RELATÓRIO FINAL - 12/2017 · partir de análise de solo de acordo com a recomendação da...
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RELATÓRIO FINAL - 12/2017
Projeto Agrisus No: 1877/16
Título da Pesquisa: Produtividade de culturas e frações químicas da matéria orgânica em
solos com longo histórico de uso de fontes de nutrientes em sistema plantio direto no
Sul do Brasil.
Interessado (Coordenador do Projeto): Cledimar Rogério Lourenzi
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina
Centro de Ciências Agrárias
Departamento de Engenharia Rural
Rodovia Admar Gonzaga, 1346
CEP: 88034-000
Itacorubi, Florianópolis (SC)
Local da Pesquisa: Universidade Federal de Santa Catarina
Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 16.300,00
Vigência do Projeto: 25/07/16 a 31/12/17
RESUMO DO RELATÓRIO FINAL
O projeto inicial apresentou o objetivo geral de avaliar a produtividade de
culturas e alterações nas frações químicas da matéria orgânica em solos com longo
histórico de uso de fontes de nutrientes em sistema plantio direto na região Sul do
Brasil. Após a condução do projeto, as principais conclusões são que o uso de fontes
orgânicas de nutrientes é uma alternativa altamente viável aos agricultores que possuem
esses resíduos na propriedade, pois refletem em incremento na produtividade de grãos
das culturas, bem como de matéria seca. Também promovem incrementos nos teores de
COT do solo, o que é altamente desejável uma vez que esse parâmetro é um dos
principais fatores levados em consideração na avaliação da qualidade do solo. O uso de
fontes orgânicas de nutrientes também promove alteração na distribuição do C nas
frações químicas da matéria orgânica do solo bem como altera a reatividade das frações
húmicas, o que pode ser altamente desejável, uma vez que a matéria orgânica do solo é
fundamental para a capacidade de troca de íons, complexação de metais, poder
tamponante da acidez, agregação do solo, entre outros, afetando a qualidade química,
física e biológica do solo.
1. INTRODUÇÃO
A região sul do Brasil é responsável pela criação de mais de 54% dos suínos
(ABIPECS, 2012) e por, aproximadamente, 32% da produção nacional de leite
(Embrapa, 2012). Estas duas atividades, devido ao elevado número de animais em
criação, geram grande volume de dejetos líquidos ou sólidos. Esses dejetos podem ser
aplicados no solo como fonte de nutrientes como o nitrogênio (N), fósforo (P), potássio
(K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), cobre (Cu) e zinco (Zn) em culturas anuais ou
pastagens, aumentando a ciclagem de nutrientes na propriedade, o que pode diminuir os
custos com a aquisição de fertilizantes industrializados.
Entretanto, ao contrário dos fertilizantes minerais que podem ser formulados
para as mais diversas condições de cultivo e de solo, os dejetos apresentam
simultaneamente nutrientes em quantidades desproporcionais em relação à recomendada
para as plantas (CQFS - RS/SC, 2016) e a capacidade de adsorção pelo solo (McDowell
et al., 2001; Berwanger et al., 2008). Assim, as adubações em excesso ou sucessivas
com dejeto de animais podem ocasionar alterações nos atributos químicos do solo
(Adeli et al., 2008; Scherer et al., 2010; Lourenzi et al., 2011; Brunetto et al., 2012;
Lourenzi et al., 2013; Lourenzi et al., 2016) e provocar impactos ambientais
indesejáveis como a poluição das águas superficiais (Ceretta et al., 2005; Sweeney et
al., 2012; Wang et al., 2013) e subsuperficiais (Basso et al., 2005; Carneiro et al., 2012;
Sorensen & Rubaek, 2012; Girotto et al., 2013). Dessa forma, antes da implantação de
cada cultura é importante utilizar alguns critérios técnicos para estabelecer as doses das
fontes de nutrientes que serão aplicadas, com o intuito de obter produtividade
satisfatória e minimizar os danos ao meio ambiente.
Mesmo com a utilização de critérios para a definição das doses das fontes de
nutrientes, aplicações frequentes em uma mesma área, especialmente em solos sob
sistema plantio direto, podem causar alterações nos atributos químicos do solo (Ceretta
et al., 2003; Adeli et al., 2008; Scherer et al., 2010; Guardini et al., 2012). Essas
alterações podem promover melhorias no ambiente para o desenvolvimento radicular
das plantas, como a elevação do pH do solo e a redução dos teores de saturação por
alumínio, como observado por Brunetto et al. (2012) em estudo avaliando as alterações
dos atributos químicos de um Argissolo em Braço do Norte (SC) após oito anos de
aplicações de dejeto líquido de suínos e cama sobreposta de suínos. Além disso, as
sucessivas aplicações de dejetos tendem a aumentar a concentração de nutrientes e
metais pesados na superfície do solo (Adeli et al., 2008; Scherer et al., 2010; Guardini et
al., 2012), o que pode exceder as exigências nutricionais das plantas (Adeli et al., 2003).
Entretanto, a maioria dos trabalhos são unânimes em apontar que o uso de dejetos
aumenta a produtividade de grãos e matéria seca pelas culturas (Assmann et al., 2007;
Ciancio et al., 2014; Lourenzi et al., 2014), o que significa maior aporte de resíduos
sobre o solo.
A aplicação de dejeto de suínos também representa uma adição de carbono e que
pode representar mudanças na matéria orgânica do solo não só sob o ponto de vista
quantitativo, mas também qualitativo. Por isso, repetidas aplicações de resíduos
orgânicos de origem animal podem incrementar o teor de matéria orgânica do solo,
como observado por Adeli et al. (2008) e Lourenzi et al. (2011), já que esse material
orgânico adicionado ao solo tem em sua composição polissacarídeos, lipídios, proteínas
e outros compostos aromáticos (Dinel & Gregorich, 1995), que diferem também em sua
biodegradabilidade. Isso mostra que todo o resíduo orgânico adicionado ao solo não
pode ser avaliado só sob o ponto quantitativo, mas também qualitativo, já que ambos
são importantes no balanço e qualidade da matéria orgânica do solo.
A aplicação continuada de dejeto de suínos pode alterar as características
relacionadas à qualidade do solo. As alterações podem ser benéficas, desde que as doses
aplicadas sejam adequadas, podendo aumentar a biomassa microbiana e sua atividade na
ciclagem de nutrientes e outros processos, assim como a acumulação do carbono e
nutrientes na camada superficial do solo. Além do teor de matéria orgânica, a adição de
compostos orgânicos pode causar mudanças na qualidade e funcionalidade da matéria
orgânica do solo e, por isso, vem sendo amplamente utilizados em estudos da qualidade
do solo. A matéria orgânica do solo desempenha papel fundamental na capacidade dos
solos em complexar elementos potencialmente tóxicos ao meio ambiente. Em áreas que
recebem aplicações de dejetos, elementos como o P, Cu e Zn tendem acumular,
especialmente, nas camadas superficiais do solo (Ceretta et al., 2010; Girotto et al.,
2010; Basso et al., 2012), sendo que incrementos nos teores de matéria orgânica do solo
e também alterações na sua funcionalidade, podem refletir em reduções significativas
das frações mais lábeis desses elementos devido à grande afinidade dos compostos
orgânicos com esses elementos, especialmente as frações ácido fúlvico e ácido húmico
(Hernández et al., 2006; Hernández et al., 2007).
O objetivo do presente relatório é apresentar os resultados obtidos quanto a
produtividade de culturas e alterações nas frações químicas da matéria orgânica em
solos com longo histórico de uso de fontes de nutrientes em sistema plantio direto na
região Sul do Brasil.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. Localização e caracterização da área de estudo
Para a realização do presente estudo foram utilizados dois experimentos sendo
que as avaliações foram realizadas nas culturas do milho e aveia na safra 2016/2017 em
ambos os experimentos. O experimento 1 foi instalado em julho de 2004 em área
experimental do Departamento de Solos da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM), Santa Maria, na região da Depressão Central do Estado do Rio Grande do Sul.
O solo do experimento é um Argissolo Vermelho distrófico arênico (Santos et al.,
2013). O clima da região é subtropical úmido, tipo Cfa 2, conforme classificação de
Köppen. As médias anuais de temperatura, precipitação e umidade relativa do ar são
correspondentes a 19,2ºC, 1708 mm e 82%, respectivamente.
O experimento 2 foi instalado em setembro de 2013 em uma propriedade
suinícola situada no município de Braço do Norte, região sul do estado de Santa
Catarina. O solo foi classificado como Argissolo Vermelho amarelo (Santos et al.,
2013) e, antes da implantação do experimento, a área experimental apresentava um
histórico de produção de milho com aplicações esporádicas de dejeto líquido suíno. O
clima da região é subtropical úmido, tipo Cfa, conforme classificação de Köppen. As
médias anuais de temperatura e precipitação são correspondentes a 18,7ºC e 1471 mm,
respectivamente.
2.2. Delineamento experimental, tratamentos e sistemas de cultura
2.2.1. Experimento 1
A área experimental vem sendo manejada sob sistema plantio direto e recebe a
aplicação das fontes de nutrientes desde o ano de 2004, com uma aplicação anual,
sempre antecedendo a cultura do milho (Zea mays L.), tendo a aveia preta (Avena
strigosa Schreb.) como cultura sucessora, totalizando seis aplicações até o ano agrícola
de 2009/2010. A partir do inverno do ano de 2010, passou-se a realizar aplicações das
fontes de nutrientes antes da implantação de cada cultura da sucessão, com o propósito
de simular as aplicações realizadas pelo produtor. A partir do ano agrícola 2010/2011,
as rotações de culturas utilizadas no experimento foram: milho e aveia preta, nos anos
agrícolas 2010/2011 e 2011/2012; feijão preto (Phaseolus vulgaris L.) e aveia preta, no
ano agrícola 2012/2013; milho e trigo (Triticum spp.), no ano agrícola 2013/2014; e
milho e aveia preta, nos anos agrícolas 2014/2015, 2015/2016 e 2016/2017.
O delineamento experimental é de blocos ao acaso com quatro repetições, em
parcelas de 5 x 5 m, totalizando uma área útil de 25 m2. Os tratamentos utilizados
foram: sem adubação (Test); dejeto líquido de suínos (DLS); dejeto líquido de bovinos
(DLB); cama sobreposta de suínos (CSS); e adubação mineral (NPK). A dose a ser
aplicada de cada fonte de nutriente foi estabelecida para suprir a recomendação de N
pela cultura a ser implantada, sendo que, para isso, foi utilizada a recomendação de N
estabelecida pela CQFS-RS/SC (2016) para a cultura em questão e o teor de N
encontrado nas fontes de nutrientes através de análises laboratoriais. A adubação
mineral (NPK) foi realizada a partir de análise de solo de acordo com a recomendação
da CQFS-RS/SC (2016).
2.2.2. Experimento 2
O experimento vem sendo conduzido sob sistema plantio direto utilizando a
sucessão aveia preta e milho. As aplicações das fontes de nutrientes foram realizadas
antecedendo a implantação de cada cultura. O delineamento experimental é de blocos
casualisados com cinco tratamentos e quatro repetições, onde cada parcela possui
dimensões de 6,5 m por 8,0 m (52 m²). Os tratamentos utilizados foram: sem adubação
(Test), adubação mineral (AM), seguindo a recomendação para a cultura do milho e da
aveia (CQFS-RS/SC, 2016); composto orgânico + NPK (CDS); dejeto líquido de suínos
+ NPK (DLlim); e dejeto líquido suíno (DL100). A dose a ser aplicada de cada fonte de
nutriente foi estabelecida para suprir a recomendação de N pela cultura a ser
implantada, sendo que, para isso, foi utilizada a recomendação de N estabelecida pela
CQFS-RS/SC (2016) para a cultura em questão e o teor de N encontrado nas fontes de
nutrientes através de análises laboratoriais. A adubação mineral (AQ) foi realizada a
partir de análise de solo de acordo com a recomendação da CQFS-RS/SC (2016).
2.3. Coleta e fracionamento químico da matéria orgânica do solo
2.3.1. Coleta das amostras de solo
Nos dois experimentos foi realizada coleta de solo após a colheita da cultura do
milho, em abril de 2017. As amostras de solo foram coletadas em todos os tratamentos
e, para isso, foi aberta uma trincheira de 40 x 40 x 40 cm e coletadas amostras
utilizando-se uma pá de corte nas seguintes camadas: 0-5, 5-10 e 10-20 cm. Em seguida,
as amostras foram devidamente acondicionadas em sacos plásticos e encaminhadas ao
Laboratório de Química e Fertilidade do Solo da Universidade Federal de Santa
Catarina onde permaneceram á -2ºC até o momento do fracionamento químico da
matéria orgânica do solo.
2.3.2. Carbono orgânico total e fracionamento químico da matéria orgânica do
solo
Os teores de carbono orgânico total (COT) foram determinados de acordo com
metodologia descrita por Embrapa (1997), com adaptações para etapa de aquecimento
em bloco digestor, conforme descrito por Girotto (2007). O fracionamento químico da
matéria orgânica do solo foi realizado conforme método descrito por Almeida (2011),
obtendo-se as frações matéria orgânica particulada (MOP), substâncias não húmicas
extraíveis por ácido clorídrico (HCl), ácido fúlvico (AF), ácido húmico (AH) e humina
(HU). Para a obtenção da matéria orgânica particulada (MOP), com densidade <1,0 g
cm-3, e para a extração simultânea das substâncias não-húmicas, foram adicionados 30
mL de HCl 0,1 mol L-1 em 5 g de solo sendo a suspensão agitada mecanicamente por 2
h. em seguida, a suspensão foi centrifugada (10 min, 3.500 rpm) e o sobrenadante
filtrado através de uma membrana de papel (0,45 μm). Repetindo-se esse procedimento
três vezes. A MOP retida no filtro foi quantificada, descartada e o extrato contendo as
substâncias não-húmicas extraíveis em HCl teve seu volume medido e mantido a 4 °C.
O teor de C na MOP (C-MOP) foi obtido dividindo-se o teor de MOP pelo fator de van
Bemmelen (1,724).
Para o fracionamento químico das substâncias húmicas foram adicionados 30
mL de solução de NaOH 0,5 mol L-1 nos mesmos frascos contendo os 5 g de solo e a
suspensão foi agitada mecanicamente durante 3 h e, posteriormente, centrifugada (10
min, 3.500 rpm). Esse procedimento foi repetido até o sobrenadante tornar-se límpido.
Depois, foi medido o volume total do extrato alcalino (EA) e uma alíquota de 20 mL
armazenada a 4ºC. O restante da solução teve o pH ajustado para 2,0 com solução de
HCl 4,0 mol L-1 e a suspensão deixou-se em repouso por 24 h. O ácido húmico
precipitado foi separado do ácido fúlvico por centrifugação (10 min, 1.500 g). Uma
alíquota de 20 mL de AF armazenada a 4 ºC e o restante foi purificado em resina XAD8
e, em seguida, eluídas com solução de NaOH 0,1 mol L-1. Acidificou-se o eluato com
solução de HCl 0,1 mol L-1 até pH 2,0, mantendo-se em agitação magnética por 3 h para
assegurar a protonação dos grupos carboxílicos destas frações. Posteriormente, o AF foi
dialisado em membranas de cut-off de 1 kDa (Sigma Aldrich) até teste negativo para
cloreto com solução concentrada de AgNO3, sendo secos em estufa a 60°C para
obtenção da fração sólida do AF. O AH obtido foi submetido a lavagem com solução de
HF/HCl 5%, sob agitação mecânica durante 2 h, repetindo-se três vezes o procedimento,
seco em estufa a 60ºC, obtendo-se assim a fração sólida do AH.
As amostras de solo que contém a matéria orgânica insolúvel após as extrações
com NaOH, que corresponde a fração HU da matéria orgânica do solo, foram secas a
60ºC e determinados os teores totais de C (C-HU) conforme metodologia descrita em
Embrapa (1997). Nas frações líquidas de HCl (C-HCl), do extrato alcalino (C-EA) e do
AF (C-AF) foram determinados os teores de C de acordo com Dick et al. (1998). Os
teores de C da fração AH (C-AH) foram obtidos pela subtração dos teores de C-AF dos
teores de C-EA (C-AH= C-EA - C-AF). As frações sólidas de AF e AH, da camada 0-5
cm, foram submetidas a análise de Espectroscopia de Infravermelho com Transformada
de Fourier (FTIR) para identificar os principais grupos funcionais presentes e as
possíveis alterações provocadas pelo uso das fontes orgânicas de nutrientes. A
atribuição das bandas de absorção foi realizada segundo Tan (1996).
2.4. Produtividade de grãos e matéria seca das culturas
Nos dois experimentos foi avaliada a produtividade de grãos da cultura do milho
e a produção de matéria seca da aveia na safra 2016/2017. A produtividade de grãos da
cultura do milho foi realizada após a maturação fisiológica da cultura. Para isso foi
realizada a colheita em uma área útil de 18 e 36 m2 em cada unidade experimental do
experimento 1 e experimento 2, respectivamente, excetuando as bordaduras. Após a
colheita, foram realizadas as determinações de impurezas e umidade dos grãos, sendo os
dados ajustados para umidade de 13%.
Para a avaliação da produção de matéria seca (MS) da cultura da aveia foi
coletada uma área útil de 0,25 m2 por unidade experimental em estádio de pleno
florescimento. Após a coleta, as amostras foram secas á 65 ºC em estufa com circulação
de ar forçado até peso constante, pesadas e determinou-se a produção de matéria seca.
2.5. Análises Estatísticas
Os dados obtidos foram submetidos a análise da variância e, quando observadas
diferenças estatísticas entre os tratamentos, as médias foram comparadas utilizando o
teste de médias Skott Knott a 5% de probabilidade de erro.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Matéria orgânica do solo
3.1.1. Carbono orgânico total
Em ambos os experimentos avaliados, os maiores teores de COT foram
observados na camada 0-5 cm (Figuras 1a e 1b). Nessa profundidade, no experimento 1
a aplicação de CSS apresentou os maiores teores de COT e os demais tratamentos não
apresentaram diferença em relação ao solo que não recebeu aplicação (Figura 1a). Para
o experimento 2, todos os tratamentos que receberam aplicação de nutrientes
apresentaram teores de COT mais elevados que o tratamento sem aplicação, com
exceção do DLlim (Figura 1b). Esses resultados podem ser atribuídos a adição de
grandes quantidades de nutrientes com as fontes de nutrientes utilizadas, que promovem
maiores produções de matéria seca pelas culturas (Lourenzi et al., 2014), aumentando o
aporte de resíduos vegetais na superfície do solo e, consequentemente, incrementando
os teores de carbono orgânico total (Adeli et al., 2008; Lourenzi et al., 2011). Além
disso, a deposição das fontes orgânicas, em ambos os experimentos, sobre os restos
culturais das culturas diminui a área de contato com o solo, retardando a atividade da
biomassa microbiana e, por consequência, a mineralização do carbono adicionado
(Falleiro et al., 2003).
Tratamentos
Test AM CDSlim DLlim DL100
Tratamentos
Test DLS DLB CSS NPK
CO
T,
g kg-1
0
5
10
15
20
25
30
0-5 cm
5-10 cm
10-20 cm
(b)(a)
aB
bC
cA
aB
bC
cA
aA
bC
cA
aA
bB
cA
aB
bDcA
aB
aCaA
aAaA
bAaBaB
bA
aA
bB
cA
aAaA
bA
Figura 1. Carbono orgânico total (COT) do solo do experimento 1 (a), conduzido em
Argissolo Vermelho em Santa Maria/RS, e do experimento 2 (b), conduzido em
Argissolo Vermelho Amarelo em Braço do Norte/SC. Médias seguidas de mesma letra
minúscula, no mesmo tratamento, e maiúscula, na mesma profundidade, não diferem estatisticamente
pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade de erro.
3.1.2. Frações químicas da matéria orgânica do solo
As aplicações de dejetos de animais e adubação mineral, além de aumentar os
teores de COT no solo, também alteraram a distribuição das frações químicas na MOS.
Em relação a matéria orgânica particulada (MOP), pode-se observar um comportamento
semelhante entre os experimentos avaliados no que se refere a quantidade de carbono
nessa fração, com maiores valores observados na camada superficial (0-5 cm) (Tabela 1,
Tabela 2 e Figura 2). Este fato está intimamente relacionado ao tipo de manejo que é
utilizado nas áreas e, assim como constatado por Bayer et al. (2004), por ser a fração
que compõe uma das camadas mais superficiais do solo é a principal fração a ser
alterada, tanto com o processo de degradação quanto o de acumulo de carbono no solo.
Tabela 1. Teores de C nas frações químicas da matéria orgânica do solo do experimento
1, conduzido em Argissolo Vermelho em Santa Maria/RS, e que recebe aplicação dos
tratamentos desde 2004.
Prof. (cm) Test DLS DLB CSS NPK CV (%)
C-MOP (g kg-1)
0-5 2,14 nsB 2,35 aB 1,92 nsB 4,22 aA 1,50 bC 11,41
5-10 2,96 A 1,11 bC 1,98 B 2,04 bB 2,06 aB 10,69
10-20 2,05 A 0,95 bB 1,59 A 1,21 cB 0,56 cB 35,63
CV (%) 22,31 22,42 13,87 9,40 14,58
C-HCl (g kg-1)
0-5 0,83 aB 0,96 aB 0,88 aB 1,47 aA 1,06 aB 22,61
5-10 0,36 bB 0,46 bB 0,65 aA 0,68 bA 0,36 bB 22,89
10-20 0,00 cB 0,00 cB 0,00 bB 0,00 cB 0,09 cA 0,87
CV (%) 19,27 40,55 32,25 29,41 4,39
C-AF (g kg-1)
0-5 4,01 aC 3,58 aC 4,12 aC 6,69 aA 5,48 aB 5,38
5-10 0,70 bB 1,23 bA 0,46 bB 0,66 bB 1,23 bA 19,85
10-20 0,12 cB 0,08 cB 0,19 bA 0,17 cA 0,08 cB 19,62
CV (%) 2,39 11,57 11,79 6,96 10,53
C-AH (g kg-1)
0-5 3,57 aB 2,48 bD 1,94 bE 4,72 aA 3,11 aC 6,67
5-10 3,08 bB 4,07 aB 2,59 aB 2,74 cB 2,25 bA 11,49
10-20 2,66 bB 2,83 bB 2,39 aB 3,68 bA 2,83 aB 14,44
CV (%) 7,52 17,23 9,69 8,97 8,00
C-HU (g kg-1)
0-5 0,95 nsA 1,5 nsA 1,09 bA 2,10 bA 0,19 bA 41,75
5-10 1,61 C 1,03 C 8,03 aA 5,81 aA 0,43 bC 17,67
10-20 0,86 B 2,11 a 1,04 bB 0,45 cB 1,93 aA 34,39
CV (%) 35,31 37,35 13,14 26,82 28,62
Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, e maiúscula, na linha, não diferem
estatisticamente pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade de erro; ns: não significativo.
Para as demais frações, o Argissolo Vermelho do experimento 1 apresentou
maiores teores de C nas frações AF e AH enquanto que o Argissolo Vermelho Amarelo
do experimento 2 apresentou maiores teores de C na fração HU (Tabela 1, Tabela 2 e
Figura 2). As frações AF e AH constituem a fração mais reativa da matéria orgânica do
solo, devido a maior proporção de grupos funcionais, como carboxílicos e fenólicos,
contribuindo para as propriedades químicas do solo, principalmente na capacidade de
troca de cátions, complexação de metais e contaminantes do solo (Almeida, 2011). As
aplicações das fontes orgânicas de nutrientes proporcionaram incrementos nos teores de
C ligados ao AF e AH, especialmente com a aplicação da CSS (Tabela 1 e Figura 2).
Dessa forma, fica evidente que a reatividade dos solos que recebem aplicações de
resíduos orgânicos tende a aumentar, o que é altamente desejável no que diz respeito a
capacidade do solo em reter elementos, especialmente os metais pesados adicionados ao
solo juntamente com os dejetos.
Tabela 2. Teores de C nas frações químicas da matéria orgânica do solo do experimento
2, conduzido em Argissolo Vermelho Amarelo em Braço do Norte/SC, e que recebe
aplicação dos tratamentos desde 2013.
Prof. (cm) Test DLlim DL100 CDS AQ CV (%)
C-MOP (g kg-1)
0-5 3,36 nsA 3,84 aA 2,88 aA 1,55 bB 0,99 cB 29,92
5-10 3,17 A 3,17 bB 0,86 bC 1,97 aB 2,18 bB 14,07
10-20 2,62 A 2,62 bB 1,43 bB 0,38 cC 2,62 aA 11,04
CV (%) 28,43 20,22 21,13 11,33 6,13
C- HCl (g kg-1)
0-5 0,08 bC 0,12 bC 0,86 aA 0,93 aB 0,83 nsB 12,61
5-10 0,20 bB 0,16 bB 0,73 bA 0,72 bA 0,79 A 11,46
10-20 0,38 aD 1,18 aA 0,80 bB 0,64 bC 0,90 B 15,68
CV (%) 45,79 11,48 11,7 13,82 9,13
C-AF (g kg-1)
0-5 1,45 aA 1,63 aA 1,65 aA 1,07 aB 0,64 nsC 11,98
5-10 1,31 aA 1,17 bA 1,18 aA 0,34 bB 0,64 B 19,24
10-20 0,88 bC 1,59 aB 2,04 aA 0,15 bE 0,44 D 14,79
CV (%) 8,17 5,56 16,32 26,57 27,42
C-AH (g kg-1)
0-5 2,70 aC 6,48 aA 3,39 aB 3,71 nsB 2,70 aC 11,86
5-10 3,08 aB 4,54 bA 2,48 bB 2,63 B 1,76 bC 13,19
10-20 2,06 aA 1,27 cB 1,16 cB 2,79 A 1,38 cB 24,35
CV (%) 15,04 11,19 19,06 17,66 7,90
C-HU (g kg-1)
0-5 9,42 aD 4,00 bC 11,51 aB 11,62 nsB 14,08 aA 10,09
5-10 6,5 bD 8,84 aC 11,08 aB 13,26 A 13,77 aA 8,65
10-20 7,05 bB 7,77 aB 7,78 bB 11,41 A 9,50 bA 12,78
CV (%) 12,10 14,02 11,63 8,54 7,97
Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, e maiúscula, na linha, não diferem
estatisticamente pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade de erro; ns: não significativo.
0-5
5-10
10-20
0-5
5-10
10-20
Profu
ndid
ade, cm 0-5
5-10
10-20
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
0-5
5-10
10-20
%
0 20 40 60 80 100
0-5
5-10
10-20
%
0 20 40 60 80 100
(f)
(g)
(h)
(i)
(j)
MOP HCl AF AH HU
Figura 2. Distribuição percentual de C nas frações da matéria orgânica do solo nos
tratamentos Test (a), DLS (b), DLB (c), CSS (d) e NPK (e) do experimento 1,
conduzido em Argissolo Vermelho em Santa Maria/RS, e nos tratamentos Test (f),
DLlim (g), DL100 (h), CDS (i) e AM (j) do experimento 2, conduzido em Argissolo
Vermelho Amarelo em Braço do Norte/SC.
No que se refere a fração humina (HU), pode-se observar que esta fração, na
maioria dos tratamentos e profundidades avaliadas no experimento 2, é a que apresentou
maiores teores de C (Tabela 2 e Figura 2). Essa fração representa o C protegido pela
fase mineral do solo e apresenta papel importante nas propriedades físicas do solo,
como a agregação e estruturação, bem como é importante para propriedades químicas
como a CTC (Almeida, 2011). O fato do solo estudado apresentar textura arenosa
dificulta a proteção do C nesse solo, tornando-o mais vulnerável as perdas e,
consequentemente, dificultando os incrementos dos teores de matéria orgânica nesse
solo.
As alterações nos equilíbrios físico-químicos do solo, em virtude da aplicação
das fontes de nutrientes, alteraram a dinâmica das substâncias húmicas em ambos os
solos, como também observado por Santana et al. (2011), em estudo realizado em
Latossolo submetido a três manejos distintos. A estabilização do C no solo pela
interação com óxidos e hidróxidos de Fe e Al ocorre através da adsorção,
aprisionamento ou formação de complexos (Kaiser e Guggenberger, 2007; Wagai e
Mayer, 2007). Dessa forma, os teores de argila do solo, a mineralogia da fração argila e
os teores de óxidos e hidróxidos de Fe e Al apresentam influência significativa na
redução da labilidade e aumento na estabilização do C no solo (Bruun et al., 2010).
3.1.3. Espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier – FTIR
Os espectros de FTIR dos AF e AH da camada de 0-5 cm de ambos os solos
apresentaram o mesmo padrão (Figura 3a, 3b, 3c e 3d), sendo identificadas as seguintes
bandas de absorção e respectivas atribuições: banda larga em 3400 cm-1 atribuída aos
grupamentos OH em ponte; banda na região de 2958-2843 cm-1 devido ao estiramento
C-H alifático; banda em 1728 cm-1 referente ao estiramento C=O do grupo carboxílico;
banda na região em 1660-1600 cm-1, atribuída ao estiramento C=C aromático, podendo
ocorrer alguma contribuição do estiramento de C=O dos grupos amida, quinonas e/ou
cetonas conjugadas; banda na região de 1540, atribuída a deformação da ligação N-H e
alongamento da ligação C=N das amidas; banda em torno de 1400 cm-1 devido ao
estiramento C-H alifático; banda em torno de 1260 cm-1 atribuída ao estiramento C-O e
à deformação OH do grupo carboxílico; e banda em 1030 cm-1 correspondente aos
estiramentos de Si-O de impurezas inorgânicas.
As bandas de absorção na região de 2925-2846 cm-1 foram mais intensas nos
AHs que nos AFs, com exceção do AF do CSS (Figura 3a), enquanto que as bandas na
região de 1660-1600 cm-1 foram mais intensas nos AFs do que nos AHs. (Fig. 5a e 5b).
Isso confere aos AH um caráter mais alifático, como observado por Hernadez et al.
(2006) e Hernandez et al. (2007). Segundo esses autores, os AH presentes nos dejetos
apresentam caráter mais alifático do que os AH presentes no solo, assim, quando
aplicado ao solo, que apresenta melhores condições de aeração em relação às condições
anaeróbias de armazenamento dos dejetos, podem favorecer as reações de oxidação que
levam à a formação de grupos funcionais oxigenados, como o carboxílico, alterando a
reatividade das frações húmicas da matéria orgânica do solo.
Figura 3. Espectros de infravermelho com transformada de Fourier da fração AF (a) e
AH (c) do experimento 1, conduzido em Argissolo Vermelho em Santa Maria/RS, e da
fração AF (b) e AH (d) do experimento 2, conduzido em Argissolo Vermelho Amarelo
em Braço do Norte/SC.
3.2. Produtividade de grãos e matéria seca
As diferentes fontes de nutrientes mostraram-se eficientes em aumentar a
produtividade de grãos da cultura do milho somente no experimento 1 na safra
2016/2017 (Figuras 4a e 4b). No experimento 1, as maiores produtividades de grãos de
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
DLB
NPK
CSS
DLS Test
1041 1247 1392 1444
1556
1647
2889 2926
3404
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
DL100
Test
AM
CDS DLlim
1155 1228
1384 1456
1564 1647
1728
2868
2958
3412
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
DLS
CSS
NPK
Test
DLB
1234
1450
1552
1647
1707
2848 2924
3412
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
DL100
DLlim
AM
CDS
Test
1112
1215
1458
1558 1641
1707
2843
2926 3406
(a) (b)
(c) (d)
milho foram obtidas com a aplicação de adubação mineral (NPK), seguido do dejeto
líquido de bovinos (Figura 4a), enquanto que no experimento 2 não houve diferença
entre os tratamentos avaliados, apenas uma tendência de maior produtividade nos
tratamentos que receberam aplicação de nutrientes, independente da fonte, em relação
ao tratamento testemunha (Figura 4b).
Tratamentos
Test
AM
CDS
DLlim
DL10
0
Pro
dut
ivid
ade
de
grão
s, M
g ha
-1
0
2
4
6
8
10
12
Tratamentos
Test
DLS
DLB
CSS
NPK
Pro
duç
ão d
e M
S,
Mg
ha-1
0
2
4
6
8
10
12
(a) (b)
b
a
a
b
c
b
a
aaa
(c) (d)
a
b
c
d
e
a
b
c
d
e
Figura 4. Produtividade de grãos de milho do experimento 1 (a) e do experimento 2 (b),
produção de matéria seca da parte aérea da aveia do experimento 1 (c) e do experimento
2 (d). Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Scott Knott a 5% de
probabilidade de erro.
No experimento 1, o fato das maiores produtividades de grãos terem sido
observadas no tratamento NPK pode ser explicada pela aplicação das quantidades de
nutrientes requeridas pela cultura, uma vez que a dose de NPK foi estabelecida
conforme recomendação da CQFS-RS/SC (2016). Já as fontes orgânicas líquidas (DLS
e DLB) apresentaram melhor desempenho que a fonte orgânica sólida (CSS) pois essas
fontes apresentam maiores proporções de nutrientes em formas minerais, como o P e K,
em comparação ao tratamento com CSS. Entretanto, como a composição nutricional das
fontes orgânicas é muito variável e a dose de cada fonte foi estabelecida para suprir a
recomendação de N para a cultura do milho, pode ocorrer que algum nutriente essencial,
especialmente o K, tenha sido fornecido em quantidades menores do que exigido pela
cultura, refletindo na sua produtividade. É importante salientar que o experimento 1
apresenta um longo histórico de aplicações das fontes de nutrientes (desde o ano de
2004), o que promoveu acúmulo de nutrientes no solo, especialmente de P, como
observado por Lourenzi et al. (2014).
Para o experimento 2, o fato da produtividade de grãos de milho não apresentar
diferença entre os tratamentos, pode estar relacionada ao pequeno histórico de aplicação
das fontes nesse experimento. Além disso, é importante destacar que, mesmo sem
diferença estatística, os tratamentos com aplicação de nutrientes apresentaram maiores
produtividades de grãos em relação a testemunha (Figura 4b). Além disso, é importante
destacar que as produtividades obtidas no experimento 1 foram, para a maioria dos
tratamentos, maiores do que aquelas observadas no experimento 2, o que evidencia que
o efeito local também é um fator importante a ser considerado nesse tipo de avaliação.
A produção de matéria seca da cultura da aveia apresentou diferença entre as
fontes de nutrientes em ambos os experimentos (Figuras 4c e 4d). Em ambos os
experimentos as maiores produções de matéria seca foram obtidas nos tratamentos com
dejetos de suínos, sendo que no experimento 2 o tratamento DL100 apresentou maior
produção, uma vez que a dose nesse tratamento é estabelecida para suprir a
recomendação de N para as culturas, enquanto que no DLlim a dose é calculada até
suprir um nutriente (N, P ou K) e os demais são complementados com adubos minerais.
4. CONCLUSÕES
O uso de fontes orgânicas de nutrientes é uma alternativa altamente viável aos
agricultores que possuem esses resíduos na propriedade, pois refletem em incremento na
produtividade de grãos das culturas, bem como de matéria seca. Também promovem
incrementos nos teores de COT do solo, o que é altamente desejável uma vez que esse
parâmetro é um dos principais fatores levados em consideração na avaliação da
qualidade do solo. O uso de fontes orgânicas de nutrientes também promove alteração
na distribuição do C nas frações químicas da matéria orgânica do solo bem como altera
a reatividade das frações húmicas, o que pode ser altamente desejável, uma vez que a
matéria orgânica do solo é fundamental para a capacidade de troca de íons,
complexação de metais, poder tamponante da acidez, agregação do solo, entre outros,
afetando a qualidade química, física e biológica do solo.
5. DESCRIÇÃO DAS DIFICULDADES E MEDIDAS CORRETIVAS.
RELATÓRIO PRÁTICO
As fontes orgânicas de nutrientes, como os dejetos suínos e bovinos, são muito
comuns na região Sul do Brasil, responsável por grande parte da atividade suinícola e
bovinocultura de leite nacional. Esses dejetos possuem nutrientes em sua
composição, como N, P e K, podendo serem utilizados como fertilizantes em áreas
agrícolas com cultivos de grãos e/ou pastagens. Nesse sentido, é importante destacar
aos agricultores que o uso desses dejetos proporciona incremento na produtividade
de grãos e matéria seca das culturas. Também melhora a qualidade do solo,
especialmente em relação ao incremento nos teores de carbono orgânico (matéria
orgânica). Além dos aspectos quantitativos, o uso de fontes orgânicas de nutrientes
também pode representar alterações qualitativas na matéria orgânica do solo e isso
pode ser extremamente importante em áreas agrícolas que recebem aplicações de
dejetos. Isso porque as condições em que os experimentos foram conduzidos
representam uma fatia considerável das reais condições em que os produtores
utilizam no sul do Brasil, com solos arenosos e com baixa capacidade de retenção de
íons. Dessa forma, além dos incrementos quantitativos, alterações na qualidade da
matéria orgânica do solo pode significar aumento da reatividade dos solos e,
consequentemente, da capacidade de complexar elementos adicionados em excesso
aos solos via dejetos, como é o caso de metais pesados como o Cu e Zn, além de
favorecer a retenção de outros elementos essenciais as plantas, contribuindo para a
ciclagem de elementos no sistema solo planta. É importante destacar aos agricultores
que o uso de dejetos na agricultura é benéfico às plantas, ao solo, ao meio ambiente e
à sociedade, desde que realizado de forma a seguir recomendações técnicas que
considerem o solo que irá receber as aplicações, a cultura que será utilizada e o
dejeto que será aplicado.
COMPENSAÇÕES OFERECIDAS À FUNDAÇÃO AGRISUS
A partir dos resultados obtidos serão elaborados 2 (dois) resumos científicos que
serão publicados na XII Reunião Sul-Brasileira de Ciência do Solo, que será
realizada em Xanxerê (SC), no período de 15 a 17 de abril de 2017. Os resumos
apresentarão agradecimentos à Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiróz pelo
financiamento da pesquisa pelo projeto PA 1877/16, os quais se estenderão aos
banners utilizados para a apresentação dos trabalhos. Também está prevista a
elaboração de 1 (um) artigo científico a ser submetido em revista de alto fator de
impacto em âmbito internacional, onde também constará agradecimentos à Fundação
de Estudos Agrários Luiz de Queiróz.
DEMOSTRAÇÃO FINANCEIRA DOS RECURSOS DA FUNDAÇÃO AGRISUS
A tabela 3 apresenta a demonstração do uso dos recursos durante o período de
execução do projeto.
Tabela 3. Demonstração do uso dos recursos referentes ao PA 1636/15.
Data Histórico Valor
10/11/2016 PGTO BOLSAS ESTUDO – Ref. Out/2016 400,00
07/12/2016 DIPROLAB COMÉRCIO DE MATERIAIS PARA
LABORATÓRIO
406,75
12/12/2016 PGTO BOLSAS ESTUDO – Ref. Nov/2016 400,00
13/01/2017 PGTO BOLSAS ESTUDO – Ref. Dez/2016 400,00
13/02/2017 PGTO BOLSAS ESTUDO – Ref. Jan/2017 400,00
15/02/2017 REEMBOLSO DESPESA COMBUSTÍVEL,
ALIMENTAÇÃO
286,39
23/02/2017 PRÓ-ANÁLISE QUÍMICA E DIAGNÓSTICA 1080,48
09/03/2017 REEMBOLSO DESPESA COMBUSTÍVEL 100,00
10/03/2017 PGTO BOLSAS ESTUDO – Ref. Fev/2016 400,00
13/03/2017 REEMBOLSO DESPESA COMBUSTÍVEL,
ALIMENTAÇÃO, LOCAÇÃO DE VEÍCULO JM
CAR LTDA
823,71
07/04/2017 QMC SANEAMENTO LTDA 94,00
10/04/2017 PGTO BOLSAS ESTUDO – Ref. Mar/2016 400,00
10/05/2017 PGTO BOLSAS ESTUDO – Ref. Abr./2016 400,00
25/05/2017 REEMBOLSO DESPESAS ALIMENTAÇÃO E
COMBUSTÍVEL
249,85
12/06/2017 PGTO BOLSAS ESTUDO – Ref. Maio/2016 400,00
20/06/2017 REEMBOLSO DESPESAS ALIMENTAÇÃO E
COMBUSTÍVEL
453,70
12/07/2017 PGTO BOLSAS ESTUDO – Ref. Jun/2016 400,00
21/07/2017 REEMBOLSO DESPESA REFEIÇÕES 348,10
10/08/2017 REEMBOLSO DESPESAS ALIMENTAÇÃO E
COMBUSTÍVEL
487,07
10/08/2017 PGTO BOLSAS ESTUDO – Ref. Jul/2016 400,00
16/08/2017 REEMBOLSO DESPESAS ALIMENTAÇÃO E 226,93
COMBUSTÍVEL
29/08/2017 REEMBOLSO – TAYS ANE DE OLIVEIRA
SANTOS PARUKER-ME/LOJAS DE
DEPARTAMENTO MILLIUM LTDA
188,40
08/09/2017 PGTO BOLSAS ESTUDO – Ref. Ago/2016 400,00
12/09/2017 CESAR AUGUSTO GIACOMOZZI & CIA LTDA
EPP
1000,00
13/09/2017 REEMBOLSO – JOSINEIA FRANCHESCHI 725,10
13/09/2017 G. GOTUZZO E CIA LTDA 1261,50
19/09/2017 REEMBOLSO DESPESA REFEIÇÃO/WMS
SUPERMERCADOS BRASIL LTDA
164,89
29/09/2017 G. GOTUZZO E CIA LTDA 600,00
03/10/2017 REEMBOLSO COMERCIAL DELFRIO LTDA 30,00
11/10/2017 PGTO BOLSAS ESTUDO – Ref. Set/2016 400,00
19/10/2017 REEMBOLSO DESPESAS ALIMENTAÇÃO E
COMBUSTÍVEL
310,42
20/10/2017 REEMBOLSO – JM CAR LOCAÇÃO DE
VEÍCULOS LTDA
180,00
27/10/2017 G. GOTUZZO E CIA LTDA 258,15
01/11/2017 G. GOTUZZO E CIA LTDA 656,05
07/11/2017 REEMBOLSO COMBUSTÍVEL/BARON
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ELETROTECNICA
LTDA/ CASAS DA ÁGUA
418,68
27/11/2017 REEMBOLSO DESPESAS ALIMENTAÇÃO E
COMBUSTÍVEL
281,50
30/11/2017 REEMBOLSO DESPESAS ALIMENTAÇÃO 254,00
13/12/2017 PAGAMENTO BOLETO VANDERSOLDA 110,00
21/12/2017 REEMBOLSO - CIA DA EMBALAGEN 85,80
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26/12/2017, CLEDIMAR ROGÉRIO LOURENZI