir precocidade, menor possibilidade de

contaminação por fitopatógenos, menor gasto de sementes, além de proporcionar condições

mais favoráveis ao desenvolvimento do sistema radicular das plântulas. Assim sendo, o

substrato orgânico para produção de mudas é um insumo essencial para dinamização da cadeia

produtiva de orgânicos pois está diretamente ligado a produção primária de mudas,

especialmente de olerícolas.

3. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS

3.1. Avaliação do Impacto

A tecnologia de produção do Substrato orgânico a base de Vermicomposto e fino de

carvão vegetal, apesar de ter sido finalizada em 2011 e de terem sido feitas várias ações de

transferência da tecnologia (dias de campo e cursos) só chegou efetivamente aos produtores

avaliados neste estudo no ano de 2013, graças a um projeto financiado pela FAPERJ/RJ.

Este projeto, de liderança da pesquisadora da Embrapa Cristhiane de Oliveira da Graça

Amâncio conta com a participação de pesquisadores e analistas da Embrapa Agrobiologia e

professores e alunos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Através deste projeto

buscou-se introduzir e consolidar a produção de substrato a partir de vermicomposto

estimulando a cadeia produtiva de mudas de olerícolas orgânicas.

Intitulado “Sistema Integrado para a Produção de Mudas de Hortaliças” (SIPM):

tecnologias para o fortalecimento da agricultura familiar Fluminense, o projeto pretende

disponibilizar as seguintes tecnologias: uma estufa de baixo custo concedida pela PESAGRO-

Rio, um sistema de irrigação baseado no uso energia solar (célula fotovoltaica) disponibilizada

pela UFRRJ, uma cisterna de placas de concreto disponibilizada pela Articulação Semi Árido

Brasileiro (ASA) e tecnologia para produção de substrato orgânico formado a base de

vermicomposto e fino de carvão vegetal, disponibilizado pela Embrapa Agrobiologia e UFRRJ

com recursos de instalação fomentados pela FAPERJ.

Dentro do previsto no projeto a tecnologia de produção do composto foi transferida para

o público de interesse em cinco regiões produtoras fluminenses, com o intuito de melhor inseri-

los na cadeia produtiva de olerícolas orgânicas. Este público em questão foi composto de

agricultores familiares e assentados de reforma agrária, que se interessaram pela proposta de

inserção na cadeia de produção de olerícolas no Estado do Rio de Janeiro.

Até final de 2013, apenas um produtor apresentava dados passiveis de serem avaliados, o

qual se constituiu no marco zero de avaliação de impactos desta tecnologia. Em 2014, foi

Page 8: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

8

realizado a avaliação em 3 agricultores participantes do projeto, sendo que 2 são do sexo

masculino e um do sexo feminino. Os agricultores são residentes nos municípios de Nova

Iguaçu, Seropédica e Teresópolis, todos situados no Estado do Rio de Janeiro.

Considerou-se que o tipo de impacto econômico da tecnologia foi a “expansão da produção

em novas áreas” uma vez que a tecnologia visa introduzir novos produtores na cadeia de

produção de olerícolas orgânicas no Estado do Rio de Janeiro e/ou consolidar aqueles que já

estão inseridos nessa atividade.

Tabela 1 - Benefícios Econômicos devido a Expansão da Produção em Novas Áreas

Ano

Renda com

Produto

Anterior -R$

Renda com

Produto

Atual - R$

Renda

Adicional

Obtida R$

Participação

da Embrapa

%

Ganho

Líquido

Embrapa

R$/UM

Área de

Adoção

Benefício

Econômico

(A) (B) C=(B-A) (D) E=(CxD) F=(CxD) G2=(ExF)

2011 0% 0 0

2012 0% 0 0

2013 1.000,00 1.000,00 50% 500,00 1 500,00

2014 10.560,00 10.560,00 50% 5.280,00 1 5.280,00

3.2. Análise dos Impactos Econômicos

A avaliação dos impactos econômicos foi realizada com 2 dos 3 agricultores avaliados em

2014.

Um dos produtores avaliados possui uma estrutura de minhocário com possibilidade de

produção de 1,8m³ de húmus a cada 60 dias com densidade de 360kg/m³. No caso da produção

de substrato o agricultor entrevistado produziu cerca de 1000 kg que foi comercializado ao valor

máximo de R$ 2,00 o saquinho com 2kg (venda para o comércio em geral). Isto resultou em

um faturamento de R$ 1.000,00/ano.

O segundo produtor avaliado produz cerca de 400 litros por mês de substrato sendo que

consome em torno de 160 litros por mês para a produção própria de mudas que é realizada com

40 badejas de isopor. O restante, 240 litros, é utilizado para fazer mudas em vasos e também

para venda direta em feiras que participa. O valor de venda do substrato é de R$ 3,00/kg e do

húmus R$ 2,00/kg. Como a maior parte do substrato produzido é utilizado para a produção de

mudas próprias ou para a produção de mudas para comercialização, optou-se por calcular o

valor econômico da produção através na multiplicação da produção média mensal pelo valor

de mercado adotado apara o húmus, R$2,00, resultando em um faturamento da ordem de R$

9.600,00/ano O produtor afirma estar bastante satisfeito com o resultado do seu trabalho e que

pretende expandir sua produção.

Page 9: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

9

A participação da Embrapa foi preponderante no processo de desenvolvimento e

transferência da tecnologia de produção de substrato orgânico. O estudo que deu origem a

tecnologia “Desenvolvimento de substratos orgânicos, com base na vermicompostagem, para

produção de mudas de hortaliças em cultivo protegido” foi desenvolvido pela pesquisadora Eva

Adriana Gonçalves de Oliveira em sua dissertação de mestrado obtido na Universidade Federal

Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) que foi desenvolvida na Fazendinha Agroecológica (Sistema

Integrado de Produção Agroecológica – SIPA) sob co-orientação do pesquisador da Embrapa

Agrobiologia Dr. José Guilherme Marinho Guerra. As demais instituições atuaram de diferentes

formas: no financiamento do projeto (FAPERJ) na construção da estufa (PESAGRO-Rio), no

sistema de irrigação (UFRRJ) e na construção da cisterna (ASA).

.

3.3. Fonte de Dados

Os dados relativos ao faturamento anual foram obtidos através de visita técnica realizada a

2 agricultores familiares participantes do projeto, sendo que residem nos municípios de Nova

Iguaçu e Teresópolis, ambos localizados no Estado do Rio de Janeiro.

Tabela 2– Número de consultas realizadas por município

Municípios Estado Produtor Familiar Produtor Patronal

Total

Pequeno Médio Grande Comercial

Nova Iguaçu RJ 1 1

Teresópolis RJ 1 1

Total 2

4. Avaliação dos Impactos Sociais

4.1. Avaliação dos Impactos

A avaliação do impacto social foi realizada junto aos produtores familiares que já possuem

o canteiro de produção de húmus em funcionamento e estão comercializando a sua produção

de vermicomposto. Sendo que um deles não comercializa a produção diretamente, utilizando o

substrato produzido para produção de mudas próprias e também para venda nos mercados

locais. A tabela 3 abaixo apresenta o resumo dos impactos sociais do “Aspecto Emprego”.

Para o bom desenvolvimento das atividades produtivas foi necessário a realização de

capacitações locais e de especialização, ambas de nível básico realizado através do contato

direto com os produtores mediante visitas técnicas e cursos. As capacitações foram

consideradas importantes, na medida em que possibilitaram que aspectos conceituais do manejo

do vermicomposto e do substrato fossem trabalhados, resultando num coeficiente de impacto

igual a 6,5.

Verificou-se grande aumento em 2 dos componentes do indicador “oportunidade de

emprego local qualificado”, contudo devido à escala de ocorrência resultaram em um

Page 10: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

10

coeficiente de impacto de apenas 1,1. O componente “origem” do trabalhador apresentou

grande aumento no seu coeficiente o mesmo ocorreu com o componente “braçal”

O indicador “oferta de emprego e condição do trabalhador” apresentou moderado aumento

em seus componentes “temporário” e “familiar” devido à criação de postos de trabalho para

trabalhadores nessas modalidades, e como ambos estão na escala de ocorrência “pontual”

resultaram em um coeficiente de impacto igual a 0,5.

Quanto ao indicador qualidade de emprego houve moderado aumento nos componentes

“prevenção do trabalho infantil” e “jornada de trabalho menor que 44h” resultando em um

coeficiente de impacto igual a 2,0. A manutenção dos trabalhos no minhocário e produção de

substrato não requerem uma jornada de trabalho superior a 44 horas semanais.

Tabela 3. Impactos Sociais – Aspecto Emprego

Indicadores Se aplica (sim/não) Média Geral

Capacitação Sim 6,5

Oportunidade de emprego local qualificado Sim 1,1

Oferta de emprego e condição do trabalhador Sim 0,5

Qualidade do Emprego Sim 2,0

A tabela 4 abaixo apresenta o resumo dos impactos sociais no “Aspecto Renda” que é

constituído de 3 indicadores diferentes.

O indicador “Geração de Renda”, apresenta significativa variação entre as observações

apresentadas pelos agricultores avaliados. Em média observa-se um moderado aumento nos

coeficientes dos componentes “segurança”, “distribuição” e “montante” sendo que apenas o

componente “estabilidade” sofreu grande aumento em seu coeficiente resultando em um

coeficiente de impacto igual a 7,5.

Quanto ao indicador “diversidade de fontes de renda” a produção de substrato resultou na

ampliação dessas fontes, sendo que a venda de húmus de minhoca é a mais frequente delas. Há

também a venda de diversos tipos de mudas feitas com o substrato de produção própria, sendo

possível encontrar desde mudas de plantas ornamentais, medicinais, temperos e pequenas

jardineiras que reúnem em um só vaso diferentes tipos de plantas de uso alimentar. Por essa

razão, o coeficiente de impacto deste indicador foi de 3,8.

Os coeficientes associados ao “valor da propriedade” sofreram moderado aumento em

função do “investimento em benfeitorias” que a tecnologia exige. Como um dos produtores

utilizava anteriormente metodologia de produção convencional, com uso de agrotóxicos, o

componente “conservação dos recursos naturais” sofreu grande aumento resultando num

coeficiente de impacto do indicador igual a 5,0. Esse resultado pode ser extrapolado para outras

áreas, pois a expansão da Agricultura Orgânica terá como resultado positivo a redução do uso

de agrotóxicos e, consequentemente, melhora na conservação dos recursos naturais.

Page 11: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

11

Tabela 4. Impactos Sociais – Aspecto Renda

Indicadores Se aplica (sim/não) Média Geral

Geração de Renda Sim 7,5

Diversidade de Fonte de Renda Sim 3,8

Valor da Propriedade Sim 5,0

A tabela 5, apresentada abaixo, apresenta o resumo dos indicadores do “Aspecto Saúde

e Segurança”. Os estercos podem se tornar grandes contaminantes dos cursos d’água com

nitrato e outros elementos presentes em sua composição e por essa razão o indicador “Saúde

Ambiental e Pessoal” apresentou grande diminuição no coeficiente do componente “emissão

de poluentes hídricos” devido ao seu uso na vermicompostagem evitando sua dispersão

descontrolada no ambiente, contudo, em razão da escala de ocorrência - local, resultou num

coeficiente de impacto de apenas 0,6. Os demais componente não foram afetados pela

tecnologia pois apesar do uso adequado do esterco por meio da vermicompostagem reduzir a

presença de moscas domésticas, as quais estão associadas a transmissão de diversas doenças

tais como as salmoneloses, enterites, verminoses etc., não há registro de doenças endêmicas

relacionadas a este inseto.

Em termos de segurança e saúde ocupacional considerou-se que, de forma geral, a

expansão da Agricultura Orgânica tenderá a reduzir drasticamente o uso de agrotóxicos

resultando em grande diminuição dos coeficientes dos componentes “periculosidade” e

“agentes químicos” cujo efeito é sentido na escala de ocorrência do entorno da propriedade

resultando em um coeficiente de impacto igual a 6,0. Não é demais frisar que embora a

produção de mudas de hortaliças orgânicas atue apenas numa parte do processo de produção

orgânica, ela colabora com o desenvolvimento dessa tecnologia como um todo.

Considera-se que a tecnologia impacta fortemente o indicador “Segurança Alimentar”,

notadamente os componentes “Garantia da produção” e “Quantidade de alimento” que

apresentaram grande aumento em seus coeficientes. Isso acontece em razão da possibilidade de

melhorar o planejamento da produção de mudas e, ao mesmo tempo, o planejamento da

propriedade agrícola como um todo, bem como à possibilidade de produção de mudas de

melhor qualidade que resultaram em plantas com melhor desenvolvimento no campo. Também

observa-se melhoria no componente “Qualidade nutricional” dos alimentos gerados com a

tecnologia pois a produção orgânica de alimentos prescinde do uso de agrotóxicos, resultando

em um coeficiente de impacto final igual a 15,0 para este indicador.

Tabela 5. Impactos Sociais – Aspecto Saúde e Segurança

Indicadores Se aplica (sim/não) Média Geral

Saúde ambiental e pessoal Sim 0,6

Segurança e saúde ocupacional Sim 6,0

Segurança Alimentar Sim 15,0

Page 12: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

12

A tabela 6 apresenta o resumo dos impactos no “Aspecto Gestão e Administração”.

Sendo que o indicador “Dedicação e perfil do responsável” resultou em um coeficiente de

impacto de 10,5. Os componentes “Capacitação dirigida à atividade”, “Horas de permanência

no estabelecimento” e “Engajamento familiar” foram os melhores pontuados, apresentando

grande aumento nos seu coeficientes. Já os demais componentes do indicador apresentaram

moderado aumento em seus coeficientes. O uso de um sistema contábil, de um modelo formal

de planejamento e sistema de certificação e rotulagem ainda são pouco frequentes.

No indicador “Condição de comercialização” os componentes “Processamento e

armazenamento local”, “Transporte e propaganda/marca próprias” e “Cooperação com outros

produtores locais” apresentaram grande aumento em seus coeficientes. Mas os demais

componentes, “Venda direta” e “Encadeamento com produtos/atividades/serviços anteriores”

apresentaram moderado aumento pois embora o estímulo e fortalecimento da “reciprocidade”

tenham sido previstos nos objetivos do projeto, os resultados alcançados ainda estão aquém do

esperado repercutindo no coeficiente de impacto que foi igual a 12,0.

O indicador “Disposição de resíduos” apresentou um coeficiente de impacto de 10,0

sendo que a “Variável de tratamento de resíduos domésticos” foi responsável por 40% dessa

pontuação devido a correta “Disposição sanitária” e “Compostagem/reaproveitamento” dos

resíduos. A “Variável de tratamento de resíduos da produção” apresentou grande aumento em

seus componentes “Reaproveitamento” e “Destinação e tratamento final” sendo responsável

por 60% da pontuação do indicador.

No indicador “Relacionamento institucional” observou-se um grande aumento na

“Utilização de assistência técnica” e um moderado aumento no “Associativismo e

cooperativismo” previamente existente no entorno dos agricultores entrevistados resultando em

um coeficiente de impacto igual a 4,8. Como já mencionado anteriormente, embora a questão

da “reciprocidade” tenha sido prevista no projeto espera-se que a tecnologia e, principalmente,

a forma como está proposta no projeto venha a influenciar de forma mais acentuada o

associativismo e demais formas de cooperação.

Tabela 6. Impactos Sociais – Aspecto Gestão e Administração

Indicadores Se aplica (sim/não) Média Geral

Dedicação e perfil do responsável Sim 10,5

Condição de comercialização Sim 12,0

Disposição de resíduos Sim 10,0

Relacionamento institucional Sim 4,8

4.2.- Análise dos Resultados

A tecnologia de produção de “Substrato orgânico a base de Vermicomposto e fino de

carvão vegetal” promoveu impactos sociais positivos que irradiam desde as propriedades rurais

onde foram implantadas unidades de produção até o seu entorno resultando um Índice Geral de

Impacto Social igual a 6,36. A tecnologia apresenta efeito em todos os 14 indicadores avaliados,

sendo que em nenhum deles se observou coeficientes de impacto negativos. Os melhores

Page 13: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

13

impactos foram observados na “Segurança Alimentar” e nas “Condições de comercialização”.

Como tradicionalmente acontece, as tecnologias de produção orgânicas são desenvolvidas a

partir do contexto de utilização de recursos naturais disponíveis localmente e valorização da

mão-de-obra local, por essa razão é coerente que a tecnologia em questão tenha sido

relativamente bem pontuada através desta metodologia de avaliação de impacto.

Média Geral

6,36

4.3.-Impactos sobre o Emprego

Os agricultores receptores da tecnologia são tipicamente familiares, contribuindo apenas

para a geração de emprego no âmbito da família e eventualmente algum trabalho temporário.

No caso dos agricultores entrevistados nesta avaliação de impacto, a mão de obra utilizada

consiste a dos próprios lavradores, esposa e filhos. Vale destacar que estes agricultores relatam

que há grandes dificuldades de contratação de mão-de-obra em suas regiões devido a sua

escassez.

4.4.-Fonte de dados

Os dados apresentados neste relatório são provenientes das entrevistas realizadas junto a 3

agricultores familiares adotantes da tecnologia, sendo que 2 deles são do sexo masculino e um

do sexo feminino. Os agricultores são residentes nos municípios de Nova Iguaçu, Seropédica e

Teresópolis, todos situados no Estado do Rio de Janeiro.

5. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

5.1. Avaliação do impacto Ambiental

5.1.1. Alcance da Tecnologia

O alcance da tecnologia é expresso pela escala geográfica na qual a tecnologia de produção

de substrato tem influência. É definida pela sua “abrangência”, que é a área total cultivada com

o produto, e a sua “influência” que é a percentagem desta área as qual a tecnologia se aplica.

Como a tecnologia é bastante simples e utiliza materiais com grande disponibilidade nos

diversos locais onde se desenvolve a produção agropecuária no Brasil, entende-se que seu

alcance envolve a quase totalidade dos agricultores orgânicos e também produtores

convencionais que consigam estabelecer de forma vantajosa uma rotina de produção de mudas

próprias. Naturalmente há que se considerar que grandes produtores de hortaliças, para obterem

as vantagens da produção em escala recorrem à especialização em algumas de suas atividades

produtivas, acabando por adquirir suas mudas de produtores especializados nesse tipo de

atividade e, portanto, não terão interesse nesta tecnologia.

Page 14: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

14

5.1.2. Eficiência Tecnológica

A tabela 7 apresenta o resumo dos indicadores obtidos no “Aspecto Eficiência

Tecnológica”. O indicador “Uso de Agroquímicos” que avalia o uso de insumos químicos na

produção resultou em um coeficiente de impacto igual a 4,5 sendo que o componente

“Frequência” do uso de pesticidas e de “NPK hidrossolúvel” apresentaram grande diminuição

em seus coeficientes em razão da Agricultura Orgânica prescindir do uso desses elementos.

Como a ação positiva da matéria orgânica sobre o pH do solo depende do seu uso continuado e

abundante, considerou-se adequado que o coeficiente permanecesse inalterado para o

componente “calagem”. De forma semelhante ponderou-se sobre o componente

“micronutrientes” cujo fornecimento pelo uso de matéria orgânica dependerá do manejo

alimentar realizado com o rebanho bovino fornecedor de esterco.

Quando se considera o uso de substratos comerciais, tradicionalmente utilizados na

produção de mudas da agricultura convencional que tem sua origem relativamente distante das

unidades produtivas rurais, necessitando ser transportado a longas distâncias e resultando no

inevitável uso de combustíveis fosseis como o “diesel” e a “gasolina”, o uso de substâncias

encontradas localmente como o esterco e o carvão resultam em redução do uso desses materiais,

resultando em um coeficiente de impacto de 1,0.

Mudas de boa qualidade, resultam em plantios de melhor padrão técnico, onde as plantas

podem expressar o máximo de seu potencial produtivo, resultando em otimização do uso de

todos os recursos naturais envolvidos, principalmente “água para irrigação” e “solo para

plantio”. A tecnologia em questão apresenta como acréscimo à tecnologia de produção de

mudas tradicional a possibilidade de utilizar recursos locais, tais como o esterco e o carvão, e a

eliminação do uso de agroquímicos resultando em um coeficiente de impacto igual 3,5.

Tabela 7. Dimensão Ambiental – Aspecto Eficiência Tecnológica

Indicadores Se aplica (sim/não) Média Geral

Uso de Agroquímicos Sim 4,5

Uso de energia Sim 1,0

Uso de recursos naturais Sim 3,5

5.1.3. Conservação Ambiental

O resumo dos coeficientes obtidos para o indicador “Aspecto Conservação Ambiental”

da tecnologia de produção de substrato são apresentados na tabela 8 abaixo. O indicador

“Atmosfera” teve apenas um de seus componentes alterado pela ação da tecnologia, a redução

dos “Odores” emitidos pelo esterco em processo natural de decomposição são eliminados pelo

processo de vermicompostagem resultando em um coeficiente de impacto igual a 1,5. Sua

escala de ocorrência atinge o entorno e assim foi considerado em razão das propriedades rurais

avaliadas serem bastante pequenas e possuírem moradias de vizinhos situadas com bastante

proximidade das áreas de produção de húmus.

O indicador “Qualidade do Solo” também é afetado positivamente pela tecnologia pois

como o substrato é constituído de matéria orgânica de alta qualidade e de carvão vegetal que é

Page 15: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

15

um condicionador de solo, resulta que os componentes “perda de matéria orgânica”, “perda de

nutrientes” e “compactação” perceberam uma moderada diminuição em seus coeficientes

resultando num coeficiente de impacto igual a 3,8.

Quanto ao indicador “Qualidade da água” observou-se que a “Demanda bioquímica de

oxigênio” e a “Turbidez” são afetadas positivamente pela tecnologia uma vez que o esterco

antes disperso pelo ambiente e sujeito à ação das chuvas, com consequente carreamento para

os cursos d’água, agora passa a ter uma destinação adequada evitando a poluição hídrica e

permitindo a sua melhor utilização como vermicomposto estabilizado que, inclusive,

promoverá melhorias na qualidade do solo colaborando para evitar a produção de

“Sedimentos/Assoreamentos” resultando em melhora no indicador que apresentou coeficiente

de impacto igual a 6,3.

A tecnologia de produção de substrato orgânico tem grande interface com a qualidade e

preservação do ambiente pois está associado aos sistemas orgânicos de produção que

promovem a melhoria e conservação da qualidade dos solos e atuam, consequentemente, na

redução da degradação ambiental, evitando a necessidade de abertura de novas áreas de

produção agrícola tal qual ocorre com a agricultura convencional, prevenindo a perda de

vegetação nativa e de corredores de fauna resultando em um coeficiente de impacto final de 3,5

Tabela 8. Dimensão Ambiental – Aspecto Conservação Ambiental

Indicadores Se aplica

(sim/não)

Média

Geral

Atmosfera Sim 1,5

Qualidade do solo Sim 3,8

Qualidade da água Sim 6,3

Biodiversidade Sim 3,5

5.1.4. Recuperação Ambiental

A tabela 9 abaixo apresenta o resumo do “Aspecto Recuperação Ambiental” cujo

coeficiente de impacto foi de 2,4. A tecnologia de produção de substrato orgânico apresenta

efeitos positivos sobre a prevenção e recuperação de solos degradados. A produção de mudas

de boa qualidade permite que a planta expresse todo o seu potencial de crescimento e

desenvolvimento, promovendo a rápida cobertura do solo, reduzindo assim a exposição direta

a ação de degradação promovida pelo sol e pelas chuvas. A matéria orgânica presente no

substrato é elemento fundamental para a manutenção da estrutura do solo e como essa

tecnologia está inserida no sistema orgânico de produção, mais matéria orgânica deverá ser

utilizada para o bom desenvolvimento das mudas. Nesse contexto é possível afirmar que a

tecnologia também poderá promover efeitos positivos em termos de recuperação ambiental para

os ecossistemas na escala de ocorrência local.

Page 16: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

16

Tabela 9. Dimensão Ambiental – Aspecto Recuperação Ambiental

Indicadores Se aplica

(sim/não)

Média

Geral

Recuperação Ambiental Sim 2,4

5.1.5. Qualidade do Produto

Este item não dever ser preenchido quando a tecnologia for avaliada segundo os critérios

do AMBITEC Agro.

5.1.6. Capital Social

Este item deve ser preenchido somente quando a tecnologia for avaliada segundo os

critérios do AMBITEC Agroindústria.

5.1.7. Bem-estar e Saúde Animal

Este item deve ser preenchido somente quando a tecnologia for avaliada segundo os

critérios do AMBITEC Produção Animal

5.2. Índice de Impacto Ambiental

O Índice de Impacto Ambiental Geral da tecnologia de produção de “Substrato orgânico

a base de Vermicomposto e fino de carvão vegetal” foi de 3,3 o que revela, pelo menos em

parte, as preocupações ambientais que foram consideradas no desenvolvimento dessa

metodologia de trabalho. O uso de recursos disponíveis localmente como esterco e o fino de

carvão reflete a preocupação com o reaproveitamento de materiais e integração de atividades

de lavoura e pecuária.

O indicador “Qualidade da água” foi o que apresentou maior coeficiente de impacto

evidenciando, por um lado, o potencial poluente dos cursos d’água que o esterco representa

quando não lhe é dado uma destinação adequada e, por outro lado, quando utilizado

corretamente, o seu potencial como agente estruturador dos solos, agregando suas partículas

primárias, prevenindo a sua desestruturação. A eliminação do uso de agroquímicos é outra

característica ambiental relevante da tecnologia principalmente quando se compara com os

sistemas tradicionais de produção.

.

Média Geral

3,3

Page 17: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

17

5.3. Fonte de dados

Os dados apresentados neste relatório são provenientes de entrevista realizada junto a 3

agricultores familiares adotantes da tecnologia, sendo que 2 são do sexo masculino e um do

sexo feminino. Os agricultores são residentes nos municípios de Nova Iguaçu, Seropédica e

Teresópolis, todos situados no Estado do Rio de Janeiro.

6. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOBRE CONHECIMENTO, CAPACITAÇÃO

E POLÍTICO-INSTITUCIONAL.

A avaliação dos impactos sobre conhecimento, capacitação e político institucionais

seguiram o mesmo procedimento de coleta de informações utilizados nos itens anteriores onde

foram compiladas opiniões dos diversos atores envolvidos no desenvolvimento e aplicação da

tecnologia.

Observou-se que, em geral, não houve grandes discrepâncias nas pontuações realizadas

pelos 3 pesquisadores avaliados o que facilitou a interpretação dos resultados.

6.1. Impactos sobre o Conhecimento

Na tabela 10 são apresentados os resultados do impacto sobre o conhecimento e de forma

geral pode-se perceber que a tecnologia produção de substrato orgânico a base de

vermicomposto e fino de carvão vegetal é resultado de um nível positivo de geração de novos

conhecimentos, técnicas e métodos desenvolvidos. Sendo que o maior destaque da tecnologia

está no grau de inovação das técnicas e métodos gerados que envolveu o uso de materiais

relativamente abundantes no meio rural como o esterco de bovinos e o carvão.

O indicador “artigos técnico-científicos publicados em periódicos indexados” recebeu

pontuação relativamente baixa evidenciando a necessidade de ampliar o esforço de geração de

pesquisas para o avanço científico nos temas relacionadas Agricultura Orgânica.

Tabela 10 - Impacto sobre o conhecimento

Indicador

Não se

aplica

Avaliador 1

Avaliador 2

Avaliador 3

Média

Nível de geração de novos conhecimentos Sim 1 1 3 1,67 Grau de inovação das técnicas e métodos gerados Sim 0 3 3 2,00 Nível de intercâmbio de conhecimento Sim 1 3 1 1,67 Diversidade dos conhecimentos apreendidos Sim 1 1 3 1,67 Patentes protegidas Não - - - - Artigos técnico-científicos publicados em periódicos indexados

Sim 1 1 0 0,67

Teses desenvolvidas a partir da tecnologia Sim 1 1 1 1,00 Escala: (-3): redução de mais de 75% ; (-1): redução de mais de 25% e menos de 75%; (0 ): sem mudança; (1):

aumento de mais de 25% e menos de 75%; (3) aumento de mais de 75%

Page 18: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

18

6.2. Impactos sobre a Capacitação

A síntese dos indicadores do impacto sobre a Capacitação são apresentados na Tabela 11

abaixo e de forma geral apresentaram valores médios superiores a 2, representando um aumento

significativo no escore desses indicadores.

Foram treinadas 76 pessoas, entre agricultores, agentes de ATER, organizações da

sociedade civil e estudantes nas tecnologias de produção de substrato e sua utilização para

produção de mudas, o que reflete o esforço de capacitação e formações de capacidades da

equipe técnica e de pessoas externas ao projeto. Também ressalta-se as exigências de

desenvolvimento de competências para o bom andamento do projeto financiado pela FAPERJ,

em especial da capacidade de se relacionar com ambiente externo, formar redes, estabelecer

parcerias, compartilhar equipamentos e instalações e socializar conhecimentos.

Tabela 11 - Impacto sobre a Capacitação

Indicador

Não se

aplica

Avaliador 1

Avaliador 2

Avaliador 3

Média

Capacidade de se relacionar com o ambiente externo Sim 0 3 3 2,00

Capacidade de formar redes e de estabelecer parcerias

Sim 1 3 3 2,33

Capacidade de compartilhar equipamentos e instalações

Sim 0 3 3 2,00

Capacidade de socializar o conhecimento gerado

Sim 1 3 3 2,33

Capacidade de trocar informações e dados codificados

Sim 1 1 1 1,00

Capacitação da equipe técnica Sim 1 3 3 2,33 Capacitação de pessoas externas Sim 3 0 3 2,00

Escala: (-3): redução de mais de 75% ; (-1): redução de mais de 25% e menos de 75%; (0 ): sem mudança; (1):

aumento de mais de 25% e menos de 75%; (3) aumento de mais de 75%

6.3. Impacto Político-Institucional

Os impactos gerados nos indicadores Político Institucionais estão apresentados na Tabela

12. Os indicadores menos trabalhados e que merecem destaque em futuros projetos foram as

mudanças organizacionais, no marco institucional e nas relações de cooperação público

privada. A melhora na imagem da instituição juntamente com a capacidade de captar recursos

foram os pontos fortes destacados nesta avaliação e fazem referência financiamento recebido

pela FAPERJ.

Embora os resultados apontem divergências quanto a questão da interdisciplinaridade,

o projeto contemplou a presença de profissionais de diversas áreas de atuação tais como

engenheiros agrônomos, biólogos e técnicos agropecuários mas também deve-se considerar a

necessidade de aprimorar esse tema em projetos futuros.

O indicador adoção de novos métodos de gestão e de qualidade expressa avanço em

questões relevantes como uma maior valorização institucional de tecnologias voltadas à

Page 19: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

19

agricultura familiar e a agroecologia. Essa valorização também é esperada na forma de

mudanças na orientação de políticas públicas, onde o papel da tecnologia é mostrar sua

viabilidade diante do crescente interesse do mercado por produtos sustentáveis.

Tabela 12 - Impacto Político-Institucional

Indicador

Não se

aplica

Avaliador 1

Avaliador 2

Avaliador 3

Média

Mudanças organizacionais e no marco institucional Sim 0 0 0 0,00

Mudanças na orientação de políticas públicas Sim 0 3 0 1,00 Relações de cooperação público privada Sim 0 0 1 0,33 Melhora da imagem da instituição Sim 1 3 3 2,33 Capacidade de captar recursos Sim 0 3 3 2,00 Multifuncionalidade e interdisciplinaridade das equipes

Sim 1 0 3 1,33

Adoção de novos métodos de gestão e de qualidade

Sim 3 1 1 1,67

Escala: (-3): redução de mais de 75% ; (-1): redução de mais de 25% e menos de 75%; (0 ): sem mudança; (1):

aumento de mais de 25% e menos de 75%; (3) aumento de mais de 75%

6.4. Fonte de Dados

Para a realização desta avaliação dos impactos sobre conhecimento, capacitação e político-

institucional foram entrevistados 1 pesquisador, 1 analista e 1 pós graduando, todos com

atuação na área de agroecologia.

7. Avaliação Integrada e comparativa dos Impactos gerados

A tecnologia de produção de substrato orgânico a base de vermicomposto e fino de carvão

vegetal obteve um Índice Geral de Impacto Social igual a 6,36, sendo um conhecimento passível

de ser utilizado por um grande número de agricultores. Como tradicionalmente acontece, as

tecnologias de produção orgânicas são desenvolvidas a partir do contexto de utilização de

recursos naturais disponíveis localmente e valorização da mão-de-obra local, por essa razão é

coerente que a tecnologia em questão tenha sido relativamente bem pontuada através desta

metodologia de avaliação de impacto. Os indicadores “Segurança Alimentar” e “Condição de

comercialização”, apresentados abaixo, foram os que tiveram maior alteração positiva em seus

componentes.

O indicador “Segurança Alimentar” que inclui os componentes “Garantia da produção” e

“Quantidade de alimento” apresentaram grande aumento em seus coeficientes, resultando em

um coeficiente de impacto final igual a 15,0. Isso acontece em razão da possibilidade de

melhorar o planejamento da produção de mudas e, ao mesmo tempo, o planejamento da

propriedade agrícola como um todo, bem como à possibilidade de produção de mudas de

melhor qualidade que resultaram em plantas com melhor desenvolvimento no campo. Também

observa-se melhoria no componente “Qualidade nutricional” dos alimentos gerados com a

tecnologia pois a produção Orgânica de alimentos prescinde do uso de agrotóxicos.

Page 20: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

20

No indicador “Condição de comercialização” os componentes “Processamento e

armazenamento local”, “Transporte e propaganda/marca próprias” e “Cooperação com outros

produtores locais” apresentaram grande aumento em seus coeficientes. Mas os demais

componentes, “Venda direta” e “Encadeamento com produtos/atividades/serviços anteriores”

apresentaram moderado aumento pois embora o estímulo e fortalecimento da “reciprocidade”

tenham sido previstos nos objetivos do projeto, os resultados alcançados ainda estão aquém do

esperado repercutindo no coeficiente de impacto que foi igual a 12,0.

Como os agricultores receptores da tecnologia são tipicamente familiares e, dessa forma, os

conhecimentos adquiridos contribuem para a geração de emprego apenas no âmbito da família

e eventualmente algum trabalho temporário. No caso dos agricultores entrevistados nesta

avaliação de impacto, a mão de obra utilizada consiste a dos próprios lavradores, esposa e filhos.

Vale destacar que estes agricultores relatam que há grandes dificuldades de contratação de mão-

de-obra em suas regiões devido a sua escassez.

O Índice de Impacto Ambiental Geral da tecnologia de produção de “substrato orgânico a

base de Vermicomposto e fino de carvão vegetal” foi de 3,3 o que revela, pelo menos em parte,

as preocupações ambientais que foram consideradas no desenvolvimento dessa metodologia de

trabalho. O uso de recursos disponíveis localmente como esterco e o fino de carvão refletem a

preocupação com o reaproveitamento de materiais e integração de atividades de lavoura e

pecuária.

O indicador “Qualidade da água” foi o que apresentou maior coeficiente de impacto

evidenciando, por um lado, o potencial poluente dos cursos d’água que o esterco representa

quando não lhe é dado uma destinação adequada e, por outro lado, quando utilizado

corretamente, o seu potencial como agente estruturador dos solos, agregando suas partículas

primárias, prevenindo a sua desestruturação. A eliminação do uso de agroquímicos é outra

característica ambiental relevante da tecnologia principalmente quando se compara com os

sistemas tradicionais de produção.

A avaliação dos impactos sobre conhecimento indicam que a tecnologia é resultado de um

nível positivo de geração de novos conhecimentos, técnicas e métodos desenvolvidos. Sendo

que o maior destaque da tecnologia está no grau de inovação das técnicas e métodos gerados

que envolveu o uso de materiais relativamente abundantes no meio rural como o esterco de

bovinos e o carvão.

Os indicadores do impacto sobre a Capacitação apresentaram, forma geral, valores médios

superiores a 2, representando um aumento significativo no escore desses critérios de avaliação.

As capacitações realizadas envolveram 76 pessoas, entre agricultores, agentes de ATER,

organizações da sociedade civil e estudantes o que reflete o esforço de transmissão dos

conhecimentos e formações de capacidades da equipe técnica e de pessoas externas ao projeto.

Dos impactos gerados nos indicadores Político Institucionais estão apresentados destaca-se

a melhora na imagem da instituição juntamente com a capacidade de captar recursos, fazem

referência ao grande esforço que significou levar a campo a tecnologia e ao financiamento

recebido pela FAPERJ.

Page 21: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

21

A título de conclusão pode-se afirmar que a tecnologia representa um importante passo no

processo de criação de tecnologias adaptadas ás necessidades dos agricultores e que estejam

aliadas a uma visão abrangente de desenvolvimento sustentável. O projeto como um todo

também representa uma inovação no processo de transferência de tecnologia unindo

agricultores de diversas regiões do Estado do Rio de janeiro.

8. Custos da Tecnologia

8.1. Estimativa de Custos

Os custos da tecnologia foram estimados com base em investimentos feitos pela

Embrapa e pelas agências de fomento de pesquisa a partir de projetos externos. Foram também

considerados os custos relativos à operacionalização da tecnologia pelo agricultor.

Tabela 12 – Estimativa de custos

8.2. Análise dos Custos

Na estimativa de custos foi incluído o valor proporcional ao tempo de trabalho

dedicados à atividade de dois pesquisadores e de um analista da Embrapa acrescidos dos seus

correspondentes encargos trabalhistas. Os custos de transferência de tecnologia computaram o

valor referente à construção dos minhocário e as estruturas necessárias para a produção do

substrato, os quais foram financiadas pelo projeto SIPM (os custos dos demais minhocários são

responsabilidade do produtor). Também se considerou custos referentes ao bolsista de inovação

tecnológica e as capacitações necessárias para a transferência de tecnologia, incluindo-se aqui

material didático, alimentação, deslocamentos e demais recursos necessários. Para o cálculo da

contribuição do valor do bolsista para o custeio total da bolsa foi dividido pelas quatro área de

atuação do projeto SIPM.

9. Referências Bibliográficas

ÁVILA, A.F.D; RODRIGUES, G.S e VEDOVOTO, G.L. Avaliação dos Impactos de

Tecnologias geradas pela Embrapa: Metodologia de Referência. Brasília, DF, 2008.

CALVETE, EO; SANTI, R. Produção de mudas de brócolis em diferentes substratos

comerciais. Horticultura Brasileira, v. 18, p.483-484, 2000.

Ano Custos de

pessoal

Outros

custeios

Depreciação

de capital

Custos de

administração

Custos de

transferência

de tecnologia

Total

2013 R$ 40.680,00 R$ 6.220,00 R$ 11.655,00 R$ 58.555,00

2014 R$ 41.066,49 R$ 5.188,00 R$ 12.687,00 R$ 58.941,49

Page 22: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS …bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/agrobiologia_2014_substrato.pdf · 5 Figura 4. “Fino” de carvão vegetal após peneiramento Figura

22

REGHIN, MY; OTTO, RF; OLINK, JR; JACOBY, CFS. Produtividade da chicória

(Cichorium endivia L.) em função de tipos de bandejas e idade de transplante de mudas.

Ciência e Agrotecnologia, v. 31, n. 3, p. 739-747, 2007.

RODRIGUES, JR. Caracterização e avaliação de composto a base de capim Napier

(Pennisetum purpureum) e esterco de “cama” de aviário para produção de hortaliças em

sistema orgânico. Seropédica: 2004.105 p. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia),

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

RODRIGUES, G. S., CAMPANHOLA, C., KITAMURA, P. C. Avaliação de impacto

ambiental da inovação tecnológica agropecuária: Ambitec-Agro. Jaguariúna: Embrapa

Meio Ambiente, 2003a. 93 p. (Embrapa Meio Ambiente. Documentos, 34).

RODRIGUES, G. S.; CAMPANHOLA, C.; KITAMURA, P. C.; IRIAS, L. J. M.;

RODRIGUES, I. Sistema de Avaliação de Impacto Social da Inovação Tecnológica

Agropecuária (Ambitec-Social). Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2005. 31 p.

(Embrapa Meio Ambiente. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 35).

VEDOVOTO, G.L., AVILA, A. F. D., MARQUES, D. V., JUNIA, R. de A. Avaliação dos

impactos na geração de empregos de tecnologias agropecuárias. In: ÁVILA, A.F.D;

RODRIGUES, G.S e VEDOVOTO, G.L. (Ed. Téc.). Avaliação dos Impactos de

Tecnologias geradas pela Embrapa: Metodologia de Referência. Brasília, DF: Embrapa

Informação Tecnológica, 2008. p. 71-83.

OLIVEIRA, EVA ADRIANA GONÇALVES. Desenvolvimento de substrato orgânico,

com base na vermicompostagem, para produção de mudas de hortaliças em cultivo

protegido/Eva Adriana Gonçalves de Oliveira – 2011. 78 f

10. Equipe Responsável

Edson Martins – Embrapa Agrobiologia

Ana Cristina Siewert Garofolo – Embrapa Agrobiologia

Cristhiane da Graça Oliveira Amâncio – Embrapa Agrobiologia

Dione Galvão – Embrapa Agrobiologia

Robson Amâncio – UFRRJ

Nilton César Silva dos Santos (bolsista de Inovação tecnológica da FAPERJ)