RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO ......ii Resumo O Relatório da Prática de Ensino...

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RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA Carmen Micaela Marques Cardeal A Leitura de Histórias na Educação Pré-Escolar Provas destinadas à obtenção do grau de Mestre para a Qualificação para a Docência em Educação Pré-Escolar

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RELATÓRIO FINAL DA

PRÁTICA DE ENSINO

SUPERVISIONADA

Carmen Micaela Marques Cardeal

A Leitura de Histórias

na

Educação Pré-Escolar

Provas destinadas à obtenção do grau de Mestre para a Qualificação para

a Docência em Educação Pré-Escolar

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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS

Provas destinadas à obtenção do grau de Mestre para a Qualificação para a Docência em

Educação Pré-Escolar

A Leitura de Histórias

na

Educação pré-escolar

Autora: Carmen Micaela Marques Cardeal

Orientadora: Mestre Maria Teresa Macara

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Agradecimentos

O presente trabalho representa muito esforço e só foi possível a sua realização

com o apoio e a ajuda de algumas pessoas que estiveram presentes na minha vida, a quem

eu quero agradecer por isso, pela ajuda prestada, de forma indireta ou direta, que

contribuíram para que este sonho se tornasse realidade.

Agradeço em primeiro lugar à minha mãe, agradeço por tudo, por me ter

incentivado e me ter dado apoio, nos bons e nos maus momentos, pelo esforço que fez

para que eu conseguisse alcançar este objetivo. UM MUITO OBRIGADA por tudo o que

me transmitiste ao longo dos anos, pois aquilo que sou é graças à educação que me deste.

Agradeço ao meu namorado, pela dedicação, pelo afeto, pela paciência, pelos

conselhos e pelo carinho prestado ao longo do tempo. A ti, meu amor, quero,

simplesmente, agradecer-te o facto de teres entrado na minha vida. Sem ti não teria sido

igual. MUITO OBRIGADA!

Agradeço à minha avó, pela exemplar forma de encorajamento, pelo apoio e

compreensão, por tudo o que me ensinou até hoje, pela atenção prestada e por se mostrar

sempre disponível a ajudar-me no que pudesse.

Ao Instituto Superior de Educação e Ciências (ISEC), e aos professores que me

acompanharam nesta caminhada.

Não poderia deixar de dar um ESPECIAL OBRIGADA a todas as crianças, pelos

maravilhosos momentos que me proporcionaram durante o meu percurso, enquanto

estagiária. Elas, sim, ensinaram-me e fizeram-me perceber o quanto gratificante é esta

profissão.

Obrigada a todos os que estiveram comigo nesta conquista.

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Resumo

O Relatório da Prática de Ensino Supervisionada, que aqui se apresenta, reflete o

trabalho de estágio realizado durante um semestre, num jardim-de-infância, tendo como

finalidade a obtenção do grau de Mestre em Educação Pré-Escolar. O estágio decorreu

desde outubro de 2014 a janeiro de 2015, numa Instituição Particular de Solidariedade

Social.

Na fase inicial de conhecimento e interação com o grupo e no decorrer das

observações realizadas na sala, foi possível encontrar um campo de intervenção

prioritário - a leitura de histórias -, uma vez que as crianças, apesar de gostarem bastante

deste momento, eu tinha dificuldade em geri-lo de forma a conquistar a concentração

mais prolongada das crianças para ouvirem uma história até ao fim, sem interromperem

bastantes vezes. Assim, definiu-se como temática orientadora da investigação ação a

desenvolver, “A Leitura de Historias na Educação Pré-escolar”, focada no porquê, quando

e como.

Do Relatório constará também a caracterização do meio, da instituição, da sala e

do grupo de crianças participantes no estudo, que nos permitiu contextualizar e mostrar o

caminho feito na compreensão e fundamentação da importância e contributo da leitura de

histórias junto deste grupo de crianças.

O trabalho de pesquisa teórica e de experimentação permitiu-nos concluir que os

momentos de leitura de uma história representam uma importante contribuição para o

processo de ensino-aprendizagem da criança, uma vez que mobilizam o desenvolvimento

da concentração, da criatividade e da imaginação de cada uma, bem como dão suporte à

compreensão do mundo e à integração dos sentimentos, contribuindo assim para um

desenvolvimento mais harmonioso. Por isso há que investir na criação de condições ideais

para que tal aconteça.

Palavras-Chave: Leitura; Histórias; Livro; Crianças.

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Abstract

This Report on the Supervised Teaching Practice reflects the work conducted

during the semester’s internship in a kindergarten with the final goal of obtaining a

master’s degree in Pre-school Education. The internship took place between October

2014 and January 2015 in a private Welfare Institution.

At the initial stage of interaction with the group and throughout the stage where

in-classroom observations were conducted, it was possible to find a priority intervention

field – story telling- because children, despite enjoying this moment, showed difficulty in

remaining focused and listen to a story until the end without interrupting the story teller

several times. As such, we defined ‘’Story telling in Pre-school Education’ as thematic

guideline for the research which we will develop; we will focus on the where and how.

The report will also include the characterization of the environment, of the

institution, room and group of children involved in the study. This helped us contextualise

and show the journey based on the understanding and substantiating of the importance

and contribute of storytelling to children.

The theoretical research and experiment work allowed us to conclude that

moments of storytelling represent an important contribution for the teaching/learning

process of the child, as they develop their concentration, creativity and imagination and

also provide understanding of the world and integration of feelings resulting in a much

more well-balanced development.

Keywords: Reading; Stories; Books; Children.

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Índice

INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 1

A FORMAÇÃO PROFISSIONALIZANTE EM CONTEXTO PRÓPRIO ................................................................... 1

ORGANIZAÇÃO DO RELATÓRIO ................................................................................................................. 3

METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO ........................................................................................................... 4

- TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE RECOLHA E TRATAMENTO DE DADOS ................................................... 4

CAPÍTULO I – CONTEXTUALIZAÇÃO DA AÇÃO EDUCATIVA ................................................ 6

1.1. O MEIO ENVOLVENTE .................................................................................................................. 6

1.2. A INSTITUIÇÃO EDUCATIVA ........................................................................................................ 7

1.3. A ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE EDUCATIVO (SALA) .................................................................... 8

1.4. O DIA-A-DIA DO GRUPO E SUA EDUCADORA ............................................................................... 10

1.5. O GRUPO DE CRIANÇAS .............................................................................................................. 12

CAPITULO II – TODOS NO TAPETE. A LEITURA DE HISTÓRIAS NO JARDIM DE

INFÂNCIA ......................................................................................................................................... 17

2.1. NA HORA DO CONTO ................................................................................................................ 17

2.2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................................... 18

2.2.1. A IMPORTÂNCIA DO LIVRO NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ...................................... 18

2.2.2. LER O QUÊ E COMO .............................................................................................................. 20

2.3. PARA E NO TAPETE. ESTRATÉGIAS DE DINAMIZAÇÃO DA HORA DO CONTO.......................... 22

2.3.1. ATIVIDADE I- VAMOS COMEÇAR O DIA ............................................................................... 23

2.3.2. ATIVIDADE II – AS CORES ................................................................................................... 25

2.3.3. ATIVIDADE III – A HIGIENE ................................................................................................. 28

2.4. CONCLUSÕES DA PESQUISA TEMÁTICA (INVESTIGAÇÃO-AÇÃO)............................................. 31

CAPÍTULO III – EM MODO REFLEXIVO .................................................................................... 33

3.1. DA AUTOAVALIAÇÃO ..................................................................................................................... 33

4.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................... 38

ANEXOS................................................................................................................................................ I

ANEXO 1 - PLANIFICAÇÃO ANUAL .......................................................................................................... II ANEXO 2 - FICHA DE AVALIAÇÃO PARA A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO E MATERIAIS NA SALA DE JARDIM

DE INFÂNCIA ............................................................................................................................................ IX

ANEXO 3 - PLANTA DA SALA .............................................................................................................. XVI

ANEXO 4 - HORÁRIO DA SALA ........................................................................................................... XVII

ANEXO 5 - AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA ............................................................................................. XVIII

ANEXO 6 - AVALIAÇÃO FINAL ............................................................................................................ XXII

ANEXO 7- ALGUMAS HISTÓRIAS APRESENTADAS AO LONGO DO ANO ............................................... XXVI

ANEXO 8 - PLANIFICAÇÃO DA ATIVIDADE “ELMER E O ARCO-ÍRIS” ................................................ XXVII

ANEXO 9 - REGISTO FOTOGRÁFICO DA ATIVIDADE “ELMER E O ARCO-ÍRIS” .................................... XXIX

ANEXO 10 - PLANIFICAÇÃO DA ATIVIDADE “CAMILA NÃO QUER TOMAR BANHO” ............................. XXX

ANEXO 11- REGISTO FOTOGRÁFICO DA ATIVIDADE “CAMILA NÃO QUER TOMAR BANHO” .............. XXXII

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Índice de Figuras

Figura 1 . . Registo fotográfico da atividade “Elmer, o elefante Xadrez”

Figura 2 . . Registo fotográfico da atividade “Camila não quer tomar banho”

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Introdução

A formação profissionalizante em contexto próprio

O estágio profissional é um processo de grande importância na aprendizagem de

qualquer futuro profissional. Este permite adquirir competências para a prática,

preparando-o, assim, a enfrentar os desafios da carreira profissional e a ultrapassar

algumas inseguranças que advêm da inexperiência.

Segundo Formosinho (2009), “a Prática Pedagógica é a componente intencional

da formação de professores cuja finalidade explícita é iniciar os alunos no mundo da

prática profissional docente.” (p. 104).

Estrela (1994) afirma ainda que:

(…) o acto pedagógica se constrói e reconstrói continuamente a partir da análise

do real, através de um percurso que em tudo se assemelha ao percurso da

construção do conhecimento científico: partindo da observação do real e da sua

problematização para o desenho da intervenção e verificação dos seus efeitos.

(p.11)

A formação de docentes permite ao futuro profissional a aquisição de saberes e

competências necessárias à prática, para que, durante a sua vida profissional, seja capaz

de responder eficazmente às solicitações do sistema ao qual pertence.

Para Loureiro (2000), “espera-se que a formação inicial possa proporcionar aos

futuros professores quer os conhecimentos gerais e específicos quer os princípios

psicopedagógicos e científicos necessários para que desenvolvam posteriormente de

forma adequada a sua actividade profissional.” (p. 33).

Este estágio profissional foi uma mais-valia para a minha aprendizagem enquanto

futura docente. A oportunidade que me deram, de contactar com a realidade profissional,

é imprescindível para quem está a dar os primeiros passos na vida profissional, sendo

também deveras importante referir a presença de Professoras da Equipa de Supervisão,

pois a sua orientação e o seu apoio, permitiu-me melhorar a qualidade deste processo.

Para Alarcão e Tavares (1987), a supervisão tem como objetivo “o

desenvolvimento profissional do professor.” (p.16)

Segundo Jacinto (2003),

(…) o orientador pode ser formado no sentido de desempenhar o papel de

conselheiro, de facilitador do autodesenvolvimento do estagiário, criando para tal

um ambiente caloroso em que o professor em formação se sinta seguro para se

expor, expressar livremente as suas dificuldades, motivações pessoais,

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potencialidades e competências , num sentimento de bem estar para consigo

próprio e por conseguinte para com os alunos. (p.61)

O mesmo autor afirma ainda que “o orientador se preocupa em estabelecer critérios,

em fornecer orientações, revelando uma atitude prescritiva e corretora da ação do

estagiário, sem atender às conceções que possui acerca do desempenho do seu papel”

(p.47)

Toda esta formação em sala de Jardim de Infância, que o estágio profissional me

permitiu ter, foi extremamente importante para um melhor desempenho futuro na carreira

docente e para melhor servir a humanidade na área da Educação. Por isso, pode afirmar-

se que ser-se estagiário é bastante produtivo, pois permite observar uma variedade de

realidades, incide tanto nas áreas de conteúdos como na aquisição de competências por

parte das crianças, que depois contribuem para a formação total da criança e para o nosso

sucesso como docentes.

O presente Relatório de Estágio do Ensino da Prática Pedagógica Supervisionada

tem como finalidade apresentar a síntese descritiva do estágio desenvolvido e a pesquisa

para compreensão dum campo de investigação e de intervenção prioritário.

O estágio aqui relatado foi acompanhado pela Equipa de Supervisão Pedagógica

da Escola Superior de Educação e Ciências (ISEC), pela Coordenadora Pedagógica da

Instituição e pelas crianças, que permitiram a sua observação e colaboraram na

implementação de atividades.

Na fase inicial de conhecimento e interação com o grupo e no decorrer das

observações realizadas na sala, foi possível encontrar um campo de intervenção

prioritário - o momento de leitura de histórias -, uma vez que as crianças, apesar de

gostarem bastante deste momento, eu tinha dificuldade em geri-lo de forma a conquistar

a concentração mais prolongada das crianças para ouvir uma história até ao fim, fosse

lida ou contada, sem interromperem bastantes vezes. Assim, definiu-se como temática

orientadora da investigação ação a desenvolver, “A Leitura de Historias na Educação Pré-

escolar”, focada no porquê, quando e como ler/contar histórias.

Neste Relatório apresentam-se três situações de leitura de histórias, uma como

rotina diária, as outras duas com tema intencional para conduzir a aprendizagens

determinadas, quer a partir do livro, quer a partir da narração com suporte em powerpoint.

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Organização do Relatório

Este trabalho encontra-se formalmente dividido do seguinte modo:

À presente Introdução segue-se a Metodologia de Investigação, em que se define

o paradigma de investigação e o percurso feito, nomeadamente as Técnicas e os

Instrumentos utilizados para a realização do estudo que orienta a ação.

O Capitulo I – Contextualização da Ação Educativa - é constituído pela

caracterização do meio envolvente, da Instituição Educativa, da organização do ambiente

educativo (sala), do dia-a-dia do grupo e sua educadora e por fim, do grupo de crianças.

O Capitulo II – Todos no Tapete: O Leitura de Histórias no Jardim de Infância –

encontra-se dividido em subcapítulos:

Na Hora do Conto, introduzindo o tema em que nos focamos;

Fundamentação teórica, através do recurso a investigadores cujo trabalho

contribuiu para a compreensão da importância da leitura de histórias (O livro na

idade do pensamento mágico) e para a seleção do que ler e como ler (Ler o quê e

como);

No Tapete, da planificação à ação (Estratégias de dinamização da hora do conto)

– onde são apresentadas as planificações e descrito o desenvolvimento de duas

atividades no Tapete com o grupo, como representativas do processo. Em

sequência, apresentam-se as conclusões do estudo (investigação-ação).

Por último, o Capitulo III – Em modo reflexivo – é constituído pela autoavaliação do

processo de aprendizagem em contexto de trabalho (estágio), bem como do desempenho

da estagiária face às expectativas que a moveram, e por algumas considerações finais.

A citação e referenciação bibliográfica está de acordo com as normas da American

Phychological Association (APA), 6ª edição.

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Metodologia de Investigação

No desenvolvimento de todas as pesquisas que ocorreram no período de estágio

usou-se uma metodologia cujo paradigma é eminentemente qualitativo, com técnicas e

instrumentos adequados ao objeto e ao objetivo. Este era contextualizar o

desenvolvimento do estágio num estabelecimento educativo e caracterizar os elementos

que com ele se ligavam; mas também desenvolver estudo visando compreender como

conquistar a atenção do grupo de três anos, sempre que uma história era lida ou contada.

- Técnicas e Instrumentos de Recolha e Tratamento de dados

Para integrar o contexto educativo houve necessidade de coletar dados cuja

recolha se apoiou na:

(i) Observação;

(ii) Entrevista não estruturada; e

(iii) Pesquisa documental.

A observação desempenha um papel muito importante em qualquer metodologia

de investigação. Ela permitiu-nos recolher dados relativamente à Instituição, ao Meio,

onde esta está inserida, às crianças e à metodologia utilizada no trabalho com o grupo.

Segundo Damas e Ketele (1985) a observação “é um processo cuja função

primeira, imediata, consiste em recolher informações sobre o objecto tomado em

consideração, em função do objectivo organizador…” (p. 11). Os mesmos autores

referem que “A observação designa então uma fase da investigação que consiste em se

familiarizar com uma situação ou um fenómeno, em descrevê-los e em analisá-los, com

o fim de fazer surgir uma hipótese coerente com o corpo de conhecimentos anteriores

bem estabelecidos.” (p.12).

As observações naturalistas e sistemáticas em sala foram feitas de uma forma

participante. Segundo Estrela (1994), “fala-se de observação participante quando, de

algum modo, o observador participa na vida do grupo por ele estudado.” (p.31). O autor

refere ainda que este tipo de técnica “corresponde a uma observação em que o observador

poderá participar (…) na actividade do observado, mas sem deixar de representar o seu

papel de observador e, consequentemente, sem perder o respectivo estatuto.” (p.35).

Para esta fase da pesquisa usaram-se instrumentos como o registo fotográfico das

atividades, que nos permitiu uma visualização mais detalhada e a posteriori de alguns

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elementos, e a lista de verificação de competências (check-list), usada para fazer o registo

diagnóstico do desempenho e desenvolvimento das crianças e a avaliação final.

A pesquisa e a análise documental focaram-se no Projeto Educativo da Instituição

e no Projeto Curricular de sala, o que nos permitiu colher informações sobre ambos, a ter

em conta na atividade pedagógica.

As entrevistas foram realizadas junto das colegas educadoras, com os mesmos

objectivos, e ainda acerca das rotinas e metodologias pedagógicas utilizadas na

instituição.

Para a compreensão do campo de intervenção prioritário através das histórias,

numa perspetiva de investigação-ação, procedeu-se a

(i) Recolha documental bibliográfica (para uma adequada fundamentação

teórica);

(ii) Planificação Anual (Anexo 1)

(iii) Planificação (de cada atividade);

(iv) Registo do desenvolvimento da atividade e da reflexão posterior

fundamentada.

Recolhemos dados de 2 sessões, registadas através dos seguintes instrumentos:

Notas de campo

Registo Fotográfico

O tratamento destes dados fez-se por inferência.

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Capítulo I – Contextualização da Ação Educativa

Para uma boa prática pedagógica é importante o docente conhecer não só o seu grupo,

mas também o espaço (a sala), a instituição, e o meio onde esta está inserida. É através

deste conhecimento, que se torna possível o educador adaptar as suas práticas, de forma

a promover o sucesso do grupo.

1.1. O Meio envolvente

É fundamental, qualquer docente, ter conhecimento do meio social que envolve a

instituição onde trabalha.

Segundo as Orientações Curriculares para o Pré-Escolar, do ME (1997)

(…) o meio social envolvente – localidade ou localidades de onde provêm as

crianças que frequentam um determinado estabelecimento de educação pré-

escolar, a própria inserção geográfica deste estabelecimento – tem também

influência, embora indirecta, na educação das crianças. As características desta(s)

localidade(s) – tipo de população, possibilidades de emprego, rede de transportes,

serviços e instituições existentes, meios de comunicação social, etc. – não são

também independentes de sistemas mais vastos e englobantes, sistemas políticos,

jurídicos, educativos ainda mais alargados. (p. 33)

Tendo em conta este aspeto, foi realizada uma investigação sobre o meio social

que envolve esta instituição, utilizando fontes como o projeto pedagógico e Educativo da

Instituição, e também recolha de informações junto das educadoras.

O Jardim-de-Infância está situado em Moscavide, uma vila situada no Concelho

de Loures, no Distrito de Lisboa, na designada zona Oriental de Lisboa.

Nos dias de hoje, tem-se registado um grande aumento de população de imigrantes

oriundos do Brasil, Europa de Leste e Chineses. Com a chegada destas populações, tem-

se sentido um rejuvenescimento, com o aparecimento de jovens casais.

Em relação à qualidade de vida, esta vila apresenta poucos espaços verdes, mas

por outro lado, a nível de estruturas económicas, goza de um variadíssimo comércio

tradicional, assim como diferentes dependências bancárias.

Ao nível dos serviços tem centro de saúde, cinco farmácias, bombeiros, três

igrejas distintas (Católica, Jeová e Evangélica), correios, um mercado e o Comando

Metropolitano de Lisboa (PSP).

É uma freguesia que está muito bem servida de transportes públicos, como

Estação de Comboios, Rodoviária, Carris e o Metro.

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Perto da instituição há um parque infantil, onde as crianças costumam ir, uma vez

que a própria instituição não dispõe de uma zona de recreio.

1.2. A Instituição Educativa

O estágio foi realizado numa Instituição Particular de Solidariedade Social, que

recebe crianças dos três aos seis anos de idade (jardim-de-infância). Esta instituição

pertence – como outras – a uma mesma Associação, cuja finalidade é, de acordo com o

seu website (2015),

(…) preparar as próximas gerações para que sejam manifestamente mais ativas,

parceiras, atentas, qualificadas e aptas a enfrentar desafios cada vez mais

complexos e multidimensionais, desenvolvendo os meios e promovendo as

condições que lhe permitam facultar serviços de elevada qualidade em todas as

valências, estimulando um clima de voluntariado na sociedade civil.

O espaço do jardim-de-infância está situado, em instalações com duas salas, com

muita luz natural, das quais podem usufruir 48 crianças. Este espaço situa-se num segundo

andar, sem elevador.

A nível de infraestruturas, esta instituição possui uma receção, onde são recebidas

e entregues as crianças aos pais/familiares/amigos.

Como já foi referido anteriormente, este espaço é constituído por duas salas, uma

dos três aos quatro anos e outra dos cinco aos seis anos de idade.

Existe também um refeitório, que é comum às crianças e aos adultos. Junto ao

refeitório, está a cozinha, onde são preparadas todas as refeições servidas diariamente

nesta instituição.

Neste edifício existem duas instalações sanitárias para as crianças e uma

instalação sanitária para os adultos.

Existe também um gabinete da Direção Pedagógica.

Esta instituição não possui espaço exterior (recreio) e, por esta razão, as crianças são

levadas, pelo menos uma vez por semana, ao parque infantil mais próximo da instituição.

Em relação ao horário de funcionamento, o jardim-de-infância abre às 7h30 e encerra

as 20h00 e encontra-se aberto durante todo o ano (inclusive no mês de Agosto).

Como já foi referido anteriormente, a pesquisa e a análise documental focaram-se

também no Projeto Educativo da Instituição, intitulado “De Mãos Dadas Com o Futuro”.

Este projeto pretende “trabalhar a solidariedade e o voluntariado, a educação ambiental e

intercultural na Associação e nas suas salas.” (p. 17).

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1.3. A organização do ambiente educativo (sala)

Segundo Formosinho et al. (1996) “o espaço físico da sala de aula, quando

transformado em ambiente educacional, é a primeira dimensão curricular, porque pode

promover a aprendizagem activa.” (p.56).

Deste modo, a organização e a forma como se utiliza este espaço são

fundamentais, pois são elas que ditam a dinâmica e a forma como se educa. O mesmo

autor refere ainda que “a aprendizagem activa é definida como a aprendizagem na qual a

criança, através da sua acção sobre os objectos e da sua interacção com as pessoas, as

ideias e os acontecimentos, chega à compreensão do mundo. “.

Esta reflexão sobre a organização da sala é por isso muito importante para todo o

processo educativo. Para a elaboração deste Relatório, foi realizada uma Ficha de

Avaliação para organização do Espaço – Materiais na Sala de Jardim de Infância (Anexo

1).

A sala a ser caracterizada recebe um grupo de 18 crianças, com 3 anos de idade.

É confortável e luminosa, uma vez que uma das quatro paredes da sala é preenchida com

janelas, que dão visibilidade para a rua (Igreja de Moscavide).

Esta sala foi cuidadosamente organizada pela educadora, com a ajuda da auxiliar

de sala, de modo a ser um espaço acolhedor, funcional e que respondesse às necessidades

do grupo e de cada criança. Este espaço foi organizado antes do ano letivo começar, por

essa razão, as crianças não participaram na organização do mesmo. Contudo, ao longo do

ano letivo a organização da sala sofreu algumas alterações de forma a melhorar as

condições e adaptar às atividades e ao grupo.

Foram criados seis áreas distintas – o Cantinho da Leitura, o Cantinho da Pintura,

a Casinha, a zona de Jogos de Mesa, a zona de Legos e uma Garagem – de modo a que

as crianças experienciem vivências e emoções do quotidiano, interpretem no jogo do faz

de conta os modelos sociais que estão assimilando, e que utilizem as áreas de atividade

lúdica e educativa segundo uma gestão (regras) acordada no coletivo, para que cresçam

de uma forma o mais harmoniosa possível, desfrutando ao máximo de cada área.

Todas as áreas se encontram identificadas, não apenas com o nome, mas também

com uma imagem, de modo a facilitar a identificação das mesmas por parte do grupo.

Para além de estarem separadas e identificadas, algumas áreas encontraram-se definidas

através dos materiais lá presentes, como a área da casinha, a área da garagem e a área do

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Continho da Leitura. Nestas três áreas, os materiais lá presentes encontram-se sempre no

mesmo local.

Na área do Cantinho da Leitura, existe um sofá, e ao lado desse sofá existe uma

caixa com diversos livros infantis a que as crianças têm livre acesso. Um pouco mais ao

lado, existe um armário com outros livros, mas apenas a educadora, auxiliar ou uma

criança de cada vez tem acesso a eles, pois são livros mais recentes, entre os quais se

encontram os que utilizei para ler as histórias diárias.

Nas restantes áreas, como o Cantinho da Pintura, a zona de Jogos de Mesa e a

zona de Legos, os materiais não se encontram ali disponíveis. Encontram-se em armários,

e cada vez que as crianças queriam ir para uma destas áreas, tinham de ir buscar, em

primeiro lugar, os materiais e, de seguida, deslocar-se para a área destinada àquele

material.

A utilização destes diversos espaços e materiais é feita normalmente no período

da tarde, uma vez que, durante a manhã, se realizam mais atividades orientadas. Cada um

destes espaços, mencionados anteriormente tem um número limitado de crianças de cada

vez, para o seu bom funcionamento. As crianças sabem o número limite de cada espaço.

A divisão das crianças nestes espaços é realizada com a ajuda das crianças, uma vez que

estas podem escolher as áreas para onde querem ir. É importante ajudá-las, por vezes, a

escolher a área, para que não escolham sempre a mesma.

Desde o início do ano, a sala sofreu alterações, em relação à zona do tapete. Estas

alterações podem continuar a acontecer, uma vez que toda esta organização tem sempre

como principal objetivo a adequação às atividades de modo a melhor potenciar o

desenvolvimento das crianças, o que também poderá levar ao aparecer de novas áreas.

Como menciona Cordeiro (2007) “a sala de aula tem de ser dinâmica, em constante

capacidade de mudança, porque tem de atender às necessidades das crianças e às

atividades desenvolvidas em cada momento” (p.365).

Esta alteração na zona do tapete deveu-se ao facto de grande parte do grupo chegar

depois das 10 horas da manhã. Por essa razão, e durante grande parte do período da

manhã, era constantemente interrompida, durante as atividades aí a decorrer,

principalmente durante o momento de leitura. Como a zona do tapete se encontrava numa

zona da sala afastada da porta e para a qual eu me encontrava de costas, fazia com que

tivéssemos, frequentemente, de interromper a leitura para receber as crianças atrasadas.

Para as que se encontravam sentadas a ouvir a história começava a ser cansativo, tantas

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interrupções. Por esta razão, escolhemos mudar a zona do tapete para uma zona mais

perto da entrada da sala, fazendo com que conseguisse ver e receber as crianças que

chegavam, sem ter que me levantar do lugar e sem ter de interromper por muito tempo o

momento de leitura. Estas alterações melhoraram bastante este momento, sem contudo

deixar de ser interrompida.

No centro da sala, estão colocadas quatro mesas com as respetivas cadeiras.

Numa das paredes da sala, estão expostas duas “casas” feitas em feltro. Uma delas

diz “Quem não veio à escola” e a outra diz “Quem veio à escola”. Estas duas “casas”

representam o mapa das presenças, em que as crianças assinalam a sua presença,

colocando o nome com a sua fotografia na casa que diz “Quem veio à escola”.

Cordeiro (2007) afirma que o mapa das presenças “permite começar a adquirir

noções matemáticas (quantos estão, quantos faltam), introdução à leitura através do

reconhecimento das letras, organização temporal, observação e a linguagem, pela

verbalização consequente”. (p.371)

Está também exposto na parede o mapa do comportamento, em que as crianças

colocam em frente ao seu nome e fotografia, um círculo que poderá ser verde (bom

comportamento), amarelo (comportamento assim-assim) e vermelho (mau

comportamento). É importantes as crianças saberem que há regras para bom

funcionamento da sala.

Como menciona Cordeiro (2007) “a sala de aula é um bom local para a

aprendizagem do «saber estar» (...) de cumprimento de regras e de gestão do espaço e do

relacionamento entre o espaço, as «coisas» e objectos e, claro está, a própria pessoa e o

próprio corpo” (p.365).

1.4. O dia-a-dia do grupo e sua educadora

A partir das 7:30h

Acolhimento – esta é uma rotina muito importante, pois o contacto da

educadora/auxiliar com os pais transmite segurança às crianças. O pequeno diálogo que

a educadora estabelece com os pais permite que estes lhes comuniquem como a criança

passou a noite ou se é necessário ter algum cuidado especial com ela, é a transmissão de

todas as informações necessárias ao bem -estar das crianças.

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A partir das 9:30h

Conversa no tapete – Neste espaço de tempo, as crianças sentam-se para

conversar e organizar a manhã com a educadora e também para comer um bolacha ou a

fruta. Esta refeição é indispensável, pois algumas crianças tomam o pequeno-almoço

muito cedo. Durante este período as crianças também registam a sua presença, falam

sobre o tempo e sobre as atividades a desenvolver durante a manhã.

A partir das 10:00h

Atividades – Nesta altura as crianças realizam algumas atividades orientadas nas

diferentes áreas. Estas atividades são orientadas pela educadora com a ajuda da auxiliar.

A partir das 11h00

Brincadeiras orientadas – Neste altura, as crianças são divididas pelas diferentes

áreas. Esta divisão é feita com a ajuda das próprias crianças.

A partir das 11:30h

Arrumação da sala – Altura em que as crianças arrumam os jogos/brinquedos

nos locais corretos.

Higiene – Altura em que as crianças vão à casa de banho realizar a sua higiene,

com a supervisão de um adulto.

A partir das 12:00h

Almoço – O almoço é servido dentro da sala, a todas as crianças.

Higiene – É novamente altura das crianças irem à casa de banho realizar a sua

higiene (sempre com o auxílio de um adulto).

A partir das 13:00h

Sesta - O que distingue mais a rotina das crianças desta faixa etária, das outras do

pré-escolar é a hora da sesta. Este momento ocorre sempre depois de almoço e tem uma

duração de duas horas e meia, tendo início por volta das 13h e terminando por volta das

15h30.

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A partir das 15:30h

Higiene/Lanche – Os lanches são servidos, novamente dentro da sala.

A partir das 16:30h

Brincadeira livre – A partir desta hora as crianças brincam livremente nas

diferentes áreas da sala e vão saindo à medida que os pais as vêm buscar.

O horário da sala encontra-se em anexo (3).

1.5. O grupo de crianças

Na educação pré-escolar é fundamental o educador conhecer o grupo de crianças

com quem está a trabalhar. Este conhecimento proporciona ao educador, uma melhor

escolha de estratégias de ensino-aprendizagem a utilizar com as mesmas.

Por volta dos três anos de idade, a criança começa a dar asas à sua imaginação.

Nesta fase, ela encontra-se, segundo Piaget, no estágio Pré-Operatório. Aqui, surge-lhe a

função simbólica da linguagem e assinala a fixação da literatura, no interesse pelas

histórias ou narrativas visuais, a fantasia e o “faz de conta”, que se caracteriza pela

imitação e pela imaginação. É desta forma que se inicia a literatura na vida da criança.

No entanto, e como já foi referido, a manipulação do livro e o contacto com a leitura deve

ser constante na infância, ainda antes desta idade.

Para uma melhor caracterização deste grupo e para uma melhor caracterização

individual de cada criança, baseei-me em observações feitas durante os primeiros meses

com o grupo.

O grupo observado tem 18 crianças de 3 anos de idade, tendo ainda duas com dois

anos. É um grupo misto com 9 raparigas e 9 rapazes.

Em geral, todo o grupo se apresenta ao mesmo nível de desenvolvimento, a

maior parte do grupo já se exprime muito bem e já constrói corretamente frases. Uma

destas crianças não percebe muito a língua portuguesa, uma vez que os pais são de

nacionalidade chinesa e apenas falam com ela nessa língua. Porém existem três crianças

com um desenvolvimento mais imaturo ao nível da linguagem.

Em relação à autonomia na hora das refeições, 5 crianças ainda precisam da

ajuda do adulto para comer. Todas as crianças vão à casa de banho e utilizam a sanita

durante a manhã e depois das refeições. Existe uma criança que passou a utilizar a fralda

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durante o período da sesta, uma vez que nesse período perdia o controlo do esfíncter duas

e três vezes (não estando a dormir).

A maioria do grupo já frequentava a Associação no ano anterior, apenas quatro

crianças entraram de novo. Mas como mudaram de instituição, numa primeira fase, as

crianças tiveram de se adaptar à nova sala, aos novos brinquedos, mas também à nova

educadora e à nova auxiliar de ação educativa, uma vez que metade das crianças ainda

não conhecia a equipa pedagógica da sala.

As crianças desta sala relacionam-se de um modo muito idêntico, com afeto,

cooperação e comunicação. Existem alguns conflitos entre elas que não são mais do que

brincadeiras normais de crianças da sua idade. Há no entanto uma criança que prefere

brincar sozinha, isolando-se assim um pouco dos seus colegas.

Durante as brincadeiras nota-se cumplicidade e companheirismo entre todos,

sem qualquer tipo de discriminação.

Quase todos gostam de miminhos, abraços, beijinhos e colo. Gostam muito de

ouvir música, canções e principalmente histórias, pedindo sempre mais uma no final de

cada história.

A relação com os adultos é muito positiva, sendo que o grupo se caracteriza pela

sua enorme energia e sempre disponibilidade para novos desafios. No geral, são crianças

muito afetuosas e curiosas.

A interação entre os pares ocorre com tranquilidade, pois a maioria das crianças

já está junta no mesmo grupo desde o berçário, conhecendo-se bem.

No geral, a maioria das crianças é bastante interessada. Nesse sentido, pensamos

que, para trabalhar com elas, seria importante desenvolver sempre a capacidade criativa

de modo a que estas continuassem sempre a demonstrar interesse e empenho nas

atividades elaboradas. Para isto, é bastante importante saber planificar muito bem uma

atividade, cativando o grupo e “puxando” pela sua imaginação e mantendo-os sempre

motivados e entusiasmados.

Para Ribeiro e Ribeiro (2003) a planificação:

(…) explicita tipos de estratégia, actividades, experiências de aprendizagem a

prosseguir, salientando o papel ou actuação do professor e as acções dos alunos

nas situações e meios de ensino-aprendizagem que se seleccionam e sequenciam

da forma mais eficaz que for possível (p.65).

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No início do ano, foi preenchida uma check-list diagnóstica, referente às cinco

áreas de aprendizagem das metas da educação pré-escolar. A avaliação é uma atividade

essencial e fundamental para o processo de ensino-aprendizagem, porque fornece ao

docente as informações precisas acerca da realidade educativa, por isso é importante

compreender o significado da palavra avaliação.

Ribeiro (1991) refere que a avaliação “é uma operação descritiva e informativa

nos meios que emprega, formativa na intenção que lhe preside e independente face à

classificação.” (p.75) O mesmo autor menciona ainda que “a avaliação pretende

acompanhar o progresso do aluno, ao longo do seu percurso de aprendizagem,

identificando o que já foi conseguido e o que está a levantar dificuldades, procurando

encontrar as melhores soluções.” (p. 75)

De acordo com o Despacho Normativo 338/93 (citado por Pais e Monteiro, 1996)

“a avaliação dos alunos é um elemento integrante da prática educativa que permite a

recolha sistemática de informação e a formulação de juízos para a tomada de decisões

adequadas às necessidades dos alunos e do sistema educativo.” (p. 43).

Através do ato de avaliar, o educador averigua se as atividades realizadas foram

estimulantes para o desenvolvimento de todos os alunos e se alargaram os seus interesses,

bem como a curiosidade e o desejo de aprender sempre mais.

No início de cada ano letivo, é bastante importante a realização da avaliação

diagnóstica, uma vez que nos ajuda, não só a conhecer cada criança individualmente,

como o grupo num todo. Deste modo, vai-nos permitir adequar de uma forma mais

correta, as estratégias e os meios ensino-aprendizagem.

É através da avaliação diagnóstica que se conhece as bases dos conhecimentos que

as crianças já adquiriram anteriormente, o que permite ao educador perceber quais são as

limitações das suas crianças, podendo planificar as suas atividades em função do seu

grupo.

Ribeiro e Ribeiro (2003) afirmam que “a avaliação diagnóstica tem como

objectivo fundamental proceder a uma análise de conhecimentos e aptidões que o aluno

deve possuir num dado momento para poder iniciar novas aprendizagens”. (p.342)

Depois de ser preenchida, a check-list (Anexo 4) foi observada e analisada, de modo

a entendermos quais as principais dificuldades de cada criança, e no geral, de todo o

grupo.

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A área, onde se notaram maiores dificuldades, foi a área da Linguagem Oral e

Abordagem à Escrita, uma vez que algumas crianças demonstraram algumas dificuldades

em se exprimir em grande grupo, umas por timidez, e outras por não possuírem

vocabulário suficiente para se exprimir ou relatar experiências vividas. Depois da leitura

de histórias, demonstravam também dificuldades em responder a questões sobre a mesma,

também por timidez e por falta de compreensão da mensagem transmitida anteriormente.

Na área da Matemática e na área de Conhecimento do Mundo não se identificou

nenhuma dificuldade que se revelasse preocupante (para esta idade, no início do ano).

Na área das Expressões existiam algumas crianças que apresentavam dificuldades

principalmente na expressão plástica, pois não pegavam corretamente no lápis, não

faziam o movimento de pinça, não faziam força no lápis ao pintar, não procuravam pintar

toda a folha, pintando sempre no mesmo sítio e sempre com a mesma cor.

Ao longo do ano, foram promovidas e desenvolvidas diariamente atividades,

relativas a todas as áreas, de forma a ultrapassar as dificuldades do grupo, e de cada

criança, com particular atenção no quadro da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita, de

forma ajudar as crianças a desenvolver a capacidade de concentração/atenção, e a

oralidade em grande grupo, a partir de um questionamento da minha ação, procurando

encontrar estratégias diversificadas que aumentassem a motivação, respeitando os tempos

de concentração disponíveis .

No final do ano, foi necessário realizar a avaliação final. Para isso, aplicou-se uma

nova check list (Anexo 5), de acordo com as metas de aprendizagem.

A avaliação final, normalmente chamada de avaliação sumativa, distingue-se

pelos seus objetivos. Esta avaliação ocorre, geralmente, no final de cada ano. Desta forma,

este tipo de avaliação é, tal como a diagnóstica, bastante importante, pois dá ao educador

a informação sobre a aprendizagem de cada criança ao longo do ano.

Pais e Monteiro (1996) afirmam que “a avaliação sumativa constitui sempre um

balanço final, um balanço de resultados no final de um segmento de ensino-

aprendizagem, acrescentando novos dados recolhidos pela avaliação formativa e

contribuindo para a apreciação mais equilibrada do trabalho realizado.” (p.49).

Comparando estas duas fases de avaliação, concluiu-se que as crianças mostraram

ter adquirido competências cognitivas, físicas e sociais, que contribuíram para o seu

desenvolvimento nas diferentes áreas, principalmente na área da Linguagem Oral, uma

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vez que o grupo mostrou estar mais à vontade a falar em grupo e apresentou mais

concentração na leitura de histórias.

Em relação à área da Matemática, notou-se também uma grande evolução e

aprendizagem do grupo, havendo apenas uma criança que continua a demonstrar alguma

dificuldade em nomear as cores.

É fundamental que um educador conheça bem o seu grupo, não de uma forma

geral, mas sim de uma forma individualizada, para que consiga chegar a cada elemento.

Só assim os vai conseguir ajudar a inserirem-se no grupo de uma forma harmoniosa,

criando relações entre os pares e entre os adultos envolvidos e pode a educadora melhor

corresponder aos ritmos e necessidades individuais.

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Capitulo II – Todos no Tapete. A Leitura de Histórias no Jardim de

Infância

O tapete é o local que assinala o início do dia em conjunto, onde a educadora e as

crianças se sentam em roda e de pernas cruzadas, acomodadas por almofadas coloridas.

Marca o coletivo. Ali se dá conta e registo de quem falta ou está presente. Aconchega. É

o lugar das estórias e das histórias.

2.1. Na Hora do Conto

Durante o tempo de estágio, pude observar que todas as crianças do grupo tinham

um interesse em comum, gostavam bastante da hora do conto, pedindo sempre mais no

final de cada história. Mas nem sempre aproveitavam do melhor modo. Pelas suas

dificuldades próprias de concentração, mas também porque me cabia rever, refletir,

investigar e remediar a minha ação no que a esta área dizia respeito, procurando atingir

os objetivos educativos.

Por esta razão, decidi que esta iria ser a nossa problemática -“A Leitura de

histórias na Educação Pré-Escolar”-, uma vez que é uma área do interesse de todo o grupo,

e deve ser trabalhada principalmente em idades precoces (três anos), e que iria ser bastante

útil, pois é uma área que permite, a nós educadores/professores, dar início a qualquer

aprendizagem de outra área, através da transversalidade de conteúdos.

Para Rigolet (2009), “Um livro é uma janela aberta para o mundo, pois é capaz de

nos transportar para outras realidades e de nos fazer construir castelos de fantasia.” (p. 9).

No jardim-de-infância, a hora do conto, é dos momentos mais importantes do dia,

e é muitas vezes daqui que se parte para o desenvolvimento de conteúdos e aprendizagens.

Para Albuquerque (2000),

(…) é a partir da Pré-escola, que o conto de fadas é explorado, após a narração

inicial, noutras actividades pedagógicas, como por exemplo, com a produção de

desenhos, reconhecimento de palavras, actividades de desenvolvimento

vocabular, de dramatização, ou outras atividades artísticas (musicais, poéticas,

etc). (p. 27).

Por esta razão, este momento tem um tempo e um espaço que lhe são próprios no

dia-a-dia da sala do Jardim de Infância.

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2.2. Fundamentação teórica

A relação da criança com o livro tem início logo desde muito cedo. É importante

que esta relação se transforme em momentos de prazer, onde a criança descobre a

maravilha da leitura.

Para Brazelton e Sparrow (2003),

Quando a criança atinge os três anos de idade, os livros há já muito tempo que

deixaram de ser para mastigar, esmagar ou arrastar atrás de si. Uma criança de

três anos que tenha sido exposta a livros sabe que eles têm histórias para contar,

que essas histórias têm um princípio e, se ela souber ouvir e esperar, um fim. (p.

50).

A sua relação com o livro lido por outrem e manuseado por ela marca o início da

formação de um possível leitor, para quem o ato de ler não se restringe apenas a uma

etapa concreta da vida do indivíduo. Este ato acompanhá-lo-á para o resto da sua vida,

em todos os momentos e lugares, assumindo diversos papéis que se vão alterando, mas

que nunca perdem a sua importância.

2.2.1. A importância do livro no desenvolvimento da criança

A leitura é uma das melhores formas de aprendizagem e desenvolvimento. Assim,

a motivação para a leitura deve ser feita precocemente. O livro transmite momentos

mágicos, através dos quais as crianças conseguem sonhar, percecionar imagens que

representam a realidade e a embalam até ela.

Ouvir histórias é um momento tão prazeroso que desperta a curiosidade e o

interesse das pessoas de todas as idades. Se os adultos gostam de ouvir uma boa história,

as crianças são capazes de se interessarem e gostarem ainda mais, já que sua capacidade

de imaginar é mais intensa nestas idades.

Este é um período em que as crianças estão mais abertas a diferentes

aprendizagens, e é uma fase em que o educador deve contar histórias, lengalengas, cantar

canções, para que o desenvolvimento linguístico seja marcante.

Cazden e Schickedanz (citado por Marques, 2002) “recomendam aos pais e aos

professores a leitura frequente de livros de histórias como uma maneira apropriada para

estimular o desenvolvimento de competências literárias nas crianças.” (p. 34)

O contato com o livro deve ser constante para que desperte o gosto por esse ato,

tornando-se um hábito e não, apenas, um momento esporádico.

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A leitura de histórias, utilizada de modo adequado, é um instrumento de muita

importância na construção do vocabulário da criança, fazendo com que ele desperte para

o mundo da leitura construindo novos significados e novos conhecimentos.

Ao ler e/ou contar histórias para as crianças, a educadora estará a incutir nas

crianças hábitos de leitura e também a enriquecer o vocabulário das crianças, o que

facilitará no futuro uma melhor abordagem à escrita.

Nesta fase etária da infância, o contato como o escrito que pode ser narrado,

familiariza a criança com um instrumento – a escrita - que reconhece como código

carregado de mensagens. Mata (2006) afirma que “a leitura de histórias é uma atividade

muito rica e completa, pois permite a integração de diferentes formas de abordagem à

linguagem escrita, em geral, e à leitura, de uma forma específica.” (p. 78).

Também para Marques (1991), a leitura de histórias é bastante importante “para o

desenvolvimento da linguagem da criança e para a compreensão do mundo físico e

social…(p.33)

Segundo Teberosky e Colomer (2003),

No contacto com histórias lidas e ouvidas, a criança vai adquirindo novas

experiências. Daí a importância de ler e contar histórias às crianças desde os

primeiros anos de vida, estimulando nelas o gosto pela leitura, para que elas

possam também adquirir os recursos necessários ao desenvolvimento da sua

fantasia e criatividade. (p. 18)

A leitura de história é também uma boa “arte de memória”. Não é apenas ficar a

ouvir, mas sim reter a informação que é dada, de forma a chegar ao final da leitura saber

todo o encandeamento da mesma, do início ao fim.

Cury (2004) afirma que “(…) educar é contar histórias. Contar histórias é

transformar a vida na brincadeira mais séria da sociedade. A vida envolve perdas e

problemas, mas deve ser vivida com optimismo, esperança e alegria. Pais e professores

devem dançar a valsa da vida como contadores de histórias. (p.132)

O livro permite ao educador diversificar atividades como, por exemplo, trabalhar

a criatividade e a imaginação das crianças. Para isso, poderemos pedir às crianças para

encontrar um fim diferente para a história, criar uma nova personagem, ou fazer a

continuação desta.

Não é só na sala que as crianças devem contactar com os livros. O educador não

tem apenas de apresentar os livros às crianças, mas sim o espaço onde a leitura e o livro

são o mais importante, a biblioteca escolar. Por norma, a biblioteca é um espaço calmo e

agradável, onde as crianças costumam contactar com uma variedade de livros.

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A biblioteca tem um papel decisivo, ao contribuir para que as crianças adquiram

as competências relacionadas com o manuseio dos livros, e a sua informação, devendo

assim, o educador ser cúmplice do seu desenvolvimento e da sua dinamização, pois no

futuro estas ações vão-lhes ser bastante uteis e indispensáveis na sua vida escolar.

Para Martins e Niza (1998) “a familiarização das crianças com diversos materiais

da biblioteca, o olhar para os livros e tentar descobrir o que eles dizem, o manusear

diversos suportes contendo texto e imagem, estimula nas crianças o desejo de os

conhecer”. (p. 86)

2.2.2. Ler o quê e como

Antes de qualquer momento de leitura, a escolha do que irá ser lido é fundamental.

Bettelheim (2002) menciona que para que uma história enriqueça a sua vida “ela

tem de estimular a sua imaginação, tem de ajudá-la a desenvolver o seu intelecto e

esclarecer as suas emoções” (p.11).

Para que o momento de contato com o livro e o conto seja portador de mais-valias,

o cuidado do ato de ler é importante. Não se trata apenas de ler o que está escrito, mas de

uma arte de representação que capte a atenção dos mais pequenos.

Segundo Rigolet (2009), existem três procedimentos que são fundamentais para

quem deseja ler/contar uma história – a preparação, a narração e o pós-contar.

A fase da preparação inclui, em primeiro lugar, a escolha do livro/conto. Esta

tem de ter sempre em conta o público-alvo e o objetivo a ser alcançado. Depois da obra

escolhida, tem de ser preparada a leitura da mesma, de forma a captar a atenção, neste

caso, das crianças.

Para Rigolet (2009),

(…) Após a seleção de um material de qualidade, o que já implicou uma leitura

superficial da obra, seguida de uma outra, transversal e mais analítica, o adulto

deve extrair a trama do texto para estar em condições de dominar melhor o

conteúdo de cada uma das partes. (p. 96)

Quanto melhor compreendermos a história, mais fácil é transmitirmos a

mensagem às crianças.

A mesma autora defende que

“[a] preparação para um acto de leitura, especialmente quando destinado a um

grupo de crianças, é essencial: quanto mais exaustivo e pormenorizado for este

tempo de preparação – cuidando de cada detalhe como se fosse da máxima

importância -, maior hipótese de sucesso terá a narração em si. (p. 96)

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É nesta fase, que o tempo e o espaço são também definidos.

Depois de uma boa preparação, seguimos para outra parte, o ato de ler a história

– narração.

Em primeiro lugar, é importante ter em conta um princípio básico fundamental

em qualquer ato de leitura: “a compreensão de que devemos ler com as crianças e não

somente para elas.” (Rigolet, 2009, p. 112)

Como já foi referido anteriormente, a leitura de histórias, transmite nas crianças

momentos mágicos, através dos quais as crianças conseguem sonhar. Por esta razão, é

importante fazer esta passagem, do mundo real, para o mundo imaginário. Para esta

passagem existem diversos “rituais de iniciação”.

Para Rigolet (2009), o acto de ler “se for iniciado por um ritual – não verbal e/ou

verbal – este permite estruturar espaciotemporalmente a mente do jovem ouvinte.” (p.

112).

Existem diversos rituais, uns maiores do que outros. Uns apenas com a voz, outros

apenas com gestos, outros com pequenas dramatizações. “O Castelo Encantado das

Histórias” é um dos rituais mais adorados pelas crianças. Com as crianças sentadas no

tapete em meia-lua, começamos a grande viagem até ao Castelo Encantado. Pelo

caminho, as crianças encontram alguns obstáculos, que terão de ultrapassar, como rios,

(onde terão de nadar), animais (de quem terão de fugir) ou plantas, (por onde terão de

passar). Chegados ao Castelo, sentam-se no lugar, direitinhos e com o cabelo para trás

das orelhas para ouvirem bem a história que vai começar. Toda esta pequena

dramatização é realizada com as crianças no mesmo lugar.

Outra forma de iniciar a leitura, é a personificação do livro, atribuindo-lhe magia,

visão, audição, etc. Ao pedirmos às crianças para fazerem silêncio, e soprarem

devagarinho, para o livro se abrir, ou pedirmos às crianças para dizerem “pozinhos de

perlimpimpim” a história começa assim, são algumas ideias para tornar aquele momento

ainda mais mágico e motivador. Estes rituais, transportam as crianças para um mundo de

fantasia, mesmo antes da história começar.

Durante a leitura, saber captar a atenção das crianças, é fundamental para que estas

se sintam como protagonistas da história. Para isso, existem diversos meios, sendo a nossa

voz um dos mais importantes. Rigolet (2009) refere que são muito importantes “as

características específicas que a nossa voz adquire para exprimir determinadas conotações

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(…); o ritmo da nossa fala, a altura do nosso tom de voz, e a melodia ou entoação” (p.

97).

Tal como a iniciação da leitura, a conclusão da mesma é igualmente realizada com

um ritual. É tão importante entrar num mundo de fantasia, como sair dele, para o mundo

real. Segundo a mesma autora, é importante indicar às crianças que “a janela aberta sobre

um mundo de fantasia acabou de fechar.” (p. 125). São exemplo desses rituais, as

expressões “Vitória, Vitória, acabou-se a história”, ou “Bravo, bravo, bravíssimo”, entre

outras.

A fase do pós-contar é tão importante como as outras duas fases já referidas

(preparação e narração).

A observação das ilustrações e o aproveitamento dos comentários das crianças são

fundamentais, pois ajuda-as a perceber melhor a história, relacionando e partilhando,

muitas vezes, acontecimentos já vividos.

Mata (2006), citando Wells, considera que:

Se as histórias forem lidas como parte da rotina diária, sem serem posteriormente

discutidas, serão inerentes e sem grande interesse e sem grande impacto no resto

da experiência da criança. Serão as questões e a discussão, que ocorrem nestes

momentos, que irão fazer a diferença. (p. 91).

Ainda assim, não se deve exagerar nesta fase, trabalhando muitos aspetos ao

mesmo tempo, como a memória, a linguagem, a imaginação, os valores morais, uma vez

que se corre o risco de ser maçador e perder todo este encanto, do momento mágico, que

foi a leitura da história.

2.3. Para e No Tapete. Estratégias de dinamização da hora do conto

No ensino Pré-escolar, devem ser promovidas e desenvolvidas diversas atividades

inseridas nas diferentes áreas de aprendizagem, entre elas o momento da leitura de

histórias na sala - no tapete. Para além desta, a leitura “vai e vem” no jardim-de-infância,

é também uma forma de promover na criança o hábito de leitura, levando por um

determinado período de tempo, um livro para casa, para ser lido em família, e fazer

posteriormente um trabalho sobre este e apresentá-lo aos colegas. Neste tipo de atividades

as crianças mostraram-se muito motivadas e envolvidas, bem como as famílias. Com este

tipo de atividades, as crianças desenvolvem competências relativas a todas as áreas, como

a responsabilidade, criatividade, imaginação, oralidade, entre outras.

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A preparação dos momentos de leitura na sala – para o Tapete – requer pesquisa,

reflexão e planeamento, por parte do docente. Há que escolher o livro de acordo com os

objetivos definidos, há que planificar a melhor estratégia de gestão da atividade.

Existem diversas maneiras de apresentar um livro às crianças, e diversas maneiras

de ler/contar uma história às crianças. A utilização de novas tecnologias é uma dessas

maneiras.

Normalmente, as crianças estão habituadas a ouvir contar histórias e a ver as

imagens do livro, quando a educadora as mostra. Mas também podem “fingir” que estão

no cinema, em vez de ver um filme elas ouvem uma história com o auxílio de uma

apresentação de powerpoint. Assim podiam estar constantemente a olhar para as imagens

que iam aparecendo ao longo da leitura, em ponto grande, tornando aquele momento mais

atrativo. Desta forma as crianças estarão sempre mais atentas e motivadas a ouvirem a

história.

Ao dinamizarmos as histórias, a criança compreende melhor os conteúdos, e vai

desenvolvendo o gosto pelo livro, e mais tarde pela leitura.

As atividades que serão aqui apresentadas foram planeadas de acordo com a área

de intervenção prioritária na área da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita.

De toda a prática desenvolvida, foram escolhidas três atividades significativas,

que fossem ao encontro dos objetivos estipulados, e que nos permitissem analisar a ação

e refletir sobre o desenvolvimento de todo o processo.

2.3.1. Atividade I- Vamos começar o dia

A primeira atividade significativa que irei descrever foi implantada ao longo de

todo o ano. Esta atividade foi posta em prática quase todos os dias da semana, inscrita nas

rotinas. Consistiu em iniciarmos as nossas manhãs, com a leitura/apresentação de uma

história. Tentei sempre que a história lida/apresentada, fosse ao encontro da temática

trabalhada no momento, o que por vezes não acontecia, por ser um pouco complicado,

encontrar e possuir histórias para todos os temas abordados Tentei promover diariamente

atividades no âmbito da leitura, uma vez que foi esta a maior dificuldade sentida no grupo,

no início do ano letivo, e através da repetição desta atividade, e da melhoria das

estratégias, as crianças foram adquirindo diariamente mais competências nesta área.

Os principais objetivos desta atividade, que se prolongou durante todo o ano

letivo, tendo em vista as aquisições/desempenhos esperados nas crianças, foram:

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- Saber ouvir;

- Saber interpretar uma história;

- Saber esperar pela sua vez de falar;

- Saber responder a questões, demonstrando que compreendeu a mensagem transmitida

oralmente.

- Interagir com o adulto e com as outras crianças numa conversa/escuta ativa

- Saber estar atento, ouvindo a história do principio ao fim, sem interromper

- Ser capaz de guardar as suas dúvidas, questões, até ao final da história, para não

interromper o momento.

- Ser capaz de relacionar a história com diversos temas, assuntos do quotidiano, desde

identificar e nomear as cores primárias e algumas cores secundárias a identificar formas

ou sentimentos.

As histórias escolhidas ao longo do ano procuraram relacionar-se com interesses

e necessidades emergentes no dia-a-dia, e são disso exemplo as seguintes (Anexo 6):

Vai chegar um bebé – (Nascimento de um irmão de uma criança do

grupo)

O coelhinho Afonso – (Promover comportamentos de amizade entre os

pares)

Todos no sofá – (Contagem crescente e decrescente)

A magia da estrela de Outono – (Outono)

Cuquedo – (Desenvolvimento da oralidade e memorização)

Adivinha o quanto eu gosto de ti – (Sentimentos)

O menino que não gostava de sopa – (Dia da Alimentação)

A lagartinha comilona – (Dia da Alimentação)

A bruxa Mimi – (Halloween)

Para a sua apresentação usámos diferentes técnicas e suportes, como a utilização

do livro, de powerpoint, de fantoches ou de personagens móveis, entre outras.

A aprendizagem e a recitação de lengalengas fizeram também parte das rotinas.

Estes momentos, que fizeram parte da rotina do início de cada manhã, eram passados na

zona do tapete, com as crianças sentadas, umas vezes em forma de “U”, outras vezes

sentadas por filas, dependendo do material utilizado, e da disposição mais indicada.

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2.3.2. Atividade II – As cores

Livro: ELMER E O ARCO IRIS (Autor e ilustrador: David McKee)

Esta história fala-nos de um dia de tempestade na selva, em que o Elmer estava

com todos os outros elefantes dentro de uma gruta, para se abrigarem. Elmer esperava ver

o arco iris, depois da tempestade. Logo que acabou de chover, os elefantes saíram da

gruta, depararam-se com um arco iris estranho, sem cores. Elmer ficou com pena do arco

iris, e os outros animais muito preocupados com o acontecimento. Então Elmer decidiu

dar as suas cores, para que o arco iris voltasse a ser lindo como sempre. Mas, para isso,

tinha que encontrar o local onde o arco iris tocava na terra, e por isso, resolveu procurar

o sítio. Alguns animais ajudaram-no, e pelo caminho encontrou outros animais que

também estavam assustados, e por isso quiseram ajudar (o leão, o tigre, a girafa, os

macacos, e os peixes do rio). Foi um peixe que deu uma dica sobre o local onde talvez

começasse o arco iris. Poderia ser junto à cascata. Era ali realmente o local em que o arco

iris se encontrava com a terra. Elmer entrou para lá da cascata, e todos os animais ficaram

expectantes com o que se passaria de seguida com Elmer. De repente o arco iris começou

a ficar com as suas cores, mas não saia o Elmer. De repente, este saiu de trás da cascata,

com os seus quadradinhos de todas as cores, e explicou a todos que há coisas que se

podem dar, e que nunca se acabam, como o Amor, a Felicidade, e as cores do Elmer.

A escolha deste livro deveu-se ao facto de estar a trabalhar as cores com o grupo

de crianças, identificando e reconhecendo as cores primárias e algumas secundárias.

Tanto o livro, como a sua ilustração, fazem referência a diversas cores, sendo a

personagem principal, um elefante muito colorido. Enquanto a história foi lida, foi

possível levar as crianças a identificar algumas cores.

Como as ilustrações do livro são bastante apelativas, e muito coloridas, ter animais

como personagens, e por ter desenhos simples e que podem ser reproduzidos pelas

crianças, é possível trabalhar de forma transversal a oralidade e a matemática, através de

perguntas sobre a história e da observação das imagens.

No entanto, com esta história, poderia, em atividades seguintes trabalhar outras

temáticas, como a Felicidade, o Amor, a ajuda ao próximo, entre outras.

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Objetivos e Desenvolvimento

A atividade foi trabalhada durante uma das intervenções do mês de Janeiro. Foi

dividida em dois momentos diferentes, a leitura da história e a atividade plástica referente

à mesma (Planificação em Anexo 7).

A leitura da história teve como principais objetivos:

- Saber ouvir;

- Saber interpretar uma história;

- Saber esperar pela sua vez de falar;

- Saber identificar e nomear as cores primárias e algumas cores secundárias.

- Saber responder a questões, demonstrando que compreendeu a mensagem transmitida

oralmente.

- Interagir com o adulto e com as outras crianças numa conversa/escuta ativa.

A atividade plástica teve como principais objetivos:

- Desenvolver e despertar o gosto por trabalhos manuais;

- Desenvolver a motricidade fina (colagem);

- Desenvolver e aperfeiçoar o movimento de pinça;

- Desenvolver a criatividade.

- Saber identificar e nomear as cores primárias e algumas cores secundárias.

Iniciei a atividade com a leitura de uma história. Durante este momento, o grupo

esteve sentado na área do tapete, em forma de “U”. A história escolhida foi apresentada

às crianças, de uma forma dinâmica, com o auxílio de um powerpoint.

Durante a apresentação da história, fui colocando algumas questões sobre

diferentes cores, que apareciam na história, como por exemplo “Que cor é esta?”,

apontando sempre com o dedo.

Após realizarmos a apresentação, foram colocadas algumas questões ao grupo, de

modo a perceber se tinham compreendido a história, como por exemplo: “Por que razão

estavam os animais dentro da gruta?”, “Por que não parava de chover?”, “O que resolveu

fazer o Elmer ao arco-íris?”.

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Após a exploração oral da história, foi pedido às crianças que se sentassem nos

seus lugares à mesa.

Voltei a questionar as crianças sobre o que tinha acontecido à personagem

principal do livro, durante a história. Esta tinha dado as suas cores ao arco-íris, ficando

ela sem cores.

De seguida expliquei ao grupo, que iriamos ajudar a personagem a voltar a ser

colorido, colando-lhe diversos papelinhos de diferentes cores. Voltei a questionar

algumas crianças sobre diversas cores (dos diferentes papelinhos).

Com a ajuda de uma criança, distribui uma folha de papel com a imagem da

personagem da história, e um “monte” de papelinhos, a cada criança, para que colassem

(Registo fotográfico da atividade em Anexo 8).

Reflexão final

Pude concluir que as atividades da manhã correram bastante bem, as crianças

mostraram-se muito participativas.

No final da leitura, verifiquei que o grupo esteve atento, pois responderam

corretamente às questões colocadas sobre a mesma. O facto de a história ser apresentada

em formato PowerPoint, ajudou bastante, pois mostraram-se sempre muito atentas, sem

fazerem interrupções.

Figura 1 – Registo fotográfico da atividade de Expressão Plástica

“Elmer, o elefante Xadrez”

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Relativamente aos objetivos da atividade de expressão plástica, estes foram

atingidos quase na totalidade, por todo o grupo. Relativamente ao desenvolvimento da

motricidade fina (colagem), todas as crianças mostraram ter esta capacidade

desenvolvida, fazendo bem o movimento de pinça.

Durante a realização desta atividade, o grupo conseguiu identificar e nomear

diversas cores, quer primárias, quer secundárias.

Como na primeira parte da atividade (leitura da história), também foram

trabalhadas as cores, nesta segunda abordagem, foi mais fácil a identificação e nomeação

das mesmas por parte das crianças. Apenas quatro crianças mostraram ter alguma

dificuldade em fazê-lo.

Esta história permite desenvolver competências transversais às diferentes áreas.

Relativamente à área da Matemática são trabalhadas as cores, as formas geométricas,

contagens (das diferentes personagens), os tamanhos, entre outros. Em relação à área do

Conhecimento do Mundo, poderão ser trabalhados os diferentes meios envolventes, bem

como os diferentes tipos de animais.

2.3.3. Atividade III – A higiene

Livro: CAMILA NÃO QUER TOMAR BANHO (Autor: Aline de Pétigny;

Ilustrador: Nancy Delvaux)

Esta história fala-nos de uma menina que não queria tomar banho.

Depois de brincar no jardim, a mãe da Camila chamou-a para ir tomar banho. Camila

achava que tomar banho podia ser perigoso. Ela pensava que poderia encolher depois de

se lavar, tal como tinha acontecido com a camisola do seu irmão. Além disso, ela já tinha

tomado banho no dia anterior! Quando o telefone tocou, a mãe da Camila foi rapidamente

atender. Camila aproveitou o momento para se lavar apenas com a luva de banho, um

pouco de água e um pouco de sabonete. Assim não teria de ir para dentro da banheira. No

final, aproveitou para por um pouco de perfume. Quando a mãe chegou, Camila disse-lhe

que já não precisava de tomar banho, referindo o facto de até ter colocado perfume para

cheirar bem. A mãe perguntou-lhe que cheiro horrível era aquele e reconheceu o cheiro

do frasco do champô dos piolhos. A Camila aflita com a situação, gritou dizendo à mãe

que afinal já queria tomar banho.

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A escolha deste livro deveu-se ao facto de ir desenvolver o tema” a higiene”, com

o grupo de crianças da sala, e, após alguma pesquisa, achar que este seria o livro que

melhor se adequava às noções que eu queria transmitir. O facto de por vezes as crianças

desta faixa etária, não querem tomar banho, fazendo birras quando os pais pretendem que

isto aconteça, tal como acontece nesta história com a personagem principal, Camila, o

facto de Camila ter aproximadamente a mesma idade das crianças do grupo, de as

ilustrações serem apelativas em termos de desenhos e de cor, personagens (mãe, irmão,

avô), permitindo uma maior ligação da criança à história, pareceu-me que este livro seria

o mais indicado. Trabalhei esta história com o objetivo de promover hábitos de higiene,

a sua importância para a saúde e as rotinas a eles associadas. É importante incutir cedo

nas crianças a importância de uma boa higiene diária. No entanto, para além das noções

principais que pretendi trabalhar inicialmente, relativamente à higiene, sempre que

trabalho uma história há sempre temáticas associadas, que também são importantes

desenvolver. Foi o caso desta história, onde a criança não é apenas levada a compreender

a necessidade da higiene diária, mas também a importância de não mexer nos produtos

guardados na casa de banho (ou noutros locais da casa), sem a supervisão de um adulto.

Objetivos e Desenvolvimento

Esta atividade e foi trabalhada durante uma das intervenções do mês de Novembro

(Planificação em Anexo 9).

Tal como a atividade anterior, também esta foi dividida em dois momentos

diferentes: a leitura da história (abordagem à leitura e à escrita, compreensão do oral) e a

tarefa coletiva de dar banho a um boneco (reforço positivo pelo prazer).

A leitura da história teve como objetivos:

- Compreender o discurso oral - compreender a história ouvida;

- Compreender a importância de uma boa higiene;

- Identificar os fatores de uma boa higiene;

- Saber nomear e identificar algumas partes do corpo.

Transversalmente, integrando o desenvolvimento pessoal e social das crianças, a

atividade contemplou a capacidade de:

- Saber ouvir;

- Saber esperar pela sua vez de falar;

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- Interagir com o adulto e com as outras crianças numa conversa/escuta ativa.

Neste dia, depois de realizadas as rotinas da manhã (canção dos bons-dias e a

marcação de presenças), as crianças ouviram a história “Camila não quer tomar banho”.

Este momento foi um pouco diferente do habitual, pois as crianças estavam sentadas em

forma de “U”, mas desta vez nas suas cadeiras, uma vez que a segunda parte da atividade

se ia realizar na zona do tapete. Esta alteração foi feita, para que as crianças não

permanecessem no mesmo lugar durante toda a atividade.

Durante este momento, utilizámos apenas o livro, como auxiliar.

No final da leitura, foram colocadas algumas questões ao grupo, de modo a

perceber se tinham compreendido a história.

De seguida, dialogámos um pouco sobre os hábitos de cada criança, se gostava ou

não de tomar banho, quem lhes dava banho, quando tomavam banho, entre outras.

Na segunda parte da atividade, pediu-se às crianças para se sentarem na zona do

tapete, também em forma de “U”. Posteriormente colocou-se uma pequena banheira com

água, um boneco (“nenuco”) e alguns acessórios, como champô, gel de duche, toalha e

creme para o corpo, no centro, para que todos pudessem observar os diferentes objetos.

O objetivo desta atividade foi aprender a dar banho ao boneco, realizando todas as etapas

necessárias e habituais. Cada criança participou na atividade, pois foram chamadas, uma

a uma, para realizar diversas tarefas. (Registo fotográfico da atividade em Anexo 10)

Reflexão final

O resultado foi bastante positivo. Durante a leitura da história, houve algumas

interrupções demonstrativas da sua transposição para o tema, pois houve duas crianças

que partilharam com os colegas, quem lhes dava banho. Ambas referiram que eram as

suas mães quem lhes davam o banho. Durante a segunda parte da atividade, as crianças

mostraram-se sempre muito entusiasmadas, trazendo para a sala diversas situações

vivenciadas em casa com pais e outros familiares.

Figura 2 – Registo fotográfico da atividade “Camila não quer tomar banho”

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2.4. Conclusões da pesquisa temática (investigação-ação)

Após a implementação de diversas dinâmicas promotoras da leitura de histórias

na Educação Pré-escolar, deparei-me com algumas limitações, sendo estas, a hora de

chegada das crianças ao jardim-de-infância e a participação ativa e interventiva destas,

que embora contextualizada, impedia a leitura contínua da história, levando a frequentes

interrupções, que tornavam difícil a retoma para algumas crianças.

Neste grupo, todas as crianças tinham três anos, exceto duas que os farão no mês

de Dezembro. Tratava-se de um grupo com crianças bastante interessadas, e que gostam

bastante de aprender novos conhecimentos e novas ideias. É também, um grupo, bastante

curioso. Um dos seus momentos preferidos é o momento em que ouvem histórias. No

final da leitura de cada história pedem sempre mais. Era frequente interromperem, para

fazerem associações entre a história e experiências vividas por eles. Estas situações

tornaram-se para mim um desafio, tentando sempre encontrar uma forma de aproveitar o

que as crianças diziam, integrando essas ideias na história/tema.

A questão que se colocou foi a de regular a participação sem matar a capacidade

de se reverem na história e de o expressarem, objetivo maior do ato de leitura. A prática

de Ensino Supervisionada foi o momento de refletir, procurar informação adequada a

resolução do problema e à avaliação progressiva das mudanças que ia operando.

Para que esta atividade pudesse melhorar, comecei por alertar e sensibilizar os

pais para a importância do cumprimento do horário que estava estipulado, para o começo

das atividades, tendo estas como início, a “hora do conto”.

Tendo verificado que não havia grandes alterações deste comportamento, decidi

alterar a disposição da sala, para outra que me pareceu mais adequada. A área do tapete,

local onde era realizada a “hora do conto”, encontrava-se numa zona da sala, em que eu

estava afastada da porta e de costas para esta. Isto fazia com que eu tivesse,

frequentemente, de interromper a leitura, para receber as crianças, muitas vezes, tendo de

me levantar, e dirigir-me à porta para atender os pais. Para as crianças que se encontravam

sentadas a ouvir a história começava a ser cansativo muitas interrupções. Por esta razão,

escolhi mudar a zona do tapete para uma zona mais perto da entrada da sala, de forma a

estar mais próxima do local de chegada das crianças, não tendo assim, de me levantar

constantemente, para as receber, e desta forma as interrupções se tornarem mais curtas.

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Apesar de estas alterações terem melhorado significativamente estes momentos,

não consegui contudo, que acabassem as interrupções, que embora curtas, não deixavam

de ser impeditivas de uma dinâmica adequada a estes momentos.

Na verdade, eu estava utilizando a leitura de histórias como rotina diária que, ao

início do dia, cumpria também a função de aguardar que todas as crianças chegassem para

dar início às atividades propriamente ditas. O que pode ser feito com canções, jogos,

tantas outras estratégias, que se querem diversas para manter o interesse e a expectativa.

Ou seja, dei comigo como que a banalizar a atividade.

Penso que poderia ter implementado uma outra dinâmica, que seria a alteração do

horário da “hora do conto”, para um momento em que a maioria das crianças estivessem

na sala. Não o fazia porque tentei sempre, partir da leitura da história para a atividade que

pretendia desenvolver com as crianças, encontrando uma sequência e ligação entre a

história a e temática a desenvolver.

Após reflexão sobre esta problemática com que me deparei, penso que em práticas

futuras terei de encontrar dinâmicas de sala, que privilegiem estes momentos, tendo em

conta estas limitações que poderão voltar a surgir, e para as quais eu terei de encontrar

soluções mais adequadas.

A dificuldade que senti, no que se refere à regulação da participação ativa e muito

interveniente das crianças durante a leitura da história, devido ao grande entusiasmo que

demonstraram sempre nestes momentos, foi sendo superada ao longo do ano,

aproveitando melhor as intervenções e remetendo em tempo certo de novo para a

narrativa, quando necessário.

Para que nada ficasse por dizer e desenvolvendo a oralidade, implementei sempre

no final de cada história momentos diálogo sobre a mesma, para que percebessem, que

nem sempre havia necessidade de interromper a leitura do conto. As crianças começaram

a perceber que poderiam falar no final da história sobre a mesma, estando-se mais

concentradas e calmas.

A hora do conto precisa ser também um momento especial, com um fim em si

mesmo, usado com ritual próprio que abra a porta ao mundo do faz de conta e dele se

marque a saída. É neste aspeto que irei apostar.

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Capítulo III – Em modo reflexivo

3.1. Da Autoavaliação

A realização do estágio representa apenas o princípio de uma longa caminhada na

aprendizagem ao longo da vida.

Ao longo deste período de estágio, que decorreu no Jardim de Infância da

CREVIDE, vivi experiências que me permitiram crescer enquanto profissional. Esta

oportunidade, o contacto com uma realidade educativa diferente de todas as que já tinha

passado (como educadora), que me deram ao longo destes meses, foi fundamental para o

meu futuro como docente, pois é durante o tempo de estágio, que, nós estagiárias,

entendemos o verdadeiro significado de responsabilidade e profissionalismo, pois este

contacto com a realidade de sala de aula possibilitou-nos, enquanto educadores e

estagiários, perceber como devemos agir em determinadas situações, moldando-nos aos

alunos e adaptando diferentes estratégias para a cada momento de ensino-aprendizagem.

Esta oportunidade de estágio contribuiu para desenvolver competências para saber

observar, descrever, registar e interpretar, de modo a que, daqui para a frente, consiga

encontrar e propor alternativas de intervenção, com a finalidade de superar os problemas

apresentados pelas crianças e/ou satisfazer as suas necessidades.

A relação e orientação da educadora cooperante (coordenadora), bem como das

orientadoras de estágio do ISEC, durante este período, foram, também, bastante

importantes, pois pude aprender novas estratégias de ensino e melhorar algumas ideias e

técnicas realizadas, pois sempre me deram o apoio e a orientação que precisei e me

corrigiram quando foi necessário.

Esta relação é fundamental, pois enriquece a formação, promovendo um

aperfeiçoamento da prática pedagógica, pois só havendo uma boa relação é que se

consegue fazer um trabalho de equipa, tal como aconteceu durante estes últimos meses.

Alarcão e Roldão (2008) defendem que “a noção de supervisão remete para a criação e

sustentação de ambientes promotores da construção e do desenvolvimento profissional

num percurso sustentado, de progressivo desenvolvimento da autonomia profissional.”

(p.54). Deverá ter-se em conta que a supervisão, como referem as mesmas autoras, deve

ser entendida como uma “atividade de apoio, orientação e regulação.” (p.56). Como referi

anteriormente, esta relação e este apoio por parte das orientadoras de estágio e a

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educadora cooperante foi uma mais-valia, tanto na realização deste relatório, como

durante todo o estágio.

No decorrer de toda a minha intervenção pedagógica procurei sempre manter uma

postura correta, estabelecendo uma boa relação, tanto com a equipa da sala como de

restante equipa de todo o estabelecimento, e fundamentalmente, com todas as crianças.

De um modo geral, e perante os objetivos propostos inicialmente, conseguimos

desenvolver e implementar atividades que pusessem em prática a problemática definida,

numas mais do que outras.

Sobre a minha relação com o grupo, penso que estabeleci uma boa relação com

todas as crianças. É um grupo bastante interativo, comunicativo e afetivo.

Fazendo uma retrospetiva deste ano, posso dizer que todos os momentos me

proporcionaram grandes aprendizagens, tanto a nível pessoal, como cultural e académico.

É durante o contacto direto com os alunos, não apenas num ano nem em dois, mas

sim pela minha vida fora, que irei aprender a ser educadora. Portanto, pode dizer-se que

o estágio pretende oferecer ao estagiário um conhecimento da real situação do trabalho

em sala de aula, sendo também, um momento para se verificar as competências adquiridas

ao longo do curso.

Severino (2007), afirma que:

As experiências de prática pedagógica representam para muitos formados um

primeiro contacto com a realidade da profissão, pelo que as mesmas são

fundamentais não só pelo contacto com a realidade, mas também porque

permitem ultrapassar as angústias e ansiedades iniciais, face à profissão. Durante

as experiências decorrentes do processo de formação, os alunos são confrontados

com perspectivas e “modelos” que lhes permitem, ao interpretá-los, organizá-los,

confrontá-los e compreendê-los, efectuar construções individuais que constituem

representações, ou seja, imagens mentais da realidade educativa e profissional

docente. (p.73)

4.1.Considerações Finais

A Educação Pré-Escolar é uma etapa educacional bastante importante para um

bom desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem de uma criança. Quanto mais

cedo esta entrar em contacto com o meio escolar e com as várias áreas de aprendizagem,

mais cedo compreenderá o mundo que a rodeia.

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A Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar, Lei n.º 5/97, de 10 de fevereiro, refere

que:

(…) a educação pré-escolar é a primeira etapa da educação básica no processo de

educação ao longo da vida, sendo complementar da acção educativa da família,

com a qual deve estabelecer estreita cooperação, favorecendo a formação e o

desenvolvimento equilibrado da criança, tendo em vista a sua plena inserção na

sociedade como ser autónomo, livre e solidário. (p.670)

Hoje em dia, o jardim-de-infância é o local onde as crianças passam a maior parte

do seu dia. Por essa razão, é o local onda as crianças têm as maiores experiências de

aprendizagem e desenvolvem as suas características a nível pessoal e social. Por isso, é

importante que estes locais promovam um ambiente de qualidade, adaptado às

necessidades das crianças, para que estas possam desenvolver atividades adaptadas aos

seus interesses e capacidades. Papalia, Olds e Feldman (2001) defendem que “um bom

jardim-de-infância fornece experiências que levam as crianças a aprender, fazendo”

(p.341).

Cabe ao educador de infância, o papel da construção do desenvolvimento das

crianças, ajudando -as a desenvolver a sua capacidade de autonomia, confiança em si

próprias, aprender a gerir situações de sucesso e insucesso, e a melhorar a concentração

e a persistência, ajudando-a a crescer e a desenvolver-se de forma global e harmoniosa.

Desta forma, penso orientar sempre a minha prática futura, procedendo a uma

procura constante de novos conhecimentos científicos e pedagógicos, pois isto é

fundamental para um bom e produtivo desempenho. Temo-lo conseguido através de

pesquisa para uma melhor adequação de estratégias e da aquisição de conhecimentos.

Também o trabalho colaborativo, de partilha de material didático e de conhecimentos

entre colegas, é uma mais-valia para nós como futuros docentes.

Sanches (2001) salienta que ”se os professores tivessem oportunidade e condições

para trabalhar em equipa e discutir as suas experiências, os seus saberes e preocupações,

poderiam encontrar a resposta para uma actuação mais integrada e mais integradora de

experiências, aprendizagens e saberes.” (p.25)

As crianças não são todas iguais, pois cada uma delas tem o seu ritmo de

aprendizagem. Desta forma, cabe ao educador respeitar e valorizar, a criança, como um

ser humano coberto de experiências e vivências contextuais e diversificadas. A criança

tem um papel ativo na sua formação por isso, as Orientações curriculares para Educação

Pré-Escolar do ME, (1997) dizem que é essencial “partir do que as crianças sabem, da

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sua cultura e saberes próprios. Respeitar e valorizar as características individuais da

criança, a sua diferença, constitui a base de novas aprendizagens.” (p.19)

Por esta razão, tentarei sempre que a minha formação ética esteja centrada na

aceitação do outro. Como educadora, irei contactar, ao longo de toda a nossa carreira,

com pessoas cuja forma de pensar e de agir sejam completamente diferentes das minhas,

sendo assim, bastante importante saber agir, gerindo da melhor forma os meus

sentimentos.

Esta profissão como educadora de infância exige uma atualização constante face

aos novos projetos e recursos que vão emergindo. Como tal, ao longo da minha carreira,

tentarei sempre acompanhar estes progressos mantendo-me sempre atualizada, de modo

a puder dar às crianças novas aprendizagens, novos desafios e novas conquistas, tendo

sempre em conta a evolução da nossa sociedade.

Como futura profissional, deverei ter um papel ativo como

moderadores/potenciadores/orientadores do funcionamento das aprendizagens e das

relações entre as crianças.

Deverei orientar a minha prática, tendo sempre em conta a reflexão, e a

reformulação de estratégias, para que consiga atingir os objetivos educativos.

Espero que a minha motivação, assiduidade e interesse, como futura docente,

permita às crianças uma evolução de acordo com o programado e esperado, para que os

objetivos/metas sejam atingidos.

A pesquisa bibliográfica foi bastante importante neste trabalho, uma vez que

permitiu rever conceitos e refletir sobre os mesmos, adaptando a minha intervenção às

necessidades do grupo, e de cada criança, de modo a melhorar cada vez mais a minha

forma de agir como docente.

No que se refere nosso objetivo - fazer do momento da leitura um momento em

que o grupo ouça as histórias com prazer e usufruto -, a pesquisa focada na problemática

da importância e da escolha de estratégias para a leitura de histórias foi fundamental para

fundamentar a intervenção, consubstanciando uma modalidade de investigação ação que

permitiu melhorar a prática de educadora e, em consequência, a recetividade e o

desempenho das crianças. Sensibilizar os pais para a importância do cumprimento do

horário que estava estipulado e a alteração da disposição da sala (zona do tapete) foram

um primeiro passo para a mudança. Igualmente importante se revelou a utilização de

estratégias de leitura diversificadas, o cuidado com a escolha do livro, pelo texto e pela

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ilustração, bem como a preparação mais cuidada do ato de ler a história, possibilitando a

abordagem de temas e a entrada no mundo do faz de conta de forma apelativa mas também

estimulante da expressão das crianças.

O estágio – prática e pesquisa -, que este Relatório encerra, correspondeu pois a

uma etapa marcante da minha formação profissional, demonstrando comprovadamente o

que Nóvoa (2009, s.p.) sustenta:

(…) o reforço de processos de formação baseadas na investigação só faz sentido

se eles forem construídos dentro da profissão. Enquanto forem apenas injunções

do exterior, serão bem pobres as mudanças que terão lugar no interior do campo

profissional docente.

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Referências Bibliográficas

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Alarcão, I. & Roldão, M. C. (2008). Supervisão: um contexto de desenvolvimento

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Bettelheim, B. (2002). A psicanálise dos contos de fadas. (10ª Edição). Lisboa: Bertrand

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de Professores. (4.ª ed.). Porto: Porto Editora.

Formosinho, J. (2009). Formação de Professores – Aprendizagem profissional e acção

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Formosinho, J., Katz, L., McClellan. D. e Lino, D. (1996). Educação Pré-Escolar – A

construção social da moralidade. (1.ª ed.). Lisboa: Texto Editora.

Jacinto, M. (2003). Formação inicial de professores. Concepções e práticas de orientação.

Lisboa: Ministério da Educação.

Loureiro, M. J. (2000). Discurso e compreensão na sala de aula. (1.ª ed.). Porto: Edições

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39

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Ribeiro, L. (1991). Avaliação da aprendizagem. (3.ª Edição). Lisboa: Texto

Ribeiro, A. & Ribeiro, L. (2003). Planificação e avaliação do ensino-aprendizagem. Lisboa:

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Rigolet, A. S. (2009). Ler livros e contar histórias com as crianças. Como formar leitores

activos e envolvidos. Porto: Porto Editora.

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Severino, M. A. F. (2007). Supervisão em educação de infância: supervisores e estilos de

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Lei n.º5/97, de 10 de fevereiro (Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar).

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Disponível em:

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em 7 setembro 2015.

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I

ANEXOS

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II

ANEXO 1 - Planificação Anual

Operacionalização intencional - Metas de

Aprendizagem Domínios e

Subdomínios

Competências

Situações de aprendizagem/

Estratégias e atividades

Operacionalização

Transversal das Metas

Domínios e Subdomínios

Avaliação (tipos e instrumentos de

avaliação)

Calendarização (mês)

Conhecimento do Mundo Domínio: Localização no Espaço e no Tempo Expressões Domínio: Expressão Plástica - Desenvolvimento da Capacidade de Expressão e Comunicação Subdomínio: Produção e Criação Domínio: Expressão Plástica - Desenvolvimento da Criatividade Subdomínio: Reflexão e Interpretação

- Dar a conhecer a diversos símbolos do Natal; - Conhecer diversas tradições de Natal e participar na festa de natal; - Abordar diferentes temáticas, sobre esta época (Inverno, vestuário,)

- Construção do Presépio e da Árvore de Natal; - Leitura de histórias - Desenho livre, pintura, colagem, rasgagem, modelagem.

O domínio da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita será abordado através do reconto de histórias, conversas em grande e pequeno grupo, acerca das atividades elaboradas tendo sempre por base o tema do Natal. Através deste mesmo tema, o Natal, pretendo, através da Expressão Plástica, abordar e aprofundar os objetivos inerentes ao Domínio do Conhecimento do Mundo, dando a conhecer às crianças diversos símbolos e diversas tradições, realizando várias atividades relacionadas com esta época.

Avaliação através de observação direta e da análise documental, dos produtos finais das atividades propostas.

1º Período

O NATAL

Identificação do Estagiário: Carmen Marques Cardeal Ano letivo 2014/2015

Identificação da InstituiçãoJardim de Infância CREVIDE Educador Cooperante: Susana Guilherme Nº de crianças: 20 Idades: 3 anos

PROBLEMÁTICA/CAMPO DE AÇÃO PRIORITÁRIO EM CONTEXTO DE ESTÁGIO: A Leitura de Histórias na Educação Pré-Escolar

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III

Metas de Aprendizagem

Domínios e Subdomínios

Competências

Situações de aprendizagem/

Estratégias

Operacionalização

Transversal das Metas

Domínios e Subdomínios

Avaliação (tipos e instrumentos de

avaliação)

Calendarização (mês)

Conhecimento do Mundo Domínio: Localização no Espaço e no Tempo Expressões Domínio: Expressão Plástica - Desenvolvimento da Capacidade de Expressão e Comunicação Subdomínio: Produção e Criação Domínio: Expressão Plástica - Desenvolvimento da Criatividade Subdomínio: Reflexão e Interpretação Linguagem Oral e Abordagem à Escrita Domínio: Compreensão de Discursos Orais e Interacção Verbal Matemática Domínio: Organização e Tratamento de Dados

- Escutar, compreender,

recontar, dramatizar

histórias, lengalengas

sobre temas relacionados

com os interesses do

grupo;

-Conhecer alguns

animais domésticos e

algumas das suas

características;

- Identificar a alimentação

dos diferentes animais;

- Despertar na criança a

sensibilização para os

cuidados a ter com os

animais (alimentação,

higiene e outros

cuidados/necessidades).

- Mobiles de diversos

animais domésticos

(aquáticos, terrestres e

aéreos);

- Vaca e ovelha – o que nos

dão

- Jogos e propostas de

trabalho com associações

sobre algumas

características de diversos

animais (crias, alimentação)

- Pictograma (o meu animal

preferido)

- Construção do cantinho

dos nossos animais de

estimação.

Relativamente a este tema,

será possível oferecer ao

grupo de crianças

aprendizagens a vários

níveis, visto que, será

possível, abordar a

Linguagem Oral e

Abordagem à Escrita, através

de histórias e lengalengas e a

matemática através de

pictogramas sobre animais

preferidos ou mesmo as suas

características.

Avaliação através de

observação direta e da

análise documental, dos

produtos finais das

atividades propostas.

2º Período (Janeiro)

ANIMAIS

DOMÉSTICOS

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IV

Metas de

Aprendizagem Domínios e

Subdomínios

Competências

Situações de aprendizagem/

Conteúdos e Estratégias

Operacionalização

Transversal das Metas

Domínios e Subdomínios

Avaliação (tipos e instrumentos de

avaliação)

Calendarização (mês)

Conhecimento do Mundo Domínio: Localização no Espaço e no Tempo Expressões Domínio: Expressão Plástica - Desenvolvimento da Capacidade de Expressão e Comunicação Subdomínio: Produção e Criação Domínio: Expressão Plástica - Desenvolvimento da Criatividade Subdomínio: Reflexão e Interpretação Linguagem Oral e Abordagem à Escrita Domínio: Compreensão de Discursos Orais e Interacção Verbal Matemática Domínio: Organização e Tratamento de Dados.

- Dar a conhecer a

diversos símbolos do

Carnaval;

- Conhecer diversas

tradições de Carnaval e

participar no baile e no

desfile de Carnaval;

- Abordar diferentes

formas de dinamizar

histórias (através de

dramatização, fantoches)

- Construção de fantoches; - Construção de máscaras; - Jogos de memorização;

Através da exploração deste

tema, as crianças terão

oportunidade de trabalhar

principalmente a área da

Linguagem Oral e

Abordagem à Escrita, através

de diversos tipos de

dinamização da leitura,

utilizando diversos materiais,

das conversas em grande e

pequeno grupo, e a

Matemática através de jogos

de memória, utilizando

diferentes tipos de máscaras.

Avaliação através de

observação direta e da

análise documental, dos

produtos finais das

atividades propostas.

2º Período (Fevereiro)

CARNAVAL

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V

Metas de Aprendizagem

Domínios e Subdomínios

Competências

Situações de aprendizagem/

Estratégias

Operacionalização

Transversal das Metas

Domínios e Subdomínios

Avaliação (tipos e instrumentos de

avaliação)

Calendarização (mês)

Conhecimento do Mundo Domínio: Localização no Espaço e no Tempo Expressões Domínio: Expressão Plástica - Desenvolvimento da Capacidade de Expressão e Comunicação Subdomínio: Produção e Criação Domínio: Expressão Plástica - Desenvolvimento da Criatividade Subdomínio: Reflexão e Interpretação Linguagem Oral e Abordagem à Escrita Domínio: Compreensão de Discursos Orais e Interacção Verbal Matemática

- Escutar e compreender

histórias relacionados

com o tema;

- Promover a imaginação

e a criatividade;

- Conhecer e distinguir

diferentes meios de

transportes (aéreos,

terrestres e marítimos);

- Conhecer e aplicar

algumas regras

rodoviárias;

- Abordar o tema da

Páscoa.

- Mobilies de transportes;

- Jogos de associações;

- Jogos de memorização;

- Ovinhos e coelhos da

Páscoa;

- Grafismos.

Através da exploração deste

tema mensal (Conhecimento

do Mundo) as crianças terão

a oportunidade de trabalhar

principalmente a Expressão

Plástica. Mas também será

possível uma abordagem e

um desenvolvimento da

Linguagem Oral através de

conversas em grande e

pequeno grupo, e de leitura

de histórias. A Matemática

será também trabalhada,

através de jogos de memória

e de associações.

Avaliação através de

observação direta e da

análise documental, dos

produtos finais das

atividades propostas.

2º Período (Março)

MEIOS DE

TRANSPORTE

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VI

Domínio: números e operações

Metas de

Aprendizagem Domínios e

Subdomínios

Competências

Situações de aprendizagem/

Conteúdos e Estratégias

Operacionalização

Transversal das Metas

Domínios e Subdomínios

Avaliação (tipos e instrumentos de

avaliação)

Calendarização (mês)

Conhecimento do Mundo Domínio: Localização no Espaço e no Tempo Expressões Domínio: Expressão Plástica - Desenvolvimento da Capacidade de Expressão e Comunicação Subdomínio: Produção e Criação Domínio: Expressão Plástica - Desenvolvimento da Criatividade Subdomínio: Reflexão e Interpretação Linguagem Oral e Abordagem à Escrita Domínio: Compreensão de Discursos Orais e Interacção Verbal Matemática Domínio: números e operações

- Abordar diferentes

temáticas sobre a

Primavera;

- Conhecer algumas

características desta

Estação do Ano;

- Conhecer a constituição

da planta;

- Responsabilizar-se por

tarefas relacionadas com

o cuidado e a

conservação de plantas;

- Mobiles de alguns animais

relacionados com a

Primavera;

- Flores com a técnica do

carimbo;

- Pintar flores com diversas

técnicas;

- Semear um feijoeiro.

- Construção do cantinho da

natureza.

Com este tema mensal, será

possível dar a conhecer ao

grupo diversas

aprendizagens a vários

níveis, através do cantinho da

natureza. A leitura de

histórias e conversas sobre o

tema , levará a um aumento

de vocabulário das crianças.

Avaliação através de

observação direta e da

análise documental, dos

produtos finais das

atividades propostas.

3º Período (Abril)

PRIMAVERA

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VII

Metas de Aprendizagem

Domínios e Subdomínios

Competências

Situações de aprendizagem/

Estratégias

Operacionalização

Transversal das Metas

Domínios e Subdomínios

Avaliação (tipos e instrumentos de

avaliação)

Calendarização (mês)

Conhecimento do Mundo Domínio: Localização no Espaço e no Tempo Expressões Domínio: Expressão Plástica - Desenvolvimento da Capacidade de Expressão e Comunicação Subdomínio: Produção e Criação Domínio: Expressão Plástica - Desenvolvimento da Criatividade Subdomínio: Reflexão e Interpretação Linguagem Oral e Abordagem à Escrita Domínio: Compreensão de Discursos Orais e Interacção Verbal Matemática Domínio: números e operações

- Dar a conhecer

diferentes profissões com

a participação dos pais.

- “O que gostarias de ser

quando fores grande?”

- Improvisar jogos na área

da Expressão Dramática.

- Jogos de associações;

- Jogos de memória;

- Construção de mobiles de

instrumentos relacionados

com a profissão que cada

um gostava de ter.

- Presença de pais, a falar

um pouco sobre as suas

profissões.

Com este tema mensal, será

possível dar a conhecer ao

grupo diversas

aprendizagens a vários

níveis, através da

participação dos pais. A

leitura de histórias e

conversas sobre o tema,

levará a um aumento de

vocabulário das crianças. A

Dramatização será uma

atividade importante durante

este mês.

A matemática será

trabalhada através de jogos

associações, de memória.

Avaliação através de

observação direta e da

análise documental, dos

produtos finais das

atividades propostas.

3º Período (Maio)

PROFISSÕES

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VIII

Metas de Aprendizagem

Domínios e Subdomínios

Competências

Situações de aprendizagem/

Conteúdos e Estratégias

Operacionalização

Transversal das Metas

Domínios e Subdomínios

Avaliação (tipos e instrumentos de

avaliação)

Calendarização (mês)

Conhecimento do Mundo Domínio: Localização no Espaço e no Tempo Expressões Domínio: Expressão Plástica - Desenvolvimento da Capacidade de Expressão e Comunicação Subdomínio: Produção e Criação Domínio: Expressão Plástica - Desenvolvimento da Criatividade Subdomínio: Reflexão e Interpretação Linguagem Oral e Abordagem à Escrita Domínio: Compreensão de Discursos Orais e Interacção Verbal Matemática Domínio: números e operações

- Dar a conhecer uma nova estação do ano, o Verão, e as suas características; - Proporcionar diversas abordagens sobre o tema;

- Construção de Papagaios de papel; - Construção do cantinho do verão; - Jogos de associações; Grafismos;

Relativamente a este tema,

será possível oferecer ao às

crianças aprendizagens a

vários níveis, visto será

possível, abordar a

Linguagem Oral e

Abordagem à Escrita, através

de histórias e lengalengas e a

matemática através de jogos

de associações. A área de

Conhecimento do Mundo,

será trabalhada, na

construção do cantinho do

Verão, em que as crianças

poderão trazer objetos

(conchas, areia da praia,

flores) dos lugares que

visitaram durante os seus fins

de semana.

Avaliação através de

observação direta e da

análise documental, dos

produtos finais das

atividades propostas.

3º Período (Junho)

AS FÉRIAS E O VERÃO

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IX

ANEXO 2 - Ficha de avaliação para a organização do Espaço e Materiais

na sala de Jardim de Infância

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X

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XI

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XII

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XIII

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XIV

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XV

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XVI

ANEXO 3 - Planta da Sala

Planta inicial da sala

Mesas/Cantinho da Pintura

Armários

Camas

Garagem

Casinha

Cantinho da Leitura

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XVII

ANEXO 4 - Horário da Sala

Sala 3 anos 2ª Feira 3ª Feira 4ª Feira 5ª Feira 6ª Feira

7h30 Acolhimento/Canções/Jogos

9h30 Reforço alimentar/Higiene

9h40-10h00

Partilha de

saberes e

experiências/

Conversa sobre o

fim-de-semana

Área de

Projeto:

Estimulação

à Leitura

Área de

Projeto:

Estimulação

à Leitura

Área de

Projeto:

Estimulação

à Leitura

Área de

Projeto:

Estimulação

à Leitura

10h00-11h00 Atividade

Orientada

Atividade

Orientada

Atividade

Orientada

Atividade

Orientada

Brincadeira

Livre/Ida ao

parque

11h00-11h30 Brincadeiras

Orientadas

Brincadeiras

Orientadas

Brincadeiras

Orientadas

Brincadeiras

Orientadas

Brincadeiras

Orientadas

11h15 Arrumação da sala

11h30-12h00 Preparação para o almoço e Higiene

12h00 ALMOÇO

13h-15h30 Hora da sesta

15h30-16h00 Acordar/Higiene e preparação para o lanche

16h00-16h45 LANCHE

16h45-20h00 Brincadeira livre/Saída

Horário sujeito a alterações

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XVIII

ANEXO 5 - Avaliação Diagnóstica

Ano letivo de 2014/2015 – Jardim de Infância CREVIDE – Sala 3/4 Anos

Avaliação Diagnóstica

Nomes

A

. L

.

D.

F.

F.M

.

J.M

.

J.G

.

L.C

.

L.

K.

M.

D.

M.

L.

M.

A.

M.

M.

N.

R.

R.

V.

S.

C.

S.

S.

S.

M.

V.

B.

V.

Área de Formação Pessoal e Social

Sabe dizer o seu

primeiro nome. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Reconhece o seu

sexo. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Mostra

confiança e

segurança em si

mesmo

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Reconhece os

seus objetos. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Respeita as

pessoas, os

espaços e os

materiais

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Partilha os

objetos da sala x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Respeita o uso

da palavra nos

diálogos e nas

conversas

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Identifica e

nomeia os

colegas.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Come com

pouca ajuda. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Expressa

sentimentos/em

oções.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

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XIX

Consegue

expressar-se em

grupo.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Mostra interesse

e iniciativa nas

atividades do JI

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Mantêm uma

atitude calma e

atenta nas

atividades da

sala

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Aceita as regras x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Utiliza as

conversas

sociais para

pedir,

cumprimentar e

despedir-se

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Área de Expressão e Comunicação

Domínio da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita

Utiliza “eu” e

“meu” em vez

do nome

próprio.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Constrói frases

simples. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Fala sobre

vivência do

quotidiano.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Está atento e

responde

adequadamente

e perguntas

simples.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Identifica o seu

nome. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

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XX

Consegue estar

atento a uma

história.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Interpreta as

imagens à sua

volta e a

simbologia

existente na sala

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Mostra interesse

por livros. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Domínio da Matemática

Identifica e

nomeia as cores

primárias.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Compreende

vocabulário

matemático (posição,

grandeza, etc).

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Utiliza os nomes

dos números. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Realiza jogos de

encaixe. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Reconhece

formas e

tamanhos de

objectos

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Domínio das Expressões – Plástica, Dramática, Musical, Motora

Movimenta-se

de forma

coordenada

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Faz a preensão

do lápis e do

pincel (pinça).

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Preenche

espaços

limitados.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

A figura

humana já é x x x x x x x x x x x x x x x x x x

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XXI

percetível

(girino).

Consegue

rasgar. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

É capaz de

brincar ao “faz

de conta”.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Imita sons de

animais e suas

posturas.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Canta canções

simples. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Área de Conhecimento do Mundo

Identifica as

principais partes

do seu corpo.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Identifica e

nomeia alguns

animais.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Identifica e

nomeia

alimentos.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Distingue dia e

noite. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Apercebe-se das

mudanças das

condições

atmosféricas.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Adquirido – verde ; Emergente – amarelo ; Não Adquirido - vermelho

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XXII

ANEXO 6 - Avaliação Final

Ano letivo de 2014/2015 – Jardim de Infância CREVIDE – Sala 3/4 Anos

Avaliação Final

Nomes

B.

L.

D.

F.

F.M

.

J.M

.

J.G

.

L.C

.

L.

K.

M.

D.

M.

L.

M.

A.

M.

M.

N.

R.

R.

V.

S.

C.

S.

S.

S.

M.

V.

B.

V.

Área de Formação Pessoal e Social

Sabe dizer o seu

primeiro nome. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Reconhece o seu

sexo. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Mostra

confiança e

segurança em si

mesmo

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Reconhece os

seus objetos. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Respeita as

pessoas, os

espaços e os

materiais

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Partilha os

objetos da sala x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Respeita o uso

da palavra nos

diálogos e nas

conversas

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Identifica e

nomeia os

colegas.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Come com

pouca ajuda. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

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XXIII

Expressa

sentimentos/emo

ções.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Consegue

expressar-se em

grupo.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Mostra interesse

e iniciativa nas

atividades

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Mantêm uma

atitude calma e

atenta nas

atividades da

sala

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Aceita as regras x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Utiliza as

conversas

sociais para

pedir,

cumprimentar e

despedir-se

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Área de Expressão e Comunicação

Domínio da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita

Utiliza “eu” e

“meu” em vez

do nome

próprio.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Constrói frases

simples. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Fala sobre

vivência do

quotidiano.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Está atento e

responde

adequadamente

e perguntas

simples.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

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XXIV

Identifica o seu

nome. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Consegue estar

atento a uma

história.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Interpreta as

imagens à sua

volta e a

simbologia

existente na sala

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Mostra interesse

por livros. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Domínio da Matemática

Identifica e

nomeia as cores

primárias.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Compreende

vocabulário

matemático (posição,

grandeza, etc).

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Utiliza os nomes

dos números. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Realiza jogos de

encaixe. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Reconhece

formas e

tamanhos de

objetos

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Domínio das Expressões – Plástica, Dramática, Musical, Motora

Movimenta-se

de forma

coordenada

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Faz a preensão

do lápis e do

pincel (pinça).

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Preenche

espaços

limitados.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

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XXV

A figura humana

já é percetível

(girino).

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Consegue

rasgar. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

É capaz de

brincar ao “faz

de conta”.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Imita sons de

animais e suas

posturas.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Canta canções

simples. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Área de Conhecimento do Mundo

Identifica as

principais partes

do seu corpo.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Identifica e

nomeia alguns

animais.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Identifica e

nomeia

alimentos.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Distingue dia e

noite. x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Apercebe-se das

mudanças das

condições

atmosféricas.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x

Adquirido – verde ; Emergente – amarelo ; Não Adquirido - vermelho

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XXVI

ANEXO 7- Algumas histórias apresentadas ao longo do ano

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XXVII

ANEXO 8 - Planificação da Atividade “Elmer e o Arco-Íris”

Nome do Aluno: Carmen Cardeal Grupo: 3 anos Data: 07/01/2015

Planificação Diária

Projetos /Temáticas (em que estas planificações se inserem): As cores

Tempo

Áreas de

Aprendizagem

Domínios e

Subdomínios

Objetivos Desempenho pretendido

Situações/Experiências

de

aprendizagem/atividades

Estratégias de implementação

- Envolvimento/motivação das crianças

- Organização Grupo/espaço/material

Estratégias de observação registo

de avaliação

9h45

às 10h10

Português

Linguagem Oral e

Abordagem à

Escrita

Compreensão de

Discursos Orais e

Interação Verbal

- Saber interpretar uma

história;

- Saber responder a

questões, demonstrando

que compreendeu a

mensagem transmitida

oralmente.

- Interagir com o adulto e

com as outras crianças

numa conversa/escuta

ativa.

- Saber identificar e nomear

as cores primárias e

algumas cores secundárias.

- Faz perguntas e responde,

demonstrando que

compreendeu a informação

contida na história e

transmitida oralmente.

(Meta Final 26))

- Descreve pessoas

(personagens), objetos e

ações. (Meta Final 31)

-Partilha informação

oralmente através de frases

coerentes. (Meta Final 32)

Leitura da História

“Camila não quer tomar

banho”

- Pedir ao grupo que se sente na zona

do tapete;

- Explorar o título da história;

- Explorar a capa do livro;

-Fazer a leitura da história,

utilizando apresentação em

PowerPoint;

-Colocar questões: “Que

cor é esta?”, “Por que razão estavam

os animais dentro da gruta?”, “Por

que não parava de chover?”, “O que

resolveu fazer o Elmer ao arco-

íris?”.

- Avaliação do

comportamento e

desempenho das crianças

através da observação direta

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XXVIII

10h10

Às

10h45

Expressões

Expressão Plástica –

Desenvolvimento da

Criatividade

- Desenvolver e despertar o

gosto por trabalhos manuais;

- Desenvolver a motricidade

fina (colagem);

- Desenvolver e aperfeiçoar o

movimento de pinça;

- Desenvolver a criatividade.

- Saber identificar e nomear as

cores primárias e algumas

cores secundárias.

- Representa vivências

individuais, temas,

histórias, paisagens entre

outros, através de vários

meios de expressão

(pintura, desenho, colagem,

modelagem, entre outros

meios expressivos). (Meta

Final 1)

- Depois de se questionar as crianças

sobre o que tinha acontecido à

personagem principal do livro,

durante a história (que tinha dado as

suas cores ao arco -iris, ficando ela

sem cores), explicar-se-á ao grupo,

que irão ajudar a personagem a

voltar a ser colorido, colando-lhe

diversos papelinhos de diferentes

cores.

- Análise dos trabalhos

realizados

Áreas Transversais: Enquanto se trabalha a Linguagem Oral e Abordagem à Escrita através do diálogo com as crianças, também se trabalha a área da Matemática, uma vez que durante a

história, é possível fazer a contagem de algumas cores e alguns amigos de “Elmer”. A Expressão Motora (Motricidade fina) e a Expressão Plástica (a colagem) são também trabalhadas em

simultâneo, durante a realização da proposta de trabalho; O Desenvolvimento Pessoal e Social através da capacidade de esperar pela sua vez de falar e de ouvir os outros.

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XXIX

ANEXO 9 - Registo Fotográfico da Atividade “Elmer e o Arco-Íris”

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XXX

ANEXO 10 - Planificação da Atividade “Camila não quer tomar banho”

Nome do Aluno: Carmen Cardeal Grupo: 3 anos Data: 17/11/2015

Planificação Diária

Projetos /Temáticas (em que estas planificações se inserem): Higiene

Tempo

Áreas de

Aprendizagem

Domínios e

Subdomínios

Objetivos Desempenho pretendido Situações/Experiências de

aprendizagem/atividades

Estratégias de

implementação

- Envolvimento/motivação

das crianças

- Organização

Grupo/espaço/material

Estratégias de observação

registo de avaliação

9h45

às

10h10

Português

Linguagem Oral e

Abordagem à

Escrita

Compreensão de

Discursos Orais e

Interação Verbal

- Saber interpretar uma

história;

- Saber responder a

questões, demonstrando

que compreendeu a

mensagem transmitida

oralmente.

- Interagir com o adulto e

com as outras crianças

numa conversa/escuta

ativa.

- Faz perguntas e responde,

demonstrando que

compreendeu a informação

contida na história e

transmitida oralmente.

(Meta Final 26))

- Descreve pessoas

(personagens), objetos e

ações. (Meta Final 31)

-Partilha informação

oralmente através de frases

coerentes. (Meta Final 32)

Leitura da História

“Camila não quer tomar

banho”

- Explorar o título da

história;

- Explorar a capa do

livro;

- Fazer a leitura da

história, utilizando o

livro como suporte;

-Colocar questões sobre

a mesma.

- Avaliação do

comportamento das

crianças através da

observação direta durante a

realização da atividade.

10h10 Às

10h45

Formação Pessoal e

Social

- Saber ouvir;

- Saber esperar pela sua vez de

falar;

- Saber as regras para uma boa

higiene;

- Conhece e pratica

cuidados de saúde e

higiene, compreendendo a O banho do boneco

- Colocar uma pequena

banheira com água, um

boneco (“nenuco”) e

- Observação direta a partir

da participação das

crianças.

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XXXI

- Saber nomear e identificar

algumas partes do corpo;

sua necessidade. (Meta

Final 12)

alguns acessórios, como

champô, gel de duche,

toalha e creme para o

corpo, no centro, para

que todos consigam

observar os diferentes

objetos.

- Chamar cada criança,

uma a uma, a participar

na atividade, realizando

diversas tarefas, (colocar

champô, esfregar o

corpo com gel de duche,

tirar o champô...)

- Nomear as partes do

corpo a lavar e as

substâncias utilizadas.

Áreas Transversais: Enquanto se trabalha a Linguagem Oral e Abordagem à Escrita através do diálogo com as crianças, também se trabalha a área do Conhecimento do Mundo e da Área de

Formação Pessoal e Social, uma vez que durante a história, é possível fazer identificar algumas partes do corpo, e as regras básicas para uma boa higiene.

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XXXII

ANEXO 11- Registo Fotográfico da Atividade “Camila não quer tomar

banho”