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que se destacam na sua incessante luta pelos direitos humanos e para que todos possam viver a verdadeira condição humana. Tratando de temas como guerra e paz, não podíamos deixar de nos referir ao texto de Brecht: “Há homens que lutam um dia, e são bons; Há outros que lutam um ano, e são melhores; Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons; Porém há os que lutam toda a vida. Estes são os imprescindíveis.” Essa reflexão fez o maior sentido para as crianças, quando pesquisaram e apresentaram aos amigos a vida de personagens como Gan- dhi, Betinho, Martin Luther King, Irmã Dulce, Paulo Freire... Entenderam, então, o valor da educação para a paz. Ainda como ecos da II Guerra, trouxemos a Guerra Fria e a corrida espacial, como varia- ções de mesma origem - a disputa entre os blocos capitalista e comunista. TEMPOS DE BUSCA A chave para entrar nos “Tempos de Busca”, com o foco nas Ciências Naturais, foi a Lua. Vendo o vídeo da chegada do homem à Lua, e observando sua superfície estéril, questiona- mos: Por que na Lua não é possível a existên- cia de vida da forma como conhecemos? Quais são as condições para existir vida? E partimos para investigações relacionadas aos seres vivos e às condições necessárias à vida. A montagem de um terrário, simulando a vida na Terra, possibilitou a observação de que todos os elementos necessários à vida são finitos e estão na nossa nave Terra, da mesma forma que naquele pequeno “planeta” que construímos. Evocando a lembrança da gripe suína, dos cuidados para evitá-la e dos constantes alertas PROJETO QUANTO TEMPO O TEM? Com esta questão a nos instigar, percorre- mos, durante todo o ano, várias trilhas em bus- ca de respostas para entender o “tempo”. O projeto da turma, “Um século, diferentes tem- pos”, surgiu do desejo coletivo de conhecer fatos que vivem no imaginário de todos, pela sua importância e abrangência. Tomando por referência o século XX, pinçamos histórias que teceram a trama dessa época e procuramos classificá-las pelas características comuns in- dependentes da sequência em que acontece- ram. Estudamos “Tempos de Repressão”, “Tempos de Liberdade”, “Tempos de Busca” e “Tempos de Abertura de Fronteiras”, descobrin- do que todos se entrelaçam no contexto das sociedades, ora como resposta, ora como moti- vação na dialética histórica. TEMPOS DE REPRESSÃO Voltamos das férias com algumas frentes a concluir para dar sentido à dinâmica dos temas voltados para as Ciências Sociais iniciados no primeiro semestre. Precisávamos compartilhar, ainda, algumas informações sobre o longo go- verno de Getúlio Vargas, que abria espaço para o Brasil dos anos seguintes. Um Brasil cuja formação da identidade, em meio à repressão e à luta pela liberdade, carregava o embrião de tantos movimentos como a Tropicália, que em 1968, fugindo da dicotomia direita-esquerda e incorporando novas informações e referências de seu tempo, quebrava as rígidas barreiras que permaneciam no País. 1968 foi o ano em que, pela primeira vez, a população jovem era maioria no mundo e, talvez por isso, tenha sido tão emblemático pelas suas diversas manifes- tações e transformações. Permeando tudo isso, sempre há pessoas Relatório do Segundo Semestre / 2009 F5MB Rua Capistrano de Abreu, 29 – Botafogo – 2538-3231 Rua Marques, 19 – Humaitá – 2538-3232 www.sapereira.com.br - [email protected] TURMA: ALEXANDRE, ARTHUR, CAETANO, CAROLINA, CLARA, DANILO, EDUARDO, ELEONORA, GABRIEL, JOAO ANTONIO, JOAO GABRIEL, JULIA A, JULIA F, LUCAS L, LUCAS P, LUIZA, MARIANA, RAYAN, RENATA, TIAGO ADULTOS NO TURNO DA MANHÃ Professores e Auxiliares nas Turmas: F1M: Mariana e Giovanna F2M: Denise F3M: Tânia F4M: Erika F5MA: Beth e Andrea N F5MB: Beth e Andrea N Música: João e Manoela Expressão Corporal: Aninha Teatro: Helena Educação Física: Renato Artes Visuais: Moema Coral: Fernando, Raimundo e Rosangela Inglês: Rosangela Coordenação Pedagógica: Jade e Andrea N Auxiliar do Turno: Rosi Orientação e Tribo: Andrea T Editoração: Viviane Direção: Tetê, Cecilia, Anselmo Secretaria: Renata e Deise Auxiliares Pedro, José, Nívia, Lilian, Eduardo e Mário

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que se destacam na sua incessante luta pelos direitos humanos e para que todos possam viver a verdadeira condição humana. Tratando de temas como guerra e paz, não podíamos deixar de nos referir ao texto de Brecht:

“Há homens que lutam um dia, e são bons; Há outros que lutam um ano, e são melhores; Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;

Porém há os que lutam toda a vida. Estes são os imprescindíveis.” Essa reflexão fez o maior sentido para as

crianças, quando pesquisaram e apresentaram aos amigos a vida de personagens como Gan-dhi, Betinho, Martin Luther King, Irmã Dulce, Paulo Freire... Entenderam, então, o valor da educação para a paz. Ainda como ecos da II Guerra, trouxemos a

Guerra Fria e a corrida espacial, como varia-ções de mesma origem - a disputa entre os blocos capitalista e comunista.

TEMPOS DE BUSCA A chave para entrar nos “Tempos de Busca”,

com o foco nas Ciências Naturais, foi a Lua. Vendo o vídeo da chegada do homem à Lua, e observando sua superfície estéril, questiona-mos: Por que na Lua não é possível a existên-cia de vida da forma como conhecemos? Quais são as condições para existir vida? E partimos para investigações relacionadas

aos seres vivos e às condições necessárias à vida. A montagem de um terrário, simulando a vida na Terra, possibilitou a observação de que todos os elementos necessários à vida são finitos e estão na nossa nave Terra, da mesma forma que naquele pequeno “planeta” que construímos. Evocando a lembrança da gripe suína, dos

cuidados para evitá-la e dos constantes alertas

PROJETO QUANTO TEMPO O TEM? Com esta questão a nos instigar, percorre-

mos, durante todo o ano, várias trilhas em bus-ca de respostas para entender o “tempo”. O projeto da turma, “Um século, diferentes tem-pos”, surgiu do desejo coletivo de conhecer fatos que vivem no imaginário de todos, pela sua importância e abrangência. Tomando por referência o século XX, pinçamos histórias que teceram a trama dessa época e procuramos classificá-las pelas características comuns in-dependentes da sequência em que acontece-ram. Estudamos “Tempos de Repressão”, “Tempos de Liberdade”, “Tempos de Busca” e “Tempos de Abertura de Fronteiras”, descobrin-do que todos se entrelaçam no contexto das sociedades, ora como resposta, ora como moti-vação na dialética histórica.

TEMPOS DE REPRESSÃO Voltamos das férias com algumas frentes a

concluir para dar sentido à dinâmica dos temas voltados para as Ciências Sociais iniciados no primeiro semestre. Precisávamos compartilhar, ainda, algumas informações sobre o longo go-verno de Getúlio Vargas, que abria espaço para o Brasil dos anos seguintes. Um Brasil cuja formação da identidade, em meio à repressão e à luta pela liberdade, carregava o embrião de tantos movimentos como a Tropicália, que em 1968, fugindo da dicotomia direita-esquerda e incorporando novas informações e referências de seu tempo, quebrava as rígidas barreiras que permaneciam no País. 1968 foi o ano em que, pela primeira vez, a população jovem era maioria no mundo e, talvez por isso, tenha sido tão emblemático pelas suas diversas manifes-tações e transformações. Permeando tudo isso, sempre há pessoas

Relatório do Segundo Semestre / 2009

F5MB

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TURMA: ALEXANDRE, ARTHUR, CAETANO,

CAROLINA, CLARA, DANILO, EDUARDO, ELEONORA, GABRIEL, JOAO ANTONIO,

JOAO GABRIEL, JULIA A, JULIA F, LUCAS L, LUCAS P, LUIZA, MARIANA,

RAYAN, RENATA, TIAGO

ADULTOS NO TURNO DA MANHÃ

Professores e Auxiliares nas Turmas:

F1M: Mariana e Giovanna F2M: Denise F3M: Tânia F4M: Erika

F5MA: Beth e Andrea N F5MB: Beth e Andrea N Música: João e Manoela

Expressão Corporal: Aninha Teatro: Helena

Educação Física: Renato Artes Visuais: Moema

Coral: Fernando, Raimundo e Rosangela Inglês: Rosangela

Coordenação Pedagógica: Jade e Andrea N Auxiliar do Turno: Rosi

Orientação e Tribo: Andrea T Editoração: Viviane

Direção: Tetê, Cecilia, Anselmo

Secretaria: Renata e Deise

Auxiliares

Pedro, José, Nívia, Lilian, Eduardo e Mário

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“(...) partes do corpo, movimentos, atos; do viver que só os grandes se permitem; e a nós é defendido por sentença; dos séculos (...)”. “(...) Entretanto são palavras simples (...)”

que dão nomes mais adequados e não preci-sam ficar com jeito de palavrão ou com ar de grosseria ao serem pronunciados ou comenta-dos.

TEMPOS DE ABERTURA DE FRONTEIRAS Voltados para as novas tecnologias, os

“Tempos de Abertura de Fronteiras” fecharam o ano mais como reflexão sobre sua presença em nossas vidas do que como um tema de pesquisa de novos conteúdos. Ao começar a estudá-lo, percebemos que

esse “Tempo” caminhou conosco durante todo o ano, como instrumento fundamental para trazer informações, encurtar distâncias físicas e cronológicas e possibilitar interações que foram muito significativas. Nesse momento outro personagem já citado

nos primeiros “Tempos”, veio em nosso auxílio: Gilberto Gil. Suas músicas “Cérebro Eletrôni-co” (1969), “Parabolicamará” (1991), “Pela In-ternet” (1997), “Banda Larga Cordel” (2008), nos ajudaram a pensar por que “Antes mundo era pequeno; Porque Terra era grande; Hoje mundo é muito grande; Porque Terra é peque-na”, modificando velhas noções de tempo e espaço. Deste tema final do projeto percebemos que.

a cada dia. novas tecnologias chegam invadin-do de tal forma a nossa vida que não consegui-mos mais nos imaginar sem elas. No entanto, continuamos sendo os mesmos seres humanos e, como foi dito, no “Papo de Escola” sobre esse assunto, "a tecnologia é neutra", e por trás (ou na frente!) de tudo estão as pessoas. En-tão, mais uma vez de volta às reflexões do iní-cio do ano sobre “repressão” e “liberdade”, con-

sobre a poluição do ar, da água e dos alimen-tos, entramos nas pesquisas sobre o Mundo Invisível: os micro-organismos existentes no planeta e sua relação com o ambiente e os seres vivos. Este foi o tema que elegemos para a Feira Moderna. Essa atividade, que é o “carro chefe” do Se-

gundo Semestre, promove a aproximação com o método científico e equilibra, como nenhuma outra, os conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentais. O dia da apresentação às fa-mílias é apenas uma parte de um grande pro-cesso, que começou com a divisão dos grupos, decidindo funções e criando materiais; traba-lhando com procedimentos de experimenta-ções, pesquisa e levantamento de hipóteses; compreendendo conceitos e compartilhando conhecimentos. A visita à Fiocruz foi fundamental para esse

trabalho. Além de conhecer a vida de cientistas como Oswaldo Cruz, Louis Pasteur e Carlos Chagas, tivemos contato com uma instituição de grande porte, seus pesquisadores, apare-lhos, instrumentos e objetos de estudo. Na relação dos micro-organismos com o

homem, aprendemos sobre os sistemas de defesa do organismo e as diferentes células do nosso corpo. A partir da descoberta das células sexuais, chegamos ao momento de tratar da sexualidade e da reprodução humana, assunto muito esperado pelas turmas de Quinto Ano. Aproveitando o clima de confiança e amizade, usando livros didáticos, apostilas, imagens e filmes fizemos pesquisas e abrimos espaço para muita conversa e troca de informações. Para finalizar apresentamos o poema “Certas

Palavras” de Drummond , nosso “amigo” do início do ano, para nos ajudar a elaborar um glossário com definições de

cluímos que o importante é cuidar das relações, dos direitos fundamentais para que todos pos-sam viver plenamente a sua condição humana. Afinal, como cantou Gil “(...) só eu, eu cá

com meus botões de carne e osso, eu falo e ouço, eu penso e posso, eu posso decidir (...)”. Com certeza, cada criança a seu tempo e a

seu modo, pode pensar sobre sua essência como ser humano e sobre como estar neste mundo em que as fronteiras se abrem a cada dia exigindo consciência, sabedoria e parceria na escolha dos caminhos.

LITERATURA Para a leitura compartilhada, optamos por

um clássico, Júlio Verne. Por se tratar de ficção científica, repleta de imagens fantásticas e mui-ta emoção, acreditamos que “Viagem ao Centro da Terra” iria agradar à F5MB. A leitura come-çou um pouco tímida e foi, aos poucos, con-quistando a turma toda, que se envolveu na viagem do Professor Lidenbrock, seu sobrinho Axel e João, o fiel islandês, que tornou a aven-tura possível. Na apostila de literatura, vimos as biografias,

crônicas, contos, poesias e quadrinhos, todos gêneros literários bem conhecidos das crian-ças, mas que, revisitados numa apostila, nos forçam a um olhar mais atento para suas carac-terísticas. Com as crônicas fizemos uma diverti-da roda de leitura! Como vivemos na terra de grandes cronistas, resolvemos nos arriscar a produzir um texto próprio, que com uma adap-tação aqui outra ali, trouxe bons momentos de leitura para a sala de aula.

LÍNGUA PORTUGUESA Com o livro “Emília no País da Gramática”,

continuamos a brincadeira de conhecer novas classes gramaticais de forma lúdica, curiosa e indagativa. A segunda apostila inaugurou os

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verbos com questões sobre conteúdos formais, como tempos, modos, conjugações, frases, orações, sujeito e predicado, que possibilitaram muitas interações com o texto de Lobato e com a Língua. As Cruzadinhas, com suas tarefas para de-

ver de casa, são companheiras fieis na nossa constante aproximação com regras da gramáti-ca e reflexão sobre a escrita. Algumas crianças as encaram com muito humor, tratando-as co-mo uma gincana. Outras acham os conceitos áridos e misturam todos aqueles nomes que lhes parecem impessoais demais.

PRODUÇÃO DE TEXTO Nas produções de texto, a maioria apresenta

desenvoltura para a escrita, com boas ideias de personagens e acontecimentos, mas faltando lapidação. Outros ficam horas diante da folha em branco, numa autoexigência paralisante. Ainda estão construindo um equilíbrio para essas questões. Para alguns, escrever é brin-car, mas voltar ao texto para embelezar o voca-bulário, melhorar a pontuação, a ortografia ou a letra, não é nada sedutor e causa desânimo. Para os tímidos, usar bons modelos para se inspirar é uma boa saída para vencer a barreira da exposição. Para todos, nada melhor que ler e escrever muito para ganhar fluência e con-quistar momentos de intenso prazer.

TRIBO Mesmo para os que ficam, um momento de

passagem: último ano do segmento. Foram muitas as conquistas nesse espaço que, no Quinto Ano, mais do que nunca, é efetivamente das crianças. Espaço onde as dúvidas sobre tudo o que se passa na escola são trazidas; onde as relações entre os alunos, e também entre eles e os adultos da escola, são discuti-das; onde se conversa sobre as situações que podem interferir no funcionamento harmonioso das aulas, buscando formas de garantir um ambiente positivo para uma aprendizagem tran-quila. É, enfim, um espaço de participação, de escuta, de reivindicação por excelência. E to-dos sabem disso e fazem uso muito apropriado desses encontros semanais. Começamos o semestre conversando sobre

a Gripe A. Muito mobilizados e informados, todos sabiam um pouco sobre os cuidados necessários, mas ampliamos esse saber para os cuidados coletivos. Em pouco tempo foi pre-ciso retomar a conversa, falando agora sobre o desperdício. A novidade do álcool gel causou uma vontade de apertar a alavanca cada vez que passavam ao seu lado. Os copos descartá-veis enchiam, em poucos minutos, os tubos de lixo. Mais uma oportunidade de buscar saídas para o problema. Dedicamos algumas Tribos a refletir sobre

um dos tempos da vida: a velhice. A partir de histórias, documentários, anima-

ções, curtas e trechos de filmes, tivemos muitas conversas sobre o idoso e suas relações afeti-vas, o idoso e sua vida na nossa realidade, o idoso e cada um de nós. Fechamos o assunto com o filme “Dona Cristina perdeu a memória”, de Ana Luiza Azevedo, que, com enorme deli-cadeza e sensibilidade, mostra a relação de um

ma mais sistemática, o trabalho com frações. Rapidamente ficou clara sua relação com a divisão. Para organizar os estudos, a turma recebeu

a apostila do "Iceberg" que, entre outros objeti-vos, pretendia mostrar que as frações têm mais aplicação na nossa vida do que imaginamos. Aos poucos, para representar e calcular fra-

ções de inteiros, foram abrindo mão das cole-ções, material concreto que serviu de apoio para as contagens. Comparar frações e encontrar equivalências

foram desafios para todos, já que no campo dos racionais os números se comportam de uma maneira diferente daquela com que estão acostumados entre os números naturais. As relações numéricas “ser múltiplo de" e

"ser divisor de” ajudaram nas frações equiva-lentes. Algumas atividades utilizando retas numera-

das foram propostas para que as crianças ten-tassem compreender e comparar frações que valem mais que inteiros e aquelas que nem parecem frações por terem o mesmo valor que números naturais. Além de conhecerem as frações decimais,

chegaram a observar que essas frações podem ser registradas como percentuais, mas o tempo foi curto para esse novo conteúdo.

PROBLEMAS COM OS PROBLEMAS É previsível a dificuldade que as turmas cos-

tumam apresentar diante dos problemas envol-vendo frações. Ora porque demandam mais de uma operação, ora porque têm textos com de-talhes que definem soluções certas e erradas. E, por mais que tenhamos valorizado a repre-sentação gráfica, é comum, nessa fase, nega-rem o desenho das "barrinhas" e as "pizzas" como forma de entender e resolver o problema. É um investimento grande que precisamos fa-zer.

VITAMINADOS As Vitaminas foram comemoradas por al-

menino e uma senhora que vive em um asilo. Depois do filme, conversamos sobre essa

relação tão distante em idade, mas tão próxima em afetos e afinidades. Boa parte de nosso tempo foi dedicada às

conversas sobre assuntos variados do segundo segmento e, em particular, do Sexto Ano. Toda sorte de perguntas e sugestões, da cantina ao laboratório de ciências, foram colocadas. Co-nheceram muito bem o espaço na Feira Moder-na, tiveram aulas com alguns professores e fizeram uma breve avaliação muito positiva das duas experiências. A preparação para o passeio de formatura foi

na Tribo. Conversamos sobre o seu significado, dividimos quartos e falamos sobre as regras de convivência. Na volta, apreciamos as fotos e filmagens desses dois dias inesquecíveis, com muitas gargalhadas e, ao mesmo tempo, com uma emoção que mareou os olhos. O convívio com a turma da tarde foi cheio de surpresas. Aos poucos, foram se conhecendo melhor, encontrando afinidades e fazendo parcerias, certos de que estarão juntos no próximo ano, compartilhando muitas vivências e crescimen-tos. O relaxamento continua sendo vivenciado

por todos com muito envolvimento e seriedade. Entendem que é um momento de aprender fazendo. Assim, vão se familiarizando com técnicas

para diminuir o ritmo acelerado do pensamento e do coração, sempre que uma situação da vida precisar de mais calma. Na última Tribo do ano, as crianças relêem

os desejos escritos em fevereiro e se surpreen-dem com suas idéias registradas há dez me-ses. Numa roda, os queimam, tentando imagi-nar que todos os desejos, esses e muitos ou-tros, vão um dia se realizar.

MATEMÁTICA FRAÇÕES Começamos o semestre abordando, de for-

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guns e criticadas por outros. Mas o fato é que, durante a correção dos exercícios, mesmo os alunos que não completaram a tarefa, participa-ram ativamente, dando sugestões, fazendo críticas, analisando os enunciados. Claro que a mais comemorada das edições foi a última, que fez com que todo mundo assistisse ao desenho "Donald no País da Matemágica". Ah, se todos os deveres de casa fossem assim...

PROGRAMAS E CONTEÚDOS Organizar um currículo é mais que fazer uma

lista de saberes: é planejar atividades onde os conhecimentos se façam necessários e onde a construção de conceitos, atitudes e procedi-mentos seja feita de forma significativa, contan-do com as valiosas parcerias e interações. Dessa forma garantimos, minimamente, que

os conteúdos estejam direta ou indiretamente implicados e que os alunos se sintam motiva-dos a aprender. Normalmente eles percebem nossas intenções e verbalizam com clareza, o que é, para nós, motivo de muita satisfação. Traçamos, no início do ano, um programa

que, ao final do terceiro trimestre, não tinha sido totalmente coberto. Isso aconteceu porque preferimos dar um tratamento mais cuidadoso aos conteúdos, com um planejamento bastante atento às dificuldades e necessidades de cada grupo, a gerar uma pressa desnecessária, des-vinculando os conhecimentos de seus significa-dos e não preservando tempos distintos para contato, reflexão e aplicação.

FINALIZANDO Nas últimas semanas aproveitamos para

arquivar as tarefas avaliando o percurso e o trabalho que fizemos juntos. Conversamos sobre a importância da relação

de afeto e confiança e o ambiente de coopera-ção que construímos, elementos essenciais para as conquistas, para as superações e para o crescimento que, assim como o tempo, não param nunca...

INGLÊS O projeto sobre a banda “The Beatles” conta-

giou as crianças do Quinto Ano! A turma se

envolveu na realização das tarefas da gincana demonstrando interesse pelo tema. Formaram pequenos grupos e alguns deles se mostraram mais curiosos que outros, saindo em buscas de informações e fatos interessantes sobre o fan-tástico quarteto, que incrementaram as discus-sões e as conversas sobre a influência da sua música nas manifestações da juventude da época. Foram muitos os “links” estabelecidos entre

os papos nas aulas de Inglês e o caminho per-corrido nas aulas de Projeto. Observando as transformações musicais, físicas e no vestuário pelas quais o grupo pop passou, as crianças puderam perceber o quanto influenciaram e foram influenciados pelas mudanças sociais e políticas que marcaram as décadas de 60 e 70. As contribuições vindas de casa foram mui-

tas: revistas, livros contando a história do gru-po, registros de sua discografia, fotos e até discos de vinil e suas capas bacanas. Tudo

isso ilustrou bem a trajetória dos “Fab 4” e a-proximou as crianças de uma época não muito distante, porém diferente, da que vivemos hoje. As letras de algumas músicas também foram

trabalhadas. Escutamos várias e comparamos sonoridades, tipos de vocais e até mesmo o conteúdo dos versos. Assistimos a vários "vídeoclips" no "Youtube" que serviram, entre outras coisas, para a observação do fenômeno “Beatlesmania”. Paralelo a esse assunto tão instigante, fize-

mos algumas fichas do “Lets talk about” para recordarmos alguns conteúdos gramaticais importantes como o verbo modal "can" e seu uso nas formas interrogativas e negativas; a elaboração de frases fazendo uso do "there" + "to be"; e ainda identificando esses e outros conteúdos em pequenos parágrafos e textos.

ARTES Inauguramos o semestre apreciando a capa

da agenda retirada do filme "Viagem à Lua", de Georges Méliès, produzido no início do século XX. Assistimos ao filme e conversamos sobre algumas especificidades da linguagem, quando eram disponíveis poucos recursos técnicos. Destacamos a estrutura de cenário e encena-ção ainda muito parecidos com os utilizados nos espetáculos teatrais, as técnicas de anima-ção utilizadas, a atuação exagerada para dar conta da ausência do som. Resgatando o estu-do que fizemos no ano passado, conversamos sobre planos, chegando a observar que a pro-dução é quase toda em plano aberto. Buscando uma relação com o projeto da turma "Tempos de Busca", refletimos sobre como as hipóteses levantadas pelo diretor demonstram, hoje, o desconhecimento que tinham na época e a importância da imaginação para o desenvolvi-mento, não só da arte, como também para a ciência. A partir dessa experiência, propusemos que cada aluno transformasse seu retrato num

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objeto celeste, apropriando-se das informações que possuíam sobre ele, mas também dando asas a imaginação. Em seguida, dando continuidade ao estudo

que fizemos no primeiro semestre sobre abstra-ção, nos debruçamos sobre o movimento neo-concretista destacando, principalmente, a obra do Hélio Oiticica. Dessa leitura discutimos co-mo a obra de arte passou a sair do quadro e a tomar o espaço, como a interação do expecta-dor foi valorizada transformado a arte formal em vivencial, numa busca significativa de liber-dade. Destacamos, de suas produções mais importantes, os Relevos Espaciais, formas li-vres suspensas no espaço que convidam o espectador a caminhar em seu entorno, possi-bilitando maior interação e marcando a transi-ção da cor do quadro para o espaço; os Paran-golés, compostos por cores, texturas, grafismos e diferentes materiais que têm como suporte um corpo que experimenta através da dança, do movimento, do samba, um processo de au-to-transformação; os Penetráveis, arte ambien-tal que permite uma interação completa, intro-duzindo um caráter coletivo e social, convidan-do o espectador a uma exploração de "corpo inteiro" de outras possibilidades da cor e do espaço, tornando-o um participante, colocando-o no centro da estrutura e os Bólides, uma vari-ante da ideia da cor e do espaço, incluindo a interação e a participação motora, sensorial e conceitual do espectador. Desse estudo, parti-mos para a produção apresentada na exposi-ção da Feira Moderna. A escolha de Hélio Oiticica, para estudo nas

F5, era nosso objetivo quando começamos o semestre. Ninguém podia contar com a perda de grande parte de seu acervo no incêndio que mobilizou tanto a nós quanto às crianças. A exposição que realizaram se transformou numa homenagem e numa oportunidade de manifes-tarmos nossa admiração e reconhecimento. Terminamos o ano com um breve estudo

sobre o nu artístico, explorando as diversas formas de representação do corpo através da história da arte e colocando o desafio dessa representação. Esse trabalho procurou uma parceria com as aulas de Projeto sobre o corpo humano e sexualidade, proporcionando um outro olhar, uma apreciação estética, um voca-bulário adequado e uma abordagem diferencia-da dos apelos midiáticos que, muitas vezes, as impedem de conhecer e analisar criticamente a diversidade de padrões divulgados. Procura-

mos favorecer a reflexão sobre os estereótipos de beleza, trazendo diferentes contextos históri-cos e sociais. Esperamos que as experiências nas aulas de

Artes Visuais, tenham favorecido o desenvolvi-mento de habilidades estéticas de leitura, críti-ca e expressão e composto uma bagagem cul-tural que sirva como trampolim para muitas outras que possam ser vividas de forma mais intensa, pois nossas crianças possuem, hoje, uma diversidade maior de ferramentas para fruir e viver com arte.

MÚSICA Iniciamos o semestre inspirados pela ima-

gem da Lua na capa da agenda. Conversamos sobre a sua importância para a história da hu-manidade, lembramos do aniversário de qua-renta anos da ida à Lua e ouvimos e cantamos várias músicas que têm o astro como tema. Dessas músicas escolhemos a canção “Banho de Lua”. Depois de aprender a cantar, prepara-mos um arranjo usando metalofones, piano e instrumentos de percusão. Após alguns ensai-os, ficou pronta e fizemos apresentações para os colegas da escola. Em parceria com as au-las de Projeto e Artes Plásticas, que estudavam o Movimento Tropicalista, nos aprofundamos na história do movimento e, principalmente, dos compositores e letristas desse período, e ouvi-mos as canções buscando relacionar com o contexto histórico, social e estético da época. Retomando o aprendizado do pandeiro, nos

aprofundamos nos ritmos partido-alto, samba e funk. Ainda na linguagem rítmica, as crianças aprenderam o toque básico de samba no tan-tam e no tamborim. Pudemos por em prática o que foi aprendido na elaboração do arranjo da música “E o mundo não de acabou”, de Assis Valente. Por fazer parte do repertório de Car-mem Miranda, tivemos um boa oportunidade de conhecer um pouco de sua vida e obra, no ano de seu centenário. Foi desafiante executar um arranjo com tantos desenhos rítmicos diferen-tes e ainda cantar a música, mas o resultado foi gratificante e vai ser visto e ouvido na festa de encerramento.

CORAL Em nossos encontros semanais buscamos

sensibilizar as crianças para o despertar e o desenvolver de sua musicalidade, assim como o espírito de colaboração e companheirismo, buscando, sempre, o melhor resultado do con-junto; um resultado que seja ao mesmo tempo de todos e de cada um. Ao invés de trabalharmos um extenso núme-

ro de músicas, cantando-as a uma só voz, op-tamos por trabalhar um repertório mais reduzi-do, com arranjos mais elaborados, a duas ou mais vozes, que coloquem maiores desafios. Certamente procuramos fazer com que as mú-sicas introduzidas no repertório tenham uma boa aceitação e despertem entusiamo já nos primeiros ensaios. Com essa abordagem quali-tativa, as questões musicais podem ser mais aprofundadas em seus diversos aspectos como a polifonia, a dinâmica, a percussão corporal, a agógica. Procuramos buscar o entendimento de que

um Coral, apesar de necessitar de concentra-ção e cuidado, pode ser uma atividade extre-mamente prazerosa e divertida. Valorizamos o silêncio, não só como imprescindível para a atividade, mas também como parte dela! Sem silêncio não se escuta. E sem uma boa escuta não se faz música! Outro critério importante na definição do re-

pertório do coral é a coerência com o Projeto Institucional. "O Tempo", com certeza, atraves-sou todo o trabalho, não somente nas canções escolhidas, mas também como uma referência importante de reflexão e aquisição de sentido, já que a música e suas divisões rítmicas trans-correm no tempo. Assim, diversas noções associadas ao Tem-

po foram discutidas, como a necessidade das repetições, para que se possa alcançar um melhor resultado e a lembrança de etapas ante-riores da construção do trabalho. Uma conver-sa avaliativa na qual se procura relacionar fatos distanciados no tempo, acaba ampliando o significado do processo e de seus cortes tem-porais. Desta maneira, terminamos mais um ano

cantando um repertório razoavelmente comple-xo, polifônico, a até 3 vozes ou mais, se consi-

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derarmos as vozes adicionais nas intervenções da platéia durante as apresentações, além da percussão vocal e corporal. Depois da apresentação na Mostra de Artes,

as crianças tiveram a oportunidade de se apre-sentar ao ar livre, durante o encontro do Spanti-nha, na Lagoa, além de terem se apresentado internamente para as crianças menores, cum-prindo o papel de "formadores de platéia". Uma menção especial deve ser dada ao

Quarto Ano pela competência na superação de novos desafios, e ao Quinto Ano que, com sua maior experiência, pôde demonstrar um sentido de cooperação e união; e que todos sigam seus caminhos com alegria, companheirismo e muita música!

TEATRO Buscando uma integração com a arte viven-

cial de Hélio Oiticica, estudo que desenvolveri-am nas aulas de Artes Visuais, começamos o ano trabalhando com os cinco sentidos. Logo nas primeiras aulas fizemos um exercício que nada mais era que uma experiência sensorial. Um pedaço de algodão, a pétala de uma flor, canela em pó, uma caixinha de fósforo, gel de cabelo e um apito foram alguns dos diversos elementos que experimentamos através do tato, paladar, audição, olfato e visão. A propos-ta era narrar o que estavam sentindo e a que aquela sensação lhes remetia. Infelizmente, essa parte narrativa não foi bem sucedida. As crianças não estavam à vontade para expor suas sensações, nem se concentraram o sufici-ente para entender o que sentiam e colocar em palavras. O fato é que é realmente difícil des-crever o que se sente e, naquele momento, o importante parecia mesmo ser o sentir. Em seguida trabalhamos a composição do

personagem através das sensações: como seria uma pessoa áspera; ou uma pessoa gos-menta; uma pessoa azeda ou doce; ou, até mesmo, como seria uma pessoa dura por fora e mole por dentro. Esse trabalho foi bastante rico, inúmeros tipos foram criados de forma detalha-da, pensando no tom da voz, na forma de an-dar e gesticular.

Passamos, então, a estudar o teatro em Tempo de Liberdade, tema das aulas de Proje-to no início do segundo semestre. O material usado foi o teatro revolucionário feito no Brasil nas décadas de 60 e 70. Começamos com a história do Teatro de Arena, de São Paulo. Conversamos sobre as circunstâncias em que foi criado por José Renato, que decidiu os ato-res ficariam no centro e o público ao redor, aproximando e tornando mais direto o contato entre palco e plateia. Dessa forma, o público poderia ver os atores e a própria plateia, tor-nando a todos parte da mesma cena. Lembra-mos do sistema coringa de atuação, no qual todos os atores podem fazer todos os persona-gens, o que acaba com a hierarquia nas com-panhias teatrais. Falamos, também, sobre a adesão de Augusto Boal e Gianfrancesco Guar-niere, que escreveram peças sobre a luta pela liberdade como Arena Conta Zumbi (1965) e Arena Conta Tiradentes (1967). Separamos um trecho de Arena Conta Zumbi para encenar em sala de aula, em forma de arena, e usando o

sistema coringa de atuação. Em seguida, partimos para outros grupos

como o Teatro Opinião. Assistimos a um trecho do show Opinião, no qual Maria Bethânia canta Carcará. E conversamos sobre o Teatro do Oprimido, criado por Augusto Boal enquanto esteve exilado. Todo esse estudo foi bastante interessante e

enriquecedor. Fizemos algumas aulas pura-mente teóricas, nas quais conversávamos e debatíamos sobre a produção cultural e, princi-palmente, teatral durante a ditadura militar no Brasil, e aulas práticas, quando colocávamos em cena aquilo que havia sido discutido. Por fim passamos a preparar a Festa de En-

cerramento. Os alunos de F5 são os responsá-veis por conduzir e contar a história. O texto escolhido foi "O Homem que Roubava Horas", de Daniel Munduruku e Janaína Tokitaka, que conta a história de um velho mendigo que pas-sa os dias numa praça tentando roubar a pres-sa das pessoas. Nada mais adequado aos dias de hoje, quando não conseguimos prestar aten-ção em mais nada, pois estamos sempre atra-sados, sempre pensando no depois. Além dis-so, o texto também se encaixa perfeitamente ao projeto "Quanto Tempo o Tempo Tem?" Fizemos alguns exercícios de preparação

para o trabalho, mas não pudemos nos esten-der muito, já que o tempo não para. Assim que a adaptação ficou pronta, lemos o texto com as turmas, dividimos os personagens e iniciamos os ensaios.

EXPRESSÃO CORPPORAL Muitas conquistas foram feitas por essa tur-

ma nas aulas de Expressão Corporal! Começamos as aulas fazendo aquecimentos

que favoreceram a organização e a conscienti-zação da estrutura corporal. Retomamos o es-quema corporal e as funções de cada parte do corpo: os órgãos, tecidos (ósseo, envoltório, muscular), as articulações, cabeça, tronco e membros. Abordamos o controle motor e as possibilidades estéticas do movimento produzi-

Page 7: Relatório do Segundo Semestre / 2009 F5MB€¦ · vida. A montagem de um terrário, simulando a vida na Terra, possibilitou a observação de que todos os elementos necessários

das pelas diferentes qualidades que transfor-mam a ação dependendo da intenção e da força empregada. Depois de esquentar e acordar o corpo com

toda essa conversa, muitos exercícios foram feitos por essa turma que, até hoje, gosta de fazer “pizza de pé”! Vários alunos ainda pedem esse clássico exercício, conhecido por alguns desde a Pereirinha, que promove, além de a-longamentos, a reunião do grupo! Com a utilização dos materiais, realizamos

algumas atividades resgatando exercícios co-nhecidos e introduzindo novos desafios na sua execução. Em seguida começamos a abordar a arte da dança, considerando como ela é mani-festada hoje e traçando um percurso da sua historia. Alguns deslocamentos foram propos-tos, considerando suas tradições de exaltação da natureza, de louvor aos deuses da fecunda-ção, entre outras características das danças primitivas como o preparo para a guerra. A partir daí demos um salto no tempo e fizemos apreciações de alguns vídeos, no Youtube, visitando a obra de Pina Baush e de Merce Cunnigham. Fizemos exercícios inspirados nas técnicas desses dois grandes mestres que ino-varam a cena coreográfica. Fomos entendendo um pouco as mudanças

ocorridas ao longo dos tempos e como a lin-guagem da dança foi se transformando, tornan-

do-se tão eclética e rica em elementos surpre-endentes. Percebemos algumas dessas evolu-ções, considerando uma época em que o pa-drão único de referência para a dança como arte era o Balé Clássico. A partir daí, fizemos um recorte específico na nossa pesquisa, enfo-cando a dança no século XX até os dias atuais. Vimos fragmentos de coreografias, tanto dos precursores do movimento que buscou a liber-dade de expressão como fonte inspiradora, como de destaques da cena contemporânea. Entre eles Isadora Duncan, Nijinsky, Mary Wig-man, Martha Graham, Merce Cunnigham, Pina Baush, Débora Colker, Grupo Corpo e tantos outros que, com seus trabalhos e inovações, consolidaram, a partir da década de trinta, a chamada Dança Moderna e Contemporânea. Por fim percebemos que muitas atividades rea-lizadas nas aulas utilizam os mesmos elemen-tos que foram estudados: pés descalços, impro-visos, repetição, dançar com o som do próprio corpo, usar os movimentos cotidianos em se-qüências combinadas, entre outros. Essa turma segue para o segundo segmento

do Ensino Fundamental com uma experiência estética e corporal bastante significativa que, certamente, favorecerá o desenvolvimento e aperfeiçoamento de novas habilidades, da

consciência corporal e de sua expressividade.

EDUCAÇÃO FÍSICA Após um longo recesso, retornamos aos

jogos e brincadeiras do Pereirão com alegria e entusiasmo. O tempo parecia sempre pouco para tanta energia. Os jogos já conhecidos como futebol, hande-

bol, basquete, queimado e pique-bandeira con-tinuaram divertindo a garotada. E, com o tem-po, pudemos perceber o quanto as crianças melhoraram seu deslocamento no espaço e suas habilidades, realizando, com maior destre-za, ações como correr e parar, mudar de dire-ção, girar, saltar, arremessar. Como os grupos vêm se esforçando para

realizar o trabalho coletivo, nos “Pereirões Li-vres”, com liberdade, as crianças puderam es-colher suas brincadeiras favoritas, se organiza-ram em pequenos grupos, demonstrando auto-nomia e todos puderam se divertir no mesmo espaço, simultaneamente Este grupo não gosta de perder tempo com

explicações ou conversas, quer ir direto ao ponto, ou melhor, ao jogo. As crianças são bas-tante competentes para se organizarem em times e escolherem o jogo.